3ª aula norma jurÍdica

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NORMA JURDICA

GNESE A norma jurdica surge de um ato decisrio do poder que se sujeita prudncia objetiva, exigida pelo conjunto das circunstncias ftico-axiolgicas em que se encontram os respectivos destinatrios. REALIDADE NTICA A norma jurdica um objeto cultural, tendo por substrato regular a conduta humana, e por sentido, a tentativa de realizar a justia. ELEMENTOS ESSENCIAIS 1. Imperatividade como essncia genrica da norma jurdica impe um dever, um determinado comportamento.

Prescreve as condutas devidas e os comportamentos proibidos. Se inclui no grupo das normas ticas que regem a conduta humana, diferenciando-se das leis fsico-naturais. 2) Autorizamento como essncia especfica da norma jurdica autoriza que o lesado pela sua violao exija o cumprimento ou a reparao pelo mal causado. Indica sua diferena especfica, distinguindo-se das demais normas, pois s a jurdica tem esse carter.

DISTINO ENTRE NORMA MORAL E JURDICA MORAL: unilateral, pois apenas impe um dever, prescreve um comportamento, mas no autoriza ningum a empregar coao para obter o seu cumprimento; O cumprimento das obrigaes voluntrio; autnoma, por te r como fonte a prpria natureza, compelindo o homem, se ele quiser, objetivao do bem individual. JURDICA: bilateral por ser imperativa e autorizante. Se dirige a duas pessoas.

O cumprimento das obrigaes pode ser satisfeito inclusive mediante o uso de medidas repressivas; heternoma, pois so postas por terceiros, e, enquanto no forem revogadas ou no carem em desuso, obrigam e se impem contra a vontade dos obrigados; Autoriza ao lesado o emprego da coao ou coatividade para conseguir a observncia de seus preceitos ou a reparao do dano ocasionado pela sua infrao, por meio de determinadas autoridades. OBS.: - As duas tem uma comum base tica, ambas constituem normas de comportamento e, por isso, so imperativas;

CLASSIFICAO Quanto imperatividade: Absoluta so as que ordenam (afirmativas)-Transfere-se entre vivos a propriedade mediante registro do ttulo... ou probem alguma coisa (negativas)- No pode ser objeto de contrato a herana de pessoa viva de modo absoluto. Relativa permitem ao ou absteno (permissivas) lcito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos bens, o que lhes aprouver, ou suprem declarao de vontade no existente (supletivas) Efetuarse- o pagamento no domiclio do devedor, salvo se as partes convencionarem diversamente....

2) Quanto ao autorizamento: Mais que perfeitas as que por sua violao autorizam a aplicao de duas sanes: a nulidade do ato praticado ou o restabelecimento da situao anterior e ainda a aplicao de uma pena ao violador. No podem casar as pessoas casadas... Perfeitas aquelas cuja violao as leva a autorizar a declarao da nulidade do ato ou a possibilidade de anulao do praticado contra sua disposio. nula a nomeao de tutor pelo pai ou pela me que, ao tempo de sua morte, no tinha o poder familiar

Menos que perfeitas a s que autorizam, no caso de serem violadas, a aplicao de pena ao violador, mas no a nulidade ou anulao do ato que as violou. No devem casar o vivo ou a viva que tiver filho do cnjuge falecido, enquanto no fizer inventrio dos bens do casal e der partilha aos herdeiros... Imperfeitas aquelas cuja violao no acarreta qualquer consequncia jurdica. As dvidas de jogo ou de aposta no obrigam o pagamento...

3) Quanto hierarquia: Normas constitucionais Leis complementares Leis ordinrias, delegadas, medidas provisrias, decretos legislativos e resolues Decretos regulamentares Normas internas Normas individuais 4) Quanto a natureza de suas disposies: Substantivas criam direitos e impem deveres. Ex.: disposies dos cdigos civil, penal, etc.

Adjetivas regulam o modo ou o processo de efetivar as relaes jurdicas. Ex.: artigos dos Cdigos de Processo Penal, Civil, etc. Quanto aplicao: De eficcia absoluta aquelas inatingveis, insuscetveis de emendas. Ex.: clusulas ptreas De eficcia plena aquelas que por apresentarem requisitos necessrios produzem efeitos previstos imediatamente. Ex.: uma norma revoga a outra; o efeito extintivo imediato De eficcia relativa restringvel aquelas que tem aplicabilidade imediata, embora sua eficcia possa ser reduzida por comando da prpria norma. Ex.: norma que necessite de regulamentao.

De eficcia relativa complementvel aquelas que dependem de norma posterior para que possam ter efeito positivo. Ex.: norma constitucional de princpio institutivo que requer seja estabelecido esquema geral para que tenha aplicabilidade imediata. Quanto ao poder de autonomia legislativa: Nacionais e locais conforme vigorem em todo o territrio do Pas ou parte dele. Federais, estaduais e municipais se se tratarem de normas da Unio, dos Estados ou dos Municpios.

Quanto sistematizao: Esparsas ou extravagantes se editadas isoladamente. Ex.: lei do inquilinato, do salriofamlia, etc. Codificadas - quando constituem um corpo orgnico de normas sobre certo ramo do direito. Ex.: Cdigo Tributrio Nacional, Cdigo Civil, etc. Consolidadas quando forem uma reunio de leis esparsas vigentes sobre determinado assunto. Ex.: Consolidao das Leis do Trabalho.

VALIDADE DA NORMA JURDICA Aspectos essenciais vigncia (validade formal ou tcnico-jurdica), eficcia (validade ftica) e fundamento ( validade tica). Funcionam como requisitos para que a norma jurdica seja legitimamente obrigatria. VIGNCIA existncia especfica da norma. Ser imprescindvel a presena dos seguintes requisitos: Elaborao por um rgo competente; Competncia ratione materiae do rgo; Observncia dos processos estabelecidos em lei para sua produo.

MBITO TEMPORAL DE VALIDADE Vigncia da Lei no Tempo Incio obrigatoriedade publicao no Dirio Oficial; vigncia na data da publicao, se o texto assim declarar, ou vacatio legis. Durao da vacatio legis prazo progressivo a lei entra em vigor em diferentes prazos, nos vrios Estados do Pas; - prazo nico no havendo estipulao legal de sua data, entra em vigor a um s tempo em todo o Pas, 45 dias aps sua publicao; e no exterior, 3 meses depois de publicada.

Cessao da vigncia lei temporria; lei com vigncia para o futuro. Revogao tornar sem efeito uma norma. Espcies: Ab-rogao supresso total da norma anterior; Derrogao torna sem efeito parte da lei; Expressa quando o legislador declara extinta a lei velha; Tcita quando houver incompatibilidade entre a lei velha e a nova. A lei nova s tem vigor para o futuro ou regula situaes anteriormente constitudas? Critrios para solucionar o conflito de leis no tempo dois critrios:

1) Das disposies transitrias (direito intertemporal) so elaboradas pelo legislador, no prprio texto normativo, para conciliar a nova norma com as relaes j definidas pela anterior. 2) Dos princpios da retroatividade e da irretroatividade. Retroatividade a norma atinge os efeitos dos atos jurdicos praticados sob o imprio da lei revogada. Irretroatividade no se aplica a norma a qualquer situao jurdica constituda anteriormente. Relativizao: a nova norma em vigor tem efeito imediato e geral, respeitando sempre o ato jurdico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.

MBITO ESPACIAL DE VALIDADE Princpio da Territorialidade a norma tem vigncia espacial limitada, s obrigando no seu territrio, nas suas guas e na sua atmosfera. Princpio da Extraterritorialidade Estados permitem que, em seu territrio, se apliquem em certas hipteses normas estrangeiras. - No Brasil adotado o Princpio da Territorialidade Moderada dependendo do caso aplica-se a territorialidade ou extraterritorialidade.

:JUSTIA Em sentido prprio, a virtude de dar a cada um o que lhe devido segundo uma igualdade simples ou proporcional. A justia aplica-se por extenso aos princpios superiores: Da ordem social, que s ser justa se assegurar a cada um seu direito; legislao, que deve garantir a cada um o que lhe devido; Aos rgos, encarregados de aplicar a justia. JUSTIA PARTICULAR a que visa o bem do particular.

ESPCIES: Justia Comutativa ocorre quando um particular d a outro particular o bem que lhe devido, segundo uma igualdade simples. Justia Distributiva ocorre quando a sociedade d a cada particular o bem que lhe devido segundo uma igualdade proporcional, tendo em vista a sua situao. JUSTIA SOCIAL ou GERAL ocorre quando as partes da sociedade do comunidade o bem que devido, observando uma igualdade proporcional.