4. a procura do setorprivado 4.1. consumo 4.2. investimento aulas 2011-12/cap4_4 2 26out.pdf · o...
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4. A procura do setor privado
4. A procura do setor privado
4.1. Consumo
4.2. Investimento
Burda & Wyplosz, 5ª Edição, Capítulo 8
1
Conceitos Introdutórios
Capital
- Bens de produção produzidos.
4.2. Investimento - stock de capital ótimo
2
- Bens de produção produzidos.
- Stock de recursos que são utilizados para fins produtivos, expresso pelo seu
valor monetário (e.g. edifícios, máquinas, equipamentos, software,…).
- Recursos correspondentes a bens cuja utilização, pela sua natureza, não se
esgota no momento corrente; a sua utilização é prolongada no tempo para
tornar mais eficiente a produção de bens ou serviços de consumo.
2
O stock de capital existente num dado momento é o resultado de:
- investimentos efectuados em períodos passados;
- depreciação do capital formado anteriormente, pelo efeito de:
- utilização (desgaste físico),
4.2. Investimento - stock de capital ótimo
3
- obsolescência (desgaste tecnológico);
- variações do seu valor de revenda (preço de mercado)
Investimento ou formação bruta de capital:
- Fluxo de despesa de aquisição de bens de capital (destinada à reposição ou ao
aumento do stock de capital).
3
- Seja: capital: Kinvestimento bruto: I taxa de depreciação: δinvestimento líquido (de depreciações): In ou ∆ K t
- Stock de capital (no final de t): K t = K t-1 + I t – δ K t-1 - I = ∆K + δ K
4.2. Investimento - stock de capital ótimo
4
- I t = ∆K t + δ K t-1
- A formação bruta de capital ou investimento bruto ( I ) tem duas finalidades:
- reposição do stock de capital que se tornou obsoleto no período, ou seja, a depreciação do capital ( δ . K t-1 ) - aumento do stock de capital, ou investimento líquido de depreciações (In ou ∆K t):
Int = ∆K t = I t − δ K t-1
Mais em detalhe, a formação bruta de capital ou investimento tem dois componentes:
- investimento fixo ou formação bruta de capital fixo (cerca de: 98% . I ) ;
4.2. Investimento - stock de capital ótimo
5
- variação de existências, ou seja, variação de stocks de produtos (cerca de: 2% I).
I = FBC = FBCF + ∆ exist.
Investimento: Componente importante da despesa (cerca de 20% a 25%).
A despesa em investimento é muito volátil, contribuindo para uma grande parte da variação do PIB ao longo do ciclo económico.
5
As decisões de investimento têm uma componente intertemporal:
Decide-se acumular capital no presente quando tal é lucrativo.
O valor atual do lucro do investimento (capital adicional) depende dos resultados futuros esperados e da taxa de atualização.
4.2. Investimento - stock de capital ótimo
6
futuros esperados e da taxa de atualização.
- o investimento é sensível à taxa de juro, porque envolve - a aplicação de fundos próprios, que têm um custo de oportunidade (aplicações alternativas) ou - o recurso a financiamento, ie, o recurso a fundos alheios.
6
Teoria Neoclássica :Stock de capital ótimo (K*)
Stock de capital que permite maximizar a diferença entre o valor da produção,F(K), e o custo do uso do capital, K(δ + r) ou K(1 + r), respetivamente, napresença de valor de revenda positivo (δ < 1) ou nulo (δ = 1) do stock decapital
4.2. Investimento - stock de capital ótimo
capital
Fatores que determinam o stock de capital ótimo
(i) Tecnologia disponível: F(K) Eficiência da tecnologia (+)
Progresso técnico (+)
(ii) Taxa de juro e taxa de depreciação: r e δ Custo de uso do capital (-)
7
Stock de capital ótimo, K*
É a solução do problema de decisão das empresas:
Max K Lucro s.a. Y=F(K)
Max Y + K(1 - δ) - K(1 + r) s.a. Y = F(K)
4.2. Investimento - stock de capital ótimo
Max K Y + K(1 - δ) - K(1 + r) s.a. Y = F(K)
Max K F(K) - K(δδδδ + r)
(∂Lucro/ ∂K) = 0 (∂F(K)/ ∂K) - (δ + r) = 0 (∂F(K)/ ∂K) = (δ + r)
PMgK = (δδδδ + r) => K*
Para K*, o declive da função produção, PMgK, é igual ao declive da função custo, r+δ
8
δ+= rKPMgK )( *
Um nível inferior de capital (K < K*) implicaria, dada a produtividade marginaldecrescente, um rendimento marginal (PMgK) superior ao custo marginal
4.2. Investimento - stock de capital ótimo
decrescente, um rendimento marginal (PMgK) superior ao custo marginalassociado à utilização do fator capital (r + δ). Assim, a empresa teriainteresse em investir (aumentar o stock de capital).
Um nível superior (K > K*) implicaria que o custo marginal (r + δ) já superariao rendimento marginal (PMgK), de modo que a empresa teria interesse emreduzir o stock de capital via venda e/ou depreciação do capital instalado.
9
Fig. 8.11
OutputR
Y=F K( )
Output
4.2. Investimento - stock de capital ótimo
Stock de capital ótimo
(Asssumindo δ=1)
Marginal productivity of capital
= 1+rslope
MPK
K
K
Marginal cost of capital1+r
K
K
Enquanto PMgK > 1+r, é mais rentável investir até
=K*K
Capital stock
Capital stock
10
Fig. 8.12
New
O progresso técnico torna possível a obtenção de maior output para
OutputR
Old
Output
4.2. Investimento - stock de capital ótimo
(Asssumindo δ=1)
MPK´
maior output para qualquer nível de stock de capital
Marginal productivity of capital
= 1+rslope
K
K
1+r
MPK
′K
′K Capital stock
Capital stock
O stock de capital ótimo aumenta
→ = K*K K
Marginal cost of capital
11
Fig. 8.12
Se o custo marginal do capital aumentar, o lucro
OutputROutput
4.2. Investimento - stock de capital ótimo
R‘(Asssumindo δ=1)
capital aumentar, o lucro reduz-se para qualquer nível de stock de capital
Marginal productivity of capital
= 1+rslope
K
K
1+r
MPK
′K
′K Capital stock
Capital stock
O stock de capital ótimo diminui
→ = K*KK
\
Marginal cost of capital
Marginal cost of capital´1+r
1+r
12
O Investimento e a restrição orçamental intertemporal consolidadado setor privado:
A restrição consolidada representa o setor privado (famílias e
4.2. Investimento - stock de capital ótimo
empresas).
As famílias são accionistas das empresas.
O valor da empresa é o valor atual (V) do rendimento líquido geradopelas suas atividades.
Vimos já (cap. 3) que se a tecnologia for produtiva, um investimentopresente gera V e portanto aumenta a riqueza privada intertemporal.
O investimento ótimo é aquele que maximiza V e portanto maximiza .
13
Volume ótimo de investimento,
I1 = K* => C1 = Y1 – K*
Rentabilidade máx. do investimento,
V aumenta a riqueza das famílias;o volume ótimo de investimento maximiza a riqueza das famílias.
Emáx
4.2. Investimento - stock de capital ótimo
(Asssumindo δ=1)
F (K*) = Emáx – Y2
Rendimento total, no futuro,
C2 = Y2 + F (K*)
Valor atual máximo da Riqueza:
14
= I1
I1 = K*
Emáx
B*
−
++
++=
=+
++
+−=
*Kr1
F(K*)
r1
YY
r1
F(K*)
r1
Y*KYΩ
21
21máx
Princípio do acelerador
A. Regularidade empírica: rácio capital-produto estável
⇒ As empresas procuram/desejam manter uma razão constante entre capitale produto
4.2. Investimento – princípio do acelerador
e produto
⇒ Pressuposto na base da teoria do acelerador
B. Para que esse rácio se mantenha constante, o investimento líquido (In)estará fortemente relacionado com as variações esperadas do produto, ∆ye
C. O valor do rácio desejado pelas empresas (v*) depende, por exemplo, dataxa de juro (custo de oportunidade do investimento) e da tributação sobreas empresas (que afeta a rentabilidade do investimento).
15
ene YvIYvKYvK ∆⋅=⇔∆⋅=∆=>⋅= *****
De acordo com o princípio do acelerador, aumentos do investimento estãorelacionados com aumentos na taxa de crescimento (aceleração) do produto.
4.2. Investimento – princípio do acelerador
8%
10%
27%
29%
Taxa de crescimento do P
IB
Figura: Investimento e crescimento do PIB em Portugal (1989-2011). 16
-4%
-2%
0%
2%
4%
6%
8%
17%
19%
21%
23%
25%
27%
1989
1991
1993
1995
1997
1999
2001
2003
2005
2007
2009
2011
Taxa de crescimento do P
IB
FB
C/P
IB
FBC/PIB Taxa de crescimento do PIB
As empresas decidem o investimento (It), e o resultante stock de capital(Kt) que proporciona produção no período seguinte, antes de conheceremo valor das vendas (Yt+1).
A decisão de investimento é baseada, portanto, nas suas expectativasrelativamente às vendas futuras.
4.2. Investimento – princípio do acelerador
O investimento líquido é igual à diferença entre o capital que pretendemter para produção no próximo período (K*), e o capital de que dispuserampara produzir no período corrente (determinado com base nas expectativasdo período anterior relativamente às vendas para o período corrente).
* * * *1 1 1. .n
t t t t t t t tI K K K v Y v Y− + −= ∆ = − = −
17
Na teoria do acelerador simples, assume-se que os agentes esperam que oproduto se mantenha ao nível do período anterior; o que corresponde aassumir-se uma hipótese de expectativas adaptativas com α=1.
O investimento líquido fica, então, dado por:
ttt YY =+1
4.2. Investimento – princípio do acelerador
O investimento líquido fica, então, dado por:
O investimento bruto inclui ainda a reposição do capital depreciado:
( )
* * *1 1
*1
nt t t t t t
t t t
I I K v Y v Y
I v Y Y
δ δδ
− −
−
= + ⋅ = ⋅ ∆ + ⋅ ⋅ ⇔
⇔ = ⋅ ∆ + ⋅
* * * * *1 1 1
nt t t t t t t tI v Y v Y v Y v Y v Y+ − −= ⋅ − ⋅ = ⋅ − ⋅ = ⋅ ∆
18
Exemplo:
Impactos de um aumento do produto de 10 para 12 unidades, de acordocom a teoria do acelerador simples, supondo v*=4 e δ=10%.
desejado!
4.2. Investimento – princípio do acelerador
19
2001 2002 2003 2004 2005 2006
Kt-1 40 40 48 48 48 48
Yt 10 12 12 12 12 12
δ Kt-1 4,0 4,0 4,8 4,8 4,8 4,8
K*t =v*tYt+1= v*Yt 40 48 48 48 48 48
It = K*t - Kt-1 + δ Kt-1 4,0 12,0 4,8 4,8 4,8 4,8
4.2. Investimento – princípio do acelerador
Modelo do Acelerador Simples vs. Evidência empírica
1. Este exercício sugere que de acordo com a teoria do acelerador simples,determinadas variações relativas do produto (aqui, 20%) originam maioresvariações relativas do investimento (aumento de 200% num dos períodos).
Este resultado está de acordo com a evidência empírica:
Na realidade, a volatilidade do Investimento é de facto superior à volatilidadeobservada para o PIB
(mesmo considerando valores mais baixos e possivelmente mais realistas parav* , e.g. entre 2 e 3, tendo em conta que em muitas economias o PIBrepresenta, por ano, 1/3 a 1/2 do stock de capital).
20
Modelo do Acelerador Simples vs. Evidência empírica
2. Este exercício sugere que o princípio do acelerador simples prevê que as variações do investimento são de curta duração. Neste modelo, basta um período para as empresas restabelecerem o rácio (K/Y) desejado.
4.2. Investimento – princípio do acelerador
Este resultado não está de acordo com a evidência empírica:
Na realidade, constata-se empiricamente que o investimento pode demorar muito a reagir e que as alterações no investimento prevalecem por um período de tempo significativo.
Esses dados empíricos não corroboram a teoria do acelerador simples (contradizem as suas predições).
Daí a necessidade de outras abordagens O q-Tobin e o Investimento
21
Teoria do q de Tobin (Tobin, início 1960s):
Explica as decisões de investimento com base na relação entre
o valor de mercado do capital instalado das empresas
– avaliado pela cotação bolsista e, como se verá, função, em teoria, dos
4.2. Investimento – o q-Tobin
22
– avaliado pela cotação bolsista e, como se verá, função, em teoria, dos
lucros presentes e futuros esperados; e
o custo de substituição do capital instalado nas empresas
– o custo/preço de repor, de raíz, todos os bens de capital que dão
corpo à empresa.
Valor de mercado do capital
Valoração fundamental de uma ação - uma ação representa uma parte do capital de uma empresa, conferindo direito a:
4.2. Investimento – o q-Tobin
23
- uma parte do valor dos ativos da empresa no futuro: qt+1
(cotação da ação no final do período t+1 )
- uma parte dos lucros distribuídos: dt
(dividendos em t).
Rentabilidade da ação:
A rentabilidade inclui: dividend yield + ganho (perda) esperado de capital.
4.2. Investimento – o q-Tobin
( )t
tt
t
t
q
q
dr
−+= +1
24
Pelo princípio da não arbitragem, ativos semelhantes devem ter rentabilidadessemelhantes.Assim, o valor atual das ações fica dado por:
r
qdq
qdqqr
qqdqr
ttt
tttt
tttt
++=
+=+⋅−+=⋅
+
+
+
11
1
1
- Substituindo a fórmula anteriorpara os períodos seguintes:
4.2. Investimento – o q-Tobin
221
1
)1(1
11
qddd
r
qd
r
dq
r
q
r
dq
tttt
ttt
++++
+=
++
+=
++
+
25
- Substituindo sucessivamente chegamos a:
- A cotação atual de uma ação reflete o valor atualizado do fluxo esperado de dividendos futuros.
332
21
)1()1(1 r
qd
r
d
r
dq tttt
t +++
++
+= +++
jt
j
jt d
rq +
+∞
=∑
+=
1
0 1
1
Numerador: valor da empresa dado pelo mercado de açõesO valor de mercado do capital instalado das empresas é avaliado pelacotação bolsista que, como vimos, é função dos lucros presentes e futuros
instaladocapitaldoãosubstituiçdeCusto
instaladocapitaldomercadodeValorTobindeq =
4.2. Investimento – o q-Tobin
cotação bolsista que, como vimos, é função dos lucros presentes e futurosesperados.
Denominador: custo de substituição do capital instalado nas empresasMontante que teria que ser dispendido para assegurar a substituição dosbens de capital atualmente incorporados na empresa.
Nota: nas páginas anteriores, assumiu-se implicitamente, que o custo desubstituição do capital instalado é igual a 1.
26
Os valores de mercado e de substituição do capital instalado podem diferir as empresas são mais do que o somatório do respetivo capital (fatores
intangíveis):
Know-how, patentes
Imagem de marca
4.2. Investimento – o q-Tobin
Redes de distribuição (clientes e fornecedores), logística, organização interna
Reputação junto de fornecedores e clientes
Qualidade (formação, experiência,...) dos recursos humanos, …
pode haver barreiras à entrada, que aumentam o valor de já estar no mercado
a substituição do capital instalado exige tempo e recursos empresariais (que, ver-se-á adiante, são tanto maiores quanto mais rápido se pretenda executar oprojeto)
27
Relação entre o q-Tobin e o Investimento agregado:Caso I: se q-Tobin > 1
O capital instalado vale mais do que o seu custo de substituição
O investimento líquido será positivo (In > 0 => K aumenta para K*)
4.2. Investimento – o q-Tobin
O investimento líquido será positivo (In > 0 => K aumenta para K*)
⇒ Investe-se enquanto q for superior a 1
⇒ Como o capital está sujeito a rendimentos marginais decrescentes, oinvestimento fará diminuir progressivamente o q-Tobin → 1 (q→1)
28
Relação entre o q-Tobin e o Investimento agregado: (cont.)Caso II: se q-Tobin < 1
O capital instalado vale menos do que o seu custo de substituição
Ocorre desinvestimento (In < 0 => K diminui para K*)
4.2. Investimento – o q-Tobin
Ocorre desinvestimento (In < 0 => K diminui para K*)
⇒ Desinveste-se enquanto q for inferior a 1
A venda de capital ao custo de substituição será lucrativo para as empresas
Se a venda de capital não for possível, o investimento deve parar de modo aque o stock de capital diminua via depreciação
⇒ Como o capital está sujeito a rendimentos marginais decrescentes, odesinvestimento aumentará, progressivamente, o q-Tobin →1 (q→1)
29
Fig. 8.13
4.2. Investimento – o q-Tobin
Caso III: se q-Tobin = 1 não há incentivos para alterar o stock de capital => In = 0 K = K*
⇒ I, II, III: O q-Tobin tende para 1.
Tobin’s q
Inve
stm
ent
01
30
O ajustamento de K a K* não é instantâneo.A. O q de Tobin pode divergir da unidade por largos períodos de tempo porque não
é otimizador, para as empresas, ajustarem-se imediatamente ao seu stock decapital ótimo; isto, porque
Existem custos de instalação (ou de ajustamento) do capital.
4.2. Investimento – o q-Tobin
B. Os custos de instalação do capital [ϕ = ϕ[I/K], (+)],
Aumentam mais do que proporcionalmente com o capital a instalar (i.e. coma taxa de investimento) (são convexos), são transitórios e afundados; eestão associados ao tempo de construção e de instalação do equipamento:
paragem da produção;
readaptação dos recursos humanos (nova organização, novos métodos detrabalho e necessidades de formação do fator trabalho);
criação de valor intangível (marcas, redes comerciais, etc.)
33
q de Tobin q=1 num mundo sem custos de ajustamento
Se não existirem custos de ajustamento, o valor presente do custo marginal do capital é independente da taxa de investimento
4.2. Investimento – o q-TobinVa
lor
pres
ente
da
PMgK
, cu
sto
do c
apita
l
Custo marginal do
PMgK=Produtividade marginal de novo investimento
investimento
⇒PMgK/(1+r)=1, q-Tobin=1 em C
Note-se que se não existir depreciação, a taxa de investimento, I/K, = ∆K/K, taxa de variação do stock de capital.
34
Valo
r pr
esen
te d
a cu
sto
do c
apita
l
1
′I K( )
PMgK
C
Taxa de investimento (I/K)
marginal do investimento
q de Tobin q=1 quando os custos de ajustamento são significativos
Contudo, quanto mais rápido se tentar instalar novo capital, maior é o custo dessa instalação do capital. E esse custo aumenta
Custo marginal do investimento (1+ϕϕϕϕ)
Valo
r pr
esen
te d
a PM
gK,
cust
o do
cap
ital
4.2. Investimento – o q-Tobin
instalação do capital. E esse custo aumenta mais do que proporcionalmente com a taxa de investimento. Daí a inclinação positiva e crescente do custo marginal do investimento relativamente à taxa de investimento (convexidade)
⇒PMgK/(1+r)=(1+ϕ), q-Tobin>1 em A
1
′I K( )I K( )
1q
PMgK1
CA
Valo
r pr
esen
te d
a cu
sto
do c
apita
l
Taxa de investimento (I/K)
PMgK=Produtividade marginal de novo investimento 35
Com a taxa de investimento a corresponder ao ponto A, no período seguinte haverá mais capital e uma PMgK mais baixa.
q de TobinCusto marginal do investimento (1+ϕϕϕϕ)
Val
or p
rese
nte
da P
MgK
, ca
pita
l
4.2. Investimento – o q-Tobin
A taxa de investimento no período seguinte vai ser ainda menor (bem como o q de Tobin); e assim sucessivamente, até que por fim o q de Tobin converge para a unidade e o investimento adicional é nulo.
A
1
1I K( )
1q
PMgK1PMgK2
2I K( )
2q B
Val
or p
rese
nte
da P
MgK
, cu
sto
do c
apita
l
Taxa de investimento (I/K)
PMgK=Produtividade marginal de novo investimento 36
Em síntese: custos de instalação e formação de capital até K*
À medida que ocorre investimento, o stock de capital aproxima-se do stockótimo, a PMgK desloca-se para a esquerda (rendimentos marginaisdecrescentes) e os custos de instalação diminuem;
4.2. Investimento – o q-Tobin
37
Enquanto q - Tobin > 1, as empresas continuam a realizar investimento líquido;no limite, os custos de instalação tornam-se nulos, atinge-se o stock de capitalótimo e tem-se q = 1;
A convexidade dos custos de instalação condiciona a execução dinâmica doinvestimento, conduzindo a uma adaptação gradual (lenta) de K até K*; implicaque a otimização do stock de capital pela empresa deve ser gradual:repartindo-se o investimento total em investimentos sequenciais parcelaresconsegue-se minimizar a soma de custos de instalação totais a suportar parapassar dum dado K para o K*.
O problema de decisão das empresas revisitadoMax K Y + K(1 - δ) (1 + ϕ) - K(1 + ϕ) (1 + r) s.a. Y = F(K)
Max K F(K) – K[(δ + r) (1 + ϕ)] ∂F(K)/ ∂K – [(δ + r)(1 + ϕ)] = 0 ∂F(K)/ ∂K = [(δ + r)(1 + ϕ)]
4.2. Investimento – o q-Tobin
38
∂F(K)/ ∂K – [(δ + r)(1 + ϕ)] = 0 ∂F(K)/ ∂K = [(δ + r)(1 + ϕ)]
PMgK = [(δ + r)(1 + ϕ)] => K*
Assumindo δ = 1, temos PMgK = (1+ ϕ) (1 + r) A PMgK terá de ser suficiente para cobrir não apenas o custo marginal (direto)
do investimento, mas também os custos subjacentes à sua instalação
Os custos de instalação são crescentes com a intensidade/taxa de investimento(I/K) => o stock de capital ajusta-se apenas gradualmente ao K*
K*, o q de Tobin e alterações no preço dos bens de capital
Admita-se que os preços relativos dos bens de consumo e de capital podem variar:
No período inicial os preços são iguais, mas no período 2 o stock de capital pode serrevendido (se taxa de depreciação δ < 1) por um preço pK em termos deunidades de bens de consumo.
4.2. Investimento – o q-Tobin
39
Os lucros, em unidades de consumo do período 2, passam a ser dados por Lucro = Y + (1–δ) K pK – (1+r) K
E o stock de capital ótimo é dado por
Max K Y + (1–δ) K pK – (1+r) K s.a. Y = F(K)
(∂Lucro/ ∂K) =0 (∂F(K)/∂K) + (1–δ) pK – (1+r) = 0 PMgK = (1+r) – (1–δ) pK
Denotando por Πk a taxa de inflação (crescimento dos preços) dos bens de capital, Πk = pK – 1, então a condição de lucro máximo passa a ser dada por:
PMgK = (1+r) – (1–δ) (1+Πk)
Dado que (1+r) – (1–δ) (1+Πk) = 1+ r – 1+ δ – Πk + δ Πk ≈ r + δ – Πk
4.2. Investimento – o q-Tobin
40
Dado que (1+r) – (1–δ) (1+Π ) = 1+ r – 1+ δ – Π + δ Π ≈ r + δ – Π(tendo em conta que δ Πk é um valor muito pequeno), então:
K* PMgK = r + δ – Πk
Implicações:1. Um aumento do preço relativo dos bens de capital aumenta o Investimento
ótimo, tudo o resto constante [a possibilidade de revender o capital não depreciado a um preço maior equivale a uma redução do custo de uso do capital];
2. O q de Tobin passa a ser aproximado pela expressão
em vez de
que compara o valor presente da produtividade marginal do capital –agora maior,
4.2. Investimento – o q-Tobin
( )PMK
r+
1q
δ=( )
PMKr+
1
k
qδ − Π
=
41
que compara o valor presente da produtividade marginal do capital –agora maior, se ocorrer um aumento do preço dos bens de capital – com o preço marginal dos novos bens de capital (cada unidade de I exige a renúncia a uma unidade de C).
3. Se existirem custos de instalação, o Investimento ótimo corresponde àquele em que o ganho marginal presente duma unidade adicional de capital iguala o custo de substituição (incluindo a instalação) do capital:
( ) ( )PMK 1r+ kq ϕ
δ= = +
− Π
Função Investimento:
Relação inversa com taxa de juro real, na medida em que esta mede o custo de
),,(++−
∆= qYrII
4.2. (A função) Investimento
Relação inversa com taxa de juro real, na medida em que esta mede o custo de oportunidade dos recursos produtivos utilizados.
Relação direta com a variação do produto, de forma a captar o princípio do acelerador.
Relação direta com o q –Tobin, dado que este é o ratio entre o valor (marginal) presente de mercado das empresas com o custo (marginal) de substituição do capital.
42
O q de Tobin é função do valor de mercado das empresas e do custo de uso docapital, pelo que capta sinteticamente os principais determinantes do Investimento:
Quanto maior r, menor o valor atualizado dos lucros futuros, menor é q , menoré o investimento ótimo;
Quanto maior for a produtividade do capital, maior a rentabilidade presente das
4.2. (A função) Investimento
43
Quanto maior for a produtividade do capital, maior a rentabilidade presente dasempresas, maior é q , maior é o investimento ótimo; (em termos agregados, avariação do produto é uma proxy para este determinante);
Quanto maiores forem as expectativas sobre lucros futuros, maior é o q , maior éo investimento ótimo; (em termos agregados, a variação esperada do produto éuma proxy para este determinante);
O clima de confiança no setor empresarial é crucial para explicar o investimento;(“animal spirits”)
O q de Tobin permite ainda incorporar na análise custos de instalação do capital,explicando assim o gradualismo do Investimento no mundo real.