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Psicopedagogia Módulo I Parabéns por participar de um curso dos Cursos 24 Horas. Você está investindo no seu futuro! Esperamos que este seja o começo de um grande sucesso em sua carreira. Desejamos boa sorte e bom estudo! Em caso de dúvidas, contate-nos pelo site www.Cursos24Horas.com.br Atenciosamente Equipe Cursos 24 Horas

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Módulo I

Parabéns por participar de um curso dos

Cursos 24 Horas.

Você está investindo no seu futuro!

Esperamos que este seja o começo de

um grande sucesso em sua carreira.

Desejamos boa sorte e bom estudo!

Em caso de dúvidas, contate-nos pelo

site

www.Cursos24Horas.com.br

Atenciosamente

Equipe Cursos 24 Horas

Sumário

Introdução..................................................................................................................... 3

Unidade 1 – Introdução à Psicopedagogia ..................................................................... 4

1.1 – Fundamentos da psicopedagogia....................................................................... 4

1.2 – História da psicopedagogia ............................................................................. 11

1.3 – O papel da psicopedagogia ............................................................................. 14

Unidade 2 – Áreas da Psicopedagogia......................................................................... 23

2.1 – Psicopedagogia clínica ................................................................................... 23

2.2 – Psicopedagogia institucional (escola).............................................................. 30

2.3 – Psicopedagogia empresarial............................................................................ 31

2.4 – Leis, diretrizes e códigos da psicopedagogia................................................... 32

Conclusão do Módulo I............................................................................................... 35

3

Introdução

Olá!

Atualmente a psicopedagogia é uma profissão que vem sendo muito visada,

devido ao seu êxito na sociedade. Sabemos que o papel do psicopedagogo atravessou os

muros da escola e hoje tem uma atuação relevante em outros ambientes como em

hospitais e empresas, por exemplo.

Veremos neste curso, desde a origem da psicopedagogia no mundo até os atuais

campos de atuação desse profissional. Você vai aprender como abordar pais,

professores e alunos, despertando a aprendizagem em cada indivíduo do qual é o único

responsável pelo insucesso escolar.

Também vamos conhecer métodos de abordagem, avaliação e diagnóstico do

indivíduo. Contudo, veremos o jeito certo de se fazer a devolutiva, o encaminhamento

para outros profissionais, entre outras atribuições do psicopedagogo.

Esperamos que você aprenda muito através deste curso e, quem sabe, possa atuar

nessa área tão gratificante que é a psicopedagogia.

Bom curso!

4

Unidade 1 – Introdução à Psicopedagogia

Olá!

Nesta primeira unidade do curso, você vai compreender os fundamentos da

psicopedagogia, ou seja, o que é e como funciona.

Também conheceremos a história da psicopedagogia no mundo, além de

identificarmos qual influência temos dela aqui no Brasil. Por fim, conheceremos o papel

do psicopedagogo, sua área de atuação e a formação adequada.

Bons estudos!

1.1 – Fundamentos da psicopedagogia

"A psicopedagogia é um campo de atuação em

Saúde e Educação que lida com o processo de

aprendizagem humana; seus padrões normais e

patológicos, considerando a influência do meio,

da família, da escola e da sociedade no seu

desenvolvimento, utilizando procedimentos

5

próprios da psicopedagogia". (Código de Ética

da Associação Brasileira de Psicopedagogia).

A França iniciou as atividades em psicopedagogia entre os séculos XIX e XX.

Ao final do século XIX, educadores como Pestallozi, dedicavam seu tempo aos alunos

que apresentavam alguma dificuldade de aprendizado e em 1898, aproximadamente,

foram instaladas em escolas públicas as “classes especiais”, que eram destinadas às

crianças com retardo mental, sendo que neste mesmo ano a psiquiatra Maria Montessori

desenvolveu um método de aprendizagem específico para crianças com algum retardo,

mais tarde o método montessoriano agregou alfabetização e o método sensorial.

Entre 1904 e 1908 aconteceram as primeiras consultas médicas pedagógicas com

a intenção de encaminhar crianças às salas especiais, mas há teóricos que apontam que a

psicopedagogia se iniciou em 1946, com a inauguração do primeiro centro de

psicopedagogia da Europa.

A psicopedagogia aplicada nesses centros, tinha como objetivo principal,

reeducar crianças com algum tipo de distúrbio de comportamento, tanto na família

quanto na escola. Identificavam e tratavam dificuldades de aprendizagem, porém apesar

de vários profissionais (pedagogos, psicólogos, psicanalistas, especialistas em

psicomotricidade etc) envolvidos no processo, era o médico que se responsabilizava

pelo diagnóstico. Nesta época fazia-se uma investigação familiar e escolar, ou então se

realizava testes de QI para detectar a falta de adaptação do indivíduo.

No final da década de 1940, o estudioso Maurice Debesse envolveu-se na

preocupação com crianças e adolescentes, que apesar de inteligentes, apresentavam

algumas dificuldades de aprendizagem e, então, começou a diferenciá-los dos

deficientes mentais.

O contexto de insucesso escolar foi também o que designou a psicopedagogia no

Brasil e, em 1970, o médico Antônio Lefèvre e sua esposa, a pedagoga Beatriz Lefèvre,

6

iniciaram um trabalho com crianças inteligentes que tinham dificuldade de aprendizado,

o chamado “déficit de atenção com ou sem hiperativismo”.

Porém, foi o psicopedagogo Jorge Visca, através da criação da Epistemologia

Convergente, que conseguiu desenvolver a psicopedagogia junto com a conversão de

grandes educadores e pensadores, como Piaget, Freud e Enrique Pichon Rivieri, em

único conceito que perdura até hoje. Os autores mais influentes sobre as

fundamentações psicológicas da psicopedagogia são:

Jean Piaget Epistemologia genética

David Ausubel Teoria da aprendizagem

significativa

Jerome Bruner Teoria dos formatos

Lev Vygotsky Teoria sócio-histórica-

cognitiva

Sigmund Freud Teoria do inconsciente

Carl Rogers Teoria humanista

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A psicopedagogia age com interdisciplinaridade não só com a pedagogia e a

psicologia, mas com vários campos de atuação, como medicina, psicanálise,

neuropsicologia, fonoaudiologia, entre outros.

O especialista em psicopedagogia pode atuar na área institucional, clínica e

empresarial. Sua proposta é trabalhar com a relação afetiva durante a aprendizagem para

garantir a espontaneidade, criatividade e transformar o modo de pensar.

A partir da contextualização teórico-práticas de várias ciências, a

psicopedagogia é um conhecimento aplicado que estuda o comportamento humano em

situações socioeducativas. Estão interrelacionadas a ela, a psicologia evolutiva, a

psicologia da educação, a psicologia da aprendizagem, entre outras ciências. Abaixo

estão os fundamentais campos de atuação:

� Educação especial;

� Terapias educativas;

� Avaliação curricular;

� Programas educativos;

� Política educativa.

Paulo Freire Pedagogia do amor entre

outras teorias

Mary Warnock Educação especial /

atenção às diferenças

8

“A Psicopedagogia é uma nova área de

atuação profissional que busca uma identidade, e

que requer uma formação de nível

interdisciplinar, o que já é sugerido no próprio

termo Psicopedagogia”. (Bossa, 1995, p.31)

A concepção da pedagogia atualmente é a aprendizagem em conformidade com

a relação do indivíduo com o meio, seus temperamentos intelectuais e afetivos, com a

possibilidade de se trabalhar o clínico e o preventivo.

Podemos trabalhar as questões didático-metodológicas, a formação, a

orientação e o aconselhamento de professores e pais de forma preventiva. E como

clínico o psicopedagogo deve conhecer o indivíduo, quais são os recursos de

conhecimento que ele possui, além de identificar como ele produz e aprende o

conhecimento. É necessário que o profissional compreenda o que é ensinar e o que é

aprender.

Assim, através desse processo, o pedagogo procurando entender o que motiva a

falha na aprendizagem, busca diagnosticar todos os elementos que possam estar

relacionados a esta questão, como: elementos individuais, socioculturais, familiares, de

aprendizagem e educacionais.

A psicopedagogia se refere a um saber e a um saber fazer, as condições

familiares e escolares, atrasos e desvios do indivíduo ou grupo, inibições etc. O

psicopedagogo avalia suas possibilidades e disponibilidades afetivas de saber e fazer. É

dever do psicopedagogo, determinar que o saber é próprio do indivíduo.

Apesar do termo clínico, esse trabalho também é preventivo, já que o tratamento

evita o aparecimento de outros transtornos. Cabe ao pedagogo a função preventiva para:

� Perceber a existência de possíveis dificuldades no processo de aprendizagem;

� Relacionar-se com a escola, com o intuito de integrar e trocar;

9

� Desenvolver métodos a partir das características dos indivíduos e grupos;

� Promover orientação educacional, vocacional e ocupacional, individual ou

grupal.

A psicopedagogia tinha a função de atender distúrbios de aprendizagem, porém

atualmente está mais voltada para a prevenção. Pelo fato de seu objeto de estudo ser

complexo, os conhecimentos específicos de diversas outras teorias são primordiais.

Na busca da psicopedagogia em conhecer mais, ajudando o indivíduo a superar

seus problemas de aprendizagem e compreender os motivos de interferência, tem-se o

desafio de aprender a conhecer, fazer, conviver e ser.

A busca pela autonomia e pelo autoconhecimento, atravessado pela dimensão

social referente à atitude, aos valores e à dimensão pessoal referente às preferências ou

sentimentos, são fatores vinculados ao desenvolvimento geral. Sendo que ambos

esclarecem o papel importante da psicopedagogia que atualmente se globaliza, devido

aos rumos da aprendizagem. Entretanto, ela ocupa todo esse grande espaço, pois está em

vários lugares.

A psicopedagogia está voltada à evolução individual entre professor e aluno

(educador e educando) no conhecimento do percurso da formação do indivíduo, na

aprendizagem, na descoberta das diferenças, para então enfatizar a criatividade. O

significado de aprender é mudar sem esquecer-se de utilizar o passado, como referência

para fazer uma nova história.

10

Saúde – por Ana Cardoso (psicopedagoga)

Psicopegagogia para as crianças

As crianças passam por diversos momentos ao longo do seu

desenvolvimento, e alguns deles não são vividos ou superados em harmonia.

Por vezes são confrontados com questões e desafios com os quais ainda não

conseguem lidar. Estas circunstâncias geram muitas vezes sintomas e

problemas que requerem apoio terapêutico para serem ultrapassados, no

sentido de restabelecer o desenvolvimento adaptado da criança.

O acompanhamento psicopedagógico tem como objetivo abordar o

processo de desenvolvimento, como esse se desenvolve e de que forma a

criança se relaciona com os fatores que interferem com o seu crescimento.

Quando são identificadas dificuldades neste processo (por exemplo: em nível

comportamental, psicossocial, dificuldade em gerir os impulsos, baixa

tolerância à frustração, dificuldades de atenção e concentração etc.), a

psicopedagogia procura identificar as habilidades e as limitações da criança

para desenvolver estratégias pedagógicas facilitadoras, que possibilitem uma

reflexão (tomada de consciência) e uma aprendizagem adequada visando que a

criança consiga lidar com estímulos exteriores com os quais se depara.

As sessões são realizadas com a criança individualmente. Diante das

necessidades previamente identificadas, são realizados testes e atividades

específicas para avaliar o seu desenvolvimento pessoal, comportamental,

cognitivo e emocional. As atividades são direcionadas para várias áreas e são

assentes numa perspectiva construtivista que procura atuar nas potencialidades,

através do reforço positivo, permitindo o reconhecimento das necessidades de

aprender e de alterar comportamentos, permitindo com que possam ser

contornadas e ultrapassadas as dificuldades expressas em termos

comportamentais.

Ainda deve-se acrescentar que a abordagem terapêutica estando a par

11

dos exercícios que são desenvolvidos, procura atuar em competências que

promovam em simultâneo na autoestima e na autoconfiança.

Fonte: http://www.setubalnarede.pt/content/index.php?action=articlesDetailFo&rec=17228

1.2 – História da psicopedagogia

Como vimos anteriormente, a

psicopedagogia iniciou-se na Europa

entre os séculos XIX e XX, com

direção médica e pedagógica. Tais

centros pretendiam tratar crianças com

dificuldades de aprendizado, apesar de

inteligentes, e com comportamentos

inadequados em casa e na escola.

George Mauco, por volta de 1946, foi um dos primeiros profissionais a observar

que era possível integrar medicina, pedagogia, psicanálise e psicologia para solucionar

problemas de aprendizagem e comportamento. Assim, junto de J. Boutonier, outro

especialista no segmento, ambos fundaram na Europa o primeiro centro voltado a

psicopedagogia.

Através desta união, o esperado era conhecer a criança e o seu meio, com

intenção de entender o caso e, assim, entrar com uma ação reeducadora. O intuito

também era de diferenciar as crianças que, embora fossem inteligentes, possuíam

dificuldade no aprendizado, diferentemente daquelas que apresentavam algum tipo de

deficiência (seja mental, física ou sensorial).

A corrente que se formou na Europa, acabou influenciando a Argentina da qual

se tornou a referência na América Latina e segundo Fernandez: “[...] em função dos

12

altos índices de insucessos escolares provocados especialmente pela inadequação

didático-metodológica, pela expansão demográfica do pós-guerra, pela evasão e

repetência escolar.”. Assim iniciaram-se os investimentos em pesquisas e estudos com

a intenção de desenvolver a percepção, a atenção, a memória, a motricidade e o

pensamento, impulsionando assim a formação de profissionais no país.

Em 1956, Buenos Aires criou o primeiro curso superior de psicopedagogia no

mundo, e por volta de 1970, os primeiros Centros de Saúde Mental foram instalados

nesta mesma cidade, com uma equipe multidisciplinar que incluia psicopedagogos.

Após um ano, os profissionais notaram que depois do tratamento, as crianças resolviam

seus problemas, porém desenvolveram alguns distúrbios na personalidade como o

deslocamento de sintoma. Incluíram então, o olhar e a clínica psicanalítica que é o

formato psicopedagógico usado até hoje no país, passando a enfatizar que o processo

educacional não se restringe apenas à aprendizagem de conhecimentos escolares e, sim,

à busca de construção de sentidos para a vida.

Portanto, novos campos de atuação ganharam e continuam ganhando espaço na

atividade do psicopedagogo, dentre eles:

� Os grupos de terceira idade;

� As vítimas de violência;

� Os socialmente excluídos;

� Os dependentes químicos;

� O atendimento clínico-particular e em hospitais;

13

� Em organizações, no departamento de recursos humanos, em questões de

adaptação social, convivência, dificuldades de desempenho, liderança, seleção

de pessoas etc.

O caráter psicopedagógico na Argentina é diferente do Brasil, já que no país

vizinho são aplicados testes que aqui só podem ser aplicados por psicólogos, como por

exemplo, testes de inteligência, psicomotores, entre outros.

Profissionais argentinos como Jorge Visca e Ana Maria Muniz foram

responsáveis pela disseminação da psicopedagogia no Brasil. Também foram autores da

teoria chamada “epistemologia convergente”, que tem como proposta a utilização de

três linhas da psicologia, como já vimos anteriormente.

Surgiu no final da década de 1950, no Brasil, o Serviço de Orientação

Psicopedagógica da atual Escola Experimental do INEP, com o objetivo de melhorar a

relação entre professores e alunos. Nas décadas de 1950 e 1960, a categoria profissional

dos psicopedagogos se organizou para divulgar a abordagem psiconeurológica do

desenvolvimento humano.

Já em meados de 1980, a psicopedagogia tinha por objetivo, a criação de

condições para que uma pessoa com dificuldades de aprendizado pudesse aprender de

fato, os conteúdos apresentados na escola. Durante a década de 1990, baseando-se na

teoria de Piaget foram abertas as possibilidades de se compreender a estrutura e o

funcionamento do indivíduo em relação ao meio. Passando a enfatizar as características

cognitivas, afetivas e sociais.

Novas abordagens teóricas a respeito do desenvolvimento e aprendizagem, como

inúmeras pesquisas sobre os fatores dentro e fora das escolas que determinam o fracasso

escolar, contribuíram para uma visão mais crítica e abrangente hoje em dia.

Atualmente, a psicopedagogia já é vista como uma ciência que não depende da

psicologia ou da pedagogia, e que não é apenas uma junção das duas. Ela possui o

14

objeto de estudo definido e com intenções mais amplas. O foco não é mais só os

sintomas ou o processo de aprendizagem e, sim, o indivíduo cognoscente do qual será

estudado e trabalhado com o objetivo de construir o seu conhecimento, para que possa

alcançar a autonomia e a ousadia, tendo em vista o seu conhecimento.

1.3 – O papel do psicopedagogo

O psicopedagogo é um

profissional que pode atuar em escolas,

clínicas e empresas.

Projeto de Lei nº 3124/97, do

Deputado Barbosa Neto que regulamenta

a profissão do Psicopedagogo, ainda não

aprovado pelo Congresso Nacional:

“O pior dano que se pode fazer a uma criança é levá-la a

perder a confiança em sua própria capacidade de pensar.”.

(Emilia Ferreiro)

Fonte: edukbr.com.br

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“Poderão exercer a profissão de Psicopedagogo no

Brasil os portadores de certificado de conclusão em

curso de especialização em Psicopedagogia em nível de

pós-graduação, expedido por instituições devidamente

autorizadas nos termos da legislação pertinente.”

O psicopedagogo

1. Viabiliza a interferência, tendo em vista a solução dos problemas de

aprendizagem, com perspectiva no aprendiz ou na instituição de ensino, pública

e privada;

2. Efetua o diagnóstico e interferência psicopedagógica utilizando sistemas,

ferramentas e técnicas próprias da psicopedagogia;

3. Procede na precaução das dificuldades de aprendizagem;

4. Acrescenta pesquisas e estudos científicos, associados ao processo de

aprendizagem e suas adversidades;

5. Possibilita colaboração às ações executadas em espaços institucionais;

6. Além de coordenar e orientar, também supervisiona cursos de pós-graduação na

área.

Nas escolas sua função pode ser de professor, coordenador pedagógico ou

orientador educacional. O objetivo é apontar fatores que podem favorecer ou não o

processo de aprendizagem, devendo ter propostas para mudanças neste sentido.

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Através de técnicas direcionadas para questões cognitivas, afetivas,

psicomotoras e linguísticas, procura-se desenvolver com o aluno, métodos que o faça

compreender o que se ensina em sala de aula. Sendo assim:

� Verifica como o aluno aprende, qual é o sentido que ele dá para a aprendizagem,

os mecanismos que usa neste processo e as habilidades que tem;

� Ajuda o educando a encontrar uma maneira compreensível de estudar para que

assim ocorra a aprendizagem;

� Aconselha os professores a cooperar, em sala de aula, com aquele aluno que

apresenta dificuldades de aprendizagem;

� Recomenda aos pais atitudes quanto às qualidades e os obstáculos de seu filho.

O psicopedagogo deve atuar junto às escolas de forma preventiva, exercendo o

papel de consultor, atuando diretamente nas questões de ensino-aprendizagem para

minimizar os problemas que possam surgir em relação aos alunos. Assim, deverá

mostrar à escola que os problemas de aprendizagem não surgem apenas das dificuldades

dos alunos, mas também de problemas presentes na própria escola, tais como:

� Organização da instituição;

� Métodos de ensino;

� Relação professor/aluno;

� Linguagem do professor, dentre outros.

Ele poderá atuar preventivamente junto aos professores:

� Explicitando sobre habilidades, conceitos e princípios para que ocorra a

aprendizagem;

� Trabalhando com a formação continuada dos professores;

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� Na reflexão sobre currículos e projetos junto com a coordenação pedagógica.

Trabalhando junto com a família/alunos, mostrando os impedimentos de

aprendizagem, focado em:

� Suas estruturas cognitivas;

� Suas questões emocionais;

� Sua resistência em lidar com o novo;

� Outra derivação que possa se apresentar.

“Quando uma criança aprende um novo modo de executar uma

brincadeira, um modo de ser, não suprime o modo anterior, ao

contrário, incorpora o modo anterior ao novo modo de

execução. É o novo que nasce do velho, incorporando-o por

superação.” (Luckesi)

Fonte: atelierdeducadores.blogspot.com

Durante o 2º Encontro Psicopedágogico, a profissional Leda Barone se

posicionou sobre o papel que deve ser assumido pelo psicopedagogo, como:

� Compreender o papel da família como portadora de cultura e dos primeiros

padrões de aprendizagem;

� Consentir que a escola é um universo para que conhecimentos se transformem

em saber;

� Declarar que a medicina tem papel fundamental para realizar diagnósticos que

identifiquem dificuldades de aprendizagem;

18

� Proporcionar a aprendizagem do indivíduo, ao contrair novas funções em seu

contexto de trabalho.

Segundo o estudioso da área, Lino de Macedo, existem determinadas atividades

que são ocupações do psicopedagogo, vejamos:

� Orientação de estudos: a criança ainda não tem condições de administrar seus

estudos, por isso, é papel do psicopedagogo ajudá-la a organizar sua vida

escolar;

� Apropriação dos conteúdos escolares: o psicopedagogo deve estar atento às

disciplinas escolares em que o aluno apresenta baixo rendimento,

proporcionando condições para que este aluno se empenhe em dominar tais

disciplinas;

� Desenvolvimento do raciocínio: os jogos são muito utilizados, criando um

contexto de observação e diálogo, sobre processos de pensar e de construir o

conhecimento;

� Atendimento à criança: o psicopedagogo deve estar apto e preparado para

atender crianças com necessidades especiais.

Conforme a famosa psicopedagoga argentina Alicia Fernández, esse saber só é

possível com uma formação que norteie os três pilares:

� A prática clínica em consultório individual, grupal e familiar;

� A construção teórica permeada pela prática;

� O tratamento psicopedagógico-didático, a construção do olhar e da escuta

clínica.

19

Nos indivíduos, o psicopedagogo deverá levar em consideração:

� A coordenação motora ampla;

� Os aspectos sensório motor;

� A dinâmica lateral;

� O desenvolvimento rítmico;

� O desenvolvimento motor fino;

� A criatividade;

� A evolução do traçado e do desenho;

� A percepção, a discriminação visual e a auditiva;

� A percepção espacial;

� A percepção viso-motor;

� A orientação e a relação espaço temporal;

� A aquisição e a articulação de sons;

� A aquisição de palavras novas;

� A elaboração e a organização mental;

� A atenção e a concentração;

� A expressão plástica;

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� A aquisição de conceitos;

� A discriminação e a correspondência de símbolos;

� O raciocínio lógico matemático.

Psicopedagogia

Bacharelado

É a área de estudo dos processos e das dificuldades de aprendizagem de

crianças, adolescentes e adultos. O psicopedagogo identifica as dificuldades e os

transtornos que impedem o estudante de assimilar o conteúdo ensinado em sala de aula.

Para isso, ele faz uso de conhecimentos da pedagogia, da psicanálise, da psicologia e da

antropologia. Analisa o comportamento do aluno, observando como ele aprende.

Promove intervenções em caso de fracasso ou de evasão escolar. Além de

trabalhar em escolas, esse profissional pode atuar em hospitais, auxiliando os pacientes

a manter contato com as atividades normais de aprendizado. Pode trabalhar também em

centros comunitários ou em consultório, público ou particular, orientando estudantes e

seus familiares.

O mercado de trabalho

As atribuições desse profissional cresceram e seu espaço no mercado se

expandiu, porém as vagas de trabalho ainda se concentram nas capitais e cidades de

porte médio do Sul ao Sudeste. Hoje, áreas como treinamento, educação continuada e

assessoria para a contratação de portadores de deficiência, elevaram a demanda pelo

psicopedagogo no departamento de Recursos Humanos nas empresas. Além disso,

governos estaduais e municipais também o contratam, por meio de concurso público,

para trabalhar em escolas e órgãos públicos. As vagas estão espalhadas por todo o país –

21

com destaque para as capitais, cidades maiores e a Região Nordeste – embora o Sul e o

Sudeste ainda sejam os maiores empregadores.

"Em São Paulo, já é lei que haja um psicopedagogo prestando atendimento em

ensino fundamental e médio. A tendência é que outros estados copiem a iniciativa", diz

Márcia Siqueira de Andrade, coordenadora do curso de Psicopedagogia do Unifieo, de

Osasco (SP). Mas isso só deve acontecer, segundo a professora, depois que for aprovada

a criação de um conselho para regulamentar a profissão. Nas universidades, a atuação

do psicopedagogo está atrelada à orientação e ao aconselhamento aos professores e, nas

ONGs, cabe a ele fazer o desenvolvimento de projetos educativos. Há o interesse em

asilos e instituições de longa permanência por esse profissional.

Salário inicial: R$ 1.500,00 (40 horas semanais); a partir de R$ 70,00 por sessão.

fonte: Associação Brasileira de Psicopedagogia.

O curso

O currículo enfatiza duas áreas: psicopedagogia clínica (em que o profissional atua em

clínicas, sozinho ou com equipes multidisciplinares) e psicopedagogia institucional (em

que o psicopedagogo trabalha em grupo nas escolas, nas ONGs, nos hospitais e nos

centros comunitários). É um curso marcadamente interdisciplinar, composto de

disciplinas teóricas, como psicologia do desenvolvimento humano e da aprendizagem,

ou em práticas, como: diagnóstico, intervenção psicopedagógica clínica e institucional.

O objetivo da graduação é formar um profissional com olhar dirigido à aprendizagem

humana em diferentes contextos. O estágio é obrigatório.

Duração média: quatro anos.

O que você pode fazer

Orientação pedagógica

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Dar assistência aos professores, orientando-os, ajudando-os a prevenir e evitar o

fracasso como a evasão escolar. Resolver questões ligadas a currículo, métodos de

ensino e abordagens pessoais. Desenvolver um plano de trabalho que facilite o

aprendizado dos alunos.

Educação continuada

Auxiliar indivíduos que, por problemas de saúde, ficam internados em hospitais e

afastados das redes de ensino, mantendo-os informados sobre o conteúdo das aulas,

dando-lhes apoio para que permaneçam em contato com a escola e com os professores.

Área clínica

Dar atendimento individual em consultórios públicos ou particulares, identificando

sintomas, conflitos e transtornos que levem à dificuldade de aprendizado.

Fonte: http://guiadoestudante.abril.com.br/profissoes/ciencias-humanas-sociais/psicopedagogia-601973.shtml

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Unidade 2 – Áreas da Psicopedagogia

Olá!

Nesta segunda unidade do curso, conheceremos os campos de atuação da

psicopedagogia, sabendo que é muito além dos muros da escola.

Veremos os instrumentos de trabalho como a EOCA (Entrevista Operativa

Centrada na Aprendizagem), a anamnese, a atuação em hospitais, empresas, além de

escolas e clínicas.

Também conheceremos as leis, diretrizes e bases da psicopedagogia, bem como

o seu código de ética.

Bons estudos!

2.1 – Psicopedagogia clínica

A psicopedagogia clínica é realizada em

ambiente próprio como uma clínica, com

atendimento, na maioria dos casos,

individual.

O psicopedagogo clínico avalia o indivíduo

através de diagnóstico para identificar os

motivos da dificuldade de aprendizagem.

No primeiro momento ele fará uma

entrevista com os pais para combinar

horários, quantidade de sessões, honorários e a importância do comparecimento do

indivíduo em todas as sessões.

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Após o acordo, marcará com os pais (é extremamente importante a presença do

pai e da mãe para compreender melhor a criança) para fazer a anamnese. O primeiro

contato com a criança deverá ser feito de forma totalmente lúdica e nos demais fará uso

de diferentes instrumentos, como as provas operatórias de Piaget, a EOCA (Entrevista

Operativa Centrada na Aprendizagem), histórias, desenhos, entre outros instrumentos.

Após o término do diagnóstico, o psicopedagogo marcará com os pais uma

devolutiva para esclarecer o que foi observado e quais condutas deverão ser tomadas.

Os pais optam se vão dar sequência ao trabalho, com o mesmo profissional que deu o

diagnóstico, ou se procurarão outro.

A fim de favorecer a formação do vínculo com o indivíduo desde o primeiro

encontro, o atendimento deverá acontecer em um ambiente de muito respeito e

confiança, deve-se perguntar à criança se ela sabe o motivo de estar ali e sempre

responder seus questionamentos. É dever do psicopedagogo clínico:

� Conversar com o aluno para compreender e auxiliar em suas dificuldades;

� Brincar, já que se aprende muito assim, a fim de desenvolver criatividade;

� Jogar, já que assim se aprende a aceitar regras, desenvolve o raciocínio, a

atenção e a concentração. Além da percepção que há momentos em que se ganha

ou se perde;

� Ler para o aluno com o intuito de que ele possa conhecer e aprender muitas

coisas sobre a vida e o mundo em que vive;

� Olhar e auxiliar nas tarefas, analisar e entender os erros, para que sejam

compreendidos e não se repitam;

� Apresentar atividades para desenvolver habilidades e competências exigidas no

aprendizado escolar;

25

� Auxiliar na escolha da melhor maneira de estudar;

� Orientar os pais na compreensão das possíveis dificuldades do aluno;

� Realizar devolutivas para todos os envolvidos (aluno, escola, pais e professores).

Na dimensão clínica, o trabalho do psicopedagogo é analisar e indicar as

condições da aprendizagem, apontando as áreas de competência e de insucesso do

aluno. Segundo Bossa: “em geral, no diagnóstico clínico, entrevistas e anamnese

utilizam-se provas psicomotoras, provas de linguagem, provas de nível mental, provas

pedagógicas, provas de percepçãp, provas projetivas e outras, conforme o referencial

teórico adotado pelo profissional.”.

O psicopedagogo é um profissional que possui informações multidisciplinares,

já que em um processo de avaliação diagnóstica é imprescindível estabelecer e

interpretar elementos em diversas áreas, como: auditiva, visual, motora, intelectual,

cognitiva, acadêmica e emocional. As informações dessas áreas fazem com que o

profissional perceba o quadro diagnóstico do aluno e tenha facilidade para o

procedimento mais adequado.

Vale ressaltar ainda que o profissional que atua neste segmento, não pode e nem

deve ser refém apenas de sua formação acadêmica. É preciso recorrer a especializações

e atualizações profissionais para que possa atender adequadamente seus alunos.

O papel do profissional está caracterizado de acordo com Fernández, “por uma

atitude que envolve o escutar e o traduzir, transformando-se em uma testemunha atenta

que valida a palavra do paciente; completamente inerente às relações entre ele e sua

família.”.

26

Psicopedagogia hospitalar

Psicopedagogia hospitalar se refere

ao raciocínio e técnicas, que levam em

consideração os padrões normais e

patológicos, tendo em vista a influência do

meio, família, escola e sociedade no

desenvolvimento psico-socio-educacional

e físico dos pacientes.

A recomendação da psicopedagogia

é que o psicopedagogo seja o mediador, não só de crianças, mas também de todos

aqueles que passam por internações, sejam elas de curta, média ou longa duração,

doenças crônicas e terminais. Os psicopedagogos hospitalares, fundamentados na

técnica e na prática, exploram todo o seu conhecimento para criar um mundo onde as

pessoas se preocupam umas com as outras.

São atribuições do psicopedagogo hospitalar:

� Mediar nos hospitais às equipes multidisciplinares, contribuindo assim com os

outros profissionais, recomendando seu procedimento no trato com o paciente e

sua família;

� Preparar diagnósticos das disposições de aprendizagem dos pacientes;

� Criar condições para que as técnicas aplicadas à psicopedagogia sejam ajustadas

para o ambiente hospitalar, para atender as necessidades de ensino/aprendizagem

das pessoas que se encontram em situação delicada em razão de sua saúde;

� Realizar e aplicar programas sociais de prevenção de condutas de risco e de

promoção de condutas saudáveis;

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� Desenvolver sistemas e projetos psicopedagógicos em âmbitos de restauração

psicossocial para pessoas em reabilitação;

� Realizar relatórios de disposições terapêuticas de ensino/aprendizagem e outras

participações;

� Conduzir o paciente com o intuito de colaborar não só com os conhecimentos

básicos. É importante destacar o trabalho na progressão das competências

psicossociais, para que o paciente se habilite como encarregado ativo do seu

próprio processo de tratamento, recuperação e promoção de sua saúde;

� Dar amparo à família, aos profissionais e aos acompanhantes do paciente em

questão.

A psicopedagogia, onde quer que seja adaptada, lida com as questões

inerentes, principalmente, à ansiedade, à baixa autoestima e às depressões; minimiza os

prejuízos de ordem cognitiva no processo de aprendizagem, facilita a relação benéfica

do indivíduo com o meio e o prepara para aprender também sobre situações ligadas à

sua condição de ser, seus limites e potencialidades.

Particularmente, a enfermidade afeta as interações do paciente com o ambiente

físico e social em que vive e, por sua vez, os aspectos do ambiente são alterados como

resultado da enfermidade, a habilidade de conhecer sua nova circunstância e gerenciá-la

de modo confiante, proveitoso e saudável, podendo fazer toda diferença na realização

futura dessa pessoa, especialmente daquela que é hospitalizada por longos períodos.

Uma das grandes preocupações na psicopedagogia hospitalar é criar condições

para que o paciente consiga neutralizar sua condição adversa, desencadeando um

processo de resistência que contribuirá para o ensino/aprendizagem.

A psicopedagogia é indispensável ao paciente hospitalizado, para manter-se o

vínculo com os conhecimentos essenciais e melhorar as competências de natureza

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psicossocial. A escola é o ambiente ideal para aquisição de novos conhecimentos e, é

para a criança, o meio de ser inserida e reconhecida no meio social, sendo necessária

para sua avaliação como pessoa.

Quando acontece uma internação, este seguimento é suspenso e muitas vezes por

longos períodos, adulterando sua autoimagem, sua autoestima e as suas oportunidades

de voltar-se a inserir no mundo escolar. Além disso, a doença quando não compreendida

pelo paciente causa o dobro de aflição, pela doença em si e pela separação de sua

convivência e desenvolvimento educacional, social e profissional.

Neste sentido, o psicopedagogo deve ser transparente com o paciente, deixando

claro que o objetivo é ajudá-lo, mas que não poderá fazer isto se ele também não se

responsabilizar por uma parte de todo o processo, ou seja, o paciente deverá querer ser

ajudado.

Desta forma é importante que a criança/paciente tenha em mente que:

� Será preciso se abrir com o psicopedagogo, falando tanto de seus sentimentos

bons quanto os que lhe incomodam;

� Participar ativamente das atividades propostas pelo psicopedagogo, sabendo que

aquilo será bom para ele;

� Tem total liberdade para perguntar ao psicopedagogo tudo aquilo que deseja

saber;

� Tem total liberdade de expressão, até mesmo para se posicionar contra o

profissional que o está ajudando, mas nunca deixando de cooperar nas atividades

propostas;

� É importante que o paciente não se atrase muito e que não falte nas sessões

programadas, mantendo uma continuidade nos trabalhos realizados.

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Cabe ao psicopedagogo mostrar à criança que mesmo em momentos dos quais

ela não está disposta a estar na sessão, na maioria das vezes fugindo para não enfrentar

suas dificuldades, ela deve esforçar-se para dar continuidade no tratamento, uma vez

que fugir dos problemas lhe trará mais sofrimento.

É pertinente enfatizar à criança que tudo que for conversado no consultório, será

segredo seu e dela. Mas os pais e professores têm de saber, não é? Neste caso, o

psicopedagogo deverá conversar primeiro com a criança e deixar claro o motivo da

necessidade de conversar com seus pais e com a equipe escolar. Todos juntos poderão

ajudá-la e, assim, ela só terá auxílios.

Nem sempre a criança consegue dizer com palavras sobre o seu sofrimento. Às

vezes, nem ela sabe o que está sentindo, muito menos o que a faz sofrer. Porém a

criança demonstra o que sente quando brinca, joga, desenha, modela, conta e elabora

histórias, revelando-se através dessas atividades.

O trabalho é considerado encerrado a partir do momento em que a criança sinta

que a escola é um ambiente agradável, ou quando conseguir superar os desafios que vão

surgir.

2.2 – Psicopedagogia institucional (escola)

Levando em conta que a escola é o agente

executor de grande parte da formação do ser

humano, o trabalho do psicopedagogo na

instituição escolar tem uma qualidade preventiva,

no sentido de procurar produzir competências e

habilidades.

Desta forma, em razão do grande número

de crianças com alguma dificuldade de

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aprendizado, seja por questões familiares ou pelo próprio método de ensino da escola, o

psicopedagogo tem papel fundamental e é peça essencial na estrutura das instituições de

ensino.

A psicopedagogia institucional escolar tem a capacidade de adotar tanto uma

natureza preventiva, quanto assistencial.

Na preventiva, cabe ao psicopedagogo perceber possíveis perturbações no

processo de aprendizagem, participar da dinâmica da comunidade educativa, favorecer a

integração, promover orientações metodológicas de acordo com as características e

particularidade dos indivíduos do grupo, realizar processos de orientação.

Já na natureza assistencial, o profissional participa e contribui na elaboração dos

planos e projetos das políticas educacionais, criando condições para que todo o corpo

docente da escola analise, avalie e repense sobre o papel da escola, quanto às

necessidades individuais de aprendizagem da criança.

Atuando na rotina escolar, o psicopedagogo se relaciona com a comunidade

escolar, participando das reuniões de pais, esclarecendo o progresso dos filhos, dos

conselhos de classe, ponderando o método didático metodológico; conduzindo a relação

professor-aluno, orientando atividades ou concedendo apoio emocional e, participando

no desenvolvimento do aluno e do educador, no vasto processo de aprendizagem dos

quais estão envolvidos.

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2.3 – Psicopedagogia empresarial

O psicopedagogo que atua nas

organizações precisa saber como é o

funcionamento de grupos, o histórico, a

cultura das empresas e, inclusive, noções

de desenvolvimento administrativo.

A psicopedagogia empresarial

promove ações dentro das empresas que

colaboram no planejamento, gestão,

controle e avaliação de aprendizagens,

proporcionando a qualidade dos processos de recrutamento, seleção e organização de

pessoal, bem como os de diagnóstico organizacional, dando subsídios significativos e

perfis específicos aos treinamentos que se aplicam no interior da organização.

Seu sentido é facilitar a concepção e a participação do conhecimento,

fomentando novas formas de relacionamentos, criando união entre o comportamento de

gestores e colaboradores. Abaixo relacionamos alguns dos atributos desta função:

� Avaliação de colaboradores;

� Recrutamento e seleção;

� Treinamento;

� Dinâmicas em grupo;

� Formação de agentes multiplicadores;

� Padronização de procedimentos;

� Elaboração de manuais e informativos.

Para um psicopedagogo atuar numa empresa, não vai ser diferente da atuação na

escola. É evidente que o profissional não vai atuar com métodos, estratégias ou outras

atribuições de pedagogos, assim como os "transtornos" serão aprimorados pelo

psicólogo. Vai desenvolver a “pessoa do gerente” no que ele tem de melhor, o aqui e o

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agora é um trabalho de transformação, e essa transformação deve fazer com que o

gerente veja seus subordinados e colaboradores como parceiros, ou seja, trabalhando em

parceria na busca de resultados de interesses comuns.

Esta é a ocupação de um psicopedagogo que atua em empresas, ou seja, originar

e avaliar ações quanto à aprendizagem do indivíduo no contexto grupal; facilitando a

construção e o compartilhamento do conhecimento coletivo; incentivando novas formas

de relacionamentos; criando concordância entre gestores e colaboradores; podendo atuar

junto ao responsável de recursos humanos, na avaliação e no controle da aprendizagem,

contribuindo com sua experiência no processo de recrutamento e seleção, bem como na

organização de pessoal e na área de treinamento.

2.4 – Leis, diretrizes e códigos da psicopedagogia

O Código de Ética da ABPp

(Associação Brasileira de Psicopedagogia),

produzido pelo Conselho Nacional em 1992, e

reestruturado pelo Conselho Nacional em

1996, é constituído por vinte artigos

fracionados em dez capítulos.

Já em seu Artigo 1º, designa o conceito

de psicopedagogia e a área de atuação de seu

profissional:

“A Psicopedagogia é um campo de

atuação em Educação e Saúde que se ocupa do processo de aprendizagem considerando

o sujeito, a família, a escola, a sociedade e o contexto sócio histórico, utilizando

procedimentos próprios, fundamentados em diferentes referenciais teóricos.”

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O Artigo 6º impõe compromissos éticos do psicopedagogo, focando na cautela

nas relações, considerando que estamos lidando no dia a dia escolar, com múltiplos

profissionais de diversas formações, mas essencialmente porque trabalhamos com

crianças e jovens em formação, que se espelharão em nós, no estabelecimento de sua

personalidade. Vejamos o que nos sugere o Artigo 6º:

São deveres fundamentais dos psicopedagogos:

a) Manter-se atualizado quanto aos conhecimentos científicos e técnicos que tratem do

fenômeno da aprendizagem humana;

b) Zelar pelo bom relacionamento com especialistas de outras áreas, mantendo uma

atitude crítica de abertura e respeito em relação ás diferentes visões de mundo;

c) Assumir somente as responsabilidades das quais estejam dentro dos limites da

competência psicopedagógica;

d) Colaborar com o progresso da psicopedagogia;

e) Difundir seus conhecimentos, prestando serviços nas agremiações e classe sempre

que possível;

f) Responsabilizar-se pelas avaliações feitas, fornecendo ao cliente uma definição clara

do seu diagnóstico;

g) Preservar a identidade, parecer e/ou diagnóstico do cliente, nos relatos e discussões

feitos a título de exemplos e estudos de casos;

h) Responsabilizar-se por crítica feita a colegas na ausência destes;

i) Manter atitude de colaboração e solidariedade com colegas sem ser conivente ou

acumpliciar-se, de qualquer forma, com ato ilícito ou calúnia. O respeito e a dignidade

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na relação profissional são deveres fundamentais do psicopedagogo para a harmonia da

classe e manutenção do conceito público.

Regulamentação da psicopedagogia

No Brasil ainda não é regulamentada a profissão de psicopedagogo e há uma

luta constante para que o congresso aprove o projeto de lei n° 128/2000, do Deputado

Claury Alves da Silva.

Para ser psicopedagogo é necessário ter uma formação superior em licenciatura e

fazer a pós-graduação em psicopedagogia. Em 2005, uma universidade abriu o curso de

graduação e dois anos mais tarde foi fechado pelo MEC.

A regulamentação não tem progredido desde então. Contudo, a regulamentação

de novas profissões, a exemplo da experiência de regulamentação da psicanálise no

Brasil, que é acessível no mundo, tem encontrado em privilégio constitucional a sua

praticabilidade, pois o Art. 5º da Constituição Brasileira pressupõe o "livre exercício

profissional", sendo entendida que é desnecessário e oneroso para o Estado, a

regulamentação de profissões, exceto quando há risco eminente para a sociedade.

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Conclusão do Módulo I

Olá, aluno(a)!

Você está quase chegando ao fim da primeira etapa do nosso curso de

Psicopedagogia oferecido pelos Cursos 24 Horas.

Neste módulo abordamos diversos assuntos dentro da área de psicopedagogia.

Vimos os fundamentos da psicopedagogia e sua história, o papel do psicopedagogo, as

áreas da psicopedagogia e suas leis/diretrizes.

Para passar para o próximo módulo, você deverá realizar uma avaliação

referente a este módulo já estudado. A avaliação encontra-se em sua sala virtual. Fique

tranquilo(a) e faça sua avaliação quando se sentir preparado!

Desejamos um bom estudo, boa sorte e uma boa avaliação!

Até logo!