31a bienal itinerância sorocaba e limeira

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1 Ministério da Cultura, Governo do estado de são paulo, seCretaria de estado da Cultura, poiesis, ofiCinas Culturais, Bienal são paulo e itaú apresentaM

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Entre os dias 05 de outubro a 13 de novembro de 2015 aconteceu a itinerância da exposição Como(...)Coisas que não Existem em Limeira e Sorocaba, numa parceria entre a Fundação Bienal e as Oficinas Culturais. Mais de 3.000 pessoas puderam ver as obras do recorte proposto. Saiba mais.

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Ministério da Cultura, Governo do estado de são paulo, seCretaria de estado da Cultura,

poiesis, ofiCinas Culturais, Bienal são paulo e itaú apresentaM

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Sorocaba

Galeria Scarpa

Rua Souza Pereira, 448, Centro

Abertura: 5 outubro 2015 às 19h

De 6 outubro a 13 novembro 2015 – Entrada gratuita

HorárioS

Segunda a sexta das 9:00 às 17:00

T.: (15) 3224-3377 · 3232-9329

inScriçõeS para atividadeS:

Oficina Cultural Grande Otelo

Rua Ramos de Azevedo, 277

T.: (15) 3224-3377 · 3232-9329

Informações: [email protected]

viSitaS educativaS aGendadaS:

Segunda a sexta das 9:00 às 17:00

Formação de proFeSSoreS e intereSSadoS:

SECULT| Barracão Cultural

Av. Dr. Afonso Vergueiro, 310 · Centro

T.: (15) 3211 2911 · 3211 2902

Informações: [email protected]

limeira

oFicina cultural carloS GomeS

Largo Boa Morte, 11, Centro

Abertura: 8 outubro 2015 às 19h

De 9 outubro a 13 novembro 2015 – Entrada gratuita

HorárioS

Terça a sexta das 10:00 às 20:30, sáb. das 10:00 às 17:00

viSitaS educativaS aGendadaS:

Terça a sexta das 10:00 às 20:30, sáb. das 10:00 às 17:00

T.: (19) 3451 8692 · 3495 1028

Informações: [email protected]

Fundação bienal de São paulo

31bienal.org.br

facebook.com/bienalsaopaulo

twitter.com/bienalsaopaulo

pinterest.com/bienalsaopaulo

instagram@bienalsaopaulo

youtube.com/bienalsp

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As Oficinas Culturais do Estado de São Paulo recebem em outubro a itinerância da 31ª

Bienal de São Paulo, nos municípios de Sorocaba e Limeira. A exposição é composta por

obras selecionadas do conjunto artístico que integrou a Bienal realizada na cidade de São

Paulo em 2014.

O título da 31ª Bienal de São Paulo – Como (...) coisas que não existem? – busca comunicar

“coisas” como viver ou aprender e ainda trabalhar palavras-chaves como conflito,

imaginação, coletividade e transformação. Esse encontro, capaz de gerar sentimentos

díspares, que vão do absoluto prazer à completa indignação, leva os visitantes a refletir sobre

a arte e seu papel na sociedade.

Essa itinerância é uma parceria entre a Fundação Bienal, o Programa Oficinas Culturais

da Secretaria de Cultura do Governo do Estado de São Paulo e as Secretarias Municipais

de Cultura e Educação de Sorocaba e de Limeira, e engloba a formação de mediadores

das regiões onde será desenvolvida a parceria, realizando um trabalho de formação de

multiplicadores por todo o Estado. O intuito é proporcionar à população do interior paulista

oportunidades de aquisição de novos conhecimentos e novas vivências de experimentação

artística, além do contato com as mais diversas formas de expressão cultural.

Cultura é inclusão, é uma porta de entrada para que tenhamos uma sociedade mais justa e

mais humana.

Raul Christiano

Diretor das Oficinas Culturais

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O título da 31ª Bienal de São Paulo – Como (...) coisas que não existem – é uma invocação

poética das potencialidades da arte e sua habilidade de refletir e influenciar a vida, o poder,

a crença. A frase tem uma formulação variável na qual o verbo constantemente se altera,

antecipando as ações que podem ser suscitadas pelas coisas que não existem, não são

reconhecidas ou ainda não foram inventadas.

Com curadoria conjunta de Charles Esche, Galit Eilat, Nuria Enguita Mayo, Pablo Lafuente

e Oren Sagiv e dos curadores associados Benjamin Seroussi e Luiza Proença, a 31ª Bienal

reuniu 81 projetos e mais de cem participantes, totalizando mais de 250 trabalhos.

Audaciosa, a mostra firmou-se como uma exposição profundamente conectada com os

desafios artísticos e sociais da atualidade, configurando-se como uma jornada por alguns dos

temas centrais da vida contemporânea: identidade, sexualidade e transcendência.

A exposição que aqui se apresenta é uma amostra da experiência que se desenvolveu no

Pavilhão da Bienal entre setembro e dezembro de 2014. Com projetos em diferentes

linguagens e dimensões artísticas, o conjunto de dez projetos selecionado busca expandir o

diálogo entre a cena cultural de São Paulo e a do interior paulista e projetar as questões da

31ª Bienal rumo a novos públicos e direções.

Ao longo de todo o processo, o apoio das Oficinas Culturais do Estado de São Paulo e suas

equipes foi decisivo, inaugurando um rico intercâmbio de repertórios e conhecimentos que

viabiliza o contato direto dos públicos limeirense e sorocabano com a Bienal.

Luis Terepins

Presidente da Fundação Bienal de São Paulo

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Seguir as regras do jogo é, ao mesmo tempo, possibilidade e

sujeição. Possibilidade de ser aceito como participante e de ter

alguma chance de ganhar. Sujeição a regras que já estão definidas,

por outros, antes de começar o jogo – regras que talvez não façam

sentido aqui e agora.

No filme Céu, de Danica Dakić, jogar revela-se como um momento

de liberação, mas também de aprendizagem e disciplina. A

escola aparece como um contexto de construção coletiva, que

encontra eco nos trabalhos de Romy Pocztaruk e de Teresa

Lanceta. Nas fotografias de Pocztaruk, trata-se de uma construção

ambiciosa e infrutífera que segue regras importadas de fora, uma

Transamazônica que fracassa por conta da insensibilidade ao

espaço onde essas regras se implementam. Nos tapetes de Lanceta,

a construção é poética e produtiva, segue regras internas, advindas

da técnica da tecelagem e dos coletivos de mulheres que são

responsáveis pela manufatura.

Outros artistas jogam de acordo com suas próprias regras: Michael

Kessus Gedalyovich com seus amuletos, resultantes de uma

viagem exterior e interior, e Edward Krasiński, para quem a arte,

em parte, é um jogo que o ajuda a jogar-se adiante, na vida.

como jogar com Coisas que Não existem liMeira

como desfazer Coisas que Não existem soroCaBa

Ao mesmo tempo em que propicia uma vida nova, a migração

é um processo de abandono de muitas outras coisas – hábitos,

relações, seguranças anteriormente importantes. No vídeo

Muhacir, de Gülsün Karamustafa, a difícil tarefa de construir

uma vida nova surge como um processo complexo, em que o

ato de desfazer é necessariamente parte do processo de fazer.

Isso também ocorre nas pinturas de Vivian Suter e no vídeo de

Prabhakar Pachpute, nos quais a acumulação de camadas de

pintura, carvão e sedimento, visíveis ou invisíveis, sugerem que,

para entender o mundo em que vivemos, precisamos lembrar do

que foi abandonado, do que já não é presente.

Nas fotografias de Romy Pocztaruk, esse passado é um

tempo utópico sem habitantes, um fracassado impulso

desenvolvimentista que insiste em retornar hoje, com os mesmos

resultados trágicos. Na publicação da artista Agnieszka Piksa, o

mesmo futuro utópico se revela como ficção, uma construção que

precisa ser desfeita para poder recomeçar.

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Lista de projetos

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10.000 års nordisk folkekunst

10.000 anos de arte popular nórdica

Asger Jorn

liMeira

Céu

Danica Dakić

liMeira

The Coffee Reader

A leitora de café

Michael Kessus Gedalyovich

liMeira

Dark Clouds of the Future

Nuvens escuras do futuro

Prabhakar Pachpute

soroCaBa

Granada

Teresa Lanceta

liMeira

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It’s Just the Spin of Inner Life

É apenas o vórtice do mundo interior

Agnieszka Piksa

soroCaBa

Krasiński em ação

Edward Krasiński

liMeira

Muhacir

Migrante

Gülsün Karamustafa

soroCaBa

Sem título

Vivian Suter

soroCaBa

A última aventura

Romy Pocztaruk

liMeira e soroCaBa

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10.000 års nordisk folkekunst [10.000 anos

de arte popular nórdica], de Asger Jorn,

é um projeto ao qual ele e o fotógrafo

Gérard Franceschi se dedicaram de 1961

a 1965 em busca da linguagem visual

da Europa Setentrional pré-cristã e seus

vestígios na arte e arquitetura românica

e gótica. A pesquisa resultou em mais

de vinte mil fotos de objetos de pedra,

madeira e ferro e detalhes arquitetônicos

que revelam uma forte convicção na

linguagem – visual – como fonte de

poesia, como ferramenta para vincular

as formas e movimentos da natureza e

do mundo aos da arte e da sociedade,

e como estratégia para apresentar

novas imagens e estruturas a fim de

compreender a vida e o que está além

10.000 årS nordiSk FolkekunSt · 1961 – 1965

aSGer Jorn Fotografias de Gérard Franceschi

Vejrum, Dinamarca, 1914 – Aarhus, Dinamarca, 1973

dela. Hoje, no arquivo do Museu Jorn

na Dinamarca, a coleção de fotografias

oferece a imagem de um mundo não

fragmentado, não dividido em áreas

de especialização; nele, a crença na

igualdade entre as pessoas e as coisas é

dominante, e a capacidade que têm de se

transformarem é demonstrada. – pl

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Em diálogo com a antropologia visual e

a teoria da performance, Danica Dakić

filma e fotografa em espaços limítrofes

que definem tanto um estado de abertura

estética quanto um método de trabalho.

Em São Paulo, seu ponto de partida é o

delicado edifício de uma escola italiana

tradicional no Bom Retiro, bairro de

imigrantes. A arquitetura art nouveau em

uma metrópole sul-americana moderna a

impressionou de duas maneiras um tanto

opostas. De um lado, por lembrar uma

época que desapareceu e que, portanto,

carrega uma memória distante e difícil

de ser decifrada. De outro, para quem

vem dos Bálcãs, região que sofreu tanta

destruição ao longo do século 20, a

existência dessa tradição arquitetônica

em outras terras destaca uma possível

“continuidade da não destruição”, como a

artista mesmo a define. O filme chama-se

Céu, como o último quadrado do jogo

da amarelinha. A narrativa alterna-se

entre crianças em uniformes antiquados,

uma freira idosa sentada ao piano e

uma garotinha correndo em volta do

prédio, tocando música e brincando de

amarelinha. O trabalho foi um processo

aberto, para que as crianças pudessem

usar o set de filmagem como um espaço

produtivo e fictício; para que criassem uma

viagem pelos universos e tempos paralelos

em que o “céu” não é apenas um quadrado

pintado no chão ou um conceito de vida

após a morte, mas um lugar de ação, entre

o sonho e o trauma. – Bs / Ge

céu · 2014

danica dakić

Sarajevo, Bósnia e Herzegovina, 1962; vive em Dusseldorf, Alemanha

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Em The Coffee Reader [A leitora de café]

Michael Kessus Gedalyovich conta de

uma lembrança do período em que fez

faculdade da artes, em Bezalel, Israel,

nos anos 1980. Foi onde conheceu

Esther, uma faxineira que lia o destino

em restos de pó de café no fundo de

xícaras. Na visão idealizada pelo artista,

a leitora de café se pareceria com uma

das bruxas pintadas por Goya. Em frente

à sua sala filas se formavam, tanto de

estudantes como de professores. Ele

era seu aprendiz, e ela esperava que ele

continuasse o seu legado. Ainda hoje

Gedalyovich lê cartas e, de certa forma,

busca por alguma forma de revelação ou

verdade – ou talvez consolo para as dores

da existência. Em 14 de março de 2014,

tHe coFFee reader · 2014

micHael keSSuS GedalyovicH

Haifa, Israel, 1960; vive em Neve Michael, Israel

o artista começou uma viagem à procura

de remédios para doenças que ainda

não tinham sido identificadas, em uma

tentativa de recuperar as capacidades

mágicas da arte. Como resultado dessa

jornada, ele acumulou uma coleção

de amuletos – construções híbridas,

estranhas e ao mesmo tempo familiares –

que funcionam também como um diário,

um sedimento dos espaços geográficos

e mentais que ele visitou. Como

ressignificação de objetos de uso, os

amuletos de Gedalyovich podem ajudar

na construção de um mundo novo. – Ge

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Motivos como as relações entre o

visível e o invisível, a coletividade e o

conflito, o trauma e o sublime, o forte

e o fraco, equacionando a resistência

poética da arte face à adversidade

do mundo estão presentes em Dark

Clouds of the Future [Nuvens escuras do

futuro], de Prabhakar Pachpute. Os

desenhos que ele cria incorporam com

humor leve, imperturbável, adereços e

particularidades: um prego enferrujado,

paredes úmidas, um soquete elétrico são

absorvidos pelo seu desenho, criando

metáforas intensas, inesquecíveis.

Suas esculturas, feitas de cerâmica e

papel machê, e filmes de animação

devem muito às técnicas artesanais de

montagem e acrescentam dimensões

conceituais e formais aos desenhos. Sem

dúvida, o uso do carvão como material

de desenho é proposital e está associado

às atividades dos mineiros de carvão.

Entretanto, o suporte não age apenas

como uma ponte entre o físico, literal,

e o político, mas é também o suporte

do pensamento, para alguém que quase

foi um mineiro. As minas de carvão

fazem eco à cidade em que ele nasceu,

Chandrapur, Índia, também conhecida

como “a cidade do ouro negro”. – MM

dark cloudS oF tHe Future · 2014

prabHakar pacHpute

Chandrapur, Índia; vive em Mumbai, Índia

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Tecer é cruzar os fios da urdidura com

os da trama, seguindo um determinado

padrão. É um processo estrutural que

possibilita a criação simultânea do objeto

e da linguagem, do suporte e da imagem;

mas, sobretudo, o tecido é a revelação

humana de um mistério religioso. Esse

tecer está no centro do trabalho de Teresa

Lanceta. Em séries como Granada ela

mergulha em comunidades tecedoras do

Médio Atlas marroquino e de Granada,

cujas tradições têxteis embasam sua

proposta pessoal para participar desse

descobrimento coletivo, silencioso, que

facilita às pessoas viver, comunicar-se e

permanecer. Lanceta concebe a arte como

um código aberto que, se conhecido,

permite ser lido, transformado e

transmitido. A arte coletiva é apresentada

aqui não como um magma uniforme nem

como uma imensa mão que tudo faz,

mas como o resultado da criatividade

de pessoas concretas, pois, embora

desconheçamos seus nomes, não são

seres anódinos ou intercambiáveis, e

sim pessoas reais, uma a uma, únicas e

singulares. – neM / tl

Granada · 2002

tereSa lanceta

Barcelona, Espanha, 1951; vive em Alicante, Espanha

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Combinando imagens de uma

publicação sobre arte popular polonesa

com ilustrações de um livro de

divulgação científica dos anos 1970

sobre as origens do universo, a colagem

Justice for Aliens [Justiça para Aliens]

– parte da publicação It’s Just the Spin

of Inner Life [É apenas o vórtice do

mundo interior] –, de Agnieszka Piksa,

sugere que a imaginação científica

moderna pode não estar tão distante

de antigos rituais animistas. Afinal,

tanto os ícones cerimoniais como os

diagramas sobre galáxias longínquas

podem ser vistos como tentativas de

representar o desconhecido. Embasando

essa paródia de quadrinhos de ficção

científica, porém, está a sombria

percepção de que, enquanto as culturas

pré-modernas consideravam a alteridade

com temor reverente, o aviltamento

dos extraterrestres na ficção científica

reflete – e ao mesmo tempo alimenta – a

angústia que as sociedades modernas

projetam de forma sistemática sobre

o outro, colonial, étnico ou sexual.

Clamar “justiça para aliens” pode não

ser uma reivindicação de fato absurda,

quando aliens não tão distantes têm

pouquíssima chance de serem saudados

nas fronteiras fortemente policiadas

de hoje. – Hv

it’S JuSt tHe Spin oF inner liFe · 2011 – 2014

aGnieSzka pikSa

Varsóvia, Polônia, 1984; vive em Cracóvia, Polônia

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Edward Krasiński (1925-2004) era ao

mesmo tempo um fabricante de objetos

e artista para a comunidade a sua volta.

Viveu na Polônia a maior parte de sua

vida, e seu trabalho sempre respondia

à situação ao seu redor, ainda que já

expusesse internacionalmente desde o

início da carreira, nos primeiros anos

da década de 1960. Suas fotos são

montadas de modo muito pensado,

ainda que possam parecer casuais. Elas

o mostram como uma figura delicada,

irreverente, brincando com uma suposta

herança aristocrática, numa época da

Polônia comunista em que tais ações

não eram politicamente bem recebidas.

Todas as fotografias foram tiradas por

seu amigo e colaborador Eustachy

Kossakowski, que era próximo de toda

a cena da vanguarda polonesa da época.

Krasiński estava sempre buscando usar a

atuação e a performance como maneira

de escapar ao peso de sua situação,

fosse em seu engajamento com a arte e

sua materialidade, fosse em sua relação

com as autoridades. Ele era fascinado

ela potencial dilapidação dos objetos

cotidianos e procurava transformá-los

em configurações mágicas, dar a eles uma

presença quase mística. – Ce

kraSińSki em ação · anoS 60

edward kraSińSki

com Eustachy Kossakowski

Luck, Polônia, 1925 – Varsóvia, Polônia, 2004

Page 17: 31a bienal itinerância sorocaba e limeira

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muHacir · 2003

GülSün karamuStaFa

Ankara, Turquia, 1946; vive em Istambul, Turquia

Muhacir [Migrante] (2003) considera

o impacto do deslocamento forçado

sobre a vida das mulheres no contexto

das guerras que dilaceraram os Bálcãs

ocidentais nos anos 1990. Dedicado às

duas avós de Gülsün Karamustafa, o

filme é livremente inspirado na provação

que trouxe suas famílias para Istambul

(uma da Criméia, pela Bulgária; a

outra da atual Bósnia e Herzegovina).

Porém, essas referências biográficas são

abstraídas para representar um traço

comum: as guerras recorrentes e as ondas

migratórias que têm marcado a região

desde o final do século 19, colocando

assim o conflito recente em perspectiva

histórica. Como se trouxesse à vida dois

velhos cartões-postais, o filme usa uma

estrutura simétrica para contrapor os

retratos de uma mulher com a cabeça

coberta e outra com aparência ocidental

aos panos de fundo de uma aldeia

balcânica e uma cidade turca. Com a

eclosão da guerra, elas são destituídas

de seus pertences e obrigadas a trocar de

lugar, o vão entre as telas substituindo a

fronteira entre os países. – Hv

Page 18: 31a bienal itinerância sorocaba e limeira

18

Sem título · 2014

vivian Suter

Buenos Aires, Argentina, 1949; vive em Panajachel, Guatemala

O trabalho de Vivian Suter está

estreitamente ligado ao lugar onde

ela vive depois que deixou a Suíça em

1982. Seu ateliê, no lago Atitlán em

Panajachel, Guatemala, era uma fazenda

cafeeira, agora coberta de abacateiros e

mangueiras; do piso superior a artista

tem vista para uma paisagem subtropical

de lagos e vulcões, enquanto, no inferior,

a paisagem de densa vegetação faz

sua experiência voltar-se para dentro.

É nesse ambiente, com sua expressiva

fertilidade, que ela cria suas pinturas.

No entanto, as imagens que ela produz

são ilustrações menos realistas da

terra do que contemplações, em parte

abstratas, de uma relação quase mística

entre os elementos humanos e naturais

que estão ali em constante interação.

Muitas vezes, Suter deixa seus trabalhos

ao relento, onde eles são transformados

pelo sol, pelo vento, pela chuva etc. A

aceitação das forças da natureza reflete

uma abordagem filosófica que busca

conviver com o que acontece em vez de

determinar o que deve ser, sugerindo

uma fé em forças além da compreensão

ou uma estabilidade que lembra sistemas

de crenças mais antigos – seu respeito

pelo mundo natural e pelo lugar da

humanidade dentro dele. – Ce

Page 19: 31a bienal itinerância sorocaba e limeira

19

A rodovia Transamazônica foi idealizada

durante o regime militar, no governo

Médici (1969-1974), para cortar o

norte do território brasileiro de leste

a oeste e promover a “integração

nacional”. A construção de seus quatro

mil quilômetros – que iriam da Paraíba

ao Acre, chegando à fronteira com o

Peru – representava um empreendimento

faraônico para a época, algo digno de

um país em crescimento, “a última

grande aventura do século”, segundo a

propaganda de Estado. Após alguns anos,

as obras de diversos trechos da rodovia

foram paralisadas e, com o passar do

tempo, a Transamazônica converteu-se

em um cenário de promessas não

realizadas. Durante um mês, em 2011,

a última aventura· 2011

romy pocztaruk

Porto Alegre, Brasil, 1983; vive em Porto Alegre

Romy Pocztaruk percorreu grande parte

do trajeto da rodovia para encontrar o

que resistiu do projeto ou o que nasceu

nas pequenas cidades do entorno à sua

revelia. A viagem propunha a vivência de

uma espécie de conquista do território

e do imaginário que, apesar de tomados

como símbolo de uma identidade

nacionalista, permanecem inacessíveis e

estigmatizados até hoje. – aMM

Page 20: 31a bienal itinerância sorocaba e limeira

20

LEGENDAS DE IMAGENS

Asger Jorn

10.000 års nordisk folkekunst.

1961-1965. [10.000 anos de arte popular

nórdica]. Fotografias em preto e branco.

Cortesia: Museum Jorn, Silkeborg.

Imagem: Gérard Franceschi.

Danica Dakić

Céu. 2014. Fotograma de vídeo, sonoro,

colorido. 10’53”. Imagem: Danica Dakić.

Michael Kessus Gedalyovich

The Coffee Reader. 2014. [A leitora de

café]. Vitrine com amuletos (detalhe)

Foto: Pedro Ivo Trasferetti / Fundação

Bienal de São Paulo.

Prabhakar Pachpute

Dark Clouds of the Future. 2014. [Nuvens

escuras do futuro]. Quadro de filme de

animação. 8’06”.

Teresa Lanceta

Granada. 2002. Tapeçarias de

lã e algodão. Foto: Pedro Ivo

Trasferetti / Fundação Bienal de São Paulo.

Agnieszka Piksa

Justice for Aliens. 2012. [Justiça para

os aliens]. Página de publicação feita

de colagens digitais. 37 × 52,5 cm.

Imagem: Agnieszka Piksa.

Edward Krasiński

Krasiński em ação. Década de 1960. Série

de fotografias de Eustachy Kossakowski

na 31ª Bienal de São Paulo. Foto: Leo

Eloy / Fundação Bienal de São Paulo.

Gülsün Karamustafa

Muhacir. 2003. [Migrante]. Registro

fotográfico de videoinstalação em dois

canais (som, cor). 5’18”. Foto: Pedro Ivo

Trasferetti / Fundação Bienal de São Paulo.

Vivian Suter

Sem título. 2014. Vista geral da instalação

na 31ª Bienal de São Paulo.

Foto: Pedro Ivo Trasferetti / Fundação

Bienal de São Paulo.

Romy Pocztaruk

A última aventura: Bandeiras. 2011.

Fotografia digital. Imagem: Romy

Pocztaruk.

AUTORES

aMM – Ana Maria Maia

Bs – Benjamin Seroussi

Ce – Charles Esche

Ge – Galit Eilat

Hv – Helena Vilalta

MM – Marta Mestre

neM – Nuria Enguita Mayo

pl – Pablo Lafuente

tl – Teresa Lanceta

Obs.: os textos originais, publicados do

guia da 31ª Bienal, foram editados para

esse livreto.

Page 21: 31a bienal itinerância sorocaba e limeira

21

As Oficinas Culturais realizam atividades Gratuitas de formação e difusão cultural em

diferentes linguagens artísticas:

ARTES PLÁSTICAS • AUDIOVISUAL • CIRCO • PERFORMANCE • HQ • DANÇA •

FOTOGRAFIA • LITERATURA • MÚSICA • TEATRO • GESTÃO CULTURAL

São cursos, palestras, oficinas, workshops, espetáculos e exposições para todos os públicos.

Existem 15 unidades das Oficinas Culturais no Estado de São Paulo que atendem cerca de

400 municípios.

capital

oc oSwald andrade Bom Retiro (SP)

oc alFredo volpi Itaquera (SP)

oc caSa mário de andrade Barra Funda (SP)

oc maeStro Juan Serrano Cohab Taipas (SP)

oc amácio mazzaropi (em reforma) Brás (SP)

oc metropolitana Grande São Paulo

interior e litoral

oc paGu Região da Baixada Santista

oc GerSon de abreu Região de Iguape

oc Grande otelo Região de Sorocaba

oc Fred navarro Região de São José do Rio Preto

OC SéRGIO BUARQUE DE HOLANDA Região de São Carlos, Araraquara e

São João da Boa Vista

oc timocHenco weHbi Região de Presidente Prudente e Araçatuba

oc tarSila do amaral Região de Marília e Bauru

oc carloS GomeS Região de Limeira e Campinas

oc altino bondeSan Região de São José dos Campos

oc candido portinari Região de Ribeirão Preto

Também se insere na rede de Oficinas Culturais o Programa de Qualificação em Artes,

composto pelos projetos Ademar Guerra e Qualificação em Dança, que tem com ação

principal a orientação artística a grupos, companhias ou coletivos no interior, litoral e

região metropolitana de São Paulo, exceto capital.

Oficinas Culturais é um Programa da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo

que atua desde 1986 na formação e na vivência da população no campo da cultura. O

Programa é administrado pela organização social poiesis – Instituto de Apoio à Cultura,

à Língua e à Literatura.

Page 22: 31a bienal itinerância sorocaba e limeira

22

GOVERNO DO ESTADO DE

SÃO PAULO

Governador do Estado

Geraldo Alckmin

Secretário de Estado da Cultura

Marcelo Mattos Araujo

Coordenadora da Unidade de

Formação Cultural

Renata Bittencourt

POIESIS – ORGANIZAÇÃO SOCIAL

DE CULTURA

Clovis Carvalho Diretor Executivo

Plinio Correa Diretor Administrativo

Financeiro

Maria Izabel Casanovas Assessora Técnica

OFICINAS CULTURAIS DO ESTADO

DE SÃO PAULO

Raul Christiano Diretor

Hugo Malavolta Coordenador de

programação

Tom Freitas Coordenador de programação

Marlon Florian Articulador de programação

Valdir Rivaben Articulador de programação

Kelly Christine Articuladora de comunicação

OFICINA CULTURAL CARLOS

GOMES

Robson Trento Coordenador

Tatiana Aves Técnica de programação cultural

Marcos FMNO Técnico de programação

cultural

Antonio Carlos Oliveira Produtor cultural

OFICINA CULTURAL GRANDE

OTELO

Bernadete Pacheco Coordenadora

Merlin Kern Sarubo Técnica de programação

cultural

Felipo Abreu Produtor cultural

LIMEIRA

Prefeitura Municipal de Limeira

Paulo Cezar Junqueira Hadich

Secretaria de Cultura de Limeira

Gláucia Bilatto

Secretaria Municipal de Educação

Adriana Ijano Motta

FAAL – Faculdade de Administração e

Artes de Limeira

Coordenadora Curso de Artes Visuais

Flávia Fábio Garboggini

SOROCABA

Prefeitura Municipal de Sorocaba

Antonio Carlos Pannunzio

Secretaria de Cultura de Sorocaba

Jaqueline Gomes da Silva

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FUNDAÇÃO BIENAL DE SÃO PAULO

Diretoria

Luis Terepins presidente

Flavia Buarque de Almeida

João Livi

Justo Werlang

Lidia Goldenstein

Rodrigo Bresser Pereira

Salo Kibrit

Consultor

Emilio Kalil

Superintendente

Luciana Guimarães

Coordenadora geral de projetos

Dora Silveira Corrêa

31ª BIENAL DE SÃO PAULO –

OBRAS SELECIONADAS

Curadoria

Charles Esche

Galit Eilat

Nuria Enguita Mayo

Oren Sagiv

Pablo Lafuente

Coprodução

Equipes Fundação Bienal de São Paulo

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Correalização

projeto realizado CoM o apoio do Governo do estado de são paulo, seCretaria da Cultura, proGraMa de ação Cultural 2014

apoio

instituCional

parCeria Culturalapoio

MÍdia

apoio

patroCÍnio

patroCÍnio eduCativo

realização

Secretaria daCultura

apoio

Cultural

Faculdade de Administração e Artes de Limeira

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Sorocaba

Galeria Scarpa

Rua Souza Pereira, 448, Centro

limeira

oFicina cultural carloS GomeS

Largo Boa Morte, 11, Centro