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ÍNDICE

pag5 O que é o “Levanta-te e Actua” pag6 Como participar pag7 No dia: como actuar pag7 Como é feita a contagem para o Recorde

Mundial e porquê pag8 Formas criativas de realizar um evento pag8 Sugestões pag9 Perguntas frequentes pag10 Encontros com decisores políticos pag11 Relação com a comunicação social pag11 Mensagens

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O QUE É O “LEVANTA-TE E ACTUA”? É um apelo global para agir contra a pobreza e pelos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. Em todo o mundo, entre os dias 17 e 19 de Outubro, as pessoas vão, literal e simbolicamente, levantar-se e fazer-se ouvir exigindo que os seus governos cumpram com as promessas de acabar com a pobreza extrema e que se alcancem os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) até 2015. No ano passado, mais de 43 milhões de pessoas participaram e estabeleceu-se um novo Recorde Mundial Guinness. Portugal contribuiu com mais de 65 mil vozes nesta iniciativa. Este ano, queremos voltar a bater esse recorde para que a mensagem seja ainda mais ouvida. Cada um e cada uma de nós conta! “Stand Up and Take Action” é uma iniciativa internacional do GCAP (Global Call against Poverty) e da Millenium Campaign. Em Portugal, é coordenada pela Pobreza Zero, Objectivo 2015, Desafio Miqueias e oikos – cooperação e desenvolvimento, às quais se juntaram dezenas de organizações e associações de todo o país como co-organizadoras.

PORQUÊ PARTICIPAR? No ano 2000, líderes de 189 países assinaram a Declaração do Milénio, um plano global para reduzir para metade a pobreza extrema até 2015. No entanto, a cada dia que passa, 50 mil pessoas morrem de pobreza extrema e a desigualdade entre os ricos e pobres não pára de aumentar. Aproximadamente metade da população mundial vive em situação de pobreza, sendo 70% mulheres. É urgente, portanto, “Levantarmo-nos e Actuarmos”, para que os governos honrem os seus compromissos. Tal só acontecerá se tomarmos uma posição clara. Somos a primeira geração que pode erradicar a pobreza.

PORQUÊ 17 DE OUTUBRO? Há 26 anos, a 17 de Outubro, foi criado o Dia Mundial Para a Erradicação da Pobreza Extrema, de forma a assinalar a defesa dos direitos humanos e o combate à pobreza no mundo. Liderados pelo Movimento ATD Fourth World, aconteceram diversos eventos públicos a nível mundial 1992, ano em que as Nações Unidas reconheceram essa data como o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza. Desde a sua criação, este dia tem-se tornado uma oportunidade de protesto para todos os

cidadãos e cidadãs que acreditam poder contribuir para a erradicação da pobreza extrema.

O QUE QUEREMOS? 1. Criar uma mobilização massificada com impacto directo nos decisores políticos, para que cumpram as suas promessas: erradicar a pobreza extrema e realizar ou mesmo exceder os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) até 2015. 2. Alcançar o apoio do maior número de pessoas a nível mundial. 3. Inspirar, informar e apelar à participação das pessoas, para que se juntem ao movimento não apenas por um dia, mas até que os líderes políticos cumpram com os seus compromissos internacionais. 4. Proporcionar às pessoas que vivem na pobreza uma oportunidade para dar testemunho, com as suas próprias vozes, dos seus esforços diários na luta por uma vida digna. 5. Fazer ouvir as nossas vozes em todo o mundo, directamente pelos decisores políticos e pelos meios de comunicação social, nacionais e globais.

QUAL É A MENSAGEM? O slogan central em 2008 é “Levanta-te e Actua”. As coligações de cada país determinam depois as suas mensagens políticas de acordo com as prioridades nacionais, baseadas na Declaração de Beirute e reafirmadas na Declaração de Montevideu do GCAP. Em Portugal, a mensagem política central é “Contra a Pobreza e Pelos Objectivos do Milénio”, que tem foco nos temas: � Prestação pública de contas, boa

governação e cumprimento dos direitos humanos;

� Mais justiça no comércio internacional; � Aumento em quantidade e qualidade da

ajuda pública para o desenvolvimento (APD);

� Perdão da Dívida Externa dos países mais pobres;

� Obtenção e superação dos ODM; � Luta contra as desigualdades e promoção

da igualdade de género e oportunidades.

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COMO PARTICIPAR?

ACTUA Há muitas formas de poderes agir. Poderás consultar algumas ideias em www.levanta-te.org ou em www.standagainstpoverty.org. As acções deverão representar uma mensagem relevante de luta contra a pobreza. Isto poderá incluir a leitura do Manifesto (disponível on-line), uma acção de rua, a preparação de uma tertúlia ou debate sobre o tema... há opções para todos os que queiram participar. 1. JUNTA-TE A UM EVENTO “LEVANTA-TE” JÁ AGENDADO O “Levanta-te” está a trabalhar com um largo número de parceiros nacionais e locais como: escolas, universidades, agrupamentos associativos locais, coros, clubes desportivos, grupos religiosos e empresas para organizar diversas acções. Qualquer pessoa pode juntar-se individualmente a estes eventos ou encorajar um grupo ou organização aos quais pertençam a juntarem-se. Consulta a agenda em www.levanta-te.org

2. ORGANIZA O TEU PRÓPRIO “LEVANTA-TE” a) Escolhe a localização: pode ser um parque, praça pública, escola, universidade, centro comercial, edifício onde trabalhas, ou até a tua casa. b) Planeia a acção: uma caminhada, um concurso de cartazes, um jantar, uma performance artística, uma exibição de um filme, uma tertúlia, entre outros. Podes também aproveitar um momento já programado como uma aula, um evento desportivo ou cultural, um concerto, onde possas inserir o “Levanta-te” no intervalo, criando uma pausa contra a pobreza e pelos ODM. c) Inscreve o teu evento no site www.levanta-te.org. ATENÇÃO: para que a tua acção seja considerada para a contagem final terás que voltar ao site no final do teu evento e completar o registo com o número de acção que te será atribuído. d) Selecciona uma pessoa para conduzir o evento: tu, ou alguém que pertença à organização, uma pessoa reconhecida na comunidade local ou mesmo uma figura pública. e) Divulga o teu evento através de e-mails, cartas, posters e flyers. No site www.levanta-te.org encontras uma série de materiais de apoio. Podes também informar a imprensa local e/ou nacional. f) Convida membros das autoridades locais a participar, se apropriado.

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NO DIA: COMO ACTUAR? a) Organiza o teu evento para que aconteça entre as 00h00 do dia 17 de Outubro e as 23h59 do dia 19. b) No momento do evento, a pessoa escolhida para o conduzir deve dar ma breve explicação sobre o que é o “Levanta-te e Actua”. c) É pedido a todos que se juntem e que literalmente se levantem, a partir de uma posição sentada, agachada ou ajoelhada. (Pessoas com capacidades motoras reduzidas podem ser contabilizadas apenas com a sua presença no evento ou através de um acto simbólico apropriado). d) O grupo deve fazer-se ouvir através de um acto simbólico. Sugerimos a leitura do Manifesto (disponível on-line), à qual se pode adicionar uma largada de balões, um cordão humano, uma performance artística, a passagem de um filme, ou outro. e) Documenta o momento “Levanta-te e Actua” com máquinas fotográficas, telemóveis ou câmaras de vídeo e envia as imagens ou vídeos para o email [email protected] f) O último e crucial passo é contar ou estimar da forma mais correcta possível o número de pessoas que participaram no evento – completa o registo da tua acção com o número de acção que te foi atribuído no site www.levanta-te.org ou fax 21 882 36 35 (modelo disponível no site) até às 10h do dia 20 de Outubro.

COMO É FEITA A CONTAGEM PARA O RECORDE MUNDIAL E PORQUÊ? Para que esta mobilização tenha um impacto real precisamos de dizer aos nossos líderes políticos e ao mundo que milhões de pessoas se levantaram para exigir a erradicação da pobreza e para que se faça dos ODM uma prioridade política. A organização nacional do “Levanta-te e Actua” enviará até às 14h00 do dia 20 de Outubro todos os registos portugueses para a estrutura internacional responsável para a contagem e validação do Guiness.

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FORMAS CRIATIVAS DE REALIZAR UM EVENTO “LEVANTA-TE E ACTUA” Recordamos que para o evento ser contabilizado para o recorde do Guinness, é necessário literalmente levantar-se a partir de uma posição sentada, agachada ou ajoelhada. Isto não impede que se adicionem outras componentes que tornem a sua acção mais envolvente e de sensibilização para os presentes. Deixamos algumas ideias.

SE ESTIVERES NA RUA • Organiza uma “caminhada contra a pobreza” que termine em frente a um edifício politicamente relevante; • Faz um cordão humano pelas ruas da tua localidade; • Usa uma faixa branca no pulso como símbolo de luta contra a pobreza; • Utiliza faixas brancas no carro ou bicicleta e procura que um grupo de colegas/amigos faça o mesmo.

SE ESTIVERES NA ESCOLA OU UNIVERSIDADE • Organiza um debate ou tertúlia na tua escola ou universidade e convida um político local para participar; • Faz uma peça de teatro ou outra performance artística que aborde as questões da pobreza; • Apresenta um filme, documentário ou videoclip que exponha a situação da pobreza; • Se tiveres uma câmara e acesso a internet, grava o “Levanta-te e Actua” e coloca no YouTube ou Sapo Vídeo.

SE ESTIVERES NO LOCAL DE TRABALHO • Pede aos teus colegas que se juntem no escritório ou no exterior do edifício, fazendo uma pausa contra a pobreza; • Divulga o apelo através da newsletter interna ou intranet da organização; • Pede ao teus colegas que assinem um manifesto contra a pobreza e o enviem para um político local e/ou nacional; • Convida membros do teu sindicato a participarem numa caminhada contra a pobreza.

SE ESTIVERES NO TEU LOCAL DE CULTO • Divulga o “Levanta-te” através do boletim informativo; • Envolve líderes religiosos para que criem um momento “Levanta-te” durante o culto.

SE ESTIVERES EM CASA • Divulga o “Levanta-te” pelos vizinhos incentivando-os a participar numa acção organizada na tua zona, ou a fazê-lo em família; • Organiza um encontro de amigos na tua casa onde reservem um minuto contra a pobreza; • Mobiliza os teus vizinhos para uma visita ao político local ou para a assinatura de um manifesto colectivo.

SUGESTÕES PARA AMPLIAR A PARTICIPAÇÃO NO EVENTO Identifica um acontecimento onde muitas pessoas estarão reunidas – um evento desportivo local, cinema, ou outro e pede para que se faça um momento “Levanta-te” antes do evento ou no intervalo. Planeia a presença de um apresentador que fale destas questões ou que se organize a apresentação de um videoclip.

SOLUÇÕES VISUAIS PARA GRANDES EVENTOS • Exposições de fotografia; • Desfiles com bonecos gigantes; • Acrobacias, pirâmides humanas e dançarinos; • Actividades com música e dança; • Festivais de cinema e projecção de imagens em telas públicas gigantes; • Apresentação da faixa branca no exterior de edifícios de referência; • Murais ou desenhos a giz (convida artistas ou estudantes a participar na criação de um mural gigante); • Formações humanas de letras ou faixas brancas; • Letras gigantes em frente a prédios importantes; • Performances teatrais e mímicas.

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USA A INTERNET • Recorre ao www.levanta-te.org como fonte de informação; • Reencaminha os e-mails de promoção da iniciativa para todos os contactos da tua lista de endereços; • Blogue: inclui vídeos da iniciativa e divulga-a (p. ex., escrevendo sobre o evento, utilizando os banners disponíveis); • Contas you tube/sapo tv: “clicka” o mais vezes possível nos vídeos da iniciativa e partilha com amig@s; grava vídeos originais de promoção da iniciativa e coloca-os no YouTube/sapo tv; • Contas flickr: cria uma página dedicada; tira fotografias “loucas” para publicitar o evento e partilhar com os utentes da página flickr dedicada à iniciativa; • Contas hi5/myspace: divulga o “Levanta-te” na comunidade virtual.

PERGUNTAS FREQUENTES PORQUÊ ESTE ACTO DE NOS LEVANTARMOS? O “Levanta-te e Actua” é um acto simples que pode ser feito por qualquer um, em qualquer lugar, com poucos ou muitos recursos. Pode ser organizado em qualquer tipo de evento e realizado da maneira mais criativa ou política, de acordo com cada contexto nacional. Pode ser um acto cívico duma só pessoa ou de um milhão de pessoas, em áreas rurais de Moçambique ou na Times Square em Nova Iorque. COMO É QUE O “LEVANTA-TE E ACTUA” AJUDA NO COMBATE À POBREZA E À DESIGUALDADE? O “Levanta-te” é um acto simbólico para mostrar apoio a um discurso, pessoa ou iniciativa. Não é apenas um acto, mas um gesto de solidariedade. Quando milhões de pessoas em todo o mundo se levantam juntas, é uma demonstração do poder de organizações da sociedade civil em torno de um objectivo comum. Este gesto mostra a força da união na luta contra a pobreza e a desigualdade. QUAL É O IMPACTO DESTA INICIATIVA? Nelson Mandela levantou-se e protestou contra a segregação racial. William Wilberforce levantou-se e protestou a favor da abolição da escravatura. Milhões de mulheres

levantaram-se e protestaram, e continuam a fazê-lo, na luta a favor da igualdade de género. Estamos a pedir às pessoas que se levantem e se façam ouvir contra a pobreza extrema. 17, 18 e 19 de Outubro serão dias para mostrar a nossa solidariedade nesse importante movimento global. PORQUE PRECISAMOS DE CONTABILIZAR AS PESSOAS ADERENTES? Queremos mostrar aos decisores políticos a escala planetária do movimento de pessoas contra a pobreza. Contamos o número de participantes nos nossos eventos para efeito de registo no Guinness e de divulgação para a comunicação social. COMO CONTABILIZAR OS PARTICIPANTES? O acto de levantar-se deve ocorrer de forma dinâmica a partir de uma posição de joelhos ou sentada. Ao sinal, os participantes num dado local levantam-se durante 1 minuto. O responsável pelo evento deve então contar – ou estimar caso se trate de uma multidão – o número de participantes e completar o registo da acção (com o número de acção que foi atribuído) no site www.levanta-te.org ou fax 21 882 36 35 (modelo disponível no site) até às 10h do dia 20 de Outubro. COMO PODEMOS TER UM IMPACTO POLÍTICO? A força de cada mensagem política está apenas em cada um de nós. Levantar-se e fazer-se ouvir é apenas o começo. Usa o dia para difundir a mensagem, para alargar o número de participantes, para falar com a imprensa. Materializa os teus pensamentos em materiais e eventos, no envio de e-mails, nas mensagens de texto, escrevendo cartas e assinando petições. COMO PODEMOS SER MAIS INSPIRADORES? Usa o elemento Actua para motivar os participantes com discursos, slogans e apelos de manifestação. Envolve o público neste protesto.

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ENCONTROS COM DECISORES POLÍTICOS Nos dias 17, 18 e 19 de Outubro e próximo dessas datas, coligações nacionais do GCAP em todo o mundo enviarão delegações para encontros com chefes de Estado e outros líderes políticos, para lhes recordar as suas promessas de acabar com a pobreza e a desigualdade. Essas delegações protestarão em nome da sociedade civil junto daqueles que estão no poder, exigindo-lhes que façam mais para resolver aquelas questões e passando a mensagem de que eles devem prestar contas aos seus cidadãos todos os anos nesta data. OS ENCONTROS COM DECISORES POLÍTICOS TÊM COMO METAS: • Apresentar uma declaração política que produza exigências relevantes e específicas nos contextos políticos nacionais e regionais. • Levar os líderes políticos a tomarem medidas urgentes para acabar com a pobreza e a desigualdade. • Obter cobertura da imprensa e apoio público para o “Levanta-te e Actua”. Será a oportunidade da sociedade civil agir conjuntamente e pedir a prestação de contas por parte dos seus líderes quanto aos seus compromissos anteriores. Podem ser apontadas questões específicas, como: • O que têm feito na luta contra a pobreza e desigualdade em Portugal e nos países em desenvolvimento? • Quais os resultados dos planos/estratégias de redução da pobreza e desigualdade?

PREPARAÇÃO DOS ENCONTROS As organizações envolvidas devem planear em conjunto quais as datas mais adequadas, definir uma estratégia e preparar um plano de acompanhamento. Alguns passos importantes: • Discute este evento nos encontros de planeamento nacional do Levanta-te. • Escreve uma carta e envia-a com antecedência para os líderes políticos. • Desenvolve mensagens políticas centrais para serem apresentadas aos líderes políticos.

• Elabora uma lista de membros das delegações e indique um porta-voz. • Divulgua a iniciativa junto da imprensa e das redes de organizações da sociedade civil. Os meios de comunicação social exigem uma atenção especial, dado que funcionam como amplificadores do encontro e das exigências colocadas aos decisores políticos – pressionando-os a dar respostas imediatas e concretas. • Disponibiliza antecipadamente à imprensa informação clara e completa, utilizando exemplos que ilustrem o problema em causa (p.ex. casos de pessoas que conseguiram ultrapassar más condições de vida). Podes utilizar comunicados de imprensa, documentos descarregáveis da internet e porta-vozes. • Certifica-te que haverá fotógrafos e equipas de filmagem presentes. Um dos factores que ajuda nessa presença é a escolha do dia/hora do encontro: é importante pensar com antecedência para assegurar que as oportunidades de divulgação não coincidam com outros eventos que possam ocupar a atenção da comunicação social. NOTA: Algumas coligações nacionais podem agendar encontros com os responsáveis governamentais pelas áreas das Finanças e Negócios Estrangeiros e Cooperação, uma vez que as Instituições Financeiras Internacionais (Banco Mundial e FMI) farão as suas reuniões anuais imediatamente após 19 de Outubro. Visita o site http://www.standagainstpoverty.org para conhecer algumas iniciativas internacionais.

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RELAÇÃO COM A COMUNICAÇÃO SOCIAL

Para se ter sucesso no relacionamento com os jornalistas, tem que se interiorizar um dado fundamental: o jornalismo é muito condicionado por tempo e espaços limitados, tendendo a procurar informação simples e pronta a publicar. Assim, deveremos facilitar ao máximo o trabalho do jornalista, fazendo uma boa parte do seu trabalho de simplificação da informação. Quando um jornalista nos contacta, devemos atender sempre a chamada ou responder a mensagens. Se não soubermos como responder à questão, devemos procurar direccionar o jornalista para outras fontes de informação Antes da entrevista ou comentário: • Certifica-te que tens dados fiáveis e actuais sobre o tema. • Selecciona previamente três argumentos fundamentais e formas concisas de os apresentar. • Adapta a tua mensagem ao público-alvo do órgão de comunicação social: população em geral, empresários, jovens, etc. Durante a entrevista ou comentário: Procura inserir os teus argumentos fundamentais durante a entrevista, mesmo que não seja questionado directamente sobre nenhum deles. Nunca digas “não comento”. Tratando-se de questões sensíveis e/ou inesperadas, promete uma resposta posterior e envia-a por escrito. Não te precipites nas respostas: alguns segundos de reflexão permitem ser mais claro e conciso. Se quiseres ser citado: • Não limites a resposta a “sim” ou “não”. • Traduz a informação mais técnica e complexa em frases simples. • Diz o nome da tua organização ou grupo pelo menos duas vezes durante a entrevista. Sê concret@: Utiliza exemplos, que são mais notícia do que os conceitos. Procura dar entusiasmo e criatividade às tuas respostas. Os repórteres procuram protagonistas capazes de inspirar as audiências. Números, estatísticas e outra informação técnica ou complexa devem ser sempre enviados por escrito, para prevenir incorrecções no decorrer da entrevista.

A intranquilidade destrói a credibilidade. Se disseres algo errado, corrige-o dizendo de novo toda a frase de modo correcto. A entrevista será editada e apenas as frases mais claras serão seleccionadas. Depois da entrevista ou comentário: É importante cultivar relações com os jornalistas, pois isso consolida-nos como uma fonte disponível e familiar – esse é o tipo de fontes que os jornalistas privilegiam. Por isso, após uma entrevista ou comentário: • Telefona ou envia uma mensagem ao jornalista dizendo “Gostei de falar consigo” ou “A sua peça ficou interessante” e se possível fornecendo-lhe nova informação para futuras reportagens (um relatório, um folheto, etc.). • Se considerares que foi feita uma abordagem incorrecto na reportagem ou entrevista, fala com o jornalista apresentando os teus argumentos de uma forma diga-o ao jornalista. Apresente-lhe os seus argumentos de forma calma. Se considerares que um desmentido é necessário, pede ao jornalista que o discuta com o editor. Uma carta ao director pode ser utilizada como direito de resposta, mas de preferência após esgotada a abordagem pessoal.

MENSAGENS

MENSAGEM CENTRAL Os governos não podem ignorar o apelo das pessoas pelo fim da pobreza. A sociedade civil está chocada com a pobreza e desigualdade globais – mais e mais pessoas recusam-se a permanecer quietas diante da injustificável falta de acção dos líderes.

PRINCIPAIS REIVINDICAÇÕES Acabar com a Pobreza e a Desigualdade O fim da pobreza e da desigualdade não implica apenas ajudar os pobres, mas também mudar as políticas que geram desequilíbrios globais (riqueza no Norte, pobreza no Sul global). e em mudar a noção pré-concebida de que o crescimento económico é suficiente para reduzir a pobreza e as desigualdades. Atingir os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) Os governos devem comprometer-se a atingir e superar os ODM por meio de planos de actuação baseados nessas metas. A visão estratégica da Cooperação Portuguesa apoia-se nos ODM.

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Mais e Melhor Ajuda Pública para o Desenvolvimento (APD) É necessário um aumento substancial na quantidade e qualidade da ajuda e do financiamento para o desenvolvimento. Os países doadores comprometeram-se a atingir para a APD a meta de 0,7% do Rendimento Nacional Bruto até ao ano 2015, com metas intermédias de 0,33% em 2006 e de 0,51% até 2010. Portugal destinou apenas 0,19% do seu RNB para APD no Orçamento de 2007. A APD não deve ser concedida com condicionalismos, p.e. fazendo depender a concessão dessa ajuda da celebração de acordos comerciais entre os países doadores e os beneficiários. Sim à Justiça Comercial, Não ao Comércio Livre Os países em desenvolvimento têm o direito de determinar suas próprias políticas de comércio para favorecerem os seus próprios povos. Os subsídios da UE que levam à invasão de produtos agrícolas europeus artificialmente baratos nos mercados internacionais devem acabar. Os Acordos de Parceria Económica (EPA), entre a EU e os países ACP (África, Caraíbas e Pacífico), têm gerado relações comerciais injustas que não são adequadas para o desenvolvimento sustentável dos países mais empobrecidos. Perdão da Dívida Os países doadores devem cancelar as dívidas impeditivas dos países mais pobres cumprirem os ODM. O cancelamento da dívida e os apoios a refugiados e estudantes estrangeiros nos países doadores não devem ser contabilizados nem levados em conta como APD. O cancelamento da dívida não deve afectar negativamente a classificação em termos de risco de crédito de um país. Mais transparência e prestação pública de contas Todos os governos e instituições multilaterais devem prestar contas publicamente e ser transparentes no uso dos recursos públicos. Mais igualdade de género Os direitos da mulher e a igualdade de género precisam ser reconhecidos como questões centrais na erradicação da pobreza e na formulação de políticas, leis e planos locais. Os governos devem assegurar a igualdade e a justiça social, impedindo todas as formas de violência contra a mulher ao mesmo tempo que também os direitos da mulher, incluindo a sua participação política e o acesso a recursos.

Primado dos Direitos Humanos A defesa dos direitos humanos, em particular das minorias, tem de ser reconhecida como um elemento crucial para a obtenção de todos estes objectivos. Há que assegurar a participação igualitária de todos os grupos excluídos: minorias étnicas, mulheres, pessoas em condições de extrema pobreza etc. INFORMAÇÃO DE FUNDO 1. O Problema e a Resposta Todos os dias, 50 mil pessoas morrem como resultado da pobreza extrema, e a diferença actual entre ricos e pobres não pára de aumentar. A Humanidade tem os recursos para mudar esta situação e não podemos ficar mais tempo sentados em silêncio perante a pobreza. O Apelo Global para a Acção contra a Pobreza (GCAP) é uma aliança global de ONGDs, sindicatos, associações, grupos religiosos e activistas que trabalham em conjunto em mais de 100 países. O GCAP é um apelo para a acção destinado a pressionar os líderes mundiais a cumprir as suas promessas pelo fim da pobreza e da desigualdade. A faixa branca é o símbolo e a expressão da solidariedade pelo fim da pobreza. Em Portugal o GCAP é representado pela Campanha PobrezaZero. A Millennium Campaign – Campanha do Milénio das Nações Unidas – foi lançada em 2002. Procura inspirar os cidadãos em países ricos e em países pobres no sentido de exigirem aos seus líderes políticos o cumprimento, até 2015, dos compromissos assumidos na Declaração do Milénio. A Campanha do Milénio das Nações Unidas está presente em 24 países africanos e asiáticos, bem como em seis países na Europa e América do Norte. Em Portugal, a Campanha designa-se Objectivo 2015 e quer inspirar todos os cidadãos e organizações que acreditam que o Governo Português deve conceder mais e melhor ajuda pública para o desenvolvimento (APD). 2. Factos • 980 milhões de pessoas vivem com menos de 75 cêntimos por dia e quase metade da população mundial (2,8 mil milhões) vive com menos de 1,5 € por dia. • Mais de 800 milhões de pessoas vão para a cama com fome todos os dias... 300 milhões delas são crianças. Desses 300 milhões de crianças, apenas 8% são vítimas de secas ou outras situações de emergência; mais de 90%

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sofre de má nutrição de longo prazo e deficiências de micronutrientes. • A cada ano, seis milhões de crianças morrem de subnutrição antes de completarem cinco anos de idade. • Mais de 50% dos africanos sofre de doenças relacionadas com a água, como a cólera e a diarreia infantil. • A cada 30 segundos, uma criança africana morre de malária – num total de mais de um milhão de mortes infantis por ano. • A cada ano, entre 300 e 500 milhões de pessoas são infectadas com malária. Cerca de três milhões de pessoas morrem como resultado. • A África Subsariana tem apenas 4% dos trabalhadores de saúde, mas 25% do peso mundial de doenças. As Américas têm 37% dos trabalhadores de saúde, mas apenas 10% do peso mundial de doenças. • Mais de 1 a cada 4 pessoas adultas não conseguem ler ou escrever. Dois terços delas são mulheres. • As mulheres trabalham dois terços das horas de trabalho no mundo, produzem metade da comida do mundo, mas recebem apenas 10% da renda mundial e possuem menos de 1% da propriedade privada mundial. • Quatro em cada dez pessoas no mundo não têm sequer acesso a uma simples latrina. Cinco milhões de pessoas, a maioria delas crianças, morrem em cada ano devido a doenças ligadas ao contacto com a água. • 2,6 mil milhões de pessoas não têm acesso a condições sanitárias dignas. O Objectivo de Desenvolvimento do Milénio 7, de providenciar metade do deficit global de condições sanitárias, partindo dos níveis de 1990, apela para a extensão das mesmas a mais de 120 milhões de pessoas por ano até 2015. (Fontes: Relatório de Desenvolvimento Humano 2003, 2005 e 2006, Indicadores do Milénio, Projecto do Milénio, FAO, UNESCO – Relatório de Monitoramento Global 2007, Campanha pela Educação, UNAIDS, UNICEF)

3. Objectivos de Desenvolvimento do Milénio Em Setembro de 2000, chefes de Estado e de Governo de 189 países, incluindo Portugal, reuniram-se nas Nações Unidas para a Cimeira do Milénio. Nesta cimeira assinaram a Declaração do Milénio comprometendo-se a lutar, em conjunto, contra a pobreza e fome, a desigualdade de género, degradação ambiental e o vírus do VIH/SIDA. Assumiram ainda o compromisso de procurar melhorar o acesso à educação, a cuidados de saúde e a água potável. Estes compromissos deram lugar aos chamados Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM), a alcançar até 2015:

Objectivo 1 Erradicar a pobreza extrema e fome Objectivo 2 Alcançar o ensino primário universal Objectivo 3 Promover a igualdade de género Objectivo 4 Reduzir a mortalidade infantil Objectivo 5 Melhorar a saúde materna Objectivo 6 Combater o VIH/SIDA, a malária e outras doenças Objectivo 7 Garantir a sustentabilidade ambiental Objectivo 8 Fortalecer uma parceria mundial para o desenvolvimento