32 em movimento - janeiro2012

17
32 em Movimento São Paulo, 31 de Janeiro de 2.012 Edição número 13 Sociedade Veteranos de 32 MMDC Página 1 de 17 Caros amigos, colaboradores, leitores! É com muita satisfação que completamos neste dia 25 de Janeiro o primeiro ano do Jornal 32 em Movimento! A ideia de ter um jornal, já era muito antiga, lembrada sempre pelo Cel. Ventura, e um pedido da nossa grande amiga e poetisa Frances de Azevedo, impulsionou para que se tomasse um rumo! A partir de então, começamos os primeiros esboços do nosso jornal virtual! Queríamos um nome que denotasse que 32 ainda está vivo, e com a palavra do nosso grande amigo, parceiro e Presidente do Conselho Deliberativo Paes de Lira, chegamos ao 32 em Movimento! Logo recebemos os materiais que solicitamos aos nossos amigos, amantes de 32, que já desenvolviam grandes feitos, e com o trabalho conjunto do nosso Diretor de Cerimonial Markus Runk, tornouse possível a criação da 1 a edição do 32 em Movimento, que foi recebida com muito carinho. Um dos maiores presentes que ganhamos, foram as preciosas palavras inaugurais do nosso amado e muito estimado amigo, o Príncipe dos Poetas, Paulo Bomfim, que dizem “Do culto da epopeia máxima surge das trincheiras do tempo o Jornal 32 em Movimento. Celebrando nossos mortos São Paulo estará mais viva do que nunca.” Estas, sempre estarão presentes no topo da primeira página em todas edições. A repercussão foi tamanha, que atravessou as fronteiras brasileiras e hoje contamos com leitores dos países mais inusitados! Ganhamos frontes de correspondências, mais colaboradores, mais associados, mais amigos! E o principal que ganhamos foi o carinho e respeito de vocês leitores, que nos acompanham, nos permitem crescer, nos motivam a dedicar a este maravilhoso trabalho, e fortalecemos nossas crenças por um São Paulo mais forte, pela paixão de 32, pela memória e respeito aos nossos heróis! Agradecemos a todos nossos colaboradores, que nos enviam belíssimas e prazerosas matérias, e queremos que continuem sempre conosco, para dar vida a nossa epopeia de celebrar e manter vivo o ideal de 32! Viva São Paulo! Vivam os heróis de 32! Abraços no coração! Camila Giudice Diretora de Comunicação Social e Editora do Jornal 32 em Movimento “Do culto da epopeia máxima surge das trincheiras do tempo o Jornal 32 em Movimento. Celebrando nossos mortos São Paulo estará mais vivo do que nunca.” Paulo Bomfim

Upload: markus-runk

Post on 28-Mar-2016

237 views

Category:

Documents


4 download

DESCRIPTION

Jornal da Sociedade Veteranos de 32 - MMDC, com o intuito de manter a perpetuação da memória dos heróis de 32

TRANSCRIPT

Page 1: 32 em Movimento - Janeiro2012

32 em MovimentoSão  Paulo,  31  de  Janeiro  de  2.012   Edição  número  13  -­‐  Sociedade  Veteranos  de  32  -­‐  MMDC     Página  1  de  17

Caros  amigos,  colaboradores,  leitores!

É   com  muita   satisfação   que  completamos  neste   dia  25   de   Janeiro   o   primeiro   ano   do   Jornal   32  em  Movimento!A  ideia  de  ter  um  jornal,  já  era  muito   antiga,   lembrada  sempre  pelo   Cel.  Ventura,  e  um  pedido   da  nossa  grande  amiga  e  poetisa  Frances  de  Azevedo,  impulsionou  para  que  se  tomasse  um  rumo!A  partir  de  então,  começamos  os  primeiros  esboços  do  nosso  jornal  virtual!Queríamos  um  nome  que  denotasse  que  32  ainda  está  vivo,  e  com  a  palavra  do  nosso  grande  amigo,  parceiro  e  Presidente  do  Conselho  Deliberativo  Paes  de  Lira,  chegamos  ao  32  em  Movimento!Logo  recebemos  os  materiais  que  solicitamos  aos  nossos  amigos,  amantes  de  32,  que  já  desenvolviam  grandes   feitos,  e  com  o   trabalho   conjunto  do  nosso  Diretor  de  Cerimonial  Markus  Runk,  tornou-­‐se  possível  a  criação  da  1a  edição  do  32  em  Movimento,  que  foi  recebida  com  muito  carinho.Um  dos  maiores  presentes  que  ganhamos,  foram  as  preciosas  palavras    inaugurais  do  nosso   amado  e  muito   estimado   amigo,   o   Príncipe   dos   Poetas,   Paulo   Bomfim,   que   dizem   “Do   culto   da   epopeia  máxima  surge  das   trincheiras   do   tempo   o   Jornal  32  em  Movimento.  Celebrando  nossos  mortos  São  Paulo  estará  mais  viva  do  que  nunca.”    Estas,  sempre  estarão  presentes  no  topo  da  primeira  página  em  todas  edições.A  repercussão  foi  tamanha,  que  atravessou  as   fronteiras  brasileiras  e  hoje  contamos  com  leitores  dos  países  mais  inusitados!  Ganhamos  frontes  de  correspondências,  mais  colaboradores,  mais  associados,  mais  amigos!E  o  principal  que  ganhamos  foi  o  carinho  e  respeito  de  vocês  leitores,  que  nos  acompanham,  nos   permitem  crescer,   nos   motivam   a   dedicar   a   este   maravilhoso   trabalho,  e   fortalecemos   nossas  crenças  por  um  São  Paulo  mais  forte,  pela  paixão  de  32,  pela  memória  e  respeito  aos  nossos  heróis!Agradecemos  a  todos  nossos  colaboradores,  que  nos  enviam  belíssimas  e  prazerosas  matérias,  e  queremos  que  continuem  sempre  conosco,  para  dar  vida  a  nossa  epopeia  de  celebrar  e  manter  vivo  o  ideal  de  32!

Viva  São  Paulo!  Vivam  os  heróis  de  32!

Abraços  no  coração!

Camila  GiudiceDiretora  de  Comunicação  Social  e  Editora  do  Jornal  32  em  Movimento

“Do  culto  da  epopeia  máxima  surge  das  trincheiras  do  tempo  o  Jornal  32  em  Movimento.  Celebrando  nossos  mortos

São  Paulo  estará  mais  vivo  do  que  nunca.”Paulo  Bomfim

Page 2: 32 em Movimento - Janeiro2012

32 em MovimentoSão  Paulo,  31  de  Janeiro  de  2.012   Edição  número  13  -­‐  Sociedade  Veteranos  de  32  -­‐  MMDC     Página  2  de  17

“Do  culto  da  epopeia  máxima  surge  das  trincheiras  do  tempo  o  Jornal  32  em  Movimento.  Celebrando  nossos  mortos

São  Paulo  estará  mais  vivo  do  que  nunca.”Paulo  Bomfim

Com  a  palavra,  o  Presidentepor  Cel.  Mário  Fonseca  Ventura

O   leve   bater   das   asas   de   uma  andorinha  pode  causar  um  vendaval  de  acordo   com   a   teoria   do   caos.   Mas  sempre   precisamos   ter   o   controle   nas  mãos.   Assim   foi  com   a   criação   do  n o s s o   j o r n a l  eletrônico   “32   EM  MOVIMENTO”.

U m a  m e n s a g em   d e  nossa   associada  F R A N C E S   D E  A Z EVEDO ,   em   fi n s   d e   2 0 1 0 ,  solicitando   a   criação   de   um   jornal   da  Sociedade   Veteranos   de   32-­‐MMDC,  causou  toda  essa  tempestade  de  ideias.  Levada   a   sugestão   para   a   dupla  dinâmica  -­‐  CAMILA,  nossa  Diretora  de  Comunicação   Social,   e   MARKUS,  diretor   do   Cerimonial   -­‐,   surgiu,   com  d e d i c a ç ã o   í m p a r ,   o   “ 3 2   EM  MOVIMENTO”  no  dia  25  de  janeiro  de  2011.   O   impacto   causado   veio   gerar   a  aplicação   da   TEORIA   DO   CAOS   no  MMDC.   Essa   teoria   é   o   estudo   de  sistemas   dinâmicos   complexos   não  lineares.   A   constante   alteração   no  clima   e   um   exemplo   de   um   sistema  dinâmico   não   linear.   Propõe   que   os  

eventos   sejam   tão   aleatórios   que  parecem   não   ser   governados   por  nenhuma   lei.   Ainda   que   sob   este  aparente   caos   reina   uma   ordem  imprópria.  

A   globalização   aproxima   as  pessoas.   Qualquer   parte   do   planeta  pode   receber   uma   mensagem.   O  IDEAL   DE  DIREITO  da  EPOPEIA  DE  32   passou   a   ser   mundialmente  compart i lhada.   Os   avanços   da  i n f o r m á t i c a   t r a n s f o r m a r a m  completamente   o   conceito   da   nossa  querida   Sociedade.   A   modificação   do  MMDC  dos   princípios   dos   anos   2000  para  os  momentos  de  hoje  é  gritante.  A  ideia   de   separatismo   de   São   Paulo   na  Revolução   Constitucionalista   de   32   é  coisa   do   passado.   O   mundo,   hoje,  a t r a v é s   d a   i n f o rmá t i c a ,   s a b e  perfeitamente   que   o   Brasil   queria   se  livrar   do   ranço   da   ditadura   VARGAS,  lutando   pela  reconstitucionalização  da  Nação  e  nada  mais.

Nosso   jornal   eletrônico   trouxe,  em   2011,   a   ideia   de   criação   de   um  núcleo   de   correspondência   pelo  Professor   JEFFERSON   BIAJONE,   de  ITAPETININGA.   Projeto   ousado,  fugindo  de  um  sistema  não  linear,  que  

deveria   ser   abraçado   pela   Sociedade,  pois  era  esse  o   futuro  de  uma  Entidade  que  não  poderia  mais  se  sujeitar  a  uma  rotina   enfadonha   de   transmitir   aos  pósteros,   com   muita   dificuldade,   os  feitos   e   os   fatos   da   EPOPEIA   DE   32.  Em   pouco   tempo   surgiria   o   segundo  núcleo,   o   de   PIRACICABA,   sob   a  presidência   de   EGYDIO   TISIANI,   que  foi   orientado   pelo   BIAJONE   na  funcionalidade   e   nos   propósitos  estatutários  da  Sociedade  Veteranos  de  32-­‐MMDC.

A   instituição   passou   a   ser  conhecida   em   outros   países,   segundo  as   estatísticas   demonstradas   pelo  sistema   “google”.   E   de   uma   maneira  vertiginosa,  tal  qual   o   farfalhar   da  asa  da  andorinha  que  criara   um  vendaval.  Sim,  os   princípios   que  norteiam  nossa  a s s o c i a ç ã o   s ã o   c o n h e c i d o s  globalmente,   embora   existam   céticos  que   não   acreditam   no   fenômeno.   Os  i d e a i s   d o s   h e r ó i s   d e   3 2   s ã o  transmitidos   para   o   mundo.   Dizia   o  nosso   poeta   PAULO   BOMFIM   “Do  culto   da   epopeia   máxima   surge   das  trincheiras   do   tempo   o   jornal   32  celebrando   nossos   mortos,   São   Paulo  estará  mais  vivo  do  que  nunca”.    »

Índice

MMDC  Acontece   3Núcleo  de  Correspondências   6Personagens   8Memorial   10

Paixão  Paulista   13PM  em  Destaque   14458  anos  de  São  Paulo   15

EXPEDIÇÃOPublicação:  Sociedade  Veteranos  de  32  -­‐  MMDCSite:  www.sociedademmdc.com.br  Contribuições:  [email protected]ção:  Camila  Giudice  -­‐  Diretora  de  Comunicação  SocialEditores:  Camila  Giudice  e  Markus  RunkRedatores:  diversos  autores

Fotografia:  diversos  autoresCriação  e  diagramação:  Markus  RunkAgradecimentos:  A  todos  que  possibilitam  o  desenvolvimento  deste  jornal  e  a  todos  os  leitores!Publicação:  Mensal  -­‐  Tiragem:  Eletrônico  -­‐  Distribuição:  Gratuito  

Page 3: 32 em Movimento - Janeiro2012

MMDC Acontece São  Paulo,  31  de  Janeiro  de  2.012   Edição  número  13  -­‐  Sociedade  Veteranos  de  32  -­‐  MMDC     Página  3  de  17

Mas   a   coisa   não   ficou   somente  em   ITAPETININGA   e   PIRACICABA.  Surgiu   o   Núcleo   de   Correspondência  de  ITAPIRA,  sob  a  presidência   de  um  jovem   de   22   anos,   ERIC   LUCIAN  APOLINÁRIO  e,  bem  mais  recente,  em  22  de  janeiro  de  2012,  o  Núcleo  de  SÃO  VICENTE,  com  mais   um  jovem,  agora  de  20  anos.  

Quando   na   PRAÇA   DA   SÉ,   em  22  de  janeiro  deste  ano,  reuníamo-­‐nos  para   anunciar   a  Abertura  do   JUBILEU  DE   CARVALHO   do   Movimento  Constitucionalista   de   1932,   lá   estavam  CAMILA,   MARKUS,   ERIC   e   o   jovem  GUILHERME   de   SÃO   VICENTE,  juntos   com   nossos   associados   que  entendem  perfeitamente  a  abrangência  da  estrutura  montada  neste  2012.

É   uma   mentalidade   nova   que  vem   se   somar   com  a  maturidade  dos  nossos   poucos   combatentes  de  32   (45  no   total)   na   luta   pelos   mesmos  princípios   daquela   época   que   hoje  distancia   80   anos   de   nós.   Mas   a  novidade  principal  em  tudo   isso   é  que  essa   plêiade   de   jovens   luta   pela  moralização   da   nossa   Nação.   Todos  são  voluntários,  não  ganham  nada  com  essa   nova   revolução   que   estamos  

encetando.  Uma   revolução   no   mundo  das   ideias,   combatendo   a   corrupção  desenfreada  que  passou  a  ser  até  banal,  pois   todos   usam   hoje   a   “Lei   de  GÉRSON”.  Quem  ganha   com   isso   é  o  Brasil,   com   a   conservação   do   passado  nas   mãos   jovens   dos   idealistas   que  eternizam  no  mundo  o  que  de  melhor  se   pode   pensar   no   JUBILEU   DE  CARVALHO  da  Revolução  de  32.  

Jovens   como   RICARDO   DELLA  ROSA,  DOUGLAS  DO  NASCIMENTO,  ARTHUR   PASCHOAL   precisam,   pois  t a m b ém   s ã o   f r u t o s   d e   u m a  mentalidade   sadia,  que  propugna   pela  perpetualidade   de   1932,   se   unir  definitivamente  à  Sociedade  Veteranos  de  32-­‐MMDC.  Fazem  parceria  conosco,  mas   o   ideal  é   se  juntar  a  nós,  já  que  a  UNIÃO  FAZ  A  FORÇA.  

Vamos  melhorar  esta  Sociedade,  que   em   2004   esteve   às   portas   da  falência  e  que  se  ergueu  pela   coragem  d e   u m   j o v e m   d e   3 2 ,   G I N O  STRUFFALDI.  Há  um  divisor  de  águas  no  MMDC.  Pode-­‐se  falar,  sem  sombra  de  errar,  que  há  o   antes  e  o  depois  de  GINO.   Em   2005,   quando   GINO  assumiu   a   presidência   se   dizia   que   a  Sociedade   era   a  moderna   FÉNIX,   que  

renascera   das   cinzas.   Nasceram   os  núcleos   da   LAPA,   GUARULHOS,  Z O N A   L E S T E ,   B U T A N T Ã ,  BOTUCATU,   ITAPEVA,   inclusive   um  núcleo   maçônico.   Foi   ele   presidente  por   seis   anos,   deixou   um   legado   de  grandes   projetos   que   devem   ser  levados  avante  e  isso  o   faremos,  com  o  apoio  de  uma  mentalidade   jovem,  que  se   une   aos   heróis   de   32,   para   a  concepção   de   uma   nova   teoria,  aproveitando   as   ferramentas   da  informática,   coisa   que   até   então   não  acontecera  nesta  Sociedade.

E   o   importante   de   tudo   isso   é  que   os   nossos   associados   comungam  com  a  transição  que  está  acontecendo,  principalmente   os   participantes   da  COFAM,  uma  Comissão  dos  Familiares  dos  Heróis  de  32,  criada  em  9   de  julho  de  2010,  que  deverá  ser  o   futuro   desta  Sociedade.   Os   descendentes   dos  veteranos   deverão   ocupar   os   lugares  deixados   pelos   abnegados   voluntários  de   um   tempo   que   não   morreu,   que  nunca  morrerá,   pois   traz  no   bojo   um  legado   sadio  de  princípios  que  o  Brasil  de  hoje  precisa  acima  de  tudo.  ◊

Participe   da   reunião   da   COFAM   (Comissão   dos  Familiares   dos   Heróis   de   32)   e   da   comemoração   dos  "Aniversariantes   do   Mês",   que   acontecerá   no   dia   11   de  fevereiro   às  15  horas  na   Sede  da  Sociedade  Veteranos  de  32-­‐MMDC,   excepcionalmente   nesta   reunião,   haverá   a  comemoração  dos  aniversariantes  de  Janeiro  e  Fevereiro.  ◊

Reunião  COFAM

Bemvindos  novos  ASSOCIADOS

MILTON  MORASSI  DO  PRADOBEATRIZ  DE  ASSIS  BASTOS  MORASSITHIAGO  DE  SOUZA  MORAESNEUSA  VENANCIOCARLA  DE  SOUZA  MORAES

Aniversariantes  de  Janeiro

01/01  –  CEL  PM  JOÃO  CLAUDIO  VALÉRIO01/01  –  TIZUKO  HASSEGAWA  MIKAN01/01  –  JOSÉ  DOS  REIS  MARIANO02/01  –  EDILBERTO  DE  OLIVEIRA  MELO08/01  –  CAP  PM  CICERO  DA  SILVA  PIRES09/01  –  PEDRO  NUNES  DE  SOUZA  FILHO10/01  –  MARIA  ODETE  CRUZ  PINTO12/01  –  EDSON  FERRARINI20/01  –  DR.  MAX  BASILE20/01  –  MOACIR  UBIRAJARA  FERRAZ21/01  –  AURÉLIO  PEQUENO  SANTOS24/01  –  CEL  PM  RICARDO  JACOB24/01  –  CEL  PM  ELYSEU  GUILHERME  SALGADO  ROCHA25/01  –  Dra  MARIA  LUCIA  CAMARGO28/01  –  Dr.  UMBERTO  BORGES  D’URSO29/01  –  FRANCISCO  GIANNOCCARO29/01  –  CAP.  HELIO  TENORIO  DOS  SANTOS29/01  –  Sgt  MARCELO  CLEMENTE

Page 4: 32 em Movimento - Janeiro2012

MMDC Acontece São  Paulo,  31  de  Janeiro  de  2.012   Edição  número  13  -­‐  Sociedade  Veteranos  de  32  -­‐  MMDC     Página  4  de  17

Grandioso  Evento  em  São  Paulo  em  22  de  Janeiro  de  2012por  Éric  Lucian  Apolinário,  do  núcleo  www.itapira.sociedademmdc.com.br    

Uma  linda  manhã  de  domingo  aos   pés   do   Palácio   da   Justiça   e   da  Catedral  da  Sé.  Foi   assim  que  iniciou-­‐se,  ao   som  do  Hino  Nacional  o   evento  d e   abe r tu r a   do s   80   Ano s   do  Movimento  Constitucionalista.  Após  o  Hino   Nac iona l ,   fo i   entoada   a  magnífica   marcha   Paris   Belfort,  adotada   em   1932   como   Hino   da  Revolução   pela   Radio   Record,   ainda  hoje,  ganha  mais  força  a   cada  vez  que  é   executada   pela   incrível   Banda   da  Polícia  Militar.

Membros  de  vários  Núcleos  da  Capital  e   Interior  estiveram  presentes,  além   de   entusiastas   e   curiosos   que  também  prestigiaram  o  grande  evento.

Não  podemos  nos  esquecer  do  apoio  da  Polícia  Militar  de  São  Paulo,  que  ajudou  em  toda  a  organização  do  evento.

Alguns  membros  da  Sociedade  subiram  ao   palco,  e,  a  convite  do   Cel.  Mário   Ventura,   discursaram   sobre   o  ideal   paulista   de   1932,   sobre   o  Movimento   Constitucionalista,   sobre  seus   respectivos   trabalhos   com   os  Núcleos.

Abertura   Oficial   feita   pelo   Presidente  da   Sociedade   Veteranos   de   32,   Cel.  Mário  Ventura

Palavras  do  Presidente  Eric,  do  Núcleo  Cel  Francisco  Vieira

Professor   José   Carlos  de  Barros   Lima,  Coordenador   do   Núcleo   da   Lapa   e  Presidente  da  Comissão  do  Resgate  da  Memória   do   Movimento   Constitucio-­‐nalista  de  1932.

Vice-­‐Presidente   Deliberativo   da  Sociedade  Veteranos  de  1932  -­‐  MMDC,  Sr.   Pedro   Paulo   Penna   Trindade,   que  declamou  a   linda   poesia   "Eu   Te   Amo  São  Paulo".  

Palavras   da  Diretora   de  Comunicação  Social  da  Sociedade  Veteranos  de  1932  -­‐  MMDC,  Camila  Giudice.

Corpo  Musical  da  PMESP.  ◊

Acompanhe  os  diversos  eventos  em  comemoração  ao  Jubileu  de  Carvalho  dos  80  anos  da  Revolução  Constitucionalista  de  32

Page 5: 32 em Movimento - Janeiro2012

MMDC Acontece São  Paulo,  31  de  Janeiro  de  2.012   Edição  número  13  -­‐  Sociedade  Veteranos  de  32  -­‐  MMDC     Página  5  de  17

Novidades  do  mundo  virtual

Foi  criado  um  novo  NÚCLEO  DE  CORRESPONDÊNCIA  DE  SÃO  VICENTE  www.saovicente.sociedademmdc.com.br,  denominado   “CAPACETES  DE  AÇO”.  Seu  presidente-­‐fundador  GUILHERME  ANDREOLLI  CORREA.  A  partir  desta  edição  acompanhe  os  trabalhos  de  pesquisa.

Um   outra  novidade,   está   em  desenvolvimento   uma  nova  padronização   virtual  para  aperfeiçoar   a   comunicação   da  Sociedade   para   com   os   seus   leitores,  consolidando   os  núcleos   e   facilitando   a  navegabilidade.  Acompanhe   ao   longo   das  próximas  semanas.  

O  primeiro  passo   já  foi  dado,  todos  os  núcleos  agora  possuem  um  endereço  vinculado  à  Sociedade  Veteranos  de  32  de  uma  maneira  simples  e  de  fácil  compreensão,  basta  digitar:    www.[nome  da  cidade  ou  área].sociedademmdc.com.br  

Sessão  Solene  dos  458  anos  da  Cidade  de  São  Paulo  IHGSP  por  Ricardo  Della  Rosa

Realizou-­‐se  no  dia  25  de   janeiro  no   Instituto   Histórico   e  Geográfico   de  São  Paulo  a  Sessão  Solene  dos  458  anos  da  Cidade  de  São  Paulo  e  dos  450  anos  da  morte   do   Cacique   Martim   Afonso  Tibiriçá.   Nesta   ocasião   tive   o   grande  prazer  de   ver  nada  menos   que   quatro  amigos   tomando   posse   no   Instituto:  Alfredo  Duarte,  Milton  Basile,  Douglas  Nascimento  e  CEL  PM  Paulo  Telhada.  

Foi   uma   cerimônia   muito  interessante   para   todos   aqueles   que  cultuam   as   tradições   paulistas   e  

certamente   o   início   de   uma   grande  responsabilidade   para   os   novos  membros   de   manter   a   chama   desta  instituição   sempre   acesa.   Estiveram  presentes   meus   grande   amigos   da  Sociedade  Veteranos   de   32   -­‐  CEL   PM  Mario   Ventura,   Markus   Runk   e   a  adorável  Camila  Guidice.

Veja  matéria  na  íntegra  no  site

Page 6: 32 em Movimento - Janeiro2012

Núcleos de Correspondências São  Paulo,  31  de  Janeiro  de  2.012   Edição  número  13  -­‐  Sociedade  Veteranos  de  32  -­‐  MMDC     Página  6  de  17

Inauguração  oficial  do  Núcleo  de  Correspondencia    em  Itapirapor  Eric  Lucian  Apolinário,  do  núcleo  de  www.itapira.sociedademmdc.com.br  

Em  nome   do   Núcleo   MMDC   Itapira   -­‐  Cel.  Francisco   Vieira,   gostaria   de   convidá-­‐los   para   o   evento  público,  no  dia  12  de  Fevereiro,  domingo,  com  início  às  10h00  na  Câmara  Municipal  de  Itapira.  ◊

Natal  Meira  Barrospor  Egydio  Tisiane,  do  núcleo  www.piracicaba.sociedademmdc.com.br  

Revolução  Vitoriosapor  Guilherme  Andreolli  Corrêa,  do  núcleo  www.saovicente.sociedademmdc.com.br  

Na   manhã   de   27   de   agosto   de  1932,  Natal  Meira  Barros,  voluntário  do  2º  Batalhão  dos  Funcionários  Públicos,  e s tava   ocupando ,   com   out ros  elementos   do   mesmo   batalhão,   uma  trincheira   na   Frente   Norte,   setor   de  Pinheiros,   quando   recebeu   ordem   de  buscar   numa   trincheira   próxima   um  pau  para  barraca.

Cumprindo   ordem,   com   mais  três   rapazes,   tomou   ele   um   caminho  que  passava  atrás  de   um  bambual,  de  maneira   a   ficar   oculto   às   vistas   do  adversário.  Não   lhe  valeu  a  prudência.  Uma   bala   partida   de   uma   posição  

ocupada   pela   polícia   pernambucana,  a lcançou-­‐o   mesmo   at ravés   do  bambual,   ferindo-­‐o   gravemente   no  pescoço.

Recolhido   ao   Hospital   de  Sangue   de   Cruzeiro,   não   resistiu   à  grave   hemorragia   produzida   pelo  ferimento.

Seu  corpo  está  sepultado  em  sua  terra  natal.

Dados   Biográficos:   Nascido   em  Piracicaba  a  25   de  Dezembro   de  1914,  filho   do  Sr.  Josué  Meira  Barros   e  de  d.  Bianca   Bulchini   de   Barros,   Natal   era  uma  moço   forte,  esportista  dedicado  e  exercia  sua  atividade  no  comércio.  

Era   solteiro   e   foi   por   algum  tempo   instrutor   do  Tiro  de  Guerra  de  Piracicaba,  onde  residia.  ◊

No   contexto   da   revolução   de  1930,   Getúlio   Vargas   sagrou-­‐se  vitorioso,  e  auto-­‐intitulou-­‐se  “Chefe  do  Governo   Provisório”.   Sob   esse   título,  Vargas   suspendeu   a   constituição  vigente   e   instaurou   no   Brasil   uma  ditadura.

Iniciada  em  09  de  julho  de  1932,  a   r e vo lução   su rg iu   como   um  descontentamento   contra   o   governo  Getúl io   Vargas .   Os   revol tosos  pretendiam  tirá-­‐lo  do  poder  e  instituir  uma  nova  carta  magna.

Ocorrida   entre   julho   e  outubro  do   mesmo   ano,   a   revolução   teve   seu  pontapé  inicial  com  a  morte  de  quatro  estudantes,   (Mário   Martins   de  Almeida,   Euclides   Bueno   Miragaia,  Dráusio  Marcondes  de  Sousa,  Antônio  Américo   Camargo   de   Andrade)  executados   por   tropas   governistas.   A  partir  daí,  a   sigla  MMDC  passou  a  ser  sinônimo   de   uma   causa.   A   causa  constitucionalista.

A   Revolução   de   32   pode   ser  considerada   vitoriosa   sobre   dois  

aspectos:  não   obstante  ter  perdido  no  campo   militar,   venceu   no   campo  político,   pois   o   governo   promulgou  uma   nova   constituição   (Constituição  de   1934).   O   segundo   aspecto   é  psicológico.  A   revolução   32,  mais   que  isso,  mostrou   que   uma   luta   de   ideais  baseada   em   princípios   pode   ser  concretizada,   mesmo   contando   uma  série  de  fatores  negativos.  ◊

Page 7: 32 em Movimento - Janeiro2012

Núcleos de Correspondências São  Paulo,  31  de  Janeiro  de  2.012   Edição  número  13  -­‐  Sociedade  Veteranos  de  32  -­‐  MMDC     Página  7  de  17

Cabo  “blindado”  Durvalino  de  Toledo  por  Ten.  Jefferson  Biajone,  do  núcleo  www.itapetininga.sociedademmdc.com.br  

Parte  2

Com   relação   ao   seu   ingresso  naquele   time,   Carlos   Fidêncio,   nos  a l e r t a   n a   p á g i n a   3 7 2   d e  " I T A P E T I N I N G A   O N T E M -­‐  HOJE"   (1986)  que  Durvalino   por   dois  anos   fora   goleiro   desse   batalhão  sediado   em   Itapetininga,   até   que,  em  fins   de   1931,   o   comando   do   mesmo  del iberou   que   se   e le   quisesse  permanecer   no   time,   teria   que  assentar  praça  na  Força  Pública.

Seja   como   for,   a   paixão   pelo  futebol   realmente   falou   mais   alto   e  deixar   a   prática   desportiva   que   tanto  gostava   seria   algo   impensável   para   o  Durvalino  na  plenitude  de  seus  vinte  e  quatro  anos.  

Que   sentasse   praça,   então!  trocava  a  profissão  de  pedreiro  pela  de  soldado   da   Força   Pública,   mas   não  deixaria  o   time  do   coração   que   tantos  gols  já  havia  defendido  e  haveria  ainda  de  defender.

Provavelmente  foram  esses,  sem  dúvida,  os  pensamentos  que  povoaram  a  mente  de  Durvalino  e  o  motivaram  a  envergar   a   mesma   briosa   farda   cáqui  de  seus  companheiros  de  futebol.  

Não   obstante,   desconhecia   o  jovem  itapetiningano  que  dali  a  menos  de  um  ano,  a  decisão  de  assentar  praça  lhe   acarretaria   participar   ativamente  do  maior  movimento  cívico   do  Estado  d e   S ã o   P a u l o ,   a   R e v o l u ç ã o  Constitucionalista  de  1932.  E  assim  foi.

Da  bola  para  o  fuzil

Quando   da   deflagração   da  Revolução   Constitucionalista   de   1932,  na  memorável   jornada   de   9   de   julho  daquele   inesquecível   ano,  o   prédio   da  atual  sede  da  2º  Diretoria  Regional  do  Departamento  de  Estradas  e  Rodagem  

de   Itapetininga   tornou-­‐se   o   Quartel  General  do  Exército  Revolucionário  do  Setor   Sul,   sob   o   comando   do   insigne  coronel   de   Artilharia   do   Exército  Brasileiro  Basílio  Taborda.

Foi   neste   prédio   que   o   então  s o l d a d o   D u r v a l i n o   m u i t o  provavelmente   conhecera   tanto   a  Francisco  Trindade,  quanto   a  Osvaldo  Santiago,   atualmente   os   dois   últimos  veteranos   de   32   de   Itapetininga   em  vida  em  2011,  e,  com  eles  travara  sólida  amizade,   se   muito   provavelmente   até  não   foram   destacados   para   servirem  juntos  em  um  dos  vários  batalhões  de  voluntários   que   ali   se   formaram   a   12  daquele  mês.  

Seja   como   for,   Carlos   Fidêncio  não   soube   precisar   que   batalhão  pertencera   o   soldado   Durvalino   por  ocasião   da   Revolução   de   32,   mas   o  então   capitão  Dilermando  Cândido  de  Assis,   oficial   de   estado   maior   das  forças   legalistas   que   enfrentaram  nossos  paulistas  em  Itararé,  para  onde  Durvalino   e   cerca   de   oitenta   outros  companheiros   foram   enviados   na  jornada  de  15  de  julho,  relata  na  página  1 08   d e   s eu   l i v r o   "V i t ó r i a   ou  Derrota"   (1936)   que   as   unidades   por  São   Paulo   ali   presentes   eram   o   8º  Batalhão   de   Caçadores   Paulista   (8º  BCP)   e   o   1º   Regimento   de   Cavalaria  Paulista.  

Ora,   sendo   Durvalino   soldado  de   infantaria   e   tendo   ele   assentado  praça   no   8º   BCP,   chances   plenas   são  de  que  ele  tenha  partido   pertencendo  à  fração  dessa  unidade  (provavelmente  um  pelotão   ou  companhia)   para   ter  o  seu   batismo   de   fogo   nas   sangrentas  trincheiras  de  Itararé  nas   jornadas   de  17  a  18  de  julho.

Nos   combates   desses   dois   dias,  a  historiografia  militar  nos  consta  que  sagraram-­‐se   vitoriosas   as   forças  

legalistas,   quer   pela   superioridade  numérica   de   efetivos,   quer   pelo  expressivo  poder  de  fogo  de  artilharia,  nas  palavras   do   próprio   capitão   "mais  de  12  bocas  de  fogo  de  75mm  atirando  ao  mesmo   tempo"  (ASSIS,  1936,  P.  122)  os   quais   colocaram   em   retirada   os  defensores   de   Itararé,   mas   restando  prisioneiros  bravos  45  destes.  

Durvalino,  porém,  fora   um  dos  que   conseguira   retrair   com   sucesso,  mas   não   antes   de  enterrar  alguns  dos  companheiros  tombados  na  véspera.

O  soldado  blindado

Caída   a   posição   de   Itararé,  contam-­‐nos   os   anais   da   História  Militar   brasileira   que   a   primeira  resistência   do   Setor   Sul,   seguiam   as  forças   getulistas   em   direção   à  Itapetininga,  mas   estas   não   haveriam  de   lograr   o   seu   intento   sem   antes  enfrentar  a  garra  do  soldado  paulista.  

A   s e g u n d a   p o s i ç ã o   d e  resistência  passou  agora  a  ser  em  Ibiti,  na   qual   reagrupadas   foram   as   tropas  revolucionárias,   mas   novo   revés  sofreram   em   face   do   grande   número  de  armas   automáticas,  farta  munição,  a l ém   do   c rescente   e fe t i vo   de  infantaria,   cavalaria,   artilharia   e  aviação.

De   Ibit i   nossos   paul istas  recuaram  para  a  estação  ferroviária  de  Engenheiro   Maia,   dali   para   Itapeva   e  tomada  esta,  para  o  município  de  Buri,  onde,  nos   dizeres  de  Carlos   Fidêncio,  e l e s   "fincaram   o   pé"   (p .   373 )  conseguindo   então   resistir   ao   avanço  inimigo  por  algum  tempo.

Continua  na  próxima  edição

Page 8: 32 em Movimento - Janeiro2012

Personagens São  Paulo,  31  de  Janeiro  de  2.012   Edição  número  13  -­‐  Sociedade  Veteranos  de  32  -­‐  MMDC     Página  8  de  17

Vicente  Venancio  Juniorpor  Thiago  de  Moraes  (neto)

  Vicente   Venancio   Junior,  nascido   em   19/07/1900,   natural   de  Paranagua-­‐PR,  Guarda   livros,  Escrivão  de  Policia  Civil,  Perito  Criminal,  e  Juiz  Paz   no   Oeste   Paulista.   Antes   do  alistamento   e   partida   para   o   combate    foi   funcionário   do   Instituto   Brasileiro  do   Café-­‐Superintendência   do   Serviços  do  Café  em  São  Paulo-­‐Capital.  Residia  a  Largo  do  Café,  n•   12  quando   alistou-­‐se   como   voluntário   e   foi   incorporado  ao   3•   Batalhão   do   Regimento   "9   de  Julho"  conforme  boletim  numero  10  de  2 9 /07 / 1 9 3 2 .C l a s s i fi c ado   n a   3 •  Companhia,  foi  designado  para  Secção  de   Metralhadoras   Pesadas,   prestou  juramento   a   Bandeira   em   04/08   e  no  mesmo   dia   as   18h00   partiu   para   zona  de  operações.

Lutou   bravamente   pelos   ideias  constitucionalistas.   Afinal,   tudo   em  respeito   aos   que   lutaram   e   tombaram  nesse   conflito,   que   não   visava   à  separação   de   São   Paulo   do   Brasil  (como   d i fundiu   a   propaganda  difamatória  de  Getúlio   Vargas),  mas  o  contrário.   Irrompeu-­‐se   a   luta   armada  buscando  uma  nova  Constituição   para  o   país,   para   tirá-­‐lo   do   atraso,   da  

insegurança   jurídica   e   do   despotismo  federal  pós  Revolução  de  30.

O   coração   bandeirante   de  VICENTE   VENANCIO   JUNIOR   (in  memoriam)    bateu  forte  em  razão  dos  feitos   de   seu   povo.  Toda   a   economia  voltada   para   a   guerra;   mulheres  substituindo   os   homens   em   tarefas  industriais,   pois   estes   estavam   nos  campos   de   batalha   e   a   mobilização  voluntária  de  toda  a  sociedade  para  o  conflito.   São   Paulo,   em   defesa   da  Constituição,   produziu,   improvisou   e  adaptou  de  tudo:  granadas,  capacetes,  munições,  morteiros   e   canhões.   Uma  imensa   rede   de   civis   auxiliava   os  soldados,  não  deixando   que  nada   lhes  faltasse,  até  o   limite  dos   suprimentos.  Senhoras  cosiam  meias   e   toucas,   pois  era  julho,  inverno.  Escoteiros   levavam  correspondências  e  etc.  Assim  Vicente  Venancio   Junior   (in   memoriam)    contava.

Lamentavelmente,  o   Voluntário  Vicente  Venancio   Junior  veio   a  falecer  em  10   de  agosto   de   1959   na  cidade  de  Campos  de  Jordão.

Foram   dias...   meses   e   anos   a  lutar   contra   um   mal   maior   que   as  forças  tuas.

Foste   muito   feliz   pela   tarefa  cumprida.

Tiveste   até   à   triste   hora   da  partida!

Vovô  Vicente  ,descanse  em  Paz!

Migalhas  Janeiropor  Cel.  Mário  Fonseca  Ventura,  do  ventura-­‐memriasdoventura.blogspot.com  

Nasce   o   ex-­‐combatente   da  Revolução   Constitucionalista   de   1932,  ANÍZIO  CISOTTO,  em  1º  de  janeiro  de  1910.  Falece  em  6  de  setembro  de  2002.  Pertenceu   ao   BATALHÃO   ROMEU  TORTIMA   e   ao   BATALHÃO   DA  JUSTIÇA.   Combateu   no   setor   de  ITAPIRA.      

Falece  o   ex–combatente  da  Rev.  32 ,   CONCEIÇÃO   RODRIGUES,  nascido   em  2   de   julho  de  1910.   Falece  em  1  º  de  janeiro  de  1955.  

FALECEU   o   ex-­‐combatente   de  32,   do   BATALHÃO   PIRASSUNUNGA,  AUGUSTO   CRISTAFANI,   em   1º   de  janeiro   de   2002.   Nascido   em   19   de  

jane i ro   de   19 14 .   Era   sóc io   da  SOCIEDADE   VETERANOS   DE   32-­‐MMDC   desde   7   de   outubro   de   1982    (sócio  no.  9251).  

Nasce   o   ex-­‐combatente   da  Revolução   Constitucionalista   de   1932,  EUCLIDES   PANNARONI,   em   4   de  janeiro   de   1915.   Pertenceu   à   LEGIÃO  PAUL I STA ,   E SQUADRÃO   DE  CAVALARIA.   Falece   no   dia   25   de  agosto  de  2004.  

Nasce   o   ex-­‐combatente   da  Revolução   Constitucionalista   de   1932,  EUCLIDES   PANNARONI,   em   4   de  janeiro   de   1915.   Pertenceu   à   LEGIÃO  PAUL I STA ,   E SQUADRÃO   DE  

CAVALARIA.   Falece   no   dia   25   de  agosto  de  2004.  

Nasce   o   ex-­‐combatente   do  Movimento  Constitucionalista  de  1932,  GUMERCINDO  CAMARGO,  no   dia   5  de   janeiro   de   1894.   Pertenceu   à  Segunda   Companhia   do   Batalhão   de  Vo lun tá r i o s   “ 2 3   DE   MAIO”   –  DESTACAMENTO     JOÃO   DIAS.  Falece  em  27  de  setembro  de  1966.

Falece   o   Coronel   Capelão  Monsenhor  AURISSOL  CAVALHEIRO  FREIRE,   em   5   de   janeiro   de   1979.  P e r t e n c e u   à   R e v o l u ç ã o  Constitucionalista  de  1932;  à  2ª  Grande  Guerra  e  às  forças  de  paz  da  ONU  em  

Page 9: 32 em Movimento - Janeiro2012

Personagens São  Paulo,  31  de  Janeiro  de  2.012   Edição  número  13  -­‐  Sociedade  Veteranos  de  32  -­‐  MMDC     Página  9  de  17

SUEZ.   Fo i   pres idente   da  Sociedade  Veteranos  de  32-­‐MMDC.      

Nasce  ULYSSES  PIRES,  em  9   de  janeiro  de  1910.  Foi  o   sócio  número  62  da   nossa   Sociedade,   núcleo   existente  em   RIO   CLARO.   Na   sede,   ele   era   o  número   8.656,  tendo   se  filiado   no   dia  23  de  março  de  1979.  Veio   a  falecer  no  dia  14  de  dezembro  de  1991,  aos  81  anos  de  idade.  

Falece   o   TENENTE-­‐CORONEL  ALCIDES  DO  VALE  E  SILVA,  no   dia  9  de  janeiro  de  1975.  Nasceu  em  SANTA  RITA  DO  PASSA  QUATRO,  no  dia  26  de   novembro   de   1898.   No   dia   7   de  agosto   de   1919,   aos   20   anos,   se   alista  como  voluntário   na  FORÇA  PÚBLICA  DE   SÃO   PAULO,   no   Batalhão   de  Infantaria.  Aos   22   anos,   no   dia   16   de  dezembro   de   1960,   é   promovido   a  cabo.  No  dia  8  de  abril  de  1921,  recebe  suas   divisas   de   3º   Sargento;   em   8   de  julho   de   1921,   é   promovido   a   2º  Sargento;   do   dia   24   de   dezembro   de  1923,   aos   25   anos,   é   escalado   a  ASPIRANTE  A  OFICIAL;  no  dia   18   de  março   de   1924   é   promovido   a   2º  Tenente;  em   13  de   outubro   de   1925   é  promovido   a   1º   Tenente;   em   28   de  fevereiro   de   1927   é   promovido   a  Capitão;   no   dia   15   de   março   de   1927,  assume  o  Comando  da  Companhia  de  Metralhadoras  do  5º  Batalhão;  em  abril  de   1931   é   encarcerado   junto   com  outros  revoltosos  da  Força  Pública;  em  27   de   julho   de   1931,   é   libertado   e  anistiado   pelo   chefe   de   Governo  Provisório;   em   24   de   novembro   de  1931,   pouco   antes   de   completar   33  ano s ,   a cumu la   o   c a r go   de   1 º  Subdelegado   de   Polícia     da   6a   .  Circunscrição   Militar.   No   dia   11   de  julho   de   1932,   constitui   e   assume   o  Comando  do  V  Batalhão   Patriótico  de  AVARÉ.   No   dia   16   de   agosto   de   1932  acumula   o   Comando   da  Praça  Militar  de  OURINHOS.  É   ferido   em  combate  no   dia   5  de   setembro   de  1932.  Em  20  de   setembro   de   1932,   reassume   o  

Comando.   No   dia   2   de   outubro   de  1932,   antes   de   completar   34   anos,   é  promovido  a  MAJOR.  Esta  patente  não  foi   reconhecida   pelos   vencedores   da  Revolução  de  1932,  no  dia  17  de  agosto  de   1935.  Numa  decisão   tomada   em  10  de   julho   de   1951,   sua   reforma   é  retificada  para  o  posto  de  MAJOR.  Em  5   de   abril   de   1939,   aos   40   anos,   é  nomeado   como   Superintendente   da  Guarda  Noturna  de  SÃO   PAULO.  Em  2     38   a.   da   reunião   do   CONSELHO  S U P R EMO   D A   S O C I E D A D E  VETERANOS  DE  32-­‐MMDC  em  28  de  janeiro  de   1974,  presidida  pelo   Senhor  GERALDO  FARIA  MARCONDES,  para  a  posse  do  novo  conselheiro,  eleito  na  reunião   extraordinária   de   5   de  dezembro   de   1973,   o   poeta   PAULO  LEBÉIS  BOMFIM.

2  de   dezembro   de   1942,   solicita  exoneração   da   Guarda   Noturna   de  SÃO   PAULO.   Em   12   de   fevereiro   de  1951,   aos   52   anos,   recebe   a   promoção  para  o  posto  de  TENENTE-­‐CORONEL.  Foi  homenageado  no  dia  1º  de  maio  de  1976,   com   a   fundação   da   ARLS  ALCIDES   DO   VALLE   E   SILVA.   Em  1977,   a  Câmara   dos  Vereadores   de   SP  nomeia   uma   rua   do   Bairro   da   Saúde  com  o  seu  nome;  nesse  ano,  foi  criado  o   CENTRO   CULTURAL   MAÇÔNICO  ALCIDES  DO  VALLE  E  SILVA.        

Nasce   WADY   CALIXTO   EM  RIBEIRÃO   CORRENTE,  NO   ESTADO  DE   SÃO   PAULO,   COMARCA   DE  FRANCA   AOS   10   DE   JANEIRO   DE  1 9 1 4 ,   P O R É M   S O M E N T E  REGISTRADO   EM   27   DE  SETEMBRO  DE   1915.   FILHO   DE   IMIGRANTES  ÁRABES   PASSOU   sua   infância   em  Monte   Azul   Paulista   e   sua   juventude  em   Franca,   onde   estudou   no   Colégio  Champanhat.   Concluiu   seus   estudos  e m   S ã o   P a u l o ,   n o   C o l é g i o  Arquidiocesano   FORMANDO-­‐SE   EM  BACHAREL  EM  ciências  e  letras.  

Prestou   O   Serviço   Militar   no  “Tiro   de   Guerra”   SOB  O   COMANDO  

DO   SARGENTO   BAPTISTA   EM  FRANCA,   E   DAÍ   foi   CHAMADO   A  pertencer   à   “Mocidade   Integralista”,  sob  o  Comando    de  Plínio  Salgado,  que  tinha,  como   seu  “porta-­‐voz”  o   General  Isidoro   Dias   Lopes,   acreditando   na  ÉPOCA   na   salvação   do   Brasil   através  do  General  Isidoro,  que  se  posicionava  contra   tudo   que   estava   acontecendo  em  nosso  país.  FOI  ENTÃO  ENVIADO  para   GUERRILHA   em   Richaina,  fronteira  com  minas  gerais  onde  ficou  em   trincheiras   perdendo   VÁRIOS  companheiros  com  as  bombas   jogadas  pelo   ENTÃO   Brigadeiro   Eduardo  gomes.  

DUAS   PASSAGENS   MERECEM  DESTAQUES   JÁ   QUE   POUCO   SE  LEMBRA   Das   CIDADES   EM   QUE  LUTOU:   Uma   delas   em   são   paulo  quando  os  “camisas  verdes”  fugiam  da  policia   próximo   da   catedral   da   sé.  O  padre   da   paróquia   os   guiou   até   um  túnel  dentro  da  própria  catedral,  e  me  seguida   evitou   a   entrada   da   cavalaria  jogando  bolinhas  de  gude  na  escadaria  fazendo   com   que   os   cavalos   caíssem.  Outra   uma  prisão   por   ter   arriscado   a  própria   vida   ao   buscar   o   corpo   de  companheiro   da   tropa   num   combate  contra  minas.

Casou-­‐se   aos   22   anos   com  YOLANDA   PIRRO   com   quem   teve   4  filhos   mudando-­‐se   para   LONDRINA  em   1947   para   trabalhar   como   fiel  depositário   do   Banco   do   Brasil.  Mais  tarde  estabilizou-­‐se  no  beneficiamento  de   algodão   trabalhando   para   a  empresa   japonesa   SOITE   TARUMA,  maior  indústria  algodoeira  do  norte  do  Paraná.

Viúvo   reside   ainda   hoje   em  LONDRINA  entre  parte  dos  17  netos  e  13  bisnetos.

Leia  o  restante  das  migalhas  no  site

Page 10: 32 em Movimento - Janeiro2012

Memorial São  Paulo,  31  de  Janeiro  de  2.012   Edição  número  13  -­‐  Sociedade  Veteranos  de  32  -­‐  MMDC     Página  10  de  17

A  fauna  brasileira  escondida  na  Catedral  da  Sépor  Glaucia  Garcia,  do  www.saopauloantiga.com.br  

A   cidade   de   São   Paulo   está  c o n s t a n t e m e n t e   s o f r e n d o  transformações   urbanísticas   onde   o  passado   não   é   respeitado   e   muito  menos   preservado.   Podemos   afirmar  que   v i v emos   em   uma   c i d ade  provisória,   onde   mudanças   são  habituais.Casas   antigas   deram   lugares  a   grandes   prédios,   hoje   já   antigos  também,   e   que   ainda   perpetuam   no  cotidiano  paulistano.

Mas  essas  demolições,  em  nome  do   progresso   e   da   modernidade,   não  são  virtudes  apenas  de  casas,  casarões,  prédios   e   indústrias.   Um   exemplo  deste   processo   de   urbanização   é   a  antiga  Igreja  da  Sé  inaugurada  em  1764  e  demolida   em  1911.  A  inauguração   da  nova   edificação   que  conhecemos   hoje  ocorreu  em  25   de   janeiro   de   1954   em  comemoração  ao  IV  centenário  de  São  Paulo,   mas   ela   ainda   não   estava  totalmente   finalizada.   Hoje   ela   é  denominada   como   Catedral   da   Sé   e  não   é   apenas   local   de   peregrinação,  mas   também   ponto   turístico,   um  dos  mais  belos  de  São  Paulo.

A   nova   Igreja   da   Sé   nasceu   da  iniciativa   de   Dom   Duarte   Leopoldo  

Silva,   o   primeiro   arcebispo   de   São  Paulo   e   foi   projetada   pelo   alemão  Maximilian   Emil   Hehl   que   também  desenhou  a  Igreja  da  Consolação.   Já  a    maioria   das   esculturas   que   está   na  Catedral   sairam  das  mãos   do   escultor  Francisco   Leopoldo   Silva,   irmão   de  Dom   Duarte   e   autor   do   primeiro   nu  colocado   em   uma   necrópole   paulista  que  está  no  Cemitério  da  Consolação.

A   Catedral   da   Sé   foi   palco   de  diversos   momentos   importantes   que  influenciaram   na   história   do   Brasil.  Líderes   religiosos   e   de   diversas  identidades   culturais   já   passaram   por  este   espaço   religioso.   Em   1975   foi  realizado   um   ato   ecumênico   onde   8  mil   pessoas   se   reuniram  em  memória  do   jornalista   Vladimir   Herzog.   Sua  praça,   que   é   o   marco   zero   de   São  Paulo,   também   foi   palco   do   comício  Diretas   Já  em  1984   onde  os  brasileiros  exigiam  o  fim  do  regime  militar  que  se  arrastava  desde  1964.

Em  virtude   da   sua   importância  histórica,  artística,  cultural  e   turística,  ela  está   em  processo   de   tombamento  pelo  CONDEPHAAT.

A   Catedra l   da   Sé   possu i  fachadas   elevadas   e   aberturas   ogivais  que   são   algumas   características   da  arquitetura   neogótica,   porém   houve  uma   aculturação   onde   elementos   da  nossa   fauna   brasileira   acabaram  parando   dentro   do   templo   religioso,  mas  em  forma  de  esculturas.

Tatu,   garça,   lagarto   e   tucanos  fazem   parte  deste  complexo   religioso.  Eles   estão   em   um   lugar   de   grande  c i r c u l a ç ã o ,   p o r é m   p a s s a m  despercebidos   pelas   pela   população  que   utiliza   o   espaço.   Essas   esculturas  não   são   tão   pequenas  e  não   estão   em  lugares   tão   altos.   É   só   prestar   um  pouco  de  atenção  que  elas  irão  dar  o  ar  da  graça.

Escondidas  no   pequeno   hall   de  entrada,   elas   estão   posicionadas   na  primeira  abóboda,  uma  em  cada  canto.  Parecem   que   brincam   de   esconde-­‐esconde.  Aliás,  é   certo   desses   animais  brincarem  de  esconder,  pois   correm  o  risco   de   serem   extintos.   Ainda   bem  que  essas  esculturas   estão   preservadas  dentro   da   Catedral   pois   só   Deus  mesmo  para  preservar  o  passado!◊  

Veja  mais  fotos  no  site

A  Sociedade  Veteranos  de  32  parabeniza  Douglas  Nascimento  pelos  3.  Aniversário  do  site  São  

Paulo  Antiga.

Page 11: 32 em Movimento - Janeiro2012

Memorial São  Paulo,  31  de  Janeiro  de  2.012   Edição  número  13  -­‐  Sociedade  Veteranos  de  32  -­‐  MMDC     Página  11  de  17

Fotos  da  São  Paulo  Antiga  por  Ricardo  Della  Rosa,  do  www.tudoporsaopaulo1932.blogspot.com  

No   final   da  década  de  50   a   "Edições   Marfim  LTDA."   publicou   uma  coleção   de   cartões  pos ta i s   in t i tu lada  "Documentário   No   1   -­‐  São   Paulo   Antigo"  

trazendo   um   envelope   com   25  aquarelas   de   José   Wasth   Rodrigues.  Essas  aquarelas  retratam  paisagens  da  cidade  de   São   Paulo   nos   séculos   18   e  19,  desenhos   que  só  Wasth  Rodrigues  poderia   conceber   -­‐   fruto   dos   estudos  sobre  nossa  história  aos  quais  o   pintor  dedicou   boa   parte   de   sua   vida.   Para  nós,  meros  observadores,  a   impressão  no   entanto   é   que   Wasth   Rodrigues  esteve   lá   ao   retratar   de   forma   tão  sublime   a   bucólica   São   Paulo   de  outrora.

Vinte  e  três  originais  desta  série  encontram-­‐se  no  acervo  da  Pinacoteca  Municipal   e  dois  deles   em  um  acervo  particular.   As   imagens   abaixo   são  digitalizações   dos   postais   da  Marfim,  cujo   autor   deste   artigo   possui   um  exemplar.   A   reprodução   destas  imagens   não   tem   caráter   comercial,  s e ndo   a p en a s   uma   f o rma   d e  homenage a r   o   Me s t r e   Was th  Rodrigues   e   a   cidade   que   ele   tanto  amou,  que  faz  aniversário.

Veja  mais  fotos  no  site!

Parabéns  São  Paulo!  ◊

Page 12: 32 em Movimento - Janeiro2012

Memorial São  Paulo,  31  de  Janeiro  de  2.012   Edição  número  13  -­‐  Sociedade  Veteranos  de  32  -­‐  MMDC     Página  12  de  17

O  brasão  de  armas  da  cidade  de  São  Paulo  (parte  1)Por  Tiago  José  Berg

O   brasão   de  armas   da  cidade  de  São  Paulo  é  formado  por  um  escudo  em   estilo   português,   em   campo   de  goles,   isto   é,   todo   na   cor   vermelha,  simbolizando   a   herança   cultural,  colonizadora   e   formadora   do   povo  brasileiro.

O   vermelho   também   simboliza  as   vitórias,   os   ardis   e  as   batalhas   que  ocorreram   na   cidade   e   no   próprio  Estado  desde  o  período  colonial.  Sobre  ele   se   assenta   um   braço   armado,  movendo-­‐se   do   flanco   esquerdo     do  escudo   (sinistra),   representado   ao  estilo   do   século   XVI   –   composto   de  articulações   imbricadas   no   braço   e  lisas   no   antebraço,   com   espaldeira,  cotoveleira  e  manopla.  Ele  segura  uma  haste   lanceada   em   acha-­‐de-­‐armas  

(machado   de   guerra),   portando   uma  flâmula   farpada   de   quatro   pontas   –  que   simboliza   os   quatro   pontos  cardeais   –,   onde   está   estampada   a  figura  da  Cruz  da  Ordem  de  Cristo,  em  vermelho.  A  peça  de  armadura,  a  lança  e   o   machado   simbolizam   a   ação  desbravadora   dos   bandeirantes  paulistas.  A  cruz,  por  sua  vez,  recorda  a   fundação   da   cidade   pelos   jesuítas,  a l ém   da   herança   de ixada   por  portugueses  e  bandeirantes,  que  se  fez  sobre   a   épica   bandeira   desta   mesma  cruz   descobridora   de  mundos.   Todas  estas  peças  se  apresentam  na  cor  prata  (branco),   símbolo   da   nobreza,   da  pureza   e   da   glória,   indicando   a  lealdade   e   as   boas   ações   do   povo  paulistano  em  prol  da  pátria  brasileira.  Acima   do   escudo   aparece   a   coroa  mural,   toda   revestida   de   ouro,   com  cinco   torres   e   com   seus   portões   em  vermelho.   Ela   representa   a   cidade   de  São  Paulo  e  seu  metal  indica  que  ela  é  a   capital   do   Estado.   O   escudo   está  adornado   por   dois   ramos   de   café,  ambos   frutificados   e  ao   natural,  como  símbolo   da  maior   riqueza  da  cidade  e  do   próprio   Estado   de   São   Paulo   ao  longo  da  história.  Por  fim,  há  uma  fita  vermelha  sob  o  escudo  onde  se  escreve  divisa  em  latim:  NON  DUCOR  DUCO,  quer   dizer   “Não   sou   conduzido,  conduzo”.  Esta  frase  procura  valorizar  as   ações   desenvolvidas   pela   cidade   e  pelos   paulistanos   desde   o   período  

colonial,   além   de   seu  papel  empreendedor  na  formação   do   próprio  Estado   e   do   país.   O  brasão  da  cidade  de  São  Paulo   foi  adotado   em  8  de  março   de   1917,   pelo  

ato   n.º   1.057,   expedido   pelo   prefeito  Washington  Luís,  tendo  recebido  novo  desenho  pela  mesma  lei  que  instituiu  a  bande i ra   munic ipa l ,   em   1987 .  Apresentamos   a   versão   oficial   e  também  uma  versão   errada  do   brasão  da  cidade,  com  um  fundo  cinza,  muito  comumente   estampada   nos   ônibus  coletivos  deste  município.  ◊

QUER  VISITAR  O  OBELISCO?

Visite  o  Obelisco  com  especialistas  sobre  a  história  da  Revolução  Constitucionalista  de  1932  e  a  simbologia  do  Mausoléu.  Agendamentos  para  visitas  escolares,  grupos  de  turismo  ou  familiares.  Entre  

em  contato  com  a  Sociedade  Veteranos  de  32  -­‐  MMDC.  [email protected]  ou  11  3105  -­‐  8541.

Page 13: 32 em Movimento - Janeiro2012

 

Paixão Paulista São  Paulo,  31  de  Janeiro  de  2.012   Edição  número  13  -­‐  Sociedade  Veteranos  de  32  -­‐  MMDC     Página  13  de  17

Chocou-­‐me  ver  o  abandono  dos  capacetes  de  aço,  os  mesmos  quais  foram  financiados  pela  campanha  do  ouro,  abandonados  e  em  um  estado  lamentável  de  abandono,  descaso  e  praticamente  putrefação.Tomei  então  a  iniciativa  de  restaurar  os  quantos  eu  puder,  para  que  80  anos  de  história  não  se  percam,  e  que  o  patrimônio  paulista,  do  estado  não  se  perca  por  definitivo.  Lamento  não  ter  tirado  fotos  das  condições  de  armazenamento  dos  mesmos,  mas  a  situação  é  triste.  Seguem  algumas  fotos  do  processo  de  restauração,  o  qual  eu  estou  fazendo  em  doação,  no  meu  tempo  vago  para  o  MMDC  e  porque  não  para  a  sociedade  paulista,  pois  esse  patrimônio,  na  verdade  é  ou  deveria  ser  do  estado.

Tributo  aos  Paulistaspor  Frances  de  Azevedo

Julho  que  ficou  na  história.Julho  da  história  em  nossa  memória.Julho  de  luta  em  todas  as  frentes.Julho  que  resta  indelével  em  nossas  mentes!

Ano  de  32:  da  revolução  contra  o  ditador.Ano  de  32:  da  união  dos  Estados  na  dor.Ano  de  32:  de  guerreiros  Constitucionalistas.Ano  de  32:  de  grandes  heróis  paulistas!

Salve,  salve  os  grandes  nomes  do  Movimento!Salve,  salve  os  não  lembrados  no  momento!Salve,  salve  a  raça  de  um  povo!Salve,  salve,pois  fariam  tudo  de  novo!

Eu   te   amo,  São   Paulo,  em   teu  mistério   de   chão   antigo,   em  teu  delírio   de  cidades   novas;   e  porque   teus  cafezais  correm  por  meu  sangue  e   tuas  indústrias  aquecem  o   ritmo  de  meus  músculos;  pela  saga  de  meus  mortos  que  vêm  voltando  lá  do  sertão,  pela  presença  dos  que  partiram,  pela  esperança  dos  que  vêm  vindo  –  eu  te  amo,  São  Paulo!Em  teu  passado   em  mim  presente,  em  teus  heróis   sangrando   rumos,  em   teus  mártires   santificados  pela  liberdade,  em  teus  poetas  e  em  teu  povo  de  tantas  raças,  tão  brasileiro  e  universal  –  eu  te  amo,  São  Paulo!Pela   rosa-­‐dos-­‐ventos  do   sertão,  pelas   fazendas   avoengas,  pelas  cidades   ancestrais,  pelas   ruas  da   infância,  pelos  caminhos  do  amor  –  eu  te  amo,  São  Paulo!

Na   hora  das   traições,  quando   tantos   se  erguem  contra   ti,  no   instante  das   emboscadas,  quando   novos   punhais   se   voltam  contra  teu  destino  –  eu  te  amo,  São  Paulo!Pelo   crime  de  seres  bom,  pelo   pecado  de  tua  grandeza,  pela  loucura  de  teu  progresso,  pela  chama  de  tua  história  –   eu  te  amo,  São  Paulo!Desfazendo-­‐me   em   terra   roxa,   transformando-­‐me   em   terra   rubra,   despencando   nas   corredeiras   do   meu   Tietê,   rolando  manso  nas  águas  santas  do  Paraíba,  vivendo  em  pedra  o  meu  destino  nos  contrafortes  da  Mantiqueira,  salgando  pranto,  dor  e  alegria  na  areia  branca  de  nossas  praias,  na  marcha  firme  dos  cafezais,  nas  lanças  verdes  do  canavial,  no  tom  neblina  deste  algodão,  na  prece  de  nossos  templos,  no  calor  da  mocidade,  na  voz  de  nossas  indústrias,  na  paz  dos  que  adormeceram  –  eu  te  amo,  São  Paulo!Por   isso,   enquanto   viver,   por   onde   andar,   levarei   teu   nome   pulsando   forte   no   coração,   e   quando   esse   coração   parar  bruscamente  de  bater,  que  eu  retorne  à  terra  donde  vim,  à  terra  que  me  formou,  à  terra  onde  meus  mortos  me  esperam  há  séculos;  por  epitáfio,  escrevam  apenas  sobre  meu  silêncio,  minha  primeira  e  eterna  confissão:  –  eu  te  amo  São  Paulo!

Eu  te  amo  São  Paulopor  Paulo  Bomfim

Restauração  dos  capacetespor  Arthur  Pascoal

Estado  médio  dos  capacetes

Aplicação  da  base  primer 19  capacetes  restaurados  e  pintados www.poemasde32.blogspot.com

www.paulobomfim.com

Page 14: 32 em Movimento - Janeiro2012

PM em Destaque São  Paulo,  31  de  Janeiro  de  2.012   Edição  número  13  -­‐  Sociedade  Veteranos  de  32  -­‐  MMDC     Página  14  de  17

Museu  da  PMpor  José  Augusto  Fontes  ,  via  www.museupm.com.br

Operação  Centro  Legalpor  Assessoria  da  Polícia  Militar  de  SP,  via  www.policiamilitar.sp.gov.br/hotsites/centrolegal/index.html

Sob  a  proteção  divina,  no  dia  de  nossa   Senhora   de   Fátima,   iniciei   o  processo   para   resgatar   o   valor  histórico   do  Museu  de   Polícia  Militar,  dando   ênfase   à   participação   dos  c o l a b o r a d o r e s   e   à   p a r c e r i a  democrática   com   as   unidades   que  fizeram  e  fazem  a  história  do   terceiro  milênio.  

Agradeço   ao   Coronel   Álvaro  Batista  Camilo,  DD  Comandante  Geral  da   Polícia   Militar   do   Estado   de   São  Paulo,  que  ao  atribuir-­‐me  a  missão  de  administrar   o   MPM   e   preparar   o  

futuro   histórico   de   nossa   atualidade,  cujo   desafio,   nesta   etapa   de   minha  vida,  despertou  o   sonho   do   cadete  de  1964   e   o   entusiasmo   do   aspirante   de  1965.  

O   sonho   e  o   entusiasmo   foram  os   responsáveis   pelas   estradas  percorridas   com   o   ardor   do   infante,  que  ao   final  triunfante,  transformou  o  sonhador  em  herói.  

Muitos   são   os   heróis   sem  reconhecimento   de   seus   méritos.   É  chegada   a   hora   de   resgatar   o   valor  d a q u e l e s   q u e   l u t a r a m   p a r a  democratizar   o   acesso   da   população  aos   bens   culturais   e  a  vida  dos   heróis  nas   campanhas   desenvolvidas   pelas  ma i s   d i ve r s a s   o rgan i zaçõe s   e  atualmente  pela  Polícia  Militar.  

Cabe-­‐nos   registrar  e  divulgar  os  fatos   que   demarcaram   o   curso   da  participação  de  São  Paulo,  na  luta  pela  manutenção   dos   ideais   e   princípios  que   nortearam   a   conduta   dos   heróis  

paulistas   de   todo   Brasil   e,   tornar  realidade   a   visão   futurista   em   que   a  juventude   possa   acessar,   através   da  internet   e   suas   redes,  os  detalhes  dos  caminhos   percorridos   pelos   que  cumpriram   suas   missões   com   o  sacrifício  da  própria  vida.  

Rua  Doutor  Jorge  Miranda,  308  -­‐  LuzPróximo   à   Estação   Tiradentes   do  Metrô

Telefone:  (11)  3311-­‐9955  /  3227-­‐3793

A   Operação   Centro   Legal,   na  r e g i ã o   d a   N o v a   L u z ,   é   um a  continuidade   dos   trabalhos   da   Ação  Integrada   Centro   Legal,   iniciada   em  2009.   Os   trabalhos   atuais   são,  portanto,   uma   evolução   a   partir   das  experiências   anteriores   e   foram  m inu c i o s amen t e   e s t ud ado s   e  preparados,   tendo   sido   realizadas  reuniões   com  todos   os   órgãos  e   s e t o r e s  envolvidos   há  ma i s   d e   um  m ê s ,   o   q u e  culminou   com  a s   a ç õ e s  p r á t i c a s ,  iniciadas   em   3  de  janeiro.  

Segundo  

o   Coronel   Camilo,   Comandante   da  PM,  a  Operação   é  uma  ação   integrada  entre   o   Estado   e   o   Município   para  resgatar   as   pessoas   em   estado   de  vulnerabilidade,   combater   o   tráfico   e  criar   um   ambiente   propício   para   as  ações  sociais.  

O s   t r a b a l h o s   s e r ã o  desenvolvidos  em  3  fases.

Objetivo

A  estimativa  é   que   a   ação  mais  intensa  de  polícia  tenha  duração  de  30  d i a s ,   t odav i a   o   po l i c i amen to  intensificado   na   região   permanecerá  por   tempo   indeterminado,   e   na  sequência   as   ações   de   sociais   e   de  

s a ú d e .   N a  cont inuidade ,  espera-­‐se   que  e m   6   m e s e s  tenha   início   a  fase   mais   difícil  q u e   é   a  manutenção   da  s a l u b r i d a d e  p ú b l i c a   n a  região.  

Page 15: 32 em Movimento - Janeiro2012

458 anos de São Paulo São  Paulo,  31  de  Janeiro  de  2.012   Edição  número  13  -­‐  Sociedade  Veteranos  de  32  -­‐  MMDC     Página  15  de  17

Seu  Walter  Taverna  é  a  história  viva  do  Bexigapor  Marcela  Rodrigues  Silva,  do  Blog  do  Jornal  da  Tarde

A   história   do   comerciante  Walter   Taverna,   de   77   anos,   se  confunde   com   a   do   bairro   do   Bexiga.  Fundador   da  Sociedade  de  Defesa  das  Tradições  e  Progresso  da  Bela  Vista,  o  neto   de  sicilianos  já  fez  fama  por  suas  invenções  inusitadas.  Criou  a  Festa  da  Nossa   Senhora   de   Achiropita   com   o  formato  que  tem  hoje.  Fez  um  bolo  de  aniversário   de  São   Paulo   de   1,5  km,  a  m a i o r   p i z z a ,   c om   5 5 4   m   d e  comprimento   e   o   maior   sanduíche,  com   600m.   E   por   causa   dessas   três  últimas  proezas,  foi  parar  no   livro  dos  recordes,   o   Guinness   Book.   O   maior  feito,  no   entanto,   ele   repete   todos   os  dias:   o   de   cativar   e   encantar   a  clientela.

Ver   seu  Walter   em  ação   é  uma  experiência  única  e  pode  ser  conferida  há   quase   dez   anos,   na   sua   cantina  Conchetta.   Os   cabelos   brancos  destoam   do   sorriso   maroto   que   ele  abre   ao   som   de   Funiculì,   Funiculà.  Primeiro,   atira   bandejas   ao   chão.  Depois,  pega   duas   grandes   tampas  de  panela  e  as   faz   de  pratos  musicais.  O  público   se   surpreende   e   vibra.  Mas   o  show   dura   pouco.  Minutos   depois,   lá  está   seu   Walter   no   caixa,   quietinho.  Após   dois   fartos   pratos   de   macarrão,  q u e   f e z   q u e s t ã o   d e   s e r v i r   à  reportagem,  falou  ao  JT:

Como  surgiu  a  ideia  para  a  festa?Em   1978,   eu   era   da   Comissão   de  Festejos  da  igreja.  A  ideia  era   fazer  na  igreja,  mas   achei  que   não   arrecadaria  nada.  Sugeri  a  rua.

Como   surgiu   o   ritual   de   bater   as  panelas?

Uma   vez   eu   estava   servindo  mesas,   me   desequilibrei   e   caí.   As  pessoas   ouviram   o   barulho   e   riram.  Daí   tive   a   ideia   de   pegar   tampas   de  panela  e  bater   durante   a  tarantela.  As  pessoas  até  acham  que  é  uma  tradição  italiana,  me  fotografam.Entre   tantas   invenções,   qual  emocionou  mais?

Em   1983,   quis   homenagear   as  famílias   brasileiras   e   italianas.   Então,  pensei   num   varal,   uma   lembrança  típica   familiar.   Peguei   mais   de   mil  peças   e   pendurei   pela   rua.   Mas   a  Prefeitura   tirou   tudo.   Peguei   o   que  sobrou  e  fui  pendurando  de  novo.  Um  mendigo   perguntou   o   que   era.  Quando   expliquei,   ele   tirou   o   paletó  que   vestia   e   me   deu.   Aquilo   me  emocionou  tanto  que  saí  colocando  de  novo  o  varal  pela  rua,  uma  loucura.Sempre  morou  no  Bexiga?

Nasci   numa   cocheira   na   Rua  Treze   de   Maio.   Aos   8   anos,   minha  família   foi   expulsa  de   casa   e   cada  um  foi  para  um  canto.  Fui  morar  com  uma  tia,   mas   o   marido   dela   me   expulsou  porque   quebrei   uma   vidraça   com   a  bola.  Morei  na  rua  por   seis  meses   até  outra  tia  me  acolher.  Lá  pelos  17  anos,  

abri   um   armazém   e   reuni   a   família  n o v a m e n t e .   M o r á v a m o s   e  trabalhávamos   lá.   Cheguei   a   barbear  defunto  para  ganhar  dinheiro.Não  teve  tempo  de  estudar?

Eu  só  pensava  em  trabalhar  para  ajudar  a   família.  Em   1958,  meus   pais,  três   irmãs   e   duas   sobrinhas   foram   a  uma   festa   em   São   Roque.   Morreram  t o d o s   n um   a c i d e n t e .   F i q u e i  desnorteado.E  o  senhor  se  casou?

Sim,   tive   três   filhos.   Em   1975,  um  deles,  Junior,  morreu  em  casa,  aos  18,   ao  disparar   uma   arma  sem  querer.  Hoje,  sou  viúvo  e  tenho  três  netos.Como   conseguiu   superar   tanta  coisa?

Na   época,  achei  que   fosse  ficar  louco.  O  médico   que  me   indicou  um  tratamento:   trabalhar   24   horas.   É   o  que   faço   desde   então.   Assim   me  distraio,   invento   essas   coisas   e   já   vou  dormir  cansado.Quem  o  ensinou  a  cozinhar?

Meu  pai,  que  era  cozinheiro.  Em  1960,   abri   a   primeira   cantina,   mas  faliu.   Depois,   montei   outra   e   outra.  Hoje,  tenho  quatro,  todas  no  bairro.Vem  alguma  ideia  nova  por  aí?

Pretendo   criar  uma  parede  toda  com  parafusos.   As   pessoas   trariam  os  c a d e a d o s   e   t r a n c a r i a m   u m  pensamento   positivo   nele.   É   uma  tradição  italiana  ligada  à  fé.Não  pensa  em  descansar?

Preciso   me   distrair.   Não   vim  a  esse   mundo   para   ficar   de   braços  cruzados.  Gosto   de  tomar  a   iniciativa.  Para   mim,   se   você   faz   uma   pessoa  sorrir  está  bom.  É  o  mais  importante.◊

Conheça  o  restaurante  do  Walter  Taverna:  o  Conchetta,  

situada  à  Rua  13  de  Maio,  580  na  Bela  Vista.

Page 16: 32 em Movimento - Janeiro2012

458 anos de São Paulo São  Paulo,  31  de  Janeiro  de  2.012   Edição  número  13  -­‐  Sociedade  Veteranos  de  32  -­‐  MMDC     Página  16  de  17

O  que  representa  o  Obeliscopor  João  Mellão  Neto,  do  O  Estado  de  São  Paulo

Trata-­‐se   de   uma   homenagem  tardia   a   SÃO   PAULO,   mas,   no   meu  entender,  ela  deve   ser  feita.  Um  povo  não   é   um   povo   se   não   guarda   na  memória  os  seus  valores,  a  sua  história  e   o   seus   heróis.   Heróis,   sim,   porque  em   todos   os   lugares   existem   heróis.  Pouco  importa  se  sua  glória  nasceu  de  um  único  momento   de  bravura  ou  de  toda  uma   vida   de   trabalho   honesto   e  extenuante.   A   biografia   de   um   herói  não   mais   pertence   a   ele   ou   aos   seus  familiares.   Ele   se   transformou   num  símbolo   e,  assim,  depositário  de  todas  as   virtudes   cívicas   que   cada   um   dos  cidadãos   se   esforça  por   ter.  Um  povo  que   ignora   a   sua   história   não   é   um  povo,   é   uma   massa   amoldável   aos  interesses  de  seus  governantes.

Neste  último  25  de  janeiro  –  dia  do  aniversário   desta  capital   e  também  do   Estado   –   de   tudo   o   que   li   e   ouvi,  muito   pouco   se   disse   sobre   a  Revolução   de   32.  Ainda   é   tempo   para  reparar.

O   t rá fego   é   in tenso   nas  imediações   do   Parque   do   Ibirapuera,  de   modo   a   que   ninguém   preste  atenção   ao   Obelisco   que   lá   existe.  O  Monumento   às   Bandeiras   –   ao   qual  Vitor   Brecheret   dedicou   mais   de   30  anos  –   encontra-­‐se  logo   adiante  e  tem  destaque  muito  maior.

Mesmo   dos   que   observam   de  mais  perto  o  Obelisco,  poucos  sabem  o  que   ele   representa.   Ora,   obeliscos  existem   em   todas   as   grandes   cidades  do   mundo,   dirão   alguns.   Outros  sabem   que   o   monumento   é   uma  h o m e n a g e m   à   R e v o l u ç ã o  Constitucionalista   de   1932,   mas  mesmo  assim  não  lhe  dão  maior  valor:  “Afinal,  essa   foi  uma  guerra   que   SÃO  PAULO  perdeu,  não  é  verdade?”

As   crianças   em   outros   Estados  são  ensinadas  sobre  o  episódio  como  a  “Guerra   Paulista”,   na   qual   as   elites  paulistas  teriam  instigado  a  população  

a  um  confronto   suicida  com  as   tropas  federais.   Segundo   essa   versão,   as  oligarquias  de  SÃO   PAULO   e  MINAS  GERAIS  –  que  tinham  em  suas  mãos  o  domínio  do   governo  federal  –  estavam  inconformadas   por   tê-­‐lo   perdido   para  um   gaúcho,   GETÚLIO   VARGAS,   “o  qual   governava   pensando   no   País  inteiro”.

“O   que   SÃO   PAULO   pretendia  era   separar   o   Estado   do   restante   do  BRASIL”,   dizem   outros.   Eu,   como  paulista,  tenho  outra  visão.

A   Revolução   Constitucionalista  representou,  de   forma   inquestionável,  o   momento   mais   heróico   de   toda   a  História  do   povo   de  SÃO  PAULO.  Ela  merecia  aquele  Obelisco  e  muito  mais.

Mas   SÃO   PAULO   perdeu   a  guerra,   alegarão   alguns.   Pouco  importa.  O   fenômeno   a   ser  ressaltado  aqui  é  o  de  que  nunca  um  movimento  político   obteve   tanto   engajamento,  apoio   e   ardor   de   toda   a   população  quanto   a  Revolução   Constitucionalista  paulista.   Tanto   os   partidos   e   facções  da   política   local   como   também   os  agricultores,   os   industriais   e   os  comerciantes   do   Estado   se   uniram  

pela  causa  comum.  Na  campanha  “doe  ouro   para   o   bem   de   SÃO   PAULO”,  nem   mesmo   a   população   mais  humilde   deixou   de   contribuir.   Desde  grandes   colares   até   alianças   de  casamento,   cada   cidadão   contribuiu  de  acordo  com  as  suas  posses.

De  todos  os  cantos  do  Estado  se  apresentaram   para   o   alistamento.  Ninguém  tinha  experiência  anterior  de  combate.   Depois   de   feita   a   seleção,  restaram  40  mil  homens  aptos  para  os  campos  de  batalha.  

N o s s o   e x é r c i t o   n ã o   e r a  composto   por   soldados   profissionais,  mas   por   voluntários.   De   militar,  realmente,  só  havia  o   apoio  da  FORÇA  PÚBLICA   –   que,  muitos   anos   depois,  viria   a   se   transformar   na   POLÍCIA  MILITAR   DO   ESTADO   DE   SÃO  PAULO.   A   corporação   tem   todos   os  motivos   para   se   vangloriar   de   seu  passado:  ela  foi  criada  nos   tempos  em  que   o   PADRE   FEIJÓ   era   regente,  durante  a  menoridade  de  dom  PEDRO  II.

As   tropas   federais   contavam  com   um   número   muito   maior   de  soldados,   mais   preparados   para   um  teatro   de   operações   de   guerra.  Acabamos   por   ser   militarmente  derrotados.   O   sangue   de   pelo   menos  800   paulistas   foi   derramado   nos  campos   de   batalha.   Milhares   foram  presos  e  deportados.

Pergunta-­‐se  aos  de  fora:  nós  nos  arrependemos  disso?  A  resposta  é  um  absoluto  não!

Getúlio   Vargas   atendeu   a  p r a t i c amen t e   t od a s   a s   n o s s a  reivindicações.   E   isso   não   aconteceu  por   acaso,   nem   por   uma   suposta  benevolência   dos   vencedores.   SÃO  PAULO  já  era,  então,  o   principal  pólo  de   criação   de   riquezas   no   BRASIL.  Grande   parte   do   café   da   incipiente  indústria  brasileira  provinha  daqui.  »

Page 17: 32 em Movimento - Janeiro2012

458 anos de São Paulo São  Paulo,  31  de  Janeiro  de  2.012   Edição  número  13  -­‐  Sociedade  Veteranos  de  32  -­‐  MMDC     Página  17  de  17

Mas  se  cuidou  de  enfraquecer  o  nosso   poder   político.  A   nossa   cota  de  deputados   federais   é  pouco  maior  que  metade   da   que   deveríamos   ter   se   o  c r i tér io   fosse   rea lmente   o   de  proporcionalidade   da   população  nacional.  E   dos   impostos   federais   que  são   recolhidos  aqui,  não  mais   que  um  décimo  retorna  em  nosso  benefício.

Qu em   me l h o r   d e fin i u   o  problema   foi   o   GENERAL   GOLBERY  DO   COUTO   E   SILVA,   ideólogo   do  movimento   de   1964:”Quem   tem   o  poder   econômico   não   pode   também  pretender  ter  o  pode  político”.  Ou  seja,  SÃO   PAULO   está   até   hoje   pagando  

“ inden i zaçõe s   de   gue r r a ”   ao s  vencedores...

Mas   não   nos   arrependemos   de  nada.   Continuamos   a   acreditar   nas  mesmas   causas   e   persistiremos   em  ostentar   as   mesmas   bandeiras.  Defendemos   o   que   tinha   de   ser  defendido  e  é  só.

Hoje,  oito  décadas  passadas,  são  poucas  as  pessoas  com  idade  bastante  para   terem   presenciado   o   fervor  revolucionário   daquela   época,   o  suficiente  para  terem  vivido  e  vibrado  com   a   causa   paulista.   A   verdade,  todavia,  é   que   nunca  antes  –  e  nunca  mais  depois  de  1932  –  os  paulistanos  e  os   paulistas   vibraram   de   forma   tão  

unida  pelos  mesmos   ideais.  Perdemos  a   batalha,   mas,   ao   mesmo   tempo,  vencemos   uma  guerra:  o   Obelisco   do  Ibirapuera,   como   uma   sentinela,   em  pé,   significa  que  nunca  mais  ninguém  se  atreverá  a  confrontar  SÃO  PAULO.

Em   homenagem   aos   nossos  heróis   de   32,   estão   gravados   nas  paredes  da  FACULDADE  DE  DIREITO  DO   LARGO   DE   SÃO   FRANCISCO  estes   versos   de   TOBIAS   BARRETO,  que   resumem   em   poucas   palavras   o  espírito   e   a   disposição   dos   paulistas:  QUANDO   SE   SENTE   BATER/   NO  PEITO,   UMA   HERÓICA   PANCADA/  DEIXA-­‐SE   A   FOLHA   DOBRADA;  ENQUANTO  SE  VAI  MORRER”.  ◊

O   tempo   parou   no   Pátio   do  Colégio   no   fim   do   século   19.   Duas  fotos   do   local   tiradas   com   nove   anos  de   diferença,   mostram     o   relógio   da  antiga  igreja  do  Bom  Jesus  marcando  o  mesmo  horário:  4h30.

O   primeiro   registro,   feito   em  1887  por  Militão  Augusto   de  Azevedo,  mostra  o   então  palácio  do   governo  e  a  igrega   construída   pelos   jesuítas   que  ocupavam  o   local   em  bom  estado   de  conservação.  O   segundo,   captado   em  1896   após   um   desabamento   do   teto  causado   pela   chuva,   é   de   autoria  desconhecida  e  mostra  apenas  a  igreja  em   condições   precárias.   No   canto  esquerdo,   é   possível   ver   um   pequeno  

trecho   do   palácio,  aparentemente   em  boas  condições.Os  ponteiros  parados  do   relógio   podem  ser  mera   coincidência  de  horário   na   captação  das   imagens.   Mas  p o d e m   t a m b é m  sugerir   o   início   do  

descaso   com  a   região.  A   diferença   na  conservação  dos   dois   edifícios,  ambos  inexistentes   nos   dias   de   hoje,  s i m b o l i z a m   u m a   s é r i e   d e  acontecimentos   que   transformam   o  local   que   guarda   a   história   de   várias  histórias.  Visíveis  e  invisíveis.

Cons iderado   o   marco   da  fundação   da  cidade  de  São   Paulo,  que  hoje   comemora   458   anos,   o   Pátio   do  Colégio   foi   descrito,     pintado   e  fotografado   por   diferentes   olhares   ao  longo  desses  anos.

Em   1585,   deu   a   impressão   ao  padre   jesuíta   Fernão   Cardim   de   estar  “passeando   numa  quinta  minhota”.  Lá  encontrou  um  “colégio   bem  instalado,  com  oito  cubículos  para  residência  dos  

religiosos,   uma   biblioteca   de   quinze  mil  volumes,  um  poço  de  boa  água  (…)  grande   chácara   com  árvores   frutíferas  europeias   e   nacionais,   legumes,  hortaliças,  e  muitas   flores  cobrindo   as  cercas”.

Essa  visão   bucólica   de  onde   foi  fundada  a  cidade  de  São  Paulo  tem  fim  na  primeira  expulsão   dos   Jesuítas,  em  1640.   A   partir   daí   o   Pátio   do   Colégio  foi   testemunha   de   diversos   conflitos  entre  Igreja  e  Estado  que  atravessaram    todos   os   períodos   até   seu   fim,   na  República.

Da  fundação  da  cidade  até  1979,  o   que   conhecemos   como   Pátio   do  Colégio,   foi   reformado,   demolido   e  reconstruído   diversas   vezes.   Foi   pátio  e   largo.   Conheceu   várias   técnicas   de  construção,  desde  o   pau-­‐a-­‐pique  até  o  concreto   armado.  Foi   colégio   e   igreja  dos  jesuítas,  palácio  de  governadores  e  secretaria   de   Estado.  Hoje   é   também  museu.   A   primeira   igreja   da   cidade,  atual  capela,  até  já  mudou  de  santo.◊

Conheça   algumas   histórias   do  Pátio  Colégio,  acesse  o  site.

Pátio,  no  destaque  da  pintura  de  Thomas  Ender  (1817)

Quando  o  relógio  do  Pateo  do  Colégio  paroupor  Carlos  Eduardo  Entini,  no  Blog  do  Estado  de  São  Paulo