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GEOGRAFIA DO BRASIL POPULAÇÃO BRASILEIRA unidade 7 Professora Fabiane Rossi

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GEOGRAFIA DO BRASILPOPULAÇÃO BRASILEIRAunidade 7

Professora Fabiane Rossi

GEOGRAFIA DA POPULAÇÃO

POPULAÇÃO conjunto de pessoas que habita um certo território.

A geografia preocupa-se não só com o número de habitantes, mas também com as suas características, condições e os processos de evolução.

A população é estudada também por outras ciências, como a demografia que é o estudo, a partir de dados quantitativos, de suas variações e do seu estado. É uma ciência que busca a descrição de uma dada população a fim de que se possa conhece-la quanto aos seus traços culturais, seu comportamento, sua estrutura, seus problemas

Tempo e espaço: variáveis fundamentais para se identificar e compreender o caráter dinâmico dos fenômenos demográficos na medida em que a população vai sofrendo transformações quantitativas e qualitativas, e os problemas e as contradições no âmbito socioeconômico vão se tornando mais evidentes.

Para que se realize uma análise demográfica, é indispensável consultar fontes de informações confiáveis como um instrumento para a elaboração de políticas públicas. Estas, por sua vez, deverão priorizar regiões no sentido de estabelecer melhoria das condições de vida da população, além de repartir os recursos federais e estaduais, e de definir quantos serão os representantes políticos na Câmara dos Deputados, uma vez que o número de deputados é proporcional à população de seu estado de origem.

Fontes de dados Até o século XVIII: registros paroquiais e às listas nominativas

dos habitantes, realizadas para fins fiscais e para contabilizar o efetivo militar.

Os registros paroquiais consistiam em fontes de dados muito importantes, mas não refletiam a realidade da população: pelo acesso limitado ao registro, pelo alto custo, ficando restrito às classes sociais mais elevadas.

Somente a partir do século XIX é que surgem novas fontes de dados como os registros civis e os recenseamentos.

Com o fortalecimento dos cartórios de registro civil, as informações, antes obtidas na Igreja, passaram a se concentrar nos cartórios, acrescidas do divórcio, adoção, nascidos mortos e óbitos fetais.

O censo demográfico, por sua vez, tem uma abrangência temática (características demográficas, socioeconômicas e dos domicílios particulares da população) e espacial (unidades de federação, meso e microrregiões, municípios, distritos e setor censitário – 300 domicílios), o que o torna uma fonte de aplicação das políticas públicas.

O Brasil passou a ter uma regularidade na coleta de dados a partir dos anos 1940, tornando-se, então, decenal.

Desse modo, pode-se resumir as fontes demográficas principais em:

Registros paroquiaisListas nominativasRegistros civisCensos

Fenômenos geográficos

Fenômenos geográficos são elementos-alvo dos estudos populacionais que contribuem para a compreensão do movimento de uma dada população no espaço.

Os fenômenos demográficos que afetam mais diretamente uma população são os seguintes:

NatalidadeMortalidadeNupcialidadeFecundidadeEsperança de VidaMigrações (internas e externas)

Taxas demográficas

A análise das taxas demográficas exige a utilização de recursos estatísticos e matemáticos para que se possa traçar ou entender os aspectos demográficos de uma dada região. A seguir, alguns indicadores que podem ser calculados para enriquecer a análise:

População absoluta População relativa Natalidade Taxa de Fecundidade Taxa de mortalidade e mortalidade

infantil Crescimento vegetativo ou natural

População Absoluta

É o total de habitantes de um certo lugar. Por exemplo, a China possui a maior população absoluta entre os países do mundo, com aproximadamente 1 bilhão e 300 milhões de habitantes. Podemos, portanto, afirmar que a China é o país mais populoso do mundo.

Populoso é o país que apresenta grande população absoluta. 

PAÍS População (aprox.)

China 1.350.000

Índia 1.100.000

Estados Unidos 300.000

Indonésia 230.000

Brasil 190.000

Paquistão 160.000

Bangladesh 150.000

Rússia 150.000

Nigéria 130.000

Japão 130.000

População relativa ou densidade demográfica 

É o total de habitantes de um determinado local (população absoluta) dividido pela área que ocupam: a média da distribuição da população total pelo território.

Verificando-se a população relativa ou densidade demográfica pode-se avaliar a concentração da ocupação humana em um determinado espaço, ou seja, se a pressão da população excede ou atende à capacidade de superfície do lugar

Natalidade

número de crianças nascidas vivas ocorridas em 1 ano (expresso em 1000) em relação ao total de habitantes de um local.

Esse cálculo é utilizado para medir a necessidade de se planejar a assistência materno-infantil

Taxa de Fecundidade

É o resultado do número de nascimentos durante o ano em relação à população média feminina (15 – 49 anos) por grupos de mil pessoas.

Fecundidade: está vinculada aos estudos de natalidade, uma vez que é, a partir dela, que se identifica a capacidade reprodutiva de uma mulher.

Taxa de mortalidade

Consiste no número de mortes ocorridas em 1 ano em relação ao número de habitantes de um determinado local

Mortalidade: determina a melhoria do atendimento de saúde pública no país, bem como manifesta a prevenção de doenças.

Taxa de mortalidade infantil (TMI)

O público-alvo é infantil. Número de mortes de crianças que não completaram 1 ano de vida para cada grupo de 1000 crianças com menos de 1 ano de idade. As razões para a queda das taxas de mortalidade no Brasil podem ser atribuídas à melhoria das condições sanitárias, de higiene, à redução da fome e à medicina preventiva

Crescimento vegetativo ou natural

Diferença entre as taxas de natalidade e de mortalidade, com exceção dos emigrantes. Tem como objetivo obter o crescimento da população de um lugar

CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO

Em 2001, a população mundial era de aproximadamente 6,1 bilhões, e cerca de 80% dessas habitantes concentravam-se, espacialmente, nos países em desenvolvimento ou pouco desenvolvidos. Além disso, cerca de 38% convergiam para a Índia e a China, caracterizando-os como os mais populosos do mundo.

O crescimento acelerado da população em pouco tempo é identificado como o fenômeno da explosão demográfica. Esta tem se manifestado com maior incidência em países do Terceiro Mundo localizados na África, Ásia e América Latina, com taxas de crescimento populacional em torno de 2,5%a.a.

Crescimento Demográfico Brasileiro

Quinta nação mais populosa do mundo: ultrapassou os 191 milhões de habitantes em 2009, segundo estimativas do IBGE.

No último século a população multiplicou-se por dez: em 1900 residiam no Brasil cerca de 17

milhões de pessoas;no ano 2000 quase 170 milhões.

Como se explica o elevado crescimento populacional ocorrido no Brasil?

as migrações externas (entrada e saída de pessoas no país).

o crescimento natural ou vegetativo (diferença entre as taxas de natalidade e as de mortalidade ).

Desde o primeiro recenseamento (1872) ocorreram várias mudanças no padrão da

evolução demográfica brasileira. 

Até o início da década de 1930 o crescimento da população do Brasil contou com forte contribuição da imigração. A partir de 1934, com a adoção da "Lei de Cotas" que estabelecia limites à entrada de imigrantes, o aumento da população dependeu, principalmente, do crescimento vegetativo (cv), isto é, a diferença entre as taxas de natalidade e a de mortalidade expressa em % (por cem) ou %0 ( por mil) habitantes.

No entanto, foi depois da Segunda Guerra Mundial (1939-45) que o crescimento tornou-se acelerado, devido à diminuição das taxas de mortalidade. Isso é explicado por fatores como a expansão da rede de esgoto, acesso à água encanada, campanhas de vacinação em massa, acesso a medicamentos básicos, etc.

Entre 1940 a 1960 foi registrada a maior evolução das taxas de crescimento populacional, atingindo em 1960 a taxa de 2,9% a.a. (ao ano - ou 29%0 a.a.). Este período marcou a primeira fase de transição demográfica brasileira.

A partir da década de 1960, começou a ocorrer uma desaceleração demográfica contínua: a diminuição das taxas de natalidade passou a ser maior que a das taxas de mortalidade, registrando em 2000 um crescimento demográfico de 1,6% a.a., com tendência à queda.

Essa mudança no padrão do crescimento populacional brasileiro mostra uma situação típica da segunda fase de transição demográfica.

Acompanhando uma tendência mundial, o crescimento demográfico brasileiro vem se desacelerando nas últimas quatro décadas, sendo situada entre 1,14% ao ano.

Isso ocorre porque a taxa de fecundidade está caindo ano a ano: atualmente é de 2,3 filhos por mulher entre 15 e 49 anos (índice próximo ao dos países desenvolvidos).

TAXA DE FECUNDIDADE - BRASIL

Por que a diminuição da taxa de fecundidade? Transformações econômicas e sociais

acentuadas na segunda metade do século XX. Crescimento urbano e êxodo rural: os filhos que

eram “força de trabalho” no campo, passam a ser “gastos a mais” nas cidades.

O papel da mulher na sociedade: deixou de ser exclusivamente do núcleo familiar e passou a competir no mercado de trabalho.

Maior acesso a meios contraceptivos. Maior nível de instrução da população

Para se ter uma idéia do que representa esse crescimento populacional, verifique que:

para uma taxa de crescimento anual de 3%, a população duplica a cada 23 anos;

para uma taxa de 2,5%, a população duplica a cada 28 anos;

para uma taxa de 1%, a população duplica a cada 70 anos.

DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO

Usamos a expressão "distribuição da população" para designar a maneira pela qual a população de certo lugar está distribuída em seu território.

A dinâmica demográfica resulta de dois fatores:

1. o crescimento da população;

2. a distribuição espacial da população. A distribuição espacial da população ocorre

de modo desigual, em razão dos ritmos de crescimento, também desiguais. Há excesso de pessoas em algumas regiões e falta em outras, ou seja, maior e menor concentração de pessoas causadas por fatores econômicos, histórico-culturais e sociais.

Em razão desta distribuição, tem-se:regiões ecúmenas: onde se verifica

excesso de concentração populacional (China e Índia, por exemplo);

regiões anecúmenas: de difícil acesso para a ocupação do homem (pólos terrestres, cumes das montanhas e regiões desérticas).

A população se distribui espacialmente, formando padrões mais ou menos densos de acordo com a atividade: áreas industrializadas; agrícolas; de pecuária; de extrativismo e de pastoreio nômade.

Fatores que contribuem para a concentração e desconcentração da população:

Naturais: são favoráveis (clima ameno, planaltos, planícies e vales dos rios) ou não à ocupação humana (regiões polares, desertos, cordilheiras).

Econômicos (concetração de população em áreas de empregabilidade)

Histórico-culturais (área mais povoadas em razão da longa ocupação).

DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA

A concentração da população brasileira nas últimas cinco décadas restringe-se às regiões Nordeste, Sudeste e Sul do país. Os fatores determinantes para essa concentração são o histórico-cultural (NE) e o econômico (SE e S), através da concentração industrial. Nas demais regiões a população encontra-se melhor distribuída em razão da atividade predominante (agropecuária).

O crescimento de uma população encontra-se vinculado à migração e ao crescimento vegetativo (saldo entre os nascimentos e os óbitos ocorridos em um dado tempo).

No Brasil, o fenômeno demográfico que determinou esse aumento foi o crescimento vegetativo, pois as imigrações tiveram importância apenas até a década de 1930.

Distribuição territorial

A população brasileira ainda apresenta uma densidade demográfica (DD) muito baixa.

Utilizando o número total de habitantes dividido pela área do território, obtemos:

191.480.630 habDD = ------------------------- = 22,4 hab/km2

8.547.403 km2

Como saber que a taxa de densidade demográfica do Brasil é baixa? Comparando com a média mundial:

191.480.630 habDD = ------------------------- = 22,4 hab/km2

8.547.403 km2

Podemos concluir que o Brasil possui uma baixa densidade demográfica, pois está muito abaixo da média mundial.

Portanto o Brasil é um país populoso e pouco povoado; isto é, possui uma grande população absoluta, mas uma baixa densidade demográfica ou população relativa.

As Regiões e os Estados Nos últimos vinte anos, os mais altos índices de

crescimento demográfico ficaram, respectivamente, com as regiões Norte e Centro-Oeste; os mais baixos com a região Sul.

Entre os Estados, Rondônia e Roraima se revezaram com as mais altas taxas de crescimento, enquanto o Paraná mantinha a menor.

As migrações internas explicam estas variações. Além do Nordeste, tradicional área de migração, o Sul atingiu os limites especiais para a prática da agricultura e tornou-se um fornecedor de desbravadores que foram em busca de terras disponíveis no Norte e no Centro-Oeste, principalmente.

A distribuição populacional brasileira é bastante irregular, havendo concentração da população nas zonas litorâneas, especialmente no Sudeste e na Zona da Mata Nordestina - sendo que a região Sul também corresponde a um núcleo muito importante. Juntas, essas três regiões reúnem 82% da população, que se distribui em 36% do território brasileiro.

Ocorre o contrário quando analisamos a densidade demográfica das regiões Norte e Centro-Oeste: ela pode chegar a ser inferior a 2 habitantes/km2, sendo que a área dessas duas regiões corresponde a 64% do território nacional.

Pode-se então, distinguir um “Brasil Atlântico”, bem povoado, e um “Brasil Sertanejo”, pouco povoado.

As regiões Norte e Centro-Oeste, abrangendo juntas 64% do território total do país, possuem apenas 13% da população.

No Nordeste – 19% do território – vivem 28% dos brasileiros.

No Sudeste e no Sul estão 59% dos habitantes, ocupando apenas 17% do território.

Veja, no quadro abaixo, a densidade demográfica em cada estado do Brasil: 

Posição   Estado  Dens. demográfica 

(hab./km2)

1 Distrito Federal 423,29

2 Rio de Janeiro 352,90

3 São Paulo 160,46

4 Alagoas 109,37

5 Sergipe 88,52

6 Pernambuco 86,31

7 Espírito Santo 72,74

8 Paraíba 64,52

9 Santa Catarina 61,52

10 Rio Grande do Norte 57,08

11 Ceará 55,00

12 Paraná 51,60

13 Rio Grande do Sul 37,56

14 Minas Gerais 32,86

15 Bahia 24,94

16 Maranhão 18,43

17 Goiás 17,31

18 Piauí 12,06

19 Mato Grosso do Sul 6,34

20 Rondônia 6,12

21 Pará 5,66

22 Tocantins 4,48

23 Acre 4,29

24 Amapá 4,11

25 Mato Grosso 3,16

26 Amazonas 2,05

27 Roraima 1,76

Regiões/DadosCentro-Oeste

Nordeste

NorteSudest

eSul

Área em km² 1.606.3711.554.2

573.853.3

27924.511 576.409

População total (2006)13.269.51

751.609.

02715.022.

06079.561.

09527.308.

863

Densidade demográfica (2006) 8,3 33,2 3,9 86,1 47,4

Municípios (2006) 466 1.793 449 1.668 1.188

Crescimento demográfico (*) 2,4 1,3 2,9 1,6 1,4

População urbana (% - 2004) 86,3 71,5 73,5 92,1 82,0

Mortalidade Infantil -2004 (**) 20,7 39,5 27,4 19,5 17,8

Analfabetismo (% - 2004) 9,2 22,4 12,7 6,6 6,3

Participação no PIB (Em % - 2004) 7,5 14,1 5,3 54,9 18,2

Frota de veículos (2006) 3.580.0935.304.9

911.517.1

1922.654.

2659.247.7

03

PIB per capita (R$ - 2004) 10.393 4.927 6.499 12.539 12.080

Telefonia fixa (em mil linhas, 2006)

3.263 6.369 1.814 23.458 7.225

(*) Considerado a média entre os anos de 1991 à 2006;(**) Os valores apresentados nos quadros da tabela, são para cada 1000 crianças nascidas vivas

Estados mais populosos do Brasil

São Paulo 41.384.039 hab

Minas Gerais 20.033.665 hab

Rio de Janeiro 16.010.429 hab

Bahia 14.637.364 hab

Rio Grande do Sul 10.914.128 hab

Paraná 10.686.247 hab

População urbana e rural Até 1940, o país era essencialmente rural, ou seja, 68,7%

da população brasileira concentrava-se no campo. A partir de 1970, com a assimilação do setor agrícola ao

padrão moderno de produzir, as relações de trabalho se alteraram ocorrendo uma “expulsão” capitalista da população que se desloca para as regiões industrializadas do Sudeste brasileiro.

Assim, ocorre uma inversão na concentração da população urbana passa a predominar sobre a rural, atingindo, em 2000, o patamar de 81,2%. Em apenas meio século, a população brasileira altera o eixo de concentração, passando a ser considerada predominantemente urbana.

Contudo, há indícios de retração dessa situação denominada ruralização, em que as pessoas deverão buscar no campo o bem-estar social não encontrado nas grandes metrópoles brasileiras.

Mobilidade da população

Mobilidade, movimento, dinâmica, fluxo são palavras que se encontram diretamente relacionadas com as migrações.

Os motivos podem ser atribuídos a fatores econômicos (crises), étnico-religiosos (discriminações, conflitos), políticos (perseguições), naturais (azares ambientais).

As migrações podem ser:

Permanentes ou temporárias Voluntárias ou involuntárias Externas (de um país para o outro): emigração e

imigração Internas: migrações dentro de um país Pendulares: deslocamento diário intrametropolitano de

pessoas para irem trabalhar em áreas industriais ou para estudarem

De Transumância: deslocamento temporário de pessoas, durante certo período, para sobreviver em outra região, com posterior retorno às suas terras.

Êxodo rural

Êxodo rural é o deslocamento ou migração de trabalhadores rurais que vão em direção aos centros urbanos (campo para a cidade).

É uma modalidade de migração que ocorre com grande intensidade no Brasil, levando a um progressivo esvaziamento do campo das cidades pequenas e a um exagerado crescimento das grandes cidades.

Fatores de repulsão: processo de mecanização do campo tirou vários postos

de trabalho. concentração de terras (latifúndios) precariedade dos serviços de atendimento médico,

escolar e social no meio rural

Fatores de atração:

Melhores condições de vida e atendimento escolar e sanitário nas cidades.

Melhores condições de trabalho e de salário nos centros urbanos.

O êxodo rural resulta em diversos problemas: no campo: gera a diminuição da população

rural no país, escassez de mão-de-obra e automaticamente diminui a produção de alimentos e matéria-prima, dessa forma força a inflação e há aumento no custo de vida. 

nas áreas urbanas: o êxodo rural ocasiona muitos problemas de ordem estrutural e social, os principais são: 

Aumento do desemprego: como o crescimento da população é muito acelerado, o mercado de trabalho não consegue absorver todos os trabalhadores, além disso, a falta de qualificação profissional dificulta a colocação em uma função. 

Aumento do subemprego: em decorrência da falta de emprego e necessidade de ganhar o sustento, muitas pessoas se sujeitam a desempenhar atividades sem vínculos empregatícios para, pelo menos, conseguir adquirir sua alimentação. 

Crescimento de favelas: a baixa renda e a falta de emprego derivam um problema na configuração da paisagem das cidades, uma vez que não podendo comprar um imóvel digno para morar muitas pessoas ocupam áreas periféricas sem condições e, em vários casos, em áreas de risco, isso provoca a expansão de casas precárias e bairros marginalizados. 

Marginalização: a falta de oportunidades e de perspectivas proporciona o surgimento do crime e de atividades ilícitas, como a prostituição de adultos e crianças, tráfico de drogas, formação de quadrilhas, entre muitos outros conhecidos pela sociedade brasileira. Além do surgimento dos bóias-frias decorrente desse processo. 

ÊXODO RURAL - URBANIZAÇÃO

Conseqüências: - Inchaço urbano – favelização

- Desemprego – trabalho informal

Composição da população

A estrutura (composição) da população por sexo e idade é um instrumento para a análise da dinâmica demográfica com vistas a sua aplicação em políticas públicas sociais. Pode ser representada pela chamada pirâmide etária.

Crescimento Populacional e Estrutura Etária:

Estrutura etária da população: é a divisão dos indivíduos por idades e sexos.

Grupo etário: grupo de indivíduos cujas idades se encontram dentro de determinado intervalo (faixa etária): jovens, adultos e idosos.

Partes da Pirâmide Etária: A base - É a parte

inferior da pirâmide, onde está relacionada a população jovem (0 - 14 anos ou 0 - 19 anos).

O corpo - É a porção intermediária da pirâmide, onde está representada a população adulta (15 a 59 anos ou 20 a 59  anos).

O cume, o ápice ou o pico - É a porção superior da pirâmide, onde está representada a população idosa ou velha (igual ou acima de 60 anos).

A pirâmide etária pode esboçar o perfil demográfico de um país, estado, região ou município, podendo associar-se com seu grau de desenvolvimento e ao seu estágio econômico.

A população é geralmente agrupada em três faixas etárias: jovens (0-14 anos); adultos (15-59 anos); e idosos (acima de 60 anos).

Finalidades: Identificar o número de mulheres que se

encontram em idade produtiva (fecundidade) Identificar o número de idosos e crianças

associado à mortalidade Identificar o número de pessoas que integram

a força de trabalho.

População jovem: é própria de países subdesenvolvidos, pois estes possuem altas taxas de natalidade e baixa expectativa de vida.

População madura: caracteriza os países desenvolvidos jovens que ainda não completaram a transição demográfica. Possuem baixa taxa de natalidade e de mortalidade, baixo crescimento vegetativo.

População envelhecida: corresponde aos países desenvolvidos antigos que já completaram a transição demográfica. Possuem elevada expectativa de vida e crescimento vegetativo baixo, nulo ou negativo, tendo suas pirâmides estreitas na base e com o topo bem largo.(Positivo,2005)

Os países que apresentam um elevado crescimento vegetativo, por exemplo, os subdesenvolvidos, apresentam uma estrutura etária jovem, ao mesmo tempo em que os que apresentam um moderado crescimento demográfico, os desenvolvidos, apresentam uma estrutura etária adulta e velha, devido à baixa taxa de natalidade.

Nos países desenvolvidos, a estrutura etária é caracterizada pela presença marcante da população adulta e de uma porcentagem expressiva de idosos, conseqüência do baixo crescimento vegetativo e da elevada expectativa de vida. Essa situação tem levado a reformas sociais, particularmente, no sistema previdenciário em diversos países do mundo, já que o envelhecimento da população obriga o Estado a destinar boa parte de seus recursos econômicos para a aposentadoria.

Nos países subdesenvolvidos os jovens superam os adultos e os idosos, conseqüência do alto crescimento vegetativo e da baixa expectativa de vida. Essa situação coloca os países subdesenvolvidos numa situação de desvantagem, particularmente os pobres que possuem famílias mais numerosas: sustentar um número maior de filhos limita as possibilidades do Estado e da família em oferecer uma formação de boa qualidade, coloca a criança no mercado de trabalho e reproduz o círculo vicioso da pobreza e da miséria ao dificultar a possibilidade de ascensão social futura.

Evolução da pirâmide etária brasileira:

1980 – forma triangular indicando natalidade elevada, seguindo o padrão da maioria dos países subdesenvolvidos.

1991 – estreitamento na base, apontando para uma população madura.

2000 e projeções para 2010 e 2020 – base estreita, corpo largo e alargamento discreto do cume, apresentando aumento crescente no grupo de pessoas entre 15 a 64 anos.

Isso significa que o Brasil encontra-se em processo de transição para a maturidade. A longevidade da

população é um indicador dessa transição.

ESTRUTURA ETÁRIA NO BRASIL

No caso do Brasil, e de outros países classificados como "emergentes", a proporção de jovens tem diminuído a cada ano, ao passo que o índice da população idosa vem aumentando.

Essa é uma das razões das mudanças recentes no sistema de previdência social, com estabelecimento de idade mínima para a aposentadoria e teto máximo para pagamento ao aposentado.

Após o grande crescimento demográfico das décadas de 50 e 60, os jovens predominaram absolutos na nossa composição etária.

Porém, com a diminuição da TC (Taxa de Crescimento) brasileira, a “vantagem jovem” diminuiu até desaparecer no último censo. Isso, aliado ao crescimento da faixa-etária de idosos, corresponde a uma evolução sócio-cultural brasileira.

Faixas etárias 2004

0-14 anos 29,2%

15-59 anos 61,3%

Acima dos 60 anos 9,5%IBGE 2004

A tendência atual é considerar adultos aqueles que participam da População Economicamente Ativa (PEA), mais freqüente a partir dos 18 anos. Assim, as nossas faixas etárias ficariam diferentes:

Faixas etárias 2004

0-17 anos 39,5%

18-59 anos 51%

Acima dos 60 anos 9,5%

ESTRUTURA ETÁRIA BRASIL

- AUMENTO DA EXPECTATIVA DE VIDA

- REDUÇÃO DA NATALIDADE

Gráfico da pirâmide etária relativa Brasil – 2004 (apostila pág. 7)

Estrutura por sexos:

Desde a metade do século XX, as contagens vêm apresentando um predomínio numérico da população feminina.

Este fato é explicado pela expectativa média de vida da população brasileira: para os homens, 68,5 anos e para as mulheres, 76,1 anos.

Grupo População Absoluta

Expectativa de Vida

Homens 94.217.151 hab. 68,5 anos

Mulheres 97.263.479 hab. 76,1 anos

IBGE, estimativa 2009.

ESTRUTURA OCUPACIONAL BRASILEIRA

PEA: população economicamente ativa.

a) empregados registrados em carteira.b) trabalhadores por conta própria: pessoas que

exploram uma atividade econômica ou exercem uma profissão e não são empregados;

c) empregadores: pessoas que exploram uma atividade econômica ou exercem uma profissão, com auxílio de empregados;

d) não-remunerados: pessoas que exercem uma ocupação econômica, sem remuneração, por pelo menos 15 horas semanais.

e) População desocupada: pessoas desempregadas à procura de emprego.

PNEA: população não-economicamente ativa.pessoas que não são ocupadas ou

desocupadas, ou seja, os aposentados, os inválidos, os estudantes, as crianças e as mulheres que trabalham em suas residências, sem remuneração .

A concentração da PEA em determinado setor da economia é um indicador do estágio de desenvolvimento de um país.

Em outras palavras, países pouco desenvolvidos tem a PEA concentrada no setor primário, seguido de países desenvolvidos que absorvem maior parcela da PEA no setor terciário.

Estimou-se em aproximadamente 21 milhões o número de pessoas economicamente ativas no ano de 2004, sendo que 55,8% do sexo masculino e 44,2% do sexo feminino.

Sabe-se também que 56,4% do percentual da população em idade ativa são economicamente ativos (ocupados ou buscando ocupação) e 33,6% são considerados população não economicamente ativa (PNEA) – pessoas com idade a partir de 10 anos que estão desocupadas e não encontram-se à procura de trabalho.

População Economicamente Ativa (PEA)

10 a 14 anos 0,7%

15 a 17 anos 2,9%

18 a 24 anos 19%

25 a 49 anos 61,7%

50 anos ou mais 15,7%

Esta mão-de-obra está assim distribuída pelos tradicionais setores ocupacionais:

Setor primário 22,9%

Setor secundário

22,7%

Setor terciário 54,4%

PEA – POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE ATIVA

SETORPRIMÁRIO

SETOR SECUNDÁRIO

SETOR TERCIÁRIO

agricultura, pecuária e

extrativismo

Indústria Comércio

Serviços

Transportes ...

Área rural Área urbana

A mulher e o mercado de trabalho Ainda que constituam a maioria e que tenha aumentado

a sua participação no mercado de trabalho, as mulheres não dispõem de condições igualitárias com o sexo oposto em relação aos aspectos econômicos e quanto ao trabalho, cuja participação sobre o total da PEA é minoritária e concentrada basicamente no setor terciário.

Os rendimentos obtidos através do trabalho feminino são inferiores aos dos homens. Além de receberem baixos salários e de exercerem a dupla jornada de trabalho, as mulheres são vítimas de preconceitos e abusos, sinal do tratamento desigual a que estão sujeitas.

A diversidade étnica e a questão racial Composição da população brasileira quanto ao grupo

étnico: indígenas, brancos, negros e mestiços. A distribuição da população por cor de pela nas regiões

brasileiras está vinculada ao seu processo de ocupação. No século XVII, os negros eram maioria na composição

da população brasileira (47%), seguido de mulatos e brancos com 30% e 25%, respectivamente. Essa composição étnica foi se alterando gradativamente e, hoje, tem-se uma minoria de negros (6,2%) afetada pela desigualdade social que sofre, ainda, preconceitos. O último censo reforça a hegemonia da cor branca na população brasileira embora aponte uma participação significativa de pardos (39%).

Distribuição da Renda Nacional

Violenta desigualdade, comum em países subdesenvolvidos: 1% da população mais rica acumula o mesmo volume de

rendimentos dos 50% mais pobres; Dos 10% mais ricos ganham 18 vezes mais que os 40% mais

pobres. Metade dos trabalhadores brasileiros ganham até dois

salários mínimos; Mais da metade da população ocupada não contribuí com a

Previdência. 80% dos domicílios dos 10% mais ricos tem saneamento

adequado, contra um terço dos 40% mais pobres; Entre os 40% mais pobres, 30% dos empregados não

possuem carteira assinada;

Censos: qual a utilidade?

O censo serve para que cada um possa conhecer melhor o país, os estados e os municípios. Com as informações do recenseamento, o Governo poderá, por exemplo: identificar os locais onde é mais importante investir

em saúde, educação, habitação, transportes etc.; descobrir lugares que necessitam de programas de

incentivo ao crescimento econômico, como instalação de pólos industriais;

distribuir melhor o dinheiro público, dos Fundos de Participação dos Estados e dos Municípios.

A sociedade em geral também usa as informações do censo: para escolher onde instalar suas fábricas,

supermercados, shopping centers, escolas, cinemas etc.;

para conhecer melhor os trabalhadores brasileiros - quem são, o que fazem, como moram etc. Essa informação é muito importante para os sindicatos, associações profissionais e entidades de classe;

para pedir a atenção dos governos para problemas específicos, como a expansão da rede de água e esgoto, a instalação de postos de saúde e assim por diante.

Como todas as informações do Censo são importantes para o futuro do Brasil, todas as pessoas são obrigadas a responder ao recenseamento. Mas, não há motivo de preocupação: as respostas de cada uma são confidenciais.

A palavra Censo vem do latim "census", que quer dizer "conjunto dos dados estatísticos dos habitantes de uma cidade, província, estado, nação etc".

Como você pode imaginar, o Censo é uma coisa que já era feita na Antigüidade. Pelo que se tem notícia, o Censo mais antigo é o da China. Em 2238 a.C., o imperador Yao mandou realizar um censo da população e das lavouras cultivadas.

No Oriente, os mais antigos são os hebraicos e o Censo de Israel no tempo de Moisés (cerca de 1700 a.C.). Os egípcios realizavam censos anualmente no século XVI a.C. E os romanos e os gregos já realizavam censos por volta do século VIII a IV a.C. Em 578-534 a.C., o imperador Servo Túlio mandou realizar um censo de população e riqueza que serviu para estabelecer o recrutamento para o exército, para o exercício dos direitos políticos e para o pagamento de impostos. Os romanos fizeram 72 censos entre 555 a.C. e 72 d.C.

Naquela época, o objetivo mais importante do Censo era saber o número de pessoas disponíveis para fazer a guerra e cobrar impostos. A punição para quem não respondia geralmente era a morte!

A Bíblia conta que São José e a virgem Maria saíram de Nazaré, na Galiléia, para Belém, na Judéia, para responder ao censo ordenado por César Augusto (as pessoas tinham que ser entrevistadas no local de sua origem). Foi enquanto estavam na cidade que Jesus nasceu.

Na Idade Média, na Europa, houve diversos recenseamentos: na Península Ibérica durante a dominação muçulmana nos séculos VII a XV; no reinado de Carlos Magno (712-814); e ainda o Doomada y Book, que é o maior registro estatístico feito na época, na Inglaterra, por ordem de Guilherme, o Conquistador. Também foram feitos recenseamentos nas repúblicas italianas do século XII ao XIII.

Nas Américas, muito antes de Cristóvão Colombo, os Incas já mantinham um registro numérico de dados de população em "quipus", um engenhoso sistema de cordas com nós que representavam números no sistema decimal!

Como você pode ver, desde épocas remotas os governos se preocupam em realizar Censos.

Censos no BrasilAté 1872: os dados sobre a população brasileira eram obtidos de

forma indireta, isto é, não eram feitos levantamentos com o objetivo estrito de contar o número de habitantes.

As fontes de dados eram relatórios preparados com outras finalidades, como os relatórios de autoridades eclesiásticas, sobre os fiéis que freqüentavam a igreja, e os relatórios de funcionários da Colônia, enviados para as autoridades da Metrópole.

Usava-se, também, como fonte de informação, as estimativas da população fornecidas pelos Ouvidores, ou outras autoridades, à Intendência Geral da Polícia.

Somente a partir de 1750, visando a objetivos estritamente militares, a Coroa Portuguesa decidiu realizar levantamentos, de forma direta, da população livre e adulta, apta a ser convocada para a defesa do território.

O primeiro regulamento censitário no Brasil data de 1846, o qual definiu o caráter periódico do censo demográfico, fixando um intervalo de 8 anos. Somente em 1850 o governo foi autorizado a despender os recursos necessários para a realização do censo demográfico. O primeiro censo, então, foi programado para ocorrer em 1852.

Entretanto, a operação prevista para 1852 não foi realizada: a população revoltou-se e impediu o levantamento que já estava em pleno início de execução. Revoltou-se contra o Decreto no 797/junho de 1851, então conhecido como a " lei do cativeiro". Acreditava-se que o decreto era uma medida governamental visando à escravização dos homens de cor. Este episódio foi suficiente para adiar por 20 anos a realização do primeiro censo.

Em 1870, um novo regulamento censitário determinou que os censos cobririam todo o território nacional e que deveriam ocorrer a cada 10 anos. Dois anos mais tarde, em 1872, foi realizado o primeiro recenseamento nacional no país, o qual recebeu o nome de Recenseamento da População do Império do Brasil. Depois deste e até 1940, novas operações censitárias sucederam-se em 1890, 1900 e 1920. Em 1910 e em 1930, não foram realizados os recenseamentos.

Com a criação do IBGE, em 1938, e com a contribuição do renomado demógrafo italiano Giorgio Mortara, inaugurou-se a moderna fase censitária no Brasil. Caracterizada, principalmente, pela periodicidade decenal dos censos demográficos, nessa nova fase foi ampliada a abrangência temática do questionário com introdução de quesitos de interesse econômico e social, tais como os de mão-de-obra, emprego, desemprego, rendimento, fecundidade, migrações internas, dentre outros temas.

O período logo após o censo de 1991 esteve fortemente marcado pela integração com a sociedade. O IBGE incentivou essa integração: estimulando a discussão para reformular alguns itens já constantes do questionário e para incorporar novos ao Censo 2000. A participação cada vez maior e a importantíssima contribuição dos governos municipais e estaduais no preparo dos mapas que apóiam os trabalhos do Censo são um reflexo dessa tendência

Como utilizar o censo nas políticas públicas: Os recenseamentos são elementos importantes das

políticas públicas, podendo ser utilizado do seguinte modo:

Elaboração de programas sociais: bolsa-escola, bolsa-alimentação, renda mínima, fome zero; Melhoria da saúde pública Melhoria do sistema de educação Melhoria do sistema de segurança Ampliação da oferta de emprego e inúmeras outras ações.

Tais ações estarão adequadas à dimensão, ao volume de recursos, à amplitude geográfica e aos objetivos políticos das diferentes esferas do governo, podendo atender a um público-alvo específico de alguns programas sociais.

Os indicadores sociais

O que são? São instrumentos de medida para se acompanhar e modificar a realidade social de um país.

Para que servem? Servem para subsidiar o governo no planejamento e formulação de políticas públicas, a fim de propiciar o bem-estar da população.

Como se classificam? Segundo áreas temáticas: saúde, educação, mercado de trabalho, habitação, segurança pública, infra-estrutura, renda e desigualdade.

As áreas temáticas subdividem-se em sistemas de indicadores sociais, de condições de vida, de qualidade de vida, de desenvolvimento humano ou ambientais.

O Programa para as Nações Unidas para o Desenvolvimento –PNUD- publica, desde 1990, o Relatório de Desenvolvimento Humano, contendo os indicadores sociais e o Índice de Desenvolvimento Humano – IDH. Este índice é utilizado para comparar a qualidade de vida das pessoas residentes nos países. Para tanto, consideram-se, em seus cálculos, as variáveis educação, saúde e renda.

IDHÍndice de DesenvolvimentoHumano

IDH -Índice de Desenvolvimento Humano – criado em 1990

Mede o desempenho médio dos países e regiões em três dimensões:

Vida longa e saudável(saúde e expectativa de vida)

Acesso ao conhecimento (taxas de alfabetização da população com 15 anos

ou mais e de matrícula nos três níveis de ensino)

Renda (PIB de um país dividido pelo número de seus

cidadãos e ajustado pela paridade do poder de compra)

Classificação do IDH: Baixo (menor que 0,5) Médio (entre 0,5 e 0,8) Alto (maior que 0,8)

Países como o Canadá, os EUA e a Suécia compõem o grupo que possui maior desenvolvimento humano (acima de 0,9). No outro extremo, refletindo a desigualdade, encontra-se grande parte dos países africanos com IDH próximo a 0,3.

O Brasil, juntamente com a Colômbia, o Peru e o Paraguai, tem sido classificado como médio desenvolvimento humano. O responsável pela inclusão do Brasil nesse grupo foi o elevado PIB per capita; as demais variáveis ainda ocupam nível inferior ao padrão de educação e saúde.

Teorias demográficas

Teoria de Malthus

Desenvolvida pelo inglês Thomas Robert Malthus.

Inglaterra, século XVIII, pós-Revolução Industrial: problemas sociais – desemprego, fome, crescimento acelerado da população.

Malthus buscava uma solução para “organizar” a Inglaterra, principalmente em seus centros urbanos.

A lei da subsistência: a produção de alimentos cresce em ritmo diferente do crescimento da população, isto é, cresce em progressão aritmética (2-4-6-8-10.....).

A lei da população: a população cresce em progressão geométrica (2-4-8-16-32....), caso não ocorra a interferência de obstáculos naturais tais como guerras e epidemias, o que significa que a cada 25 anos a população dobraria.

Criou, assim, duas leis:

Estabelecidas as leis de subsistência e da população, ocorreriam desequilíbrios entre a população e a produção de alimentos (maior população em relação aos alimentos produzidos), o que traria como efeito a guerra, a fome e a miséria.

Para Malthus, a explicação para os problemas que atingiam a Inglaterra era a superpopulação, especialmente do proletariado. A fome e a miséria eram consequência do elevado crescimento da população.

A solução pensada por ele era deter as taxas de natalidade, tornando leis a abstinência sexual antes do casamento, permissão para um homem casar apenas após aos 30 anos (porque já teria condições de sustentar sua família), limitação do número de filhos para os mais pobres, estímulo ao ascetismo (renúncia ao sexo) e aumento do preço das mercadorias e redução dos salários como forma de pressionar o proletariado a reduzir o número de filhos).

Críticas à teoria Malthusiana:

A pobreza nem sempre ocorre em função da escassez de alimentos, mas simplesmente da má distribuição deles;

O número de pessoas em nada está relacionado à escassez de alimentos no mundo atual;

A produção de alimentos cresceu mais que o esperado graças as inovações tecnológicas e agrícolas.

Os seguidores de Malthus

Neomalthusianos: nas primeiras décadas do século XX, identifica-se novo crescimento populacional acelerado nos países subdesenvolvidos, resgatando a idéia malthusiana. Estudiosos atribuem aos países subdesenvolvidos e ao elevado crescimento demográfico a situação de miséria identificada. As taxas de mortalidade se reduzem devido à revolução médico-sanitária, contribuindo para a explosão demográfica.

Aponta para a necessidade de redução da população jovem, tendo em vista a sobra de recursos destinados à educação, saúde etc.

Prega um extenso programa de redução populacional semelhante ao aplicado na China.

Antimalthusianos: marxistas ou reformistas.

Percepção de que a causa da pobreza não ocorre em função do número de pessoas, mas em função da distribuição da renda;

Prega melhor distribuição dos alimentos, principalmente considerando o nível tecnológico no mundo atual.

Defendem reformas sócio-econômicas para superar os problemas encontrados nos países subdesenvolvidos. A redução do crescimento populacional ocorre devido às reformas.

Ecomalthusianos: o rápido crescimento demográfico se explica através da pressão exercida pela população sobre seus recursos naturais, ocasionando degradação no ambiente. Daí o apoio ao controle da população, uma vez que este grupo não percebe a degradação causada no ambiente pelo desenvolvimento tecnológico.

A teoria da transição demográfica A ideia fundamental da Teoria da

Transição Demográfica é a passagem de um estado de equilíbrio, em que a mortalidade e a natalidade têm valores elevados, para outro estado de equilíbrio, em que a mortalidade e a natalidade apresentam valores baixos, separados por um período de forte crescimento natural.

Cada país passa por três fases de transição: estágio inicial: natalidade e mortalidade elevadas. A

consequência é o reduzido crescimento demográfico. Somente países muito atrasados se encontram nessa fase.

alta taxa de natalidade e mortalidade reduzida: elevado e rápido crescimento demográfico. Grande parte dos países subdesenvolvidos se encontram nessa fase.

baixa taxa de natalidade e mortalidade: crescimento demográfico. Muitos países desenvolvidos completaram a transição demográfica dessa fase.

O MODELO DA TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA (EM 4 FASES).

PAÍSES DESENVOLVIDOS (nem todos os países atingiram a última fase)

1ªFase – Comportamento demográfico até ao século XVIII

Elevada taxa de fecundidade Elevada taxa de natalidade Elevada taxa de mortalidade (com oscilações) Esperança média de vida curta (25-30 anos) Crescimento natural reduzido e irregular

(Regime demográfico primitivo)

Fatores explicativos da elevada taxa de natalidade: Filhos considerados fonte de rendimento; Crenças religiosas (o nascimento não deve ser evitado

nem interrompido); Métodos anticoncepcionais desconhecidos; Casamento precoce; Elevada taxa de analfabetismo; Planejamento familiar desconhecido.

Fatores explicativos da elevada taxa de mortalidade: Condições precárias de habitação e de higiene; Saneamento básico inexistente; Ausência de uma alimentação equilibrada; Medicina pouco desenvolvida; Tecnologia agrícola rudimentar; Fomes, guerras, doenças, pestes (levam às oscilações).

2ªFase – Comportamento demográfico desde o século XVIII ao século XIX

Elevada taxa de fecundidade

Elevada taxa de natalidade

Declínio da taxa de mortalidade

Aumento da esperança média de vida

Aumento rápido do crescimento natural (Revolução Demográfica)

Fatores explicativos do decréscimo da Taxa de Mortalidade:

Desenvolvimento da Medicina e dos serviços de apoio à saúde (Revolução Científica);

Melhoria da alimentação (Revolução Agrícola: introdução de novas culturas - batata, milho, tomate);

Progressos nos cuidados sanitários e de higiene diminuindo as epidemias;

Progressos tecnológicos: consequência da Revolução Industrial;

Publicação das leis do trabalho (proibição do trabalho infantil, melhores condições laborais e de segurança no trabalho).

3ªFase – Comportamento demográfico dos finais do século XIX à 2ª G. M.

Taxa de fecundidade em declínio

Taxa de natalidade em declínio

Taxa de mortalidade continua a diminuir

Aumento da esperança média de vida

Crescimento natural em regressão

Causas da redução da Taxa de Natalidade

Desejo de liberdade familiar e realização pessoal; Encargos cada vez maiores com a educação dos filhos; Emancipação da mulher; Entrada da mulher no mercado de trabalho. Falta o

tempo para cuidar dos filhos; Casamento cada vez mais tardio; Aumento do Número de pessoas que não constitui

família; Difusão dos métodos anticoncepcionais e

desenvolvimento do Planeamento familiar; Problemas de alojamento nas cidades.

4ªFase – Comportamento demográfico após a 2ª Guerra Mundial até aos nossos dias.

Taxa de fecundidade muito baixa; Taxa de natalidade baixa com oscilações

(sucessão das crises econômicas); Taxa de mortalidade em decréscimo mas

com tendência para aumentar; Aumento da esperança média de vida População envelhecida.

Causas do envelhecimento da população Redução do número de jovens devido à diminuição da taxa de

natalidade. Aumento do número de velhos devido ao aumento da esperança

média de vida que se deve a: Melhor alimentação; Assistência médica e medicamentosa; Mais higiene; Melhores condições de habitação; Melhores condições e diminuição do horário de trabalho; Paz social na maioria dos países desenvolvidos.

2. Hoje surge a tendência para o aumento da taxa de mortalidade Envelhecimento demográfico; Surgem novas doenças, chamadas doenças do século (Sida); Aumento do número de acidentes de viação.

Risco da não renovação de gerações

PAÍSES EM VIAS DE DESENVOLVIMENTO

Este grupo de países, de um modo geral, ainda se encontra na 2ª fase .

Assim, só deveremos ter em conta as características das 1ª e 2ª fases.