3ª ediÇÃo da revista approach

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14 de Fevereiro 2011 @ 2ª Edição

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3ª Edição da Revista do PROJECTO APPROACH!

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Page 1: 3ª EDIÇÃO DA REVISTA APPROACH

14 de Fevereiro 2011 @ 2ª Edição

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Este mês...ANA SERPA: A frase “ mais vale tarde que nunca” aplica-se bem à terceira edição da nossa revista. Devido a atrasos em algumas respostas que eram indispensáveis para colocarmos a nossa revista à disposição do público, só nos foi possível publicar nesta data. Mas aqui está ela, melhor do que nunca, desta vez incluímos uma entrevista a Nuno Martins, novos cursos sobre os quais podem saber mais um pouco e muito mais. Como sempre esperamos pelas vossas visitas e sugestões. Esperemos que gostem! ([email protected])

FÁBIO DUARTE:Mais uma edição, mais uma diversão! Fazer um trabalho de que gostamos é sempre bom e ter leitores iguais aos nossos é impossível, desde já agradeço a vossa colaboração!Espero que gostem desta nova edição, todos nos trabalhamos arduamente para satisfazer os vossos pedidos, por este motivo venho apelar mais uma vez, qualquer coisa que gos-tem ou desgostem comuniquem connosco, digam-nos, pois a vossa opinião conta! Obrigado por tudo ([email protected])

JOÃO RIBEIRO: Na preparação desta edição sentimos imensas dificul-dades, especialmente, no que toca à gestão do tempo. A revista é fruto de um projecto de Área de Projecto pelo que temos outras disciplinas para as quais temos de estudar e trabalhar. Sendo o segundo período fulcral, não poderíamos descuidar nenhuma outra área... dividindo o tempo equitativa-mente, área de projecto ficou com menos tempo pelo que a edição se atrasou um pouco. Contudo penso que importa destacar as coisas boas, que nesta revista estão bem presentes. Quero destacar em especial a entrevista a Nuno Martins, um Jovem Cientista com um projecto de vida exemplar. ( [email protected])

DANIEL CALISTO: Cumprimentos a todos os que nos estão a ler neste mo-mento.Antes de mais, gostaria de referir que este mês temos uma edição de destaque, porque vamos fazer referência a uma universidade muito perto da nossa escola, o Instituto Politécnico de Setúbal (IPS). E tal como nas edições anteriores, para além de falar des-ta universidade, vamos também descrever alguns cursos da mesma.Nesta edição, o artigo de opinião vai ser acerca dos cigarros electrónicos, e tem autoria da Ana Margarida Serpa do nosso grupo. É um tema muito interessante e actual, mas ainda desconhecido para muitas pessoas, por isso peço-vos que passem nesta secção da nossa revista para o lerem.Por fim, acho que não tenho muito mais a apontar, pois até no que diz respeito ao cum-primento dos objectivos do nosso projecto, com esta revista, este mês concluímos tudo o que tínhamos estabelecido. Fiquem bem e continuem a ler a revista APPROACH ([email protected])

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REVISTA APPROACH - 2ª EDIÇÃO

BIOGRAFIA: ISAAC NEWTON 4-7CIGARROS ELECTRÓNICOS 8-9

ACTUALIDADEINVENÇÕES & DESCOBERTAS INSÓLITAS 12-13

CIÊNCIA EM PROL DA HUMANIDADE 14-15ENTREVISTA A NUNO MARTINS 16-21

ENSINO SUPERIORINSTITUTO POLITÉCNICO DE SETÚBAL 24-25

ENGENHARIA BIOLÓGICO 26ENGENHARIA DOS MATERIAIS 27

ENGENHARIA DO AMBIENTE 28ENGENHARIA AUTOMAÇÃO, CONTROLO E

INSTUMENTAÇÃO 29

A 2ª Edição conta com o especial apoio de:

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ISAAC NEWTONA HISTÓRIA DA SUA VIDAIsaac Newton nasceu no dia de Natal de 1642 em Wool-sthorpe, Inglaterra, ano da morte de Galileu Galilei (pelo calendário actual estávamos a 4 de Janeiro de 1643 - O calendário adoptado em Inglaterra - calendário gregori-ano - estava atrasado em 10 dias). Quando nasceu era um bebé tão frágil que pensavam que não iria sobreviver. Seu pai, um proprietário rural analfabeto, havia morrido meses antes. Apenas com três anos de idade Newton, foi abandonado pela mãe que vem a contrair novo matrimónio e veio a ser criado pelos seus avós. Desde criança mostrava uma incrível habilidade para construir objectos mecânicos artesan-ais, porém o seu primeiro contacto com a matemática ocorreu apenas quando tinha 20 anos de idade e já em Cambridge.

Newton não era uma pessoa agradável as suas relações com outros académicos ficaram célebres, sobretudo nos últimos anos da sua vida, pois, envolveu-se em acesas discussões.Aparentemente a paixão de Newton pela matemática foi despertada com a Geometria de Descartes, que devorou sofregamente e de maneira auto-didacta. Os anos de 1664 a 1666 ficaram conhecidos como Anni Mirabiles.

Newton deduziu o binómio que tem o seu nome e desenvolveu um método para a solução de proble-mas com grandezas variáveis denominado por ele como “método das fluxões”, conhecido hoje como cálculo diferencial e integral. Descobriu a natureza da luz através de experiências engenhosamente concebidas com prismas, fendas e anteparos. Dedu-ziu a expressão da aceleração centrípeta e com ela comparou a aceleração necessária para manter a Lua na sua órbita com a aceleração com que os objectos caem na superfície da Terra.Em 1669 Newton assume o ensino da matemática no Trinity College da Universidade de Cambridge,

sucedendo a Isaac Barrow, professor influente no despertar de Newton para a matemática. A dedi-cação de Newton à matemática e á filosofia natural nunca mais seria a mesma dos Anni Mirabiles, pois agora estava dividido entre outras paixões, como a alquimia e os estudos bíblicos.

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Em 1672 publicou um artigo sobre a natureza das cores que foi mal recebido pela comunidade científica. Excessiva- mente sensível com esta recepção retraiu- se e desistiu de publicar outras descobertas. Isto custou-lhe caro pois, o filósofo alemão Got- tfried Leibniz publicou antes dele o chamado cál- culo diferencial e integral, que está na base da maior parte da física mod-erna. Sabe-se hoje que Newton descobriu o cálculo diferencial e integral antes de Leibniz, mas o seu trabalho foi publicado muito mais tarde. Começou assim uma enorme discussão sobre quem tinha sido o primeiro, com cientistas a defenderem vigorosamente os dois oponentes. É notável, porém, que a maioria dos artigos que aparecem a defender Newton tivessem sido escritos por ele mesmo, e apenas publicados em nome dos amigos! Com o au- mento da discussão, Leibniz cometeu o erro de apelar para a Royal Society para decidir a disputa. Newton, como presidente, nomeou uma co- missão «imparcial» para investigar, formada, por coincidência apenas por amigos seus! Mas isso não foi tudo: Newton escreveu depois o relatório da comissão e fez com que a Royal Soci- ety o publicasse, acusando oficialmente Leibniz de plágio. Como ainda não estava satisfeito, escreveu uma crítica anónima do relatório na publicação privada da Royal Society. Após a morte de Leibniz, diz-se que Newton declarou que tinha ficado radiante «por ter desfeito o coração de Leibniz». Contudo diz a lenda, que foi Edmond Halley quem conseguiu tirar Newton do seu casulo. Halley teria visitado o amigo e comentado com ele a hipótese de que os planetas seriam atraídos pelo

Sol, por uma força inversamente proporcional ao quad-rado da distância que os separa. Essa hipótese era difun-dida entre os estudiosos da época, mas ninguém tinha conseguido demonstrar matematicamente que uma tal força provocaria necessariamente órbitas elípticas. Newton comentou que já tinha resolvido esse problema alguns anos antes, mas não sabia onde estavam as ano-tações. Algum tempo depois Newton escreveu um artigo de nove páginas, intitulado De Motu Corporum (Sobre o Movimento dos Corpos). No qual ele enunciava as três leis do movimento e demonstrava como uma força centrípeta inversamente proporcional ao quadrado da distância poderia manter os planetas em órbitas elípticas. Admirado, Halley passou a insistir para que Newton pub-

licasse as suas descobertas. Newton, o perfeccionista, pediu um tempo para elaborar e organizar as suas ideias. E o que poderia ter sido, nas mãos de um cientista preguiçoso, um pequeno artigo, acabou por ser uma obra monumental. Halley, que acompanhava os seus trabalhos, publicou uma resenha da obra, pouco antes da sua publicação e mostrava o seu assombro. A resenha começa assim: “Esse incomparável autor, depois de finalmente persuadido a aparecer em público, fornece nesse tratado um exemplo realmente notável dos poderes da mente; e, de uma só vez, mostrou quais são os princípios da filosofia natural e a tal ponto extrapolou deles as suas consequências que parece ter esgotado o tema, pouco deixando para os que o sucederão”.

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Depois da publicação da obra Principia Math-ematica Newton tornou-se uma celebridade. Teve um papel activo na política anti-católica em Cam-bridge e mais tarde no Parlamento, tendo acaba-do por ser recompensado com o lucrativo lugar de administrador da Real Casa da Moeda. Aí usou os seus talentos tortuosos e vitriólicos de maneira mais aceite socialmente, orquestrando com êxito uma campanha contra a moeda falsa, chegando a mandar vários homens para a forca.Foi condecorado com o título de Sir (primeiro cientista a conquistar essa honra). Só esporadica-mente se dedicou à ciência, publicando algumas revisões de seus trabalhos. Nessa época, quando era presidente da Casa da Moeda e afastado dos estudos, foi-lhe apresentado um problema elabo-rado pelo matemático suíço Bernoulli, que tinha sido proposto como desafio aos matemáticos eu-ropeus. Consta que Leibniz teria pedido 6 meses para o resolver; como não o conseguiu resolver no prazo, pediu mais 6 meses. Newton recebeu o problema numa tarde, e no dia seguinte, antes de sair para o trabalho, havia resolvido o problema

e criado um novo ramo da matemática. Mostraram a solução do problema a Bernoulli sem dizer o nome do autor, ele teria adivinhado que fora Newton, e dito: “Conhecemos um leão pelas suas garras”.

Isaac Newton morreu em 1727, como presidente da Royal Society, pouco tempo antes de com-pletar oitenta e cinco anos de idade. Foi enterrado na Abadia de Westminster, Londres. Sobre seu túmulo foi inscrito em latim o seguinte epitáfio: “Que os mortais se regozijem por ter existido tamanho ornamento da raça humana”.

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No inicio deste ano começamos a ouvir falar dos cigarros electrónicos. Estes já estão a ser comercializados na china desde 2004, mas a maior parte dos cidadãos portu-gueses pouco sabe à cerca destes cigarros ou não sabe mesmo o que são. Em primeiro lugar irei esclarecer o que são afinal os cigarros electrónicos - O cigarro electrónico foi desenvolvi-do através de tecnologia micro electrónica. Consiste num invólucro de metal, com uma ba-teria de lítio, um circuito micro – electrónico, um indicador de luz na ponta do cigarro e um compartimento com nicotina que é recarregável. Olhando para isto pensamos: tudo bem é um cigarro como os outros, contém a nicotina de que os fumadores precisam para susten-tar o vício, é provavelmente mais prático, o cigarro do futuro talvez. Realmente do meu ponto de vista o problema não está no cigarro mas na publicidade que é feita a este produto, publicidade essa enganosa. Analisando dois sites que tentam vender este produto (como o www.imunostar.com e www.deixarfumar.com) tiramos uma rápida conclusão estes cigarros só têm vantagens: “o cigarro electrónico tem aparência e gosto parecido com o do cigarro convencional e produz vapor inofensivo; não contém monóxido de carbono nem químicos causadores de cancro; a bateria é recarregável; o cartucho contém um líquido com nicotina e pode ser substituído; o vapor resultante da inalação não contém qualquer produto tóxico e portanto pode ser usa-do em qualquer lugar para NÃO-FUMADORES” (www.imunostar.com). Tudo isto era muito simpático e benéfico se realmente fosse verdade. Na realidade e segundo a OMS (Organi-zação Mundial de Saúde) estes cigarros ainda não sofreram testes suficientes para que se possa afirmar que não contêm nenhum produto tóxico ou que não causam o cancro de maneira nenhuma, assim sendo, até ao momento estas são informações falsas ou infundadas, mas mais falsa ainda é a forma como esses tais sites tentam vender o seu “peixe”, argumentando com todas as certezas que o cigarro electrónico é uma maneira eficaz e económica para deixar de fumar, por vezes de uma forma mais indirecta como esta: “O Cigarro elec-trónico é um produto inovador. Permite-lhe continuar a desfrutar das sen-sações do fumar sem risco e dependência do tabaco” ( www.imunostar.com); ou dizendo com todas as palavras: “O utilizador pode continuar a desfrutar do vício ou prepara-se para deixar de fumar definitivamente, sem grande esforço e de forma saudável” (www.deixarfumar.com).

CIGARRO ELECTRÓNICOO NOSSO APPROACH POR MARGARIDA SERPA

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Como forma de esclarecer tudo isto no site da OMS podemos ler: “(…) a OMS não tem conhecimento de qualquer evidência de

que, como dizem os seus distribuidores, o cigarro electrónico ajuda as pessoas a parar de fumar. A OMS não tem conhecimento

de nenhum estudo rigoroso, mostrando que o cigarro electrónico é uma terapia de reposição de nicotina segura e eficaz.” e ainda “Se os comerci-

antes do cigarro electrónico querem ajudar os fumadores a parar, devem realizar estudos clínicos e toxicológicos sobre o quadro regulamentar ad-

equado”, disse Douglas Bettcher, Director interno da WHO’s Tobacco Free Initiative.”Até que eles os realizem, não podemos considerar o cigarro electróni-

co como um tratamento adequado com reposição de nicotina e, por isso, a OMS não pode aprovar o produto. A OMS saúda e apoia apenas aqueles com terapia

de reposição de nicotina, que têm demonstrado eficácia e segurança.” Estas são informações expostas na internet que me cabe a mim transmitir aos leitores para

que fiquem mais esclarecidos sobre este assunto que é ainda recente e que com certeza ainda dará muito que falar, mas visto que neste espaço tenho a possibilidade

de dar a minha opinião, posso dizer que ela consiste no seguinte: Para mim o deixar de fumar não deveria depender de nenhum desses produtos, ajudem ou não os cigarros

electrónicos a deixar de fumar, todos os pensos, todos os medicamentos e tratamentos vendidos nas farmácias não fazem milagres e não serão eles um segundo vício? O ideal

é não acender o primeiro cigarro, mas quando já se é um fumador e se começa a pensar deixar de fumar não bastam esses produtos, para mim, a iniciativa tem que partir da pessoa,

tem que haver força de vontade e um grande auto controlo. Se há pessoas que o conseguem sozinhas porque é que outras não? Se mesmo sabendo de todos os malefícios e do vício que

poderiam estar a criar conseguiram acender o primeiro cigarro, porque é que quando querem deixar de fumar não têm coragem para decidir que aquele será o ultimo? Por maior que seja o vício ou a dependência, com convicção qualquer um consegue.Por enquanto o que nos resta é aguardar até novos conhecimentos sobre os cigar-ros electrónicos, todas as suas vantagens e desvantagens devem ser bem divul-gadas para que todos os possíveis utilizadores deste produto saibam aquilo a que estão sujeitos quando o utilizam.

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ACTU-ALI-DADE

REVISTA APPROACH

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INVENÇÕES & DESCOBERTAS[INSÓLITAS]

GASES DE VACAFAZEM SUCESSO

Existem pessoas que compram gases de vaca enlatados. E o pior é que o produto é um tre-mendo sucesso na Alemanha e na Áustria.O negócio chama-se “Stall Duft” e, segundo a criadora do produto, Daniela Dorrer, que cres-ceu no campo, a ideia é que as pessoas que viveram em quintas e se mudaram para cidades possam relembrar o cheirinho típico dos lu-gares em que cresceram.Tudo o que é necessário fazer é levantar a tampa da lata e inspirar. Dentro da lata está um tecido que preserva todo o aroma. O cheirinho que muitos consideram ser agradável, prolon-ga-se durante muito tempo.Dorrer pretende ainda aumentar a linha de produtos, alguns dos aromas desejados são o aroma de cavalo, de porco e de palha.

Nos Estados Unidos está disponível uma bebida

chamada “Carne Líqui-da” (Meat Water)

– uma bebida rica em proteínas com sabores de várias carnes diferentes.Alguns dos “sab-ores” são:1. Salmão;2. Bife thai;3. Cheesbur-guer4. Goulash húngaraMas você sub-stituiria um belo bife por uma água com sabor a carne?

CARNE LÍQUIDA

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INVENÇÕES & DESCOBERTAS[INSÓLITAS]

COMER SEM ENGORDAR

Cientistas finalmente arranjaram uma forma de podermos saborear uma barra de chocolate sem engordar, é possível através de: vapores de alimentos. Literalmente, em vez de comer o seu prato preferido, você pode inalar o vapor e sentir o sabor.Será igual a comer um uma bela lasanha ou algo do género?

VENENO DE ARANHA

Uma aranha Brasileira possui um veneno único, com efeitos colat-erais bizarros. A picada da aranha Phoneutria nigriventer, também conhecida como aranha da banana, pro-voca erecções nas vítimas.

TOP 5: ANIMAIS QUE SE MASTURBAM(MORSA, AVES, CAVALOS, CÃES E GATOS E POR FIM O HOMEM

FONTE: HYPESCIENCEADAPTADO POR FÁBIO DUARTE pág.13

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Cientistas utilizam energia solar para produzir água potável

Quiosque de água funciona em MoçambiqueQuiosque Suíço de água é como lhe chamam, foi desenvolvido por uma equipa da univer-sidade Técnica de RapperswilI (Investigadores Suíços). Este “quiosque de água” consiste na purificação de água através da Energia Solar, este é um sistema que pode vir a ter um grande potencial nos países em desenvolvimento. Está a ser testado em Bangladesh, Moçambique e Tanzânia.Segundo as Nações Unidas quase 900 milhões de pessoas no mundo não têm acesso à água potável, o chefe do projecto, Lars Konersmann, afirma que o seu principal objectivo é dar acesso à água potável para todas as pessoas que não o tenham.

Mas como consegue o sistema efectuar a purificação da água rentavelmente? Segundo estudos que foram efectuados por vários cientistas, basta aquecermos a água a 75°C por mais de 5 minutos, para matar todos os micróbios Patogênicos. Mesmo assim para “jogar pelo seguro” o modelo desenvolvido aquece a água a uma temperatura de 80°C. “Quanto menor a temperatura, mais eficiente podemos ser e mais água podemos produzir com o mesmo investimento ou material”, acrescentou o investigador. O sistema pode purificar diariamente 500 litros de água ao custo inicial de 500 dólares por aparelho, o que os cientistas consideram um preço comparável a outros sistemas.

Facilidade de usoO quiosque é de fácil manutenção e funciona de forma eficaz, o que é importante quando se aplica tecnologia em países em desenvolvimento. Destina-se principalmente a utilização colectiva de pequenas comunidades. O líquido pode ser vendido a baixos custos como um serviço comunitário ou até mesmo cedido gratuitamente a escolas ou hospitais.

ProblemasO quiosque nos dias mais nublados não funciona para além disso a água também sai um pouco quente, depois de purificada, mas mesmo assim continuam a usa-lo, pois não são problemas sem solução. Quanto ao problema dos dias nublados, são relativamente poucos nas regiões onde foram instalados os quiosques, quanto a água sair um pouco quente, basta deixar arrefecer durante poucos minutos.

FONTE: swissinfo.chAdaptado por Fábio Duarte

FONT: sxc.hu

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Um grupo de cientistas colombianos e suíços de-senvolveram um método para detonar explosivos à distância, através de ondas electromagnéticas.

Os IED ou “bombas móveis” causam milhares de mortes e mutilações em países como Colômbia, Afeganistão e Iraque.

Os IED são instalados para bar-rar o avanço do exército. Geral-mente são colocados em trilhos onde passam pessoas, adultas que vão para o trabalho e crian-ças que vão para à escola. Entre 2005 e 2010 na Colômbia, as bombas móveis provocaram aproximadamente mil mortes por ano, um terço dos quais civis.

Dificuldades que os investigadores encontraram:•Como induzir uma corrente electromagnética suficientemente forte para explodir um detonador de uma mina que pode estar a uma certa profundidade.•Calcular as frequências de ressonância compatíveis com os muitos tipos de minas fabricadas.

Não existem duas minas iguais. As formas, as capas dos detonadores e os fios usados são todos diferentes e os sistemas de resposta a uma onda electromagnética dependem directamente desses parâmetros. Testes deram certoMas a equipa descobriu que, apesar da ampla gama de bombas improvisadas, todas tinham ga-mas similares de frequência. Já efectuaram vários testes, em Novembro de 2010 na Colômbia e mais tarde em Janeiro de 2011, ambos obtiveram um resultado bastante positivo.Foram usadas minas improvisadas fornecidas por técnicos em desativação de bombas profission-ais. O dispositivo foi instalado a uma distância média de 20 metros.

Objectivos para que o projecto seja usado:•Reduzir o seu tamanho.•Desenvolver um instrumento a prova de água .

Com estas duas mudanças iria ser muito mais fácil transportar o instrumento para onde este é necessário pois, o instrumento actual consiste num pesado gerador e numa antena de 1,5metros.

Ondas electromagnéticas contra minas terrestres

FONTE: swissinfo.chAdaptado por Fábio Duarte

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ENTEVISTA A NUNO MARTINS

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Nuno Martins é um jovem cientista Português com apenas 29 anos, natural de Vieira do Minho. Desde cedo mostrou uma enorme vontade de aprender pelo que sempre foi um aluno exemplar. Terminou o Se-cundário com uma média de 18 valores e posteriormente in-gressou na Universidade do Minho onde concluiu a sua licenciatura em Matemática. Ainda durante a sua licenciatura, Nuno Martins criou um centro de expli-cações. O percurso de Nuno Martins foi sempre recon-hecido, tendo sido contemplado com quatro prémios de mérito académico consecutivos concedidos pela Universidade do Minho e em 2004 com um prémio do Governo Português, galardoando-o por ter sido o melhor aluno de Matemática na sua instituição.Mais tarde ingressou na Singularity University, uma instituição muito especial, na vanguarda do ensino das mais diversas áreas e com ob-jectivos muito especificos, entre os quais: melhorar a vida de mil milhões de pessoas. Tentar melhorar o mundo e dar condições a to-das as pessoas sempre foi uma das premissas da vida de Nuno Martins, factor que o levou a candidatar a esta Universidade. Foi de entre os 2900 candidatos um dos quarenta es-colhidos, o que por si só é revelador das potencialidades de Nuno Martins. No âm-bito da sua estadia na SU, Nuno Martins de-senvolveu o projecto “ACASA” que lhe valeu um reconhecimento como melhor projecto da SU, pelo Finantial Times.Actualmente Nuno Martins está a concluir o seu doutoramento em Nanomedicina e Nanorobótica, na Universidade do Minho.

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1. O que é para si a Ciência?

A palavra ciência vem do latim “scientia” e significa “conhecimento”. O conhecimento tem um valor incalculável porque permite-nos mel-horar a nossa qualidade de vida e defender a humanidade. Apesar de ciência e engenharia serem normalmente vistos como tendo diferenças, o limite onde um acaba e o outro começa dependem apenas da definição que usas para os limitar. Para vos ilustrar alguns exemplos da importância da ciência dou-vos o exemplo do sonho antigo da humanidade de termos robots a ajudarem-nos no nosso dia a dia. Robots humanóides (robots com forma humana) bem ilustradas no robot Asimo da Honda, no robot Petman da Boston Dynamics, ou na robótica de alta velocidade permitirão realizar esse sonho antigo da humanidade. Estes robots precisarão de ser dotados com capacidades cognitivas simi-lares às humanas para poderem, por exemplo, ajudar idosos, ou pessoas com deficiência, nas suas tarefas rotineiras. E neste momento ainda não dispõem dessas capacidades. Mas recentes avanços na área das neuro-ciências, neuroengenharia, supercomputação e nanoelectrónica, permitirão corrigir esses actuais défices. O sonho será realizado nas próximas décadas.

Convém focar que a ciência e a engenharia permitem resolver problemas e melhor a nossa qualidade de vida. Por exemplo cerca de um quarto da humanidade não dispõe de uma casa com condições mínimas de habitabilidade. A automatização da construção de casas usando tecno-logia robótica ajudará a resolver este problema.

A ciência ajuda-nos a concretizar os direitos humanos. É um direito de to-dos ter condições dignas de vida. A ciência e a tecnologia devem ser usadas para que todos vejam esse direito concretizado.

2. Qual é o segredo para uma vida académica de tanto sucesso?

Eu acho que um bom ambiente familiar é essencial. Eu sempre tive todo o apoio que precisei dos meus pais. Os pais não tem de ajudar o aluno a estudar, não precisam de saber os conteúdos, mas precisam de dar apoio, e é isso que é preciso para um aluno ter sucesso. A lógica é a de chegares a casa e teres alguém que te controla, que te pergunta porque é que aquele teste correu pior e que te apoie no que precisares para melhorares.

A tua questão levanta a seguinte questão: o que é preciso fazer para se ser bom aluno? Além de ter um bom ambiente familiar, é preciso ter organização. É impor-tante ter o estudo organizado, por exemplo, saber onde se encontram as resoluções dos exercícios. Isto permite não demorar muito tempo a procurar as coisas e ter mais tempo para estudar. Aproveitar as aulas para aprender o mais possível é outro aspec-to fulcral.

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ENTREVISTA

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3. Criou um centro de explicações ainda durante a Licenciatura, por vontade ou por falta de apoios estatais e institucionais? Sim, criei o centro de explicações ainda durante a licenciatura por vontade própria. Ensinar é a principal forma de se transmitir conhecimento. De que me serve ter muito conheci-mento se não o consigo transmitir de forma eficiente? Sozinho é difícil mudar o mun-do. É preciso saber ensinar para se recrutar outros para lutarem pelas mesmas causas. É preciso saber ensinar para ajudarmos os outros a aperceberem-se do que é verdadeiramente importante e prioritário.

4. O que levou um estudante de Matemática a optar pela Nanomedicina como área de doutoramento?Quando terminei a minha licenciatura decidi dedicar um ano e meio a estudar as diferentes áreas do conhecimento que eu não dominava: estudei biologia, nanotecnologia, ciências da com-putação, robótica, medicina, neurociências, e outras áreas. Li os principais artigos e livros de refer-ência dessas áreas. O objectivo era perceber que tecnologias eram mais promissoras para ajudar a resolver os grandes problemas da humanidade. A nanomedicina at-raiu-me porque é a área de investigação mais promissora para permitir resolver uma grande parte dos problemas de saúde que hoje em dia são incuráveis.

5. Como surgiu a ideia de ingressar na SU? E como foram essas nove semanas? Eu fui escolhido para o ano inaugural da Singularity University, o ano de 2009. Vou contextualizar a Singularity University (SU) para que se perceba o porque de ser uma universidade especial e única. A Singularity University define-se a si mesma como sendo uma uni-versidade interdisciplinar cuja missão é a de reunir, educar e inspirar um conjunto de líderes que procuram entender e facilitar o desenvolvimento das tecnologias de crescimento exponencial para abordar os grandes desafios da humanidade. Com o apoio de um amplo conjunto de líderes do mundo académico, empresarial e governamental, a SU espera estimular ideias e soluções inovadoras para resolver alguns dos mais urgentes desafios da humanidade. A universidade está sediada nas instalações da NASA em Silicon Valley – Califórnia, e tem o apoio directo da Google e de outras empresas visionarias. Neste seu ano inaugural a SU foi notícia nos principais jornais e cadeias televisivas mundias: Finantial Times, Scientific American, Time, El Mundo, BBC News, etc. Fiquei extremamente contente por ter sido escolhido para a Sin-gularity University porque acho que é da responsabilidade de todos nós tentar resolver os grandes problemas da humanidade tais como: a pobreza, a fome, as alterações climáticas, a saúde pública, a falta de água, energia, etc. A questão que se põe é a de como é que as novas tecnolo-gias podem ser usadas para resolver os grandes problemas da humanidade. Na Singularity University encontrei pessoas de vários países e com as mais diversas formações e visões do mundo. Para dar uma ideia vou tentar explicar quem, e que tipo de pessoas estiveram presentes. Os professores da SU são desde líderes mundiais em investigação a líderes na indústria. Todos os professores demonstraram ter excelentes capacidades pedagógicas e eram extremamente sociáveis. Os 40 alunos seleccionados foram escolhidos de um conjunto de 1200 concorrentes e eram desde alunos de graduação e pós-graduação a jovens empresários com provas dadas em como estão interessados em resolver os grandes problemas da humanidade. Os alunos foram seleccionados, pela SU, com base no seu currículo. O currículo teria de demonstrar que o aluno era: criativo, inteligente e guiado pela excelência; especialista numa das dez áreas cientificas leccionadas na SU; líder e empreendedor; dominava várias línguas com domínio perfeito do inglês; e acima de tudo o aluno tinha de ter dado provas de estar interessado em resolver os grandes problemas da humanidade.

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O programa dividiu-se em três fases:Na primeira fase o objectivo era que nós percebês-semos quais são os grandes problemas da humani-dade, quantas pessoas são afectadas a nível mundial, e que estratégias já foram usadas para tentar resolver esses problemas. Na segunda fase fizemos visitas a em-presas como Google, NASA Labs, centro de investigação da IBM Almaden, Yahoo, OmNeuron, 23andMe, Autodesk, etc. O objectivo era percebermos que erros cometeram estas empresas, que dificuldades tiveram de ultrapassar e que reco-mendações nos davam. Na terceira fase o objectivo era desen-volvermos um projecto que ajudasse mil milhões de pessoas em dez anos. É este o grande objectivo da SU.

6. Na SU desenvolveu o projecto ACASA, em traços lar-gos em que consiste e como surgiu a ideia?De acordo com as estatísticas recentes 1.6 mil milhões de pessoas, ou seja, um quarto da humanidade, vivem sem condições mínimas de habitabilidade. Essas pes-soas não têm casa, não têm saneamento, água potável ou electricidade. Se fosse pos-sível construir casas para cada uma dessas pessoas muitos dos problemas de saúde pública se-riam minimizados. O meu grupo propôs desenvolver-se e comercializar-se um sistema robótico que permitirá construir uma casa de betão em apenas dois dias, custando um terço do preço actual, usando um terço da energia, e praticamente sem produzir lixo. Esta tecnologia permitirá também construir uma casa usando materiais locais, tais como barro ou areia, e segundo a nossa visão será primeiro utilizada nos países subdesenvolvidos. O sistema robótico tem dois carris onde se movimenta e tem também um repositório de cimento. Tem ainda dois braços: um que distribui o cimento para fazer o chão, as paredes e o tecto; e o outro braço que coloca as vigas superiores das portas e das janelas e tam-bém coloca as vigas para fazer o tecto. A ideia ajudará a resolver um problema que afecta um quarto da humani-dade, tal como eu disse, e pode ser adaptada às realidades de cada país. Como eu disse também, caso não haja cimento disponível na região, esta tecnologia permitirá construir uma casa usando materiais locais, tais como barro ou areia. Além disso é possível person-alizar as casas, ou seja, as casas podem ser complet-amente diferentes umas das outras. A casa anterior pode não ter nada a ver com a casa que é construída no dia seguinte. Isto permitirá satisfazer as necessidades individuais de cada família. A máquina é também facil-mente desmontável e pode ser facilmente transportada.

CLICA NA IMAGEM PARA VERES O VIDEO DE APRESENTAÇÃO DO PROJECTO

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7. “Eu queria ser astronauta, o meu país não deixou” Começa assim a fa-mosa música de Tim e Rui Veloso. Acha que no nosso país já há condições para que os jovens venham a ser “astronautas”? E acha que estudar no estrangeiro é essencial para vingar no mundo da Ciência ou há em Por-

tugal as condições necessárias para uma carreira de sucesso? Já agora, é obvio que não o faz por reconhecimento mas não serão exemplos como

o seu que a nossa juventude precisa? Há falta de divulgação de projectos como este?

Há de facto muito melhores condições em muitos outros países. Estudar, pelo menos durante algum tempo, noutro país é essencial. Conhecer outras culturas,

outras ideias, e conviveres com formas de ver o mundo muito diferentes é essencial, e eu recomendo que todos os alunos façam isso sempre que for possível.

Sobre a falta de divulgação de projectos em Portugal posso vos dizer que a Singularity Univer-sity teve centenas de artigos publicados nas principais revistas mundiais. Por exemplo, o Finantial Times, publicou quatro artigos sobre a Singularity University, o primeiro dos quais referido na primeira página. Parece-me óbvio que o conhecimento que eu adquiri na Singularity University seria uma mais-valia para todos os que pudessem ouvi-lo. Os outros países parecem estar a tentar extrair o conhecimento que os seus representantes adquiriram neste curso convidando-os para dar palestras nas universidades e entrevistas nos meios de comunicação social. A verdade é que as solicitações que os meus colegas tiveram nos respectivos países foram, de longe, muito superiores às que eu tive em Portugal.

8. Quais são os seus objectivos para o futuro? Salvar o mundo é um sonho ou um objectivo? Ajudar quem precisa é um dever. Ponho-vos a seguinte questão: e se fossem vocês a nascer num pais onde não há nada? E se fossem vocês que estivessem doentes? As pessoas têm de pensar nos problemas dos outros. Temos de conseguir consciencializar as pes-soas para os problemas. Para te dar um exemplo: porque é que as pessoas andam em excesso de velocidade nas estradas? Quando essas pessoas forem a um hospital e virem pessoas amputadas, com graves lesões, ou a morrer, por causa de acidentes de viação, eu acho que vão pensar duas vezes antes de porem em risco a sua vida e a vida dos outros, andando em excesso de veloci-dade. Da mesma forma é preciso consciencializar as pessoas para os problemas humanitários. Eu acho muito importante que todas as pessoas tomem contacto com a realidade dos que realmente precisam. Aí as pessoas percebem que o que realmente importa não são os pequenos problemazinhos mas sim as outras pessoas que precisam de ajuda.

9. Por último, uma mensagem que queira deixar aos jovens... Apesar de muitas vezes não ser clara a utilidade da escola, apesar de muitas vezes vocês não verem para que serve aquilo que estão a aprender, e apesar de muitas vezes apetecer estudar só para passar de ano, sejam persistentes e queiram sempre aprender o máximo possível em todas as disciplinas. Mesmo que vos pareça que o que estão a aprender não vos vai interessar para a vossa vida futura, aprendam o mais possível, sobre tudo o que vos ensinam. Seja na escola, ou na vida real, que-iram sempre saber mais e aprender o máximo. Um dia mais tarde vão perceber a importância de terem tido essa atitude.

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QUALQUER DÚVIDA OU PEDIDO DE INFOR-MAÇÃO SOBRE O ENSINO SUPERIOR, CURSOS OU ESTABELECIMENTOS DE

ENSINO, PODE SER ENDEREÇADA PARA:

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ENSINO POLITÉCNICOEm Portugal, segundo a Lei de Bases do Sistema Educativo em vigor, o ensino superior com-preende 2 subsistemas de Ensino: Ensino Univer-sitário e Ensino Politécnico. O Ensino Politécnico visa proporcionar uma for-mação de nível superior mais técnica e prática, orientada para a aplicação do saber e resolução de problemas concretos. A formação Universi-tária, por sua vez, é mais teórica e orientada para investigação e criação do saber.As diferenças existentes tendem, porém, cada vez mais, a dissipar-se. A principal, essa sim, reside no facto do Politécnico apenas poder conferir os graus de licenciatura e mestrado, cabendo exclusivamente às Universidades a atribuição do grau de Doutor ou a formação em áreas como a Medicina e o Direito. Ainda de destacar que, no caso do Politécnico, é frequente a existência de regimes de acesso que contemplam a preferência de candidaturas de âmbito regional.

BREVE HISTÓRIAA Escola Superior de Tecnologia de Setúbal faz parte do Instituto Politécnico de Setúbal.Foi criada dois meses após a fundação do Instituto Politécnico de Setúbal, a 26 de Dezembro de 1979, pelo que partilha de toda a história da Instituição. Apesar de terem sido criadas as es-colas em 1979, entraram em funcionamento apenas em 1981. O Campus do IPS situa-se perto de Setúbal, a poucos minutos do centro da cidade, tal como a maior parte das instituições de ensino superior do país. Em 1999 foi criada mais uma Escola de Tecnologia, desta vez no Barreiro, com áreas de Engen-haria diferentes das existentes em Setúbal.

OBJECTIVOS GERAIS:As Escolas Superiores de Tecnologia que integram o Instituto Politécnico de Setúbal partilham os objectivos gerais de qualquer Instituto Politécnico vocacionado para a área das Ciências e Tecnologias. Têm como principal premissa o “saber profissional”, sem descuidar o saber cientí-fico ou teórico como base para o saber profissional. De um modo geral, o ensino politécnico procura dotar os estudantes do chamado “know-how”, ensinando- lhes, especialmente, como pôr em prática toda a teoria aprendida. Deste modo estabelece uma grande ponte entre a instituição de ensino e o mercado de trabalho, formando profissionais capazes de exercer nas mais diversas áreas. Para além disso, o IPS tem, ainda, como objectivos a realização de actividades de Investigação & Desenvolvimento e a prestação de serviços à comunidade.

IPS EM NÚMEROSAno de criação: 1979 Escolas Superiores: 5 Licenciaturas de Bolonha: 32 Mestrados aprovados: 19 Estudantes (2007/2008): 6371 Estudantes IPS em mobilidade ERASMUS (2007/08): 67 % mobilidade ERASMUS / estudantes em licenciaturas (2007/08): 1,12% Docentes (2007/2008): 505 Rácio estudantes/ docentes (2007/2008): 13 % docentes com doutoramento (2007/2008): 17%

INSTITUTO POLITÉCNICO DE SETÚBAL

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INSTITUTO POLITÉCNICO DE SETÚBAL

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ENGENHARIA BIOLÓGICA (MESTRADO INTEGRADO)

Objectivos:● Oferecer uma formação sólida, transdiscipli-nar e actualizada que prepare os estudantes para posições de liderança numa carreira em Engenharia Biológica ou em áreas afins, dotando-os de for-mação específica em domínios multi- e trans- dis-ciplinares das Ciências e Tecnologias Biológicas e Químicas.● Promover a formação académica necessária à atribuição do título profissional de Engenheiro, con-ferido pela Ordem dos Engenheiros.● Garantir uma actualização curricular que acom-panhe a rápida evolução que caracteriza este domínio de actividade.● Oferecer um conjunto de “Minors” (Ambiente e Energia; Bioengenharia Médica; Engenharia Alimen-tar; Gestão Industrial; Nanobiotecnologia; Bioin-formática e Biologia de Sistemas) com o intuito de garantir formação em áreas chave da intervenção dos Engenheiros Biológicos. De forma a assegurar a ligação destas áreas de formação às novas oportu-nidades que venham a surgir, tanto a nível Nacional como Internacional.● Desenvolver nos estudantes capacidade autónoma de aprendizagem, bem como de espírito crítico, flexível e criativo, e capacidade de adaptação e aprendizagem contínua num universo tec-nológico e numa área específica de actividade em acelerado desenvolvimento.● Proporcionar uma formação de elevada qualidade e actualidade que permita e facilite a mobili-dade dos alunos para Escolas de excelência na Europa e a dos futuros Mestres no mercado global de trabalho neste novo campo da Engenharia.

Saídas Profissionais:● Vir a ocupar posições de liderança no acompanhamento, desenvolvimento e investigação de processos e produtos biológicos nas Indústrias Farmacêutica e Cosmética, Agro-Alimentar e Química, bem como nas Áreas Ambiental e Biomédica.● Realizar actividades com vista ao desenvolvimento de materiais, dispositivos e processos de base biotecnológica nas novas áreas de intervenção da Engenharia Biológica.● Responsabilizarem-se em Laboratórios de Análises Químicas e Bioquímicas, Microbiológicas e Moleculares, em Gabinetes de Projecto e Consultadoria, no Comércio e Serviços e no Ensino, em áreas da Engenharia Biológica e afins. ● Realizar Investigação Científica e Desenvolvimento Tecnológico, bem como para o Empreende-dorismo em Biotecnologia.

Candidatura:Para candidatura à Licenciatura em Engenharia dos Biológica, o aluno deve ter uma classificação mínima do Secundário de 12 valores e a média das provas de ingresso deve ser superior a 10.Para se candidatar ao curso de Eng. Biológica o aluno deve cumprimir as seguintes provas de ingresso:

02 Biologia e Geologia16 Matemática ou07 Física e Química16 Matemática

ENSINO SUPERIOR | APPROACH

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ENGENHARIA DOS MATERIAISObjectivos:● Especialização em Engenharia de Materiais, de modo a formar Engenheiros de Materiais com capacidade de concepção e de integração conhecimentos (conceptual engineering);● Atrair alunos de outras formações ministradas no IST e noutras escolas;● Empregabilidade em serviços que requeiram competências específicas de 2º ciclo.

Saídas Profissionais:Os alunos que concluírem o Mestrado em Engenharia de Materiais terão uma formação mais es-pecífica que lhes permite: ● Enfrentar vários desafios ao longo da sua vida profissional na área de Engenharia de Materiais (que envolvem Tecnologias e Métodos de Produção, Caracterização de Produtos, Ensaios de Mate-riais, Garantia e Controlo da Qualidade, Reciclagem e Desenvolvimento Sustentável).● Encontrar lugar no vasto leque de sectores económicos ligados à Engenharia de Materiais, que incluem empresas de engenharia, novas tecnologias, empresas metalúrgicas e metalomecânicas, indústria de polímeros, indústria de cerâmica e vidro, indústria de materiais de construção, cer-tificação e garantia da qualidade, materiais para electrónica, materiais avançados e biomateriais, investigação e ensino.

Candidatura:Para candidatura à Licenciatura em Engenharia dos Materiais, o aluno deve ter uma classificação mínima do Secundário de 12 valores e a média das provas de ingresso deve ser superior a 10.

Para se candidatar ao curso de Eng. dos Materiais o aluno deve cumprimir as seguintes provas de ingresso:

02 Biologia e Geologia16 Matemática ou07 Física e Química16 Matemática

Como em muitos outros cursos, a fórmula de cálculo é 50:50, isto significa que as provas de ingresso têm tanto peso como a média do Secundário.Em 2010 foram colocados, na primeira fase, 20 alunos, sendo que o colocado com a nota mais baixa tinha uma média (Provas de Ingresso e Classificação no Secundário) de 140,8 pontos (14 valores).

Para teres acesso a mais informações sobre os colocados e as condições de candida-tura, clica aqui.

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Como em muitos outros cursos, a fórmula de cálculo é 50:50, isto significa que as provas de ingresso têm tanto peso como a média do Secundário.Em 2010 foram colocados, na primeira fase, 65 alunos, sendo que o colocado com a nota mais baixa tinha uma média (Provas de Ingresso e Classificação no Secundário) de 156 pontos (16 va-lores).

Para teres acesso a mais informações sobre os colocados e as condições de candida-tura, clica aqui.

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ENGENHARIA DO AMBIENTE(Este curso encontra-se homologado no âmbito do Processo de Bolonha.)A Eng. Ambiental é uma área nova mas que, devido ao colapso que está a ocorrer no meio am-biental, tende a ser uma profissão bastante cotada e principalmente em Portugal, que é um dos países que vem sendo cada mais afectado, devido ao aquecimento global, e por ser um país com intenso fluxo industrial. A restauração de rios e afluentes, controlar e amenizar a poluição da água, entre inúmeras outras funções, fazem da engenharia ambiental a “profissão do futuro”.

Objectivos:- Proporcionar uma formação aos seus licenciados, que lhes permitirá actuar com capacidade téc-nica e científica na análise e resolução de problemas ambientais, assim como na gestão dos recur-sos naturais. - Tratar os problemas ambientais numa perspectiva integrada (ecológica, social, económica e tec-nológica) necessária para se obter um desenvolvimento equilibrado e sustentável, das actividades produtivas. - O curso privilegia a interdisciplinaridade e as tecnologias mais recentes, de modo a ter em con-sideração o carácter horizontal da Eng. do Ambiente e a permanente evolução das tecnologias e das ciências do ambiente.

Saídas Profissionais:- Gestão e Operação de Sistemas de Tratamento de Resíduos, de Água e Águas Residuais e de Efluentes Gasosos;- Certificação e Implementação de Sistemas de Gestão da Qualidade, Ambiente e Segurança;- Monitorização e Controlo da Qualidade Ambiental (Ar, Água, Solos e Ruído);- Responsabilidade Técnica em Energias Renováveis e Sistemas de Conversão de Energia;- Gestão de Projectos de Saneamento Ambiental e Gestão de Obra;- Consultoria e Auditoria Técnica;- Sensibilização Ambiental.

Onde exercer:- Indústria (todos os sectores);- Entidades gestoras de Abastecimento de Água e Saneamento;- Empresas de Consultoria;- Laboratórios (Prestação de Serviços e Investigação & Desenvolvimento);- Turismo e Hotelaria.

Candidatura:Para candidatura a Licenciatura em Eng. do Ambiente, o aluno deve ter uma classificação mínima do Secundário de 10 valores e a média das provas de ingresso deve ser superior a 10 valores.

O aluno se deve candidatar com um dos seguintes exames:

- 02 Biologia e Geologia (B e G)- 07 Física e Química (F e Q)- 16 Matemática

Isto significa que a média do secundário vale 65 % da nota final de colocação, enquanto que as provas de ingresso valem 35 %. O último colocado de 2010 tinha uma média de 12,4 valores.

Para teres acesso a mais informações sobre os colocados e as condições de candidatura, clica aqui.

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Engenharia de Automação, Controlo e Instrumentação

A Engenharia de Automação, Controlo e Instrumentação concentra-se, acima de tudo, na au-tomação de uma planta, isto é, tornar um processo manual, semi-automático ou totalmente au-tomático. A automação é completa quando toda uma linha de produção funciona do começo ao fim sem a intervenção humana, agindo apenas pelo controle das próprias máquinas e con-troladores. Para obter a automação de um sistema é necessário conseguir uma visão global do processo produtivo, o que faz o profissional da área usar informações que relacionem áreas de conhecimento distintas, como é o caso da mecânica, da eléctrica e da ciência da computação.

Objectivos:O curso de mestrado em Automação, Instrumentação e Controlo do IPS, tem por objectivo primário a formação de especialistas com perspectivas multidisciplinares no conjunto destas três importantes áreas de engenharia.

Saídas Profissionais:- Responsabilidade Técnica de Instalações Industriais;- Projecto em Automação e Optimização de Processos e em Instalações de Sistemas de Medida e de Controlo Industrial;- Consultoria de Instalações de Automação, Controlo e Instrumentação;- Actividade de Laboratório nas áreas de Metrologia, Calibração e Controlo da Qualidade;- Operação de Sistemas de Controlo de Dispositivos de Medição e Monitorização;- Gestão Técnica e/ou Comercial de Empresas de Equipamentos da área;- Desenvolvimento e Implementação de Programas Específicos para Autómatos recorrendo a diferentes Metodologias e Linguagens;- Docência e Formação;- Investigação Aplicada;

Onde exercer:- Indústria do Cimento, do papel, automóvel e aeronáutica.- Centrais Termoeléctricas;- Estações de Tratamento de Águas, Águas Residuais e Resíduos Sólidos Urbanos;- Empresas de Instalação e Manutenção de Equipamentos de Automação,- Controlo e Instrumentação;- Gabinetes de Projecto Industrial;- Laboratórios de Metrologia e Calibração;- Centros de Desenvolvimento Tecnológico;- Instituições de Ensino Superior e de Ensino Técnico.

CandidaturaPara candidatura, o aluno deve ter uma classificação mínima do Secundário de 10 valores e a mé-dia das provas de ingresso deve ser superior a 10 valores.

O aluno deve cumprir uma das seguintes provas de ingresso:

- 10 Geometria Descritiva- 07 Física e Química (F e Q)- 16 Matemática Para este curso, a fórmula de acesso é 65:35. Isto significa que a média do secundário vale 65 % da nota final de colocação, enquanto que as provas de ingresso valem 35 %. No ano transacto o último colocado tinha uma média de 11,4 valores.

Para teres acesso a mais informações sobre os colocados e as condições de candidatura, clica aqui.

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