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2º CONGRESSO BRASILEIRO DE POLÍTICA, PLANEJAMENTO E GESTÃO EM SAÚDE UNIVERSALIDADE, IGUALDADE E INTEGRALIDADE DA SAÚDE: UM PROJETO POSSÍVEL Contribuições da Residência Profissional em Enfermagem em Divinópolis - MG: Relato de Experiência Karen Christine Barroso de Lima Tarcísio Laerte Gontijo Valéria Conceição de Oliveira UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI BELO HORIZONTE 2013

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2º CONGRESSO BRASILEIRO DE POLÍTICA, PLANEJAMENTO E GESTÃO EM

SAÚDE

UNIVERSALIDADE, IGUALDADE E INTEGRALIDADE DA SAÚDE: UM PROJETO

POSSÍVEL

Contribuições da Residência Profissional em Enfermagem em Divinópolis - MG: Relato

de Experiência

Karen Christine Barroso de Lima

Tarcísio Laerte Gontijo

Valéria Conceição de Oliveira

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI

BELO HORIZONTE

2013

CONTRIBUIÇÕES DA RESIDÊNCIA PROFISSIONAL EM ENFERMAGEM EM

DIVINÓPOLIS – MG: RELATO DE EXPERIÊNCIA.

Relato de Experiência: Residência Profissional em Enfermagem

RESUMO: O surgimento do Sistema Único de Saúde (SUS) trouxe consigo, dentre outras

demandas, a ordenação na formação de recursos humanos para a saúde. Com esse objetivo, os

Ministérios da Educação e da Saúde, vêm desenvolvendo ao longo do tempo, uma série de

medidas que buscam o alinhamento do ensino em saúde e a prática nos serviços. Destaca-se,

dentre essas medidas a aprovação das diretrizes curriculares nacionais de graduações em

saúde e a criação, em 2005, do Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional

em Saúde (Pró-Saúde) que objetiva redirecionar os cursos de graduação em saúde,

aproximando-os aos serviços de saúde. Em 2010, o Ministério da Saúde em parceria com o

Ministério da Educação, lançou também o Programa de educação pelo trabalho para a saúde

(Pet-Saúde), objetivando a educação pelo trabalho. E por último, outra iniciativa desenvolvida

em parceria pelos dois Ministérios foi o aumento do fomento às residências multiprofissionais

e profissionais em saúde, possibilitando maior integração educação e serviço. As residências

multiprofissionais e profissionais em saúde destacam-se nesse contexto como alternativa

fundamental para possibilitar a formação de profissionais mais capacitados para o exercício

da profissão em conformidade com as diretrizes do SUS. Assim, a Universidade Federal de

São João Del Rei (UFSJ) iniciou em 2010 o Programa de Residência em Enfermagem na

Atenção Básica/ Saúde da Família. O presente estudo, objetiva relatar a experiência da

especialização na modalidade de residência em Enfermagem desenvolvida pela UFSJ e as

contribuições da mesma em Divinópolis – Minas Gerais. Trata-se de relato de experiência. As

residências em saúde são consideradas cursos de pós-graduação latu-sensu que alinha o

conhecimento científico e técnico. Em 2005 foi promulgada a lei que deu origem às

Residências em Área Profissional da Saúde. Na UFSJ, o programa de residência em

Enfermagem na Atenção Básica/Saúde da Família teve início em 2010, com o ingresso de 06

enfermeiras residentes, seguido de duas outras turmas, também com seis residentes em cada.

O programa conta com o apoio da Secretaria Municipal de Saúde de Divinópolis. Há a

inserção do profissional residente nas equipes de saúde da família do município, junto ao

enfermeiro do serviço. Somado ao campo, os residentes cursam 20% da carga horária total de

5.600 horas em atividades teórico-práticas. O consolidado de Registros da produção realizada

pelos residentes, fundamentam a importância do curso tanto para formação de recursos

humanos, quanto para o município que o recebe em parceria. A residência profissional em

enfermagem tem sido importante instrumento tanto para a formação profissional em saúde,

quanto para a realidade da assistência à saúde em Divinópolis – Minas Gerais.

PALAVRAS – CHAVE: Educação em Enfermagem, Residência não Médica não

Odontológica, Capacitação em Serviço, Atenção Básica.

CONTRIBUTIONS OF RESIDENCE IN PROFESSIONAL NURSING DIVINOPOLIS

- MG: EXPERIENCE REPORT.

Experience Report: Home Professional Nursing

ABSTRACT: The emergence of the Unified Health System (SUS) brought with it, among

other demands, the ordering in the training of human resources for health. With this objective,

the Ministries of Education and Health, have developed over time, a number of measures that

seek to align the teaching and practice in health services. Stands out among these measures to

the approval of national curriculum guidelines for grades health and the creation in 2005 of

the National Reorientation of Vocational Training in Health (Pro-Health) which aims to

redirect undergraduate courses in health, approaching the health services. In 2010, the

Ministry of Health in partnership with the Ministry of Education has also launched education

program for health at work (Pet-Health), aiming at education through labor. And lastly,

another initiative developed in partnership by the two ministries was increased to foster

homes and multidisciplinary professionals in health, education and enabling greater

integration service. The residences and multidisciplinary health professionals stand out in this

context as a fundamental alternative to enable training professionals better able to practice the

profession in accordance with the guidelines of the SUS. Thus, the Federal University of São

João Del Rei (UFSJ) began in 2010 Residency Program in Nursing in Primary Care / Family

Health. The present study aims at describing the expertise in the form of residence in Nursing

developed by UFSJ and contributions in the same Divinópolis - Minas Gerais. This is an

experience report. The residences health courses are considered graduate lato sensu lining the

scientific and technical knowledge. In 2005 a law was passed that gave rise to the Residences

Professional Area Health In UFSJ the residency program in Nursing Primary Care / Family

Health began in 2010 with the entry of 06 nurses residents, followed by two other classes,

also with six residents in each. The program has the support of the Municipal Health

Divinópolis. There inserting professional lives in the family health teams of the city, next to

the nurse's service. In addition to the field, residents attend 20% of the total workload of 5600

hours on theoretical and practical activities. The consolidated records of milk produced by

residents, support the importance of ongoing training for both human resources and to the

municipality that receives in partnership. The residence professional nursing has been an

important tool for both the health professional training, as to the reality of health care in

Divinópolis - Minas Gerais.

WORDS - KEY: Nursing Education, Medical Residency not there Dental, Inservice Training,

Primary Care.

CONTRIBUCIONES DE RESIDENCIA EN DIVINOPOLIS ENFERMERÍA

PROFESIONAL - MG: RELATO DE EXPERIENCIA.

Experiencia Informe: Inicio Profesionales de Enfermería

RESUMEN: La aparición del Sistema Único de Salud (SUS) trajo consigo, entre otras

demandas, el orden en la formación de recursos humanos para la salud. Con este objetivo, los

Ministerios de Educación y Salud, se han desarrollado con el tiempo, una serie de medidas

que buscan alinear la enseñanza y la práctica de los servicios de salud. Destaca entre estas

medidas a la aprobación de las directrices curriculares nacionales para los grados de salud y la

creación en 2005 de la Reorientación Nacional de la Formación Profesional en Salud (Pro-

Health), que tiene como objetivo reorientar los cursos de pregrado en salud, se acerca los

servicios de salud. En 2010, el Ministerio de Salud, en colaboración con el Ministerio de

Educación ha puesto en marcha el programa de educación para la salud en el trabajo (Pet-

Salud), con miras a la educación a través del trabajo. Y, por último, otra iniciativa

desarrollada conjuntamente por los dos ministerios se incrementó hasta los hogares de

adopción y profesionales multidisciplinarios en salud, educación y permitiendo una mayor

integración de servicios. Las residencias y profesionales multidisciplinarios de salud se

destacan en este contexto como una alternativa fundamental para permitir la formación de

profesionales mejor capacitados para ejercer la profesión de acuerdo con las directrices del

SUS. Por lo tanto, la Universidad Federal de São João Del Rei (UFSJ) se inició en 2010 el

Programa de Residencia en Enfermería en Atención Primaria / Salud de la Familia. El

presente estudio tiene como objetivo describir la experiencia en forma de residencia en

Enfermería desarrollado por UFSJ y las contribuciones de la misma Divinópolis - Minas

Gerais. Se trata de un relato de experiencia. Las residencias cursos de salud se consideran

posgrado lato sensu que reviste el conocimiento científico y técnico. En 2005 se aprobó una

ley que dio origen a las Residencias Profesionales Área de Salud En UFSJ el programa de

residencia en Enfermería de Atención Primaria / Salud de la Familia comenzó en 2010 con la

entrada de 06 enfermeras residentes, seguido de otros dos clases, también con seis residentes

en cada uno. El programa cuenta con el apoyo de la Divinópolis Salud Municipal. No insertar

vida profesional en los equipos de salud familiar de la ciudad, junto al servicio de la

enfermera. Además del campo, los residentes asisten a 20% de la carga total de trabajo de

5.600 horas de actividades teóricas y prácticas. Los registros consolidados de la leche

producida por los residentes, apoyan la importancia de la formación continua de los recursos

humanos y para el municipio que recibe en sociedad. El profesional de enfermería residencia

ha sido una herramienta importante tanto para la formación de profesionales de la salud, en

cuanto a la realidad de la atención sanitaria en Divinópolis - Minas Gerais.

PALABRAS - CLAVE: Educación Enfermería, Residencia Médica No hay Dental,

capacitación en servicio, la atención primaria.

INTRODUÇÃO

O Sistema Único de saúde (SUS) surgiu no Brasil na década de 80 como corolário de um

cenário construído por movimentos determinantes no processo de reforma na saúde. A 8°

Conferência Nacional de Saúde, realizada através de uma extensa articulação social, foi

certamente um dos principais indutores para criação desse Sistema pela Constituição Federal

em 1988; resultando em um Sistema caracterizado pela universalidade, integralidade,

gratuidade, descentralização e equidade. Na década seguinte foram promulgadas duas

importantes Leis para regulação do SUS, a Lei 8.080 e 8.142 que tratam respectivamente da

descentralização, diferentes competências das esferas de governo, organização do Sistema,

participação comunitária e gerência de recursos (BRASIL, 2002).

Dentre as ações de regulação destaca-se a ordenação na formação de recursos humanos em

saúde (RHS), através da formação de profissionais para a área. Essa, porém configura-se um

grande desafio, sendo alvo de direcionamentos e intervenções. O cenário dos RHS compõe

um espaço de amplas dimensões, permeado por medições de força, sendo alvo de estudos e

constantes transformações, considerando os sujeitos que o compõem como atores sociais que

imprimem seus objetivos ou parte deles nos campos em que atuam (PAIVA, 2009).

Entre os profissionais e gestores da saúde, há o consentimento de que a formação dos

profissionais provoca influência direta na qualidade da assistência oferecida e no

contentamento do serviço recebido pelo usuário, assim como a legitimidade dos recursos

humanos como componente critico na busca da excelência dos serviços de saúde (SILVA E

PEDUZZI, 2006).

No contexto histórico das ações para articulação entre ensino e formação de RHS, em 2001 e

2002 foram aprovadas as diretrizes curriculares nacionais de graduação em saúde tendo em

vista o SUS, o trabalho em equipe e a assistência integral a saúde. As diretrizes foram,

contudo, um norte, uma vez que, as universidades brasileiras usufruem de autonomia

(CECCIM E FEUERWERKER, 2004).

Sob a premissa do ensino como aspecto relevante no processo de mudança da formação e

consequente prática do profissional frente ao SUS e seus inúmeros desafios, a educação na

saúde, aliada à gestão do trabalho tornou-se de forma articulada uma das linhas principais da

Politica Nacional de Saúde, formalizada através da criação da Secretaria de Gestão do

Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES) em 2003 (HADDAD, 2011).

Nessa confluência, o governo brasileiro tem investido longitudinalmente em propostas para

formação dos profissionais da saúde, perpassando os cursos de graduação e seguem pela pós-

graduação. Quanto a essa, destacam-se as residências multiprofissionais em saúde da família,

que surgiram no Brasil em 2002 vinculadas e financiadas pelo Ministério da Saúde,

proporcionando um espaço para integração de serviços, educação e formação profissional

(BRASL, 2006).

Contudo, foi somente em 2005 através da Portaria nº 2117 que foi instituída a Residência

Profissional em saúde, embora estivessem existido tímidas articulações em diferentes regiões

do país para fomentar a criação das residências multiprofissionais em saúde. Nesse período o

governo estabeleceu a cooperação técnica entre Ministérios da Saúde e Educação para a

formação de Recursos Humanos em Saúde nos níveis técnico, de graduação e pós-graduação

(BRASIL, 2006).

Na esteira da aproximação entre o ensino e o sistema de saúde, o país avançou na

implementação de programas que direcionam e sustentam a mudança na formação dos RHS

para o SUS, quando lançou o Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional

em Saúde – Pró-Saúde ainda em 2005 (MENDES E MARZILE, 2006).

O programa resulta da colaboração entre Ministério da Saúde, Ministério da Educação e

OPAS e teve a participação de conselhos de diferentes profissões, além das Instituições de

Ensino Superior. Objetiva o estreitamento entre a formação profissional e atenção básica

(HADDAD et al. 2012).

Em 2010, o MS em parceria com Conselho Nacional de Secretários de Saúde, Conselho

Nacional de Secretários Municipais de Saúde e Ministério da Educação como estratégia do

Pró-saúde, lançou o Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde - PET-Saúde. Sob o

objetivo de incentivar a criação de grupos de aprendizagem tutoriais estratégicos para o SUS

compostos por profissionais do serviço, professores e estudantes, com objetivo de fomentar a

educação pelo trabalho através da qualificação de profissionais e a iniciação à prática para os

estudantes de graduação e pós-graduação (BRASIL, 2010).

Nesse sentido, embora o Pet-saúde apresente propostas alinhadas ao Pró-Saúde, o mesmo por

sua vez, encerra estratégias direcionadas aos serviços e demais cenários de prática, articulado

ao processo ensino-aprendizagem, envolvendo o docente, discente, profissionais e usuários do

serviço (HADDAD et al. 2012).

Com o foco no sistema de saúde, sabe-se que nos países onde a atenção básica é fortalecida,

há melhoria nos índices de mortalidade materna e infantil, por doenças respiratórias e

cardiovasculares, assim como impacto direto nos determinantes de saúde, redução de gastos

com a média e alta complexidade e altos índices de satisfação dos usuários (WHO, 2004).

No Brasil, a Estratégia Saúde da Família (ESF), implantada em 1996 foi adotada pelo governo

como eixo norteador para a reorganização e ampliação da AB. Nesse sentido, tal estratégia se

propôs a converter o antigo modelo sanitário e biomédico, centrado no individual, curativista

e medicamentoso, em um modelo de saúde centrado no coletivo, multidisciplinar, voltado

para a família e comunidade (GOMES et al, 2011; .SANTOS et al, 2011).

Mediante as ações indutoras para mudança na formação profissional para a saúde e o contexto

da consolidação da Atenção Básica, tem-se repensado cada vez mais a dinâmica dos recursos

humanos na mesma, principalmente no que tange às formações distanciadas e desvirtuadas da

atuação do profissional de saúde na coletividade, resultando assim em um desafio para a

saúde brasileira (CANÔNICO e BRETAS, 2008).

Considerando o panorama histórico da formação em Recursos Humanos para a saúde, a

demanda existente na atenção básica e o alinhamento entre formação profissional e serviço, as

residências multiprofissionais destacam-se como alternativa fundamental no processo para a

construção de uma assistência de qualidade.

Dessa forma, a especialização em enfermagem na modalidade residência ressalta-se nesse

contexto como instrumento que proporciona ao Enfermeiro a articulação entre aprendizagem

e a prática, proporcionando domínio tanto da teoria, quanto da técnica de uma determinada

área do saber (BRASIL, 2006).

Diante desse cenário, a Universidade Federal de São João Del Rei iniciou em 2010 a primeira

turma do curso de pós-graduação na modalidade Residência em Enfermagem, em parceria

com o município de Divinópolis-MG. O Programa conta atualmente com uma turma de

egressos e outras duas turmas em vigência.

Assim, no presente estudo se propõe o relato da experiência da Especialização em Atenção

Básica/ Estratégia Saúde da Família na modalidade de Residência em Enfermagem da

Universidade Federal de São João Del-Rey, em Divinópolis e as contribuições da mesma para

na formação de Recursos Humanos e na cidade de Divinópolis - MG.

MÉTODO

Trata-se de relato de experiência desenvolvido por residente do segundo ano e docentes do

Programa de Residência em Enfermagem na Atenção Básica/Saúde da Família da

Universidade Federal de São João Del Rei, campus Centro-Oeste/Dona Lindu, localizado no

município de Divinópolis – MG.

A RESIDÊNCIA EM ENFERMAGEM NO BRASIL

A residência em enfermagem é um curso de pós-graduação (Latu-Sensu) que proporciona a

prática profissional diretamente nos cenários de atuação, alinhando o conhecimento científico

e técnico às ações, proporcionando assim, qualificação através da vivência na realidade do

serviço (CARBOGIM, et. Al, 2010). No Brasil, a modalidade surgiu aliada à expansão da

residência médica em 1961, no Hospital Infantil do Morumbi em São Paulo, sob a proposta de

complementar o mercado de trabalho e a formação profissional dos recém-graduados. A

ausência de regulamentação resultou na expansão tímida dos cursos ao longo do país e dos

anos (BRASIL, 2006).

Na década de 1990, ocorreu um episódio que fomentou a residência em enfermagem pela

Associação Brasileira de Enfermagem (ABEN), tratava-se de uma Oficina temática intitulada:

“Residência em Enfermagem no Brasil”. A mesma despertou opiniões céticas acerca da

proposta, ainda assim a iniciativa resultou em um documento com propostas e diretrizes para

a pós-graduação. Somente mais tarde, em 1994 o Conselho Federal de Enfermagem construiu

um anteprojeto de Lei e o encaminhou ao Congresso Nacional, com o objetivo de

regulamentar a modalidade de Residência para a classe (CARBOGIM, et. Al, 2010).

Atualmente não há legislação que regulamente a residência em Enfermagem especificamente

e sim as residências multiprofissionais. Entretanto, existe o Projeto de Lei nº 2.264 de 1996,

que propõe um programa que contemple conteúdos pertinentes à assistência, educação,

administração e investigação cientifica de forma a corresponder às demandas populacionais e

epidemiológicas da região em que se propõem a implantação do curso. No PL, está proposto

ações quanto a financiamentos e auxílio moradia (BRASIL,1996).

Contudo, em 2001 através da Resolução Nº 259, o Conselho Federal de Enfermagem decidiu

conceder o registro de especialista aos profissionais enfermeiros, inscritos nos conselhos

regionais e egressos de programas de residência que atendessem aos padrões mínimos

estabelecidos na mesma resolução. Dentre as especificidades mínimas exigidas, destacam-se

carga horária de 2.960 (Duas mil, novecentos e sessenta) horas, não inferior à 40h semanais,

20% de carga horaria total e semanal para atividades teórico-práticas e preceptoria (COFEN,

2001).

O Ministério da Saúde (MS) ofereceu apoio aos programas de Residências Multiprofissionais

em Saúde em 2002, por meio do Projeto ReforSUS pautando-se na crença do potencial

pedagógico e político das residências, e na contribuição das mesmas para o redirecionamento

técnico e assistencial do SUS. Em 2005 foi promulgada a Lei nº 11.129, que deu origem à

Residência em Área Profissional da Saúde instituindo instrumentos regulamentadores e as

comissões pertinentes (BRASIL, 2006).

Em 2007, através da Portaria Interministerial Nº 45 foi instituída a Comissão Nacional de

Residência Multiprofissional em Saúde (CNRMS), sob a proposta de coordenar a residência

multiprofissional e em área profissional na saúde, ambas reconhecidas no documento como

pós-graduação lato-sensu (BRASIL, 2007).

Em 2010, a CNRMS instituiu os cursos com carga horária mínima de dois anos, total de 5760

(cinco mil, setecentos e sessenta) horas, distribuídas em 80% de carga horaria total em

atividades práticas, caracterizado pela inserção no serviço, supervisionadas por um docente ou

preceptor e 20% em atividades teóricas que se encerram em aprendizagem por meio de grupos

ou individuais, nas quais os residentes são orientados por professores, preceptores ou

convidados com objetivo de favorecer a formação e atuação que alinhem teoria e prática

(BRASIL, 2010).

Recentemente, a CNRMS regulamentou através da Resolução Nº2 de 2012 as diretrizes gerais

para os programas de residência multiprofissional e profissional em saúde orientadas para o

SUS e direcionadas de acordo com as redes de assistência do mesmo. A resolução institui

ainda a organização necessária para funcionamento dos cursos, competências, execução e

avaliação dos residentes e Programa (BRASIL, 2012).

Atualmente, segundo o site da Comissão Nacional de Residência em Enfermagem, existem

cerca de 80 Programas de residência distribuídos em 32 instituições credenciadas nas regiões

norte, nordeste, centro-oeste, sudeste e sul do Brasil. Contudo, não há data da última

atualização realizada no site, sendo os registros mais recentes datadas no ano de 2010

(CONARENF, 2008)

3 – A experiência da residência em enfermagem na atenção básica/saúde da família em

Divinópolis, Minas Gerais.

A Residência em Enfermagem na Atenção Básica/Saúde da Família da Universidade Federal

de São João Del Rei no campus Divinópolis, teve inicio de suas atividades em. O Programa

dispõe de uma Comissão de Residência Multiprofissional em Saúde e de Área Profissional

(COREMU), que tem por finalidade coordenar, articular, supervisionar, deliberar, avaliar e

acompanhar o programa vigente na UFSJ. É composta por um coordenador eleito pelo corpo

de docentes, representante dos residentes, representante do corpo docente, representante da

secretaria municipal de saúde.

A Programa tem duração de 02 (dois) anos, com carga horária semanal de 60 horas, somando

o total de 5.600 (cinco mil e seiscentas) horas, sendo 20% dessas distribuídas em atividades

teórico-práticas e o restante em atividades práticas, desenvolvidas nas Unidades de Saúde do

município de Divinópolis/MG. Os residentes atuam com dedicação exclusiva.

O corpo docente é formado por 18 docentes, sendo 11 (61,1%) doutores e o restante mestres

vinculados ao curso de graduação em Enfermagem da Universidade Federal de São João Del

Rei, campus Divinópolis. Esses docentes oferecem 19 disciplinas distribuídas ao longo dos 04

semestres letivos.

As disciplinas contemplam fundamentação teórica pertinente às competências ao profissional

enfermeiro na realidade da atenção básica. Os conteúdos perpassam a dinâmica do ciclo de

vida e familiar, gestão e administração em saúde, ética e pesquisa em saúde, políticas

específicas como saúde da criança, adolescente e da mulher, sistematização da assistência em

enfermagem no primeiro ano de curso, seguindo por saúde do adulto, saúde mental, saúde do

idoso, doenças crônicas não transmissíveis, educação em saúde no segundo ano de curso e

quando necessárias apresentam articulação do ensino-prática, uma vez que, em determinadas

disciplinas ocorrem aulas práticas nos cenários de atuação profissional.

Ressalta-se que todo o processo de formação ofertado aos residentes ao longo do curso, quer

seja por disciplinas, seminários e conferências são disponibilizados e acessíveis aos

profissionais da rede de assistência do município, embora não haja adesão dos mesmos à

oferta.

A aprovação tanto no primeiro ano, quanto final do profissional residente, depende do

cumprimento da carga horária estabelecida, cumprimento mínimo de 85% do conteúdo

teórico e teórico prático. Ao final, o enfermeiro residente deve apresentar um estudo realizado

por meio de pesquisa como trabalho de conclusão de curso, que deverá ser encaminhado

avaliado em banca devidamente constituída e posteriormente encaminhado à publicação em

revista indexada, sendo sua aprovação dependente de tal fator.

Nos campos onde estão inseridos, atualmente os residentes contam com a preceptoria do

enfermeiro responsável pelo serviço e o acompanhamento de um tutor. Permanecem durante

todo o período do curso em uma mesma unidade, salvas exceções. Paralelo a isso, os

residentes tem a oportunidade de conhecer e atuar em outros pontos da rede de saúde na

atenção básica e especializada, assim como conhecer no nível da gestão em saúde do

município os fluxogramas da rede, através da secretaria municipal de saúde, com objetivo de

compreender a organização, sistemas de informações e outros, controle e regulação dentre

outros. Somado a tais campos, o enfermeiro residente passa ainda pela Policlínica – Centro de

Especialidades Médicas – Unidade de Pronto Atendimento (UPA), Centro de Reabilitação

Regional e o Serviço de Saúde Mental – SERSAM.

Para desenvolvimento das atividades práticas, o Programa conta com a parceria da Secretaria

Municipal de Saúde de Divinópolis que cede todas as Unidades, como cenário de prática,

além dos tutores e preceptores.

O Programa, até o momento, abriu 03 turmas sendo a primeira entrada em 2010, a segunda

em 2011 e a terceira em 2012. A cada ingresso, foram disponibilizadas 06 vagas para

residentes. Atualmente o programa conta com 06 alunos egressos, 04 em processo de

conclusão e 05 que concluíram a residência em fevereiro de 2014, haja vista que houve uma

transferência de aluno e dois abandonos do curso.

Os campos para atuação são as Unidades Básicas de Saúde (UBS) que contam com equipes

de Estratégia de Saúde da Família completas, embora esse seja um dos desafios da estratégia,

haja vista a rotatividade do profissional médico nas equipes. O município de Divinópolis está

localizado no centro-oeste de Minas Gerais, tem cerca de 213.016 mil habitantes e atualmente

conta com 17 equipes de saúde da família, 02 equipes de agentes comunitários de saúde e 15

centros de saúde (IBGE, 2013; CNES, 2013).

Divinópolis conta com um modelo de atenção básica indefinida, pois associa tanto equipes de

estratégia saúde da família, quanto centros de saúde considerados convencionais e ainda, duas

equipes com Programa de Agente Comunitário em Saúde (PACS), resultando assim em uma

baixa cobertura da ESF, sendo a mesma de 27%. Entretanto, a residência em enfermagem

tem-se mostrado eficiente para a formação profissional, assim como para a realidade da

assistência à saúde local.

De acordo com os registros realizados pelas enfermeiras residentes egressas da primeira

turma, durante o período do curso em que a produtividade era lançada no formulário PMA2,

(instrumento para registro de produtividade que compõem o sistema de informação da atenção

básica) foram realizados diversos atendimentos, de acordo com o protocolo de enfermagem

do município. Juntos, tais atendimentos somam número expressivo descritos na tabela 01.

Tabela 01 – Atendimentos realizados pelos residentes em enfermagem na Atenção

Básica/Saúde da Família em Divinópolis - MG

Tipos de Atendimentos de

Enfermagem

Puericultura 1.563

Pré-Natal 42

Prevenção do Câncer Uterino 1.761

DST / AIDS 44

Diabetes 1.724

Hipertensão Arterial 3.718

Hanseníase 68

Tuberculose 1

Solicitação de Exames

Complementares

Patologia Clínica 307

Radiodiaginóstico 84

Citopatológico Cérvico - Vaginal 446

Outros 71

Encaminhamentos Médicos Atend. Especializado 4

Urgência / Emergência 10

Procedimentos

Atend. Especifico para AT 7

Atend. Individual Enfermeiro 10.505

Teste do Pezinho 0

Curativos 695

Inalações 27

Curativos 695

Inalações 27

Curativos 695

Terapia da Reidratação Oral 111

Atend. Grupo - Educação em Saúde 134

Procedimentos Coletivos 1

Reunião 308

Visitas Domiciliares Enfermeiro 1.101

Total 25.616

O quantitativo demonstra a produção dos seis residentes ao longo dos dois anos de curso,

tornando-se claro o papel fundamental do enfermeiro residente na equipe. Quanto à inserção

do mesmo na equipe, o profissional ocupa um lugar de liderança e referência junto ao

enfermeiro da unidade, para o técnico em enfermagem e agentes comunitários de saúde.

CONCLUSÃO

A residência tanto multiprofissional, quanto profissional e área da saúde configuram

importante estratégia para mudança desse cenário, haja vista determinadas formações que não

contemplam a saúde coletiva. Assim, os programas possibilitam intervir no processo de

formação profissional, logo após a graduação, resultando em profissionais com competências

técnicas e científicas para uma atuação de qualidade no serviço.

Paralelo a essa realidade, coexiste o fato dos Programas de Residência em enfermagem serem

um espaço de imersão para os profissionais inexperientes, treinando-os e capacitando-os a

assumir com destreza as responsabilidades e dificuldades advindas na atuação profissional.

Outro aspecto importante trata-se da vinculação dos programas de residência em enfermagem

às Universidades, tendo em vista o fomento ao ensino/aprendizagem, pesquisa, formação

crítica e reflexiva. Outro fato importante consiste na capacidade de mudança que a

Universidade traz consigo principalmente através da prática do profissional residente que

assume o papel de elo entre as duas realidades e a aproximação dos profissionais do serviço

com a mesma, uma vez que, a universidade tem suas portas abertas para a comunidade.

No tocante ao Programa de Pós-graduação em Enfermagem na modalidade residência na

UFSJ, a realidade do curso, os impactos gerados na formação profissional e na realidade da

atenção básica em Divinópolis alinham-se à realidade nacional. Embora o cenário da atenção

básica do município apresente-se confuso em relação ao modelo adotado para a atenção

básica, o fato que poderia resultar em algumas limitações, cria possibilidades de reflexão e

crescimento para os residentes inseridos no programa.

O curso, certamente imprime diferença na realidade local, haja vista as inúmeras ações

desempenhadas pelo enfermeiro residente junto aos usuários e equipes de saúde,

representados no consolidado da produção da primeira turma de residentes.

Cabe-se ainda ressaltar, que tal tipo de formação contribui ainda mais para enriquecimento do

profissional que a ela se dedica, contribuindo para o constante reconhecimento e valorização

da enfermagem.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL, 2002. Ministério da Saúde. A Política de Saúde no Brasil nos anos 90: avanços e

limites / – Brasília: Ministério da Saúde, 2002.

BRASIL, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico 2010. Disponível

em: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/link.php?codmun=312230. Acesso em: 17/06/2013.

BRASIL, Resolução MEC/SESU/CNRM nº 2, de 13 de abril de 2012. Dispõe sobre Diretrizes

Gerais para os Programas de Residência Multiprofissional e em Profissional de Saúde.

Disponível em:

http://www.semesp.org.br/portal/pdfs/juridico2012/resolucoes/res_CNRMS_%202_13.04.pdf.

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