3_legislacao organizacao profissional 2010

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SADFG

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  • LEGISLAO EORGANIZAOPROFISSIONAL

    Rio de Janeiro2010

    14a edio

  • proibida a duplicao ou reproduo deste volume, ou de partes dele,sob quaisquer formas ou meios, sem permisso expressa da Escola.

    REALIZAO

    Escola Nacional de Seguros FUNENSEGSUPERVISO E COORDENAO METODOLGICA

    Diretoria de Ensino e ProdutosASSESSORIA TCNICA

    Mauricio Carlos Borges Pereira 2010

    Gumercindo Rocha Filho 2009/2008CAPA

    Gerncia de MercadoDIAGRAMAO

    Info Action Editorao Eletrnica

    Ficha catalogrfica elaborada pela Biblioteca da FUNENSEG.

    E73l Escola Nacional de Seguros. Diretoria de Ensino e Produtos.Legislao e organizao profissional/Superviso e coordenao metodolgica da Diretoria de

    Ensino e Produtos; assessoria tcnica de Mauricio Carlos Borges Pereira. 14. ed. Rio de Janeiro:FUNENSEG, 2010.

    160 p.; 28 cm

    O material contou com a colaborao de Gumercindo Rocha Filho em 2009.

    1. Seguro Leis, decretos. 2. Corretor de seguros Profisso Leis, decretos. I. Pereira, MauricioCarlos Borges. II. Ttulo.

    09-0885 CDU 368(094)(81)(072)

  • aseada nos princpios que a regem desde sua criao, em 1971, a Escola Nacional deSeguros promove diversas iniciativas no mbito educacional, que contribuem para um mercadode seguros, previdncia complementar, capitalizao e resseguro cada vez mais qualificado.

    Essa a filosofia presente em nossas aes, que compreendem a elaborao de cursos, exames,pesquisas, publicaes e eventos, e que confirmam nossa condio de principal provedora de serviosvoltados educao continuada dos profissionais dessa indstria.

    Em um mercado globalizado, mudanas de paradigmas so constantes e, para seguir esse movimento,o investimento em treinamento e atualizao apontado por especialistas como essencial.

    A Escola Nacional de Seguros, que nasceu de uma proposta do prprio mercado, est sua disposiopara compartilhar todo nosso conhecimento e experincia, bens intangveis e inestimveis, que oacompanharo em sua jornada.

    Todo o acervo de conhecimentos e maturidade na formao de profissionais e gestores de alto nvel sereflete na qualidade do material didtico elaborado pela equipe da Escola. Formada por especialistasem seguros com slida trajetria acadmica, o saber disponvel em nosso material didtico umgrande aliado para o voo profissional de cada um de ns.

    B

  • LEGISLAO E ORGANIZAO PROFISSIONAL4

  • Sum

    rio

    SUMRIO 5

    1 O SISTEMA NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS, 7As Principais Normas Jurdicas de Seguros, 7O Seguro como Fato Econmico e Social, 8O Sistema Nacional de Seguros Privados SNSP, 10

    A Formao do Sistema Nacional de Seguros Privados, 10A Competncia dos rgos: do SNSP e do CRSNSP, 12

    Compete ao CNSP Conselho Nacional de Seguros Privados, 12Compete SUSEP Superintendncia de Seguros Privados, 17Compete ao CRSNSP Conselho de Recursos do Sistema Nacional de Seguros Privados,de Previdncia Privada Aberta e de Capitalizao, 21

    As Operaes de Seguros Privados, 23Os Seguros Obrigatrios, 27A Abertura do Resseguro Lei Complementar 126, de 15/01/2007, 28

    Da Quebra do Monoplio do IRB-Resseguros do Brasil S.A., 28Das Normas Regulamentadoras do Resseguro e o Corretor de Resseguro (Pessoa Jurdica), 31

    Fixando Conceitos, 33

    2 CORRETOR DE SEGUROS, 35O Sistema Sindical e o Corretor de Seguros, 35

    Vantagens da Associao Sindical, 39Funes das Entidades Sindicais, 40

    As Entidades Sindicais Representativas dos Corretores de Seguros, 41A Confederao Nacional do Comrcio de Bens, Servios e Turismo CNC, 41Federao Nacional dos Corretores de Seguros Privados, de Resseguros, de Capitalizao, de

    Previdncia Privada e das Empresas Corretoras de Seguros e Resseguros FENACOR, 42Os Sindicatos de Corretores de Seguros nos Estados e no Distrito Federal (SINCORs), 43

    A Lei Regulamentadora Lei 4.594/64, 45O Corretor de Seguros: Papel e Funo, 46Requisitos para o Exerccio Profissional, 49

    O Corretor de Seguros Pessoa Fsica, 49

  • LEGISLAO E ORGANIZAO PROFISSIONAL6

    Requisitos para Habilitao Tcnico-Profissional, 54O Corretor de Seguros Pessoa Jurdica (Sociedade Corretora de Seguros), 55

    O Corretor de Seguros Pessoa Fsica ou Pessoa Jurdica?, 56A Limitao Territorial para a Atuao do Corretor de Seguros, 57Os Prepostos do Corretor, 58Direitos e Deveres do Corretor, 59

    Deveres Bsicos do Corretor, 59Direito Comisso de Corretagem, 61O Corretor de Seguros e a Corretagem Prevista no Cdigo Civil Direitos e Deveres, 62Dever de Registro das Propostas e de Demonstrao SUSEP, 63Dever de Repasse do Prmio Recebido, 64Restries Profissionais, 66Formas de Contratao e Aceitao das Propostas, 68Sanes Administrativas para Corretores de Seguros e seus Prepostos, 70

    Registro dos Corretores de Seguros na SUSEP, 72Requisitos para o Exerccio Profissional, 73

    Os Corretores de Capitalizao e os Corretores de Seguros de Vida, Capitalizao ePrevidncia, 73Normas Especficas, 75Sanes Administrativas para Corretores de Seguros de Vida, Capitalizao e Previdncia Privada, 76Sanes Administrativas para o Corretores e Sociedades Corretoras de Seguros e de Resseguros, 78

    As Responsabilidades do Corretor de Seguros, 81A Responsabilidade do Corretor de Seguros e o Cdigo de Defesa do Consumidor CDC, 84A Responsabilidade Penal e o Cdigo Penal, 86A Responsabilidade Administrativa ou Profissional, 87A Responsabilidade do Corretor de Seguros e a SUSEP (Legislao de Lavagem de Dinheiro), 88

    A Responsabilidade dos Corretores de Seguros em Face da Circular SUSEP 380, de 2008, 91Conselho de Controle de Atividades Financeiras COAF, 92

    Do Cadastro, 93Das Operaes Suspeitas, 94Da Comunicao das Operaes Suspeitas, 95Da Comunicao Feita de Boa-F, 96Da Responsabilidade Administrativa, 96Das Penalidades, 96

    Sociedades Cooperativas de Corretores de Seguros, 97A Nova Estrutura Sindical da FENASEG, 98Fixando Conceitos, 99

    TESTANDO CONHECIMENTOS, 103

    ANEXOS, 113Anexo 1 Lei Complementar 126, de 15 de janeiro de 2007, 115Anexo 2 Decreto-lei 73, de 21 de novembro de 1966, 125Anexo 3 Lei 4.594, de 29 de dezembro de 1964, 139Anexo 4 Circular SUSEP 380, de 29 de dezembro de 2008, 145Anexo 5 Outras Legislaes Importantes, 155

    GABARITO, 157

    REFERNCIA BIBLIOGRFICA, 159

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    UNIDADE 1 7

    O SISTEMA NACIONAL DESEGUROS PRIVADOS

    As Principais Normas Jurdicas de Seguros

    Aatividade de seguros definida e regulada por um conjunto de textos legais leis, decretos-leisdecretos, resolues e circulares que contemplam a insero da atividade do segurono Sistema Financeiro Nacional, inclusive os procedimentos operacionais do setor.A legislao apresentada a seguir tem pontos de referncia bsica para aqueles que se preparam paraatuar no setor de seguros, Capitalizao, Previdncia Privada Complementar e resseguros, destacandoaspectos da legislao e organizao profissional de maior relevncia para o corretor de seguros.

    Constituio da Repblica Federativa do Brasil (CRFB)1 a Constituio daRepblica Federativa do Brasil, de 1988, reconhece a importncia da atividadede seguros no cenrio financeiro do pas, consagrando a insero dessa atividade noSistema Financeiro Nacional (art. 192).

    Lei 4.594, de 29/12/1964 (com alteraes posteriores)2 regula a profisso decorretor de seguros.

    Decreto 56.900, de 23/09/19653 disciplina a corretagem de seguros.

    Decreto 56.903, de 24/09/1965 regulamenta a profisso do corretor de Segurosde Vida e de Capitalizao.

    1

    1 Lei maior do pas, a qual estabelece os direitos e garantias individuais, a estrutura poltica, legislativa e judiciria etc. Na escalade hierarquia das leis, a principal lei de um pas, qual todas as demais devem (em tese) submisso.2 Lei ou Lei Ordinria so atos normativos primrios, os quais contm normas gerais de natureza abstrata.3 Decreto uma ordem originada de uma autoridade superior ou rgo, visando ao cumprimento de uma resoluo.

  • LEGISLAO E ORGANIZAO PROFISSIONAL8

    Decreto-lei 73, de 21/11/19664 cria o Sistema Nacional de Seguros Privados,define seus objetivos e estabelece as competncias de seus integrantes.

    Decreto-lei 261, de 28/02/1967 institui e regulamenta o Sistema Nacional deCapitalizao.

    Decreto 60.459, de 13/03/1967 regulamenta o Decreto-lei 73, de 1966.

    Lei 8.078, de 11/09/1990 Cdigo de Defesa do Consumidor.

    Lei Complementar 109, de 29/05/20015 dispe sobre o Regime de PrevidnciaComplementar.

    Lei 10.406, de 10/01/2002 o Cdigo Civil, de 2002) contm disposies sobre acorretagem e seguros.

    Lei Complementar 126, de 15/01/2007 dispe sobre a poltica de resseguro,retrocesso e sua intermediao, as operaes de cosseguro, as contrataes deseguro no exterior e as operaes em moeda estrangeira do setor securitrio; alterao Decreto-lei 73, de 21 de novembro de 1966, e a Lei 8.031, de 12 de abril de 1990, oqual criou o Programa Nacional de Desestatizao6.

    O Seguro como Fato Econmico e SocialA evoluo do contrato de seguro eseu desenvolvimento no mundo modernoe no Brasil sero vistos em outrasdisciplinas, principalmente em TeoriaGeral do Seguro, destacando-se oselementos bsicos da atividade deseguros, no que concerne relao entreas partes contratantes (segurado esociedade seguradora).

    4 Decreto-lei um decreto com fora de lei, proveniente do Poder Executivo. Na verdade, a competncia para a elaborao de leis do Poder Legislativo. Em algumas ocasies muito especficas, dada ao Poder Executivo essa atribuio. Antes da ConstituioFederal de 1988, denominava-se Decreto-lei; aps a promulgao da Constituio de 1988, essa espcie normativa no maisexiste, tendo sido substituda pela Medida Provisria, a qual trouxe diversas inovaes.5 Lei Complementar a espcie de lei que objetiva complementar algum dispositivo da Constituio.6

    Ato ou efeito de desestatizar, fazer passar (empresa estatal) para a iniciativa privada. (Dicionrio Digital Aulete)

    Contrato de seguro aquele pelo qual uma das partes seobriga para com a outra, mediante o pagamento de umprmio, a indeniz-la do prejuzo resultante de riscosfuturos, previstos no contrato.O Cdigo Civil, no seu art. 757, define o contrato de seguro:

    Pelo contrato de seguro, o segurador se obriga,mediante o pagamento do prmio, a garantirinteresse legtimo do segurado, relativo a pessoaou coisa, contra riscos predeterminados.

  • UNIDADE 1 9

    Risco evento incerto ou de data incerta que independe davontade das partes contratantes e contra o qual feito oseguro. comum a palavra ser usada, tambm, parasignificar coisa ou pessoa sujeita ao risco.

    No estudo das normas do seguro, na qualidade de atividade comercial, outro aspecto fundamental sobressai:o da constituio de reservas patrimoniais para garantia das obrigaes assumidas.

    Dessa forma, considerando a atividade do seguro no apenas sob a tica de cada contrato individual, noqual a seguradora assume o risco de outra pessoa com recebimento da devida remunerao, mas simdo conjunto dos contratos realizados eobrigaes assumidas, exigindo dessassociedades a constituiodas reservas, chega-se concluso deque a atividade das sociedades de segurosrepresenta uma forma de captao depoupana popular.

    A importncia da atividade securitria evidente, inclusive, quando observamos o tratamento que lhe direcionado no concernente aos procedimentos de cessao das operaes das sociedadesseguradoras. Enquanto as demais empresas sofrem procedimentos falimentares, a liquidao deseguradoras regida por legislao diversa (Decreto-lei 73/66).

    Com isso, h muito deixou o seguro de ser pensado apenas no plano de uma relao individual para passara ser tratado como integrante do Sistema Financeiro Nacional SFN, merecendo, por via deconsequncia, tratamento adequado a evitar perdas ao mercado ou economia nacional.

    Por se tratar de atividade envolta porgrandes peculiaridades, cujo objetivoprincipal a garantia, quando daocorrncia de sinistro, do statu quo dosegurado, bvio que receba o especialprotecionismo de regras jurdicasespecificamente elaboradas para o seu controle e segurana.

    No bastasse isso, alm desse denso amparo legal, as operaes em seguros possuem naturezaeconmico-financeira, cujo controle se remete, no topo da pirmide hierrquica, ao Ministrio daFazenda. Diante desse fato, demonstra-se a especialidade dessas operaes, as quais so geridas porum dos mais importantes ministrios do Poder Executivo, por meio de delegao de atribuies aoutros organismos.

    Em todo o mundo, a legislao especializada preocupa-se, tambm, com a participao das seguradorasna economia, no fugindo o Brasil a essa regra.

    Statu quo reduo da expresso latina [in] statu quo [ante],que significa, literalmente, no mesmo estado em que seencontrava antes. (Fonte: http://198.106.73.59/04/04_statuquo.htm)

  • LEGISLAO E ORGANIZAO PROFISSIONAL10

    O Sistema Nacional de Seguros Privados SNSPO Sistema Nacional de Seguros Privados um sistema organizado, criado por lei, o qual abarcaalgumas entidades absolutamente relacionadas atividade securitria, cujos objetivos so aorganizao das operaes de seguros e a respectiva fiscalizao, por meio de formulao de polticasde seguros privados.

    Criado pelo Decreto-lei 73/1966, o Sistema Nacional de Seguros permite ao Governo Federal ingerir naatividade securitria, por meio de rgos delegados. Com essa ingerncia, haja vista a naturezaeconmico-financeira dessa atividade, o Governo poder dispor de mecanismos controladores quepromovam a lisura das respectivas operaes ou ento que esteja pronto para reagir a qualquer afrontaque se faa presente. As seguradoras detm os investimentos dos segurados como lastro a repor opatrimnio daqueles que sofrem sinistros, razo pela qual tais operaes devam sofrer extremo controlegovernamental em detrimento, se necessrio, da prpria liberdade contratual entre as partes.

    A Formao do Sistema Nacional de Seguros Privados

    Analisemos o disposto nos artigos 7o e 8o, do Decreto-lei 73/1966.

    Art. 7o. Compete privativamente ao Governo Federal formular a poltica de segurosprivados, legislar sobre suas normas gerais e fiscalizar as operaes no mercadonacional; (Redao dada pelo Decreto-lei 296, de 1967)

    Comentrio 1

    O presente dispositivo deixa expresso que nenhuma outra autoridade poder formulara poltica de seguros privados, seno o Governo Federal. Com isso, o Poder Executivochama para si a responsabilidade em gerir as operaes securitrias, haja vista a suaimportncia para o Sistema Financeiro Nacional. Dessa forma, apesar de o CdigoCivil apregoar a regra da liberdade contratual entre as partes, esta somente poderser colocada em prtica obedecida s determinaes governamentais. No carecereafirmar que a figura do decreto-lei no mais existe no ordenamento jurdico brasileiro,tendo sido substituda pela medida provisria, com requisitos de aprovao muitomais severos7.

    7 Nota do autor: inclusive, ao contrrio do que ocorria com o Decreto-lei, com a Medida Provisria no mais existe a figura dodecurso de prazo, pela qual bastava o Decreto-lei no ser votado pelo Poder Legislativo num determinado prazo, para seraprovado definitivamente.

  • UNIDADE 1 11

    Art. 8o. Fica institudo o Sistema Nacional de Seguros Privados, regulado pelo presenteDecreto-lei e constitudo:

    Comentrio 2

    Com esse artigo, o Legislador institui peremptoriamente o Sistema Nacional de SegurosPrivados, ou seja, cria um sistema formado por rgos e entidades diretamenterelacionadas atividade securitria, atuando em harmonia, mas com formao fundadana hierarquia.

    a) do Conselho Nacional de Seguros Privados CNSP;b) da Superintendncia de Seguros Privados SUSEP;c) do Instituto de Resseguros ao Brasil IRB; (Revogado)c) dos resseguradores; (Redao dada pela Lei Complementar 126, de 2007)

    Comentrio 3

    Observe que antes da entrada em vigor da Lei Complementar 126/2007, quando aindahavia o monoplio do IRB sobre o resseguro, este fazia parte diretamente do SistemaNacional de Seguros. Com a quebra do referido monoplio, os resseguradores, emgeral, passaram a fazer parte do referido Sistema.

    d) das Sociedades autorizadas a operar em seguros privados;e) dos corretores habilitados.

    Conforme j estudado:

    devem ser ressaltadas tambm a importncia do Conselho de Recursos doSistema Nacional de Seguros Privados, Previdncia e Capitalizao(CRSNSP), criado pelo Decreto 2.824/1998, cuja alterao fora concretizada peloDecreto 5.546/2005 e da Agncia Nacional de Sade (ANS)8, criada pela Lei9.961/2000, a qual possui o poder de fiscalizar as operadoras das seguradoras eoperadoras de sade. (PEREIRA, 2008, p.148)8.

    Devido sua natureza, principalmente como rgo recursal, apesar de no fazer parte do SNSP, o Conselhode Recursos do Sistema Nacional de Seguros Privados, Previdncia e Capitalizao (CRSNSP) de extrema importncia para o Sistema Nacional de Seguros Privados.

    Deve ser tambm esclarecido que apesar de no haver meno expressa no Decreto-lei 73/1966 sobre aincluso no SNSP das sociedades de capitalizao e entidades abertas de PrevidnciaComplementar, pela natureza de ambas, entende-se que estejam compreendidas no Sistema Nacionalde Seguros Privados.

    8 Nota do autor: A ANS no faz parte do Sistema Nacional de Seguros Privados.

  • LEGISLAO E ORGANIZAO PROFISSIONAL12

    A Competncia dos rgos: do SNSP e do CRSNSPCompete ao CNSP Conselho Nacional de Seguros Privados

    Trata-se de rgo colegiado de cpula das operaes securitrias no pas. Criado em 1966, sua principalatribuio era fixar as diretrizes e normas da poltica nacional dos Seguros Privados e de Capitalizao.Em 1977, no que diz respeito s entidades abertas, passou a controlar a Previdncia Privada.

    Sua criao e atribuies esto no artigo 32 do Decreto-lei 73/1966:

    Do Conselho Nacional de Seguros Privados

    Art 32. criado o Conselho Nacional de Seguros Privados CNSP, ao qual competeprivativamente: (Artigo retificado pelo DL 296/67).

    Comentrio 4

    O caput do artigo 32 estabelece a criao do Conselho Nacional de Seguros Privados,estabelecendo nos incisos seguintes as suas atribuies, que lhe so privativas.

    I Fixar as diretrizes e normas da poltica de seguros privados;

    Comentrio 5

    Neste inciso, fica absolutamente claro que o CNSP o rgo responsvel no somentepela fixao de normas da poltica de seguros privados no pas, mas tambm por suasdiretrizes; o Conselho, baseado na poltica econmica estabelecida pelo Ministrio daFazenda, delimitar a poltica de seguros. Como a atividade de seguros influencia esofre influncias da poltica econmica, necessrio que procure estar em perfeitaharmonia com esta.

    II Regular a constituio, organizao, funcionamento e fiscalizao dos queexercerem atividades subordinadas a este Decreto-lei, bem como a aplicao daspenalidades previstas;III Estipular ndices e demais condies tcnicas sobre tarifas, investimentos eoutras relaes patrimoniais a serem observadas pelas sociedades seguradoras;

    Comentrio 6

    Trata-se de mais uma atribuio relacionada poltica econmica do pas, objetivandoevitar que as seguradoras exeram tarifas fora da realidade econmica ou, ento,possam extrapolar o poder que exercero nas operaes que iro conceber. O CNSP rgo controlador dos respectivos ndices.

  • UNIDADE 1 13

    IV Fixar as caractersticas gerais dos contratos de seguros;

    Comentrio 7

    O Cdigo Civil e o Cdigo de Defesa do Consumidor estabelecem as normas gerais e algumas especficas a respeito dos contratos. Por exemplo, o Cdigo Civilestabelece limites para os contratos de adeso, mas no fixa as respectivasclusulas. Caber ao CNSP delimitar essas caractersticas gerais, sempre respeitandoas normas j expressas nos referidos Cdigos.

    V Fixar normas gerais de contabilidade e estatstica a serem observadas pelassociedades seguradoras;

    Comentrio 8

    Fixando as normas gerais de contabilidade e estatstica que devero ser observadaspelas sociedades seguradoras, o CNSP acaba exercendo uma espcie de controle, noconcernente gesto das prprias sociedades, zelando pelos investimentos dossegurados, bem como pelo lastro de capital necessrio a garantir possveis e futurasindenizaes, alm da veracidade dos lanamentos para efeitos tributrios.

    VI Delimitar o capital das sociedades seguradoras e dos resseguradores; (Incisoalterado pela LC 126/07).

    Comentrio 9

    Outra atribuio com caractersticas protetivas, no sentido de garantir o cumprimentodas obrigaes assumidas pelas sociedades seguradoras. Observe-se que este incisofora alterado pela Lei Complementar 126/2007, a qual deu nova concepo soperaes de resseguro.

    VII Estabelecer as diretrizes gerais das operaes de resseguro;

    Comentrio 10

    Enquanto a Lei Complementar 126/2007 deu nova concepo ao resseguro, ao CNSPcaber estabelecer as diretrizes gerais dessas operaes.

    VIII Disciplinar as operaes de cosseguro; (Inciso alterado pela LC 126/07).

  • LEGISLAO E ORGANIZAO PROFISSIONAL14

    Comentrio 11

    Antes da alterao promovida pela Lei Complementar 126/2007, era atribuio doCNSP disciplinar as operaes de cosseguro nas hipteses de no aceitao, peloIRB, do resseguro do risco ou por convenincia de melhor distribuio dos negciosno mercado. Aps a entrada em vigor da referida Lei Complementar, findou o monopliodo IRB em relao s operaes de resseguro, no havendo mais a necessidade dacondicional da dependncia de no aceitao pelo IRB.

    IX (Inciso revogado pela LC 126/07).X Aplicar s sociedades seguradoras estrangeiras autorizadas a funcionar no Pasas mesmas vedaes ou restries equivalentes s que vigorarem nos pases da matriz,em relao s sociedades seguradoras brasileiras ali instaladas ou que neles desejemestabelecer-se;

    Comentrio 12

    O inciso X estabelece como atribuio do CNSP um conhecido e antigo princpio deDireito Internacional, denominado princpio da reciprocidade, pelo qual se d aoestrangeiro o mesmo tratamento deferido ao nacional no pas de origem daquele.

    XI Prescrever os critrios de constituio das sociedades seguradoras, com fixaodos limites legais e tcnicos das operaes de seguro;

    Comentrio 13

    As sociedades seguradoras devem ser concebidas nos moldes de sociedades annimas,cabendo ao CNSP ditar os critrios pelos quais podero ser constitudas, visandosempre a harmonia com a poltica econmica estabelecida pelo Ministrio da Fazenda.

    XII Disciplinar a corretagem de seguros e a profisso de corretor;

    Comentrio 14

    A corretagem de seguros e a profisso de corretor de seguros sero disciplinadas peloCNSP, o qual estabelecer as suas diretrizes e os seus requisitos.

    XIII (Inciso revogado pela LC 126/07).XIV Decidir sobre sua prpria organizao, elaborando o respectivo RegimentoInterno;

  • UNIDADE 1 15

    Comentrio 15

    O prprio CNSP estabelecer a sua organizao, ditando como sero realizadas assuas atividades, compondo, inclusive, seu prprio Regimento Interno.

    XV Regular a organizao, a composio e o funcionamento de suas ComissesConsultivas;

    Comentrio 16

    Como todo o rgo gestor e regulador de alguma atividade, o CNSP dever manterComisses Consultivas com o objetivo no somente de analisar questes especficas,mas tambm de dirimir dvidas que lhes sejam apresentadas.

    XVI Regular a instalao e o funcionamento das Bolsas de Seguro.

    Comentrio 17

    O CNSP tambm rgo gestor e regulador das Bolsas de Seguros, estabelecendoos requisitos e diretrizes de suas atividades.

    No ano de 2004, fora aprovada a Resoluo CNSP 111, a qual objetivou adequar as atribuies do CNSPexpressas no Decreto-lei 73/1966, s determinaes expressas na Lei Complementar 126/2007.Praticamente foram ratificadas as competncias a seguir:

    Art. 2o. Compete ao CNSP:

    I fixar as diretrizes e normas da poltica de seguros privados, capitalizao e entidadesabertas de previdncia complementar;II estabelecer as diretrizes gerais das operaes de resseguro;III disciplinar as operaes de cosseguro, nas hipteses em que o IRB-BrasilResseguros S.A. IRB-Brasil Re no aceite resseguro do risco ou quando se tornarconveniente promover melhor distribuio direta dos negcios pelo mercado;IV regular a instalao e o funcionamento das Bolsas de Seguro;V regular a constituio, organizao, funcionamento e fiscalizao das sociedadesde seguro, de capitalizao e das entidades abertas de previdncia complementar,bem como a aplicao das penalidades cabveis;VI prescrever critrios de constituio das sociedades seguradoras, de capitalizaoe das entidades abertas de previdncia complementar, com fixao dos limites legaise tcnicos de suas operaes;VII fixar critrios para posse e exerccio de cargo de conselheiro e diretor dassociedades de seguros, de capitalizao e das entidades abertas de previdnciacomplementar;

  • LEGISLAO E ORGANIZAO PROFISSIONAL16

    VIII fixar normas gerais de contabilidade, aturia e estatstica a serem observadaspelas sociedades seguradoras, de capitalizao e entidades abertas de previdnciacomplementar;IX estipular ndices e demais condies tcnicas sobre tarifas, investimentos e outrasrelaes patrimoniais a serem observadas pelas sociedades seguradoras, de capitalizaoe entidades abertas de previdncia complementar;X prescrever os critrios de constituio de reservas tcnicas, fundos especiais eprovises das sociedades seguradoras, de capitalizao e das entidades abertas deprevidncia complementar;XI delimitar o capital do IRB-Brasil Resseguros S.A IRB-Brasil Re e das sociedadesseguradoras, de capitalizao e das entidades abertas de previdncia complementar,determinando a forma de sua subscrio e realizao;XII opinar na elaborao das diretrizes do Conselho Monetrio Nacional sobre aaplicao do capital e das reservas tcnicas das sociedades seguradoras, decapitalizao e entidades abertas de previdncia complementar;XIII fixar as caractersticas gerais dos contratos de seguros, de capitalizao e dosplanos de benefcios das entidades abertas de previdncia complementar;XIV regulamentar a contratao de seguros por bilhete, padronizando as clusulase os impressos necessrios;XV estabelecer normas disciplinadoras, condies, tarifas e recomendaes especiaissobre a liquidao de sinistros relativos aos seguros obrigatrios previstos no art. 20do Decreto-Lei 73, de 21 de novembro de 1966, observado, no que couber o Decreto61.867, de 7 de dezembro de 1967, e demais disposies legais sobre segurosobrigatrios;XVI estabelecer as condies em que a Superintendncia de Seguros Privados SUSEP pode determinar a suspenso da comercializao ou a transferncia entreentidades abertas de previdncia complementar de planos de benefcios dessasentidades;XVII regulamentar os direitos e obrigaes do estipulante de seguros, quando for ocaso, na regulamentao de cada ramo ou modalidade de seguro;XVIII disciplinar a corretagem de seguros, de capitalizao e de previdnciacomplementar aberta e a profisso do corretor;XIX estabelecer os requisitos para registro dos corretores e prepostos;XX atualizar os valores monetrios expressos no Decreto-Lei 73, de 21 de novembrode 1966, e na Lei Complementar 109, de 29 de maio de 2001, observada a legislaoaplicvel;XXI regular a organizao, a composio e o funcionamento de suas ComissesConsultivas;XXII estabelecer o entendimento da legislao de seguros e dos regulamentosrelativos s suas atribuies, decidindo os casos omissos e baixando os atosesclarecedores;XXIII decidir sobre sua prpria organizao, elaborando o respectivo RegimentoInterno;XXIV aprovar o Regimento Interno da SUSEP e ratificar suas alteraes no tocante organizao tcnica e administrativa.

  • UNIDADE 1 17

    O Seguro Sade e s seguradoras do ramo no esto sob o campo de ao do CNSP, haja vistadeterminao legal.

    Lei 10.185, de 12 de fevereiro de 2001

    DOU 14/2/2001

    Dispe sobre a especializao das sociedades seguradoras em planos privadosde assistncia sade e d outras providncias.

    Art. 1o. As sociedades seguradoras podero operar o seguro enquadrado no art. 1o,inciso I e 1o, da Lei 9.656, de 3 de junho de 1998, desde que estejam constitudascomo seguradoras especializadas nesse seguro, devendo seu estatuto social vedar aatuao em quaisquer outros ramos ou modalidades.........................................

    3o. Caber, exclusivamente, ao Conselho de Sade Suplementar CONSU, nostermos da Lei 9.656, de 1998, e ANS, nos termos da Lei 9.961, de 2000, disciplinaro seguro de que trata este artigo quanto s matrias previstas nos incisos I e IV doart. 35-A da referida Lei 9.656, de 1998, e no art. 4o da Lei 9.961, de 2000, bem comoquanto autorizao de funcionamento e operao das sociedades seguradorasespecializadas. (Pargrafo com redao determinada na Medida Provisria2.177-44, de 24.8.2001, DOU 27.8.2001, em vigor consoante o disposto naEmenda Constitucional 32, de 11.9.2001, DOU 12.9.2001)

    Com o dispositivo acima, observamos que o Seguro Sade e congneres so regulados por legislaoespecial (Lei 9.656, de 1998 e Lei 9.961, de 2000), cabendo a outro Conselho a respectiva regulao econtrole, bem como ANS no concernente fiscalizao etc.

    Compete SUSEP Superintendncia de Seguros Privados

    A criao da SUSEP se deu em 1966, por meio do Decreto-lei 73/1966, em substituio ao DepartamentoNacional de Seguros Privados e Capitalizao DNSPC. A sua subordinao ao Ministrio da Fazendaocorreu em 1979, sendo que, at ento, vinculava-se ao Ministrio da Indstria e do Comrcio.

    A SUSEP entidade autrquica, dotada de personalidade jurdica de Direito Pblico. o rgo responsvelpela fiscalizao e controle dos mercados de seguro, Previdncia Privada Aberta, capitalizao e resseguro.Suas atribuies esto dispostas no artigo 36, do Decreto-lei 73/1966, o qual comentamos a seguir:

    Art. 36. Compete SUSEP, na qualidade de executora da poltica traada pelo CNSP,como rgo fiscalizador da constituio, organizao, funcionamento e operaes dassociedades seguradoras:

  • LEGISLAO E ORGANIZAO PROFISSIONAL18

    Comentrio 18

    No referido artigo est claro que as atribuies da SUSEP devam, necessariamente,seguir a poltica traada pelo CNSP, rgo que ir fixar as diretrizes e normas da polticade seguros privados. Dessa forma, poder fiscalizar a constituio, a organizao, ofuncionamento e as operaes das sociedades seguradoras com independncia, masnos limites da poltica estabelecida pelo Conselho Nacional de Seguros Privados.

    a) processar os pedidos de autorizao, para constituio, organizao, funcionamento,fuso, encampao, grupamento, transferncia de controle acionrio e reforma dosEstatutos das sociedades seguradoras, opinar sobre os mesmos e encaminh-losao CNSP;

    Comentrio 19

    As sociedades seguradoras devero submeter sua constituio, organizao,funcionamento, fuso, encampao, grupamento, transferncia de controle acionrioe reforma dos Estatutos SUSEP, a qual iniciar o processamento desses procedimentosno sentido de se fazer cumprir as determinaes do CNSP.

    b) baixar instrues e expedir circulares relativas regulamentao das operaesde seguro, de acordo com as diretrizes do CNSP;

    Comentrio 20

    O CNSP estabelece as diretrizes gerais a respeito das operaes de seguros.Caber SUSEP, de acordo com tais diretrizes, regulamentar essas operaes pormeio de instrues e circulares*.

    c) fixar condies de aplices, planos de operaes e tarifas a serem utilizadasobrigatoriamente pelo mercado segurador nacional;

    Comentrio 21

    O CNSP ir estabelecer os ndices e as demais condies tcnicas a respeito dastarifas a serem observadas pelas sociedades seguradoras; a SUSEP, por sua vez,dever operacionalizar tais determinaes, fixando, nos limites estabelecidos peloConselho, as condies das aplices e respectivos planos de operaes.

    * O profissional em seguros, especialmente o corretor, dever estar atento s edies de novas circulares, haja vista que muitasdelas versam a respeito de alteraes operacionais diretamente relacionadas corretagem. A consulta peridica do site da SUSEP(http://www.susep.gov.br) certamente conduzir o profissional necessria atualizao.

  • UNIDADE 1 19

    d) aprovar os limites de operaes das sociedades seguradoras, de conformidadecom o critrio fixado pelo CNSP;

    Comentrio 22

    O CNSP ir estabelecer os limites de operaes das sociedades seguradoras mediantea fixao de critrios, os quais, observados pela SUSEP, devero ser aprovados.

    e) examinar e aprovar as condies de coberturas especiais, bem como fixar as taxasaplicveis; (Alnea retificada pelo DL 296/67).

    Comentrio 23

    As seguradoras, muitas vezes, propem coberturas especiais. Caber SUSEPexaminar tais propostas, aprov-las e estabelecer as taxas que podero ser exercidaspelas sociedades seguradoras.

    f) autorizar a movimentao e liberao dos bens e valores obrigatoriamente inscritosem garantia das reservas tcnicas e do capital vinculado;

    Comentrio 24

    As sociedades seguradoras, quando constitudas, devem obrigatoriamente manterreserva de bens e valores como lastro para suas operaes; esses bens e valorespodero, em algumas oportunidades, serem liberados ou movimentados. Caber SUSEP analisar as respectivas razes e circunstncias dessas liberaes oumovimentaes, podendo ou no autoriz-las.

    g) fiscalizar a execuo das normas gerais de contabilidade e estatstica fixadas peloCNSP para as sociedades seguradoras;

    Comentrio 25

    Vide comentrio 8. evidente que a contabilidade de uma empresa possui estreita relaocom as obrigaes tributrias, haja vista estabelecer um diagnstico de suas operaesfinanceiras. O CNSP fixa as normas contbeis e de estatsticas que devero ser seguidaspelas sociedades seguradoras, cabendo SUSEP fiscalizar o seu cumprimento.

    h) fiscalizar as operaes das sociedades seguradoras, inclusive o exato cumprimentodeste Decreto-lei, de outras leis pertinentes, disposies regulamentares em geral,resolues do CNSP e aplicar as penalidades cabveis;

  • LEGISLAO E ORGANIZAO PROFISSIONAL20

    Comentrio 26

    Em geral, a SUSEP a responsvel pela fiscalizao das operaes securitrias,zelando pelo cumprimento das leis que versam sobre seguros. Obviamente, o poderfiscalizador somente se completa se aliado ao poder de aplicar as penalidadescabveis. Caso o operador do seguro cometa qualquer infrao, ser a SUSEP aresponsvel pela realizao do procedimento administrativo que ir processar oinfrator. Observe-se, tambm, que todo o procedimento administrativo, por fora dedeterminao legal, inclusive da Constituio Federal, deve garantir os direitosfundamentais do processado.

    i) proceder liquidao das sociedades seguradoras que tiverem cassada a autorizaopara funcionar no pas;

    Comentrio 27

    A atividade securitria de extrema importncia para a economia do pas. Por essarazo, o cancelamento das atividades de uma sociedade seguradora implicaconsequncias, inclusive, sociais. Dessa forma, a maneira como se d a liquidao deuma seguradora revestida de caractersticas especiais, diversas dos procedimentosde falncia de outras espcies de empresas.

    j) organizar seus servios, elaborar e executar seu oramento.

    Comentrio 28

    Principalmente por ser uma autarquia, a SUSEP possui autonomia, podendo exercercontrole sobre sua prpria organizao, podendo versar a respeito da disposio deseus prprios gastos.

    importante registrar que a Superintendncia de Seguros Privados SUSEP tem naturezajurdica de autarquia federal (pessoa jurdica de direito pblico interno, pertencente aos quadros daadministrao federal indireta) e est, portanto, vinculada ao Ministrio da Fazenda, atuandocomo rgo fiscalizador no s das sociedades seguradoras e sociedades de capitalizao, mastambm das entidades abertas de Previdncia Privada e resseguradoras; e, por fim, fiscaliza asatividades profissionais dos corretores de seguros, de Seguros de Vida, de Previdncia Privada e deCapitalizao (pessoas fsicas ou jurdicas).

  • UNIDADE 1 21

    Nota

    Relativamente competncia da SUSEP, convm registrar que a Lei Complementar126, de 2007, no seu art. 3o, pargrafo nico, estabeleceu o seguinte:

    Art. 3o. A fiscalizao das operaes de cosseguro, resseguro,retrocesso e sua intermediao ser exercida pelo rgofiscalizador de seguros, conforme definido em lei, sem prejuzo dasatribuies dos rgos fiscalizadores das demais cedentes.

    Pargrafo nico. Ao rgo fiscalizador de seguros, no que se refereaos resseguradores, intermedirios e suas respectivas atividades,cabero as mesmas atribuies que detm para as sociedadesseguradoras, corretores de seguros e suas respectivas atividades.

    Compete ao CRSNSP Conselho de Recursos do SistemaNacional de Seguros Privados, de Previdncia PrivadaAberta e de Capitalizao

    rgo integrante da estrutura bsica do Ministrio da Fazenda, o Conselho de Recursos do SistemaNacional de Seguros Privados, de Previdncia Privada Aberta e de Capitalizao (CRSNSP)surgiu com o advento da Medida Provisria 1.689-5, de 26 de outubro de 1998:

    Art 1o. Os arts. 6o e 16 da Lei 9.649, de 27 de maio de 1998, passam a vigorar comas seguintes alteraes:...............................................

    Art. 16. .....................................................................................VII do Ministrio da Fazenda, alm do Conselho Monetrio Nacional, do ConselhoNacional de Poltica Fazendria, do Conselho de Recursos do Sistema FinanceiroNacional, do Conselho Nacional de Seguros Privados, do Conselho de Recursosdo Sistema Nacional de Seguros Privados, de Previdncia Privada Aberta e deCapitalizao, da Cmara Superior de Recursos Fiscais, do Conselho Consultivodo Sistema de Controle Interno, dos 1o, 2o e 3o Conselhos de Contribuintes, doConselho Diretor do Fundo de Garantia Exportao CFGE, do Comit Brasileirode Nomenclatura, do Comit de Avaliao de Crditos ao Exterior, daProcuradoria-Geral da Fazenda Nacional, da Escola de Administrao Fazendria eda Junta de Programao Financeira, at sete Secretarias;

    A referida medida provisria apresentou o CRSNSP como rgo integrante do Ministrio da Fazenda,mas suas atribuies foram estabelecidas pelo Decreto 2.824, de 27 de outubro de 1998.

    Como atribuio principal, o CRSNSP o rgo responsvel pelo julgamento, em ltima instnciaadministrativa, dos recursos e decises proferidos pela SUSEP.

  • LEGISLAO E ORGANIZAO PROFISSIONAL22

    Note-se que, antes da Lei Complementar 126/2007, o CRSNSP tambm respondia pela ltima instnciaadministrativa das decises proferidas pelo IRB-Brasil Resseguros S.A. Com o advento da referida leicomplementar, findado o monoplio sobre o resseguro, fora extinto tambm qualquer atribuio fiscalizadoraou reguladora do IRB.

    O fato de se tratar de ltima instncia administrativa no significa que no se possa recorrer viajudicial. Como afirmado anteriormente, so esferas independentes, cujos resultados podem ser,inclusive, diversos.

    O CRSNSP constitudo de seis conselheiros titulares e seis conselheiros suplentes, assimdistribudos:

    um representante do Ministrio da Fazenda; um representante da SUSEP; um representante da Secretaria de Direito Econmico (SDE, do Ministrio da Justia);

    Comentrio 29

    A representao da SDE somente foi includa em 2005, com o Decreto 5.546, emsubstituio representao do IRB-Brasil Resseguros S/A.

    um representante da FENASEG (Federao Nacional das Empresas de Seguros Privados ede Capitalizao);

    um representante da FENACOR (Federao Nacional dos Corretores de Seguros Privados, deCapitalizao, de Previdncia Privada e das Empresas Corretoras de Seguros); e

    um representante da ANAPP (Associao Nacional das Entidades Abertas de Previdncia Privada).

    A indicao dos membros do Conselho ser feita pelo titular do rgo ou entidade que pertence. Cadatitular de cada rgo ou entidade apresenta uma listra trplice ao ministro da Fazenda, o qual escolhe umnome de cada lista apresentada, formando o Conselho, cujos membros tero mandatos de 2 anos, havendoa possibilidade de uma nica reconduo.

  • UNIDADE 1 23

    Comentrio

    Existe a possibilidade de ser editado decreto para atualizao dos nomes da FENASEGe FENACOR, assim como a incluso no CRSNSP de entidades representativas dosresseguradores e dos corretores de resseguros.

    O CRSNSP tem a competncia de julgar, administrativamente, em ltima instncia,recursos interpostos por sociedades seguradoras, sociedades de capitalizao, entidadesabertas de Previdncia Complementar e corretores de seguros.

    Portanto, das decises proferidas pela SUSEP de aplicao de advertncia, multa,suspenso temporria e cancelamento de registro, o corretor de seguros tem a faculdadede interpor, no prazo legal, recurso perante o CRSNSP.

    De acordo com o contido no 1o, do artigo 2o, do Decreto 2.824, de 1998, osmembros do Conselho sero indicados pelo titular do rgo ou entidade querepresentam, em lista trplice, designados pelo ministro de Estado da Fazenda,e tero mandato de 2 anos, podendo ser reconduzidos uma nica vez (redao dadapelo Decreto 5.546/2005).

    As Operaes de Seguros PrivadosSer o Decreto-lei 73/1966, com as respectivas alteraes, que ir ditar as normas das operaes deseguros privados em territrio nacional. Analisemos alguns de seus dispositivos:

    Art. 1o. Todas as operaes de seguros privados realizados no pas ficarosubordinadas s disposies do presente Decreto-lei.

    Comentrio 30

    O Decreto-lei chama para si o controle de todas as operaes de seguros privadosrealizadas em territrio nacional. Obviamente, isso no significa dizer que outras normasj existentes, ou que venham a ser editadas, no tenham efeito sobre as operaessecuritrias, como o Cdigo Civil, por exemplo. necessrio, nesses casos, quandoocorrer algo parecido com um conflito aparente entre normas, observar-se ahierarquia das leis, vingando a norma hierarquicamente superior.

    Art. 2o. O controle do Estado se exercer pelos rgos institudos neste Decreto-lei,no interesse dos segurados e beneficirios dos contratos de seguro.

    Comentrio 31

    Este artigo esclarece que haver o controle estatal das operaes securitrias pormeio da delegao de poderes aos rgos institudos por esse decreto-lei.

  • LEGISLAO E ORGANIZAO PROFISSIONAL24

    Art. 3o. Consideram-se operaes de seguros privados os seguros de coisas, pessoas,bens, responsabilidades, obrigaes, direitos e garantias.

    Comentrio 32

    O respectivo artigo visa limitar as operaes de seguros privados, restringindo o seumbito de atuao nos ramos especificados.

    Pargrafo nico. Ficam excludos das disposies deste Decreto-lei os seguros dombito da Previdncia Social, regidos pela legislao especial pertinente.

    Comentrio 33

    Esse dispositivo esclarece que os seguros relacionados Previdncia Social no seroregulados pelo Decreto-lei 73/1966. A Previdncia Social regida pela Lei 8.213, de24 de julho de 1991, no sendo alvo de estudo no presente trabalho.

    necessrio salientar tambm que os sistemas de cosseguro, resseguro e retrocesso tambm fazemdas operaes de seguros privados, por possurem a mesma natureza, a pulverizao dos riscos.Essas operaes so muito importantes no somente pela pulverizao dos riscos, mas tambm comogarantidor das obrigaes assumidas pelas seguradoras.

    Cosseguro duas ou mais sociedades seguradoras, com a anuncia do segurado, e com relao determinadaaplice, distribuem percentualmente o risco entre si. Observe-se que no haver solidariedade entre elas,sendo que cada qual dever arcar com a respectiva obrigao. Caso uma delas deixe de cumprir a sua partena cobertura, somente esta responder, no podendo o segurado arguir das demais.

    Resseguro uma sociedade seguradora transfere os riscos que assumira a um ressegurador. Este sistema muito utilizado em casos de coberturas com valores vultosos.

    Retrocesso trata-se da diluio dos riscos de resseguro entre resseguradores.

    O artigo 5o do Decreto-lei 73/1966 estabelece as metas a serem atingidas pela poltica de seguros privados.

    Art. 5o. A poltica de seguros privados objetivar:

    I promover a expanso do mercado de seguros e propiciar condies operacionaisnecessrias para sua integrao no processo econmico e social do pas;

  • UNIDADE 1 25

    Comentrio 34

    Neste inciso est absolutamente certo que a poltica de seguros privados concentraseus esforos na expanso do mercado de seguros. No se trata de uma expansodesenfreada, a qualquer custo, mas, sim, de forma harmnica com o processo econmicoe social do pas. Essa uma das razes pelas quais as operaes de seguros privadosso controladas pelo Ministrio da Fazenda (por meio de seus rgos ou entidades),rgo do Poder Executivo responsvel pela criao e manuteno da ordem econmica(e social) do pas.

    II evitar evaso de divisas, pelo equilbrio do balano dos resultados do intercmbio,de negcios com o exterior;

    Comentrio 35

    Toda a sociedade moderna pressupe relaes negociais com o exterior. A inexistnciade mecanismos de controle para essas operaes poder gerar desequilbrio entre aentrada e a sada de dinheiro de um pas para outro. Se no possuirmos uma polticade seguros bem estabelecida, com regras bem fundamentadas, a grande demandapelo seguro poderia acarretar a procura por sociedades seguradoras estrangeiras e,cada vez mais, a interferncia destas em nosso mercado. Assim, o respectivo incisodeixa patente ser a nossa poltica de seguros privados centrada no equilbrio desseintercmbio, objetivando evitar a sada descontrolada de nossas divisas.

    III firmar o princpio da reciprocidade em operaes de seguro, condicionando autorizao para o funcionamento de empresas e firmas estrangeiras a igualdade decondies no pas de origem; (Redao dada pelo Decreto-lei 296, de 1967)

    Comentrio 36

    O presente dispositivo firma o conhecido princpio de Direito Internacional denominadoprincpio da reciprocidade, pelo qual se aplica ao estrangeiro tratamento semelhanteao dado ao nacional em terras estrangeiras. Dessa forma, objetiva-se, dentro dopossvel, tratar as sociedades seguradoras estrangeiras de forma semelhante s nossassociedades seguradoras quando tratadas pelos governos estrangeiros.

    IV promover o aperfeioamento das sociedades seguradoras;

  • LEGISLAO E ORGANIZAO PROFISSIONAL26

    Comentrio 37

    Com o desenvolvimento da poltica de seguros privados apregoada pela lei, em harmoniacom a poltica econmica desenvolvida pelo Ministrio da Fazenda, certamente atendncia ser de se promover o aperfeioamento das sociedades seguradoras.

    V Preservar a liquidez e a solvncia das sociedades seguradoras;

    Comentrio 38

    Um dos objetivos do controle exercido pela lei a preservao da liquidez e solvnciadas sociedades seguradoras, ou seja, estabelecer regras que promovam maiorsegurana no concernente capacidade da empresa poder cumprir suas obrigaes.A lei ir zelar para que as sociedades seguradoras sejam obrigadas a manter olastro de seus caixas, objetivando que sempre estejam preparadas para o pagamentode indenizaes etc.

    VI Coordenar a poltica de seguros com a poltica de investimentos do GovernoFederal, observados os critrios estabelecidos para as polticas monetria, creditciae fiscal.

    Comentrio 39

    Quando o presidente da Repblica empossado, escolhe seus ministros de Estadocomo cargos de confiana. Cada ministro ir exercer a sua funo somando suacompetncia ao plano de governo estabelecido pelo Chefe do Executivo. No caso doMinistrio da Fazenda, este ir seguir uma determinada estratgia de poltica monetria,creditcia e fiscal. O objetivo da presente lei estabelecer conexes harmnicas entreessas estratgias e as de poltica securitria.

    Verifica-se que o objetivo essencial da norma legal foi o de promover a expanso do mercado de segurosde forma ordenada e sempre procurando preservar os interesses do segurador e dos segurados, quesofrero direta e indiretamente os reflexos das operaes regulamentadas pelo Decreto-lei 73, de 1966.

    As operaes de seguros esto tambm reguladas pelo Cdigo Civil e leis especiais e correlacionadas.

  • UNIDADE 1 27

    Os Seguros ObrigatriosNo artigo 20 do Decreto-lei 73/1966, o legislador arrolou os seguros que sero obrigatrios. Assim agiupor entender que algumas atividades traziam em seu bojo maior probabilidade de risco, cuja ocorrnciapoderia causar maiores e mais efetivos prejuzos. Segue abaixo o rol dos seguros obrigatrios, oportunidadeem que apresentamos os dispositivos e respectivas alteraes.

    Art 20. Sem prejuzo do disposto em leis especiais, so obrigatrios os segurosde: (Regulamento)

    a) danos pessoais a passageiros de aeronaves comerciais;b) responsabilidade civil dos proprietrios de veculos automotores de vias terrestre,

    fluvial, lacustre e martima, de aeronaves e dos transportadores em geral; b) responsabilidade civil dos proprietrios de veculos automotores de via fluvial,

    lacustre, martima, de aeronaves e dos transportadores em geral. (Redao dadapela Lei 6.194, de 1974) (Revogado)

    b) responsabilidade civil do proprietrio de aeronaves e do transportador areo; (Redaodada pela Lei 8.374, de 1991)

    c) responsabilidade civil do construtor de imveis em zonas urbanas por danos apessoas ou coisas;

    d) bens dados em garantia de emprstimos ou financiamentos de instituies financeiraspblicas;

    e) garantia do cumprimento das obrigaes do incorporador e construtor de imveis;f) garantia do pagamento a cargo de muturio da construo civil, inclusive obrigao

    imobiliria;g) edifcios divididos em unidades autnomas;h) incndio e transporte de bens pertencentes a pessoas jurdicas, situados no Pas ou

    nle transportados;i) crdito rural; (Revogado pela Lei Complementar 126, de 2007)j) crdito exportao, quando concedido por instituies financeiras pblicas.

    (Revogado)j) crdito exportao, quando julgado conveniente pelo CNSP, ouvido o Conselho

    Nacional do Comrcio Exterior (CONCEX); (Redao dada pelo Decreto-Lei 826,de 1969)

    l) Danos pessoais causados por veculos automotores de via terrestre, ou por suacarga, a pessoas transportadas ou no. (Includa pela Lei n 6.194, de 1974)(Revogado)

    l) danos pessoais causados por veculos automotores de vias terrestres e porembarcaes, ou por sua carga, a pessoas transportadas ou no; (Redao dadapela Lei 8.374, de 1991)

    m) responsabilidade civil dos transportadores terrestres, martimos, fluviais e lacustres,por danos carga transportada. (Includa pela Lei 8.374, de 1991)

    Pargrafo nico. No se aplica Unio a obrigatoriedade estatuda na alnea hdeste artigo. (Includo pela Lei 10.190, de 2001)

  • LEGISLAO E ORGANIZAO PROFISSIONAL28

    Por exemplo, os veculos automotores que trafegam pelas vias pblicas, por si s, impem riscos sociedade.Em razo desse risco em potencial, necessrio se faz o pagamento do seguro obrigatrio, cujo objetivoprincipal auxiliar a vtima de acidentes em seus gastos emergenciais.

    No necessrio salientar tambm que o pagamento do seguro obrigatrio no elimina a possibilidadejurdica de proposio de ao indenizatria por parte de quem sofreu o prejuzo, por exemplo, umapessoa, vtima de atropelamento, poder receber o valor correspondente ao seguro obrigatrio e, aomesmo tempo, propor ao cvel indenizatria contra o autor do atropelamento, visando receberindenizao por lucros cessantes (prejuzos causados pela interrupo das atividades, em decorrnciade acidente; o que a vtima efetivamente perdeu e razoavelmente deixou de lucrar por todo o perodo daconvalescena), danos estticos etc.

    Importante

    A regulamentao dos seguros obrigatrios encontra-se prevista no Decreto 61.867,de 07/12/67.

    A Lei Complementar 126, de 2007, retirou o Seguro Rural do elenco de segurosobrigatrios previstos no artigo 20 do Decreto-lei 73, de 1966.

    A Abertura do Resseguro Lei Complementar 126,de 15/01/2007

    Da Quebra do Monoplio do IRB-Resseguros do Brasil S.A.Antes do advento da Lei Complementar 126, de 15 de janeiro de 2007, as operaes de resseguro eramatribuies do IRB-Resseguros do Brasil S.A..

    O Instituto de Resseguros do Brasil, empresa mista com controle estatal, foi criado em 1939 porGetlioVargas, com o objetivo de centralizar nas empresas nacionais o resseguro do pas, por meio dapoltica de retrocesso, pela qual as seguradoras nacionais repartiam a maior parte do risco.

    Em 1997, transformado em sociedade annima, passou a ser denominado de IRB-Resseguros doBrasil S.A..

    No incio de 2007, fora aprovada e sancionada a Lei Complementar 126/2007, a qual abriu o mercadoressegurador brasileiro, findando o monoplio do IRB. Mesmo assim, por cautela, no sentido desalvaguardar a estabilidade do mercado e prepar-lo para a novidade que se impunha por determinaolegal, manteve-se ainda certa reserva de mercado ao IRB, em relao a alguns ramos especficos,pelo prazo de 3 anos.

    A quebra do monoplio, com a abertura do mercado de resseguros, ir permitir uma participao maiordas seguradoras, culminando numa sadia concorrncia e, consequentemente, reduo dos custos desseservio. Os reflexos nas demais operaes de seguro, com o tempo, devem ser evidentes.

  • UNIDADE 1 29

    A seguir, alguns comentrios a respeito da referida lei complementar:

    Art. 2o. A regulao das operaes de cosseguro, resseguro, retrocesso e suaintermediao ser exercida pelo rgo regulador de seguros, conforme definido emlei, observadas as disposies desta Lei Complementar.

    Comentrio 39

    Ao CNSP caber a regulao e intermediao das operaes de cosseguro, resseguroe retrocesso, de acordo com a legislao em vigor, mas observando-se os dispositivosda presente lei complementar. Ressalte-se que ao referido rgo regulador de seguroscabero as mesmas atribuies que detm para as demais sociedades seguradoras.

    Atente-se para o disposto no artigo 4o da presente Lei Complementar, o qual configura trs tipos deresseguradores, conforme sua operacionalizao. Vejamos.

    Art. 4o. ....................I ressegurador local: ressegurador sediado no pas constitudo sob a forma desociedade annima, tendo por objeto exclusivo a realizao de operaes de resseguroe retrocesso;II ressegurador admitido: ressegurador sediado no exterior, com escritrio derepresentao no pas, que, atendendo s exigncias previstas nesta Lei Complementare nas normas aplicveis atividade de resseguro e retrocesso, tenha sido cadastradocomo tal no rgo fiscalizador de seguros para realizar operaes de resseguro eretrocesso; eIII ressegurador eventual: empresa resseguradora estrangeira sediada no exteriorsem escritrio de representao no pas que, atendendo s exigncias previstas nestaLei Complementar e nas normas aplicveis atividade de resseguro e retrocesso,tenha sido cadastrada como tal no rgo fiscalizador de seguros para realizar operaesde resseguro e retrocesso.

    Comentrio 40

    Essa categorizao adotada pela lei complementar serve no somente para melhororganizar as operaes de resseguro e congneres, como tambm e principalmente adotar uma poltica de maior controle sobre as empresas estrangeiras que porventuraatuem em territrio nacional, cuidando, sobretudo, de impedir a participao daquelassociedades que sejam sediadas em parasos fiscais, sobre as quais no se permitam,de forma transparente, as devidas operaes tributrias etc.

    Por disposio do artigo 22 da Lei Complementar 126/2007, o IRB-Brasil Resseguros S.A., foiqualificado como ressegurador local, com sede no Brasil e com submisso s leis do pas, masindependentemente de requerimento ou autorizao do governo.

  • LEGISLAO E ORGANIZAO PROFISSIONAL30

    O Resseguro e a Pessoa Jurdica

    O CNSP editou diversas resolues com o objetivo de regulamentar alguns dispositivos da LeiComplementar 126/2007.

    Art. 12. O rgo regulador de seguros estabelecer as diretrizes para as operaesde resseguro, de retrocesso e de corretagem de resseguro e para a atuao dosescritrios de representao dos resseguradores admitidos, observadas as disposiesdesta Lei Complementar.

    Pargrafo nico. O rgo regulador de seguros poder estabelecer:

    I clusulas obrigatrias de instrumentos contratuais relativos s operaes deresseguro e retrocesso;II prazos para formalizao contratual;III restries quanto realizao de determinadas operaes de cesso de risco;IV requisitos para limites, acompanhamento e monitoramento de operaes intragrupo; eV requisitos adicionais aos mencionados nos incisos I a IV deste pargrafo.

    Comentrio 41

    Observe-se que a Lei Complementar 126/2007 delega poderes ao CNSP, no sentidode permitir que este rgo possa editar normas reguladoras das operaes deresseguro, de retrocesso e de corretagem de resseguro e respectivos escritriosde representao. Outrossim, no poder o CNSP extrapolar os limites ditados pelarespectiva Lei Complementar. Necessrio se faz consignar, tambm, que sendo aSUSEP o rgo operacional do SNSP, cuja principal funo a fiscalizao documprimento dos ditames estabelecidos pelo CNSP, caber a esta a ediode circulares que possam colocar em prtica o que fora determinado pelo rgoregulador.

    Conforme determina o artigo 8o da Lei Complementar 126/2007, assim como nas demais operaes deseguros privados, a contratao do resseguro poder ser feita tanto diretamente quanto por meiode intermedirio, o corretor de resseguros, na forma de pessoa jurdica autorizada a intermediar contrataesde resseguro, devendo ser corretora autorizada, que disponha de contrato de seguro de responsabilidadecivil profissional, na forma estabelecida pelo CNSP, cujo responsvel tcnico ser o corretor de segurosdevidamente habilitado na respectiva especialidade resseguro etc.

  • UNIDADE 1 31

    Das Normas Regulamentadoras do Resseguro e oCorretor de Resseguros (Pessoa Jurdica)

    Entre as resolues, destacamos:

    Resoluo CNSP 168, de 17/12/2007 dispe sobre a atividade de resseguro, retrocesso e suaintermediao e d outras providncias;

    Resoluo CNSP 169, de 17/12/2007 dispe sobre o capital mnimo requerido para autorizaoe funcionamento dos resseguradores e d outras providncias;

    Resoluo CNSP 170, de 17/12/2007 dispe sobre o capital adicional baseado nos riscos desubscrio dos resseguradores locais e d outras providncias;

    Resoluo CNSP 171, de 17/12/2007 institui regras e procedimentos para a constituio dasprovises tcnicas das sociedades resseguradoras locais;

    Resoluo CNSP 172, de 17/12/2007 institui regras e procedimentos para os limites de retenodas sociedades resseguradoras locais;

    Resoluo CNSP 185, de 15/04/2008 dispe sobre os critrios para a realizao de investimentospelos resseguradores locais e d outras providncias;

    Resoluo CNSP 187, de 29/04/2008 dispe sobre os critrios para a realizao de investimentosdos recursos exigidos no Pas para a garantia das obrigaes do ressegurador admitido e d outrasprovidncias; e

    Resoluo CNSP 188, de 29/04/2008 dispe sobre o capital adicional baseado nos riscos desubscrio dos resseguradores locais e d outras providncias.

    A SUSEP editou a Circular SUSEP 359, de 31/01/2008, estabelecendo procedimentos para o cadastramentode resseguradores admitidos no pas e para obteno de autorizao prvia daquela superintendnciapara instalao de escritrio de representao.

  • LEGISLAO E ORGANIZAO PROFISSIONAL32

    No que se refere s diretrizes da corretagem de resseguros, a Lei Complementar 126, de 2007, artigo 8o, 2o, estabeleceu o seguinte:

    Art. 8o. A contratao de resseguro e retrocesso no Pas ou no exterior ser feitamediante negociao direta entre a cedente e o ressegurador ou por meio deintermedirio legalmente autorizado..........

    2o. O intermedirio de que trata o caput deste artigo a corretora autorizada deresseguros, pessoa jurdica, que disponha de contrato de seguro de responsabilidadecivil profissional, na forma definida pelo rgo regulador de seguros, e que tenhacomo responsvel tcnico o corretor de seguros especializado e devidamentehabilitado.

    Nesse sentido, o rgo regulador, no caso o Conselho Nacional de Seguros Privados CNSP, editou aResoluo CNSP 173, de 17/12/2007, dispondo sobre a atividade de corretagem de resseguros e dandooutras providncias.

    No site da SUSEP (www.susep.gov.br), esto disponibilizadas para consulta as resolues e a circularanteriormente mencionadas, inclusive a relao de resseguradores e de sociedades corretoras de resseguros.

    A ttulo de recomendao, deve-se fazer uma leitura atenta dos termos da LeiComplementar 126, de 2007, para saber, enfim, quais os dispositivos do Decreto-lei73, de 1966, continuam efetivamente em vigor e quais os que foram por ela modificadosou revogados.

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    os

    FIXANDO CONCEITOS 1 33

    [1] Assinale a opo correta:

    (a) A atividade securitria, alm de estar inserida na Constituio da Repblica Federativa do Brasil,promulgada em 05/10/88, tambm foi totalmente regulamentada pelo prprio texto constitucional.

    (b) Com a promulgao da Constituio da Repblica Federativa do Brasil, de 1988, todas as normaslegais anteriormente editadas, relativas aos contratos de seguros privados, perderam a eficcia.

    (c) A FENACOR, no seu mbito, representa os securitrios, empregados de sociedades corretorasde seguros.

    (d) A Lei 4.594, de 1964 (com alteraes posteriores), regula a profisso de corretor de seguros.(e) A profisso do corretor de seguros est regulamentada expressamente no Cdigo Civil brasileiro,

    cuja edio ocorreu no incio do sculo XX.

    [2] Assinale a opo correta:

    (a) O Decreto-lei 73, de 1966, criou o Sistema Nacional de Seguros Privados.(b) O contrato de seguro no representa, no seu conjunto, uma das formas de fomentar a economia

    nacional.(c) A atividade securitria no faz parte do Sistema Financeiro Brasileiro.(d) As sociedades de capitalizao j operam resseguro independentemente da Emenda Constitucional

    13, de 1996.(e) O Estado, como poder central (Unio Federal e suas autarquias), no exerce qualquer tipo de

    fiscalizao no mercado segurador, que tem natureza nitidamente privada.

    [3] De acordo com a legislao vigente, o rgo que integra o Sistema Nacional de Seguros Privados,responsvel pela fiscalizao da atividade do corretor de seguros, a (o):

    (a) FENASEG.(b) FENACOR.(c) CNC.(d) SUSEP.(e) FUNENSEG.

  • LEGISLAO E ORGANIZAO PROFISSIONAL34

    [4] O Decreto-lei 73, de 1966, que instituiu o Sistema Nacional de Seguros Privados, definindo seusobjetivos, considera, tambm, como integrados nas operaes de seguros privados:

    (a) Os sistemas de cosseguro, resseguro e retrocesso.(b) Somente os Seguros de Danos.(c) Somente os Seguros de Bens.(d) Somente os Seguros de Responsabilidade.(e) Somente os Seguros de Pessoas.

    [5] De acordo com a legislao vigente, o rgo integrante do Sistema Nacional de Seguros Privados,responsvel pela autorizao da movimentao e liberao dos bens e valores obrigatoriamente inscritosem garantia das reservas tcnicas e do capital vinculado, a(o):

    (a) FENASEG.(b) CVM.(c) SUSEP.(d) CRSNSP.(e) Ministrio da Fazenda.

    [6] O rgo regulador que estabelece as diretrizes gerais das operaes de resseguro o(a):

    (a) IRB.(b) SUSEP.(c) FENASEG.(d) FENACOR.(e) CNSP.

    [7] A legislao vigente define algumas restries profissionais ao corretor de seguros, entre as quaispodemos citar a de ser:

    (a) Comerciante.(b) Dentista.(c) Advogado.(d) Contador.(e) Empregado de seguradora.

    [8] O controle do Estado ser exercido pelos rgos institudos pelo Decreto-lei 73, de 1966, sendo eles oCNSP e a SUSEP, no interesse das (dos):

    (a) Entidades de classe: FENASEG e FENACOR.(b) Segurados e beneficirios dos contratos de seguros.(c) Sociedades corretoras, seguradoras e resseguradoras.(d) Corretores de seguros e securitrios.(e) Sociedades seguradoras e resseguradoras.

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    UNIDADE 2 35

    CORRETOR DE SEGUROS

    O Sistema Sindical e o Corretor de Seguros

    A Constituio Federal de 1988 preservou o Sistema Confederativo da Representao Sindical(art. 8o, inciso IV) e o princpio da unicidade sindical (art. 8o, inciso II), com a permissolegal de criao de entidades, cujas formas esto estabelecidas nas Consolidaes das LeisTrabalhistas CLT, e que so trs: sindicatos, federaes e confederaes.

    Os sindicatos so associaes de base, ou de primeiro grau, cabendo-lhes, pela sua proximidade com ostrabalhadores, dentro de sua base territorial, que pode ser municipal ou estadual, o papel mais atuante.As federaes e confederaes so consideradas entidades sindicais de grau superior. De acordo com aCLT, um grupo de sindicatos (mnimo de cinco) pode criar uma federao, assim como um grupo defederaes (mnimo de trs) pode constituir uma confederao.

    Surgiram, assim, as pirmides sindicais, por categoria econmica, sob a forma de uma escala, tendosuporte nos sindicatos, acima dos quais construram-se as federaes e, sobre estas, por sua vez, asconfederaes.

    As federaes, que podem ser de mbito estadual ou federal, situam-se no segundo degrau e asconfederaes encontram-se no terceiro degrau da organizao sindical, sendo sua esfera deatuao nacional.

    necessrio compreender que os sindicatos so filiados s respectivas federaes, e estas scorrespondentes confederaes, tudo em consonncia com o Quadro Anexo ao art. 577, da CLT, quefoi recepcionado pela Constituio Federal de 1988.

    No h qualquer subordinao hierrquica entre sindicatos, federaes e confederaes, cujas entidadespossuem autonomias administrativas, financeiras e polticas.

    Em razo da representatividade sindical, na forma dos estatutos sociais das entidades sindicais, ossindicatos obrigam-se a respeitar as decises de suas assembleias gerais ordinrias ou extraordinrias,constitudas pela presena e participao de seus associados, de acordo com o qurum em cada umadelas estabelecidos.

    2

  • LEGISLAO E ORGANIZAO PROFISSIONAL36

    Os sindicatos so representados nas suas respectivas federaes, assim como estas so representadasjunto s suas correspondentes confederaes, por meio de seus delegados representantes, que so eleitosjunto com a diretoria e o conselho fiscal, para exercer mandato especfico.

    Os sindicatos possuem como unidades internas: a assembleia geral, a diretoria e o conselho fiscal.As federaes e confederaes tm como unidades internas: o conselho de representantes (formadopelos delegados representantes), diretoria e o conselho fiscal.

    Por fora da filiao sindical, os sindicatos obrigam-se a respeitar e a acatar as deliberaes dosconselhos de representantes das federaes, e estas ltimas, da mesma forma, em relao sconfederaes.

    No caso dos corretores de seguros, que formam uma categoria econmica de profisso regulamentada,esto eles organizados dentro de um sistema sindical em que se destacam: os sindicatos estaduais edo Distrito Federal, a Federao Nacional dos Corretores de Seguros Privados, de Resseguros, deCapitalizao, de Previdncia Privada e das Empresas Corretoras de Seguros e Resseguros FENACOR(www.fenacor.com.br) e a Confederao Nacional do Comrcio de Bens, Servios e Turismo CNC(www.cnc.com.br).

    Por similaridade, e considerando que no houve a criao da Confederao Nacional das Empresas deCrdito, a FENACOR, em 2000, integrou-se ao Sistema Confederativo da Representao Sindicaldo Comrcio e filiou-se, ento, Confederao Nacional do Comrcio de Bens, Servios e Turismo CNC, tendo o Ministrio do Trabalho e Emprego autorizado, expressamente, Caixa Econmica Federal CEF, a insero do cdigo sindical da FENACOR ao da CNC.

    Alm dos servios tcnicos, apoio poltico e dos benefcios oferecidos (SESC e SENAC), a filiao daFENACOR CNC permite, na rbita legal, a interposio de ao direta de inconstitucionalidade de leis,junto ao excelso Supremo Tribunal Federal, por competncia conferida s confederaes e no s federaes(vide inciso IX, do art. 103, da Constituio Federal).

    Convm explicar que, a partir da promulgao da Constituio Federal de 1988, no pode haver ainterferncia ou interveno do Poder Pblico na organizao sindical (art. 8o, inciso I), tendo sido,assim, estabelecida a liberdade sindical, evidentemente, dentro dos limites da lei. Em decorrnciadisso, vrios artigos da CLT, que tratam da organizao sindical, conforme manifestaes contidasem correntes doutrinrias e operadores do Direito, foram tidos como revogados ou derrogadostacitamente.

    Cabe esclarecer, apenas a ttulo de informao, que o Governo Federal encaminhou projeto de lei, comproposta de reforma sindical, que est em tramitao no Congresso Nacional.

  • UNIDADE 2 37

    Vejamos o que determina a Constituio Federal:

    Art. 8o. livre a associao profissional ou sindical, observado o seguinte:

    Comentrio 42

    A Constituio Federal de 1988, seguindo os princpios democrticos fortalecidos pelanova ordem constitucional, estabelece a liberdade de associao profissional ou sindical,no sentido de se permitir que profissionais possam organizar-se em associaes quedefendam sua classe de atividades no concernente aos seus direitos, obrigaes etc.Obviamente, essa permisso concedida s associaes lcitas, pois o Estado nopode compactuar com a criao de organismos que afrontem a licitude.

    I a lei no poder exigir autorizao do Estado para a fundao de sindicato, ressalvadoo registro no rgo competente, vedadas ao Poder Pblico a interferncia e ainterveno na organizao sindical;

    Comentrio 43

    A Constituio Federal deixa claro que os sindicatos e associaes so independentese sequer necessitam de autorizao do Estado para serem concebidas ou exerceremsuas atividades, salvo o respectivo registro nos rgos competentes, pois a concessode liberdade no significa que o Estado permanea alheio. No haver interveno ouinterferncia estatal na organizao sindical, salvo quando essas organizaes venhama extrapolar os seus direitos ou no cumpram suas obrigaes.

    II vedada a criao de mais de uma organizao sindical, em qualquer grau,representativa de categoria profissional ou econmica, na mesma base territorial, queser definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, no podendo serinferior rea de um municpio;

    Comentrio 44

    Apesar da liberdade concedida pela Constituio Federal, no que concerne criaodas organizaes sindicais, proibido mais de uma representao sindical por categoriaprofissional numa mesma base territorial. Estabelece tambm a legislao que areferncia para base territorial o municpio, o que significa dizer que os sindicatose as associaes no podem exercer sua representatividade em espaos inferiores rea de um municpio. Ao proibir a criao de mais de uma organizao sindical, emqualquer grau, deixa patente a existncia de outros graus de organizao sindical, nocaso, as federaes e as confederaes.

  • LEGISLAO E ORGANIZAO PROFISSIONAL38

    III ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais dacategoria, inclusive em questes judiciais ou administrativas;

    Comentrio 45

    Mesmo no interferindo na organizao sindical, a Constituio Federal versa a respeitodas funes dessas entidades, estabelecendo se tratar de organizaes representativasde determinadas categorias, com objetivos bem definidos de zelar pela defesa dosrespectivos interesses, inclusive os de seus associados, individualmente. Isso significaque os sindicatos podero tanto lutar pelos interesses coletivos das respectivascategorias quanto fornecer apoio individual a determinado profissional, como, porexemplo, constituir advogado em sua defesa judicial e administrativa etc. As entidadessindicais possuem diversas outras funes, entre elas, de colaborao com o Estado,no estudo e soluo de problemas de cunhos legais, econmicos e sociais, relacionadosa seus representados etc.

    IV a assembleia geral fixar a contribuio que, em se tratando de categoriaprofissional, ser descontada em folha, para custeio do sistema confederativo darepresentao sindical respectiva, independentemente da contribuio previstaem lei;

    Comentrio 46

    Os sindicatos, como qualquer entidade, necessitam sobreviver; para isso, necessriose faz a arrecadao de contribuies, as quais podero ser descontadas diretamentedas folhas de pagamento de seus representados. Ao esclarecer que tal contribuio independente da contribuio prevista em lei, a Constituio refere-se ao impostosindical, previsto no artigo 578 a 610 da CLT*.

    V ningum ser obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;

    Comentrio 47

    A Constituio Federal determina a no obrigatoriedade de filiao sindical. A ressalva o pagamento do imposto sindical, mencionado no comentrio anterior.

    * Trata-se de um desconto, geralmente realizado no ms de maro, na folha de pagamento do trabalhador, de um dia de trabalhopor ano, equivalente a 3,33% do salrio.

  • UNIDADE 2 39

    VI obrigatria a participao dos sindicatos nas negociaes coletivas de trabalho;

    Comentrio 48

    Existem negociaes coletivas de trabalho, previstas em lei, as quais objetivam tomarresolues no concernente aos direitos das respectivas categorias, cujos resultadospassam a ser cogentes. Conforme a Constituio Federal, os sindicatos so obrigadosa participar dessas negociaes.

    VII o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizaes sindicais;

    VIII vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro dacandidatura a cargo de direo ou representao sindical e, se eleito, ainda que suplente,at um ano aps o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.

    Comentrio 49

    Trata-se de uma garantia aos candidatos a cargos sindicais, contra dispensas do trabalhoenquanto em campanha, durante e aps o mandato. Na verdade, o objetivo dessanorma evitar retaliaes polticas queles que atuam na linha de frente sindical,preservando a independncia das candidaturas e do exerccio dos cargos.

    Pargrafo nico. As disposies deste artigo aplicam-se organizao de sindicatosrurais e de colnias de pescadores, atendidas as condies que a lei estabelecer.

    Vantagens da Associao Sindical

    Apesar da filiao ao sindicato ser livre, nos termos do art. 8o, inciso V, da Constituio Federal, asvantagens da associao sindical residem no fato de que, atravs dela, os associados tero a defesa deseus interesses econmicos, individuais ou coletivos e de trabalhos comuns, e podero ser representadose substitudos administrativamente e em juzo. Alm dos benefcios assistenciais, existe a possibilidadejurdica de ser parte em espcies de aes judiciais, s quais no se permite ingressar individualmente.

    Art. 103. Podem propor a ao direta de inconstitucionalidade e a ao declaratriade constitucionalidade: (Redao determinada na Emenda Constitucional 45, de8.12.2004, DOU 31.12.2004)

    I o Presidente da Repblica;II a Mesa do Senado Federal;III a Mesa da Cmara dos Deputados;IV a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Cmara Legislativa do DistritoFederal; (Inciso com redao determinada na Emenda Constitucional 45, de8.12.2004, DOU 31.12.2004)

  • LEGISLAO E ORGANIZAO PROFISSIONAL40

    V o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Inciso com redao determinadana Emenda Constitucional 45, de 8.12.2004, DOU 31.12.2004)VI o Procurador-Geral da Repblica;VII o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;VIII partido poltico com representao no Congresso Nacional;IX confederao sindical ou entidade de classe de mbito nacional.

    Comentrio 50

    Ao direta de inconstitucionalidade e ao declaratria de constitucionalidade,no mbito do Direito Constitucional, so as aes de maior importncia, haja vistaque, por intermdio da primeira, poder-se- conseguir a declarao de quedeterminada lei seja inconstitucional; a segunda proporciona o contrrio, i., adeclarao de que uma lei seja constitucional. O importante que a deciso deambas, sendo julgadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) tm efeito erga omnes.Nesse sentido, as confederaes sindicais ou entidades de classe de mbito nacional(OAB, por exemplo), podem propor essas espcies de aes.

    Erga omnes expresso latina; indica que os efeitos de algum ato ou lei atingem todos os indivduos deuma determinada populao ou membros de uma organizao, para o direito nacional.

    Funes das Entidades Sindicais

    As entidades sindicais que representam os corretores de seguros (Sindicatos Estaduais e do DistritoFederal, FENACOR e CNC) possuem as seguintes funes:

    Funo Negocial

    A funo negocial do sindicato a que se observa na prtica das convenes e acordos coletivos detrabalho. O sindicato participa das negociaes coletivas que iro culminar na concretizao de normascoletivas (acordos ou convenes coletivas de trabalho a serem aplicadas categoria).

    Funo Assistencial

    Poder conferido s entidades sindicais de prestarem servios aos seus representados, como:assistncia judiciria e aprimoramento profissional, alm do dever de promover a fundao decooperativas de crdito.

  • UNIDADE 2 41

    Funo de Arrecadao

    Direito conferido s entidades sindicais de arrecadar contribuies para o custeio e manuteno da estruturasindical posta a servio de seus representados.

    Funo de Colaborao com o Estado

    Atribuio conferida s entidades sindicais de colaborar com o Estado no estudo e na soluo dos problemaslegais, econmicos e sociais que se relacionam a seus representados.

    Funo de Representao

    Direito conferido s entidades sindicais de representar aqueles a elas vinculados perante autoridadesadministrativas e judiciais, agindo, assim, na defesa dos interesses coletivos ou individuais de seus associados.

    As Entidades Sindicais Representativas dosCorretores de Seguros

    A Confederao Nacional do Comrcio de Bens,Servios e Turismo CNC

    A CNC uma entidade sindical em grau superior que tem como objetivo orientar, coordenar, proteger edefender todas as atividades econmicas do comrcio, servios e turismo, harmonizando-as comos interesses superiores do pas.

    A Confederao Nacional do Comrcio de Bens, Servios e Turismo (CNC) responsvel pela criao,organizao e administrao, em mbito nacional, do Servio Nacional de Aprendizagem Comercial(SENAC) e do Servio Social do Comrcio (SESC), instituies privadas e sem fins lucrativos,reconhecidas pelos Decretos-leis 8.621 e 9.853, de 10/01/1946 e 13/09/1946, respectivamente.

    Juntos com a CNC, o SESC e o SENAC formam um sistema mantido integralmente pela classeempresarial do comrcio de bens, servios e turismo, sem nus para os empregados, trabalhadoresautnomos ou cofres pblicos.

    A CNC foi fundada em 04 de setembro de 1945 e reconhecida pelo Decreto-lei 20.068, de 30/11/1945.Atualmente, integram a referida entidade 34 federaes sendo 27 estaduais e 7 nacionais, que agrupam,em 04/12/2008, 925 sindicatos filiados em todo o territrio nacional.

  • LEGISLAO E ORGANIZAO PROFISSIONAL42

    Federao Nacional dos Corretores de Seguros Privados, deResseguros, de Capitalizao, de Previdncia Privada e dasEmpresas Corretoras de Seguros e Resseguros FENACOR

    A Federao Nacional dos Corretores de Seguros Privados, de Resseguros, de Capitalizao, de PrevidnciaPrivada e das Empresas Corretoras de Seguros e Resseguros FENACOR (nova denominao socialaprovada na Assembleia Geral Extraordinria de 11/10/2007) uma entidade sindical em grau superior,de mbito nacional, reconhecida como entidade coordenadora dos interesses da categoria econmicados corretores de seguros e de capitalizao, conforme Carta Sindical de 21/03/1975, estandofiliada Confederao Nacional do Comrcio de Bens, Servios e Turismo CNC, desde 2000, e integrandoo Sistema Confederativo da Representao Sindical do Comrcio SICOMRCIO.

    Atende 26 sindicatos filiados e 77 delegacias, e aproximadamente 60.000 corretores.

    A FENACOR representa, judicial e extrajudicialmente, os seus sindicatos estaduais de corretores deseguros filiados, inclusive o do Distrito Federal, tendo por finalidades bsicas:

    proteger e defender os interesses da categoria econmica que ela representa, perante as entidadesprivadas e as autoridades pblicas;

    colaborar com os poderes pblicos no estudo e na soluo dos problemas relacionados categoria; e prestar assistncia tcnica e jurdica aos sindicatos filiados, inclusive assessoria tcnica e operacional

    no atendimento aos segurados e beneficirios do Convnio do Seguro DPVAT.

    Por fora do Convnio de Cooperao Tcnica celebrado, em 08/10/1988, entre a SUSEP e aFENACOR, e revigorado pelo Convnio de 12/09/2002, a referida autarquia federal autorizou aFederao a realizar:

    a execuo dos servios de recebimento de processos de pedidos de concesso de registro, de inscrioe autorizao para funcionamento e de alteraes cadastrais (pessoas fsicas e jurdicas);

    o exame e o cumprimento dos procedimentos administrativos e das condicionantes legais que objetivama concesso de registro de corretores de seguros e de seus prepostos; e

    a execuo dos servios de recebimento, de inscrio e autorizao para funcionamento de corretoresde Vida, Capitalizao e planos previdencirios.

  • UNIDADE 2 43

    Assim, em decorrncia desse convnio mantido com a SUSEP e do art. 10 da Lei 4.594, de 1964, aFENACOR mantm atualizados:

    o Cadastro Nacional dos Corretores de Seguros (CNCS) cadastro oficial, contendo os registrosde todos os corretores registrados (pessoas fsicas e jurdicas) ativos, suspensos temporariamente oucancelados; e

    o Banco de Dados dos Corretores de Seguros (BDCOR) autorizado expressamente pelaSUSEP, cadastro contendo os dados e documentos pessoais de identidade (pessoas fsicas) e contratos,estatutos sociais e alteraes (pessoas jurdicas) para acesso FENASEG e seguradoras afiliadas.Esse banco de dados, que contm documentos que so pblicos, permite facilitar o cadastro doscorretores junto s sociedades seguradoras; a autenticidade das informaes eletrnicas, inclusive achecagem da situao do corretor, se ativo, suspenso ou cancelado. Evita, tambm, a aceitao, pelassociedades seguradoras, de propostas encaminhadas e assinadas por pessoas no habilitadas e,evidentemente, no registradas na SUSEP.

    A FENACOR , tambm, um dos mantenedores da Escola Nacional de Seguros FUNENSEG.

    A FENACOR possui um site institucional na Internet (www.fenacor.com.br) e o Portal Nacional deCorretores de Seguros (www.corretoresdeseguros.com.br), de livre acesso, disponibilizados para consultaspelos corretores, seguradores, segurados e o pblico em geral.

    Os Sindicatos de Corretores de Seguros nos Estadose no Distrito Federal (SINCORs)

    Os sindicatos estaduais de corretores de seguros congregam uma categoria econmica formada porcorretores de seguros (todos os ramos), corretores de Seguro de Vida, de Capitalizao e de PrevidnciaPrivada Aberta, trabalhadores autnomos, e sociedades corretoras de seguros (todos os ramos) esociedades corretoras de Seguros de Vida, de Capitalizao e de Previdncia Privada Aberta.

    O principal objetivo dos sindicatos de corretores de seguros valorizar, cada vez mais, o profissionalcorretor de seguros, proporcionando-lhe condies e qualificao profissional para o exerccio de suaatividade, seja ele pessoa fsica ou jurdica.

    Alm desse objetivo, os sindicatos de corretores de seguros prestam, tambm:

    atendimento direto ao corretor de seguros em sua base territorial; e assessoramentos jurdicos, tributrios, contbeis e sociais aos corretores de seguros.

    Vrios sindicatos de corretores de seguros, em funo da integrao ao sistema da CNC, mantm convnioscom o SESC e o SENAC para o oferecimento de benefcios sociais ao corretor de seguros e aosfuncionrios de sociedades corretoras de seguros, extensivos aos seus dependentes.

  • LEGISLAO E ORGANIZAO PROFISSIONAL44

    Confederao Nacional do Comrcio representa as federaes a ela vinculadas,em nvel nacional.

    Federao Nacional dos Corretoresde Seguros representa osprofissionais em nvel nacional.

    Sindicatos de Corretores deSeguro representa osprofissionais corretores de segurosem nvel estadual e municipal.

    CNC

    FENACOR

    SINCORs

    Merece ser destacada, tambm, a importncia da atuao dos sindicatos de corretores de seguros, emsuas bases territoriais, pois eles prestam relevantes servios, colaborando na operacionalizao dosupracitado Convnio SUSEP/FENACOR, com a tramitao de processos e documentos que objetivamo registro e inscrio dos corretores junto SUSEP.

    Para os corretores pessoas jurdicas, os sindicatos de corretores de seguros tm fundamental importnciana celebrao de acordo ou conveno coletiva de trabalho com os sindicatos dos securitrios, inclusiveem dissdios coletivos, junto aos Tribunais Regionais do Trabalho, quando no h consenso entre aspartes suscitantes (securitrios) e suscitadas (sociedades corretoras de seguros) relativamente s condiespropostas e discutidas.

    Para fins de conhecimento, todas as decises pertinentes celebrao de acordos ou convenescoletivas de trabalho devem emergir da assembleia geral extraordinria dos associados dos sindicatosespecialmente convocada para este fim. Somente se frustradas as negociaes, aps garantida a data-baseda categoria, parte-se para uma soluo do litgio no mbito da Justia Especializada do Trabalho.

    Assim, no aspecto administrativo, os sindicatos de corretores de seguros representam todos oscorretores de seguros pessoas jurdicas junto aos sindicatos dos securitrios e so seus substitutosprocessuais nos dissdios coletivos.

    Assim, os corretores de seguros possuem sua estrutura sindical organizada daseguinte forma:

  • UNIDADE 2 45

    A Lei Regulamentadora Lei 4.594/64O seguro foi aperfeioado, gradualmente, pelos homens do comrcio, que precisavam de instrumentos dedefesa para proteger sua atividade contra os riscos que a ameaavam.

    Os segurados designavam homens de sua confiana para lavrar o contrato que, naquela poca, equiparava-se s escrituras pblicas e tinha fora executiva. Aqueles homens de confiana eram os atuais corretoresde seguros. Certo que o seguro foi surgindo lentamente, razo pela qual se torna difcil precisar a pocaexata de seu aparecimento, bem como a do corretor de seguros.

    O desenvolvimento da atividade de seguros passa no s pela participaodas sociedades, pela satisfao dos interesses dos particulares que pretendemver seu patrimnio protegido, como, tambm, pelo Corretor de Seguros que,dotado de conhecimentos tcnicos, faz a aproximao entre o segurado e aseguradora (Contrato de Seguros Pedro Alvim).

    Podemos afirmar que o desenvolvimento da atividade de seguros contempla, tambm, a garantia desobrevivncia do segurado e/ou de seus familiares, atravs dos Seguros de Vida, de Capitalizao ede Previdncia Complementar do segurado.

    Diante da importncia da participao do corretor na operao de seguro, houve a necessidade deregulamentao da atividade, com a fixao de princpios, deveres e direitos, porque, antes do adventoda Lei 4.594, de 29 de dezembro de 1964, a profisso do corretor de seguros era exercida com basena experincia individual, passada de gerao em gerao. Assim, em 29 de dezembro de 1964, foieditada a Lei 4.594/64, regulamentada por decretos e atos administrativos normativos fixados tanto pelaSUSEP quanto pelo CNSP.

    Considerando sua importante funo no Sistema Nacional de Seguros Privados, a figura do corretorpassou a ganhar, assim, contornos prprios de categoria profissional voltada para o desenvolvimentoeconmico e social.

  • LEGISLAO E ORGANIZAO PROFISSIONAL46

    O Corretor de Seguros: Papel e FunoQuando falamos em seguros, principalmente no que concerne lei que regulamenta a profisso de corretor,necessrio se faz a anlise em conjunto com alguns dispositivos do Cdigo Civil, especificamente o artigo722 a 729, no captulo que versa a respeito da corretagem.

    Art. 722. Pelo contrato de corretagem, uma pessoa, no ligada a outra em virtude demandato, de prestao de servios ou por qualquer relao de dependncia, obriga-sea obter para a segunda um ou mais negcios, conforme as instrues recebidas.

    Comentrio 51

    Especifica o referido artigo a intermediao, estabelecendo que o contrato decorretagem gera a respectiva obrigao.

    Art. 723. O corretor obrigado a executar a mediao com a diligncia e prudnciaque o negcio requer, prestando ao cliente, espontaneamente, todas as informaessobre o andamento dos negcios; deve, ainda, sob pena de responder por perdas edanos, prestar ao cliente todos os esclarecimentos que estiverem ao seu alcance,acerca da segurana ou risco do negcio, das alteraes de valores e do mais quepossa influir nos resultados da incumbncia.

    Comentrio 52

    O artigo estabelece as obrigaes bsicas do corretor para com o seu cliente.

    Art. 724. A remunerao do corretor, se no estiver fixada em lei, nem ajustadaentre as partes, ser arbitrada segundo a natureza do negcio e os usos locais.

    Comentrio 53

    Quando a legislao no estabelecer o quantum de remunerao a ser recebida pelocorretor, esta ser pautada pela natureza do negcio e os usos locais, ou seja,pelos costumes.

    Art. 725. A remunerao devida ao corretor uma vez que tenha conseguido oresultado previsto no contrato de mediao, ou ainda que este no se efetive emvirtude de arrependimento das partes.

    Comentrio 54

    Atingido o resultado que fora celebrado no contrato, a remunerao ser devida,independentemente da real concretizao do negcio