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Luiz Henrique

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  • Lio 4 - Pastores e Diconos

    3 trimestre de 2015 - A Igreja E O Seu Testemunho - As Ordenanas De CRISTO

    Nas Cartas Pastorais

    Comentarista da CPAD: Pr. Elinaldo Renovato de Lima Complementos, ilustraes, questionrios e vdeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva

    Questionrio_

    NO DEIXE DE ASSISTIR AOS VDEOS DA LIO ONDE TEMOS MAPAS,

    FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAES DETALHADAS DA LIO

    http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm

    Veja - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao9-dem-2tr14-o-ministerio-de-

    pastor.htm e http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao12-dem-2tr14-o-

    diaconato.htm

    TEXTO UREO

    "Convm, pois, que o bispo seja irrepreensvel, marido de uma mulher, vigilante,

    sbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar." (1 Tm 3.2)

  • VERDADE PRTICA

    Os pastores e os diconos so lderes, escolhidos por DEUS, atravs do ministrio, para

    cuidarem do servio cristo na igreja local.

  • LEITURA DIRIA Segunda - Fp 1.1 - Saudao a todos os servos de JESUS CRISTO

    Tera - Mt 20.28 - JESUS veio no para ser servido, mas para servir

    Quarta - Mt 27.55,56 - Mulheres que serviam a JESUS com dedicao

    Quinta - Jo 12.26 - DEUS honra a quem serve a JESUS com sinceridade

    Sexta - 1 Tm 2.10 - Mulheres que servem a DEUS com boas obras

    Sbado - At 20.28 - Constitudos para apascentar o rebanho de DEUS

    LEITURA BBLICA EM CLASSE - 1 Timteo 3.1-4,8-13 1- Esta uma palavra fiel: Se algum deseja o episcopado, excelente obra deseja. 2-

    Convm, pois, que o bispo seja irrepreensvel, marido de uma mulher, vigilante, sbrio,

    honesto, hospitaleiro, apto para ensinar; 3- no dado ao vinho, no espancador, no

    cobioso de torpe ganncia, mas moderado, no contencioso, no avarento; 4- que

    governe bem a sua prpria casa, tendo seus filhos em sujeio, com toda a modstia 8-

    Da mesma sorte os diconos sejam honestos, no de lngua dobre, no dados a muito

    vinho, no cobiosos de torpe ganncia, 9- guardando o mistrio da f em uma pura

    conscincia. 10- E tambm estes sejam primeiro provados, depois sirvam, se forem

    irrepreensveis. 11- Da mesma sorte as mulheres sejam honestas, no maldizentes,

    sbrias e fiis em tudo. 12- Os diconos sejam maridos de uma mulher e governem bem

    seus filhos e suas prprias casas. 13- Porque os que servirem bem como diconos

    adquiriro para si uma boa posio e muita confiana na f que h em CRISTO JESUS.

  • OBJETIVO GERAL Promover a conscientizao de que o pastorado e a diaconia so ministrios dados por

    DEUS.

    OBJETIVOS ESPECFICOS Abaixo, os objetivos especficos referem-se ao que o professor deve atingir em cada

    tpico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tpico I com os seus respectivos

    subtpicos.

    Tratar a respeito do episcopado.

    Apresentar as qualificaes e atribuies de um lder.

    Refletir a respeito do diaconato.

    Conscientizar-se de que o servio a razo de ser do ministrio.

    INTERAGINDO COM O PROFESSOR

    Na lio de hoje estudaremos a respeito dos pastores e diconos. A palavra grega usada

    para bispo no captulo trs de 1 Timteo episkopos. Esta mesma palavra utilizada

    como sinnimo de presbtero e ancio. Paulo mostra que aqueles que desejam o

    episcopado, excelente obra desejam. Porm, logo a seguir ele apresenta as qualificaes

    morais e espirituais que este ministrio exige. Paulo relaciona quinze qualificaes que

    podem ser vistas dos versculos 2 a 7 do captulo trs. Estas qualificaes no so

    obtidas nos seminrios ou nos bancos das universidades, mas so resultados de um

    carter transformado e regenerado pelo Senhor JESUS. O lder algum que influncia

    as pessoas, por isso, precisa ser exemplo. necessrio que ele tenha uma vida ilibada e

    esteja disposto a servir, pois ser lder acima de tudo ser servo.

    PONTO CENTRAL DEUS vocaciona e separa homens para o diaconato e para o ministrio pastoral.

    Resumo da Lio 4 - Pastores e Diconos

    I - QUEM DESEJA O EPISCOPADO

    1. "Excelente obra deseja".

    2. A chamada.

    3. O preparo.

    II - QUALIFICAES E ATRIBUIES DOS PASTORES E DICONOS (3.1-

    13) 1. Atribuies dos pastores (vv. 1-7).

    2. Qualificaes espirituais e ministeriais.

    3. Qualificaes familiares.

    4. Qualificaes morais.

    III - O DIACONATO (8-13) 1. Os diconos.

    2. Chamado para servir.

    3. Qualificaes.

    IV - SERVIO - RAZO DE SER DO MINISTRIO 1. O exemplo do Mestre.

    2. O exemplo de Paulo.

    3. O exemplo de Timteo.

    SNTESE DO TPICO I - Almejar o episcopado aspirar uma obra excelente.

  • SNTESE DO TPICO II - A Palavra de DEUS mostra as qualificaes que os que

    almejam o diaconato e o pastorado precisam ter.

    SNTESE DO TPICO III - Cabe ao dicono servir a Igreja do Senhor.

    SNTESE DO TPICO IV - A razo de ser do ministrio pastoral e do diaconato o

    servio a DEUS.

    O ministrio pastoral vem de DEUS. Ele que escolhe. Muitos so escolhidos e

    separados apenas pelos homens, mas no por DEUS.

    CONHEA MAIS - O dicono "Sua forma verbal (diakonein) significa 'servir', particularmente 'servir s mesas'. Tem a

    conotao de um servio muito pessoal, intimamente ligado ao servir por amor. Para os

    gregos, o servio era raramente dignificado; o desenvolvimento prprio deveria ser a

    meta de uma pessoa ao invs de humilhao. O judasmo conserva uma viso diferente

    sobre o servio. Isso est exemplificado no segundo mandamento. Foi isso que o nosso

    Senhor ensinou quando lavou os ps dos seus discpulos" (Dicionrio Bblico Wycliffe,

    CPAD, p. 552).

    O pastor deve amar sua esposa "como CRISTO amou a Igreja e a si mesmo se entregou

    por ela"

    SUBSDIO BIBLIOLGICO

    "Quinze qualificaes (3.2-7). Os versculos relacionam 15 qualidades a serem

    consideradas quando da seleo de bispos. Observe que entre as qualificaes, no

    aparece a capacitao em seminrio ou a posse de algum dom espiritual em particular.

    Observe o breve esboo do carter do bispo (3.2-7).

    Irrepreensvel: inteiramente fiel sua esposa;

    Esposo de uma s mulher; inteiramente fiel sua mulher;

    Temperante: sbrio, solcito e modesto;

    Domnio prprio: discipulado, moderado;

    Respeitvel: modesto, honrado, bem-comportado;

    Hospitaleiro: que recebe bem os visitantes;

    Apto para ensinar; capacitado a explicar e aplicar os ensinamentos;

    No dado embriaguez; no dado ao vinho;

    No violento; no dado hostilidade, ao antagonismo;

    Gentil: bondoso, razovel, de boa famlia;

    No contencioso: no combativo, inimigo de contendas;

    No avarento: preocupado com as pessoas, no com as finanas;

    Bom governante de sua famlia: administra a vida familiar;

    No seja um recm-convertido: maduro e humilde;

    Reputao imaculada: admitido pelos de fora"

    (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bblia: Uma anlise de Gnesis a

    Apocalipse captulo por captulo. 10. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 835).

    Assim como os pastores, aqueles que almejam o diaconato precisam ter o desejo de

    servir a DEUS e aos irmos. .

    PARA REFLETIR

    A respeito das Cartas Pastorais:

    Paulo inicia o captulo trs falando a respeito de que assunto?

    Ele fala a respeito da funo do pastor.

    Qual a funo primordial do pastor?

  • Cuidar das ovelhas do Senhor.

    Quem separa e escolhe o homem para o ministrio pastoral?

    DEUS.

    Quais as principais qualificaes morais de um pastor?

    Ele deve ser: honesto, sincero, verdadeiro, etc.

    Qual o significado da palavra "dicono"?

    Significa "aquele que serve".

    CONSULTE Revista Ensinador Cristo - CPAD, n 63, p. 39.

    Voc encontrar mais subsdios para enriquecer a lio. So artigos que buscam

    expandir certos assuntos.

    SUGESTO DE LEITURA Disciplinas para o Homem Cristo, O Pastor e seu Ministrio e Manual do Dicono.

    COMENTRIOS DE DIVERSOS AUTORES COM ALGUMAS

    MODIFICAES DO Ev. LUIZ HENRIQUE

    ORIENTAES PARA MINISTROS. 3:1-4; 3.8-13 Paulo passa de modo natural do culto pblico para as qualidades a serem procuradas

    naqueles que detm cargos na igreja. Embora estes sejam freqentemente mencionados

    no N.T., em nenhum lugar recebem um tratamento to detalhado quanto nas Pastorais.

    Nesta seo os oficiais do sexo masculino so chamados bispos (superintendentes) (Gr. episkopoi) e diconos (Gr. diakonoi), exatamente como em Fp 1:1. Mais tarde

    (5:17-18; tambm Tt 1:5) presbteros (Gr. presbuteroi) so mencionados tambm, e o relacionamento entre os bispos e presbteros um problema de vulto: ver 5:17. Embora

    a designao tcnica falte ali, estes ministros quase certamente devem ser identificados

    com os lderes (Gr. pristamenoi; o mesmo verbo empregado nos w. 4-5 abaixo) aos quais Paulo se refere em Rm 12:8 e 1 Ts 5:12, e os pastores aos quais menciona em Ef 4:11, bem como os socorros e governos em 1 Co 12:28. Tem havido muita discusso acerca de como estes funcionrios emergiram na igreja primitiva. Na etapa

    mais antiga, apstolos, profetas, mestres, e operadores de milagres, todos inspirados

    pelo ESPRITO, desfrutavam de grande prestgio nas congregaes paulinas, e o

    prprio Apstolo reconhece (1 Co 12:28) que DEUS lhes atribura sua precedncia

    especial. Nada indica, no entanto, que estes exercessem superviso pastoral e

    administrativa, e duvidoso se seus dons pneumticos especiais os tivessem equipado

    para tais funes. Olhando de todos os pontos de vista, parece provvel que, lado a lado

    com eles, embora no tivessem o mesmo impacto popular, sempre existiram oficiais de

    um tipo mais prtico, encarregados com o que se pode descrever de modo geral como

    sendo a responsabilidade pastoral. De incio, devem ter sido voluntrios, como os

    membros da casa de Estfanas (1 Co 16:15), mas no decurso do tempo devem ter

    paulatinamente adquirido o reconhecimento oficial; Que tal era realmente a situao a

    implicao clara das passagens citadas supra, que tambm parecem indicar que Paulo

    estava cada vez mais preocupado em cuidar no devido respeito que devia ser prestado

    aos ministros, e do reconhecimento destes como detentores de dons espirituais. Ser

    argumentado que eram normalmente selecionados, como seria natural, da mesa dos

    presbteros que tinha a superintendncia dos negcios de cada comunidade.

  • 1. Paulo abre sua discusso ao citar um refro que, segundo se supe, esperava-se

    que Timteo reconhecesse: Se algum aspira ao episcopado, excelente obra almeja.

    Visto que superintendncia (Gr. episkop - episcopado) no se refere necessariamente a um cargo eclesistico, mas, sim, pode conotar qualquer tipo de administrao, este

    pode possivelmente ser um provrbio corrente que recomenda a ambio por cargos em

    geral. Se for assim, talvez reflita a relutncia cada vez maior entre pessoas responsveis

    nos sculos I e II em aceitarem deveres cvicos. Uma referncia eclesistica, no entanto,

    parece prefervel no cmputo geral, e se isto for correto, a mxima sugere uma situao

    em que esforos deliberados estavam sendo feitos para aumentar a estima prestada a

    bispos, e assim encorajar bons candidatos a se oferecerem para o cargo. interessante

    notar que o Didaqu, que muito bem pode ter sido escrito poucos anos mais tarde,

    insiste (15:1-2) exatamente no mesmo esprito na desejabilidade de escolher bispos e diconos que so dignos do Senhor. pois eles tambm realizam entre vs o ministrio de

    profetas e mestres. Com qualquer das interpretaes, o objetivo de Paulo em citar o refro (a) vindicar a importncia do ministrio prtico, e (b) reforar sua exortao no

    sentido de os oficiais da igreja possurem as mais altas qualidades. Conforme o texto,

    Paulo coloca como prefcio sua mxima as palavras: Fiel a palavra. Esta a frmula

    familiar das Pastorais (ver sobre 1:15), e levanta dois problemas, (a) Os exegetas tm

    perguntado, nos tempos antigos bem como nos modernos, se no se refere de volta a

    2:15. Embora usualmente anteceda sua citao, a frmula ocasionalmente (4:9; Tt 3:8) a

    segue, e concebvel que Paulo a tenha encaixado aqui para completar, por assim dizer,

    o ensino que acabara de dar acerca da salvao das mulheres. Do outro lado, nem 2:15

    nem qualquer dos versculos imediatamente anteriores impressiona o leitor como sendo

    uma mxima que talvez estivesse corrente na igreja apostlica, ao passo que 3:1b tem

    todo o estilo e som de um ditado popular, (b) Ao invs de Fiel (Gr. pistos) algumas

    autoridades leem anthrpinos (lit. humano). Vrios crticos argumentam que pistos o texto mais fcil e mais bvio, e, portanto, o rejeitam, preferindo anthrpinos, que

    traduzem como popular. A evidncia para esta palavra nos MSS, no entanto, muito fraca, e pode ser explicada como sendo uma nota marginal de desprezo, feita por algum

    escriba que, no captando a ideia de Paulo, considerava que o ditado no tinha peso

    espiritual e, portanto, era por demais humano. 2. Tendo ressaltado que o cargo vale a pena, Paulo logicamente pode insistir que:

    necessrio, portanto, que o bispo seja irrepreensvel, etc. A traduo tradicional de bispo

    para o Gr. episkopos deve ser rejeitada como enganadora. O episcopado posterior,

    baseado no conceito de um s bispo presidindo em cada rea e tendo completa

    autoridade sobre ela em todos os departamentos, desenvolveu-se dos superintendentes do sculo I, mas h diferenas to importantes entre os dois cargos que parece desejvel

    empregar termos distintos para eles. No N.T. fora das Pastorais, episkopos achado

    somente em Fp 1:1; At. 20:28; e 1 Pe 2:25 (com referncia a nosso Senhor). No mundo

    contemporneo grego, o termo era empregado para denotar uma grande variedade de

    funes, e.g., inspetores, administradores cvicos e religiosos, oficiais financeiros.

    Antigamente, muitas pessoas pensavam que a igreja apostlica devia ter tomado o ttulo

    emprestado deste ltimo uso, visto que o episkopos cristo tinha as finanas da

    congregao (assistncia aos pobres, etc.) sob seus cuidados. Do outro lado, se

    pudermos confiar nas Pastorais, e se tivermos razo em identificar os lderes e pastores das demais Paulinas como sendo episkopoi, fica claro que suas responsabilidade abrangiam um campo muito mais largo do que o financeiro somente.

    Estavam encarregados, por exemplo, das relaes externas da igreja, e como

    representantes dela, hospedavam cristos visitantes.

  • Na prpria congregao exerciam um ministrio magisterial e pastoral, e tinham

    autoridade para disciplinar membros. De modo geral, presidiam o lar. , portanto,

    interessante que acham seu paralelo mais prximo no superintendente (em Hebraico mebaqqer) da comunidade de Cunr. Segundo o Manual da Disciplina (esp. 6:10ss. e

    19ss.) e o Documento de Damasco (esp. 13:7-16; 14:8-12), estes tinham o dever de

    ordenar, examinar, instruir, receber esmolas ou acusaes, tratar com os pecados do

    povo, e pastore-lo de modo geral. Parece, portanto, mais provvel que o termo, bem

    como o sistema administrativo que representava, tenha entrado na igreja a partir do

    judasmo heterodoxo. A despeito do seu uso no singular tanto aqui quanto em Tt 1:7,

    extremamente provvel que o superintendente deve ser entendido genericamente, e que uma pluralidade de tais oficiais pressuposta. Esta ideia apoiada no somente

    pelos paralelos em Fp 1:1 e At 20:28, como tambm pela posio intercambivel, ou

    pelo menos parcialmente coincidente, dos superintendentes com os presbteros (cf. 5:17;

    Tt 1:5-7). De qualquer maneira, no h sugesto do episcopado monrquico posterior nestas cartas. O singular pode ter sido sugerido pelo singular algum no v. 1 supra.

    Quanto predileo de Paulo pelo singular genrico, cf. sua discusso das vivas em

    5:4-10, onde fala de a viva, etc., a despeito de ter o plural em 5:3. A lista de qualidades que se segue s vezes tem surpreendido os leitores pela sua generalidade; at

    mesmo tem sido dito, de modo algo injusto, que no contm nada de especificamente

    cristo, e muito menos adaptado a um ministro cristo. Dois comentrios podem ser

    feitos. Primeiramente, paradigmas anlogos de virtudes e vcios, preparados para

    vocaes diferentes (e.g., governantes, generais, mdicos) eram populares no mundo

    contemporneo helenstico e judaico-helenstico, e estes, tambm, eram colocados em

    termos surpreendentemente gerais. A influncia de tais paradigmas pode ser discernida

    noutros lugares do N.T., inclusive nas cartas de Paulo (e.g. 3:18 - 4:1; Ef 5:22 6:9). O, fato de que est modelando seu conselho sobre eles, aqui, e noutros lugares nas

    Pastorais, explica suficientemente seu estilo aparentemente cho e sem colorido. Mas,

    em segundo lugar, este aspecto tem sido grandemente exagerado. Cada uma das

    qualidades exigidas era apropriada num superintendente, e algumas delas tinham

    relevncia direta s suas funes. Se o leitor moderno s vezes tentado a pensar que

    Paulo colocou suas exigncias em nvel surpreendentemente baixo, deve lembrar-se que

    os padres de conduta no eram altos na sia Menor no sculo I, que as pessoas para as

    quais as cartas foram escritas tinham sado recentemente de um ambiente pago e

    provavelmente ainda tinham estreitos contatos com ele, e que o Apstolo era um

    realista. O catlogo comea com um requisito que a tudo abrange; o superintendente

    deve ser irrepreensvel. Ou seja: no deve apresentar nenhum defeito bvio de carter

    ou de conduta, na sua vida passada ou presente, que os maliciosos, seja dentro, seja fora

    da igreja, possam explorar para desacredit-lo. Em especial, sua vida sexual deve ser

    exemplar, e os mais altos padres devem ser esperados dele: deve ser casado uma s

    vez. O novo casamento, seja depois do divrcio no caso de um pago convertido, ou

    depois do falecimento da sua primeira esposa, censurado como sendo imprprio num

    ministro de CRISTO. igualmente proibido aos diconos (3:12) e aos presbteros (Tt

    1:6), e conta como uma desqualificao nas aspirantes ordem das vivas (5:9). Este

    o significado claro de esposo de uma s mulher. Alternativas propostas como

    interpretaes so (a) que as palavras so dirigidas contra manter concubinas ou contra

    a poligamia, i., ter mais de uma s esposa de uma vez - sugestes estas que so

    extremamente improvveis, visto que nenhuma destas prticas pode ter sido uma opo

    real para qualquer cristo comum, muito menos para um ministro; (b) que meramente

    estipulam que o superintendente seja um homem casado isto est em harmonia com o alto valor que a carta atribui ao casamento (4:3), mas muito improvvel em si

  • mesmo, e de qualquer maneira torna sem sentido a palavra uma s enftica em Grego;

    (c) que o objeto meramente preceituar a fidelidade dentro do casamento, tratando-se

    de no cobiar outras mulheres seno sua esposa mas isto extrair do Grego mais do que o texto pode suportar. Quanto a esta questo, bem como em tantos outros

    assuntos, a atitude da antiguidade era marcantemente diferente daquilo que prevalece na

    maioria dos crculos hoje, e h evidncias abundantes, tanto da literatura quanto das

    inscries funerrias, pags e judaicas, que permanecer solteiro depois da morte da

    cnjuge ou do divrcio era considerado meritrio, ao passo que casar-se de novo era

    considerado um sinal de autoindulgncia. Paulo certamente compartilhava deste ponto

    de vista, e embora permitisse a uma viva que se casasse de novo, estimava-a mais

    bem-aventurada se se abstivesse de um segundo casamento (1 Co 7:40). De modo geral,

    embora se opusesse ao ultra-ascetismo que desconsiderava o casamento e que aplaudia

    faanhas de abnegao (cf. e.g., sua crtica das unies espirituais em 1 Co 7:36-38), tinha grande respeito pela abstinncia sexual completa, considerando-a um dom de

    DEUS, e tambm sustentava que o controle-prprio peridico dentro do casamento era

    de valor espiritual (1 Co 7:1-7). No contexto de tais pressuposies era natural esperar

    que os ministros da igreja fossem exemplos a outras pessoas e que se satisfizessem com

    um nico casamento. Nos primeiros sculos cristos, devemos notar, o segundo

    casamento no era totalmente proibido, mas era considerado com ntida desaprovao.

    O superintendente deveria, alm disto, ser temperante, palavra esta (Gr. nphatos; no

    N.T. somente aqui e em 3:11; Tt 2:2) que originalmente denota a abstinncia do lcool,

    mas que aqui, visto que a bebedice expressamente estigmatizada no versculo

    seguinte, provavelmente tem o significado mais amplo e metafrico. Este sentido est

    em harmonia com o uso de Paulo do verbo relacionado nph em 1 Ts 5:6 e 8;cf. 1

    Pe4:7. Os dois adjetivos seguintes, sbrio (Gr. sphrn; talvez tenha a mesma nuana

    que o subs. correlato em 2:9) e modesto, ressaltam traos essenciais no carter e no

    comportamento do superintendente respectivamente, ao passo que o terceiro,

    hospitaleiro, sublinha que na sua capacidade oficial, tem o dever de manter sua casa

    franqueada tanto para os delegados que viajavam de igreja em igreja quanto para os

    membros comuns da congregao que estavam necessitados. Cf. as instrues de Paulo

    aos seus correspondentes (Rm 12:13): compartilhai as necessidades dos santos; praticai a hospitalidade. Este servio mtuo, ao mesmo tempo caridoso e diplomtico, desempenhava um papel importante na vida diria da igreja primitiva, conforme fica

    abundantemente atestado (5:10; Hb 13:2 1 Pe 4:9; 3 Jo 5ss.; 1 Gem. 1:2; Hermes, Mand.

    8:10), e cabia primariamente ao superintendente (Tt 1:8). Outro aspecto importante nas

    funes de um superintendente indicado no pedido de que seja apto para ensinar. Os

    superintendentes provavelmente devam ser identificados com aquele grupo dentro do

    corpo dos presbteros que se afadigam na palavra e no ensino (5:17). Estes deveres esto mais plenamente especificados em Tt 1:9, sendo que consistem em: (a) lealdade

    tradio apostlica, (b) disposio para instruir nela a congregao, e (cj vigilncia em

    confundir os que a pervertem).

    3. O superintendente deve, alm disto, estar vigilante contra ser dado ao

    vinho. Este epteto (Gr. paroinos: somente aqui e em Tt 1:7 no N.T.) enftico; o que

    condenado no beber vinho, mas, sim, a bebedice. A mesma advertncia dirigida aos

    diconos em 3:8, e aos presbteros- superintendentes em Tt 1:7. As pessoas de hoje s

    vezes ficam surpreendidas que Paulo tivesse achado necessrio fazer esta regra, mas o

    perigo deve ter sido real na sociedade desinibida no meio do qual as congregaes de

    feso e de Creta eram colocadas. Lembramos que em Corinto alguns cristos tinham o

    hbito de ficar bbados na Ceia do Senhor (1 Co 11:21). Em semelhante atmosfera, to

    distante da respeitabilidade burguesa de boa parte do cristianismo moderno, era

  • especialmente desejvel para os clrigos manter-se afastados da intemperana e das suas

    consequncias imprprias. Algumas destas talvez sejam sugeridas em no violento.

    Literalmente traduzido, o Grego significa no algum que d murros, e a referncia pode dizer respeito brutalidade freqentemente resultante da embriaguez. Mais

    provavelmente, no entanto, Paulo est fazendo aluso aos duros tratamentos que o

    superintendente impaciente pode ser tentado a administrar a membros irresponsveis ou

    recalcitrantes do seu rebanho. Trs sculos mais tarde, as Constituies Apostlicas

    (VIII.xlw.27) acharam necessrio depor bispos ou outros clrigos culpados de tal

    conduta. A partir destas proibies o Apstolo passa para outras qualidades que, a

    despeito de uma forma superficialmente negativa, realmente so positivas no seu

    contedo. Por cordato (Gr. epieiks) significa a graciosa condescendncia ou

    longanimidade com a qual o pastor cristo deve tratar dos membros sob seus cuidados,

    por mais exasperadores que ocasionalmente possam ser. Cf. Tt 3:2: o subs. correlato

    epieikeia usado em 2 Co 10:2 acerca do prprio JESUS, o modelo de semelhante

    pacincia compreensiva. Longe de exibir o esprito de contendas, deve, conforme

    subentendido, irradiar um esprito de paz e de mtua caridade na congregao.

    Finalmente, deve ser livre do apego ao dinheiro (no avarento) (Gr. aphilarguros: somente aqui em Hb 13:5 no N.T.). Esta exigncia, que tambm feita do presbtero-

    superintendente em Tt 1:7, tem no somente uma aplicao geral, sendo que a

    preocupao indevida pelo dinheiro imprpria para um cristo, mas alm disto contm

    uma aluso funo do episkopos como guardio da bolsa da comunidade e como

    responsvel pela assistncia aos pobres, administrada em seu nome.

    4. Um teste adicional, e crucial, acrescentado: o superintendente deve ser um

    homem que governe bem a sua casa, criando os filhos sob disciplina, com todo

    respeito. tomado por certo que normalmente ser um homem casado, e como tal deve

    vigiar para que a vida do seu lar seja ideal. A ideia ecoada na liturgia de ordenao no

    Livro Comum de Oraes (anglicano), onde se pergunta aos candidatos para o

    ministrio: Sereis diligentes para formular e formar a vs mesmos, e s vossas famlias, de acordo com a doutrina de CRISTO, e fazer de vs mesmos e delas, at ao

    mximo das vossas possibilidades, exemplos e padres sadios para o rebanho de

    CRISTO? Alguns tm entendido as ltimas trs palavras do versculo como aplicando-se aos filhos (cf. Moffatt: . conserve seus filhos submissos e perfeitamente

    respeitosos), mas o substantivo respeito, ou dignidade (Gr. semnots) parece mais apropriado atitude do pai. A lio que deve manter disciplina rigorosa, mas sem

    lutas nem apelos violncia.

    8. Paulo associa os diconos muito estreitamente com o superintendente;

    encontramos precisamente a mesma justa posio em Fp 1:1, bem como em documentos

    do sculo II tais como as cartas de Incio. A implicao deve ser que, embora fossem

    subordinados quanto sua posio, as funes dos diconos abrangiam quase o mesmo

    terreno que as dos episkopoi. O significado primrio no N.T. de diakonein, palavra da

    qual se deriva dicono, servir numa capacidade servil, tal como servir mesa (e.g. Lc 17:8; 22:26- 7; Jo 12:2), e JESUS ensinava que o papel dos Seus discpulos, como o

    dEle mesmo, podia ser apropriadamente comparado com o daquele que serve s

    refeies. Era o termo dicono, ou servo, que Ele empregava para expressar Seu prprio ideal revolucionrio de relacionamentos de mtuo servio que envolve a

    abnegao completa (Mc 10:43-45; Mt 20:26-28). Por uma transio natural, portanto,

    todo tipo de servio na propagao do evangelho descrito no N.T. como sendo uma

    diakonia, ou ministrio. O trabalho realizado por Paulo e Barnab na primeira viagem

    missionria um desses tipos (At 12:25); em especial, a tarefa de coleta esmolas para a

  • congregao de Jerusalm, qual Paulo dava alta prioridade, contava aos seus olhos

    como outro, tambm (Rm 15:31; 2 Co 8:4; etc.). um apstolo um ministro de CRISTO (2 Co 11:23; cf. 4:1; Rm 11:13). Paulo se descreve como ministro da igreja (Cl 1:25), e nesta carta fala de Timteo como sendo ministro de JESUS CRISTO (4:6; cf. 2 Tm 4:5). (Ministro aqui sempre traduz diakonos). A origem de uma ordem especfica de diconos na Igreja tem sido muito discutida, mas permanece envolta em

    obscuridade. A explicao tradicional, viz. que deva ser procurada na nomeao dos

    Sete (em nenhum lugar chegam realmente a ser chamados de diconos) em At 6, quase certamente errada. Estvo e seus companheiros no eram, falando a rigor,

    ministros em qualquer sentido anlogo aos diconos da era apostlica posterior e ps-

    apostlica. Eram representantes ad hoc dos interesses dos helenistas diante dos Doze, e

    so retratados como evangelistas disputando, ensinando, e batizando lado a lado com

    eles. A ascenso dos diconos como uma ordem regular de ministros deve ter tido

    estreita conexo com a dos episkopoi. Se os episkopoi eram os administradores (lit. governos) mencionados em 1 Co 12:28, os diconos devem ter sido os assistentes (lit. socorros) aos quais se refere ao mesmo momento. O papel subordinado e auxiliar deles ressaltado (a) pela ausncia de qualquer sugesto de que eram responsveis pelo

    ensino ou pela hospitalidade, e (b) pelos indcios que seu escrutnio era at mesmo mais

    rigoroso do que o dos superintendentes. Embora seja freqentemente desconsiderada

    como sendo sem colorido e geral, a lista de qualidade exigidas dos diconos realmente

    tem um estreito relacionamento com seus deveres. apropriado, em primeiro lugar, que

    sejam respeitveis (Gr. semnos), adjetivo este que abrange ao mesmo tempo o

    temperamento interior e a postura exterior. O substantivo cognato j foi usado para

    designar uma qualidade essencial em cristos em geral (2:2) e superintendentes em

    particular (3:4). A expresso traduzida de uma s palavra (Gr. me dilogous) tem sido

    entendida no sentido de no difamadores, havendo referncia s oportunidades para diz-que-diz malicioso que os diconos tinham na sua obra pastoral de casa em casa.

    Uma traduo literal, no entanto, daria no com conversa dupla, e assim provvel que o sentido verdadeiro seja no dizendo uma coisa enquanto estiver pensando outra ou (mais provavelmente) no dizendo uma coisa a um homem e outra coisa a outro. A advertncia contra serem inclinados a muito vinho ecoa em termos mais precisos o

    conselho da sobriedade dado em 3 ao superintendente. Assim, tambm, no cobiosos

    de srdida ganncia um paralelo de no avarento no mesmo v. 3, embora o adjetivo

    (Gr. aischrokerds: somente aqui e em Tt 1:7 no N.T.) seja muito mais enftico. Pode

    levar consigo, conforme alguns tm pensado, uma aluso a ocupaes dbias que os

    diconos devem evitar com cuidado, mas Paulo provavelmente esteja pensando mais

    nas tentaes s quais podem ficar expostos em meio s suas responsabilidade no que

    diz respeito s esmolas, assistncia aos pobres, e s finanas da congregao em geral.

    9. Mais importante de tudo, no entanto, os diconos devem ser homens de

    convico crist, conservando o mistrio da f com a conscincia limpa. Acentuam-

    se aqui as ltimas palavras, e Paulo est insistindo no relacionamento ntimo entre a

    crena sadia e uma conscincia livre de mcula e de oprbrio; sem a ltima parte, a

    primeira deve ser estril. Como ocorre to freqentemente nas Pastorais, a f representa

    a f crist considerada como um corpo objetivo de ensino: cf. 4:1, 6; 5:8; 6:10; 2 Tm

    3:8. O significado bsico de mistrio, no judasmo como no cristianismo da era

    apostlica, um segredo divino que agora foi divulgado. Logo, quando Paulo o

    emprega em Cl 1:26-27 (e em Rm 16:25, se for autntico este texto), o que tem em

    mente o plano redentor de DEUS que tem sido conservado oculto desde o princpio,

    mas que finalmente foi manifesto, para aqueles que tm olhos para ver, na vinda de

    CRISTO. Visto que o prprio CRISTO o enfoque do plano divino, o Apstolo pode

  • falar de modo sucinto do mistrio de CRISTO, i., que consiste em CRISTO (Cl 4:3), e que se fosse plenamente exposto, consistiria dos artigos-chaves do querigma ou credo

    cristo. Logo, o mistrio da f equivalente totalidade das verdades ocultas,

    inacessveis razo e divulgadas somente pela revelao divina (cf. 3:16; Ef 3:4).

    Muitos estudiosos, .especialmente os que questionam a autenticidade das cartas, tm

    dvida quanto a esta interpretao. Segundo eles, mistrio nesta passagem perdeu todo

    o sentido caracteristicamente paulino (cf. 1 Co 2:7; 4:1 13:2; 14:2; 15:51), e ou denota o

    que transcende a compreenso comum, ou que se tomou um mero item de jargo

    teolgico pesado. As referncias dadas supra, no entanto, indicam que o abismo entre a

    exegese proposta e o uso normal de Paulo no , de modo algum, to largo quanto estes

    crticos sugerem. Pode ser questionado, tambm (a) se as Pastorais do a entender em

    qualquer lugar que os homens no podem entender o evangelho (E. F. Scott), e (b) se, mesmo na era ps-apostlica, mistrio era usado para conotar simplesmente verdades que ultrapassam o entendimento e que devem ser aceitas com f cega. At mesmo

    Incio, por exemplo, quando fala de trs mistrios a serem clamados em voz alta (Eph. xix. 1), d palavra um sentido rigorosamente em harmonia com o paulino.

    10. Tambm estes, i., os diconos no menos que os superintendentes, sejam

    primeiramente experimentados. Somente se, depois de uma triagem cuidadosa a

    respeito do seu carter, da sua conduta passada, e da sua adequabilidade, se mostrarem

    irrepreensvel, devem ter licena de exercer o diaconato. Alguns tm pensado que esteja

    em mais um perodo de provao ou um exame formal, e qualquer um possvel, bem

    como os dois juntos. De modo geral, no entanto, tendo em vista o paralelismo com 7,

    alguma considerao menos formal dos seus antecedentes parece subentendida; a

    exigncia pelos Doze que os Sete sejam homens de boa reputao (At 6:3) fornece um paralelo. Mesmo assim, a linguagem de Paulo parece indicar que o escrutnio era mais

    severo para diconos do que para superintendentes; e.g. o termo experimentar no

    usado para a escolha destes ltimos.

    11. O versculo seguinte contm um enigma que provavelmente nunca ser

    solucionado de modo satisfatrio a todos. Da mesma sorte, quanto a mulheres.

    concordado de todos os lados que Paulo no pode, numa passagem que se ocupa com

    grupos especiais, estar injetando uma referncia s mulheres da congregao em geral.

    As palavras poderiam, no entanto, significar: Que suas esposas (i., dos diconos) da mesma sorte. . e muitos comentaristas preferem esta interpretao. Mas se for este o

    sentido, (a) deveramos ter esperado o artigo definido antes de mulheres, ou pelo menos

    o pronome no genitivo depois da palavra, ou alguma outra frmula que ressaltasse que

    eram suas esposas; (b) muito estranho que somente as esposas dos diconos sejam selecionadas para meno, visto que as esposas dos superintendentes ocupavam uma

    posio de ainda maior influncia; (cj o advrbio semelhantemente (Da mesma sorte), repetido do v. 8, nos leva a esperar uma nova categoria de oficiais, assim como a lista de

    qualidades paralelas, embora no sejam idnticas, tambm nos leva a esperar. Por estas

    razes, provvel que a traduo diaconisas seja correta. A ausncia do artigo, se influi, um ponto ao seu favor. Mulheres est sendo usado quase adjetivamente diconos que so mulheres, diconos mulheres. J tem sido perguntado por que, se Paulo quis dizer diaconisas, no empregou um termo tcnico separado, mas a resposta

    suficiente que o N.T. no conhece algum. Febe, por exemplo, simplesmente

    chamada dicono (Gr. diakonos) da igreja em Cencria em Rm 16:1. A falta de um termo tcnico para as diaconisas nas Pastorais um indicador pequeno, porm

    relevante, data primitiva destas. A emergncia da ordem das diaconisas na igreja

    primitiva muito obscura, assim como o relacionamento entre aquela e a ordem das

    vivas (ver C. H. Turner, Ministries of Women in the Primitive Church em Catholic

  • and Apostolic, ed, H. N. Bate, 1933). O cargo desenvolveu-se grandemente nos sculos

    III e IV, e descrito em Didascalia (sc. III) e Constituies Apostlicas (segunda

    metade do sc. IV). Em 112, no entanto, Plnio, na sua bem-conhecida carta a Trajano

    (Ep. x.96) menciona algumas diaconisas, e usou o termo tcnico ministrae, e h toda

    razo para supor que oficiantes femininas fossem necessrias para deveres em conexo

    com mulheres (e.g. trabalho pastoral com as doentes e as pobres, assistncia no batismo,

    a transmisso de recados oficiais, etc.) desde o incio. Os indcios contidos em Rm 16:1

    e esta passagem so evidncia de que o caso era assim, e a breve lista de qualidade

    exigidas oferece confirmao adicional. Como seus equivalentes masculinos, devem ser

    respeitveis e temperantes no uso do lcool, e, alm disto, devem resistir a tentao de

    serem maldizentes que suas funes pastorais colocaria no seu caminho.

    A PRIMEIRA EPISTOLA A TIMTEO - J. N. D. Kelly - Novo Testamento - Vida

    Nova - Srie Cultura Crist.

    ESBOO DO CAPTULO 3 -

    Tema: O Apstolo Paulo, Escrevendo a Timteo, Fornece Diretrizes para a

    Administrao da Igreja Diretrizes com Respeito a Instituio dos Ofcios 3.1 -7

    A. Incentivo para ser bispo: o carter glorioso da obra. Diretrizes sobre os requisitos necessrios do bispo.

    3.8-13 B. Diretrizes sobre os requisitos necessrios dos diconos e das mulheres

    que os assistem. Incentivos para a execuo fiel da tarefa dos diconos e das mulheres

    que os assistem: a gloriosa recompensa deles.

    3.14-16 C. Razes para comunicar essas diretrizes na forma escrita: 1. Embora eu espere v-lo logo, receio que me demore.

    2. No obstante, o assunto no permite delonga, porque ele tem a ver com a casa de

    DEUS, a igreja, o corpo de CRISTO, cuja Cabea JESUS CRISTO. Hino de adorao

    a CRISTO.

    3.1 Confivel a afirmao: se algum aspira ao ofcio de bispo, o mesmo deseja uma

    obra nobre. 2 Portanto, o bispo deve ser irrepreensvel, esposo de uma s mulher,

    temperado, sensato, virtuoso, hospitaleiro, apto para ensinar; 3 no [algum que

    demora] junto do [seu] vinho, no dado a violncia, mas cordial, no contencioso, no

    amante do dinheiro, 4 que administre bem sua prpria casa, com genuna dignidade,

    mantendo seus filhos em submisso 5 (pois se algum no sabe como administrar sua

    prpria casa, como tomar sobre si o cuidado da igreja de DEUS?), 6 no recm-

    convertido, para que no se deixe cegar pelo engano e caia na condenao do diabo. 7

    Deve tambm desfrutar do testemunho favorvel dos de fora, para que no caia em

    descrdito e no lao do diabo.

    O culto publico geralmente precede a instituio dos ofcios. Dai, no surpreende que

    Paulo, havendo tratado do primeiro, agora prossiga ministrando diretrizes acerca do

    ltimo. No presente capitulo, ele mostra que os presbteros, os diconos e as mulheres

    que prestam servio auxiliar devem ser espiritual e moralmente aptos para a realizao

    de suas tarefas na igreja de JESUS CRISTO, Aquele que se manifestou na carne... recebido na glria. 3.1-7

    1. Consequentemente, o apstolo comea, escrevendo: Confivel - afirma: se algum

    aspira ao ofcio de bispo, deseja uma obra nobre. Esta a segunda das cinco confisses fiis ou provrbios correntes dignos de confiana, mximas sbias. Quanto a seu carter geral, s vezes se afirma que a

    afirmao no s carece de significado ou valor, mas tambm ainda prejudicial,

    incentivando aspiraes pecaminosas a um ofcio. Essa opinio, porm, resulta do fato

  • de ser a afirmao lida luz de situaes posteriores. Alguns intrpretes raciocinam

    assim: decididamente errneo que algum estenda a mo (note o verbo opeyo) a fim de tomar posse do sagrado ofcio. Tal ambio pecaminosa e merece condenao. O

    ofcio deve sair em busca do homem, e no o homem ir aps o ofcio. Portanto, muito

    estranho que Paulo expresse uma palavra de elogio a esse esforo pecaminoso. Em oposio a isso, porm, merecem nfase estes dois pontos:

    a. Embora seja verdade que se acha implcito na afirmao um elogio dirigido ao

    aspirante, ele no expresso numa forma definida. O apstolo simplesmente diz: Se algum aspira. O que se descreve definidamente como excelente ou nobre (boa obra) o ofcio, e no esforo.

    b. Embora seja verdade que se acha implcito um elogio ao aspirante, deve-se ter em

    mente que na histria dos primeiros dias da igreja o desejo de servir como bispo

    significava sacrifcio. Com muita frequncia grassava perseguio, do lado dos judeus,

    do lado dos gentios ou, como ocorria amide, de ambos os lados. Os falsos mestres

    faziam de tudo para minar o fundamento da verdade. De fato, em tempos tais e em meio

    a tais circunstncias, no estavam totalmente fora de lugar palavras de incentivo para o

    episcopado e de elogio implcito a quem se mostrasse disposto a servir nesse alto ofcio.

    E o ofcio em si era certamente uma obra nobre. E ainda , porm no como foi nas primeiras dcadas. Ao falar Paulo do ofcio de bispo (etuaKoiTri - ijc), ele esta

    pensando na tarefa divinamente autorizada dos ancios, como j se indicou (e ainda se

    indicara, ver tambm 1.5-7). Esses bispos ou ancios constituam um presbitrio ou

    junta de presbteros ou ancios. Com respeito a idade ou dignidade, seus membros eram

    chamados presbteros ou ancios, como em Israel. Com respeito a natureza de sua

    tarefa, eram chamados supervisores ou superintendentes. O modo como esses homens,

    em geral, se conduziam no sagrado ofcio, e sua disposio em suportar inumerveis

    dificuldades pela causa de CRISTO, justificavam o provrbio popular: Se algum aspira a ser bispo, deseja uma tarefa nobre. Que ningum faca pouco do bispo! Que ningum o despreze por ele no possuir todos os dons especiais. Ele nutre o desejo de

    dar seu tempo e suas energias, e ainda se dispe a sacrificar seu descanso fsico e sua

    segurana pessoal em prol da nobre tarefa de apascentar a igreja do Senhor, a qual ele comprou com seu prprio sangue (At 20.28). Que o carter glorioso da obra seja um incentivo para todos os que esto considerando a possibilidade de ser bispos, para que

    possam desejar essa funo com ansiedade! Mas, justamente por ser a tarefa to nobre e

    a obra to imensa, certos requisitos so estipulados. Para que tais requisitos sejam vistos

    na forma em que o apstolo os agrupa, os seguintes versculos so impressos na forma

    em que, tudo o indica, foram intencionalmente classificados:

    2. O bispo deve ser irrepreensvel, esposo de uma s esposa, temperado, sensato,

    virtuoso, hospitaleiro, apto para ensinar, 3. No [algum que demora] junto do

    [seu] vinho,no violento, mas amvel, no contencioso, no amante do dinheiro, 4.

    que administre bem sua prpria casa, com verdadeira dignidade, mantendo seus

    filhos sob submisso; 5. (pois se algum no sabe administrar sua prpria casa,

    como tomar sobre si o cuidado da igreja de DEUS?) 6. no recm-convertido,

    para que no se deixe cegar pela presuno e caia na condenao do diabo. 7. Deve

    tambm desfrutar do testemunho favorvel dos de fora, para que no caia em

    descrdito e no lao do diabo. Torna-se imediatamente claro que, em conformidade com o ensino inspirado de Paulo, o

    candidato ao episcopado deve desfrutar do testemunho favorvel de dois grupos:

    (a) os de dentro, ou seja, os membros da igreja; e

    (b) os de fora, ou seja, os que no so da igreja.

  • Como era de se esperar, a nfase recai sobre o primeiro, a reputao que o homem

    desfruta entre os membros da igreja. Os diversos aspectos que pertencem a primeira

    classificao se dividem em dois grupos de sete cada um. No obstante, o primeiro de

    todos, irrepreensvel, pode ser considerado uma espcie de cabealho ou titulo para todos os pontos de ambos os grupos dessa primeira classificao. A segunda

    classificao se resume na forma um pouco semelhante, porm sem uma lista detalhada

    de requisitos. Comeando com a primeira categoria, no que diz respeito a sua posio

    ou reputao diante dos membros da igreja, o bispo dever ser irrepreensvel (ou estar acima de censura). Note que o primeiro grupo de sete caractersticas positivo (exceto o prprio cabealho: sem - ou acima de - censura ou inatacvel). O segundo grupo , em

    sua maioria, negativo. Cinco vezes lemos no. Assim, ao todo h oito (6 + 2) requisitos

    expressos positivamente, seis (1+ 5 ) expressos negativamente. No deve escapar a

    nossa ateno que o primeiro e o ltimo dos oito requisitos positivos esclarecem a

    relao da pessoa com sua famlia. Essa relao novamente enfatizada em conexo

    com os diconos. Paulo (e o ESPRITO SANTO falando por seu intermdio) certamente

    considerava de grande relevncia essa relao familiar. No primeiro grupo de sete

    requisitos, a subdiviso a seguinte: sob o tpico irrepreensvel encontramos primeiro um grupo de quatro requisitos que se relacionam com a atitude do homem para

    com a moral crist em geral: ele deve ser conjugalmente puro, sbrio, equilibrado,

    virtuoso. Em seguida, dois requisitos que descrevem a atitude do homem para com (e

    influncia sobre) as pessoas que esto em alguma relao definida com a igreja. Como

    ele trata as visitas de outras igrejas, etc.? E hospitaleiro? Que influncia para o bem ele

    exerce sobre os que necessitam de diretriz ou instruo? apto para ensinar? No

    segundo grupo de sete requisitos vemos o homem em sua vida cotidiana, solidarizando-

    se com seus semelhantes no trabalho e em todo lugar. O item no [algum que demora] junto do [seu] vinho facilmente se mescla com o seguinte, a saber, no violento, porque a bebedice amide conduz a violncia. Em oposio a isso est o requisito

    positivo, amvel . Paralelamente est no contencioso. A pessoa contenciosa geralmente egosta, por isso e amante do dinheiro. De fato, a pergunta esta: possvel que tal candidato se responsabilize pelas finanas da igreja? (Note que aqui, como no final do primeiro grupo de requisitos, a ateno se fixa uma vez mais na

    relao do homem com a igreja.). Alm do mais, ele pode cuidar de seus negcios?

    Como administra ele sua famlia? Isto suficiente para provar se ele pode tomar sobre

    si o cuidado dos negcios da igreja! E, por fim, pode-se esperar, logicamente, que ele

    granjeie o respeito de seus membros, tanto dos experientes quanto dos recm-

    convertidos? Neste caso, porm, ele tem de ser um homem com alguma experincia no

    viver cristo, no deve ser um nefito. Portanto, vemos que os itens na lista no foram

    alinhados a esmo. Seguem um aps outro num arranjo lgico e natural. Agora faremos

    umas poucas observaes com referncia a cada um dos quinze (7+7+1) requisitos. O

    primeiro grupo de sete o seguinte: O bispo deve ser:

    1. irrepreensvel na estima dos membros da igreja Ver tambm 1 Timteo 5.7 e 6.14. A palavra usada no original significa literalmente no tirar proveito de, dai irrepreensvel ou inexpugnvel. Os inimigos podem suscitar todo gnero de acusaes,

    mas as mesmas so tidas como falsas ao se empregarem mtodos justos de investigao.

    Em relao a igreja e em conformidade com as normas da justia, esse homem no s

    desfruta de boa reputao, mas de fato a merece. Exemplo de um homem

    irrepreensvel: Simeo Havia em Jerusalm um homem chamado Simeo, que era justo e piedoso, e que esperava a consolao de Israel; e o ESPRITO SANTO estava

    sobre ele (Lc 2.25). Cf. Jo 1.8. Os detalhes com respeito a pessoa que irrepreensvel so estes:

  • 2. Na relao conjugal, esposo de uma s esposa Ver tambm 1 Timteo 5.9 (esposa de um s esposo). Isso no pode significar que um bispo ou ancio deva ser um homem casado. Antes, presume-se ser ele casado - como era comumente o caso -, e

    estipula-se que em sua relao conjugal deve ser exemplo para os demais na fidelidade

    para com sua esposa. A infidelidade nessa relao um pecado contra o qual a Escritura

    reiteradamente nos adverte. luz de muitas passagens, evidente que esse pecado e os

    relacionados com ele (imoralidade sexual em qualquer forma) eram de ocorrncia

    frequente entre os judeus e, por certo, entre os gentios (entre muitos outros: Ex 20.14;

    Lv 18.20; 20.10; Dt 5.18; 22.23; 2Sm 12; Is 51; Pv 2.17; Pv 7; Jr 23.10, 14; 29.23; Os

    1.2; 2.2; 3.1; Mt 5.28; Jo 8.3; Rm 1.27; 7.3; I Co 5.1, 9; 6.9-11; 7.2; Gl 5.19. Ver

    tambm C.N.T. sobre I Ts 4.3-8). E no nos esqueamos do que Paulo fala nessa mesma

    epstola (ver sobre I Tm 1.10). Consequentemente, o sentido desta passagem (I Tm 3.2)

    simplesmente este: que um bispo ou ancio deve ser um homem de moralidade

    inquestionvel, que seja inteiramente fiel e leal a sua nica e exclusiva esposa; que,

    sendo casado, no se pe, segundo o costume dos pagos, em relao imoral com outra

    mulher. Considerando isso, injustificvel a tentativa de alguns mudarem o sentido do

    original - fazendo-o dizer o que no diz. Em harmonia com o ponto de vista de alguns

    pais da igreja (por exemplo, Tertuliano e Crisstomo), e em concordncia com as

    explicaes favorecidas por outros (por exemplo, Jernimo e Orgenes), esses tradutores

    e comentaristas so da opinio de que Paulo, aqui, est se referindo a homens que,

    vindo a ser vivos, tornam a casar-se. A traduo (?), pois, vem a ser esta: O bispo deve ser um homem que se tenha casado uma nica vez.6' possvel entender como homens que rejeitam ou abafam a infalibilidade da Escritura - os quais,

    consequentemente, j no se sentem mais obrigados a aceitar as indubitavelmente

    verdadeiras palavras Paulo... a Timteo (I Tm 1.1, 2) - podem tambm dar um passo a frente, supondo que as Pastorais refletem condies que prevaleciam depois da partida

    de Paulo deste mundo, num tempo quando muitos comearam a exaltar o celibato e o

    estado de virgindade acima do matrimnio, e introduzir no texto sua reconstruo

    particular da formao dessas cartas, de modo que pensem do autor das Pastorais como

    um homem que considerava o matrimnio e um segundo casamento como pecaminoso

    ou algo desse gnero. No possvel justificar uma tentativa de fazer um texto dizer o

    que realmente no diz no original. O original simplesmente diz: Ele deve ser... esposo de uma s esposa (oei - |iiac ywcuKOc auopa). O autor genuno das Pastorais, ou seja, Paulo, no se opunha ao casamento depois da morte de um dos cnjuges (ver

    especialmente I Tm 5.14; e ento 4.3; cf. Rm 7.2, 3; I Co 7.9), ainda que, sob certas

    circunstncias especificas, ele considerava ser mais prudente continuar no estado de

    solteiro do que de casado (I Co 7.26, 38). Podemos estar certos de que Paulo estava em

    completa harmonia com o autor de Hebreus, quando diz: O casamento deve ser honrado por todos (Hb 13.4). Exemplo de um homem que fornece toda evidncia de ter sido fiel a sua nica e exclusiva esposa, e da bela harmonia entre ambos, inclusive em

    assuntos religiosos: quila Quando Priscila e quila o ouviram, convidaram-no para ir a sua casa e lhe explicaram com mais exatido o caminho de DEUS (At 18.26). 3. No modo de vida (gostos e hbitos), temperado Ver tambm 1 Timteo 3.11; Tito 2.2. Para o verbo relacionado, ver C.N.T. sobre I Ts 5.6, 8 e ver sobre 2 Tm 4.5.

    Outras tradues possveis do adjetivo seria sbrio (contudo, no no sentido de sombrio,

    triste), circunspecto. Tal pessoa vive uma vida profunda. Seus prazeres no so

    primariamente os dos sentidos, como, por exemplo, os prazeres dos bomios, mas os da

    alma. Ele dominado pelo fervor espiritual e moral. No dado aos excessos (no uso

    do vinho, etc.), mas moderado, equilibrado, calmo, prudente, firme e sadio. Isto

    pertence a seus gostos e hbitos fsicos, morais e mentais. Exemplo de uma pessoa

  • equilibrada, sbria, prudente, temperada: Lucas Eu mesmo investiguei tudo cuidadosamente, desde o comeo... (Lc 1.3). Mesmo os que no podem ser contados entre os crentes as vezes no so de todo desprovidos de virtude; note o escrivo em

    feso, o qual apaziguou a ira da multido (At 19.35).

    4. Na maneira de julgar e de agir sobre esses juzos, sensato. Ver tambm Tito 1.8; 2.2, 5; e ver sobre 1 Timteo 2.9, 15 para o substantivo correlato. Quem tem

    domnio prprio ou sensato a pessoa de mente sadia. discreto, racional; dai, no se

    deixa dominar por impulsos repentinos sobre os quais no exerce controle, nem est de

    modo algum disposto a aceitar os disparates que estavam disseminando os seguidores

    do erro em feso (ver sobre I Tm 1.3, 4, 6, 7). A pessoa sensata est sempre disposta e

    desejosa de aprender. Exemplo de um individuo racional: Apolo Ainda que fosse um

    orador dotado, poderoso nas Escrituras e instrudo no caminho do Senhor, mesmo assim

    se disps a ser instrudo por Priscila e quila, a fim de aprender o caminho de DEUS

    mais acuradamente (At 18.26, supracitado sob o item 2).

    5. Na moral, em geral, virtuoso Ver tambm 1 Timteo 2.9. O bispo deve ser um homem de excelncia moral interior e de uma conduta externa bem ordenada. Eis um epteto de honra. Ver M.M., p. 356. O adjetivo naturalmente tem um matiz de

    significado ligeiramente diferente quando se aplica ao mesmo carter que se aplica a

    roupa e a aparncia externa (como em 1 Tm 2.9). O sentido bsico do substantivo

    relacionado ordem. Ver C.N.T. sobre Joo, Vol. I, nota 26. Exemplo de uma pessoa

    virtuosa, pessoa essa de fora moral: Rute Todos... sabem que essa uma mulher virtuosa (uma mulher de valor, LXX: cf. fora, Rt 3.11). Mais: Jo (Jo 1.8); Zacarias e Isabel (Lc 1.5, 6); Simeo (Lc 2.25); Ana (Lc 2.37).

    6. Quanto a hospitalidade, hospitaleiro Ver tambm Tito 1.8; em seguida, Romanos 12.13; Hebreus 13.2; 1 Pedro 4.9. Uma pessoa hospitaleira literalmente

    amiga dos forasteiros. Ele compartilha de suas necessidades. Podemos bem imaginar quo profundamente apreciada foi esta hospitalidade num tempo em que virtualmente

    no existia um sistema organizado de bem-estar social em alta escala; quando as vivas

    e rfos dependiam da bondade de parentes e amigos; quando grassavam ferozes

    perseguies com seus encarceramentos; quando a pobreza e a fome eram muito mais

    evidentes que o que agora se v nos pases do ocidente; quando as mensagens de uma

    setor da cristandade tinham de ser entregues por mos de um mensageiro pessoal, que

    para isso era preciso longas viagens; e quando ter alojamento com incrdulos era menos

    que desejvel. Dai, se a hospitalidade era um requisito para todo crente segundo sua

    capacidade e oportunidade de oferec-la, era um requisito indispensvel para o bispo.

    Exemplo: Onesforo Onesforo... muitas vezes me confortou, e no se envergonhou de minhas cadeias (2 Tm 1.16). Ver tambm Gnesis 18.1-8; 1 Reis 17.8- 16; 1 Reis 18.13; 2 Reis 4.8; Hebreus 13.2.

    7. Quanto a capacidade pedaggica, apto para ensinar Ver tambm 1 Timteo 5.17; 2 Timteo 2.2; 2.24; 3.14; em seguida, 1 Corntios 12.29. Todo bispo ou ancio

    deveria possuir este dom em alguma medida. Alm do mais, ningum ser apto para

    ensinar (oiokktlkoc) se o mesmo no for instrudo (OLOaKtoc). Havendo sido instrudo

    por testemunhas fiis, ele comunica a outros essa instruo, os quais, por sua vez, ensinam a outros. Ainda, porm, que todos os bispos devam ter essa capacidade em

    certa medida, de modo que possam aconselhar aos que buscam seu conselho, alguns tm

    recebido talentos maiores ou diferentes do que outros. Dai, mesmo nos dias de Paulo, o

    trabalho dos ancios estava dividido, de modo que, embora todos tomassem parte no

    governo da igreja, a alguns era confiada a responsabilidade de trabalhar na palavra e no

    ensino (l Tm5.17). Consequentemente, manifestou-se a distino entre os bispos que

    atualmente so geralmente denominados ministros e os que simplesmente so

  • denominados presbteros. Exemplo: Esdras e seus auxiliares Ele [Esdras] era escriba versado na Lei de Moiss... Esdras, sacerdote e escriba, e os levitas que ensinavam todo

    o povo, lhe disseram: Este dia consagrado ao Senhor, vosso DEUS (Ed 7.6; Ne 9.8). Ver tambm Atos 6.10.

    E agora, o segundo grupo de sete requisitos. O bispo deve tambm ser irrepreensvel

    nos seguintes aspectos. Deve ser:

    (1) No [algum que demora] junto do [seu] vinho Ver tambm 1 Timteo 3.8; Tito 1.7, e ver ainda comentrio sobre 1 Timteo 5.23. (O original traz o acusativo de

    uapoLvoc.) Com respeito a beber vinho, a Escritura evita os extremos. O mesmo autor

    inspirado que aconselha Timteo a usar um pouco de vinho por causa do estmago e

    suas frequentes enfermidades (I Tm 5.23), tambm declara francamente que aquele que

    no pratica a temperana no tem direito a um lugar no presbitrio. Um bebedor de

    vinho, uma pessoa dominada pela bebida, ou um brio, no pode ser um bom bispo.

    Exemplo de pessoas culpadas do pecado aqui condenado: Alguns que participavam da

    Ceia em Corinto Um est com fome, e outro se embriaga (I Co 11.21). Cf. ISm 25.36: Nabal. Ver tambm Gnesis 9.20-27.

    (2) No violento Ver tambm Tito 1.7. Literalmente, Paulo diz: no um espancador. Ele est pensando num homem que est sempre com seus punhos preparados para espancar, uma pessoa belicosa, irascvel ou brigona. Pense nos

    lenhadores de outrora que literalmente usavam uma lasca de madeira em seus ombros a

    guisa de desafio para lutar com quem quer que se atrevesse a tir-la com um golpe,

    donde procede a expresso: Ele leva uma lasca em seus ombros. Do uso imoderado do vinho ao desejo de travar combate com algum h apenas um passo curto. Da estas

    duas vo uma aps a outra na lista das qualidades expressas negativamente. Disse

    Sneca: O vinho acende a ira (Vinum incendit iram). E a mesma relao se v em Provrbios 23.29, 30. Assim os exemplos so: Os homens contra quem o autor de

    Provrbios pronuncia sua advertncia Para quem so os ais? Para quem, os pesares? Para quem, as rixas? Para quem, as queixas? Para quem, as feridas sem cura? E para

    quem, os olhos vermelhos? Para os que se demoram a beber vinho, para os que andam buscando bebida misturada (Pv 23.29, 30). Ver tambm Gnesis 4.23: Lameque; Gnesis 49.5, 6: Simo e Levi.

    (3) amvel Ver tambm Tito 3.2; em seguida, Filipenses 4.5; Tiago 3.17; 1 Pedro 2.18. A pessoa aqui indicada diametralmente o oposto da irascvel. Embora nunca

    comprometa a verdade do evangelho, ela se dispe a ceder quando se trata de seus

    prprios direitos, no esprito de 1 Corntios 6.7: Por que no sofrer antes o agravo? A traduo consentir ou ceder - que tambm corresponde a ideia bsica do termo usado no original - expressa em parte o significado. No obstante, e duvidoso encontrar

    uma expresso num s termo que seja plenamente equivalente ao original. As

    qualidades de condescendncia, equidade, gentil racionalidade, brandura, disposio de

    ajudar e generosidade so mais bem combinadas nessa pessoa conciliatria,

    considerada, amvel, que corts. Salvo pelo que est registrado em Atos 15.39, algum

    que se aproxima desse ideal Barnab Jos, um levita de Chipre a quem os apstolos deram o nome de Barnab (que significa filho da consolao), vendeu um campo que

    possua, trouxe o dinheiro e o colocou aos ps dos apstolos. ...Ento Barnab o tomou

    e o levou aos apstolos... Ele era um homem bom, cheio do ESPRITO SANTO e de f (At 4.36, 37; 9.27; 11.24). Outros exemplos: Abrao como descrito em Gnesis 13.8, 9;

    Isaque (Gn 22; 26.12-22); Jos (Gn 50.15-21); Moiss (Nm 12.3); Jnatas (ISm 18.1);

    Timteo.

    (4) no contencioso Veja tambm Tito 3.2. Note que amvel est interposto entre no violento e no contencioso, isto pelo fato de que est em contraste com ambos.

  • O requisito no contencioso, literalmente avesso a briga, e ainda mais profundo do que no violento. Uma pessoa pode no estar disposta a esmurrar, mas pode ser boa em disputas orais, como sem dvida o eram os seguidores do erro em feso (ver I Tm

    1.4), e lhe faltaria, portanto, uma das caractersticas indispensveis ao bispo. Alm dos

    falsos mestres de feso, que certamente eram pessoas contenciosas, pensemos tambm

    em: Os Contenciosos de Corinto Com isso quero dizer que cada um de vocs afirma: Eu sou de Paulo; e eu, de Apolo; e eu, de Cefas; e eu, de CRISTO (I Co 1.12). (5) no amante do dinheiro Ver tambm 1 Timteo 3.8 e Tito 1.8. O bispo no s deve ser um homem que esteja longe da atitude de Judas (Jo 12.6), tudo fazendo para

    enriquecer-se por meios desonestos (o pecado indicado em I Tm 3.8 e Tito 1.8), mas

    deve tambm estar longe de ter como meta principal a aquisio de tesouros terrenos,

    mesmo quando os meios empregados sejam honrados. possvel que Paulo estivesse

    pensando antes de tudo em alguns homens de feso, onde Timteo estava exercendo

    seu ministrio (I Tm 6.9, 10). Alm disso, algum pode pensar em: O Rico Insensato

    Insensato, esta mesma noite sua vida lhe ser exigida. Ento, quem ficar com o que voc preparou? (Lc 12.20). Pense tambm no homem rico da parbola O Rico e Lzaro (Lc 16.19-31).

    (6) administrando bem sua prpria casa Ver tambm 1 Timteo 3.12; 5.17; em seguida, Romanos 12.8; 1 Tessalonicenses 5.12. O bispo, presumindo-se que seja um

    homem casado e pai de filhos, deve ser dotado com a habilidade de supervisionar,

    presidir, administrar. Paulo raciocina do menor para o maior, neste duplo sentido:

    a. Se um homem no pode presidir ou administrar, como poder tomar sobre si (ou seja,

    em seu corao) o cuidado de algo? A segunda atividade indica uma considerao

    vigilante que e ainda mais solicita e incessante que a primeira.

    b. Se um homem no pode desincumbir-se de sua responsabilidade com respeito a sua

    prpria famlia, como poder fazer isso com respeito a famlia de DEUS, ou seja, a

    igreja (congregao local), a famlia que tem DEUS como seu Pai? Ora, essa capacidade

    de administrar ou governar bem sua prpria famlia se faz evidente quando o pai

    mantm sua prole em submisso (ver sobre 1 Tm 2.11). A assim chamada ideia

    progressiva de permitir que a criana faa o que bem lhe agrade no tem apoio algum na Bblia. Mas, ainda que se deva exercer autoridade, isso deve ser feito com real dignidade, ou seja, deve ser feito de maneira tal que a firmeza do pai torne aconselhvel que o filho obedea, que sua sabedoria faa com que o filho descubra que

    natural obedecer, e que seu amor leve o filho a sentir que obedecer se converte em

    prazer. Imagine quo ideal teria sido que essa vida familiar de outrora, que nos anos

    posteriores floresceu na relao descrita em Atos 21.9: Filipe, o evangelista Ele tinha quatro filhas virgens, que profetizavam. E ver a fascinante vida familiar retratada no Salmo 128.3. Cf. Gnesis 18.19; Salmo 78.3, 4; 105.8-10; Lucas 2.51; Atos 2.39; 16.14,

    15; 16.33.

    (7) no recm-convertido. No obstante, um membro da congregao podia possuir todas as caractersticas mencionadas anteriormente, e ainda no estar qualificado para

    servir como bispo. Talvez fosse um principiante, algum que fosse recentemente

    convertido, fosse idoso ou jovem. No tinha maturidade e no desfrutava ainda do

    prestgio que se requeria de um bispo. Era um novato. Literalmente, o apstolo diz:

    no um nefito (acusativo de recm-plantado\ dai, planta nova: Jo 14.9; Sl 128.3; 144.12; Is 5.7). A igreja o campo de DEUS (I Co 3.9). Os crentes so suas plantas (I

    Co 3.6). Com uma leve mudana de metfora, Paulo tambm diz que haviam se tornado

    uma-planta-com-CRISTO (Rm 6.5). Cf. C.N.T. sobre Joo 15.1-8. A eleio de um nefito poderia trazer resultados desastrosos para ele mesmo e, portanto, para a igreja.

    Por isso que no se deve eleger um nefito, para que no fosse obscurecido (ou:

  • cegado) pela presuno. O verbo significa literalmente envolto em fumaa; neste caso, a fumaa da arrogncia. Ver 1 Timteo 6.4; 2 Timteo 3.4. O resultado seria: e caia na condenao (Kpi|ia) do diabo. Isso indubitavelmente significa: a condenao pronunciada sobre o diabo. Cf. 2 Timteo 2.26. Lemos acerca dessa sentena de condenao em 2 Pedro 2.4. O orgulho sempre conduz a queda. A fim de evit-la, a

    igreja no deve eleger um principiante como bispo. Em harmonia com essa norma, em

    sua primeira viagem missionria Paulo no designou ancios em toda a igreja, seno

    quando as visitou pela segunda vez (At 14.23). Note tambm que o prprio Timteo no

    foi ordenado imediatamente depois de sua converso. Havendo sido conduzido a

    CRISTO na primeira viagem missionria de Paulo, no foi ordenado seno depois (na

    segunda viagem missionria, pelo menos). A regra: Sempre que possvel, no devem ser eleitos nefitos para o episcopado na igreja, se porventura for levado tambm em conta o caso de Jos, chamado Barsabs, e Matias Portanto, necessrio que escolhamos um dos homens que estiveram conosco durante o tempo que o Senhor

    JESUS viveu entre ns... preciso que um deles seja conosco testemunha de sua

    ressurreio (At 1.21, 22). De fato, Paulo mesmo, depois de sua converso em 33/ 34 d. C., esteve na Arbia e passou trs anos estudando antes de fazer uma obra eficaz em

    Tarso e Antioquia, e no foi comissionado para ir em sua primeira viagem missionria

    enquanto no se passaram dez anos depois de sua converso! Ver meu livro Bible

    Survey, Grand Rapids, MI, quarta impresso, 1953, p p .189-195.

    Havendo terminado a lista de requisitos que tem que ver com o conceito em que um

    irmo tido pelos demais membros da igreja, o apstolo procede agora a indicar a

    opinio dos de fora (os que no pertencem a igreja) com respeito a ele: (1) Irrepreensvel no conceito dos de fora. Tambm deve desfrutar do testemunho favorvel dos de fora. Mesmo em relao a eles, o candidato a bispo, bem como o bispo que j se encontra no exerccio da funo, deve ter uma boa reputao. A

    necessidade de somar esta qualidade vem do fato de que com frequncia os de fora conhecem melhor o homem em questo do que os prprios membros da igreja. Por

    exemplo, amide ocorre que a maioria ou todos os que so relacionados a ele, em suas

    ocupaes dirias, so incrdulos. Seu juzo de alguma importncia. Alm disso, a

    igreja se esfora em exercer sobre o mundo uma poderosa influncia para o bem,

    levando os pecadores a CRISTO. A m reputao de um bispo, aos olhos do mundo,

    no de ajuda alguma na consecuo desse propsito. Ora, um fato que a opinio

    frequentemente adversa, por parte do mundo, em relao ao cristo, motivada pelo

    dio que nutrem por isto (Rm 15.3; Hb 13.12, 13). O que Paulo, porm, esta pensando

    no acerca desse conceito leviano. O que ele tem em mente que, para que seja um

    bispo eficaz, o irmo deve ser conhecido at mesmo pelas pessoas do mundo com quem

    est (ou esteve) em contato, como um homem de carter, um homem contra quem no

    possvel levantar nenhuma acusao justa de infmia moral. Deve ser possvel dizer em

    referncia a ele: Ele se conduz corretamente para com os de fora (ver C.N.T. sobre I Ts 4.12. Cf. Cl 4.5). Uma pessoa que no desfrute desse testemunho favorvel, e que

    no obstante eleita para exercer o ofcio de bispo na igreja pode facilmente cair no descrdito. Aqui, porm, por exceo, a acusao do mundo no crdito para o membro da igreja. Ele agora no uma honra, como no caso de outras passagens onde a

    mesma palavra acusao usada (Rm 15.3; Hb 10.33; 11.26; 13.13). Podemos imaginar como, na manh seguinte eleio dessa pessoa sem mrito para o ofcio, os

    homens que trabalham com ela a saudariam com zombeteira exclamao: verdade o que acabamos de ouvir? Realmente fizeram de voc um presbtero... voc! E o diabo se regozijara. Alm do mais, tal pessoa pode facilmente tornar-se muito ousada, pensando:

    Se com esta conduta posso me sair bem, e ainda ser eleito bispo, posso me sair bem em

  • tudo. Deste modo cair no lao do diabo, ou seja, na armadilha do diabo, dai em seu poder. Ver especialmente 2 Timteo 2.26; em seguida, 1 Timteo 6.9; finalmente,

    Lucas 21.35; Romanos 11.9; e para um sinnimo, ver C.N.T. sobre Joo 6.61. Ter uma

    boa reputao ainda para com os de fora da igreja, sob as condies mais favorveis,

    deve ser considerado uma beno. Exemplo: Cornlio Ele um homem justo e temente a DEUS, respeitado por todo o povo judeu (At 10.22).

    8 Os diconos, igualmente, [devem ser] honrados, sem ambiguidade, no dados a

    muito vinho, no cobiosos de lucro escuso, 9 conservando o mistrio de nossa F

    com uma conscincia pura. 10 E que tambm sejam antes provados; ento

    exeram a funo, se so irrepreensveis. 11 As mulheres, semelhantemente,

    [devem ser] honradas, no caluniadoras, temperantes, em todas as questes dignas

    de confiana. 12 Que o dicono seja esposo de uma esposa, governando bem a seus

    filhos e a sua prpria casa. 13 Porque os que tem servido bem adquirem para si

    uma posio nobre e grande confiana na F [centrada] em CRISTO JESUS. (1

    Tm 3.8-12.). Note bem que os requisitos das mulheres que prestam servios auxiliares se encontram

    entre os requisitos dos diconos. Embora o Novo Testamento contenha apenas umas

    poucas referncias especificas aos diconos (alm de nossa presente passagem, tambm

    Fp 1.1 e naturalmente At 6.1-6,65 onde no obstante o termo dicono no ocorre), isso no significa que a obra do dicono era considerada de um valor inferior. Era e

    uma tarefa gloriosa. Tem por base a amorosa preocupao de CRISTO por seu povo.

    To prxima de seu corao est esse tema que considera o que quer que seja feito ao

    menor de seus irmos, como se houvera sido feito a si mesmo (Mt 25.31-46). luz de

    Atos 6 aprendemos que os diconos foram eleitos porque os presbteros no tinham

    tempo e energia para tomar sobre si o encargo dos pobres e necessitados, alm da

    realizao de sua outra obra: governar a igreja, pregar a Palavra, administrar os

    sacramentos, guiar a congregao na orao, etc. Consequentemente os diconos foram

    eleitos para servir as mesas. Sua tarefa especifica e recolher as ofertas do povo de DEUS traz como sinal de gratido ao Senhor, distribuir esses donativos no esprito

    adequado a todos os que esto necessitados, para prevenir a pobreza onde quer que seja

    possvel faz-lo, e por meio de suas oraes e palavras baseadas nas Escrituras consolar

    e animar os angustiados. Ora, com o fim de levar a bom termo tarefa to digna, eles,

    assim como os presbteros, devem ser homens cheios de F e do ESPRITO SANTO

    (At 6.5).

    Consequentemente, os diconos igualmente [devem ser]: (1) honrados Ver tambm Tito 2.2; cf. Filipenses 4.8. Ver 1 Timteo 2.2; Tito 2.7.

    Isto se refere no s ao decoro necessrio ou a decncia de atitude e conduta, mas

    tambm ao fato de seus pensamentos e atitudes interiores revelarem que so homens de

    honradez e respeitabilidade operadas pelo ESPRITO SANTO. Homem de tal seriedade

    mental foi Estevo homem cheio de F e do ESPRITO SANTO (At 6.5). Alm do mais, quando tal homem ministra bom humor, ele cr no que est fazendo. Por isso,

    (2) sem ambiguidade Ele no diz uma coisa a uma pessoa e algo diferente, a

    outra. Ele no fala de ambos os cantos de sua boca. No diz uma coisa e sabe outra, como: Geazi (2Rs 5.19-27), ou Sambal e Gesen (Ne 6.2), ou Ananias e Safira E ela disse: Sim, por tanto (At 5.8). (3) No dados a muito vinho Cf. no [algum que demora] junto do [seu] vinho, no versculo 3. O dicono qualificado e moderado em seu uso do vinho, se porventura

    quiser beber algum. Ele no um Nabal e ele, j muito embriagado (1 Sm 25.36).

  • (4) No cobiosos de lucro escuso Cf. Tito 1.7; 1 Pedro 5.2; tambm no amante do dinheiro, no versculo 3. Entretanto, aqui no versculo 8, a nfase ligeiramente diferente. Um homem que amante do dinheiro no necessariamente algum que faz

    desfalque. No versculo 8, porm, o que Paulo tem em mente aquele que faz desfalque

    ou larpio e o homem que abraa uma boa causa por amor de alguma vantagem

    material. o homem de esprito mercenrio que se entrega totalmente a busca de

    riquezas, ansioso por aumentar suas possesses sem importar os mtodos, sejam justos

    ou esprios. Pense em Judas Ele no falou isso por se interessar pelos pobres, mas porque era ladro; como portador da bolsa de dinheiro, costumava tirar o que nela era

    colocado (Jo 12.6). E cf. Simo, o mgico (At 8.9-24). (5) Mantendo o mistrio de nossa F com uma conscincia pura. Um bom dicono,

    portanto, atento ao dever por amor a CRISTO. consciente. Fosse ele destitudo de

    honra, de carter ambguo, dado ao vinho e cobioso de lucro escuso, ento no seria o

    tipo de homem que, com conscincia purificada pelo ESPRITO SANTO (ver

    comentrio sobre I Tm 1.5), conserva o mistrio de nossa F (literalmente, da). difcil crer que a expresso o mistrio de nossa F, aqui em 1 Timteo 3.9, signifique algo diferente de o mistrio de nossa religio, no versculo 16. Ver comentrio sobre esse versculo. Por amor a CRISTO, o dicono apto vigia a si mesmo escrupulosamente,

    fazendo tudo a seu alcance para permanecer na mais intima unio possvel com ele, ou

    seja, com o mais sublime dos mistrios divinamente revelados, a saber: DEUS manifestado na carne para a salvao, em termos iguais, de judeus e gentios. A caracterstica aqui exposta encontra uma bela ilustrao em Jos que, por amor a DEUS,

    permaneceu na vereda da justia. como, pois, cometeria eu tamanha maldade e pecaria contra DEUS? (Gn 39.9). (6) E que sejam antes de tudo provados; ento, que exeram o ofcio, sendo

    irrepreensveis Cf. 1 Timteo 3.6. O que se diz aos bispos vale tambm para os

    diconos. No deve ser eleito nenhum nefito. Devem servir somente homens provados

    (ver comentrio sobre v. 13) nessa capacidade. Isso no significa que o futuro dicono

    deva antes de tudo viver um perodo de prova, mas, antes, mediante uma vida

    consagrada, deve ele dar testemunho de seu carter. Deve estar em condies de

    sustentar a prova tendo os olhos de toda a igreja (e dos de fora!) focalizados nele. Se

    passar no teste com xito, ento irrepreensvel (literalmente, sem ser chamado a prestar contas, um sinnimo prximo de irrepreensvel no versculo 2). Este mtodo de selecionar os diconos certamente est bem distante do que s vezes sugerido, a

    saber: Quem sabe se o fizermos dicono ele no pra de criticar! Ponhamo-Io na lista de candidatos ao diaconato. Se for eleito, talvez possamos transform-lo. Os Sete Homens de Boa Reputao que vieram a ser os primeiros diconos da igreja primitiva

    fornecem um excelente exemplo da maneira em que os diconos devem ser escolhidos.

    Irmos, escolham entre vocs sete homens de bom testemunho, cheios do ESPRITO e de sabedoria (At 6.3). A seo com respeito aos diconos interrompida por uma passagem que apresenta os requisitos no caso das mulheres. A sintaxe mostra

    claramente que essas mulheres no so as esposas dos diconos, nem todas as mulheres adultas da igreja: o bispo deve ser... Igualmente os diconos [devem ser]... Semelhantemente as mulheres [devem ser]... Um e o mesmo verbo coordena os trs: bispo, diconos e mulheres. Dai, essas mulheres so aqui vistas como a prestar servio

    especial na igreja, como fazem os presbteros e os diconos. Elas formam um grupo

    especifico, no so as esposas dos diconos, nem todas as mulheres que pertencem a

    igreja. Em contrapartida, o fato de que no se use um pargrafo especial, a parte, para

    analisar as qualidades necessrias, mas que so introduzidas na esfera dos requisitos

    estabelecidos para os diconos, indica com igual clareza que no se deve considerar que

  • essas mulheres constituam um terceiro ofcio na igreja, o ofcio das diaconisas, num

    plano de igualdade e dotadas com autoridade igual a dos diconos. verdade que desde

    os tempos mais remotos, em justificao da teoria do ofcio de diaconisa, apelo tem sido

    feito a passagens como a que agora estamos analisando (I Tm 3.11); 1 Timteo 5.9 e

    Romanos 16.1. Veja 1 Timteo 5.9. Quanto a Romanos 16.1, no h razes plausveis

    para provar que a palavra usada no original no tenha seu sentido mais comum, servo

    (corretamente traduzido na A.V. e no texto da A.R.V.), ou assistente, algum que

    ministra com amor (ver C.N.T. sobre Joo, Vol. I); nesse caso, a causa do evangelho.

    Nada pode desconsiderar que, conforme as Escrituras, e particularmente segundo as

    epstolas de Paulo, as mulheres realizam ministrios importantssimos na igreja.

    Tambm verdade que o alcance e valor do servio que podem prestar nem sempre tem

    sido reconhecido ou plenamente apreciado. Ver comentrio sobre 1 Timteo 5.9. Mas

    contrrio ao esprito das observaes de Paulo acerca da mulher e seu lugar na igreja

    (ver comentrio sobre I Tm 2.11, 12;ecf. I Co 11.1-16; 14.34, 35), contrrio tambm

    ao significado do modo em que o apstolo aqui em l Timteo 3.11 inclui num parntese

    os requisitos para as mulheres que auxiliam, considerar a tarefa delas como um terceiro

    ofcio que deve ser coordenado com o dos bispos e diconos. A explicao mais simples

    do modo como Paulo, sem haver ainda terminado a exposio dos requisitos para o

    ofcio de dicono, interpe umas poucas observaes sobre as mulheres, e que ele

    considera essas mulheres como assistentes dos diconos, socorrendo os pobres e

    necessitados, etc. Essas so mulheres que prestam um servio auxiliar, desenvolvendo

    ministrios para os quais as mulheres se acham melhor adaptadas. Veja 1 Timteo 5.9.

    Umas poucas palavras simples indicam as qualidades que lhes so necessrias. Diz

    Paulo:

    Semelhantemente, as mulheres [devem ser] honradas, no caluniadoras,

    temperantes, em tudo dignas de confiana. Para verdadeiramente respeitveis ou

    honradas, ver versculos 4 e 8. Para temperantes ou sbrias, ver sobre o versculo 2. Tambm o requisito de em tudo dignas de confiana, ou plena confiabilidade tanto vale para as mulheres quanto para os presbteros e diconos (implcito para os ltimos

    dos grupos nos vv. 6 e 10). Portanto, aqui no se faz necessrio detalhar novamente

    estas trs virtudes.

    Tambm se pode entender facilmente porque Paulo enfatiza que as mulheres percorrem

    a igreja realizando ministrios de misericrdia no devem ser caluniadoras. E como se

    ele dissesse: No queremos traficantes de escndalos, por favor! Os que caluniam imitam o maligno, cujo prprio nome diabolos, ou seja, caluniador. Extensa a lista

    de mulheres verdadeiramente respeitveis, temperantes, dignas de confiana,

    mencionadas nas Escrituras. Entre elas esto, em maior ou menor grau, as duas Dboras

    (Gn 35.8; Jz 4.4); Joquebede (Hb 11.23), Noemi e Rute (Rt 1.15-18), Ana (1 Sm 1.15,

    16; 1.22-2.10), a me de Icabode (ISm 4.21), Abigail (contrastada com seu esposo

    intemperante, ISm 25.3, 15, 36), a viva de Sarepta (l Rs 17), a mulher sunamita (2Rs

    4.8), Hulda (2Rs 22. i'4), a rainha Ester (livro de Ester), Isabel (Lc 1.5, 6), Maria me de

    JESUS (Lc 1.46-55; 2.19; At 1.14), Ana (Lc 2.36, 37), Maria e Marta (Lc 10.38-42; Jo

    11. 12.1 -8), as mulheres que seguiram JESUS e o serviram, tais como Salome, tia de

    JESUS, Maria, esposa de Cleofas, Maria Madalena, Joana (Lc 23.55; 24.1, 10; Jo

    19.25), Dorcas (At 9.36-43), Lidia (At 16.14, 15, 40), Priscila (At 18.26), Febe (Rm

    16.1), Trifosa e Trifena (Rm 16.12) e, finalmente, mas no menos que as demais, Loide

    e Eunice (2 Tm 1.5). A despeito das debilidades que a Bblia no oculta, os nomes de

    Sara (Gn 12.5, e note seu nome na lista dos heris da F, Hb 11.11, 12), Rebeca (Gn 24)

    e Raquel (Gn 29) - e tambm Lia (Gn 29.35) - deveriam ser adicionados a essa lista.

    Como era grande o contraste entre essas mulheres e algumas das conhecidas por

  • Timteo (2 Tm 3.6, 7)! Em contraste com essa longa lista de mulheres nobres, a

    Escritura menciona mulheres perversas e caluniadoras, como a esposa de Potifar (Gn

    39.7-33) e Jezabel (l Rs 21.5-10). O que Paulo quer dizer, ento, : Timteo, cuide que as assistentes dos diconos sejam escolhidas com cuidado. Elas devem ser Rutes e

    Ldias, no mulheres tolas e nem do tipo que lembrem Jezabel. A enumerao dos requisitos para os diconos continua e conclui:

    (7) Que o dicono seja esposo de uma s esposa, e que administre bem seus filhos e

    sua prpria casa. Ver comentrio sobre 1 Timteo 3.2, 4.13. O apstolo prossegue

    mostrando como sabe que os diconos devem ser tudo isso. Ele est profundamente

    convencido disso, e no apenas por uma questo de revelao divina direta, mas

    tambm pela manifesta recompensa especial por meio da qual agrada a DEUS coroar os

    esforos dos diconos. O sentido das palavras que imediatamente se seguem : Eu sei que isso verdadeiro, porque os que tem servido bem adquirem para si uma nobre

    posio e grande confiana na F [centrada] em CRISTO JESUS. Isto ao mesmo tempo um incentivo para os diconos, de modo que possam trabalhar fielmente. No

    antibiblico falar de tais incentivos. E antibiblico no reconhec-los (Mt 19.29; 2 Tm 4.7,

    8; Hb 12.2; Ap 2.7, 10, 17, 26-29; 3.5, 5, 12, 13, 21, 22, etc.). Esperar uma recompensa

    de modo algum pecaminoso, sempre que algum tem planos de usar essa recompensa

    para a glria de DEUS e para um servio ainda maior (se e possvel) em seu reino.

    plenamente correto e natural considerar a recompensa que aqui se promete como

    pertencente aos diconos e a seus auxiliares. O apstolo esteve falando deles, e de

    ningum mais, nos versculos 8-12. Alm do mais, a conexo muito estreita, havendo-

    a introduzido com a palavra porque. Portanto, no aceitvel dizer que Paulo ainda est pensando nos bispos, dos quais se fala no versculo 1, e que os inclui na

    recompensa prometida aqui. Por certo que esses bispos tambm recebem um incentivo,

    a saber: o incentivo baseado no glorioso carter de sua tarefa (ver v. 1). Podemos ainda

    avanar mais e admitir que a beno contida no versculo 13 realmente ser desfrutada

    pelos presbteros, como tambm o ser pelos diconos e suas assistentes. E

    provavelmente devemos aceitar como correta a posio de que o primeiro verbo usado

    no original aqui no versculo 13 (cf. v. 10) no deve traduzir-se tem servido [bem] como diconos, mas simplesmente tem servido [bem]. Mas ainda que todas as coisas pudessem ser admitidas sem reserva, segue sendo

    verdadeiro que nessa passagem o apstolo, com toda probabilidade, est falando das

    pessoas mencionadas no contexto imediatamente precedente (vv. 8-12). No versculo 1

    assinalou-se o incentivo aos presbteros: sua tarefa gloriosa. O versculo 13 ento

    acrescenta o incentivo aos diconos: sua recompensa rica. Que ningum se deixe

    desviar pelo fato de que a tarefa dos diconos servir, e no governar (como a dos

    presbteros) e comece a pensar levianamente sobre eles e seu ofcio. Tenha-se em mente

    que aqueles diconos que tem servido bem adquirem para si uma nobre posio. A

    igreja ter deles um alto conceito, porque executaram suas tarefas de uma maneira

    digna. (De passagem, digamos que a palavra traduzida por posio tem como sentido

    bsico um degrau, como de uma escada. Posto que essa escada com seus degraus podia

    ser usada para medir a sombra do sol, ver 2 Reis 20.9-11 na LXX, o significado degrau

    - cf. os graus no relgio de sol - no estranho. Daqui se chega facilmente ao sentido figurado: grau, hierarquia, posio.) Alm do mais, a prpria conscincia do fato de que,

    com o auxilio de DEUS, ele fez o melhor que pode, de modo que no e castigado pela

    angustia da conscincia, dar ao dicono grande confiana. Ele no reter, mas dir tudo

    (se deriva de nocc, tudo, e pf|aic, dizer, falar). Esta confiana tem referncia a F

    (sentido subjetivo aqui) centrada em CRISTO JESUS. a respeito dele que o dicono

    livre e alegremente testificar.

  • 14 Estou escrevendo-lhe essas coisas, embora eu espere ir v-lo em breve, mas [as

    escrevo] a fim de que, se eu tardar, voc saiba como conduzir-se na casa de DEUS, que

    e a igreja do DEUS vivo, [a] coluna e fundamento da verdade. 16 E, reconhecidamente,

    grande o mistrio da [nossa] devoo: Que foi manifestado na carne, Vindicado pelo

    ESPRITO, Visto por anjos, Proclamado entre [as] naes, Crido em e pelo mundo,

    Recebido na glria.

    Questionrio da Lio 4 - Pastores e Diconos -

    3 trimestre de 2015 - A Igreja E O Seu Testemunho - As Ordenanas De CRISTO

    Nas Cartas Pastorais

    Comentarista da CPAD: Pr. Elinaldo Renovato de Lima Complementos, ilustraes, questionrios e vdeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva

    Complete os espaos vazios e marque com"V" as respostas Verdadeiras e com"F"

    as Falsas, conforme a revista da CPAD.

    RESPOSTAS DO QUESTIONRIO

    EM http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm

    Referncias Bibliogrficas (outras esto acima) Bblia de estudo - Aplicao Pessoal.

    Bblia de Estudo Almeida. Revista e Atualizada. Barueri, SP: Sociedade Bblica do

    Brasil, 2006.

    Bblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e Grego. Texto bblico Almeida Revista e

    Corrigida.

    Bblia de Estudo Pentecostal. Traduzida em portugus por Joo Ferreira de Almeida,

    com referncias e algumas variantes. Revista e Corrigida, Edio de 1995, Flrida-

    EUA: CPAD, 1999.

    BBLIA ILUMINA EM CD - BBLIA de Estudo NVI EM CD - BBLIA Thompson

    EM CD.

    CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP -

    Bblia de Estudos Pentecostal.

    VDEOS da EBD na TV, DE LIO INCLUSIVE -

    http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm

    www.ebdweb.com.br

    www.escoladominical.net

    www.gospelbook.net

    www.portalebd.org.br/

    http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/alianca.htm

    A PRIMEIRA EPISTOLA A TIMTEO - J. N. D. Kelly - Novo Testamento - Vida

    Nova - Srie Cultura Crist.

    William Hendriksen, 1 Timteo, 2 Timteo e Tito, So Paulo: Cultura Crist, 2001,

    p. 191-6 (Comentrio do Novo Testamento)

    Fonte: http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao4-ist-3tr15-pastores-e-

    diaconos.htm Acesso em 22 jul. 2015.