30ª edição da revista livre

32
R$ 7,99 - nº 30 - julho/ 2010 Por que somos delicados ou robustos, magros ou obesos, agitados ou calmos? Que doenças nos ameaçarão e como enfrentaremos o estres- se e a pressão? As qualidades e defeitos que temos em vida começam muito antes do que se imagina. Saiba porque as propostas de Fábio Trad pode mudar a história do MS Aprenda a arte de combinar vinhos com os mais variados pratos

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30ª edição da Revista Livre

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R$

7,9

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Por que somos delicados ou robustos, magros ou obesos, agitados ou calmos? Que doenças nos ameaçarão e como enfrentaremos o estres-se e a pressão? As qualidades e defeitos que temos em vida começam muito antes do que se imagina.

Saiba porque as propostas de Fábio Trad pode mudar a história do MS

Aprenda a arte de combinar vinhos com os mais variados pratos

Page 2: 30ª edição da Revista Livre

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Não Acabe com o seu tempo lendo futilidades.

Leia algo que realmente interessa.

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RevistaLivreleitura inteligente

Page 4: 30ª edição da Revista Livre

Livre JULHO, 20104

Índice

Índice

05

Editorial 06

Enologia

09

Política

10

Comportamento

13

Cultura

18 Capa

14 Sociedade em alerta16 Eventos23 Curiosidade24 Atualidade26 Entrevista29 Piadas30 Entre o sim e o não

Page 5: 30ª edição da Revista Livre

5Livre JULHO, 2010

Editorial

Vendas de AssinaturaCentral de Renovação

Fone/Fax: 67 3042-9818Rua Tenente Aviador Pedro Correia Duncan, 175 sala 04 – Jd. América

Campo Grande / MS CEP. 79.080.220

[email protected]

A Revista Livre é uma publicação mensalTiragem: 10.000 exemplares

Gráfica e Editora RossiR. José Lacava, 411 - Jacy GuanandyCampo Grande/MS - CEP 79.086-050

Fone/Fax: 67 3386-7910

EXPEDIENTE

Carmeliza Oshiro de OliveiraDiretora Administrativa Jornalista Responsável - DRT 460/MS

Aruaque Fressato BarbosaDiretor de Arte – DRT 133/MS

Eduardo de Paula de SouzaDepartamento Jurídico OAB/SP 121.317

Colaboradores

Gilmar Queiroz

Michelle Rossi

Maria Leuda

Rodrigo Cupelli

Tiago Braga

www.revistalivre.com.br

A revista Livre não interfere nas avalia-ções publicadas por colaboradores. Opi-niões emitidas em artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista, que pode ser contrária.

Moderna e independenteLivreRevista

Há tempos que a ciência

vêm pesquisando as eta-

pas da evolução humana.

A grande novidade neste tema é que

o nosso aprendizado começa muito

antes do nascimento. O que determi-

nará como seremos tanto fisicamente

como a personalidade, já é redesenha-

do na gravidez. Os bebês, ao contrá-

rio do que se imaginava são capaz de

perceber e compreender em partes, o

mundo aqui fora e através disso eles

configuram todo seu modo de viver.

Essa descoberta é de extrema im-

portância para aprender o que fazer

em cada etapa da gravidez que ante-

cede o nascimento. Muitas justifica-

tivas para doenças e comportamento

podem ser genéticas, porém outras

poder ser de problemas acontecidos

ainda na gestação. Como, por exem-

plo, estresse excessivo, má alimenta-

ção e uma série de outros fatores que

poderá ser transmitido de mãe para

filho. Isso ocorre porque uma quanti-

dade maior do hormônio do estresse,

cortisol, penetra o corpo do feto pelo

cordão umbilical. Desse modo, ele se

acostuma com um nível mais elevado

de cortisol e durante toda a sua vida

produzirá muito mais hormônios de

estresse, essas crianças estão cons-

tantemente em uma espécie de estado

de alerta.

O único canal que o bebê tem com

o mundo exterior é através da mãe,

então as percepções, emoções tudo

com o passar dos meses é transmitido

para eles.

A matéria de capa deste mês da Li-

vre resume um pensando muito antigo

do filósofo e escritor frances Jean-Ja-

cques Rousseau (1712-1778) precur-

sor do romantismo. Naquela época ele

já falava algo muito parecido com o

que os pesquisadores estão descobrin-

do, ele só errou no tempo, porque não

é quando nasce que devemos educar e

sim antes de nascer. “A educação do

homem começa no momento do seu

nascimento; antes de falar, antes de

entender, já se instrui”.

O que sou eu?

Page 6: 30ª edição da Revista Livre

Livre JULHO, 20106

Enologia

A arte de combinarCombinar comida e vinhos não é tarefa das mais simples. Qualquer detalhe da comida,

como um tempero a mais, por exemplo, pode refletir em uma péssima combinação.

Combinar comida e vinhos

não é tarefa das mais sim-

ples. Qualquer detalhe da

comida, como um tempero a mais,

por exemplo, pode refletir em uma

péssima combinação. E não é só isso.

Para os especialistas, a escolha da

bebida está associada a fatores climá-

ticos e ao local onde você se encon-

tra. Quer um exemplo? Eles dizem que

não fica nada bem apreciar a bebida

em uma danceteria com som no úl-

timo volume e cheiro de cigarro. Ou

ainda experimentar o vinho no verão,

quando ele deve ser tomado no inver-

no. O “recomendável”, segundo eles,

é um local aconchegante para que a

apreciação seja bem feita e você pos-

sa saborear o gosto da bebida com

concentração e ambiente apropriado.

Mas há quem não se importe com tan-

tas regras. A paixão pelo vinho rompe

limites e, dessa forma, não há clima

nem local que o faça dispensar a be-

bida. Em qual desses grupos você en-

caixa?

Para cada tipo de refeição há um

vinho que combina melhor com o seu

paladar. Os suaves de-

vem acompanhar pratos

pouco temperados, já

os fortes e encorpados

são ideais para pratos

mais condimentados. E,

se numa mesma ocasião,

você tiver a oportunidade

de experimentar vários tipos

de vinhos, o melhor deve ficar

sempre para o final da refeição, para

que a boca conserve o sabor. Outra

norma universalmente aceita é ser-

vir vinhos brancos para acompanhar

carnes brancas (aves, peixes, crus-

táceos). Na verdade, o vinho bran-

co pode acompanhar qualquer prato,

até mesmo os de massas, tradicio-

nalmente identificados pelos italia-

nos com os vinhos tintos. O impor-

tante é que o vinho valorize o prato

que você escolheu.

Entradas - Com as entradas deve

ser servido vinho branco seco, vinho

verde branco, vinhos generosos se-

cos ou ainda vinhos espumosos se-

cos.

Sopa - Com sopa é clássico “molhar-

se a boca” com generosos secos. No

entanto, os vinhos rosados e os es-

pumosos podem servir de vinho úni-

co ao longo de uma refeição.

Saladas - Aos pratos avinagrados,

como saladas muito temperadas,

não convém nenhum tipo de vi-

nho.

Peixes - Com peixe serve-se o

mesmo vinho que serviu para

os aperitivos (vinho branco

seco ou verde). Se forem servidos

com molhos picantes, aconselha-se

um vinho branco suave.

Massas - Com massas, legumes, ar-

roz e ovos servem-se vinhos brancos

adamados ou tintos ligeiros.

Carnes vermelhas - As carnes verme-

lhas e a caça, assadas ou guisadas

ou em pasta (tortas recheadas, em-

padas), servem-se acompanhadas por

vinho tinto encorpado. As carnes as-

sadas também combinam com vinhos

espumosos secos.

Queijos - Com queijos fermentados

(crus) servem-se vinhos tintos for-

tes. Queijos de pastas cozidas (tipo

gruyére) pedem vinhos tintos mais le-

ves. Com queijos frescos servem-se

vinhos brancos suaves.

Doces - Com doces não alcoolizados

servem-se vinhos doces brancos,

espumosos doces ou ainda genero-

sos doces e meio-doces. Com doces

confeccionados

com licores ou

aguardentes, só

devem servir-se

as bebidas utili-

zadas na sua

prepara-

ção.

Page 7: 30ª edição da Revista Livre

7Livre JULHO, 2010

Página

Temperatura de consumo

VINHOS VERDES: 7º a 9º. Bebem-se sobretudo durante o Verão e são refrescantes. Servem-se bas-

tante frios.

BANCOS SECOS: 8º a 11º. Estes vinhos têm geralmente um perfume delicado que não se desenvolve se o

vinho está demasiado frio.

BRANCOS DOCES: 6º a 7º.Os vinhos doces bem vinificados, do tipo “Sauternes”, podem ser vinhos maravilho-

sos com um bouquet acentuado e aromas de mel e acácia. Devem ser servidos muito frios

para que a sua natureza licorosa não os transforme num xarope adocicado.

TINTOS NOVOS (1 a 3 anos da safra): 10º A 13º. Vinhos do tipo “Beaujolais” são fruta-

dos e têm muita frescor. Ficam melhor quando bebidos à temperatura da adega.

TINTOS DE MÉDIA IDADE (4 anos ou mais): 16º a 18º. Pode ser consumi-

do ao retirar a garrafa da adega.

GRANDES VINHOS TINTOS: 17º a 20º. Há uma maior proximidade

da nossa própria temperatura sendo o contato com a boca ainda

mais harmonioso. Assim, temos os nossos sentidos todos des-

pertos para apreciar a complexidade destes vinhos.

Dez dicas antes de comprar uma garrafa de Vinho 1 - O Vinho é um alimento, portanto

estraga.

Esta dica é a mãe de todas as dicas.

O Vinho não é pasteurizado como a

cerveja, nem artificial como um refri-

gerante. O Vinho é uma bebida que

está em seu estado natural, na gar-

rafa, protegida por uma rolha porosa

que troca oxigênio com o ambiente

e é sensível ao calor. Lembre-se : O

Vinho dura alguns anos na garrafa,

mas estraga como qualquer alimen-

to, se mal conservado.

2 - Evite garrafas armazenadas de pé

Como disse o Vinho é protegido por

uma rolha porosa que troca oxigênio

com o ambiente. Esta rolha tem que

estar sempre úmida. Se a garrafa fi-

car muito tempo de pé, a rolha seca,

e o oxigênio começa a entrar muito

rápido, e o resultado : O Vinho oxida

e estraga. Os mercados são os cam-

peões neste quesito, embora nos úl-

timos anos, vários deles tem toma-

do mais cuidado, e deixam expostas

poucas garrafas que tem saída antes

que a posição da garrafa se torne um

problema.

3 - Evite vinhos sem safra

Os Vinhos tem safra (que é o ano em

que a uva foi colhida e está estam-

pado no rótulo). Não há motivo para

que o produtor não ponha esta infor-

mação no rótulo, a não ser, quando

o produtor mistura várias safras na

intenção de resolver problemas de

uma safra ou outra e melhorar um

Vinho ruim. O resultado em geral é

um Vinho ruim. Barato, mas ruim.

4 - Rejeite garrafas pegajosas

Garrafas pegajosas em geral são

péssimo sinal. Ou o comerciante ar-

mazena tão mal o Vinho que outras

bebidas, ou sabe-se lá o que, se der-

ramaram sobre a garrafa, ou signi-

Page 8: 30ª edição da Revista Livre

Livre JULHO, 20108

Enologia

fica que a rolha ressecada fez parte

do vinho vazar. Resultado: Esqueça

pegue outra garrafa, ou melhor, vá

para outro estabelecimento que ar-

mazene melhor seus produtos.

5 - Rejeite rolhas protuberantes

A rolha sempre está alinhada ou um

pouco abaixo da boca da garrafa. Se

a rolha estiver saltada pressionan-

do a capsula (que é a cobertura de

plástico ou chumbo que recobre o

gargalo da garrafa) só uma coisa é

certa : O Vinho já era. Isto aconte-

ce em geral porque houve algum tipo

de pressão dentro da garrafa, por

fermentação interna, que não devia

acontecer, ou seja, novamente, Vi-

nho estragado.

6 - Rejeite garrafas com nível abaixo

do pescoço

A garrafa de Vinho sempre é enchida

pelo produtor acima do pescoço (que

é o fim do gargalo e início da garra-

fa). Assim se o líquido está abaixo

do pescoço, é porque algo deu er-

rado, em geral a rolha ressecou e o

vinho, ou evaporou, ou vazou. Sem

chance: Vinho estragado.

7 - Rejeite tons de tijolo nos tintos, e

tons de marrom nos brancos.

Quando tudo dá errado e o Vinho

oxida, os tintos ficam de cor opaca

com tons tijolo e os brancos com for-

tes tons de marrom. São as cores da

desgraça. O Vinho não é mais Vinho,

mas alguma

coisa entre

vinagre e

nada.

8 - Só com-

pre safras

a n t i g a s

(+1 ano

b r a n c o s ,

+3 anos

tintos) sem

c o n h e c e r

as tabelas de safras da região.

É lógico que você já ouviu falar de

garrafas com mais de 10 ou 20

anos, mas isso não é para qualquer

Vinho, nem pra qualquer safra (ano

de colheita ). Ás vezes um Vinho

dura 5 anos em uma safra e 2 em

outra, as tabelas de safras mostram

naquele ano que Vinhos podem es-

perar mais, que vinhos devem ser

tomados e que vinhos já eram. Mas

como regra, todos os vinhos mais

comuns duram entre 1 e 3 anos sem

grandes problemas.

9 - Só compre vinhos caros se tiver

desenvolvido o paladar.

Em geral as pessoas acham que em

ocasiões especiais tem que com-

prar um “super-vinho” e gastar R$

100,00 ou mais. Um grande erro. Os

Vinhos não sobem somente de pre-

ço, eles sobem em complexidade,

em potência, em estrutura, e mesmo

que você não faça a menor idéia do

que isso significa, seu paladar sabe.

Muitos Vinhos de maior valor pos-

suem mais taninos, e portanto são

mais “secos” ou “ásperos” como

você poderia definir. Assim se você

não tiver preparado seu paladar você

tem 90% de probabilidade de que o

Vinho não lhe agrade.

10 - Crie um hábito e use a “Regra

do Dobro”

Sempre compre vinhos com preço

abaixo do dobro do preço de seu

consumo habitual.

É simples, se você está acostuma-

do a tomar Vinhos na faixa de R$

15,00, então seu limite é de R$

30,00. Se seu consumo habitual é

de Vinho de R$ 25,00, então seu

teto é de R$ 50,00.

Mais aí eu nunca vou tomar Vinhos

mais caros? Vai. Observe a regra no-

vamente. Você está acostumado a

tomar Vinhos de R$ 15,00, e uma

vez ou outra vai comprar um de R$

25,00. Com o tempo qual vai ser

seu hábito? Talvez consumir Vinhos

na faixa de R$ 20,00, o resultado é

que seu novo patamar passa a ser de

R$ 40,00, e não mais de trinta.

Esta regra funciona muito bem por-

que controla, sem maiores proble-

mas, seu hábito de consumo e di-

rige você na velocidade certa para

Vinhos mais sofisticados. Esta regra

só perde a validade quando você

começa e chegar nas faixas de pre-

ços de Vinhos mais sofisticados, por

exemplo, seu limite passa a ser de

no máximo R$ 100,00, aí você está

liberado, e até lá seu paladar já está

treinado e entende melhor o que está

tomando com tanto dinheiro.

Page 9: 30ª edição da Revista Livre

9Livre JULHO, 2010

Política

O programa habitacional do

MS, considerado um dos

maiores do país, foi desta-

que na Convenção que lançou a candi-

datura de André Puccinelli a reeleição.

Tanto o governador, como o candida-

to ao Senado, Waldemir Moka, desta-

caram a construção 43.600 moradias

como uma das maiores realizações do

atual governo.

Responsável pela coordenação do

programa habitacional, o deputado es-

tadual Carlos Marun, ex-secretário do

Estado de Habitação das Cidades, ou-

viu com satisfação os comentários fei-

tos no dia em que foi confirmada sua

candidatura a reeleição, que aconteceu

no comitê do partido, com a participa-

ção de mais de 5 mil pessoas.

Marun desenvolveu trabalho funda-

mental para tornar Campo Grande a pri-

meira Capital Brasileira sem favelas nas

áreas de risco. Ao assumir a Secretaria

do Estado de Habitação, em três anos e

meio, foi responsável por 43.600 novas

moradias – sendo o maior programa ha-

bitacional da história de MS, com inves-

timentos na ordem de R$ 660 milhões.

Com investimentos milionários, os

reflexos não poderiam ser outros; mais

emprego e renda para os sul-mato-

grossenses. No total, 30 mil empregos

diretos e indiretos na construção civil;

aquecimento da economia e desenvolvi-

mento do Estado.

Além de viabilizar recursos, Marun

firmou parcerias para a construção de

moradias em todo o Estado. Em Corum-

bá, foram 1,2 mil casas, onde foi cons-

truído o maior conjunto habitacional

com recursos 100% estaduais.

Como membro da coordenação na-

cional da Campanha Moradia Digna,

auxiliou na PEC Moradia, ajudando a

destinar recursos para o Fundo de Ha-

bitação de Interesse Social, sendo 2%

para a União, 1% para os Estados e 1%

para os Municípios. Medida que deverá

ser adotada pelos próximos 20 anos.

PRÊMIOS

Com tanta experiência e trabalho

a realidade não poderia ser diferente,

além de melhorar a qualidade de vida

do sul-mato-grossense, Marun colocou

o Estado em destaque nacional, pois re-

cebeu vários prêmios durante o período

em que atuou como secretário de Habi-

tação Municipal e Estadual.

Entre as conquistas está o Selo de

Mérito da Associação Brasileira de CO-

HABs (ABC) pelo Programa “MS Cidadão

– Casa da Gente” por meio de recursos

provenientes do Programa de Subsídio

à Habitação de Interesse Social. Rece-

beu o prêmio com o 1º Conjunto Habi-

tacional do Programa de Aceleração do

Crescimento (PAC) inaugurado no Bra-

sil; também ficou em 1º lugar no Brasil

do PAC/Habitação e o Selo do Mérito

2009 na categoria nacional, com o Pro-

jeto Construindo Liberdade, recebido no

57º Fórum Nacional de Habitação de In-

teresse Social em Minas Gerais.

A Lei que instituiu a Política Munici-

pal de Habitação também é um projeto

de Marun. Ele teve diversos programas

reconhecidos e premiados nesta área

como: Casa da Gente; Fábrica da Gente;

Meu Cantinho; Construindo legal; Aldeia

Urbana Marçal de Souza (dois prêmios);

Programa Habitacional do Servidor Pú-

blico; Projeto Mudando para Melhor Bu-

riti/Lagoa (dois prêmios) e Construindo

Liberdade.

Trabalho desenvolvido pelo

deputado Marun foi destaque na

Convenção de lançamento das

candidaturas para as eleições 2010.

Deputado Marun

Deputado Marun

Mais de 43.000 casas foram feitas nesta gestão

RECONHECIMENTO

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Page 10: 30ª edição da Revista Livre

Livre JULHO, 201010

Comportamento

Tem o poder público direito a

limitar a liberdade das pes-

soas de fumar, beber, em

suma, de se fazerem mal, mesmo que

elas queiram fumar, beber, fazer-se

mal? Essa discussão reaparece sem-

pre que uma medida legislativa coíbe

o fumo ou a bebida. Vale a pena ten-

tar esclarecer o que está em jogo.

Comecemos com uma distinção

básica. Ninguém em sã consciência

negará o direito – e mesmo o dever –

do poder público a proibir o que faça

mal a uma outra pessoa. A questão

filosófica é se ele pode impedir que eu

faça mal a mim mesmo. Essa distin-

ção é fundamental porque, no debate

sobre a lei seca (federal) e a lei antifu-

mo (paulista), os dois assuntos foram

constantemente confundidos.

Assim, se a lei proíbe uma pessoa

com álcool no sangue de guiar, não a

está impedindo de fazer mal a si mes-

ma. Está dificultando que faça mal

a outras pessoas. Essa lei, portanto,

não entra no caso que estamos dis-

cutindo. Ninguém perdeu o direito de

beber “até cair”, como dizia a canção

de carnaval. O que não vale é guiar

bêbado porque, assim, se pode ferir

ou matar alguém.

Também a proibição de fumar em

lugares públicos não é uma proibição

de fazer mal a si mesmo. Ela impede

que os não fumantes sejam converti-

dos, contra a vontade, em fumantes

passivos. Continuo podendo escolher

fumar, isto é, ser fumante ativo. Mas

devo respeitar o direito dos outros a

não fumar, ativa ou passivamente.

Como a Ciência prova que a saúde

piora já por aspirar a fumaça do cigar-

ro alheio, isso está certo: o fumante

pode fumar, mas não deve causar do-

enças em outras pessoas.

O DEBATE FILOSÓFICO. Onde

está a proibição de fazer mal a si

mesmo? Ela está numa justificativa

que apareceu na lei proibindo a propa-

ganda do fumo na televisão. Foi uma

iniciativa do então Ministro da Saúde,

José Serra, atacada porque impediria

as pessoas de, livremente, escolhe-

rem se querem fumar – e, se quise-

rem, por que não poderiam causar mal

a si próprias? Aqui, estamos no deba-

te filosófico.

A questão é se eu, ciente de que

uma droga (cigarro, bebida ou qual-

quer outra) me faz mal, posso esco-

lher usá-la e abusá-la, desde que com

isso não prejudique ninguém mais?

Essa questão exige um comentário e

uma pergunta.

A liberdade de fazer mal a si mesmo

Lei antifumo e a Filosofia: onde está e qual é o limite da liberdade de fazer mal a si mesmo?

Page 11: 30ª edição da Revista Livre

11Livre JULHO, 2010

Página

O COMENTÁRIO: é difícil distin-

guir exatamente o que é fazer mal a

si e ao outro. Fumantes e alcoólicos

costumam ter mais doenças do que

não fumantes e abstêmios. Por isso,

eles usam a rede pública de saúde ou

a de seu convênio mais que os outros.

Mas pagam o mesmo que sua faixa

etária. Suas despesas são maiores, e

parte delas é financiada pelos outros.

Esse é um assunto delicado, que tal-

vez leve, no futuro, a calcular segu-

ros de saúde pelo perfil do segurado

– como já sucede com os carros, dado

que rapazes de 18 anos pagam mais

que senhoras de 40 anos, respectiva-

mente a faixa que causa mais aciden-

tes e a que causa menos. Esse é um

exemplo da complexidade do assunto.

Já a pergunta filosófica sobre a

liberdade é: será a pessoa realmente

livre para escolher? As fábricas foram

acusadas de incluir, no tabaco, ele-

mentos químicos que induzem à de-

pendência. Nesse caso, é óbvio que o

adicto não é um sujeito abstratamente

livre, pois terá sido drogado.

No fundo, a questão da liberdade

de fazer-se mal coloca frente a fren-

te dois personagens: por um lado, um

sujeito humano livre, que escolhe, a

despeito das pressões, o que prefere;

por outro, um conjunto de pressões

– econômicas, sociais e até químicas

– que influenciam sua ação, privando-

o parcial ou totalmente da liberdade.

Toda a questão está no equilíbrio en-

tre um fator e outro.

Se der peso demais à liberdade

individual, desprezarei os condiciona-

mentos sociais. Se valorizar muito es-

tes, a liberdade pessoal será um mito.

Mas esses são dois extremos. Na prá-

tica, temos que ver caso a caso. Veja-

mos uns exemplos.

EXEMPLOS. O cigarro tem elemen-

tos químicos que induzem à depen-

dência. Além disso, a propaganda já

o associou à juventude, ao glamour e,

espantosamente, até à saúde. Sabe-

mos que é difícil parar de fumar. Daí

que seja justo o poder público proibir

a propaganda, impedir o acesso dos

adolescentes ao fumo, questionar os

elementos químicos que incitem à de-

pendência e estudar o custo adicional

para as redes de saúde. Mas, se tudo

isso for acertado, quem quiser fumar

e com isso não causar mal a outrem,

que o faça.

Vamos complicar a questão da li-

berdade. Contarei uma história pes-

soal. Lecionei numa universidade nor-

teamericana. Havia o mito de que o

professor homem deveria evitar ficar

sozinho numa sala com uma aluna,

porque depois ela poderia acusá-lo de

assédio sexual. Mas, quando recebi o

manual de procedimentos da universi-

dade, vi que relações românticas en-

tre professores, funcionários e alunos

não preocupavam a instituição. O ma-

Page 12: 30ª edição da Revista Livre

Livre JULHO, 201012

Comportamento

nual dedicava maior espaço a casos

em que um rapaz saía com uma moça,

talvez disposto a uma aproximação

romântica, entretanto transavam de-

pois de se embriagarem. Às vezes, a

moça se arrependia e reclamava que

não escolheu livremente. As conse-

quências podem ser ruins, para ela,

se ficar com uma má lembrança – ou

para ele, que eventualmente pode até

ser expulso da universidade.

O que há em comum nos dois

exemplos? Eu apenas quis mostrar

que o formato da questão é igual.

Posso dizer que tabagistas tanto

quanto jovens fazendo amor escolhe-

ram livremente seus atos – ou que fo-

ram manipulados pela propaganda, o

meio social, a euforia do momento...

Ora, se o modelo da questão é aná-

logo, é sinal de que não há resposta

pronta para a pergunta. Depende de

cada caso. Em certas ocasiões, é pre-

ciso proteger as pessoas, que só apa-

rentemente são livres para escolher.

Em outras, fazer isso é uma intromis-

são absurda na liberdade de cada um.

Como estabelecer a fronteira?

Ou fast food. Sabe-se que faz mal.

Deve ser proibida? Devem ser impedi-

das suas lojas de aliciar crianças com

brindes? Deve-se permitir a atividade,

mas retirando o glamour adicional e

cativante? Tolerar sua ação incon-

trolada contra pessoas vulneráveis é

insensato. Mas proibir as pessoas de

escolher, a pretexto de não saber o

que fazem, pode levar a um policia-

mento intolerável de nossas vidas.

Em suma, o que podemos fazer aqui

é apresentar argumentos. A escolha

entre eles é sempre difícil. Mas quem

disse que a Ética é coisa fácil?

Fonte: Renato Janine Ribeiro

Sabe-se que o fast food faz mal. Deve ser proibida? Devem ser impedidas suas lojas de aliciar crianças com brindes? Até onde vai nossa liberdade de nos fazermos mal?

Page 13: 30ª edição da Revista Livre

13Livre JULHO, 2010

Arte e Cultura

Esta é a primeira vez que o

Festival, criado há dois anos

em Campo Grande, aconte-

cerá simultaneamente em 111 cida-

des do país, com mostras de vídeos e

filmes, seminários, oficinas e exposi-

ções. A 3ª Edição do Vídeo Índio Brasil

será realizada entre os dias de 31 de

julho e 7 de agosto de 2010.

As cidades selecionadas para parti-

cipar do Vídeo Índio Brasil 2010 estão

distribuídas entre capitais dos Esta-

dos, como Porto Velho (RO), Boa Vista

(RR), Fortaleza (CE), Natal (RN), João

Pessoa (PB), Vila Velha (ES) e Cuiabá

(MT); cidades interioranas e municí-

pios com expressiva população indí-

gena como São Gabriel da Cachoeira,

na Amazônia e Dourados, em MS. “É

muito interessante termos todos os

estados brasileiros inseridos no Vídeo

Índio Brasil. Assim vamos conseguir o

diálogo com diferentes regiões do país

para a discussão da temática indíge-

na”, destaca Nilson Rodrigues, produ-

tor cultural e diretor do evento.

Em Campo Grande, haverá a rea-

lização do Seminário “A Imagem dos

Povos Indígenas no Século 21” para

discutir as novas tecnologias da co-

municação e o espaço que o índio tem

na mídia brasileira. Também na capi-

tal de Mato Grosso do Sul acontece-

rá a Oficina de Audiovisual direciona-

da apenas a índios. Desde a primeira

edição do Vídeo Índio Brasil, a oficina

vem sendo realizada para o público.

Por meio do audiovisual, o Festival

busca fortalecer e divulgar a temática

indígena no MS e no Brasil. O Vídeo Ín-

dio Brasil se tornou um dos principais

programas referentes à difusão das

culturas indígenas no país. Como o

Brasil é signatário da Convenção Mun-

dial da Diversidade Cultural, aprovada

pela Organização das Nações Unidas

(ONU), estamos dando nossa contri-

buição. E esse programa nasceu aqui

em Mato Grosso do Sul, o que nos

orgulha muito, pois temos a segunda

maior população indígena do país re-

sume o idealizador, e diretor do VIB,

o produtor cultural Nilson Rodrigues.

Em MS, vivem atualmente 67.574

mil índios, distribuídos em 75 aldeias

na zona rural de 29 municípios, além

daqueles que vivem nas cidades. Eles

pertencem a oito etnias: Guarani,

Kaiowá, Terena, Kadwéu, Kinikinawa,

Atikum, Ofaié e Guató. Os dados são

do último relatório da Fundação Nacio-

nal de Saúde (Funasa), de dezembro

de 2009, entidade que atende a saú-

de desta população. O Amazonas é o

estado com a maior concentração in-

dígena no país, com cerca de 150 mil

aldeados de várias etnias.

O Vídeo Índio Brasil não tem fins

lucrativos e o evento vai contar com

entrada franca em todo território na-

cional. Além da mostra, a programa-

ção ainda compreenderá oficina de

audiovisual dirigida aos indígenas, ex-

posição fotográfica, seminários e de-

bates com lideranças, representantes

governamentais e não-governamen-

tais, especialistas, artistas, acadê-

micos, comunicadores, empresários,

trabalhadores e a sociedade em geral.

Fonte: Michelle Rossi assessora de impres-

sa do Vídeo Índio

Video Índio Brasil

A 3ª Edição do Vídeo Índio Bra-sil será realizada entre os dias de 31 de julho e 7 de agosto.

Page 14: 30ª edição da Revista Livre

Livre JULHO, 201014

Sociedade em Alerta

nacional em concentração de terra

O Mato Grosso ocupa o

segundo lugar em con-

centração de terra entre

todos os estados do país, conforme

cartilha sobre limite da propriedade

rural no Brasil, lançada pelo Fórum

Nacional pela Reforma Agrária e Jus-

tiça no Campo.

Mais de 8.428 propriedades estão

acima dos 35 módulos fiscais, teto

proposto pelo Fórum. Isso significa

que 69% das áreas estão concentra-

dos em latifúndios acima de 3.500

hectares. Isto quer dizer que há quase

50 milhões de hectares para Reforma

Agrária em Mato Grosso.

De acordo com o documento, “o

módulo fiscal é uma referência, es-

tabelecida pelo Instituto Nacional de

Colonização e Reforma Agrária (In-

cra), que define a área mínina sufi-

ciente para prover o sustento e a vida

digna de uma família de trabalhadores

e trabalhadoras rurais”.

Já o Mato Grosso do Sul ocupa

o primeiro lugar em concentração

de terra, com 75% das propriedades

rurais acima do limite compreendido

como justo. Tais dados indicam o ta-

manho da desigualdade agrária nos

dois estados, que, até 1977, eram

um só.

Para Gilberto Portes, secretário

executivo do Fórum e um dos ela-

boradores da cartilha, “os dois Esta-

dos são a simbologia do latifúndio no

país”. Segundo ele, esclarecer isso

para a sociedade mato-grossense é de

extrema importância.

“Eu tenho a certeza de que mui-

tas pessoas não se dão conta desse

disparate, mas agora vão saber”, diz,

referindo-se às meias verdades di-

vulgadas nacionalmente sobre Mato

Grosso, como ‘eldorado’ para todos.

“Não é bem assim. O que há é con-

centração de terras e de riquezas nas

mãos de alguns. E a exploração da

mão de obra no campo. Se há desen-

volvimento econômico, isso favorece

a quem?”, questiona.

“Basta verificar o índice de de-

senvolvimento humano, para saber

que na verdade Mato Grosso e Mato

Grosso do Su são estados pobres.

Onde está o desenvolvimento social?

Além disso, esse latifúndio ainda é

uma ameaça ao meio ambiente”.

Se por um lado a terra está con-

centrada nas mãos de poucos latifun-

diários, de outro lado mais de 100 mil

famílias esperam por um lote só em

Mato Grosso, de acordo com estima-

tiva do Movimento dos Trabalhadores

Rurais Sem-Terra (MST). Uma parte

dessas famílias - homens, mulheres

e crianças - está neste momento em

beiras de estrada ou em propriedades

ocupadas, vivendo de incertezas, sob

barracas de lona preta, sem condições

mínimas, lamenta Antônio Carneiro,

da coordenação estadual do MST.

Para Inácio Werner, do Centro

Burnier Fé e Justiça (CBFJ), tal con-

centração de terra gera desigualda-

de social, impossibilita outro modelo

de agricultura familiar, não resolve o

problema da fome e ainda favorece o

trabalho escravo. “Historicamente, o

latifúndio é que mantém essa práti-

ca”, afirma Werner, que representa o

CBFJ no Fórum Estadual de Erradica-

ção do Trabalho Escravo (Foete).

Pesquisa aponta que os dois Estados são a

simbologia do latifúndio no país

Page 15: 30ª edição da Revista Livre

15Livre JULHO, 2010

nacional em concentração de terra

“Essa situação é gritante e vergo-

nhosa para o país”, denuncia Ademir

Antônio Montovani, agente da Comis-

são Pastoral da terra (CPT) em Mato

Grosso. Na visão dele, um agravante

da concentração de terra é a crimina-

lização dos movimentos camponeses

e a violência no campo.

Indígenas e quilombolas também

são atingidos por esse problema.

Os índios porque vivem em reservas

cercadas pelas grandes propriedades

rurais, que a todo tempo pressionam

para empurrar as cercas e reduzir as

áreas garantidas para as etnias. Os

quilombolas, porque defendem o direi-

to de ocupar territórios onde viveram

seus antepassados, vítimas da escra-

vatura. Sempre que reclamam seus di-

reitos, aparecem como problemáticos.

A cartilha foi publicada com o ob-

jetivo de revelar a realidade agrária no

Brasil e para fomentar o debate popu-

lar sobre o limite da propriedade rural.

Um plebiscito será realizado de 1 a 7

de setembro, por meio do qual o povo

brasileiro irá responder quanto de ter-

ra alguém pode concentrar.

A resposta do povo poderá abrir

caminhos para a criação de um Pro-

jeto de Emenda Parlamentar (PEC) ao

Artigo quinto da Constituição Federal

que trata da propriedade, inclusive a

rural (item XXIII).

O plebiscito vai, assim, levar tal

discussão sobre terra para a sema-

na da Independência do Brasil, que

culmina com o Grito dos Excluídos,

caminhada na qual os movimentos

sociais mostram que o país ainda tem

muito o que fazer para ser de fato li-

vre e em favor da soberania nacional.

Na avaliação de Gilberto Portes,

antes de mais nada é preciso cons-

cientizar a população para depois

levar essa matéria ao parlamento.

“Sabemos que a bancada ruralistas

no Congresso Nacional tem cerca de

350 deputados federais. Sem pres-

são popular jamais conseguiremos

aprovar uma PEC. Mas o projeto Fi-

cha Limpa vem nos inspirar e mostrar

que, se o clamor vem do povo, pode-

mos sim provocar transformações. E

vamos trabalhar para isso. O que não

podemos aceitar mais é essa posição

do Brasil: segundo país em concentra-

ção de terra do mundo (perde só para

o Uruguai).”

Além de debates e do plebiscito,

um abaixo-assinado já está correndo

em todo o país e em mais de 20 mu-

nicípios de Mato Grosso.

A ideia, com tudo isso, é dar visi-

bilidade à realidade agrária brasileira,

coisa que os meios de comunicação

não têm dado conta de fazer. Na vi-

são da jornalista Mayrá Lima, do Inter-

vozes Brasil de Comunicação, “assim

como o parlamento, a mídia burgue-

sa também tem alianças econômicas

com o agronegócio. Sabemos que

alguns grupos de comunicação de-

fendem os interesses de uma classe

e acreditam inclusive que a reforma

agrária é assunto superado, como se

isso não fosse resolver problemas so-

ciais do campo e da cidade”..

Censo Agropecuário do IBGE,

2006, mostra que esse domínio exis-

te até hoje. Um pequeno número

de fazendas (0,91% de todas) ocu-

pa a maior parte do solo nacional

(44,42%). Enquanto a maioria das

propriedades (2.477.071) são muito

pequenas e ficam limitadas a 2.36%

do território nacional.

Mais informações sobre a cartilha: www.

limitedaterra.org.br (da Assessoria de Im-

prensa do Centro Burnier Fé e Justiça)

Page 16: 30ª edição da Revista Livre

Livre JULHO, 201016

Evento

A devoção popular ao Espíri-

to Santo resiste ao tempo,

destacando-se em contex-

tos urbanos e culturais bastante dife-

renciados. Entre as belíssimas mani-

festações religiosas, introduzidas no

País pelos colonizadores portugueses,

no período que vai do século XVI ao

XVIII, encontra-se a Festa do Divino

Espírito Santo que é realizada em vá-

rios lugares, como Rio de Janeiro, San-

ta Catarina, São Paulo, Goiás e Mato

Grosso do Sul.

Instituída em Portugal, por volta de

1271 a 1336, pela Rainha Santa Isa-

bel, após o casamento com o rei Dom

Diniz, a devoção se espalhou por todo

o Império.

A festa é realizada em homenagem

à terceira pessoa da Santíssima Trin-

dade - o Espírito Santo que é fonte de

amor e sabedoria. O mesmo é repre-

sentado pela pomba branca e por lín-

guas de fogo, que pousaram sobre os

apóstolos, reunidos no cenáculo em

Pentecostes, cinqüenta dias após a

Ressurreição de Jesus.

A Festa do Divino Espírito Santo é

a manifestação Religiosa Cultural mais

densa e tradicional de Coxim, região

Norte do Estado de MS. É promovida

há mais de cem anos pela comunidade

coxinense.

O evento caracteriza-se pelos as-

pectos religiosos e festivos. Organi-

zadas pelos festeiros, escolhidos por

sorteio a cada ano, as festas, origi-

nalmente, aconteciam nas residências

dos organizadores e, dependendo da

dimensão, extrapolavam os recintos

da casa e alcançavam as ruas. Essas

festas eram abertas à participação de

todos que ali chegassem. Hoje em dia,

a festa transformou-se, a comunidade

cresceu, os recursos técnicos evoluí-

ram, mas a essência religiosa e a tra-

dição mantiveram-se.

Antes da festa propriamente dita,

no início do mês de Maio, acontece a

saída da Bandeira, a nova comissão

de festeiros (Festeiro Mor, Capitão do

Mastro e o Alferes da Bandeira) toma

posse, com suas esposas e familiares,

passando assim a conduzir os prepara-

tivos para a Festa do Divino.

Os Foliões da Bandeira, que se

constituem num pequeno conjunto de

músicos: um violeiro, um sanfoneiro e

um taroleiro passam a acompanhar o

alferes no “Giro da Bandeira”, e visi-

tam todas as residências, estabeleci-

mentos comerciais, fazendas, muitas

vezes, indo além do Município, em

visita a outras comunidades. Nestas

peregrinações, a Bandeira leva as bên-

çãos do Divino e arrecada prendas e

esmolas (donativos) para os dias da

Festa.

Os três meses passam depressa e,

Mais de cem anos de tradição

Page 17: 30ª edição da Revista Livre

17Livre JULHO, 2010

cada vez

mais, a comunidade se agi-

ta em expectativa e na organi-

zação dos nove dias de festa que

acontecem na segunda quinzena do

mês de julho.

A Festa do Divino Espírito San-

to é a mais autêntica manifestação

popular de Coxim, é um patrimônio

cultural, cuja, responsabilidade de

preservação, é de competência com-

partilhada dos gestores públicos e da

comunidade, que juntos assumem o

compromisso de continuar

a escrever a história deste

povo que tem na festa, um

momento forte de expressão

da cultura local, de afirma-

ção da fé e de renovação

dos dons.

Na Festa do Divino, em

Coxim, verifica-se que os

Festeiros carregam para no-

vena religiosa, todas as noites,

um cetro, uma coroa e a Bandei-

ra. Estes símbolos representam:

Bandeira – É a bandeira de Deus e de

seu povo, a presença da fé, do Divino

Espírito Santo, da religiosidade católi-

ca. A bandeira é vermelha para simbo-

lizar o sangue dos mártires de nossa

Igreja, desde os tempos de Jesus Cris-

to até os dias atuais. Onde a bandeira

passa são derramadas bênçãos para as

famílias. Beijar a bandeira é uma forma

de devoção e respeito ao sagrado.

Cetro – É a presença feminina da Rai-

nha, na festa representada pela fes-

teira;

Coroa – É a presença do rei, represen-

tado pelo Festeiro Mor.

São estes os símbolos que marcam

presença na Festa do Divino, lembran-

do uma tradicionalidade desde o início

de sua comemoração.

Page 18: 30ª edição da Revista Livre

18

Capa

O que caracteriza o ser humano

Um feto no 7º mês de gestação. Sabe-se com certeza que é um menino. Mas ele será delicado ou robusto? Corajoso ou medroso? Experimentos rebuscados permitem aos cientistas provar que experiências no ventre ma-terno marcam um ser humano muito mais do que se acreditava.

UM SER HUMANO SE DESENVOLVE EM 40 SEMANAS, SEGUINDO UM PLANO-MESTRE QUE EVOLUIU DURANTE MILÊNIOS

As fases da evolução embrionária são fundamen-

tais nos mínimos detalhes. Após a fecundação,

o encontro do óvulo com o espermatozoide (1), a

célula-mãe se divide e, dois dias depois, origina uma “bola”

de oito células (2), que contêm características genéticas

idênticas. No 12º dia, o blastócito (a “bola” de células) se

fixa na membrana da parede uterina (3) que, a partir de

agora, o alimentará com sangue. Na quarta semana (4),

o embrião já apresenta sinais do cérebro e da coluna

vertebral. A partir da 5ª semana (5), formam-se lenta-

mente o rosto e as mãos.

Após 12 semanas (6), o feto, de 80 a 90mm,

está completo do ponto de vista estrutural. No 4º

mês de gravidez (7), agora com aproximadamen-

te 16cm de comprimento, ele já con-

segue se movimentar bastante. No 7º

mês (8), já está tão crescido que,

aos poucos, o espaço uterino fica

muito apertado para ele

Na Irlanda do Norte, em 1988

o psicólogo Peter Hepper instala

um gravador no berçário do Hos-

pital Royal Victoria, toca a trilha

sonora de um seriado de TV para os

recém-nascidos e observa suas rea-

ções. Alguns bebês começam a chorar

e espernear. Outros não reagem. Meta-

de dos pequeninos, porém, fica bem quie-

ta, vira a cabeça na direção do alto-falante

e escuta.

É surpreendente: as mães das crianças aten-

tas tinham assistido regularmente ao seriado du-

rante a gravidez, enquanto as mães dos outros re-

cém-nascidos nunca haviam se interessado por ele.

Livre JULHO, 2010

Page 19: 30ª edição da Revista Livre

19Livre JULHO, 2010

Hepper estima que o ser humano já

seja capaz de memorizar uma melodia

enquanto ainda está no ventre mater-

no. Portanto, o feto em formação já

teria uma memória antes de nascer, e

estaria apto a aprender.

Até os anos de 1970, a criança no

ventre materno ainda era subestima-

da. Acreditava-se que ela era surda e

cega; e certamente não lhe davam o

crédito de ter uma memória, quanto

mais uma capacidade de aprendiza-

gem. Em razão disso, muitos médicos

acreditavam que os bebês prematuros

não sentiam dor e os operavam sem

anestesia.

Mas os progressos tecnológicos

das últimas décadas produziram um

retrato completamente diferente da

vida no útero. As imagens de ultras-

som hoje são tão nítidas como foto-

grafias. E procedimentos modernos

permitem que os pesquisadores me-

çam com precisão as atividades car-

díacas de fetos. Com destreza cada

vez maior, os cientistas desvendam

as experiências pré-natais de bebês de

poucos dias de idade.

As análises revelam que eles já par-

ticipam da vida ao seu redor enquanto

ainda se encontram no útero. Desse

modo, estão perfeitamente bem prepa-

rados para as condições que os aguar-

dam quando vêm ao mundo. Para ex-

plorar como, exatamente, isso ocorre,

os cientistas estão examinando uma

gama de experiências pré-natais. O

que o feto escuta? O que cheira e sa-

boreia? Como aprende, e o que sente?

Seus órgãos dos sentidos se de-

senvolvem na mesma sequência de

todos os mamíferos e aves. Primei-

ramente, forma-se o sentido de equi-

líbrio e movimento. Em seguida vêm

o tato, o olfato e o paladar. Por fim,

desenvolve-se a audição; por último, a

visão. Todos os órgãos sensoriais co-

meçam a funcionar entre o sexto e o

sétimo mês de gestação.

A audição propicia um importante

contato com o mundo externo. Pesqui-

sadores descobriram que os fetos já

reagem a sons fortes ou incomuns a

partir da 27ª semana: seus coraçõezi-

nhos se aceleram, eles se encolhem,

como se tivessem levado um susto,

ou piscam com as pálpebras. De iní-

cio, isso só acontece mediante estí-

mulos altos, de 100 decibéis, o que

corresponde ao barulho de um martelo

pneumático. Nas semanas seguintes,

a audição fica mais sensível.

A psicóloga francesa Carolyn Gra-

nier-Deferre, da Universidade Paris

Descartes, tocou uma curta melodia

em piano para fetos entre a 34ª e a

39ª semanas de vida e pediu às mães

que usassem fones de ouvido. Desse

modo, a pesquisadora impediu que as

mães escutassem a música e transmi-

tissem suas sensações aos fetos.

Enquanto a melodia soava, Granier-

Deferre mediu a frequência cardíaca

dos bebês. Em seguida, a sequência

de tons foi repetida tantas vezes até

que seus batimentos cardíacos retor-

naram à frequência normal, um sinal

de que os fetos tinham se habituado à

melodia. Depois, ao tocar outro trecho

de música, os batimentos imediata-

mente voltaram a se alterar. Granier-

Deferre concluiu que os fetos tinham

“memorizado” o primeiro estímulo e

sabiam diferenciá-lo do segundo.

Biologicamente, o aprendizado pré

natal faz sentido: o feto já se habitua

a ruídos que, muito provavelmente,

também escutará após o nascimento.

Desse modo, ele não ficará com-

pletamente estressado diante do gran-

1

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Page 20: 30ª edição da Revista Livre

Livre JULHO, 201020

Capade número de novos estímulos senso-

riais quando chegar ao mundo.

O feto aprende a conhecer particu-

larmente bem a pessoa que também

lhe garantirá a sobrevida após o nasci-

mento: sua mãe.

Sua voz é a coisa mais impressio-

nante que escuta. Ela ecoa por todos

os dutos ósseos, principalmente pela

coluna vertebral e a bacia, penetran-

do diretamente no ouvido interno do

bebê. Nesse processo, os ossos da ba-

cia funcionam como uma espécie de

amplificador: eles começam a vibrar

em uma faixa entre 2.500 e 3.000Hz:

a frequência de vozes femininas.

Portanto, quando a mãe fala, o feto

é até capaz de senti-lo por meio das vi-

brações. “Ele literalmente nada na voz

materna”, afirma Ludwig Janus, perito

em Psicologia Pré-Natal, em Heidel-

berg, na Alemanha.

Anthony DeCasper, da Universida-

de da Carolina do Norte, Estados Uni-

dos, provou o quanto a voz da mãe

se impregna no bebê em seu ventre.

O psicólogo de desenvolvimento deu a

recém-nascidos chupetas acopladas a

um gravador. Dependendo da intensi-

dade com que chupavam, eles escuta-

vam a voz da mãe ou de uma estranha,

portanto, pela maneira como sugavam

a chupeta, eles podiam decidir qual voz

queriam ouvir. Resultado: eles sempre

optavam pela voz materna.

O desenvolvimento da fala precede o nascimento

Os sons do corpo materno também

ecoam nitidamente nos ouvidos do

feto. O volume de suas batidas car-

díacas, os murmúrios de seu intestino

e estômago, o fluxo de seu sangue e

sua respiração chega a até 60dB (de-

cibéis) no útero, um nível sonoro equi-

valente ao de conversas em grupo. E

esses sons transmitem segurança e

abrigo ao ser humano em formação.

Bebês recém-nascidos choram menos

e ficam mais relaxados quando escu-

tam gravações do batimento cardíaco

de suas mães.

A mensagem dos sulcos Ainda é

um enigma como o córtex cerebral

vai se dobrando pouco a pouco antes

do nascimento. Porém resultados ob-

tidos por tomografias de ressonância

magnética (TORM), realizadas pelas

pesquisadoras suíças Jessica Dubois

e Petra Hüppi, revelaram uma novi-

dade: um feto único de 30 semanas

(1) apresenta uma superfície corti-

cal bem melhor estruturada, ou seja,

mais desenvolvida, que um irmão gê-

meo da mesma idade (2). Uma expli-

cação possível: o amadurecimento do

segundo feto é mais lento, devido aos

nutrientes compartilhados. Exames

posteriores mostraram que o “atraso”

do gêmeo é compensado mais tarde.

Por outro lado, um feto único adoen-

tado e subnutrido (3) também revela

sulcos mais pronunciados, ao contrá-

rio de outro normal, bem alimentado

(4), com a mesma superfície cortical.

O motivo, nesse caso, poderia ser que

o córtex do feto subnutrido é relativa-

mente fino, o que acelera o processo

de dobramento, mas isso implica em

uma desvantagem funcional

Contrariamente, os sons do mun-

do exterior só chegam ao feto quan-

do são mais fortes que os ruídos do

corpo materno. Além disso, as on-

das sonoras precisam primeiramente

penetrar pela parede da barriga da

mãe, útero e fluido amniótico. Nes-

se caso, eles têm um som abafado

no ouvido do feto, pois ele escuta,

especialmente, frequências baixas.

Consequentemente, o bebê discerne

mais claramente vozes masculinas

que femininas. Os sons agudos de um

violino não chegam tão bem à criança

como os de uma tuba, uma bateria,

ou de um avião.

Uma investigação conduzida nas

proximidades do aeroporto de Osaka,

no Japão, mostrou com que eficiên-

cia fetos são preparados para seu fu-

turo meio ambiente. Recém-nascidos

adormecidos, expostos durante três

meses aos ruídos de aviões quando

ainda estavam no ventre materno,

não eram despertados pelo barulho

das turbinas ao contrário de bebês

que nunca haviam escutado esses

sons.

Mas no final da gravidez, a audição

de um feto já é tão apurada como a

de um recém-nascido. Agora, ele con-

segue escutar até conversas do mun-

do exterior. Gravações realizadas por

pesquisadores no útero de gestantes

revelaram que palavras inteiras, iso-

ladas, são perfeitamente discerníveis.

No entanto, o que os bebês escutam

melhor são as características de sua

futura língua materna, como a melo-

dia e o ritmo.

Page 21: 30ª edição da Revista Livre

21Livre JULHO, 2010

A psicóloga Robin Panneton Coo-

per, da Virginia Tech University, nos

Estados Unidos, tocou gravações

com textos americanos ou espanhóis

para bebês de dois dias. Nesse teste,

os recém-nascidos também podiam

escolher, por meio da chupeta, uma

ou outra gravação e eles sempre pres-

taram mais atenção aos sons de sua

língua materna.

Um pouco de estresse no útero é bem saudável

O feto também é preparado no

ventre para os odores e sabores de

seu futuro ambiente de vida. O aroma

dos alimentos maternos penetra no

fluido amniótico e estimula os recep-

tores de olfato e paladar da criança.

Isso vale principalmente no final da

gravidez, quando o feto bebe regular-

mente líquido amniótico.

Benoist Schaal, diretor do Centro

Europeu para Ciências do Paladar, em

Dijon, na França, comprovou o quan-

to essa experiência pré-natal é mar-

cante. Ele pediu a um grupo de futu-

ras mães que consumissem bolachas

e balas de anis durante as duas últi-

mas semanas de gravidez. Assim que

as crianças nasceram, o pesquisador

lhes deu para cheirar uma amostra de

essência de anis: todos os bebês fica-

ram imediatamente alegres e começa-

ram a mexer a boca como se estives-

sem lambendo ou sugando.

Mas os recém-nascidos, cujas

mães não tinham consumido anis, re-

agiram de modo bem diferente: faziam

caretas, choravam ou simplesmente

não manifestavam nenhuma reação.

“Substâncias aromáticas conhecidas

parecem construir uma ponte olfativa

entre a vida no útero materno e no

mundo exterior”, elaborou Schaal.

Além disso, um odor já conheci-

do indica ao recém-nascido o cami-

nho para sua fonte mais importante

de alimento: o peito da mãe. Pois os

aromas permeados no fluido amnió-

tico também se encontram no leite

materno. “Não é qualquer instinto

que regula o comportamento de bus-

ca pelo mamilo”, explica o neurobió-

logo Gerald Hüther, de Göttingen, na

Alemanha. “Na realidade, a criança

só segue seu ‘nariz’, seu olfato. O

recém-nascido sabe qual é o cheiro

do lugar que promete familiaridade,

segurança e alimento”.

Entretanto, o feto não se adapta

apenas ao cardápio da mãe, ele tam-

bém se adequa à quantidade de ali-

mentos que o aguarda após o nasci-

mento. Se a mãe come pouco durante

a gestação, porque está passando

fome ou fazendo um regime, o siste-

ma digestório do feto é programado

para um aproveitamento máximo de

reduzidos volumes de nutrientes.

O fígado fetal agora produz mais

açúcar no sangue e, portanto, mais

energia. E como o pâncreas produz

relativamente pouca insulina, as célu-

las de gordura são fragmentadas por

processos catabólicos mais lentamen-

te.

Cientistas criaram a expressão

“programação fetal” para fenômenos

desse gênero, uma vez que eles de-

finirão as funções orgânicas do ser

humano para toda uma vida, irrever-

sivelmente. “Os problemas surgem

quando, mais tarde, ao contrário da

programação, subitamente existe uma

abundância de alimentos à disposi-

Cientistas criaram a expressão “programação fetal” para fenômenos na gestação, uma vez que eles definirão as funções orgânicas do ser humano para toda uma vida, irreversivelmente.

Page 22: 30ª edição da Revista Livre

Livre JULHO, 201022

Capação”, explica o neurologista Matthias

Schwab, do Hospital Universitário de

Jena, na Alemanha. Nesse caso, a re-

duzida produção de insulina no san-

gue leva ao diabetes e ao acúmulo de

gordura no sangue. “Uma das razões

de termos tantas mães esbeltas com

filhos obesos nos Estados Unidos são

as dietas que fazem durante a gesta-

ção”, completa Schwab.

A sensibilidade ao estresse tam-

bém é repassada à criança, embora já

haja indícios de que um pouco de es-

tresse normal, cotidiano, pode ser até

salutar para o feto. Ao menos é o que

opina a psicóloga de desenvolvimen-

to americana Janet A. DiPietro, da

Universidade Johns Hopkins, Estados

Unidos. Em seu estudo, ela entrevis-

tou 94 gestantes acerca de seus es-

tados de estresse e saúde. Dois anos

após o nascimento, ela submeteu as

crianças a um estudo de controle para

verificar o progresso de seus desen-

volvimentos físicos e mentais.

Crianças cujas mães se sentiram

ocasionalmente estressadas e preocu-

padas durante a gravidez, apresenta-

ram um desenvolvimento ligeiramen-

te melhor que os filhos de mulheres

constantemente equilibradas. Nem

mesmo um frequente desânimo du-

rante a gestação teve efeito negativo.

Mas quando uma gestante fica

prolongada e intensamente ansiosa

e tensa, pode haver consequências

desvantajosas para seu filho, porque

uma quantidade maior do hormônio

do estresse, cortisol, penetra o corpo

do feto pelo cordão umbilical. Desse

modo, ele se acostuma com um ní-

vel mais elevado de cortisol e durante

toda a sua vida produzirá muito mais

hormônios de estresse, essas crian-

ças estão constantemente em uma

espécie de estado de alerta.

“Isso é vantajoso quando, mais

tarde, as condições de vida da crian-

ça se tornam extremamente complica-

das, exigindo um alto grau de cuidado

e tensão”, declara Matthias Schwab.

Mas em um ambiente como o de

hoje, a forte tendência na direção do

estresse pode gerar problemas cog-

nitivos e comportamentais, como a

Síndrome de Déficit de Atenção/Hi-

peratividade (TDAH), conforme expli-

cam diferentes estudos.

A impressão digital revela como a mãe se alimentou

No decorrer do 3º mês de gesta-

ção, forma-se um dactilograma, um

desenho de ranhuras na pele das pol-

pas dos dedos das mãos e dos pés,

que permanecerá imutável durante

toda a vida. Uma teoria sugere que

a forma dessas linhas não é determi-

nada apenas pelos genes, mas tam-

bém pelas condições nutricionais no

ventre materno. Quando estas são

ruins, as papilas (elevações da pele

que formam as ranhuras) nos dedos

do feto são muito pronunciadas e for-

mam um desenho circular (1). Papilas

medianamente elevadas geram linhas

inclinadas (2), sinalizando uma boa

alimentação, e com isso papilas pou-

co elevadas, produzem uma impres-

são de linhas em arco (3)

O feto, de fato, sente fisicamen-

te o estado de saúde e ânimo de sua

mãe. Se ela gosta de cantar, por

exemplo, do ponto de vista do nenê

está acontecendo uma coisa espeta-

cular: todos os seus ruídos corporais

entram em sincronia, e sua pare-

de abdominal se torna muito macia.

Consequentemente, o feto associa o

canto a uma sensação de bem-estar e

amplitude espacial. Após o nascimen-

to, esse bebê provavelmente poderá

ser rapidamente acalmado com canti-

gas de ninar e, mais tarde, se sentirá

atraído pela música e pelo canto.

Mas o reverso também é verdadei-

ro. Quando a mãe está descontente e

insatisfeita, os ruídos em seu corpo

se desarmonizam, e a parede abdo-

minal enrijece. Nesse caso, o feto é

comprimido dentro do útero.

“É por isso que programas de

aprendizagem pré-natal direcionados,

em que o feto é exposto proposital-

mente a músicas clássicas ou línguas

estrangeiras, não funcionam”, explica

Hüther. Uma gestante que ama rock,

mas escuta Mozart por causa de seu

bebê, na realidade lhe proporciona

uma experiência física desagradável e

talvez até uma futura aversão à mú-

sica clássica.

“O fator decisivo então não é o

que a mãe faz durante a gravidez,

mas o genuíno entusiasmo que sente

ao fazer o que gosta. É isso que con-

tagia o feto”, resume Hüther.

Então, o que já poderíamos fazer

hoje em dia? Quem se ativer àquilo

que parece naturalmente plausível –

cuidar desde o princípio para que o

bebe tenha um bom desenvolvimento.

Fazer exercício físico, uma alimenta-

ção rica em frutas e legumes, a desis-

tência de ingerir bebidas alcoólicas e

a suspensão do tabagismo –, minimi-

za consequências desagradáveis.

Page 23: 30ª edição da Revista Livre

23Livre JULHO, 2010

Curiosidades

Georreferenciamento

Rua 14 de Julho, 1.223 - Vila Glória - CEP 79 004-391 - Campo Grande - MSTel: 67 3321 1755 / Fax: 67 3321 1761 / e-mail: [email protected]

Avaliações e Perícias

Licenciamento Ambiental

Nos EUA o exame de vista

pode ser feito em hiper-

mercado como, por exem-

plo, no Wal Mart. Os idosos e grávi-

das não têm preferência em filas ao

contraria do Brasil onde a legislação

obriga que essas pessoas tenham pre-

ferências. Do lado de lá os bancos não

têm portas eletrônicas aqui todos os

bancos a possuem e mesmo assim

não evitam que diariamente bancos

sejam roubados. Bancos têm sistema

de “Drive Thru”, ou seja: não é preci-

so descer do carro para nenhum tipo

de serviço, inclusive saque do

caixa eletrônico.

Outra questão interessante é

a educação americana, lá a escola é

em período integral (Sete horas por

dia). Eles se dedicam muito aos estu-

dos porque sabem que uma boa esco-

lha de faculdade pode mudar o rumo

da sua vida.

Os americanos é dono da placa do

carro, você compra e vende carros,

mas a placa fica com você. E as leis

de trânsito possuem algumas singu-

laridades diferentes da nossa como,

por exemplo, o passageiro maior de

idade e sem cinto será multado e não

o dono do veículo como é feito aqui

conosco.

Os carros americanos não têm

tranca na tampa do tanque de carro e

o abastecimento é auto serviço você

passa o cartão e enche o tanque, qua-

se não existe frentista.

O voto para eles é facultativo. E

quando há um problema na justiça na

maioria dos casos você não precisa

de um advogado; você representa a si

mesmo no tribunal;

Os testamento pode ser feito dei-

xando todos os bens para quem qui-

ser, inclusive deixando todos os filhos

sem nada.

Na questão imobiliária quando você

aluga um apartamento, a cozinha já

contém armários, fogão, geladeira e

geralmente máquina de lavar pratos.

Contas como telefone, TV a cabo, luz,

podem ser pagos com cheques envia-

dos pelo correio.

Os preços que estão marcados nos

produtos nas lojas não são os mesmos

que serão pagos no caixa, uma vez

que o valor do imposto será acrescen-

tado. Esse valor varia de estado para

estado. Exemplo: Flórida 6%, Rhode

Island 7%, Nebraska 5,5%

Muitas pessoas não lavam roupa

em casa. Vão a lavanderias de auto

serviço. O pagamento é feito com mo-

edas de vinte e cinco centavos depo-

sitadas nas máquinas.

Fonte: Escola de inglês Glotta. Informações por e-mail/msn; [email protected]

A definição de cultura é o conjunto de manifestações artísti-cas, sociais, lingüísticas e comportamentais de um povo ou civilização. Elas influenciam a maneira comportamental da so-ciedade.Para ilustrar as diferenças que temos entre si vamos mostrar um pouquinho da cultura america. Como os EUA pos-suem o sistema federativo, algumas leis podem variar de Es-tado para Estado diferente daqui do Brasil onde a lei federal é igual para todos os Estados.

Diferenças culturais entre o

Brasil e os EUA

Page 24: 30ª edição da Revista Livre

Livre JULHO, 201024

Atualidades

A regra que acaba com os

prazos hoje necessários

para que se peça o di-

vórcio entrou em vigor, mas ainda

suscita dúvidas de como vai funcio-

nar na prática. Essa PEC (Proposta

de Emenda Constitucional) agiliza o

divórcio. Antes da nova regra, só era

possível solicitar o divórcio após um

ano da separação formal (judicial ou

no cartório) ou dois anos da sepa-

ração de fato (quando o casal deixa

de ter vida em comum). E também

tira da Constituição o termo “sepa-

ração”.

Essa segunda mudança, apesar

de sutil, deve provocar questiona-

mento e dúvida entre advogados e

juízes. Uma delas é se a separação

hoje um mecanismo intermediário no

fim do casamento realmen-

te acaba.

A professo-

ra de direito

na FGV-SP

R e g i n a

Bea t r i z

T a v a -

r e s

da Silva defende que a separação

ou pelo menos seus efeitos deve ser

mantida. Isso, diz ela, para possibi-

litar que a discussão de quem tem

culpa pelo fim do casamento perma-

neça.

A definição de quem é culpado

ocorre, hoje, apenas durante a se-

paração não existe no divórcio. A

culpa pode vir de situações como

adultério e violência física.

A mudança tem consequências

na pensão alimentícia (quem é de-

clarado culpado não recebe pensão

integral, apenas o mínimo para so-

breviver) ou no sobrenome (o culpa-

do não pode usar o nome do ex).

“Se não for assim, a mulher que

sustenta a casa e apanha do marido

vai ter que pagar pensão”, diz.

Segundo o juiz Marco Auré-

lio Costa, da 2º Vara de

Família e Sucessões do

Fórum Central de São Paulo, é pos-

sível que os casais queiram migrar a

discussão da culpa para o divórcio,

pelo menos num primeiro momento.

Para o IBDFAM (Instituto Brasilei-

ro de Direito de Família), idealizador

da PEC, é o fim da separação e da

discussão da culpa. Isso porque re-

tirar a menção à separação da Cons-

tituição significa apagá-la também

das leis comuns, diz Paulo Lôbo, in-

tegrante do instituto.

Quem hoje é separado continuará

separado, defende Lôbo. Processos

de separação ainda em curso, porém,

deverão ser convertidos em pedidos

de divórcio. “Quem vai optar pela

separação se é possível um caminho

mais curto?”, questiona a juíza Da-

niela Ferreira, da 1ª Vara da Família

do Rio.

Fonte: Folha de São Paulo

Nova Lei do divórcio rápido entra em vigor, mas ainda provoca dúvidas

Divórcio rápido entre em vigor

Page 25: 30ª edição da Revista Livre

25Livre JULHO, 2010

Página

O aumento da obesidade en-

tre mulheres entre 30 e 50

anos pode ter triplicado as

taxas de Acidente Vascular Cerebral

(AVC) nas últimas décadas. É o que

aponta um estudo da Universidade Sou-

thern California, em Los Angeles.

Em uma análise prévia de dados

sobre derrame nos EUA, entre 1999 e

2004, pesquisadores descobriram que

mulheres de 45 a 54 anos tinham duas

vezes mais chance de sofrer um AVC

do que homens da mesma faixa etária.

A partir desses dados, Amytis To-

wfighi e colegas da universidade resol-

veram estudar se o fato representava

uma tendência real e, em caso positivo,

se poderiam revelar explicações.

Os pesquisadores analisaram infor-

mações de cerca de 10 mil homens e

mulheres, a partir de exames do Natio-

nal Health and Nutrition. As informa-

ções foram coletadas em fatias repre-

sentativas da população americana em

dois momentos: de 1988 a 1994 e de

1999 a 2004.

Os autores do trabalho não encon-

traram nenhuma diferença significativa

nas taxas de acidente vascular cere-

bral entre homens (0,9%) e mulheres

(0,6%) no primeiro período. No entanto,

Estudo revela que mulheres

de 30 a 50 anos têm mais

chances de sofrer um AVC

que homens

uma diferença surgiu na fase posterior,

quando o número de mulheres que re-

lataram ter sofrido um derrame saltou

para 1,8%, enquanto a taxa entre os

homens continuou igual.

A descoberta desafia o pensamento

tradicional de que os homens têm maio-

res chances de sofrer um AVC que as

mulheres, segundo disseram os pesqui-

sadores no periódico ‘Stroke’.

Na tentativa de decifrar o que pode

ter contribuído para a tendência as-

cendente em curso entre as mulheres,

eles viram que as do segundo período

tinham mais chances de ser obesas, ter

pressão arterial alta e níveis elevados

de gorduras nocivas ao sangue (triglicé-

rides), em comparação às mulheres da

primeira fase analisada.

Mais do que as mulheres no período

de tempo mais tarde, foram também so-

bre a pressão arterial e os medicamen-

tos hipolipemiantes, refletindo os esfor-

ços para melhorar o controle dos fatores

de risco para AVC nos últimos anos.

“A epidemia da obesidade provavel-

mente contraria muitos dos avanços e

medidas de prevenção em curso”, disse

Towfighi à Reuters.

O conselho para evitar um AVC é

ter um estilo de vida saudável: praticar

exercícios físicos regularmente, manter

um peso normal, comer frutas e verdu-

ras, não fumar e beber álcool com mo-

deração.

O presidente eleito da American He-

art Association (AHA), Ralph Sacco,

que não participou do estudo, concor-

da. “Nunca é tarde para começar a co-

mer direito e aumentar a atividade física

em nossa rotina diária.”

Fonte: Estadão.

pode triplicar risco de derrame em mulheres de meia idade

Page 26: 30ª edição da Revista Livre

Entrevista

Fabio Trad

O início...

Após terminar a graduação em Direito, co-

mecei a colocar em prática minhas idéias

no exercício da trajetória profissional.

Logo de início, o que chamou minha atenção foi a carên-

cia de profissionais para atender pessoas que necessitavam

de advogados, mas não tinham condições financeiras para

ter assegurado seu pleno direito de defesa. Pouca gente se

interessava por esses casos e a defensoria pública tinha

número limitado de profissionais. Aquilo me atraiu

de imediato e passei a participar de júris em de-

fesa de réus mais pobres. Essa iniciativa me

levou a ser nomeado pelo juiz de direito

do Tribunal do Júri de Campo Grande

o que, pra mim, foi muito gratifican-

te por sentir que estava sendo útil

para aquelas pessoas e à socieda-

de como um todo.

Também me interessei pe-

las atividades classistas da

área jurídica e sempre quis

participar. Meu envolvi-

mento pelas causas

da advocacia e da

sociedade me le-

vou a integrar

a Comissão

dos Direitos

Humanos da

OAB e o

Conse l ho

Penitenciá-

rio de Mato

Livre JULHO, 2010

Em entrevista exclusiva a revista Livre, Fábio Trad conta um pouco da sua trajetória profissional e porque quer ir mais longe

26

Page 27: 30ª edição da Revista Livre

27Livre JULHO, 2010

Página

Grosso do Sul. Depois, fui convocado a

um teste para lecionar que resultou em

11 anos dando aulas de Direito Penal, o

que eu fazia com prazer. Nesse período,

tive a grata oportunidade de estabelecer

contato com outros colegas professores

e milhares de acadêmicos de direito que

vieram se tornar colegas profissão.

Daí em diante, cada desafio me atraía

e as conquistas coletivas eram um es-

tímulo ainda maior para seguir adiante.

Acabei angariando o apoio de profissio-

nais do direito que acabaram me indican-

do para disputar a presidência da Seccio-

nal da Ordem dos Advogados do Brasil.

Eleito, assumi a importante missão em

2007 e por três anos de gestão, com

apoio fundamental dos colegas e da pró-

pria sociedade que compreendeu nossa

missão corporativa e coletiva, conquista-

mos inúmeros avanços no fortalecimen-

to da classe dos advogados e demais

segmentos jurídicos, como também em

defesa da sociedade civil como um todo.

Ordem avante!

No plano institucional, uma de nos-

sas principais conquistas na presidên-

cia da Ordem foi a extinção em Mato

Grosso do Sul da concessão das ricas

pensões vitalícias para políticos, que

envolveu a OAB nacional e se espalhou

por todo o Brasil, tema que ganhou re-

percussão em toda a mídia brasileira.

Essas pensões garantiam a governado-

res receber com apenas um mandato

a mordomia de ter uma aposentadoria

para toda a vida, algo em torno de R$

24 mil reais por mês. Poderia até soar

como uma piada de mau gosto, mas que

na verdade era algo muito sério bancado

com o dinheiro pago pelo contribuinte.

Em 2006, a Assembléia Legislati-

va havia criado uma brecha na lei para

contemplar todos os governadores com

pensões bastando para isso ter sido elei-

tos apenas uma única vez. Não fosse a

iniciativa da OAB-MS contra esse abuso

de poder, que levou o assunto ao Su-

premo Tribunal Federal (STF) acabando

assim com a mordomia, a situação po-

deria ter até se agravado, pois senado-

res, deputados, prefeitos e até mesmo

vereadores teriam brechas legais para

exigir pensões vitalícias semelhantes. E

de onde sairia todo esse dinheiro? De

cada um de nós contribuintes e eleito-

res, claro! Compramos a briga, fomos

ao Supremo Tribunal Federal e ganha-

mos a causa. O STF proibiu em todo o

território nacional a concessão de pen-

Fabio com o pai Nelson Trad (deputado federal) e a mãe Therezinha Mandetta Trad.

sões vitalícias aos políticos, evitando,

assim, de que se fosse criado um regime

privilegiado e vergonhoso de previdên-

cia às nossas custas.

No plano corporativo durante nossa

gestão na OAB conseguimos também

dezenas de vitórias. Podemos citar, por

exemplo, que, graças a uma série de

atuações junto ao Poder Judiciário, con-

seguimos reduzir de forma significativa

a burocracia que emperrava o trabalho

do advogado. Essas conquistas permi-

tem que hoje eles possam exercer mais

livremente e de forma mais ágil suas ati-

vidades e tenham ampliados o respeito

às suas prerrogativas de exercício pleno

da profissão da advocacia asseguradas

na Constituição Federal. Outra conquis-

ta beneficiou os advogados e também

toda a sociedade, quando conseguimos

barrar um aumento de mais de 3.000%

(três mil por cento) das taxas judiciais

em 2008, projeto que o Tribunal de Jus-

tiça havia encaminhado para a Assem-

bléia Legislativa. Graças à nossa inter-

venção a repercussão foi tão grande na

imprensa e a reação indignada da popu-

lação acabou levando a Casa de Leis a

rejeitar o tarifaço judiciário. Ao fim de

nosso mandato na OAB, em aprovação

recorde de 88% constatada por institu-

to de pesquisa junto aos profissionais.

Tenho isso como resultado de um incan-

sável e gratificante trabalho coletivo em

que, felizmente, conquistamos muitos e

importantes colaboradores.

Por que pleitear um cargo público

A projeção de nosso trabalho e mi-

nha paixão pelas causas coletivas em

defesa da sociedade levou meu nome

a ser indicado para disputar uma vaga

para deputado federal na tentativa de

renovar os quadros políticos e oxigenar

o Congresso Nacional com novas idéias.

Em fevereiro comecei a ver um grande

fluxo de lideranças interessadas em co-

Page 28: 30ª edição da Revista Livre

28 Livre JULHO, 2010

Entrevistanhecer meus projetos e o movimento se

consolidou me levando a aceitar esse

novo desafio.

Um deputado federal tem, basica-

mente, três atribuições. A primeira é

independência para fiscalizar o Poder

Executivo federal. A segunda é a libera-

ção de recursos e, nesse aspecto, vem

a experiência que meu pai, Nelson Trad,

que conhece como poucos o Congres-

so, possui excelente trânsito nos minis-

térios em Brasília e será um excelente

professor para que eu possa percorrer

os caminhos que viabilizem recursos

em prol do desenvolvimento de nosso

estado. E a terceira e fundamental atri-

buição é a de legislar. Vamos propor

e defender as leis boas que realmente

melhorem a qualidade de vida de todos

cidadãos e nos empenhar com o mesmo

afã no sentido de barrar projetos e re-

vogar leis que são nocivas à sociedade.

Um projeto de lei que pretendo pro-

por e aprovar vai garantir a estabilidade

no emprego para o pai, assim que seja

constatada a gravidez da sua esposa, se

ela não tiver direito à licença materni-

dade. Em relação específica ao nosso

estado, vou me empenhar para melhorar

a estrutura do serviço de saúde pres-

tado nas cidades do interior. Isso vai

descongestionar e também melhorar o

atendimento nos hospitais e serviços de

saúde da Capital que recebem pacientes

de todo Estado e até de países vizinhos

como a Bolívia e o Paraguai. Precisamos

melhorar as condições hospitalares no

interior para que a sociedade seja trata-

da com dignidade em sua própria região.

Enfim meu nome está sendo coloca-

do à disposição para representar com

respeito e dignidade o povo sul-mato-

grossense e lutar para que o desenvol-

vimento sustentável e econômico venha

não apenas a ser tema de discursos ou

um projeto futuro, mas realidade pre-

sente em todas as regiões de Mato

Grosso do Sul.

Fabio com o irmão mais velho Nelson Trad filho, atual prefeito de Campo Grande.

Page 29: 30ª edição da Revista Livre

29Livre JULHO, 2010

Piadas

Esse pode dizer que comeu uma sereia Em ano de eleição preste atenção! A lei da oferta e da procura

A sua sala não é mais a mesma Situação constrangedora Será que esse gordinho vai falar o que sabe?

Isso sim é ser prático

E ainda as mulheres sonham em casar...Coma um porquinho saudável

Page 30: 30ª edição da Revista Livre

Livre JULHO, 201030

Entre o Sim e o Não

Esses também, muitas vezes, são

eliminados por nosso Ego eufórico e

furioso. Mas existe aquele outro que,

aparentemente, é diametralmente

oposto a mim. É o “menino/a de rua”,

o andarilho, o bandido, aquele alí de

boné, esse aí da esquina, o favelado,

o mal vestido, o doente terminal, o

“demente” metal, o pião, o bóia fria,

o cabeludo, o gay, a sapatão, enfim,

tudo aquilo que jamais eu serei.

Aparentemente, posso ser feliz

sem eles/as, não é? Será? Será que

podemos ser plenamente felizes na

exclusão? Será que podemos saciar

plenamente nossa fome em um ban-

quete enquanto sabemos que do lado

de fora do salão há pessoas morrendo

de fome?

Nosso destino, sem dúvida, é a fe-

licidade. Só que ela não virá através

de qualquer coisa que seja, ela não

é comprável. A felicidade tem de ser

construída por nós, tijolo por tijolo,

dia a dia, a todo momento. Construir

a felicidade significa, antes de tudo,

saber se o que me faz feliz, também

pode fazer o outro feliz.

Rodrigo Cupelli mora em Foz do Igua-

çu e, apesar dos pesares, tenta ser

feliz.

Quem é

aquele alí?

humana, entre as pes-

soas, sem a qual não

existiríamos. Só

existimos em rela-

ção, já parou para

pensar nisso? Somos,

invariavelmente, uma

espécie social, meio

pelo qual nos constitu-

ímos em pessoas.

Sendo assim, não

posso ser feliz por

mim mesmo. Só

posso ser feliz através

do outro, ou melhor, dos outros. Aí

reside o cerne dessa questão. Acon-

tece que em nossas sociedades ca-

pitalistas ocidentalizadas o outro é

essencialmente aquele que temos de

eliminar de nós mesmos. Nossa fe-

licidade é condicionada não ao ser,

não às relações interpessoais que

nos constituem enquanto pessoas;

mas, sim, ao ter, à satisfação mui-

to mais material do que “espiritual”

(não no sentido religioso, mas de

existência).

O outro se torna invisível, nos

desconforta, nos desestabiliza. E

quando digo “o outro”, não estou

apenas me referindo aos nossos ami-

gos, família ou colegas de trabalho.

Não é novidade que o ser

humano nasce para ser

feliz. Esse é nosso des-

tino e nossa obrigação. Mas, porque

será que, muitas vezes, não somos

felizes? Ou não somos felizes ainda?

Talvez, no mais íntimo de nosso

ser, naquele espaço que só cada um

conhece em si mesmo, talvez aí resi-

da a resposta para tal pergunta. Mas,

quero ariscar alguns palpites.

Não somos ainda plenamente fe-

lizes porque a felicidade é relação.

Temos que concordar com Vinícios,

“é impossível ser feliz sozinho”. Mas

aqui, vamos deixar de lado o amor

conjugal, pelo menos por agora. A

relação a que me refiro, é a relação

Page 31: 30ª edição da Revista Livre

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