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PROGRAMA DE MONITORAMENTO SISMOLÓGICO, DO PROJETO BÁSICO AMBIENTAL – PBA - DA USINA HIDRELÉTRICA DE COLÍDER (Contrato Copel N o 4600002755) Plano de Trabalho (EC – 01) MAIO DE 2013

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PROGRAMA DE MONITORAMENTO SISMOLÓGICO, DO PROJETO BÁSICO AMBIENTAL – PBA - DA USINA HIDRELÉTRICA DE COLÍDER

(Contrato Copel No 4600002755)

Plano de Trabalho (EC – 01)

MAIO DE 2013

Av. Comendador Alberto Bonfiglioli, 425 – 05593-001 - São Paulo – SP – Tel/Fax (11)3624-5052

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PROGRAMA DE MONITORAMENTO SISMOGRÁFICO DA USINA HIDRELÉTRICA DE COLIDER

PLANO DE TRABALHO (EC – 01)

Av. Comendador Alberto Bonfiglioli, 425 – 05593-001 - São Paulo – SP – Tel/Fax (11)3624-5052

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO

2. DADOS GERAIS

2.1. Contratante 2.1.1. Local da obra

2.2. Empresa Executora 2.2.1. Equipe técnica do programa 2.2.1.1. Equipe de Campo 2.2.1.2. Equipe de Escritório 2.2.1.3. Supervisor Técnico 2.2.1.4. Responsáveis técnicos pelos campos e relatórios 2.2.1.5. Coordenador do programa 2.2.1.6. Organograma de Atuação para o Monitoramento

Sismológico da UHE COLÍDER - MT

3. OBJETIVOS

4. BREVE HISTÓRICO SOBRE SISMICIDADE INDUZIDA POR RESERVATÓRIOS

4.1. Histórico Sismológico na Região do Empreendimento

5. PLANO DE TRABALHO - FASES DO PROGRAMA

5.1. Primeira Fase: Monitoramento pré-enchimento do reservatório (MC-01)

5.1.1. Tratamento de registros e acompanhamento das atividades de canteiro de obras

5.1.2. Sistema de transmissão de dados 5.1.3. Especificações Técnicas dos Equipamentos 5.1.4. Especificação técnica dos abrigos 5.1.4.1. Especificação técnica do abrigo do sensor 5.1.4.2. Especificação técnica do abrigo do Registrador

5.2. Segunda Fase: Monitoramento durante e após o enchimento do reservatório (MC-02) 5.2.1. Especificações Técnicas dos Equipamentos

6. ESTUDOS SISMOGRÁFICOS

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

8. REFERÊNCIAS

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1. INTRODUÇÃO

O programa consiste em instalar uma rede de estações sismográficas a fim de monitorar a atividade sísmica na região do reservatório onde será construída a usina hidroelétrica UHE Colider.

Basicamente o programa de monitoramento será executado em duas etapas, a saber: pré-enchimento do reservatório e pós-enchimento do reservatório.

Na primeira será instalada uma estação triaxial para monitorar o padrão da atividade sísmica circunvizinha às obras. Na segunda etapa do programa consiste em instalar mais três estações verticais para o monitoramento sísmico durante e após a fase de enchimento do reservatório.

A UHE Colíder está localizada no trecho médio do rio Teles Pires (Figura 1), a aproximadamente 1,5 km a jusante de um ponto do rio conhecido localmente como Rio Estreito, na divisa entre os municípios de Nova Canaã do Norte (margem direita) e Itaúba (margem esquerda), na sub-bacia do Tapajós, componente da bacia Amazônica. Suas coordenadas geográficas são: 10º 59’ 06.62” S e 55º 45’ 52.06” O ou Datum SAD69, 8.785.362 S e 635.070 L no sistema de coordenadas UTM 21L. O enchimento do reservatório alagará áreas dos municípios de Cláudia, Colíder, Itaúba e Nova Canaã do Norte, no estado de Mato Grosso.

A morfologia da região mostra um vale amplo, com vertentes de baixa declividade e áreas amplas de terrenos aplainados que, em alguns casos, compõem a planície de inundação do rio. Na área do barramento, destaca-se a feição topograficamente elevada, em forma de crista transversal ao rio.

A potência instalada do AHE Colíder será de 300 MW. O reservatório possuirá 168,2 km² e inundará 143,5 km², o comprimento do reservatório entre o barramento e o remanso será de 94 km, a vida útil do reservatório será de 150 anos, com profundidade média de aproximadamente apenas 6 m, o que sugere um risco baixo para a ocorrência de sismo induzido. Segundo indicado no PBA e pelo Serviço Geológico Americano (U.S. Geological Survey, Open File Report 96-0011) a profundidade do reservatório é diretamente proporcional à sismicidade induzida. A operação do reservatório será com o nível de água normal de 272,00 m, de acordo com os estudos prévios.

O arranjo proposto para o empreendimento possui eixo retilíneo e contempla a localização do circuito de geração, da estrutura do vertedouro, dos muros de transição, de uma barragem de terra para fechamento, na margem direita, no município de Nova Canaã do Norte, e da barragem principal de terra, que atravessará a calha do rio até a ombreira esquerda.

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Figura 1: Foto aérea da região de construção da UHE Colider abrangendo o município de Nova Canaã do Norte – MT, situado a cerca de 37 km do eixo do barramento.

2. DADOS GERAIS

2.1. Contratante

Razão Social: COPEL GERAÇÃO E TRANSMISSÃO S.A. CNPJ: 04.370.282/0001-70 Endereço: Rua José IzidoroBiazetto, 158 Mossunguê

Curitiba/ PR – CEP: 81.200-240 Contato: Cícero Martins Junior – Gestor do Contrato Email: Cí[email protected]

2.1.1. Local da obra

Empreendimento: Usina Hidrelétrica de Colíder

Local: Municípios de Nova Canaã do Norte, Itaúba, Colíder e Cláudia, no Estado do Mato Grosso

2.2. Empresa Executora

Razão Social: Alta Resolução Geofísica e Geologia LTDA CNPJ: 04.231.895/0001-26 Endereço: Av. Comendador Alberto Bonfiglioli, 425 Jd. Bonfiglioli São Paulo / SP - CEP: 05.593-001 Telefones: (11) 3804-2470 / (11) 3624-5052 Email: [email protected]

Registro no CREA: SP-0581868

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2.2.1. Equipe técnica do programa

O programa será executado pelos seguintes profissionais:

• Adriano Marchioreto - DSc Geofísico com mestrado na área de sismologia • Rodrigo Machado - MSc Geofísico • José Augusto Mioto, DSc Geólogo – Sismólogo Consultor (Empresa Parceira –

Itapura) • Willian Carlos Oliveira – Graduado em Geofísico/ Técnico de campo, Leitura e

triagem dos Sismogramas • Celso Varella – Graduado em Geofísico / Técnico responsável pela

instrumentação e transmissão de dados (Telemetria) • Centro de Pesquisa Sismológica IAG/USP (Instituto de Astronomia e Geofísica

– Departamento de Sismologia)

2.2.1.1. Equipe de Campo

Os serviços de campo serão executados por equipe habilitada e é composta pelos seguintes profissionais:

• Willian Carlos Oliveira • Celso Varella

2.2.1.2. Equipe de Escritório

A equipe de escritório e apoio a execução do programa são os seguintes profissionais:

• Adriano Marchioreto • Rodrigo Machado • Willian Carlos Oliveira • Celso Varella

2.2.1.3. Supervisor Técnico

• Rodrigo Machado

2.2.1.4. Responsáveis técnicos pelos campos e relatórios

O responsável técnico pela execução do programa, incluindo campo e relatório, é o Geofísico Adriano Marchioreto.

2.2.1.5. Coordenador do programa

O coordenador do programa é o Geofísico Adriano Marchioreto.

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2.2.1.6. Organograma de Atuação para o Monitoramento Sismológico da UHE COLÍDER - MT

3. OBJETIVOS

O objetivo principal desse programa consiste em monitorar as atividades sísmicas da área circunvizinha ao reservatório, bem como verificar se as eventuais mudanças do nível da sismicidade são devido à influência do lago, ou não.

Na fase pré-enchimento o objetivo é:

• Caracterizar o nível de atividade sísmica natural e não natural existente na região - sismos locais, regionais ou telessismos, ou seja, fazer uma triagem dos registros sísmicos que sejam resultados de processos geológicos, daqueles que são provocados por detonação de explosivos, por exemplo, fornecidos através do plano de fogo, ou mesmo por detonações clandestinas;

• Determinar o padrão de atividade sísmica anterior ao enchimento do reservatório para estabelecer uma base de comportamento padrão na região;

Na fase do enchimento e pós-enchimento o objetivo é:

• Monitorar a sismicidade durante e após o enchimento, para detectar quaisquer atividades sísmicas que possam ter sido induzidas pelo reservatório;

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• Diferenciar os registros de sismos naturais dos sismos induzidos, classificá-los e caracterizá-los em detonações, desmonte de rochas, pedreiras, atividades do canteiro de obras, enchimento do reservatório e operação do reservatório;

• Fornecer orientação à Copel e ao empreendedor, sobre a necessidade de medidas de proteção, utilizando-se as informações sobre a atividade sísmica local.

• Além disso, tem como objetivo contribuir para os estudos sismológicos no estado e na região centro-oeste do país, aumentando o número de estações sismológicas disponíveis e fornecendo assim dados/registros que serão incorporados ao banco de dados das instituições de pesquisa.

• Por fim, dotar o projeto de importante informação que deve ser transmitida à

população, quanto à atividade sísmica registrada, seja ela muito baixa ou ausente que irá tranquilizar a população, seja para alertá-la no caso de eventos preocupantes.

4. BREVE HISTÓRICO SOBRE SISMICIDADE INDUZIDA POR RESERVATÓRIOS

A sismicidade induzida por reservatórios (SIR) de barragens é conhecida desde a construção da Barragem Hoover no Rio Colorado (EUA), em 1936, quando ocorreu um sismo de magnitude 5.0 Richter.

Desde então, são conhecidos mais de 200 casos internacionalmente, geralmente em barragens com mais de 100 m de altura e grandes reservatórios.

As grandes empresas do setor elétrico brasileiro começaram a monitorar esse tipo de fenômeno nas suas principais usinas, principalmente, após o sismo na barragem de Koyna, Índia, em 1967, com magnitude de 6.3, que causou 200 mortes e severos danos na sua estrutura.

No Brasil, há dezenas de casos documentados de sismos associados a enchimento de reservatórios, sendo a maioria em barragens acima de 50 m de altura e grandes reservatórios.

Uma das hipóteses para a ocorrência de SIR trata-se da percolação de água a grandes profundidades, em planos de fraqueza do maciço rochoso subjacente ao reservatório, que estejam submetidos a estados críticos de tensão (ou seja, próximos à ruptura). Com o estabelecimento de pressões neutras da rede de percolação, as forças resistentes são diminuídas, enquanto que as forças de cisalhamento não são afetadas, causando um desequilíbrio nas tensões internas das rochas, podendo provocar rupturas que, por sua vez, geram sismos (Figura 2).

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Figura 2: Mecanismo do Sismo Induzido

Infanti Jr. e Fornasari (1998) apresentaram alguns casos de SIR brasileiros (Cajuru, Capivari-Cachoeira, Porto Colômbia, Paraibuna-Paraitinga e Capivara). Marza et Al. (1999) mostraram os casos de SIR em Tucuruí, Nova Ponte, Miranda e Serra da Mesa, bem como uma sinopse de todos os casos de SIR no Brasil.

A tabela 1 apresenta uma relação de alguns dos principais sismos induzidos por reservatórios de barragens no Brasil.

Tabela 1: Alguns dos principais sismos induzidos no Brasil (W. Teixeira et al, 2.000).

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Verifica-se que a maioria dos casos de SIR no Brasil estão associados a barragens acima de 50 m e/ou grandes reservatórios.

A exceção é o reservatório de Cajuru, no Rio Pará (MG), na área da CEMIG, com volume de 200x106 m3 e barragem de 22 m de altura, concluída em 1959. Os abalos em Carmo do Cajuru começaram a partir de 1970 e, ao contrário dos demais casos, os sismos ocorrem quando há redução do nível de água no reservatório.

No Brasil havia muita expectativa quanto ao enchimento do reservatório de Itaipu, por se tratar de barragem com mais de 100 m de altura, porém nenhum evento relacionado ao enchimento ocorreu. Dos reservatórios mais recentes, havia muita expectativa sobre ocorrência de SIR nas UHE Itá e UHE Machadinho, porém também não apresentaram eventos significativos, sendo que o reservatório de Itá apresentou muitos micro-sismos, porém nenhum de maior importância.

4.1. Histórico Sismológico na Região do Empreendimento De acordo com o PBA, os estudos de inventário da bacia do rio Teles Pires encontraram registros, junto ao Observatório Sismológico da Universidade de Brasília - UNB, de eventos sísmicos desde 1744 até 2005, cuja maior parte ocorreu na Zona Sismogênica de Aripuanã (Figura 3), condicionada pela presença de grandes estruturas reativadas, correspondentes aos lineamentos: Madeira e 14 de Abril, Juruena e Guaporé. Na região de interesse ao empreendimento, o maior sismo natural ocorreu em 1955, na Serra do Tombador, a aproximadamente 200 km a sudoeste do local de instalação da barragem da UHE Colíder. Os sismos naturais registrados em locais mais próximos ao empreendimento foram de pequena magnitude, entre 3,5 e 4,4 Mb, e ocorreram a cerca de 90 km a sudoeste.

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Figura 3: Zona Sismogênica 1 – Aripuanã, próxima ao empreendimento UHE COLIDER.

5. PLANO DE TRABALHO - FASES DO PROGRAMA

A fim de conseguir com cumprir com sucesso o objetivo do escopo mencionado foi elaborado um plano de trabalho. O Plano de trabalho estabelece as metas, as etapas e os prazos a serem executadas as tarefas designadas.

Conforme citado o programa consiste de duas fases bem definidas, a saber:

- Fase 1 – refere-se ao período que o local será monitorado antes do enchimento, mais conhecido como período pré-enchimento.

- Fase 2 – refere-se ao período logo após o fechamento da barragem e início do enchimento do reservatório somado a um período em que o reservatório atinge sua capacidade máxima. Esse período é referido como pós-enchimento.

Os prazos estipulados para cada uma das Fases seguem os estabelecidos no contrato e tem como a data inicial o dia 01 de abril de 2013, data de emissão da ordem de serviço.

5.1. Fase 01: Período de Monitoramento pré-enchimento do reservatório (MC-01)

Nesta fase, que tem a duração de um ano antes do enchimento do reservatório, está prevista a instalação de uma estação triaxial.

Em visita dos técnicos da Alta Resolução realizada entre os dias 08 e 16 abril de 2013 foram selecionados alguns pontos para a instalação da primeira estação de monitoramento. Entre os vários locais visitados o ponto de coordenada 631.582 E /

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8.797.818 N (10º52’22.2”S 55°47’46.0”W), obtido por GPS Garmin II (Datum Sad69 – Meridiano Central 21L) foi aquele que apresentou as melhores condições para instalação da primeira estação. O local escolhido situa-se aproximadamente a 12 km a norte do eixo do barramento (Figura 4) e localiza-se na margem direita do rio, município de Nova Canaã do Norte - MT, sendo a margem esquerda o município de Itaúba - MT.

Figura 4: Foto aérea da região de construção da UHE Colider abrangendo o local escolhido para instalação da primeira estação sismográfica, a cerca de 12 km a norte do eixo do barramento.

5.1.1. Tratamento de registros e acompanhamento das atividades de canteiro de obras

A Copel deverá manter informada a Alta Resolução sobre as detonações programadas na obra, no mínimo para cada quinzena, ou sobre quaisquer outros fatos que possam induzir sismicidade. As informações sobre detonações serão confrontadas com os registros realizados nas estações sismográficas e, no caso de discrepância, os registros serão avaliados para identificação do ocorrido.

5.1.2. Sistema de transmissão de dados

A princípio a coleta dos dados e manutenção dos equipamentos serão efetuadas no período a cada três meses. Em nosso planejamento, estamos estudando uma maneira de viabilizar a implantação de um sistema de transmissão de dados por telemetria ou satélite via antena Ku-band (Figura 5). Caso tenhamos êxito nessa operação, os registros da estação poderão ser monitorados instantaneamente e os dados processados e interpretados à medida que forem transmitidos. Esse processo permitirá agilizar sobremaneira a análise dos dados, principalmente no período mais

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crítico do monitoramento que consiste exatamente as fases durante o enchimento e poucos meses após o reservatório ter atingido o nível estipulado de operação.

Figura 5: Desenho da antena Ku-band, diâmetro que será usado 1,2 m.

Nessa fase de pré-enchimento o plano de trabalhos obedecerá ao seguinte cronograma, sendo o dia 01 de abril de 2013 a data de emissão da ordem de serviço, portanto a data inicial a ser considerada para os prazos estabelecidos.

CONTRATUAL EVENTO CONTRATUAL DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS

PRAZO PRAZO *

FASE 1 – ANTERIOR AO ENCHIMENTO DO RESERVATÓRIO

MC-01

EC-01 Plano de Trabalho 30

EC-02 Aprovação da Proposta de Local para instalação de Estação Sismológica

40

EC-03 Relatório de Instalação da Estação 90

EC-04 Relatório Trimestral 180

EC-05 Relatório Trimestral 270

EC-06 Relatório Trimestral 360

MC-02 EC-07

Aprovação da Proposta de Rede de Monitoramento 390

EC-08 Relatório Anual Detalhado 420

Os dados obtidos nesta fase irão subsidiar a definição da rede que será implantada para a segunda fase de monitoramento.

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Nesse período de 12 meses, os eventuais eventos locais registrados serão analisados quanto a sua origem: natural ou antrópicas (detonações, obtidas no plano de fogo cedido pela COPEL). Sendo assim, através da análise dos sismos, como direção de chegada das ondas, aliada a distância preliminar obtida da análise dos sismogramas procurará definir a localização dos locais onde há detonações antes do período de enchimento, de modo que posteriormente ao enchimento possamos caracterizar o sismo como SIR ou alguma detonação próxima.

Alguns dos locais que foram visitados no período entre 08 e 16 de abril poderão ser escolhidos futuramente como local de instalação de uma das três estações sismográficas a serem instaladas, porém o certo é que com antecedência de um mês antes do período de instalação os locais das três futuras estações sejam definidos conforme estabelecido no MC-02 – Evento Contratual 07.

5.1.3. Especificações Técnicas dos Equipamentos

O primeiro equipamento a ser instalado: sismômetro tri-axial instalado é o modelo Trillium 120PA do fabricante Nanometrics (Foto 1), fabricado no Canadá com número de série 001750. Possui largura de banda -3dB em 120s e 175Hz de frequência.

Este sensor é compacto e portátil, e oferece um desempenho de banda larga superiores em uma ampla faixa de temperatura com sinal de ruído muito baixo. Este sinal de ruído muito baixo faz com que o Trillium 120PA ideal para estudos locais, regionais e telessísmo em aplicações tanto observatório e portátil. Possui baixo consumo de energia e operação confiável em uma faixa de temperatura de ± 45 º C, sem re-centralização de massa.

Tabela 2: Especificações técnicas do sismômetro Trillium 120PA.

Especificações Técnicas do Sismômetro Largura de banda -3dB em 120s para 175Hz Clip level 15mm/s acima de 1.5Hz Sensibilidade 1200 Vs/m nominal Nível de Ressonância nada abaixo de 200Hz Voltagem 9V - 36V DC Temperatura de operação ± 45 º C Peso 7.2Kg Diâmetro 21cm

Pressão Invólucro otimizado para ser insensível a variações atmosféricas

Inclinação Dinâmica ± 0.2º Umidade 0 a 100%

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Foto 1: Sensor (Sismômetro) tri-axial modelo Trillium 120PA.

O registrador é o modelo Digital Seismograph Taurus (Foto 2), 24bits de resolução também do fabricante Nanometrics com número de série 002585.

Capacidade de gravação para > 800 dias, utiliza baixa potência, podendo operar com uma bateria de 10 Ah e painel solar de 18 Watts. Gravação dos dados em compact flash de 32 FAT. Display integrado que permite o acesso a aquisição, monitoramento e configuração do equipamento e status de paginas da web.

Especificações Técnicas do Registrador Digital Modos de comunicação Buffered (armazenamento) e Comunicação Interface 10/100 base-T ethernet; RS-232 serial Peso 1,8kg Voltagem 9V - 36V DC Temperatura de operação -40°C à 60°C Memória de 2Gb à 40 Gb via cartão Canais 3 Filtro digital 140dB na frequencia de Nyquist Tipo do filtro fase linear Filtro passa alta 0.001 à 1Hz Intervalo dinâmico 141dB a 100sps

Tabela 3: Especificações técnicas do sismógrafo digital (registrador) Taurus.

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Foto 2: Registrador modelo Digital Seismograph Taurus.

Especificações Técnicas do Módulo de Energia Desempenho em condições de teste padrão

(STC*)

Componentes

Potência máxima (Pmax) 85 W Tipo de célula Silício Policristalino

Tensão em circuito aberto (Voc) 22 V Células por módulo 36

Tensão de pico (Vmpp) 17 V Dimensões painel 1229 x 556 x 34 (mm)

Corrente de curto-circuito (Isc) 5,2 A Moldura Alumínio

Corrente de Pico (Impp) 4,77 A Peso 7,5 Kg

Tabela 4: Especificações técnicas do Painel Solar, que será utilizado para recarregar a bateria. *STC: As especificações elétricas estão sob condições de teste de irradiação de 1 KW/m², espectro de 1,5 de massa de ar e temperatura de 25ºC.

Especificações Técnicas da Bateria Tensão 12 V RC 25 100 min

HCA 25ºC 900 Dimensões ( Comp x

Larg x Alt ) 330 x 172 x 241 (mm)

C20 100 Ah Tabela 5: Especificações técnicas da Bateria que será utilizada para o funcionamento dos equipamentos.

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Especificações Técnicas do Regulador Solar de Tensão Voltagem Nominal 12 V Compensação da temperatura -3mV/cell*K Máx. corrente do módulo 10 A Máx. carga elétrica 10 A Dimensões 80x 100x 32 mm Peso 180 gr Tamanho Max. Do fio 16 mm2 (AWG#6) Consumo próprio de energia 4 mA Variação de temperatura -40 a +50 ºC Tipo de proteção IP22

Tabela 6: Especificações Técnicas do Regulador Solar de Tensão para proteção da bateria.

5.1.4. Especificação técnica dos abrigos

5.1.4.1. Especificação técnica do abrigo do sensor

O abrigo do sensor será feito em cima da rocha sã, sendo a base do sensor feita de concreto sem armação de ferro na medida de 50 x 50 x 5 cm e as paredes feitas alvenaria nas medidas 90 x 90 x 60 cm (Figura 6), será utilizado um tubo de 3 (três) polegadas para passagem dos cabos entre os abrigos (sensor e registrador) e será utilizado uma tampa de granito (100 x 100 x 2 cm) para tampar o abrigo do sensor e posteriormente será jogado terra em cima do abrigo e da rocha.

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Figura 6: Planta do abrigo do sensor.

5.1.4.2. Especificação técnica do abrigo do Registrador

Os abrigos do registrador poderão ser construídos em alvenaria ou outro material como painéis isotérmicos utilizados na construção dos alojamentos do empreendimento UHE Colider com uma porta de aço.

5.2. Fase 02: Monitoramento durante e após o enchimento do reservatório (MC-02)

O período mais crítico para o monitoramento sismográfico com o intuído de monitorar SIR é exatamente durante e logo após o enchimento do lago. Desta forma, está programado um arranjo de estações formando uma rede de monitoramento sismográfico constituído por quatro estações. A instalação das outras três estações no entorno do lago, deverá ser realizado com pelo menos 15 dias antes do início do enchimento do reservatório.

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Caso haja incidência de sismos na segunda fase, os registros sismográficos, e suas determinações epicentrais, poderão condicionar a realocação de uma ou mais estações e/ou redimensionamento da rede.

Os dados de possíveis sismos induzidos que forem obtidos nesta etapa serão tratados e processados com a finalidade de se obter todos os parâmetros sobre seu respectivo hipocentro.

A análise da distribuição da atividade sísmica e a correlação dos dados registrados em diferentes períodos permitirão conhecer as características da sismicidade induzida.

Nessa fase de enchimento e pós-enchimento o plano de trabalho obedecerá o seguinte cronograma, sendo a data inicial do MC-03 estabelecida após a definição da data de enchimento e emissão da ordem de serviço para a instalação da rede de monitoramento.

CONTRATUAL EVENTO CONTRATUAL DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS

PRAZO PRAZO *

FASE 2 – DURANTE E APÓS O ENCHIMENTO DO RESERVATÓRIO

MC-03

EC-09 Relatório de Instalação e início da operação da Rede de Monitoramento

60

EC-10 Relatório Mensal 90

EC-11 Relatório Mensal 120

EC-12 Relatório Mensal 150

EC-13 Relatório Semestral Detalhado 240

EC-14 Relatório Trimestral 330

EC-15 Relatório Semestral Detalhado 420

EC-16 Relatório Trimestral 510

MC-04 EC-17 Relatório Final 540

EC-18 Desmobilização 540

5.2.1. Especificações Técnicas dos Equipamentos

Com o início da Fase 2 iremos instalar o sismômetro tri-axial de modelo SS-20 do fabricante SARA electronic instruments s.r.l. (Foto 3), fabricado na Itália. O SS-20 possui 3 (três) canais com alta sensibilidade e trabalha com período curto em 2Hz de frequência natural, ideal para monitoramento de sismos locais (como sismicidade de deslizamentos de terra e sismicidade induzida), regionais e telessismos. A SS-20 é composto por três sensores medidores de velocidade (sensores eletrodinâmicos) com precisão eletrônica.

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Tabela 2: Especificações técnicas do sismômetro SS20.

Foto 3: Sismômetro tri-axial de modelo SS-20 do fabricante SARA electronic instruments s.r.l.

O registrador é o modelo SL06 24bits de resolução também do fabricante SARA electronic instruments s.r.l (Foto 4), tem um consumo de energia menor que 3W e um painel de controle completo, trabalha com sensores eletrodinâmico memória através de pen drives, tem uma gama completa de serviços de conectividade (TCP / IP, HTTP, TELNET, FTP), graças ao sistema operacional Linux, bem como a capacidade de transmissão de dados em miniSEED (por exemplo, LISS, ao vivo Internet Seismic Server) e SEEDLINK.

Especificações Técnicas do Registrador Digital Modos de comunicação Armazenamento e Comunicação Interface 10/100 base-T ethernet; RS-232 serial Peso 3,3 kg

Especificações Técnicas do Sismômetro Largura de banda 124dB, 100SPS Clip level 2.0Hz (+/-5%) Sensibilidade 60 Vs/m Nível de Ressonância 0.1-250Hz Voltagem 10-16V DC Temperatura de operação -20/+50° Peso 2.5Kg Diâmetro 190x180x90mm Inclinação Dinâmica ± 0.5°

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Voltagem 10-16V DC Temperatura de operação -20/+50° Memória de 2Gb à 40 Gb via cartão Canais 3 Filtro digital 124dB, 100SPS Tipo do filtro fase linear Filtro passa alta 0.001 à 1Hz Intervalo dinâmico 124dB, 100SPS

Tabela 3: Especificações técnicas do sismógrafo digital (registrador) SL06.

Foto 4: Registrador modelo SL06 do fabricante SARA electronic instruments s.r.l.

6. ESTUDOS SISMOGRÁFICOS Os trabalhos relacionados aos registros sismográficos da UHE Colíder excluem os de controle das detonações com explosivos que se acham em desenvolvimento desde o início das obras. Entretanto, os registros das detonações poderão ser utilizados para os estudos de propagação de ondas para auxiliar na definição do modelo da crosta terrestre para a região do empreendimento.

Os estudos sismográficos iniciais constam da pesquisa e seleção do local para instalação de base sismológica (isolada e em rede), visando-se obter a melhor relação sinal / ruído possível para a área de estudo, em ponto fora do perímetro de inundação do reservatório. Os resultados da pesquisa e seleção de locais também deverão ser usados para planejar as redes sismográficas alternativas em caso de ocorrência de eventos induzidos.

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Os pontos selecionados para instalação de estações sismográficas deverão receber um projeto de edificação em alvenaria com pequenas dimensões, capaz de abrigar o instrumental sismográfico digital e dotado dos sistemas autônomos de suprimento de energia e de proteção física.

O instrumental deverá ser regulado para fenômenos sísmicos regionais de qualquer natureza, sendo que os registros sísmicos serão interpretados em São Paulo pela Alta

Resolução.

A emissão dos relatórios de interpretação deverá ocorrer a cada três meses e, de modo excepcional em menor período, quando houver uma incidência de eventos sísmicos que justifiquem sua elaboração.

Em ocorrendo atividade sísmica natural ou induzida percebida por pessoas, a COPEL

receberá todas as instruções para atenuar os efeitos dos fenômenos nas comunidades rurais e/ou urbanas afetadas pela propagação das ondas sísmicas, além dos procedimentos para caracterização do fenômeno.

Para os procedimentos de interpretação dos registros sismográficos (durante a fase de operação de estação sismográfica), a COPEL deverá providenciar todos os planos de detonações com explosivos em suas obras. Adicionalmente, todo o controle da variação do nível d’água do Reservatório da Barragem Colider, incluindo o de descarga do seu Vertedouro.

Será efetuado o relatório final (de integração) sobre as atividades desenvolvidas no âmbito deste plano de trabalho (e após o término do monitoramento programado para a Usina Hidrelétrica Colider), que conterá toda a história sísmica do período monitorado, a análise das implicações da atividade sísmica na infra-estrutura do projeto hidrelétrico e as conclusões baseadas nas observações sismotectônicas e de operação do referido aproveitamento, constará também de uma avaliação da metodologia e rede utilizadas, características da sismicidade observada e sugestões/recomendações quanto à necessidade ou não de continuar o monitoramento e com que especificações.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente documento faz uma apresentação do Plano de Trabalho a ser seguido para execução do monitoramento sismográfico a ser realizado no empreendimento da UHE Colider. Neste plano de trabalho foram definidos os objetivos do monitoramento sismográfico e também foram definidas as datas de cada evento que a Alta Resolução terá que cumprir a fim de atendê-lo.

Nos eventos contratuais EC-02 e EC-03 serão discutidas e apresentadas informações pertinentes à primeira estação instalada para o monitoramente da fase de pré-enchimento e nos demais relatórios será apresentado um compilado de todos os principais eventos sísmicos locais e regionais registrados no período e os seus

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parâmetros sísmicos. Caso ocorra algum evento que mereça atenção especial, o mesmo será avaliado e descrito em relatório específico.

8. REFERÊNCIAS

Assumpção, M. et al. (2002) “Reservoir-induced Seismicity in Brazil”, Pure Appl. Geophys. 159, pp. 597-617.

Infanti Jr., N. e Fornasari, N. (1998) “Processos de Dinâmica Superficial”, Cap. 9 do livro “Geologia de Engenharia”. Antonio M. S. Oliveira e Sergio N. A. Brito (Ed.) – São Paulo, Associação Brasileira de Geologia de Engenharia.

Marza, V. I. et al (1999) “Aspectos da Sismicidade Induzida por Reservatórios no Brasil”. XXXIII Seminário Nacional de Grandes Barragens, Comitê Brasileiro de Barragens, Belo Horizonte.

Mioto, J. A. (1983): “Mapa de Risco Sísmico do Sudeste Brasileiro”. Dissertação de Mestrado. Escola de Engenharia de São Carlos USP.

Teixeira, W. et al (2000) “Decifrando a Terra”, Oficina de Textos, São Paulo.

São Paulo (SP), 06 de maio de 20103.

Adriano Marchioreto, DSc.

Alta Resolução Geologia e Geofísica Ltda