379 logistica de transporte

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Ano 3 - N 12 Maro/Abril - 2010

PROCESSO DECISRIO APLICADO NA LOGSTICA DE TRANSPORTE INTER-MODAL MARTIMO-RODOVIRIO.

Prof. Dr. Fabrcio Moraes de Almeida Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Gesto da Inovao e Tecnologia da UNIR. E-mail: [email protected] Prof. Dr. Flvio de So Pedro Filho Coordenador do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Gesto da Inovao e Tecnologia da UNIR. E-mail: [email protected] Rodrigo Batista Acadmico Graduao em Administrao da UNIR em Cacoal, Rondnia - Brasil. RESUMO Logstica, do francs loger ou alojar na lngua portuguesa, tem originalmente o significado militar de aprovisionamento da tropa e que depois tomou sentido amplificado para a indstria. O moderno conceito segue pela estratgia de aquisio, armazenagem, movimentao e toda informao sobre os produtos desde a origem at o destino, em uma operao vantajosa que resulte na competitividade e benefcios mltiplos para a empresa e cliente. A administrao logstica de transporte envolve toda atividade de mobilizao fsica dos produtos, sendo o inter-modal uma soluo para locomoo e entrega das mercadorias a pontos distantes ou de difcil acessibilidade; rene os elementos de informao e deciso na complexidade do trajeto requerido e todo o Trade Off desta funo. Este artigo um estudo destes conceitos tcnicos para aplicao no processo decisrio em operao logstica de transporte inter-modal martimo-rodovirio. Adotou-se uma metodologia qualitativa e de natureza construtivista, com anlise de contexto especfico, em busca de idias para melhorar a gesto de rotinas para a mobilizao dos bens importados. Como resultado, expe sobre opes de rotas e oferece demonstrao como subsdio na seleo de alternativa para deciso pelos novos gestores deste tipo de atividade. Palavras-Chaves: Competitividade. Gesto. Deciso. Logstica. Transporte Inter-modal.

ABSTRACT Logistics, as loger in frech, or alojar in portuguese, and as lodge in english, has originally the meaning of military supplies of troop when then took amplified the sense for the industry. The modern concept follows the approach of purchasing, storing, handling and all information about products from origin to destination, in an operation that would benefit competition and multiple benefits for the company and client. The management of transportation logistics involves the activity to physical mobilization ofwww.interscienceplace.org pginas 1 a 19

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products, and an inter-modal is solution for transportation and delivery of goods to distant points and difficult to access; gathers the information and all complexity of decisions who requires that function. This article is an study of technical concepts to application on decision-making in logistics operation of inter-modal into maritime. We adopted a qualitative and nature construtivist methodology, with analysis of specific context, in search of ideas for improving the management of routines in the mobilization of imported goods. As a result, have a sets of options for routes and offers util demonstration as aid in selection of decision alternative to new managers of this type of activity. KEY WORDS: Management. Decision. Logistics. Transportation Inter-modal. Competitiveness.

1.

INTRODUO

O presente estudo trata do processo decisrio til na gesto logstica de transporte intermodal e objetiva suporte aos profissionais que atuam com a demanda de variveis como custos, movimentao, tributao, informao, fluxo dos transportes dentre outros. Este estudo composto da introduo com um levantamento terico e tratamento metodolgico; segue com a formulao de um case simulado, trazendo na seqncia a concluso e a referncia bibliogrfica. O problema defrontado indagar sobre a modelao tcnica atravs da qual, aplicando o conhecimento de variveis identificadas e constructos previsveis, possa simular e demonstrar uma deciso vantajosa na operao logstica de transporte inter-modal. Objetiva-se contribuir para a capacitao de executivos na atividade de logstica integrada, por meio de formulao de reflexes para melhoria de resultados empresarial.

1.1.

Concepo terica e conceitual Logstica de transporte conceituada como sendo a atividade estratgica de

movimentao de mercadorias desde a origem at a destinao, utilizando um sistema modal que permita menores custos e tempo, gerando satisfao ao cliente e maior competitividade nos negcios. Ballou (2009) afirma que o transporte mais barato encoraja para a concorrncia direta, porque provoca no mercado a existncia de um bem que no produzido no local, mas que requerido pelo consumidor. Por outro lado, a rapidez da chegada da mercadoria pontua a vantagem empresarial posto garantir a

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oportunidade de lucro, desde que uma adequada construo conceitual seja interpretada, como se demonstra no Grfico1.

Grfico 1: Construo de uma proposta conceitual.

CONF IG UR A O P AR A DE CIS O E M L OG S T ICA DE T R ANS P OR T E O PROCESSO DECISRIO NA O NA LOGSTICA DE TRANSPORTE LOGSTICA

CONHECIMENTO CONHECIMENTO DA ORIGEM DA ORIGEM

FLUXO OPERACIONAL DA INFORMAO Custo. Modal escolhido. Volume a movimentar Embalagem. Processos envolvidos.

PONTO DE PONTO DE CONSUMO CONSUMO

EFICINCIA E EFETIVIDADE

CONHECIMENTO DAS CONHECIMENTO DAS NECESSIDADES DOS NECESSIDADES DOS CLIENTES CLIENTES

Fonte: Adaptado de Ballou (2007) pelos acadmicos de Administrao da UNIR sobre orientao dos autores.

Um cenrio conceitual em logstica conforme grfico acima serve como ferramenta para dimensionar variveis no processo decisrio. O custo da operao definir a ao gerencial e o retorno em termo de vantagem; a sua apropriao exige percia possvel com o conhecimento sobre cada um dos demais componentes indicados no grfico acima; influenciar no preo final da mercadoria transportada com as conseqncias na praa. Na seleo do tipo de modal a ser requerido pelo gestor logstico se encontram os fatores intervenientes diretos e indiretos, que levam o gestor a optar entre manter um aparato de transporte ou terceirizar a operao logstica. O gerente precisar conhecer a origem da mercadoria a ser importada, com as restries do trajeto, como os conflitos, guerras e perturbao da ordem e outras; alm da certificao da qualidade do produto a ser adquirido e transportado. Conhecer as vantagens ewww.interscienceplace.org pginas 1 a 19

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desvantagens oriundas das regras de Blocos Comerciais outra preocupao gerencial; neste ngulo de anlise, o gerente buscar considerar as convenes tarifrias do Bloco da Unio Europia que rene os pases europeus, do Nafta - North American Free Trade Agreement ou Tratado Norte-Americano de Livre Comrcio, que rene os Estados Unidos, Canad e Mxico, da Bacia do Pacfico com a China, Indonsia, Malsia, Tailndia, Coria do Sul, Taiwan e Cingapura, Hong Kong, Japo e outros, e do Mercosul com o Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e a entrante Venezuela, com uma expectativa desde 1999 da expanso do acordo de Livre Comrcio entre este ltimo e a Unio Europia. Cada Bloco admite sua regulamentao com reflexo comercial no negcio logstico, cabendo anlise quanto funcionalidade de modo a orientar alternativas. Mesmo no Brasil, a mobilizao do modal rodovirio at a destinao, aponta restrio no apenas alfandegria e tributria como tambm ambientalista; por isso as zonas de livre comrcio passam a ser importantes plos para trafegar uma mercadoria. Com referncia efetividade, lanar especial ateno s operaes regulares e modo a gerar satisfao do cliente, mesmo que seja a eficincia outro requisito para qualquer deciso logstica no modal ora tratado. A qualidade da operao logstica depende da eficincia e da efetividade para o estabelecimento de prioridade no funcionamento do sistema de atendimento, pois apontam o grau de importncia quando da deciso de praticar ou adiar um contrato de risco. Outro fator o conhecimento real das necessidades do cliente para consolidar a fidelizao na atividade logstica, principalmente nas situaes marcadas pela efetividade; este crculo da aproximao com o parceiro influenciar possveis redimensionamentos compromissrios para vantagens mltiplas, como renegociao de prazo de entrega, tipo de mercadoria substitutiva e outras. O Ponto de Consumo pede significativa critica na operao que envolve logstica inter-modal, principalmente nos sistemas de entrega porta-a-porta, ou nas situaes que incluam Ponto de Distribuio ou aprovisionamento logstico. Ponto de Consumo o endereo do cliente, onde ir receber o bem transportado; vale registrar sobre as condies tcnicas deste ponto, nas situaes em que o modal vem completo com os servios auxiliares para teste de recebimento e certificao de entrega. Outro interveniente se refere s condies das estradas, intemprie do tempo e os casoswww.interscienceplace.org pginas 1 a 19

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fortuitos ou de fora maior, todos que influenciam significativamente no atendimento logstico do Ponto de Consumo. J o Ponto de Distribuio a estrutura utilizada para aprovisionamento no sistema logstico, situao em que se instalam os Armazns Gerais, as Centrais de Entrega ou outro mdulo que facilitem a ligao com o Ponto de Consumo. So estas providncias que modificam a Logstica de Transporte Inter-modal. A seguir apresentado o Quadro1, com a contextualizao do fluxo de informao que completa o modelo configurado neste estudo.Quadro 1: Concepo terica e conceitual das variveis em logstica de transporte. Fluxo Operacional de Informao (Ballou, 2007) Contextualizao conceitual e terica

1. Custo

1.1 Custo de transporte: Deslocamento por tipo de modal, operao aduaneira, desembarao, movimentao de carga pelo Organismo Oficial da Mo-de-obra porturia. 1.2 Custos complementares: administrativos, informao, tributrio e outros. 2.1 Rodovirio: realizado por rodovias, para transporte de gros, mercadorias a mdia distncia e no perecveis. 2.2 Aerovirio: realizado por via area, para transporte de mercadorias estratgicas, e menor volume e valores elevados, que exigem entrega imediata 2.3 Aquavirio: realizado por via martima, fluvial ou lacustre. 2.4 Dutovirio: realizado por dutos metlicos, cermico ou outro, geralmente utilizado para transporte de gases e lquidos a mdia e longa distncia. 2.5 Ferrovirio: realizado por intermdio de locomotivas e vages para mercadorias como minrios, gros e outros. 2.6 Inter-modal: realizado por intermdio da combinao de dois ou mais dos modais acima. 3.1 Pequeno volume: nfase o valor, a fragilidade no transporte e o significado da mercadoria. 3.2 Mdio volume: nfase no valor da mercadoria e a possibilidade de complementao da carga para entrega em uma mesma regio. 3.3 Grande volume: nfase o valor da carga, o seu acondicionamento e o tipo de material rodante ideal. 4.1 Primria: para proteo direta do produto a ser transportado; a sua construo varia de tipos de materiais, como papelo, plstico poliestireno, vidro ou alumnio e outros, informando as caractersticas da mercadoria e facilitando sua inspeo. 4.2 Secundria: Admite vrias embalagens no seu compartimento, como um continer. 4.3 Para transporte em comrcio exterior: Deve oferecer garantia contra avarias com as conseqncias para os envolvidos no transporte da mercadoria, podendo optar no apenas pelo container, como ainda pelos big bags ou pallets. 5.1 Agenciamento: Transao para viabilizar o transporte fsico da mercadoria. pginas 1 a 19

2. Modal escolhido

3. Volume a movimentar

4. Embalagem

5. Processos envolvidos

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Ano 3 - N 12 Maro/Abril - 2010 5.2 Liberao ou desembarao: Sincronia entre as normas de transporte e o tipo de operao realizada. 5.3 Movimentao de carga: sincronia entre o tipo de transporte e a mercadoria a ser mobilizada entre a fonte e a destinao. Fonte: Adaptado de Ballou (2007) e outros pelos acadmicos de Administrao da UNIR.

1.2 O aprendizado empresarial para novos gerentes em logstica inter-modal.

O processo decisrio um significativo contedo para aprendizado organizacional. Vem sendo insuficientemente explorado pelos gestores por conta de outras demandas administrativas, ou levado ao segundo plano no treinamento gerencial. Mas a palavra de ordem para o executivo moderno a eficincia, cuja base se encontra na deciso. O presente estudo focaliza a possibilidade de treinamento estratgico do gestor de logstica e dos seus auxiliares para decidirem na operao de transporte intermodal mediante a anlise cognitiva de modelos. O prprio Peter Senge adota modelagens oriundas de autores sociotcnicos contingencialistas, como Burns & Stalker, adaptadas com idealizadores de Chris Argyris da Teoria Comportamental da Administrao. A construo de modelagem decisria exige praticidade e vivencia com situaes previsveis constitudas no intelecto do decisor e do agido (aquele que arca as conseqncias da deciso), amadurecendo-lhes o discernimento para enfrentar tal processo, com segurana e equilbrio; a questo como estruturar uma rvore decisria. neste contexto que as organizaes inovadoras apelam para o empowerment, ou seja, o poder impulsionador do sucesso sintonizado, a fim canalizar sinergia de aprendizado no grupo operante, respeitando os valores prprios dos stakeholders ou atores sociais, expressos de forma independente no cenrio onde eles atuam. Esta reflexo merece adicionar um pensamento de Robert Kaplan, quando afirma que:

O aprendizado e crescimento so aspectos-chave porque formam a base da melhoria da qualidade e da inovao. Uma empresa pode funcionar muito bem do ponto de vista financeiro, ter boas relaes com os clientes e contar com excelentes processo, mas se outra empresa obtiver vantagens semelhantes, isso de nada adiantar. Quero dizer com isso que no se deve ficar acomodado com o desempenho atual, ainda que seja satisfatrio. importante que os executivos entendam que sero superados pelos concorrentes se no mudarem e aperfeioarem sua atuao continuamente e mais rpido do que eles. Convm dar-se conta de que a fonte de aprendizado e crescimento so os Empregados da empresa. Somente e graas a eles possvel continuar melhorando as operaes.

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Entram neste estudo os conceitos de simuladores teis no processo decisrio. Servem para demonstrao da rvore decisria. O preparo poder ser desenvolvido utilizando do Windows Excel, com variveis sujeitas a verificao de alternativas e avaliao do desempenho previsvel diante de situao testvel. Inclui fatores intervenientes, demonstrando as conseqncias estimadas com menor margem de erro na razo do custo, volume, lucro, satisfao pela qualidade, norteando os critrios de ao na logstica de transporte inter-modal.

1.3 A metodologia do preparo deste estudo.

A maioria das Pesquisas Aplicadas em Administrao produzida no prprio ambiente empresarial, objetivando principalmente a competitividade. Em significativos mtodos e procedimentos adotados utiliza-se de ferramentas hard para escrutnios analticos da deciso administrativa; entretanto no geram patentes e, segundo Cooper (2003:33), a divulgao dos resultados destas produes tcnicas e cientficas estimulam perdas, pois os concorrentes passam a obter informao de assuntos empresariais reservados. As investigaes na Cincia da Administrao se apiam em mtodos quantitativos, com variveis tangveis e atributos objetivos para as solues matemticas, e em mtodos qualitativos, com variveis intangveis de atributos subjetivos. A simulao estratgica admite ambos os mtodos em solues de diferentes graus de complexidade. a simulao de caso uma tcnica formal para a investigao em Administrao recomendada por autores como Chiavenato (2003). Vem sendo admitida em centros de referncia por Sauaia da FEA/USP, Veiga do CEPEAD/UFMG, e Bornia do PPGEP/UFSC dentre outros. Esta tcnica permite trabalhar reflexes racionais quando o objeto em estudo no est disponvel na plataforma da pesquisa, e por isso levantam-se constructos formais que identificam a situao a ser vivenciada no contexto real, submetendo-os a comprovao de hipteses construtivistas, mediante clculos operacionais com testes que permitam medir exatido, clareza e as suas conseqncias. O processo decisrio poder ser melhorado com modelos programados ou no programados. No contexto deste estudo, os primeiros podem ser medidos porwww.interscienceplace.org pginas 1 a 19

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escalas, sendo os indicadores de desempenho o atributo essencial para conferir resultados. Os seguintes so resultantes do domnio do gestor, podendo ser desenvolvidos no workplace profissional como resultado do aprendizado desde os cases cotidianos. So adventos behavioristas da rea de logstica dos transportes, refletindo na produo de bens e servios, finanas e outras. Constituem providencias administrativas para traar, alm do benchmarking empresarial, o fomentando a prticas melhoradas, aprimoramento de estratgia, visualizao das metas no planejamento, anlise das informaes, desenvolvimento de tcnicas e processos, melhoria da qualidade contnua e reviso dos resultados empresariais como interpretado em Chiavenato (2003:589). Neste estudo foi considerado o mtodo da pesquisa bibliogrfica em suporte terico e conceitual, sendo o Estudo de Caso simulado a ferramenta aplicada para a obteno dos resultados expostos aqui. Foram adotados os procedimentos comuns ao mtodo, como a formulao de um problema de pesquisa focando uma situao peculiar de realidade tangvel, e deslocamento do abstrato para este texto, mediante um positivismo comtiano para os efeitos testveis.

2

COMPLEXIDADE DO PROCESSO DECISRIO NA LOGSTICA DE

TRANSPORTE

O presente estudo trata do processo decisrio aplicado logstica de transporte trans-modal do tipo martimo-rodovirio, envolvendo operao de aquisio de bens importados. Rene informaes relacionadas escolha de modal adequado e suas variveis, de forma que o produto adquirido seja recebido no destino certo sem avaria e no prazo pr-estabelecido com o cliente, mediante o menor custo. O processo decisrio neste trabalho seguir pelas recomendaes de Ballou (2007), que tratou dos fatores econmicos que influenciam nestes custos, como a distncia, volume, densidade, facilidade de acondicionamento e de manuseio, a responsabilidade com o risco da operao de transporte e o comportamento de mercado com relao oferta e demanda do bem movimentado. O conjunto de fatores econmicos intervenientes supra mencionado conduz a uma deciso pelo tipo de transporte a ser admitido, ou seja, o modal a ser considerado para o cumprimento da misso de entrega da mercadoria. Esta escolha influenciar nawww.interscienceplace.org pginas 1 a 19

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vantagem competitiva da empresa, pois alm da questo logstica, incrementa obrigaes relacionadas integridade da carga e a regularidade de transporte com reflexo no comprometimento do transportador; utilizao espordica de um modal no motivaria a prontido do agente transportador, haja vista o investimento para manter disponvel um tipo de modal, posto que os investimentos no apenas com aquisio do equipamento de transporte como a sua manuteno envolve investimento e despesa considervel. O Quadro 2 a seguir traz os tipos de modal considerado na logstica de transporte.

Quadro 2: Tipos variados de modal a serem considerados em uma deciso logstica de transporte. Tipos de modal (Ballou (2007) Caractersticas respectiva

1. Rodovirio

1.1 Utilizado para cargas pequenas e mdias, de preferncia do gnero no perecvel. 1.2 Aplicado para curtas e mdias distncias, com coleta e entrega ponto a ponto. 2.1 De elevado custo, o transporte areo utilizado somente em circunstncias especiais. 2.2 Deve ser escolhido para mdias e longas distncias, em caso de produtos de alto valor agregado, preo elevado, produtos altamente perecveis e com alto grau de exigncia quanto aos nveis de servios e de clientes. 3.1 necessrio a condio geogrfica favorvel, de maneira que o deslocamento seja concretizado com xito. 3.2 Requer maior demanda de tempo de entrega da mercadoria. 3.3 Comum para transportes de produtos semi-acabados ou matrias-primas a granel, como minrios, gros, produtos de polpa de madeira, carvo, calcrio e petrleo. 4.1 Ideal para transportar lquidos ou gasosos, combustvel e granis em dutos de superfcie. 4.2 Ideal para transporte de produtos a longa distncia no caso dos dutos subterrneos. 5.1 Ideal para grandes massas, mas com nveis de servios inferiores. 5.2 Admite baixa mobilidade e flexibilidade, necessitando quase sempre de carregamento e descarregamento.

2. Aerovirio

3. Aquavirio

4. Dutovirio

5. Ferrovirio

5.3 Ideal para transporte de itens de baixo valor agregado, mas com grandes volumes de movimentao, como os granis, minrios, produtos agrcolas e outros, para longas ou pequenas distncias sob baixa velocidade. Fonte: Adaptado de Ballou (2007) pelos acadmicos de Administrao da UNIR.

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2.1

Deciso envolvendo seleo do tipo de modal na logstica de transporte.

Conforme o conceito clssico, deciso a escolha entre alternativas possveis, devendo ser decidido sempre pela mais vantajosa para a administrao. No caso da logstica de transporte envolve o conhecimento e a sensibilidade com relao ao interesse do cliente. No ponto de vista gerencial, o responsvel pela deciso estar ainda envolvido com a demora do decisum e com a no deciso pelo encargo a que se prestar perante o cliente. Caber ao administrador levantar fatores lgicos como a capacidade operacional e financeira empresarial, o interesse em fidelizao de cliente comprador, fornecedor e co-operador da logstica dos transportes ou transportadora, alm de considerar as demais variveis que estaro presentes no entorno deste universo gerencial. O Quadro 3 a seguir oferece um escopo til na reflexo do gerente logstico no ato de escolha do tipo de modal a ser oferecido, apresentando as caractersticas de cada um dos mesmos.

Quadro 3: Caractersticas dos principais modos de transportes

Item/ModoCapacidade do embarque Velocidade Preo (para usurio) Resposta do servio Custo de inventrio Custos fixos Custos variveis

Rodovirio Areovirio Aquavirio Dutovirio FerrovirioEmbarques mdio. Menor Mdio Embarques menor. Menor Menor Embarque maior. Menor. Menor. Embarque maior. Menor. Menor. Embarque mdio. Menor. Menor.

Mdia

Mais rpida

Lenta.

Lenta.

Lenta.

Mdio

Mais caro

Mais caro.

Mais caro.

Mais caro.

Baixos Mdios

Altos Altos

Mdios. Baixos.

Altos. Baixos.

Altos. Baixos.

Fonte: Adaptado de Ballou (2007) pelos acadmicos de Administrao da UNIR.

Conforme de observa no Quadro 3 acima, caber ao gerente logstico considerar os fatores que envolvem a sua deciso para optar pelo tipo de modal a serwww.interscienceplace.org pginas 1 a 19

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escolhido. Existem tipos de produto que somente admite a movimentao ao destino pela via terrestre, tendo em vista as caractersticas do produto, o seu volume, prazo de entrega e tipo de movimentao de embarque e desembarque, situao em que o gestor escolher o modal rodovirio ou ferrovirio. Regies densas como a Amaznia, por exemplo, recortada por vrios rios, estes tipo de modal rodovirio seria inadequado, tendo em vista a mobilizao e o prazo de entrega, situao em que se recomenda o modal do tipo aquavirio, de resposta lenta, porm mais vantajoso desde que consiga tornar o custo compatvel inclusive na relao Custo x Volume ou por meio de carga certa.

2.2 Deciso envolvendo uma seleo de inter-modal do tipo Aquavirio-Rodovirio.

A deciso por um tipo de inter-modal do tipo Aquavirio-Rodovirio tem sido comum na rotina dos gerentes que atuam na rea de importao e exportao de mercadorias. O mundo globalizado tem requerido do administrador cada vez mais desenvoltura para decises rpidas e para tanto se requer reflexo sobre possibilidades mltiplas e complexas. So decises sobre problemas que envolvem reflexo de novas rotas, relaes aduaneiras e outras que so complementadas s demais caractersticas que foram tratadas acima, como custos, rapidez, desembarao alfandegrio, tipos de embalagens e movimentao no embarque e desembarque. O acondicionamento da mercadoria para entrar em trnsito uma questo crucial. Envolve custos, buscando essencialmente a maior proteo da mercadoria, e est associada ao marketing empresarial. Registre-se, entretanto, que o menor custo com a proteo equivale a maior custo com avarias, alm do reflexo negativo na referencia empresarial. O gestor optar entre o maior custo de embalagem e o maior custo com avaria com toda a conseqncia que trar para a administrao. Desta forma, a seleo do tipo de embalagem para expedio da mercadoria soluo para a movimentao e transporte, mas tambm est relacionada rapidez do embarque e desembarque do produto em face da quantidade, peso e segurana do bem. A padronizao no transporte inter-modal ora referido encontrou uma soluo no container, por ser um meio seguro para acondicionamento de volumes de mercadorias afins, facilitando o manuseio nas praas porturias, promovendo awww.interscienceplace.org pginas 1 a 19

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identificao e controle no sistema alfandegrio. O inter-modal Aquavirio-Rodoviria, como o levantado neste estudo pede a visualizao das caractersticas do container como na Figura 1.

Figura 1: Embalagem por meio de container utilizado para o transporte inter-modal.

Fonte: Adaptado de fontes diversas pelos acadmicos de Administrao da UNIR.

Outro elemento de custo inter-modal se refere obrigao tributria oriunda de praa aduaneira. So condies que envolvem deciso pelo deslocamento de origem e destino de mercadoria em prazo certo; as remessas para reas de livre comrcio proporciona vantagem decorrente de incentivos fiscais, podendo representar menor custo tributrio com iseno ou suspenso ICMS, IPI ou ambos, a depender da relao de poltica fiscal vigente da origem e no destino da mercadoria que estar sendo transportada pelo inter-modal; caber ao gestor logstico obter informao destes processos e procedimentos de forma a adequar uma deciso maximizada, conhecendo a jurisdio e a Zona Aduaneira Primria e Secundria, com as suas respectivas exigibilidades fiscais, ou manter uma relao prxima com os setores de importao e exportao que por ventura funcionem na empresa. No Brasil existe sistema dewww.interscienceplace.org pginas 1 a 19

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informao oficial, com interface mundializada, capaz de orientar uma deciso neste aspecto.

2.2

Demonstrao de vantagem de custos envolvendo logstica de transporte inter-

modal Aqutico-Rodovirio.

O presente estudo ilustra um case simulado para demonstrar a vantagem de uma deciso em logstica de transporte na modalidade Aqutico-Rodoviria. Demonstraremos uma situao envolvendo importao da China para o Estado de Rondnia, na Regio da Amaznia Ocidental Brasileira. A operao logstica ora

focalizada envolve o Trade Off do Sistema Porturio vigente, compondo o Agente Martimo, Operador Porturio, OGMO (organismo autorizado da mo-de-obra porturia existente em cada Porto), Despachante Aduaneiro, Transportadora, TECONVI (organismo tcnico de apoio a atividades porturias, envolvendo atracamento, equipamentos porturios, reparo e monitoramento de contairner e outros servios tcnicos), Armazns Gerais, Terminais de Container Vazio, Porto Seco, Receita Federal, a Agncia de Vigilncia Sanitria, Marinha, Agricultura e Superintendncia do Porto Governamental, cada um destes envolvidos com os seus procedimentos tcnicos prprios. Nas Figuras esto os fluxos programados; nos Quadros esto os custos

evidenciados e o apontamento da vantagem de uma rota para deciso pelo inter-modal martimo-rodovirio de menor custo. A destinao da mercadoria neste case est situada no Estado de Rondnia. O transporte na opo atual vem sendo praticado mediante uma Rota Martima com a distncia de 18.680.059 Km, demonstrada da Figura 2, com um Inter-modal Rodovirio desde o Porto de Navegantes, com um trajeto de aproximadamente 2.887 Km demonstrado da Figura 3. Estudo aponta que possvel uma segunda rota pelo Porto de Manaus, com a distncia martima de 17.647.710 Km, conforme Figura 4, adicionando um trajeto rodovirio de aproximadamente 919 Km, incluindo transbordo fluvial. Admite-se ainda uma terceira rota, via Chimbote no Peru, com a distncia martima de 17.570.285 Km, conforme Figura 5, adicionando um inter-modal rodovirio de

aproximadamente 1.845 Km, tambm incluindo transbordo fluvial. Na segundawww.interscienceplace.org pginas 1 a 19

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proposio, na rota do Porto de Manaus, o custo logstico ser reduzido em aproximadamente R$ 2.854,78 (dois mil oitocentos e cinqenta e quatro Reais e setenta e oito centavos) por lote de mercadoria transportada, com relao ao trajeto atual, representando uma reduo de 27,80% (vinte e oito vrgula oitenta por cento), conforme Quadro 4. E a terceira proposio a Rota Xiamen na China para Chimbote no Peru, aponta uma reduo de custo por lote de mercadoria transportada no diferencial de R$ R$ 3.414,73 de vantagem; este valor corresponde ao custo de R$ 10.268,93 da rota atual, menos R$ 7.414,15 (sete mi quatrocentos e quatorze Reais e quinze centavos) desta rota proposta, conforme Quadro 5. Representaria uma reduo de 33,25% (trinta e trs vrgula vinte e cinco por cento) nos custos, sendo portanto o mais vantajoso intermodal Martimo-Rodovirio. Seguem as demonstraes para visualizao, anlise e crtica quanto deciso logstica em foco.

Figura 2: Rota Porto de Xiamen na China (A) ao Porto de Navegantes no Brasil (B).

Estreito de Sunda

B

Fonte: Adaptado de fontes diversas pelos acadmicos de Administrao da UNIR.

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Ano 3 - N 12 Maro/Abril - 2010 Figura 3: Demonstrao do Trecho Rodovirio Porto de Navegantes Rondnia.

Fonte: Adaptado de fontes diversas pelos acadmicos de Administrao da UNIR.

Figura 4: Rota do Porto de Xiamen na China (A) ao Porto de Manaus no Brasil (B).

B

Fonte: Adaptado de fontes diversas pelos acadmicos de Administrao da UNIR.

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Ano 3 - N 12 Maro/Abril - 2010 Figura 5: Rota do Porto de Xiamen na China (A) ao Porto de Chimbote no Per (B).

Fonte: Adaptado de fontes diversas pelos acadmicos de Administrao da UNIR.

Quadro 4: Demonstrao da vantagem pelo atracamento em Manaus.

Rota Atual Porto Navegantes Modal Martimo Rodovirio Distncia (KM) Valor (R$)

Rota alternativa pelo Porto de Manaus

Modal

Distncia (KM)

Valor 914,15 6.500,00 7.414,15

18.680.059 968,93 2.887 9.300,00

Martimo 17.647.710 Fluvial + Rodov. 919,43 Total:

Total:

10.268,93

Fonte: Adaptado de fontes diversas pelos acadmicos de Administrao da UNIR. Quadro 5: Demonstrao da vantagem pelo atracamento em Chimbote, no Peru.

Rota Atual - Porto de Navegantes Modal Martimo Distncia (KM) 18.680.059 Valor (R$) 968,93 9.300,00

Rota pelo Porto de Chimbote (Peru) Modal Martimo Fluvial + Rod Distncia (KM) 17.570.285 1.845,22 Valor (R$) 910,14 5.944,06

Rodovirio 2.887

Total

10.268,93

Total

6.854,20

Fonte: Adaptado de fontes diversas pelos acadmicos de Administrao da UNIR.

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Estimou-se neste estudo que o custo martimo equivale ao custo fluvial, nos trechos do Peru at a destinao no Estado de Rondnia. Considerou-se a atual

demanda de mercadoria que gira em torno de 120 lotes anuais. Como efeito desta deciso, o ganho anual na logstica de transporte inter-modal alcanar

aproximadamente R$ 342.573,60 (trezentos e quarenta e dois mil quinhentos e setenta e trs Reais e sessenta centavos) com a reduo de custo, valores equivalentes ao nmero de lote anual multiplicado pelo diferencial de custo a menor por lote nesta rota proposta. Esta proposio de atracamento no Porto de Chimbote ofereceria ainda um menor tempo de chegada da mercadoria destinao no Estado de Rondnia, desde que a operao venha a funcionar no interregno do que denominam perodo das guas na Regio Amaznica, como nica restrio. Fora deste perodo, a seca desfavorece o nvel de vazante fluvial adequada para o transporte de mercadoria em escala; este limitador exigiria aquisies antecipadas, com possvel Custo de Armazenagem ou reescalonamento no Sistema de Distribuio da mercadoria importada, como duas significativas variveis adicionais no processo decisrio, que no foram levantadas neste foco de abordagem, mas que no poderia deixar de serem registradas.

3. CONCLUSO

Este estudo no esgota as possibilidades envolvendo a deciso em logstica de transporte inter-modal. Recomenda-se atentar para o contexto da empresa ou do negcio no formato compatvel para cada realidade. Atingimos assim o alcance desta tarefa que subsidiar novos conhecimento ao administrador de empresa para otimizar esforos na via da qualidade das funes logsticas com satisfao dos envolvidos. Os resultados ora oferecidos podero ser considerados para o treinamento gerencial, como vem sendo recomendado em Sauaia (2008), inclusive para a criao de outros simuladores construtivistas. Espera-se haver contribudo para a capacitao decisria de gestores logsticos, com melhoria cognitiva do agente envolvido no processo. As tcnicas de demonstrao podero aperfeioar o potencial interpretativo do indivduo, alcanando a sua rede caleidoscpica ao ver a imagem, para lhes acelerar a percepo do contexto enquanto qualifica a deciso.www.interscienceplace.org pginas 1 a 19

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