3. sistema cardiovascular parte i

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1 1 Sílvia Gonçalves - ESTM 3. Sistema Cardiovascular 3. Sistema Cardiovascular 2 Sílvia Gonçalves - ESTM Na maioria dos animais, a difusão não é adequada ao transporte de substâncias através das suas distâncias macroscópicas Uma substância precisa de um tempo proporcional ao quadrado da distância a percorrer, para se difundir! O Sistema Circulatório resolve este problema: assegura que nenhuma substância precisa de se difundir a grande distância para entrar ou sair de uma célula O transporte de um fluido através do corpo conecta o ambiente aquoso das células com os órgãos que trocam gases, absorvem nutrientes e excretam desperdícios metabólicos O meio de transporte para estas substâncias é o Sangue – tecido complexo que contem vários tipos especializados de células. O grau de complexidade e o desenvolvimento deste sistema dependem da dimensão e das taxas metabólicas do animal

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Page 1: 3. Sistema Cardiovascular Parte I

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1Sílvia Gonçalves - ESTM

3. Sistema Cardiovascular3. Sistema Cardiovascular

2Sílvia Gonçalves - ESTM

� Na maioria dos animais, a difusão não é adequada ao transporte de substâncias através das suas distâncias macroscópicas → Uma substância precisa de um tempo proporcional ao quadrado da distância a percorrer, para se difundir!

� O Sistema Circulatório resolve este problema: assegura que nenhuma substância precisa de se difundir a grande distância para entrar ou sair de uma célula

� O transporte de um fluido através do corpo conecta o ambiente aquoso das células com os órgãos que trocam gases, absorvem nutrientes e excretam desperdícios metabólicos

� O meio de transporte para estas substâncias é o Sangue – tecido complexo que contem vários tipos especializados de células.

� O grau de complexidade e o desenvolvimento deste sistema dependem da dimensão e das taxas metabólicas do animal

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3Sílvia Gonçalves - ESTM

3.1 Plano geral dos Sistemas Circulatórios

Todos os sistemas circulatórios são constituídos pelos seguintes elementos básicos, que desempenham funções similares nos vários tipos de animais:

� Órgão propulsor principal – normalmente um coração que força o sangue a circular pelo corpo

� Sistema arterial – pode actuar quer como um distribuidor de sangue, quer como um reservatório de pressão

� Capilares – onde ocorrem as transferências de materiais entre o sangue e ostecidos

� Sistema venoso – funciona como um reservatório de sangue relativamente ao seu volume, mas também como um sistema de retorno de sangue ao coração

Coração + principais vasos que entram ou saem deste = Circulação Central

Sistema arterial + capilares + sistema venoso = Circulação Periférica

4Sílvia Gonçalves - ESTM

3.1 Plano geral dos Sistemas Circulatórios

O movimento do sangue ao longo do corpo resulta de um ou de todos os mecanismos seguintes:

� Forças transmitidas pelas contracções rítmicas do coração

� Distensão elástica das artérias em consequência do enchimento provocado pela contracção cardíaca

� Compressão dos vasos sanguíneos durante os movimentos do corpo

� Contracções peristálticas do músculo liso que rodeia os vasos sanguíneos

Vertebrados

O coração desempenha o papel mais importante na circulação sanguínea

Artrópodes

Os movimentos dos membros e as contracções do coração dorsal têm a mesma importância na criação do fluxo sanguíneo

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5Sílvia Gonçalves - ESTMAurelia

Hidra

Cavidade Gastrovascular – Cnidaria, Porifera e Platelm intes

Planaria

A forma do corpo destes animais torna desnecessária a existência de um sistema de transporte especializado.

A Cavidade Gastrovascular central serve simultaneamente as funções de digestão e de distribuição de substâncias pelo corpo

O fluido da cavidade é contínuo com a água exterior ao organismos

através de uma abertura corporal

Planaria

A forma achatada do corpo e as ramificações da cavidade gastrovascular ao longo do animal asseguram que todas as células são banhadas por um meio adequado

6Sílvia Gonçalves - ESTM

3.2 Tipos de Sistemas Circulatórios

Sistema Circulatório Aberto

� Maioria dos Artrópodes (incluindo insectos) e Moluscos

� Não há distinção entre o sangue e o fluido intersticial, designando-se o fluido por Hemolinfa

� A hemolinfa é impulsionada por 1 ou mais corações através de uma artéria até ao Hemocélio

� A hemolinfa ocupa entre 20 a 40% do volume corporal

O sangue banha directamente os órgãos internos

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7Sílvia Gonçalves - ESTM

3.2 Tipos de Sistemas Circulatórios

Sistema Circulatório FechadoO sangue encontra-se totalmente confinado em vasos, circulando num circuito fechado, e é distinto do fluido intersticial

� Um ou mais corações bombeiam o sangue para grandes vasos que se ramificam em vasos mais pequenos até chegarem aos órgãos

� As trocas ocorrem entre os vasos mais pequenos e o fluido intersticial que banha as células

� Anelídeos, Cefalópodes e Vertebrados

� Vertebrados: o sangue ocupa entre 5 a 10% do volume corporal

8Sílvia Gonçalves - ESTM

3.3 Os Sistemas Circulatórios dos Vertebrados

Sistema Cardiovascular = coração + vasos sanguíneos + sangue

Coração 1 ou 2 aurículas (câmaras que recebem o sangue que retorna ao coração)

1 ou 2 ventrículos (câmaras que bombeiam o sangue para fora do coração)

3 tipos principais de vasos sanguíneos: artérias, veias e capilares = 100 000 km

Coração

- Artérias

- Arteríolas

- Capilares

- Redes de capilares em cada tecido

- Vénulas

- Veias

Coração

Sistemas cardiovasculares dos Vertebrados:

- Variações deste esquema geral

- Adaptações devem-se ao sistema de respiração

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9Sílvia Gonçalves - ESTM

3.3 Os Sistemas Circulatórios dos Vertebrados

Peixes – Circulação Simples

� 2 câmaras cardíacas: 1 aurícula e 1 ventrículo (dispostas em série)

� Presença do seio venoso antes da aurícula

� O sangue bombeado pelo ventrículo passa 1º pelas brânquias para ser oxigenado e libertar o CO2

� Aorta dorsal: transporta o sangue oxigenado para o resto do corpo → trocas com o fluido intersticial

� O sangue passa por 2 redes de capilares (brânquiais e sistémicos), reduzindo consideravelmente a pressão hidrostática

� Os movimentos do peixe ao nadar auxiliam na circulação do sangue, contrariando a baixa pressão hidrostática atingida.

10Sílvia Gonçalves - ESTM

3.3 Os Sistemas Circulatórios dos Vertebrados

Anfíbios – Circulação Dupla Incompleta

� 3 câmaras cardíacas: 2 aurículas e 1 ventrículo

� O ventrículo bombeia o sangue para uma artéria bifurcada, que o dirige para 2 circuitos distintos: o pulmocutâneo e o sistémico

� Pulmocutâneo – leva o sangue até às superfícies respiratórias → trocas gasosas com o meio

� Sistémico – transporta o sangue oxigenado para todo o corpo e faz depois o seu retorno ao coração

A circulação dupla assegura um fluxo vigoroso de sangue para o encéfalo, os músculos e os outros órgãos, uma vez que o sangue é impulsionado uma 2ª vez, após ter perdido a pressão ao passar na rede de capilares dos pulmões e da pele.

� No ventrículo pode ocorrer alguma mistura dos 2 tipos de sangue. Porém, a existência de uma prega divide os tipos de sangue para as circulações correspondentes

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11Sílvia Gonçalves - ESTM

3.3 Os Sistemas Circulatórios dos Vertebrados

Répteis – Circulação Dupla Incompleta

� 3 câmaras cardíacas: 2 aurículas e 1 ventrículo

� O ventrículo encontra-se parcialmente dividido por um septo incompleto → a mistura de sangues é ainda menor

Caso especial: Crocodilos

O ventrículo encontra-se completamente dividido numa câmara direita e numa esquerda, apresentando assim 4 câmaras cardíacas.

� Apresentam um ancestral comum com as aves

� Quando submersos, conseguem desligar o circuito pulmonar de sangue, através de válvulas presentes no ventrículo direito, fornecendo assim mais sangue ao resto do corpo. Modelo do coração de

um crocodilo

12Sílvia Gonçalves - ESTM

3.3 Os Sistemas Circulatórios dos Vertebrados

Aves e Mamíferos – Circulação Dupla Completa

� 4 câmaras cardíacas: 2 aurículas e 2 ventrículos

� Cada um dos 2 tipos de sangue fluí apenas por uma das metades do coração

� O fornecimento de O2 a todo o corpo é maior porque não há mistura dos 2 tipos de sangue

� A circulação dupla permite repor a pressão sanguínea, reduzida após o sangue ter passado pelos capilares pulmonares.

� O calor produzido metabolicamente é usado para aquecer o corpo (endotérmicos), necessitando assim de mais O2 por grama do seu peso do que outros vertebrados de tamanho similar

� Descendem de diferentes ancestrais répteis e os seus corações de 4 câmaras evoluíram independentemente → evolução convergente

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13Sílvia Gonçalves - ESTM

3.3 Os Sistemas Circulatórios dos Vertebrados

Sistema Cardiovascular dos Mamíferos

Os nºs indicam o fluxo sequencial do sangue no sistema cardiovascular de

um mamífero

14Sílvia Gonçalves - ESTM

Evolução dos Sistemas de Transporte

Dupla e completaFechadoMamíferos

Dupla e completaFechadoAves

Dupla e incompletaFechadoRépteis

Dupla e incompletaFechadoAnfíbios

SimplesFechadoPeixes

--FechadoAnelídeos

--AbertoArtrópodes

--AusentePoriferaCnidariaPlatelmintes

Tipo de circulaçãoSistema de transporte

Grupo sistemático

Verifica-se uma evolução progressiva, tornando-se sucessivamente mais complexos e eficientes. A eficiência é observável através de uma chegada mais rápida de O2 às células e pela remoção dos produtos prejudiciais resultantes do metabolismo.