363rio de atividades 2011-final) · 2018-09-03 · construídas em cima de evidências reais e...
TRANSCRIPT
Conselho Consultivo
Claudio L. S. Haddad
Naercio Aquino Menezes Filho
Rinaldo Artes
Marcos Lisboa
Joaquim Levy
Ricardo Paes de Barros
Conselho Diretor
Presidente - Claudio L. S. Haddad
Coordenador de Pesquisa - Naercio Aquino Menezes Filho
Professores Associados
Carlos Alberto Furtado de Melo
Eduardo de Carvalho Andrade
Mauricio Soares Bugarin
Regina Carla Madalozzo
Rodrigo Menon Simões Moita
Sumário
1) Seminários
2) CPP Debates
3) Fórum Insper de Políticas Públicas
4) CPP Lectures
5) Parceria com Harvard
6) Financiamento de Pesquisa
7) Pesquisa Original
8) Clipping
SEMINÁRIOS
Eurozone Debt Crises
O cenário europeu de instabilidade econômica, que foi deflagrado pela crise grega, tem sido
o principal tema de debate no plano macroeconômico mundial. Com intuito de discutir os principais
pontos da crise e possíveis soluções, o Centro de Políticas Públicas promoveu o seminário
“Eurozone Debt Crises”. O evento aconteceu no mês de abril de 2011 e contou com a presença do
Professor Michael Waidel.
Michael Waibel is a British Academy Postdoctoral Fellow
at the University of Cambridge and the Lauterpacht
Centre for International Law, and currently a visiting
professor at the University of St. Gallen. He is admitted to
the New York bar, and worked for the European Central
Bank, the International Monetary Fund and the World
Bank
Seminário Vitimização em São Paulo
Entre 01 de agosto de 2010 e 31 de março de 2011, foram executados os três projetos
vencedores do edital “Determinantes da vitimização em São Paulo ao longo do tempo”. Visando
divulgar os resultados para a sociedade, o CPP promoveu, no dia 15 de junho de 2011, o seminário
“Vitimização em São Paulo”. O evento despertou amplo interesse da sociedade e contou, entre
outras, com a presença de Oficiais da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
A abertura do evento ficou a cargo do professor João Manuel Pinho de Mello, da PUC-RJ, que
apresentou os resultados do levantamento sobre as causas e consequências do crime no Brasil. Pinho de
Mello também discutiu os principais fatores relacionados à queda da vitimização.
Professor João Manuel Pinho de Mello apresentando correlação entre armas de fogo e segurança pública.
Em seguida, foram apresentados os resultados dos trabalhos vencedores. O primeiro trabalho
apresentado foi o estudo “Determinantes da Vitimização e do Sub-Registro de Crimes na Cidade de São
Paulo”. Segundo o pesquisador Marcelo Santos (ESALQ/USP), a pesquisa foi motivada pelo fato de que as
estatísticas oficiais não permitem conhecer a real incidência de crimes, nem investigar os determinantes do
risco de vitimização. O estudo analisou seis tipos de crimes que compõem as categorias de crimes contra o
patrimônio e contra a pessoa.
“A Vitimização por roubo e furto em São Paulo: Qual é a importância da dimensão espacial?”
foi o segundo trabalho apresentado. O levantamento investigou quais são os fatores que impactam
a probabilidade de ocorrência de um roubo a residência, levando em conta a dimensão espacial e
usando a hipótese que probabilidade de vitimização de determinado indivíduo dependeria das
características dos outros que estão ao redor. O trabalho foi apresentado pelo pesquisador Fábio
Gomes (Fucape-ES).
No último estudo apresentado, “Vitimização e Políticas de Segurança em São Paulo: Uma análise
sistêmica”, os pesquisadores avaliaram os determinantes da vitimização em São Paulo ao longo do tempo
para entender as mudanças nas ocorrências entre 2003 e 2008. O levantamento mostra que o fenômeno
precisa ser analisado de forma mais ampla e não pode ser focado apenas no indivíduo. “Ao darmos ênfase às
características individuais ou estilo de vida, negligenciamos fatores sociológicos presentes nas localidades ou
territórios onde os indivíduos residem e trabalham”, explica Betânia Peixoto (Fundação João Pinheiro – MG).
CPP DEBATES
Em 2011, o Centro de Políticas Públicas, assim como no ano anterior, promoveu debates
sobre temas relevantes da economia brasileira. Nos debates, sempre há exposições de especialistas
seguidas por discussões com alunos e participantes. Os debates realizados foram:
• “Desafios na gestão pública sob a ótica do gestor privado” – Felipe Góes (Presidente do
Instituto Pereira Passos) e Sergio Lazzarini (Insper).
• “Olimpíadas no Brasil: desafios e oportunidades” – Carlos Roberto Osório (Comitês de
Candidatura Rio 2016) e Felipe Góes (Prefeitura do Rio de Janeiro).
Carlos Roberto Osório – “Olimpíadas no Brasil: desafios e oportunidades”.
• “Rio de Janeiro e as UPPs”: desafios da integração social e da prestação de serviços nas
comunidades em pacificação” – Carlos Roberto Osório (Secretário Municipal de
Conservação e Serviços Públicos do Rio de Janeiro) e Pedro Henrique de Cristo (Consultor de
estratégia e desenvolvimento da ONU na integração das Favelas).
1º Fórum Insper de Políticas Públicas Dezenas de convidados, entre pesquisadores, professores da rede pública e privada,
estudantes, economistas e jornalistas, participaram do 1º Fórum Insper de Políticas Públicas,
realizado dia 05 de setembro de 2011.
A abertura foi feita pelo Presidente do Insper, Claudio Haddad, que atentou para a necessidade
de ampliar o debate sobre políticas públicas no Brasil. Haddad também comentou sobre a
importância de formulá-las, bem como efetivá-las, com base em fatos, no conhecimento e na
ciência. “É preciso alimentar esse debate, que hoje é restrito, para que as políticas sejam
construídas em cima de evidências reais e saberes científicos”.
A Professora Regina Madalozzo, também do Insper, fez a abertura do primeiro painel,
convidando Ernesto Schargrodsky, um dos maiores especialistas em criminalidade na América
Latina e reitor da Universidade Torcuato di Tella, Buenos Aires, para apresentar os resultados dos
seus últimos estudos. Ao longo da palestra, Ernesto tratou também dos impactos do crime sobre
determinados setores da economia; como turismo e negócios, serviço militar obrigatório, prisões
como escolas para o crime, eficiência do monitoramento eletrônico de sentenciados e estimativas
de vitimização por classe social. O painel foi encerrado por mesa redonda composta pelo
pesquisador, Leandro Piquet Carneiro (USP) e Denis Mizne (Fundação Lemann), que apresentaram
suas visões sobre o tema.
Regina Madalozzo, Leandro Piquet Carneiro, Denis Mizne e Ernesto Schargrodsky.
O segundo painel foi mediado por Naercio Menezes Filho, professor do Insper e Coordenador
do Centro de Políticas Públicas. Dedicado à educação, o painel teve como destaque as abordagens
de Flavio Cunha, da Universidade da Pensilvânia, Estados Unidos, sobre a importância de políticas
efetivas voltadas para a formação na primeira infância (0 a 3 anos). Mencionando programas
aplicados nos Estados Unidos, como Head Start e Perry Preschool Program, o pesquisador, que
estudou e continua estudando o assunto em conjunto com James Heckman, Prêmio Nobel de
Economia-2000, afirmou que a qualidade da escola deve ser garantida por uma equação que some
currículo, pedagogia e interação constante professor/aluno, com expressivo nível de atenção
conferido pelos docentes a cada criança. Cunha argumentou também que a concepção de políticas
para a área deve reconhecer que habilidades não relacionadas ao conhecimento propriamente dito,
como empenho, motivação ou senso de responsabilidade, são componentes essenciais no
desenvolvimento do capital humano. A apresentação foi encerrada com participação de Francisco
Soares (UFMG) e Fernando Veloso (IBRE-FGV).
Pela tarde, o Fórum prosseguiu centrando o debate em torno da macroeconomia internacional.
Marcelo Moura, professor do Insper, abriu o último painel e convidou Eric Leeper, da Universidade
de Indiana, para falar sobre política fiscal, política monetária e inflação nos países desenvolvidos em
comparação com os emergentes. O estudioso defendeu que o envelhecimento da população,
fenômeno já consolidado no Japão, é o problema que ameaçará fortemente a economia americana
em um nível muito mais temeroso que a dívida pública do país.
“A Coréia e o Reino Unido tem populações que estão envelhecendo também. Pelo menos em
curto prazo, o Brasil não sofrerá estresse fiscal, mas é previsto um sério problema por volta de 2082
quando a população dependente da Previdência Social tenderá a aumentar e ser maioria” previu.
O Fórum foi encerrado com mesa-redonda integrada por Samuel Pessoa (Tendências
Consultoria) e Marcos Lisboa (Itaú-Unibanco). Ao final de cada um dos painéis, a plateia pode
participar com perguntas que acrescentaram novas reflexões aos temas centrais.
CPP LECTURES
1) Macro-Finance
Nos dias 20 e 21 de junho de 2011, o CPP realizou um minicurso de macroeconomia e
finanças com o Professor Hans Dewachter da University of Leuven e do National Bank of Belgium. O
objetivo do curso foi fornecer o ferramental analítico necessário para analisar e resolver modelos
macrofinanceiros, mostrar em que medida os modelos existentes explicam as evidencias empíricas,
apontar questões não resolvidas e sugerir novas ideias para pesquisas.
Hans Dewachter is Professor of Economics at the University of Leuven and Experienced Researcher at the National Bank of Belgium, where he takes part of the Euro Area Business Cycle and MaRs Networks. After obtaining his PhD at the University of Leuven, he worked at various places, including CEMFI, University of Maastricht, and Rotterdam School of Management. His research concentrates on the link between macroeconomics and finance and has been published in major international journals.
2) Modelos e Métodos em Economia Política
Nos dias 15, 16 e 17 de agosto, o Centro de Políticas Públicas promoveu o minicurso de
modelos em economia política. As aulas foram ministradas pelo Professor Filipe R. Campante,
professor assistente de Política Pública da faculdade Havard Kennedy School. O curso abordou os
seguintes tópicos:
• Competição eleitoral e políticos office-seeking;
• Políticos rent-seeking;
• Políticos partidários.
Filipe R. Campante é Professor Assistente de Política Pública da
faculdade Harvard Kennedy School, desde 2007. Ele tem
interesse em economia política, desenvolvimento econômico e
macroeconomia, com especial ênfase na compreensão dos
determinantes econômicos e implicações de diferentes formas de
participação política. Campante é PhD pela Universidade de
Harvard, e mestre pela Universidade Católica do Rio de Janeiro,
além de ser formado pela Universidade Federal do Rio de
Janeiro, sempre em economia.
PARCERIA - Harvard Centre for the Developing Child
O Insper, por meio do Centro de Políticas Públicas, acaba de firmar parceria com a Fundação
Maria Cecília Souto Vidigal (FMCSV), a Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e o Centro de
Desenvolvimento da Infância da Universidade de Harvard (Cambridge, EUA) com o intuito de
cooperar com a geração e difusão do conhecimento relacionado à primeira infância (0-6 anos). As
instituições pretendem, ainda, trabalhar para que esse conhecimento possa ser aplicado na
elaboração das políticas públicas prioritárias do país, nas três esferas de governo.
As quatro instituições também criaram um fórum internacional de pesquisadores em
primeira infância que atuam nas áreas de neurociência, educação, psicologia, medicina e economia.
A parceria é a primeira iniciativa de Harvard fora dos Estados Unidos. O Brasil foi escolhido pelo
lugar de destaque que tem ocupado, nos últimos anos, no cenário mundial.
Considerado o período mais importante da formação humana, a primeira infância tem sido
objeto de pesquisas científicas, inclusive no campo da neurociência, que defendem mais atenção e
interação cuidadosa com a criança nessa fase, já que seria o momento em que o cérebro está mais
suscetível a ‘registrar’ estímulos externos. Segundo dados de Harvard, experiências de risco e
situações de estresse prolongado no início da vida da criança podem afetar o desenvolvimento
futuro ao alterar a sua estrutura genética, provocando mudanças físicas e químicas no cérebro que
irão perdurar para o resto da vida.
Os achados internacionais postulam que tais vivências negativas estariam relacionadas com
o surgimento de problemas nutricionais, de convívio familiar e podem, até mesmo, comprometer a
efetividade de políticas educacionais direcionadas a períodos mais tardios da formação.
FINANCIAMENTO DE PESQUISA
“São Paulo 2022 – Pensando na metrópole para o
bicentenário da independência”
Entre março e abril de 2011, dando continuidade a sua política de apoio
a projetos de pesquisa, o CPP lançou um edital para o concurso “São Paulo
2022 – Pensando na metrópole para o bicentenário da independência”. O
objetivo era a proposta de políticas inovadoras para a mobilidade urbana da
cidade de São Paulo. Um projeto foi selecionado para ser financiado.
→ “A mobilidade de São Paulo no bicentenário: medidas efetivas para uma estratégia
integral” – Participantes: German Freiberg (Instituto Sup. Tec. de Lisboa) e Weber Sutti
(FAU-USP).
O projeto selecionado será executado entre 01 de julho de 2011 e 30 de junho de 2012. No
final, os participantes farão exposição dos resultados no Insper.
PESQUISA ORIGINAL
Educação e a Queda na Desigualdade de Renda no Brasil
Como exemplo de pesquisa original produzida no CPP, esse estudo quantifica o papel da
educação na queda recente da desigualdade da renda familiar per capita no Brasil. Para tanto,
analisamos a evolução dos componentes que formam a renda familiar per capita entre 1992 e 2009
para décimos selecionados da distribuição de renda. Nesse período, o Brasil passou por uma série
de reestruturações políticas e sociais, como a abertura comercial, a estabilização inflacionária com
o plano Real e a adoção de políticas governamentais de transferências condicionais de renda, como
o programa Bolsa Família. Essas transferências têm a função explícita de aliviar a pobreza e reduzir
a desigualdade de renda entre as famílias.
Os resultados mostram que a educação contribuiu com cerca de 40% da queda do índice de
Gini no mercado de trabalho e cerca de 25% da queda do mesmo índice para a renda familiar per
capita, entre 2001 e 2009.
CLIPPING CPP
No dia 20 de março, baseando-se em dados do Centro de Políticas Públicas, a Folha de São
Paulo publicou matéria a respeito do aumento da escolaridade entre a população desempregada.
Na mesma edição, foi publicado um texto de Naercio Menezes Filho, coordenador do CPP. Em seu
artigo, Menezes-Filho defendeu a necessidade do jovem brasileiro buscar uma formação superior
ou aceitar trabalhar em um trabalho não qualificado. A matéria teve grande repercussão, tendo
sido tema de editorial do mesmo jornal no dia 24 de março.
Em 11 de abril de 2011, a Folha de São Paulo publicou a matéria “País supera ricos em gasto
com educação”. Os dados são de estudo do CPP e mostram que os gastos privados das famílias
brasileiras superam os gastos médios dos países da OCDE.
.
Novamente a Folha de São Paulo, em 09 de maio, divulgou dados do Centro de Políticas
Públicas em uma reportagem. A matéria destacava o fato de que está diminuindo a parcela dos
jovens brasileiros que ingressa cedo no mercado de trabalho. O levantamento do CPP indicou que
isso vem acontecendo devido a uma maior dedicação aos estudos.
A Revista Época Negócios publicou uma matéria de 6 páginas, no dia 21 de julho,
destacando a importância do estudo para o aumento da expectativa salarial dos jovens e a relação
entre o aumento da escolaridade e a queda da desigualdade no mercado de trabalho. Os dados
utilizados foram levantados pelo Centro de Políticas Públicas a partir de dados da PNAD e do Censo
Escolar.