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Curso GESTÃO PARTICIPATIVA Disciplina PLANEJAMENTO EDUCACIONAL

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Curso

GESTÃO PARTICIPATIVA

Disciplina

PLANEJAMENTO EDUCACIONAL

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Curso GESTÃO PARTICIPATIVA Disciplina

PLANEJAMENTO EDUCACIONAL

Antonio NEY

www.avm.edu.br

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Olá, caro aluno sou Mestre em Educação pela UFF - área de

confluência Trabalho e Educação - com graduação em Engenharia

Mecânica pela UFF. Atualmente estou cursando o Doutorado na

mesma instituição.

Destaco que fiz pós-graduação “lato sensu” em Engenharia de

Segurança pela Fundação Técnico-Educacional Souza Marques, em

Gestão da Qualidade Total no Programa de Formação de

Executivos da Grifo Enterprise, especialização em Política e

Estratégica pela ADESG e em Logística e Mobilização Nacional pela

ESG.

Tenho formação de docente em Matemática para o Ensino

Fundamental e Médio e de Gestão Escolar pela Candido Mendes.

Trabalho como docente no programa de pós-graduação “A Vez do

Mestre” desde o ano de 2000 e no programa de ensino a distância,

tendo elaborado já vários módulos para os cursos de pós-

graduação e graduação, principalmente nas áreas de Política

Educacional, Planejamento e Gestão. Ministrei disciplinas técnicas

em escolas técnica desde meado dos anos 70. Elaborei o

Planejamento Estratégico e Operacional para reativação de uma

escola técnica pelo PROEP-MEC; como Engenheiro, trabalho desde

1975 em um órgão público.

Falei isto tudo para que você me dê um voto de confiança e

acredite no que proponho.

Boa sorte nesta empreitada, ela vale a pena.

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Su

mário

07 Apresentação

09 Aula 1

Os níveis e a importância do planejamento

39 Aula 2

O processo e os elementos essenciais do planejamento

89 Aula 3

Projeto político pedagógico

110 Aula 4

Planejamento estratégico

141 Aula 5 Planejamento curricular/plano de

curso/ plano de ensino-aprendizagem e plano de aula

175 Aula 6

Planejamento de projetos de trabalho

205 AV1

Estudo dirigido da disciplina

208 AV2 Trabalho acadêmico de

aprofundamento

210 Referências bibliográficas

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Planejamento

Educacional

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ão

Neste Caderno de Estudo iremos estudar o Planejamento

Educacional, elemento imprescindível para o trabalho do

educador.

Imagine você entrando numa mata sem uma bússola e sem um

mapa, ou seja, você só tem a cara e a coragem. Fatalmente, em

poucos minutos você se perderá, começará andar em círculos e

“achar”, por exemplo, que todas as árvores são iguais. A sua

sobrevivência estará dependendo de ajuda externa, pois só com

muita sorte, sairás dessa enrascada. Quando não planejamos,

ocorre à mesma coisa, pois você sem o planejamento não tem um

“norte” (bússola e mapa) definido. Se desejares um exemplo,

pense naquela pessoa que recebendo o salário não verifica os

pagamentos e dívidas a serem resgatadas durante o mês, e gasta

o dinheiro sem nenhuma preocupação. Você sabe o que

acontecerá, ou não sabe? No final do mês faltará dinheiro, pois

simplesmente a pessoa não planejou o que fazer com o salário.

Do exposto, este caderno tem o propósito de preparar o aluno

para a construção de todo o Planejamento Educacional, de

capacitar o aluno para participar efetivamente a construção de

uma escola de qualidade que o Brasil precisa.

Estude com vigor e procure dominar o assunto, pois sem seu

conhecimento, você irá navegar sem rumo certo na vida

profissional.

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O objetivo geral deste caderno de estudo é permitir ao aluno

conhecer, entender e participar ativamente do processo de

Planejamento Educacional. Assim, ao final do módulo ele deverá

ser capaz de:

Conhecer o que seja o Planejamento Educacional;

Entender a construção do Planejamento Educacional em todos

os níveis;

Ter a competência criativa para a construção de planejamentos.

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Os níveis e a importância do

planejamento

Antonio Fernando Vieira Ney

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1

Ap

res

en

taç

ão

Nesta aula teremos a oportunidade de conhecer e aprender os

níveis de planejamento que irão compor todo o processo de

ensino-aprendizagem e levará você (aluno) a ter os

conhecimentos básicos fundamentais para entender a importância

do Planejamento como uma ferramenta para a escola. Assim, o

entender do que significa planejar, o conhecer da diferença entre

planejamento, projeto e plano, e o conhecer do papel da liderança

neste processo são importantes para o início desta empreitada.

Estes são os temas da nossa aula.

Do exposto, conhecer os planejamentos, planos e projetos dos

vários níveis da educação representam um bom caminho para a

empreitada do educador, pois eles assinalam o foco a ser

direcionado as ações educacionais. Assim, nesta aula vamos

procurar esclarecer estes diversos níveis e os tipos de

planejamentos, uns vocês estarão diretamente participando como

atores principais, enquanto em outros, sofrendo a influência das

políticas e diretrizes traçadas por instâncias superiores.

Ob

jeti

vo

s

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja

capaz de:

Conhecer as relações entre escola e a comunidade;

Conhecer os diversos tipos de planejamento;

Entender o que significa planejar;

Saber por que não gostamos de planejar?

Conhecer as faces do problema “Planejar”.

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Aula 1 | Os níveis e a importância do planejamento. 10

Conceituação

Qualquer organização é composta pelo menos

por três níveis hierárquicos diferentes.

O primeiro deles, o superior, é o de

administração (gestão) da organização. Este nível é

responsável por dirigir a organização, ou seja, é o nível

ESTRATÉGICO.

O tipo de planejamento adequado a este nível de

organização é o PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO,

geralmente elaborado pelos membros da Direção da

Escola. Entretanto, tem que ser ressaltado que se for

vontade do Gestor da Escola (diretor) o planejamento

pode ser PARTICIPATIVO e você, como docente,

convocado a participar.

O segundo nível é composto pelos profissionais

que compõem as chefias intermediárias, e é

responsável pela operacionalidade das estratégias

definidas pela Alta Direção da organização. Eles

transformam a linguagem estratégica na linguagem de

execução. Nós poderíamos denominar este nível de

TÁTICO. Numa escola os coordenadores de cursos,

supervisores educacionais, orientadores educacionais e

pedagógicos, bem como as chefias administrativas das

Conceituação 10 Sistema Nacional de Ensino 16 Tipos de planejamentos 19 O que é gestão escolar? 25 O que significa planejar 28 Porque não gostamos de planejar? 32 Mudanças e necessidades de planejar 34

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Aula 1 | Os níveis e a importância do planejamento. 11

secretarias e outros são os componentes deste nível

tático.

Na escola, pelas suas dimensões e atribuições

que são diferentes de uma empresa de grande porte,

não é conveniente a existência de PLANEJAMENTO

TÁTICO que seria o nível adequado a este tipo de nível

hierárquico. A escola deve concentrar no

PLANEJAMENTO OPERACIONAL as ações planejadas

para estes dois últimos níveis hierárquicos, pois reduz o

trabalho e facilita o monitoramento e o

acompanhamento do mesmo.

Obviamente, o PLANEJAMENTO CURRICULAR

(Plano de Cursos), o PLANEJAMENTO DE ENSINO-

APRENDIZAGEM (Planos das disciplinas) e PLANOS

SETORIAIS (Supervisão, Orientação ou de

Departamentos) são da responsabilidade deste nível

hierárquico com o aval da Direção da Escola. Nós

defendemos a construção de tais planejamentos com os

pedagogos e docentes de todos os níveis.

Finalmente, o último nível é composto pelo

pessoal executor. Este nível é denominado de

OPERACIONAL. Numa escola o papel dos docentes e de

todos os outros profissionais da escola.

O grande ato de planejar do docente consiste na

elaboração do PLANO DE AULA. Baseado nos PLANOS

DE CURSO oriundo do Planejamento Curricular, e no

PLANO DE ENSINO-APRENDIZAGEM oriundo do

Planejamento de Ensino. Não podemos de deixar de

apontar a elaboração de Projetos de Trabalho como

imprescindível a tarefa do docente.

O PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO deve

compreender todas as etapas do planejamento, ser

participativo e envolver todos os agentes da escola e da

:: Projeto de Trabalho:

A utilização da Pedagogia de Projetos é uma ferramenta muito útil para a aplicação correta da contextualização e da interdisciplinaridade. Um projeto bem elaborado permite ao aluno uma visão de totalidade fundamental, por

isto a utilize com freqüência.

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Aula 1 | Os níveis e a importância do planejamento. 12

comunidade na qual a instituição de ensino está

inserida.

Atualmente, existem consultorias, instituições de

ensino, grupos empresariais, que se apresentando

como consultorias de ensino determinam todo o

trabalho de planejamento escolar, incluindo até o

fornecimento de materiais didáticos. Assim, o professor

deixa de participar e de elaborar qualquer tipo de

planejamento e passa a ser um reprodutor qualificado

daquele currículo, disciplina e aula.

Neste enfoque, o planejamento passa a ser uma

peça de adestramento para o uso do docente sem que

este possa intervir.

A figura 1 permitirá a você a memorizar o que é

a estrutura de uma organização escolar.

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Aula 1 | Os níveis e a importância do planejamento. 13

Logicamente, você não deve imaginar que a

escola é soberana e autônoma que não tem que prestar

contas a ninguém. Ou seja, que o diretor da escola

pode executar qualquer ato sem ter que prestar conta a

alguém ou a alguma instituição.

A figura 2 apresenta uma visão geral de um

modelo de gestão escolar desenvolvido por Tachizawa e

Andrade (1999). A utilização deste modelo serve para

demonstrar ao leitor as relações que envolvem a escola

e a comunidade. Procure pensar sobre a figura.

Figura 2

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Aula 1 | Os níveis e a importância do planejamento. 14

Acredito que vocês possam estar olhando esta

figura e achando que não estão entendendo nada.

Vamos ajudá-lo.

Em primeiro lugar, observe que a figura possui

três grandes áreas:

1ª ÁREA: a da esquerda denominada de

FORNECEDORES. Neste espaço encontramos todas as

entidades que fornecessem algum serviço, material ou

equipamento para a escola. Assim, o fabricante de

carteiras, giz, retroprojetor, editoras, fornecedor da

merenda, cooperativas de professores etc. estão aí.

Este grupo entrega na escola todos os insumos

necessários ao funcionamento da mesma.

Obviamente, as informações sobre este grupo

devem chegar ao Gestor da Escola, por isto a seta

informações indo dos fornecedores ao gestor.

2ª ÁREA – a do centro denominada de ESCOLA.

A Escola é o centro do sistema. Além dos fornecedores,

temos os relacionamentos com os Clientes a direita, a

Comunidade na parte inferior e com os Órgãos Oficiais

e o Mercado/Concorrentes na parte superior.

A Escola funciona com entradas ou ”inputs”

(insumos, parcerias e informações), embora tenha

ações limitadas pelas informações de mercados, leis e

normas. Seu objetivo é atender as necessidades da

comunidade, de acordo com essas condições de

mercado e dos órgãos oficiais. Assim, a escola processa

seus serviços atendendo aos clientes (alunos, pais de

alunos, a sociedade, organizações empregadoras etc.).

As organizações empregadoras, muitas vezes,

são responsáveis por parcerias e convênios com a

escola para auxiliar na formação do homem e do

trabalhador que espera.

Dica do professor

Que coisa estranha, nós estamos falando de cliente, mercado, fornecedor etc, e o que isto tem a haver com a escola? A escola tem tudo isto, pois está inserida num mundo que dispõe relações sociais desta natureza.

Para pensar

Vocês são capazes de lembrar o significado da palavra “STACKHOLDERS”?

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Aula 1 | Os níveis e a importância do planejamento. 15

3ª ÁREA - a da direita denominada de

CLIENTES. Ela representa todos os grupos interessados

na escola e em seus resultados.

Logicamente, o cliente irá interagir com a escola

em função da demanda de serviços que recebem. Eles

(os clientes) podem fazer parcerias e oferecer estágios

para melhorar a educação. Do mesmo modo, a escola

tem que obter informações para avaliar o desempenho

de seus alunos, ou seja, dos seus serviços.

Existe na relação entre a escola, o mercado e a

concorrência uma palavra esquisita: “benckmark”. Esta

palavra tem o significado que a escola deve observar as

concorrentes de nível de excelência, e procurar analisar

o que fazem, procurando adequar tais práticas a sua

realidade.

EXERCÍCIO 1

Você ao ver a figura 2 deve ter observado que falamos

em órgãos oficiais, mas não falamos em Estado. Ou

seja, a maior parte dos órgãos oficiais corresponde a

competência legal de braços do Estado. Por exemplo, o

Ministério da Educação, o Conselho Nacional de

Educação e muitos outros. E aí nasce uma pergunta: o

Estado também é um CLIENTE da escola? Por quê?

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

Finalmente, cabe uma observação sobre regras

de gestão. Nosso curso atende a vários profissionais da

educação e este assunto envolve essencialmente o

gestor da escola, pois o nº. 1 (Diretor) é o maior

Importante

É importante destacar que o pedagogo pode em muitas instituições educacionais intervir ou participar do processo decisório. Se tiveres esta oportunidade esteja preparado.

:: Em regime de colaboração:

O legislador declarou “em regime de colaboração” na Constituição Federal e na LDB, de modo a deixar claro que os sistemas são autônomos, mas que cada um deve apoiar ao outro.

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Aula 1 | Os níveis e a importância do planejamento. 16

responsável na escola pela sua missão e objetivos; ele

decidirá quais regras que devem ser seguidas para

alcançar as referidas metas e objetivos.

Sistema Nacional de Ensino

A nossa Constituição Federal estabelece em seu

artigo 211, que a “União, os Estados, o Distrito Federal

e os Municípios organizarão EM REGIME DE

COLABORAÇÃO seus sistemas de ensino”.

A nossa atual Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional (Lei nº 9394/96) determina os

limites e atribuições das várias esferas do poder (União,

Distrito Federal, Estados e Municípios) em matéria de

educação. Ou seja, estabelece competências legais e

como devem ser organizados os diversos sistemas de

ensino. O grande avanço consiste na proposta dos

sistemas municipais.

Obviamente, o legislador enxergou a

necessidade de se atribuir a responsabilidade do ensino

fundamental aos municípios, tendo em vista a

proximidade com a população. A facilidade da

constituição de um projeto político-pedagógico com a

participação da própria comunidade, e da possibilidade

desta de fiscalizar a qualidade do ensino oferecido. É

uma descentralização e um avanço em termos de

concepção. Assim, temos que deixar claro que não há

um poder absoluto da União com relação a educação.

Todas as esferas do poder público têm a sua

contribuição e responsabilidade claramente definida.

O artigo 8 da LDB estabelece:

A União, os Estados, o Distrito Federal e os

Municípios organizarão, EM REGIME DE COLABORAÇÃO,

os respectivos sistemas de ensino.

:: Funções normativa, redistribuitiva e supletiva:

A função NORMATIVA não

carece de grandes explicações, pois esta se refere a competência de legislar, de estabelecer normas etc. As funções REDISTRIBUITIVA e supletiva se referem à questão do financiamento da educação. A função redistribuitiva corresponde aos repasses financeiros das diversas esferas entre elas para a educação e a função SUPLETIVA implica na suplementação de recursos. O FUNDEF, e agora o FUNDEB tem o propósito de financiar a educação básica, e logicamente tais funções irão garantir a execução das metas previstas.

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Aula 1 | Os níveis e a importância do planejamento. 17

§ 1º Caberá à União a coordenação da política

nacional de educação, articulando os diferentes níveis e

sistemas e exercendo função NORMATIVA,

REDISTRIBUTIVA e SUPLETIVA em relação as demais

instâncias educacionais.

§ 2º Os sistemas de ensino terão a liberdade de

organização nos termos desta lei.

O sistema estadual de ensino deve ”assegurar o

ensino fundamental e, oferecer, com prioridade, o

ensino médio” (artigo 10 – inciso VI), enquanto o

sistema municipal tem como atribuição“oferecer a

educação infantil e, com prioridade, o ensino

fundamental” (artigo 11- inciso V)

Os artigos da LDB que definem as atribuições

dos três sistemas são:

ARTIGO 16: O SISTEMA FEDERAL de ensino

compreende:

I. As instituições de ensino mantidas pela

União;

II. As instituições de educação superior criadas e

mantidas pela iniciativa privada;

III. Os órgãos federais de educação.

ARTIGO 17: Os SISTEMAS DE ENSINO DOS

ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL compreendem:

I. As instituições de ensino mantidas,

respectivamente, pelo Poder Público estadual e pelo

Distrito Federal;

II. As instituições de educação superior mantida

pelo Poder Público municipal;

III. As instituições de ensino fundamental e

médio criadas e mantidas pela iniciativa privada;

IV. Os órgãos de educação estaduais e do Distrito

Federal, respectivamente. (...)

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Aula 1 | Os níveis e a importância do planejamento. 18

ARTIGO 18: Os SISTEMAS MUNICIPAIS de

ensino compreendem:

I. As instituições do ensino fundamental, médio

e educação infantil mantidas pelo Poder Público

municipal;

II. As instituições de educação infantil criadas e

mantidas pela iniciativa privada;

III. Os órgãos municipais de educação.

Cada sistema de ensino será composto por três

instâncias: as instituições de ensino, os órgãos

administrativos (ministérios, secretarias ou

departamentos de ensino dos diversos Poderes

Públicos), e os conselhos de educação (a grande parte

dos municípios não possui tais conselhos).

Meneses (2004) apresenta um quadro

interessante que resume a distribuição de

responsabilidade e facilita memorizar o que afirmamos

até aqui sobre sistema.

DISTRIBUIÇÃO DE RESPONSABILIDADE - Lei nº 9394/96

Níveis de

Ensino

Entidades Mantenedoras

União Estado Município Particular

Superior

Médio

Fundamental

Infantil

SIMBOLOGIA:

Abrangência do Sistema Federal de Ensino

Abrangência do Sistema Estadual de Ensino

Abrangência do Sistema Municipal de Ensino

Do exposto, a União, o Distrito Federal, os

Estados e os Municípios irão estabelecer, através da

legislação, as condições e normas de funcionamento

que os sistemas deverão obedecer. Assim, cada

sistema tem o seu próprio planejamento que,

automaticamente, influenciará na vida da escola.

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Aula 1 | Os níveis e a importância do planejamento. 19

É importante deixar claro que a escola pública

dependerá do sistema a que tiver subordinado e terá

autonomia limitada. Do mesmo modo, as escolas

privadas estão subordinadas a entidades

mantenedoras, bem como a legislação do sistema a que

tiverem submetidas. A escola privada faz parte do

sistema que regula os níveis de cursos que oferece.

Fazendo analogia, uma escola de engenharia

não pode deixar de cumprir as diretrizes curriculares

estabelecidas pelo Sistema Federal de Ensino nos seus

cursos de engenharia, sob pena dos mesmos não terem

validade legal e serem reconhecidos pelo Conselho de

Engenharia.

Do mesmo modo, os cursos do Ensino

Fundamental ou do Ensino Médio terão que obedecer às

prescrições estabelecidas nos sistemas em que estão

subordinadas.

Em resumo, as políticas (diretrizes) e estratégias

estabelecidas no Planejamento do Sistema de Educação

devem ser seguidas pelos diversos componentes do

sistema.

Tipos de planejamentos

No item anterior conhecemos um tipo de

planejamento, ou seja, conhecemos o PLANEJAMENTO

DO SISTEMA DE EDUCAÇÃO. Este planejamento

estabelece as metas e objetivos que o Poder Público

deseja que o sistema educacional alcance.

PLANEJAMENTO DA ESCOLA

No nível da escola, o primeiro tipo de

planejamento que aparece é o da própria escola. Este é

denominado de PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO, que

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Aula 1 | Os níveis e a importância do planejamento. 20

iremos conhecer a partir da próxima aula. A sua

importância é muito grande, pois representa como a

escola vai estar estruturada e deve funcionar.

Veja o ARTIGO 12 da LDB:

Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as

normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a

incumbência de:

I. Elaborar e executar sua proposta pedagógica;

II. Administrar seu pessoal e seus recursos

materiais e financeiros;

III. Assegurar o cumprimento dos dias letivos e

horas-aula estabelecidos;

IV. Velar pelo cumprimento do plano de trabalho

de cada docente;

V. Prover meios para a recuperação dos alunos

de menor rendimento;

VI. Articular-se com as famílias e a comunidade,

criando processos de integração da sociedade com a

escola;

VII. Informar os pais e responsáveis sobre a

freqüência e o rendimento dos alunos, bem como sobre

a execução de sua proposta pedagógica.

Analisando este artigo, principalmente o inciso I,

constatamos que o legislador concede à escola,

independentemente de ser pública ou privada, o direito

de “elaborar e executar sua própria proposta

pedagógica”, e mais, o inciso IV determina que a escola

é responsável pelo acompanhamento do plano de

trabalho de cada docente.

Aí, você pode estar em dúvida e se

perguntando: que poder tem o gestor (diretor) da

escola? Ele, desde que obedeça cegamente o sistema

de educação, fará o que desejar da escola. Negativo, o

legislador no inciso VI afirma: “articular-se com as

Importante

Os atos do Poder Público têm que ser constituídos pela LEGALIDADE, IMPESSOALIDADE, MORALIDADE E PUBLICIDADE. Assim, a Lei ao criar o PPP busca dar autonomia a escola, mas ao mesmo tempo, tem que garantir a TRANSPARÊNCIA das administrações das escolas.

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Aula 1 | Os níveis e a importância do planejamento. 21

famílias e a comunidade, criando processos de

integração da sociedade com a escola”. Na realidade se

cria a necessidade da escola ouvir e atender a sua

comunidade, e mais, esta como maior interessada

acompanhar e fiscalizar o cumprimento do projeto

político-pedagógico.

Mas, a Lei não esqueceu do principal agente da

escola, os DOCENTES, e no artigo 13 – definidor das

incumbências dos docentes – estabeleceu no seu inciso

I: “participar da elaboração da proposta pedagógica do

estabelecimento de ensino”. Aí, caro aluno você não

pode fugir da sua responsabilidade e deve participar de

todas as formas da elaboração e do acompanhamento

da execução do Projeto Político-Pedagógico.

Do exposto, o Projeto Político-Pedagógico deve

ser elaborado com a participação da comunidade, dos

docentes, dos profissionais da educação e da parte

administrativa da escola.

O Projeto Político-Pedagógico tem que conter

todos os instrumentos para atender as dimensões

POLÍTICAS, TÉCNICAS-PEDAGÓGICAS E

ADMINISTRATIVAS.

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO, PLANEJAMENTO

DA QUALIDADE TOTAL E O PLANEJAMENTO

PARTICIPATIVO.

Vimos no primeiro momento o que é um

Planejamento do Sistema de Educação, passamos para

o Planejamento da Escola com o seu grande “produto”

que é o Projeto Político-Pedagógico, e agora, vamos

falar de três conhecidos planejamentos: o Estratégico,

o da Qualidade Total e o Participativo.

Importante

A razão deste módulo tocar na gestão escolar e em seu tipo de planejamento, é motivado pela determinação da LDB do docente participar do PLANEJAMENTO DA ESCOLA.

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Aula 1 | Os níveis e a importância do planejamento. 22

Historicamente, o PLANEJAMENTO

ESTRATÉGICO EDUCACIONAL foi o primeiro a aparecer

e era elaborado por técnicos especializados. Segundo,

COOMBS (1970 apud Parente, 2003), este surgimento

foi na União Soviética, na década de 20 do Século XX.

Ele fazia parte dos primeiros planos qüinqüenais de

desenvolvimento elaborados pelo governo comunista.

Tais planejamentos estratégicos acabavam se tornando

peças do exercício autoritário da gestão escolar. Os

objetivos e metas eram determinados pelo Estado sem

discussão no meio escolar.

Com o tempo apareceu o PLANEJAMENTO

PARTICIPATIVO como opção e com a participação de

envolvidos no processo de planejar, que embora ainda

utilizassem técnicos em sua elaboração ocorria uma

democratização em substituição ao autoritarismo dos

modelos iniciais.

Logicamente, a chave da construção de um

Planejamento Estratégico democrático é ele ser um

Planejamento Participativo.

Finalmente, aparece a GESTÃO DA QUALIDADE

TOTAL (GQT) com os japoneses e junto com esta, o

Planejamento da Qualidade Total. Vários autores

chegam a apontar a necessidade das instituições

adotarem os dois tipos de planejamento. Entretanto, a

nosso ver só deve existir um único e que devem estar

incluídos no Planejamento da Escola, ou seja, no

Projeto Político-Pedagógico.

O Planejamento Estratégico, então, englobará o

Planejamento da Qualidade Total (GQT) se a instituição

adota este modelo de gestão e será participativo.

PLANEJAMENTO OPERACIONAL

A partir das políticas e estratégias definidas no

Planejamento Estratégico, é elaborado o Planejamento

Para pensar

Uma primeira condição para a existência de um planejamento democrático e participativo depende do diretor da escola (o nº1).

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Aula 1 | Os níveis e a importância do planejamento. 23

Operacional. Na verdade, o Planejamento Operacional

será dividido em:

Planejamento Setorial: ligado as atividades

administrativas ou técnicas-pedagógicas

(coordenação, secretaria, supervisão e

orientação escolar, etc.);

Planejamento Curricular (Plano de Curso);

Planejamento de Ensino-Aprendizagem (Plano

das Disciplinas);

Plano de Aula;

Projeto de Trabalho.

Estes planejamentos deverão ser discutidos e

desenvolvidos nas aulas seguintes.

COMPONENTES DE UM PLANO

Para a elaboração de um plano tem questões

que devem ser colocadas em cada atividade/tarefa de

modo que se tenha uma direção a ser seguida.

O QUE fazer?

ONDE fazer ?

POR QUEM?

POR QUÊ fazer?

PARA QUÊ?

COMO fazer?

QUANDO fazer?

QUEM é o responsável?

QUANTO custa?

Um modo fácil de estruturar um plano é

colocado em formato de tabela. Como exemplo, leia a

figura abaixo:

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Aula 1 | Os níveis e a importância do planejamento. 24

PLANEJAMENTO

Atividade: Satisfação dos pais e alunos com a Escola.

O QUE?

Definir um conjunto de informações e

dados a serem coletados dos pais e

alunos.

POR QUÊ? Medir a satisfação dos pais e alunos da

escola.

PARA QUÊ? Garantir a permanência de alunos na

escola.

QUEM?

(responsável) Diretor da escola.

ONDE?

(local) Sala de reunião.

COMO? Discussão e avaliação pelo corpo docente e

administrativo.

QUANDO?

(data ou período) 10/outubro/2006.

QUANTO CUSTA?

(valor da Atividade) R$ 2.500,00.

Figura 3: Exemplo do planejamento de uma atividade

Normalmente, em um plano, a disposição das

questões aparece na vertical, e não na horizontal como

no exemplo acima, pois permite melhor visualização e

facilidade de construção. Veja um modelo abaixo.

EXERCÍCIO 2

Agora, você vai imaginar uma atividade que conhece e

faça um planejamento para a sua execução. Assim

sendo, procure responder as perguntas abaixo da

atividade que conhece, compondo o Plano.

Figura 4: Modelo horizontal de planejamento

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Aula 1 | Os níveis e a importância do planejamento. 25

ATIVIDADE:

O QUE?

POR QUÊ?

PARA QUÊ?

QUEM? (responsável)

ONDE?

(local)

COMO?

QUANDO?

(data ou período)

QUANTO CUSTA?

(valor da atividade)

A definição das perguntas deve ser função do

plano que está sendo elaborado, pois não tem sentido

se planejar uma festa junina na escola e se colocar

todas estas perguntas para todas as atividades. Use o

bom senso, mas sempre pense e reflita sobre o PARA

QUÊ e o PORQUÊ fazer determinada atividade.

O que é gestão escolar?

A gestão escolar, segundo o MEC, em seu

“MANUAL DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ESCOLAR”,

deve ser autônoma e com a maior participação possível

da comunidade nos processos decisórios da escola. E

destaca para a “transformação da escola em verdadeira

organização de aprendizagem”:

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Aula 1 | Os níveis e a importância do planejamento. 26

Os princípios da visão compartilhada

dos fins da educação e da missão da

escola;

O trabalho em equipe, onde dirigentes,

técnicos, professores, pais e alunos

participem como verdadeiros

protagonistas do fazer e do gerir a

escola;

A formação e o desenvolvimento

permanente de competências

profissionais;

O fomento à inovação, à investigação

e ao espírito criativo.

E diz que:

A Gestão é um conjunto de ações, relacionadas

entre si, empreendidas pela Direção de uma Escola,

com a participação de toda a comunidade escolar, para

promover e possibilitar o alcance dos objetivos

pedagógicos, cujo foco está na aprendizagem e na

formação global dos estudantes.

E aponta para três ações básicas a serem

praticadas na Gestão Escolar:

Formação de equipes de trabalho, com

o envolvimento de professores, alunos

e comunidade;

Criação de estruturas formais e de

conselhos educacionais para viabilizar

a participação da comunidade;

Implantação do processo de

Planejamento Estratégico Escolar.

Considerando a História do Brasil e a própria

formação do povo brasileiro, este modelo de Gestão

Escolar é muito difícil de ser implantado devido:

À prevalência de padrões discriminatórios,

herdados da sociedade escravocrata;

À gestão escolar impactada a cada quatro

anos por mudanças nas políticas

educacionais, onde o planejamento dos

Sistemas de Ensino são alterados e por seu

turno as prioridades;

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Aula 1 | Os níveis e a importância do planejamento. 27

Ao autoritarismo, não só dos dirigentes, mas

também dos próprios professores com seus

alunos e pais;

À incapacidade de ouvir e analisar as críticas

apresentadas;

À falta de reflexão;

Ao afastamento entre escola-comunidade;

À expectativa que o governo irá estabelecer o

que a escola deve realizar;

À desvalorização do profissional da educação,

e por isto fica-se sem condições de cobrar a

contrapartida de sua atualização e

aperfeiçoamento;

À omissão dos stacksholders (interessados)

do processo educacional.

Na realidade, esta lista poderia ser bem maior.

Entretanto o propósito é apresentar a dificuldade de se

construir um planejamento dentro de padrões

democráticos para uma sociedade que não está

acostumada, principalmente quando se vive uma era na

qual a escola procura devolver o aluno “problemático”

aos pais, enquanto estes atribuem à escola a

responsabilidade educacional. Ambos esquecem que a

responsabilidade é dos dois, conforme o Artigo 2º da

Lei 9394/96 estabelece:

A educação, dever da família e do estado,

inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de

solidariedade humana, tem por afinidade o pleno

desenvolvimento do Educando, seu preparo para o

exercício da cidadania e sua qualificação para o

trabalho.

Cabe ressaltar que a escola privada é autorizada

e avaliada pelo Estado em função direta da importância

da educação e da obrigação legal preconizada no artigo

citado.

:: Stackholders:

Interessados no negocio, ou seja, corpo docente, administradores, pais alunos investidores parceiros etc.

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Aula 1 | Os níveis e a importância do planejamento. 28

O que significa planejar

Braga e Monteiro afirmam que Sêneca dizia:

Planejar é preciso, pois não há vento

favorável para quem não sabe para

onde quer ir.

(2005, p. 16)

Peter Drecker apud Braga e Monteiro (op.cit, p.

17) afirmava:

O planejamento não diz respeito a

decisões futuras, mas às implicações

futuras das decisões presentes.

Gandin dá as seguintes definições:

Planejar é transformar a realidade

numa direção escolhida.

Planejar é organizar a própria ação (de

grupo, sobretudo).

Planejar é implantar ‘um processo de

intervenção na própria realidade’.

Planejar é agir racionalmente.

Planejar é dar certeza e precisão à

própria ação.

Planejar é explicitar os fundamentos

da ação do grupo.

Planejar é pôr em ação um conjunto

de técnicas para racionalizar a ação.

Planejar é realizar conjunto orgânico

de ações, proposto para aproximar

uma realidade a um ideal.

Planejar é realizar o que é importante

(essencial) e, além disso, sobreviver...

se isso for essencial (importante).

(1999 b, p.19,20)

Menegolla e Sant Anna apontam as seguintes

definições:

Planejamento não é um oráculo

inspirador de todas as soluções...; e,

Planejamento não é uma fórmula

mágica para todos os problemas.

(1993)

Dica do professor

CONVENCIMENTO Peter Senge desenvolve em sua obra “A QUINTA DISCIPLINA” a importância de preparar o pessoal para as mudanças. Trata-se da necessidade de sensibilizar e conscientizar os diversos membros da equipe de trabalho. Assim, as pessoas estando consciente serão mais responsáveis, e com isto, aumentarão a sua participação, e convencidas dos valores estabelecidos, contribuirão para alcançar os

resultados desejados. Este trabalho de sensibilizar e conscientizar é desenvolvido em PROGRAMAS EDUCACIONAIS, bem antes de se desejar promover mudanças.

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Aula 1 | Os níveis e a importância do planejamento. 29

Luck define planejamento como:

Processo de estruturação e

organização da ação intencional, é

realizado mediante:

Análise de informações relevante do

presente e do passado, objetivando,

principalmente, o estabelecimento de

necessidades a serem atingidas;

Estabelecimento de estados e

situações futuros, desejados;

Previsão de condições necessárias ao

estabelecimento desses estados e

situações;

Escolha de uma linha de ação capaz de

produzir os resultados desejados, de

forma a maximizar os meios e

recursos disponíveis para alcançá-los.

(1999)

Sintetizando as idéias, podemos constatar que

existe uma ação consciente responsável pela

construção do processo de planejamento, trata-se da

INTENCIONALIDADE.

Vá a definição de Luck e verifique que ela

expressa ...ação intencional... e Vasconcellos (1999,

p.11) destaca tal fato como a necessidade do próprio

papel da reflexão.

Obviamente, a intenção é fundamental para se

construir um planejamento que vise manter a situação

atual (“status quo”), ou mudar e transformar a

educação. A mudança ou a transformação de um

processo educacional passa por duas dimensões:

CONVENCIMENTO e INTERVENÇÃO

(Vasconcellos,op.cit., p.12).

O CONVENCIMENTO implica na ação da

liderança sobre sua equipe de trabalho, no sentido de

alinhar os interesses individuais com os interesses da

organização, em prol de se atingir os objetivos

traçados.

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Aula 1 | Os níveis e a importância do planejamento. 30

A INTERVENÇÃO corresponde à ação de buscar

um caminho viável para se atingir os objetivos

traçados.

A MISSÃO é institucional, da organização, ou

seja, da escola. Uma boa missão deve conter

explicitamente: “para que ela existe, sua razão de ser,

a necessidade que ela atende na sociedade e o que lhe

confere identidade” (Parente, 2003,p.88).

Diante desta postura temos uma DIMENSÃO

importante para o processo educacional, a POLÍTICA.

Assim, o processo de planejamento começa com a

definição da política a ser adotada. É importante

destacar que política está aqui no sentido de organizar

a escola, estabelecer os objetivos que permitirão

estruturar a escola, e por fim garantir a gestão para o

cumprimento da missão estabelecida.

Estando voltada para a ação, a política congrega

vontades em tornos de objetivos, gera consensos,

suportes da ação gerencial, destinando os meios para

os diversos setores da escola, definindo orientações

para os mesmos em função de visão a ser alcançada.

Na verdade, o planejamento, segundo Gandin

(1999b, p. 36) possui dois níveis: POLÍTICO e

OPERACIONAL.

E ele coloca que o nível POLÍTICO se nutre na

ideologia, na filosofia, nas ciências, enquanto o nível

OPERACIONAL baseia-se na técnica.

O nível POLÍTICO apresenta questões do tipo:

“para quem”, “para quê”, “o quê” mais abrangente,

amplo, ou seja, ele é direcionado para os FINS da

organização. Este nível é conhecido como

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO, e ele tem o foco no

futuro da própria organização.

Importante

Existe outra dimensão fundamental para o processo de planejamento, que não podemos esquecer, trata-se da dimensão TÉCNICA-PEDAGÓGICA.

Dica do professor

Infelizmente em português não existem duas expressões para significar a palavra POLÌTICA como ocorre no inglês. Lá, temos: 1. Policy que corresponde ao plano de ação; e, 2. Politics que corresponde à política partidária. Aqui, vamos trabalhar essencialmente com a primeira, ou seja, com planos de ações para administração / gerenciamento.

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Aula 1 | Os níveis e a importância do planejamento. 31

O nível OPERACIONAL está focado na

administração do dia a dia, ou seja, no cotidiano. A

partir das diretrizes estabelecidas no primeiro

planejamento (o político), o planejamento

OPERACIONAL deve estabelecer “COMO” as ações

ocorrerão na escola.

As questões básicas desse nível de

planejamento são: “O que”, “Como”, “Com o que”,

“Quem é o responsável” e “Quando será executado”.

Neste tipo de planejamento estamos buscando os

MEIOS para as ações acontecerem.

Quando falamos em mudança e transformação

na EDUCAÇÃO, estaremos falando em mudança de

política. Voltaremos a este assunto mais para frente.

EXERCÍCIO 3

Considere os dois níveis de planejamento (político e

operacional). Agora, em função das atividades/tarefas

abaixo relacionadas no quadro, procure identificar quais

são de natureza política (estratégica) e quais são

operacionais.

ATIVIDADES / TAREFAS PLANEJAMENTO

1. Enviar um ofício aos comerciantes locais,

solicitando ajuda para a semana da criança.

2. Estruturar as equipes da gincana do dia da

Pátria.

3. Buscar a participação da comunidade nas

decisões que os afetam na escola.

4. Listar as necessidades para a montagem do

palanque da Festa de Aniversário do Colégio

5. Criar um sistema de avaliação da satisfação

dos pais e alunos

6. Abrir espaços para a participação dos alunos

7. Acompanhar a divulgação do Aniversário do

Colégio

8. Capacitar os professores para trabalhar com

projetos

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Aula 1 | Os níveis e a importância do planejamento. 32

9. Providenciar a filmagem do evento.

10. Privilegiar investimentos em cursos de

curta duração ou livres, de modo que tenham

retorno rápido, sem deixar de ter visão a

médio e longo prazo.

Porque não gostamos de planejar?

Inicialmente, um dos fatores que contribuíram, e

ainda contribuem para que as pessoas se afastem do

processo de planejamento é a imposição.

Historicamente, as diversas lideranças autoritárias

determinaram os planejamentos sem nenhuma

participação dos envolvidos.

Baseado, no TAYLORISMO/FORDISMO, o

planejamento era executado por pequeno grupo de

planejadores, e a partir daí, por meio das lideranças

autoritárias eram impostos aos executores das

atividades/tarefas. Estados, empresas e organizações,

de um modo geral, funcionavam dessa maneira. A

escola não poderia ser diferente.

No Brasil, fruto inclusive das ditaduras que

atravessamos, temos o planejamento caracterizado

como uma ferramenta ditatorial, perdendo a sua

essência de servir como um caminho para as

transformações sociais, ou mesmo, para o

gerenciamento mais racional das atividades que

executamos.

Segundo Vasconcellos (op.cit.), um grupo de

professores tem as seguintes alegações para não

participar e acreditar em planejamentos:

A realidade é muito dinâmica;

Não há condições;

Não tem jeito mesmo;

Não é participativo;

Você sabia?

O Planejamento Educacional constitui um processo técnico de formulação e avaliação de políticas públicas em respostas as questões tais como: o que ensinar, para quem, como, onde, quando por quem, com que objetivo e a que custo (Parente, 2003, p.16). Commbs apud Parente (op.cit) afirma que tal planejamento aparece na década de 20 na União Soviética, quando esta incluiu a educação em seus Planos Qüinqüenais de Desenvolvimento.

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Aula 1 | Os níveis e a importância do planejamento. 33

O processo não acontece;

A falta compromisso dos envolvidos;

A limitação do trabalho; e

É muito complicado.

Obviamente, essas barreiras são comuns,

dificultando as mudanças, pois elas se tornam óbices

intransponíveis de serem vencidas sem participação

pela equipe da escola. Na realidade, estes óbices

reforçam a manutenção do “status quo”, ou seja,

ajudam à perpetuação de situações que só interessam

aos grupos hegemônicos que lucram com a situação.

No fundo encontramos um grande processo de

ALIENAÇÃO, onde o corpo docente se acostumou e se

acomodou com a situação, bem como é omisso, e não

tem nenhum interesse em participar.

Mudanças e necessidades de Planejar

Vamos recorrer a Gandin (1999a), quando ele

apresenta a justificativa para o Planejamento

Educacional.

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Aula 1 | Os níveis e a importância do planejamento. 34

Ele apresenta, inicialmente, três tipos de

pensamentos:

1º TIPO - Vamos denominar de INGÊNUO. Ele

parte do princípio que basta simplesmente a escola ser

bem conduzida para que exista um bom andamento

social. O país se desenvolver e existir um Estado de

bem estar social.

Gandin define (p.14) como “BOA SOCIEDADE”

nesta linha de pensamento:

...uma boa sociedade é aquela em que

a harmonia esteja presente a custo de

qualquer outro valor e na qual o

conflito não apareça sob forma

alguma. São, em geral, pessoas

conservadoras, aliadas a muitos

professores que buscam o significado

de seu trabalho na integração (!) dos

jovens aos valores sociais mais

salientes (do ponto de vista do senso

comum ou da ideologia). Acreditam na

desigualdade entre as pessoas:

sempre haverá pobres e ricos,

ignorantes e sábios, chefes e súditos...

e isto faz parte da natureza humana.

Em outro trecho, Gandin vai salientar que não se

deve questionar a pirâmide social e que todos têm que

cumprir, responsavelmente com suas obrigações.

2º TIPO - É constituído por um grupo de pessoas

e docentes direcionados para que a relação escola-

sociedade tenha um critério com foco no

DESENVOLVIMENTO. Aqui, troca-se a harmonia e o

bom senso pelo desenvolvimento. A esta linha de

pensamento poderemos denominar de ECONOMISTAS.

A educação é vista pelo lado utilitalista e sob uma

análise custo - beneficio (Gandin, op.cit., p.14).

Gandin (idem, p.14) declara que este grupo

afirma:

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Aula 1 | Os níveis e a importância do planejamento. 35

A educação, a escola em particular,

direciona a sociedade porque educação

é investimento, porque a sociedade

cresce, desenvolve-se na proporção

direta do investimento da educação.

Aqui, a escola está direcionada para a formação

da mão-de-obra e é direta para o mercado de trabalho.

A qualificação do estudante deve ser constituída

APENAS do essencial para o exercício da sua ocupação

profissional. Prevalece à racionalização e as relações

custo-benefício para todo o processo educacional.

No início dos anos 60 do Século XX, Theodore

Schultz, da Universidade de Chicago, desenvolveu a

Teoria do Capital Humano que, inclusive, lhe valeu o

Prêmio Nobel de Economia de 1979.

A Teoria do Capital Humano, apresentada por

Schultz, acenava que o investimento em educação

promovia retorno com maiores rendimentos futuros no

mercado de trabalho. Tal vantagem ocorreria também

para as empresas devido a maior competência

profissional do trabalhador.

Gary Becker, também da Universidade de

Chicago e Prêmio Nobel de Economia, evoluiu a teoria

com estudos da importância do treinamento na vida do

trabalhador. O treinamento permite a especialização

em função da necessidade da empresa, e com isto a

mão-de-obra de cada empresa se torna mais produtiva

e rentável para ambas as partes. Ele, inclusive defendia

o treinamento pela empresa como evolução profissional

do trabalhador, pois empresa e trabalhador crescem

juntos tendo maiores lucros.

Jacob Mincer irá desenvolver uma equação em

que busca provar uma relação direta entre a renda da

pessoa, a escolaridade e a experiência. Estes fatores –

escolaridade e experiência – promovem um profissional

mais produtivo no trabalho.

Dica de leitura

Se alguém desejar se desenvolver na vertente dos economistas e nas políticas educacionais vigentes, sugerimos a obra: “A IGNORÂNCIA CUSTA UM MUNDO: O VALOR DA EDUCAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DO BRASIL” de Gustavo Ioschpe da

Editora Francis de São Paulo.

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Aula 1 | Os níveis e a importância do planejamento. 36

As idéias de Theodore Schultz, Gary Becker e

Jacob Mincer completam a Teoria do Capital Humano

como um todo.

Você, aluno deve estar se perguntando: porque

tenho que estudar ou conhecer uma teoria surgida na

década de 60/70 do século passado?

A resposta é simples, tendo em vista que a

Teoria do Capital Humano representa uma linha de

pensamento que possui, nos dias atuais, grande

influencia na Educação, e é importante que você

conheça. Por isso, a sugestão de leitura da obra de

Gustavo Ioschpe.

E importante deixar claro que nem todos os

educadores vão concordar com tal modelo, por

exemplo, GAUDÊNCIO FRIGOTTO que em sua obra

intitulada “A PRODUTIVIDADE DA ESCOLA

IMPRODUTIVA” desenvolve toda uma pesquisa

procurando demonstrar o lado negativo da Teoria do

Capital Humano. Ele diz:

Contrariamente à (...) aos teóricos do

capital humano, que reduzem trabalho

a emprego, ocupação remunerada,

focalizamos o trabalho, enquanto uma

relação social que expressa a forma

pela qual os homens produzem sua

existência, como elemento de unidade

do técnico e do político, do teórico e do

pratico, no processo produtivo.

(1999, p.28)

Logicamente, a apresentação da teoria e de sua

discussão, não implica na necessidade de conhecimento

profundo por parte do aluno do assunto, mas é

fundamental seu conhecimento, pois no futuro, você

pode estar discutindo na escola os objetivos do

processo ensino-aprendizagem, e será influenciado por

tais teorias.

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Aula 1 | Os níveis e a importância do planejamento. 37

3º TIPO - A terceira linha de pensamento é

oposta as anteriores, tendo em vista que aqui a escola

é reflexo da sociedade, ou seja, “a escola é

simplesmente uma função da sociedade” (Gandin,

idem).

O autor diz que este pensamento é fruto da

reflexão dos sociólogos e que busca a igualdade social.

Em resumo, ele afirma que a transformação

social da sociedade existente só acontecerá com um

Projeto Pedagógico estruturado nesse objetivo

formulado pela sociedade. A Prática Pedagógica tem

que se desenvolver em função do Projeto Pedagógico, e

será esta pratica que permitirá a construção da

sociedade desejada. Para a transformação é

fundamental o crescimento da consciência critica.

(op.cit., p.18 e 19).

Do exposto, as mudanças são fundamentais

para a transformação e a inclusão social,

principalmente para permitir uma sociedade mais justa.

Entretanto, sem planejar não chegaremos a lugar

nenhum.

EXERCÍCIO 4

Uma escola irá elaborar o seu Projeto Político

Pedagógico. Você é responsável por dirigir a reunião

por ser o Diretor. Assim, você deve optar por um

planejamento de que tipo:

( A ) Operacional e participativo.

( B ) Participativo, mas sem ser político.

( C ) Não participativo e estratégico.

( D ) Não participativo e operacional.

( E ) Estratégico e participativo.

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Aula 1 | Os níveis e a importância do planejamento. 38

Procure justificar:

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________

EXERCÍCIO 5

O Planejamento Operacional pode ser dividido em:

( A ) Plano Estratégico, Plano de Aula e Plano de

Disciplina.

( B ) Plano de Curso, Plano de Disciplina e Plano de

Aula.

( C ) Projeto Político Pedagógico, Plano de Curso e

Plano de Aula.

( D ) Projeto Político Pedagógico, Plano de Disciplina e

Plano de Aula.

( E ) Projeto Político Pedagógico, Plano de Curso e

plano de Disciplina.

RESUMO

Vimos até agora:

Que a conceituação de planejamento e a sua

importância permitiram que fosse visto o

planejamento como um mapa de vôo, onde o

responsável por uma atividade estabelece o

caminho a seguir para alcançar um objetivo;

O significado e a constituição do Sistema

Nacional de Educação, ou seja, como ele

funciona, a sua divisão por nível

administrativo do estado brasileiro e a

integração entre eles;

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Aula 1 | Os níveis e a importância do planejamento. 39

Identificamos os tipos de planejamentos: o da

Escola; o Estratégico; o de Qualidade Total; o

Participativo e o Operacional, bem como os

componentes de um Plano;

A importância do Planejamento para a Gestão

da Escola, onde pudemos ter a oportunidade

do conhecer o que é a gestão da escola e a

importância do planejamento para a

realização de uma boa gestão;

O desinteresse das pessoas em participar do

processo de planejamento, ou seja, os

envolvidos apresentam várias desculpas para

não participar por não acreditar e depois

esperam mudanças que nunca vão acontecer;

O significado e a necessidade de planejar

procurando promover mudanças.

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O processo e elementos essenciais

do planejamento

Antonio Fernando Vieira Ney

AU

LA

2

Ap

res

en

taç

ão

Esta aula permitirá ao aluno que comece a entender o processo de

planejamento. A ver como os planejamentos são construídos e

quais são as suas características, bem como os princípios, valores

e crenças que o processo deve seguir.

Teremos a oportunidade de conhecer e aprender conceitos

importantes que estão intimamente ligados a elaboração,

monitoramento e controle dos diversos planos e projetos.

Não pense que os conceitos aqui apresentados não têm aplicação

e são palavras teóricas, bonitas em discursos, mas sem nenhuma

ação. Veja, principalmente, os conceitos dimensionais como uma

lição de vida, pois procure usá-las no seu cotidiano como

procedimento, e não tenha dúvidas.

Ob

jeti

vo

s

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja

capaz de:

Identificar quais são as características da atividade de planejar;

Conhecer as diferenças entre planejamento, projeto e plano;

Identificar o papel da liderança a luz do instrumento

planejador: seus efeitos e causas;

Conhecer conceitos de democracia;

Conhecer o que é descentralização e desconcentração;

Conhecer dimensões que facilitam a elaboração das atividades

de planejamento;

Conhecer alguns conceitos básicos sobre Monitoramento;

Conhecer o significado de Indicadores de Desempenho;

Entender a aplicação dos Indicadores de Desempenho;

Conhecer o significado de Eficiência, Eficácia e Efetividade; e

Conhecer as dimensões da Qualidade.

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Aula 2 |O Processo e elementos essenciais do planejamento 42

Características da atividade de planejar

DIFERENÇAS ENTRE PLANEJAMENTO, PROJETO E

PLANO

Uma dúvida que deve estar ocorrendo, refere-se

à diferença entre o que seja PLANEJAMENTO, PROJETO

e PLANO. Assim, para facilitar o entendimento, temos:

Em primeiro lugar, citar que o PLANEJAMENTO

corresponde ao PROCESSO que compreende todas as

atividades e tarefas que são desenvolvidas para

determinação das necessidades e da definição das

ações correlacionadas.

O PROJETO e o PLANO irão materializar este

processo de planejamento; na verdade, o PROJETO e o

PLANO são os produtos gerados pelo processo.

O PROJETO aparece no sentido mais amplo,

enquanto o PLANO tem o propósito de apontar o

caminho definido para uma ação que envolve

normalmente um problema ou evento importante.

Um exemplo simples, o PROJETO POLÍTICO-

PEDAGÓGICO corresponde ao planejamento da escola

como um todo. Nele devera estar o Planejamento

Estratégico e o Planejamento Operacional da escola.

O PLANO deve ser trabalhado no sentido de

eventos do tipo: festa junina, dia da pátria,

inauguração do ginásio da escola etc.

Caro aluno, é importante ser entendido que o

processo de planejamento é fundamental, e que este

deve ser representado por um documento que indique

a realidade do processo. Qualquer evento merece ter

um plano, pois ali são registradas todas as atividades e

tarefas, bem como as metas e objetivo.

Características da atividade de planejar 42 Desenvolvimento do conceito de planejamento 44 Utopia e democracia 47 Tipos de democracia 52 Avaliação dos tipos 58 Dimensões para o Trabalho de Planejamento 68 Desempenho: Metas, Indicadores, Eficiência e Eficácia 76 Dimensões da qualidade 82

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Aula 2 | O Processo e elementos essenciais do planejamento 43

Chamamos a atenção para as seguintes

dificuldades que Gandin (op.cit.) afirma como

prejudicial ao processo de planejamento:

A própria existência de um planejador;

Pensar o planejamento como fosse a

fabricação de planos; e

O fato do planejamento apontar para a

transformação.

A PRESENÇA DE TÉCNICOS (PLANEJADOR) EM

PLANEJAMENTOS costuma levar a equipe a esperar por

soluções dele, o que acaba prejudicando a construção

participativa e inibindo as participações. O processo

termina comprometido, também pelo aspecto que a

abordagem acaba omitindo ações.

A idéia de que o PROCESSO DE PLANEJAMENTO

É PARA FABRICAR PLANOS, acaba comprometendo o

processo, pois cria a ansiedade de se elaborar logo o

documento, suprimindo passos importantes e

“agilizando” o trabalho. As metas ficam

comprometidas, pois não existe um processo de

planejamento, e sim, a construção de planos.

A idéia do PLANEJAMENTO ser

TRANSFORMADOR acaba conduzindo os participantes a

exagerar nas idéias inovadoras, e estas, muitas vezes,

necessitam de um processo histórico e evolutivo para

acontecer. Ocorre a busca desenfreada pela por

transformações.

O PAPEL DA LIDERANÇA E O INSTRUMENTO

PLANEJADOR

Gandin, em sua obra “A Prática do Planejamento

Participativo” faz uma abordagem a respeito do papel

do administrador neste processo. Ele diz:

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Aula 2 | O Processo e elementos essenciais do planejamento 44

...a administração é uma tarefa

específica para qual se requer

determinada preparação, que deve ser

exercida por determinadas pessoas

(eleitas ou consensualmente

designadas) para centrar participação

no planejamento operacional. Quanto

ao planejamento político, cabe ao

administrador participar como

qualquer outro e desempenhar uma

tarefa específica: coordenar o processo

político para que no centro do

planejamento político esteja o povo.

(1999, p.38)

A conceituação de Gandin é muito importante

quando se verifica na prática a construção do

Planejamento Estratégico (Projeto Político Pedagógico)

no qual o Gestor participa, mas não impõe a sua

vontade, confundindo os papéis de administrador e de

coordenador do processo do planejamento político

(estratégico). Um fato a ser destacado corresponde à

manipulação do Gestor, que muitas vezes utiliza o

poder para induzir a comunidade a seus interesses ou

convicções pessoais.

O papel do administrador é ligado à operação e

ao funcionamento da escola. O trabalho do Gestor,

nesta situação, é imprescindível. O Planejamento

Operacional deve ser liderado pelo Gestor, pois cabe

conduzir processo de realização dos diversos programas

estabelecidos na risca.

Em resumo, no Planejamento Político

(Estratégico), ele deve ser um participante igual a

qualquer um outro (democrático), pois esta sendo

discutido a própria sobrevivência da escola.

Desenvolvimento do conceito de

planejamento

Gandin (1999a) apresenta o esquema abaixo:

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Aula 2 | O Processo e elementos essenciais do planejamento 45

Este esquema serve para Gandin expor que a

“SOCIEDADE DESEJADA” só será alcançada, conforme

nossos sonhos e metas, se e somente se, criarmos um

PROJETO EDUCATIVO NOVO capaz de desenvolver

PRÁTICAS TRANSFORMADORAS, que promovam as

transformações sociais. Trata-se de uma construção

inovadora, crítica e dinâmica.

A crítica serve para se construir e avaliar

continuamente se estamos seguindo na direção correta,

enquanto a dinâmica é responsável pela evolução.

Um dos maiores erros que encontramos em

alguns planejamentos bem sucedidos implica no

problema da continuidade. A continuidade e a

eternidade de determinadas idéias correspondem a

retornarmos a um processo continuamente reprodutor.

Ou seja, voltamos à reprodução conservadora, ingênua

e estática.

Ingênua porque acredita que a fórmula

inicialmente bem sucedida se repetirá sempre. Um

ditado que marca esta ingenuidade, é aquele que diz:

“o time que está vencendo não se mexe”. A estática

vem a reboque, pelo simples fato que não se deve

mexer em quem está ganhando.

Queremos deixar claro, conforme vimos

anteriormente, que não vamos ser ingênuo de acreditar

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Aula 2 | O Processo e elementos essenciais do planejamento 46

que a educação por si só irá transformar a sociedade.

Para que isto aconteça, é imprescindível que a

sociedade tenha este anseio. Ou seja, a educação é

uma condição necessária, mas não o é suficiente, pois a

sociedade tem que possuir vontade, política, ação e

poder para agir. A teoria e a prática têm que ser uma

única unidade.

Vasconcellos (1999) ao abordar “O Planejamento

como Método da Práxis Pedagógica” destaca a

necessidade do planejamento para realizar a

transformação citada por Gandin. Para isto, ele aponta

como fator fundamental para a existência do próprio

planejamento a necessidade de mudar. Entretanto, ele

deixa claro que o educador é o sujeito da

transformação, pois se tal agente não se colocar na

posição de mudar a realidade, ele apenas reproduzirá o

existente. Assim, ele afirma: “O planejamento só tem

sentido se o sujeito coloca-se numa perspectiva de

mudança” (p.38). E complementa: “Planejamento ser

necessidade do professor” (p.41).

Vasconcellos (op. cit., p.40) afirma que para se

FAZER algo, o agente transformador (educador)

obrigatoriamente terá que QUERER e ter PODER para

realizar. Assim, estas duas condições “querer e poder”

se complementarão.

O QUERER é fruto da VONTADE e do DESEJO. A

VONTADE é um motivo consciente, enquanto o DESEJO

é inconsciente. O querer representa efetivamente a

necessidade (Vasconcellos, idem).

O poder tem duas dimensões básicas: SABER e

TER. O saber se caracterizará pelo conhecimento (saber

propriamente dito), o SABER FAZER e o SABER SER

(Vasconcellos, idem).

Dica do professor

Caro aluno (a), quando falamos em transformação e mudanças na educação, estamos sonhando com uma nova realidade para o Brasil.

Dica do professor

Esta idéia de Vasconcellos do planejamento só tem sentido numa perspectiva transformadora, não significa que não devemos planejar

para a manutenção de uma realidade ou de uma determinada situação. Sempre devemos planejar nossas atividades.

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Aula 2 | O Processo e elementos essenciais do planejamento 47

O poder tem duas dimensões básicas: SABER e

TER. O saber se caracterizará pelo conhecimento (saber

propriamente dito), o SABER FAZER e o SABER SER

(Vasconcellos, idem).

Este exercício ao apresentar os quatro pilares da

Unesco para educação (Aprender a aprender, Aprender

a Saber, Aprender a Fazer e Aprender a Ser) destaca,

na verdade, a necessidade da educação de formar um

homem integral e crítico. Porque integral e crítico?

INTEGRAL porque estaremos formando um

homem para o exercício da cidadania, capaz de ser

crítico, de ter conhecimento, de saber realizar (o fazer

consciente) e de ter atitudes, ou seja, não estaremos

formando um alienado em termos pessoal e da visão da

sociedade em que está inserido.

Utopia e Democracia

UTOPIA

Michael Löwy conceitua utopia no seu sentido

mais amplo e mais “neutro”, de acordo com a

etimologia grega da palavra ou topos (em parte

alguma). E diz para pensamento utópico:

...é o que aspira a um estado não-

existente das relações sociais, o que

lhe dá, ao menos potencialmente, um

caráter crítico, subversivo ou mesmo

explosivo. O sentido estreito e

pejorativo do termo (utopia: sonho

imaginário e irrealizável) nos parece

inoperante, uma vez que apenas o

futuro permite que se saiba qual

aspiração será realizável ou

“irrealizável”.

(2000: 12)

Löwy apresenta a seguinte conceituação,

elaborada por Karl Marx, para “ideologia” em sua obra:

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Aula 2 | O Processo e elementos essenciais do planejamento 48

...a ideologia é uma forma de falsa

consciência correspondendo a

interesses de classes: mais

precisamente, ela designa o conjunto

das idéias especulativas e ilusórias

(socialmente determinadas) que os

homens formam da realidade, através

da moral, da religião, da metafísica,

dos sistemas filosóficos das doutrinas

políticas e econômica.

(Idem, p.10)

E outro autor afirma:

Quanto ao conceito de “falsa

consciência”, este nos parece

inadequado porque as ideologias e as

utopias contêm, não apenas as

orientações cognitivas, mas também

um conjunto articulado de valores

culturais, éticos e estéticos que não

substituem categorias do falso e do

verdadeiro.

(Ibid, p.12)

E aproveitando ainda a obra de Löwy, destaca-

se “a visão de mundo”, quando ele diz:

...trata-se da visão de mundo social,

isto é, de um conjunto relativamente

coerente de idéias sobre o homem, a

sociedade, a história e sua relação com

a natureza...

E acrescenta:

...esta visão de mundo está ligada a

certas posições sociais (...), isto é, aos

interesses e à situação de certos

grupos e classes sociais.

(Ibid, p.13)

A idéia de visão de mundo passa pela

necessidade de ser, possuir do contexto em que

estamos inseridos o conhecimento da nossa realidade.

Estas definições são importantes para os

estudos referentes ao Planejamento, tendo em vista

que o trabalho executado para a elaboração do

:: Visão de mundo:

Conjunto coerente de idéias sobre o homem, a sociedade, a história e sua relação social com a sociedade e a natureza. Ela é constituída de acordo com a situação e interesses de grupos e classes sociais em que o indivíduo está identificado. Todos, nós temos uma.

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Aula 2 | O Processo e elementos essenciais do planejamento 49

planejamento escolar terá que se basear em reflexões,

onde os participantes apresentando suas esperanças e

crenças, utilizarão seus sonhos (utopia) e sua ideologia

para estabelecimento do horizonte (visão de mundo) a

ser alcançado. O Planejamento tem que nascer com o

homem participando, sem neutralidade, expondo e

buscando seus sonhos, conforme Paulo Freire (2005)

afirma:

Ninguém pode estar no mundo, com o

mundo e com os outros de forma

neutra.

(Freire, 2005: 86)

A hierarquia de valores e crenças fundamenta

a sociedade existente. Esta, estando equilibrada,

buscará manter a realidade em que está constituída por

meio de práticas conservadoras, pois para as elites não

existirão interesses na existência de crises e na

mudança social. Assim sendo, a educação desenvolvida

e incentivada por esta sociedade terá características de

reprodução de modelos estabelecidos e até formação

dos homens tenderá a ser desprovida de crítica,

alienada, de modo que o sistema seja mantido

inalterado.

Logicamente, dentro do tecido social existem

várias ideologias e valores diferenciados que buscam

manter ou alterar a hierarquia de crenças e de valores

por meio de ações conservadoras ou inovadoras. A

sociedade que Gandin denominou de heterogênea é a

que existe no mundo.

Entretanto, cabe comentar o papel da Educação

neste cenário, pois ela (educação) poderá ser

conservadora e alienante ou transformadora e criativa,

dependendo da escolha da escola, independente do

sistema a que estiver ligado. É importante salientar que

a escolha de uma escola pela opção transformadora

não implica que o sistema educacional seja alterado.

:: Valores:

Significam princípios, normas ou padrões sociais aceitos ou mantidos por indivíduos, grupos, classes e sociedades etc. (Aurelio B. Hollanda). São padrões éticos que norteiam nossas vidas. (Teobaldo Miranda Santos).

:: Crenças:

São idéias, pensamentos dogmas etc que acreditamos.

Para pensar

O que isto tem a haver com a CULTURA?

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Aula 2 | O Processo e elementos essenciais do planejamento 50

Paulo Freire (2005) alerta para o fato quando diz:

O educador e a educadora críticos não

podem pensar que, a partir do curso

que coordenam ou do seminário que

lideram, podem transformar o país.

Mas podem demonstrar que é possível

mudar.

(Freire, 2005: 127)

DEMOCRACIA

A escola deve estar voltada para a democracia,

mas o que é democracia? Segundo J. Gimeno Sacristán

(1999):

Democracia é uma forma de governar

os assuntos humanos, baseada na

racionalidade, negando as formas de

governo fundamentadas na subtração

do poder de pensar e de querer ser

aquilo que considere a decisão

soberana de um povo.

E continua em outro parágrafo:

A democracia é um conjunto de

procedimentos para poder conviver

racionalmente, dotando de sentido

uma sociedade cujo destino é aberto,

porque acima do poder soberano do

povo não há nenhum outro poder. São

os cidadãos livres que determinam a si

mesmos como indivíduos e

coletivamente.

Logicamente, a educação aparece como fator

responsável pela manutenção e preservação da

democracia na sociedade. A sua contribuição para a

construção da democracia possui as seguintes

características essenciais para a formação do cidadão,

segundo Sacristán (op.cit):

...a criação do cidadão capaz,

autônomo, honesto, responsável e

solidário, sob orientação dos princípios

inseparáveis da liberdade, igualdade e

fraternidade ou da solidariedade.

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Aula 2 | O Processo e elementos essenciais do planejamento 51

Esse é o tipo de homem livre que pode servir de

modelo para uma escola transformadora, pois se trata

de um cidadão.

E o autor cita cinco epígrafes que devem

constatar de um programa fundamental para a

construção da democracia pela educação:

...1) o acesso universal à educação a

liberdade, embora sem trair o princípio

de igualdade e a solidariedade;

2) os requisitos nos conteúdos de

ensino;

3) as exigências e os princípios que

devem ser seguidos pelas práticas

organizacionais e metodológicas;

4) as normas básicas a serem

respeitadas na relações humanas;

5) a estruturação e a comunicação da

escola e da vida interna da mesma

com a comunidade que cerca e com a

sociedade em geral.

(Sacristán, J., 1999)

Esta conceituação apresentada tem o propósito

de estabelecer para o aluno a importância que tem a

Educação e Democracia

A Educação é destacada por Gramsci (apud

Coutinho, 1996) como um aparelho privado de

hegemonia. Os APARELHOS PRIVADOS DE

HEGEMONIA constituem a base material da

Sociedade Civil e tem o propósito de consolidar a

hegemonia de determinada classe social. O leitor

não deve confundir tais aparelhos com os de

coerção do Estado para legalmente disciplinar a

sociedade. Para Gramsci, os aparelhos coercitivos

estatais pertence a Sociedade Política.

Já em Louis Althusser (2001), a educação seria um

APARELHO IDEOLÓGICO DE ESTADO. Althusser

afirma que existe uma relação umbilical entre o

Estado e os AIE, e que sua teoria nada tem a haver

com a de Gramsci. Entretanto, é fundamental se ter

a idéia da importância da educação na manutenção

e preservação da democracia, independente da

vertente determinada, pois neste segundo caso, o

Estado é que exerce tais funções.

Ao aluno interessado nessas teorias, sugerimos as duas obras citadas.

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Aula 2 | O Processo e elementos essenciais do planejamento 52

educação para a democracia, pois esta só se mantém

quando os cidadãos possuem o perfil estabelecido e

têm a condição de refletir sobre suas vidas e sobre a

sociedade em termos individuais e coletivos.

Há de haver um alinhamento de objetivos, de

modo que cada um reconheça que seu direito termina

onde inicia o do seu semelhante.

Liberdade, igualdade e fraternidade só existirão

em conjunto numa sociedade justa e solidária,

composta por cidadãos e não por pessoas alienadas e

continuamente manipuladas.

Do exposto, é importante ressaltar o papel do

educador e o aspecto que a elaboração do

planejamento político tem na sua construção

(democracia). O Planejamento Político é a ferramenta

de transformação da realidade. A construção do

planejamento é da responsabilidade do educador e de

todos que estão envolvidos no processo da educação,

enquanto o Projeto Político-Pedagógico, produto deste

planejamento, representa a vontade todos

materialmente estabelecida. Entretanto, a omissão em

sua elaboração poderá levar a escola a rumos e

objetivos que facilitarão a possibilidade de manipulação

e manutenção de interesses individuais.

Tipos de democracia

A democracia é definida como o governo do

povo para o povo. Ao se abrir a Constituição Brasileira,

lá estará esta definição, e que complementa o que foi

visto até aqui. Entretanto, a democracia é um regime

que está fundamentado na liberdade e na participação

popular conforme a sua própria definição estabelece,

mas a prática democrática nem sempre ocorre

naturalmente.

Dica de leitura

A nossa disciplina obriga a discussão sobre Democracia, tendo em vista a importância do papel do Planejamento para as transformações sociais. Entretanto, a abordagem da Democracia tem que ser mínima, apenas o suficiente para despertar no aluno esta importância do tema (relação da democracia e transformações sociais). Caso, você deseje se aprofundar sugerimos: 1. BOBBIO, Norberto. Estado, governo e sociedade: para uma teoria geral da política. Editora Paz e Terra. 2. BOBBIO, Norberto. O futuro da democracia. Editora Paz e Terra. 3. LOSURDO, Domenico.

Democracia e bonapartismo. Editora UNESP.

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Aula 2 | O Processo e elementos essenciais do planejamento 53

Tomando-se a obra de Celso Vasconcellos

(1999) tem-se:

NÃO AO PROJETO

O professor NÃO deve se dedicar

intensa e sinceramente à elaboração

do projeto:...

- Se o projeto for feito apenas para

cumprir uma função burocrática, para

a coordenação, direção, secretaria

escolar ou supervisão de ensino. Neste

caso, ele pode ser feito de qualquer

jeito, pois não vai lido mesmo, sendo

um só papel a mais...

- Se perceber que sua proposta de

curso tem pouco a ver com a proposta

de outros companheiros da área – que

se fecham ao diálogo – e que a escola

se omite diante dessas diferenças, não

definindo, nem assumindo um Projeto

Político-Pedagógico. Neste caso terá

que avaliar as suas forças para ver se

consegue continuar na luta e se ela

vale a pena...

-Se o projeto for imposto pela escola,

cabendo ao professor apenas copiá-lo

e, quando muito fazer algumas

modificações apenas periféricas. Neste

caso, o melhor é elogiar o projeto da

escola, seguir outro em sala de aula,

enquanto vai procurando outro

emprego...

- se a função do professor for reduzida

à repetição de conteúdos

preestabelecidos, a “tomar conta” dos

alunos, não havendo mesmo

necessidade de planejar. Neste caso, o

professor pode simular um plano com

mil detalhes, para satisfazer a fantasia

da equipe diretiva de achar que pode

saber a cada instante onde está cada

professor enquanto vai preparando

suas malas...

-Se tem uma bola de cristal que diz

exatamente o que deve fazer em cada

situação. Neste caso, só é preciso

montar um esquema para nunca

esquecer de levá-lo para sala de aula.

(1999, p.132).

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Aula 2 | O Processo e elementos essenciais do planejamento 54

Do exposto, Vasconcellos mostra de uma forma

clara a situação vivida pelos professores em diversas

escolas pela ausência de democracia, caracterizando

várias situações autoritárias impostas pelo processo de

gestão escolar. Ele é enfático com o “não ao projeto”,

diz que o professor, neste estudo de coisa, não terá

meios de superar o contexto e, por isto, ele afirma o

não ao projeto.

Independente do planejamento para a sala de

aula, todas as demais ações administrativas que

acontecem nessas escolas deverão ser fundamentadas

nas características acima mencionadas por Vasconcellos

através de processos autoritários e centralizadores.

Os regimes e sistemas autoritários, além de

centralizadores, são geralmente burocráticos pela razão

da “segurança” da tomada de decisão.

Logicamente, existe a necessidade de ser

verificado que modelos de democracia têm sido

apregoados pelas correntes da democracia liberal e a

partir delas estabelecer como poderia ocorrer a

descentralização.

Macpherson (apud Uga,1991) apresenta a

seguinte classificação de modelos de democracia:

Democracia protetora;

Democracia elitista pluralista de equilíbrio;

Democracia desenvolvimentista participativa;

Democracia participativa.

DEMOCRACIA PROTETORA

Bentlam e James Hill conceberam este modelo

baseando-se no fato que a democracia deveria possuir

meios de proteger os governados da opressão de seus

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Aula 2 | O Processo e elementos essenciais do planejamento 55

governantes. Eles partem do pressuposto do bem-estar

social e que deve ser alcançado por todos dentro de um

estado utilitarista.

O sistema político deveria incentivar a sociedade

de mercado, embora procurando proteger os cidadãos

dos abusos gerados por esta política. É importante

salientar que este modelo de democracia que os

interesses de cada indivíduo na Sociedade são próprios,

individuais e estes prevalecem sobre os de caráter

coletivos. Por isto, os diversos indivíduos lutam pelo

poder para colocar sua vontade sobre a dos demais.

Macpherson alerta para o fato de maior valorização da

garantia da propriedade privada sobre o da igualdade.

É um regime no qual se prega o livre mercado e é

natural que os valores sociais são colocados em

segundo plano.

DEMOCRACIA ELITISTA PLURALISTA DE

EQUILÍBRIO

Este modelo de Schumpeter caracterizado pela

definição de democracia como um método político. Este

método pode ser demonstrado por uma analogia entre

o mercado econômico e o mercado político, onde os

políticos representam as empresas produtoras e os

eleitores representam consumidores. As lideranças são

eleitas pelos votos das pessoas dos diversos níveis. A

partir destas definições, a sociedade age de acordo com

a lei da oferta e da procura – mercado – ocorrendo o

equilíbrio pela vontade do eleitor (consumidor). Em

resumo, a política seria constituída e regida do mesmo

modo que a economia, valendo os mesmos princípios e

leis de mercado.

Macpherson chama a atenção para o equilíbrio

elitista pluralista pelos seguintes motivos:

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Aula 2 | O Processo e elementos essenciais do planejamento 56

A Sociedade é “pluralista” porque parte da

suposição de que a sociedade a que se deve

ajustar um sistema político democrático é

plural, isto é, uma sociedade consistindo de

indivíduos, cada um dos quais é impelido a

muita direções por seus muitos interesses,

ora associado com um grupo de

companheiros, ora com outro.

O sistema é “elitista” naquilo que atribui a

principal função no processo político a grupos

auto-escolhidos de dirigentes:

...isto é, o mecanismo de escolha se

dá através de competição entre grupos

de políticos (elites) escolhidos por si

mesmos, associados em partidos

políticos, por votos que legitimarão

para governar até as eleições

seguintes.

(Uga, 1991, p.90)

O controle do governo só ocorre nas eleições

periódicas e com a substituição do governante.

DEMOCRACIA DESENVOLVIMENTISTA

PARTICIPATIVA

John Stuart Mills elaborou um modelo onde o

sistema político democrático está fundamentado no

desenvolvimento humano que continuamente

melhoraria o sistema com o aperfeiçoamento do

desenvolvimento. O autor reconhecia as limitações do

sistema com relação às desigualdades econômica e

social, mas admitia que estas seriam corrigidas no

decorrer do tempo através da evolução ou do progresso

da competência pessoal e dos próprios ajustes do

modelo.

Ele estruturou o sistema em duas bases:

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Aula 2 | O Processo e elementos essenciais do planejamento 57

Participação direta dos indivíduos nas políticas

públicas;

Educação dos indivíduos para a vida pública.

O governo local é o nível ideal para a

participação e o exercício da participação política e é a

forma adequada de popularizar o regime em termos

democráticos.

DEMOCRACIA PARTICIPATIVA

A Democracia pressupõe a participação dos

cidadãos diretamente nas diversas instituições eles

constroem e consolidam as instituições democráticas.

A educação aparece aqui como imprescindível

para a própria existência do sistema participativo,

tendo em vista que os cidadãos devem ser formados

continuamente para esta participação. Como na

democracia desenvolvimentista, o nível local será um

espaço necessário para o desenvolvimento da

democracia participativa. As associações e as reuniões

de comunidade permitem que as pessoas desenvolvam

a democracia, pois estão perto das ações e de

verificarem o cumprimento das promessas de seus

eleitos.

Um dos problemas mais sérios vividos nos

processos democráticos refere-se ao poder econômico,

e sem a diminuição da desigualdade econômica

dificilmente uma democracia assentará com cuidado no

campo participativo.

Deste quadro, tira-se a conclusão de que a

reflexão do cidadão, após a mudança de consciência,

ficaria desestabilizada com a desigualdade social. A

qualidade de vida e o pensamento que a omissão

política tem custos elevados implicam uma postura

totalmente contrária à desigualdade social.

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Aula 2 | O Processo e elementos essenciais do planejamento 58

Macpherson (apud Uga, op.cit.) propõe um

sistema piramidal com democracia direta na base e por

delegação nos níveis superiores. No vértice um

conselho com decisões democráticas. Ele aponta para a

responsabilização dos eleitos.

Neste tipo de democracia, como na anterior, não

é abordada a questão do poder “invisível” que na

realidade existe para defender e fazer valer a vontade

de grupos.

Avaliação dos tipos

Dos quatro tipos ou visões discutidas, não resta

dúvida que a Desenvolvimentistas e a Participativa,

com todos os seus pontos utópicos, apresentam as

melhores propostas para a transformação social por

considerarem o individuo como peça chave na

sociedade e na colocação da própria educação como

meio de mudar a realidade. A valorização do social

sobre as leis de mercado está presente.

DESCENTRALIZAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO

Obviamente, as duas trazem o poder local como

instrumento de aumento e de conscientização política

dos cidadãos. Entretanto, para iniciar um processo

político é fundamental a descentralização, já que este

tem condições de estabelecer o debate e a decisão

política no nível esperado (base). Os regimes

autoritários se caracterizam por centralizar as decisões

e por conseqüência burocratizar continuamente os

diversos processos.

Uga (1991) alerta para o fato de que os países

latino-americanos, por terem vivido vários regimes de

ditaduras, ligaram a descentralização à democracia,

como que existindo a primeira, naturalmente existirá a

:: Descentralização:

É a delegação de competência ocorrendo a transferência do poder decisório.

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Aula 2 | O Processo e elementos essenciais do planejamento 59

outra. Desta idéia, a palavra “descentralização” passou

a representar sinônimo de liberdade, solidariedade,

igualdade e de democracia e, em conseqüência passou

a ser adotada nos discursos oficiais e de oposição por

causa de sua aceitação.

É interessante colocar que tal prática passou a

ser também adotada por lideranças autocráticas com o

propósito de faturar e manipular pessoas com um

discurso liberal, avançado e moderno. As lideranças ou

chefias autocráticas com essa prática atenuam ou

esvaziam pressões setoriais, mantendo-se distante do

problema, tendo em vista que eles transferem a crise

do topo onde estão para as bases, evitando o desgaste

do sistema. Nestes casos, a transferência é apenas do

problema, permanecendo a tomada de decisão com

eles. Deste modo, nasce um outro conceito que é o de

desconcentração. Esta prática domina as escolas, as

empresas e as organizações de um modo geral.

Uga identifica três características predominantes

para a centralização:

Expansão excessiva do Estado;

Reforço do autoritarismo;

Burocratização crescente.

Do exposto, pode ser concluído que os regimes

autoritários apresentarão sempre estas características

para assegurar o poder.

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Aula 2 | O Processo e elementos essenciais do planejamento 60

EXERCÍCIO 1

Procure dizer com suas palavras as diferenças entre

descentralização e desconcentração.

Você é capaz de identificar onde trabalhas casos de

descentralização e de desconcentração?

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________

Uga aponta várias qualidades para a

DESCENTRALIZAÇÃO:

a) o fortalecimento das liberdades e

direitos políticos, e principalmente das

instituições representativas, que se dá

maios a níveis locais do que federais;

b) a viabilização mais fácil de

conversão das demandas sociais em

programas e serviços, tendo em vista

a redução, ao nível local, da distância

entre os cidadãos e os centros da

decisão; a descentralização não ser

uma ação isolada e sim um marco

para reforma; e que a transferência de

decisão implica na redefinição do

poder;

c) o maior controle social sobre

administração pública de nível local

através das instituições municipais em

que se dá a representação popular via

democratização do acesso às

informações;

d) o papel integrador das instituições

municipais na medida em que

apresentam as comunidades locais, ao

mesmo tempo que são elementos do

Estado;

e) a multiplicação dos núcleos do

poder político através dp

fortalecimento do poder local;

f) o aumento da eficácia das políticas

públicas na medida em que

descentralizar implica em reduzir o

corpo burocrático;

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Aula 2 | O Processo e elementos essenciais do planejamento 61

g) e, por fim, e principalmente, a

atenção as demandas crescentes de

participação através das instituições

representativas de nível municipal.

(1991, p. 97)

As qualidades apresentadas são fundamentais

para a efetivação do processo democrático e para maior

participação popular nas decisões e nos controles das

verbas públicas. Entretanto, conforme foi dito nas

definições de democracia, sem educação não haverá

progresso ou evolução deste processo.

A discussão entre DESCENTRALIZAÇÃO e

DESCONCENTRAÇÃO nasce, em primeiro lugar, pela

“confusão” entre os dois termos. Muitos autores

afirmam tratar-se de sinônimos, enquanto outros

alegam diferenças. Mas ao analisar o termo

DESCENTRALIZAÇÃO, verifica-se que ele traz por

definição não só a passagem da atividade ou tarefa

para outro nível da administração, mas também o

poder.

Ao se fazer efetivamente uma

DESCENTRALIZAÇÃO, altera-se a distribuição do poder

e este fato acarreta implicações nos interesses dos

grupos. O poder “invisível” ou as famosas forças ocultas

passam agir ou através de lobby, ou pela própria

mídia, procurando restabelecer as condições iniciais do

sistema. Esta talvez seja a maior razão para que muitos

governantes ou administradores não promovam a

DESCENTRALIZAÇÃO como deviam, principalmente

porque as forças de suas sustentações também não a

querem.

Desta análise, pode ser imaginado que as

confusões acima citadas são intencionais, pois a

DESCONCENTRAÇÃO representará a saída paliativa do

problema. Agrada-se aos subordinados ou ao povo com

uma pseuda descentralização.

:: Lobby:

A palavra LOBBY está no sentido de grupo de pressão.

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Aula 2 | O Processo e elementos essenciais do planejamento 62

A DESCENTRALIZAÇÃO também não pode

ocorrer totalmente, pois existem situações em que é

fundamental a permanência da decisão na instância

superior. Um exemplo simples é o fato ocorrido no

Período Imperial do Brasil, quando foi passado para as

províncias da época a responsabilidade pela educação

fundamental (as primeiras letras) e estas não tinham

recursos para executá-las.

A DESCENTRALIZAÇÃO tem um caráter

essencialmente político e não ocorrerá por decreto, ela

terá que ser realizada conscientemente e politicamente

trabalhada. Ela envolve aspectos políticos,

administrativos e financeiros.

Pelo exposto, a DESCENTRALIZAÇÃO sugere

uma reforma no aparelho do Estado para sua

implantação, tendo em vista que para ser realizada, é

preciso ser definido e analisado como a

DESCENTRALIZAÇÃO será processada, o que será

transferido, como ficará a questão da competência e

das atribuições funcionais, ou seja, ele demanda uma

série de medidas e cuidados para a sua concretização,

sob pena do insucesso e do desgaste político.

Frederico Tobar (1991) alerta para o cuidado

dessas ações em virtude dos políticos usarem a

descentralização com várias conotações e sempre

procurando tirar vantagens, inclusive ele chega a

chamar a palavra DESCENTRALIZAÇÃO de “camaleão

político” e aponta para o seu uso GATOPARDISTA,

significando a utilização imprópria com o fim de

manipular as pessoas. Este autor destaca as seguintes

vantagens para a descentralização:

O papel do fortalecimento da esfera local;

O caráter político;

A descentralização não ser uma ação isolada

e sim um marco para a reforma;

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Aula 2 | O Processo e elementos essenciais do planejamento 63

E que a transferência da decisão implica a

redefinição de poder.

Estas hipóteses comuns segundo o autor,

servem como argumento para a exposição feita e para

justificar toda a parte introdutória.

Tobar coloca em seu trabalho uma acepção que

é a DESCONCENTRAÇÃO em servir de etapa inicial para

a DESCENTRALIZAÇÃO posterior. Neste caso, inclusive

respaldado nas próprias palavras do autor, o risco da

permanência e do reforço do sistema é muito grande,

pois uma DESCENTRALIZAÇÃO acarreta um processo

de ruptura que sempre será dificultado pelo grupo

hegemônico.

EXERCÍCIO 2

Você vai a uma secretaria da escola de seu filho

apanhar uma declaração que ele estuda na escola. O

secretário da Escola diz que você tem que retornar no

dia seguinte porque ele pode fazer a declaração, mas

somente o Diretor pode assinar.

Neste caso, o processo administrativo da escola parece

ser descentralizado ou desconcentrado? Justifique.

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________

_______________________________________

ASPECTOS RELEVANTES PARA A

DESCENTRALIZAÇÃO

A descentralização ocorre obedecendo as

seguintes possibilidades:

:: Hegemonia:

A Hegemonia é um conceito que aponta para o fato que um determinado grupo ou classe social em um Estado assume o Poder e procura nele se manter por privilégio ou interesse próprio. Assim, um governante ou administrador (porque também ocorre em nível de empresa) ao descentralizar ou tentar gestão participativa pode estar contrariando os interesses do grupo hegemônico. Este grupo agirá sempre no sentido de manter hegemônico, agindo para eliminar

qualquer vantagem que pode oferecer vantagem a outra classe social.

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Aula 2 | O Processo e elementos essenciais do planejamento 64

HORIZONTAL: correspondendo a possibilidade

de passagem de COMPETÊNCIAS entre

entidades de mesmo nível ou da

administração direta para a indireta;

VERTICAL: correspondendo a passagem das

competências entre os diversos níveis de

governo, por exemplo, da união para os

estados; e

ESTADO-SOCIEDADE: correspondendo a

“modernização” do Estado por políticas

neoliberais, onde a transferência será para as

sociedades privadas pelo aspecto

principalmente econômico.

Nas duas primeiras hipóteses, tem que ser

discutidas e aprovadas a questão do controle e a

questão dos recursos. A questão do controle é

destacada principalmente na primeira hipótese, onde as

funções são delegadas junto com os recursos para as

empresas públicas, autarquias e outros tipos de órgãos

da administração indireta, que fugindo ao controle

social e regido pelos princípios da administração

privada, acabam se constituindo em “fenômeno da

feudalização”, de acordo com Tobar.

A transferência de competências de um nível

superior para um nível inferior é realizada, mas não são

transferidos recursos necessários, o que inviabiliza o

processo.

A última hipótese está intimamente ligada à

discussão do público e privado. Aqui a descentralização

é colocada no aspecto de estratégia de redução dos

gastos públicos, ou seja, se o governo intervir na

sociedade , passando atividades que executa para o

empreendimento privado – naturalmente, “enxugando”

a máquina estatal – e com isto reduzindo os gastos

públicos, a população será beneficiada. Este

Importante

Cuidado, a palavra COMPETÊNCIA está no sentido das atribuições e funções que o

Estado tem que exercer.

Dica do professor

Caro aluno, o último parágrafo parece complicado, mas temos a esclarecer que um governo ao determinar a descentralização de um serviço ou atividade da administração direta para a indireta, está tirando da atividade ou serviço o controle social (rígido com relação a Administração Direta). Procure verificar o “porque” do crescimento de fundações, autarquias etc. em

todos os ministérios. Fatalmente, você encontrará respostas do tipo para agilizar o serviço, economizar, atender melhor o público e outras do gênero.

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Aula 2 | O Processo e elementos essenciais do planejamento 65

pensamento neoliberal predominante no mundo

globalizado destaca também o fato de que a

administração privada é melhor do que a pública pela

eficácia e pela eficiência gerencial.

Esta superioridade está ligada a idéia de que o

administrador privado tem interesse direto com os

resultados e está voltado para o lucro pela própria

sobrevivência, o que não ocorre com o administrador

público que não tem esta sintonia, pois a coisa é

pública. O mercado – com a sua lei da oferta e da

procura – é melhor opção para o gerenciamento.

A corrente desta linha de ação da privatização

generalizada vê também os serviços sociais – como a

educação, a saúde – seriam melhorados com a

privatização pelos mesmos princípios alocados

anteriormente.

Ao aluno é importante ter em mente que, ao

apresentar o tema em discussão, o propósito é permitir

que seja pensado e refletido se este caminho é o

melhor ou não. Cada indivíduo tem seu senso, suas

experiências e muitas vezes age pela emoção, podendo

se arrepender a posterior, quando não muda sua

opinião. Entretanto, um especialista na área

educacional não deve agir pela opinião ou pela emoção.

Ele NÃO deve ser NEUTRO, ele tem que ser

crítico, conforme Paulo Freire já afirmava: “...a

superação e não ruptura se dá na medida em que a

curiosidade ingênua, sem deixar de ser curiosidade,

pelo contrário, continuando a ser curiosidade, se

criticiza. (1999, p.34), deve defender seus pontos de

vista, suas crenças e valores, mas deve, acima de tudo,

ter a honestidade de não ocultar as hipóteses de

solução para os problemas que possam vir, mesmo

contra seus interesses individuais.

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Aula 2 | O Processo e elementos essenciais do planejamento 66

Finalmente, cabe comentar que descentralização

não implica automaticamente em

DESBUROCRATIZAÇÃO. Este último processo terá que

ser trabalhado e disciplinado por causa das próprias

pessoas que com ele lidam. Existe uma “consciência”

em sua defesa que terá que ser vencida.

DISPUTAS EM JOGO.

Durmeval Trigueiro Mendes escreveu uma

excelente monografia “Toward a theory of education

planning: the Brazilian case”, editada pelo Latin

American Studies Center, da Michigan State University

em 1972. A monografia acabou transformada no livro

“O PLANEJAMENTO EDUCACIONAL NO BRASIL”, editado

pela UERJ em 2000.

Durmeval Trigueiro assume a posição de que a

dialética entre o poder e o saber é imprescindível no

processo educacional, e logicamente, o planejamento

deve ser assim construído. Assim, tomamos o trecho da

Apresentação de seu livro, escrita por Osmar Fávero o

seguinte trecho:

Há uma perfeita dialética entre o poder

e o saber nas sociedades que querem

o seu desenvolvimento conduzido por

um projeto determinado”. Esta seria

mediada por uma intelligentsia que

não se reduziria evidentemente, a “um

grupo de técnicos, especialistas em

técnicas quantitativas, que passam,

por isto mesmo, a planejar expulsando

do plano dimensões qualitativas,

achatando o real: essência do

planejamento tecnocrático”. O

planejamento operaria na ambigüidade

do processo político, de acordo com a

racionalidade própria da política,

buscando aperfeiçoar cada vez mais “o

saber que uma sociedade pode

adquirir a respeito de si mesma, de

suas idéias mas também de seus

valores e crenças, ajudado por sua

intelligentsia que faz a mediação...entre

Para pensar

Você deve estar se perguntando: tem sentido estudar um escrito dos anos 70? Sim, porque as idéias postas nesta obra tem “a melhor abordagem sobre planejamento educacional brasileiro escrita até hoje”, na opinião de Osmar Fávero.

Importante

O texto ao lado é do Fávero. Entretanto, as palavras em itálico são de Durmeval Trigueiro,

já destacada por Fávero no original.

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Aula 2 | O Processo e elementos essenciais do planejamento 67

a própria sociedade e o poder que a

dirige, para que esta expresse aquelas

idéias, valores e crenças, mas que

igualmente lhes eleve

permanentemente o nível. (...) Este é

o papel de uma elite , que não só

conciliável com uma sociedade

autenticamente democrática, como é

indispensável a esta.

(Fávero apud Mendes, 2000, p.9)

Este texto deixa claro que Durmeval Trigueiro

apontava para a relação dialética poder e saber como

imprescindível ao processo educacional, ou seja, se

contrapondo a idéia da neutralidade educacional.

Outro aspecto importante que passa nas

entrelinhas do texto se refere à questão dos valores e

crenças, ou seja, da cultura com relação ao próprio

processo educacional. Por isto, ele (Durmeval) defende

a simbiose entre cultura e educação. Elas devem andar

juntas, paralelas e não separadas ou complementares.

Finalmente, ele leva a discussão para a disputa

hegemônica dos grupos envolvidos na educação. De um

lado, a visão liberal, na qual pedagogos se

concentravam, e de outros tecnocratas cuja

representação maior era de economistas. Temos que

destacar que nos de 1955 a 1960 predominava a

ideologia “desenvolvimentista”, enquanto com o triunfo

da Revolução de 64, predominará a ideologia

tecnocrática.

Durmeval Trigueiro afirma que os liberais

encetaram um tipo de planejamento raso e linear. Os

planos, na visão dos pedagogos nada deviam conter,

enquanto na dos economistas, ao contrário tudo. Ele

deixa claro que no final, nem os planos eram

pedagógicos, nem os planos eram verdadeiramente

econômicos (idem, p.21). O importante, é que esta luta

entre pedagogos e economistas permanece em nossos

dias.

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Aula 2 | O Processo e elementos essenciais do planejamento 68

De um lado, temos os pensamentos voltados

para uma educação integral e completa para todos, e

de outro lado a educação de acordo com o mercado de

trabalho, baseada no custo e benefício.

Em resumo, você tem que ter em mente que sua

participação ou não no processo de planejar as

atividades educacionais em que estiver envolvido,

implicará nos resultados obtidos.

Dimensões para o Trabalho de

Planejamento

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O escritor italiano Ítalo Calvino (1923-1985),

nascido em Santiago de Lãs Vegas (Cuba), preparou

uma série de conferências para a Universidade de

Harvard (EUA) em 1984. Entretanto, faleceu antes de

terminar a sexta e última que denominara de

CONSISTÊNCIA. Estas Conferências originaram o livro

“SEIS PROPOSTAS PARA O PRÓXIMO MILÊNIO”, no

qual o escritor faz uma DECLARAÇÃO DE ÉTICA e realça

as seis qualidades para vencer a crise contemporânea

da linguagem.

Independente das propostas estarem escritas

para a Literatura, elas têm aplicabilidade em quase

todos os campos do conhecimento humano. Elas são

transcendentais ao mundo moderno. Por exemplo, os

planos, projetos, programas oriundos de um processo

de planejamento devem possuir estas dimensões ,

tendo em vista que representam transparência,

simplicidade e facilidade na comunicação com a

comunidade escolar. Os documentos do planejamento

têm que possuir característica de fácil leitura e

credibilidade.

Ítalo Calvino

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Aula 2 | O Processo e elementos essenciais do planejamento 69

O economista Gustavo Franco, um dos principais

formuladores do Plano Real, confessa grande admiração

por Calvino. Franco publicou, no início do ano de 2000,

na Revista Veja, um artigo sobre Ítalo Calvino, onde

destacou que a obra literária do escritor italiano era

caracterizada pelo misto de realismo e reflexão social,

além da grande influência que tem sobre a cultura

italiana do século XX. Franco chama a atenção para o

livro “O CAMINHO PARA OS NINHOS DE ARANHA”, pois

acredita que os princípios ali propostos seriam

efetivamente transformados em regras eficazes, no

Brasil, na política e na economia.

DIMENSÕES

LEVEZA

Algumas equipes responsáveis por expressar,

em documentos, as decisões do processo de

planejamento possuem a tendência negativa (para

valorizar o trabalho) de produzir textos complexos,

prolixos e cheios de termos ou palavras técnicas não

utilizadas no cotidiano da comunidade. Este

procedimento implica o afastamento natural dos

leitores, em virtude da dificuldade de leitura, do uso

constante de dicionários e do trabalho de interpretação

e compreensão dos textos.

O propósito do planejamento é que todos

Importante

A linguagem tem que ser clara, direta e apropriada para o público alvo. Lembre-se. Quanto mais simples o texto, mais leve e maior a possibilidade das pessoas lerem e entenderem a mensagem.

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Aula 2 | O Processo e elementos essenciais do planejamento 70

comunguem das idéias e participem da sua realização,

e é por isto que a LINGUAGEM DA COMUNICAÇÃO tem

que ser clara, direta e simples, evitando-se dúvidas de

interpretação.

A opção pela leveza é a solução para atender as

qualidades mencionadas, e Calvino descreve em sua

obra o momento em que percebeu tal fato:

...um estilo que eu desejava ágil,

impetuoso, cortante, havia uma

diferença que eu tinha cada vez mais

dificuldade de superar. Talvez que só,

então, estivesse descobrindo o

pesadume, a inércia, a opacidade do

mundo- qualidades que se aderem

logo à escrita, quando não

encontramos um meio de fugir a elas.

(Calvino, 1998: 16)

Em outro trecho, ele afirma:

A leveza para mim está associada à

precisão e à determinação, nunca ao

que é vago ou aleatório.

(Id, p.28)

Diante do exposto, pode se concluir pela

importância da leveza no processo de comunicação,

principalmente na elaboração das mensagens, onde o

texto rebuscado só serve para atrapalhar.

RAPIDEZ

Esta dimensão está intimamente ligada ao

mundo contemporâneo, onde a velocidade é um fator

crítico. A falta do tempo, as informações voando, as

decisões rápidas, os fatos acontecendo como jamais

foram vistos na história, a rede mundial de informações

– internet – permitindo que a pessoa saiba de imediato

tudo o que ocorre em qualquer parte do globo e assim

por diante, obrigam a uma grande rapidez na

transmissão das mensagens e na tomada de decisões.

Importante

O importante é fazer o certo, corretamente, e no prazo oportuno.

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Aula 2 | O Processo e elementos essenciais do planejamento 71

Esta qualidade é interessante, pois muitas vezes

as ações são demoradas em virtude das pessoas

pretenderem eliminar todas as incertezas que estão

envolvidas no processo, gerando perda de

oportunidade. Um exemplo simples é dado pelos

orçamentistas, pois ao prepararem um orçamento para

uma concorrência esquecem que obrigatoriamente o

prazo tem que ser cumprido, independentemente das

informações que possuam a respeito do assunto em

avaliação. É uma questão de “pegar ou largar”.

Fundamentando-se em Calvino, tem-se:

“...numa época em que outros media

triunfam, dotados de uma velocidade

espantosa e de um raio de ação

extremamente extenso, arriscando

reduzir toda a comunicação a uma

crosta uniforme e homogênea, a

função da literatura é a comunicação

entre o que é diverso pelo fato de ser

diverso, não embotando, mas antes

exaltando a diferença, segundo a

vocação própria da linguagem escrita.”

(Calvino, 1998: 58)

No fundo, o autor diz que a comunicação escrita

é imediata e insuportável. Infere-se que a mensagem

tem que ser atual, e por isto o elaborador não pode

retardar seu disparo por causa do risco de emitir

opinião, parecer, críticas ultrapassadas, sem valor

prático como no exemplo do orçamentista.

Imagine um planejamento escolar, para o ano

de 2010, sendo publicado e divulgado em outubro do

mesmo ano, ele pode estar correto, bem feito e até

avançado, mas não terá aplicabilidade prática

nenhuma. Peça para a biblioteca ou exercício.

EXATIDÃO

A necessidade de utilização de informações e

dados no planejamento é comum e imprescindível.

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Aula 2 | O Processo e elementos essenciais do planejamento 72

Entretanto, sua obtenção requer um rigor de pesquisa

que nem sempre se verifica nos trabalhos envolvidos

no processo.

Geralmente, ocorre um erro de percepção

denominado “EFEITO HALO” (tão característico dos

processos de avaliação por parte dos chefes) que se

caracteriza por conclusões apressadas, baseadas em

simplificações à luz de dados e impressões preliminares

ou à primeira vista e, a partir desse momento, sempre

será avaliada (ou melhor, rotulada) do mesmo modo.

Pense na avaliação do professor em relação ao

aluno na sala de aula. Será que nunca o professor sofre

o efeito Halo em uma avaliação?

A exatidão nasce quando:

É verificada cuidadosamente a fonte do dado

e sua informação;

É analisada a credibilidade da fonte com

relação à competência e à capacidade para

expressar opinião sobre o assunto;

É avaliada a fundamentação e a metodologia

aplicada na obtenção dos dados e

informações.

Calvino define o termo exatidão por três

vertentes:

1ª VERTENTE - um projeto de obra bem

definido e calculado;

2ª VERTENTE - a evolução de imagens visuais

nítidas, incisivas, memoráveis temos em

italiano um adjetivo que não existe em inglês,

“icastico”;

3ª VERTENTE - uma linguagem que seja a

mais precisa possível como léxico e em sua

capacidade de traduzir as nuanças do pensamen

Dica de

leitura

A leitura do MANUAL DE LIDERANÇA DA MARINHA DO BRASIL apresenta

uma abordagem simples e boa sobre o Efeito Halo.

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Aula 2 | O Processo e elementos essenciais do planejamento 73

to e da imaginação. (Calvino, 1998: 72)

Conclui-se que a exatidão é uma parte

importante para a credibilidade, é necessária, mas não

é suficiente por causa da consistência.

VISIBILIDADE

Esta dimensão consiste na mescla em se

enxergar a realidade e imaginar o futuro. Deve se

acreditar na utopia e deve se tentar alcançá-la.

Calvino destaca:

Seja como for, todas as “realidades” e

as “fantasias” só podem tomar forma

pela escrita, na qual exterioridade e

interioridade, mundo e ego,

experiência e fantasia aparecem

compostos pela mesma matéria

verbal.

(Calvino, 1998: 114)

Este processo de visibilidade pode ocorrer de

duas maneiras:

Da palavra para a imagem visiva;

Da imagem visiva para a palavra. Entretanto,

é importante esclarecer que, de uma ou outra

maneira, é fundamental que o processo de

“ver o mundo” seja livre de paradigmas e

dogmas, apenas contendo as aspirações e

utopias dos interessados. Não esqueça que

Paulo Freire (2005) afirmava para não ser

neutro, tem que haver sentimento.

:: Exatidão:

As Ciências Humanas não são como as Ciências Exatas que para determinadas afirmações têm que haver a comprovação matemática de 100 %. Certo ou errado. Nelas não ocorre tal fato. Portanto, a EXATIDÂO nas Ciências Humanas

aparece como Calvino colocou em suas vertentes e a Metodologia da Pesquisa nos ensina. O importante é a fundamentação, análise e síntese.

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Aula 2 | O Processo e elementos essenciais do planejamento 74

MULTIPLICIDADE

Partindo-se de Calvino, tem-se:

Diferentemente da literatura medieval

que tendia para obras capazes de

exprimir a integração do saber

humano numa ordem e numa forma

estável, como A Divina Comédia, em

que convergem uma riqueza lingüista

multiforme e a aplicação de um

pensamento sistemático e unitário, os

livros modernos que mais admiramos

nascem da confluência e do

entrechoque de uma multiplicidade de

métodos interpretativos, maneiras de

pensar, estilos de expressão.

(Calvino, 1998: 131)

Esta afirmativa complementa a visibilidade e

ao mesmo tempo define a multiplicidade. O que o

autor expressa é que devemos ver o mundo do modo

mais “aberto” possível, assim como expressar de forma

semelhante. A distância da visão enciclopédica onde a

condensação de todos os saberes, a apresentação de

forma superficial e “fechada” predominam, deve ser

substituída pela leveza de estilo.

A virtude da multiplicidade corresponde, então,

à forma e ao estilo mais adequados, eliminando-se os

pressupostos e paradigmas limitadores.

A lição que pode ser tirada pelo aluno é que ele

não deve se prender aos processos unitários, sem vida

e repetitivos, muito pelo contrário. A analogia com as

multifunções (capacidade de exercícios de várias

funções) é importante.

CONSISTÊNCIA

O leitor pode constatar que as dimensões

(leveza, rapidez, exatidão, visibilidade e multiplicidade)

implicam as características especiais que constituem

:: Visibilidade e Multiplicidade:

As duas dimensões VISIBILIDADE e MULTIPLICIDADE se complementam, pois uma pessoa só consegue “enxergar” mais longe, se ela afasta os dogmas, os paradigmas e tem a capacidade de ouvir, principalmente as versões opostas até dos seus interesses. A multiplicidade permite um trânsito maior em várias versões e lados de um problema, ou seja, permite ao planejador várias opções de solução. Do exposto, em conjunto, elas se entrelaçam.

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Aula 2 | O Processo e elementos essenciais do planejamento 75

uma boa literatura e servem de base para a elaboração

de um bom projeto. Entretanto, faltam ser verificadas a

fundamentação e a teoria aplicada que permitirão a

sustentação das premissas e hipóteses levantadas. Esta

fundamentação e teoria correspondem ao conteúdo que

terá que surgir com a Consistência. Assim, o planejador

deve tomar muito cuidado ao construir as bases que

darão sustentação ao seu traba-lho, não adianta

atender as demais dimensões, se a teoria ou a

fundamentação aplicada apresentar erros ou falhas,

pois estas invalidarão todo o esforço executado por

falta de consistência.

Um dos maiores pecados com a consistência é a

aplicação dos processos de indução, onde o autor

normalmente inicia, precipitadamente, de determinadas

premissas verdadeiras das partes e conclui uma

“verdade” para o todo falsa. Entretanto, aqui não será

provada a lógica da afirmativa, mas todo o aluno deve

tomar cuidado. Exemplificando suponha que você

perguntou qual é a sua escola de samba ao José, ao

Paulo, ao Fernando e a Márcia e todos responderam

Mangueira. Você não pode concluir que todo mundo

torce pela Mangueira.

A utilização de métodos de dedução infere

também cuidado, pois, normalmente, desde Descartes,

pensa-se e raciocina-se apenas cartesianamente, mas

existem outros modos e maneiras de “ver e pensar o

mundo”. A mente tem que estar livre de paradigmas,

tem que estar aberta, mas sendo capaz de operar com

teorias e métodos como recursos normais.

O aluno deve, à luz do que foi apresentado no

capítulo, pensar nos procedimentos que segue para

elaborar seus trabalhos, principalmente se for

responsável pela elaboração do projeto, de um

programa do processo de planejamento.

Dica do professor

Analise a dimensão EXATIDÂO e veja como aquela se relaciona, e se entrelaça com a CONSISTÊNCIA.

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Aula 2 | O Processo e elementos essenciais do planejamento 76

A consistência é o conteúdo do seu trabalho. É a

própria credibilidade.

EXERCÍCIO 3

Quais são as seis dimensões de Calvino que podem ser

utilizadas em planejamento?

( A ) Eficácia, Rapidez, Eficiência, Visibilidade,

Multiplicidade e Consistência

( B ) Desempenho, Qualidade, Eficácia, Visibilidade,

Inconsistência e Custo

( C ) Desempenho, Rapidez, Eficácia, Consistência,

Inconsistência e Custo

( D ) Leveza, Rapidez, Exatidão, Visibilidade,

Multiplicidade e Consistência

( E ) Leveza, Rapidez, Qualidade, Efetividade,

Multiplicidade e Eficiência.

Desempenho: Metas, Indicadores,

Eficiência e Eficácia.

Agora, na nossa caminhada, iremos traçar

algumas definições e conceitos que são fundamentais

para o entendimento da própria disciplina.

Normalmente, eles são trabalhados após a discussão

dos tipos de planejamentos propriamente ditos.

Entretanto, optamos constituir um capítulo, de modo a

facilitar seu entendimento.

METAS

A definição de Metas mais simples que podemos

colocar é: “Metas são pontos ou posições a serem

atingidas no futuro”. Qualquer gestão necessita de

metas e que devem ser estabelecidas continuamente

pelo gestor.

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Aula 2 | O Processo e elementos essenciais do planejamento 77

O estabelecimento de metas deve ocorrer com

participação das lideranças junto com as equipes de

trabalho, ou seja, as metas devem ser instituídas com o

comprometimento de todos os envolvidos.

O trabalho de gerenciar consiste em desenvolver

ações cujos objetivos são as metas, ou seja, as metas

impulsionam a gestão.

A meta tem que ser significativa e por isto, três

elementos são essenciais:

1º ELEMENTO - OBJETIVO GERENCIAL: é a

posição que se pretende alcançar. Exemplo: Uma

escola está com uma tendência alta de reprovações na

5ª série do Ensino Fundamental, pois dos seus 60

alunos, 30 estão nesta situação. Obviamente, a escola

estabelecerá uma meta para o período seguinte que

pode ser: “Reduzir a tendência de reprovações nas 5ª

série do Ensino Fundamental”.

Outro exemplo: “Reduzir o número de acidentes

de trânsito na rodovia X”. Ou “Ampliar o número de

vagas do curso de comunicação”.

EXERCÍCIO 4

Você é capaz de estabelecer três metas para situações

que está vivendo? Verifique as metas e faça a sua

quantificação. Se você não conseguir é sinal de que

elas não são metas.

1ª META:

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

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Aula 2 | O Processo e elementos essenciais do planejamento 78

2ª META:

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

3ª META:

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

2º ELEMENTO - VALOR: se você só estabelecer o

objetivo, fatalmente nada irá acontecer efetivamente,

porque um fator importante não foi atribuído ao

objetivo. Ela (meta) está apenas existindo em termos

qualitativos.

Pense bem, como você irá medir se as “coisas”

estão acontecendo? A resposta é simples, falta valor,

ou seja, falta quantificar. Assim, veja como muda:

“REDUZIR a tendência de reprovações nas 5ª

séries do Ensino Fundamental EM 50%”.

“REDUZIR o número de acidentes de trânsito na

rodovia X EM 40%”.

“AMPLIAR o número de vagas do curso de

comunicação EM 60%”.

Agora, você poderá medir tranqüilamente, se de

fato as metas estão acontecendo. Entretanto, existe

uma unidade que ainda falta, e por isto deixa

incompleta a meta. Trata-se do tempo.

Importante

Caro aluno repare que as metas foram estabelecidas com verbos de ação clara. Cuidado com a escolha dos verbos, evite meta que contenha verbos cuja ação não represente o efetivo resultado para o que é desejado. Exemplo:

MELHORAR.

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Aula 2 | O Processo e elementos essenciais do planejamento 79

3º ELEMENTO - PRAZO: é fundamental que seja

estabelecida a duração, o prazo para a execução da

meta.

Exemplo: “Reduzir a tendência de reprovações

nas 5ª série do Ensino Fundamental em 50% NO

TERCEIRO TRIMESTRE”.

“Reduzir o número de acidentes de trânsito na

rodovia X em 40% ATÉ ABRIL DE 2010”.

“Ampliar o número de vagas do curso de

comunicação em 60% ATÉ NOVEMBRO DE 2010”.

EFICIÊNCIA, EFICÁCIA E EFETIVIDADE

Estabelecemos as diversas metas. São sonhos e

alvos a serem alcançados. Entretanto, ao ser executada

a ação o resultado pode não representar o que se

deseja, ou seja, o DESEMPENHO pode ficar aquém ou

além do que foi esperado. Assim, o desempenho pode

ter sido realizado com:

EFICÁCIA: corresponde a situação na qual o

resultado foi alcançado, ou seja, corresponde “fazer a

coisa certa”.

Exemplo: Minha meta era: “reduzir a tendência

de reprovações nas 5ª série do Ensino Fundamental em

50 % no terceiro trimestre”, e ao final do trimestre, a

escola conseguiu redução estabelecida. Em resumo, a

escola foi eficaz nesta meta.

EFICIÊNCIA: corresponde a situação na qual o

resultado é alcançado de maneira certa, ou seja,

utilizamos os recursos disponíveis corretamente para

realizar a ação.

Importante

“NÃO EXISTE ORDEM SEM PRAZO”. Se você como gestor

der uma ordem e não estabelecer prazo, tenha consciência que dificilmente acontecerá à ação. Este é um princípio da Administração. Logicamente, o ideal é você combinar o prazo com o autor da ação em termos de exeqüibilidade e de participação.

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Aula 2 | O Processo e elementos essenciais do planejamento 80

Anteriormente, eu tive uma eficácia de 100% na

meta “reduzir a tendência de reprovações nas 5ª série

do Ensino Fundamental em 50 % no terceiro trimestre”,

pois consegui alcançar a redução de 50 % estabelecida

para as reprovações. Entretanto, imagine se eu tivesse

previsto gastar R$ 2.000,00 com as ações para obter os

resultados, e gastei R$ 4.000,00. A minha eficiência

não foi de 100 %, e sim de 50 % porque gastei o dobro

dos recursos disponíveis.

Outro exemplo, se a escola estabeleceu decorar

um paredão de 10 m2 em dez dias, ela fixou uma média

de 1 m2 por dia para agir.

Se ao final do primeiro dia, só foi realizado 0,5

m2, ou seja, a eficiência do trabalho foi 50 %.

No final do segundo dia, realizamos mais 1,5 m2,

totalizando 2 m2, ou seja, a eficiência alcançada é de

100 %, porque até o 2º dia, tínhamos que fazer 2 m2.

Como você pode ver a medição da eficiência é

uma excelente ferramenta para o gestor.

EFETIVIDADE: corresponde a situação na qual

se verifica o IMPACTO DA AÇÃO, ou seja, em resumo,

fazer a coisa certa e de maneira certa.

INDICADORES

Falamos em Eficiência, Eficácia e Efetividade, e

fizemos algumas medições, mas não comentamos o

que seja indicador.

INDICAÇÃO significa a ação ou o efeito de

indicar, e INDICADOR, aquele que indica, ou seja, na

realidade, utilizamos indicadores (a área em m2 quando

falamos na pintura do paredão, ou em reais quando

Importante

Você não administra/gerencia qualquer atividade ou meta sem o estabelecimento de

indicadores.

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Aula 2 | O Processo e elementos essenciais do planejamento 81

citamos o exemplo da redução de reprovações) para

medir e verificar a efetiva ocorrência das metas. Assim,

é importante que cada objetivo tenha a sua meta, e do

mesmo modo esteja estabelecido um indicador para

medir e acompanhar o progresso da meta.

É fundamental deixar claro que um indicador

será definido pela fórmula:

Um exemplo simples ocorre quando desejamos

saber o número de clientes insatisfeitos com a escola:

Neste momento, é importante para você (aluno)

o conhecimento do papel que um indicador representa

para qualquer atividade ou meta, ou seja, sem

estabelecer o indicador não será possível monitorar ou

controlar qualquer atividade ou meta.

Os indicadores poderão ser:

INDICADORES DE EFICÁCIA: quando se

pretende medir a satisfação dos pais dos

alunos com a escola (clientes) e as

características do serviço prestado;

INDICADORES

São formas de representação quantificável de

características de produtos e processos (serviços),

que são utilizados para controlar e monitorar os

resultados desejados em um período de tempo.

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Aula 2 | O Processo e elementos essenciais do planejamento 82

INDICADORES DE EFICIÊNCIA: quando se

pretende verificar a competência no uso dos

recursos destinados a prestação do serviço da

escola. O objetivo é a redução dos custos

sem prejudicar a satisfação do cliente; e

INDICADORES DE EFETIVIDADE: quando

além de eficazes e eficientes têm os objetivos

de medir as conseqüências externas que

ocorrem após concluída a prestação do

serviço.

INDICADORES DE DESEMPENHO

INDICADORES EFICIÊNCIA EFICÁCIA

DIZEM RESPEITO Ao modo de utilizar

recursos

A satisfação do

cliente

MEDEM Redução de custos Características do

serviço

TEM FOCO No esforço Nos resultados

INDICAM Como fazer O que fazer

ENSINAM A maneira certa de

fazer as coisas

A fazer as coisas

certas

POSSUEM

ÍNDICES

Que tem no

denominador o fator

a ser avaliado

Que expressam o

grau de aceitação de

uma característica.

Dimensões da Qualidade

Queremos deixar claro que ao iniciar este

capítulo, o nosso objetivo é apresentar as dimensões da

Qualidade sem entrar contudo no mérito de sua

validade. Eles deverão ser estudados em detalhes na

disciplina sobre Gestão da Qualidade Total ou

semelhante. Aqui, é importantíssimo ter o

conhecimento sobre as dimensões da Qualidade.

As dimensões da Qualidade são atributos aos

quais estão relacionadas às necessidades dos clientes.

Assim sendo, temos:

:: Cliente:

A utilização da palavra CLIENTE ou PRODUTO nos meios educacionais sofre severas críticas. Normalmente, é dito, por determinados educadores, que estamos oficializando a mercantilização da educação, ou que esta é um negócio. Aqui, estamos

trabalhando no sentido do atendimento ao aluno ou ao seu pai.

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Aula 2 | O Processo e elementos essenciais do planejamento 83

QUALIDADE INTRÍNSECA ligada ao produto;

ATENDIMENTO ligado à entrega, prazo,

tempo de espera, etc, ou seja, a satisfação do

cliente;

CUSTO ligado ao serviço prestado pela

escola;

SEGURANÇA ligada às condições da prestação

do serviço;

MORAL ligada a satisfação da equipe da

escola;

ÉTICA ligada à prestação do serviço.

Abaixo, temos um quadro com exemplos da

utilização das seis dimensões:

EXEMPLO DE DIMENSÕES DA QUALIDADE

Exemplos Dimensão

da qualidade

Categoria

do indicador

Pessoas

afetadas

Conformidade e

adequabilidade aos

requisitos, sem

defeitos: bons

professores,

programa

atualizado e outros.

Qualidade

Intrínseca

Eficácia Cliente

Prazo de entrega,

volume, satisfação,

insatisfação,

reclamações:

cumprimento do

projeto político-

pedagógico e

outros.

Atendimento

Eficácia Cliente

Valor para o cliente.

Custo do serviço.

Custo Eficiência Cliente, Acionista,

Empregado

Absenteísmo,

capacitação,

benefícios,

rotatividade dos

empregados.

Moral Eficácia Empregado

Acidentes de

trabalho, acidentes

com alunos

Segurança Eficácia Cliente, Vizinhos,

Empregado

Contratos

enganosos, fraudes,

sindicâncias

Ética Eficácia Cliente, Parceiros,

Empregado

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Aula 2 | O Processo e elementos essenciais do planejamento 84

EXERCÍCIO 5

Os indicadores devem medir que dimensões da

qualidade:

( A ) Qualidade Intríseca, Atendimento, Custo e

Segurança;

( B ) Desempenho, Qualidade, Eficácia e Visibilidade;

( C ) Rapidez, Eficácia, Consistência e Custo;

( D ) Qualidade Intríseca, Atendimento, Segurança e

Consistência;

( E ) Qualidade Intríseca, Atendimento, Visibilidade e

Eficiência.

RESUMO

Vimos até agora:

A diferença entre o Planejamento, o Projeto e

o Plano, bem como a importância da liderança

sobre o processo de planejamento;

Desenvolvimento do conceito de

planejamento, pois é fundamental se ter

mente as possibilidades de intervenção na

sociedade e o planejamento será o

instrumento imprescindível para a

alavancagem do processo;

A importância da utopia para a constituição

da visão de futuro e da democracia na

construção do planejamento;

Os tipos de democracia: democracia

protetora; a democracia elitista pluralista de

equilíbrio; democracia desenvolvimentista

participativa e a democracia participativa, bem

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Aula 2 | O Processo e elementos essenciais do planejamento 85

como a avaliação dos tipos de democracia;

Descentralizar e desconcentrar, ou seja,

delegar com poder decisório ou apenas

desconcentrar atividades;

As disputas em jogo determinam a

identificação dos diversos interesses em torno

de uma matéria, discussão ou política;

As dimensões de Calvino e sua importância

para se planejar;

Como estabelecer metas;

Como medir o desempenho e a qualidade

através de indicadores;

Como ver resultados por meio da eficácia,

eficiência e efetividade.

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Projeto político

pedagógico

Antonio Fernando Vieira Ney

AU

LA

3

Ap

res

en

taç

ão

Nesta aula teremos a oportunidade de conhecer e aprender

conceitos importantes que estão intimamente ligados a

elaboração, monitoramento e controle do Projeto Político

Pedagógico.

Algum aluno pode achar que a denominação correta do capítulo

seja Planejamento Estratégico. Entretanto, queremos deixar claro

que este aluno não estará totalmente errado, mas podemos

conceber que o Projeto Político Pedagógico contenha o

Planejamento Estratégico e o Planejamento Operacional, tendo em

vista facilitar a construção pela escola e facilitar o entendimento.

Assim, obedeceremos a este último modelo.

Esperamos que você procure obter o conhecimento deste

importante instrumento para a gestão e funcionamento da escola

em todos os seus processos.

Ob

jeti

vo

s

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja

capaz de:

Conhecer o que é o Projeto Político Pedagógico.

Entender a construção de um Projeto Político Pedagógico.

Entender a aplicação do Projeto Político Pedagógico.

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Aula 3 | Projeto político pedagógico 88

Considerações Iniciais

As duas aulas até aqui estudadas tiveram

objetivo de posicionar o aluno com relação ao processo

de planejamento. Inicialmente, apresentamos as

relações entre a escola e a comunidade, os níveis e

tipos de planejamentos em função da estrutura

organizacional da escola.

A conceituação e a importância do processo de

planejamento como elemento fundamental da

transformação social foram desenvolvidas na segunda

aula.

Posteriormente, nas aulas subseqüentes,

tivemos a oportunidade de abordar o próprio processo

de planejamento e definimos os elementos essências

para planejar.

Agora, iremos viajar pelos diversos

planejamentos que envolvem a escola. Partiremos de

cima para baixo. Ou seja, veremos na atual aula a

conceituação do PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

(Planejamento Estratégico) e nas seguintes: a

elaboração do PPP, o Planejamento Curricular (Plano de

Curso), o Planejamento de Ensino-Aprendizagem, o

Plano de Aula, e por fim, um planejamento ligado a

Projeto de Trabalho, encerrando nosso curso.

Vamos começar dialogando com Taheshy

Tachiwaza e Rui Otávio que na obra “Gestão de

Instituições de Ensino” apresentam a seguinte diferença

para o Planejamento Estratégico e o Projeto Político-

Pedagógico:

O Planejamento Político-Pedagógico

deve ser estruturado a partir do

Planejamento de Estratégico

desenvolvido, que por sua vez conside-

Considerações iniciais 88 Considerações essenciais 92 Concepção 102

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Aula 3 | Projeto político pedagógico 89

ra o teor de uma análise ambiental e o

diagnóstico interno a ser efetuado no

âmbito da instituição de ensino dentro

dos contornos delineados pelo modelo

de gestão.

E continua em outro parágrafo:

...os gestores da Instituição de Ensino

devem ser ter consciência do que

estão oferecendo à comunidade, que

não é, em qualquer grau ou nível,

apenas a informação, mas também a

formação; assim, terão que se

preocupar não só com a disposição das

matérias e disciplinas em currículos

plenos, mas também com o modo

como vão proceder para a mudança

interior daqueles que a procuram.

Do exposto, conclui-se que estamos diante do

processo e de seu produto.

A elaboração do Projeto Político-Pedagógico deve

estar ligada aos princípios de flexibilidade, sobriedade,

respeito à adequação, autenticidade, especificação,

integração e sistematização.

Inicialmente temos que citar que o Projeto

Político Pedagógico deve ser desenvolvido em dois

níveis: POLÍTICO (estratégico) e ADMINISTRATIVO

(operacional).

DÚVIDA CONCEITUAL

Professor, ficamos confusos. No início da aula, foi

dito que o PPP inclui o Planejamento Estratégico e o

Planejamento Operacional e aqui, é dito que o PPP é

estruturado a partir do Planejamento Estratégico?

Queridos alunos, planejamento é um processo e

projetos,

planos ou programas são produtos oriundos de um

processo. Ou seja, não existe confusão, pois o PPP

irá representar o trabalho desenvolvido nos dois

planejamentos (os resultados compostos pelas

diversas decisões tomadas). Retorne, se for o caso,

a aula em que discutimos tais conceitos.

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Aula 3 | Projeto político pedagógico 90

O primeiro nível – POLÍTICO (estratégico) –

caracteriza-se pela abrangência, objetivando os fins

com ênfase na criatividade e baseado na ideologia,

filosofia e ciências. Sua duração é de médio ou longo

prazo e busca a transformação. Ele estabelece

finalidades, objetivos e diretrizes a partir de um cenário

em que a instituição estará inserida; assim como

procedimentos para atuação.

Este Planejamento trabalha as questões do tipo:

O que fazer?

Para quê faço?

Para quem faço?

Porquê faço?

O sentido das perguntas é para definir a missão

e o rumo que a Instituição deve seguir para alcançar o

ideal firmado. Este ideal é a mudança da realidade

vivida para uma desejada pela escola e comunidade.

O segundo nível – ADMINISTRATIVO

(Operacional) – caracteriza-se pela realização da

missão de acordo com o rumo estabelecido pelo

primeiro, sua ênfase está na técnica, nos métodos e na

racionalização dos esforços, buscando essencialmente a

eficiência, ou seja, está ligada aos meios e não aos fins.

A duração é curta e imediata. Ele deve representar o

desdobramento do anterior.

Este planejamento trabalha as questões:

Como fazer?

Com que fazer?

Onde fazer?

Quais são os recursos necessários?

O que fazer?

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Aula 3 | Projeto político pedagógico 91

Logicamente, esta pergunta corresponderá ao

nível que está sendo trabalhado, ou seja, as ações

estabelecidas serão frutos dos desdobramentos das

ações do Planejamento Político.

Um fator a ser destacado é que o aluno pode

estar pensando que são dois planejamentos distintos e

inteiramente separados; entretanto, embora de

concepções e horizontes distintos, os dois devem ser

integrados e devem constituir uma clara orientação

para a escola e a comunidade. Como foi dito, um

focaliza os fins enquanto o outro, os meios, e ambos

permitirão alcançar as metas traçadas para as

transformações esperadas dentro da escola.

A elaboração é A PRIMEIRA ETAPA do processo,

a partir da sua implantação surgirão as seguintes:

SEGUNDA ETAPA – execução

TERCEIRA ETAPA – avaliação

QUARTA ETAPA – correção dos rumos.

Estas etapas ocorrem sucessivamente e

continuamente, ou seja, cada um dos planejamentos

tem de ser acompanhado, de preferência, em tempos

determinados, avaliados e corrigidos de acordo com o

momento.

O maior erro é a imaginação de que o

planejamento é um documento estático e inalterado, e

que ele tem que ser cumprido exatamente como está

previsto. Na realidade, ele corresponde ao Norte da

bússola, é o orientador, é o indicador do caminho e não

um regulamento ou norma para ser cumprido

fielmente. Afinal de contas, o planejamento é um

ideário, nele estão inseridos sonhos, hipóteses e

probabilidades que poderão ocorrer ou não como

previsto.

Para pensar

Pense, o planejamento é uma direção a ser tomada, a ação não ocorrerá exatamente como previsto, por isso, a necessidade de correção de rumo.

Para refletir

Você já ouviu falar em enfrentar as incertezas? (Morin, 2005)

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Aula 3 | Projeto político pedagógico 92

Ao se pensar em hipóteses e probabilidades,

tem de ser lembrado o fato que quando um

planejamento é elaborado e seus autores estão

trabalhando a longo ou médio prazo o grau de

incerteza é maior do que no curto prazo. Isto não

significa que este último só tenha certeza.

Condições essenciais

CONDIÇÕES PARA UM PPP DEMOCRÁTICO

A opção para a denominação de Projeto político

Pedagógico em substituição ao Projeto Educacional ou

Proposta Pedagógica é porque ela representa as duas

dimensões; A PRIMEIRA PEDAGÓGICA (específica da

escola) e A SEGUNDA GERAL (política, cultural,

filosófica), esta justificativa é apresentada por Celso

Vasconcellos (1999).

Este autor define o Projeto Político-Pedagógico

como o plano global da instituição.

E continua:

Pode ser entendido como a

sistematização, nunca definitiva, de

um processo de Planejamento

Participativo, que se aperfeiçoa e se

concretiza na caminhada que define

claramente o tipo de ação educativa

que se quer realizar. É um instrumento

teórico-metodológico para intervenção

e mudança da realidade. É um

elemento de organização e integração

da atividade prática da instituição

neste processo de transformação.

(Vasconcellos, C., 1999: 169)

Como visto, o Projeto político-Pedagógico só

existirá e terá sentido na possibilidade da ocorrência de

um planejamento participativo e, neste momento, a

influência do processo de gestão da escola pode tornar

:: Grau de incerteza:

Um planejamento é construído sob três enfoques:

Racionalismo Decisão Futurismo.

Daí, a incerteza.

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Aula 3 | Projeto político pedagógico 93

inviável o projeto, tendo em vista a obrigatoriedade da

participação pretendida pela Direção da Escola.

Outro aspecto que surge é aquele ligado à

relação entre entidades mantenedoras e escolas.

Assim, a falta de autonomia da escola poderá até

inviabilizar o projeto, já que a imposição autoritária

elimina qualquer possibilidade de transformação da

realidade num projeto participativo.

Mendes (2000, p.177) destaca a questão da

autonomia, fator importante para a construção da

própria gestão, e ele nos relembra um aspecto que não

pode ser esquecido do processo de planejamento:

Ora, o caso brasileiro e muito diferente

do caso Americano. Histórica e

culturalmente, não somos um pais

cujo dinamismo repouse,

primariamente, na iniciativa individual

ou na forca de instituições autônomas,

sob a imantação integradora do

Estado. As instituições de ensino não

se acostumaram a ver-se como um

pequeno universo concentrado na sua

identidade própria, cioso de sua

autonomia como forma de criação.

Vivemos sempre atraídos pelos

protótipos criados pelo Estado.

E claro que nos cabe estimular a tendência

contraria, como assinalei no começo deste capitulo;

desligá-la dos padrões oficiais e realizar a aventura de

sua criatividade. Entretanto, a autonomia não implica

necessariamente desarticulação de uma política afinada

com o projeto nacional".

Mendes defende a necessidade de projeto

educacional integrado a um projeto nacional. A

autonomia e a criatividade são elementos essenciais

para o resultado, por isso a fala dele acima e que

complementamos com:

Importante

Você talvez esteja confuso(a). O que estamos dizendo é que um PPP para representar a vontade da escola e da comunidade terá que ser construído de forma participativa e com autonomia da escola.

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Aula 3 | Projeto político pedagógico 94

Em síntese: o poder federal em

educação e o poder de traçar as

diretrizes e bases de uma política

nacional a ser desenvolvida pelos

estados e instituições de ensino.

(Mendes, op.cit.)

Ocorrendo ambas as situações, ou pelo menos

uma delas, só será possível pensar em termos de

Planejamento Operacional, ou seja, administrar o

“pacote” definido pelas “autoridades”. Trata-se aí de

trabalhar os meios.

GESTÃO PARTICIPATIVA

A gestão predominante nas escolas é oriunda da

própria formação da sociedade brasileira, onde o

autoritarismo foi marcante e os projetos escolares

sempre impostos de cima para baixo e sem ser ouvido

quem era impactado pelo processo.

Assim, as escolas técnicas, por exemplo, jamais

se preocupam se os formandos que elas entregavam ao

mercado de trabalho tinham emprego, se eram

realmente competentes e se as empresas e

empregadores continuavam interessados naquele tipo

de formação profissional. A escola não se preocupava

com a qualificação de seu corpo docente, com sua

atualização às novas tecnologias, e com isto o professor

repetindo, ano após ano, as experiências e as

metodologias que aplicara em seus primeiros cursos,

além de usar obras ultrapassadas como livro-texto,

caminhava até a aposentadoria. Este quadro, elaborado

para a educação profissional, não é diferente dos

demais e não cabe aqui construir um inventário sobre a

educação nacional. Entretanto, o exemplo serve apenas

para posicionar o leitor na realidade de nossas escolas.

O mundo moderno exige nova postura e a

gestão participativa é uma opção e é primordial, pois o

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Aula 3 | Projeto político pedagógico 95

poder real de tomar parte ativa nos processos deve ser

de todos (dirigentes, alunos, pais, docentes e

comunidades) de modo a transformar a situação

existente.

As transformações desta realidade só existirão

com a PARTICIPAÇÃO coletiva de todos. Tem de haver,

também, COMPROMETIMENTO e o gestor (Diretor) da

escola aparece como o elemento fundamental para

provocar tal participação.

A participação precisa ser organizada,

sistematizada e permanente, tendo que estar ligada a

todos os processos da escola, do planejamento até a

limpeza, ou seja, o todo tem que ser continuamente

pensado e estudado para a definição do rumo a seguir.

Quando se fala em participação e

comprometimento, não se fala apenas em processos

como os de reuniões de condomínio, na qual se dá um

aviso e, depois, faz-se a reunião com o número de

presentes existentes. Ou seja, a escola terá que

desenvolver na sua estrutura um organismo para isto

(assembléia, conselho) com sistemática e metodologia

própria e procurar ir ao encontro dos interessados,

mesmo que estes não venham comparecendo.

ADMINISTRADOR (GESTOR)

Gandin, em sua obra, “A Prática do

Planejamento Participativo”, faz uma abordagem a

respeito do papel do administrador neste processo. Ele

diz:

... a administração é uma tarefa

específica para qual se requer

determinada preparação, que deve ser

exercida por determinadas pessoas

(eleitas ouconsensualmente designadas)

para centrar a participação no planeja-

Dica do professor

O planejamento político é o planejamento estratégico, primeiro nível de um processo de planejamento.

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Aula 3 | Projeto político pedagógico 96

mento operacional. Quanto ao

planejamento político, cabe ao

administrador participar como

qualquer outro e desempenhar um

tarefa específica: coordenar o processo

político para que no centro do

planejamento político esteja o povo.

(Gandin, D., 1999: 38)

A conceituação de Gandin é muito importante

quando se verifica na prática a construção do Projeto

Político-Pedagógico no qual o Gestor não participa, mas

impõe sua vontade, confundindo os papéis de

administrador e de coordenador do processo do

planejamento político (estratégico).

O papel da administração é ligado à operação e

ao funcionamento da escola, e o trabalho do Gestor é

imprescindível. O Planejamento Operacional deve ser

guiado pelo Gestor, pois cabe a ele conduzir o processo

da realização dos diversos programas estabelecidos.

Entretanto, no Planejamento Político (Estratégico), ele

deve ser um participante igual a qualquer um outro;

pois, neste momento, estão sendo discutidos os

caminhos a serem seguidos e a própria sobrevivência

da instituição.

EQUIPE

Outro aspecto que devemos deixar claro trata-se

das equipes elaboradoras do planejamento estratégico,

pois a nosso ver o insucesso de uma serie de

planejamentos do passado foi à execução por técnicos

especializados e por equipes restritas. Assim,

defendemos o planejamento participativo e com

equipes multidisciplinares (ver Vasconcellos, 1995;

Gandin, 1999; Mendes, 2000; Gomes, 2003; Parente,

2003; Braga e Monteiro, 2005).

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Aula 3 | Projeto político pedagógico 97

O processo de planejamento deve iniciar na

formação da equipe, e como o Manual do MEC (op.cit,

p.15) recomenda:

A equipe se define quando um grupo

inicia um trabalho em conjunto,

sistemático e planejado, para atingir

um objetivo comum.

Nesta mesma obra encontramos a seguinte

sugestão de atributos para a equipe:

INTENCIONALIDADE (direção nos objetivos),

ARTICULAÇÃO (ações vinculadas umas as outras),

CONVERGÊNCIA (ações intencionalmente e

articuladamente desenvolvidas para os objetivos da

equipe) e TRANSCENDÊNCIA (ações vinculadas à

missão da instituição e dos objetivos do programa).

O trabalho, em equipe, em nossa sociedade é

difícil, tendo em vista que a sociedade e a educação são

voltadas para o individualismo e para a ação

fragmentada do tipo “eu fiz o meu ou a minha parte,

agora os outros é que se virem”, esquecendo que ele

compõe um time e o sucesso dará lucro a todos,

mesmo pensando em termos capitalistas. A

especialização, o consumismo e os meios sociais

provocam disputas cada vez maiores, para que o

individuo procure isoladamente suas ações. Dividir para

conquistar.

A formação da equipe é importante. Assim, e

fundamental a CONSCIENTIZAÇÃO e SENSIBILIZAÇÃO

da equipe para a construção do processo de

planejamento.

O gestor da Escola terá que desenvolver

técnicas, metodologias e procedimentos para criar o

hábito de trabalho em equipes autodirigidas e conduzir

o comprometimento generalizado, de modo que cada

participante se sinta responsável pelo trabalho, sem

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Aula 3 | Projeto político pedagógico 98

estrelismo do tipo “eu que fiz, eu que mando, eu que

determinei e outros”.

O MANUAL DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

ESCOLAR DO MEC apresenta um quadro transcrito

abaixo que demonstra a diferença entre Grupo e

Equipe. A importância deste quadro, para a liderança

da escola, é de perceber que havendo omissão desta,

tem-se o efeito elástico, onde provavelmente tudo

voltará ao ponto de partida, ou seja, a equipe tenderá a

voltar a ser o grupo novamente.

DIFERENÇA ENTRE GRUPO E EQUIPE

GRUPO EQUIPE

Liderança claramente

individualizada

Liderança compartilhada entre

os membros

Responsabilidade individual Responsabilidade individual e

compartilhada.

Propósito semelhante à missão

institucional da escola

Propósito especifico auto-

assumido pela equipe

Resultados do trabalho

individual

Resultado do trabalho coletivo

Ênfase na eficiência das

reuniões

Ênfase no estimulo a discussão

aberta e as reuniões efetivas

de resolução de problemas

Eficácia medida indiretamente,

através da influencia sobre os

outros.

Desempenho medido

diretamente, por meio da

avaliação de resultados do

trabalho coletivo.

Discussão, decisão e

delegação.

Discussão, decisão e execução

do trabalho em conjunto.

A equipe de trabalho para atingir um

desempenho satisfatório tem que ter seus objetivos

sintonizados com a Missão da escola e estar de acordo

com o Planejamento Político (Estratégico). Os objetivos

têm de estar ligados a dois princípios fundamentais: o

do COMPROMISSO e o da RESPONSABILIDADE de cada

e de todos em conjunto.

O gestor, como dito anteriormente, deve

participar, incentivar participações e acompanhar os

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Aula 3 | Projeto político pedagógico 99

trabalhos da equipe, independente das funções

gerenciais normais (planejar, organizar, motivar, dirigir

e controlar).

EXERCÍCIO 1

Você acaba de participar com seus colegas da

elaboração do Projeto Político Pedagógico da escola. Foi

elaborado um belo documento com todos os objetivos e

metas definidas. Grande motivação e esperança do

pessoal nas propostas estabelecidas. O PPP é

implantado, e no decorrer logo do primeiro mês, o

Diretor começa a alterar as decisões (alegando que

houve solicitação de alguns professores) sem reunir os

interessados e sem promover uma reunião se quer. Do

exposto, pergunta-se, está correto o papel do gestor da

escola? Ele não seria um ditador se não atendesse aos

poucos professores que solicitaram a mudança? Como

você se sentiria nessa situação?

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

Peter Senge (1990) alerta para o fato que uma

instituição só tem uma equipe quando os objetivos de

cada membro do time estão alinhados com os seus.

Para este alcance, cada participante terá que ter

DOMÍNIO PESSOAL e MODELOS MENTAIS

desenvolvidos, ou seja, a liderança terá que trabalhar

os valores e crenças de cada um, de modo que

conscientizados e sensibilizados tenham suas

competências e capacidades elevadas e, então possam

produzir em equipe.

Importante

PROBLEMA O objetivo comum é um dos problemas mais sério para o trabalho em equipe e para uma gestão participativa. A causa é função direta dos objetivos oriundo do INDIVIDUALISMO predominante na sociedade. Assim, é difícil a constituição destes objetivos comuns. O interesse da instituição coincidir com o de cada membro da equipe. Aí, está o grande desafio dos pedagogos e gestores modernos.

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Aula 3 | Projeto político pedagógico 100

Na concepção dele, para uma organização se

tornar de aprendizagem ainda faltam duas etapas: o

TRABALHO EM CONJUNTO e o RACIOCÍNIO SISTÊMICO.

O raciocínio sistêmico vem com o tempo e consiste em

pensar sem paradigmas, ou seja, pensamento livre,

aberto, seguindo todos os caminhos, não importando

ser lógico, indutivo, dedutivo ou analítico. Vendo o

todo.

Em resumo, as cinco disciplinas são: DOMÍNIO

PESSOAL, MODELO MENTAIS, OBJETIVO COMUM,

APRENDIZAGEM EM GRUPO e RACIOCÍNIO SISTÊMICO.

Outro ponto importante do trabalho em equipe é

o reconhecimento e o da recompensa junto ao pessoal,

pois eles são fundamentais para manter reforçada e

elevada a moral do time. A informação de resultados

tem que existir continuamente e as conquistas devem

ser comemoradas. O RECONHECIMENTO é tomar

público todo um esforço para um bom desempenho e

tem como objetivo valorizar os atos pessoais.

Eles (recompensas e reconhecimentos) têm que

ser aplicado de imediato ao ato, de forma pessoal e

deve estar com credibilidade junto aos demais

membros da equipe. O cuidado é não existir

vencedores e perdedores ou as premiações do

reconhecimento se tornarão insignificantes, ou seja,

não produzirá nenhum efeito útil, pelo contrário.

A recompensa é mais difícil, pois envolve

dinheiro e geralmente seu uso não é possível e é

complicada a sua aplicação.

METODOLOGIA DE TRABALHO

O trabalho de planejar tem que ser desenvolvido

de acordo com uma metodologia científica e com

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Aula 3 | Projeto político pedagógico 101

cuidados já citados em itens anteriores. Entretanto,

aqui, cabe a sugestão de se adotar os seguintes

procedimentos para o trabalho em equipe:

A EQUIPE COORDENADORA deve utilizar

questionários para as reuniões que se

iniciarão a cada etapa do planejamento. Estes

questionários são compostos por questões

que levem os vários participantes à

motivação e são constituídos por assuntos

prioritários e importantes;

Após a obtenção das respostas, devem ser

elaborados textos com as respostas de cada

membro;

A equipe coordenadora ou uma outra

designada deve construir um texto final com

todas as propostas;

Em PLENÁRIO, deve ser apresentado o

documento com o propósito de ser verificado,

pelos diversos participantes, se o texto

representa exatamente a vontade do

plenário;

Corrigida a redação pela crítica, o texto deve

voltar ao PLENÁRIO para avaliação final, ou

seja, inicia o processo de juízo. É

EXATAMENTE O TEXTO A VONTADE DA

EQUIPE?

A partir deste momento, são feitos os ajustes

para em plenário, ser definido o documento

final. Tal documento tem que ser a partir daí

respeitado e só deve ser mudado com aval de

todos (em plenário).

Dica do professor

A equipe coordenadora pode ser designada pela direção ou eleita/escolhida em plenário.

Importante

O processo mais democrático para assembléias é a votação. Entretanto, tem que ser deixado claro que as decisões são tomadas por maioria e não por unanimidade. Esta última é difícil de se alcançar.

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Aula 3 | Projeto político pedagógico 102

COMPORTAMENTO E ATITUDES DOS MEMBROS DA

EQUIPE

O comportamento e as atitudes dos membros da

equipe de trabalho para a elaboração do Projeto Político

Pedagógico são fundamentais, pois na hipótese da

existência de posições inadequadas, todo o esforço

poderá ser jogado fora.

O gestor do processo deve estar preocupado em

evitar:

O imediatismo e o comodismo;

O perfeccionismo;

A incredibilidade, o não acreditar em nada;

A inexperiência acrescida da rotatividade de

pessoal;

O autoritarismo;

A sensação de perda de minorias em decisões

da maioria;

Excesso de formalidades com falta de

objetividade.

Concepção

Logicamente, a concepção de um planejamento

compreende FUTURISMO, RACIONALIDADE e DECISÃO,

bem como a convivência com a eterna incerteza.

Para caminhar neste campo se tem a

necessidade de:

Imaginar o futuro (estabelecer um alvo);

Avaliar a realidade (construir um diagnóstico

da escola e do mundo em que se está

inserido);

Comparar o futuro sonhado com a realidade;

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Aula 3 | Projeto político pedagógico 103

Definir um itinerário em função da

comparação e análise realizada, buscando

definir ações para se chegar ao sonhado

futuro.

Este processo já foi descrito anteriormente.

Entretanto, é fundamental que o aluno tenha em mente

tal estrutura, pois qualquer processo de planejamento

obedece tal trajetória.

Um PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO de uma

instituição de ensino deve conter duas partes:

PARTE FIXA: Regimento Interno; e

PARTE MÓVEL: Planejamentos.

O REGIMENTO INTERNO é um instrumento legal,

registrado em cartório e onde consta: a estrutura da

escola, o organograma, a descrição dos cargos e das

funções, as responsabilidades, as diretrizes gerais de

ordem administrativa.

Os planejamentos são elaborados e alterados

continuamente devido sofrerem avaliações e

atualizações. Assim, o conjunto com os dois

documentos – o Projeto Político Pedagógico -

apresentará toda a estrutura, a organização e o

funcionamento da escola, tornando mais fácil para

todos os envolvidos conhecerem o que a comunidade

escolar pretende realizar.

Este modelo é defendido por Mansur (1999) que

aponta a seguinte constituição para o Projeto Político-

Pedagógico:

Identificação da escola;

História da Escola;

Introdução: explicar o que irá ocorrer e o resul

Importante

A denominação de PARTE FIXA e PARTE MÓVEL é originada no fato que o REGIMENTO INTERNO sofre poucas ou raras modificações ao longo do tempo. O que não ocorre com os planejamentos, que frequentemente são atualizados.

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Aula 3 | Projeto político pedagógico 104

tado da discussão, envolvendo a Direção e a

Equipe Técnica, a Pedagógica e a Docente;

Concepção e Missão da Instituição: remeter o

leitor ao Regimento Interno;

Fundamentos da Educação;

Recursos físicos, financeiros, materiais

humanos e didáticos correspondentes às

condições disponíveis pela Instituição para o

planejamento e a execução do plano

pedagógico;

Sistema de avaliação, promoção, freqüência e

recuperação de estudos;

Calendário escolar;

Projetos curriculares;

Programação por componente curricular e

série ou ciclo;

Matrizes curriculares;

Plano de atividades para o ensino

fundamental;

Avaliação do plano pedagógico: como

ocorrerá durante o ano, as responsabilidades

de cada um, as diretrizes e normas gerais de

ordem administrativa.

Assim, o conjunto dos dois documentos

apresentará toda a estrutura da escola, sendo uma

fixa, na qual raramente existem modificações e uma

móvel, que obrigatoriamente e continuamente terá que

sofrer avaliações e atualizações pelo planejamento.

Cláudio Souza (1997), em seu artigo “O Projeto

Pedagógico na Perspectiva de Pesquisa e

Desenvolvimento”, já defende o Projeto Político-

Pedagógico com os seguintes itens na sua estrutura:

Objetivos gerais;

Diretrizes gerais;

Componentes curriculares;

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Aula 3 | Projeto político pedagógico 105

Estrutura curricular;

Elenco de disciplinas;

Atividades complementares.

Planejamento dos Fins

Planejamento dos Meios

Planejamento da Organização

Planejamento dos Recursos

Planejamento da Implantação

Finalmente, Tachiwaza e Andrade (1999)

apontam para os seguintes elementos necessários para

a estrutura do Projeto Político Pedagógico:

Concepção, finalidades e objetivos;

Currículo pleno proposto com ementário das

disciplinas e indicação de bibliografia básica;

Indicação de responsável pela implantação do

curso com a respectiva qualificação

profissional e acadêmica;

Perfil dos profissionais que pretende formar;

Perfil pretendido do corpo docente quanto ao

número, qualificação, experiência profissional

docente e não docente;

Regime escolar, vagas anuais, turnos de

funcionamento e dimensão de turmas;

Períodos máximos e mínimos de

integralização dos cursos;

Descrição da organização da biblioteca, das

edificações, instalações, laboratórios e itens

correlatos.

Estes autores discordam da sistemática comum

de se trabalhar com currículos antigos. Na opinião

deles, a partir do Planejamento Estratégico, deve

ocorrer o Planejamento Curricular e por fim o Projeto

Pedagógico, mas todos constituídos coletivamente e de

acordo com o novo cenário estabelecido no primeiro

planejamento.

Importante

A utilização de planejamentos e currículos antigos ou de outras instituições são

práticas indesejáveis. Elas estão constituídas para contextos diferentes, e fatalmente levarão a erros graves. Tachiwaza e Andrade estão propondo sistemática semelhante ao que estamos desenvolvendo neste módulo, ou seja, construir um a um (da direção para baixo).

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Aula 3 | Projeto político pedagógico 106

Esta visão é excelente, pois evita o quadro

comum de se atualizar um currículo já ultrapassado,

impedindo que seja criado e discutido algo novo sem os

paradigmas do passado. O uso de currículos antigos

também aprisiona as equipes de trabalho e provocam a

tendência de acelerar os trabalhos sem as avaliações

devidas. Ocorrerá a reprodução contínua dos métodos e

técnicas pedagógicas adotadas.

Das propostas de estrutura de Projeto Político-

Pedagógico, pode se concluir que todas são

semelhantes, apenas com mudança de terminologia.

Assim, a escolha da estrutura deve ser construída pela

própria escola.

DURAÇÃO

Um Projeto Político-Pedagógico (obviamente da

parte móvel) deve ser elaborado visando uma duração

plurianual em torno de 3 a 4 anos. Este PROJETO

PLURIANUAL deve ser dividido em PLANOS GLOBAIS

ANUAIS.

O acompanhamento e a avaliação devem ser

mensais ou bimensais, dependendo do estabelecido no

planejamento pelas equipes. Entretanto, é fundamental

a reavaliação do Plano Global e do Projeto Político-

Pedagógico ao final de cada ano. Provavelmente, os

planos globais de anos subseqüentes sofrerão

modificações, frutos dos resultados do ano em que o

Projeto Político-Pedagógico já teve execução.

REGIMENTO ESCOLAR

Tomando por base o livro “A Gestão da Escola”

(2004) encontramos a seguinte definição:

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Aula 3 | Projeto político pedagógico 107

O regimento escolar constitui o

conjunto de normas e das regras que

regulam o projeto político pedagógico

da instituição, possibilitando a sua

execução por todos. É o documento

que representa a norma legal, no

contexto da escola, determinando e

disciplinando, nesse universo escolar,

o cumprimento das leis federais, dos

decretos, e das regulamentações

estaduais e municipais.

(p.106)

Ele é constituído por capítulos, seções, artigos

explicitados por parágrafos, incisos e alíneas.

Logicamente, o Regimento Escolar deve

responder as seguintes questões com relação a cada

artigo:

O quê?

Onde?

Por quem?

Por quê?

Para quê?

Como?

Quando?

Do exposto, a construção do Regimento escolar

deveria ser feito em um processo de planejamento

democrático e participativo.

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Aula 3 | Projeto político pedagógico 108

EXERCÍCIO 2

“O maior desafio do Brasil, nas águas turvas da

GLOBALIZAÇÃO, está justamente na degradação do

sistema de ensino. ESCOLA BOA É EXCEÇÃO E NÃO A

REGRA” (Gomes, 2003).

O PPP foi instituído imaginando a possibilidade da

melhoria do ensino brasileiro através da articulação

gestão / docente / comunidade e da transparência das

ações e do uso dos recursos disponíveis.

Você, que neste capítulo estudou a constituição do PPP,

acredita nas afirmações anteriores? Qual a contribuição

que você aluno poderia dar em uma reunião ou plenário

para construir o PPP?

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

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Aula 3 | Projeto político pedagógico 109

EXERCÍCIO 3

Quais são as condições para a elaboração de um

Projeto Político Pedagógico democrático?

( A ) Gestão participativa; Gestor democrático; Equipe;

Metodologia de trabalho e Atitudes dos membros

da equipe.

( B ) Gestão participativa; Gestor autocrático; Grupo;

Estratégia e Atitudes dos membros da equipe.

( C ) Gestão autocrática; Gestor autocrático; Grupo;

Metodologia de trabalho e Atitudes dos membros

da equipe.

( D ) Gestão autocrático; Gestor indiferente; Equipe;

Produção didática e Passividade dos membros da

equipe.

( E ) Gestão autocrático; Gestor democrático; Equipe;

Grupo de itinerantes e Passividade dos membros

da equipe.

EXERCÍCIO 4

Um gestor deve evitar para que um PPP dê certo:

( A ) Perfeccionismo; credibilidade; demora e falta de

rotatividade de pessoal

( B ) Demora; credibilidade; imediatismo e falta de

rotatividade de pessoal

( C ) Perfeccionismo; credibilidade; demora e

rotatividade de pessoal

( D ) Perfeccionismo; incredibilidade; imediatismo e

rotatividade de pessoal

( E ) Agilidade; credibilidade; demora e rotatividade de

pessoal.

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Aula 3 | Projeto político pedagógico 110

RESUMO

Vimos até agora:

O que é o Projeto Político Pedagógico, sua

importância e composição, ou seja, tivemos a

oportunidade de conhecer;

Como se constrói um Projeto Político

Pedagógico e o que deve ser evitado ao longo

de sua construção;

A importância da construção do PPP.

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Planejamento

Estratégico

Antonio Fernando Vieira Ney

AU

LA

4

Ap

res

en

taç

ão

Esta aula capacitará ao aluno a participar da construção de um

Planejamento Estratégico. Obviamente, o aluno não terminará a

aula como um expert em elaboração de um Planejamento

Estratégico, mas esperamos que alcance a condição de entender e

de participar, conhecendo claramente suas etapas.

A melhoria do ensino só ocorrerá quando todos os envolvidos se

preocuparem com os problemas que impactam o processo de

ensino-aprendizagem.

Considerando a LDB, esta aula tem o caráter de informar e

permitir que o educador participe da construção de um processo

de planejamento estratégico. Procure entender as etapas, e

jamais, quando estiver trabalhando se negue em participar, ou

seja omissa.

Ob

jeti

vo

s

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja

capaz de:

Identificar quais são as etapas de um planejamento

estratégico;

Conhecer como as etapas são construídas no planejamento

estratégico.

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Aula 4 | Planejamento estratégico 112

Considerações Iniciais

A palavra ESTRATÉGIA tem o significado de

organização e planejamento das operações de guerra;

estratagema, tática. Ardil, manha, astúcia (Amora,

1999). A estratégia é o modo de pensar e de se

preparar para a ação de guerra necessária em função

de se alcançar um alvo escolhido. Este pensar envolve

o desenvolvimento da habilidade de tomar decisões.

O significado de estratégia deixa claro que o

termo tem origem no meio militar passando

posteriormente para a administração/ gestão.

Na administração, a estratégia irá representar o

modo de pensar capaz de estruturar ações para que a

organização sobreviva e evolua no mercado em que

está inserido.

O Manual de Planejamento Estratégico Escolar

do MEC (p.8) afirma que: “O planejamento estratégico

é um instrumento de gestão apropriado para reformas,

inovações e mudanças, tais como a Educação

Profissional espera alcançar”. Entretanto, ao fazer tal

citação não queremos dizer que basta pegar o Manual

do MEC aplicar, e sair por ai dizendo que ele realiza as

transformações sociais necessárias ou dá a garantia de

sobrevivência de uma organização.

O planejamento estratégico buscará responder

três questões basicamente:

Onde estamos?

Onde pretendemos chegar?

Como chegaremos lá?

O processo de planejamento,

metodologicamente, consiste em analisar a realidade

Importante

Nós já vimos esta descrição anteriormente, apenas estamos repetindo para deixar claro que o processo de planejamento consiste em futurismo, racionalismo e decisão.

Considerações iniciais 112 Processo de planejamento estratégico 115 Construindo o planejamento estratégico 116 Análise do contexto interno 126 Análise do contexto externo 127

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Aula 4 | Planejamento estratégico 113

(diagnosticar), imaginar o futuro, procurando definir

para onde deveremos ir, e as possíveis ações capazes

de alcançar o futuro estabelecido.

Logicamente, é importante que você não tenha

dúvidas e entenda com clareza a diferença entre o

Planejamento Estratégico e o Planejamento

Operacional. Retorne ao nosso Mapa de Estudo do

Planejamento, no início do módulo, e verifique com

calma que existem três grandes grupos:

O planejamento do sistema de Educação está

fora do limite da escola e normalmente, são políticas

(diretrizes) para a escola cumprir. Na esfera da

instituição estão os dois seguintes. O primeiro –

estratégico - é da alçada da Direção e pensa na própria

sobrevivência da escola e nos seus anos futuros. O

segundo – operacional – é da alçada do corpo da escola

incluindo a Direção que desdobrará as políticas

(diretrizes) de natureza macro (grandes) em menores

de modo a serem desenvolvidas as diversas ações.

Exemplo:

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO:

Oferecer curso de Informática básica a todos

os alunos.

Duração: um ano

PLANEJAMENTO OPERACIONAL:

Figura 1

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Aula 4 | Planejamento estratégico 114

Definir os tipos de cursos de Informática que

são adequados a escola oferecer – JAN.

Estabelecer os currículos dos cursos – FEV.

Levantar os recursos humanos, materiais e

financeiros necessários aos cursos

funcionarem – MAR/ABR.

Contratar professores para a implantação dos

cursos – MAI.

Preparar a infra-estrutura para atendimento

dos cursos – MAI / JUN / JUL.

Preparar os Planos de Disciplinas / Planos de

Aulas para os cursos – JUN / JUL / AGO.

Definir o material didático necessário e de

apoio –JUN / JUL / AGO.

Adquirir os equipamentos necessários e

instalar nas salas de aula – JUL / AGO.

Adquirir o material didático e de apoio – AGO

/ SET.

Promover cursos pilotos para testar as futuras

ofertas – OUT.

Corrigir as falhas ocorridas nos cursos pilotos

– NOV.

Iniciar os cursos de informática – DEZ ou

JAN.

Você viu a diferença. Percebeu que o segundo

nasce do primeiro. Que no Planejamento Estratégico

tem uma grande atividade de longo prazo, enquanto no

segundo existem doze atividades de curta duração.

Para ajudá-lo a entender melhor e consolidar as

diferenças, estude o quadro abaixo, onde consta a

diferença entre o Planejamento Estratégico e o

Planejamento Operacional.

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Aula 4 | Planejamento estratégico 115

DIFERENCA ENTRE PLANEJAMENTO ESTRATEGICO E PLANEJAMENTO

OPERACIONAL

1. Para que e para quem 1. Como e com que

2. Longo e médio prazo 2. Médio e curto prazo

3. Define os fins 3. Define os meios

4. Visão sistêmica 4. Visão localizada

5. Ênfase na inovação 5. Ênfase nas técnicas

6. Foco na essência – “a coisa certa” – eficiência 6. Foco na eficácia - fazer da

“forma certa”

7. Busca a destruição criativa – transformações 7. Manter funcionando bem –

sistema de qualidade

8. Processo permanente com visão de futuro 8. Operacionalização no dia a

dia, no presente.

9. Missão do Time Gestor – O Conselho da

Qualidade

9. Tarefa funcional e

interfuncional dos gestores dos

processos por meio do nível de

tarefa

10. Centrado nas necessidades dos Clientes

Externos e na sociedade

10. Focado nos problemas dos

processos e seus clientes e

fornecedores internos

11. Elaboração e avaliação 11. Execução e avaliação

Adaptado de Gomes (2003, p.371).

Processo de Planejamento Estratégico

Figura 2

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Aula 4 | Planejamento estratégico 116

Construindo o Planejamento Estratégico

Em termos técnicos, segundo Parente (op. Cit.),

poderíamos definir o processo de Planejamento

Estratégico com as seguintes fases/etapas:

1ª. FASE: ANALISE / DIAGNÓSTICO COMPOSTO

PELAS ETAPAS

1ª. ETAPA – Definição dos objetivos e Missão;

2ª. ETAPA – Avaliação das políticas e da

performance do setor.

2ª. FASE: POLÍTICAS E ESTRATÉGIAS

2ª. ETAPA – Formulação das Políticas e

Estratégias;

2b. ETAPA – Estabelecimento de metas de longo

prazo;

2c. ETAPA – Definição de papeis e atribuições

dos atores.

3ª. FASE: PROGRAMAÇÃO, ACOMPANHAMENTO

E CONTROLE

3ª. ETAPA – Elaboração do Plano Estratégico;

3b. ETAPA – Elaboração do Plano Operacional;

3c. ETAPA – Acompanhamento e Avaliação.

O esquema traçado no item anterior se

complementa com a proposta de Parente, pois as

etapas e fases compõem a trajetória para o

Planejamento estratégico. Vamos procurar seguir passo

a passo esta seqüência.

O passo 1 implica na definição das

características e na história da própria instituição, pois

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Aula 4 | Planejamento estratégico 117

é fundamental que todos na instituição vistam a camisa

e conheçam os seus princípios, valores e crenças.

PASSO 1: CARACTERÍSTICAS ATUAIS DA

INSTITUIÇÃO DE ENSINO

Inicialmente, é importante que se faça uma

visita a historia da instituição e as suas características,

de modo a ser estabelecido um PERFIL da instituição.

Esta etapa é OBRIGATÓRIA, pois irá apontar como a

instituição chegou até aqui. Assim, é fundamental:

Verificação do histórico, pois é importante que

todos da equipe saibam;

Verificação do histórico, pois é importante

que todos da equipe saibam;

Descrição do perfil;

Avaliação preliminar da instituição com

relação à sobrevivência. Aí, é fundamental

decidir se o Planejamento Estratégico estará

voltado para MANUTENÇÃO DO ESTADO

ATUAL DA INSTITUIÇÃO (status quo),

CRESCIMENTO INSTITUCIONAL ou

INOVAÇÃO.

A manutenção do estado implica na opção da

instituição manter a situação atual. Por ex. uma escola

que lidera o mercado.

O CRESCIMENTO INSTITUCIONAL deve ser

estudado observando o mercado e os concorrentes,

pois sem crescimento a própria sobrevivência pode ficar

comprometida.

A INOVAÇÃO pode ser utilizada por uma

instituição que esta bem com o propósito de consolidar

posição e hegemonia no mercado em que está inserida.

Quer saber mais?

Perfil institucional O perfil é constituído por:

1. Descrição da instituição; 2. Descrição dos cursos; 3. Descrição da infra-estrutura; 4. Descrição da organização; valores, princípios e crenças atuais, etc.

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Entretanto, neste caso, as inovações devem ser

pensadas com muito cuidado sob pena de por em risco

a posição de liderança alcançada anteriormente.

Como pode ser visto ao se definir o perfil da

escola e a direção a ser seguida – MANUTENÇÃO,

CRESCIMENTO ou INOVAÇÃO – já estamos tomando

uma decisão importante relacionada com o futuro.

PASSO 2: A MISSÃO

A missão define o negócio da instituição, seu

motivo existencial e o seu campo de ação.

Braga e Monteiro (2005) afirmam que uma boa

descrição de missão permite a resposta das seguintes

questões:

Qual a natureza do negócio da instituição?

Qual a delimitação deste negócio?

Qual é o papel da organização na sociedade?

Em que tipo de atividades a empresa deve

concentrar seus esforços?

O Manual de Planejamento Estratégico do MEC

(op.cit.) dá como sugestão o uso das questões:

Quais são as necessidades ou requisitos

básicos que nossa escola é chamada a

atender?

Que queremos ou devemos fazer para

reconhecer e responder a essas necessidades

ou requisitos?

Como devemos responder a nossos clientes

externos?

Qual é a nossa filosofia e valores-chave como

instituição formadora de profissionais?

O que nos distingue de outras instituições

formadoras?

Importante

A referencia a clientes externos, contida na terceira pergunta, corresponde a conceitos de Qualidade Total. Na Gestão da Qualidade Total, o conceito de cliente e posto no sentido EXTERNO (é efetivamente o nosso cliente) e no INTERNO (é o posto de trabalho seguinte em uma atividade interna da instituição). POR EXEMPLO: uma Pagadoria só pode pagar os salários do mês dos funcionários quando recebe a folha de pagamento do

Departamento de Pessoal. Assim, a Pagadoria e o cliente interno do Departamento de Pessoal. Tente pensar em clientes internos na instituição que você trabalha.

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Aula 4 | Planejamento estratégico 119

Gomes (op. cit, p. 387) aponta as seguintes

questões para definição da missão:

Nossa escola pode ser fechada?

Faria falta não possuí-la?

O que a sociedade espera de nós?

Para que existimos?

Quem são os nossos clientes principais e

secundários?

Como mudarão os nossos clientes?

Quais são as suas necessidades, expectativas

e desejos?

O que nossos clientes valorizam?

Você, aluno, pode constituir em função dos três

questionários, um próprio para trabalhar na elaboração

de uma missão.

A autora ainda indica o questionário abaixo para

avaliar uma missão escolar. Ela aponta que a missão

deve ser uma frase capaz de ser colocada numa

camiseta para facilitar a sua divulgação.

A missão deve ser altamente motivadora e de

fácil entendimento por toda a escola e comunidade. Em

resumo, ela deve apontar O PORQUÊ EXISTIMOS e

COM QUE PROPÓSITO.

Importante

O Manual de Planejamento Estratégico do MEC indica: “formular uma missão é um processo atrativo, altamente participativo, devendo considerar os seguintes atributos: (i) ser clara para todos; (ii)breve,para poder ser lembrada; (iii)realista na especificação; (iv)avaliável, para determinar se tem tido êxito no seu espaço de responsabilidade; (v) atrativa, de modo a motivar todos a assumirem

um compromisso com ela”.

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Aula 4 | Planejamento estratégico 120

AVALIANDO A MISSÃO DE SUA ESCOLA

QUESTÕES A SEREM RESPONDIDAS

RESPOSTAS

SIM

AT

É

CER

TO

PO

NT

O

O

1. É curta e objetiva?

2. É clara e de fácil compreensão?

3. Define o que fazemos, e por que a escola

existe?

4. Não define atividades?

5. Fornece informações sobre o que é correto

fazer?

6. Permite aproveitar oportunidade?

7. Mostra forças e competências?

8. Estimula compromisso dos membros da

comunidade?

9. Explicita, em definitivo como a escola

deve ser lembrada?

10. Devemos rever a missão?

EXEMPLOS DE MISSÃO:

Ser uma escola contemporânea,

moderna e autônoma, que garanta

uma formação para a cidadania e uma

qualificação profissional de nível médio

de excelência, voltada para a

sociedade e para o futuro.

(escola que oferece ensino básico e

profissional)

Verifique se esta missão está de acordo com as

questões apresentadas anteriormente.

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Aula 4 | Planejamento estratégico 121

OUTROS EXEMPLOS:

“Nossa escola tem por missão dar uma

formação básica de qualidade para os

jovens, contribuindo para a sua

preparação para vida em sociedade e

no trabalho, em ambiente criativo e

inovador”

(escola de ensino básico)

“Oferecer uma escola com ensino-

aprendizagem de qualidade voltada

para a educação de jovens e adultos,

procurando desenvolver competências

para o exercício pleno da cidadania,

oportunizando o êxito do aluno na

conclusão do ensino fundamental e

médio”

(escola direcionada para o ensino de

jovens e adultos)

Cabe uma observação que se refere ao fato que

muitas vezes a missão da escola já está definida e não

pode ser alterada, tendo em vista que a mantenedora

ou o estado não permitem.

Alguns autores ou especialistas defendem a

opinião que a visão deveria ser definida antes da

missão, enquanto outros ao contrário. A lógica de se

colocar a missão antes da visão origina-se da idéia de

que a missão

PASSO 3: VISÃO DE FUTURO

A VISÃO DO FUTURO é estabelecida pelo Diretor

ou Gestor da escola, geralmente estabelecida em

consonância com a mantenedora.

Gomes (op.cit) diz que uma visão deve ser

constituída obedecendo aos seguintes elementos:

1º ELEMENTO - Um conceito claro e

inspirador;

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Aula 4 | Planejamento estratégico 122

2º ELEMENTO - Uma noção de propósito

nobre e positivo;

3º ELEMENTO - Desenvolvimento pela alta

liderança; e

4º ELEMENTO - Uma chance plausível de

sucesso.

Nós repetimos, de propósito, a necessidade da

visão de futuro nascer da DIREÇÃO, pois só a liderança

maior pode definir onde se deseja chegar. Qual é a

meta maior da instituição?

Do mesmo modo, é interessante nesta fase, a

elaboração de valores, princípios e crenças que a escola

deve seguir, pois é fundamental em função da visão

estabelecida pela Direção se discutir a cultura

organizacional.

Um processo para se trabalhar a cultura

organizacional é partir do que existe, procurando ver “o

jeito de ser da instituição” (Gomes, op.cit.).

Para facilitar o entendimento vamos

exemplificar:

Vamos a um comentário sobre o texto:

1º PONTO: Verifique que estamos falando de

VISÃO DE FUTURO e o Diretor atual do curso XPTO

imaginou uma visão para cinco anos. Foi considerado

que ele tivesse formulado em 2006;

2º PONTO: Observe que ele destaca a qualidade

dos cursos oferecidos. Ou seja, a essência do mercado

que ele deseja dominar tem que ser atendida. Não se

esqueça o”foco” dele é concurso público;

Para pensar

Você é capaz de identificar os dois momentos em que apontamos a importância

do papel da liderança na definição da visão?

VISÃO DE FUTURO DA XPTO

O curso XPTO será reconhecido até 2011 como:

1. Uma instituição de ensino com cursos de

qualidade na área de concursos públicos;

2. Uma instituição de ensino com 60 % do mercado

de concursos públicos nos estados do Rio de

Janeiro e Espírito Santo;

3. Uma instituição de ensino administrada por times

de trabalho autodirigidos direcionado

prioritariamente para os seus processos críticos;

4. Uma instituição que reconhece o valor, a

qualidade e o desenvolvimento de seus diversos

parceiros; e

5. Uma instituição rentável para os seus acionistas.

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Aula 4 | Planejamento estratégico 123

3º PONTO: Ele planejará o curso XPTO para

alcançar 60 % do mercado de dois estados do país. É

uma pretensão audaciosa. Terá que ser discutido se tal

curso tem condição para chegar a este nível;

4º PONTO: Ele procura valorizar a sua equipe e

definir um modo de trabalho por time autodirigido, ou

seja, ele defende uma gestão participativa e

democrática; e

5º PONTO: Ele pensa nos seus investidores

quando coloca a rentabilidade na sua visão.

PASSO 4: ANÁLISE DOS CONTEXTOS INTERNO E

EXTERNO

Quando demos o primeiro passo, sem saber,

iniciamos a realização deste passo, também. Lá nós

procuramos nos conhecer, descrevemos a escola, seu

histórico, suas características (descrevemos o contexto

geográfico, socioeconômico e cultural), e a organização

interna.

É fundamental ter descrito os processos

administrativos (como o processo de planejamento

acontece, como é realizada a tomada de decisão, e

quais são os canais de comunicação).

As informações de recursos humanos, perfil de

alunos, situação educacional e a descrição da infra-

estrutura (disponibilidades da escola, instalações,

conservação, etc.) são elementos imprescindíveis para

a análise do contexto interno e externo, e já devem ter

sido preparadas para este momento.

Logicamente, a parte financeira não deve ser

excluída desta coleta de dados realizada no primeiro

passo. Ou seja, estamos dizendo que o primeiro passo

Importante

O primeiro passo era levantar o histórico e as características da instituição de ensino. Tais informações e dados já servirão de base para o passo 4.

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Aula 4 | Planejamento estratégico 124

é uma grande coleta de dados sobre a instituição

propriamente dita.

O Manual de Planejamento Estratégico do MEC

(op. Cit.) apresenta o seguinte quadro de explicação

para analise de contexto:

ANÁLISE DE CONTEXTOS

ANÁLISE DE CONTEXTO INTERNO

FORÇAS FRAGILIDADES

São os recursos e

características que

representam uma vantagem

comparativa da escola em

relação a outras realidades e,

portanto, deve ser tirado o

máximo proveito delas. São

fatos ou situações que estão

presentes dentro da escola e

que devem ser

potencializados para alcançar

as metas. São capacidades e

recursos variados (poder,

habilidades, experiências,

conhecimentos, tempo,

recursos e outros) que a

escola dispõe e controla.

São os recursos e situações que

se encontram no interior da

escola e que representam

desvantagem atual ou potencial.

São expressões de valores

negativos e, em geral,

constituem um obstáculo para o

desenvolvimento da instituição

e para o alcance de seus

objetivos. As fragilidades

também podem ser carências

importantes que a instituição

tem, que limitam, dificultam ou

impedem o seu

desenvolvimento.

ANÁLISE DE CONTEXTO EXTERNO

OPORTUNIDADES AMEAÇAS

São fatos ou situações que

estão presentes no exterior

da escola e que podem gerar

ações alternativas que

favoreçam seu

desenvolvimento,

especialmente se são

aproveitadas dentro da

organização. Também é

definida como possibilidade

que o entorno oferece e que

podem ser aproveitadas pela

instituição para a realização

com êxitos do seu projeto.

São os riscos, fatos, situações e

fenômenos que estão presentes

no contexto externo da escola e

que podem dificultar o alcance

dos objetivos produzirem um

impacto negativo ou uma

dificuldade substancial em seu

desenvolvimento. São as

restrições que o entorno

apresenta para a realização das

ações de uma escola, e sobre as

quais ela tem pouco ou nenhum

grau de controle. A explicitação

dos riscos e ameaças facilita a

ação responsável, evita os

fracassos e ajuda a assumir as

dificuldades para convertê-las

em oportunidades.

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Aula 4 | Planejamento estratégico 125

Comentando o quadro, vamos apontar um

exemplo de FORÇA. A escola dispõe de cursos de

tecnologia do petróleo numa região em que serão

instaladas indústrias do ramo.

Um exemplo de OPORTUNIDADE numa escola

ocorre quando ela dispõe de recursos para oferecer

determinados cursos (por ex. informática) e na região

existe uma demanda que permite oferecer o curso.

A FRAGILIDADE ocorre quando a escola já

oferece um curso e começa constatar reclamações de

qualidade por parte dos pais e alunos, evasão etc. São

sinais que, embora com procura (demanda), a escola

não está atendendo devidamente.

Uma AMEAÇA aparece quando uma pequena

escola vê surgir a seu lado uma grande instituição de

ensino que, fatalmente, comprometerá a própria

sobrevivência da escola. Como agir nesta situação?

Parente (op.cit.), como outros autores não

utilizam a expressão ameaças, e sim, restrições.

Entretanto, para você aluno não existe diferença, pois o

propósito é o mesmo.

O Manual de Planejamento Estratégico do MEC

(op. Cit.) destaca tal estudo como ESTUDO DE

MERCADO. Apresentando que o Estudo de Mercado

orienta a escola para uma adequação dos seus

programas de ensino visando:

Possibilitar a adequação da oferta de cursos

às reais necessidades de mercado;

Subsidiar definições / reformulações

/adequações curriculares que reflitam a

formação de técnicos segundo perfis

profissionais identificados;

Importante

Embora o texto do Manual esteja voltado para a Educação Profissional, ele vale para qualquer um tipo de educação.

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Aula 4 | Planejamento estratégico 126

Identificar competências técnicas a partir do

conhecimento dos processos utilizados nas

empresas;

Identificar necessidades de oferta de cursos

de nível básico, técnico ou tecnológico, bem

como seus respectivos conteúdos;

Articular escola/empresa a partir de

processos de integração que considerem

pesquisa, levantamentos e conseqüentes

discussões e debates acerca dos resultados e

dados coletados.” (p.31).

Análise do Contexto Interno

Gomes (op.cit.) aponta os seguintes pontos

como elementos para a análise do ambiente interno:

Liderança;

Capacitação de seu pessoal;

Identificação da marca da instituição;

Localização geográfica;

Equilíbrio financeiro;

Qualidade dos serviços e produtos;

Política de preços;

Fornecedores;

Clientes;

Clima organizacional;

Modelo de gestão;

Sistema e fluxo de trabalho;

Comunicação interna;

Comunidade e imagem;

Portfólio de produtos;

Serviços e outros.

Assim, uma reunião de análise de ambiente

interno deve dispor de todos os dados para dar conta

desta gama de pontos que tem que ser abordada pelo

construtor do PPP.

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Aula 4 | Planejamento estratégico 127

Análise do Contexto Externo

Gomes (op.cit.) aponta os seguintes pontos

como elementos para a analise do ambiente externo:

Imaginar um horizonte de 3 a 5 anos para

pensar estrategicamente;

Identificar e discutir tendências como

eventos, fatos e situações que podem atingir

a comunidade escolar;

Selecionar todas as macrotendências que

influenciarão a escola e seus cursos; e,

Utilize todas as informações e dados oficiais e

não oficiais (jornais, revistas, internet e

outras).

A autora ainda destaca a necessidade de se

estabelecer uma matriz que denominou de FOFA (Força

- Oportunidade – Fraqueza – Ameaça) para se levantar

as informações e dados.

MATRIZ PARA FOFA INSTITUCIONAL

OPORTUNIDADES

a) Quais são as

tendências?

b) Como podem ser

exploradas?

c) Que chances existem

para a nossa escola?

AMEAÇAS

a) Que obstáculos você

encara?

b) O que a concorrência

está fazendo?

c) Que efeito terá o

desenvolvimento?

FORÇAS

a) Quais são as suas

vantagens?

b) No que a sua

organização é melhor?

FRAQUEZAS

a) O que pode ser

melhorado?

b) O que deve ser evitado?

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Aula 4 | Planejamento estratégico 128

Para facilitar o trabalho de compilação e

estruturação de informações e dados, o Manual de

Planejamento Estratégico do MEC (op. Cit.)

apresentava duas planilhas. A primeira para análise do

Contexto Interno:

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ANÁLISE DE CONTEXTO

INTERNO

SÍNTESE DA ANÁLISE DO CONTEXTO INTERNO

Setores Forças Fragilidad

es

Estrutura e Organização do Trabalho

Competência do Pessoal

Recursos Materiais e Financeiros

Capacidade de Acompanhamento,

Avaliação e Análise.

A segunda para análise do Contexto Externo:

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

ANÁLISE DE CONTEXTO EXTERNO

SÍNTESE DA ANÁLISE DO CONTEXTO EXTERNO

Aspectos Atores Oportunidades Ameaças

Ambientais

Políticos

Econômicos

Sócio-culturais

A equipe de planejamento deve elaborar o

diagnóstico situacional olhando: características da

organização, processos administrativos, recursos

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Aula 4 | Planejamento estratégico 129

humanos, perfil dos alunos, situação educacional e

infra-estrutura física.

De posse da MISSÃO e do DIAGNÓSTICO

SITUACIONAL da escola (análise dos contextos internos

e externos) podem ser elaborados diversos cenários, e

a partir daí decidido o caminho a ser seguido para se

alcançar a VISÃO DE FUTURO. Assim, de posse deste

mapeamento dos contextos serão definidas as diversas

POLÍTICAS a serem seguidas.

Para facilitar o seu entendimento, pelo mapa

que elaboramos em 6.2 estamos entrando na etapa nº

4 ou pelo método que Parente definiu, estamos na 2ª

fase e em sua 1ª etapa – caminhando para definir

Políticas e Estratégias.

PASSO 5: POLÍTICAS DA ESCOLA

A definição das POLÍTICAS (objetivos

estratégicos) é uma das etapas mais importantes de

todo o processo de planejamento. Sugerimos que você

retorne ao esquema apresentado no item 6.2 e procure

ver que mudamos de etapa, pois conhecemos a nossa

realidade pelo diagnóstico feito (1), definimos a Missão

e a Visão de Futuro (2) e optamos por um caminho (3).

Os objetivos estratégicos ou políticas devem

englobar ações concretas, capazes de provocar as

mudanças que a escola deseja com o propósito de se

alcançar a visão de futuro estabelecida. Deve ser

evitada a escolha de um grande número de objetivos

estratégicos, devemos escolher poucos, mas que sejam

significativos.

O Manual de Planejamento Estratégico do MEC

(op.cit) coloca duas questões para ajudar:

Importante

Como a palavra POLÍTICA na nossa terra tem um sentido complicado, grande parte dos autores a tem substituído por OBJETIVOS ESTRATÉGICOS OU DIRETRIZES ESTRATÉGICAS.

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Aula 4 | Planejamento estratégico 130

Que desafios surgem dos objetivos

estratégicos?

E que novas linhas de ação devem ser

desenvolvidas para alcançar estes objetivos?

O Manual ainda destaca a necessidade de se

dividir a escola em três áreas estratégicas:

ÁREA TÉCNICA-PEDAGÓGICA

ÁREA DE GESTÃO ESCOLAR

ÁREA DE INTEGRAÇÃO ESCOLA-EMPRESA –

esta última é muito relevante para a

educação profissional.

Exemplos de objetivos estratégicos:

Ampliar os vínculos com os ex-alunos.

Promover a satisfação e a integração dos

alunos.

Aperfeiçoar o atendimento aos alunos .

Fortalecer os vínculos com os ex-alunos e a

clientela.

Desenvolver continuamente a qualidade de

ensino.

Consolidar um quadro de docentes

qualificados.

Dinamizar a prestação de serviços geradores

de receitas complementares.

Aprimorar a comunicação institucional.

Implementar mecanismos de revisão

curricular decorrente do acompanhamento de

mercado e das avaliações realizadas.

Implementar um sistema de

acompanhamento de egressos.

Montar, no primeiro ano de planejamento,

estudos de mercado para subsidiar a escolha

e a formação dos currículos de cursos.

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Aula 4 | Planejamento estratégico 131

PASSO 6: ESTRATÉGIAS, METAS E INDICADORES

DA ESCOLA

Definida a Política, vamos entrar no

estabelecimento das estratégias. Ou seja, como serão

desenvolvidas as políticas traçadas?

Em resumo, após a definição dos objetivos

estratégicos (políticas) deve ser estabelecido o “como

implementar”, e este “como implementar” é que

denominamos de estratégia.

Logicamente, serão definidas as metas e os

indicadores de desempenho para cada estratégia.

Em função da combinação das análises externas

e internas podemos ter quatro tipos diferentes de

estratégias:

ANÁLISE

INTERNA

ANÁLISE EXTERNA

OPORTUNIDADES AMEAÇAS

FORÇAS Estratégias de

Desenvolvimento e

Inovação

(EXPLORAR)

Estratégias de

Manutenção

(ENFRENTAR)

FRAQUEZAS Estratégias de

Crescimento

(MELHORAR)

Estratégias de

Sobrevivência

(ABANDONAR OU

MODIFICAR)

Logicamente, como você já sabe não adianta

colocar uma estratégia (ação) sem estabelecer uma

meta e elementos para o monitoramento

(acompanhamento) e controle. Assim, iremos

estabelecer tais elementos. Um modo claro e fácil de

elaborar é a elaboração de tabelas do tipo:

Importante

Uma diretriz, meta ou ordem só tem sentido se tiver prazo e responsável. Por isso, é importante ao definir a estratégia e estabelecer a meta.

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Aula 4 | Planejamento estratégico 132

PLANO ESTRATÉGICO

ESTRATÉGIAS METAS INDICADORES

Implantação de um

sistema de

gerenciamento de

informações na

escola.

Especificar um

sistema de

informações

gerenciais para a

escola até abril do

corrente ano.

Limite de custos:

R$ 50.000,00

Especificação pronta até abril do

corrente ano.

Comprar um

sistema de

informações

gerenciais para a

escola até junho do

corrente ano.

Limite de custos:

R$ 50.000,00

Sistema comprado até junho do

corrente ano.

Implantar um

sistema de

informações

gerenciais para a

escola até outubro

do corrente ano.

Implantação do SGI realizada até

outubro do corrente ano.

Treinar os usuários

do corpo

administrativo no

SGI até dezembro.

% de pessoal treinado

Treinamento do

corpo docente no

módulo de

avaliação de alunos

no sistema

gerencial de

informações.

Treinar 50 % do

corpo docente no

módulo de

avaliação do SGI

até janeiro.

% de pessoal treinado

Treinar 50 % do

corpo docente no

módulo de

avaliação do SGI

até fevereiro.

% de pessoal treinado

Gomes (op.cit) destaca os seguintes critérios

para uma boa meta:

Deve ser escrita;

Enunciar um só resultado a ser alcançado;

O prazo deve ser claro;

Especificar elementos e limites de custos;

Ser mensurável e, se possível, quantificável;

Possibilitar retorno, se gerar custos;

Ser compatível com os recursos disponíveis;

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Aula 4 | Planejamento estratégico 133

Ser compatível com políticas e práticas da

instituição;

Ser periodicamente controlado;

Ser divulgada entre os envolvidos;

Para cada estratégia elaborada, estabeleça

metas.

Ela afirma que 60 a 70 % dos critérios acima

deve ser obedecido no estabelecimento de metas.

PASSO 7: ATORES E RESPONSABILIDADES

Aqui cabe lembrar que é fundamental

estabelecer quem é o responsável e quais são as suas

responsabilidades para cada estratégia.

Vocês devem estar lembrados que afirmamos

que uma ordem tem que ter responsável e prazo pela

sua execução. A razão desta exigência é para evitar

que a ordem se transforme numa mera pretensão

numa vontade. Existe um dito popular que afirma:

“cachorro que tem dois donos morre de fome”, e é por

isto que a ordem, o processo, a ação, a atividade etc

tem que possuir um “dono”. Assim, é obvio que

deveremos ter um responsável para cada ação definida.

PASSO 8: PLANO ESTRATÉGICO

Alcançamos o ponto essencial de um processo

de planejamento, pois iremos formalizar todo o

trabalho.

Em primeiro lugar, sugerimos que o plano seja

constituído com o seguinte quadro para cada meta:

POR QUE? Por que deve ser feito?

O QUE? O que deve ser feito?

COMO? Como deve ser feito?

QUEM? Quem deve fazer?

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Aula 4 | Planejamento estratégico 134

QUANDO? Quando deve ser feito?

ONDE? Onde deve ser feito?

QUANTO? Quanto custa? Custo e Benefício.

Fonte: Gomes

Em segundo lugar, a elaboração dos diversos

planos de ação deve iniciar como desdobramentos do

Plano Estratégico.

PASSO 9: DESENVOLVIMENTO DO PLANO,

MONITORAMENTO E REPLANEJAMENTO.

Talvez o título mais correto deste passo fosse

Gerenciamento do Plano Estratégico ou Gerenciamento

do Projeto Político Pedagógico, mas escolhemos

denominá-lo pelos passos após a etapa de elaboração

do Plano Estratégico para caracterizar bem a ETAPA de

APERFEIÇOAMENTO.

ESTRUTURA DE UM PLANO DE PLANEJAMENTO

ESTRATEGICO

1. Capa com o nome da Instituição da Escola, sua

logomarca e titulo.

2. Objetivo do Plano Estratégico.

3. Participantes do Grupo de Planejamento - Time

Gestor.

4. Apresentação da Instituição: histórico,

caracterização, perfil do negócio, representação

gráfica do fluxo do negócio e estrutura de

trabalho da escola (organograma).

5. Diretrizes Superiores (POLÍTICAS): Missão, Visão,

Crenças e Valores e Objetivos Estratégicos.

6. Plano Estratégico: Estratégias, Metas,

Indicadores.

7. Plano de Ação – projetos prioritários.

OBSERVAÇÃO: Em anexo devem constar todos os

registros, fatos, dados e fotos realizados no decorrer

do processo de planejamento estratégico, incluindo

o diagnóstico.

Adaptado de Gomes, 2003.

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Aula 4 | Planejamento estratégico 135

Você deve estar perguntando: o que é Etapa de

Aperfeiçoamento? Vá ao nosso mapinha no início de 6.2

e procure ver o que é esta etapa.

O Manual de Planejamento Estratégico do MEC

(op.cit) aponta as seguintes medidas como efetivas

para o gerenciamento de Projetos:

Os objetivos são claramente estabelecidos;

As atividades são coerentes e logicamente

planejadas;

Os meios estão bem dimensionados de

acordo com as necessidades e as

disponibilidades reais de financiamentos;

Os responsáveis pela execução estão

devidamente preparados, comprometidos e

formalmente indicados; e

A comunidade conhece, concorda, apóia e

acompanha a execução.

Inicialmente, deve ser instituído um processo de

MONITORAMENTO, ou seja, implantado um sistema

baseado em um processo contínuo e permanente de

obtenção de dados e informações, e de análise

referentes a todas as atividades programadas nos

diversos planos. É importante dizer que a integração de

informações em um único banco de dados se torna

imprescindível.

Retorne as aulas iniciais e vocês irão observar

que entre o Planejamento Estratégico e o Planejamento

Operacional há setas nos dois sentidos. Isto significa

que a resposta ao planejado no primeiro deve vir do

segundo, e automaticamente uma nova diretriz retorna

do primeiro.

O monitoramento, segundo o MEC, é um

processo permanente de levantamento e análise de

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Aula 4 | Planejamento estratégico 136

informações, referente à execução das atividades

programadas por um projeto, com o objetivo de

subsidiar a sua gerência e avaliação, especialmente no

que se refere aos ajustes e correções que se fizerem

necessários ao Projeto. Assim, os as informações e

dados devem ser obtidos em função dos indicadores

estabelecidos.

Devem ser estabelecidos períodos para a

realização de reuniões de avaliação dos Planos nos

vários níveis da escola. As agendas dessas reuniões

devem ser construídas de acordo com os Planos em

avaliação.

A Direção da escola deve promover, no prazo de

um a três meses, uma reunião de andamento do

Planejamento Estratégico e, basicamente as questões

para reflexão devem ser:

Qual o resultado de cada atividade

programada?

Quais são os óbices que estão impactando a

realização das atividades, conforme previsto?

Quais são os fatores positivos que

aconteceram em algumas atividades que

podem ser usadas em outras?

O que tem que ser reprogramado e seus

impactos?

A definição de um calendário é fator

imprescindível para a realização das reuniões mensais,

e a participação do Diretor é fundamental.

No mapa sobre Processo de Planejamento

Estratégico na página 119 utilizamos a palavra inglesa

“Feedback”, na realidade as decisões não devem ser

tomadas apenas considerando o monitoramento dos

Dica do

professor

Lembramos que um planejamento não tem que acontecer como o previsto, ele

apenas serve de bússola e rota. Por isso, tem que continuamente avaliado com relação a trajetória que estamos seguindo.

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Aula 4 | Planejamento estratégico 137

indicadores, mas também em função do retorno de

informações e depoimentos dos envolvidos.

Anualmente, ao final do período escolar, deve

ser avaliado o Plano Estratégico e atualizado como um

todo.

EXERCÍCIO 1

Escreva uma Visão de Futuro para uma instituição

escolar de ensino fundamental privada.

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

EXERCÍCIO 2

Escreva algumas missões para instituições de ensino

relacionadas abaixo:

a) Faculdade de Física

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

b) Escola de Educação Infantil

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

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Aula 4 | Planejamento estratégico 138

EXERCÍCIO 3

Você irá fazer uma análise de contexto externo. Assim,

assinale o que você deve determinar para fazer a

análise:

( A ) Forças e Oportunidades.

( B ) Fragilidades e Oportunidades.

( C ) Ameaças e Fragilidades.

( D ) Oportunidades e Ameaças.

( E ) Forças e Fragilidades.

EXERCÍCIO 4

Você irá fazer uma análise de contexto interno. Assim,

assinale o que você deve determinar para fazer a

análise:

( A ) Forças e Oportunidades.

( B ) Fragilidades e Oportunidades.

( C ) Ameaças e Fragilidades.

( D ) Oportunidades e Ameaças.

( E ) Forças e Fragilidades.

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Aula 4 | Planejamento estratégico 139

RESUMO

Vimos até agora:

O planejamento estratégico, sua identificação,

importância e composição. A análise de

contexto como elemento imprescindível para

se verificar a própria sobrevivência da escola;

A identificação das etapas de um

planejamento estratégico, ou seja, os passos

para se construir um planejamento

estratégico, bem como os cuidados a serem

tomados.

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Plano de curso/Plano de ensino-

aprendizagem/plano de aula

Antonio Fernando Vieira Ney

AU

LA

5

Ap

res

en

taç

ão

Nesta aula conheceremos o que é um: Plano de curso; Plano de

ensino-aprendizagem e Plano de Aula. Estes três planos irão

constituir o que se convenciona chamar de Planejamento

Operacional.

Nesta etapa do planejamento, a participação do docente é

fundamental, pois a necessidade de comprometimento do mesmo

com o planejamento é a primeira condição para um resultado

positivo do processo de desempenho do aluno.

Desenvolva o hábito de planejar as suas aulas, inclusive pensando

nos seus alunos e nas suas dificuldades, pois planejar exige este

diagnóstico, pois a metodologia e a técnica a ser usada dependem

de tais fatores.

Ob

jeti

vo

s

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja

capaz de:

Conhecer o que é um Plano de Curso.

Conhecer os elementos de um Plano de Curso.

Conhecer o que é um Plano de Ensino.

Conhecer os elementos de um Plano de Ensino.

Elaborar um Plano de Ensino.

Conhecer o que é um Plano de aula.

Conhecer os elementos de um Plano de Aula.

Elaborar um Plano de Aula.

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Aula 5 | Plano de curso/Plano de Ensino-aprendizagem e Plano de Aula 142

O Plano de Curso

Poderíamos entender um curso qualquer,

independente do nível de ensino (Educação Infantil,

Ensino Fundamental, Médio e Superior) a que se

destina, como um conjunto de disciplinas (matérias)

inter-relacionadas e ensinadas numa escola ou classe,

de acordo com um determinado programa.

No âmbito do ensino superior existem inúmeros

cursos em função da graduação pretendida, como por

exemplo: curso de Pedagogia, Direito, Engenharia e

outros. Estes cursos são constituídos por uma série de

disciplinas (matérias) interligadas e em seqüências, que

são desenvolvidas durante um período de 3 ou 4 anos,

com um número pré-determinado de horas-aula e dias

letivos. Nas instituições de Ensino Superior existem

ainda outros cursos mais específicos, que são

desenvolvidos a médio ou a curto prazo, como os

cursos de extensão universitária, com um menor

número de horas do que uma graduação e uma série

de conferências/palestras sobre um assunto

determinado. Cada tipo de curso apresenta a sua

especificidade e as suas características particulares.

Para viabilizar um curso é fundamental definir

suas metas e objetivos educacionais em função da

realidade institucional. É justamente aí que surge em

cena o planejamento pedagógico, que começaremos a

estudar agora.

Basicamente existem três tipos de

planejamentos pedagógicos, não sendo difícil

estabelecer uma distinção entre eles:

PLANO DE CURSO – nível 1;

PLANO DE ENSINO – nível 2;

PLANO DE AULA – nível 3.

Importante

Estes três níveis de Planos se interrelacionam, se desdobram e se interligam

diretamente. NENHUM DESTES PLANOS É INDEPENDENTE DO OUTRO.

O plano de curso 142 Considerações Iniciais sobre Plano de ensino-aprendizagem 145 Definição do Plano de Ensino 146 Critérios 147 Elaborando um plano de ensino 149 Considerações Iniciais sobre o Plano de Aula 159 Estrutura da aula 160 A Composição de um Plano de Aula 161 Elaborando um plano de Aula 163 Níveis Básicos de Aprendizagem 164 Tipos de objetivos 167

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Aula 5 | Plano de curso/Plano de Ensino-aprendizagem e Plano de Aula 143

O PLANO DE CURSO é a organização de um

conjunto de matérias, que vão ser ensinadas e

desenvolvidas em uma instituição acadêmica, durante

um período relativo à execução do curso em si, exigido

pela legislação ou por uma determinação explícita, que

obedece certas normas ou princípios orientadores

(Menegolla ou Sant’Anna, 2000). Trata-se, assim, de

um instrumento de trabalho, amplo, genérico, mas ao

mesmo tempo, sintético, que serve de marco de

referência às operações de ensino-aprendizagem que

se desencadearão durante o curso em função dos fins a

serem alcançados (Sant’Anna et al, 1995).

Este tipo de plano representa o trabalho de

previsão de um ano letivo para as atividades de uma

determinada disciplina, incluindo sua dependência com

os anos anteriores e posteriores, e sua coordenação

com outras disciplinas afins ou não, tendo em tornar o

ensino mais eficiente, mais orgânico e com sentido de

continuidade. (Nérici,1973).

É fundamental esclarecer que muitas vezes a

expressão “PLANO DE CURSO” pode ser utilizada no

sentido de um “planejamento de disciplina (matéria) de

curso”. Tal uso, comum no âmbito acadêmico, é no

nosso entendimento considerado inadequado por

confundir disciplina (nível 2) com o curso em si (nível

1). Aqui, ao utilizarmos o termo Plano de Curso

estaremos nos referindo ao curso em geral (nível 1),

por exemplo, um curso de graduação (Engenharia

Agrícola) – ver esquema abaixo:

ESQUEMA 1: PLANO DE CURSO – CURRÍCULO DO CURSO

DE ENGENHARIA AGRÍCOLA

DISCRIMINAÇÃO DISCIPLINAS

Matérias Básicas

Matemática – Física – Química – Biologia e

Geologia

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Aula 5 | Plano de curso/Plano de Ensino-aprendizagem e Plano de Aula 144

Formação

Profissional

Desenho – Mecânica Geral – Resistência

dos Materiais – Topografia – Foto-

interpretação – Edafologia – Hidrologia –

Agrometerologia – Agricultura - Zootecnia

– Economia Agrícola.

Disciplinas

Aplicadas

Tratores – Máquinas Agrícolas –

Eletrificação Rural - Construções Rurais –

Hidráulica – Irrigação e Drenagem –

Conservação do Solo – Processamento de

Produtos Agrícolas.

Conforme o exemplo acima um Plano de Curso

estabelece toda a estrutura e disciplinas de um curso,

no caso o de Engenharia Agrícola.

O PLANO DE AULA (nível 3), por sua vez, possui

uma esfera de atuação bem mais focal, considerando

que o mesmo se destina ao planejamento da

viabilização tão somente de uma única aula que leva

em média 1 hora de duração. Trata-se , logicamente de

um planejamento mais simples e objetivo do que o

Plano de Ensino , mas nem por isso, menos importante

e necessário do que esse.

É importante destacar que ambos, o Plano de

Aula e o Plano de Ensino devem ser entendidos como

duas ferramentas complementares. O segundo só é

possível através do primeiro e o primeiro só tem

sentido a partir dos objetivos definidos no segundo.

O esquema 2 apresenta um claro exemplo da

estrutura completa dos três níveis.

Importante

Você se lembra do que falamos anteriormente, sobre interligação e interrelacionamento entre níveis ?

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Aula 5 | Plano de curso/Plano de Ensino-aprendizagem e Plano de Aula 145

Considerações Iniciais sobre Plano de

ensino-aprendizagem

A importância do professor ao elaborar o Plano

de Ensino está diretamente ligado ao fato que ele é o

responsável pela aplicação do plano. Assim, para um

professor sensibilizado e comprometido com o processo

educacional, esta construção do Plano de Ensino é

fundamental, pois a ordem dos conteúdos a serem

trabalhadas, a metodologia e a técnica a serem

aplicadas têm que estar em consonância com os

princípios, valores e crenças (cultura) do próprio

professor.

Na atualidade, é comum livros didáticos, em

edições para o professor, apresentarem Planos de

Ensino prontos para uso, o professor nada tem a fazer

do que “pegar” o livro e repetir a “programação”

estabelecida. Tal prática infelizmente transforma o

professor em um mero reprodutor, pois a teoria a ser

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Aula 5 | Plano de curso/Plano de Ensino-aprendizagem e Plano de Aula 146

ministrada, os exercícios a serem aplicados e os

objetivos a serem alcançados já estão definidos,

portanto, o professor só reproduz.

Outra situação comum nos dias atuais, oriunda

dos programas de Qualidade Total, refere-se a

determinados grupos educacionais que desenvolve todo

o planejamento educacional, desde a gestão até a sala

de aula. Nestes casos o professor é treinado a trabalhar

dentro de um modelo pré-estabelecido baseado na

racionalidade e na obtenção de determinada eficácia e

eficiência.

Este modelo, muitas vezes, é chamado de “ALTO

DESEMPENHO”, pois garante a aprendizagem de todos

os alunos. Em tais sistemas, os professores são

obrigados a seguir na risca a programação elaborada.

Normalmente, os pais e alunos são vistos como

clientes, e procura-se atender as necessidades do

cliente. Obviamente, a educação é posta como neutra.

Definição do Plano de Ensino

O que é um Plano de Ensino?

Na realidade, o PLANO DE ENSINO (nível 2) é

um roteiro organizado das unidades didáticas de uma

disciplina qualquer para um ano ou semestre .

(Libâneo, 1994, p.232).

Este tipo de plano é informalmente denominado

de plano de curso ou plano de unidades didáticas.

Entretanto, a denominação de plano de ensino como

plano de curso é inadequada, porque pode promover

confusões entre uma disciplina ou matéria (nível 2)

com o curso (nível1).

Para pensar

Questão a ser debatida, será que este procedimento não tem o objetivo central de reforçar a

situação existente na sociedade e na educação? E como fica a valorização do professor?

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Aula 5 | Plano de curso/Plano de Ensino-aprendizagem e Plano de Aula 147

Trata-se, portanto, da distribuição dos assuntos

a serem estudados em determinados períodos: anuais,

semestrais, mensais ou semanais. Organizado pela

coordenação da disciplina com os professores,

possibilita uma distribuição racional e equilibrada do

conteúdo por todo o curso. Ele é de grande utilidade,

desde que o professor compreenda que o plano é uma

diretriz, um roteiro flexível que precisa ser revisto

periodicamente, para ajustamentos às possibilidades de

realização.

Critérios

O Plano de Ensino deve:

Manter uma íntima correlação com o Plano de

Curso (nível 1) de modo a assegurar

coerência nas ações da escola, mantendo-a

como um todo integrado;

Basear-se no conhecimento da realidade que

envolve o aluno, para que expresse, em cada

objetivo e nos meios especificados para o seu

alcance, um sentido de adequação às

capacidades e possibilidades dos aprendizes;

Caracterizar-se pela abertura, permitindo a

participação conjunta dos elementos

interessados na sua organização, desde que

represente economia de esforços e maior

significação na busca dos objetivos

pretendidos;

Ter caráter individual, porque particulariza os

traços determinantes de um conjunto de

alunos;e,

Ser exeqüível tanto em uma perspectiva de

tempo-duração como, por outro lado, numa

perspectiva de adequação às características

do público alvo.

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Aula 5 | Plano de curso/Plano de Ensino-aprendizagem e Plano de Aula 148

A seleção de assuntos para se alcançar os

objetivos estabelecidos no Plano de Ensino deve possuir

os seguintes critérios:

A REPRESENTATIVIDADE corresponde a

identificar o que de mais importante existe na área do

conhecimento.

A VALIDADE implica na importância e atualidade

científica relacionada com o conteúdo escolhido.

A RELEVÂNCIA do conteúdo implica na efetiva

contribuição para alcançar os objetivos traçados. Não

Você se lembra que em nosso Mapa de Aprendizagem

tinha a relação:

Plano de Curso

(nível 1)

Plano de Ensino (nível 2)

Plano de Aula (nível 3)

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Aula 5 | Plano de curso/Plano de Ensino-aprendizagem e Plano de Aula 149

tem sentido a escolha de assuntos cujo valor não tem

significado efetivo para a obtenção do conhecimento.

A EXEQÜIBILIDADE significa na possibilidade de

se trabalhar o assunto no curso.

A ADEQUAÇÃO corresponde à compatibilidade

com o nível do curso e da turma.

A UTILIDADE tem ligação com a aplicação em

novas situações; e

O SIGNIFICADO tem implicações com a

importância para o aluno do assunto que está sendo

desenvolvido. Não se deve ter a ilusão e nem se pode

confundir com uma ideologia equivocada de se formar

direto para o trabalho, bem como que só se deve

planejar conteúdos de aplicação e uso.

Elaborando um Plano de Ensino

O primeiro ponto a ser destacado, é que não

existe uma forma ou modelo rígido de Plano de Ensino,

pois o planejamento não deve ser inflexível porque seu

papel é dar um “norte”, uma direção ao trabalho.

Entretanto, todo o Plano de Ensino deve conter

determinados elementos de modo que a sua estrutura

tenha uma seqüência coerente.

Outro ponto refere-se aos elementos

fundamentais e imprescindíveis para a elaboração do

Plano de Ensino. Tais elementos são:

Identificação

Público alvo

Requisitos de acesso

Distribuição do tempo

Ementa

Para pensar

Visão de Mundo Nesta hora deve se ter em mente a questão: Que homem

desejamos formar? Por isto a importância do assunto escolhido

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Aula 5 | Plano de curso/Plano de Ensino-aprendizagem e Plano de Aula 150

Justificativa

Objetivo

Conteúdo

Procedimentos (estratégias)

Recursos Didáticos

Avaliação

Bibliografia

1. IDENTIFICAÇÃO

Obviamente, qualquer plano ou documento tem

que possuir a sua identificação. Assim, aqui deverão

estar registrados todos os dados e informações que

identificam, situam e complementam o curso.

IDENTIFICAÇÃO

INSTITUIÇÃO DE ENSINO Escola Avena

CURSO Fundamental CÓDIGO EFMAT5

DISCIPLINA Matemática Nº DE

CRÉDITOS

SEMESTRE 1º e 2º CARGA

HORÁRIA

160 horas

PRÉ-REQUISITOS Aprovação na

4ª série

Nº DE AULAS

NO

SEMESTRE

80

PROFESSOR RESPONSÁVEL: Professor Antonio Ney

2. PÚBLICO ALVO

O público alvo corresponde àquelas pessoas que

o curso está direcionado, ou seja, são as características

básicas da turma alvo a ser atendida. Nas

conceituações de Gestão da Qualidade Total o público

alvo corresponderia ao perfil desejado de cliente.

Exemplo: Alunos da 5º série do Ensino Fundamental.

3. REQUISITOS DE ACESSO

Os requisitos de acesso são as condições

mínimas que o aluno deve preencher para cursar uma

determinada disciplina. É muito comum nos cursos de

educação profissional e superior os alunos ao se

Para pensar

Aproveite a Figura abaixo e defina o pré-requisito de todas as disciplinas constantes da mesma. 1. Introdução a

Computação 2. Conhecimentos

Básicos de Windows

3. Word 4. Access 5. Excell

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Aula 5 | Plano de curso/Plano de Ensino-aprendizagem e Plano de Aula 151

matricularem, terem que observar os requisitos de

acesso, sob pena de se prejudicarem na matrícula, pois

ficam impossibilitados de cursar quando não atendem a

todos os pré-requisitos.

Os alunos ao procurarem os cursos com

estruturas modulares devem ter muito cuidado ao se

matricular por causa dos pré-requisitos.

4. DISTRIBUIÇÃO DE TEMPO

A distribuição do tempo refere a forma como a

carga horária se encontra distribuída semanalmente.

Exemplo: Duas aulas por semana num total de 360

horas.

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Aula 5 | Plano de curso/Plano de Ensino-aprendizagem e Plano de Aula 152

5. EMENTA

A ementa é um resumo de todo o conteúdo de

uma disciplina em seus aspectos essenciais. Exemplo:

Ementa de Psicologia da Aprendizagem:

Concepção sobre aprendizagem. O processo de

aprendizagem. Aspectos psicológicos da aprendizagem.

A contribuição de intelectuais sobre os métodos de

aprendizagem. A lógica e a subjetividade no processo

de aprendizagem. Personalidade e percepção no

processo de aprendizagem. A arte como recurso

facilitador para a aprendizagem.

6. JUSTIFICATIVA

O item JUSTIFICATIVA é um dos mais

importantes do Plano de Ensino, tendo em vista que

fornece a todos que consultam o plano a relevância da

disciplina no quadro geral do curso e o quanto a mesma

(disciplina) contribuirá para a formação do aluno. É o

marketing do curso. Entretanto, ela deve ser curta e

clara, contendo apenas um parágrafo e constituído de 8

a 15 linhas.

7. OBJETIVO

Neste item é preciso deixar claro o que a

disciplina do curso pretende, caso seja desenvolvida na

íntegra. Este item pode ser dividido em geral e

específicos.

O objetivo geral é aquilo que a disciplina

persegue em termos de contribuição para o curso em

andamento. Abaixo um exemplo sobre objetivos gerais

e específicos:

DISCIPLINA – Práticas Metodológica II

Importante

A distribuição de tempos deve ser compatível com os tempos das unidades de ensino.

Você consegue perceber a importância da escolha do conteúdo a ser trabalhado com o tempo? Um simples lembrete é importante para você guardar: os recursos de tempo são escassos e definidos.

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Aula 5 | Plano de curso/Plano de Ensino-aprendizagem e Plano de Aula 153

OBJETIVO GERAL:

Permitir ao aluno o contato com metodologias

quantitativas e qualitativas, entendendo-se o

mesmo como fundamental para a formação

do pesquisador.

OBJETIVO ESPECÍFICO:

Estimular a utilização de práticas de

pesquisas variadas;

Instrumentalizar o aluno no uso de

laboratório de prática experimental;

Favorecer a qualificação do futuro

pesquisador através da prática de pesquisa

com o uso de questionários e entrevistas.

8. CONTEÚDOS

Como o próprio nome do item sugere, o mesmo

reúne os pontos centrais do conteúdo a ser ministrado

em aula. De modo geral é organizado sob a forma de

tópicos, facilitando ao professor e ao aluno uma

compreensão geral de como o curso está estruturado.

Que pontos foram privilegiados e que pontos ficarem de

fora.

DISCIPLINA: Matemática

SÉRIE: 5ª série do Ensino Fundamental

CONTEÚDOS

Sistema de Numeração Decimal

Números reais

Adição, subtração, multiplicação e divisão de números naturais

Potenciação e raiz quadrada de números naturais.

Múltiplos e divisores.

Dados, tabelas e gráficos.

Formas

Ângulos

Polígonos e circunferências

Frações

Números decimais

Porcentagens

Medidas

Importante

Estratégias de aulas: Aula expositiva; Aula prática; Demonstração

Prática; Discussão dirigida; Estudo de caso; Estudo dirigido; Trabalho em grupo Projeto.

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Aula 5 | Plano de curso/Plano de Ensino-aprendizagem e Plano de Aula 154

9. PROCEDIMENTOS (ESTRATÉGIAS)

O item estratégia corresponde as técnicas

didáticas e pedagógicas utilizadas na disciplina durante

o período letivo visando não apenas o cumprimento dos

objetivos, mas também a motivação e a participação

dos alunos.

Exemplo: Pesquisa de campo em grupo,

exposição oral, preleção verbal, elaboração de

questionário, trabalho em grupo etc.

10. RECURSOS DIDÁTICOS

Este item reúne os diferentes tipos de recursos

instrucionais que deverão ser utilizados pelo professor

no decorrer de seu período letivo serão citados no

plano. Exemplo: quadro-negro, retroprojetor,

microscópio, transferidor.

11. AVALIAÇÃO

A avaliação deve ser realizada continuamente e

integrada as propostas que a disciplina tem com

relação ao curso.

Não se deve pensar que a grande avaliação é ao

final do curso, pois determinados resultados devem ser

analisados e as exigências de correções imediatas feitas

para os objetivos gerais e especificados.

O item avaliação deve reunir as técnicas

avaliativas a serem utilizadas e estipular quando estas

serão aplicadas.

Exemplo de avaliações:

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Aula 5 | Plano de curso/Plano de Ensino-aprendizagem e Plano de Aula 155

3 provas escritas a serem realizadas de 3 em

3 meses.

1 prova prática de estudo ao final de cada

semestre e dois trabalhos de campo.

As provas escritas valerão 5 pontos, bem

como os trabalhos práticos. O total de pontos

da disciplina será de 25.

Caso o aluno não alcance o mínimo de pontos

este deverá realizar então um trabalho final

em função da diferença de pontos restantes.

12. BIBLIOGRAFIA

Este item reúne a relação de livros, revistas e

artigos que deverá ser utilizado no curso, ou que serve

para o desenvolvimento da disciplina.

Na página seguinte existe um Plano de Ensino

elaborado para a Matemática. Leia comparando com o

que foi dito. Depois, faça o exercício ao final da aula.

PLANO DE ENSINO

IDENTIFICAÇÃO

Instituição de Ensino: Escola Avena

Curso: Ensino Fundamental Código: EFMAT5

Disciplina: Matemática Nº de créditos:

Semestre: 1º e 2º de 2005. Carga horária: 160 horas

Pré-requisito: Aprovação na 4ª série Nº de Aulas: 80 por semestre

Professor: Joaquim Chapolim

Público Alvo: 35 alunos da 5ª série

Distribuição do tempo: 5H semanais

Justificativa: Uma das disciplinas

fundamentais para formação do aluno

para a cidadania.

Objetivos da Disciplina:

- Desenvolver a capacidade de analisar,

comparar, conceituar, representar,

abstrair e generalizar.

- Associar a Matemática a outras áreas

do conhecimento.

Conteúdos Nº

de Aulas

Objetivos Específicos da

Unidade

Unidade 1:

Sistema de Numeração

Decimal

10 Compreender as

necessidades práticas que

levaram à criação dos

números, relacionando o

desenvolvimento dos

sistemas numéricos com a

história da humanidade.

Importante

A bibliografia representa uma base teórica, sua fundamentação a partir de como você entende disciplina, e que permitirá ao aluno crescer.

Não esqueça a educação não deve ser neutra. Toda educação reflete valores, crenças e princípios. Suas opções bibliográficas refletem esses elementos.

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Aula 5 | Plano de curso/Plano de Ensino-aprendizagem e Plano de Aula 156

Unidade 2:

Números reais

10 Reconhecer os números

naturais.

Unidade 3 e 4:

Adição, subtração,

multiplicação e divisão de

números naturais

40 Retomar e ampliar os

conhecimentos sobre as

operações fundamentais

com números naturais, seus

significados e aplicações nas

resoluções de problemas.

Unidade 5:

Potenciação e raiz

quadrada de números

naturais.

10 Identificar o significado e a

vantagem da representação

de produtos com dois ou

mais fatores iguais na forma

de potência.

Estender essa

representação, de modo

lógico, a casos especiais.

Unidade 6:

Múltiplos e divisores.

10 Identificar o conceito de

múltiplo e de divisor de um

número natural e sua

relevância na Matemática e

em problemas do cotidiano.

Unidade 7:

Dados, tabelas e gráficos.

10 Construir procedimentos

para organizar e representar

dados por meio de tabelas e

gráficos estatísticos.

Unidade 8:

Formas

10 Desenvolver a capacidade

de observação do espaço,

visando compreender,

descrever e representar de

forma organizada o mundo

físico.

Unidade 9:

Ângulos

10 Construir a noção de

ângulo, constatando sua

presença na natureza e sua

importância nas obras feitas

pelo homem.

Unidade 10:

Polígonos e circunferências

10 Ampliar e organizar os

conhecimentos sobre figuras

geométricas planas, em

particular polígonos e

circunferências.

Unidade 11:

Frações

10 Reconhecer e interpretar

números racionais na forma

fracionária em diferentes

contextos, aplicando os

conhecimentos sobre

frações para representar e

resolver situações-

problemas.

Unidade 12:

Números decimais

10 Estender as regras do

Sistema de Numeração

Decimal para representar

números racionais na forma

decimal, compreendendo

esses registros.

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Aula 5 | Plano de curso/Plano de Ensino-aprendizagem e Plano de Aula 157

Unidade 13:

Porcentagens

10 Reconhecer a importância

das porcentagens no

contexto social e científico,

sabendo identificar valores

correspondentes a

porcentagens básicas.

Unidade 14:

Medidas

10 Ampliar a construção do

conceito de medida,

percebendo sua importância

nas situações do cotidiano,

do trabalho e das ciências.

Procedimentos Estratégicos: Aulas expositivas, trabalhos em grupo, debates,

pesquisas e projetos.

Recursos Didáticos: Retroprojetor, vídeo, som, máquina de calcular, material de

desenho, tesoura, pano quadro branco.

Avaliação:

Os instrumentos (provas, debates, trabalhos individuais ou em grupo em sala de

aula e extraclasse) da avaliação serão definidos pelo professor no decorrer do ano

letivo.

Cada bimestre deverá ter um conceito de acordo com a escala: Excelente – Muito

Bom – Bom - Regular e Insuficiente.

O aluno para ser aprovado deverá ter como conceito médio entre as seis

avaliações, no mínimo, de bom.

A recuperação para os alunos que não alcançaram conceito bom será efetivado por

meio de prova a ser realizadas no final do ano letivo.

Bibliografia:

PRATICANDO A MATEMÁTICA – 5ª série – Álvaro Andrini e Maria José

Vasconcellos.

O HOMEM QUE CALCULAVA – Malba Tahan.

AS MARAVILHAS DA MATEMÁTICA – Malba Tahan.

OS NÚMEROS: A HISTÓRIA DE UMA GRANDE Invenção – George Ifrah.

HISTÓRIA DA MATEMÁTICA – Carl B. Boyer.

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Aula 5 | Plano de curso/Plano de Ensino-aprendizagem e Plano de Aula 158

EXERCÍCIO 1

Identifique 3 aspectos que justifiquem a importância da

elaboração do Plano de Ensino de uma disciplina.

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

MODELO DE PLANO DE ENSINO

IDENTIFICAÇÃO

Instituição de Ensino:

Curso: Código:

Disciplina: Nº de créditos:

Semestre: Carga horária:

Pré-requisito: Nº de Aulas:

Professor:

Público Alvo:

Distribuição do tempo:

Justificativa:

Objetivos da Disciplina:

Conteúdos Nº

de Aulas

Objetivos Específicos da

Unidade

Procedimentos Estratégicos:

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Aula 5 | Plano de curso/Plano de Ensino-aprendizagem e Plano de Aula 159

Recursos Didáticos:

Avaliação:

Bibliografia:

Considerações Iniciais sobre o Plano de

Aula

O grande objetivo de um Plano de Aula é o que

o professor espera alcançar ao final da aula, ou seja, o

resultado da aprendizagem.

É importante assinalar que ao elaborar um Plano

de Aula, o Professor deve ter a preocupação essencial

com a aprendizagem do conhecimento que espera do

aluno, bem como a consonância com os objetivos

traçados no Plano de Curso. Ou seja, a sintonia entre a

aula e o curso (disciplina) é fundamental. Entretanto, o

Plano do Curso não pode servir de justificativa para o

Professor afirmar que sua aula será prejudicada por ter

que “obedecer” o Plano de Ensino (disciplina).

Caro aluno, veja nas primeiras páginas no mapa

de aprendizagem que existe uma troca no processo de

planejamento entre a aula e o curso e vice-versa.

Dois pontos são fundamentais serem

comentados neste momento; o primeiro, implica na

facilidade do aluno de construir um Plano de Aula após

ter aprendido elaborar um Plano de Ensino (disciplina).

VOCÊ SE LEMBRA QUE EM NOSSO

MAPA DE APRENDIZAGEM

TINHA A RELAÇÃO:

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Aula 5 | Plano de curso/Plano de Ensino-aprendizagem e Plano de Aula 160

Em resumo, se você domina a elaboração do Plano de

Ensino não terá problemas para construir o Plano de

Aula.

O outro ponto se refere ao fato que não basta

apenas definir o que queremos ensinar, mas temos que

pensar como colocar no papel as idéias para concretizar

os objetivos da aula e verificar sua viabilidade de

execução considerando todos os fatores envolvidos

como tempo, local, número de alunos, metodologia,

materiais disponíveis e etc.

Estrutura da Aula

Uma AULA deve ser estruturada em 3 fases:

1ª FASE - APRESENTAÇÃO OU INTRODUÇÃO:

corresponde a fase de apresentação ao aluno do tema e

importância (relevância) do seu estudo.

Ela será constituída pelos elementos:

Resumo da aula anterior: caso tenha ligação

ou seqüência;

Título e tópicos principais dos conteúdos da

aula;

Objetivos: deve-se deixar bem claro aos

alunos o que a aula irá oferecer;

Justificativa: a importância e relevância da

aula com o sentido de motivar e despertar o

interesse do aluno pelo tema. Tenha em

mente que você tem que INCENTIVAR o

aluno.

2ª FASE – DESENVOLVIMENTO: corresponde a

fase mais importante da aula envolvendo em seu

desenvolvimento geral:

Importante

O professor deve MOTIVAR o aluno neste momento.

Desenvolva a vontade de aprender.

Importante

A verificação deve ser realizada em função dos objetivos traçados.

O modo de verificar pode ser parcial ou único, é uma decisão do professor.

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Aula 5 | Plano de curso/Plano de Ensino-aprendizagem e Plano de Aula 161

Explicação: implica no desenvolvimento

teórico do tema ou discussão sobre o

assunto;

Aplicação: é uma etapa concomitante com a

Explicação, onde o professor demonstra a

aplicação prática do tema;

Verificação: implica na etapa de verificação

da aprendizagem do aluno. Aqui, se vê o que

de fato o aluno aprendeu. Você estará

verificando se os objetivos da aula foram

assimilados.

3ª FASE – CONCLUSÃO: refere-se a um resumo

da aula com os pontos essenciais estudados, além da

finalização do tema abordado de modo a que este

possa ser aprofundado posteriormente.

A Composição de um Plano de Aula

Logicamente, qualquer atividade que seja

executada, deve ser composta por 3 partes bem

definidas: a do PLANEJAMENTO, a de EXECUÇÃO, e

obviamente, a AVALIAÇÃO. Elas se interligam e são

complementares para obtenção do sucesso da atividade

prevista. Uma aula bem ministrada depende de seu

planejamento.

A EXECUÇÃO da aula não deve fugir do

planejado, mas não significa que pelas condições

ambientais, afetivas e materiais, ela não possa sofrer

mudanças. Um exemplo simples, você iria ministrar

uma aula com retro-projetor e na hora houve queima

da lâmpada. Automaticamente, você irá optar por uma

outra alternativa, embora seguindo o planejado. Ou

seja, em resumo,

Importante

DIVISÃO DO TEMPO DE DURAÇÃO DA AULA Apresentação: 15% Desenvolvimento: 70% Conclusão: 15%. Esta divisão do tempo é orientativa, não implica numa obrigação, pois nenhum planejamento deve ser estruturado com imposição. O planejamento é um “norte”, ou seja, uma direção e não uma obrigação. Ao professor cabe a decisão de construí-lo, pois os resultados serão de sua responsabilidade. A meta do professor ao elaborar um Plano de Aula é tentar garantir a aprendizagem do aluno.

Importante

P E A: Planejar, Executar, Avaliar.

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Aula 5 | Plano de curso/Plano de Ensino-aprendizagem e Plano de Aula 162

Finalmente, a AVALIAÇÃO implica na:

Verificação se os resultados previstos foram

alcançados;

Redefinição das ações no sentido de se

alcançar os objetivos traçados.

O Plano de Aula é o guia do professor para

empreender a viagem de levar os alunos a adquirirem

os conhecimentos necessários aos seus próprios

desenvolvimentos, e para isto o plano deve prever: o

roteiro, a maneira como o assunto será trabalhado, os

seus referenciais teóricos, as intenções pedagógicas da

proposta de aula, o tempo necessário de demanda e os

recursos que serão utilizados na empreitada.

Então, o Plano de aula é uma ferramenta

fortíssima para o trabalho do docente e muito útil para:

Organizar mentalmente as idéias a serem

discutidas em sala de aula;

Fornecer ao docente mais segurança e

domínio na sala de aula;

Otimizar as atividades que serão

desenvolvidas em sala de aula;

Propiciar a criação de novas idéias sobre

como partilhar o conteúdo da aula com os

alunos em termos práticos e teóricos;

Facilitar o cumprimento dos objetivos da

aula;

Evitar possíveis falhas comuns na execução

das aulas;

Aumentar a eficácia do processo pedagógico

em desenvolvimento.

Importante

Você pode verificar que aí estão os principais objetivos de um Plano de Aula.

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Aula 5 | Plano de curso/Plano de Ensino-aprendizagem e Plano de Aula 163

Conforme falamos na primeira aula, existem

muitas pessoas e professores que não

elaboram e não acreditam em planos de

aulas, e são até contrários. Várias instituições

de ensino, principalmente de educação

básica, cometem o absurdo de não cobrar a

sua elaboração do professor. Não

ampliaremos esta discussão, pois já foi vista

exaustivamente no início de nosso curso,

agora deixamos claro que se você deseja ter

uma boa prática, ser responsável e

fundamentar a sua atuação em sala de aula,

utilize o plano.

Elaborando um Plano de Aula

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Da mesma forma que em todos os

planejamentos anteriores, você deve identificar o plano

de aula.

Exemplo: nome da instituição de Ensino,

unidade, departamento, disciplina, código da disciplina,

número de créditos, dia, horário, prédio, sala etc.

Em geral, tais dados constituem o cabeçalho do

plano, devendo se situar no início do mesmo.

TEMA

Refere-se ao núcleo do assunto que será

trabalhado na aula como: o nome do assunto ou da

matéria a ser vista. Exemplo: Globalização e Educação,

Raiz Quadrada, Os Músculos do Corpo etc.

Importante

O COMPORTAMENTO é um conjunto de atitudes e reações da pessoa em função do meio social em que vive.

A APRENDIZAGEM é um processo que muda o comportamento da pessoa.

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Aula 5 | Plano de curso/Plano de Ensino-aprendizagem e Plano de Aula 164

OBJETIVO

Você pode estar incomodado porque voltaremos

a falar de objetivos. Ele é a essência do planejamento

tendo em vista que será a meta a ser alcançada como

afirmado nas Considerações Iniciais desta aula.

O objetivo, portanto, é o COMPORTAMENTO que

o professor espera que os alunos possuam ao final da

aula. É o resultado do processo de aprendizagem.

O estabelecimento dos objetivos deve ser bem

definido com o propósito de alcançar o que se pretende

da aula.

A utilização de um VERBO na forma de INFINITO

serve para indicar o comportamento observável

esperado.

Exemplos do uso de verbos no infinitivo:

Avaliar as técnicas de conservação de

energia.

Verificar visualmente as falhas da união

soldada.

O verbo utilizado deve ser claro e não deve

dar uma idéia ambígua ao objetivo.

Cada objetivo deve indicar somente uma ação

e tem que ser compatível com o tempo e os

recursos disponíveis.

Níveis Básicos de Aprendizagem

Os objetivos devem ser traçados em função dos

níveis de aprendizagem. Estamos falando de

envolvimento da área cognitiva.

Dica do professor

DICAS PARA A ELABORAÇÃO DOS OBJETIVOS: Normalmente os objetivos complementam a seguinte idéia: “Ao final da aula o aluno será capaz de....................”

Para pensar

Retorne ao exercício 2 e verifique que os setes objetivos do Plano de Trabalho. Estas regras se aplicariam aos objetivos?

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Aula 5 | Plano de curso/Plano de Ensino-aprendizagem e Plano de Aula 165

1º. NÍVEL CONHECIMENTO corresponde aquele

nível onde o aluno normalmente armazena informações

referentes aos conteúdos. Está baseado na memória

comporta vários graus de complexidade;

2º. NÍVEL COMPREENSÃO corresponde aquele

nível baseado no entendimento efetivo dos conteúdos.

Está baseado na interpretação;

3º. NÍVEL APLICAÇÃO corresponde aquele nível

onde o aluno desenvolve a habilidade de utilizar os

conteúdos. Este nível envolve necessariamente

CONHECIMENTO e COMPREENSÃO, ou seja, os níveis

anteriores;

4º. NÍVEL ANÁLISE corresponde aquele nível

onde o aluno é capaz desdobrar determinado

equipamento, material, organização etc. em suas

partes constitutivas, a percepção das interrelações

dessas partes e os modos da organização;

5º. NÍVEL SÍNTESE corresponde aquele nível

onde o aluno é capaz de envolver a organização dos

conteúdos desenvolvidos nos quatro níveis anteriores:

conhecimento, compreensão, aplicação e análise. Aqui,

ele será capaz de combinar as partes para formar um

todo; e,

6º. NÍVEL AVALIAÇÃO corresponde aquele nível

onde o aluno é capaz de julgar determinado assunto. É

o nível mais alto.

Dica de leitura

Se o aluno desejar ampliar o conhecimento nestes conceitos de taxionomia, aconselhamos o livro PLANEJAMENTO DE ENSINO E AVALIAÇÃO de Flávia Sannt’Anna, Délcia Enricone, Lenir André e Clódia Turra da editora SagraLuzzato.

Para pensar

Esta listagem não é exaustiva, bem como há repetição de verbos em níveis diferentes por causa do grau de complexidade da ação. Lembre-se que a classificação é em função da ação esperada e não do verbo em si.

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Aula 5 | Plano de curso/Plano de Ensino-aprendizagem e Plano de Aula 166

TABELA DE VERBOS POR NÍVEL

Nível Verbos

Conhecimento Apontar – Definir – Descrever - Designar -

Detalhar – Determinar – Distinguir -

Enumerar - Enunciar – Especificar -

Exemplificar – Explanar - Explicitar –

Identificar – Listar – Marcar – Nomear –

Mencionar –Mostrar – Reduzir – Registrar -

Relacionar - Relatar - Repetir - Selecionar

Compreensão Compreender - Converter – Debater - Definir

– Deduzir – Demonstrar - Descrever -

Detalhar - Distinguir - Estimar – Exemplificar

– Explanar - Explicitar – Expor - Discutir –

Expressar- Ilustrar - Interpretar – Localizar –

Narrar - Organizar – Relacionar - Revisar –

Selecionar - Sumariar - Traduzir

Aplicação Aplicar – Calcular – Construir – Converter -

Dramatizar – Descrever – Determinar –

Discriminar – Distinguir – Efetuar - Elaborar -

Empregar – Esboçar – Escrever - Executar –

Exemplificar -Explicar - Explicitar – Ilustrar –

Manipular – Manusear – Medir - Modificar –

Montar - Operar - Praticar – Preparar -

Produzir – Provar - Resolver – Traçar - Usar -

Utilizar

Importante

Esta listagem não é exaustiva, bem como há repetição de verbos em níveis diferentes por causa do grau de complexidade da ação. Lembre-se que a classificação é em função da ação esperada e não do verbo em si.

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Aula 5 | Plano de curso/Plano de Ensino-aprendizagem e Plano de Aula 167

Análise Analisar – Calcular – Comparar – Criticar –

Debater – Decompor – Detalhar – Descrever

– Designar - Determinar - Discriminar –

Diferenciar –Distinguir - Enunciar –

Especificar – Estabelecer - Examinar -

Experimentar – Explicar - Fracionar – Ilustrar

- Inferir - Investigar – Posicionar - Provar –

Relacionar Selecionar - Separar

Síntese Apresentar - Combinar – Compilar – Compor

– Coordenar - Criar – Construir - Delinear –

Demonstrar - Descobrir - Descrever -

Dimensionar - Dirigir – Elaborar -

Esquematizar – Explicar -Formular –Gerar -

Narrar - Organizar - Planejar – Produzir –

Projetar - Propor – Provar -Relatar –

representar - Reunir - Sintetizar – Sumariar

Avaliação Analisar - Avaliar – Comparar – Concluir –

Escolher – Estimar – Fundamentar -

Interpretar – Julgar –Justificar – Qualificar -

Relacionar – Selecionar – Validar

Fonte: Curso Expedito de Técnica de Ensino – CIAW.

Tipos de Objetivos

Os objetivos podem ser de dois tipos: GERAL e

ESPECÍFICO.

O OBJETIVO GERAL é o principal, ou seja, a

essência da aula. enquanto os OBJETIVOS

ESPECÍFICOS podem ser diversos objetivos secundários

que irão permitir alcançar o objetivo geral.

EXEMPLO DE OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS

Tema A importância da

reciclagem do lixo

A Arte de uma

Organização de

Aprendizagem.

Objetivo

Geral

Conscientizar os alunos

da importância da

reciclagem do lixo e seus

efeitos positivos sobre

meio ambiente.

Conhecer uma

Organização de

Aprendizagem.

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Aula 5 | Plano de curso/Plano de Ensino-aprendizagem e Plano de Aula 168

Objetivos

Específicos

Fornecer informações

básicas sobre a produção

e destinação do lixo.

- Conceituar uma

Organização de

aprendizagem.

- Relacionar as

disciplinas

componentes de uma

Organização de

Aprendizagem.

DURAÇÃO

Este item corresponde ao tempo disponível para

a realização da aula. A unidade de tempo pode ser em

horas ou minutos. Exemplo: 1hora 15 minutos ou 45

minutos.

CONTEÚDO

Este item contém um breve resumo, sob a forma

de tópicos, dos assuntos que serão tratados em aula

como se fossem unidades do assunto ou capítulos de

um livro. Trata-se, portanto, de um desdobramento do

tema.

Exemplo: tomando o tema “A ARTE DE UMA

ORGANIZAÇÃO DE APRENDIZAGEM” poderíamos

colocar os seguintes conteúdos para o assunto:

Conceituação de uma Organização de

Aprendizagem

Ciclo de reforço para aprendizagem de uma

Organização

Disciplinas da Aprendizagem

Domínio Pessoal

Modelos Mentais

Objetivo Comum

Aprendizagem em Grupo

Quinta Disciplina: Raciocínio Sistêmico.

Importante

Ao organizar os conteúdos e assuntos selecionados, devem ser verificados os seguintes aspectos: - Extensão; - Equilíbrio; - Seqüência; e - Integração. É fundamental se pensar no todo a ser trabalhado em sala de aula.

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Aula 5 | Plano de curso/Plano de Ensino-aprendizagem e Plano de Aula 169

MATERIAL DIDÁTICO OU INSTRUMENTOS

Este item contempla as diferentes ferramentas

pedagógicas que serão utilizadas para viabilizar o

conteúdo da aula. Exemplo: televisão, retroprojetor,

vídeo, cartazes.

METODOLOGIA (OU PROCEDIMENTOS

METODOLÓGICOS)

Este item se refere à forma didática utilizada

pelo professor para disponibilizar os conteúdos em aula

a partir dos instrumentos pedagógicos anteriormente

citados.

ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS

Este item se refere particularmente aos alunos e

serve para indicar quais serão as atividades que estes

irão desenvolver. Exemplo: Exploração de figuras

geométricas em fotografias diferentes de fachadas de

residências.

A Metodologia a ser escolhida envolve a estratégia e

as atividades a serem adotadas, procurando-se a

maneira mais adequada de desenvolver os

conteúdos programados para a aula:

a) Aula Expositiva;

b) Aula Prática;

c) Demonstração Prática;

d) Discussão Dirigida;

e) Estudo de Caso;

f) Estudo Dirigido;

g) Trabalho em Grupo;

h) Projetos.

Não abordaremos tais estratégias, pois são

desenvolvidas ao longo de nosso curso nas diversas

disciplinas.

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Aula 5 | Plano de curso/Plano de Ensino-aprendizagem e Plano de Aula 170

AVALIAÇÃO

No fim da aula, o professor poderá elaborar um

tipo de avaliação a fim de verificar o resultado de seu

trabalho, ou seja, verificar se os objetivos da aula

foram alcançados.

Exemplo: Tomando os exemplos sobre uma

Organização de Aprendizagem, poderíamos desejar

verificar se o aluno conseguiu conhecer as cinco

disciplinas de uma organização deste tipo. A pergunta

poderia ser: “Quais são as cinco disciplinas de uma

Organização de Aprendizagem?”.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

O último item de um plano de aula diz respeito a

base teórica do conteúdo desenvolvido em aula.

Obviamente, se o Plano de Aula irá ser fornecido a

Instituição de Ensino, é importante que o professor

ATIVIDADES QUE PODEM SER DESENVOLVIDAS

Trabalhar com a PERCEPÇÃO VISUAL (observação

da fachada), com uma VISÃO PESSOAL DE BELEZA

(escolha da fachada mais bonita), com MEMÓRIA

VISUAL (lembrança dos detalhes da fachada

observada), com a LINGUAGEM PICTÓRIA (desenho

da fachada) e com a DISCRIMINAÇÃO VISUAL

(comparação de detalhes entre fachadas diferentes).

As seguintes atividades poderão ser conduzidas do

tipo:

Os alunos podem desenhar a fachada que mais

gostaram identificando as figuras geométricas.

Quais seriam as distorções da fachada real com a

fachada guardada na memória?

Este exercício permite uma análise das distorções

que ocorrem quando queremos representar um

objeto ou contar uma história.

Este exercício permite desenvolver pesquisa a ser

trabalhada individualmente ou coletivamente.

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Aula 5 | Plano de curso/Plano de Ensino-aprendizagem e Plano de Aula 171

especifique o material bibliográfico de acordo com as

normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas

(ABNT).

As referências bibliográficas não significam que

sejam apenas de livros, mas todo o material a ser

trabalhado em sala de aula ou a ser lido como

complementação para os estudos feitos. Assim, deve

ser incluído: periódicos, sites, artigos, filmes, vídeos,

DVD etc.

Na página seguinte, veja um exemplo de um

plano pronto com todos os itens enumerados até agora

tanto no plano de ensino quanto no plano de aula.

Posteriormente, faça o exercício previsto, onde

você deverá, a partir de um texto dado, construir um

plano de aula. É fundamental a elaboração deste

exercício porque ele permitirá medir as suas

dificuldades.

No caso de dúvida, não deixe de retornar as

explicações das páginas anteriores, consultando os

exemplos e sugestões bibliográficas fornecidas.

EXEMPLOS DE REFERÊNCIAS

LIVRO:

CARVALHO, Vilson. Educação Ambiental e

Desenvolvimento Comunitário. Rio de Janeiro, WAK,

2005.

SITE:

SHELL. Gás Natural e Geração de Energia. Site

acessado: <URL: http: //www.shell.com/home>

data de acesso: 22/02/2005.

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Aula 5 | Plano de curso/Plano de Ensino-aprendizagem e Plano de Aula 172

PLANO DE AULA

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

ESCOLA: Mundo do Adolescente

PROFESSOR: João da Silva

DISCIPLINA: Administração

CÓDIGO: A-22

Nº DE CRÉDITOS: 1

UNIDADE: 5

DURAÇÃO: 1 hora

REVISÃO: 1

DATA: 20/JUN/2006

TEMA CENTRAL (ASSUNTO)

A Arte da Organização de Aprendizagem

OBJETIVOS

Conceituar uma organização de

aprendizagem.

Definir um ciclo de reforço de

aprendizagem.

Relacionar as disciplinas de

aprendizagem.

JUSTIFICATIVA

Como sobreviver num mercado altamente competitivo, com elevado índice de

mudanças? Este é o grande desafio das organizações modernas. Esta sobrevivência

requer uma organização que busca aprimorar seus processos para produzir o

melhor, no menor tempo e no mais baixo custo possível. Estes fatores são

primordiais para vencer, as barreiras e os desafios. As organizações de

aprendizagem constituem um caminho baseado na produtividade e na educação

continuada.

CONTEÚDOS

1. Conceituação de uma organização de Aprendizagem.

2. Ciclo de reforço para aprendizagem.

3. Disciplinas de aprendizagem: 3.1 Domínio Pessoal, 3.2 Modelos Mentais,

3.3 Objetivo Comum, 3.4 Aprendizagem em Grupo e 3.5 Raciocínio sistêmico.

Apresentação

Resumo da aula

anterior

Conteúdo

Tema novo

Metodologia Recursos Duração

(Tempo)

Tema, Tópicos e

Incentivação

Apresentação

do Tema

Aula

expositiva

Retroprojetor

transparência 1

5’

DESENVOLVIMENTO

Conceituação de

uma O.A.

Conceito

Aprendizagem

de

sobrevivência

Aprendizagem

generativa

(criativa)

Aula

expositiva

Retroprojetor

transparência 2

10’

Ciclo de reforço Consciência e

sensibilização

Valores,

crenças e

princípios

Ciclo de reforço

positivo e

negativo.

Aula

expositiva

Retroprojetor

transparência 3

10’

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Aula 5 | Plano de curso/Plano de Ensino-aprendizagem e Plano de Aula 173

Disciplinas de

Aprendizagem

Domínio

Pessoal

Modelos

Mentais

Objetivos

comuns

Aprendizagem

em grupo

Raciocínio

sistêmico

Aula

expositiva

com

exemplos

práticos

Retroprojetor

transparência 4

10’

VERIFICAÇÃO

Perguntas práticas

O que é um

AO?

Quais são as

disciplinas de

uma OA?

Discussão

dirigida

XXXXXXXXXX 5’

SUMÁRIO

Reforçar o

essencial das

disciplinas de

OA.

Aula

expositiva

XXXXXXXXXX

10’

60’

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

A Quinta Disciplina – Peter Senge.

Escolas que Aprendem: um guia da Quinta Disciplina para educadores, pais e todos

que se interessam pela educação – Peter Senge et all.

OBSERVAÇÕES

DATA DE APROVAÇÃO RESPONSÁVEL

EXERCÍCIO 2

Explique, com suas palavras, os três momentos

relativos a uma aula, indicando a importância de cada

um deles e suas dificuldades: PLANEJAMENTO,

EXECUÇÃO E AVALIAÇÃO.

____________________________________________

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Aula 5 | Plano de curso/Plano de Ensino-aprendizagem e Plano de Aula 174

MODELO DE PLANO DE AULA

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

ESCOLA:

PROFESSOR:

DISCIPLINA:

CÓDIGO:

Nº DE CRÉDITOS:

UNIDADE:

DURAÇÃO:

REVISÃO:

DATA:

TEMA CENTRAL (ASSUNTO)

OBJETIVOS

JUSTIFICATIVA

CONTEÚDOS

Apresentação

Resumo da aula

anterior

Conteúdo

Tema novo

Metodologia Recursos Duração

(Tempo)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

OBSERVAÇÕES

DATA DE APROVAÇÃO RESPONSÁVEL

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Aula 5 | Plano de curso/Plano de Ensino-aprendizagem e Plano de Aula 175

EXERCÍCIO 3

Um Planejamento Operacional é composto pelos

seguintes planos:

( A ) Plano de Aula; Plano de Ensino-Aprendizagem e

Plano de Curso.

( B ) Plano de Curso; Plano Político-Pedagógico e Plano

Estratégico.

( C ) Plano de Aula; Plano Político-Pedagógico e Plano

Estratégico.

( D ) Plano de Ensino-Aprendizagem; Plano Político-

Pedagógico e Plano Estratégico.

( E ) Plano de Aula e Plano Sequencial e plano

Superior.

EXERCÍCIO 4

As três fases de uma aula são:

( A ) Apresentação ou Introdução; Desenvolvimento e

Conclusão

( B ) Início e Término

( C ) Início, Execução e Término.

( D ) Apresentação, Execução e Término.

( B ) Introdução sem apresentação, Desenvolvimento e

Conclusão.

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Aula 5 | Plano de curso/Plano de Ensino-aprendizagem e Plano de Aula 176

RESUMO

Vimos até agora:

O que é um Plano de Curso, um Plano de

Ensino-Aprendizagem e um Plano de Aula;

O Plano de Curso e as suas disciplinas;

A composição de um Plano de Ensino-

Aprendizagem;

A elaboração de um Plano de Ensino-

Aprendizagem;

A estrutura de uma aula;

O Plano de Aula, a sua composição e

elaboração;

A elaboração do Plano de Aula.

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Planejamento de Projetos de

Trabalho

Antonio Fernando Vieira Ney

AU

LA

6

Ap

res

en

taç

ão

Nesta aula teremos a oportunidade de conhecer e aprender como

planejar um Projeto de Trabalho. Não implicará no

desenvolvimento da teoria que envolve o assunto. Toda a parte

referente ao trabalho com a Pedagogia de Projetos tem disciplinas

próprias, como Didática e outras para ser trabalhada.

Esta alternativa de trabalho e de ensino busca com ativa

participação do aluno desenvolver aprendizagem por meio de uma

educação intencional. Partindo-se dos conhecimentos que os

educandos já trazem consigo, amplia-se e aprofunda-se tal base,

e por fim, integra-se de forma lógica e racional o conhecimento

adquirido. Trata-se de uma alternativa a proposta educacional

tradicional.

Vale à pena pensar e refletir na possibilidade de sua aplicação em

sala de aula.

Ob

jeti

vo

s

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja

capaz de:

Conhecer o Planejamento de Projeto de Trabalho;

Elaborar um Planejamento de Projeto de Trabalho.

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Considerações iniciais

Inicialmente queremos estabelecer uma questão

a ser esclarecida referente a ATIVIDADES DE ROTINAS

(operacionais) inerentes ao processo escolar e a

ATIVIDADES TRANSFORMADORAS DE PROJETOS.

Tomando a obra de Moura e Barbosa intitulada

“Trabalhando com Projetos” (p.26) encontramos o

gráfico abaixo:

Deste gráfico podemos tirar a conclusão que as

atividades de ROTINAS ou FUNCIONAIS são aquelas

correspondentes às linhas horizontais, ou seja, são

aquelas que mantêm a situação (status quo). Exemplo:

a emissão de certificados, a inscrição de alunos em

cursos, o pagamento de pessoal etc.

As ATIVIDADES QUE ENVOLVEM PROJETOS têm

as características de serem transformadoras, por isto o

desempenho é crescente no gráfico, pois ela passa de

uma posição mais baixa para a mais alta. Exemplo: a

Considerações iniciais 178 Contexto 182 Situação dos docentes 185 Pressupostos teóricos 187 Bases da pedagogia de projetos 188 Que condições um projeto de trabalho deve atender? 190 Planejamento e Organização de um Projeto de Trabalho 191 Exemplo de Projeto de Trabalho 197

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informatização de uma secretaria. Veja ao informatizar

uma secretaria, a escola terá um considerável aumento

de produtividade nos serviços.

Moura e Barbosa (op.cit, p.26) ainda

apresentam um quadro altamente elucidativo para a

questão:

DIFERENÇAS ENTRE ATIVIDADES DE ROTINA

(FUNCIONAIS) E PROJETOS

Executa e mantém padrões Altera e cria novos padrões

Duração indeterminada Duração definida

Produtos previsíveis Incerteza sobre resultados

Atividade repetitiva Atividade inovadora

Baixo risco Alto risco

Domínio ao executar tarefas Tarefas complexas

Elevado nível de automação Baixo nível de automação

Planejamento fixo Planejamento dinâmico

Problemas previsíveis Problemas imprevisíveis

Aprende antes de executar Aprende durante a execução

Visão completa do processo Visão incompleta do processo

Desempenho conhecido Desempenho variável

Processos estáveis Criação de novos processos

Conhecimento específico Conhecimento multidisciplinar

Tarefas muito detalhadas Atividades com poucos

detalhes

Fraca reação às mudanças Forte reações à mudanças

Técnicas de controle simples Técnicas de controle complexas

Equipe permanente Várias equipes

Temos que lembrar que os PROJETOS DE

ENSINO são aqueles que visam melhorar o processo de

ensino-aprendizagem de uma determinada disciplina,

enquanto os PROJETOS DE TRABALHO têm como

objetivo de trabalhar com os alunos no contexto escolar

(aplicação da Pedagogia de Projetos na formação de

competências).

JOHN DEWEY, filósofo americano da corrente do

pragmatismo, defendeu a idéia de que a Filosofia, a

Política e a Educação sempre estarão juntas na

construção da democracia. Assim, ele destacava que a

EDUCAÇÃO É INTENCIONAL, afirmando que: “A

educação é uma constante reorganização ou

reconstrução da experiência”.

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A experiência é fundamental para a consolidação

da democracia, pois a partir dela, continuamente é que

será organizado e reconstruído o próprio conhecimento.

Assim, para uma educação significativa são

importantes: a continuidade e a interação entre as

condições objetivas, subjetivas e sociais.

A obra PEDAGOGIAS DO SÉCULO XX (p.51)

afirma que Dewey estabelecia três etapas para base da

educação intencional:

- As matérias de ensino manifestam-se

na familiaridade e no trato com aquilo

que as crianças trazem consigo.

- Essa base material será ampliada e

aprofundada mediante o saber

transmitido.

- Integrar o que se ampliou em um

conjunto ordenado de forma lógica e

racional

O próprio livro diz que tais etapas só atendem as

necessidades individuais, enquanto o plano de estudo

deve contemplar as necessidades sociais. Ou seja, as

experiências escolhidas devem vir de grupos sociais

mais amplos.

O ponto de partida será sempre a experiência,

tendo em vista que nenhuma criança, jovem ou adulto

chega à escola em branco. Um dos erros mais sério

quando se pensa na aprendizagem, é que muitos só

acreditam na educação formal como processo dessa

natureza, ignorando que a vida humana é rica e o

aprender ocorre a todo o momento.

A etapa seguinte é a utilização de um método de

ensino que leve o aluno a buscar o conhecimento sem

dar diretamente as soluções prontas. Ele irá pesquisar,

refletir e criticar, ou seja, construirá por si mesmo o

seu conhecimento.

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Aqui, é importante deixar claro que o processo

educacional NÃO ESTÁ CENTRALIZADO NO

PROFESSOR, cuja relação com a administração da

escola pode levá-lo a ser um repetidor de ordens e

idéias. A centralização está no próprio aluno e na

iniciativa intelectual, na discussão com os colegas, e na

síntese da pesquisa incentivada pelo professor.

Da obra ”Pedagogias do Século XX” tiramos um

trecho que representa o valor do trabalho de Dewey:

Suas críticas ao sistema educacional e

à formação docente nunca foram

suficientemente levadas em conta.

Apesar de tanta incompreensão (ou

negligências?) expressões como salas

de aulas abertas ou escolas sem

muros, aprendizagem cooperativa,

grupos não-graduados, currículo social

e centrado em problemas, linguagem

total, educação experimental e tantas

outras que continuam sendo

patrimônio das vanguardas educativas

devem-se ao rigoroso trabalho desse

intelectual comprometido, a quem,

atualmente, filósofos e sociólogos

como Habernas, Rorty e Bourdieu

parecem mais empenhados em

resgatar do que os próprios

educadores.

(p.59)

O baiano Anísio Teixeira, educador e um dos

signatários do “Manifesto dos Pioneiros” da Educação

Nova (1932), estudou nos Estados Unidos com John

Dewey, e foi responsável por experiências do

pragmatismo no Brasil. Exerceu o cargo de Diretor-

geral da Instrução Pública do Distrito Federal onde

tentou implantar uma nova filosofia da educação.

Segundo Ghiraldelli Junior (2003):

Nos anos de 1930, essa ‘nova filosofia

de educação de Anísio assentava-se

sobre dois pilares básicos: a escola

deveria preparar técnicos, a saber:

homens capazes de se integrar

rapidamente na civilização baseada na ci

Dica de leitura

FERNANDES HERNANDEZ As sugestões abaixo

são obrigatórias para quem deseja entender e ampliar os conhecimentos sobre os Projetos de Trabalho: 1.Transgressão e Mudança na Educação: os Projetos de Educação; e 2. A Organização do Currículo por Projeto de Trabalho: O conhecimento é um Caleidoscópio. Estas obras foram publicadas pela Artmed.

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ência e tecnologia (uma escola desse

tipo só poderia ser construída pelo

Estado); a escola deveria educar para

a democracia, para a formação do

cidadão, colocar as pessoas das mais

diversas origens em igualdade de

condições para ascenderem

socialmente.

(Junior, 2003: p.45)

Atualmente, a obra de Fernando Hernandez,

professor titular da Universidade de Barcelona, é

fundamental e básica para se trabalhar a construção da

identidade docente e a formação cultural e pedagógica.

Assim, os Projetos de Trabalho estão revigorados e são

propostas para uma educação alternativa.

Contexto

O NOVO DICIONÁRIO FOLHA AURÉLIO define a

palavra contexto como:

1. Encadeamento das idéias dum

escrito. 2.V. contextura. 3. Aquilo que

constitui o texto no seu todo;

composição. 4. Conjunto, todo,

totalidade. 5. Argumento, assunto.

CONTEXTURA: ligação entre as partes

de um todo, encadeamento, contexto.

(Ferreira, 1995: 173)

Esta definição nos permite inserir que o mundo

globalizado em que vivemos tem novos contextos, pois

a sociedade está sob o fenômeno da MUNDIALIZAÇÃO

e da pós-modernidade, e vem sofrendo grandes

mudanças com isso. E quais seriam estes novos

contextos?

O primeiro deles se refere às MUDANÇAS DA

PRÓPRIA SOCIEDADE.

O segundo contexto é a VELOCIDADE em que

ocorrem tais mudanças, pois muitas vezes não há

tempo para assimilação de sua ocorrência, e com isto

Para navegar

Para se aprofundar na temática da MUNDIALIZAÇÃO recomendamos que você acesse o artigo do site abaixo: http://www.dominus3000.hpg.ig.com.br/Apoio/apo-001.htm

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existe a dificuldade de soluções e adequações imediata

aos problemas provenientes. Um exemplo simples

acontece quando uma fábrica se transfere de um país

para outro, deixando um rastro de desemprego, ou

quando um processo de fabricação é “robotizado”

gerando dispensa de funcionários, sem que este

pessoal despedido tenha condições de prontamente ser

requalificado profissionalmente por falta da

escolaridade mínima. Sérios problemas sociais advêm

dessas situações.

O terceiro contexto implica no AVANÇO

CIENTÍFICO-TECNOLÓGICO, tendo em vista que as

inovações tecnológicas e os avanços da ciência, poucos

terão condições de usufruir ou de continuar trabalhando

com eles. Um exemplo simples é o automóvel. Se nós

pertencemos a uma classe social média, iremos afirmar

que o carro é uma exigência do mundo moderno e que

sem ele, o homem não vive. Por outro lado, a grande

maioria da população do mundo não tem automóvel, e,

obviamente não sente falta do mesmo.

O quarto contexto vivido pelo homem pós-

moderno corresponde ao PROBLEMA AMBIENTAL. A

humanidade sabe da necessidade de preservar a

natureza, a água e outros meios naturais sob pena do

seu próprio DESAPARECIMENTO. A Educação ambiental

toma uma importância que jamais teve na história do

homem.

As mudanças de paradigmas e as crises de

valores, princípios e crenças se constituem em

elementos essenciais para entender o mundo

globalizado devido às mudanças citadas anteriormente.

Logicamente, a educação não pode continuar

estruturalmente tradicional e conservadora, bem como

a formação do homem para o trabalho não deve

Dica de leitura

A MUNDIALIZAÇÃO DO CAPITAL de François Chesnais editado pela Xamã.

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permanecer um adestramento com uma escolaridade

mínima, conforme ocorreu em todo o século XX. Os

estudos de Taylor e os de Ford marcaram

essencialmente todo o processo produtivo e de

educação do século anterior, mas agora tem que ser

repensados.

O trabalho estava sistematizado para um

pequeno grupo pensar, planejar, programar e

coordenar a execução, enquanto a grande maioria

apenas realizava rotineiramente e mecanicamente as

tarefas. Assim, a necessidade das empresas e

organizações era de homens para o trabalho

adestrados, sem iniciativa, sem criatividade, passivos e

cumpridores “cegamente” das ordens. Os homens

ALIENADOS, com consciência ingênua, eram os tipos

característicos para o processo próprio.

A partir do momento que os processos

produtivos passam a exigir uma escolaridade mais

elevada e uma postura para o trabalhador diferente, é

fundamental que o processo educacional sofra

mudanças. E, a metodologia a ser aplicada não pode

mais permanecer conservadora, tradicional, apenas

preocupada em reproduzir um tipo de trabalhador

alienado. Assim, na época da produção flexível, sob a

égide do TOYOTISMO, a formação humana e

profissional não pode continuar a mesma, pois excluirá

um enorme contingente de pessoas do mundo do

trabalho.

O TRABALHADOR PARA O SÉCULO XXI, segundo

vários autores e de acordo com o exposto, deve ter o

seguinte perfil:

Dominar a linguagem técnica;

Ser criativo;

Ter iniciativa;

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Organizar seu trabalho;

Utilizar equipamentos e materiais

sofisticados;

Trabalhar em equipes;

Comunicar-se bem de forma oral e escrita;

Ser versátil funcionalmente;

Adquirir e processar novas informações;

Observar, interpretar e tomar decisões;

Pensar sempre antes de agir.

Este trabalhador do futuro definido por Peter

Drucker em “Administrando para o Futuro” e por

Davidow e Malone em “A Corporação Virtual” não será

formado pela tradicional educação profissional, e é

nesse momento que a utilização da Pedagogia de

Projeto se torna mais adequado.

Situação dos docentes

Tendo em vista que o docente tem papel

primordial no processo de ensino-aprendizagem (ele é

que lidera) é fundamental apresentar o cenário atual.

Perrenoud (1999) destaca as seguintes

implicações como do ofício do docente:

- Considerar os conhecimentos como

recursos a serem mobilizados;

- Trabalhar regularmente com

problemas;

- Criar ou utilizar outros meios de

ensino;

- Negociar e conduzir projetos com

seus alunos;

- Adotar um planejamento flexível e

indicativo, e improvisar;

- Implementar e explicitar um novo

contrato didático;

- Praticar uma avaliação formadora em

situação de trabalho;

- Dirigir-se para uma menor

compartimentação disciplinar.

(Perrenoud, 1999, p.53)

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Analisando friamente a proposta de Perrenoud

para o trabalho do docente, vamos encontrar uma série

de conceitos primordiais para um processo efetivo de

ensino-aprendizagem. Assim, temos:

1º CONCEITO - O uso de uma aprendizagem

significativa, caracterizada pela mudança da postura do

professor, pelo sentimento de utilidade no que aprende

pelo aluno e pela inserção da escola na vida do aluno;

2º CONCEITO - A aplicação da

contextualização;

3º CONCEITO - O uso da

interdisciplinaridade;

4º CONCEITO - A aplicação de uma avaliação

em função de problemas e situações reais; e,

5º CONCEITO - A aquisição de conhecimento e

competência por parte do aluno com motivação.

::Contextualização:

Processo de relacionar a teoria com a prática, mostrando aos alunos o que os

conteúdos das disciplinas tem a ver com a vida deles, porque são importantes e como aplicá-los na vida real. Para se alcançar tal propósito é preciso vincular os conhecimentos aos locais onde foram criados e aplicados. (Revista Nova Escola-dez/2000)

::Interdisciplinaridade:

Interação entre duas ou mais disciplinas, buscando a composição de um objeto comum entre elas. É necessária porque, na maioria das vezes, os fenômenos científicos e tecnológicos não podem ser estudados apenas em um campo do saber.

::Multidisciplinaridade:

Justaposição de disciplinas diferentes com a intenção de esclarecer alguns pontos comuns., sem que haja uma real integração entre elas.

IMPORTANTE

A construção de um currículo utilizando a Pedagogia

de Projetos é complicada, tendo em vista que o

nosso sistema de ensino é constituído por disciplinas

compartimentalizadas, o que dificulta o uso da

interdisciplinaridade ou da multidisciplinaridade.

A reunião de professores para se planejar e avaliar o

processo é um tormento, pois cada um trabalha em

várias escolas e não tem o tempo devido para esta

análise.

Em resumo, a complexidade para o gestor da escola

promover uma mudança nesse nível é muito grande,

o que leva a acomodação com sérias perdas para o

aluno.

Atualmente em Cuba, existem experiências com

professores do ensino Médio, buscando a formação

por área do conhecimento. Desse modo, haverá uma

diminuição na fragmentação de disciplinas. Ou seja,

um professor poderá atender a duas ou mais

disciplinas, facilitando a implantação de cursos

integrados ou por áreas de conhecimentos. Pense, o

que você acha de idéia? Ela é viável ?

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Pressupostos teóricos

A UNESCO propõe que o processo de ensino-

aprendizagem seja fundamentado em quatro pilares:

Aprender a aprender:

Aprender a fazer;

Aprender a ser; e

Aprender a conviver.

Como pode ser visto, estes pilares determinam

que o processo de educação seja retomado em toda a

sua essência, inclusive as noções de

“EMPREENDEDORISMO” são baseadas no perfil do

trabalhador do século XXI e nos pilares citados acima.

O Manual do Multiplicador da Formação

Empreendedora na Educação Profissional (2003,p.21),

utilizado em cursos para professores de escolas

técnicas, apresenta a seguinte justificativa, para o

empreendedorismo:

O horizonte está se abrindo para que o

trabalhador deixe de ser um mero

‘empregado’ e passe a desempenhar

novos papéis, seja a frente do seu

pequeno negócio, seja como co-gestor

de uma empresa. De uma forma ou de

outra, o jovem agrega à sua atuação

profissional uma nova visão, que

extrapola a simples atuação como

técnico e incorpora a visão global do

negócio como um todo.

É nessa ótica que se insere este

projeto, refletindo a necessidade de se

inventarem os pequenos negócios,

bem como a consciência da autogestão

e da autonomia de desempenho,

agregando ao futuro um novo e

imprescindível papel para qualquer

empreendedor.

A mudança dos processos de produção por

causa das inovações tecnológicas promovidas pela

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computação, pela microeletrônica e automação

passaram a exigir uma nova educação para preparar o

novo profissional. A qualificação profissional com a

escolaridade mínima deve ter seus dias contados e

substituída por uma EDUCAÇÃO INTEGRADA onde

todos tenham o ensino médio.

A Pedagogia de Projetos pode atender as

necessidades enumeradas.

Bases da Pedagogia de Projetos

Do exposto, o trabalho educativo deve procurar

atender os seguintes pressupostos básicos:

1º PRESSUPOSTO - Ser uma proposta

integradora que leve ao aprender a aprender, ao

aprender a fazer, o aprender a ser e o aprender a

conviver;

2º PRESSUPOSTO - Superar a fragmentação do

contexto escolar;

3º PRESSUPOSTO - Considerar que a

aprendizagem também ocorre fora dos muros da

escola;

4º PRESSUPOSTO - Adotar a pesquisa como

princípio fundamental e metodológico do processo de

aprendizagem;

5º PRESSUPOSTO - Favorecer o

desenvolvimento de competências e habilidades;

6º PRESSUPOSTO - Desenvolver o pensar

crítico, por meio do significado da informação e de

maior envolvimento na tarefa da aprendizagem, não só

do docente como também;

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7º PRESSUPOSTO - Utilizar a problematização e

as questões instigantes para se motivar para e motivar

o processo e facilitar o crescimento dos educandos; e

8º PRESSUPOSTO - Contribuir para mudar a

escola através do conhecimento e do currículo.

A QUESTÃO PROJETO X CONTEÚDO

A grande questão no momento de se optar pela

escolha de um Projeto de Trabalho refere-se ao embate

Projeto x Conteúdo. Como o ensino tradicional trabalha

em cima de conteúdo nas diversas disciplinas, os pais e

responsáveis pela educação têm a visão que os

projetos não contem o mínimo necessário para uma

boa educação, pois eles não vêem os conteúdos

aparecendo claramente.

Em função dessa imagem, os pais e

responsáveis acham que seus filhos não estão

recebendo uma educação de qualidade.

O trabalhar com Projetos de Trabalho já implica

em vencer a barreira descrita, e obriga ao corpo

docente desenvolver um currículo criterioso e adequado

à aprendizagem. O Planejamento é mais complicado e

difícil de ser construído, principalmente por causa da

interdisciplinaridade. O trabalho em grupo do corpo

docente é fundamental para se eliminar repetições e

corrigir os ”buracos” provenientes da nova

estruturação.

O cotidiano exige um acompanhamento

criterioso do professor para verificar se os alunos estão

alcançando os objetivos traçados, e se não estão

ficando na “superfície”.

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Que condições um Projeto de Trabalho

deve atender?

Um Projeto de Trabalho deve atender a

possibilidade de favorecer a pesquisa, a coleta de

dados, a análise, a interpretação, a síntese e a crítica

(contraste de pontos de vista) sobre um tema-

problema por parte dos alunos. Ele tem que possuir a

característica de ser instigante e motivador.

O professor deve ser um mediador no processo,

sabendo que aprenderá com os alunos, bem como

possuir a capacidade de planejar e determinar um

Projeto de Trabalho que tenha a predominância na

atitude de cooperação. É importante lembrar que o

trabalho em equipe é fundamental nos dias atuais, e é

exatamente por isto que o projeto tem que permitir um

desenvolvimento coletivo.

O Projeto de Trabalho deve ser estruturado para

buscar propostas sobre situações colocadas como

versão única da realidade. Assim, o projeto deve

permitir percursos que estabeleçam conexões e

questionamentos sobre o tema, ou seja, o

conhecimento será alcançado após discussão e a crítica

profunda sobre o assunto. Em resumo, o propósito é de

não se aceitar (sem estudar profundamente) as

soluções unificadas e simplificadas.

Os conteúdos configurados e apresentados por

diversos meios de linguagem como: a verbal, a escrita,

a musical etc...

O Projeto de Trabalho deve levar em conta a

possibilidade da participação de todos os alunos, bem

como possuir uma forma de aprendizagem que

contemplem a todos.

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O Projeto de Trabalho tem que estar vinculado

ao “fazer”, à atividade manual e à intuição.

Finalmente, cabe esclarecer que ao final de cada

etapa do projeto de Trabalho deve existir o

reconhecimento por parte do professor do trabalho

desenvolvido, inclusive tal procedimento deve ocorrer

após o processo de avaliação.

Planejamento e Organização de um

Projeto de Trabalho

A 1ª fase de um Projeto de Trabalho

corresponde à definição da PROBLEMATIZAÇÃO, e para

isto os seus passos fundamentais.

O PRIMEIRO PASSO implica na escolha do TEMA,

ou seja, a definição do problema a ser investigado é a

tarefa-chave. É importante deixar claro que o projeto

visa à resolução de uma questão relevante, motivadora

e contextual.

O SEGUNDO PASSO, tomando por base o

esquema definido na página seguinte, é a utilização de

um recurso capaz de motivar o grupo, que

denominaremos de DETONADOR. Este poderá ser um

filme, uma notícia de revista ou jornal, um fato

importante (político, social ou esportivo) ou uma

imagem que esteja na mídia.

Este detonador é fundamental para instigar os

alunos a se envolverem com o tema. Neste passo deve

ser levantado “O QUE SE SABE” e “O QUE SE DESEJA

SABER” sobre o assunto.

Na realidade, o segundo passo leva a um

inventário ou mapeamento conceitual sobre as

questões junto aos alunos acerca do tema. Além dos

Importante

Você não pode esquecer que existem diferentes formas de aprender aquilo que

desejamos ensinar. Por isto, não sabemos o que aprenderão, mas é importante deixar claro que os projetos de Trabalho enriquecerão a obtenção do conhecimento, além de servir para a valorização do trabalho feito pelo aluno.

Muitas vezes, os conhecimentos alcançados vão muito além dos objetivos traçados.

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conhecimentos prévios obtidos no inventário, é

fundamental se estabelecer os OBJETIVOS e as

EXPECTATIVAS do grupo com relação ao problema.

O TERCEIRO PASSO é a própria organização do

Projeto de Trabalho. O professor tem de buscar a

construção de um ÍNDICE junto com os alunos.

A construção do ÍNDICE inicia com o próprio

professor ao PLANEJAR O PROJETO. Ele deve

estabelecer um ÍNDICE imaginando como deve ser

trabalhado o assunto.

Em sala de aula, o professor deverá buscar a

construção em duas partes, sem intervir com o modelo

de ÍNDICE planejado para o trabalho: a PRIMEIRA,

estabelecendo a construção individual, de modo que

leve a todos a pensarem no assunto, e

POSTERIORMENTE, o desenvolvimento do Índice

coletivamente.

ESQUEMA I SOLUÇÃO DE PROBLEMAS

PROBLEMAS

ALTERNATIVAS DE SOLUÇÕES

SÍNTESE DAS

ALTERNATIVAS

DE SOLUÇÕES DO PROBLEMA

SOLUÇÃO

ANÁLISE DO

PROBLEMA

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Nesta construção coletiva, pode ser até que

venha dividir a turma em vários grupos para a visão de

etapas ou características diferentes do projeto.

O ÍNDICE adquire suma importância em virtude

de ser a caminhada para se alcançar os objetivos

traçados. Eles devem ser atualizados (mantidos ou

alterados) sempre em reunião com os grupos da turma

(avaliação e consenso) a cada etapa realizada.

A 2ª fase de um Projeto de Trabalho é a do

DESENVOLVIMENTO, (ver o esquema I: A Idéia de

Projeto de Trabalho). Esta fase compreende: a

PESQUISA (bibliográfica ou de campo), as

ENTREVISTAS e os DEBATES.

A PESQUISA é um importante princípio

metodológico para se buscar as respostas às questões

postas na primeira fase. Ela desenvolverá no aluno as

competências e habilidades suficientes para obter os

dados e informações de:

Livros;

Revistas;

Jornais;

Vídeos;

Filmes;

Softwares;

Estatísticas;

Experiências de laboratórios;

Mapas;

Palestrantes;

Gráficos; e outros.

Temos a comentar que o aluno tem a

oportunidade, nesta fase, de desenvolver o “como”

preparar, elaborar e implementar entrevistas, bem

como adquirir a postura para a preparação e

Importante

Queremos lembrar que o Professor deve procurar alinhar com os alunos: O que é uma pesquisa? Definir procedimentos metodológicos, bem como esclarecer como se faz apontamentos e registros para

utilizar no futuro as informações e dados de terceiros. Métodos e técnicas para a preparação e execução de entrevistas, debates e questionários a serem trabalhados. Evite ser prolixo e procure despertar no aluno a motivação pela investigação.

Importante

Lembre-se ao planejar qualquer atividade ou tarefa, atribuímos passos e durações que são previsões que podem não ocorrer na realidade.

Se de antemão, tivéssemos certeza de como os fatos irão acontecer na prática, seríamos ganhadores de loteria. Você não acha?

O PLANEJAMENTO é o caminho a ser seguido.

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participação em debates. Entretanto, para o sucesso

desta empreitada, o PAPEL MEDIADOR DO PROFESSOR

é imprescindível. Para este último, cabe propor

situações didáticas e pedagógicas que permitirão ao

aluno estabelecer as relações entre as informações

originais e os seus conhecimentos prévios comparando-

os com os do grupo.

O professor deve definir ESTRATÉGIAS a serem

usadas, preferencialmente construídas em parcerias

com o grupo.

O professor ao planejar as aulas deve definir

como acompanhará as etapas de execução do projeto,

a sábado;

1ª. ETAPA - Se os alunos (individualmente)

estão produzindo o que foi planejado;

2ª. ETAPA - Se esta produção individual está

sendo registrada e interpretada;

3ª. ETAPA - Se esta produção tem

aprofundamento teórico e prático;

4ª. ETAPA - Se o próprio aluno está construindo

o seu PORTFÓLIO;

5ª. ETAPA - Se a capacidade de selecionar e

organizar as informações e dados, para a construção da

SÍNTESE de seu projeto está coerente, e de acordo com

o esperado (planejado);

6ª. ETAPA - Se o aluno consegue se integrar e

defender em grupo suas idéias na construção de

projetos coletivos. Aqui, se busca desenvolver a

capacidade de trabalho em grupo;

Importante

O professor deve incentivar a realização de: a) Fichamento de leituras: b) Esquemas e gráficos das estatísticas elaboradas, escritas e construídas; c) Resumos de acordo com o Índice.

A interpretação do aluno a tudo que faz e a comparação com a sua realidade é imprescindível para a obtenção dos objetivos de aprendizagem. NÃO SE PODE NEGLIGENCIAR NESTE PONTO.

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7ª. ETAPA - Se a APRESENTAÇÃO foi elaborada

com lógica e de acordo com a problematização

estabelecida quando da escolha do tema.

Na realidade, a SÍNTESE é a 3ª fase do Projeto.

E a partir dela e da APRESENTAÇÃO dos alunos, é que o

professor desenvolverá toda a AVALIAÇÃO FINAL.

O leitor pode estar intrigado com a expressão

Avaliação Final, mas cabe esclarecer que durante todo

o processo, aula após aula, o professor tem a

OBRIGAÇÃO de avaliar continuamente o processo

(alunos e projeto) sob pena de resultados catastróficos.

A avaliação deve estar voltada para verificar:

O que o aluno aprendeu em relação ao que se

pretendia ensinar;

Quais competências e habilidades foram

aprendidas;

Que conceitos foram utilizados;

Que atitudes vivenciadas;

O que não foi visto com relação ao ÍNDICE e

ao pretendido; e,

Que questões novas surgiram com relação ao

ÍNDICE construído coletivamente no início do

trabalho.

A ETAPA FINAL do Projeto de Trabalho implica

em se ouvir as experiências dos alunos, as suas

dificuldades e, principalmente valorizar o projeto

elaborado. Não é usar elogios ou referências que

possam vir a criar uma competitividade negativa ou

exclusões em grupos, mas valorizar a todos pelo

esforço, destacando as virtudes apresentadas por cada

um.

Importante

TESTES E PROVAS

As provas e testes não precisam ser desconsiderados, mas é importante destacar que a sua utilização tem que atender ao princípio que a compreensão de cada um é que leva ao conhecimento.

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Jamais comente pontos negativos individuais em

grupo, mas o faça diretamente ao aluno.

Na folha seguinte apresentamos um esquema

que sintetiza todo o trabalho de projeto (adaptado de

Hernández -1998 a e 1998b).

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Exemplo de Projeto de Trabalho

A aplicação dos Projetos de Trabalho não

corresponde apenas a esfera escolar (educacional),

mas, também, a esfera da pedagogia empresarial. No

âmbito da engenharia, administração, informática,

logística etc..o seu uso é altamente motivador nos

diversos tipos de cursos.

Um exemplo pode se tirar da Mecânica, onde o

planejamento de um Projeto de Trabalho envolvendo a

fabricação de parafusos será muito motivador para

desenvolver a aprendizagem, do que tentar o aluno

observar o ensino fragmentado, atualmente existente

para este tipo de estudo. No Projeto de Trabalho, a

aprendizagem atravessará disciplinas estanques como:

DESENHO TÉCNICO: onde se estuda como

desenhar e projetar o parafuso;

RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS: onde se

estudam as características técnicas e

mecânicas do material a ser escolhido para o

parafuso;

MATERIAIS: onde se estudam os diversos

tipos de materiais, bem como se escolhe e

especifica o material a ser usado na

fabricação; do parafuso;

FABRICAÇÃO MECÂNICA: onde se estudam as

folgas e tolerâncias para a fabricação do

parafuso;

PROCESSOS DE FABRICAÇÃO MECÂNICA:

onde se estudam as diversas formas de

fabricar o parafuso;

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MÁQUINAS FERRAMENTAS: onde se estudam

as possíveis máquinas capazes de fabricar a

peça. Veja bem, aqui se poderia até

desenvolver o aprendizado da habilidade com

a máquina.

Observando bem, poderíamos ampliar nosso

Projeto para o estudo de Matemática, Português,

Ciências e outras disciplinas utilizando o caso real da

fabricação do parafuso. As propostas de Ensino Médio

integrado com a Educação Profissional passam por um

viés deste tipo.

Em resumo, o leitor pode verificar que uma

simples fabricação de parafusos implica numa enorme

possibilidade de aprendizagem de diversos

conhecimentos.

Vamos imaginar um Projeto de Trabalho

referente a: PREPARAÇÃO DE UM JANTAR PARA

QUATRO PESSOAS.

PROBLEMATIZAÇÃO: preparação de um jantar

para quatro pessoas.

DEFINIÇÃO DO PROBLEMA: o que fazer para

um jantar de quatro pessoas. A escolha

poderia ser: UM ARROZ VERDE COM

ESPINAFRE.

DETONADOR: poderia ser um filme que

mostrasse a necessidade de um jantar

preparado rapidamente em casa e servido à

noite para as visitas. A importância da

rapidez da elaboração do jantar é

fundamental.

Nesta fase não pode ser esquecido que serão

estabelecidos os OBJETIVOS do trabalho (preparar

rapidamente um jantar / escolher os componentes e

Importante

A análise dados deve ser construída utilizando a contextualização, e a importância do

professor é enorme neste momento.

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ingredientes em função da receita e calcular

necessidades de componentes e ingredientes para

preparar o jantar de quatro pessoas), e definidas as

EXPECTATIVAS dos participantes.

Na COLETA DE DADOS é fundamental colocar a

questão: será que alguém já cozinhou?

Os COMPONENTES e INGREDIENTES do jantar

seriam: arroz, espinafre, sal, azeite, pimenta, presunto,

cebola e caldo.

Na ANÁLISE DE DADOS as questões poderiam

ser: Como fez? O que posso copiar? Como juntar tudo

de maneira correta e adequada?

Quais materiais e tecnologias poderiam ser

usadas: que tipo de arroz? Que tipo de panela? Qual o

forno a usar? Qual a temperatura?

A elaboração do ÍNDICE ocorre dentro dessa

fase do projeto. Assim como a definição das

ESTRATÉGIAS para o trabalho.

De posse desses dados e informações, os alunos

serão incentivados pelo professor a pesquisar. Eles é

que determinarão o que fazer.

Após o estudo bibliográfico ou das experiências

de campo, entrevistas e debates o projeto em si é

realizado. Os alunos fazem as suas sínteses. Primeiro,

individualmente e, posteriormente, coletivamente. No

exemplo, seria o próprio jantar.

Ao professor que mediou todo o trabalho cabe

avaliar o apresentado. No exemplo, ele provaria (está

bom?), e faria toda uma resenha procurando comparar

Importante

O professor deve incentivar os alunos a desenvolverem a auto-avaliação.

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o estágio inicial com o atual (Como foi a aprendizagem?

Os objetivos foram atingidos?).

Como visto, temas como reciclagem de lixo, uso

de água, a necessidade de energia elétrica, a

capacidade de produção de uma oficina de pintura, a

racionalização dos trabalhos de uma secretaria e tantos

outros temas podem servir de Projetos de Trabalho.

EXERCÍCIO 1

Dewey diz que a frase abaixo merece uma análise bem

profunda a respeito do modelo educacional:

“Cabe ao professor não simplesmente o adestramento

dos indivíduos, mas sim a formação da vida social

justa”.

Caro aluno, nesta frase Dewey coloca uma questão

ideológica que chega aos nossos dias. Qual a educação

que devemos adotar:

a) uma educação geral, humanista e com bases sólidas

no ensino fundamental e médio (demorada), integrada

a educação profissional; ou,

b) uma educação utilitária, agilizada, voltada para o

mercado de trabalho?

A educação “funcional” caracterizada pela visão para o

mercado de trabalho é justificada como a como de

necessidade absoluta para evitar os desperdícios de

recursos educacionais e de anos de escolas por parte

dos alunos para aprenderem conhecimentos que não

serão úteis para a sua vida profissional.

Por outro lado, a “educação intencional” é vista como

necessidade em função do aluno ter o direito do aluno

de refletir e criticar até a sociedade em que está

inserido. Alegam os defensores deste modelo que a

educação funcional leva a perpetuação e reprodução

dos interesses das classes existentes.

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Do exposto, convidamos o aluno a pensar e refletir

sobre:

1. As diferenças entre educação e adestramento;

2. Em que momento deve ser trabalhada a educação

profissional, pois a nosso ver ela só poderia ocorrer

após a formação básica do indivíduo.

Faça as suas conclusões.

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

EXERCÍCIO 2

Identifique e relacione temas que você acredita poder

utilizar em sala de aula. Escolha um, e desenvolva um

Projeto de Trabalho.

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

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EXERCÍCIO 3

A UNESCO propõe que o processo de ensino-

aprendizagem seja fundamentado em quatro pilares:

( A ) Aprender a reproduzir, Aprender a fazer,

Aprender a respeitar o próximo, e Aprender a

conviver.

( B ) Aprender a aprender, Aprender a fazer, Aprender

a ser, e Aprender a conviver.

( C ) Aprender a falar, Aprender a discutir, Aprender a

questionar, e Aprender a ser.

( D ) Aprender a fazer, Aprender a ser crítico, Aprender

a falar, e Aprender a conviver.

( E ) Aprender a aprender, Aprender a falar, Aprender

a ser, e Aprender a repetir.

EXERCÍCIO 4

Quais são as quatro fases de um projeto de trabalho?

( A ) Análise; levantamento; avaliação e resumo.

( B ) Síntese; tese; hipótese e resumo.

( C ) Análise; síntese; desenvolvimento e

implementação.

( D ) Problematização; desenvolvimento; síntese e

avaliação.

( E ) Análise; problematização; diagnóstico e sumário.

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RESUMO

Vimos até agora:

A questão do contexto;

A situação dos docentes e o papel esperado

para os dias atuais;

Os pressupostos teóricos do processo ensino-

aprendizagem;

As bases da Pedagogia de Projetos;

A discussão se é importante o projeto ou os

conteúdos;

As condições a serem atendidas pelo projeto

de trabalho;

O planejar e organizar de um projeto;

Um exemplo de projeto de trabalho.

Dica do professor

Chegamos ao fim, desta disciplina e temos que parabenizá-lo pelo esforço, mas queremos destacar que o seu trabalho como educador só promoverá intervenção na educação se for planejado e organizado com este objetivo. Assim, convidamos a você para manter sempre a chama de planejar as suas ações. Não precisa ser exatamente este plano de aula ou projeto, mas faça um. Ele é o seu caminho. Felicidades.

GABARITO DAS QUESTÕES OBJETIVAS: AULA 1 – 4E; 5B. AULA 2 – 3C; 5A. AULA 3 – 3A; 4D. AULA 4 – 3D; 4E. AULA 5 – 3A; 4A. AULA 6 – 3B; 4D.

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AV1 – Estudo Dirigido da Disciplina

CURSO: Gestão Participativa

DISCIPLINA: Planejamento Educacional

ALUNO(A): MATRÍCULA:

NÚCLEO REGIONAL: DATA: _____/_____/___________

QUESTÃO 1: Agora, você vai imaginar uma atividade que conhece e faça um

planejamento para a sua execução. Assim sendo, procure responder as perguntas

abaixo da atividade que conhece, compondo o esboço de um Plano.

ATIVIDADE:

O QUE?

POR QUÊ?

PARA QUÊ?

QUEM? (responsável)

ONDE? (local)

COMO?

QUANDO? (data ou período)

QUANTO CUSTA? (valor da atividade)

QUESTÃO 2: Identifique 3 aspectos que justifiquem a importância da elaboração

do Plano de Ensino de uma disciplina.

Indicação da página do módulo onde este assunto é apresentado:

Indicar referências de pesquisa complementar (livros: bibliografia e sites:

endereço eletrônico) – OPCIONAL:

Resposta (com as suas palavras):

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QUESTÃO 3: Explique, com suas palavras, os três momentos relativos a uma aula,

indicando a importância de cada um deles e suas dificuldades: PLANEJAMENTO,

EXECUÇÃO E AVALIAÇÃO.

Indicação da página do módulo onde este assunto é apresentado:

Indicar referências de pesquisa complementar (livros: bibliografia e sites:

endereço eletrônico) – OPCIONAL:

Resposta (com as suas palavras):

QUESTÃO 4: Dewey diz que a frase abaixo merece uma análise bem profunda a

respeito do modelo educacional:

“Cabe ao professor não simplesmente o adestramento dos indivíduos, mas sim a

formação da vida social justa”.

Caro aluno, nesta frase Dewey coloca uma questão ideológica que chega aos

nossos dias. Qual a educação que devemos adotar:

a) uma educação geral, humanista e com bases sólidas no ensino fundamental e

médio (demorada), integrada a educação profissional; ou,

b) uma educação utilitária, agilizada, voltada para o mercado de trabalho?

A educação “funcional” caracterizada pela visão para o mercado de trabalho é

justificada como a como de necessidade absoluta para evitar os desperdícios de

recursos educacionais e de anos de escolas por parte dos alunos para aprenderem

conhecimentos que não serão úteis para a sua vida profissional.

Por outro lado, a “educação intencional” é vista como necessidade em função do

aluno ter o direito do aluno de refletir e criticar até a sociedade em que está

inserido. Alegam os defensores deste modelo que a educação funcional leva a

perpetuação e reprodução dos interesses das classes existentes.

Do exposto, convidamos o aluno a pensar e refletir sobre:

1. As diferenças entre educação e adestramento;

2. Em que momento deve ser trabalhada a educação profissional, pois a

nosso ver ela só poderia ocorrer após a formação básica do indivíduo.

Faça as suas conclusões.

Indicação da página do módulo onde este assunto é apresentado:

Indicar referências de pesquisa complementar (livros: bibliografia e sites:

endereço eletrônico) – OPCIONAL:

Resposta (com as suas palavras):

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ATENÇÃO:

Na realização das avaliações (AV1 e AV2), procure desenvolver uma

argumentação com suas próprias palavras.

Observe que é importante você realizar uma pesquisa aprofundada para atender

aos objetivos propostos consultando diferentes autores. No entanto, é

fundamental diferenciar o que é texto próprio de textos que possuem

outras autorias, inserindo corretamente as referências bibliográficas

(citações), quando este for o caso.

Vale lembrar que essa regra serve inclusive para os nossos módulos, utilizados

com freqüência para as respostas das avaliações.

Em caso de dúvidas, consulte o material sobre como realizar as citações diretas

e indiretas ou entre em contato com o tutor de sua disciplina.

AS AVALIAÇÕES QUE DESCONSIDERAREM ESTE PROCEDIMENTO ESTARÃO

SEVERAMENTE COMPROMETIDAS.

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AV2 – Trabalho Acadêmico de Aprofundamento

CURSO: Gestão Participativa

DISCIPLINA: Planejamento Educacional

ALUNO(A): MATRÍCULA:

NÚCLEO REGIONAL: DATA:

_____/_____/___________

Atividade Sugerida: Projeto de Trabalho

Instruções:

Tendo como base os conhecimentos antropológicos e legais para prática

pedagógica, elabore um projeto de trabalho educacional que favoreça a dinâmica

interdisciplinar e a viabilização da prática de idéias no contexto escolar. Lembre-se

que o Projeto de Trabalho deve levar em conta a possibilidade da participação de

todos os alunos, bem como possuir uma forma de aprendizagem que contemple a

todos. A explicação dos itens do projeto encontra-se na AULA 6 - Planejamento

de Projetos de trabalho.

TEMA

DETONADOR

PROBLEMATIZAÇÃO

JUSTIFICATIVA

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ÍNDICE INICIAL

ESTRATÉGIAS

AVALIAÇÃO

PARTICIPANTES

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BOBBIO, Norberto. Estado, Governo, Sociedade: Para uma Teoria

Geral da Política. 11ª ed., Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2004.

BOBBIO, Norberto. O Futuro da Democracia: em defesa das regras

do jogo. 9ª ed., Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2004.

BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco.

Dicionário de Política. 5ª ed., Brasília: Editora Universidade de

Brasília e São Paulo: Imprensa Oficial do estado de São Paulo,

2004. 2 volumes.

BRAGA, Ryon & MONTEIRO, Carlos. Planejamento estratégico:

Sistêmico para Instituições de Ensino. São Paulo: Hoper, 2005.

BRANDÃO, Carlos da Fonseca. LDB passo a passo. São Paulo:

AVERCAMP, 2003.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil,

promulgada em 05 de outubro de 1988.

BRASIL. Decreto Federal nº 2.208, de 17 de abril de 1997.

Regulamenta § 2º do art. 36 e os artigos 39 a 42 da Lei Federal nº

9.394/96, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação

Nacional.

BRASIL. Decreto Federal nº 3860, de 9 de julho de 2001. Dispõe

sobre a organização do ensino superior, a avaliação de cursos e

instituições, e dá outras providências.

BRASIL. Decreto Federal nº 5.154, de 23 de julho de 2004.

Regulamenta § 2º do art. 36 e os artigos 39 a 42 da Lei Federal nº

9.394/96, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação

Nacional, e dá outras providências.

BRASIL. Lei Federal nº 11.114, de 16 de maio de 2005. Altera os

artigos 6º, 30, 32 e 87 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de

1996, com objetivo de tornar obrigatório o início do ensino

fundamental aos seis anos de idade.

BRASIL. Lei Federal nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de

Diretrizes e Bases da Educação.

BRASIL. Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961. Lei que fixou

as diretrizes e bases da Educação Nacional.

BRASIL. Lei nº 5.692, de 11 de agosto de 1971. Lei que fixou as

diretrizes e bases para o ensino de primeiro e segundo graus.

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BRASIL. Lei nº 7.044, de 18 de outubro de 1982. Altera

dispositivos da Lei nº 5692, de 11 de agosto de 1971, referentes à

profissionalização do ensino de 2º grau.

BRASIL. Portaria MEC nº 646, de 14 de maio de 1997.

Regulamenta a implantação do disposto nos artigos 39 a 42 da Lei

Federal nº 9.394/96 e no Decreto Federal nº 2208/97 e dá outras

providências (trata da rede federal de educação tecnológica).

BRASIL. Referenciais Curriculares Nacionais da Educação

Profissional de Nível Técnico. Brasília: MEC, 2000. 21 volumes.

CALVINO, Ítalo. Seis propostas para o novo milênio. São Paulo:

Companhia das Letras, 1998.

CARNEIRO, Moaci Alves. LDB fácil: leitura crítico-compreensiva

artigo a artigo. 11ª edição revista e atualizada. Petrópolis: Vozes,

2004.

CATTANI, Antonio David. Dicionário Crítico sobre Trabalho e

Tecnologia. 4ª ed., Petrópolis: Vozes; Porto Alegre: UFRGS, 2002.

CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO/ CÂMARA DE EDUCAÇÃO

SUPERIOR. Resolução CNE/CES nº 10, de 11 de março de 2002.

Dispõe sobre o credenciamento, transferência de mantença,

estatutos e regimentos de instituições de ensino superior,

autorização de cursos de graduação, reconhecimento e renovação

de reconhecimento de cursos superiores, normas e critérios para

supervisão do ensino superior do Sistema Federal de Educação

Superior.

CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO/ CÂMARA DE EDUCAÇÃO

SUPERIOR. Resolução CNE/CES nº 1, de 3 de abril de 2001.

Estabelece normas para o funcionamento de cursos de pós-

graduação.

CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO/CÂMARA DE EDUCAÇÃO

BÁSICA. Parecer CNE/CEB nº 15, de 01 de junho de 1998. Dispõe

sobre as Diretrizes Curriculares nacionais para o Ensino Médio.

CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO/CÂMARA DE EDUCAÇÃO

BÁSICA. Parecer CNE/CEB nº 17, de 03 de dezembro de 1997.

Estabelece as diretrizes operacionais para a educação profissional

em nível nacional.

CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO/CÂMARA DE EDUCAÇÃO

BÁSICA. Parecer CNE/CEB nº 16, de 05 de outubro de 1999. Trata

das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional

de Nível Técnico.

CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO/CÂMARA DE EDUCAÇÃO

BÁSICA. Parecer CNE/CEB nº 39/2004. Aplicação do Decreto nº

5.154/2004 na Educação Profissional Técnica de nível médio.

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CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO/CÂMARA DE EDUCAÇÃO

BÁSICA. Resolução CNE/CEB nº 04, de 26 de novembro de 1999.

Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação

Profissional de Nível Técnico.

CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO/CÂMARA DE EDUCAÇÃO

BÁSICA. Resolução CNE/CEB nº 01, de 03 de fevereiro de 2005.

Atualiza as Diretrizes Curriculares Nacionais definidas pelo

Conselho Nacional de Educação para o Ensino Médio e para a

Educação Profissional Técnica de nível médio às disposições do

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