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ABASTECIMENTO DO RIO DE JANEIRO EM PRODUTOS OLERíCOLAS - ALGUMAS EMPíRICAS ENTRE OS PERíODOS IDEAIS E REAIS DE OFERTA Mitiko Yanaga Une (1) Maria Clélia M.H.Guitton Tavares Ferreira (2) RESUMO Com base nas informações sobre as exigências térmicas dos pro dutos olerícolas e os dados das temperaturas médias para os sete principais municípios fluminenses fornecedores do merca- do do Rio de Janeiro, elaborou-se um calendário olerícola, segundo as faixas altimétricas dos respectivos municípios. A seguir, aferiu-se a validade do calendário, confrontando-se os dados mensais de produção entrada na CEASA-RJ com os me- ses calculados como sendo os ideais para safra. INTRODUÇÃO Os produtos olerícolas constituem, em função do seu imenso consumo, aliado ao seu ciclo vegetativo relativamente curto, que possibilita fazer diversas colheitas no decorrer do mes- mo ano, um dos setores da agricultura que mais atrativos oferece ao produtor rural, situado na periferia dos grandes centros urbanos. Diante disto, esses cultivos se encontram entre aqueles que o homem mais procura adaptar às diferentes s'ituações do so- lo e do clima. A avaliação da interação do complexo solo- clima, visando ao desenvolvimento do processo fisiológico desses cultivos, parece que vem sendo realizada empíricamen- te. Esta avaliação prática não constitui, a bem da verdade, riscos econômicos tão grandes para o produtor, pois o cará- ter intensivo com que se realizam estes cultivos, aliado a ocorrência de safras periódicas no decorrer do mesmo ano, concorrem para definir posteriormente as analogias edafo -climáticas entre os sucessos e fracassos e estabelecer, a partir daí, os parâmetros a serem seguidos. O grau de inter- dependência entre as plantas e os ambientes em que elas se desenvolvem pode' então ser avaliado em função dos resulta- dos alcançados. As temperaturas do solo e do ar emergem como as principais responsáveis, não apenas pelo sucesso ou insucesso de explo- ração, como também pela própria delimitação das épocas mais favoráveis ao cultivo dos diversos produtos. interessante, portanto, observar-se a existência, ou não, de discrepâncias acentuadas entre as fases de um calendário olerícola estimado segundo o fator térmico normal nos municípios estudados e as fases do calendário real, que pode ser inferido dos dados de entrada dos produtos à CEASA-RJ. Constitui objeto de estudo do presente trabalho dedectar a 3

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ABASTECIMENTO DO RIO DE JANEIRO EM PRODUTOS OLERíCOLAS ­

ALGUMAS EVID~NCIAS EMPíRICAS ENTRE OS PERíODOS

IDEAIS E REAIS DE OFERTA

Mitiko Yanaga Une (1)Maria Clélia M.H.Guitton Tavares Ferreira (2)

RESUMO

Com base nas informações sobre as exigências térmicas dos produtos olerícolas e os dados das temperaturas médias para ossete principais municípios fluminenses fornecedores do merca­do do Rio de Janeiro, elaborou-se um calendário olerícola,segundo as faixas altimétricas dos respectivos municípios.

A seguir, aferiu-se a validade do calendário, confrontando-seos dados mensais de produção entrada na CEASA-RJ com os me­ses calculados como sendo os ideais para safra.

INTRODUÇÃO

Os produtos olerícolas constituem, em função do seu imensoconsumo, aliado ao seu ciclo vegetativo relativamente curto,que possibilita fazer diversas colheitas no decorrer do mes­mo ano, um dos setores da agricultura que mais atrativosoferece ao produtor rural, situado na periferia dos grandescentros urbanos.

Diante disto, esses cultivos se encontram entre aqueles queo homem mais procura adaptar às diferentes s'ituações do so­lo e do clima. A avaliação da interação do complexo solo­clima, visando ao desenvolvimento do processo fisiológicodesses cultivos, parece que vem sendo realizada empíricamen­te. Esta avaliação prática não constitui, a bem da verdade,riscos econômicos tão grandes para o produtor, pois o cará­ter intensivo com que se realizam estes cultivos, aliado aocorrência de safras periódicas no decorrer do mesmo ano,concorrem para definir posteriormente as analogias edafo-climáticas entre os sucessos e fracassos e estabelecer, apartir daí, os parâmetros a serem seguidos. O grau de inter­dependência entre as plantas e os ambientes em que elas sedesenvolvem pode' então ser avaliado em função dos resulta­dos alcançados.

As temperaturas do solo e do ar emergem como as principaisresponsáveis, não apenas pelo sucesso ou insucesso de explo­ração, como também pela própria delimitação das épocas maisfavoráveis ao cultivo dos diversos produtos. ~ interessante,portanto, observar-se a existência, ou não, de discrepânciasacentuadas entre as fases de um calendário olerícola estimadosegundo o fator térmico normal nos municípios estudados e asfases do calendário real, que pode ser inferido dos dados deentrada dos produtos à CEASA-RJ.

Constitui objeto de estudo do presente trabalho dedectar a

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potencialidade da área c.e maiOl produção olerícola no Estado doRio de Janeiro - Itaguai, Rio de Janeiro, Petrópolis, Teresó­polis, Nova Friburgo, Sumidouro e Cachoeiras de Macacu - quepossa fornecer subsídios a formulação de um calendário olerí­cola e estabelecer um confronto com a situação real de ofertados produtos olerícolas.

MATERIAL E M~TODOS

Para este estudo, contou-se com as temperaturas médias mensaisdas sedes dos municípios em análise, compiladas do Atlas Cli­matológico do Estado do Rio de Janeiro e com os dados mensaisde entrada de produtos à CEASA-RJ, procedentes dos referidosmunicípios, no período compreendido entre 1975 a 1980.

A fim de se estabelecer as fases de um calendário olerícolapara estas áreas e daí definir a época de oferta destes pro­dutos no mercado estadual utilizou-se, como informação básica,os limites de tolerância térmica ~os produtos olerícolas.Algumas destas informações referem-se às variedades mais plan­tadas, !lão havendo..)em outros casos.Jespecificação das variedades(tabela I).

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TABELA I: Exigências Térmicas para se obter um produto dealto Valor Comercial

LIMITES DE DURAÇÃO DO CICLOCULTIVAS TOLERÂNCIA

INFERIOR SUPERIOR IVEGETATIVO EM N9 DIAS

Agrião 10°C 24°C 80Alface 12°C 20°C 65 a 90Beterraba 10°C 30°C 90 a 100Brocólos 16°C 35°C 120Cenoura 14°C 25°C 80Couve Flor* 14°C 35°C 90Ervilha Verde 13°C 24°C 100Espinafre 13°C 25°C 100Nabo 10°C 24°C 50 a 60Pimentão 16°C 28°C 150Repolho* 16°C 34°C 90 a 150Rabanete 16°C 21°C 20 a 40Vagem 13°C 24°C 120

* Estes dois cultivos têm variedades de inverno e de verão

FONTE: Vários Autores

Através destas informações: básicas e de posse do zoneamentoda temperatura média mensal em diferentes altitudes, nos mu­nicípios de maior produção olerícola, elaborou-se um mapa deaptidão térmica do cultivo dos diferentes produtos. Este mapeamento obedeceu ao critério de separar os municípios das áreas­produtoras em dois subgrupos: ° do Rio de Janeiro e Itaguai,representativos da área de Baixada, de altitudes inferioresa 200 m acima do nível do mar e de temperaturas médias men-sais mais elevadas; e ° composto pelos municípios serranos _

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Teresópolis, Nova Friburgo e Petrópolis - aos qua±s, por con­tiguidade espacial, anexaram-se Sumidouro, ao Norte e Cachoei­ras de Macacu, ao Sul. As informações pertinentes à duração dociclo vegetativo, associadas às temperaturas médias mensais,permitiram determinar as áreas e as épocas prováveis de desen­volvimento destes cultivos no decorrer do ano (Tabela 11).

TABELA 11: Períodos de Colheita

M U N I C 1 P lOS

PRODmDS RIO ITAGUAI SUMI C.DE PETID- N.FRI- TERE-LOURO MACACU POLIS BURGO s6POLIS

MESES MESES MESES MESES MESES MESES MESES

Agrião 07-11 06-12 05-11 05-01 01-12 01-12 01-12Alface 05-09 06-11 06-ll 08-10 03-12 03-12 03-12Beterraba 04-09 03-10 04-11 04-09 05-11 05-11 05-11Brócolos' 02-10 03-11 04-12 I 04-12 05-10 05-10 05-10Cenoura 05-12 05-12 05-12 - 06-11 06-11 06-11Couve-flor 08-10 08-10 07-10 08-10 06-11 06-11 06-11Ervilha-Verde 03-::12 04-02 09-01 04-02 09-01 09-01 09-01Espinafre 05-12 04-02 09-01 04-02 08-01 08-01 08-01Naro 05-11 04-11 05-12 04-12 04-01 04-01 04-01Pirrentão 04-09 03-11 11-09 04-10 11-09 12-08 11-08Re:fX}lho 07-11 02-08 06-11 02-09 03-09 03-09 03-09Vagem 04-10 03-11 04-10 03-11 08-12 08-12 08-12

I

Admitindo-se que a cada elevação de 100m de altitude ocorrauma redução térmica de 0,4 0 C, foi possível delimitar quatrofaixas altimétricas - menos de 200 metros, de 200 a 500 metros,500 a 1000 metros e mais de 1000 metros - onde a temperaturamédia do ar em função das exigências térmicas dos cultivosdeterminaria os períodos ideais ao desenvolvimento dos produ­tos, aos quais se chamou de períodos aptos.

Dentro-desta linha de raciocínio, foram elaborados os mapasde períodos de aptidão térmica para os onze produtos oleríco­las - agrião, alface, beterraba, cenoura, couve-flor, bróco­los, ervilha, espinafre, repolho, pimentão e quiabo - de maiorconsumo do Rio de Janeiro. A partir da constatação destes pe­ríodos, tentou-se compatibilizá-los com os registros de entradas mensais de produtos na CEASA-RJ, procedentes dos municí­pios em questão.

Para reduzir as flutuações inter-anuais de produção, nessesúltimos dados, recorreu-se à média aritmétrica do período de1975 a 1980, determinando a priori que as quantidades entra­das no período considerado apto os cultivos, ou de safra~de­

veriam equivaler a um índice 100 e as do período de entressafra,correspondendo ao período marginal ou de menor possibilidadetérmica, seriam participações relativas ao período apto.(Tabela 111).

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TABELA 111: Participação Relativa do Período Marginal ou demenor Possibilidade Térmica, considerando-se oótimo corno base.

PRODUTOS RIO ITAGUAI SUMI- C. DE PETR6- N.FRI- 'IERE-DOuro MACACU POLIS BURCD s6POLIS

Alface A 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0B 76,6 83,0 38,4 43,2 80,6 62,4 57,4

Agrião A 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0B 86,4 55,1 6,1 27,9 - - -

Beterraba A 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0B 91,6 41,0 32,8 231,2 21,6 39,0 31,1

BrÓ<:x:>los A 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0B 49,1 19,9 70,3 49,4 118,8 36,9 67,9

Cenoura A 100,0 100,0 100,0 - 100,0 100,0 100,0B 142,2 20,6 6,7 - 36,0 5,4 16,6

Couve-Flor A 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0B 32,0 138,0 20,4 12,4 9,2 33,2 23,2

Espinafre A 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0B 83,9 3,9 70,9 - 13,7 271,3 81,7

Nabo A 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0B 45,2 12,6 29,4 3,2 60,3 21.0 42,3

pirrentão A 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0B 82,4 16,7 40,1 20,3 168,5 37,7 36,4

Repolho A 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0B 87,7 224,4 49,1 21,0 112,3 146,2 140,7

Quiabo A 100,0 100,0 100,0 100~0 100,0 100,0 100,0B - - 33,8 - 13,7 104,0 84,1

Vagem A 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0B 149,9 167,9 125,7 3,4 62,3 147,0 98,1

A - Período ótimo

B - Período marginalFonte dos dados brutos: Boletim Movirrento Mensal de Produtos

Considerando que a produção comercializada na CEASA/RJ corres­ponda a maioria* daquela obtida nos sete municípios em estudo,é possível estabelecer um período entre o calendário assim ela­borado com a situação real, já que os dados do movimento deprodutos no CEASA/RJ são coleta'1o.s mensalmente, e dessa forma ava­liar a interferência da temperatura mensal na produção obtidaatravés de correlação simples.

*Foi estabelecido um paralelo entre os dados de comercializaçãode produção da CEASA/RJ com os censitários de 1975. Através de­le foram encontradas divergências, geralmente para menos~ nosmunicípios de grande volume de produção, enquanto que para aqueles de volume inferior a 5 toneladas, a parcela comercializada­foi inexpressiva ou além daquela produzida.

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As temperaturas médias mensais das sedes municipais, das áreasem estudo, (Tabela IV), conjugadas as exigências térmicas de c~

da produto, constituíram a base para elaboração do calendárioolerícola e aferir então, os períodos de colheita.

TABELA IV: Temperatura Média Mensal

,PETID-MESES RIO ITAGUAí SUMI- I N. FRI- TERE-

OOURO POLIS BLJ'R:;O SOPOLIS

Janeiro 26,3 25,8 23,6 21,7 21,2 21,3Fevereiro 26,5 26,0 23,8 21,8 21,0 21,4Março 26,0 25,2 23,2 20,8 20,4 20,4Abril 24,2 23,1 21,3 18,7 18,1 18,1Maio 22,5 21,2 18,9 16,0 15,7 15,9Junho 21,4 20,2 17,7 14,6 14,4 14,5Julho 20,7 19,6 17,3 14,0 13,6 13,9Agosto 21,5 20,6 18,5 15,5 14,7 15,0Setembro 21,9 21,4 20,0 17,5 16,3 16,5OUtubro 22,5 22,2 21,4 19,0 17,9 17,8Novembro 23,5 23,0 22,0 19,4 18,8 18,7D:!zembro 25,3 24,4 22,7 20,6 20,2 20,0

I

FONI'E: Governo do Estado do Rio de Janeiro - Indicadores ClirratolÕgicos doRio de Janeiro.

RESULTADOS OBTIDOS

A ocupação para fins olerlcolas, tendo como base a exigênciatérmica dos cultivos e as ofertas ambientais, ocorre de duasformas:

- Plantas adaptadas à temperaturas médias entre 18 a 239C po­dem ser cultivadas durante o ano todo, tais como a beterraba,brócolos, pimentão e quiabo. Acrescem-se a estas, o repolho,e a couve-flor que, através das variedades adaptadas ao inver­no e ao verão, contam também como condicões térmicas satisfa­tórias ao seu desenvolvimento. Estes prôdutos colocados nomercado do Rio de Janeiro apresentam uma correlação negativacom as altas temperaturas médias mensais e diminuindo-se aentrada das mesma~a medida que a temperatura média aumentavanos municípios de Itaguaí e Rio de Janeiro. As entradas des­ses produtos procedentes dos municípios de domínio de tempera­turas médias mais baixas - Petrópolis, Nova Friburgo, Sumidou­ro e Teresópolis tendiam a correlacionar positivamente com oaumento das temperaturas.

- Plantas adaptadas à temperaturas médias inferiores a 189 C,agrião, alface, ervilha verde, cenoura e vagem, correlacio­nam-se positivamente com as temperaturas mais baixas de NovaFriburgo e Sumidouro' e negativamente com as mais elevadas doRio de Janeiro e Itaguaí.

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TABELA V: Correlação entre Temperatura Média e Produção MédiaMensal

* Para e~tes produtos, nesses ITIUnlClplOS, nao foram feitas correlaçoesDe fato, 68,90% da alface, produto típico de temperaturas ame­nas, comercializadas no Rio de Janeiro no período de 1975 a1980, foram colhid~s sob temperaturas médias entre 14 a l89C,enquanto 13,79% foram colhidas entre 14 a 169 C e 99,07% daprodução foram entregues à CEASA/RJ em meses cujas temperatu­ras oscilaram entre 14 e 2l9C. Situação inversa ocorre com opimentão, pois 80,09% dos volumes comercializados foram emmeses de temperaturas médias entre 19 a 26?C, mas t~ndo 44,96%da produção entre 20 e 2l9C.

ITAGUA1 SUMI- pETRO- N.FRI- TERE-PRODUTOS RIO DOURO POLIS BURGO SúPOLIS

Agrião -0,75370 -0,79012 * * 0,65501 -0,29838Alface -0,80935 -0,26728 -0,65484 -0,67960 0,16151 -0,94143Beterraba -0,31578 * -0,43363 -0,15784 -0,10084 -0,30084Brócolos -0,30161 * 0,07962 0,28528 -0,43081 -0,68753Cenoura 0,89779 -0,38288 -0,68734 -0,61368 -0,74424 -0,78195Couve-Flor '-0,37455 * -0,74119 -0,75369 -0,63400 -0,92242Ervilha I * * -0,80334 * -0,34823 -0,87634Espinafre -0,14909 -0,17286 -0,38731 0,12597 -0,08865 -0,54758Naro -0,90351 -0,87896 -0,83551 -0,31404 -0,67080 -0,93254Pirrentão -O~ 75581 -0,94853 0,79035 0,20144 0,70762 0,69132Repolho 0,08611 -0,51859 -0,14437 0,12198 -0,42253 0,17697Vagem 0,83110 0,15602 ·0,50117 -0,03564 0,86256 0,75514

- -

CONCLUSÃO

Embora os cultivos venham se desenvolvendo dentro dos limitesde tolerância térmica, o ótimo parece situar-se entre 20 a229 C para aqueles cujos limites inferiores se aproximem del59C, e entre 18 a 209C para os que têm limite acima de l59C,obedecendo obviamente as temperaturas normais dos meses pre­decessores de colheita, dentro da duração do ciclo vegetativodas respectivas hortaliças. Por outro lado, faz-se necessárioressaltar que as plantas respondem a oscilação acentuadas en­tre as temperaturas máximas e mínimas do local em que elas ve­nham se desenvolvendo, assim, as imprecisões nos índices decorrelação poderão estar vinculadas a estes locais. A foraisto, acresce-se o fato de que os dados utilizados são os decomercialização do produto e não aqueles realmente obtidos, oque poderia minimizar algumas incongruências encontradas, queno conjunto não chegaram a invalidar os resultados aqui obtidos.

Diante disto, embora os municípios do Rio de Janeiro e Itaguaítenham se constituído, por causas históricas e geográficas nocinturão verde inicial, este expandiu-se posteriormente pelosmunicípios serranos, e no final ~os anos setenta abrangia Sumi­douro e Cachoeiras de Macacu, sem constituir, todavia, espaçoscontínuos. Dessa forma, há uma diversidade de superfícies alti­métricas as quais se refletem em uma gama de ofertas térmicas4

favorecendo o plantio contínuo e mesmo simultâneo, em diversosmunicípios, dos mesmos produtos.

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NOTAS EXPLICATIVAS:

(1) MSC, Anaslista Especializado em Geografia do Departamentode Geografia, IBGE-Rio.

(2) Bacharel em Geografia, Assistente Técnico do Departamentode Geografia, IBGE-Rio.

AGRADECIMENTOS

As autoras agradecem a colaboração de Márcia Woolf Bulach naexecução dos cálculos de correlação e de Maria da ConceiçãoDantas de Azevedo, no trabalho de datilografia do texto.

REFER~NCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. BOSWELL, Victor R. & Jones, Henry. Aclimate and vegetableCrops in Climate and Man, pago 373-420, Washington,1941.

2. FILGUElRA, Fernando Antonio Reis. Manual de Olericultura.Cultura e Comercialização de Hortaliças, Ed.AgronômicaCeres, VaI. VIII, são Paulo, 1972, 451 p.

3. GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Indicadores Climato­lógicos, Rio de Janeiro, 1978, 155 p.

4. HOGG, N.H. The use of Climatic Information in the Classifi­cation of Agricultural and Horticultural Land inClimatic Resources and Economic Activity. pago 109-120,Londres, 1974.

5. SECRETARIA DE AGRICULTURA DO ESTADO DE SÃO PAULO. InstruçãoAgrícola para o Estado de são Paulo, são Paulo, 1972.302 p.

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APTIDAO

1OI

TERMICA

AGRIÃO

Apto o ano todo

Apto de moi - nov

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1<:\\\\\1

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A'rea rural

Apto de abr - no\'

Escala. I 600 000

Area urbana D Apto o ano todo

H<uuH Apto de abr - no\'

o Apto de mor- nov

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APTIDÃOI 11

TERMICA

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APTIDAOI

TERMICA

12

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_ Apto o ano todo

_ Apto de set - maio

~ Apto de out - abr

O Apto de dez - mar

rural

EscolO: I: 600 000

A'rea urbano

o_ Apto o ano todo

• Apto de set - moío