3.3.3 - internacionalização da empresa spin-off 28 · i- introdução
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i- introdução ........................................................................................................................................................................................... 61.1- Objetivos do estudo .............................................................................................................................................................................................. 7
1.2- O empreendedorismo como prioridade estratégica nacional e da União Europeia ................................................................................... 7
2- Estado da arte da promoção do empreendedorismo/ spin-off empresarial ........................................................ 11
2.1- Definição de spin-off empresarial ..................................................................................................................................................................... 12
2.2- Estudos sobre empreendedorismo e a sua aplicação ao contexto das spin-offs empresariais ............................................................ 15
2.2.1- OECD-Eurostat Entrepreneurship Indicators Programme (EIP) ...................................................................................................... 16
2.2.2- Global Entrepreneurship Monitor .......................................................................................................................................................... 17
2.3- Estudos sobre spin-offs académicas e a sua aplicação ao contexto das spin-offs empresariais ......................................................... 19
2.3.1- Fases do processo de criação de uma spin-off .................................................................................................................................... 19
2.3.2.- Atores envolvidos e funções que desempenham no processo de criação da spin-off................................................................. 19
3- Fatores críticos de alavancagem do processo de spin-off .......................................................................................... 21
3.1- Fatores (internos) relacionados com a empresa mãe ................................................................................................................................... 22
3.1.1- O papel da inovação empresarial ............................................................................................................................................................ 22
3.2- Fatores (internos) relacionados com os empreendedores- capital humano.............................................................................................. 26
3.3 -Fatores (internos) relacionados com a empresa spin-off ............................................................................................................................ 27
3.3.1- Plano estratégico e modelo de negócio ................................................................................................................................................. 28
3.3.2 – Plano de negócio ...................................................................................................................................................................................... 28
índice
3.3.3 - Internacionalização da empresa spin-off .............................................................................................................................................. 28
3.4- Fatores externos relacionados com o ambiente/ contexto ........................................................................................................................... 32
4- Diagnóstico da situação do empreendedorismo em Portugal........................................................................................ 35
4.1- Relatório Global Entrepreneurship Monitor (GEM). ........................................................................................................................................ 36
4.2- Relatório IPCTN - Investigação ........................................................................................................................................................................ 42
4.3- Indicadores demográficos INE (2012) .............................................................................................................................................................. 44
5- Exemplos de entidades modelo de implementação de estratégias de empreendedorismo eficazes . 59
BLUEPHARMA .............................................................................................................................................................................................................. 61
BRISA ............................................................................................................................................ ................................................................................ 63
CRITICAL SOFTWARE ................................................................................................................................................................................................. 65
DST ................................................................................................................................................................................................................................. 66
NDRIVE ........................................................................................................................................................................................................................... 67
COTEC PORTUGAL ...................................................................................................................................................................................... 68
EDP ................................................................................................................................................................................................................................. 69
6- Novas formas de atuação e estratégias de impulsionamento ao empreendedorismo e à inovação leva-das a cabo por entidades públicas e privadas ..................................................................................................................... 70
6.1- Políticas nacionais ................................................................................................................................................................................................ 71
6.1.1 – Políticas de apoio ao financiamento ......................................................................................................................................................... 71
6.1.2.-Programa Estratégico para o Empreendedorismo e a Inovação +e+i ................................................................................................... 71
6.1.3- Portugal Ventures - Programa Ignição ....................................................................................................................................................... 72
6.1.4- Educação para o empreendedorismo ......................................................................................................................................................... 73
6.2- Politicas setoriais ................................................................................................................................................................................................. 74
6.3- Políticas empresariais ........................................................................................................................................................................................ 75
6.3.1- Intra-empreendedorismo: Romper com o status quo da empresa mãe ................................................................................................ 75
6.3.2- As relações com a universidade ................................................................................................................................................................ 75
6.3.3- Fatores que contribuem para o sucesso/ performance das spin-offs nas primeiras fases do ciclo de vida ............................. 76
7-Metodologias de intervenção, sinergias e recomendações ... ........................................................................................ 80
7.1- Análise SWOT e recomendações ....................................................................................................................................................................... 81
7.2- GUIA DE APOIO À CRIAÇÃO SPIN-OFF EMPRESARIAL .............................................................................................................................. 85
8-Intervenientes no Estudo ........................................................................................................................................................................ 87
9-Bibliografia ....................................................................................................................................................................................................... 89
10-Anexo 1- Guias de apoio ao empreendedor .................................................................................................................................. 95
11-Anexo 2- Plataformas online relevantes ................................................................................................................................... 96
Indice Figuras
Figura 1 - Evolução do Desempenho SBA de Portugal de 2008 a 2013. ............................................................................................................ 8
Figura 2 - Indicadores de empreendedorismo: comparação com a média da UE. 9
Figura 3 - Número de spin-offs concluídas no Estados Unidos de 1985 a 2014. 12
Figura 4 - Análise da rentabilidade comparativa entre o índice Guggenheim Spin-Off (CSD) e Standard & Poor 500 (S&P500) de 2012 a
Outubro de 2014. 13
Figura 5 - Categorias de spin-offs segundo Bruneel, Van de Velde e Clarysse (2013). 14
Figura 6 - Fundamentação teórica do processo de criação de uma spin-off e seus impactos para a sociedade. 17
Figura 7 - Modelo concetual da atividade empreendedora segundo o relatório GEM. 18
Figura 8 - Ciclo de vida do processo empreendedor- Modelo GEM. 19
Figura 9 - Modelo de Indicadores de IDI do barómetro inovação. 22
Figura 10 - Desempenho de Portugal nas dimensões da inovação empresarial (2012-2013). 23
Figura 11 - Análise comparativa dos países nas dimensões Processos versus Resultados em IDI. 23
Figura 12 - Classificação dos países segundo a Innovation Union Scoreboard. 24
Figura 13 - Análise comparativa dos indicadores do Innovation Union Scoreboard relativamente a média da União Europeia (Base 100).
25
Figura 14 - Perfil do empreendedor segundo o género. 27
Figura 15 - Percentagem de investimento em I&D realizado por empresas sediadas num país estrangeiro (multinacionais): análise compa-
rativa para EU-15 de 1995 a 2009. 29
Figura 16 - Burocracia e procedimentos legais e administrativos para criação de empresas. 34
Figura 17 - Taxa de atividade empreendedora em 2013 segundo o tipo de economia. 39
Figura 18 - Posição relativa de Portugal em termos dos indicadores de condições estruturais. 41
Figura 19 - Despesa em I&D (milhões de euros/ percentagem do PIB) realizada pelas Empresas, Ensino Superior, Instituições Privadas
sem Fins Lucrativos e Estado. 42
Figura 20 - Capital de risco medido em percentagem do PIB. 50
Figura 21 - Grau de proteção da propriedade industrial (Schwab, 2014, p.417). 55
Figura 22 - Perceção do grau de adoção de novas tecnologias por parte das empresas (Schwab, 2014). 56
Figura 23 - Perceção sobre o investimento estrangeiro e transferência de tecnologia (Schwab, 2014). 57
Figura 24 - Perceção sobre a qualidade das instituições científicas e de investigação (Schwab, 2014) 57
Figura 25 - Perceção sobre a capacidade de inovação (Schwab, 2014). 58
Figura 26 - Spin-offs geradas na NASA em 2013. 60
Figura 27 - Modelo de Inovação implementado na Brisa. 64
Figura 28 - Níveis institucionais que afetam a fundação e taxas de sucesso das spin-offs 71
Figura 29 - Resposta à questão: “A escola ajudou a compreender o papel do empreendedor?” 73
Figura 30- Posicionamento de Portugal em termos de perceção sobre a imagem dos empreendedores e o papel da escola. 74
Figura 31 - Grau de incorporação de inovação tecnológica nos novos produtos 75
Figura 32 - Fatores que afetam o sucesso das spin-offs. 76
Figura 33 - Modelo das relações interpessoais com os atores/stakeholders e redes de cooperação nas diferentes fases da spin-off. 77
Figura 34 - Fatores que podem conduzir ao insucesso de uma start-up. 78
Figura 35 - Causas da cessação do negócio. 79
Indice tabelas
Tabela 1 - Prioridades de investimento: Quadros síntese da delimitação de áreas de intervenção entre PO Temáticos e PO regionais das
regiões menos desenvolvidas do continente (FEDER). 10
Tabela 2 - Percentagem de investimento em I&D realizado em 2007 por empresas sediadas num país estrangeiro (multinacionais): análi-
se comparativa por setor de atividade. 29
Tabela 3 - Quadro comparativo entre as empresas “born global” e as que usam o modelo gradualista na internacionalização. 31
Tabela 4 - Atitudes e perceções em relação ao empreendedorismo: Relatório GEM 2013 (percentagem dos inquiridos 37
Tabela 5 - Fases da atividade empreendedora em 2013 (percentagem dos inquiridos) 38
Tabela 6 - Condições estruturais para o empreendedorismo segundo o modelo GEM. 40
Tabela 7 - Evolução de 2008 a 2012 do Investimento em I&D (percentagem do PIB) realizado pelas Empresa, Ensino Superior, Institui-
ções Privadas sem Fins Lucrativos e Estado. 43
Tabela 8 - Evolução de 2008 a 2012 do Investimento em I&D por tipo de despesa. 43
Tabela 9 - Número de investigadores, ETI (equivalente em tempo integral) em permilagem da população ativa. 43
Tabela 10 - Evolução de 2008 a 2012 dos ETI (equivalente em tempo integral). 44
Tabela 11 - Taxa de natalidade (%) das Empresas por Localização geográfica (NUTS - 2002) e Atividade económica (Divisão - CAE Rev.
3); Anual (1). 45
Tabela 12 - Principais indicadores demográficos das empresas em Portugal. 46
Tabela 13- Taxa de sobrevivência (%) das Empresas nascidas 2 anos antes por Localização geográfica (NUTS - 2002) e Atividade econó-
mica (Divisão - CAE Rev. 3); Anual (1). 47
Tabela 14 - Percentagem de novas empresas por dimensão em termos de nº de empregados. 48
Tabela 15 - Capital de risco investido em 2012 (milhões de dólares US) por país . 49
Tabela 16 - Capital de risco investido em 2012: percentagem por fase do processo de empreendedorismo. 49
Tabela 17 - Capital de risco medido em percentagem do PIB. 50
Tabela 18- Aplicações das Patentes Europeias em 2013 por área de tecnologia 51
Tabela 19 - Evolução do número de patentes registadas entre 2012 e 2013 (www.epo.org) 52
Tabela 20 - Pedidos de invenções em Portugal (Fonte: INPI, 2013) 53
Tabela 21 - Pedidos de registos de Marcas em Portugal (Fonte: INPI, 2013). 54
Tabela 22 - Spin-offs geradas na Brisa. 63
6 EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
intro-dução1
O estudo do empreendedorismo tem sido alvo de análises
diversas e por diferentes organismos e entidades. Por ou-
tro lado, a promoção de spin-offs académicos é uma rea-
lidade conhecida e reconhecida como fundamental para a
promoção de novas empresas.
No entanto, torna-se relevante o estudo das spin-offs em-presariais, designação correspondente ao processo que envolve a criação de novas empresas geradas a partir do tecido empresarial.
Porque a grande maioria dos estudos publicados não es-
tão focalizados no empreendedorismo empresarial, para
se compreender melhor esta problemática também serão
considerados os contributos relevantes em áreas afins,
nomeadamente:
. o empreendedorismo (em geral);
. a investigação e desenvolvimento de novos produtos e
serviços;
. a inovação;
. a transferência de tecnologia;
A realidade empresarial portuguesa está baseada nas
PME, sendo urgente a dinamização do empreendedorismo
junto deste tecido empresarial. Sendo hoje uma prática
corrente a promoção de spin-offs em grandes empresas,
esta realidade é pouco conhecida e pouco utilizada, quer
pelas PME, quer pelos empreendedores que pretendem
captar parceiros e investidores para os seus projetos.
7EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
1.1. OBJETIVOS DO ESTUDO
É portanto neste contexto que se realiza o estudo sobre
Empreendedorismo Empresarial - Condições para a pro-moção de spin-offs empresariais que compreende os ob-
jetivos seguintes:
1. Introdução e enquadramento do tema;
2. Analisar o estado da arte na promoção do empreende-
dorismo empresarial;
3. Analisar os fatores críticos de alavancagem do proces-
so de spin-off; avaliar o ambiente conjuntural facilitador de processos de spin-off, nomeadamente as condicionan-
tes económicas, politico/legais, tecnológicas e sociais;
4. Elaborar o diagnóstico da situação atual do empreende-
dorismo nacional;
5. Selecionar entidades modelo de implementação de es-
tratégias de empreendedorismo eficazes; Dar a conhecer
casos de sucesso de apoio ao empreendedorismo, Anali-
sar realidades concretas e as boas práticas utilizadas pe-
los vários intervenientes;
6. Conhecer novas formas de atuação e estratégias de
impulsionamento ao empreendedorismo e à inovação le-
vadas a cabo por entidades públicas e privadas;
7. Identificar metodologias de intervenção e conhecer
as importantes apostas ao nível do empreendedorismo
e da inovação em modelos de spin-offs nacionais; Dete-
tar sinergias e apoios estruturantes de concretização de
ideias em negócios; Entender de que modo essas boas
práticas podem ser formais e podem ser divulgadas de
modo a serem geradoras de novas ideias e oportunidades
nas empresas e junto dos empreendedores; Verificar se
existe alguma realidade internacional (benchmarking) que
se possa complementar as boas práticas nacionais neste
tema;
A identificação de boas práticas na promoção/divulgação
do empreendedorismo, constitui mais um contributo para
a criação de condições para o fomento de novas empresas.
O estudo será orientado de modo a sintetizar o estado da
arte deste tema, e simultaneamente fornecer a algumas
recomendações em formato de manual ou guia de apoio
aos seus destinatários:
- Gestores de empresas (em particular das PME)
- Gestores de Sistemas de Investigação, Desenvolvimento
e Inovação (IDI)
- Potenciais empreendedores
- Potenciais investidores
- Associações Empresariais,
- Centros de incubação e Centros de investigação tecno-
lógica.
1.2 . O EMPREENDEDORISMO COMO PRIORIDADE ESTRATÉGICA NACIONAL E DA UNIÃO EUROPEIA
O empreendedorismo e a inovação estão assumidos como
vetores estratégicos para os esforços de convergência, a
nível das instituições nacionais e europeias.
A este propósito importa citar o “Small Business Act”(S-
BA) (Comissão Europeia, 2008):
“É por esta razão que o «Small Business Act» visa melho-
rar a abordagem política global do empreendedorismo, de
modo a ancorar irreversivelmente o princípio «Think Small
First» na definição das políticas, da legislação ao serviço
público, e promover o crescimento das PME ajudando-as
a abordar os problemas que ainda travam o seu desenvol-
vimento”.
O SBA parte das realizações políticas da Comissão e dos
Estados-Membros, criando um novo enquadramento polí-
tico que integra os instrumentos políticos existentes em
matéria de política das empresas e baseia-se na Carta Eu-
ropeia das Pequenas Empresas e na política moderna para
as PME. Para executar esta agenda política, a Comissão
propõe uma parceria política entre a UE e os Estados-
8 EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
-Membros que respeita aos princípios da subsidiariedade
e da proporcionalidade.
Esta iniciativa sublinha a vontade política de reconhecer o
papel central das PME na economia da UE e de criar um
quadro estratégico abrangente para a UE e seus Estados-
-Membros através da deliberação de um conjunto de 10 princípios para guiar a conceção e a aplicação das políti-cas a nível da UE e dos Estados-Membros:
I Criar um ambiente em que os empresários e as
empresas familiares possam prosperar e o empreendedo-
rismo seja recompensado
II Garantir que os empresários honestos que te-
nham falido disponham rapidamente de uma segunda
oportunidade
III Conceber regras de acordo com o princípio «Think
Small First»
IV Tornar as administrações públicas aptas a res-
ponder às necessidades das PME
V Adaptar os instrumentos das políticas públicas às
necessidades das PME: facilitar a participação das PME
no mercado dos contratos públicos e utilizar melhor as
possibilidades dos auxílios estatais em favor das PME
VI Facilitar o acesso das PME ao financiamento e
criar um ambiente legal e empresarial favorável à pontua-
lidade dos pagamentos nas transações comerciais
VII Ajudar as PME a aproveitar melhor as oportuni-
dades oferecidas pelo mercado único
VIII Promover o reforço das qualificações nas PME e
todas as formas de inovação
IX Permitir às PME transformar desafios ambientais
em oportunidades
X Apoiar as PME e incentivá-las a tirar partido do
crescimento dos mercados.
De acordo com o relatório da Comissão Europeia (2013a)
denominado Ficha informativa relativa ao SBA Portugal
2013, conforme se constata na Figura 1, houve uma evolu-
ção positiva desde 2008 até 2013 nomeadamente nas di-
mensões empreendedorismo e capacidade de resposta da
administração pública. Porém o acesso ao financiamento
e os auxílios estatais em Portugal sofreram um retrocesso
face a 2008.
Figura 1 - Evolução do Desempenho SBA de Portugal de 2008 a 2013.
Fonte: Comissão Europeia (2013a), Ficha informativa relativa ao SBA Portugal 2013.
O mesmo relatório refere ainda, relativamente ao em-
preendedorismo, os aspetos em que Portugal teve um
desempenho positivo face à média da UE (ver Figura 2),
nomeadamente no número de adultos que concorda que a
educação escolar ajudou a desenvolver uma atitude em-
preendedora e na preferência pelo trabalho por conta pró-
pria.
9EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
Figura 2 - Indicadores de empreendedorismo: comparação com a média da UE
Fonte: Comissão Europeia (2013a) Ficha informativa relativa ao SBA Portugal 2013.
O espírito do SBA foi renovado em 2013 no documento da
Comissão Europeia (2013b) Entrepreneurship 2020 Action
Plan: Reigniting the Entrepreneurial Spirit in Europe.
Mais recentemente em Julho de 2014, o documento Por-tugal 2020 - Acordo de Parceria 2014-2020, vem afirmar
que:
“O Sistema de I&I contém hoje todos os componentes es-
senciais para a prossecução desta estratégia – executo-
res, intermediários e difusores, financiadores e contexto
normativo e político. As redes e interações destes com-
ponentes são crescentemente densas e apresentam uma
evolução na sua aproximação ao mercado, seja em número
de spin-offs de perfil exportador, seja por via do crescente
envolvimento do setor empresarial na execução e finan-
ciamento de atividades de I&D”.
Segundo o Relatório da FCT (2013), existem atualmente
em Portugal 17 oficinas e gabinetes de transferência de
conhecimento; 19 instituições de interface (produtores de
conhecimento-empresas) com I&D incorporado; 20 clus-
ters e polos de competitividade e tecnologia; 14 Parques
tecnológicos. 78,6% da despesa de Portugal em C&T ao
longo dos últimos 20 anos foi centrada em investigação
aplicada (34,7%) e desenvolvimento experimental (43,9%).
Finalmente, o Acordo de Parceria 2014-2020 define o empreendedorismo, o apoio à inovação e a transferên-cia de tecnologia como prioridades de investimento que
serão financiadas no âmbito do FEDER (ver Tabela 1) e do
FEADER através das medidas:
OT 1 - Reforço da investigação, do desenvolvimento tec-nológico e da inovação
OT 3 - Reforço da competitividade das PME
OT 8 - Promoção da sustentabilidade e da qualidade do emprego e apoio à mobilidade dos trabalhadores
10 EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
Tabela 1 - Prioridades de investimento: Quadros síntese da delimitação de áreas de intervenção entre
PO Temáticos e PO regionais das regiões menos desenvolvidas do continente (FEDER).
Prioridades de investimento PO Temático PO Regional1.1. Reforço da infraestrutura de investi-gação e inovação (I&I) e da capacidade de desenvolvimento da excelência na I&I, e a promoção de centros de competência, no-meadamente os de interesse europeu;
Projetos de I&D, alinhados com temáticas nacionais da RIS3 ou em domínios transversais
Atividades de rede e equipamen-tos em infraestruturas de investi-gação multirregionais.
Projetos coletivos de âmbito mul-tirregional de valorização econó-mica e de transferência do conhe-cimento
Projetos de I&D, alinhados com te-máticas regionais RIS3
Financiamento de equipamentos das infraestruturas de investigação
Restantes projetos de valorização económica e de transferência do co-nhecimento
1.2. Promoção do investimento das empre-sas em inovação e investigação, o desenvol-vimento de ligações e sinergias entre em-presas, centros de I&D e o setor do ensino superior, em especial a promoção do desen-volvimento de produtos e serviços, transfe-rência de tecnologia, inovação social, eco inovação e aplicações de interesse público, no estímulo da procura, em redes, clusters e inovação aberta através da especialização inteligente, apoio à investigação tecnológica aplicada, linhas piloto, ações de validação precoce de produtos, capacidades avança-das de produção e primeira produção, em especial no que toca às tecnologias facilita-doras essenciais e à difusão de tecnologias de interesse geral;
Incentivos diretos à I&DT:
Projetos de médias e grandes em-presas ou projetos de micro e pe-quenas empresas multiregionais; projetos coletivos/ mobilizadores de âmbito multiregional;
Incentivos diretos a investimentos em inovação:
Projetos de grandes empresas com investimento total superior a 3 M€.
Ações de âmbito coletivo:
projetos de âmbito multirregional
Incentivos diretos à I&DT:
Projetos individuais de micro e pe-quenas empresas localizadas na NUTS II em causa; projetos coletivos/mobilizadores de âmbito regional;
Incentivos diretos a investimentos em inovação:
Projetos de grandes empresas com investimento total igual ou inferior a 3 M€.
Ações de âmbito coletivo: projetos de âmbito NUTS II ou projetos mul-tirregiões com componente de inves-timento residual fora da zona do PO
3.1. Promoção do espírito empresarial facili-tando nomeadamente o apoio à exploração económica de novas ideias e incentivando a criação de novas empresas, designadamente através de viveiros de empresas
Ações de âmbito coletivo e in-fraestruturas:
Projetos de âmbito
multirregional
Incentivos diretos ao empreende-dorismo: projetos individuais
Ações de âmbito coletivo e infraes-truturas: projetos de âmbito NUTS
8.3. Criação de emprego por conta própria, empreendedorismo e criação de empresas, incluindo micro, pequenas e médias
8.8. Desenvolvimento dos viveiros de em-presas e do apoio ao investimento em ati-vidade por conta própria, microempresas e criação de empresas
Medidas de apoio à criação de em-prego por conta própria ou por via de apoios ao empreendedorismo, de cariz local. No âmbito da P.I 8.3. apoiar-se-ão os apoios ao emprego dirigidos às pessoas e na P.I. 8.8. os apoios ao investimento que viabili-zam a criação dos mesmos, por via da criação do próprio emprego ou empresa
11EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
Nesta secção apresenta-se o estado da arte relativamente aos estudos realizados até à
presente data sobre o empreendedorismo empresarial, nomeadamente em termos de:
. Definição dos conceitos
. Modelo de criação dos spin-offs empresariais
Estado da arte da promoção do empreende-dorismospin-off empresarial2
12 EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
2.1- DEFINIÇÃO DE SPIN-OFF
EMPRESARIAL
Neste estudo optou-se pela definição proposta por Tübke
(2005, p.22) segundo a qual: “uma spin-off tem um carác-
ter corporativo quando resulta de uma divisão de uma em-
presa (empresa-mãe) existente em uma ou mais empre-
sas independentes. Estas constituem a base de operação
de uma nova atividade económica.”
Contudo, inúmeras relações de natureza formal e informal
continuam a existir entre a empresa-mãe e a spin-off após
a separação.
De acordo com Lejpras & Stephan (2011) não existe ainda
um consenso na definição de spin-off. Porém a maioria
dos estudos define spin-off como:
“uma empresa cujo capital intelectual provém de uma ins-
tituição/ empresa mãe que pode ser uma universidade, um
instituto de investigação ou outra empresa”.
Existe contudo uma grande variedade de tipos de filiação,
ao nível da transferência de conhecimento, recursos hu-
manos, tecnologia, produtos existentes, ou capital social
(Callan, 2001; Klepper & Sleeper, 2005; Meyer, 2003).
Para Lejpras & Stephan (2011) um spin-off empresarial resulta de:
Um processo que tem origem numa organização/empresa
existente (organização de origem), e envolve um ou mais
indivíduos, (independentemente do seu status ou função
nesta organização), o qual (ou os quais) deixam a orga-
nização de origem para criar um nova organização com o
objetivo de desenvolver e comercializar novos produtos e
serviços baseados na propriedade de uma tecnologia ou
competência.
Em teoria, as partes deverão valer mais do que o todo, ou
seja, as duas empresas cindidas valem mais como entida-
des independentes do que antes. Na Figura 3 apresenta-se
a evolução do número de spin-offs concluídas nos E.U.A.
de 1985 a 2014.
No sistema bolsista norte-americano o índice Guggenheim
Spin-Off ETF (NYSE Arca: CSD) é baseado no Beacon
Spin-off Index que representa um conjunto de obrigações
de 40 empresas que resultaram de spin-offs nos últimos
dois anos.
Figura 3 - Número de spin-offs concluídas no Estados Unidos de 1985 a 2014.
Fonte: http://www.spinoffresearch.com/in-the-news/
1 http://guggenheiminvestments.com/products/etf/csd
13EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
Na Figura 4 vemos a comparação da rentabilidade entre
o Guggenheim Spin-Off (CSD) e o Standard & Poor 500
(S&P500) de 2012 a Outubro de 2014.
Figura 4 - Análise da rentabilidade comparativa entre o
índice Guggenheim Spin-Off (CSD) e Standard & Poor 500
(S&P500) de 2012 a Outubro de 2014.
Pode-se concluir que os investidores têm expetativas mais
favoráveis relativamente a este tipo de empresas, uma vez
que, nos EUA, o índice CSD de 2012 até 2014 aumentou 540%
comparativamente a um ganho de 123% do índice S&P500
.
Existe um outro conceito relacionado – o Spin Out, que é um tipo de reorganização societária que ocor-
re quando uma empresa se segmenta em divisões de
si mesma, para formar uma nova empresa. Essa nova
empresa traz consigo alguns dos ativos e equipamen-
tos da empresa-mãe, que por sua vez, participa no ca-
pital da empresa recém-formada e normalmente, se
torna no seu primeiro cliente. No sistema financeiro
há ainda outros conceitos similares como o Carve-Out
ouSplit-off que ocorrem com menor frequência.
Klepper (2009) fez uma extensa revisão e retrospetiva
histórica do papel dos spin-offs para o desenvolvimento
dos clusters da indústria automóvel, hardware, biotecno-
logia, e equipamento médico nos Estados Unidos. Um dos
exemplos mais conhecidos remonta às décadas de 60 a
80, em que a empresa Fairchild gerou 24 das 91 spin-offs
nascidos no Silicon Valley.
É importante principiar este relatório com a definição de
spin-off (empresarial) uma vez que quase a totalidade das
estatísticas publicadas não distinguem as spin-offs das
novas empresas que são criadas como resultado do em-
preendedorismo de promotores individuais, designadas
vulgarmente por start-ups.
Por outro lado, há ainda uma categoria de empresas re-
feridas por Parhankangas & Arenius (2003), e estudadas
por Furlan & Grandinetti (2014) que correspondem a situa-
ções em que a cisão ocorre por motivos hostis ou com-petitivos, sendo a fundação da nova empresa resultante da
14 EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
saída de um (ou mais) ex-empregado(s) da empresa mãe,
não havendo nenhuma relação de propriedade ou ligação
entre as duas empresas. Helfat & Lieberman (2002) desig-
na estas spin-offs como “empreendedoras” ou “de novo”
pois irão competir no mesmo mercado da empresa mãe.
Mais recentemente Bruneel, Van de Velde e Clarysse
(2013), vêm reconhecer que por vezes a spin-off empre-
sarial pode resultar simplesmente de oportunidades não exploradas na empresa mãe (por falta de recursos ou
desvio da vocação estratégica) ou ainda de projetos que
tiveram desenvolvimentos adversos mas nos quais, ainda
assim, os colaboradores procuram uma segunda oportu-
nidade. Neste contexto, a spin-off embora não seja hostil
ocorre sem o apoio da empresa mãe. Estes autores, por
outro lado, verificaram que os indicadores de performance
e crescimento são mais elevados nas spin-offs fundadas
pelos ex-colaboradores com um grau de autonomia ele-
vado.
Figura 5 - Categorias de spin-offs segundo Bruneel, Van de Velde e Clarysse
(2013).
Fonte: traduzido de Bruneel, Van de Velde e Clarysse (2013, p.945).
Assim considerando duas variáveis, o tipo de ator (empre-
sa versus empregado) e o tipo de evento que gera a spin-
-off (oportunidade ou desenvolvimento adverso), podemos
ver na Figura 5 que existem quatro tipos de spin-offs:
. spin-off por necessidade
. spin-off de oportunidade
. spin-off por reestruturação estratégica
. spin-off apoiada pela empresa mãe
Como exemplos de desenvolvimentos adversos que ocor-
rem na empresa mãe podemos referir: alterações na ges-
tão, falências ou alterações do proprietário da empresa
(resultante de fusões ou aquisições).
O lançamento de novas empresas spin-offs, que resultam
de projetos ou tecnologia “excedentária” da empresa-mãe
(Harvwing, 2004; Chesbrough e Schwartz, 2007) é uma
prática corrente em empresas como a IBM, a Lucent, a
Cisco Systems, a Philips, a DSM, a Volvo e a Cambridge
2http://americasmarkets.usatoday.com/2014/10/07/spin-off-mania-25-com-panies-likely-to-join/
3 Carve-out: a empresa mãe vende uma parte ou a totalidade das ações da subsi-diária através de um IPO (Initial Public Offer) no mercado de capitais; A empre-sas-mãe normalmente vendem menos de 20% da filial para o público e, em se-guida, distribuem o saldo aos seus acionistas numa distribuição livre de impostos (Exemplo: Bristol-Myers Squibb / Mead Johnson Nutrition);
4 Split-off- Aos acionistas da empresa mãe são oferecidas ações da spin-off em troca de ações da empresa mãe (oferta de troca); num split-off, o investidor deve decidir entre a nova empresa e a empresa mãe. Os detentores de ações da empre-sa-mãe devem optar por continuar possuir ações da mãe ou, em vez disso, trocar algumas ou todas as ações com as da spin-off. Há um esforço para induzir os acionistas a trocar um número suficiente de ações, por isso aos investidores são oferecidas ações da subsidiária que valem mais do que as ações que estão a ser devolvidas para empresa-mãe.
(Fonte: http://www.spinoffresearch.com/spin-off-mechanics/number-of-spin-o-ffs/)
Spin-off por necessidade
Spin-off de oportunidade
Spin-off por reestruturação
estratégica
Spin-off apoiada pela empresa mãe
Desenvolvimento adverso
Oportunidade
Ex-Colaborador
Empresa mãe
ATOR
EVENTO
15EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
Display Technology (Lopes, 2008). Isto significa que pro-
jetos que se encontram inutilizados internamente podem
originar novos negócios/ novas empresas (Kirschbaum,
2005).
Lindholm (1994) foi dos primeiros a procurar uma classi-
ficação das spin-offs empresariais em termos do tipo de
transferência dos direitos de propriedade. Assim podemos
ter:
a) Spin-off de desinvestimento, em que a maioria do po-
der de voto é transferido de uma entidade legal existente
para outra empresa;
b) Spin-off de empreendedorismo, em que não há trans-
ferência dos direitos de propriedade da empresa.
Parhankangas & Arenius (2003) procuraram também es-
tabelecer uma taxonomia para classificar as spin-offs com
base:
. na complementaridade de recursos da empresa mãe e a
spin-off;
. na intensidade de colaboração;
. na dependência de recursos partilhados pela empresa
mãe.
Estes autores classificaram 50 empresas finlandesas em
três grupos distintos:
1) spin-offs de desenvolvimento de novas tecnologias;
2) spin-offs para servir novos mercados;
3) spin-offs de reestruturação.
Finalmente o spin-off pode surgir também da identificação
de uma oportunidade equivalente a uma integração ver-
tical que pode consistir na produção de um componente
ou matéria-prima em substituição de um fornecedor (inte-
gração a montante) ou na criação de uma cadeia de lojas
(integração a jusante).
Existem também as designadas spin-offs académicas que
são criadas no âmbito da universidade, por membros da
comunidade científica universitária (professores, investi-
gadores e estudantes de doutoramento) ou por estudantes
universitários com objetivo de explorar resultados de in-
vestigação e a propriedade intelectual gerada.
Por exemplo, uma das diferenças é apontada por Lindholm
Dahlstrand (1997), citado por Lejpras & Stephan (2011), que
argumenta que as universidades estão essencialmente in-
teressadas na publicação da investigação para uma poten-
cial aplicação fora universidade, permitindo a partilha das
suas infraestruturas durante a fase de desenvolvimento
do produto (Egeln et al, 2002; Shane, 2004). Já as em-
presas privadas procuram proteger o seu conhecimento
e tecnologia dentro da empresa, recebendo apoio na fase
de produção e comercialização apoiando a angariação de
clientes e o marketing (Garvin, 1983).
Relembram-se aqui alguns exemplos de boas práticas do
spin-off académico:
- evolução do número de patentes académicas portugue-
sas (Dias, 2012);
- transferência de tecnologia em spin-offs universitários
(Alves, 2010; Eiriz, Alves e Faria, 2012) e o papel dos TTO
- Technology Tranfer Offices (Monteiro, 2013);
- o papel das incubadoras universitárias e regionais (Cae-
tano, 2011);
- o empreendedorismo dos estudantes universitários (Pi-
nho e Gaspar, 2012);
- o impacto das spin-offs académicas no desenvolvimento
regional (Leite, 2012).
2.2- ESTUDOS SOBRE EMPREEN-DEDORISMO E A SUA APLICAÇÃO AO CONTEXTO DAS SPIN-OFFS EMPRESARIAIS
Os spin-offs académicos tem sido já amplamente inves-
tigado por diversos estudos a nível nacional (Franco &
Fernandes, 2012) e internacional (Wymenga et al., 2012).
O mesmo sucede com os estudos realizados sobre a pro-
moção do empreendedorismo fora do contexto interno das
empresas. Porém, o processo de criação e os modelos que
16 EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
descrevem essas realidades podem suscitar pistas de re-
flexão que podem ser adaptadas para o contexto das spin-
-offs empresariais.
É nesta perspetiva que se resume aqui as conclusões e
contributos de alguns dos principais estudos e relatórios
que procuram descrever a situação do empreendedorismo
em geral.
2.2.1- OECD-EUROSTAT ENTREPRENEURSHIP
INDICATORS PROGRAMME (EIP)
Para descrever o fenómeno da criação de spin-offs em-
presariais podemos adaptar a framework do empreende-
dorismo da Figura 6 proposta pelo OECD-Eurostat Entre-
preneurship Indicators Programme (EIP) (OECD, 2013).
Neste modelo identificam-se um conjunto de determinan-
tes:
a) Legislação
b) Condições do mercado
c) Acesso ao financiamento
d) Criação e difusão de conhecimento
f) Capacidades empreendedoras
e) Cultura
A criação de novas empresas tem impacto a vários níveis:
a) Criação de emprego
b) Crescimento económico
c) Redução da pobreza e desigualdades sociais
d) Redução da economia informal
17EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
2.2.2- GLOBAL ENTREPRENEURSHIP MO-
NITOR
O Relatório Global Entrepreneurship Monitor (GEM)
(SPI Ventures & ISCTE-IUL, 2012; Amorós, & Bos-
ma, 2013) é uma publicação periódica que procura
medir e comparar a atividade empreendedoras dos
países. Pode-se ver na Figura 7 o modelo desenvol-
vido pelos investigadores da Global Entrepreneur-
ship Research Association (GERA) para descrever
os antecedentes e implicações da atividade em-
preendedora. Segundo este modelo a atividade das
empresas estabelecidas (de onde nascem os spin-
-offs) e dos seus colaboradores são influenciadas
por:
Requisitos básicos (Instituições, Infra-estruturas, Estabili-
dade macroeconómica, Saúde e educação primária);
Indutores de eficiência (Educação superior e formação
profissional, eficiência do mercado de bens, eficiência do
mercado de trabalho, prontidão tecnológica, sofisticação
do mercado financeiro e dimensão do mercado);
Dimensões da inovação e empreendedorismo (Financia-
mento do empreendedorismo, Políticas governamentais,
Programas governamentais de apoio ao empreendedoris-
mo, Educação para o empreendedorismo, Transferência
de I&D, Abertura do mercado interno, Infraestrutura física
para o empreendedorismo, Infraestrutura comercial e legal
para o empreendedorismo e Normas culturais e sociais).
Figura 6 - Fundamentação teórica do processo de criação de uma spin-off e seus impactos para a sociedade.
Fonte: OCDE (2013, p.13)
18 EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
Estes fatores determinam as dimensões do empreende-
dorismo (atitude, atividade e aspiração) e os seus efeitos
positivos para a sociedade ao nível do desenvolvimento
social e económico.
Figura 7 - Modelo concetual da atividade empreendedora segundo o relatório GEM.
Fonte: SPI Ventures & ISCTE-IUL (2012).
19EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
2.3- ESTUDOS SOBRE SPIN-OFFS ACADÉMICAS E A SUA APLICAÇÃO AO CONTEXTO DAS SPIN-OFFS EMPRESARIAIS
2.3.1- FASES DO PROCESSO DE CRIAÇÃO DE UMA SPIN-OFF
Vários autores descrevem o processo de criação de uma
spin-off académica por diversas abordagens (ver Pimenta,
2011) que compreendem também diferenças no número e
designação das etapas.
Por exemplo, Shane (2004) descreve o processo por ativi-
dades em cinco etapas:
1 - Financiamento da investigação/ invenção;
2 - Divulgação até a decisão;
3 - Decisão em procurar proteção para a propriedade in-
telectual;
4 - Licenciamentos da tecnologia;
5 - Decisão de criar a spin-off;
Vohora, Wright & Lockett (2004) focalizam-se na evolução
através da superação de estados críticos de um processo
com quatro fases:
Fase de investigação - e proteção do resultado obtido (pa-
tente, direitos de autor, etc.) criando assim uma oportuni-
dade de comercialização;
Fase de estruturação da oportunidade e orientação para
o mercado;
Fase de pré-organização da empresa - Os gestores da
spin-off dedicam-se a organizar e começar a implementar
os planos estratégicos. Os empreendedores devem ultra-
passar o desafio de adquirir os recursos necessários para
iniciar a atividade;
Fase de reorientação - Os recursos são identificados, ad-
quiridos e integrados e reconfigurados se necessário.
Finalmente Clarysse et al. (2005) descrevem o processo
em três fases (invenção, transição e inovação). Na fase
da invenção a investigação busca oportunidades tecno-
lógicas com potencial comercial. Na fase da transição é
feita a avaliação e proteção da invenção que culmina na
decisão de comercializar com base no resultado do plano
de negócio. Na última fase (a da inovação) a empresa é
formalmente constituída e inicia a aquisição de recursos
e competências.
Já o modelo GEM (ver Figura 8) abrange todo o ciclo de
vida do processo empreendedor e debruça-se sobre os
indivíduos, enquadrando-os em três fases distintas:
1 - quando estes empregam recursos para começar um
negócio do qual esperam ser donos (empreendedores de negócios nascentes);
2 - quando estes são donos e gerem um novo negócio que
proporciona remuneração salarial por um período supe-
rior a 3 meses e inferior a 3,5 anos (empreendedores de novos negócios);
3 - e quando estes são donos e gerem um negócio já esta-
belecido e que está em funcionamento há mais de 3,5 anos
(empreendedores de negócios estabelecidos).
Figura 8 - Ciclo de vida do processo empreendedor- Modelo GEM.
FONTE: SPI VENTURES E ISCTE - IUL (2012)
2.3.2.- ATORES ENVOLVIDOS E FUNÇÕES QUE DESEMPENHAM NO PROCESSO DE CRIAÇÃO DA SPIN-OFF
De acordo com Pérez & Sanchez (2003), Pimenta (2011)
ou Castro (2013), podem ser identificadas diferentes fun-
ções no processo de criação da empresa:
a) O agente criador da tecnologia é quem desenvolve a
tecnologia, a como resultado de um projeto de investiga-
ção e desenvolvimento de novos produtos, transforman-
20 EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
do-o numa aplicação suscetível de ser comercializada e/
ou transferida.
b) O empreendedor é quem tem por objetivo criar uma
nova empresa centrada na exploração dessa tecnologia,
intermediando a relação entre o conhecimento e as neces-
sidades do mercado. Por vezes a mesma pessoa acumula
os papéis de empreendedor e o agente criador. Para Sha-
ne (2004), o envolvimento do inventor é muito importante
na criação de uma spin-off, dado que possui conhecimen-
tos indispensáveis para o desenvolvimento da nova tec-
nologia.
c) A empresa mãe na qual foi desenvolvida a nova tecnolo-
gia e que presta assistência e apoio nas fases de proteção
por patente, licenciamentos das tecnologias, e desenvolvi-
mento de protótipos.
d) O(s) investidor(es) que fornece(m) os recursos finan-
ceiros e/ou apoio técnico na criação e gestão do negócio.
A literatura apresenta diversos estudos sobre os perfis
dos atores envolvidos no processo de criação de spin-o-
ffs e os seus papéis. No caso português existem estudos
sobre as NEBT (Novas Empresas de Base Tecnológica) de
Fontes (1995) e Laranja, Simões e Fontes (1997) e sobre as
spin-offs de Biotecnologia (Fontes, 2001).
Outro aspeto importante prende-se com o ciclo de vida
organizacional e o processo de formação da equipa pro-motora da spin-off. Clarysse & Moray (2004) fizeram um
estudo de caso numa spin-off high-tech e, ao longo de um
ciclo de quatro fases (ideia/projeto, pré-start-up, start-
-up e pos-start-up), verificaram que inicialmente o líder
(“champion”) do projeto assume funções de gestão pois o
seu conhecimento técnico é vantajoso para o arranque da
spin-off, mas nas duas últimas fases a equipa aprende a
necessidade da profissionalização dessa área através do
recrutamento externo de um gestor, evoluindo o líder de
projeto para business developer.
21EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
Na literatura é frequente categorizar os determinantes da performance das spin-offs (ver Castro, 2013;
Pimenta, 2011):
a) Fatores (internos) relacionados com a empresa mãe;
b) Fatores (internos) relacionados com os empreendedores- capital humano (Davidsson & Honig, 2003;
Alvarez & Rodriguez, 2011);
c) Fatores (internos) relacionados com a empresa spin-off (O’Shea et al., 2005; Colombo & Grilli, 2010)
d) Fatores externos relacionados com o ambiente/ contexto;
Fatores (internos) relaciona-dos com a empresa mãe3
22 EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
3.1- FATORES (INTERNOS) RELA-CIONADOS COM A EMPRESA MÃE
A cultura organizacional e empresarial, nomeadamente
no que se refere ao ambiente estimulador da inovação, do
brainstorming de novas ideias geradas pelos colaborado-
res e respetivos mecanismos de aproveitamento e recom-
pensa, são fatores essenciais para alimentar as oportuni-
dades de negócio.
Segundo Lopes (2008), com a globalização e a institucio-
nalização da sociedade da informação, a troca de fluxos
de conhecimento tornou-se cada vez maior, sendo res-
ponsável pelo aparecimento de uma inovação mais aberta
que requer um novo modelo de gestão da Inovação aberta (Open Innovation) proposto por Chesbrough (2003, 2004).
Neste modelo de inovação aberta, as empresas comercia-
lizam as suas ideias internas através de canais externos
ao seu core business, com o propósito de gerarem valor
extra para a sua organização. Existem meios que permi-
tem sustentar esta nova forma de inovação empresarial,
como a constituição de spin-offs (que podem ser finan-
ciadas por colaboradores da própria empresa) e os con-
tratos de licenciamento (Chesbrough, 2003, 2004, 2008).
A limitação entre a empresa e o seu ambiente envolvente
é mais ténue, permitindo que a inovação se mova entre
estas duas realidades (Gann, 2004).
3.1.1- O PAPEL DA INOVAÇÃO EMPRESA-RIAL
A COTEC Portugal publica anualmente o Barómetro Ino-vação que procura medir e comparar o posicionamento
de Portugal com os restantes países usando o modelo de
indicadores da Figura 9. Em 2013, Portugal ocupa a 27ª
posição (COTEC, 2014) num ranking liderado pela Suiça.
Na Figura 10, podemos analisar a performance de Portugal
nas diferentes dimensões. Curiosamente a aplicação do
conhecimento inovador (em novos produtos comercializá-
veis) que é um fator promotor das spin-offs surge como
um dos critérios em que Portugal devia melhorar.
Quando se compara a situação de Portugal face aos res-
tantes países (ver Figura 11) verifica-se que em termos de
resultados e processos, o país teve em 2013 um desempe-
nho ligeiramente abaixo da média apesar de ser conside-
rado um país com condições “médias”.
Figura 9 - Modelo de Indicadores de IDI do barómetro inovação.
Fonte: COTEC Portugal (2014)
23EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
Figura 10 - Desempenho de Portugal nas dimensões da inovação empresarial (2012-2013).
Fonte: COTEC (2014).
Figura 11 - Análise comparativa dos países nas dimensões Processos versus Resultados em IDI.
Fonte: COTEC (2014).
24 EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
De acordo com o Innovation Union Scoreboard (Porras,
Nicklas & Jerzyniak, 2014), publicado pela Comissão Eu-
ropeia e apresentado na Figura 12, Portugal está no grupo
dos “Inovadores Moderados”, pois quase todos os indica-
dores apresentam níveis abaixo da média da União Euro-
peia. Assim em particular importa detalhar o desempenho
(Base 100 = EU) em termos dos indicadores (ver Figura
13) da dimensão Ligações e Empreendedorismo:
a) PME inovadoras no âmbito da empresa – índice 107
b) PME inovadoras que colaboram com outras – índice 69
c) Copublicações cientifica público-privadas – índice 57
d) Investimento em novos projetos (capital de risco) – ín-
dice 77
No entanto no indicador - PME com inovações em produ-
tos/processos, apresenta um desempenho positivo (índice
119).
Figura 12 - Classificação dos países segundo a Innovation Union Scoreboard.
Fonte: Porras, Nicklas & Jerzyniak (2014)
25EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
Figura 13 - Análise comparativa dos indicadores do Innovation Union Scoreboard
relativamente a média da União Europeia (Base 100).
Fonte: Porras, Nicklas & Jerzyniak (2014)
26 EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
3.2- FATORES (INTERNOS) RELACIONA-DOS COM OS EMPREENDEDORES- CAPI-TAL HUMANO
Contrariamente à situação geral do empreendedor, consi-
dera-se que no contexto do spin-off empresarial se parte
do princípio que o agente criador da tecnologia tem algu-
ma experiência dos ambientes empresariais e organiza-
cionais uma vez que já é colaborador de empresa mãe.
Por outro lado, assume-se também que o agente criador
(futuro empreendedor) domina o conhecimento da tecno-
logia ao ponto de poder identificar uma oportunidade de
negócio que dá origem ao spin-off.
Assim apresenta-se um conjunto fatores de alavancagem,
que constituem requisitos básicos ou fatores críticos de
sucesso uma que vez que a sua ausência pode conduzir ao
insucesso da spin-off a curto/médio prazo:
- nível de educação formal: segundo Castro (2013) por ve-
zes não é um determinante significativo;
- competências de gestão, orientação para o mercado e visão estratégica (Castro, 2013)
- capacidades emocionais nomeadamente a capacidade
para enfrentar o risco que está associado a todos os pro-
jetos, e ao mesmo tempo vencer a barreira do medo de
falhar e do insucesso.
- capacidade cognitiva para identificar oportunidades de
negócio ou também designada por visão de negócio (Sha-
ne & Venkataraman, 2000);
- motivações psicológicas pois os inventores criam em-
presas para aplicar a tecnologia desenvolvida através do
seu trabalho (Shane, 2004; Fontes, 1995), obter riqueza,
garantir independência (Shane, 2004) ou para ter prestígio
e ser reconhecido pelo seu trabalho.
- motivações relacionadas com a orientação da carreira profissional pois uma vez atingido um estatuto académico
e intelectual, o inventor deseja evoluir para uma carreira
empresarial na qual se sentirá mais realizado.
- motivação imposta pela necessidade premente de satis-fazer uma lacuna no mercado, como por exemplo ocorre
na industria farmacêutica em que um novo medicamento
vem contribuir para a saúde e qualidade de vida de inúme-
ras pessoas (Fontes, 1995);
- Pinho e Sá (2010) apontam ainda determinadas quali-
dades pessoais que assumem particular relevância, tais
como a intuição de que o empreendedor está na presen-
ça de um bom negócio, a necessidade de autorrealização,
bem como o apoio da família.
Schrör (2006) num estudo realizado para o EUROSTAT
traça o perfil do empreendedor e as principais conclusões
são:
- a experiência de trabalho no mesmo setor ajuda mas não
é absolutamente determinante;
- quanto mais jovem mais rapidamente cresce a empresa
em dimensão;
- as principais barreiras são o contato com clientes e pro-
blemas administrativos;
- os homens são mais otimistas sobre a rentabilidade es-
perada das empresas;
- a perceção do grau de inovação da empresa aumenta
com o nível de educação;
- ser o seu “próprio patrão” e a perspetiva de “ganhar di-
nheiro” são as motivações mais frequentes;
- alguns respondentes responderam que a motivação foi a
possibilidade de ser subcontratado para ser fornecedor do
antigo empregador.
27EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
Figura 14 - Perfil do empreendedor segundo o género.
Fonte: Schrör (2006).
Hayton & Kelley (2006) chamam ainda a atenção quatro
competências ou papeis que são necessários no contexto
do empreendedorismo corporativo:
- inovador (reconhecimento de oportunidades e uma maior
exploração das oportunidades);
- pivot da rede de informação (ter acesso e combinar no-
vas fontes de conhecimento e informação);
- defensor (“champion”) (identificar a oportunidade e as-
sumir a responsabilidade para mover o projeto para a fren-
te);
- patrocinador (ajudar no acesso aos recursos necessá-
rios).
Mais recentemente, Rasmussen, Mosey & Wright (2011)
realizaram um estudo no âmbito de spin-offs académicas
realçando uma perspetiva evolutiva que considera que os
recursos ajudam a definir as competências e explicar o
caminho de desenvolvimento. Para estes autores existem
três caraterísticas fundamentais para os projetos ganha-
rem credibilidade:
. Refinamento da oportunidade
. Alavancagem
. Defesa do projeto (“Championing”)
Por fim há que destacar as redes sociais em que os em-
preendedores estão integrados. Estas incluem as redes
pessoais de contactos dos empreendedores e as redes
mais amplas (formais ou informais).
Rothaermel et al. (2007) identificam uma componente
importante da rede social que é as - redes de inovação, criadas pelos empreendedores a partir de uma colabora-
ção (formal ou informal) para partilha de recursos e de
conhecimentos (por exemplo, projetos conjuntos e troca
de cientistas).
3.3 -FATORES (INTERNOS) RELACIONA-DOS COM A EMPRESA SPIN-OFF
Na literatura são identificados os seguintes fatores de ala-
vancagem internos:
- Grau de autonomia/apoio na relação entre empresa-mãe
e spin-off (Bruneel, Van de Velde & Clarysse, 2013)
- Grau de conhecimento tecnológico da spin-off definido
como o conhecimento acumulado associado a produtos,
tecnologias e processos. Segundo Clarysse, Wright & Van
de Velde (2011) o conhecimento tecnológico é caracteri-
zado por quatro dimensões: área disciplinar, taticidade,
novidade e relacionamento. As spin-offs empresariais tem
tendência a crescer mais se iniciarem com uma tecnolo-
gia de nicho (focalizada) suficientemente distinta da base
tecnológica da empresa mãe.
28 EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
3.3.1- PLANO ESTRATÉGICO E MODELO DE NEGÓCIO
Para Chesbrough & Rosenbloom (2002) o planeamento
estratégico que culmina com a definição do modelo de ne-gócio (descrição de como a empresa pretende criar valor
no mercado compreende a combinação única do marke-
ting mix, a organização e a infraestrutura operacional) de-
sempenha um papel decisivo:
- na articulação da proposta de valor;
- na identificação do segmento de mercado;
- na captação e identificação da cadeia de valor;
- na definição da estrutura de custos e potencial de ne-
gócio;
- na definição da rede parceiros/ stakeholders;
- na análise dos concorrentes atuais;
- na análise da concorrência de produtos substitutos e po-
tenciais novos concorrentes;
- na definição de um posicionamento e fator de diferen-
ciação;
- na definição da estratégia competitiva;
- na definição de um estratégia de marketing e construção
de uma marca.
Mais recentemente, Lehoux et al (2014) realçam a impor-
tância da articulação do modelo de negócio para estabe-
lecer rapidamente relações de confiança com potenciais
stakeholders (utilizadores, compradores e investidores).
Estes autores procuraram verificar se o processo de de-
senvolvimento tecnológico é influenciado pelas expectati-
vas de longo prazo de seus clientes ou pelas necessidades
de curto prazo dos investidores de capital.
Segundo Lehoux et al (2014) o desenvolvimento tecno-
lógico sofre adaptações e reformulações impostas pela
adequação do produto ao mercado que vão desde reajus-
tamentos com sinergias, reconfigurações drásticas até
mesmo a incompatibilidade/abandono. Os modelos de ne-
gócios não só contribuem para formatar a inovação mas
também alinhar a tecnologia numa determinada trajetória
comercialização modificando ao longo do tempo a sua
proposta de valor.
3.3.2 – PLANO DE NEGÓCIO
Uma correta avaliação da atratividade e viabilidade eco-
nómica obtida pelo plano de negócio é decisiva para o
sucesso da spin-off. Por vezes na elaboração dos planos
de negócio há uma sobrevalorização do volume de negó-
cios e uma subavaliação dos custos. É importante que o
empresário faça uma análise de sensibilidade do projeto
testando a viabilidade do negócio para diferentes cenários
(mais pessimistas) (Mullins, 2014).
A adaptabilidade às condições do mercado é portanto um
importante fator de sucesso.
3.3.3 - INTERNACIONALIZAÇÃO DA EM-PRESA SPIN-OFF
Nesta seção analisa-se três fatores de alavancagem de-
terminantes:
. as estratégias de internacionalização da inovação das
empresas multinacionais.
. importância da cooperação internacional e da interna-
cionalização das spin-offs
. as spin-offs “born global” (globais desde a sua conce-
ção)
Os relatórios realizados pela Comissão Europeia (2010) e
por Wolfmayr et al. (2013) vêm realçar de acordo com a Fi-
gura 15, em 2007, aproximadamente 25% do investimento
em I&D em Portugal ocorreu em empresas que pertencem
grupos multinacionais.
29EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
Figura 15 - Percentagem de investimento em I&D realizado por empresas sediadas num país estrangeiro (multinacio-
nais): análise comparativa para EU-15 de 1995 a 2009.
Tabela 2 - Percentagem de investimento em I&D realizado em 2007 por empresas sediadas num país estrangeiro (multinacionais): análise comparativa por setor de atividade.
Na Tabela 2, pode-se constatar que no caso de Portugal, a contribuição das empre-
sas estrangeiras variou de 20% (no setor químico) a 75% do investimento total no
caso do setor dos equipamentos eletrónicos.
Para Wolfmayr et al. (2013) a internacionalização do apoio à inovação vem apresen-
30 EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
tando as seguintes tendências:
- o apoio das multinacionais está a crescer mas está con-
centrado em setores de elevada intensidade tecnológica
em apenas nos países avançados.
- a motivação relacionada com a procura do conhecimento
ganha importância;
- as subsidiárias desempenham papeis cada vez mais
complexos e com maior autonomia;
- nos países em desenvolvimento, as inovações “frugais”
e de “low cost” adquirem maior relevância;
- a internacionalização é feita por etapas e pode incluir
mecanismos como a co-localização (partilha) de unidades
produtivas e laboratórios I&D;
- existe a possibilidade das empresas/ spin-offs nacionais
beneficiarem e absorverem os “spil overs” tecnológicos
que resultam da inovação nas multinacionais;
- as multinacionais apoiam as spin-offs em vários aspetos
nomeadamente no financiamento dos custos com a pro-
priedade intelectual.
Cada vez mais as médias empresas e as PME “born glo-bal” implementam estratégias de internacionalização da
inovação e têm maior probabilidade de sucesso (Cas-
tro,2013). Kalinic & Forza (2012) afirmam que recente-
mente há muitas PME que conseguem implementar com
sucesso uma estratégia de internacionalização bastante
acelerada investindo em países distantes mesmo com um
conhecimento limitado do mercado, uma pequena rede de
contatos e experiencia internacional limitada. Esse su-
cesso deve-se sobretudo à uma estratégia de nicho de
mercado usando um modelo de entrada gradual que pode
compensar as debilidades comparativas com uma empre-
sa “born global”.
Por outro lado, segundo Schweizer (2012), a tomada de
decisão é influenciada por capacidades cognitivas como a
perceção do risco, a tolerância para a ambiguidade, resis-
tência à mudança e autoconfiança (Acedo & Jones, 2007;
Halikias & Panayotopoulou, 2003).
Sarasvathy (2001) argumentam ainda que os deciso-
res nas PME, especialmente durante as fases iniciais do
processo de internacionalização, estão mais focados em
mitigar as perdas, agir de forma oportunista, e seguir os
sentimentos e emoções, em vez da racionalidade. Como
resultado optam por um processo de resolução de pro-
blemas “a vista” (muddling-through) sem objetivos muito
bem definidos.
Recentemente Vissak & Francioni (2013) chamam a aten-
ção que a internacionalização pode ser “não linear, incre-
mental (por pequenos passos) e não unidirecional” po-
dendo incluir saídas (de-internacionalização) e reentradas
sucessivas. Este processo é designado na literatura como
Serial Nonlinear Internationalization (SNI). Para este tipo
de comportamento concorrem diversos fatores:
1) vários fatores fora do controle direto de uma empresa
podem causar flutuações no envolvimento internacional;
2) para algumas empresas - em especial, as empresas de
projeto - ‘’épocas’’ de vendas são bastante normais;
3) os custos de saída e reentrada são relativamente bai-
xos para as encomendas de exportação não solicitadas,
e se este modo é o preferido para entrar em pequenos
mercados com alguns clientes potenciais, as saídas são
normais;
4) para uma empresa, o resultado global é mais importante
do que um número de mercados estrangeiros; sair de al-
guns pode melhorar esse resultado;
5), mesmo que a saída não esteja planeada, uma empresa
pode aprender e usar seus conhecimentos / contatos para
futuras reentradas.
31EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
Na Tabela 3, apresenta-se um quadro comparativo entre as empresas “born global” e as que
usam o modelo gradualista na internacionalização nas seguintes variáveis: Caraterísticas da
equipa de fundadores, Capacidades organizacionais e Foco estratégico.
Tabela 3 - Quadro comparativo entre as empresas “born global” e as que usam o modelo gradualista na internacionalização.
Dimensão Chave Atributo Born global Modelo GradualCaraterística da equipa de fundadores
Visão Empresarial Global desde o nasci-mento
Mercados internacio-nais são desenvolvidos gradualmente depois de conquistada uma base no mercado interno
Experiência internacio-nal prévia
Elevado Baixo ou irrelevante
Empenho e compromis-so
Elevado empenho nos esforços de internacio-nalização
Normal e relacionado com as tarefas de gestão tradicionais
Networking Forte utilização da rede de contatos a nível local e internacional. Crucial para entrada rápida no mercado
Apenas as ligações aos distribuidores interna-cionais parecem ser im-portantes
Capacidades organiza-cionais
Conhecimento do mer-cado e compromisso
Elevado desde o nasci-mento
Cresce lentamente com a experiencia adquirida no mercado interno
Ativos intangíveis Ativos únicos cruciais para internacionalização
O papel e disponibilida-de destes ativos não é determinante
Fontes de criação de va-lor
Elevada criação de valor através da diferencia-ção, tecnologia de ponta e inovadora e liderança na qualidade
Menos inovativa e me-nos avançada
Foco estratégico Extensão e campo da in-ternacionalização
Estratégia de nicho proactiva desenvolvida nos mercados lideres com ampla cobertura geográfica
Estratégia menos focada e mais reativa levando em conta a distância psi-cológica aos mercados de destino
Seleção, orientação e relacionamento com os parceiros/ clientes inter-nacionais
Relacionamento seg-mentado com elevada flexibilidade
Controlada pelos inter-mediários
Flexibilidade estratégica com elevada flexibilida-de
Limitada flexibilidade de adaptação à mudança externa
Fonte: Adaptado de Rialp et al. (2005) citados por Kalinic & Forza (2012, p.697)
32 EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
3.4- FATORES EXTERNOS RELACIONADOS COM O AMBIENTE/ CONTEXTO
O modelo GEM - Estudo sobre o Empreendedorismo (SPI
Ventures e ISCTE-IUL, 2012) mede regularmente diversas
dimensões relacionadas com o contexto:
1. Apoio Financeiro
Disponibilidade de recursos financeiros, capital próprio e
fundos de amortização de dívida para empresas novas e
em crescimento, incluindo bolsas e subsídios.
2. Políticas Governamentais
Grau em que as políticas governamentais relativas a im-
postos, regulamentações e sua aplicação são neutras no
que diz respeito à dimensão das empresas e grau em que
estas políticas incentivam ou desincentivam empresas no-
vas e em crescimento.
3. Programas Governamentais
Existência de programas, em todos os níveis de governa-
ção (nacional, regional e local), que apoiem diretamente
negócios novos e em crescimento.
4. Educação e Formação
Grau em que a formação sobre a criação ou gestão de ne-
gócios novos e em crescimento é incluída no sistema de
educação e formação, bem como a qualidade, relevância
e profundidade dessa educação e formação para criar ou
gerir negócios pequenos, novos ou em crescimento.
5. Transferência de Investigação e Desenvolvimento
Grau em que a I&D a nível nacional conduz a novas opor-
tunidades comerciais, assim como o nível de acesso à I&D
por parte dos negócios pequenos, novos ou em cresci-
mento.
6. Infraestrutura Comercial e Profissional
Influência das instituições e serviços comerciais, contabi-
lísticos e legais, que permitem a promoção dos negócios
pequenos, novos ou em crescimento.
7. Abertura do Mercado/Barreiras à Entrada
Grau em que se impede que os acordos e procedimentos
comerciais sejam alvo de mudanças e substituições, im-
possibilitando empresas novas e em crescimento de estar
em concorrência e de substituir fornecedores e consulto-
res de forma recorrente.
8. Acessos a Infraestruturas Físicas Operacionais
Acesso a recursos físicos (comunicação, transportes, uti-
lidades, matérias-primas e recursos naturais) a preços
que não sejam discriminatórios para negócios pequenos,
novos ou em crescimento.
9. Normas Culturais e Sociais
Grau em que as normas sociais e culturais vigentes en-
corajam (ou não desencorajam) iniciativas individuais que
levam a novas formas de conduzir negócios e atividades
económicas e, por sua vez, contribuem para uma maior
distribuição da riqueza e do rendimento.
Importará analisar separadamente a influência dos fato-
res geográficos nomeadamente a localização da empresa. Segundo Lejpras & Stephan (2011) esta pode determinar:
.proximidade física em relação à empresa mãe;
.proximidade física às redes de inovação tecnológica (uni-
33EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
versidades, centros I&D);
acessibilidades a aeroportos, portos e vias de comunica-
ção e centros logísticos;
custos de contexto na instalação da empresa;
Recrutamento de mão de obras especializada e/ou qua-
lificada: Por exemplo, Zucker et al. (1998) investigar os
determinantes na localização de quase 700 empresas de
biotecnologia nos Estados Unidos e verificou que o ca-
pital humano intelectual regional (presença de cientistas
e universidades de alta qualidade, tem um forte impacto
positivo sobre a localização de indústria da biotecnologia.
Programas de apoio locais/regionais nomeadamente ao
nível do apoio financeiro (ex: bolsas para investigação).
No entanto, Egeln et al. (2004) chegam a uma conclusão
diferente sobre a questão da proximidade geográfica entre
spin-offs e sua empresa mãe. Num estudo realizado na
Alemanha, verificaram que uma percentagem significativa
de spin-offs não se localiza perto a instituição de origem
(mais de 30% localizar estão fora de um raio de 50 km);
no entanto, 55% dos spin-offs estão localizados mais pró-
ximos (por exemplo, dentro de 25 km) para suas institui-
ções-mãe. As spin-offs tendem a afastar-se da região da
empresa mãe quando existem condições de acessibilidade
e qualidade de vida urbana para tal. Egeln et al. (2004) su-
gerem que a importância da proximidade espacial diminui
ao longo do tempo.
Em Portugal existem duas plataformas de informação que
apoiam a decisão de escolha da sede da empresa:
. Where-to-invest-in-Portugal (http://where-to-invest-in-
-portugal.com/) que inclui informação sobre as condições
de cada município e os seus parques empresariais
. AICEP Global Parques (http://www.globalparques.pt/)
A estas dimensões pode-se ainda acrescentar outros fa-
tores do ambiente externo que podem afetar a criação e o
sucesso das spin-offs:
a) Rede de cooperação de proximidade de âmbito local;
b) Rede de cooperação de âmbito não local: apoio das as-
sociações setoriais (Pinho e Sá, 2010);
c) Cooperação universidade-empresa (Franco & Fernan-
des, 2012);
d) Infraestruturas de apoio ao empreendedorismo;
e) Fatores económicos: crescimento económico;
f) Fatores políticos legais e institucionais (ver Figura 16)
(Matias & Fontes, 2013)
g) Características específicas do setor de atividade;
h) Incerteza e acaso.
De acordo com a Folha informativa SBA 2013 (ver Figura
16), em Portugal o custo necessário para a criação de uma
empresa em 2012 era de 330 euros inferior à média da EU
(372 euros), sendo que apenas demora um dia comparado
com os 5 dias na EU. Apesar do tempo de transferência de
propriedade ser de apenas 1 dia, o custo de transferência
é 7,3% do valor da propriedade, o que é significativamen-
te superior à média EU (4,62%). No entanto o regime Li-
cenciamento Zero e o Sistema da Indústria Responsável
visam diminuir as barreiras administrativas à criação de
empresas.
34 EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
Figura 16 - Burocracia e procedimentos legais e administrativos para criação de
empresas.
Fonte: Comissão Europeia (2003b). Folha informativa SBA 2013.
35EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
Nesta seção apresenta-se um diagnóstico da situação do empreendedorismo com base nos dados
estatísticos disponíveis e atualizados e tendo em conta a limitação de que os dados publicados a
nível internacional e nacional não distinguem o tipo de start-up não filtrando a informação relativa
aos spin-offs empresariais.
Assim descreve-se a situação em termos dos indicadores gerais para o empreendedorismo e ou-
tras atividades empreendedoras relacionadas.
Diagnóstico da situação do empreen-dedorismo em Portugal4
36 EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
4.1- RELATÓRIO GLOBAL ENTREPRENEUR-SHIP MONITOR (GEM).
Na seção 2.2.2 já se apresentou a importância do relatório GEM. O Relatório de 2012 publicado pela SPI Ventures e
ISCTE-IUL, baseado numa amostra de 2000 pessoas de
Portugal Continental, registou uma Taxa TAE (taxa de ati-
vidade empreendedora) de 7,7%, o que significa que, exis-
tem entre 7 e 8 empreendedores early-stage (indivíduos
envolvidos em start-ups ou na gestão de novos negócios)
por cada 100 indivíduos em idade adulta. Este resultado
representa um aumento marginal em relação a 2011, ano
em que o valor registado da TEA foi de 7,5%.
A Taxa TEA de Portugal é a 44ª mais elevada do universo
GEM 2012 (entre 69 países) é a 7ª mais alta das 24 econo-
mias orientadas para a inovação participantes, ficando 0,6
pontos percentuais acima da média associada ao referido
tipo de economia.
Em Portugal, os setores onde se regista uma maior per-
centagem de empreendedores são o setor orientado ao
consumidor (que inclui todos os negócios direcionados
para o consumidor final) com 44,9% dos empreendedores,
o setor da transformação (que inclui construção, manu-
fatura, transporte, comunicações, utilidades e distribuição
grossista) com 26,2% dos empreendedores, e o sector
orientado ao cliente organizacional (que inclui todas as
atividades onde o cliente primário é outro negócio) com
23,8% dos empreendedores. O setor extrativo inclui ape-
nas 5,1% dos empreendedores mas, comparativamente
a 2011, é o que regista maior crescimento, tanto relativo
como absoluto (2,4% em 2011).
Amorós & Bosma (2013) publicaram os resultados do re-
latório GEM 2013 onde se podem ler na Tabela 4 que em
Portugal apenas cerca de 20% dos inquiridos identificou
uma oportunidade de negócio, valor bastante abaixo da
média dos países analisados (28,7%). Já em termos de
capacidades existentes os portugueses apresentam uma
perceção mais favorável que a média dos inquiridos. Rela-
tivamente ao “medo de falhar” e intenção empreendedora,
Portugal apresentou valores próximos da média.
37EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
Tabela 4 - Atitudes e perceções em relação ao empreendedorismo: Relatório GEM 2013 (percentagem dos inquiridos)
PaísOportunida-des perce-
bidas
Capacidades percebidas
Medo de falhar
Intenção empreende-
dora
Empreen-dedorismo como uma
boa escolha de carreira
Status Ele-vado
Atenção dos media
Belgium 31.5 33.8 46.6 7.8 54.8 52.2 43.9
Croatia 17.6 47.2 35.2 19.6 61.5 43.1 42.9
Czech Repu-blic
23.1 42.6 35.8 13.7 47.8
Estonia 46.1 40.0 38.8 19.4 53.2 58.6 40.7
Finland 43.8 33.3 36.7 8.3 44.3 85.5 68.5
France 22.9 33.2 41.1 12.6 55.3 70.0 41.4
Germany 31.3 37.7 38.6 6.8 49.4 75.2 49.9
Greece 13.5 46.0 49.3 8.8 60.1 65.1 32.4
Hungary 18.9 37.5 44.8 13.7 45.7 74.1 28.4
Ireland 28.3 43.1 40.4 12.6 49.6 81.2 59.9
Italy 17.3 29.1 48.6 9.8 65.6 72.4 48.1
Latvia 34.8 47.8 41.6 22.7 61.4 59.5 58.6
Lithuania 28.7 35.4 41.7 22.4 68.6 57.2 47.6
Luxembourg 45.6 43.3 42.9 14.1 39.4 70.6 36.3
Netherlands 32.7 42.4 36.8 9.1 79.5 66.2 55.2
Poland 26.1 51.8 46.7 17.3 66.8 59.9 58.5
Portugal 20.2 48.7 40.1 13.2
Romania 28.9 45.9 37.3 23.7 73.6 72.6 61.3
Slovakia 16.1 51.0 33.2 16.4 49.2 58.5 51.7
Slovenia 16.1 51.5 29.6 12.4 57.4 68.1 50.5
Spain 16.0 48.4 36.3 8.4 54.3 52.3 45.6
Sweden 64.4 38.8 36.6 9.5 52.0 71.5 58.5
United King-dom
35.5 43.8 36.4 7.2 54.1 79.3 49.6
Média 28.7 42.3 39.8 13.5 56.9 65.5 49.0
Fonte: Amorós & Bosma (2013)
Por outro na Tabela 5, apresentam-se os resultados comparativos para as diferentes fases da atividade empreendedora.
Verificou-se que em 2013 a TAE em Portugal subiu para 8,2% ligeiramente acima do valor médio para todos os países (8%).
38 EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
Tabela 5 - Fases da atividade empreendedora em 2013 (percentagem dos inquiridos)
Taxa de Empreende-dores nas-
centes
Taxa de proprietários
de negócio
Taxa de Ativida-de Empreende-
dora
(TAE)
Taxa de negó-cio estabele-
cidos
Descontinuação do negócio
Motivado pela necessidade
(%TAE)
Motivado por oportunidade de melhoria
Belgium 3.1 1.9 4.9 5.9 1.9 29 43.9
Croatia 6.3 2 8.3 3.3 4.5 37.4 29.8
Czech Repu-blic
4.9 2.7 7.3 5.3 3.4 22.7 60.3
Estonia 8.8 4.5 13.1 5 2.1 14.8 50.1
Finland 2.7 2.7 5.3 6.6 2 17.9 66
France 2.7 1.8 4.6 4.1 1.9 15.7 60.9
Germany 3.1 2 5 5.1 1.5 18.7 55.7
Greece 3.3 2.3 5.5 12.6 5 23.5 35.8
Hungary 6 3.7 9.7 7.2 2.9 28 38.7
Ireland 5.5 3.8 9.2 7.5 2.5 18 43.8
Italy 2.4 1.1 3.4 3.7 1.9 18.7 18.4
Latvia 8.1 5.3 13.3 8.8 3.5 21.2 52.7
Lithuania 6.1 6.4 12.4 8.3 3.5 23.3 55.2
Luxembourg 6 2.8 8.7 2.4 2.8 5.6 56.6
Netherlands 4.7 4.8 9.3 8.7 2.1 8 67.1
Poland 5.1 4.3 9.3 6.5 4 47.4 32.7
Portugal 4.2 4.2 8.2 7.7 2.8 21.4 50.7
Romania 6.2 4.2 10.1 5.3 4.3 31.6 31.6
Slovakia 6.1 3.6 9.5 5.4 5.5 40.2 40.2
Slovenia 3.6 2.9 6.5 5.7 2.6 24.1 53.4
Spain 3.1 2.2 5.2 8.4 1.9 29.2 33.2
Sweden 5.9 2.5 8.2 6 2.4 9.7 58.4
United King-dom
3.6 3.6 7.1 6.6 1.9 16.1 45.2
Média 4.8 3.3 8.0 6.4 2.9 22.7 47.0
Fonte: Amorós & Bosma (2013)
Ainda na Figura 17 pode-se ver que Portugal ocupa a 11ª posição no conjunto de países em que a inovação é motor da eco-
nomia, sendo esse ranking liderado pela Trinidad e Tobago.
Relembrando aqui os indicadores das condições estruturais do empreendedorismo segundo o modelo GEM (ver Tabela 6):
Apoio Financeiro
2a. Políticas Governamentais- empreendedorismo como tema económico relevante
2b. Políticas Governamentais- taxas e legislação neutra ou favorável
3. Programas Governamentais
4a. Educação e Formação- empreendedorismo no ensino básico
39EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
4b. Educação e Formação- empreendedorismo no ensino superior
5. Transferência de Investigação e Desenvolvimento
6. Infraestrutura Comercial e Profissional
7a. Abertura do Mercado/Barreiras à Entrada: Dinâmica dos mercados
7b. Abertura do Mercado/Barreiras à Entrada: Barreiras à entrada
8. Acessos a Infraestruturas Físicas Operacionais
9. Normas Culturais e Sociais
Figura 17 - Taxa de atividade empreendedora em 2013 segundo o tipo de economia.
Fonte: Amorós & Bosma (2013).
40 EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
Tabela 6 - Condições estruturais para o empreendedorismo segundo o modelo GEM.
1 2a 2b 3 4a 4b 5 6 7a 7b 8 9
Belgium 2.6 2.6 2.2 3.3 2.0 3.1 2.6 3.3 2.8 2.7 3.7 2.2
Croatia 2.3 2.2 1.8 2.5 1.9 2.6 2.1 2.7 3.6 2.1 3.5 2.0
Czech Rep 2.5 2.0 2.0 2.3 1.6 2.4 2.2 3.1 2.6 2.6 4.0 2.0
Estonia 2.7 2.5 3.1 3.3 2.3 3.0 2.9 3.0 3.6 2.5 4.3 3.5
Finland 2.8 3.3 3.1 2.9 2.7 2.9 3.0 3.5 2.8 2.9 4.3 2.9
France 2.9 3.3 3.0 3.2 1.7 2.7 2.5 3.0 3.2 2.4 4.2 2.2
Germany 2.8 2.6 2.6 3.4 1.9 2.6 2.8 3.3 3.2 2,8 3.7 2.8
Greece 2.0 2.1 1.8 2.0 1.7 2.6 2.2 3.2 3.2 2.2 3.6 2.3
Hungary 2.8 2.3 1.9 2.3 1.9 2.8 2.5 3.4 3.1 2.7 3.9 2.6
Ireland 2.6 2.9 2.8 3.2 2.0 2.8 2.9 3.4 2.7 2.9 3.9 3.0
Italy 2.5 2.0 1.5 2.1 1.7 2.6 2.5 3.1 3.5 2.5 3.3 2.1
Latvia 2.9 2.9 3.0 3.0 2.7 3.3 2.4 3.4 2.6 3.0 4.1 3.1
Lithuania 2.8 2.4 2.0 2.6 2.4 2.8 2.4 3.5 4.0 2.5 4.2 3.0
Luxembourg 2.6 3.4 3.4 3.6 2.2 2.9 2.8 3.3 3.0 2.9 3.9 2.4
Netherlands 2.8 3.0 3.2 3.0 3.1 3.3 2.8 3.8 2.9 3.3 4.6 3.1
Poland 2.7 2.6 2.1 2.7 1.8 2.4 2.1 3.0 3.8 2.8 3.6 2,8
Portugal 2.9 2.6 1.8 2.9 2.2 2.9 2.7 3.4 2.4 2.5 4.4 2.6
Slovakia 2.2 1.9 1.9 2.2 1.9 2.8 1.9 2.8 3.0 2.5 3.9 1.9
Slovenia 2.2 1.9 2.1 2.5 2.1 2.8 2.4 2.8 3.1 2.4 3.9 2.2
Spain 1.8 2.3 2.0 3.1 1.4 2.3 2.2 2.5 2.1 2.3 3.9 2.1
Sweden 2.3 2.7 2.5 2.7 2.3 2.4 2.4 3.0 3.4 2.6 4.2 3.2
UK 2.7 3.0 2.6 2.7 2.2 2.6 2.5 3.1 2.8 2.7 3.9 3.1
Média 2.6 2.6 2.4 2.8 2.1 2.8 2.5 3.2 3.1 2.6 4.0 2.6
Fonte: Amorós & Bosma (2013)
De acordo com a Tabela 6 e Figura 18, Portugal apresenta condições estruturais comparativamente iguais ou mais favoráveis
relativamente aos países analisados no relatório GEM 2013 nos seguintes indicadores:
Apoio Financeiro
2a. Políticas Governamentais - empreendedorismo como tema económico relevante
3. Programas Governamentais
4a. Educação e Formação- empreendedorismo no ensino básico
4b. Educação e Formação- empreendedorismo no ensino superior
5. Transferência de Investigação e Desenvolvimento
6. Infraestrutura Comercial e Profissional
8. Acessos a Infraestruturas Físicas Operacionais
9. Normas Culturais e Sociais
41EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
Porém os resultados revelam três indicadores onde Portugal deve melhorar:
2b. Políticas Governamentais - taxas e legislação neutra ou favorável
7a. Abertura do Mercado/Barreiras à Entrada: Dinâmica dos mercados
7b. Abertura do Mercado/Barreiras à Entrada: Barreiras à entrada
Figura 18 - Posição relativa de Portugal em termos dos indicadores de condições estruturais.
Fonte: Amorós & Bosma (2013)
Um outro aspeto a montante do empreendedorismo prende-se com a atividade de investigação e inovação.
42 EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
4.2- RELATÓRIO IPCTN - INVESTIGAÇÃO
O IPCTN, inscrito no Sistema Estatístico Nacional (SEN),
é a operação de inquirição oficial para a recolha e divulga-
ção de informação estatística sobre atividades de I&D em
Portugal. É um Inquérito de âmbito censitário, realizado
pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência
(DGEEC), Direção de Serviços de Estatística da Ciência
e Tecnologia e da Sociedade de Informação (DSECTSI) e
Divisão de Estatísticas da Ciência e Tecnologia, em con-
formidade com critérios definidos a nível internacional
pelo Eurostat, em articulação com a OCDE. Realizou-se no
nosso país com uma periodicidade anual a partir do ano
de inquirição de 2008. Destacam-se em 2012 os seguintes
resultados:
A despesa total em I&D atinge, globalmente, 2.320 milhões
de euros e representa 1,41% do PIB nacional (ver Figura
19);
O setor Empresas executa 50% da despesa total em I&D e
o setor Ensino Superior 36%;
Figura 19 - Despesa em I&D (milhões de euros/ percentagem do PIB) realizada pelas Empresas, Ensino Superior, Instituições Privadas sem Fins Lucrativos e
Estado.
De acordo com a Tabela 7, o investimento em I&D das em-
presas, medido em termos da percentagem do PIB tem
vindo a diminuir constantemente desde 2008.
43EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
Tabela 7 - Evolução de 2008 a 2012 do Investimento em I&D (percentagem do PIB) realizado pelas Empresa, Ensino Su-perior, Instituições Privadas sem Fins Lucrativos e Estado.
De acordo com a Tabela 8, desde 2010 que cerca de 52% do investimento em I&D é aplicado nas despesas com pessoal,
seguido das despesas correntes (31%) e instrumentos e equipamentos (15%).
Tabela 8 - Evolução de 2008 a 2012 do Investimento em I&D por tipo de despesa.
Na Tabela 9 pode-se ver que o número total de investigadores, medido em “equivalente a tempo integral” (ETI), é 42.498,
concentrando-se essencialmente no setor Ensino Superior, com 23.825 (ETI), seguindo-se o setor das Empresas, com 11.931
(ETI), e que o número de investigadores (ETI) por mil habitantes ativos é de 7,9‰.
Tabela 9 - Número de investigadores, ETI (equivalente em tempo integral) em permilagem da população ativa.
Os ETI nas empresas aumentaram até 2011 mas em 2012 baixaram embora mantendo a proporção relativamente ao total
(28%) (ver Tabela 10).
44 EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
Tabela 10 - Evolução de 2008 a 2012 dos ETI (equivalen-te em tempo integral).
4.3- INDICADORES DEMOGRÁFICOS INE (2012)
Na Tabela 11 apresenta-se a taxa de natalidade das em-
presas por setor de atividade em 2012, que revela que o
setor das atividades administrativas e serviços de apoio à
gestão é o setor com maior taxa (26,61%).
Por outro lado, na Tabela 12 podemos ver que em 2012
nasceram 134 670 empresas num universo de 1 086 452
empresas. Relativamente às empresas nascidas dois anos
antes (2010) podemos ver, também na Tabela 12, que ape-
nas 48,47% dessas empresas ainda sobreviviam em 2012.
Esta taxa de sobrevivência varia de setor para setor con-
forme se pode concluir na Tabela 13.
Tabela 11 - Taxa de natalidade (%) das Empresas por Localização geográfica (NUTS - 2002) e Atividade económica (Divisão - CAE Rev. 3); Anual (1).
Local iza-ção geo-g r á f i c a (NUTS - 2002)
Taxa de natalidade (%) das Empresas por Localização geográfica (NUTS - 2002) e Atividade económica (Divisão - CAE Rev. 3); Anual (1)
Período de referência dos dados
2012
Atividade económica (Divisão - CAE Rev. 3)
A g r i -c u l -t u r a , p r o -d u çã o a n i -m a l , c a ç a , flores-ta e pesca
Indústrias extrativas
Indústrias t ra n s fo r-madoras
E l e t r i c i -dade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio
C a p t a ç ã o , tratamento e distribuição de água; sa-n e a m e n t o , gestão de re-síduos e des-poluição
Construção Comér-cio por g r o s s o e a re-t a l h o ; repara-ção de veículos a u t o -móveis e moto-ciclos
Transportes e armazena-gem
A l o j a -mento, restau-ração e simila-res
Atividades de i n fo r m a çã o e de comuni-cação
Atividades im obi l iá -rias
Atividades de consulto-ria, científi-cas, técnicas e similares
At iv idades administra-tivas e dos serviços de apoio
Educação Ativida-des de s a ú d e humana e apoio social
Ativida-des ar-tísticas, de espe-táculos, desporti-vas e re-creativas
Outras ati-vidades de serviços
% % % % % % % % % % % % % % % % %
Portugal 13,30 3,74 7,75 17,03 11,76 7,73 9,82 5,66 12,73 16 8,99 10,58 26,61 14,36 10,21 14,43 10,81
Continente 12,51 3,62 7,74 17,10 12,08 7,67 9,81 5,70 12,74 16,03 9 10,57 26,62 14,29 10,16 14,44 10,77
Região Au-tónoma dos Açores
9,53 14,29 7,79 27,27 5,26 10,83 9,48 5,38 13,77 12,11 7,59 10,66 24,99 16,17 13,85 16 11,38
Região Au-tónoma da Madeira
67,16 0 8,45 6,25 3,57 6,81 10,74 4,96 11,88 17,45 9,25 11,04 27,79 15,83 9,30 12,57 12,28
Taxa de natalidade (%) das Empresas por Localização geográfica (NUTS - 2002) e Atividade económica (Divisão - CAE Rev. 3); Anual - INE, Demografia das Empresas
Tabela 12 - Principais indicadores demográficos das empresas em Portugal.
PRINCIPAIS INDICADORES DEMOGRÁFICOS DAS EMPRESAS EM PORTUGAL, 2004-2012 TOTAIS POR FORMA JURÍDICA, DIMENSÃO, SETOR DE ATIVIDADE ECONÓMICA E LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA
TOTAL COM PELO MENOS 1 PESSOA AO SERVIÇO REMUNERADA
E m p r e -sas
Nascimentos Mortes
E m p r e -sas
Total
Nascimentos
MortesTotal
Sobrevivência Sobrevivência
A 1 ano A 2 anos A 5 anos A 1 ano A 2 anos A 5 anos
N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º
TOTAL P o r t u -gal
1 086 452 134 670 194 466 “ 360 215 29 516 x
1 136 697 140 123 97 994 208 683 375 986 32 979 28 095 48 046
1 168 964 138 395 96 955 67 321 178 480 383 387 37 723 31 638 25 632 40 909
1 224 272 150 166 104 634 73 550 190 606 382 416 33 733 28 417 23 324 40 122
1 262 198 181 134 129 471 88 293 187 124 389 261 38 859 31 926 26 415 38 727
1 234 633 187 574 139 678 99 015 49 264 155 107 386 163 42 636 35 284 28 665 17 080 35 602
1 172 219 164 755 125 878 95 594 50 918 127 482 374 857 42 026 34 142 28 441 17 676 32 599
1 151 610 153 884 114 355 88 264 50 488 138 720 375 227 41 792 31 395 26 322 16 831 41 926
1 115 456 144 991 111 577 85 396 52 058 115 034 373 685 x x x x 34 337
Tabela 13- Taxa de sobrevivência (%) das Empresas nascidas 2 anos antes por Localização geográfica (NUTS - 2002) e Atividade económica (Divisão - CAE Rev. 3); Anual (1).
Localização geográf ica (NUTS - 2002)
Taxa de sobrevivência (%) das Empresas nascidas 2 anos antes por Localização geográfica (NUTS - 2002) e Atividade económica (Divisão - CAE Rev. 3); Anual (1)
Período de referência dos dados
2012
Atividade económica (Divisão - CAE Rev. 3)
Total Agricultura, p r o d u ç ã o a n i m a l , caça, flores-ta e pesca
I n d ú s -trias ex-trativas
I n d ú s -t r i a s transfor-madoras
E l e t r i c i -dade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio
Captação, tratamento e distri-buição de água; sa-neamento, gestão de resíduos e d e s p o l u i -ção
Construção C o m é r c i o por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motoci-clos
Transportes e armazenagem
Alojamen-to, restau-ração e si-milares
Atividades de informação e de comunica-ção
Atividades imobiliárias
Ativ ida-des de consulto-ria, cien-t í f i c a s , técnicas e simila-res
Atividades administra-tivas e dos serviços de apoio
Educa-ção
At i v i d a-des de s a ú d e h u m a n a e apoio social
At iv ida-des ar-t íst icas, de espe-táculos, desporti-vas e re-creativas
Outras a t i v i -dades de ser-viços
% % % % % % % % % % % % % % % % % % Portugal 48,47 57,33 66,67 65,85 74,71 77,78 52,91 56,14 65,74 54,05 54,53 65,08 51,55 33,21 44,10 62,59 46,78 52,91
Continente 48,55 57,08 66,13 66,18 74,12 78,22 53,93 56,15 65,11 53,95 54,56 65,20 51,77 33,14 44,04 62,61 46,78 53,01
Região Au-tónoma dos Açores
47,42 61,14 100 55,68 0 75 30,75 58,20 69,44 58,28 48,84 61,11 45,29 38,21 50,81 54,64 51,58 55,04
Região Au-tónoma da Madeira
45,84 57,14 0 55,56 100 66,67 51,77 53,22 78,57 55,36 59,46 61,40 46,19 31,47 38,27 69,39 42,45 45,54
Taxa de sobrevivência (%) das Empresas nascidas 2 anos antes por Localização geográfica (NUTS - 2002) e Atividade económica (Divisão - CAE Rev. 3); Anual - INE, Demo-grafia das Empresas
O programa EIP visa sobretudo monitorizar e medir a evolução do empreendedorismo nos países da OECD propondo para tal um conjunto de indicadores (OECD,
48EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
2010) na área da empresa, emprego e criação de riqueza. A título de exemplo apresentam-se aqui
alguns dados publicados no relatório Entrepreneurship at a Glance 2013, onde se verifica que, em
2010, 94% das empresas criadas em Portugal tem menos de 9 empregados.
Tabela 14 - Percentagem de novas empresas por dimensão em termos de nº de empregados.
1-9 10-19 20-49 50-249 250+Switzerland 69,18 17,07 8,95 4,08 0,72
Russian Federation 72,83 11,92 8,97 5,23 1,05
New Zealand 75,25 12,08 6,05 5,58 1,04
Brazil 79,93 10,72 5,88 2,85 0,62
Canada (2009) 80,72 10,22 6,22 2,59 0,26
Germany 82,27 9,85 4,86 2,55 0,47
Israel (2009) 84,07 8,34 4,95 2,24 0,40
Austria 87,43 6,95 3,68 1,60 0,33
Luxembourg 87,76 5,95 3,78 2,03 0,48
Estonia 88,88 5,49 3,53 1,85 0,25
Romania 89,00 5,56 3,40 1,71 0,33
Lithuania 89,02 5,59 3,38 1,77 0,25
Latvia 89,23 5,66 3,26 1,64 0,23
United Kingdom 89,36 5,74 3,00 1,55 0,35
Denmark 89,36 5,56 3,32 1,48 0,28
Bulgaria 90,93 4,65 2,80 1,40 0,22
Finland 92,07 4,17 2,41 1,08 0,27
Netherlands 93,56 3,15 2,01 1,08 0,20
Slovenia 93,60 3,34 1,80 1,06 0,20
Spain 93,79 3,56 1,85 0,68 0,12
Belgium 93,98 3,15 1,92 0,78 0,16
France 94,21 2,92 1,90 0,80 0,17
Mexico(2008) 94,42 - 4,20 0,65 0,12
Sweden 94,48 2,91 1,67 0,79 0,16
Italy 94,63 3,46 1,32 0,50 0,08
Hungary 94,69 3,03 1,41 0,73 0,14
Portugal 94,92 2,87 1,49 0,63 0,09
Poland 95,38 1,81 1,56 1,04 0,21
Slovak Republic 95,68 2,68 0,95 0,57 0,12
Czech Republic 95,73 2,18 1,27 0,68 0,14
Korea 96,44 3,01 0,30 0,18 0,06
Japan (2009) 78,86 15,52 2,78 0,18 2,44
United States 93,52 3,09 2,51 0,56 0,32
Australia 95,32 - 4,36 - 0,32
Turkey (2009) 98,45 - 0,89 0,54 0,12
Fonte: OECD (2013)
Ainda de acordo com o relatório da OECD (2013) pode-se na Tabela 15 ver que o investimento em
Portugal em Capital de risco foi de 20,4 milhões de dólares, dos quais 9,4% é capital de semente en-
49EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
quanto 62,5% foram aplicados na fase start-up (ver
Tabela 16).
Tabela 15 - Capital de risco investido em 2012 (milhões de dólares US) por país .
Estonia (2011) 1,8 Italy 91,7 Australia 331,3Slovenia (2011) 2,5 Finland 101,6 Korea 606,9Czech Republic 6,7 Denmark 101,7 Germany 706,2Russian Federation (2011) 9,3 South Africa (2011) 109,6 France 710,5Poland 11,7 Ireland 113,5 Israel 867,0Greece (2011) 13,7 Belgium 115,9 United Kingdom 929,1Luxembourg 14,2 Norway 143,4 Canada (2011) 1406,0Portugal 20,4 Spain 148,1 Japan (2011) 1553,6New Zealand (2011) 28,9 Switzerland 209,5 United States
Austria 43,5 Netherlands 226,5Hungary 82,6 Sweden 285,6
Tabela 16 - Capital de risco investido em 2012: percentagem por fase do processo de empreendedorismo.
SeedStart-up/other early stage
Later stage venture
Austria 54,2 27,7 18,1Belgium 3,2 79,0 17,7Canada 10,9 28,4 60,7Czech Republic 0,0 50,0 50,0Denmark 16,9 49,3 33,8Finland 10,4 68,0 21,6France 7,6 43,5 48,9Germany 18,7 44,7 36,6Greece 20,0 60,0 20,0Hungary 10,3 65,5 24,1Ireland 4,4 85,3 10,3Israel 11,1 76,2 12,6Italy 14,9 63,8 21,3Luxembourg 40,0 60,0 0,0Netherlands 9,1 67,5 23,4Norway 4,2 70,6 25,2Poland 14,8 44,4 40,7Portugal 9,4 62,5 28,1Spain 6,8 58,1 35,0Sweden 4,5 74,2 21,3Switzerland 21,7 59,8 18,5United Kingdom 12,3 50,3 37,4United States 49,3 11,3 39,5
50 EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
Na Figura 20 e Tabela 17, pode-se verificar que Portugal,
em 2012, apenas investiu 1% do PIB em capital de risco
ficando apenas acima de seis países no ranking.
Figura 20 - Capital de risco medido em percentagem do
PIB.
Tabela 17 - Capital de risco medido em percentagem do PIB.
Seed/start-up/early stage Later stage TOTAL Total
Israel 0,301 0,059 0,360 United States 0,055 0,116 0,171 estimated value of GDP
Canada (2011) 0,025 0,055 0,080 estimated value of GDP
Hungary 0,057 0,009 0,066 Sweden 0,025 0,029 0,054 Ireland 0,039 0,015 0,054 Korea 0,054 0,054 Finland 0,034 0,007 0,041 United Kingdom 0,025 0,013 0,038 Switzerland 0,017 0,016 0,033 estimated value of GDP
Denmark 0,021 0,012 0,032 Netherlands 0,014 0,015 0,029 Norway 0,016 0,012 0,029 South Africa (2011) 0,0273 0,027 France 0,013 0,014 0,027 Japan (2011) 0,017 0,009 0,026 Luxembourg 0,007 0,018 0,025 Belgium 0,016 0,008 0,024 Australia 0,009 0,012 0,021 estimated value of GDP
Germany 0,013 0,007 0,021 New Zealand (2011) 0,018 0,018 estimated value of GDP
Russian Federation (2011) 0,014 0,014 Spain 0,007 0,004 0,011 Austria 0,009 0,001 0,011 Portugal 0,009 0,000 0,010 Estonia (2011) 0,008 0,008 Slovenia (2011) 0,005 0,005 Greece (2011) 0,005 0,000 0,005 Italy 0,004 0,001 0,005
51EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
Seed/start-up/early stage Later stage TOTAL Total
Czech Republic 0,000 0,003 0,003 Poland 0,001 0,001 0,002
De acordo com o European Patent Office, em 2013 Portugal registou 199 patentes das quais 93 tiveram aplicações nas
áreas tecnológicas conforme se pode ver na Tabela 18, na Tabela 19 e na Tabela 20.
Tabela 18- Aplicações das Patentes Europeias em 2013 por área de tecnologia
Field of technology(1) Portugal
Electrical engineering Electrical machinery, apparatus, energy 2
Audio-visual technology 0
Telecommunications 1
Digital communication 4
Basic communication processes 0
Computer technology 4
IT methods for management 0
Semiconductors 1
Instruments Optics 1
Measurement 3
Analysis of biological materials 1
Control 4
Medical technology 8
Chemistry Organic fine chemistry 2
Biotechnology 3
Pharmaceuticals 4
Macromolecular chemistry, polymers 0
Food chemistry 4
Basic materials chemistry 5
Materials, metallurgy 2
Surface technology, coating 2
Micro-structural and nano-technology 0
Chemical engineering 6
Environmental technology 0
Mechanical engineering Handling 4
Machine tools 3
Engines, pumps, turbines 1
Textile and paper machines 1
Other special machines 3
Thermal processes and apparatus 1
Mechanical elements 0
Transport 6
Other fields Furniture, games 3
Other consumer goods 0
Civil engineering 14
52 EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
Fonte: EPO - European Patent Office (www.epo.org)
Tabela 19 - Evolução do número de patentes registadas entre 2012 e 2013 (www.epo.org)
Country of residence of the applicant 2013 Share 2012 % of ChangeAL Albania 1 0% 3 -66,7%
AT Austria 2.379 1% 2374 0,2%
BE Belgium 2.243 1% 2421 -7,4%
BG Bulgaria 56 0% 37 51,4%
CH Switzerland 7.966 3% 8129 -2,0%
CY Cyprus 58 0% 79 -26,6%
CZ Czech Republic 291 0% 230 26,5%
DE Germany 32.022 12% 33850 -5,4%
DK Denmark 2.397 1% 2217 8,1%
EE Estonia 42 0% 51 -17,6%
ES Spain 2.476 1% 2501 -1,0%
FI Finland 2.818 1% 2801 0,6%
FR France 12.417 5% 12285 1,1%
GB United Kingdom 6.469 2% 6666 -3,0%
GR Greece 135 0% 136 -0,7%
HR Croatia 38 0% 33 15,2%
HU Hungary 196 0% 188 4,3%
IE Ireland 725 0% 663 9,4%
IS Iceland 62 0% 60 3,3%
IT Italy 4.662 2% 4793 -2,7%
LI Liechtenstein 349 0% 252 38,5%
LT Lithuania 74 0% 47 57,4%
LU Luxembourg 528 0% 449 17,6%
LV Latvia 92 0% 55 67,3%
MC Monaco 21 0% 20 5,0%
MK FYRO Macedonia 4 0% 2 100,0%
MT Malta 88 0% 30 193,3%
NL Netherlands 7.606 3% 6489 17,2%
NO Norway 806 0% 800 0,8%
PL Poland 510 0% 527 -3,2%
PT Portugal 199 0% 148 34,5%
RO Romania 30 0% 52 -42,3%
RS Serbia 24 0% 24 0,0%
SE Sweden 5.004 2% 4654 7,5%
SI Slovenia 161 0% 163 -1,2%
SK Slovakia 37 0% 51 -27,5%
SM San Marino 10 0% 13 -23,1%
TR Turkey 909 0% 689 31,9%
Sub-total EPO 93.905 35% 93982 -0,1%Other country of ori-gin 171.785 65% 164491 4,4%Total 265.690 100% 258473 2,8%
53EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
Tabela 20 - Pedidos de invenções em Portugal (Fonte: INPI, 2013)
Outro dado importante consiste nas 19.677 marcas registadas em 2013, conforme se pode obser-
var na Tabela 21. Este dado é um indicador do desenvolvimento das competências de marketing,
do grau de orientação para o mercado e da cadeia de valor dos produtos que estão presentes nos
canais de distribuição, chegando até ao consumidor final com uma marca própria.
54 EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
Tabela 21 - Pedidos de registos de Marcas em Portugal (Fonte: INPI, 2013).
No mais recente relatório do World Competitiveness Index de 2014-15 (Schwab, 2014) e publicado
pelo World Economic Forum, foram apresentados alguns resultados que podem interessar analisar:
- Portugal ocupa a 35ª posição na perceção de que existe uma boa proteção da propriedade indus-
trial (ver Figura 21);
- Portugal ocupa a 22ª posição na perceção de que as empresas adotam ou incorporam as novas
tecnologias nos seus produtos (ver Figura 22);
- Relativamente à perceção do peso do investimento direto estrangeiro e transferência da tecnologia
Portugal ocupa a 14ª posição (ver Figura 23);
- Em termos de perceção da qualidade das instituições de investigação científica, Portugal está po-
sicionado na 18ª posição (ver Figura 24);
- No indicador da capacidade de inovação, Portugal está na posição 37ª (ver Figura 25).
55EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
Figura 21 - Grau de proteção da propriedade industrial (Schwab, 2014, p.417).
56 EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
Figura 22 - Perceção do grau de adoção de novas tecnologias por parte das empresas (Schwab, 2014).
57EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
Figura 23 - Perceção sobre o investimento estrangeiro e transferência de tecnologia (Schwab, 2014).
Figura 24 - Perceção sobre a qualidade das instituições científicas e de investigação (Schwab, 2014)
58 EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
Figura 25 - Perceção sobre a capacidade de inovação (Schwab, 2014).
59EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
Neste capítulo selecionamos algumas entidades modelo/ casos de sucesso que podem constituir exemplos de boas práticas de implementação de estratégias de empreende-
dorismo eficazes. Por outro lado, procura-se entender de
que modo essas boas práticas podem ser formais e podem
ser divulgadas de modo a serem geradoras de novas ideias
e oportunidades nas empresas e junto dos empreendedo-
res.
Com base numa análise de conteúdo da informação publi-
cada nos websites das empresas mãe e respetivas spin-
-offs foi possível selecionar e analisar alguns estudos de
caso de empresas que tem particular vocação para gerar
spin-offs empresariais:
BLUEPHARMA
Exemplos de entidades modelo de implementação de estratégias de empreendedorismo eficazes5
BRISA
CRITICAL SOFTWARE
DST
NDRIVE
Analisaram-se também os casos da COTEC Portugal, e
da EDP Inovação / EDP Ventures que têm desenvolvido
um trabalho na promoção da inovação nas empresas e no
apoio à criação de start-ups e spin-offs empresariais.
Para complementar as boas práticas nacionais apresen-
ta-se aqui também um exemplo de benchmarking inter-nacional:
NASA (http://spinoff.nasa.gov/)
60 EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
A Agência Espacial Norte-Americana (NASA) constitui um
exemplo de referência internacional uma vez que desde
1958 gerou cerca de 1800 novas tecnologias. Só em 2013
a NASA foi responsável pelo aparecimento de 41 novas
spin-offs (ver Figura 26) em vários setores como a Saúde
e Medicina, Energia e Ambiente, a Tecnologia de Informa-
ção, a Segurança e a Produtividade Industrial.
Figura 26 - Spin-offs geradas na NASA em 2013.
61EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
BLUEPHARMA A Bluepharma (www.bluepharma.pt) iniciou a sua ativi-
dade em Fevereiro de 2001, na sequência da aquisição
de uma unidade industrial pertencente à multinacional
Bayer. Em 2013 a empresa empregava 298 trabalhadores.
A empresa participa frequentemente em projetos de I&D
com Universidades portuguesas, tendo nos últimos anos
promovido o lançamento de spin-offs que resultam direta-
mente dessa sinergia.
Em 2012, a Bluepharma obteve um volume de negócios
superior a 29 milhões de euros, 82% dos quais oriundos
de exportação e na sua larga maioria resultantes do seu
próprio laboratório de investigação. De acordo com a in-
formação publicada no seu website, o desenvolvimento de
negócio da Bluepharma visa simultaneamente a integra-
ção do licenciamento que resulta do seu desenvolvimen-
to e o fornecimento do produto acabado. A Bluepharma
colabora com as principais empresas farmacêuticas ao
mesmo tempo que distribui os seus medicamentos por
todo o mundo, nomeadamente Europa, EUA, África, Médio
Oriente e Ásia.
A localização da Bluepharma na cidade de Coimbra – re-
conhecida pela sua Universidade e pelo seu centro de in-
vestigação de excelência na área das Ciências da Vida –
constitui uma das vantagens estratégicas para a atividade
da empresa.
. Também em 2003, pela primeira vez em Portugal, uma
empresa farmacêutica alcança conjuntamente as certi-
ficações em qualidade (ISO 9001/2000), ambiente (ISO
14001/1999), segurança e saúde ocupacional (OHSAS
18000);
. Em 2004, conquista o Prémio Europeu de Inovação Re-
gional como o Projeto do ano;
. Em 2005 integra a rede PME’s Inovadoras pela COTEC
Portugal;
. Em 2008, no inquérito ao Potencial Científico Nacional,
a Bluepharma surge em 15º lugar na taxa de esforço des-
pendido pelas 100 empresas portuguesas com mais des-
pesa em atividade de I&D em Portugal;
. Em 2008, a Bluepharma implementa um modelo de negó-
cios inovador na Bluepharma Genéricos;
. Em 2009 obtém a certificação da FDA para o desenvol-
vimento e produção de formas sólidas, tornando-se a pri-
meira farmacêutica portuguesa a poder exportá-las para o
mercado norte-americano;
. Uma equipa multidisciplinar da Universidade Nova de
Lisboa foi a vencedora do Prémio Inovação Bluepharma/
Universidade de Coimbra 2013, com o projeto científico
“Anticorpos tri-funcionais e tecnologias baseadas em cé-
lulas dendríticas: uma abordagem combinada à imunotera-
pia para o cancro”.
. A Bluepharma foi eleita a melhor empresa nacional
exportadora no âmbito dos European Business Awards
2014/2015 na categoria «Importação/Exportação». Nesta
primeira fase da competição participaram, em todas as ca-
tegorias, mais de 24 mil empresas de 33 países europeus.
A empresa foi, deste modo, selecionada para represen-
tar Portugal nesta importante competição europeia, que
reconhece o dinamismo das melhores empresas a atuar
no mercado. Esta nomeação é também o reconhecimento
europeu da forte aposta e presença no mercado interna-
cional.
Com mais de 60 medicamentos no mercado, a Bluephar-
ma tem um laboratório próprio de Investigação e Desen-
volvimento e é a primeira empresa do setor da indústria
farmacêutica em Portugal com certificação integrada. As
exportações, para mais de 30 países, representam já mais
de 80 por cento do volume de negócios da empresa.
A Bluepharma copatrocina os prémios do Concurso de
Ideias, Planos de Negócio e Provas de Conceito Arrisca
62 EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
C 2013, seguindo a sua missão de investimento em I&D e
que determinou o envolvimento por duas vias neste pro-
jeto: através do apoio da própria Bluepharma, bem como
através da a2b, empresa detida por três administradores
da Bluepharma, dedicada a apoiar projetos de base tecno-
lógica em fases seed e start-up.
A empresa está recetiva a desenvolver:
- Licensing-in: licenciamento de dossier para enriqueci-
mento do portfólio da Bluepharma.
- Transferência de tecnologia, visando uma permanente
modernização.
- Acordos de Distribuição visando a expansão das opera-
ções.
Por outro lado permite oferecer aos seus parceiros:
- Licensing-out de dossiers já desenvolvidos (formato
Common Technical Document- CTD especifico da indus-
tria farmacêutica).
- Fabrico por Contrato num ambiente Gerenciador de Multi
Projetos- GMP.
Desenvolvimento de Produto por contrato ou parceria.
Serviços de I&D, incluindo desenvolvimento galénico e
analítico, transposição de escala, fabrico de lotes-piloto e
estudos de estabilidade.
A equipa do Desenvolvimento de Negócio da Bluephar-
ma encontra-se permanentemente disponível para o guiar
pelos nossos serviços e produtos (pipeline atual e desen-
volvimentos em curso), bem como outras oportunidades
de negócio, oferecendo sempre uma abordagem integrada,
ciente dos custos e orientada para os resultados.
Spin-offs da Bluepharma (em parceria com a Universida-de de Coimbra):
Luzitin (www.luzitin.pt)
A empresa resulta de um acordo de licenciamento de tec-
nologia e de financiamento entre a Universidade de Coim-
bra (UC), a empresa farmacêutica Bluepharma e a Inov-
Capital. Dedica-se a desenvolver soluções de fototerapia
dinâmica e fotodiagnóstico.
Technophage
A Bluepharma participa ainda no capital da TechnoPha-
ge trata-se de uma empresa de biotecnologia instalada no
Instituto de Medicina Molecular, em Lisboa. A TechnoAn-
tibodies esta a desenvolver anticorpos de pequenos do-
mínios contra alvos específicos em várias doenças huma-
nas. O TA_101 é um anticorpo de pequeno domínio contra
TNF-α atualmente em desenvolvimento terapêutico para
doenças inflamatórias e autoimunes tais como a artrite
reumatóide. A TechnoZeb explora a investigação de medi-
camentos a partir do peixe zebra.
Treat U (www.treatu.pt)
TREAT U é uma spin-off da Universidade de Coimbra fun-
dada em 2010. Os parceiros fundadores são: Bluepharma
- Pharmaceutical Industry S.A.; Portugal Capital Ventures
- Venture Capital Society, S.A.; European Funds for Re-
gional Development (FEDER). Esta empresa dedica-se à
investigação especializada.
63EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
BRISA
A Brisa (www.brisa.pt) cria todas as condições para o
aparecimento de novas empresas portuguesas com pro-
dutos inovadores e em novos sectores de mercado. A
criação destas empresas gerou mais de meia centena de
postos de trabalho qualificados em diversas áreas como
desenvolvimento de software, gestão de projetos, tecno-
logias, entre outras.
Apesar de contarem com a Brisa como forte parceiro, es-
tas empresas já desenvolveram a sua própria carteira de
clientes, estando, cada vez mais consolidadas nas suas
respetivas áreas de trabalho.
Tabela 22 - Spin-offs geradas na Brisa.
Spin-off Atividade
Living Data, Sistemas de informação e apoio à decisão
Brisa Park
Makewise Engenha-ria de Sistemas de Informação, Lda
Sistema informático de reconhecimento de matrículas
LTU Projeto Engenharia
G3P Equipamentos porta-gens
Armis Telemática
Daily Work Produção de protóti-pos
Brisa Inovação = Bri-sa Access Eletrónica Rodoviária (BAER) + DIT
Manutenção dos sis-temas eletrónicos e telemática
Em 2009 foi criada a Brisa Inovação, empresa certifica-
da com o sistema de gestão IDI (ver Figura 27) segundo
a norma NP 4457:2007. Esta empresa assegura as com-
petências e atividades relacionadas com a investigação,
conceção, desenvolvimento, produção, instalação, suporte
e manutenção de todos os equipamentos, sistemas e ser-
viços inteligentes de transporte que suportam a operação
e exploração de autoestradas.
64 EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
Figura 27 - Modelo de Inovação implementado na Brisa.
65EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
CRITICAL SOFTWARE
Fundada em 1998, A CRITICAL Software (www.criticalsof-
tware.com) é especializada no desenvolvimento de solu-
ções de software e serviços de engenharia de informação,
para o suporte de sistemas críticos orientados à seguran-
ça, missão e ao negócio de empresas.
A empresa lançou cinco spin-offs seguindo uma estratégia
de focalização:
CRITICAL Links, com o lançamento mundial do premiado
edgeBOX,
CRITICAL Materials,
CRITICAL Health,
CRITICAL Manufacturing e
iTGROW (em coordenação com o Banco BPI).
É uma das poucas empresas no mundo a alcançar a certi-
ficação CMMI-SE/SW Nível 5.
66 EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
DST
Em 2008 a Domingos da Silva e Teixeira, S.A. (DST) (www.
dstsgps.com) realizou uma operação que visou a autono-
mização de seis áreas: Tagregados (pedreira), Tgeotecnia
(geotecnia), Tbetão (betão pronto), Tmodular (madeiras),
Tstone (rochas ornamentais) e Bysteel (metalomecânica)
que eram detidas pela DST e empregavam 200 trabalha-
dores, dos quais cerca de 50 eram quadros superiores.
Com as novas seis áreas de negócio autónomas, a DST
pretendia diversificar produtos e serviços, através do in-
vestimento em inovação e em investigação e desenvolvi-
mento, procurando, para isso, parcerias com universida-
des.
2bpartner
A 2bpartner é uma sociedade de capital de risco especia-
lizada em Venture Capital criada em 2007 pela AIMinho,
juntamente com vários investidores privados e empresas.
No final de 2011, o fundo Minho Inovação e Internacionali-
zação foi criado e em 2012 o grupo DST adquiriu a maioria
do capital da 2bpartner. A 2bpartner procura empreende-
dores e equipas de gestão ambiciosas, com projetos, em-
presas e ideias inovadoras e de grande potencial de ex-
pansão internacional.
Atualmente estão ativas as seguintes empresas apoiadas
pela 2bpartner:
. Sphere Ultrafast Photonics
. ARPublisher
. Addvolt
. Fórmula da Avó
. Chromoperformance
. Doctor Gummy
. Mobiqueue
67EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
NDRIVE
(extrato publicado na revista Portugal Global - AICEP)
A NDrive (www.ndrive.com) é um caso de sucesso nacio-
nal que em muito pouco tempo invadiu o mundo, revolu-
cionando a “navegação” com sistemas e software inova-
dores e ocupando um lugar cimeiro no ranking mundial do
sector. Exporta 95 por cento do que fabrica e, nas palavras
dos seus responsáveis, o segredo do seu sucesso é “ino-
var e arrojar de forma contínua”.
Nascida do spin-off da InfoPortugal (empresa no seio da
qual nasceu como marca), a NDrive transformou-se de
uma empresa de PNDS (hardware) numa organização
dedicada a 100 por cento ao desenvolvimento de softwa-
re para plataformas móveis. Fabricou sistemas de GPS,
criou o primeiro telemóvel português, reinventou um dos
mercados mais sofisticados do planeta. Hoje desenvolve o
software NDrive Navigation Systems e ocupam lugar ci-
meiro no ranking mundial do software de navegação.
De acordo com fonte da empresa sedeada no Porto, a
NDrive conta uma equipa de 80 colaboradores, exporta 95
por cento do que fabrica e tem presença comercial em to-
dos os continentes. Esta mesma capacidade de adaptação
levou a NDrive a reinventar o modelo de internacionaliza-
ção em que assenta o seu negócio, privilegiando a lógica
local.
68 EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
COTEC PORTUGAL
A COTEC Portugal (www.cotecportugal.pt) - Associação
Empresarial para a Inovação foi constituída em Abril de
2003 e recebeu a adesão de um conjunto de empresas
cujo valor acrescentado bruto global representava, em
2002, cerca de 18% do PIB nacional. Desde o início da sua
atividade que o cargo de Presidente da Assembleia-Geral
tem sido exercido pelo Presidente da República. A COTEC
conta hoje com 330 Associados.
Em 2012, a COTEC apoiou 14 projetos de base tecnológica
com potencial para gerarem negócios dirigidos a merca-
dos globais:
· Adped: plataforma in-vitro para o screening de drogas
orais, que permite mimetizar de forma fidedigna o que
ocorre no intestino no que diz respeito à absorção de me-
dicamentos.
· Biocoloration: processo de tingimento têxtil amigo do
ambiente. Sem recurso a químicos auxiliares, usa apenas
extratos naturais, possibilita o tingimento a baixa tempe-
ratura e simplifica todo o processo em apenas uma etapa.
· Blendera: revestimento orgânico comestível, destinado a
permitir o armazenamento prolongado de peras e maçãs,
que possui atividade fungicida e anti-escaldamento, sem
deixar resíduos tóxicos nem obrigar a intervalos de segu-
rança antes do consumo.
· Cryogard: tecnologia de congelamento que aumenta em
100 vezes a homogeneidade da congelação, possibilitando
o armazenamento de longa duração na indústria de biofar-
macêuticos.
· Delta One Therapeutics: terapia celular que visa elimi-
nar as células cancerígenas resistentes a quimioterapia,
a partir da reinserção de células imunitárias do próprio
paciente.
· Green Quality Materials: produção de pellets – partícu-
las de madeira moída desidratadas e prensadas, utilizadas
como combustível – de forma mais simples, rápida, amiga
do ambiente e low cost.
· Helico-Vaccine: tecnologia plataforma que permite pre-
venir, diagnosticar e tratar doenças do estômago relacio-
nadas com a infeção pela bactéria Helicobacter pylori, e
que possui a particularidade de ser eficaz contra todas as
estirpes desta bactéria.
· MAGIT: tecnologia de diagnóstico para deteção de infe-
ções resistentes a antibióticos, que se caracteriza pela ra-
pidez de diagnóstico.
· Marine Robotics: desenvolvimento de uma nova família
de produtos que serão acoplados aos towfishes – senso-
res marinhos rebocados, utilizados para recolha de ima-
gens e dados – e que permitirão resolver as suas atuais
limitações.
· Nanocarbon: produção sustentável, a partir da biomassa,
de nanomateriais de carbono não tóxicos e biocompatí-
veis, com aplicação em tecnologias terapêuticas humanas.
· NanoSutures: nova categoria de suturas, com elevada
suavidade e fácil manuseamento.
· PlantCellTech: produção de proteínas recombinantes a
baixo custo, a partir de culturas de células vegetais.
· Sarkkis: dispositivo dentário programável que permite a
expansão da mandíbula de forma indolor, utilizado como
tratamento para um problema de oclusão comum em
crianças e adolescentes.
· SolarSel: incorporação de células fotovoltaicas de ter-
ceira geração – dye-sensitized solar cells – nos vidros e/
ou nas fachadas dos edifícios. Permite um maior tempo de
vida das células e a criação de efeitos estéticos no vidro.
69EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
EDP
(Informação extraída do website: http://www.edp.pt/pt/
sustentabilidade/ied/Pages/IDInovacao.aspx)
A EDP Inovação promove inovação criadora de valor no
Grupo EDP. É a empresa do Grupo que acompanha e pro-
move as evoluções, pilotos e adoções das novas tecno-
logias com diferentes parceiros internos e externos em
diferentes áreas e geografias que permitem ao Grupo EDP
acelerar a massificação de tecnologias e práticas de ges-
tão da procura quer ativas quer passivas.
A EDP Ventures foi criada como instrumento para reforçar
a estratégia de inovação aberta que o Grupo prossegue. A
EDP Ventures é uma sociedade gestora de participações
sociais criada em Julho de 2008, que atua como holding
para os investimentos da EDP Inovação na área de capital
de risco. Foi estipulado como objetivo inicial a realização
de 40 milhões de euros de compromissos de investimento
em 4 anos. A gestão da EDP Ventures é efetuada pela EDP
Inovação, com recurso a uma equipa composta por profis-
sionais com skills financeiros e tecnológicos e em estrei-
ta articulação com as diferentes Unidades de Negócio do
Grupo EDP, para que os investimentos realizados estejam
alinhados com a estratégia do Grupo.
Esta é também uma iniciativa inovadora em Portugal, uma
vez que se trata do primeiro Fundo de Capital de Risco
Corporativo no país.
De acordo com a informação publicada no Relatório de
Contas da EDP de 2013, até ao final de 2013, a EDP Ventu-
res já investiu mais de 16 milhões de euros em empresas
e fundos inovadores na área de cleantech, nomeadamente
na Arquiled e na Principle Power, tendo também assumido
um compromisso adicional de investimento de cerca de 4
milhões de euros para o ano de 2014.
Paralelamente, a EDP prosseguiu o desenvolvimento de
um conjunto de atividades, com um impacte significativo
quer interno, quer na relação com os diferentes parceiros.
Algumas das principais iniciativas desenvolvidas em 2013:
EDP Starter - Com o objetivo de aproximar a EDP de em-
preendedores e investigadores, a EDP criou a EDP Star-
ter. Um conceito inovador de apoio ao empreendedorismo
em todas as fases da cadeia de valor, desde a ideia até
ao investimento. A EDP Starter é uma estrutura incuba-
dora de aceleração de grandes ideias inovadoras de pe-
quenas empresas. Em 2013, a EDP Starter apoiou o de-
senvolvimento de 12 novas startups, na área de energia,
que geraram novos postos de trabalho, contribuíram para
o crescimento do tecido empresarial português e para a
projeção de tecnologia nacional nos mercados internacio-
nais. (www.edpstarter.com);
Observatório tecnológico - Visa acompanhar e divulgar o
desenvolvimento tecnológico no sector energético, com
foco em “energias limpas”. Para o efeito, foi desenvolvido
o website InovNotes.
Prémio EDP Inovação – Concurso anual, em Portugal e
Brasil, que incentiva o desenvolvimento de projetos em-
presariais inovadores na área das tecnologias energéticas
limpas ou outros domínios sustentáveis (e.g., cidades in-
teligentes). A equipa do projeto vencedor recebe um pré-
mio monetário (100 mil reais no Brasil e 50 mil euros em
Portugal) para criação da empresa e implementação do
projeto (www.edpbr.com.br/premio e www.premioedpi-
novacao.edp.pt).
70 EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
Novas formas de atuação e estratégias de impulsionamento ao empreendedorismo e à inovação
levadas a cabo por entidades públicas e privadas
Com base no estudo de Bekkers et al. (2006), Gilsing, van Burg & Romme (2010) analisaram a
importância de estabelecer princípios para as políticas de promoção da criação de spin-offs empre-
sariais, bem como a facilitação do seu sucesso.
Novas formas de atuação e estratégias de impul-sionamento ao empreen-dedorismo e à inovação levadas a cabo por enti-dades públicas e privadas6
71EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
Figura 28 - Níveis institucionais que afetam a fundação e taxas de sucesso das
spin-offs
Conforme se pode ver na Figura 28 existem quatro níveis
de análise:
1 - Políticas nacionais
2 - Políticas setoriais
3 - Políticas empresariais
4 - Políticas regionais
6.1- POLÍTICAS NACIONAIS
Ao nível das políticas governamentais nacionais podem-se
apontar as seguintes áreas de intervenção que preconiza-
das nas condições estruturais do modelo GEM:
1- Apoio Financeiro
2a. Políticas Governamentais- empreendedorismo como
tema económico relevante contribuindo para a melhoria da
imagem do empreendedor e para a mitigação do estigma
da sociedade sobre o empreendedor que “falha”.
2b. Políticas Governamentais - taxas e legislação neutra
ou favorável
4-Programas Governamentais
4a. Educação e Formação- empreendedorismo no ensino
básico
4b. Educação e Formação- empreendedorismo no ensino
superior
6.1.1 – POLÍTICAS DE APOIO AO FINANCIA-MENTO
A escassez de financiamento é grave para as spin-offs
(Rothaermel et al., 2007), dado o curto ciclo de vida da
tecnologia e a necessidade de investimento elevado (Fon-
tes, 2001), com a agravante do processo ser lento e buro-
crático.
Para muitas empresas de base tecnológica é difícil con-
seguir apoio financeiro, através de empresas de capital de
risco ou de outros parceiros financeiros. O montante de
financiamento fornecido por programas governamentais
pode ser muito inferior às necessidades da empresa ou
incidir apenas numa fase muito preliminar da sua ativida-
de (Fontes, 2007 citado por Pimenta, 2011).
No entanto, o financiamento público é importante dado
que permite aos empreendedores transformar uma in-
venção num produto ou serviço comercializável. Também
pode funcionar como catalisador do investimento privado,
dado que o governo está a compensar parcialmente o alto
risco do desenvolvimento (Shane, 2004).
6.1.2.-PROGRAMA ESTRATÉGICO PARA O EMPREENDEDORISMO E A INOVAÇÃO +E+I
Tendo como referenciais a estratégia Europa2020 e da
sua iniciativa Innovation Union O Governo Português
criou o Programa Estratégico para o Empreendedorismo e
a Inovação +e+i (http://www.ei.gov.pt/index/) ao reconhe-
cer algumas dificuldades estruturais:
72 EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
a insuficiente capacidade de rentabilização económica da
Investigação e Desenvolvimento (I&D);
o reduzido impacto do capital de risco, circunstância que
limita as soluções de financiamento de novos projetos e
conduz a um peso pouco significativo da ciência e da tec-
nologia na globalidade da economia.
O Programa Estratégico +e+i ambiciona concretizar quatro
objetivos principais:
Uma sociedade mais empreendedora - o fomento da mu-
dança cultural, intergeracional, a favor do espírito de ini-
ciativa e do empreendedorismo deverá ser promovida e
cultivada desde cedo, e ser um dos motores de inovação.
Esta cultura empreendedora, criativa e inovadora deve es-
tar enraizada no sistema de ensino e ser promovida ao
longo da vida das pessoas, incentivando a autorrealização
e o desenvolvimento de competências;
Alargar a base de empresas inovadoras e com uma forte componente exportadora - a sustentabilidade da econo-
mia portuguesa deverá passar por um forte relacionamen-
to entre as empresas e o sistema científico e tecnológico,
voltado para a produção de bens e serviços com uma forte
componente exportadora. Será fundamental promover a
difusão da inovação nas empresas e criar as condições
para que mais empresas sejam capazes de inovar;
Um país em rede e inserido nas redes internacionais de empreendedorismo, conhecimento e inovação - o em-
preendedorismo é fundamental para o reforço do tecido
económico empresarial nacional e para o fomento da ino-
vação com forte valor económico, devendo ser criadas
as condições para a sua promoção, quer ao nível de um
ambiente favorável quer ao nível de soluções de financia-
mento adequadas. É essencial aumentar a exposição das
comunidades de empreendedorismo e inovação a nível
global e encorajar a partilha de experiências e competên-
cias;
Melhor investimento, melhores resultados - para que Por-
tugal se afirme a nível internacional de forma competitiva
é necessário que se concentrem esforços nas empresas
com maior potencial inovador, para que possam ser de-
senvolvidas capacidades e competências competitivas
e diferenciadoras e, consequentemente, para que sejam
criadas vantagens competitivas ao nível das ofertas de
mercado. Melhor investimento é também necessário em
áreas adjacentes à inovação e que são fundamentais para
que os produtos e serviços tenham sucesso nos mercados
(marketing, qualidade, gestão, internacionalização, etc.).
6.1.3- PORTUGAL VENTURES - PROGRAMA IGNIÇÃO
A Portugal Ventures (http://www.portugalventures.pt/) é
composta pelos seguintes acionistas:
- IAPMEI - Agência para a Competitividade e Inovação
- AICEP Portugal Global - Agência para o Investimento e
Comércio Externo de Portugal
- Turismo de Portugal
- DGTF - Direção-Geral do Tesouro e Finanças
- Banco BPI
- Millennium BCP
- Banco Espírito Santo
- Banco Santander Totta
- Petróleos de Portugal
- Companhia de Seguros Açoreana
- Citibank International, sucursal em Portugal
- Banco Efisa
- Montepio Geral
- Banco BIC
O Programa Ignição da Portugal Ventures apoia o investi-
mento em empresas nas fases:
Prova de conceito
73EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
Desenvolvimento inicial e crescimento de start-ups
Expansão e internacionalização
O programa faz uso dos modelos de financiamento mais
adequados a cada fase de desenvolvimento das empre-
sas e promove o acesso a novos investidores, como ou-
tras Sociedades de Capital de Risco ou Business Angels.
6.1.4- EDUCAÇÃO PARA O EMPREENDE-DORISMO
De acordo como o relatório da OCDE (2013), Portugal ocu-
pa a terceira posição no ranking dos países com maior
percentagem de inquiridos que concordam que a escola
ajudou a compreender o papel do empreendedorismo na
sociedade (ver Figura 29). Isto pode ser um indicador da
eficácia de alguns programas levados a cabo pelo Ministé-
rio da Ciência e Educação, nomeadamente:
O Projeto Nacional de Educação para o Empreendedo-
rismo – PNEE – desenvolvido pela DGIDC, entre 2006 e
2009;
INOVA 2013/14- Concurso de ideias.
Figura 29 - Resposta à questão: “A escola ajudou a compreender o papel do
empreendedor?”
No entanto como se pode verificar na Figura 30, em Por-
tugal a imagem do empreendedor ainda é pouco positiva
comparativamente aos países do estudo da OCDE (2013).
74 EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
Figura 30- Posicionamento de Portugal em termos de perceção sobre a imagem dos empreende-
dores e o papel da escola.
6.2- POLITICAS SETORIAIS
De acordo com Breschi & Malerba (1997) e Shane (2001) citados por
Gilsing, van Burg & Romme (2010), os setores mais férteis em termos
de oportunidades e diversidade tecnológica terão mais tendência para
produzir spin-offs, porque as empresas mãe, devido à escassez de
recursos e capacidades, apenas irão alocar esforços no desenvolvi-
mento de um número limitado de projetos abrindo a porta a novas
empresas para a exploração das restantes oportunidades. De acordo
com o relatório GEM 2012, em 2011, cerca de 30% atividade empreen-
dedora recente ou nova tinha inovação incorporada (ver Figura 31).
Figura 31 - Grau de incorporação de inovação tecnológica nos novos produtos
Fonte: SPI Ventures & ISCTE-IUL (2012).
75EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
Estas condições ocorrem em setores pouco maduros como
software, microeletrónica, biotecnologia e multimédia.
Também o regime da propriedade industrial/intelectual
pode afetar significativamente a criação de spin-offs, pois
um regime de proteção forte como no caso da biotecno-
logia permite que a empresa mãe (incubadora) patenteie
a tecnologia e permitindo à nova empresa a produção e
comercialização sob licença (Dushnitsky & Lenox, 2005).
Pelo contrário se a proteção contra imitações for difícil
então existem outras opções estratégicas (parcerias com
os grandes players) que podem passar simplesmente pela
não difusão da inovação.
6.3- POLÍTICAS EMPRESARIAIS
6.3.1- INTRA-EMPREENDEDORISMO: ROM-PER COM O STATUS QUO DA EMPRESA MÃE
Gilsing, van Burg & Romme (2010) chamam ainda a aten-
ção que existem nas empresas uma pressão económica,
social e cognitiva para a conformidade com os procedi-
mentos e tecnologias estabelecidas na empresa criando
um ambiente inibidor ao surgimento de desenvolvimentos
disruptivos (Wallin & Lindholm Dahlstrand, 2006). Existe
um argumento económico para evitar os sunk costs, pois
investir em tecnologia existente tradicional parece menos
arriscado do que investir em tecnologia sem provas dadas.
(Gilsing & Nooteboom,2006)
Por outro lado para Chesbrough & Tucci (2005), existe
uma tendência da empresa mãe apoiar o empreendedoris-mo interno quando as novas tecnologias são complemen-
tares às existentes pois isso constitui uma oportunidade
de renovação dos produtos. O que não acontece quando
a nova solução tecnológica vem substituir ou quebrar os
procedimentos estabelecidos. Então neste contexto, as
políticas regionais assumem um papel preponderante ao
criarem incubadoras e parques empresariais para apoiar
esses colaboradores que acreditam nesse novos projetos.
(Bergek & Norrman,2008; Etzkowitz & Klofsten,2005).
Gilsing, van Burg & Romme (2010) recomendam portan-
to que as políticas regionais estejam orientadas para os
setores emergentes com maior diversidade tecnológica
e com maior proteção das vantagens competitivas. Para
combater os fatores internos inibidores e desmotivado-
res do desenvolvimento do empreendedorismo interno
empresarial, devem-se criar infra-estruturas de apoio aos
novos projetos com inovação disruptiva.
6.3.2- AS RELAÇÕES COM A UNIVERSIDADE
As relações com a universidade favorecem o acesso a
recursos tais como, novos conhecimentos científicos, e
permite o desenvolvimento uma rede de contactos na aca-
demia (Pimenta, 2011).
A produção e excelência científica da universidade são fa-
tores que favorecem a criação de spin-offs (Matias, 2009).
Quanto maior o prestígio da universidade e dos seus in-
vestigadores maior é a criação de spin-offs e maior é a
possibilidade da tecnologia produzida ser altamente inova-
dora, o que é uma vantagem em termos de mercado e pode
dar origem a patentes, que podem ser altamente atrativas
para potenciais parceiros (Johansson, 2001).
Por outro lado, existe um fator que pode prejudicar a cria-
ção de empresas, uma vez que cultura académica predo-
mina o paradigma científico, segundo o qual os resultados
da investigação são considerados como um bem público,
que apenas deve ser utilizada em publicações ou transfe-
rida para os alunos através do ensino (Pérez e Carrasco,
2009).
Segundo Pimenta (2011), a localização da spin-off em
parques de ciência e tecnologia e em incubadoras uni-
versitárias conduz à criação de valor através da utilização
das redes sociais, do acesso a instalações, a laboratórios
académicos e a conhecimento académico especializado, e
também através do aumento da visibilidade e da reputação
da empresa (Matias, 2009).
76 EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
6.3.3- FATORES QUE CONTRIBUEM PARA O SUCESSO/ PERFORMANCE DAS SPIN-OFFS NAS PRIMEIRAS FASES DO CICLO DE VIDA
Podem-se apontar os seguintes fatores que são críticos
para o bom desempenho, sucesso e sobrevivência das
spin-offs. Recentemente Martins (2013), baseando-se
numa extensa revisão de literatura propôs um modelo (ver
Figura 32) aplicado em particular a sector de tecnologias
de informação e comunicação (TIC), que postula três gru-
pos de fatores:
Recursos internos;
Meio ambiente;
Estratégia.
Figura 32 - Fatores que afetam o sucesso das spin-offs.
Fonte: Martins (2013, p.211)
Wang & Chugh (2014) abordam ainda o papel da aprendi-
zagem do empreendedorismo. Durante criação e explora-
ção da spin-off, os promotores do projeto estão sujeitos
a diversos processos de aprendizagem que ocorrem em
momentos e contextos diferentes. Estes autores identifi-
caram as seguintes formas de aprendizagem:
Aprendizagem individual na qual os promotores adquirem
dados, informação e conhecimento em termos organiza-
cionais, dinâmicas de grupo e gestão de equipas.
Aprendizagem coletiva que consiste num processo social
de conhecimento acumulado, baseado num conjunto de
valores e procedimentos partilhados que permitem aos in-
divíduos coordenar as suas ações na busca da resolução
dos problemas, know-what, know-how e know-who;
Aprendizagem exploratória que consiste na descoberta e
interpretação de uma diversidade de soluções validadas
ex-post (McGrath, 2001);
77EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
Aprendizagem exploradora que enfatiza a pesquisa dire-
ta favorável ao planeamento ex-ante, baseada em insights
aprofundados iniciais (McGrath, 2001);
Aprendizagem intuitiva através do conhecimento das rela-
ções entre os factos- pensamento abstrato;
Aprendizagem sensitiva através dos conhecimentos de
factos e pormenores baseados em sensações físicas.
Furlan & Grandinetti (2014) propõe um modelo conceptual
que realça a importância das relações interpessoais com os atores/ stakeholders e redes de cooperação nas dife-
rentes fases da spin-off e em particular após a sua criação
(ver Figura 33). Este modelo postula quatro efeitos. Quan-
to maior for a intensidade e variedade das relações com os
atores na fase de incubação (P1) e na fase de emergência
(P2) melhor será a probabilidade de sobrevivência e a per-
formance no longo prazo. Este efeito é potenciado pela
sobreposição das relações nas duas fases (P3). Quanto
mais disruptivo for o grau de inovação da spin-off menor é
a tendência para haver sobreposição das relações entre a
fase de incubação e a fase emergente (start-up).
Figura 33 - Modelo das relações interpessoais com os atores/stakeholders e redes
de cooperação nas diferentes fases da spin-off.
Fonte: Furlan & Grandinetti (2014, p.535)
Semadeni & Cannella (2011) analisaram ainda as implica-
ções da relação empresa mãe- spin off no período pós-
-criação da empresa num estudo de 142 empresas cindido
entre 1986 e 1997. A forma como a supervisão e apropria-
ção em termos de participação no capital social é feita por
parte da empresa mãe é decisiva, pois verificou-se que
enquanto a existência de algumas ligações é positivo, uma
excessiva “superproteção” pode ser negativo, uma vez
que afeta a autonomia e a motivação dos empreendedores
criando um ambiente organizacional ou “mind set” basea-
do no “status quo” da empresa mãe.
Silva (2013) realça o facto de que existem razões espe-
cíficas cuja ausência não é determinante para o sucesso
mas a sua ocorrência pode conduzir ao insucesso de uma
start-up, e portanto também de uma spin-off empresarial.
78 EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
Figura 34 - Fatores que podem conduzir ao insucesso de uma start-up.
Fonte: Silva (2013).
79EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
Segundo Silva (2013) existem oito fontes de insucesso:
1- Falta de capacidades e competências
2- Falta de networking
3- Problemas ao nível do produto
4- Problemas ao nível do mercado
5- Problemas ao nível da estratégia
6- Problemas ao nível das operações
7- Problemas ao nível do contexto
8- Outras variáveis não controláveis
O relatório GEM de 2012 (SPI Ventures & ISCTE-IUL, 2013)
revela na Figura 35, que em 2012, as principais razões da
cessação do negócio foram:
Ausência de rentabilidade do negócio (problemas ao nível
do mercado, produto e/ou estratégia);
Razões pessoais;
Problemas em obter financiamento;
Dificuldades nas vendas (problemas ao nível do mercado).
Figura 35 - Causas da cessação do negócio.
Fonte: SPI Ventures & ISCTE-IUL (2013)
80 EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
Metodologias de intervenção, sinergias e recomendações7
Para concluir este documento apresentam-se neste capítulo uma síntese das recomenda-
ções para os atores envolvidos no processo do spin-off empresarial em termos de:
- Diagnóstico da situação (análise SWOT)
- Metodologias de intervenção;
- Sinergias e apoios estruturantes de concretização de ideias em negócios;
- Estratégias de disseminação e divulgação do empreendedorismo empresarial;
- Conclusões/ recomendações.
81EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
7.1- ANÁLISE SWOT E RECOMENDAÇÕES
Em Portugal existem atualmente condições estruturais favoráveis à promoção do empreendedorismo
empresarial e que estão base na evolução positiva da maioria dos indicadores.
PONTOS FORTES DO EMPREENDEDORISMO EM PORTUGALRede de infraestruturas de apoio com qualidade reconhecida: centros de investigação, gabinetes de transferência de tecnologia, parques empresariais, centros de incubação, etc.
Grau de inovação em produtos/processos nas PME
O custo, tempo e capital mínimo para criação de uma empresa em Portugal são compa-rativamente mais favoráveis do que a maioria dos países da União Europeia.
A taxa de atividade empreendedora (TAE) em geral é similar à média dos restantes paí-ses.Existem 164 empresas que implementaram o sistema de gestão IDI certificado pela Nor-ma NP 4457.
Porém existem ainda alguns aspetos a melhorar que devem merecer a atenção de todos os atores e
em particular instituições governamentais, regionais e setoriais.
PONTOS FRACOS (ASPETOS A MELHORAR)Insuficiência e dificuldade de acesso ao financiamento
Colaboração e parcerias interempresas no desenvolvimento de inovações comparativa-mente reduzidas
Reduzido número de copublicações cientificas público-privadas
A imagem do empreendedor ainda é pouco positiva comparativamente aos países do estudo da OCDE
Investimento em I&D no setor empresarial é inferior à média
82 EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
Existe um reduzido número de patentes e suas aplicações industriais.
O número de licenças e consequentemente a receita proveniente de aplicações no es-trangeiro é reduzida
Nas empresas é importante incutir aos colaboradores uma visão estratégica e empre-sarial para desenvolver a capacidade de identificar oportunidades e gerar ideias de ne-gócioOs empreendedores que normalmente têm uma formação de base nas áreas das ciên-cias e engenharias devem procurar adquirir competências de gestão, orientação para o mercado e ferramentas de marketing.
Ainda existe alguma complexidade na obtenção de licenciamento industrial
Dimensão do mercado interno não é suficientemente atrativa
Existe falta de informação e estatísticas sobre os casos de spin-off empresarial
Por outro lado o ambiente externo, o meio envolvente do setor empresarial e a sociedade em geral
tem vindo a reconhecer o papel do empreendedorismo com fator decisivo para a criação de emprego,
criação de riqueza e desenvolvimento económico
OPORTUNIDADES NO MEIO ENVOLVENTEO empreendedorismo empresarial é reconhecido como vetor estratégico e prioridade de investimento a nível das instituições nacionais e europeias, existindo por isso progra-mas de financiamento e apoio governamentais previstos no Acordo de Parceria 2014-2020.
A escola tem tido um papel importante na formação de uma imagem positiva do em-preendedor
83EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
OPORTUNIDADES NO MEIO ENVOLVENTEAs empresas portuguesas devem procurar atrair parceiros e formar consórcios interna-cionais para atrair o investimento estrangeiro em I&D, nomeadamente das empresas multinacionais
O empreendedorismo académico tem tido nos últimos anos uma evolução positiva.
AMEAÇAS NO MEIO ENVOLVENTEO estigma social associado ao insucesso frequente dos projetos empresariais ainda é um fator inibidor; o “medo de falhar” deve ser substituído pela construção racional de que por vezes é possível aprender com os erros.
O investimento das empresas em I&D pode ser afetado pela crise económica em parti-cular nos setores mais vulneráveis.
O ciclo de vida dos produtos high tech é bastante curto o que tem consequências negativas na viabilidade económica, mas principalmente no timing da introdução do produto do mercado que não se compadece com atrasos de burocracia ou falta de recursos financeiros.
A competitividade entre as empresas é bastante intensa em determinados setores em que existe uma globalização do acesso ao conhecimento e dos recursos científicos.
Da análise dos estudos de caso apresentados no capítulo anterior pode-se concluir que os casos de
sucesso estão associados a um conjunto de metodologias/estratégias:
Conclusão 1 - A implementação de um Sistema de Gestão da Inovação/Certificação IDI (NP 4457:2007)
é o motor gerador de ideias inovadoras; de acordo como o Instituto Português da Acreditação (IPAC),
existem atualmente em Portugal 164 empresas certificadas.
Conclusão 2 - As empresas devem promover parcerias com universidades, centros de investigação
e outras entidades do sistema científico e tecnológico para promover o desenvolvimento e refina-
mento da ideia;
Conclusão 3 - As empresas devem desenvolvimento de relações de cooperação outros stakeholders,
nomeadamente os fornecedores, associações setoriais e regulamentais;
84 EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
Conclusão 4 - As empresas devem promover o empower-ment dos seus colaboradores para que a maior participa-
ção nas decisões da empresa contribua para uma maior
geração de ideias e identificação de oportunidades de ne-
gócio.
Conclusão 5 - Devem ser criadas novas plataformas de
comunicação e novas parcerias estratégicas para promo-
ver a atração de investidores e procura de soluções de
financiamento, nomeadamente através de investimento
estrangeiro proveniente das empresas multinacionais;
Conclusão 6 - A empresa mãe deve apoiar a spin-off no desenvolvimento da prototipagem, na proteção da proprie-
dade industrial, na criação da spin-off e sua internaciona-lização;
Conclusão 7 - O apoio da empresa mãe não deve compro-
meter a autonomia estratégica da spin-off.
Conclusão 8 - A equipa de fundadores da spin-off deve
procurar reunir o conhecimento sobre as ferramentas da estratégia empresarial e marketing, através da formação
ou recrutamento externo.
Conclusão 9 - As associações empresariais e as insti-
tuições governamentais e europeias devem continuara a
apoiar a promoção de eventos de divulgação dos casos
de sucesso do empreendedorismo empresarial junto das
escolas, universidades e feiras industriais
Conclusão 10 - Para além dos websites que atualmente
já se dedicam à promoção do empreendedorismo também
é importante a divulgação do empreendedorismo em pro-
gramas televisivos informativos e concursos com formato
mais popular (ex: Shark Tank).
Conclusão 11 - Criação de um Observatório do Spin-Off empresarial que recolha informação e compile a informa-
ção estatística.
Conclusão 12 - As associações empresariais, setoriais e
regionais devem apoiar o processo de internacionalização
das empresas spin-off, nomeadamente através da reali-
zação de missões empresariais, apoio a participação em
feiras e prospeção de mercados.
Em seguida apresenta-se um GUIA DE APOIO À CRIAÇÃO
DE SPIN-OFF EMPRESARIAL, que procura apoiar as de-
cisões da empresa-mãe, do empreendedor e da spin-off
gerada.
85EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
7.2- GUIA DE APOIO À CRIAÇÃO SPIN-OFF EMPRESARIAL
Fase 1 - Desenvolvimento da ideia (oportunidade negócio) no contexto da empresa mãe
86 EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
Fase 2 - Constituição legal da Empresa Spin-off, financiamento e angariação de investidores
87EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
António Azevedo – Coordenador
Breve apresentação:
Doutorado em Ciências Empresarias pela Escola de Eco-
nomia e Gestão da Universidade do Minho
Mestre em Gestão de Empresas pelo Instituto Superior de
Estudos Empresariais da Universidade do Porto (atual Es-
cola de Gestão do Porto)
Licenciado em Engenharia Química pela Faculdade de En-
genharia da Universidade do Porto
Professor Auxiliar da Escola de Economia e Gestão da
Universidade do Minho
Investigador do iMARKE- Núcleo de Investigação em
Marketing e Estratégia da Universidade do Minho
José Carlos Pinho – Consultor Sénior
Breve apresentação:
Doutorado em Industrial and Business Studies (2001) pela
Universidade de Warwick (Inglaterra)
Mestrado em Estatística e Gestão de Informação pela Uni-
versidade Nova de Lisboa (1995)
Licenciatura em Sociologia pelo ISCTE (1989)
Professor Associado de Nomeação Definitiva no Depar-
tamento de Gestão da Escola de Economia e Gestão da
Universidade do Minho (2009)
Interve-nientes no Estudo8
88 EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
Diretor do centro de investigação em Estratégia e Marke-
ting (iMarke)
Cristiane Miranda – Consultora Sénior
Breve apresentação:
Licenciada em Gestão de Empresas pela Universidade do
Minho (1992)
International Executive MBA in Business Strategy, pela
Escuela de Negócios Caixanova (2006-2007)
Acionista e Administradora de várias empresas do Grupo
Expoente
Consultora na We Link - Marketing e Comunicação, Lda.
José Carlos Coelho – Consultor
Breve apresentação:
Mestrado em Economia pela Faculdade de Economia da
Universidade do Porto (2014)
Licenciatura em Economia pela Faculdade de Economia da
Universidade do Porto (2011)
Consultor na We Link - Marketing e Comunicação, Lda.
89EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
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95EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
Anexo 1- Guias de apoio ao empreendedor
Guia Prático do Empreendedor – Programa Estratégico Para O Empreendedorismo e
Inovação +e+i (http://www.ei.gov.pt/guia-empreendedor/)
Guia das Boas Práticas da Gestão da Inovação. COTEC Portugal - Associação Empre-
sarial para a Inovação. (http://www.cotecportugal.pt/index.php?option=com_conten-
t&task=view&id=1565&)
Lista das Entidades que promovem o empreendedorismo
http://www.roteironacionaldoempreendedorismo.com/?it=itinerary&co=59&mop=17
anexo 110
96 EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
Anexo 2- Plataformas online relevantes
INSTITUCIONAIS
• Associação Industrial Portuguesa- Confederação Em-
presarial (AIP-CE)
• Associação Empresarial de Portugal (AEP)
• AESE - Escola de Direcção e Negócios
• Agência da Inovação
• Agência Inova
• Agência para a Energia - ADENE
• Agência para o Investimento e Comércio Externo de Por-
tugal
anexo 211• Associação de Energias renováveis
• Associação Nacional das PMEs
• Associação Portuguesa Business Angels
• Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Tu-
rismo
• Associação Portuguesa de Criatividade e Inovação (AP-
GICO)
• Associação Portuguesa de Capital de Risco e Desenvol-
vimento
• Central Nacional do Turismo no Espaço Rural
• Comissão de Mercado de Valores Mobiliários
97EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE
• Confederação do Turismo Português
• COTEC Portugal - Associação Empresarial para a Ino-
vação
• European Venture Capital Association
• FAME - Empreendedorismo no Feminino
• FCT - Fundação para a Ciência e a Tecnologia
• Gabinete de Estratégia e Estudos
• Gabinete de Estratégia e Planeamento (MTSS)
• GPEARI
• IAPMEI
• IFDEP - Instituto para o Fomento e Desenvolvimento do
Empreendedorismo em Portugal
• Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI)
• Associação Portuguesa de Software (ASOFT)
• Instituto de Turismo de Portugal
• Portal europeu das pequenas e médias empresas
• Programa Operacional de Assistência Técnica/ FSE
• Rede de Centros Tecnológicos de Portugal
• The Marketing School
• VisitLisboa
• VisitPortugal
COMISSÃO EUROPEIA
• EUROSTAT
http://europa.eu.int/comm/enterprise/entrepreneurship/
support_measures/index.
htm
98 EMPREENDEDORISMO EMPRESARIALIES CHALLENGE