34 o jovem [outubro2010]

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[4] [6] [20] Raquel Paradela Lopes, que faz parte do Gabinete de Relações Internacionais da Juventude Popular, conta-te tudo sobre a agenda internacional da JP e dá- te a oportunidade de conheceres por dentro este gabinete. Nuno do Carmo, autor de uma tese de doutoramento sobre juventudes partidárias, conta-nos a visão de alguém que, apesar de não possuir qualquer cartão de militante, viveu por dentro a vida de uma “jota”. Falamos com Pedro Vidal, que deu ao CDS e à JP a alegria da conquista da Junta de Freguesia do Préstimo nas últimas autárquicas, foi recentemente eleito presidente da Distrital de Aveiro, que volta assim à actividade. [14] Após a sua eleição como vice-presidente da Juventude Popular em Maio de 2009, Luís Pistola tornou-se uma das figuras de maior relevo da estrutura. Dono de uma capacidade e uma inteligência inquestionáveis, o seu contributo passa agora a ser dado na secretaria-geral. Fomos falar com ele, e saber quais as suas motivações e expectativas.

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O Jovem, jornal oficial da Juventude Popular da Maia. www.jpmaia.org

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[4] [6] [20]

Raquel Paradela Lopes, que faz parte do Gabinete de Relações Internacionais da Juventude Popular, conta-te tudo sobre a agenda internacional da JP e dá-te a oportunidade de conheceres por dentro este gabinete.

Nuno do Carmo, autor de uma tese de doutoramento sobre juventudes partidárias, conta-nos a visão de alguém que, apesar de não possuir qualquer cartão de militante, viveu por dentro a vida de uma “jota”.

Falamos com Pedro Vidal, que deu ao CDS e à JP a alegria da conquista da Junta de Freguesia do Préstimo nas últimas autárquicas, foi recentemente eleito presidente da Distrital de Aveiro, que volta assim à actividade.

[14]

Após a sua eleição como vice-presidente da Juventude Popular em Maio de

2009, Luís Pistola tornou-se uma das figuras de maior relevo da estrutura. Dono

de uma capacidade e uma inteligência inquestionáveis, o seu contributo passa

agora a ser dado na secretaria-geral. Fomos falar com ele, e saber quais as suas

motivações e expectativas.

Há muito que nos habituamos a não ver na

seriedade um valor inquestionável para

muitos daqueles que percorrem alarvemente

os caminhos da nossa política. Os tais vermes

que nos passam pela televisão enchendo a

boca de compromissos sem honra e

convicções sem validade. Foi assim que, como

que comungando da necessidade de se

protegerem no seu longo lamaçal de que não

abrem mão, os dois maiores partidos

portugueses agiram para chegar a um acordo

relativamente ao Orçamento de Estado.

Houve avanços, recuos e drama quanto baste.

Houve tacticismo, sectarismo, ingenuidade e

interesses com fartura. Preocupação com os

portugueses nem por isso. E porque

haveríamos de esperar tal coisa de quem

nunca se importou com isso?

Muito pouco tempo antes de ser oficial o que

todos já prevíamos – que PS e PSD

concordavam no tamanho e nas feições da

gamela que se habituaram a partilhar – Pedro

Passos Coelho, o novo D. Sebastião da

política portuguesa, anunciava bravamente

que o PSD não daria "nem um minuto de

descanso" ao Governo. Mais: vestido com a

aparência típica das boas intenções,

anunciava que o seu partido quer dar "uma

alternativa ao país". Mas, eis que do

espesso nevoeiro, por terras gaienses, se

vislumbrava Luís Filipe Menezes como seu

anfitrião, ilustre verme da nossa praça.

“Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem

és”, diz o povo. Arrisco uma alternativa,

atendendo às movimentações sinuosas em

que o novo líder laranja se deixou levar:

acompanhado de vermes, verme serás.

Mais do que alternativa, esta dança

calculista de dois corpos mortos em busca

da alternância no poder, fim último e

supremo das suas vidas viscosas e

pestilentas, transforma tudo isto num

espectáculo deprimente, e cuja

consequência prática não é mais do que a

habitual.

“ Mas, eis que do nevoeiro, por terras gaienses, se vislumbrava Luís Filipe Menezes, ilustre verme da nossa praça. “Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és”, diz o povo. Arrisco uma alternativa: acompanhado de vermes, verme serás.

No passado dia 13 de Outubro a Juventude Popular da

Maia voltou às acções de campanha junto das escolas e

jovens do concelho, tendo a Escola Secundária da Maia,

localizada bem no centro do concelho, sido a escolhida.

Mais uma vez, foram distribuídos dezenas de flyers com a

mensagem política da Juventude Popular verificando-se

uma boa recepção da parte dos alunos. A Juventude

Popular da Maia aposta fortemente nestas iniciativas de

proximidade como via de fortalecer o alerta da população

mais jovem para maior participação na vida política do

país e na real dimensão desta no futuro de cada um de

nós. Em breve a estrutura voltará às escolas ainda em

data a definir.

Atenta à prestação dos vários organismos e entidades que

compõem o concelho da Maia, a secretaria-geral da

Juventude Popular da Maia enviou vários pedidos de reunião

e visitas. Nesta interessante iniciativa figuram os executivos

de junta, que ainda não tinham respondido ao desafio da

estrutura, e outras entidades como a Associação

Empresarial da Maia, os Bombeiros Voluntários de Moreira

ou o Núcleo da Maia da Cruz Vermelha. A estrutura

considera elementar o conhecimento destes organismos e

faz questão de aproximar o mais possível estes contactos

que permitem trocar experiências e conhecimentos sobre o

nosso concelho.

Por terras de

Lidador Sabe quem cá vive e não sabe quem cá

não vive pela simples razão de que não

existe. Estou a falar do inexistente

dinamismo da vida nocturna no centro do

concelho. Talvez a inequívoca prova de

que a Maia, por muito que faça, nunca

passará de uma cidade simpática e

pacata apenas para dormir e descansar

ao domingo à tarde. Muito pouco se tem

feito para contrariar esta tendência de

desertificação e procura de lazer nos

concelhos vizinhos de Porto e Gaia. Por

muito que se tente compreender este

fenómeno, as conclusões esbarram

sempre num sentimento de que não há

vontade política para que tudo seja

diferente e chamativo. Eu acabo por

concordar e deixar apenas no ar um

ponto de interrogação: essa vontade

política não existe por saber que não

estão reunidas condições de segurança

vontade política para que tudo seja

diferente e chamativo. Eu acabo por de

interrogação: essa vontade política não

existe por saber que não estão reunidas

condições de segurança para essa

promoção ou essa vontade política não

existe porque o concelho da Maia tem

de continuar a ser apenas e só de um

punhado de velhos do Restelo que a

reclamam para si? Gostava de acreditar

na conclusão mais inteligente, seria

sinónimo de responsabilidade. Mas não

creio, e tão-pouco aceito que me

justifiquem esta crítica com

iniciativas públicas anuais que

pouco ou nada atraem os jovens.

Pessoalmente não espero, nem quero,

que a Câmara Municipal da Maia seja a

única a oferecer soluções de lazer no

pouco ou nada atraem os jovens.

Pessoalmente não espero, nem quero,

que a Câmara Municipal da Maia seja a

única a oferecer soluções de lazer no

concelho. Não deve ser esse o seu papel

e muito menos condicionar quem o quer

fazer. A potencialidade do centro da

Maia é imensa e não se deve sujeitar a

uma festa popular por ano ou à espera

de uma qualquer parada militar. Criem-

se as condições para que os únicos

jovens, que atravessam a praça Dr. José

Vieira de Carvalho, não o façam apenas

para apanhar um metro rumo à baixa do

Porto. Esperemos que seja por aí.

Em primeiro lugar gostaria de agradecer

à JP Maia, em particular ao gabinete de

imprensa respons|vel pelo Jornal “O

Jovem” pelo convite que me foi feito,

dando-me assim a oportunidade de

apresentar o Gabinete das Relações

Internacionais da JP Nacional. O Jornal

“O Jovem” tem vindo a posicionar-se ao

longo dos últimos tempos como um local

de excelência para a discussão dos mais

variados temas e também como um

veículo de comunicação que permite a

contribuição intelectual dos nossos

jovens de direita. É um exemplo, difícil de

encontrar nos dias de hoje, de um espaço

livre e imparcial de apresentação e

esclarecimento das opiniões e causas.

Vivemos hoje em tempos dinâmicos e a

Internet mudou as nossas vidas, por isso

decidi apresentar-vos o meu artigo na

fórmula tão popular, e de sucesso, que

existe na Internet: “FAQ – Frequently

Asked Questions”. Desta forma poderei

responder a perguntas que militantes da

JP colocam relativamente a este

Gabinete, bem como de uma forma

pouco maçadora transmitir-vos tudo o

que este representa.

O que é o Gabinete de Relações

Internacionais e quem somos?

O que é o Gabinete de Relações Internacionais e quem somos?

Uma das grandes responsabilidades da

direcção nacional da JP é as Relações

Internacionais, à semelhança do que

acontece no CDS-PP. Esta CPN tem

dedicado uma justa e merecida atenção a

este tema, algo que infelizmente num

passado próximo não tinha acontecido.

Assim, foi criado o Gabinete de Relações

Internacionais da JP com a

responsabilidade de apoiar e responder

especificamente a estas questões.

Actualmente este gabinete é constituído

por mim, como membro responsável das

relações internacionais da actual CPN e

pela nossa, desde há muito tempo,

Secretária Internacional, Carolina Thiede Sá

Correia. Pertencem também a este

Gabinete os membros de certa forma “não

fixos” ou “rotativos”, como o Rodrigo Lobo

d’Ávila, que nos apoiam, permitindo assim

descentralizar o nosso trabalho. Dividimos

as participações entre ”fixos” e “não fixos”

por algumas razões.

A primeira razão deve-se ao facto de o

trabalho a desenvolver em cada uma das

instituições em que a JP se encontra

representada, ser um trabalho a

desenvolver de uma forma contínua, com a

instituições em que a JP se encontra

representada, ser um trabalho a

desenvolver de uma forma contínua, com

a preocupação de criar relações de

confiança e credibilidade com a nossa

instituição, normalmente personificada

pelos nossos delegados. Uma vez que a

assiduidade dos encontros destas

organizações é menor, são também

menores as oportunidades de todos os

seus delegados se conhecerem e

desenvolverem essas relações baseadas

na confiança e credibilidade. Dai a

necessidade de membros fixos.

A segunda razão prende-se com o

número de delegados convidados por

evento ser normalmente dois. Por

exemplo, a representatividade máxima

dos países nos congressos eleitorais é de

dois delegados, sendo assim esse o

número máximo de votos a que cada país

tem direito.

Por último e esta é uma das razões mais

determinantes, deve-se aos custos

associados no transporte dos seus

delegados que a JP despende sendo, e

bem, realizada uma racionalização destes

custos.

Como funcionam estes encontros

internacionais?

blogs destas instituições. É imperativo que os

jovens portugueses tenham uma voz activa,

participativa e interessada no papel que

Portugal desempenha na Europa e na União

Europeia. Muitos de nós ainda se fecham no

seu cantinho Ibérico esquecendo-se da

proporção e da importância das decisões que

são tomadas dentro dos organismos

europeus e da repercussão destas mesmas

decisões nas nossas vidas e sobretudo no

nosso futuro.

Actualmente fazemos parte do DEMYC

(Democrat Youth Community of Europe), do

IYDU (International Young Democrat Union),

do EDS (European Democrat Students) e do

EYC (European Young Conservatives) que

está agora a ser reactivado e no qual somos

um dos membros fundadores.

Estamos de momento a tratar da nossa

entrada no YEPP (Youth of the European

People’s Party), sendo um dos nossos

objectivos mais importantes de momento.

Para isso, como vamos ingressar numa nova

Organização Internacional, a nossa

participação terá que ser aprovada no

Conselho Nacional, para o qual contamos

com o apoio de todos.

Como funcionam estes encontros internacionais?

Existem vários tipos de encontros

internacionais:

Congressos eleitorais para a designação

dos membros pertencentes à comissão

executiva de cada organização;

Seminários de formação e discussão de

assuntos de intervenção política e

controvertidos da actualidade;

Reuniões executivas alargadas que

incluem um delegado (em regra) de cada

instituição.

Todas estas iniciativas são organizadas no

país da Juventude-Membro que tenha

apresentado uma proposta para a sua

realização, podendo ou não ser custeadas

pelas Instituições Europeias. Esta

Juventude fica assim responsável por toda a

logística do evento, nomeadamente a sua

organização, a estadia dos delegados, a

alimentação, os transportes (shuttle

Aeroporto Hotel e entre os diversos locais),

etc. O código de conduta nestes encontros

é elevado. Em média estes eventos

demoram entre 3 a 4 dias, sendo dois dias

dedicados à discussão de assuntos da

ordem de trabalhos e um dia dedicado a

visitas institucionais aos mais altos cargos

parlamentares, governamentais e nacionais

do partido da juventude anfitriã.

Para que servem estas instituições?

Existem pela necessidade de cooperação

internacional entre as diversas juventudes

partidárias, à semelhança da cooperação

desenvolvida entre os partidos-mãe na

defesa dos seus ideais e princípios no plano

internacional. As organizações a que

pertencemos congregam as juventudes

democratas, liberais e conservadoras de

toda a união europeia bem como de alguns

países europeus. Essas juventudes

representam-se nestas instituições para

desenvolverem um trabalho de entreajuda,

apoiando mutuamente campanhas locais e

nacionais nos seus Países, formando lobby

em causas que interfiram entre os seus

órgãos nacionais e os seus irmãos europeus

e assegurando também a sua presença

representativa nas diversas Instituições

Europeias e nas suas iniciativas dedicadas

aos jovens.

representativa nas diversas Instituições

Europeias e nas suas iniciativas dedicadas

aos jovens.

Cada instituição concorre aos diferentes

concursos para aquisição de fundos

disponíveis pelas Instituições Europeu para

a formação e desenvolvimento dos jovens,

com o objectivo de sensibilizar cada

juventude e por conseguinte os seus jovens

na importância das tomadas de posição e

discussão de assuntos que envolvam os

nossos países e o nosso futuro.

Como é que cada um de nós pode participar e contribuir?

Os jovens de hoje em dia, e mesmo dentro

da JP, ainda se encontram distantes de

algumas questões europeias que são de

elevada importância para o nosso futuro. O

mais interessante é que, é possível de uma

forma muito fácil, contribuir para a

construção do nosso futuro europeu,

através de artigos de opinião e de

investigação que cada um de nós pode

desenvolver tanto a nível individual como

colectivamente. Estes artigos devem ser

redigidos e enviados para as newsletter e

blogs destas instituições. É imperativo que

os jovens portugueses tenham uma voz

activa, participativa e interessada no papel

A importância de não ter um cartão

Escolas de formação por excelência, as

“Jotas” seriam uma ferramenta essencial

para o desenvolvimento de competências

essenciais para o exercício de liderança e

para o desempenhar de cargos políticos.

Assim pensava eu, pelo menos

Platão usou a metáfora do político como o

capitão de um navio, como alguém que

teria que estar preparado, através da

educação, para desempenhar aquela

função, de modo a conseguir manter o bom

rumo do navio e bem-estar da população. E

porquê este enfoque na formação, seguido

depois por Aristóteles? Pois, se bem

educado, um indivíduo adopta um conjunto

de normas, que levará à autonomia (auto

nomus). Tal aconteceria num mundo ideal,

sem perversões ou tentações. A partir do

momento em que a política passou a ter um

efeito no indivíduo, porém, abdicamos da

nossa resistência, entramos num processo

onde é fácil ceder a qualquer tentativa de

corrupção – seja em pequena ou larga

escala. A sociedade altera-se. Os indivíduos

são cada vez mais átomos, vendo todos os

outros como ameaça. Com tal, perde-se

essa noção de sociedade, adoptando-se um

individualismo extremo.

O pragmatismo torna-se o paradigma

vigente. Um político que tome determinada

atitude mais radical ou toque em assuntos

tabu deixará de ser político. Assistimos, por

O pragmatismo torna-se o paradigma

vigente. Um político que tome determinada

atitude mais radical ou toque em assuntos

tabu deixará de ser político. Assistimos, por

isso, a uma erosão de ideais e a acrobacias

complexas na arena política de modo a

primeiro obter e depois conservar o poder.

Se, como Anthony Downs defende, os

eleitores são consumidores, os partidos

funcionam como empresas, pretendendo

maximizar os seus resultados. Tal facto não

teria que, necessariamente, ser mau. Afinal,

é preciso alguma flexibilidade para

desempenhar qualquer cargo, público ou

privado. Mas, se esta perversão do nobre

ideal político pode ser tolerada a uma

pequena escala, torna-se impossível tolerá-

lo a uma escala maior – sendo tal ainda

mais alarmante se se replicar, de uma

forma ainda mais distorcida, no seio dos

próprios partidos e Jotas.

O meu primeiro contacto com uma

juventude partidária foi através do

telefone. Telefonei para a sede da Jota em

questão, onde falei com uma muito

simpática secretária. Após algumas

questões, foi-me sugerido o preenchimento

de uma ficha de militância e o seu envio

para a sede – algo que, obviamente, me

recusei a fazer. Expliquei que o que

pretendia era conhecer a estrutura, as

pessoas que a compõe, o seu modus

para a sede – algo que, obviamente, me

recusei a fazer. Expliquei que o que

pretendia era conhecer a estrutura, as

pessoas que a compõe, o seu modus

operandi e só depois decidir se me tornaria

militante ou não. A reacção foi de

desconhecimento – as coisas não

funcionariam assim. Analisemos então o

percurso de um jovem numa qualquer

“jota”: preenche-se a ficha, é-se acolhido

pelo presidente da secção em questão e,

imediatamente, arrastado para uma

qualquer guerra interna. Há sempre o grupo

no poder e a oposição, há sempre uma

disputa de eleições para qualquer órgão, o

que implica sempre uma tomada de

decisão sobre quem se apoia. E, muitas

vezes involuntariamente, é-se arrastado

para um conflito que nem se imaginaria,

onde há sentimentos de puro ódio em

relação à outra parte (e, hoje, é bastante

fácil acompanhar tal, devido às novas

tecnologias). Tal acontece, na maior parte

das vezes, devido à disputa por um cargo

sem qualquer relevância. Daí para a frente,

sucedem-se as reuniões esporádicas (se

bem que intermináveis), onde a discussão

política séria é pouca, onde os horários são

irrelevantes, e onde a aparência, o parece

que se faz algo é o mais importante. No

entanto, são uma óptima forma de

integração, de conhecimento da estrutura,

de alargar a esfera de influência, de

conseguir um muito ambicionado cargo ou

pelo menos ficar na pole position para o

mesmo. O, regra geral, lento ritmo de

actividades é pautado pela aproximação de

eleições, quando aumenta expo-

nencialmente.

Durante meses, acompanhei o quotidiano

das várias Jota. Vi de tudo. Pessoas que

passavam todas as tardes, na sede, a ler A

Bola. Pessoas que tinham o simples

objectivo de marcar presença, só

aparecendo quando sabiam de antemão

que os líderes estariam por lá. Pessoas cuja

principal preocupação e actividade prendia-

se com a Jota enquanto que, ao mesmo

tempo, negligenciavam os estudos e

desempenhavam um qualquer cargo,

conseguido através de influências políticas,

numa qualquer entidade pública ou

privada, cujos honorários eram acima da

média e a carga laboral muito abaixo da

média. Vi projectos com bastante potencial

a não avançar pois os elementos

Preenche-se a ficha, é-se acolhido pelo

presidente da secção em questão e,

imediatamente, arrastado para uma

qualquer guerra interna. Há sempre o grupo

no poder e a oposição, há sempre uma

disputa de eleições para qualquer órgão, o

que implica sempre uma tomada de decisão

sobre quem se apoia. E, muitas vezes

involuntariamente, é-se arrastado para um

conflito que nem se imaginaria, onde há

sentimentos de puro ódio em relação à outra

parte. Tal acontece, na maior parte das

vezes, devido à disputa por um cargo sem

qualquer relevância.

média e a carga laboral muito abaixo da

média. Vi projectos com bastante potencial

a não avançar pois os elementos

coordenadores nada mais fizerem para

além de comparecerem nas primeiras

reuniões. Vi um despesismo desequilibrado

e hábitos de vida nada compatíveis com a

idade. E assisti a uma conivência dos

partidos perante tal.

Viajei de norte a sul. Acompanhei as

campanhas que pude, fui a eventos,

alarguei o meu leque de conhecidos.

Desafiei-os, tentei perceber o que os atraía

para o mundo político, o que

ambicionavam. Percebi a importância de

ter um título. Porque, mais do que ser o

José ou o João, é-se o Presidente (ou

equivalente) de tal secção/concelhia/etc. e

isso altera, em muito, o reconhecimento

por parte dos outros. Perdi a conta ao

número de vezes em que a atitude de

determinadas pessoas se alterou depois de

saberem que não possuo nem pretendo

possuir um cartão de militância. Percebi

que, com isso, passei a ser um corpo

estranho naquele mundo, muitas vezes até

indesejado. Porque eu não teria qualquer

importância nem peso sem um cartão.

Assisti a uma guerra contínua de

angariação de militantes, pois trariam

votos. Quem seriam, qual a sua idade, quais

as suas ambições – todos aspectos

secundários. Deixam de haver critérios

sociais ou ideológicos, a preocupação tem

que ver só e apenas com números de

militantes. E, como foi dito, a preocupação

é trabalhar para a eleição, não o preocupar-

se com a sua formação e dos outros. O

trabalho com o exterior é a menor das

preocupações, com a excepção de algumas

intervenções escolhidas de forma cirúrgica

e de modo a não cair no esquecimento. Na

altura de eleições, liga-se a todos os

militantes, esquece-se convenientemente a

limpeza dos cadernos eleitorais, consegue-

se alterar datas de militância para que

alguns possam votar/fazer parte de listas. E

tudo isto é feito com uma naturalidade

difícil de compreender.

Assim, um jovem de hoje, interessado em

intervir no mundo político pode aderir a

uma Jota, passar por todo este processo de

formação partidária (não pessoal) e,

eventualmente conseguir atingir os seus

objectivos. Isso explica também o porquê

de muitos Jotas, quando atingem os 30

Porque, mais do que ser o José ou o João, é-se o

Presidente (ou equivalente) e isso altera, em

muito, o reconhecimento por parte dos outros.

Perdi a conta ao número de vezes em que a

atitude de determinadas pessoas se alterou depois

de saberem que não possuo nem pretendo possuir

um cartão de militância. Percebi que, com isso,

passei a ser um corpo estranho naquele mundo,

muitas vezes até indesejado. Porque eu não teria

qualquer importância nem peso sem um cartão.

eventualmente conseguir atingir os seus

objectivos. Isso explica também o porquê

de muitos Jotas, quando atingem os 30

anos, tentarem ao máximo adiar a sua saída

da estrutura – pois, quando no partido,

terão que voltar a conseguir a sua esfera de

influência, de modo a atingirem um status

respeitável. O jovem interessado poderá,

obviamente, afastar-se e não querer

intrometer-se em rivalidades e, em muitos

casos, infantilidades, mas deixará assim de

ter uma palavra a dizer.

Não advogo o fim das “jotas”. Poderia ser

uma solução para alguns dos problemas,

mas não todos. O facto de os jovens terem

que lidar com posições de

responsabilidade, de terem que afirmar-se,

de terem que lutar pelos seus objectivos

não é algo condenável. Mas, ao manter os

vícios existentes, acaba por deturpar o

objectivo final de qualquer envolvimento na

política, que é sempre o bem-estar de

terceiros. Ao apostar na educação (que não

deve roçar a propaganda), e incutir ideais e

valores, condenado qualquer

comportamento perverso, conseguiremos

aos poucos mudar. Qualquer estrutura

partidária (e social) deve estar assente num

único valor: o mérito.

Um amigo, que hoje não está já nas lides

das “jotas” disse-me, reflectindo sobre a

sua experiência que, no partido, há bons e

maus exemplos, e que a nós compete

seguir apenas os bons. Rematou dizendo

que lamentava apenas a assustadora

quantidade de gente que prefere seguir os

maus.

Uma pergunta que faço sempre, quando no

que lamentava apenas a assustadora

quantidade de gente que prefere seguir os

maus.

Uma pergunta que faço sempre, quando

no meio de pessoas de qualquer “jota”, e

quando estes me tentam convencer de

todas as qualidades da sua estrutura é:

“daqui deste grupo, por quem é que vocês

meteriam as mãos no fogo em termos de

idoneidade”? A resposta é sempre um

franzir de olhos e um silêncio

desconfortável. Até o dia em que ouça uma

resposta diferente, jamais considerarei a

militância de um qualquer partido. E posso

também escrever artigos deste teor sem

me preocupar com a minha posição na

estrutura ou com a perda de possíveis

aliados. Tudo porque a liberdade de

pensamento e de expressão são dos bens

mais preciosos que possuímos... E perdê-las

devido a um qualquer cargo político ou para

agradar a terceiros jamais seria uma opção.

Note-se que este artigo de opinião reflecte

apenas as minhas experiências com as

várias juventudes partidárias – que, de uma

forma surpreendente, não diferem tanto

umas das outras. Não se pretende ofender

ninguém, apenas comentar, criticamente, o

que foi vivido. Escrevo-o com a consciência

que haverá partes a sentirem-se ofendidas,

mas terei todo o gosto em discutir tais

tópicos, ou quaisquer outros, via e-mail ou

mesmo de forma presencial.

“ Uma pergunta que faço sempre, quando no meio de

pessoas de qualquer “jota” é: “deste grupo, por quem é

que vocês meteriam as mãos no fogo em termos de

idoneidade”? A resposta é sempre um franzir de olhos e

um silêncio desconfortável. Até o dia em que ouça uma

resposta diferente, jamais considerarei a militância de

um partido. Tudo porque a liberdade de pensamento e

de expressão são dos bens mais preciosos que possuímos...

E perdê-las devido a um qualquer cargo político ou para

agradar a terceiros jamais seria uma opção.

Imagem: www.flickr.com/photos/bloco_de_esquerda

Foi na luxuosa estância balnear francesa

que Sarkozy recebeu para uma série de

reuniões de trabalho a Chanceler alemã

Angela Merkel e o Presidente russo

Medvedev. Esta cimeira teve como plano

de fundo a segurança na Europa. Este é

provavelmente o maior “não

acontecimento” dos últimos anos da

Europa. Pouco havia para delinear nesta

reunião que não seja debatido em Lisboa

durante a cimeira da NATO e não seria

em de Deauville que iria sair qualquer

acordo para a segurança da Europa. Mas

o brilhantismo do evento deu outro

charme à política de defesa europeia que

teve a sua “reunião zero” em Deauville.

Numa década, a ideia corrente de que a

Europa era um novo continente onde o

equilíbrio de poder era coisa passada

passou de confortável a problema e não

é isso que temos. A Rússia desconfia e

sempre desconfiará da NATO,

principalmente quando ela está a sua

porta, o alargamento para Leste da UE

também não é coisa que agrada a

Moscovo. As demonstrações pró-

ocidentais nesta década na Ucrânia e na

Geórgia são contra natura (sendo que a

Ucrânia já voltou atrás nesses planos), a

Turquia cada vez mais longe da adesão

intensifica uma política externa

independente e de maior importância e

cresce economicamente a olhos vistos.

Assim, a Rússia quer uma nova

arquitectura de defesa na Europa e será

tida em conta no novo Conceito Estratégico

da NATO. Não é à conta de mais nada

que Medvedev se deslocará em

Novembro a Lisboa para a cimeira da

organização. Para bem ou para o mal, o

novo Conceito Estratégico da NATO vai

definir, entre outras coisas, a nova

arquitectura da defesa da Europa. Os

americanos já negoceiam com russos a

colocação de mísseis defensivos em

território europeu (depois de Bush ter

falhado neste ponto). A Rússia sabe

aquilo que pode, e aquilo que

consegue, e está hoje na melhor

posição para exigir a Europa um novo

desenho defensivo que lhe interesse. E

à Europa, convém trabalhar junto de

Moscovo neste e outras pastas. Mas em

Deauville antes da chegada de

Medvedev, outra reunião teve lugar.

A cimeira da UE que teve lugar à dias em

Bruxelas começou também ela em

Deauville. As propostas que Merkel

apresentou em Bruxelas sobre as novas

regra do PEC até 2013 são

perfeitamente plausíveis tendo em

conta que é a Alemanha que tem pago a

maior factura do fundo europeu

que provavelmente chegará

a Portugal para o ano que vem junto com o

FMI que mete só um terço do Orçamento

deste fundo. Berlim quer regras mais

restritas para os prevericadores e quer

tirar o direito de voto nas reuniões a

quem não cumprir. Percebo bem e

concordo. Também percebo que

Portugal seja contra esta medida, como

Estado médio da UE que somos, ainda é

um golpe que levamos, pois somos uns

dos maiores prevaricados (os primeiros

a passar a barreira de 3% do deficit),

vamos perder direito de votos por uns

tempos entre este ano e 2013 como a

Alemanha quer. Como me dizia o Prof.

João César das Neves há tempos, o

português é o maior, fomos sempre

certinhos nas contas para entrar no

Euro, entramos merecidamente, e

quando nos vimos lá dentro, regabofe

para a frente. É uma coisa muito

portuguesa, estudamos, estudamos,

estudamos, quando acaba o exame,

bebedeira. Este pensamento do Prof.

César das Neves é bem patente no fado

português. Somos assim. Mas vimos

numa comunidade que tem países que

estão fartos de nos pagar as contas, e

percebo e concordo que estejam fartos.

É de lembrar que Merkel perdeu a

maioria na Câmara alta do parlamento

alemão { custa do “bailout” { Grécia, e

percebe-se que já não queira perder

mais capital politico à custa de

Portugal, entre outros.

O pai do “regresso” da Argentina faleceu

vitima de um ataque cardíaco. Nunca fui

fã, mas deve ser lembrado como o

homem certo no lugar certo. Em 2001 a

Argentina encontrava-se numa crise

muito mais complicada do que a que

vivemos hoje em Portugal. Havia

demonstrações na rua em que se gritava

“Vão-se todos embora”, j| não havia

capital politico em nenhum partido. Em

2003, no meio de uma gigantesca bola

de neve politica, Kirchner apareceu e

pôs a Argentina a crescer 8% ao ano...é

o sonho de qualquer pais. A Argentina é

hoje uma das economias emergente à

escala global e a “manda-chuva” número

dois da América Latina à custa em

grande parte do trabalho desenvolvido

por este descendente de suíços e croatas

da Patagónia, onde foi governador.

Acreditava-se piamente em Buenos

Aires que em 2012, Kirchner seria

candidato novamente para suceder a sua

esposa, que por sua vez o sucedeu a ele.

As sondagens a isso indicavam. Um

misto de república/monarquia que

agradava a quem este perto de não ter

nada. Eduardo van der Kooy, o director

do "Clárin", resumiu o espírito da

Argentina assim: "A morte de Néstor

Kirchner acrescenta incertezas a um país

que já as tinha. Um país que parece

destinado a viver entra a tragédia e o

drama."

O Iémen e a Somália estão rapidamente

a tornar-se nos locais mais perigosos

para o ocidente em termos de produção

de actividade terrorista. Não é por nada

que estes acontecimentos de final de

Outubro, com o avião proveniente do

Iémen que teve de ser escoltado e

aterrado em Londres para ser

vasculhado. Não é por nada que os voos

do Iémen estão cancelados para a

Alemanha e Reino Unido que também

cancelou os voos da Somália. Não é por

nada que a Secreta saudita avisou a França

especialmente que a célula da Al Qaeda no

golfo Pérsico está acordada ou em vias de

o fazer, as evacuações da Torre Eiffel

entre outros.

O reforço de segurança pela Europa e

pelos EUA fora está iminente por a nova

vaga de operações contra o ocidente está

a porta. A nova arquitectura de segurança

da Europa debatida pela NATO e a cimeira

da UE com os EUA em Lisboa terão de ter

este assunto na mesa.

O golfo Pérsico e o Corno de África tem de

passar a fazer parte das preocupações

ocidentais e tem de passar para a pasta dos

assuntos pendentes urgentes em termos de

"intelligence", sob pena de não

conseguirmos contrariar a tendência de

estes novos paraísos terroristas se

tornarem, num futuro próximo, o novo

Afeganistão, e com Meca mesmo ali ao

lado.

“ Não há desafios de Portugal que não o

sejam também da JP. Luís Pistola

O secretário-geral da

Juventude Popular em entrevista

O que te motivou no desafio da secretaria-geral da Juventude Popular? Quando, em Maio de 2009, aceitei o convite do nosso Presidente para fazer da parte da Comissão Política Nacional, aceitei, por isso mesmo, um nível de maior comprometimento com a estrutura da JP e com o seu crescimento e fortalecimento. O desafio da secretaria-geral aconteceu, precisamente, tendo em conta esse objectivo. É, obviamente, um cargo com um perfil diferente do de vice-presidente, mas creio que devemos procurar a mudança e nunca nos devemos deixar “habituar”. As sedimentações, as habituações (nos espaços, nos tempos, nas ideias e nas pessoas) são em tudo contrárias ao espírito de serviço e disponibilidade para a novidade que defendo que devemos ter sempre que abraçamos um qualquer projecto na vida. Que principais metas e objectivos estabeleceste quando assumiste o lugar? O principal objectivo de qualquer secretário-geral (e de qualquer equipa da secretaria-geral) é sempre o mesmo: o crescimento e o reforço da estrutura da JP.

secretário-geral (e de qualquer equipa da secretaria-geral) é sempre o mesmo: o crescimento e o reforço da estrutura da JP. Mais: é o principal objectivo e um dos principais deveres de cada secretário-geral. Queremos mais e melhores concelhias, mais e melhores distritais, num esforço de crescimento e reforço do trabalho da nossa estrutura. Não basta crescermos, se ao fazê-lo não procurarmos a excelência, se não procurarmos sermos melhores, mais dinâmicos, mais inventivos do que os nossos adversários. Há depois um objectivo de organização interna e de profissionalização dos procedimentos que me parece essencial para cumprir o primeiro objectivo. Quando sair destas funções quero fazê-lo com a sensação de ter deixado a “casa arrumada”. Para isso é também imprescindível que a secretaria-geral cumpra e faça cumprir todas as obrigações previstas nos Estatutos e Regulamentos da JP. Mais do que facilitar-nos a vida, elas existem para salvaguardar e garantir a legalidade e justiça de todos os procedimentos.

que facilitar-nos a vida, elas existem para salvaguardar e garantir a legalidade e justiça de todos os procedimentos. Sendo mais específico, qual é para ti a melhor estratégia da secretaria-geral da JP para um apoio eficaz às concelhias? Acima de tudo a secretaria-geral deve funcionar na base da proximidade/disponibilidade, servindo como “o descomplicador”. Isto é: identificadas as fragilidades e problemas de cada estrutura (e temos estado a trabalhar nesse sentido) deve a secretaria-geral trabalhar ao lado das concelhias no sentido de retirar essas areias da engrenagem. Para além disso julgo que a secretaria-geral deve apostar cada vez mais no apoio localizado às concelhias: mais do que as grandes campanhas nacionais, estas devem incidir na pequena escala, mostrando o trabalho, as preocupações e propostas das nossas estruturas – assim ganha-se em eficácia e, hoje em dia com a pluralidade de meios e opções gráficas, não é mais oneroso. Quais consideras serem os principais obstáculos à implantação da JP no

“ Mais do que ser um burocrata, um secretário-geral é como um relojoeiro: constantemente a afinar a máquina, a melhorá-la, a aperfeiçoá-la.

“ Quais consideras serem os principais obstáculos à implantação da JP no terreno? Acima de tudo as pressões das outras forças políticas autárquicas no sentido de bloquearem toda e qualquer oposição. Oiço isso muitas vezes e sei bem por mim o que é ser oposição numa terra onde há uma maioria de outra força partidária – seja ela qual for! São raros os municípios portugueses que cumprem com o estatuto de oposição e que não colocam barreiras à oposição. O recente caso do cancelamento de actividades da JP em Oeiras e em Aguiar da Beira demonstra como – seja no interior, seja no litoral – os nossos filiados e simpatizantes sofrem a pressão da pouca cultura democrática ainda vigente. E isso é verdade quer para a JP, quer para o CDS. Daí que tenhamos hoje uma cada vez mais forte relação de inter-ajuda para a formação de estruturas de ambas as organizações. Quais consideras serem os principais obstáculos à filiação de novos jovens hoje em dia? A juventude tem hoje uma pluralidade de solicitações que as anteriores gerações não tinham. Vivemos também uma época de crise, o que origina o crescente decréscimo de respeito e de confiança na política e nos políticos – quase quarenta anos de promessas feitas ao vento, impunidades e compadrios colocaram o sistema sob suspeita. No entanto não acho que – como muito se ouve dizer – os jovens estejam completamente divorciados da política. O esforço deve de ir no sentido de conseguir captar a atenção para algo que é a base de qualquer sistema político: somos nós que o fazemos. Isto é, se todos nos alhearmos nas nossas responsabilidades e deveres, nunca podemos tentar mudar para melhor – restar-nos-á o sarcasmo amargo. Simplesmente com a pluralidade de solicitações, a política vai perdendo lugares no índice de prioridades. Os nossos maiores inimigos são a difusão de uma ideologia de não comprometimento e de relativismo absoluto (a raiar a indiferença), facilitadora do estado actual de coisas, contra a qual todos nós lutamos no dia-a-dia: são as célebres frases ”são todos iguais” ou “quando l| chegam fazem todos o mesmo”. E hoje os problemas da juventude são – cada vez mais – os problemas de toda a sociedade. Seja o desemprego, a falta de qualidade e desorganização do ensino, as incertezas quanto ao sistema de protecção social, a inversão da pirâmide demográfica, a estagnação da economia e a asfixia fiscal que vivemos, tudo tem um efeito pernicioso na vida dos jovens e no futuro da sociedade portuguesa. Devemos tomá-lo como uma oportunidade!

esforço deve de ir no sentido de conseguir captar a atenção para algo que é a base de qualquer sistema político: somos nós que o fazemos. Isto é, se todos nos alhearmos nas nossas responsabilidades e deveres, nunca podemos tentar mudar para melhor – restar-nos-á o sarcasmo amargo. Simplesmente com a pluralidade de solicitações, a política vai perdendo lugares no índice de prioridades. Os nossos maiores inimigos são a difusão de uma ideologia de não comprometimento e de relativismo absoluto (a raiar a indiferença), facilitadora do estado actual de coisas, contra a qual todos nós lutamos no dia-a-dia: são as célebres frases ”são todos iguais” ou “quando l| chegam fazem todos o mesmo”. E hoje os problemas da juventude são – cada vez mais – os problemas de toda a sociedade. Seja o desemprego, a falta de qualidade e desorganização do ensino, as incertezas quanto ao sistema de protecção social, a inversão da pirâmide demográfica, a estagnação da economia e a asfixia fiscal que vivemos, tudo tem um efeito pernicioso na vida dos jovens e no futuro da sociedade portuguesa. Devemos tomá-lo como uma oportunidade! Muitas vezes o papel de Secretário-Geral é remetido para um cenário de burocracia e formalidades. Entendes que um Secretário-Geral deve ser muito mais que isso? Julgo que sim. Um secretário-geral deve ser o organizador-mor; isto é, para além de todas as “burocracias e formalidades”, deve também funcionar como elemento facilitador e transmissor entre os diversos órgãos e estruturas da JP. Diria ainda mais: deve funcionar como o braço direito do Presidente e da CPN para a aplicação e execução das linhas definidas, sendo igualmente “o melhor amigo” das concelhias, das distritais, do Gabinete de Estudos e do Gabinete de Relações Internacionais. Mais do que um burocrata, vejo-o como “um relojoeiro”: constantemente a afinar a máquina, a melhorá-la, a aperfeiçoá-la. Posso dizer que o trabalho é infinito! Quais são neste momento as últimas perspectivas de crescimento da JP? Podes adiantar a’O Jovem alguma novidade? Nos últimos tempos – como é público – tem-se assistido a um grande crescimento

Muitas vezes o papel de Secretário-Geral é remetido para um cenário de burocracia e formalidades. Entendes que um Secretário-Geral deve ser muito mais que isso? Julgo que sim. Um secretário-geral deve ser o organizador-mor; isto é, para além de todas as “burocracias e formalidades”, deve também funcionar como elemento facilitador e transmissor entre os diversos órgãos e estruturas da JP. Diria ainda mais: deve funcionar como o braço direito do Presidente e da CPN para a aplicação e execução das linhas definidas, sendo igualmente “o melhor amigo” das concelhias, das distritais, do Gabinete de Estudos e do Gabinete de Relações Internacionais. Mais do que um burocrata, vejo-o como “um relojoeiro”: constantemente a afinar a máquina, a melhorá-la, a aperfeiçoá-la. Posso dizer que o trabalho é infinito! Quais são neste momento as últimas perspectivas de crescimento da JP? Podes adiantar a’O Jovem alguma novidade? Nos últimos tempos – como é público – tem-se assistido a um grande crescimento da JP (bem como do CDS/PP). Temos procurado reforçar as novas estruturas – de modo a que não sejam efémeras – e criar novas. Um dos grandes problemas de termos estruturas eleitas pela primeira vez ou pelo menos pela primeira vez em muitos anos é conseguir que esse esforço se consolide e não caia por terra à primeira dificuldade. Posso adiantar que no Alentejo estamos a trabalhar activamente para o crescimento (e crescemos a olhos vistos!), assim como em Leiria, onde temos reforçado imenso a nossa posição, e também no Ribatejo, onde o objectivo de termos uma Distrital de Santarém já está perto de ser atingido. Tanto na vice-presidência como na secretaria-geral tens sido uma das caras mais visíveis desta CPN. Em termos gerais, como classificas o seu trabalho até agora? Talvez haja essa sensação de maior visibilidade devido a – aquando do Congresso de Guimarães – eu ser uma das caras mais “desconhecidas”da equipa então eleita. A CPN é um órgão plural onde as pessoas fazem o seu trabalho consoante as suas áreas e as suas disponibilidades –

Queremos mais e melhores concelhias, mais e

melhores distritais. Não basta crescermos, se ao

fazê-lo não procurarmos a excelência, se não

procurarmos sermos melhores, mais dinâmicos,

mais inventivos do que os nossos adversários.

caras mais “desconhecidas”da equipa então eleita. A CPN é um órgão plural onde as pessoas fazem o seu trabalho consoante as suas áreas e as suas disponibilidades – nunca nos esqueçamos que a JP vive, desde a base até ao topo, da disponibilidade e generosidade dos seus membros, ao aceitarem dar o seu tempo, o seu trabalho e a sua inteligência. Diz-se sempre que não se deve julgar em causa própria, mas do ponto de vista geral penso que temos correspondido às expectativas da generalidade dos nossos militantes. Esta deve ser a CPN que (nos últimos anos) mais se empenhou no acompanhamento das actividades das concelhias e das distritais, num esforço de presença e de coordenação nem sempre fácil dada a disparidade geográfica dos seus elementos. Tentamos, sempre que possível, estar presentes, não apenas para participar, mas para ajudar as estruturas nos seus problemas e dúvidas. O mesmo temos feito em relação aos debates e conferências para os quais somos convidados – temos feito um enorme esforço no sentido de assegurarmos a presença da JP, seja pelos elementos da CPN, seja pelos outros militantes, dando-lhes assim a oportunidade de crescimento político que uma estrutura deste tipo deve dar. Paralelamente a isto temos tentado tornar o nosso trabalho mais visível aproveitando para isso a janela de oportunidade que é termos o nosso Presidente na Assembleia da República. O trabalho do Micha na Assembleia, em especial na Comissão de Educação não tem passado despercebido e tem contribuído para divulgar e dar uma projecção inteiramente diferente às propostas da JP. Julgo que é para todos um imenso orgulho saber que o Micha tem sido mais trabalhador do que a soma dos deputados da JSD e da JS presentes na AR! E julgo que uma boa parte das novas filiações e vontade de formar estruturas advém dos jovens verem “um dos seus” na grande casa da democracia, a lutar pelo seu futuro e pelos seus interesses. Ora, esse trabalho tem de ser largamente apoiado e enraizado na estrutura da JP, porque todos temos a ganhar: o Micha porque nunca perde o contacto com a “realidade” (problema comum a muitos deputados na AR), a estrutura porque através dele faz a sua voz chegar mais longe. Que grandes desafios prevês para o futuro próximo da JP e do país e, de que forma, os desafios de um se interceptarão com os do outro? Não há desafios de Portugal que não o sejam também da JP. Permito-me seleccionar três dos enormes desafios que se nos deparam: a) Obviamente que o grande desafio que se coloca neste momento é o da sobrevivência

grande casa da democracia, a lutar pelo seu futuro e pelos seus interesses. Ora, esse trabalho tem de ser largamente apoiado e enraizado na estrutura da JP, porque todos temos a ganhar: o Micha porque nunca perde o contacto com a “realidade” (problema comum a muitos deputados na AR), a estrutura porque através dele faz a sua voz chegar mais longe. Que grandes desafios prevês para o futuro próximo da JP e do país e, de que forma, os desafios de um se interceptarão com os do outro? Não há desafios de Portugal que não o sejam também da JP. Permito-me seleccionar três dos enormes desafios que se nos deparam: a) Obviamente que o grande desafio que se coloca neste momento é o da sobrevivência de Portugal enquanto comunidade política independente. Se há questão que a estagnação económica e crescente endividamento coloca é a de podermos continuar a decidir o nosso próprio caminho. Já se levantam muitas vozes a querer um crescente controlo central – ao nível europeu – das contas e das finanças, particularmente dos países incumpridores dos seus compromissos de redução do endividamento e equilíbrio das contas públicas, e não sejamos inocentes – se continuarmos neste “alegre” caminho para o abismo, seremos vítimas disso, transformando-nos numa nação de segunda no quadro das nações europeias. b) Um dos outros grandes desafios que se no coloca é o da qualificação: assusta-me ver o sistema de ensino totalmente esfrangalhado, dominado pelos “eduqueses”, cada vez mais irracional e desconchavado. Sem uma educação de excelência, nunca um país como o nosso pode vencer os enormes desafios que se lhe colocam! c) Por fim, o problema demográfico. Somos um país crescentemente envelhecido. Cada vez mais as pessoas casam mais tarde, têm menos filhos, entram no mercado de trabalho mais tarde. Os problemas que tudo isto levanta ao modelo de Estado que temos são gigantescos. Em causa estão os sistemas de saúde, protecção social, apoio à velhice, etc. Cabe à JP e a cada um em particular, denunciar o estado de coisas a que se chegou e propor as soluções. Enquanto estivermos dominados pela ideologia socialista na qual vivemos (onde se nivela por baixo para as estatísticas serem favoráveis), onde se empobrece a sociedade para assim sermos “todos iguais”, onde se gasta indiscriminadamente em obras faraónicas de regime sem que isso tenha algum retorno, onde se continue a ter medo da iniciativa privada, continuando a confundir “público” com “estatizado” (na educação, na saúde, na

“ Julgo que é para todos um imenso orgulho saber que o Micha

tem sido mais trabalhador do que a soma dos deputados da

JSD e da JS presentes na AR! E julgo que uma boa parte das

novas filiações e vontade de formar estruturas advém dos

jovens verem “um dos seus” na grande casa da democracia, a

lutar pelo seu futuro e pelos seus interesses.

menos filhos, entram no mercado de trabalho mais tarde. Os problemas que tudo isto levanta ao modelo de Estado que temos são gigantescos. Em causa estão os sistemas de saúde, protecção social, apoio à velhice, etc. Cabe à JP e a cada um em particular, denunciar o estado de coisas a que se chegou e propor as soluções. Enquanto estivermos dominados pela ideologia socialista na qual vivemos (onde se nivela por baixo para as estatísticas serem favoráveis), onde se empobrece a sociedade para assim sermos “todos iguais”, onde se gasta indiscriminadamente em obras faraónicas de regime sem que isso tenha algum retorno, onde se continue a ter medo da iniciativa privada, continuando a confundir “público” com “estatizado” (na educação, na saúde, na segurança social), continuaremos a marcar passo e a ameaçar o nosso futuro. Urge mudar e mostrar um caminho diferente que nos coloque novamente no trilho do desenvolvimento, do conhecimento, do crescimento. Queres deixar alguma mensagem aos leitores d’O Jovem? Deixar uma mensagem aos leitores d’ O Jovem é fazê-lo a mim próprio! Sou vosso leitor assíduo e acho que são um exemplo para – precisamente – mudar o estado de coisas que vivemos. Diria que todos pusessem os olhos no vosso (nosso) jornal. Que vissem que é possível fazer coisas de muita qualidade com meios escassos. Que vissem que quando se faz é para fazer bem. Que a qualidade da forma tem de ser sempre acompanhada pela qualidade do conteúdo. E que resistissem: que sempre que “um” Portugal nos desilude, não se esquecessem que h|, e sempre houve, “outro” Portugal. E que esse é possível! Com confiança, com determinação, com justiça lá chegaremos, sem desanimar com as derrotas, mas aprendendo com elas.

Perfil Embora nascido em Lisboa, vive quase desde que

nasceu, há coisa de 30 anos, em Ferreira do

Zêzere. Licenciado em Filosofia e pós-graduado

em Hermenêutica, Linguagem e Comunicação

pela Universidade de Coimbra, desempenhou

vários cargos na JP a nível local e universitário,

até que, em 2009, assumiu a vice-presidência da

direcção nacional. Diz ter a graça de ser judeu-

cristão-católico por devoção e fé, monárquico

militante e convicto, e do Futebol Clube do Porto

porque é o melhor. Eis Luís Pistola.

Um país: Portugal

Uma cidade: Londres

Uma viagem: Goa

Um exílio: Amalfi, Itália

Um livro: Totalité et Infini, Emmanuel Lévinas

Um filme: The Last Emperor, Bernardo Bertolucci

Uma música: Samson, Regina Spektor

Um político: Winston Churchill

Uma marca: Claus Porto

Uma bebida: Gin Tónico

Uma qualidade: Sentido de humor

Um defeito: Distracção

O que te motivou a assumir uma

candidatura à Distrital de Aveiro?

Entrei para a Juventude Popular em 2001

na qualidade de militante da concelhia de

Águeda, depois disso fui secretário da CPC

em 2002, durante os anos de 2005 a 2007

fui membro da CPD de Aveiro presidida

pelo Diogo Campos, de seguida assumi a

presidência da CPC de Águeda, depois em

2009 fui convidado pelo actual presidente

da JP, Michael Seufert a pertencer a CPN da

JP entretanto agora em 2010 surgiu a

oportunidade de formar novamente uma

estrutura distrital da Juventude Popular e

após convites de alguns presidentes

concelhios da JP, resolvi assumir a minha

candidatura a presidência da Comissão

Política Distrital pois achei que era o

momento de dar um novo rumo a

Juventude Popular do Distrito de Aveiro.

Tenho uma excelente equipa que me

acompanha e que é composta por

excelentes quadros da JP do Distrito de

Aveiro. Temos todos ideias bem claras e

acompanha e que é composta por

excelentes quadros da JP do Distrito de

Aveiro. Temos todos ideias bem claras e

projectos bem definidos que têm como

objectivos principais o aumento do número

de militantes da JP no distrito bem como a

criação de novas concelhias em municípios

em que ainda não temos representação da

estrutura.

Em que condições encontraste a

estrutura da JP no distrito, e que metas e

objectivos assumiste perante as mesmas?

A JP no Distrito de Aveiro passou por

momentos difíceis, nomeadamente nos

últimos 2 anos nos quais não havia

comissão política distrital visto que não

tínhamos o número mínimo de concelhias

eleitas para que tal pudesse existir.

Agora em 2010 e após um excelente

trabalho de implantação conseguido pela

actual CPN chegámos às 12 CPC eleitas no

distrito de Aveiro, factor que permitiu a

eleição da nova CPD. Hoje o nosso principal

actual CPN chegámos às 12 CPC eleitas

no distrito de Aveiro, factor que permitiu

a eleição da nova CPD. Hoje o nosso

principal objectivo é expandir a JP no

Distrito de Aveiro. Desde que tomámos

posse já realizámos 2 eleições concelhias

e temos nesse momento a terceira que é

Oliveira do Bairro para eleger já nos

próximos dias, com isto, queremos

chegar a todos os cantos do Distrito,

aumentando o nosso número de

militantes e integrando as suas imensas

diferenças, tornando-as na sua maior

riqueza, elevando o Distrito de Aveiro ao

lugar que ele merece.

Como avalias, até ao momento, a

prestação da Juventude Popular no

distrito de Aveiro e no contacto com os

jovens?

Como referi anteriormente, desde que

tomámos posse já aumentámos o número

de concelhias eleitas e mais ainda serão

eleitas a curto prazo.

Pedro Vidal é um caso de sucesso. O antigo presidente da concelhia de Águeda, e membro da Comissão Política Nacional, conseguiu o estrondoso feito de se transformar no Presidente de Junta mais novo do país, na freguesia do Préstimo. Recentemente foi eleito para presidir aos destinos da JP no distrito de Aveiro. “O Jovem” foi falar com ele sobre os novos desafios da “sua” Distrital.

tomámos posse já aumentámos o número

de concelhias eleitas e mais ainda serão

eleitas a curto prazo.

Desde Julho já deram entrada na Secretária

Geral da JP mais de 100 filiações de novos

militantes da JP do Distrito de Aveiro,

demonstrando que o trabalho que temos

desenvolvido tem dado frutos.

Neste momento estamos também a apoiar

os nossos militantes que estão envolvidos

nas campanhas para as Associações de

Estudantes visto que para nós as mesmas

são de fundamental importância para o

aparecimento de novos militantes na

Juventude Popular. Demos também início

agora no mês de Outubro a uma acção que

tem como objectivo criticar o governo pelo

facto de que o mesmo têm tido 2 pesos e 2

medidas em relação as SCUTS, e cujo mote

da nossa campanha é “Porque é que as

nossas vias não são do infante”, e como

princípio para passar a nossa mensagem

utilizámos a nossa página no Facebook,

algo que também criámos após a nossa

entrada para a estrutura distrital da JP.

Sobre as SCUTS, e como forma de

expressar a nossa revolta utilizaremos

também diversas lonas ao longo das

diversas SCUTS que atravessam o Distrito

de Aveiro.

Que diagnóstico social e económico

fazes do distrito de Aveiro? Que problemas e

quais as soluções?

Infelizmente os problemas são muitos no

Distrito de Aveiro. Enquanto Distrito limítrofe

do Porto, vivemos sob a atracção de um

grande pólo metropolitano, o que

naturalmente leva muitos jovens a preferir

viver e trabalhar no Porto, acabando por

descaracterizar a nossa região dia após dia,

mas apesar disso, este não é o nosso maior

problema, mas sim a incapacidade cada vez

mais saliente nos investidores, nos

empresários, e sobretudo nos nosso

governantes que não conseguem tornar Aveiro

num Distrito mais atractivo para todos, onde

em cada concelho fosse possível viver com

mais qualidade, onde houvesse cultura e

diversão a um nível aceitável e principalmente

onde fosse possível trabalhar com qualificação

e cuja remuneração reflicta essa mesma

qualidade, sendo que para isso, cabe-nos a

nós JP apenas procurar abrir horizontes,

tais como: Apoiar iniciativas de jovens

empresários e empreendedores; Incentivar

a criação de bolsas de emprego qualificado

tais como: Apoiar iniciativas de jovens

empresários e empreendedores; Incentivar a

criação de bolsas de emprego qualificado na

região; Estreitar a ligação com as autarquias

com o intuito de criar condições para que os

jovens com capacidades permaneçam na

região; Estreitar os laços da região, dos

jovens, e das autarquias com a Universidade

de Aveiro; Apontar caminhos de políticas

orçamentais locais saudáveis e sustentáveis

além de procurar dotar a região de Aveiro

com quadros políticos capazes de dinamizar e

de gerir o distrito a nível autárquico.

Foste presidente da concelhia de Águeda e

és, actualmente, Presidente da Junta do

Préstimo. Em que medida essa tua

experiência te ajuda no desempenho das

funções de Presidente da Distrital?

Ser autarca de uma freguesia como a do

Préstimo enriquece qualquer pessoa,

principalmente um jovem.

Venci as eleições para a minha Junta de

Freguesia na segunda vez que fui a votos,

sendo que a primeira vez que concorri a

presidência da Junta tinha apenas 21 anos.

Hoje admito que ser autarca é um dos

grandes desafios da minha vida pessoal e

política, e claro que a minha experiência

autárquica e o simples facto de trabalhar no

terreno me ajuda, enquanto presidente da

distrital, a entender melhor os problemas

de cada terra e será nessa proximidade com

as pessoas que vamos apostar.

Actualmente a Juventude Popular tem

cinco distritais activas. Como avalias a

importância de haver estruturas distritais

eleitas para o desenvolvimento da JP?

A JP tem feito um grande trabalho na

procura incessante de novos militantes e na

criação de novas concelhias.

Temos cinco distritais, mas o nosso

objectivo é aumentá-las, bem como o

número de concelhias eleitas. Acredito que,

no final do nosso mandato na distrital,

Aveiro vai ser o distrito com mais eficácia

no universo da JP.

sendo que a primeira vez que concorri a

presidência da Junta tinha apenas 21 anos.

Hoje admito que ser autarca é um dos

grandes desafios da minha vida pessoal e

política, e claro que a minha experiência

autárquica e o simples facto de trabalhar no

terreno me ajuda, enquanto presidente da

distrital, a entender melhor os problemas de

cada terra e será nessa proximidade com as

pessoas que vamos apostar.

Actualmente a Juventude Popular tem

cinco distritais activas. Como avalias a

importância de haver estruturas distritais

eleitas para o desenvolvimento da JP?

A JP tem feito um grande trabalho na

procura incessante de novos militantes e na

criação de novas concelhias.

Temos cinco distritais, mas o nosso

objectivo é aumentá-las, bem como o

número de concelhias eleitas. Acredito que,

no final do nosso mandato na distrital,

Aveiro vai ser o distrito com mais eficácia

no universo da JP.

“ Temos projectos bem definidos que têm como objectivos principais o aumento do número de militantes e a criação de novas concelhias em municípios em que ainda não temos representação da estrutura.

Outubro foi todo ele, no Brasil, dedicado às duas voltas das eleições presidenciais que levam ao Palácio do Planalto o sucessor de Lula da Silva a 1 de Janeiro de 2011. Uma eleição complicada fosse quem fosse o vencedor. Lula da Silva entra nos últimos dois meses de mandato com uma taxa de aprovação de cerca de 80%, o que é absolutamente estrondoso. Mas o problema para o novo presidente não vem só de Lula. Nos últimos 16 anos, o Brasil foi gerido por dois presidentes muito diferentes (Fernando Henrique Cardoso e Lula da Silva) provenientes de dois partidos diferentes, os maiores do Brasil, PSDB e PT respectivamente. Mas o que estes dois presidentes partilham foi a sua projecção mundial, que foi de grande valor para o Brasil quando a sua economia passou a ser vista com uma das maiores do mundo em potência. Nem Dilma Rousseff, nem José Serra seriam/serão para o Brasil aquilo que os dois últimos presidentes foram e isso vai penalizar as ambições brasileiras no palco internacional. Mas, como o povo é soberano, e Dilma Rousseff é a nova presidente, o problema é duplo. Se podíamos dizer que José Serra tinha uma enorme experiência, quer legislativa, quer executiva, tendo percorrido o caminho de Deputado Federal, Senador, Prefeito e Governador, Dilma Rousseff foi a eleições pela primeira vez na vida neste mês de Outubro. A "menina" de Lula da Silva fez um trajecto muito ligado a pastas da energia, quer localmente no Rio Grande do Sul quer a nível federal nos governos Lula, até que este a passou para Chefe da Casa Civil, um dos mais importantes postos do Governo Federal brasileiro. Assim sendo, Dilma vai pegar numa economia emergente com 180 milhões de pessoas e com uma maioria clara na Câmara de Deputados mas muito fragmentada entre os 10 partidos que lidera numa plataforma de coligação e uma batalha crescente entre o seu partido PT, e o partido número dois PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro) que tem quase tanto peso na coligação com o PT e tem o seu presidente como Vice-Presidente do Brasil e número dois de Dilma Rousseff. Mas nem tudo é mau em Dilma. Nem sequer pego pelo passado de Dilma, que alguns apelidam de terrorista levianamente, e vou directo ao assunto: bastou ouvir o discurso de vencedora de Dilma na noite de 31 de Outubro para perceber em que saco metemos esta “esquerdalha” brasileira. Tal como Lula, que aprendeu à terceira como se ganha eleições, Dilma tem um discurso muito mais

responsável e institucionalmente muito parecido com a direita sul-americana (que na nos termos Europeus, não existe virtualmente) de Sebastián Piñera do Chile ou de José Manuel Santos da Colômbia do que o discurso revolucionário, ou bolívar de Hugo Chávez da Venezuela, Evo Morales da Bolivia ou de Rafael Correa do Ecuador. Já José Serra, mesmo como perdedor, fez no seu discurso de derrotado algumas considerações que merecem que ele não seja esquecido no dia seguinte da eleição. Podemos começar por estipular que José Serra, embora óptimo gestor, é péssimo candidato. Não tem carisma, não sorri, é forçado. E isso conta, especialmente num país como o Brasil. Além de não ser de direita, coisa toda a gente parece achar que ele é, recai muito no

eleitorado de direita brasileiro que não é pouco. O espectro político brasileiro é muito de esquerda, como a maioria dos eleitores, havendo espaço para alguma direita que vê no partido de Serra, o PSDB (Partido Social Democrata Brasileiro), o partido grande mais próximo do seu espectro. E de dentro do PSDB, ele é capaz de ser da ala mais à direita. Recordo que Fernando Henrique Cardoso, presidente pelo PSDB, era considerado mundialmente um reformista da esquerda como foram os seus contemporâneos Bill Clinton e Tony Blair, portanto pode-se ver de onde nasce este partido brasileiro. A campanha de Serra, que já tinha perdido em 2002 para Lula, sempre foi vista como a de maior probabilidade contra Dilma, mas na noite de 31 de Outubro, no seu discurso ele disse que era um até já, e que não ia embora. Ora José Serra já conta com 68 anos e terá pela frente em 2014 (quando ter| 72) o “menino bonito” do PSDB, Aécio Neves ex-governador de Minas Gerais e este mês eleito senador.

Aécio é neto do ex-presidente do Brasil Tancredo Neves e tem um grande apoio quer populacional quer partidário. José Serra pode ser aquele tipo que não sabe quando desistir, e pode ser humilhado em vez de ter uma saída graciosa. Desta eleição saímos com umas ideias do que será o Brasil próximo. Muito na onda da presidência Lula, com um menor papel internacional, que terá de ser contra balançado muito bem com uma forte política interna de segurança e de emprego, para que Dilma não tenha problemas em 2014, quer à direita nas eleições, quer no próprio PT com Lula que, pode querer jogar para Secretário Geral das Nações Unidas, mas pode voltar para o Planalto em 2014 caso Dilma não tenha bons resultados. Lula explorou a hipótese de tentar encontrar forma de contornar a Constituição e ir para um segundo mandato tal como Uribe na Colômbia, mas teve o bom senso que Uribe não teve e quando viu a contestação que iria ter na imprensa e na Câmara de Deputados, indicou Dilma.

Numa altura em que a preocupação com o peso da administração

pública e a necessidade de reduzir a respectiva despesa começa

finalmente a tomar lugar, tem indubitavelmente que tomar palco

político a reforma do mapa administrativo português, ao contrário do

que anunciou recentemente o Secretário de Estado da Administração

Local.

De facto, e apenas a título de curiosidade, o mapa administrativo de

Portugal remonta ao século XIX, tendo sido reflexo da reforma

introduzida por Passos Manuel que, na altura, diminuiu o número de

concelhos de 817 para 351. Neste momento,

Portugal está decomposto em 308 municípios,

cinco dos quais com apenas uma freguesia (S. João

da Madeira, Alpiarça, Barrancos, Porto Santo e São

Brás de Alportel). O concelho com maior número

de freguesias é Barcelos (89).

Ora, dificilmente o país resolve os seus problemas

de consolidação orçamental sem mexer no seu

mapa administrativo, que está completamente

desajustado da realidade. Idealmente, este deveria

tender a ajustar-se às dinâmicas demográficas, às

estruturas de povoamento e à evolução do uso do

solo. Como é possível acreditar numa divisão

administrativa que não reconhece as mudanças

registadas nas últimas décadas e que, claramente,

não responde às alterações que se podem

perspectiva para os próximos 30 ou 40 anos?

Reflicta-se se faz sentido manter freguesias que

têm hoje menos 60 ou 70% da população que

tinham há algumas décadas atrás? Reflicta-se na

lógica que impera em alimentar a divisão do território português em

4259 freguesias, quando estas vêem cada vez mais reduzidas as suas

responsabilidades, por opção dos municípios e à luz do que prevê a

legislação em matéria de delegação de competências para as juntas e

transferência de respectivas verbas.

Impõe-se portanto uma substancial redução do número de freguesias

e de concelhos, numa perspectiva de maior eficiência e melhor

utilização dos recursos disponíveis. Mais do que apenas fusões, esta

reorganização deveria contemplar também a ponderação do mapa

distrital que, objectivamente apenas serve fins eleitoralistas. Também

a figura do governador civil, com um por distrito, tem que ser

repensada. Desde 2002 que estes têm perdido competências, sendo

transferidas para os municípios. Será que se justifica manter estas

estruturas, directamente ligadas à representação local do Governo?

Uma das consequências do actual mapa administrativo resulta, por

exemplo, na duplicação e/ou subaproveitamento de infra-estruturas

municipais. Vejam-se as piscinas ou os pavilhões desportivos que cada

concelho ou freguesia exige, ainda que não disponha de população

suficiente para os rentabilizar. Não

seria menos dispendioso para o

contribuinte a fusão de algumas

freguesias? Não levaria a uma melhor

qualidade de vida do cidadão a

existência, por exemplo, não de duas

extensões de saúde em freguesias

vizinhas mas apenas de uma e com o

acréscimo nas condições de

atendimento que seria possível levar a

cabo com esta optimização de meios?

A fragmentação nas estruturas locais

tal e qual se verifica hoje, leva a uma

perda de escala e consequente

diminuição da capacidade

reivindicativa o que, apenas beneficia a

administração central. Além disso, as

questões ligadas ao factor de

identidade e à história das povoações,

leva a que a tentativa de mexer nestes

sentimentos de pertença torne este assunto politicamente melindroso.

Conjuntamente com a necessidade de se manterem alguns cargos

políticos como o do governo civil, estas resultam nas verdadeiras

razões para não se mexer no mapa administrativo português.

Mas afinal de contas, o desígnio nacional por estes ventos não era o

corte na despesa? Haja então real coragem política!

Estes últimos tempos têm sido marcados por acesas discussões

orçamentais. É um tema alvo de muitas considerações, mas prefiro

nem sequer pensar mais neste assunto. Todos os dias os órgãos de

comunicação social inundam-nos com pesarosas notícias e,

independentemente da aprovação ou não do orçamento de Estado,

temos que nos mentalizar que é hora de” apertar o cinto”: muitos

dos que estavam no limiar da pobreza vão viver na miséria e os

ricos vão ter que se acautelar porque o dinheiro não estica.

Poupem-no porque não saem ilesos a estas medidas orçamentais.

Este mês prefiro dedicar-me ao meu concelho: a

Maia. Iniciou-se o Outono e uma polémica

caricata em torno da candidatura de Fernando

Nobre às eleições presidenciais de 2011. Acerca

de duas semanas vivia-se na Maia, por parte de

alguns cidadãos, um clima de excitação e

alegria, estabelecendo-se objectivos de que o

nosso concelho seria aquele onde Fernando

Nobre atingiria o melhor resultado a nível

nacional. Falava-se, inclusivamente, na

possibilidade de abertura de uma sede de

candidatura no concelho da Maia.

Contudo este júbilo primitivo rapidamente se

tornou numa inimizade quando estes cidadãos,

respeitados na vida maiata, se viram

“convidados” a acabar com a sua colaboração

numa candidatura encarada por eles como

pacífica, distinta, supra-partidária e regida pelos

princípios da boa fé e dos bons costumes. Dizem as más-línguas

que tal acto é uma consequência que se deve aplicar a quem

maltratou publicamente o candidato, embora os visados entendam

que fizeram, simplesmente, críticas construtivas ao rumo que a

campanha estava a tomar e que tal não poderia originar uma

censura como a que foi feita, pois os seus actos de colaboração

foram apagados como se nunca tivessem existido.

Agora eu pergunto a estes injustiçados: estão desiludidos? Temos

muita pena. Os cidadãos maiatos também estão desiludidos com os

senhores. Em vez de se preocuparem em “lamber botas” a

candidatos presidenciais, que tal se preocuparem com projectos

que caem no vosso esquecimento, mas não caem no nosso?

Projectos como o Parque Maior que

consiste numa requalificação urbana.

Ainda não percebi que requalificação

houve. Foi prevista a demolição do Bairro

do sobreiro por ser tecnicamente

irrecuperável, mas não me parece que

essa seja a única estrutura irrecuperável.

Mal se avista a Maia, avista-se uma obra

bem interessante com pinturas modernas

e frequentada por pessoas singulares.

Previu-se a construção de um Hospital

Privado e de uma grande praça de

espectáculos. Onde é que eles estão? A

única praça que eu vejo onde decorrem

alguns espectáculos é a praça do

município.

Mas o que eu considero grave é a

despreocupação com o esqueleto de

betão das piscinas olímpicas, pois o projecto Parque Maior teria a

sua 1º fase precisamente aí. Era algo imprescindível e a fazer de

imediato. Três anos passaram e nada vejo.

Estão desiludidos porque vos atraiçoaram numa campanha?

Sentem-se enganados? Olhem bem para as vossas acções antes de

criticarem as dos outros, porque o povo maiato sente-se enganado

por vocês.