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MANUAIS DE GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL portalamm.org.br VOLUME 3 DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

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  • MANUAISDE GESTOPBLICAMUNICIPAL

    portalamm.org.br

    VOLUME 3

    DESENVOLVIMENTO

    3

    ECONMICO

    DOBRA

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  • MANUAIS DE GESTOPBLICA MUNICIPAL

    volume 3

    DESENVOLVIMENTOECONMICO

    Associao Mineira de Municpios - AMM

    Presidente:

    ngelo RoncalliSuperintendente Geral:

    Gustavo PersichiniCoordenador Tcnico:

    Rogrio Moreira

    ContedoAntnio Avelar

    Projeto grfico e diagramao:Tamirys de Oliveira Freitas

    Tiragem:2.000 exemplares

    Distribuio gratuita

    Para mais informaes acesse

    www.portalamm.org.br

    EDITORIAL

    "a AMM vem desenvolvendo

    uma srie de instrumentos

    e mecanismos que

    possibilitAm o cumprimento

    de sua misso institucional,

    dentro dos valores da

    tica e da transparncia,

    de modo a fazer com que

    possamos levar a todos as

    mensagens, as bandeiras e as

    contribuies do movimento

    municipalista."

    PALAVRA DOPRESIDENTE

    NGELO RONCALLIPresidente da Associao

    Mineira de Municpios

  • A Associao Mineira de Municpios AMM, maior associao de municpios do pas, tem como misso a representao dos inter-esses e dos direitos dos 853 municpios de Minas.

    Fundada em 17 de outubro de 1952, a AMM, nestes 60 anos de histria, participa ativamente das lutas e movimentos munici-pal istas que garantiram a melhoria na qualidade de vida dos ci-dados.

    Com o lema Somos 853. Somos Minas. E, juntos, somos muito mais, a AMM acredita que somente atravs da unio de todos possvel mudar a realidade dos municpios. Independentemente do porte e da pujana de cada municpio. A entidade parte da premissa de que isolados somos frgeis. Assim, necessrio fortalecer politica-mente os municpios e apoi-los na melhoria da gesto pblica, pois o municpio o principal ente transformador da realidade da sociedade, uma vez que nele que o cidado apresenta seus apelos e necessidades.

    Neste sentido, a AMM vem desenvolvendo uma srie de instrumentos e mecanismos que possibil itam o cumprimento de sua misso institucional, dentro dos valores da tica e da transparncia, e isso faz com que possamos levar a todos as mensagens, as bandeiras e as contribuies do movimento municipalista.

    Nesse cenrio, os Manuais para Gesto Pblica Municipal se consoli-dam como um instrumento de auxlio aos administradores munici-pais, na definio de programas, prioridades, metas, na execuo de projetos e aes na gesto localizada.

    Somando-se a essas preciosas informaes, fica, desde j, o convite para que o leitor possa de fato explorar e conhecer Minas, nos-sas riquezas e, principalmente, o que temos de mais valioso: nossa gente, nossa mineiridade.

    O municpio a nossa causa!

  • 6O Departamento de Desenvolvi-mento Econmico da AMM foi criado em novembro de 2010 e tem como atribuio assessorar prefeitos, secretrios e demais servidores pblicos municipais na rea das polticas pblicas de desenvolvimento econmico lo-cal/regional.

    Nosso objetivo auxiliar os mu-nicpios a criarem um ambiente favorvel aos negcios, espe-cialmente s micro e pequenas empresas, e atrao de inves-timentos, permitindo a qualifi-

    cao da mo-de-obra, estimu-lando o empreendedorismo e a competitividade das empresas e o acesso a novas tecnologias, ori-entando na criao de linhas de financiamento ao microcrdito.

    Confira o que o Departamento de Desenvolvimento Econmico pode fazer pelo seu municpio:

    Prestar assessoria em polticas pblicas de fomento ao desen-volvimento econmico municipal;

    Prestar assessoria na elabora-

    Conhea odepartamento

    desenvolvimento

    econm ico

  • 7o do Plano Municipal de Desen-volvimento Econmico;

    Assessorar na elaborao do perfil socioeconmico municipal;

    Auxiliar na implantao da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa; Prestar assessoria na criao de linhas de financiamento ao micro-crdito;

    Orientar na criao de polticas pblicas de capacitao profissional;

    Auxiliar na divulgao do potencial de

    desenvolvimento econmico local;

    Aproximar os municpios das entidades oficiais de fomento econmico;

    Orientar na criao e implan-tao dos Conselhos Municipais de Desenvolvimento Econmico, Conselho Municipal de Trabalho, Emprego e Renda CMTER, Conselho Municipal de Desen-volvimento Rural - CMDRS;

    Orientar na criao de Agncia de Desenvolvimento Econmico.

    CoordenadorANTNIO NETO DE AVELAR (31) 2125-2437

    [email protected]@amm-mg.org.br

  • 8VOL.1Institucional AMM

    VOL.9Educao

    VOL.8Meio Ambiente

    VOL.7Captao de Recursos Pblicos

    VOL.6Contbil e Tributrio

    VOL.5Assistncia Social

    VOL.4Sade

    VOL.2Jurdico

    VOL.10Comunicao, Eventos e Cerimonial

  • 9VOL.3DesenvolvimentoEconmico

    Editorial pg.4PALAVRA DO PRESIDENTE pg.4DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO ECONMICO pg.6

    1. A ECONOMIA DE MINAS GERAIS pg.121.1. O perfil econmico do Estado pg.131.2. PIB por regio de planejamento pg.131.3. Destaques econmicos do Estado pg.151.4. O agronegcio mineiro pg.161.5. Caracterizao econmica das regies de plane-

    jamento pg.192. O DESENVOLVIMENTO ECONMICO NO MUNICPIO

    2.1. O que o desenvolvimento econmico local pg.302.2. A participao da sociedade civil no processo de desenvolvimento econmico pg.31

    pg.29

  • 10

    2.3. A importncia das micro e pequenas empresas no

    desenvolvimento econmico local pg.312.4. O papel do governo municipal pg.333. A UNIDADE MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO ECONMICO pg.343.1. Atribuies e competncias pg.35 3.2. A estrutura administrativa da Unidade municipal de

    desenvolvimento econmico pg.363.3. Estabelecimento de parcerias pg.403.4. Elaborar o diagnstico da economia do municpio3.5. Estabelecer as principais diretrizes para o desen-

    volvimento econmico do municpio pg.414. PLANEJANDO O DESENVOLVIMENTO ECONMICO

    DO MUNICPIO pg.424.1 Os instrumentos de planejamento (PPA LDO LOA)

    4.1.1. O que o Plano Plurianual (PPA) pg.444.1.2. O que so programas de governo pg.454.1.3. Objetivos do PPA pg.454.1.4. Relacionamento entre o PPA E LOA pg.464.1.5 O ciclo de gesto do PPA pg.474.2 Etapas para elaborao do PPA pg.484.2.1 Projeo das receitas municipais para o perodo do

    plano pg.494.2.2. Definio de diretrizes pg.504.2.3 Definio dos Projetos Estratgicos pg.514.2.4 Elaborao dos programas pg.524.2.4.1. Levantamento das aes em andamento pg.524.2.4.2. Definio das aes de durao continuada

    4.2.4.3. Definio dos projetos setoriais pg.534.2.4.4. Enquadramento das aes setoriais na lingua

    gem de planejamento pg.534.3. Exemplos pg.53

    pg.40

    pg.44

    pg.52

  • 11

    5. SUGESTES DE POLTICAS PBLICAS PARA O DESENVOLVIMENTO ECONMICO MUNICIPAL pg.555.1. Elaborar o Plano Diretor do Municpio pg.555.2. Regulamentar e implementar a Lei Geral Municipal (LGM) pg.565.3. Investir na implantao e recuperao da infraestrutura

    municipal pg.625.4. Identificar e disponibilizar reas para implantao de no-

    vos empreendimentos pg.645.5. Promover o municpio pg.655.6. Estimular a participao das entidades e pessoas nos

    conselhos municipais pg.665.7. Apoiar a comercializao pg.675.8. Facilitar o acesso ao crdito pg.685.9. Facilitar o acesso tecnologia e inovao pg.715.10. Estimular a capacitao profissional e a educao

    empreendedora pg.735.11. Realizar as compras da prefeitura no prprio municpio5.12. Apoiar a cooperao e o associativismo entre pequenos

    produtores pg.755.13. Participar de arranjos produtivos locais (APL) pg.775.14. Criar ou participar de agncia de desenvolvimento5.15. Estabelecer parcerias com municpios da regio, governos estadual e federal e demais instituies de

    apoio gesto pbl ica municipal pg.795.16. Realizar o diagnstico do desenvolvimento econmico

    do municpio pg.806. INSTITUIES E PROGRAMAS NA REA DE

    DESENVOLVIMENTO ECONMCO LOCAL pg.857. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS pg.90

    pg.74

    pg.78

  • 12

    1A ECONOMIA DE

    MINAS GERAIS

    O Estado de Minas Gerais ocupa lugar de destaque no cenrio nacional em vrios quesitos estruturais: detm a segunda maior populao brasileira, ocupa o quarto lugar em rea territorial e, alm disso, possui a terceira maior economia. Acresce que seu histrico protagonismo na cena poltica o coloca como referncia no contexto nacional.

    Mas so os avanos recentes verificados nos campos econmico, social e ambiental, que contribuem para consolidar a posio de Minas Gerais como um ator de grande relevncia para o desen-volvimento do pas.

    No campo econmico, a evoluo recente indica que a economia mineira manteve-se como a terceira maior do Brasil, tendo eleva-do seu valor agregado produo nacional de 8,4%, em 1999, para 9,4% em 2010. Aps queda nos anos 90, o estado tambm vem aumentando de forma consistente sua participao nas ex-portaes brasileiras a partir de 2003, passando de 10,2% para 15,5% em 2010, o que lhe confere a posio de segundo maior estado exportador do Brasil.

    12

  • 13

    1 A Fundao Joo Pinheiro FJP em parceria com a Companhia Brasileira de Metalurgia e Minerao, publica anualmente, o Perfil de Minas Gerais, contendo indicadores sintticos e atualizados sobre variados aspectos do estado de Minas Gerais. A publicao agrupa em sete temas as principais informaes geogrficas, econmicas e sociais do estado mineiro. O Perfil de Minas Gerais 2011 est disponvel em formato digital no site: www.fjp.mg.gov.br

    2 Na edio 2011 do Panorama do Comrcio Exterior de Minas Gerais, publicado pelo Governo de Minas, atravs da Central Exportaminas, podem ser encontrados os principais indicadores do comrcio exterior mineiro, com base nos dados consolidados de 2010.

    1.2Produto Interno Bruto

    (PIB) das regies de planejamento

    Todo municpio possui suas fontes de riqueza, geradoras de renda e emprego. O PIB municipal representa a soma de todas as riquezas geradas pelo municpio em determinado ano.

    1.1O perfil econmico

    do estado A decomposio do PIB mineiro revela a predominncia do setor de servios na gerao desta renda (58,3%), seguido pela indstria (32,2%) e pela agro-pecuria (9,5%). Observa-se que a estrutura produtiva da economia mineira1 fortemente baseada na produo de bens primrios, com destaque para as atividades agropecurias e mnero-metalrgica. Assim, natural a pre-dominncia - 62% do total exportado em 2010 - de produtos primrios na pauta das exportaes mineiras.2

  • 14

    Para o melhor aproveitamento do potencial de crescimento econmico, o Estado agrupa os municpios mineiros em dez regies de planejamento. Em todas elas h concentraes urbanas importantes com a infraestrutura ne-cessria, o que favorece a implantao de novos empreendimentos.3

    O Produto Interno Bruto de Minas Gerais totalizou R$ 287 bilhes em 2009. Em termos reais apresentou um decrscimo de 4,0% em relao a 2008 e aumento nominal de 1,6%. O PIB per capita estadual no valor de R$ 14.328,62 variou 0,7% nominalmente e -4,8% em termos reais. O Mapa 1 apresenta as par-ticipaes de cada regio de planejamento no total do estado.O Produto Interno Bruto Regionalizado por regies de planejamento, micror-regies, mesorregies ou outra formade agrupamento dos municpios - nada mais que o somatrio do PIB dos respectivos municpios que compem a forma regionalizada adotada.

    MAPA 1

    PARTICIPAO DAS REGIES DE PLANEJAMENTO NO PIB 2009

    3 Minas Gerais conta com um experiente sistema de apoio realizao de investimentos, capaz de assegurar todo o suporte necessrio para facilitar os negcios com o Estado. A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econmico de Minas Gerais SEDE e os demais rgos do sistema operacional esto disposio para fornecer informaes detalhadas sobre o mercado brasileiro e o de Minas Gerais. Para maiores detalhes visite o site da SEDE: www.desenvolvimento.mg.gov.br

  • 15

    A evoluo do PIB estadual no perodo 2002-2010 revela que, na maioria dos anos, Minas Gerais esteve acima da mdia de crescimen-to do Brasil. Por outro lado quando se considera o PIB per capita, o posicionamento de Minas Gerais no ranking econmico nacional apresenta situao distinta. De fato, o patamar de Minas Gerais em termos de PIB per capita ainda encontra-se abaixo da mdia nacional. O estado ocupa a nona posio no ranking das unidades da federa-o, inferior aos demais estados do Sudeste.

    Regio de Planejamento Populao (Jul/ 2011)

    % pop 2011

    PIB 2009 (R$ 1000)

    PIB Per capita 2009

    (R$1,00)

    IDH M 2000

    No. de municpios

    NOROESTE 368.878 2% 5.273.289 14.396,17 0,737 19ALTO PARANAIBA 653.884 3% 10.946.850 16.646,41 0,778 30JEQUITINHONHA - MUCURI 1.050.027 5% 5.961.596 5.537,30 0,640 68CENTRO-OESTE 1.130.396 6% 12.734.179 11.293,16 0,759 56TRINGULO 1.511.711 8% 34.401.706 22.517,91 0,777 36NORTE 1.619.489 8% 11.943.407 7.260,22 0,649 89RIO DOCE 1.627.698 8% 17.168.651 10.458,43 0,685 102ZONA DA MATA 2.184.397 11% 22.296.699 10.116,38 0,720 142SUL 2.603.970 13% 35.131.028 13.512,55 0,762 155CENTRAL 6.978.251 35% 131.197.342 18.166,70 0,730 156TOTAL MG 19.728.701 100% 287.054.748 14.328,62 853Fontes: Populao IBGE; IDH - Atlas do Desenvolvimento Humano; Eleitores - TSE; rea - Censo 2010

    TABELA 1 - PIB POR REGIES DE PLANEJAMENTO - VALOR BRUTO E PER CAPITA

    1.3 Destaques econmicos

    do estadoDestaques da produo mineira:

    Maior polo de empresas de biotecnologia do Brasil nico fabricante de helicpteros da Amrica do Sul. Maior produtor de ao do Pas Maior produtor de cimento Segundo maior polo automotivo do Pas Segundo polo de fundio do Brasil Um dos principais produtores de granitos, ardsias, quartzitos, mr-mores, pedra-sabo e serpentinitos que chegam aos mercados in-terno e externo em cerca de 160 variedades comerciais.

  • 16

    Destaques das exportaes de Minas Gerais: Maior exportador brasileiro de ferronibio - 90,2% Maior exportador de caf brasileiro - 71,2% Maior exportador de ouro em barras - 65,2% Maior exportador de fio-mquina e barras de ferro/ao do Pas - 99,2% Maior exportador de pedras preciosas em bruto - 48,6% Maior exportador de minrio de ferro - 46,8% Maior exportador de produtos semimanufaturados de ferro ou ao - 39,7% Maior exportador de silcio 80,4%

    1.4O agronegcio mineiro

    Minas Gerais um Estado tradicional na atividade agropecuria.4 o maior produtor de leite e caf do pas e detm o segundo maior re-banho bovino. Destaca-se tambm na produo nacional de milho, fei-jo, soja, batata, alho, cenoura, tomate, frutas e ovos. E principal Estado reflorestador e produtor de carvo de florestas plantadas do pas.O Estado tem 709 mil propriedades rurais entre grandes, mdias, peque-nas e minifndios, o que corresponde a 14,4% dos imveis rurais do Bra-sil. A populao rural chega a quase 3 milhes de habitantes, segundo o Censo 2010

  • 17

    4 Para informaes mais aprofunda-das sobre o tema, consulte o Perfil do Agronegcio Mineiro Junho de 2011, publicao da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuria Abastecimento de Minas Gerais SEAPA, que rene um conjunto de informaes sobre os indicadores do agronegcio no Estado. Os da-dos permitem fazer uma avaliao da performance das atividades ag-ropecurias na economia mineira. Site da Secretaria:http://www.agricultura.mg.gov.br/

  • 18

    TABELA 2

    IMVEIS RURAIS EM MINAS GERAIS POR CATEGORIA

    Categoria dos imveis rurais Nmero % rea (h) %

    Grande propriedade (mais de 15 hectares) 13.133 1,85 17.491.973 34,68Mdia propriedade (de 5 a 15 hectares) 60.451 8,52 15.214.127 30,16Pequena propriedade (de 1 a 4 hectares) 181.706 8,52 11.673.352 23,14Minifndio (abaixo de 1 hectare) 443.871 62,6 5.405.674 10,71Outros 9.869 1,41 652.591 1,31 Total geral 7.090.300 100 50.437.717 100Fonte: Incra 2005

    Pecuria Leiteira

    Mais do que parte integrante das tradies e da cu-linria mineira, o leite hoje fonte de riquezas e um importante pilar da nossa economia. Minas Gerais o maior produtor nacional de leite, com 7,2 bilhes de litros/ano, totalizando um tero de toda a produo no pas.

    O excedente exportvel do Estado chega a 3,5 bilhes de litros de leite/ano e o rebanho leiteiro, tambm o maior do pas, composto por 7 milhes de vacas.

    Uma atividade que gera 1,2 milho de empregos e na qual mais de 70% dos produtores so de peque-no porte, com uma produo diria abaixo de 100 litros. A cadeia produtiva do leite uma das maio-res em faturamento e gerao de emprego e renda em Minas. a nica que cria emprego no interior do estado de maneira contnua, porque envolve ativi-dades intensivas em mo de obra e est espalhada por quase todos os municpios mineiros. a atividade mais importante na propriedade rural, segundo le-vantamento5 feito em 2005 pela Federao da Agri-cultura e Pecuria FAEMG e Sebrae/MG.

    5Para maiores informaes consulte o Diagnstico da Pecuria Leiteira do Estado de Minas Gerais em 2005. O estudo foi realizado pelo Sebrae-MG, Faemg, Senar Minas e a OCEMG, a partir de 1 mil entrevistas realizadas em todas as regies de Minas e nos vrios estratos produtivos. As informaes permitem traar o perfil da pecuria leiteira: a tecnologia empregada; custo de produo; capacitao tecnolgica e gerencial; produo e produtivi-dade; caractersticas scio-econmicas do produtor; qualidade do leite, entre outras variveis. Alm de entender a dinmica da atividade, o trabalho pode dar subsdios a intervenes pblicas e institucionais para dar suporte ao desenvolvimento do setor.

  • 19

    1.5Caracterizao

    econmica das regies de planejamento

    6 No Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado PMDI 2011 2030, o Governo de Minas aborda na quarta parte da publicao, as estratgias delineadas por regio, com a car-acterizao econmica e social das regies de planejamen-to, o delineamento do modelo de governana para viabili-zao da gesto regionalizada e participativa e a indicao de indicadores e metas regionalizadas nas reas da sade, educao e segurana. A publicao pode ser baixada no endereo: http://www.planejamento.mg.gov.br/governo/publicacoes/arquivos/pmdi_2011_2030.pdf

    A gerao de renda no Estado de Minas Gerais tem como uma de suas caractersticas centrais o alto grau de concentrao regional. Somente a regio Central, a mais prspera e populosa do estado, responde por quase metade (46,6%) do PIB mineiro, ao passo que as regies historicamente mais deprimidas Norte, Jequitinhonha/Mucuri e Rio Doce totalizam, juntas, apenas 12,2%. As acentuadas disparidades regionais da economia mineira so visveis tam-bm quando se considera o PIB per capita de cada uma delas.6 No Tringulo Mineiro, regio que concentra o mais elevado PIB per capita do estado (R$ 21 mil), o indicador mais de quatro vezes superior ao registrado na rea mais pobre, a regio do Jequitinhonha/Mucuri (R$ 5,2 mil).

    A seguir apresentada a caracterizao sinttica de cada uma dessas dez regies que compem o espao mineiro:CENTRAL

    MAPA 2

    Regies de Planejamento

  • 20

    Regio mais populosa do estado, reunindo 6,97 milhes de habitantes (35,6% do total estadual) que se concentram, predominantemente, em reas urban-as (taxa de urbanizao de 94%). Os municpios polos7 da regio so: Barbacena, Belo Horizonte, Conselheiro Lafaiete, So Joo Del Rei e Sete Lagoas.

    Trata-se tambm da regio mais prspera de Minas Gerais, responsvel por 46,6% do PIB, 60% das expor-taes e 52,1% dos empregos formais. A evoluo no perodo recente mostra que a regio Central a que mais cresce em termos de PIB per capita e de participao no PIB e nas exportaes. Entre 2001 e 2008, a participao regional no PIB e nas exportaes do estado cresceram, respectivamente, 2,4 e 5,4 pontos percentuais. Somente no perodo 2003-2008, o PIB per capita da regio Central acumulou crescimento de 91%.

    A composio setorial do PIB regional revela pre-dominncia do setor de servios, responsvel por 62,3% da renda gerada, seguido pela indstria (35,9%) e pela agropecuria (1,8%). Quando anali-sada individualmente cada atividade, nota-se maior contribuio da regio na gerao do valor adicionado da indstria (53,6%), seguida dos servios (45,8%) e, por ltimo, da agropecuria (10,5%). Dentre as ativi-dades econmicas desenvolvidas na regio Central, destaque para metalurgia alumnio, automveis, be-bidas, calados, txtil, minerao, minerais no me-tlicos, produtos alimentares, metalurgia-zinco, autopeas, bens de capital, vesturio, siderurgia, refino de petrleo, ferro-gusa, ferro-liga e turismo.

    7A teoria das Localidades Centrais (1933), de autoria do alemo Walter Christaller, determina a centralidade de uma localidade de acordo com a importncia dos bens e servios por ela oferecidos. Quanto maior o nmero de funes centrais, maior a sua centralidade, rea de influncia e nmero de pessoas por ela atendidas. Ainda de acordo com a teoria de Christaller, quanto maior for o nvel hierrquico de um centro, mais distanciado ele estar de um outro de mesmo nvel. Maior ser tambm a sua influncia e a populao por ele atendida no que se refere s necessidades de consumo de bens e servios. Para melhor compreenso do tema, veja o Minas de A a Z 2012 Guia Mineiro de Municpios, publicao da Associao Mineira de Municpios AMM, pgina 424.

  • 21

    MATA

    A regio rene 2,17 milhes de habitantes, 11,1% da populao mineira. Cerca de 81% da populao regional vive em reas ur-banas, com destaque para os municpios polos: Carangola, Juiz de Fora, Manhuau, Muria, Ponte Nova, Ub e Viosa. A Zona da Mata responde por 7,6% do PIB mineiro, mas vem perdendo participao no perodo recente. Entre 2001 e 2008, a participa-o regional no PIB mineiro caiu 0,7 pontos percentuais.

    A distribuio setorial do PIB da Zona da Mata revela a predominncia dos ser-vios (68,4%) em comparao partici-pao relativa da indstria (22,6%) e da agropecuria (9,0%). Quando analisada individualmente cada atividade, nota-se maior contribuio da regio na gerao do valor adicionado dos servios (9%) e da agropecuria (8,4%), j que a regio contribui com apenas 5,4% da renda gerada na indstria mineira. A regio responsvel por 9,5% dos empregos formais e de 3,2% das exportaes totais da economia estadual. Tal como ocorre em relao ao PIB, observa-se que tam-bm nas exportaes a Zona da Mata tem reduzido sua participao no total do estado nos ltimos cinco anos.

    Dentre as atividades econmicas de-senvolvidas na regio, destaque para a produo de suco de fruta natural, caf, produtos alimentares, metalurgia-zinco, siderurgia e automveis.

  • 22

    SUL Com 81,6% de seus 2,59 milhes de habitantes residindo em reas urbanas, o Sul de Minas tem como municpios polos Alfenas, Itajub, Lavras, So Loureno, Passos, Poos de Caldas, Pouso Alegre, Trs Coraes e Varginha. a segunda regio mais populosa de Minas Gerais, reunindo 13,2% da populao mineira.

    Nos ltimos anos, o Sul de Minas foi a regio que mais perdeu espao na gerao da renda em Minas Gerais. Em 2001, a regio respondia por 13,6% do PIB estadual; sete anos depois esta participao havia se reduzido para 12,2%. Apesar da menor participao no PIB estadual, a regio mantm participao relevante no total dos empregos formais gerados no estado (12,5%), em funo do perfil trabalho-intensivo das atividades econmicas desenvolvidas na regio.

    Em termos setoriais, a gerao de renda no Sul de Minas se concentra no setor de servios (58,8%), seguido por indstria (28,0%) e agropecuria (13,2%). Quando considerada apenas a atividade agropecuria, no entanto, este nmero salta para 21,8%, o que evidencia a relevncia deste setor para a dinmica socioeconmica da regio. Ademais, a participao da Regio Sul no valor agregado mineiro dos servios de 12,3%, enquanto que na indstria de 10,3%.

    Grande produtora de caf, a regio responsvel por 13,1% das exportaes de Minas Gerais. Cabe ressaltar, no entanto, que assim como ocorre com o PIB, tam-bm nas exportaes a participao da regio no total do estado vem se reduzindo nos ltimos anos. Dentre as demais atividades econmicas desenvolvidas na regio, destaque para a pecuria leiteira, metalurgia-alumnio, minerao, agroindstria, eletroeletrnicos, helicpteros, autopeas, bebidas, txteis e turismo.

    22

  • 23

    TRINGULO

    Reunindo 7,6% da populao e 11,2% do PIB es-tadual, o Tringulo Mineiro apresenta o mais eleva-do PIB per capita dentre as dez regies de Minas Gerais R$ 21 mil. A taxa de urbanizao da regio elevada (93,4%) e, dentre seus municpios polos esto Ituiutaba, Uberaba e Uberlndia. A regio manteve sua participao no PIB estadual relativa-mente estvel nos anos 2000.

    A gerao de renda no Tringulo Mineiro concentra-se no setor de servios (55,3%), seguido por indstria (33,8%) e agropecuria (10,7%). Quando analisada indi-vidualmente cada atividade, nota-se maior contribuio da regio na gerao do valor adicionado da agro-pecuria (13,9%), cuja relevncia para o setor perde ape-nas para a do Sul de Minas. Na indstria e nos servios, a contribuio do Tringulo Mineiro para o agregado estadual de 11,6% e 10,7%, respectivamente.

    A regio responde ainda por 8,9% dos empregos formais e 5,8% das exportaes estaduais. Dentre as atividades econmicas desenvolvidas na regio, destaque para acar e lcool, pecuria, produo e processamento de gros, processamento de carne, cigarros, fertilizantes, processamento de madeira, re-florestamento e comrcio atacadista.

  • 24

    ALTO PARANABA

    Com 655,3 mil habitantes, o Alto Paranaba a se-gunda regio menos populosa de Minas Gerais. A populao predominantemente urbana (taxa de urbanizao de 86,8%) e a regio tem em Patos de Minas seu municpio polo.

    A regio responde por 4,0% do PIB, 3,0% dos em-pregos formais e 6,1% das exportaes do estado. No que se refere composio setorial do PIB, evidencia-se maior participao dos servios (50,2%), com destaque tambm para a importncia relativa da indstria (24,2%) e da agropecuria (25,6%). Quando analisada individualmente cada atividade, nota-se maior contribuio da regio na gerao do valor adicionado da agropecuria (13,6%), seguida dos servios (3,4%) e, por ltimo, da indstria (3,1%). As principais atividades econmicas desenvolvidas na regio so agricultura, pecuria, cermica, produtos alimentares, minerao, metalurgia e turismo. Nos anos 2000, a participao regional no PIB de Minas manteve-se relativamente estvel.

    CENTRO OESTE

    A regio possui 1,12 milho de habitantes (5,7% do total estadual), dos quais 88,7% residem em reas urbanas. Divinpolis considerado o municpio plo da regio Centro-Oeste de Minas. Responsvel por 4,5% do PIB, 2,1% das exporta-es e 6,1% dos empregos formais, o Centro-Oeste de Minas tem sua gerao de renda concentrada no setor de servios (60,4% ), com destaque tambm para a importncia relativa da indstria (25,1%) e da agropecuria (14,5%).

    Nos anos 2000, a participao regional no PIB de Minas manteve-se estvel, en-quanto que nas exportaes totais do estado aumentou em 1,6 pontos percen-tuais. Quando analisada individualmente cada atividade, nota-se maior contribuio da regio na gerao do valor adicionado da agropecuria (7,5%), seguida dos servios (4,6%) e, por ltimo, da indstria (3,9%). Dentre as atividades econmicas desenvolvidas na regio, destaque para cermica, bebidas, calados, minerais no metlicos, fogos de artifcio, fundio, txteis, artigos do vesturio e ferro-gusa.

  • 25

    NOROESTE

    Com 366,4 mil habitantes, 1,9% da populao estadual, o Noroeste de Minas a regio menos populosa do territrio mineiro. A regio predominantemente urbana, embora sua taxa de urbanizao seja com-parativamente mais reduzida 78,2%.

    O Noroeste de Minas responde por 1,8% do PIB mi-neiro, cuja distribuio setorial revela a predominn-cia dos servios (48,4%) em comparao participa-o relativa da agropecuria (34,8%) e da indstria (16,8%). A regio tambm responsvel por 1,2% dos empregos formais e de 2,5% das exportaes totais da economia estadual.

    Entre 2001 e 2008, a participao da regio no PIB es-tadual teve leve aumento de 0,3 pontos percentuais, ao passo que nas exportaes oscilou negativamente em 0,5 3 pontos percentuais. Dentre as atividades econmicas desenvolvidas na regio, destaque para agricultura, pecuria e minerao. Quando analisada individualmente cada atividade, nota-se maior contri-buio da regio na gerao do valor adicionado da agropecuria (8,2%), seguida dos servios (1,4%) e, por ltimo, da indstria (1,0%).

  • 26

    NORTE

    A regio rene 1,61 milhes de habitantes, 8,2% da populao mineira. pre-dominantemente urbana, embora sua taxa de urbanizao seja relativamente reduzida 69,4%. A cidade de Montes Claros principal polo da regio.

    Responsvel por 4,0% do PIB, 2,4% das exportaes e 3,6% dos empregos formais, o Norte de Minas tem sua gerao de renda concentrada no setor de servios (61,8%), seguida pela indstria (24,9%) e pela agropecuria (13,2%). O Norte de Minas manteve sua participao no PIB e nas expor-taes relativamente estvel nos anos 2000.

    Quando analisada individualmente cada atividade, nota-se maior con-tribuio da regio na gerao do valor adicionado da agropecuria (7,0%), seguida dos servios (4,4%) e, por ltimo, da indstria (3,0%). Dentre as atividades econmicas desenvolvidas na regio, destaque para agricultura, pecuria, ferro-liga, metalurgia, reflorestamento, txteis, frutas e minerais no metlicos.

    JEQUITINHONHA MUCURI

    Reunindo 5,1% da populao e 1,9% do PIB estadual, o Jequitinhonha/Mucuri apresenta o mais baixo PIB per capita dentre as dez regies de Minas Gerais R$ 5,2 mil. Comparativamente s demais regies de Minas Gerais, a taxa de urbanizao do Jequitinhonha/Mucuri baixa (63,2%) e tem em Tefilo Otoni o municpio polo da regio.

    A distribuio setorial do PIB do Jequitinhonha/Mucuri revela am-pla predominncia dos servios (69,0%) em comparao par-ticipao relativa da agropecuria (16,5%) e da indstria (14,5%). A regio tambm responsvel por 1,5% dos empregos formais e por

    apenas 0,3% das exportaes to-tais da economia estadual.

    Quando analisada individualmente cada atividade, nota-se maior contribuio da regio na gerao do valor adicionado da agropecuria (4,1%), seguida dos servios (2,4%) e, por ltimo, da indstria (0,9%). Dentre as atividades econmicas desenvolvidas na regio, destaque para agricultura, pecuria, minerao, pedras ornamentais, pedras preciosas e reflo-restamento.

    Nos ltimos anos, a participao re-gional no total das exportaes do estado oscilou negativamente em 0,53 pontos percentuais, enquanto que no PIB manteve-se estvel.

  • 27

    RIO DOCE

    A regio rene 1,62 milhes de habitan-tes, 8,3% da populao mineira. Cerca de 80% da populao regional vive em reas urbanas, com destaque para os municpios de Caratinga e Governador Valadares polos da regio.

    A regio do Rio Doce responde por 6,3% do PIB mineiro, cuja distribuio setorial revela a predominncia dos servios (56,2%) em comparao par-ticipao relativa da indstria (37,5%) e da agropecuria (6,3%). a regio que apresentou menor crescimento do PIB per capita entre 2005 e 2008.

    A regio tambm responsvel por 5,8% dos empregos formais e 4,8% das exportaes totais da economia estadual. Quando analisada individualmente cada atividade, nota-se maior contri-buio da regio na gerao do valor adicionado da indstria (7,2%), seguida dos servios (6,2%) e, por ltimo, da agropecuria (5,2%). Dentre as ativi-dades econmicas desenvolvidas na regio, destaque para a produo de autopeas, txteis, agricultura, pecuria, celulose, siderurgia, mecnica pesada, produtos alimentares e reflorestamen-to. Nos ltimos anos, a participao re-gional no total do PIB do estado oscilou negativamente em 0,4 pontos percen-tuais, enquanto que nas exportaes teve queda acentuada de 6,7 pontos percentuais, a maior perda dentre as dez regies de Minas.

  • 28

    MAPA 3

    Atividades econmicas desenvolvidasnas regies de planejamento8

    8 Para mais informaes sobre as atividades econmicas desenvolvidas nas regies de planejamento e as opor-tunidades de negcios, consulte o trabalho Planejamento Regional - Desenvolvimento e Integrao Regional, tornando Minas mais Gerais, apresentado pela Secretria de Estado de Planejamento e Gesto, na 1. Confer-ncia Estadual de Desenvolvimento Regional, realizada na Cidade Administrativa, pela SEDRU, em 30/05/2012.

  • 29

    2O DESENVOLVIMENTO

    ECONMICO NO MUNICPIO

    H um enorme potencial de desenvolvimento econmico local que pode ser incentivado pelos gestores municipais, cujos resultados podem se mostrar muito positivos.

    Embora as grandes polticas de desenvolvimento econmico sejam de m-bito federal e, s vezes, estadual, h tambm espao para que o governo municipal desenvolva aes relevantes nesta rea. O prefeito de viso pode vislumbrar as tendncias de crescimento de setores e de ramos de atividade, por intermdio no s de estudos da economia local e regional, mas, so-bretudo, do conhecimento e da proximidade da realidade. O conhecimento da economia local e sua insero na economia regional e estadual ajudam a configurar os possveis cenrios futuros e permitem a definio de polticas pblicas municipais adequadas e com maior possibilidade de sucesso

  • 30

    2.1O que desenvolvimento

    econmico local

    Desenvolvimento econmico9 o processo de melhoria das condies de vida da populao em todos os seus aspectos (econmicos, sociais, culturais, polticos, ambientais), atravs de um modelo que permita a manuteno dessas conquistas por prazo indefinido.

    So considerados objetivos do desenvolvimento econmico: reduzir os ndices de pobreza no municpio; expandir as oportunidades de emprego e renda; combater as desigualdades interregionais e interpessoais; promover o aproveitamento sustentvel dos recursos naturais; avanar na melhoria da qualidade de vida da populao.

    9 A Unidade de Desenvolvimento Urbano do Banco Mundial, desenvolveu uma variedade de recursos para fa-cilitar os municpios a compreender e a buscar estratgias para o desenvolvimento econmico local. Uma parte chave desse esforo foi um programa denominado Cities of Change. O objetivo da rede de Cities of Change foi de: fortalecer a capacidade dos municpios para realizar planejamentos estratgicos e desenvolver planos de ao; estimular o intercmbio de boas prticas entre os municpios para facilitar o acesso experincias e conhecimentos internacionais; e facilitar a divulgao dos resultados. Mais informaes sobre o programa de desenvolvimento da economia local do Banco Mundial podem ser encontradas nos seguintes endereos ele-trnicos: ww.worldbank.org/urban/led e www.deltakosova.org/

    A publicao Guia Prtico do Prefeito Empreendedor, do Sebrae-Na traz inmeras experincias de sucesso na rea do desenvolvimento econmico sustentvel, alcanadas por 2.655 prefeituras de todos os estados, que se inscreveram, desde 2001 , nas cinco edies do Premio Sebrae Prefeito Empreendedor. O manual poder ser baixado pelo site: http://201.2.114.147/bds/BDS.nsf/1d7b269b07fee04a03256eae005ec615/4f7f4b6439db692d832575a8005810f9?OpenDocument

  • 31

    2.2A participao dasociedade civil no processo dedesenvolvimento econmicoA participao social algo fundamental para o xito de qualquer governo. necessrio mobilizar a sociedade civil e a iniciativa privada para que es-tas participem efetiva e continuadamente do processo de desenvolvimento econmico do municpio. fundamental identificar quem so as principais lideranas empresarias e sociais para que estas participem junto com o poder pblico da elaborao das metas de desenvolvimento econmico do municpio para os prximos anos.

    2.3A importncia dasmicro e pequenas empresasno desenvolvimento econmico local As micro e pequenas empresas (MPE), em Minas Gerais, representaram, em 2007, 97,9% do total de empresas no estado, segundo dados da Relao Anual de Informaes Sociais - RAIS/MTE

  • 32

    Assim, os pequenos negcios devem ser apoiados como instrumento de combate ao desemprego porque:

    Geram a maioria dos postos de trabalho criados pelos setores formal e informal da economia municipal; Necessitam de baixos investimentos para gerar renda e emprego; Servios prestados famlia por pequenas empresas, como lazer, cursos de lnguas, lavanderias, bares e restaurantes, geram o triplo de empregos do que a construo civil com o mesmo volume de investimento; Cada estabelecimento tem poucos empregados, mas, juntos, eles se tornam os principais empregadores da cidade; So responsveis por 100% dos empregos existentes em municpios que no tm grandes indstrias, sem contar com os servidores pblicos; Absorvem pessoal que no teve acesso a programas de qualificao pro-fissional, dando oportunidades a parcelas desfavorecidas da populao.

    Os pequenos negcios com empreendedores locais so a forma mais eficiente de se iniciar o proces-so de fixao da riqueza local em qualquer segmen-to da economia.

  • 33

    2.4O papel do governo

    municipalA Prefeitura possui um papel fundamental a cumprir para promover os valores da cultura empreendedora e da competitividade, bases funda-mentais para o desenvolvimento econmico. O governo municipal tem um papel de destaque a realizar para gerar emprego, renda, dinamizar o comrcio, o turismo, apoiar o associativismo e estimular a sustentabili-dade dos programas sociais e de apoio solidrio.

    As empresas privadas requerem um ambiente favorvel aos negcios para gerar prosperidade. O governo municipal tem o papel funda-mental de criar esse ambiente favorvel para o desenvolvimento e o sucesso dos negcios. Pela sua natureza, o desenvolvimento econmi-co local decorrente de uma parceria entre o setor de negcios, os interesses da comunidade e o governo municipal.

    Em geral, as estratgias de desenvolvimento econmico so plane-jadas pelo governo local em conjunto com os parceiros dos setores pblicos e privados. A implementao conduzida pelos setores pblicos, privados e no governamentais de acordo com as habili-dades e capacidades de cada um.

    Assim, o prefeito, como lder poltico natural do municpio e muitas vezes da prpria regio, tem grande poder de articulao com as lideranas locais - empresrios, sindicatos de trabalhadores, polticos e demais setores influentes da sociedade civil - para buscar solues e propor aes acordadas por todos. Dentre estas aes, podem-se citar a propaganda e divulgao dos potenciais econmicos, dos produtos locais e das oportunidades existentes no municpio, a realizao de feiras e exposies da produo local e os contatos com empresrios de outras regies para a atrao de investimentos produtivos.

    A percepo do papel indutor do prefeito aumenta sobremaneira sua responsabilidade na conduo das polticas pblicas municipais

  • 34

    de desenvolvimento econmico. O gestor pode ter uma poltica pr-ativa, no sentido de se antecipar e direcionar o desenvolvimento local, no se restringindo a resolver problemas existentes, que so os efeitos indesejveis de um desenvolvimento local desequilibrado ou de uma economia estagnada.

    3A UNIDADE

    MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO

    ECONMICO

    3.1Atribuies e competncias

    A unidade municipal de desenvolvimento econmico pode ter vrias de-nominaes (secretaria, departamento, coordenadoria) e suas atribuies tambm podem variar de um municpio para outro uma vez que esses tm autonomia para estabelecer sua estrutura organizacional e o fazem de acordo com suas necessidades levando em conta sua prpria vocao.

    Independentemente da denominao, a unidade que cuidar do desen-volvimento econmico municipal deve ter sua competncia definida em lei, tendo como atribuio principal o assessoramento ao Prefeito na formula-o e implementao das polticas pblicas de desenvolvimento econmi-co, bem como deve controlar e coordenar os programas e projetos ligados ao desenvolvimento econmico local, competindo-lhe, especialmente:

  • 35

    1. Propor e supervisionar a execuo de planos, programas e projetos relativos ao fomento econmico do municpio, mediante aes demodernizao, de expanso da economia, bem como gerao de trabalho e renda para a populao local;

    2. Promover a realizao de estudos e pesquisas para a identificao da vocao econmica do municpio, bem como a divulgao de suas potencialidades;

    3. Propor e opinar sobre a concesso de incentivos fiscais;

    4. Promover aes para a atrao de empresas para o municpio;

    5. Estimular as atividades das micro e pequenas empresas por meio de cursos e benefcios, bem como a instalao de cooperativas, micro unidades de produo e outras formas de gerao de trabalho e renda;

    6. Avaliar o perfil da mo de obra do municpio ebuscar oferecer programas de qualificaoprofissional e de intermediao de empregos;

    7. Propor e supervisionar a execuo dos planos,programas e projetos relativos poltica de fomento agrcola no municpio e de abastecimento da populao;

    8. Adotar providncias de estmulo produo local, bem como apoiar eventos de divulgao da produo local;

    9. Supervisionar o funcionamento de mercados, feiras e demais estabelecimentos de comercializao de alimentos, em articulao com os demais unidades municipais.

  • 36

    3.2A unidade de desenvolvimento econmico

    Misso

    Uma das primeiras perguntas que a equipe gestora do desenvolvimento econmico do municpio de-ver responder para que a unidade (secretaria, de-partamento, coordenadoria, etc.) foi criada ou existe? Em outras palavras: Qual a misso da unidade?

    A misso a definio do negcio, sua razo de existir. Ela fundamental porque define o foco da unidade (secretaria, departamento, coorde-nadoria, etc.) e sua identidade.

    Na misso podem ser includas informaes como: A razo de existir da unidade, seu propsito principal. As necessidades dos pblicos que pretende atender. Seu principal diferencial. O pblico que ele quer atingir. O compromisso da unidade com seu pblico, o meio ambiente e a sociedade.

    Normalmente, a misso expressa em um par-grafo, e deve ser sinttica, muito clara e objetiva. Ela funciona como um limite que restringe as reas de atuao, de maneira que se trabalhe bem, dentro das prprias competncias.

    importante tambm que a misso desperte o or-gulho e motivao nos servidores municipais que trabalham na unidade.

  • 37

    Veja agora exemplos de misso de secretarias de desenvolvimento econmico de alguns municpios mineiros:

    ItabiritoPromover o desenvolvimento econmico sustentvel do Municpio de Itabirito, atravs de polticas de estmulo e aes de fomento ao setor produtivo, visando a gerao de emprego, trabalho, renda e consequente melhoria da qualidade de vida do cidado.

    Trs CoraesContribuir para que Trs Coraes se desenvolva econmica e tecnologicamente, de maneira sustentvel e empreende-dora, buscando recursos e novas tecnologias, para melhoria da qualidade de vida do cidado tricordiano.

    Montes ClarosA Secretaria de Desenvolvimento Econmico tem por misso contribuir para o desenvolvimento econmico e social do municpio, promovendo a gerao e manuten-o de emprego e renda, visando prioritariamente a valo-rizao do ser humano, o sentido de empreendedorismo e a incluso social.

    Estrutura administrativa

    A estrutura administrativa da unidade gestora do desenvolvimento econmico depende do porte do municpio e das reas que ficaro sob sua responsabilidade, mas de forma geral vrios municpios adotam a composio abaixo:

    Departamento de Planejamento e GestoTem por finalidade planejar, coordenar e gerir as atividades administrativas, financeiras, oramentrias e de recursos huma-nos da secretaria, competindo-lhe ainda:

    1).definir e supervisionar o processo de planejamento global das atividades da secretaria, propondo aes que visem assegurar os objetivos e metas estabelecidas;

  • 38

    2). executar, acompanhar e controlar as atividades oramentrias e de administrao financeira da secretaria;3). coordenar e executar as atividades relacionadas com a administrao de recursos humanos, transporte, comunica-o, servios gerais e de informtica da secretaria;4). elaborar a proposta oramentria anual da secretaria, contro-lando e avaliando a execuo oramentria;5). consolidar as informaes das atividades, projetos e programas das unidades administrativas da secretaria para subsidiar a elabo-rao do Plano Plurianual e relatrios gerenciais;6). coordenar, executar as atividades relativas administrao de pessoal e desenvolvimento de recursos humanos;7). promover levantamentos, estudos e pesquisas sobre temas liga-dos ao desenvolvimento econmico do municpio.

    Departamento de Indstria, Comrcio, Servios e TurismoTem por atribuio executar atividades relacionadas {as polticas de incentivo e fomento indstria, ao comrcio e prestao de servios, bem como divulgar o potencial turstico do municpio no cenrio regional, estadual e nacional. Tambm desenvolve e fomen-ta aes, promovendo e incentivando a vinda de novos empreen-dimentos que propiciem a gerao de postos de trabalho, melhoria da renda e qualidade de vida. Compete-lhe, ainda:

    1). manter cadastro dos estabelecimentos comerciais, industriais, e prestao de servios do municpio;2). fornecer alvars para a localizao e o funcionamento de em-presas;3). desburocratizar e agilizar a tramitao de processos relativos ao cadastramento e ao licenciamento de atividades;4). promover aes integradas com unidades afins, objetivando a captao de recursos financeiros para o desenvolvimento de pro-gramas e projetos de fomento de atividades econmicas;5). prestar orientao, informao e assistncia aos interessados na implantao de empreendimentos no municpio.6). promover e apoiar aes voltadas promoo econmica do municpio como feiras, mostras, entre outras.

  • 39

    Departamento de AgropecuriaPrope e desenvolve polticas de apoio ao produtor rural, inclu-indo programas e projetos nas reas de agropecuria, piscicultura, agricultura familiar, abastecimento, inspeo e hortas escolares e comunitrias. tambm responsvel por executar programas de extenso rural em integrao com outras unidades municipais e demais entidades pblicas e/ou privadas que atuam no setor agr-cola. Compete-lhe, especialmente:

    1). coordenar e articular, com as unidades e entidades municipais, estaduais e federais ligadas agropecuria, polticas para melhoria socioeconmica do produtor rural e sua famlia;2). divulgar as potencialidades agropecurias do municpio;3). propor e supervisionar a execuo de planos, programas e pro-jetos relativos poltica municipal de fomento agropecuria e de abastecimento da populao;4). elaborar projetos e/ou programas em parceria com os unidades de fomento atividade agropecuria; 5). estimular as atividades da micro e pequena empresa rural por meio de cursos e incentivos, bem como a instalao de coopera-tivas, micro unidades de produo e de outras formas de gerao de emprego e renda;6). oferecer cursos, treinamentos, seminrios, palestras e outros eventos visando profissionalizar e melhorar a qualidade de vida da populao rural;7). supervisionar o funcionamento de mercados, feiras e demais estabelecimentos de comercializao de alimentos, em articulao com as demais unidades municipais;8). supervisionar a implantao e funcionamento do matadouro municipal.

  • 40

    3.3Estabelecimentode parcerias

    O desafio de promover o desenvolvimento econmico local, para a maioria dos municpios, est alm das suas capacidades. Essa tarefa requer alm dos necessrios recursos financeiros, capital intelectual e conhecimentos que so escassos no mbito dos pequenos municpios.

    Ainda que o municpio disponha desses recursos, existem em nvel regional, estadual e federal inmeras instituies e programas focados em alavancar o desenvolvimento econmico local. Para isso, a unidade municipal gestora do desenvolvimento econmico dever buscar esses potenciais parceiros.

    3.4Elaborar o diagnstico da economia do municpio preciso conhecer as caractersticas da economia local e regional para de-tectar os ramos de atividade econmica cujo incentivo trar bons resultados para o municpio. Baseado neste conhecimento, o municpio pode induzir o desenvolvimento de determinadas atividades ou setores - tanto direta-mente com as polticas pblicas municipais quanto com parcerias com os poderes estadual e federal, com o setor privado e mesmo com agncias internacionais de desenvolvimento e financiamento.

    A elaborao de um plano de longo prazo deve reconhecer a realidade local, seus recursos e competncias. Cada municpio deve diagnosticar sua situao especfica, sua vocao, suas relaes com outros municpios den-tro da microrregio, para elaborar seu plano local.

  • 41

    3.5Estabelecer as principaisdiretrizes para o desenvolvimento econmico do municpio

    Alguns exemplos de diretrizes para o desenvolvimento econmico do municpio:

    1). apoiar o empreendedor informal, atravs de aes estruturadas em pro-grama especfico;2). apoiar as entidades de fomento ao setor produtivo; 3). estimular a aquisio de bens e servios produzidos e comercializados no municpio;4). intensificar o ensino profissionalizante, em parceria com as aes desen-volvidas no plano educacional do municpio;5). incentivar a criao de cooperativas e incubadoras;6). apoiar o trabalhador rural em parceria com entidades produtoras e com unidades de assistncia tcnica;7). apoiar as micro e pequenas empresas;8). estabelecer reas para implantao de empresas, atravs dos instrumen-tos de poltica urbana, em parceria com outras secretarias municipais;9). reformular as leis e instrumentos de incentivo para o desenvolvimento econmico;10). fortalecer os projetos de turismo rural e urbano, atravs de programa especfico.

    A partir do estabelecimento das diretrizes, a unidade gestora do desen-volvimento econmico do municpio dever elaborar planos, programas e projetos setoriais, intersetoriais e integrados, visando o desenvolvimento das aes necessrias concretizao das diretrizes.

  • 42

    4PLANEJANDO O

    DESENVOLVIMENTO ECONMICO DO

    MUNICPIOO planejamento muito mais que uma obrigatoriedade legal prevista na Lei de Responsabilidade Fiscal LRF ou no Estatuto das Cidades. Independe-mente da forma ou abrangncia dos planos, alguns mitos e equvocos esto sempre presentes.Aproveite para derrubar alguns deles:

    Planejamento no perda de tempo. Sem planejamento no existem objetivos e metas. E, sem saber para onde vai, o unidade de desenvolvimento econmico no chegar a lugar nenhum.

    Planejamento no coisa complicada, que s consultores sabem fazer. Reunir as equipes e definir um roteiro para o plane-jamento um exerccio simples e no custa nada. Com certeza, as boas idias vo surgir e a definio de metas sero claras e com-partilhados. Um passo na direo do resultado.

    Planejar, portanto, tomar decises e organizar as aes de forma lgica e racional, de modo a garantir os melhores resultados e a realizao dos obje-tivos de uma sociedade, com os menores custos e no menor prazo possvel.

    O planejamento representa uma forma de a sociedade exercer o poder so-bre o seu futuro rejeitando a resignao e partindo para iniciativas que defi-nam o seu destino. Deste ponto de vista, uma aposta no futuro, principal matria-prima do planejamento, que orienta e molda a vontade dos atores sociais e as decises coletivas. Parte do princpio que o futuro pode ser construdo pela sociedade, mas entende que esta construo do futuro tem

  • 43

    razes na histria, no passado recente e na realidade atual, defini-dora dos limites do possvel.

    De um modo geral, o planejamento governamental o processo de construo de um projeto coletivo capaz de implementar as transformaes necessrias na realidade que levem ao futuro de-sejado. Portanto, tem uma forte conotao poltica. E no que se refere ao desenvolvimento local e municipal, o planejamento um instrumento para a construo de uma proposta convergente dos atores sociais e agentes que organizam as aes na perspectiva do desenvolvimento econmico sustentvel.

    O processo de planejamento para o desenvolvimento local deve ser participativo, isto , levado a cabo pelos atores locais, que so quem devem tomar as decises funda-mentais. As equipes tcnicas que trabalham na preparao do pla-no devem servir para facilitar a documentao adequada e a re-alizao das oficinas de participa-o estratgica dos atores locais. Deste modo, na gesto da estra-tgia de desenvolvimento local necessrio assegurar a participa-o dos agentes interessados nos projetos. Para tal, preciso manter viva a mobilizao e participao dos atores locais, estimulando e consolidando alianas, parcerias, acordos e redes de cooperao entre os atores territoriais.

  • 44

    4.1Os instrumentos de

    planejamento (PPA - LDO - LOA)

    O Plano Plurianual10 um instrumento de planejamento estratgi-co de mdio prazo, no qual o Poder Executivo Municipal estabelece as metas para quatro anos de governo para cada secretaria/unidade. Comea a produzir efeitos a partir do segundo ano da adminis-trao do gestor municipal, continuando at o final do primeiro exerccio de seu sucessor. Como se v, a vigncia do Plano Plurianual no coincide com o mandato do prefeito. O objetivo evitar a descontinuidade dos programas governamentais. no PPA que o governo deixa claro se vai cumprir as promessas de campanha, isto , demonstra suas polticas e prioridades.

    4.1.1

    O que Planejamento Plurianual (PPA)

    O Plano Plurianual o resumo de todas as aes que a prefeitura e suas en-tidades iro executar ao longo dos prximos quatro anos de governo, sejam essas aes atividades contnuas ou projetos de investimento.

    No PPA, tudo que ser feito pelo Poder Pblico Municipal deve ser escrito sob a forma de programas e aes e remetido Cmara de Vereadores. O Plano Plurianual uma exigncia da Constituio Federal (Art. 165, 1.) e deve apresentar como componentes fundamentais as diretrizes, objetivos e metas da Administrao Pblica municipal, contemplando todas as suas despesas para os prximos quatro anos de governo.

    10 Com o objetivo de compartilhar a experincia do Choque de Gesto com as Administraes Pblicas Munici-pais, a Secretaria de Estado de Planejamento e Gesto elaborou cartilhas que sintetizam as prticas, os resulta-dos e os instrumentos gerenciais utilizados nessa importante transformao do setor pblico. Os temas tratados so PPA Municipal, Gerencia de Projetos, Acordo de Resultados, Avaliao de Desempenho, Plano de Car-reiras e Modalidade de Compras e podem ser baixadas pelo site: http://www.planejamento.mg.gov.br/governo/choque/gestao_resultados/gestao_resultados.asp

  • 45

    4,.1.2

    Componentes do PPA

    Eliminar a improvisao na execuo do oramento pblico, alo-cando os recursos disponveis nas atividades e projetos considera-dos mais importantes para o Municpio; Organizar, sob a forma de programas, os servios prestados populao, introduzindo a administrao municipal na linguagem e metodologia de planejamento; Viabilizar o monitoramento e a avaliao das atividades e proje-tos executados pela administrao, fornecendo parmetros para a mensurao e a melhoria do desempenho da mquina pblica municipal no cumprimento de suas atribuies; Definir com clareza as metas e prioridades da administrao, conferindo transparncia aos objetivos e aes de governo; Integrar planejamento, oramento e gesto, orientando a administrao local para o cumprimento de metas e resultados.

    4,.1.3

    Objetivos do PPA

  • 46

    4.1.4

    Relacionamento entreo PPA e LOA

    O Plano Plurianual (PPA)

    Planejamento de mdio prazo. Define as estratgias, diretrizes e metas por um perodo de quatro anos.

    Elaborado no primeiro ano de mandato do prefeito, vigora do ano seguinte at o primeiro ano de mandato do prximo prefeito, de forma a garantir a continuidade administrativa.

    A Lei de Diretrizes Oramentrias (LDO)

    Lei anual, define as metas e prioridades do governo, ou seja, as obras e servios mais importantes a serem realizados no ano se-guinte.

    A LDO estabelece as regras que devero ser observadas na for-mulao do Projeto de Lei Oramentria Anual pelo Poder Executi-vo e na sua discusso, votao e aprovao pela Cmara Municipal.

    A Lei Oramentria Anual (LOA)

    nessa lei que o governo demonstra todas as receitas e despesas para o ano seguinte.

    Esse conjunto de documentos que formam o oramento obedece ao princpio da unidade e possibilita uma viso completa dos recur-sos e das despesas governamentais.

  • 47

    4,.1.5

    O ciclo de gesto do PPA

    Para garantir efetividade ao PPA, de extrema importncia que a administrao municipal seja capaz de monitorar, avaliar e rever o plano, tendo em vista tornar realidade as metas e re-sultados consignados nesse instrumento de planejamento. Isso essencial para que o plano no represente apenas o cumpri-mento de uma obrigao legal, mas que seja utilizado como um instrumento efetivo de gesto.

    etapas do ciclo de gesto do ppa

    Formulao

    Implementao

    Monitoramento

    Avaliao

    Reviso

    Processo de elaborao das diretrizes, programas, aes e metas que constituem, o PPA

    Processo de execuo fsica e financeira dos programas e aes do PPA pelas uni-dades administrativas responsveis

    Processo contnuo no acompanhamento da implementao dos programas e aes que compem o PPA, visando a obteno de informaes para subsidiar decises e permitir a identificao e a superao de problemas, contribuindo para a obteno dos resultados desejados

    Verificao do cumprimento das estrat-gias, objetivos e metas elencadas no PPA, visando subsidiar o processo de reviso do plano

    Verificao do cumprimento das estrat-gias. Reviso das diretrizes, programas, aes e metas do PPA, tendo em vista conferir maior consistncia e efetividade ao planejamento realizado

  • 48

    4.2Etapas para

    elaborao do PPAAs etapas a seguir apresentadas foram pensadas no sentido de auxiliar a prefeitura a escolher, dentro dos recursos disponveis e das restries legais existentes, os melhores programas para o municpio e a enquadrar as aes na linguagem de planejamento exigida para a elaborao do plano.

    roteiro para elaborao do ppa

    Fonte: Governo de MG - Gesto para resultados municipais - PPA Municipal.

    ETAPA

    1. Previso de receita para o perodo do plano

    2. Definio de diretrizes

    3. Definio dos projetos Estratgicos

    4. Distribuio de limites de gasto por orgo/entidade

    5. Elaborao dos programas

    6. Consolidao e elaborao do documento final do PPA

    RESPONSABILIDADE

    Secretaria / Departamento de Fazenda

    Prefeitura e Responsvel pela Unidade de Desenvolvimento Economico do Municpio

    Prefeitura e Responsvel pela unidade de Desenvolvimento Econmico do Municpio

    Prefeito / Secretaria / Depar-tamento de Planjamento ou Administrao

    Unidades e unidades setoriais

    Prefeito / Secretaria / Depar-tamento de Planjamento ou Administrao

  • 49

    4.2.1

    Projeo das receitas para o perodo do planoUm bom plano um plano realista e que tenha condies de sair do papel. De nada adianta elaborar projetos maravilhosos para a cidade, se, no momento da execuo do oramento, os recursos necessrios simplesmente no existem.

    nesse momento que a Prefeitura ir ter uma ideia do mon-tante de recursos disponveis para o custeio das atividades con-tinuadas que desenvolve (por exemplo, coleta de lixo, varrio de ruas, etc.), para o pagamento de dvidas e gastos com os funcionrios que j se aposentaram (isso, se o municpio for responsvel por esse encargo) e para investir nos projetos con-siderados estratgicos para a cidade (por exemplo, a construo de uma nova rodoviria, pavimentao de vias pblicas, etc.).

    Um dos mtodos mais simples de se fazer essa estimativa de receitas consiste no uso de uma projeo baseada na tendn-cia de crescimento verificada nos ltimos anos. Cabe ressaltar que esse um mtodo que simplifica a projeo, uma vez que pressupe a manuteno das mesmas condies verificadas em anos anteriores.

    Outra opo entrar em contato com a Associao Mineira de Municpios AMM, e solicitar ao Departamento de Economia as previses anuais de repasses ao municpio do Fundo de Par-ticipao dos Municpios (FPM), do Imposto sobre Circulao de Mercadorias e Servios (ICMS), do Imposto sobre Produtos In-dustrializados Exportados (IPI-EXP), da Lei Kandir e do Imposto sobre a Propriedade de Veculos Automotores (IPVA).

    O mais importante, contudo, que a receita projetada seja realista, de forma a no alimentar uma expectativa falsa de disponibilidade de recursos, comprometendo a viabilidade do plano.

  • 50

    4.2.2

    Definio de diretrizesMomento em que o Prefeito e Secretrios iro se reunir e definir quais as principais demandas, carncias ou problemas do mu-nicpio. A administrao do Municpio de Feliz, por exemplo, definiu diversificar a economia municipal como uma das diretrizes para o desenvolvimento econmico da cidade.

    figura x

    exemplo de diretriz

    O QUE SO PROGRAMAS DE GOVERNO

    Os programas so as unidades bsicas do plano, consistindo numa forma especial de organizar tudo que ou ser feito pela administrao munici-pal, destinando-se a solucionar um problema ou uma demanda local. Con-tribuem para uma diretriz do plano e so compostos por uma ou mais aes necessrias e suficientes para a soluo do problema enfrentado.

    Para que a diversificao da economia municipal de Feliz possa acon-tecer, foram definidos dois programas: a atrao de empresas de base tecnolgica e a capacitao profissional dos jovens.

    Ao 1

    Levantamento de reas disponveis

    Atrao de empresas de base tecnolgica

    Capacitao profissional

    Diversificar a Economia Municipal

  • 51

    4.2.3

    Definio de Projetos EstratgicosEstabelecidas as diretrizes da unidade de desen-volvimento econmico, isto , os grandes desa-fios a serem superados na rea, e selecionados os problemas que tero prioridade para soluo, a unidade de desenvolvimento econmico ter condies de elaborar os projetos estratgicos.

    Os projetos estratgicos devem possuir um foco bem definido, constituindo-se nos princi-pais instrumentos para o alcance das diretrizes da unidade, sendo, por isso, um meio para a materializao da meta a ser atingida.

    Nesse sentido, os projetos estratgicos devem ser priorizados no processo de alocao de recursos disponveis, e ser gerenciados intensivamente por meio do detalhamento das etapas de execuo, contidas em um plano de ao, e acompanhados mensalmente via relatrio gerencial. Dentro dessa perspectiva, recomenda-se a realizao de reunies gerenciais peridicas entre o gestor da unidade municipal de desenvolvimento econmi-co e os responsveis pelas execues das aes, nas quais so examinadas as situaes de cada ini-ciativa e definidas as intervenes necessrias.

  • 52

    4.2.4

    Elaborao dos programasTendo como parmetro o limite de recursos disponibilizados para a unidade municipal de desenvolvimento econmico, para cada ano do plano, os problemas prioritrios a serem atacados, as diretrizes do plano e os projetos estratgicos selecionados, a unidade de desenvolvimento econmico ir formular sua proposta final para o perodo do plano, con-siderando a seguinte sequncia:

    4.2.4.1Levantamento das aes em andamento

    Nessa etapa dever ser feito um levantamento de todas as ativi-dades e projetos que esto sendo executados pela unidade mu-nicipal de desenvolvimento econmico, como base para a elabo-rao do Plano Plurianual. Uma primeira fonte de informaes o oramento que est sendo executado no momento. No entanto, pode acontecer que as atividades e projetos da administrao local no estejam claramente identificadas na Lei Oramentria. Diante disso, devem ser feitas consultas aos responsveis pela gesto dos servios e projetos que esto sendo executados, pedindo-lhes que listem as aes em andamento e os respectivos custos de execuo.

    4.2.4.2Definio das aes de durao continuada

    Deciso quanto s aes de durao continuada (atividades cor-respondentes aos servios de ordem permanente, por exemplo, manuteno da patrulha agrcola mecanizada, manuteno do balco de empregos, etc.), que sero desenvolvidas pela uni-dade municipal de desenvolvimento econmico, tendo por base as aes em andamento, as atribuies da unidade, os problemas priorizados e as diretrizes do plano.

  • 53

    4.2.4.3Definio dos projetos setoriais

    Nesse momento, o gestor da unidade municipal de desenvolvimento econmico dever detalhar, com base nos recursos excedentes, aqueles j reservados para aes de manuteno dos servios permanentes e considerando o montante especificamente desti-nado aos projetos estratgicos, os projetos setoriais que podero ser desenvolvidos pela unidade.

    4.2.4.4Enquadramento das aes setoriaisna linguagem de planejamento

    Aqui a unidade municipal de desenvolvimento econmico dever converter as aes em uma linguagem de planejamento, utilizan-do-se, para isso, como exemplo, o formulrio constante no final desta cartilha.

    DEPARTAMENTO:

    AnoValores

    (R$ 2013)2014 463.000

    01 - PROGRAMA DE INCENTIVO PRODUO AGROPECURIA 2015 421.000

    2016 241.000

    2017 241.000

    TOTAL NO PPA 1.366.000

    2014 45.000

    02 - PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO FLORESTAL 2015 60.000

    2016 60.000

    2017 60.000

    TOTAL NO PPA 225.000

    2014 210.000

    03 - PROGRAMA DE FOMENTO AGROPECURIA 2015 120.000

    2016 120.000

    2017 120.000

    TOTAL NO PPA 570.000

    2014 45.000

    04 - PROGRAMA DE MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA DOS AGRICULTORES FAMILIARES 2015 45.000

    2016 10.000

    2017 10.000

    TOTAL NO PPA 110.000

    2014 200.000

    05 - PROGRAMA DE PATRULHA AGRCOLA MECANIZADA 2015 168.000

    2016 30.000

    2017 30.000

    TOTAL NO PPA 428.000

    2014 60.000

    06 - PROGRAMA DE INCENTIVO PECURIA LEITEIRA 2015 35.000

    2016 10.000

    2017 10.000

    TOTAL NO PPA 115.000

    2014 880.000

    07 - PROGRAMA DE ABASTECIMENTO MUNICIPAL 2015 20.000

    2016 20.000

    2017 20.000

    TOTAL NO PPA 940.000

    2014 1.903.000

    2015 869.000

    2016 491.000

    2017 491.000

    TOTAL DO PROG.NO PPA 3.754.000

    AGROPECURIA

    Programas

    TOTAL DOS PROGRAMAS

    RESUMO DOS PROGRAMAS

    UNIDADE MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO ECONMICO

    definio dos programas

    (continua)

  • 54

    DEPARTAMENTO:

    AnoValores

    (R$ 2013)2014 463.000

    01 - PROGRAMA DE INCENTIVO PRODUO AGROPECURIA 2015 421.000

    2016 241.000

    2017 241.000

    TOTAL NO PPA 1.366.000

    2014 45.000

    02 - PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO FLORESTAL 2015 60.000

    2016 60.000

    2017 60.000

    TOTAL NO PPA 225.000

    2014 210.000

    03 - PROGRAMA DE FOMENTO AGROPECURIA 2015 120.000

    2016 120.000

    2017 120.000

    TOTAL NO PPA 570.000

    2014 45.000

    04 - PROGRAMA DE MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA DOS AGRICULTORES FAMILIARES 2015 45.000

    2016 10.000

    2017 10.000

    TOTAL NO PPA 110.000

    2014 200.000

    05 - PROGRAMA DE PATRULHA AGRCOLA MECANIZADA 2015 168.000

    2016 30.000

    2017 30.000

    TOTAL NO PPA 428.000

    2014 60.000

    06 - PROGRAMA DE INCENTIVO PECURIA LEITEIRA 2015 35.000

    2016 10.000

    2017 10.000

    TOTAL NO PPA 115.000

    2014 880.000

    07 - PROGRAMA DE ABASTECIMENTO MUNICIPAL 2015 20.000

    2016 20.000

    2017 20.000

    TOTAL NO PPA 940.000

    2014 1.903.000

    2015 869.000

    2016 491.000

    2017 491.000

    TOTAL DO PROG.NO PPA 3.754.000

    AGROPECURIA

    Programas

    TOTAL DOS PROGRAMAS

    RESUMO DOS PROGRAMAS

    UNIDADE MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO ECONMICO

    definio dos programas(continuao)

    identificao das aes

    Unidade:

    Programa:

    Unidade Responsvel Produto(Bem Ou Servio)

    Unidade de Medida

    Ano Metas Fsicas Valores(R$ 2005)

    2014 1.000.000 15.000

    2015 1.000.000 15.000

    PRODUO DE MUDAS DE EUCALIPTO MUDAS Unidade 2016 1.000.000 15.000

    DISTRIBUDAS 2017 1.000.000 15.000

    TOTAL NO PPA 4.000.000 60.000

    2014 200 20.000

    APOIO E INCENTIV O S ATIVIDADES 2015 300 30.000

    FLORESTAIS PRODUTORES Unidade 2016 300 30.000

    (VISITAS E ASSISTNCIA TCNICAS) ASSISTIDOS 2017 300 30.000

    TOTAL NO PPA 1.100 110.000

    2014 1 10.000

    2015 1 15.000

    MANUTENO DO VIVEIRO FLORESTAL Unidade 2016 1 15.000

    2017 1 15.000

    TOTAL NO PPA 1 55.000

    2014 45.000

    2015 60.000

    2016 60.000

    2017 60.000

    TOTAL DO PROG.NO PPA 225.000

    DIVISO DE AGROPECURIA

    PROPOSTA DE PROGRAMA SETORIAL - INDENTIFICAO DE AES

    DIVISO DE AGROPECURIA

    02 - PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO FLORESTAL

    Descrio da Ao

    DIVISO DE AGROPECURIA

    TOTAL DO PROGRAMA

    DIVISO DE AGROPECURIA

  • 55

    5SUGESTES DE

    POLTICAS PBLICAS PARA O

    DESENVOLVIMENTO ECONMICO

    MUNICIPAL

    5.1Elaborar o plano diretor

    do municpio

    O plano diretor11 um importante instrumento para auxiliar no planeja-mento do desenvolvimento municipal. O objetivo do plano diretor dotar o municpio de regras e critrios de ocupao e uso de seu solo com vistas ao desenvolvimento sustentvel do municpio, pelo melhor aproveitamento de suas vocaes, atualizando de forma racional, as potencialidades do ter-ritrio e garantindo a qualidade de vida da populao.

    11 Planejar o futuro da cidade, incorporando todos os setores sociais, econmicos e polticos que a compe, de forma a construir um compromisso entre cidados e governo na direo de um projeto que inclua todos, o desafio o que o Municpio deve se impor. Para mais informaes sobre o tema visite o site: http://www.cidades.gov.br/index.php

  • 56

    O fortalecimento da economia local passa, necessariamente, pelo orde-namento das atividades econmicas existentes no municpio e pela busca de alternativas para seu pleno desenvolvimento. O plano diretor deve tra-duzir os anseios de todos os cidados sobre o desenvolvimento municipal.

    Assim sendo, deve ser elaborado atravs de um processo com ampla par-ticipao dos diversos setores da sociedade civil e da iniciativa privada, onde as bases do planejamento possam ser pactuadas democraticamente.

    Em termos gerais, o plano diretor visa:

    1). ordenar o crescimento do municpio, em seus aspectos fsicos, econmicos, sociais, culturais e administrativos;

    2). racionalizar o uso do solo no territrio municipal, em suas reas rurais e urbanas, promovendo justa distribuio da infraestrutura e dos servios pblicos e redistribuindo os benefcios e nus decorrentes da urbanizao;

    3). promover a urbanizao, a regularizao fundiria e a titulao de reas de moradores de baixa renda, sem remoo dos mesmos, salvo quando as condies fsicas se apresentem como de risco vida da coletividade;

    4). promover a preservao, a recuperao e a ampliao das reas destinadas s atividades agrcolas, estimulando-as;

    5). incentivar a participao da comunidade e de suas entidades representativas no estudo, encaminhamento e soluo dos problemas, planos, programas e projetos;

    6). proteger o Patrimnio Cultural, compatibilizando o desenvolvimento urbano com a proteo do meio ambiente, atravs da racionalizao do patrimnio natural, histrico-cultural e construdo, promovendo sua conservao e recuperao em benefcio das geraes atuais e futuras;

    7). garantir o livre acesso de todos os cidados s riquezas naturais do municpio, bem como aos demais equipamentos pblicos;

    8). promover o saneamento bsico, a pavimentao e a garantia de reas destinadas ao assentamento da populao, prevendo a implan-tao de programas habitacionais;

  • 57

    9). garantir a implementao de reas de lazer e recreao nos diversos bairros e localidades do Municpio;

    10). garantir a existncia das reas necessrias instalao dos equipamentos e servios pblicos;

    11). impedir a ocupao das reas de risco geolgico, de manan-ciais e das reas de preservao permanente;

    12). conceber um modelo de desenvolvimento econmico, onde se obteve a diversificao e integrao entre os diversos setores produtivos;

    13). integrar os diversos bairros e ncleos de populao do Mu-nicpio;

    14). definir o sistema de transporte pblico, visando a integrao municipal e a melhoria da qualidade dos servios prestados;

    15). desenvolver um sistema de planejamento municipal que inte-gre os diversos setores da administrao pblica e concessionrias de servios pblicos, no desenvolvimento dos programas e aes;

    16). incentivar a livre iniciativa, visando o fortalecimento das ativi-dades econmicas;

    17). prever a aplicao dos instrumentos de poltica urbana, espe-cialmente aqueles previstos no Estatuto da Cidade, em consonn-cia com as peculiaridades do municpio.

    Fonte: Cartilha O negcio participar: a importncia do plano diretor para o desen-volvimento municipal. Bra-

    slia DF: CNM, SEBRAE, 2006.

  • 58

    5.2Regulamentar e

    implementar a Lei Geral do Municpio

    No basta criar a Lei Geral Municipal. preciso coloc-la em prtica.

    O que a Lei Geral Municipal

    Para falar da Lei Geral Municipal12, ou LGM, preciso falar primeiro da Lei Geral da Microempresa e Empre-sa de Pequeno Porte, ou simples-mente Lei Geral (LG). A Lei Geral considerada a maior conquista das micro e pequenas empresas (MPE) do Brasil em sua histria. Juridi-camente falando, trata-se da Lei Complementar N 123, aprovada em 14 de Dezembro de 2006.

    A maioria dos artigos da Lei Geral j est valendo para todos os estados e municpios do Brasil. Mas alguns artigos dependem de ser regula-mentados localmente, e a lei obriga que isso seja feito. A regulamen-tao pelo municpio da Lei Geral

    das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte o que se denomi-nou Lei Geral Municipal (LGM).

    Com a Lei Geral as microempresas e empresas de pequeno porte pas-saram a ter tratamento diferenciado e favorecido por meio da desburo-cratizao dos processos de aber-tura, funcionamento e fechamento dos negcios; da simplificao e desonerao tributria, estmulo ao empreendedorismo e benefcios nas compras da prefeitura.

    O principal objetivo da Lei Geral para o municpio

    O esprito da Lei Geral dar com-petitividade para as microempresas e empresas de pequeno porte e

    12 Para contribuir com a implantao da Lei Geral, o Sebrae elaborou a segunda edio do Guia Prefeito Em-preendedor. No Guia, h vrios exemplos de iniciativas que podem ser adotadas em todos os municpios, como a legislao de Belo Horizonte, que permite a concesso de alvars de funcionamento para empresas instala-das em casas e apartamentos onde residem os empreendedores. Nela, h tambm, uma sugesto da Lei Geral Municipal. No site http://www.portaldodesenvolvimento.org.br/ podero ser encontradas vrias publicaes sobre o tema desenvolvimento econmico local e Lei Geral Municipal. Mais informaes sobre a LGM podem ser obtidas no seguinte endereo: http://www.sebrae.com.br/customizado/lei-geral/

  • 59

    com isso permitir que se desenvolvam e gerem mais empregos e renda para a sociedade e consequentemente os municpios passam a arrecadar mais. Esse ciclo virtuoso que podemos denominar de desenvolvimento sustentvel do municpio.

    A importncia da Lei Geral para os municpios

    Mais de dois teros da riqueza mundial circulam nas economias locais, onde prevalecem as micro, pequenas e mdias empresas.

    No Brasil as micro, pequenas e mdias empresas representam:

    99,1% das empresas constitudas 4,5 milhes de empresas formais 52,4% dos empregos formais 39,7% da massa salarial do pas.

    Temos, ainda, a seguinte situao que poder ser modificada com a regulamentao da Lei Geral pelos municpios:

    10,3 milhes de empreendimentos informais que podem ser legalizados; 14,8 milhes de pequenos negcios que podem se transformar em Microempreendedores Individuais (MEI).

    Porque os municpios devem regulamentar a LGM

    Primeiro, porque obrigao legal da prefeitura: o que estabelece o artigo 1. da Lei Geral, inclusive para os estados e para a Unio. Em segundo lugar, a LGM busca o desenvolvimento sustentvel dos municpios na medida em que oferece tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e empresas de pequeno porte, inclusive nas compras pblicas.

    Obrigao legal do Prefeito; uma oportunidade especial para estruturao de uma poltica pblica de fomento ao desenvolvimento local; Forma segura e tranquila de garantir o aumento da arrecadao municipal; Caminho para apoiar os pequenos negcios e dinamizar a economia do municpio; Adequar o municpio para uma nova realidade (de-senvolvimento econmico e social, gesto pblica eficaz, inovadora e empreendedora, competitivi-dade, mundo globalizado).

  • 60

    Benefcios para os municpios regulamentarem a LGM

    Estmulo abertura de empresas atravs da simplificao dos processos; Estmulo formalizao de empresas pelas facilidades oferecidas; Gerao de renda, emprego e arrecadao prpria (ISS, IPTU, Taxas) e de transferncias (ICMS, p. ex.); Diminuio do xodo de jovens do municpio na medida em que in-centiva o empreendedorismo e a formalizao dos pequenos negcios; Criao de um ambiente de desenvolvimento virtuoso no municpio; Porta de sada para programas sociais. Com isso sobra mais recursos para a prefeitura investir em outras reas do municpio como infra-estrutura, cultura, educao, por exemplo.

    COMO IMPLANTAR A LEI GERALVia Lei Geral Municipal

    PASSO A PASSO1. Constituir uma equipe (Comit da Lei Geral) para regulamentao e implantao da Lei Geral, com a participao de representantes dos em-presrios, da Cmara dos Vereadores e das Secretarias Municipais afins.2. Elaborar um programa de trabalho.3. Elaborar minuta do Projeto de Lei.4. Revisar e encaminhar o Projeto de Lei Cmara Municipal.5. Articular a discusso e aprovao na Cmara dos Vereadores.6. Sancionar a Lei Geral Municipal, divulgar e implementar.

    BONS EXEMPLOS

    1. Caso

    So Francisco

    Maior produtor de oleaginosas (girassol e mamona) na dcada de 1970, o municpio de So Francisco perdeu este posto nas ltimas dcadas. Com o projeto para reestruturao da cadeia produtiva de oleaginosas e im-

  • 61

    plementao da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, a cidade conquistou o 2 lugar do Prmio Sebrae Prefeito Empreendedor, edio 2012.

    As ultrapassadas tcnicas de cultivo e o encerramento das atividades dos principais compradores de oleaginosas foram os motivos para o declnio da produo. Para reverter este quadro, a prefeitura cedeu mquinas agrcolas, realizou anlises e correes em 350 hectares de rea e assistncias tcnicas para cultivo e comercializao.

    O aumento da rea produtiva de 300 hectares em 2003 para 650 em 2011, a gerao de 2600 empregos diretos e o aumento de 30% da produtividade de gros so os principais resultados do projeto.

    A implementao da Lei Geral em 2011 tambm trouxe benefcios ao municpio. Empresrios e funcionrios pblicos foram treinados para entender a importncia da legislao, que fortalece a economia local por meio da formalizao de empreendimentos e incentivo s com-pras pblicas.

    Antes da aprovao da Lei Geral em maro de 2011, apenas 15 empresas da cidade concorriam s licitaes pblicas. Atualmente, aps trabalho de conscientizao, 36 empresas participam das concorrncias e 25 ganharam disputas. O nmero de empreende-dores individuais subiu de 91 para 224. Crescimento de 250%.

    Fonte: Sebrae/MG

    2. Caso

    Pedra Dourada

    A 3 colocao do Prmio Sebrae Prefeito Empreendedor, edio 2012, ficou com a cidade de Pedra Dourada, na regio Leste de Minas Gerais. Com polticas pblicas para beneficiar o comrcio, turismo, indstria e empreendedores locais, a administrao mu-nicipal gerou empregos e aumentou a renda da populao.

    O acesso a Pedra Dourada era um dos maiores entraves para o de-senvolvimento do municpio. Com o asfaltamento da rodovia que

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    liga Pedra Dourada a outras cidades, comerciantes acreditaram no desen-volvimento local e aumentaram os investimentos nos negcios.

    A construo do Parque Municipal So Joo, que possui lagoas artificiais, praas, piscina natural, cachoeira, quadras, pista de caminhada, quiosques com churrasqueira, academia de ginstica e musculao beneficiou o co-mrcio local que aumentou o faturamento devido ao turismo.

    O projeto Mo Amiga incentivou a instalao de confeces na cidade.

    O poder pblico municipal construiu trs galpes para ceder micro em-presas do ramo de confeces. A prefeitura tambm emprestou mquinas e equipamentos, arca com os custos da energia eltrica e capacita profissionais. O projeto resultou na criao de trs micro empresas que empregam 64 pessoas. O municpio de Pedra Dourada tambm ganhou o destaque For-malizao de pequenos negcios e apoio ao empreendedor.

    Fonte: Sebrae/MG

    5.3Investir na implantao e

    recuperao dainfroestrutura municipal

    Governar construir estradas. A afirmao de Washington Lus, Presidente do Brasil entre 1926-1930, procurava destacar a importncia da infraestru-tura13 de transportes para o desenvolvimento da economia: boas estradas reduzem o custo de transportes e, portanto, o preo final dos produtos, tor-nando-os mais acessveis ao consumidor e mais competitivos com os con-correntes. Tambm permitem que cada regio se especialize nas atividades econmicas para as quais tenham maior vocao (agricultura, pecuria,

    13 Para um aprofundamento do tema, acesse o site: http://www.brasil-economia-governo.org.br/2011/02/09/por-que-e-importante-investir-em-infraestrutura/

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    servios, etc.), gerando ganhos de produtividade e qualidade para toda a economia. A reduo do tempo de viagem entre duas cidades permite au-mentar os laos econmicos e sociais ( possvel morar em uma cidade e estudar, fazer compras e consultar mdicos em outra cidade, por exemplo), o que aumenta o universo de escolha dos consumidores e a concorrncia entre as empresas.

    Os investimentos em infraestrutura tambm podem ter importante impacto na reduo da pobreza e na melhoria da qualidade de vida da populao de menor renda. H um efeito direto de aumento da oferta de empregos e salrios quando a economia cresce e se torna mais eficiente e competitiva. Mas h, tambm, um aumento no valor de mercado do patrimnio da populao pobre quando a sua residncia passa a ser servida por rede de esgoto, gua e telefone. Da mesma forma, a propriedade rural passa a valer mais quando uma estrada facilita seu acesso cidade mais prxima. A reduo de incidncia de doenas na populao pobre, decorrente da expanso do saneamento bsico, se reflete em aumento da capacidade de aprendizado escolar das crianas e da capacidade laboral dos adultos. Telefones e demais sistemas de comunicao eficientes e baratos permitem que pequenos negcios informais tenham custos operacionais baixos e possam crescer, pois se torna barato encontrar novos negcios (torna-se mais fcil construir uma ponte entre comprador e vendedor). Alm disso, uma comunicao melhor permite agilizar a pesquisa por matrias-primas de menor custo e aperfeioar as condies de negociao de venda de safra pelo pequeno produtor rural. Transportes urbanos rpidos e baratos do liberdade para se optar por uma residncia mais distante, com preos mais acessveis.

    Um dos graves problemas enfrentado pelos Municpios, sobretudo por aqueles situados nas Regies Norte, Jequitinhonha e Mucuri, refere-se inexistncia de infraestrutura adequada para o desenvolvimento de suas

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    atividades econmicas. A precariedade das condies e acessibilidade das estradas vicinais, por exemplo, fator que afeta sobremaneira as comu-nidades rurais, comprometendo a comercializao dos produtos agrcolas. Em Municpios de economia centrada no turismo, obras de saneamento e recuperao urbana, ajudaro a preservar o patrimnio histrico/ambiental e ampliaro o nmero de visitantes.

    5.4Identificar e disponibilizar reas para a implantao

    de novos empreendimentosA unidade de desenvolvimento econmico do municpio deve identificar terrenos que a prefeitura possa desapropriar com o objetivo de instalar no local novas empresas.14 importante que a rea seja dividida em lotes e seja instalada a infraestrutura bsica: vias pavimentadas, iluminao pblica, esgotamento sanitrio e pluvial.

    14 Para mais informaes sobre atrao de novos empreendimentos e criao, expanso de distritos industriais, acesse os sites do Instituto de Desenvolvimento Industrial de Minas Gerais (INDI): http://www.indi.mg.gov.br/home/index.php e da Cia. de Desenvolvimento de Minas Gerais (CODEMIG): http://www.comig.com.br/

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    5.5Promover o municpio necessrio pensar o municpio como um produto, no sentido mercadolgico, comeando com a construo da sua imagem, que deve se tornar uma marca com identidade e valor agregado prprio, passando pela definio da mensagem a ser veiculada, formatada para mercados e pblicos-alvo definidos para cada tipo de objetivo.

    Neste sentido, a promoo do municpio signifi-ca mostrar o que temos de bom, de atrativo e de vantagens comparativas e competitivas, alm de realar a identidade do povo e sua cultura.

    Desenvolver aes nos seguintes campos: a imagem institucional do municpio (qualidade de vida, mo de obra, educao, localizao es-tratgica, etc.)

    a economia municipal e as oportunidades de negcios;

    o turismo cultural, rural, de negcios, etc.;

    feiras, festas e exposies locais;

    as exportaes do municpio.

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    5.6Estimular a participao

    das entidades e pessoas nos conselhos municipais

    Os atores sociais so indivduos, empresas, organizaes sem fins lucrativos, instituies pblicas que tm interesse em desenvolver estratgias e imple-mentar programas e projetos de desenvolvimento econmico local. Muitos municpios envolvem os atores sociais em processos de desenvolvimento econmico, desde a etapa de formulao de estratgias, at a implementa-o dos programas e dos projetos para monitoramento e avaliao, atravs dos conselhos municipais.15

    Fazendo isso, eles conseguem melhorar:

    15 Os conselhos gestores d