2ª aula receita pÚblica - novo (reparado)

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PROFESSOR: PAULO LACERDA www.estudioaulas.com.br SENADO ORÇAMENTO PÚBLICO e 4ª AULA DÚVIDAS, SUGESTÕES E CRÍTICAS: [email protected] - INFORMAÇÕES SOBRE AFO: TWITTER: @PAULOJLACERDA 1 Capitulo 4 4. RECEITAS BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO (bens e direitos) PASSIVO (exigências) Bens Imóveis Dinheiro Estoques Direitos Títulos a Receber Depósitos em Bancos Passivo Financiamentos Impostos a Pagar Fornecedores Salários para pagar Patrimônio Líquido (capital próprio) Capital Lucros Acumulado No balanço patrimonial, o ingresso de receita que não tenha contraprestação no passivo aumentará o Patrimônio Líquido (PL) da União. Em contrapartida, o ingresso que tenha contraprestação no passivo não aumentará o PL do Estado. Receita Pública é uma derivação do conceito contábil de Receita agregando outros conceitos utilizados pela administração pública em virtude de suas peculiaridades. No entanto, essas peculiaridades não interferem nos resultados contábeis regulamentados pelo Conselho Federal de Contabilidade CFC, por meio dos princípios Fundamentais, até porque, a macro missão da contabilidade é atender a todos os usuários da informação contábil, harmonizando conceitos, princípios, normas e procedimentos às particularidades de cada entidade. Receitas Públicas são todos os ingressos de caráter não devolutivo auferidas pelo poder público, em qualquer esfera governamental, para alocação e cobertura das despesas públicas. Dessa forma, todo o ingresso orçamentário constitui uma receita pública, pois tem como finalidade atender às despesas públicas. 4.1 CLASSIFICAÇÃO 4.1.1 QUANTO AO INGRESSO (PREVISÃO ORÇAMENTÁRIA) a) Receita orçamentária: É aquela devidamente discriminada na forma da Lei nº 4.320/64 e integra o orçamento público . Sua arrecadação depende de autorização legislativa, constante na própria lei do orçamento (Lei orçamentária anual ) e são realizadas através da execução orçamentária. Os ingressos orçamentários são aqueles pertencentes ao ente público arrecadados exclusivamente para aplicação em programas e ações governamentais. Estes ingressos são denominados Receita Pública. Cuidado: nem todas as receitas orçamentárias, que ingressam nos cofres públicos, afetam o saldo patrimonial do Estado. b) Receita extra-orçamentária Receitas extra-orçamentárias são aquelas que não fazem parte do orçamento público. Como exemplos temos as cauções , fianças , depósitos para garantia , consignações em folha de pagamento, retenções na fonte, salários não reclamados, operações de crédito a curto prazo e outras operações assemelhadas. Sua arrecadação não depende de autorização legislativa e sua realização não se vincula à execução do orçamento. Tais receitas também não constituem renda para o Estado uma vez que este é apenas depositário de tais valores. Contudo tais receitas somam-se às disponibilidades financeiras do Estado, porém têm em contrapartida um passivo exigível que será resgatado quando da realização da correspondente despesa extra-orçamentária . Em casos especiais, a receita extra-orçamentária pode converter-se em receita orçamentária. é o caso de quando alguém perde, em favor do Estado, o valor de uma caução por inadimplência ou quando perde o valor depositado em garantia. O mesmo acontece quando os restos a pagar têm sua prescrição administrativa decorrida. É importante frisar que cauções, fianças, e depósitos efetuados em títulos e assemelhados quando em moeda estrangeira são registrados em contas de compensação , não sendo, portanto considerados receitas extra-orçamentárias. Os ingressos extra-orçamentários são aqueles pertencentes a terceiros arrecadados pelo ente público exclusivamente para fazer face às exigências contratuais pactuadas para posterior devolução. Estes ingressos são denominados recursos de terceiros. 4.1.2 QUANTO À ALTERAÇÃO PATRIMONIAL: a) Receita Pública Efetiva: A Receita Pública Efetiva é aquela em que os ingressos de disponibilidades de recursos não foram precedidos de registro de reconhecimento do direito e não constituem obrigações correspondentes e por isto alteram a situação líquida patrimonial. b) Receita Pública Não-Efetiva A Receita Pública Não-Efetiva é aquela em que os ingressos de disponibilidades de recursos foram precedidos de registro do reconhecimento do direito, ou de contraprestação no passivo, e por isto não alteram a situação líquida patrimonial. (redação alterada conforme retificação do Diário Oficial da União 17.05.2004) 4.1.3 QUANTO À PROCEDÊNCIA: a) Receitas Originárias: São aquelas que provêm do próprio EXERCÍCIO do Estado. Ex: Patrimoniais. b) Receitas Derivadas: São aquelas obtidas pelo Estado mediante sua autoridade COERCITIVA. Dessa forma, o Estado exige que o particular entregue uma determinada quantia na forma de tributos ou de multas. Ex: Impostos. 4.1.4 QUANTO À CATEGORIA ECONOMICA: O § 1º e o § 2º do art. 11 da Lei nº 4.320, de 1964, classificam as receitas orçamentárias em ―Receitas Orçamentárias Correntes‖ e ―Receitas Orçamentárias de Capital‖. CODIFICAÇÃO DA NATUREZA DA RECEITA Na elaboração do orçamento público a codificação orçamentária da natureza da receita é composta dos níveis abaixo: 1º Nível Categoria Econômica 2º Nível Origem 3º Nível Espécie 4º Nível Rubrica 5º Nível Alínea 6º Nível Subalínea 1º Nível Categoria Econômica Utilizado para mensurar o impacto das decisões do Governo na economia nacional (formação de capital, custeio, investimentos etc.). É codificada e subdividida da seguinte forma: 1 - Receitas Correntes; 2 - Receitas de Capital; “7 - Receitas Correntes Intra-Orçamentárias; 8 - Receitas de Capital Intra-Orçamentárias;” Com a Portaria Interministerial STN/SOF n° 338, de 26 de abril de 2006, essas categorias econômicas foram detalhadas em Receitas Correntes Intra-orçamentárias e Receitas de Capital Intra- orçamentárias. As classificações incluídas não constituem novas categorias econômicas de receita, mas especificações das categorias econômicas: corrente e capital, que possuem os seguintes códigos: MANUAL DE RECEITA NACIONAL 7. Receitas Correntes Intra-Orçamentárias; 8. Receitas de Capital Intra-Orçamentárias; 2º Nível Origem Identifica a procedência dos recursos públicos, em relação ao fato gerador dos ingressos das receitas (derivada, originária, transferências e outras). É a subdivisão das Categorias Econômicas, que tem por objetivo identificar a origem das receitas, no momento em que as mesmas ingressam no patrimônio público. No caso das receitas correntes, tal classificação serve para identificar se as receitas são compulsórias (tributos e contribuições), provenientes das atividades em que o Estado atua diretamente na produção (agropecuárias, industriais ou de prestação de serviços), da exploração do seu próprio patrimônio (patrimoniais), se provenientes de transferências destinadas ao atendimento de despesas correntes, ou ainda, de outros ingressos. No caso das de capital, distinguem-se as provenientes de operações de crédito, da alienação de bens, da amortização dos empréstimos, das transferências destinadas ao atendimento de despesas de capital, ou ainda, de outros ingressos de capital.

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PROFESSOR: PAULO LACERDA www.estudioaulas.com.br SENADO – ORÇAMENTO PÚBLICO – 3ª e 4ª AULA

DÚVIDAS, SUGESTÕES E CRÍTICAS: [email protected] - INFORMAÇÕES SOBRE AFO: TWITTER: @PAULOJLACERDA 1

Capitulo 4 4. RECEITAS

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO (bens e direitos) PASSIVO (exigências)

Bens

Imóveis

Dinheiro

Estoques

Direitos

Títulos a Receber

Depósitos em Bancos

Passivo

Financiamentos

Impostos a Pagar

Fornecedores Salários para pagar

Patrimônio Líquido (capital próprio)

Capital

Lucros Acumulado

NNoo bbaallaannççoo ppaattrriimmoonniiaall,, oo iinnggrreessssoo ddee rreecceeiittaa qquuee nnããoo tteennhhaa

ccoonnttrraapprreessttaaççããoo nnoo ppaassssiivvoo aauummeennttaarráá oo PPaattrriimmôônniioo LLííqquuiiddoo ((PPLL)) ddaa

UUnniiããoo.. EEmm ccoonnttrraappaarrttiiddaa,, oo iinnggrreessssoo qquuee tteennhhaa ccoonnttrraapprreessttaaççããoo nnoo

ppaassssiivvoo nnããoo aauummeennttaarráá oo PPLL ddoo EEssttaaddoo..

Receita Pública é uma derivação do conceito contábil de Receita

agregando outros conceitos utilizados pela administração pública em

virtude de suas peculiaridades. No entanto, essas peculiaridades não

interferem nos resultados contábeis regulamentados pelo Conselho

Federal de Contabilidade – CFC, por meio dos princípios Fundamentais,

até porque, a macro missão da contabilidade é atender a todos os usuários

da informação contábil, harmonizando conceitos, princípios, normas e

procedimentos às particularidades de cada entidade.

Receitas Públicas são todos os ingressos de caráter não devolutivo

auferidas pelo poder público, em qualquer esfera governamental, para

alocação e cobertura das despesas públicas. Dessa forma, todo o ingresso

orçamentário constitui uma receita pública, pois tem como finalidade

atender às despesas públicas.

4.1 CLASSIFICAÇÃO

4.1.1 QUANTO AO INGRESSO (PREVISÃO

ORÇAMENTÁRIA)

a) Receita orçamentária:

É aquela devidamente discriminada na forma da Lei nº 4.320/64 e

integra o orçamento público. Sua arrecadação depende de autorização

legislativa, constante na própria lei do orçamento (Lei orçamentária

anual) e são realizadas através da execução orçamentária.

Os ingressos orçamentários são aqueles pertencentes ao ente público

arrecadados exclusivamente para aplicação em programas e ações

governamentais. Estes ingressos são denominados Receita Pública.

Cuidado: nem todas as receitas orçamentárias, que ingressam nos

cofres públicos, afetam o saldo patrimonial do Estado.

b) Receita extra-orçamentária

Receitas extra-orçamentárias são aquelas que não fazem parte do

orçamento público.

Como exemplos temos as cauções, fianças, depósitos para garantia,

consignações em folha de pagamento, retenções na fonte, salários não

reclamados, operações de crédito a curto prazo e outras operações

assemelhadas.

Sua arrecadação não depende de autorização legislativa e sua

realização não se vincula à execução do orçamento.

Tais receitas também não constituem renda para o Estado uma vez

que este é apenas depositário de tais valores. Contudo tais receitas

somam-se às disponibilidades financeiras do Estado, porém têm em

contrapartida um passivo exigível que será resgatado quando da

realização da correspondente despesa extra-orçamentária.

Em casos especiais, a receita extra-orçamentária pode converter-se

em receita orçamentária. é o caso de quando alguém perde, em favor do

Estado, o valor de uma caução por inadimplência ou quando perde o valor

depositado em garantia. O mesmo acontece quando os restos a pagar têm

sua prescrição administrativa decorrida. É importante frisar que cauções,

fianças, e depósitos efetuados em títulos e assemelhados quando em

moeda estrangeira são registrados em contas de compensação, não sendo,

portanto considerados receitas extra-orçamentárias.

Os ingressos extra-orçamentários são aqueles pertencentes a

terceiros arrecadados pelo ente público exclusivamente para fazer face às

exigências contratuais pactuadas para posterior devolução. Estes

ingressos são denominados recursos de terceiros.

4.1.2 QUANTO À ALTERAÇÃO PATRIMONIAL:

a) Receita Pública Efetiva:

A Receita Pública Efetiva é aquela em que os ingressos de

disponibilidades de recursos não foram precedidos de registro de

reconhecimento do direito e não constituem obrigações correspondentes e

por isto alteram a situação líquida patrimonial.

b) Receita Pública Não-Efetiva

A Receita Pública Não-Efetiva é aquela em que os ingressos de

disponibilidades de recursos foram precedidos de registro do

reconhecimento do direito, ou de contraprestação no passivo, e por isto

não alteram a situação líquida patrimonial. (redação alterada conforme

retificação do Diário Oficial da União – 17.05.2004)

4.1.3 QUANTO À PROCEDÊNCIA:

a) Receitas Originárias: São aquelas que provêm do próprio

EXERCÍCIO do Estado. Ex: Patrimoniais.

b) Receitas Derivadas: São aquelas obtidas pelo Estado

mediante sua autoridade COERCITIVA. Dessa forma, o Estado exige que

o particular entregue uma determinada quantia na forma de tributos ou de

multas. Ex: Impostos.

4.1.4 QUANTO À CATEGORIA ECONOMICA:

O § 1º e o § 2º do art. 11 da Lei nº 4.320, de 1964, classificam as

receitas orçamentárias em ―Receitas Orçamentárias Correntes‖ e

―Receitas Orçamentárias de Capital‖.

CODIFICAÇÃO DA NATUREZA DA RECEITA

Na elaboração do orçamento público a codificação orçamentária

da natureza da receita é composta dos níveis abaixo:

1º Nível – Categoria Econômica

2º Nível – Origem

3º Nível – Espécie

4º Nível – Rubrica

5º Nível – Alínea

6º Nível – Subalínea

1º Nível – Categoria Econômica

Utilizado para mensurar o impacto das decisões do Governo na

economia nacional (formação de capital, custeio, investimentos etc.). É

codificada e subdividida da seguinte forma:

1 - Receitas Correntes;

2 - Receitas de Capital;

“7 - Receitas Correntes Intra-Orçamentárias;

8 - Receitas de Capital Intra-Orçamentárias;”

Com a Portaria Interministerial STN/SOF n° 338, de 26 de

abril de 2006, essas categorias econômicas foram detalhadas em

Receitas Correntes Intra-orçamentárias e Receitas de Capital Intra-

orçamentárias. As classificações incluídas não constituem novas

categorias econômicas de receita, mas especificações das categorias

econômicas: corrente e capital, que possuem os seguintes códigos:

MANUAL DE RECEITA NACIONAL

7. Receitas Correntes Intra-Orçamentárias;

8. Receitas de Capital Intra-Orçamentárias;

2º Nível – Origem

Identifica a procedência dos recursos públicos, em relação ao fato

gerador dos ingressos das receitas (derivada, originária, transferências e

outras). É a subdivisão das Categorias Econômicas, que tem por objetivo

identificar a origem das receitas, no momento em que as mesmas

ingressam no patrimônio público. No caso das receitas correntes, tal

classificação serve para identificar se as receitas são compulsórias

(tributos e contribuições), provenientes das atividades em que o Estado

atua diretamente na produção (agropecuárias, industriais ou de prestação

de serviços), da exploração do seu próprio patrimônio (patrimoniais), se

provenientes de transferências destinadas ao atendimento de despesas

correntes, ou ainda, de outros ingressos. No caso das de capital,

distinguem-se as provenientes de operações de crédito, da alienação de

bens, da amortização dos empréstimos, das transferências destinadas ao

atendimento de despesas de capital, ou ainda, de outros ingressos de

capital.

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DÚVIDAS, SUGESTÕES E CRÍTICAS: [email protected] - INFORMAÇÕES SOBRE AFO: TWITTER: @PAULOJLACERDA 2

O nível Origem se classifica em:

Categoria Econômica 1 – Receitas Correntes

1.1 Receita Tributária 1.2 Receita de Contribuições

1.3 Receita Patrimonial

1.4 Receita Agropecuária 1.5 Receita Industrial

1.6 Receita de Serviços

1.7 Transferências Correntes 1.9 Outras Receitas Correntes

Categoria Econômica 2 – Receitas de Capital

2.1 Operações de Crédito 2.2 Alienação de Bens

2.3 Amortização de Empréstimos

2.4 Transferências de capital 2.5 Outras Receitas de capital

Os demais níveis são específicos para cada receita, conforme veremos

mais adiante.

1- Receitas Correntes

Iniciada com o código 1, as receitas correntes são os ingressos de

recursos financeiros oriundos das atividades operacionais, para aplicação

em despesas correspondentes, também em atividades operacionais, que

não decorre de uma mutação patrimonial, ou seja, são receitas efetivas.

1.1 - Receita Tributária - São os ingressos provenientes da

arrecadação de Impostos, Taxas e Contribuições de Melhoria. Dessa

forma, é uma receita privativa das entidades investidas do poder de

tributar: União, Estados, Distrito Federal e os Municípios.

- Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato

gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal

específica relativa ao contribuinte.

- as taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo

Distrito Federal e pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas

atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de

polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público

específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição,

independente ou não, da utilização do serviço pelo contribuinte.

- a contribuição de melhoria cobrada

pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no

âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao

custo de obras públicas que decorra valorização imobiliária, tendo como

limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de

valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.

1.2 - Receitas de Contribuições - É o ingresso proveniente de

contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de

interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento

de intervenção nas respectivas áreas. As receitas de contribuições, podem

ser definidas da seguinte forma:

– destinadas ao custeio da seguridade

social, que compreende a previdência social, a saúde e a assistência

social;

derivam da contraprestação à atuação estatal exercida em favor de

determinado grupo ou coletividade.

1.3 – Receita Patrimonial - É o ingresso proveniente de

rendimentos sobre investimentos do ativo permanente, ou seja, da

utilização de bens pertencentes ao estado, como, aluguéis,

arrendamentos, foros, laudêmio, juros, participações e dividendos.

1.4 – Receita Agropecuária - É o ingresso proveniente da atividade

ou da exploração agropecuária de origem vegetal ou animal. Incluem-se

nessa classificação as receitas advindas da exploração da agricultura

(cultivo do solo), da pecuária (criação, recriação ou engorda de gado e de

animais de pequeno porte) e das atividades de beneficiamento ou

transformação de produtos agropecuários em instalações existentes nos

próprios estabelecimentos.

1.5 – Receita Industrial - É o ingresso proveniente da atividade

industrial de extração mineral, de transformação, de construção e outras.

1.6 – Receita de Serviços - É o ingresso proveniente da prestação

de serviços de transporte, saúde, comunicação, portuário, armazenagem,

de inspeção e fiscalização, judiciário, processamento de dados, vendas de

mercadorias e produtos inerentes à atividade da entidade e outros

serviços.

1.7 – Transferências Correntes - É o ingresso proveniente de outros

entes ou entidades, referente a recursos pertencentes ao ente ou entidade

recebedora ou ao ente ou entidade transferidora, efetivado mediante

condições preestabelecidas ou mesmo sem qualquer exigência, desde que

o objetivo seja a aplicação em despesas correntes.

Segue abaixo exemplos de Transferências constitucionais passadas

pela união e pelos estados aos Municípios.

- FPM

O Fundo de Participação dos Municípios é uma transferência

constitucional (CF, Art. 159, I, b), composto de 22,5% da arrecadação do

Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados. A

distribuição dos recursos aos Municípios é feita de acordo o número de

habitantes.

São fixadas faixas populacionais, cabendo a cada uma delas um

coeficiente individual. A Lei Complementar 62/89 determina que os

recursos do FPM serão transferidos nos dia 10, 20 e 30 de cada mês

sempre sobre a arrecadação do IR e IPI do decêndio anterior ao repasse.

– Parte do ITR - Imposto Territorial Rural

Recurso recebido pelos municípios decorrente da participação na

arrecadação do tributo federal sobre a propriedade territorial (Imposto

sobre a Propriedade Territorial Rural-ITR) incidente sobre os imóveis

rurais neles situados.

1.9 – Outras Receitas Correntes – São os ingressos correntes

provenientes de outras origens não classificáveis nas anteriores. Podemos

citar como exemplo destas receitas, as multas e juros de mora cobrados

sobre os impostos, a receita da Dívida Ativa, Multas e Juro de mora sobre

a arrecadação da dívida Ativa, entre outras receitas.

2 – Receitas de Capital

Iniciada com o código 2, são receitas que se destinam á cobertura

de despesas de capital e somente com estas despesas podem ser

aplicadas. As receitas de capital são denominadas receita de capital

porque são derivados da obtenção de recursos mediante a constituição de

dívidas, amortização de empréstimos e financiamentos ou alienação de

componentes do ativo permanente, constituindo-se em meios para atingir

a finalidade.

2.1 – Operações de Crédito – São fontes oriundas da realização de

recursos financeiros advindos da constituição de dívidas, por meio de

empréstimos e financiamento, que podem ser internas ou externas.

2.2 – Alienação de Bens – São fontes das Receitas de Capital,

captadas por meio da venda de bens patrimoniais móveis e imóveis.

2.3 – Amortização de Empréstimos – Recebimentos de valores

dados anteriormente por empréstimos a outras entidades de direito

público.

2.4 – Transferências de Capital – São outras fontes de recursos

recebidas de outras entidades de direito público ou privado, destinadas a

atender despesas classificáveis em Despesas de Capital. Pode ser usado

como um exemplo de Transferências de Capital, os recursos transferidos

do Sistema Único de Saúde – SUS com o objetivo de atender despesas

classificadas como despesas de capital.

2.5 – Outras Receitas de Capital – São destinadas a arrecadar outras

receitas de capital que constituirão uma classificação genérica não

enquadrável nas fontes anteriores.

Receitas Correntes e Receitas de Capital Intra–Orçamentárias.

Considerando que o orçamento deve ser consolidado, integrando

todas as operações dos órgãos e entidades da administração direta e

indireta, na estimativa da receita deverão estar contempladas as

chamadas Receitas Correntes e Receitas de Capital ‗Intra–

Orçamentárias‘, conforme dispõe a Portaria Interministerial Nº 338, de

26 de Abril de 2006, das secretarias do Tesouro Nacional. Segundo o que

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dispõe o artigo 1º desta Portaria Interministerial, são definidas como

intra-orçamentárias as operações que resultem de despesas de órgãos,

fundos, autarquias, fundações, empresas estatais dependentes e outras

entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social

decorrentes da aquisição de matérias, bens e serviços, pagamento de

impostos, taxas e contribuições, quando o recebedor dos recursos

também for órgão, fundo, autarquia, fundação, empresa estatal

dependente ou outra entidade constante desses orçamentos, no âmbito da

mesma esfera de governo. Ainda nos termos desta Portaria

Interministerial, a classificação dessas operações na codificação da

receita, serão identificadas pela substituição dos dígitos relativos ao 1º

nível das categorias econômicas (1 e 2) pelos dígitos 7, em se tratando de

receita intra-orçamentária corrente, ou 8, em se tratando de receita intra-

orçamentária de capital, mantendo – se os demais dígitos da codificação

da receita. Observa-se que esta atual classificação substitui a anterior

com relação aos itens Y e Z, em que esses eram classificados como fonte

e subfonte, respectivamente.

Quanto à categoria econômica, a classificação é a mesma da Lei

nº 4320/1964, cabendo destacar a distinção entre Receita de Capital e

Receita Financeira. O conceito de Receita Financeira surgiu com a

adoção pelo Brasil da metodologia de apuração do resultado primário,

oriundo de acordos com o Fundo Monetário Internacional - FMI. Desse

modo, passou-se a denominar como Receitas Financeiras aquelas receitas

que não são consideradas na apuração do resultado primário, como as

derivadas de aplicações no mercado financeiro ou da rolagem e emissão

de títulos públicos, assim como as provenientes

Quadro 2

de privatizações, entre outras. Não há um dígito específico para

distinguir as despesas financeiras, mas somente um parâmetro inserido

nas rubricas orçamentárias.

A origem refere-se ao detalhamento da classificação econômica

das receitas, ou seja, ao detalhamento das receitas correntes e de capital

de acordo com a Lei no 4.320, de 1964. Segundo o MTO-02 2006, a

mudança da atual nomenclatura (de ―fonte‖ para ―origem‖) deveu-se à

imprecisão do conceito existente entre a fonte a que se refere esse

classificador de receitas e a fonte relacionada com o financiamento das

despesas constantes da programação orçamentária. Até 2006, a ―fonte‖

constante da rubrica das receitas era chamada de ―fonte originária‖ para

que não fosse confundida com a classificação por fonte de recursos.

Os códigos da origem para as receitas correntes e de capital são

respectivamente: Receitas Correntes Receitas de Capital

1. Receita Tributária

2. Receita de Contribuições

3. Receita Patrimonial

4. Receita Agropecuária

5. Receita Industrial

6. Receita de Serviços

7. Transferências Correntes

9. Outras Receitas Correntes

1. Operações de Crédito

2. Alienação de Bens

3. Amortização de Empréstimos

4. Transferências de Capital

5. Outras Receitas de Capital

A espécie constitui um maior detalhamento da categoria anterior

(origem). Essa classificação não está relacionada à Lei nº 4.320, de 1964,

mas sim à classificação adotada pela SOF/STN (classificação

discricionária). No caso dos tributos, a ―espécie‖ relaciona os tipos de

tributos previstos na Constituição Federal. Segundo o MTO-02 2006, a

mudança da atual nomenclatura (de ―subfonte‖ para ―espécie‖) deveu-se

também à imprecisão daquele conceito, uma vez que alguns entendiam

que se tratava de especificação das fontes de recursos relacionadas ao

financiamento das despesas constantes da programação orçamentária.

Ex.: Receitas de Impostos, Receitas Imobiliárias, Multas e Juros de Mora

etc.

A rubrica é o nível que detalha a espécie com maior precisão,

especificando a origem dos recursos financeiros. Agrega determinadas

receitas com características próprias e semelhantes entre si. Ex.: Impostos

sobre o Comércio Exterior, Aluguéis, Multas e Juros de Mora dos

Tributos etc.

A alínea é o nível que apresenta o nome da receita propriamente

dita e que recebe o registro pela entrada de recursos financeiros. Ex.:

Imposto sobre a Importação, Receita de Outorga de Serviços de

Telecomunicações etc.

A subalínea constitui o nível mais analítico da receita, o qual

recebe o registro de valor, pela entrada do recurso financeiro, quando

houver necessidade de maior detalhamento da alínea. Ex.: Receita do

Principal da COFINS, Receita do REFIS da COFINS.

Vamos ver, no quadro, um exemplo de uma classificação de

receitas por categoria econômica:

Categoria Origem Espécie Rubrica Alínea Subalinea Corrente Tributaria Impostos Impostos sobre o Comércio Exterior Imposto sobre a Importação. Receita do Principal do Imposto sobre

importação

De capital Operação de Crédito Operações de Crédito Internas Títulos de Responsabilidade do Tesouro Nacional Títulos de Responsabilidade do Tesouro Nacional – Refinanciamento da Dívida Pública Federa

xxxxxxxxxxxxxx

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4.1.5 POR FONTES DE RECURSOS

Essa classificação orçamentária busca identificar as origens

dos ingressos financeiros que financiam os gastos públicos.

Determinadas naturezas de receita são agrupadas em fontes de

recursos obedecendo a uma regra previamente estabelecida. Por meio

do orçamento público, essas fontes são alocadas em determinadas

despesas de forma a evidenciar os meios para atingir os objetivos

públicos.

Frente ao exposto, é a classificação que permite demonstrar

a correspondência entre as fontes de financiamento e os gastos

públicos, pois exterioriza quais são as receitas que financiam

determinadas despesas.

A classificação de fonte de recursos consiste de um código

de três dígitos:

Enquanto a natureza da receita orçamentária busca

identificar a origem do recurso segundo seu fato gerador, a

fonte/destinação de recursos possui a finalidade precípua de identificar

o destino dos recursos arrecadados. Em linhas gerais, pode-se dizer

que há destinações vinculadas e não vinculadas:

a) destinação vinculada*: processo de vinculação entre a origem e a

aplicação de recursos, em atendimento às finalidades específicas

estabelecidas pela norma.

b) destinação não vinculada (ou ordinária): é o processo de alocação

livre entre a origem e a aplicação de recursos, para atender a quaisquer

finalidades, desde que dentro do âmbito das competências de atuação

do órgão ou entidade.

(*Há ingressos de recursos em decorrência de convênios ou de

contratos de empréstimos e de financiamentos. Esses recursos

também são vinculados, pois foram obtidos com finalidade específica

– e à realização dessa finalidade deverão ser direcionados.)

Exemplos de fontes/destinação de recursos:

Para saber mais

Receitas Próprias

Classificam-se neste grupo, segundo o art. 4º da Portaria

SOF nº 10, de 22 de agosto de 2002, receitas cuja arrecadação tem

origem no esforço próprio de órgãos e demais entidades nas

atividades de fornecimento de bens ou serviços facultativos e na

exploração econômica do próprio patrimônio e remunerada por preço

público ou tarifas, bem como o produto da aplicação financeira

desses recursos. Geralmente, têm como fundamento a bilateralidade,

cuja natureza é contratual, e, por isso, criam obrigações recíprocas

para as partes contratantes. Via de regra, são amparadas pelo

Código Civil e legislação correlata.

Receitas Administradas

São as receitas auferidas pela Secretaria da Receita Federal

do Brasil, que detém a competência para fiscalizar, arrecadar e

administrar esses recursos, com amparo legal no Código Tributário

Nacional e leis afins.

Receitas de Operações de Crédito

Receitas financeiras provenientes da colocação de títulos

públicos no mercado ou da contratação de empréstimos e

financiamentos junto a entidades estatais ou privadas.

Receitas Vinculadas

Pertencem a esse grupo receitas que são vinculadas, por

Lei, a determinada finalidade específica, exceto as classificadas como

“Receitas Administradas”. Geralmente, são receitas cuja

fiscalização, administração e arrecadação ficam a cargo das próprias

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entidades arrecadadoras, às quais resta a obrigação de efetuar o

recolhimento para a Conta Única do Tesouro.

Exemplos: recursos de concessões, autorizações e

permissões para uso de bens da União ou para exercício de

atividades de competência da União.

Receitas Primárias

Correspondem as receitas orçamentárias, deduzidas as

operações de crédito, aplicações financeiras (retorno da aplicação –

juros), empréstimos concedidos e receitas de privatizações.

Assim, a primária desconsidera aplicações financeiras, as

operações de crédito, alienações de ativos e amortizações recebidas,

visto que a Lei de Responsabilidade Fiscal admite estas entradas de

recursos como componentes do financiamento do déficit público.

Receitas Financeiras

Os juros recebidos, os descontos obtidos, o lucro na

operação de reporte e o prêmio de resgate de títulos ou debêntures e

os rendimentos nominais relativos a aplicações financeiras de renda

fixa, auferidos pelo contribuinte no período de apuração, compõem as

receitas financeiras e como tal deverão ser incluídas no lucro

operacional.

4.2. ESTÁGIOS DA RECEITA

O Orçamento Público adota o regime de caixa para os ingressos

das receitas púbicas arrecadadas no exercício financeiro, em

conformidade com o art. 35 da Lei nº 4.320, de 1964:

―(...) pertencem ao exercício financeiro as receitas nele

arrecadadas.‖

Segundo o art. 22 do Decreto Legislativo nº 4.536, de 28 de

janeiro de 1922, que organiza o Código de Contabilidade da União, a

receita orçamentária percorre três estágios até que ocorra a efetiva

entrada de recursos nos cofres públicos, na Conta Única do Tesouro

Nacional: Previsão, Arrecadação e Recolhimento.

Dessa forma, do ponto de vista orçamentário, os estágios seriam:

Previsão: é a estimativa, a projeção do que se espera

arrecadar durante o exercício financeiro. Serve de base para a fixação

da despesa orçamentária. A partir das previsões da receita inicia-se o

processo de discussão de alocação desses recursos, envolvendo todos

os entes públicos alcançados pelo Orçamento, para posterior

autorização junto ao Poder Legislativo.

A LRF, no seu art. 12, regulamenta tal estágio:

“Art. 12. As previsões de receita observarão as normas

técnicas e legais, considerarão os efeitos das alterações na

legislação, da variação do índice de preços, do crescimento

econômico ou de qualquer outro fator relevante e serão

acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três

anos, da projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e

da metodologia de cálculo e premissas utilizadas.”B

Assim, ela compreende uma parte do planejamento

orçamentário, resultante de metodologias de projeção delas: “Projeção: base de calculo x índices de preços x índices de quantidade x legislação”

1) Base de cálculo: é obtida por meio da série histórica de

arrecadação da receita, sem as atipicidades, e, dependerá do seu

comportamento mensal. Assim, a base de cálculo pode ser: a

arrecadação de cada mês (arrecadação mensal) do ano anterior; a

média de arrecadação mensal do ano anterior (arrecadação anual do

ano anterior dividido por doze);

2) Índice de preço: é o índice que fornece a variação média dos

preços de uma determinada cesta de produtos. Existem diversos

índices de preços nacionais ou mesmo regionais como o IGP-DI, o

INPC, o IPCA, a variação cambial, a taxa de juros, a variação da

taxa de juros, dentre outros.

3) Índice de quantidade: é o índice que fornece a variação média na

quantidade de bens de um determinado seguimento da economia. Está

relacionado à variação física de um determinado fator de produção.

Como exemplos, podemos citar o Produto Interno Bruto Real do

Brasil – PIB real; o crescimento real das importações ou das

exportações.

4) Efeito legislação: leva em consideração a mudança na alíquota ou

da base de cálculo de alguma receita, em geral, tarifas públicas e

receitas tributárias, decorrentes de ajustes na legislação ou nos

contratos públicos. Por exemplo, se uma taxa de polícia aumentar a

sua alíquota em 30%, decorrente da legislação

Lançamento: Segundo o Código Tributário Nacional, art.

142, lançamento é o procedimento administrativo tendente a verificar

a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar

a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar

o sujeito passivo e, sendo o caso, propor a aplicação da penalidade

cabível. Tendo ocorrido o fato gerador, há condições de se proceder ao

registro contábil do direito da fazenda pública em contrapartida a uma

variação ativa, em contas do sistema patrimonial, o que representa o

registro da receita por competência.

Algumas receitas não percorrem o estágio do lançamento,

conforme se depreende pelo art. 52 da Lei nº 4.320/64:

―São objeto de lançamento os impostos diretos e quaisquer

outras rendas com vencimento determinado em lei, regulamento ou

contrato.”

Arrecadação: consiste no recebimento da receita pelo

agente devidamente autorizado, agentes arrecadadores, por meio de

estabelecimentos bancários oficiais ou privados, devidamente

credenciados, a fim de se liquidarem obrigações com o ente público.

Recolhimento: estágio no qual os agentes arrecadadores

entregam o produto da arrecadação para o Caixa Único: Conta Única

do Tesouro Nacional, no Banco Central do Brasil, no caso da União.

É apenas nesse estágio que ocorre a efetiva entrada dos

recursos financeiros arrecadados nos cofres públicos.

Para saber mais

Embora parte da doutrina considere o “Lançamento” estágio intermediário entre a “Previsão” e a “Arrecadação” da receita, o art.

53 da Lei nº 4.320, de 1964, o preceitua como “ato da repartição competente, que verifica a procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é

devedora, e inscreve o débito desta”.

Dessa forma, na ótica orçamentária, lançamento é procedimento administrativo realizado pelo Fisco – e não estágio. Ressalte-se que

as receitas patrimoniais e as empresariais não se sujeitam ao lançamento, haja vista ingressarem diretamente no estágio da Arrecadação, mas,

em regra, as tributárias e de contribuições necessitam do procedimento administrativo em epígrafe antes de ingressarem no estágio da

“arrecadação”.

Para saber mais

Nem todas as etapas citadas ocorrem para todos os tipos de receitas orçamentárias. Pode ocorrer arrecadação não só das receitas que

não foram previstas (não tendo, naturalmente, passado pela etapa da previsão), mas também das que não foram “lançadas”, como é o caso de

uma doação em espécie recebida pelos entes públicos.

Para saber mais

Relacionamento do Regime Orçamentário com o Regime de Competência:

É comum encontrar na doutrina contábil a interpretação do artigo 35 da Lei nº 4.320/1964, de que na área pública o regime contábil é

um regime misto, ou seja, regime de competência para a despesa e de caixa para a receita:

“Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro:

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I – as receitas nele arrecadadas;

II – as despesas nele legalmente empenhadas.”

Contudo, a Contabilidade Aplicada ao Setor Público, assim como qualquer outro ramo da ciência contábil, obedece aos princípios

fundamentais de contabilidade. Dessa forma, aplica-se o princípio da competência em sua integralidade, ou seja, tanto na receita (reconhecida

no lançamento) quanto na despesa (reconhecida na liquidação). Na verdade, o artigo 35 refere-se ao regime orçamentário e não ao regime

contábil, pois a contabilidade é tratada em título específico, no qual se determina que as variações patrimoniais devem ser evidenciadas, sejam

elas independentes ou resultantes da execução orçamentária.

4.3 DIVIDA ATIVA

A Dívida Ativa, regulamentada a partir da legislação pertinente, abrange os créditos a favor da Fazenda Pública, cuja certeza e liquidez

foram apuradas, por não terem sido efetivamente recebidos nas datas aprazadas. É, portanto, uma fonte potencial de fluxos de caixa, com impacto

positivo pela recuperação de valores, espelhando créditos a receber, sendo contabilmente alocada no Ativo. Não se confunde com a Dívida

Passiva, que representa as obrigações do Ente Público para com terceiros, e que é contabilmente registrada no Passivo e denominada de Dívida

Pública.

Para saber mais

“Ter se esgotado todos os prazos fixados para o seu pagamento

pela lei ou por decisão final prolatada em processo regular.”

A Dívida Ativa é uma espécie de crédito público, cuja matéria é

definida desde a Lei 4320/64, sendo sua gestão econômica,

orçamentária e financeira resultante de uma conjugação de critérios

estabelecidos em diversos outros textos legais. O texto legal referido,

que versa sobre normas gerais de direito financeiro e finanças

públicas, institui os fundamentos deste expediente jurídico-financeiro,

conforme seu artigo 39:

“Art. 39. Os créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária ou

não tributária, serão escriturados como receita do exercício em que

forem arrecadados, nas respectivas rubricas orçamentárias. (Redação

dada pelo Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979).

§ 1º - Os créditos de que trata este artigo, exigíveis pelo transcurso do

prazo para pagamento, serão inscritos, na forma da legislação

própria, como Dívida Ativa, em registro próprio, após apurada a sua

liquidez e certeza, e a respectiva receita será escriturada a esse título.

(Parágrafo incluído pelo Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979).

§ 2º - Dívida Ativa Tributária é o crédito da Fazenda Pública dessa

natureza, proveniente de obrigação legal relativa a tributos e

respectivos adicionais e multas, e

Dívida Ativa não Tributária são os demais créditos da Fazenda

Pública, tais como os provenientes de empréstimos compulsórios,

contribuições estabelecidas em lei, multa de qualquer origem ou

natureza, exceto as tributárias, foros, laudêmios, alugueis ou taxas de

ocupação, custas processuais, preços de serviços prestados por

estabelecimentos públicos, indenizações, reposições, restituições,

alcances dos responsáveis definitivamente julgados, bem assim os

créditos decorrentes de obrigações em moeda estrangeira, de sub-

rogação de hipoteca, fiança, aval ou outra garantia, de contratos em

geral ou de outras obrigações legais. (Parágrafo incluído pelo

Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979).

§ 3º - O valor do crédito da Fazenda Nacional em moeda estrangeira

será convertido ao correspondente valor na moeda nacional à taxa

cambial oficial, para compra, na data da notificação ou intimação do

devedor, pela autoridade administrativa, ou, à sua falta, na data da

inscrição da Dívida Ativa, incidindo, a partir da conversão, a

atualização monetária e os juros de mora, de acordo com preceitos

legais pertinentes aos débitos tributários. (Parágrafo incluído pelo

decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979).

§ 4º - A receita da Dívida Ativa abrange os créditos mencionados nos

parágrafos anteriores, bem como os valores correspondentes à

respectiva atualização monetária, à multa e juros de mora e ao

encargo de que tratam o art. 1º do Decreto-lei nº 1.025, de 21 de

outubro de 1969, e o art. 3º do Decreto-lei nº 1.645, de 11 de

dezembro de 1978.(Parágrafo incluído pelo Decreto Lei nº 1.735, de

20.12.1979).

§ 5º - A Dívida Ativa da União será apurada e inscrita na

Procuradoria da Fazenda Nacional. (Parágrafo incluído pelo Decreto

Lei nº 1.735, de 20.12.1979).‖

A Dívida Ativa, regulamentada a partir da legislação pertinente,

abrange os créditos a favor da Fazenda Pública, cuja certeza e liquidez

foram apuradas, por não terem sido efetivamente recebidos nas datas

aprazadas. É, portanto, uma fonte potencial de fluxos de caixa, com

impacto positivo pela recuperação de valores, espelhando créditos a

receber, sendo contabilmente alocada no Ativo.

Não se confunde com a Dívida Passiva, que representa as

obrigações do Ente Público para com terceiros, e que é contabilmente

registrada no Passivo e denominada de Dívida Pública.

Para o caso da União, a Constituição Federal, em seu artigo 131,

§ 3º, atribui expressamente a representação da Dívida Ativa de

natureza tributária da União à

Procuradoria Geral da Fazenda Nacional – PGFN. A Lei

Complementar nº 73 estabelece uma nova situação quando, além de

atribuir competência à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional -

PGFN para apuração da liquidez e certeza da dívida ativa tributária e

representação da União em sua execução, delega as mesmas

atribuições às autarquias e fundações, em seus artigos nº 12 e nº 17:

“Capítulo VII

Da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional

Art. 12. À Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, órgão

administrativamente subordinado ao titular do Ministério da

Fazenda, compete especialmente:

I - apurar a liquidez e certeza da dívida da União de natureza

tributária, inscrevendo-a para fins de cobrança, amigável ou judicial;

II - representar privativamente a União, na execução de sua dívida

ativa de caráter tributário.

Capítulo IX

Dos Órgãos Vinculados

Art. 17. Aos órgãos jurídicos das autarquias e das fundações públicas

compete:

I - a sua representação judicial e extrajudicial;

II - as respectivas atividades de consultoria e assessoramento

jurídicos;

III - a apuração da liquidez e certeza dos créditos, de qualquer

natureza, inerentes às suas atividades, inscrevendo-os em dívida

ativa, para fins de cobrança amigável ou judicial.”

As receitas não arrecadadas e não lançadas constituirão receita

própria do exercício em que forem realizadas. Já a receita lançada e

não arrecadada tem seu valor perfeitamente definido: é saldo da

conta receita lançada. É esse saldo que constitui os resíduos do ativo

ou restos a arrecadar. No Brasil, não se adota o regime de competência para as receitas

(no sistema orçamentário). O saldo, portanto, não arrecadado da

receita lançada não é apropriado ao exercício ao qual pertence.

Entretanto, o valor conhecido dos restos a arrecadar é incorporado ao

patrimônio, no ativo permanente, como componente da dívida ativa.

Para saber mais

A dívida ativa será inscrita no ativo, seguindo o regime de

competência. Assim,

As Dívidas Ativas são créditos oriundos da fazenda pública,

podendo ser de origem Tributária ou Não Tributária, que, quando

não quitados tempestivamente e no seu tempo de acordo com a

legislação própria, devem ser objeto de inscrição em livros de

registros e escriturada no patrimonial da entidade como um direito a

receber da entidade.

Tipos de Dívida Ativa

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1. Dívida Ativa tributária

Entende-se por Dívida Ativa Tributária créditos da fazenda

pública referentes às obrigações legais relativas a tributos pagos por

parte dos contribuintes do município e respectivos adicionais e multas

afins.

2. Dívida Ativa Não Tributária

São os demais créditos, muito bem definidos pelo § 2º do art. 39

da Lei Federal Nº 4,320/64, tais como:

Empréstimos compulsórios, contribuições, contribuições

estabelecidas em Lei, multas de qualquer origem ou natureza, exceto

as tributárias, foros, laudêmios, aluguéis ou taxas de ocupação, custas

processuais, preços de serviços prestados por estabelecimento

públicos, indenizações, reposições, restituições, alcances dos

responsáveis definitivamente julgados, bem assim os créditos

decorrentes de obrigações em moeda estrangeira, de sub-rogação de

hipoteca e outras obrigações legais.

Inscrição da Dívida Ativa

A inscrição em divida ativa é o ato administrativo que, depois de

verificada a legalidade da constituição do crédito pelo lançamento,

assim como da certeza do objeto e dos valores constituídos e

apontados na notificação do lançamento que usualmente ocorre na

emissão da cobrança, promovendo a transcrição dos créditos

inadimplentes para registros próprios, ficando a fazenda pública,

assim apta a promover a execução fiscal dos inadimplentes.

A inscrição da divida ativa não é uma receita no sentido stricto

sensu, e sim um registro de direito ativo do ente público. O

pagamento, por parte do contribuinte inadimplente aos cofres

públicos, é que será reconhecido como uma receita.

4.4. RESTITUIÇÕES DA RECEITA

É de iniciativa do contribuinte, através, de requerimento,

solicitar restituição dos valores pagos a mais ou indevidamente. Se

houver restituição no mesmo exercício ao qual se refere o tributo, será

contabilizada como anulação de receita. Se autorizada e não

reclamada até 31 de dezembro, a importância será classificada com ―

Restituições a pagar‖.

As restituições aprovadas em exercícios seguintes, ao qual se

refere o tributo, processar-se-ão regulamente como despesas

orçamentárias, onerando dotação própria de restituições e

indenizações. Não sendo pago até 31 de dezembro, o valor será

transferido para a conta restos a pagar.

Para saber mais

Lei Complementar 101/2000 (LRF)

“Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de

natureza tributária da qual decorra renúncia de receita deverá estar

acompanhada de estimativa do impacto orçamentário - financeiro no

exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes,

atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias e a pelo menos

uma das seguintes condições:

I - demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada

na estimativa de receita da lei orçamentária, na forma do art. 12, e de

que não afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo

próprio da lei de diretrizes orçamentárias;

II - estar acompanhada de medidas de compensação, no período

mencionado no caput, por meio do aumento de receita, proveniente da

elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou

criação de tributo ou contribuição.”

EXERCÍCIOS

1. (TST) Com relação às receitas, julgue os seguintes itens.

__ As chamadas renúncias de receitas, apesar de não representarem

dispêndios de recursos, devem ser objeto de estimativa que

acompanha o projeto de lei orçamentária, de forma a se

evidenciarem os seus efeitos segundo critério de distribuição

regional dessas renúncias.

__ Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias

destinadas ao Poder Judiciário ser-lhe-ão entregues até o dia 20 de

cada mês, na proporção das liberações efetuadas pelo Poder

Executivo às suas próprias unidades orçamentárias.

__ A receita extra-orçamentária é representada no balanço

patrimonial como passivo financeiro, por se tratar de recursos de

terceiros que transitam pelos cofres públicos.

__ Os empréstimos compulsórios são considerados de natureza

tributária, estando o produto de sua arrecadação vinculado à

despesa que lhe fundamentou a instituição. Dependendo de sua

modalidade, estarão ou não sujeitos ao princípio da anterioridade.

__ Constituem receitas de capital as receitas imobiliárias e as

intergovernamentais das quais não decorra exigência de

contraprestação por parte do beneficiário dos recursos.

2. (MESQUITA/RJ) As receitas de concessões e permissões são

classificadas como:

(A) de serviços; (B) patrimoniais; (C) de contribuições;

(D)tributárias; (E) mobiliárias.

3. (MESQUITA/RJ) Não são classificadas como receitas extra-

orçamentárias:

(A) inscrições de despesas empenhadas e não pagas em restos a

pagar;

(B) operações de crédito por antecipação de receita orçamentária;

(C) consignações retidas na folha de pagamento para a previdência

geral;

(D) cauções em dinheiro recebidas para garantia de execução

contratual;

(E) rendimentos de aplicações financeiras em instituições bancárias.

4. (TCM SP 2006) Identifique a alternativa que corresponde ao

regime contábil para a apuração dos resultados na contabilidade

pública brasileira, no que tange às receitas e despesas.

a) misto, ou seja, receitas arrecadadas (regime de caixa) e despesas

empenhadas (regime de competência).

b) competência, ou seja, receitas e despesas orçadas.

c) caixa, ou seja, receitas recebidas e despesas pagas.

d) misto, ou seja, receitas arrecadadas (regime de caixa) e despesas

orçadas (regime orçamentário).

e) orçamentário, ou seja, receitas e despesas orçadas e legalmente

empenhadas.

5. (TCM SP 2006) No âmbito da Administração Pública, os

estágios da receita pública são, respectivamente,

a) a previsão (estimativa), o empenho (inclusão no orçamento) e a

arrecadação (pelo pagamento do contribuinte).

b) o empenho (inclusão no orçamento), a arrecadação (pelo

pagamento do contribuinte) e a realização (pelo recebimento da

receita).

c) a previsão (estimativa), a arrecadação (pelo pagamento do

contribuinte) e o recolhimento (pelo crédito na conta de receita

proveniente da entrega do produto da arrecadação).

d) a dotação (estimativa), a arrecadação (pelo pagamento do

contribuinte) e o empenho (baixa na dotação orçamentária pelo

recebimento efetivo da receita arrecadada).

e) a previsão (estimativa), o recolhimento dos pagamentos dos

contribuintes (pelas repartições fiscais ou rede bancária) e a

realização (pelo recebimento da receita).

6. (FNDE) As receitas são classificadas quanto à afetação

patrimonial em efetivas e mutações. Assinale a alternativa que

apresente, respectivamente, uma receita efetiva e uma por

mutação.

a) aluguel ativo e empréstimo contraído. b)pessoal ativo e

aquisição de bens.

c) alienação de bens e ISS arrecadado. d) IPTU arrecadado e multa

arrecadada.

e) amortização de empréstimos contraídos e empréstimos

concedidos

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PROFESSOR: PAULO LACERDA Orçamento Público – Receita Pública 4ª e 5ª AULAS

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7. (FNDE) O valor das Receitas de Capital com base no quadro a

seguir é: Receitas Previsão Arrecadação Recolhimento

Alienação de bens 2.000 1.500 0

Dividendos

recebidos 5.000 4.500 4.000

Empréstimos

contraídos 3.000 2.500 2.500

Multas 4.000 3.500 3.500

Total 14.000 12.000 10.000

a) 2.500. b) 8.500. c) 4.000. d) 10.000. e) 8.000.

8. (FNDE) A da Dívida Ativa a ser inscrita conforme as

informações abaixo é: Receitas Previsão Lançamento Arrecadação Recolhimento

Total 20.000 18.000 15.000 10.000

a) 3.000. b)2.000. c) 5.000. d) 8.000. e)10.000.

9. (FNDE) As receitas que afetam o resultado econômico do

governo apurado na Demonstração das Variações Patrimoniais

são:

a) todas as de mutação. b) todas as efetivas. c) todas as correntes.

d)todas as de capital. e) todas as receitas, sejam correntes ou de

capital.

10.(SENADO) No que diz respeito aos estágios da receita pública,

julgue os itens seguintes.

__ O artigo 139 do Regulamento de Contabilidade Pública (Decreto

Federal n°. 15.783/22), que regulamentou o Código de

Contabilidade Pública (Decreto Legislativo n°. 4.536/22), dispõe

que a receita percorrerá os seguintes estágios: fixação, lançamento,

arrecadação e recolhimento.

__ A fixação correspondente ao processo de estimativas de receitas

que se originam de previsões processadas com elevado grau de

segurança e confiabilidade. Nela, fica determinado o montante

máximo a ser obtido junto à sociedade.

__ Lançamento é o ato da repartição competente que verifica a

procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora,

inscrevendo-lhe o débito.

__ Arrecadação de receitas públicas pode ocorrer, muitas vezes,

mediante o pagamento de compromissos por meio de depositários,

quando estes retêm ou descontam de outras pessoas tributos e

contribuições devidos.

__ Somente após o recolhimento, pode-se dizer que os recursos

estão efetivamente disponíveis para a utilização pelos gestores

financeiros, de acordo com a programação financeira estabelecida.

11. (SENADO) No que concerne à dívida ativa, é correto afirmar

que

__ a mesma passa a gozar de presunção relativa (juris tantum) de

certeza e liquidez após a sua regular inscrição.

__ passa a não mais admitir prova em contrário, já que, ao Estado,

não é mais necessário apresentar prova para a afirmação de seu

crédito.

__ a maioria dos autores defende que a correspondente receita será

apropriada no exercício em que ocorrer a inscrição.

__ é constituída dos créditos da Fazenda Pública, somente de

natureza tributária, que deixaram de ser pagos no vencimento, após

serem apuradas sua liquidez e sua certeza, de acordo com a

legislação específica.

__ demanda a utilização de registros próprios, nos quais ficarão

assinalados o nome do devedor, seu domicílio ou residência, a

quantia devida, a origem e a natureza do crédito, entre outros

requisitos essenciais.

12. (CGU) Considere os seguintes dados de receitas e

despesas constantes da proposta orçamentária de um

determinado ente da federação (valores em mil):

Receitas Previsão de

Arrecadação

Receitas de Serviços 2.000

Receitas de Alienação de Bens 3.400

Receitas de Juros 2.300

Receitas Tributárias 15.300

Receitas de Operações de Crédito - Contratual 15.500

Receitas de Contribuições 12.500

Receitas de Operações de Crédito –

Refinanciamento da Dívida 20.000

Receitas de Dívida Ativa 2.000

Despesas Dotação

Despesa de Pessoal 21.000

Despesa de Inversão Financeira 13.000

Despesa de Juros 2.500

Despesa de Investimentos 7.500

Despesa de Amortização 20.000

Outras Despesas Correntes 9.000

Com base nos dados apresentados, julgue os itens

__ A proposta respeita o princípio orçamentário do equilíbrio, mas

apresenta um déficit no orçamento corrente.

__ O ente ainda poderá incorporar na proposta orçamentária, novas

operações de crédito com a finalidade de realizar despesas

correntes, até o montante de 5.000, sem desrespeitar a regra de ouro

estabelecida na Constituição Federal.

__ O superávit do orçamento de capital foi de 1.600.

__ O ente poderá destinar a totalidade da Receita de Alienação de

Bens para pagamento de juros da dívida.

13.(STF) julgue

__ Uma diferença que usualmente se estabelece entre receitas

correntes e receitas de capital é o caráter recorrente das primeiras e

esporádico das últimas. Do mesmo modo, entre as receitas próprias

e as receitas de transferências: as primeiras são livres, e as últimas,

vinculadas.

__ Receitas imobiliárias e de valores mobiliários constituem receita

patrimonial, que se classifica como receita corrente, para qualquer

esfera da administração.

14. (DNPM) Segundo o Manual do Orçamento 2010, o código

identifcador da natureza da receita pública é formado por seis

níveis distintos: C (Categoria Econômica); O (Origem); E

(Espécie); R (Rubrica); AA (Alínea); e SS (Subalínea).

Considerando as características dessa codificação, julgue os itens

abaixo como Verdadeiros (V) ou Falsos (F) e, em seguida,

assinale a opção correta.

I – A receita é classificada em quatro Categorias Econômicas.

II – Entre as Receitas Correntes, incluem-se as provenientes da

realização de recursos financeiros oriundos de constituição de

dívidas.

III – Espécie é o nível de classificação vinculado à Origem, e é

composto por títulos, que permitem qualificar com maior detalhe o

fato gerador de tais receitas.

IV – A Rubrica é o nível que detalha a Alínea com maior precisão,

especificando a origem dos recursos financeiros.

V – A Alínea é o nível que apresenta o nome da receita

propriamente dita e que recebe o registro pela entrada de recursos

financeiros.

A sequência correta é:

(A) F, F, V, F, V. (B) F, V, F, F, V. (C) F, V, V, V, F.

(D) V, V, F, F, F. (E) V, F, F, V, F.

15. (UNESP) Preencha as lacunas

Page 10: 2ª AULA RECEITA PÚBLICA - NOVO (Reparado)

PROFESSOR: PAULO LACERDA Orçamento Público – Receita Pública 4ª e 5ª AULAS

DÚVIDAS, SUGESTÕES E CRÍTICAS: [email protected] - INFORMAÇÕES SOBRE AFO: TWITTER: @PAULOJLACERDA 10

16. (AUDITOR INTERNO/MG) A receita pública passa por

um processo denominado estágios ou fases, até o seu

recebimento. Acerca dos estágios da receita pública, assinale a

opção correta.

A) A arrecadação caracteriza-se pela transferência dos recursos

diretamente ao caixa do tesouro.

B) A fixação da receita tem a finalidade de determinar a matéria

tributável, analisar seus elementos e calcular o montante do tributo

devido.

C) O lançamento por homologação é efetuado pela administração

sem a participação do contribuinte.

D) A arrecadação indireta ocorre quando entidades depositárias —

empregadores, bancos etc. — retêm valores do contribuinte,

providenciando, posteriormente, o recolhimento.

E) A previsão de todas as receitas deve observar o princípio da

unidade de tesouraria, vedada a fragmentação dos recursos em

caixas especiais.

1CECCE 2B 3E 4A 5C

6A 7C 8A 9B 10EECCC

11CEEEC 12ECEE 13 EC 14A 15BCA

16D