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A REVISTA DE GESTÃO PÚBLICA E POLÍTICA MAIS LIDA DO BRASIL Ano 30 - n° 273 - Maio / 2016 CIRCULAÇÃO NACIONAL Grande parte do progresso de Guarabira foi idealizado por Zenóbio Toscano, que começou sua vida pública como prefeito da cidade, em 1982 Estímulo à cultura no Brejo paraibano

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Grande parte do progresso de Guarabira foi idealizado por Zenóbio Toscano, que começou sua vida pública como prefeito da cidade, em 1982

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A REVISTA DE GESTÃO PÚBLICA E POLÍTICA MAIS LIDA DO BRASIL Ano 30 - n° 273 - Maio / 2016CIRCULAÇÃO NACIONAL

Grande parte do progresso

de Guarabira foi idealizado por

Zenóbio Toscano, que começou

sua vida pública como prefeito da cidade, em 1982

Estímulo à cultura

no Brejo paraibano

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T U D O P A R A S E U L A R

SUA SOMBRA ACOLHEDORA

O M E L H O R H OT E L D O B R E J O PA R A Í B A N O

W W W. F R A N C E H OT E L . CO M . B R

AV. ANTÔNIO PAULINO FILHO, S/N (PB 075), AREIA BRANCA | CEP: 58200-000 | GUARABIRA-PB

CO N TATO @ F R A N C E H OT E L . CO M . B R (83) 3271 - 2721 (83) 9 8741 - 0465

France Hotel, o mais novo hotel da cidade de Guarabira, conta com design

moderno e serviço eficiente trazendo um novo conceito em hospedagem, ‘‘ SUA

SOMBRA ACOLHEDORA’’ , buscando acolher com cortesia e hospitalidade assim

como a sombra de uma arvore a um homem castigado pelo sol.

O hotel recebe hospedes a lazer e a negócios, oferecendo 67 amplos e

confortáveis apartamentos, divididos em Flats, Suítes Superiores, Suítes

Executivas e Standars. Também conta com espaço para eventos, quartos para

portadores de necessidades especiais, espaço kids, business center, biblioteca,

room service, internet sem fio, estacionamento privativo, entre outros serviços.

C A P I T A LDO BREJO

A

SUA SOMBRA ACOLHEDORA

O M E L H O R H OT E L D O B R E J O PA R A Í B A N O

W W W. F R A N C E H OT E L . CO M . B R

AV. ANTÔNIO PAULINO FILHO, S/N (PB 075), AREIA BRANCA | CEP: 58200-000 | GUARABIRA-PB

CO N TATO @ F R A N C E H OT E L . CO M . B R (83) 3271 - 2721 (83) 9 8741 - 0465

France Hotel, o mais novo hotel da cidade de Guarabira, conta com design

moderno e serviço eficiente trazendo um novo conceito em hospedagem, ‘‘ SUA

SOMBRA ACOLHEDORA’’ , buscando acolher com cortesia e hospitalidade assim

como a sombra de uma arvore a um homem castigado pelo sol.

O hotel recebe hospedes a lazer e a negócios, oferecendo 67 amplos e

confortáveis apartamentos, divididos em Flats, Suítes Superiores, Suítes

Executivas e Standars. Também conta com espaço para eventos, quartos para

portadores de necessidades especiais, espaço kids, business center, biblioteca,

room service, internet sem fio, estacionamento privativo, entre outros serviços.

C A P I T A LDO BREJO

A

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T U D O P A R A S E U L A R

SUA SOMBRA ACOLHEDORA

O M E L H O R H OT E L D O B R E J O PA R A Í B A N O

W W W. F R A N C E H OT E L . CO M . B R

AV. ANTÔNIO PAULINO FILHO, S/N (PB 075), AREIA BRANCA | CEP: 58200-000 | GUARABIRA-PB

CO N TATO @ F R A N C E H OT E L . CO M . B R (83) 3271 - 2721 (83) 9 8741 - 0465

France Hotel, o mais novo hotel da cidade de Guarabira, conta com design

moderno e serviço eficiente trazendo um novo conceito em hospedagem, ‘‘ SUA

SOMBRA ACOLHEDORA’’ , buscando acolher com cortesia e hospitalidade assim

como a sombra de uma arvore a um homem castigado pelo sol.

O hotel recebe hospedes a lazer e a negócios, oferecendo 67 amplos e

confortáveis apartamentos, divididos em Flats, Suítes Superiores, Suítes

Executivas e Standars. Também conta com espaço para eventos, quartos para

portadores de necessidades especiais, espaço kids, business center, biblioteca,

room service, internet sem fio, estacionamento privativo, entre outros serviços.

C A P I T A LDO BREJO

A

SUA SOMBRA ACOLHEDORA

O M E L H O R H OT E L D O B R E J O PA R A Í B A N O

W W W. F R A N C E H OT E L . CO M . B R

AV. ANTÔNIO PAULINO FILHO, S/N (PB 075), AREIA BRANCA | CEP: 58200-000 | GUARABIRA-PB

CO N TATO @ F R A N C E H OT E L . CO M . B R (83) 3271 - 2721 (83) 9 8741 - 0465

France Hotel, o mais novo hotel da cidade de Guarabira, conta com design

moderno e serviço eficiente trazendo um novo conceito em hospedagem, ‘‘ SUA

SOMBRA ACOLHEDORA’’ , buscando acolher com cortesia e hospitalidade assim

como a sombra de uma arvore a um homem castigado pelo sol.

O hotel recebe hospedes a lazer e a negócios, oferecendo 67 amplos e

confortáveis apartamentos, divididos em Flats, Suítes Superiores, Suítes

Executivas e Standars. Também conta com espaço para eventos, quartos para

portadores de necessidades especiais, espaço kids, business center, biblioteca,

room service, internet sem fio, estacionamento privativo, entre outros serviços.

C A P I T A LDO BREJO

A

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Leitor

Chama do desenvolvimento

O Editor

&EstadosMunicípios

Editor GeralGuilherme Gomes - SJP-DF 1457

Conselho EditorialClovis Souza / Gerson Matos

Mauricio Cardoso / Rangel Cavalcante Renato Riella / Gerson de Castro / Getúlio Cruz

/ David Freire / Paulo Araújo / José Natal do Nascimento / Armando Cardoso

DiagramaçãoAndré Augusto Dias

Agências de NotíciasBrasil / Senado / Câmara

Petrobras / Sebrae / USP / FAPESP

PARCEIROS

BrasíliaCarla Alessandra dos S. Ferreira

Região NorteMeio & Mídia Comunicação Ltda

[email protected]@meioemidia.com

(11) 3964-0963

Rio de JaneiroCortez Consultoria

[email protected].: (21) 2487-4128

8197-6313 / 9478-9991

BahiaZé Maria

(71)9987-9441Interior

Antônio [email protected]

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Nacional e InternacionalBento Neto Corrêa [email protected]

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EndereçoSRTVS QD. 701, Conj. L

Ed. Assis Chateaubriand Bl. 1 sala 717 PC67Brasília/DF -70.340-906PABX: (61) 3034-8677

[email protected]

[email protected]

Tiragem 36 mil exemplares

As colunas e matérias assinadas não serão remuneradas e o texto é de exclusiva responsabilidade de seus autores

Sua revista de gestão, política e empreendedorismo

A passagem da tocha olímpica pela cidade de Guara-bira, no Brejo paraibano, vai ficar registrada na história do município e na trajetória política de Zenóbio Toscano, que começou sua vida pública como prefeito da cidade, em 1982, e atualmente cumpre seu segundo mandato no co-mando do município.

Escolhida pelo Comitê Olímpico Internacional como uma das 329 cidades para celebração do espírito olímpi-co, a chama percorreu uma cidade que estimula a leitura, incentiva a cultura e valoriza a qualidade de vida dos seus habitantes.

Grande parte deste legado foi construído na gestão do prefeito Zenóbio Toscano, como o projeto Ônibus do Saber, o Casarão do Artesanato, as academias de saúde espalhadas pela cidade, sistemas de drenagem de águas pluviais e a pavimentação de várias ruas da cidade, entre outras iniciativas.

O programa Pavimentando o Progresso, que prevê a pavimentação de bairros, conjuntos habitacionais e co-munidades rurais, vai beneficiar centenas de famílias que conviviam há muito tempo com a lama e a poeira. “Elas vão sair do isolamento, ganharão qualidade de vida e ainda terão seus imóveis valorizados”, explica o pre-feito.

Junto com o calçamento, a prefeitura também está in-vestindo pesado em sistemas de drenagem de águas pluviais. As obras já mudaram a realidade do centro da cidade, que historicamente ficava alagado nos períodos de chuva forte.

Ao contrário do cenário visto nos últimos 50 anos, agora a água acumulada pelas chuvas e que alagava as ruas do centro é escoada para o rio Guarabira através de ramais interligados que dão maior vazão para o escoamento.

E o Ônibus do Saber está levando cultura e conheci-mento aos estudantes da rede pública de ensino com um acervo itinerante que reúne mais de 1.200 publicações, entre livros, gibis e folhetos.

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CAPALocalizada no Brejo paraibano, a cidade de Guarabira, com

pouco mais de 50 mil habitantes, ganhou status de celebridade e mostrou que o progresso não é uma prerrogativa dos grandes cen-tros urbanos. Escolhida pelo Comitê Olímpico Internacional como uma das 329 cidades para celebração do espírito olímpico, ela mos-trou como a administração pública pode melhorar a qualidade de vida dos seus habitantes com ações simples.

28 | DIRETO DE BRASÍLIA Renato Riella

42 | MÍDIA Pedro Abelha

58 | ARTIGO Reinaldo Domingos

índiceEdição 273 - Maio / 2016

colu

nas

10 PolíticaNova batalha na reforma da Previdência 10Senadores defendem nova eleição e união nacional 12

14 NacionalGoverno pode reforçar programa habitacional 14MP federaliza rodovias concedidas 15Nordeste vai atuar em conjunto 16

18 EstadosSergipe está redefi nindo seus limites interestaduais 18Transferência de terras para o Amapá 19Bahia cria Complexos Integrados de Educação 20Espírito Santo é exemplo de transparência pública 21

22 MunicípíosBlumenau pavimenta ruas de acesso a bairros 22Ribeirão Preto promove iniciativas empreendedoras 23Cáceres investe na saúde pública 24Anápolis promove Conferência da Cidade 25

26 PatrimônioPampulha pode virar Patrimônio Mundial 26

27 Direitos HumanosBrasil acolhe refugiados de várias nacionalidades 27

30 SaúdeMais tecnologia na gestão do SUS 30Meta cumprida na campanha de vacinação 31

32 SocialAssistência social para todos os segmentos 32

33 EducaçãoSENAI contribui na qualidade do ensino 33

34 EconomiaCeará quer atrair novos investimentos 34Novo teto para rombo fi scal em 2016 35

36 InfraestururaContratos de concessão de aeroportos 36Atraso nas obras de transmissão de energia 37

38 AgriculturaTecnologia e gestão a favor do campo 38Café mineiro agrega tecnologia e atrai multinacionais 39

40 GestãoCAIXA e CNJ assinam convênio na área digital 40

44 Meio AmbienteCombustíveis menos poluentes 44Software avalia qualidade ambiental das cidades 45

46 TecnologiaArmazenamento genético 46

48 Câmaras & AssembléiasReceptor de chorume nos caminhões de lixo 48Madeira-Mamoré abandonada 49

50 EmpreendedorismoSebrae Empreendedor premia 12 prefeitos 50

51 PisciculturaPirarucu em cativeiro e piracema em Mato Grosso 51

52 TurismoParaty colonial 52

58 ArtigoOs jovens trabalhadores na boa luta 58

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C a p a

Guarabira, progresso no Brejo paraibano

A passagem da tocha olímpica pela cidade de Guarabira, no Brejo paraibano, vai ficar registrada na história do município e na trajetória política de Zenóbio Toscano, que começou sua vida pública como prefeito da cidade, em 1982, e atualmente cumpre seu segundo mandato no comando do município.

Escolhida pelo Comitê Olímpico Internacional como uma das 329 cidades para celebração do espírito olímpico, a chama percorreu uma cidade que estimula a leitura, incentiva a cultura e valoriza a qualidade de vida dos seus habitantes.

Grande parte deste legado foi construído na gestão do prefeito Zenóbio Toscano, como o projeto Ônibus do Saber, o Casarão do Artesanato, as academias de saúde espalhadas pela cidade, obras de drenagem e o programa pavimentando o progresso, entre outras iniciativas.

Ivanildo Santos e Francisco Netto

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C a p a

Ônibus do Saber Coordenado pelas secretarias

de Educação, Cultura e Turismo, o Ônibus do Saber é uma biblio-teca itinerante focada no público infanto-juvenil das escolas da rede municipal de ensino e a comuni-dade escolar.

Ele percorre todas as escolas públicas do município, com um acervo de mais de 1.200 livros, gibis e folhetos, sob a orientação de professores e funcionários da Biblioteca Municipal Rodrigues de Carvalho. A iniciativa também conta com o apoio do Instituto Al-pargatas, parceiro da gestão muni-cipal há vários anos.

O foco são os alunos das es-colas municipais, mas nada impede que os estudantes das escolas es-taduais e particulares desfrutem da biblioteca itinerante. “O objetivo é despertar na criançada o interesse e o gosto pela leitura, um instrumento fundamental na formação de qual-quer jovem”, ressalta o prefeito.

Zenóbio Toscano enfatiza que o projeto teve um baixo cus-

to para o município, mas que é de alta relevância para o desenvolvi-mento educacional das crianças.

Doado pela Polícia Fede-ral, o ônibus foi transformado e adaptado para funcionar como uma biblioteca móvel. O veículo recebeu prateleiras, ar condicio-nado e uma decoração persona-lizada, com pinturas de artistas da cidade.

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Casarão Inaugurado recentemente, o

Casarão do Artesanato é um espa-ço fixo para a exposição e comer-cialização de peças e obras feitas por artesãos do município, que passa a integrar a rota cultural da cidade.

Antiga reivindicação da co-munidade, o espaço vai beneficiar dezenas de artesãos e artesãs que divulgam a cultura da região atra-vés de suas artes. O Casarão do Artesanato funciona em um anti-go prédio da cidade, que foi total-mente recuperado pela prefeitura.

Segundo Zenóbio Toscano, além de criar um novo espaço cultural, o casarão mantém seu formato original, preservando e arquitetura das antigas edifica-ções da cidade.

Academias O município já conta com

23 academias de saúde espalha-das por vários bairros. Todas as unidades foram adquiridas com recursos próprios e contrapartidas do município, e beneficiam mora-dores da zona urbana e rural.

As academias estimulam a pratica de exercícios saudáveis e a integração da comunidade. O

acesso aos aparelhos é gratui-to e orientado por profissio-nais de educação física.

A implantação das aca-demias de saúde/muscula-ção está inserida em um pacote de melhorias, que inclui a construção de pra-ças e calçamentos, com-plementando a beleza das ruas e criando um novo espaço de lazer para os moradores.

C a p a

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Pavimentação Além de dezenas de ruas já

pavimentadas, outras 54 ruas estão recebendo obras de pavimentação e calçamento dentro do Programa Pavimentando o Progresso, totali-zando mais de 36.500 m² de pavi-mentação, ao custo de R$ 568 mil.

“Investir mais de meio milhão de reais, com recursos próprios, num momento de crise como esse, não é uma tarefa fácil”, ressalta o prefeito, que não esconde sua espe-rança em receber uma “ajudinha” do Governo Federal.

O programa, que prevê a pa-vimentação de bairros, conjuntos habitacionais e comunidades ru-rais, vai beneficiar centenas de famílias, que conviviam há mui-

to tempo com a lama e a poeira. “Elas vão sair do isolamento, ga-nharão qualidade de vida e ainda terão seus imóveis valorizados”, explica o prefeito.

A nova etapa do Programa Pavimentando o Progresso bene-ficia os seguintes locais:: Bairro Novo, Conjunto João Cassimiro, Bairro Santa Terezinha, Bairro Juá, Conjunto Alda Pimentel, Distrito de Cachoeira dos Gue-des, Sítio Contendas, Conjunto Assis Chateaubriand, Bairro Cor-deiro, Bairro Primavera, Centro da cidade, Conjunto Alto da Boa Vista, Bairro das Nações, Bair-ro Esplanada, Comunidade Alto da Boa Vista (Dist. de Pirpiri), Conjunto Clóvis Bezerra, Con-junto Lucas Porpino, Conjunto Mutirão, Sítio Maciel de Cima, e Avenida do Futuro (ligação dos bairros Nordeste e Esplanada).

Drenagem Junto com o calçamento, a

prefeitura também está investin-do pesado em sistemas de drena-gem de águas pluviais. As obras já mudaram a realidade do cen-tro da cidade, que historicamen-te ficava alagado nos períodos de chuva forte.

Ao contrário do cenário visto nos últimos 50 anos, agora a água acumulada pelas chuvas e que alagava as ruas do centro está sen-do escoada para o rio Guarabira, com a instalação de ramais inter-ligados ao sistema de drenagem da Avenida Dom Pedro II, dando maior vazão para o escoamento.

O prefeito Zenóbio Toscano garante que a situação ficará ain-da melhor, quando a obra estiver totalmente concluída, com a ins-talação de tubulações em outros trechos do centro da cidade.

Orçada em R$ 6 milhões, a obra foi bancada com recursos próprios e emendas parlamentares no Congresso Nacional. O sistema capta a água da chuva através de uma rede de galerias e deságua pelo gabião construído nas proxi-midades da Rua Getúlio Vargas.

C a p a

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P o l í t i c a

Nova batalha na reforma da Previdência

Enquanto o governo discute com as centrais sindicais uma pro-posta de reforma da Previdência Social, que deverá ser apresenta-da nas próximas semanas ao Con-gresso Nacional, a expectativa de rombo previdenciário continua subindo.

Segundo o Ministério do Pla-nejamento, a previsão oficial para o rombo do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) neste ano su-biu de R$ 136 bilhões, em março, para R$ 146 bilhões em maio des-te ano. As estimativas constam do relatório de receitas e despesas do orçamento federal de 2016, relati-vo ao segundo bimestre.

A nova previsão é de que o pagamento dos benefícios do INSS atinja a marca inédita dos R$ 500 bilhões em 2016 - contra R$ 436 bilhões no ano passado. Ao mesmo tempo, a arrecadação lí-quida do INSS deverá totalizar R$

356 bilhões neste ano, em com-paração com 350 bilhões no ano passado.

Idade mínima A antiga equipe econômica,

da presidente afastada Dilma Rousseff, já vinha indicando a necessidade de reformar as regras da Previdência So-cial. Em fevereiro, a equipe informou que a idade mé-dia de aposentadoria no Brasil é de 58 anos, abai-xo de todos os demais países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) - cuja idade média de aposentadoria é de 64,2 anos.

Agora, a equi-pe econômica do gover-no interino, comandada pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, defende que se estabe-leça uma idade mínima para aposentadoria pelo INSS, como medida fundamental para ga-rantir o financiamento da Previdência.

“Estamos estu-dando quais as regras de transição. Existem

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P o l í t i c a

Resistência Entretanto, a proposta já sofre

resistências por parte das centrais sindicais. O presidente nacional da Força Sindical e um dos princi-pais articuladores do processo de impeachment, o deputado federal Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força, classificou de “estapafúrdias” as propostas de reforma na Previdência Social de-fendidas por Meirelles.

Golpe

Em nota oficial assinada pelo presidente Vagner Freitas, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) desmentiu matérias pela imprensa e reiterou que não vai negociar propostas de reforma da Previdência Social com o governo em exercício.

“A CUT não recuou em rela-ção à negociação com o governo golpista e reitera que NÃO vai ne-gociar com o vice-presidente Mi-chel Temer nem com os ministros interinos retrocessos, tampouco retirada de direitos. Nós nunca afirmamos isso”.

“Em primeiro lugar, a CUT não delega a dirigentes de outras

centrais sindicais a autoridade de expressar sua posição, como está claro na matéria do Estadão. A po-sição da CUT, expressa pelo seu presidente Vagner Freitas, e pelo secretário-geral Sérgio Nobre, emana das instâncias da central e é clara: não vamos negociar com um governo fruto de um golpe institucional qualquer reforma da Previdência Social que retire direi-tos dos trabalhadores”.

“Que fique claro para toda a sociedade brasileira: a CUT é con-tra o aumento da idade mínima para aposentadorias e considera esta proposta um ataque aos direi-tos dos trabalhadores, que é parte do golpe em curso. A CUT sempre alertou que o golpe era contra a classe trabalhadora”.

“A CUT continuará discutin-do com as demais centrais sindi-cais propostas de mobilização em defesa dos direitos trabalhistas e previdenciários ameaçados pelos planos do governo interino e ile-gítimo de Temer”.

“Em reunião com a Força Sindical e a UGT, realizada sex-ta-feira, dia 20, reafirmamos nos-so compromisso com o Fórum das Centrais Sindicais, criado em 2010. Neste Fórum, debatemos os interesses da classe trabalhadora e levamos propostas para impedir retrocessos e retirada de direitos”.

“A CUT vai, sim, interferir nas propostas para proteger os tra-balhadores. Isso não significa ne-gociar com Temer. Isso significa que vamos cumprir o nosso papel de representantes da classe traba-lhadora”.

grupos com estudos bastante avan-çados sobre isso”, completou. “O que precisa é uma determinação de governo. Vamos fazer. E apre-sentar uma proposta factível para sociedade. Idade mínima com uma regra de transição.”, afirmou o ministro.

A proposta de reforma da Previdência em discussão no go-verno atinge os atuais trabalhado-res, com regras de transição para reduzir os impactos para quem está perto de se aposentar. Somen-te não seria prejudicado quem já está aposentado ou completou os requisitos para requerer o benefí-cio antes da mudança nas regras

Governo quer estabelecer idade mínima para aposentadoria

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P o l í t i c a

Senadores defendem nova eleição e união nacional

O senador Cristovam Buarque (PPS-DF) su-geriu a realização de

eleições presidenciais antecipadas como forma de superar a crise po-lítica e buscar uma saída para os “momentos difíceis” que esperam o Brasil nos próximos meses.

Para ele, a presidente afasta-da Dilma Rousseff perdeu a opor-tunidade de apresentar mais cedo a proposta de antecipação das eleições presidenciais, mas Michel Temer poderia tomar essa iniciati-va: “O pleito antecipado consisti-ria em alívio na atual situação de “tragédia”, e o país não pode ficar muito tempo com dois presidentes da República e dois presidentes da Câmara dos Deputados”.

O senador João Capibe-ribe (PSB-AP) voltou a criticar o processo de afastamento da presi-dente Dilma Rousseff. Ele afirmou

que o impeachment é uma opção pelo confronto e agrava a crise econômica e política do país.

Segundo o senador, a popu-lação já tem receio de ver diminu-ída a rede de proteção social ga-rantida na Constituição de 1988. Ele também lamentou a opção do Senado em apoiar o processo de impeachment e voltou a defender novas eleições presidenciais.

União nacional O senador Waldemir Moka

(PMDB-MS) afirmou que é preciso uma grande “união nacional” em torno de uma solução para o Bra-sil. E que, para isso, é preciso de-terminação e sacrifício pessoal de cada um, inclusive para aprovar medidas impopulares, mas que se fazem necessárias para resolver a crise que afeta o país.

“Quero crer que, se nos des-pirmos das nossas dificuldades

político-partidárias, do viés ide-ológico, e pensarmos acima de tudo no país, haveremos de con-seguir colocar o país no rumo do crescimento, do desenvolvimento e do progresso”, declarou.

Moka reiterou que vai “en-grossar as fileiras” dos que que-rem o melhor para o Brasil, mas que isso não significa apoio incondicional ao governo em exercício.

“Não é porque o presidente em exercício é do meu partido que vou compactuar com todas as medidas e decisões tomadas pelo governo”, afirmou, ressaltando que confia na capacidade do pre-sidente Michel Temer de aprovar as reformas necessárias para con-ter a crise, sem colocar em risco a garantia de direitos já adquiridos e levando em conta os anseios da sociedade.

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ANR_21x28cm_ALBA CULTURAL_ALBA.indd 1 5/27/16 11:12

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N a c i o n a l

Governo pode reforçar programa habitacional

O ministro das Cidades, Bruno Araújo, infor-mou que o governo es-

tuda a criação de um programa habitacional e de saneamento que, por meio de parcerias pú-blico-privadas (PPPs), beneficiará parcelas da população que atual-mente não são atendidas pelo Mi-nha Casa, Minha Vida (MCMV).

Ele garantiu que o programa continuará “firme e forte” e ainda poderá ser fortalecido com novas medidas de captação de capital privado em habitações e saneamento. “Quan-do esse desenho de programa estiver pronto e tiver autorização da

Presidência da República, vamos apresentá-lo à sociedade”, afir-mou.

Segundo Bruno Araújo, esse reforço para a construção e en-trega de mais unidades habitacio-nais, com perfil diferenciado do programa original, seria feito por meio de PPPs. Ele explicou que uma das idéias é fornecer terre-nos para que a iniciativa privada construa unidades para a popu-lação em troca da exploração de serviços comerciais vinculados às moradias.

“Esse é apenas um exemplo de formas para trazer recursos da iniciativa privada a fim de prover mais alternativas de habitação e saneamento para a população”, disse.

Preservado De acordo com o ministro,

o mais importante neste momen-to é saber que o programa está preservado. “Da minha parte, não há hipótese nenhuma de suspen-são do Minha Casa, Minha Vida, a não ser que venha por meio de alguma autorização de instituição superior que encontre fundamen-tos para isso. Mas não vejo essa possibilidade nem no TCU (Tribu-nal de Contas da União) nem em nenhum outro órgão”, ressaltou.

Na avaliação do ministro, além de diminuir o déficit habita-cional do país, o Minha Casa, Mi-nha Vida poderá também ajudar o governo a reativar a economia e estancar esse processo de aumen-to do desemprego, possibilitado acesso ao mercado de trabalho de forma muito rápida.

“Essa é a defesa que farei junto à equipe econômica, para

garantir os recursos que o pro-grama precisa”, concluiu

Bruno Araújo.

Page 15: 273 / Maio

E s t a d o s & M u n i c í p i o s 15

N a c i o n a l

MP federaliza rodovias concedidas

A Câmara dos Deputados aprovou a medida provi-sória que autoriza a União

a reincorporar trechos da malha rodoviária federal transferidos aos estados e ao Distrito Federal com base na MP 82, de 2002.

Os trechos terão de aten-der a critérios definidos na Lei 12.379/11, entre eles o de: pro-mover a integração regional, in-terestadual e internacional; ligar capitais de estados entre si ou ao Distrito Federal; atender a fluxos de transporte de grande relevân-cia econômica; e promover liga-ções indispensáveis à segurança nacional.

O relatório mostra que, dos 14,5 mil km transferidos a 15 es-tados em 2002, pouco mais de 10 mil km voltam ao controle da União: a maior parte em Minas Gerais (2,8 mil km), Rio Grande do Sul (1,8 mil km) e Bahia (1,3 mil km).

A reincorporação será em caráter irretratável e irrevogável, por meio de um termo assinado entre os envolvidos, estabele-cendo que todas as despesas re-alizadas pelos estados nas rodo-vias federais devolvidas à União serão de responsabilidade desses entes federados e não se consti-tuirão em obrigação do Governo Federal.

Estados e DF terão ainda de renunciar a qualquer ação em juí-zo contra a União pedindo ressar-cimento ou indenização por des-pesas anteriormente transferidas.

Obras

Segundo o governo, a rein-corporação nesse momento de alguns trechos ou de rodovias in-teiras se justifica devido ao pro-grama de concessões de rodovias federais e ao fato de existirem obras no âmbito do Programa

de Aceleração do Crescimen-to (PAC) nessas rodovias, cuja conclusão será posterior a de-zembro de 2015, data final da permissão dada ao Departa-mento Nacional de Infraestru-tura de Transportes (Dnit) para aplicação em obras nas rodovias transferidas aos estados.

Assim, será admitida a con-tratação, até 31 de dezembro de 2018, de empreendimentos e a continuidade dos atuais relacio-nados a duplicação e artes espe-ciais (pontes, viadutos, etc.) até sua conclusão.

Durante esse período, o ór-gão também será responsável pela tutela do uso das faixas de domí-nio (as laterais da pista), compre-endendo a fiscalização, a regula-ção, a operação e a cobrança de taxas pelo uso dessas áreas assim como o direito ao ressarcimento por danos causados pelo uso in-devido delas.

Page 16: 273 / Maio

16 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

N a c i o n a l

Reunidos em Maceió, os nove governadores do Nordeste debateram a atu-al situação política e eco-nômica do país e fi rmaram um posicionamento único

em torno de várias questões que envolvem a região.

Articulador do encontro, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), reiterou que um acordo es-tabelecido entre os governadores em 2014 fi rmou que os estados nordestinos atuariam em con-junto nos principais assuntos do país, evitando soluções isoladas.

“O Nordeste foi desprezado durante décadas, e só nos últimos anos nós vimos chegar universi-dades, investimentos educacio-nais, empregos, e o Nordeste não quer perder essa posição. E por isso há um sentimento dos gover-nadores que nós devemos cami-nhar sempre juntos, em posição unifi cada”, enfatizou Rui Cunha..

No encontro, os governado-res manifestaram preocupação com a possibilidade de cortes no programa Bolsa Família e chega-ram a citar o risco dos estados da região fi carem “ingovernáveis” sem os benefícios, especialmente em época de seca. Hoje, metade das 13,9 milhões de famílias de benefi ciárias é da região.

Blindagem O tema foi um dos pontos

centrais da reunião, já que a ma-nutenção de programas sociais fez parte de uma carta assinada pelos nove chefes de estado da região. Eles querem evitar qualquer tenta-tiva de reavaliação dos programas sociais e se comprometeram a lu-tar arduamente para evitar qual-quer tipo de redução da verba.

“Vamos blindar qualquer proposta de redução com a pres-são dos governadores. Não pode-mos abrir mão do Bolsa Família; que foi uma conquista para o nos-so povo em uma região marcada pelas desigualdades sociais”, afi r-mou o governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PSD).

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), disse que existe um nítido temor nos gover-nantes da região com o futuro do programa.

Nordeste vai atuar em

Reunidos em Maceió, os nove governadores do Nordeste debateram a atu-al situação política e eco-nômica do país e fi rmaram um posicionamento único

em torno de várias questões Governadores querem evitar

soluções isoladas

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N a c i o n a l

“Quando você dogmatiza o suposto ajuste fiscal passamos a ter esse risco. Temos assistido ma-nifestações de ministros interinos muito contraditórias: já se falou em limitação do Sistema Único de Saúde, em restrição ao Bolsa Família, e são questões muito pre-ocupantes”, afirmou.

Diálogo Para o governador pernam-

bucano Paulo Câmara (PSB), é preciso diálogo com o Governo Federal para aprimorar e benefi-ciar mais pessoas no programa. “Eu discordo de qualquer redu-ção. Acho que a gente pode tra-balhar no aprimoramento dos pro-jetos sociais, podendo até gastar a mesma coisa e fazendo mais. Aí cabe criatividade, determinação e muito diálogo. E é o que espera-mos desse governo”, afirmou.

O petista Wellington Dias, governador do Piauí, disse que os governadores de-vem ser intransigentes na luta pela manutenção do programa.

“O que defendo é que a gente tenha uma posi-ção firme na defesa dessas conquistas sociais no Nor-deste, especialmente da parte mais pobre”, alegou.

O governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, lembrou que o projeto de Dilma e Temer na eleição era manter e ampliar o programa. “Votei em um projeto que inclui um generoso projeto social. Independente de quem go-verne, não se pode abrir mão das conquistas sociais. Isso é uma luta nossa”, destacou.

Carta Entre as propostas da carta

assinada por todos os governa-dores, estão a participação nas discussões sobre ajuste fiscal que repercutam nos estados e muni-cípios; apoio ao projeto de alon-gamento da dívida dos estados, com carência de 12 meses para as dívidas com a União e quatro anos para dívidas financiadas pelo BNDES; autorização para con-tratação de novas operações de crédito, como forma de retomada

dos investimentos e geração de emprego; e a criação pela União do PreviFederação para atender aos estados que instituíram a Pre-vidência Complementar.

O documento ainda defende a manutenção das obras estrutu-rantes, especialmente as hídri-cas, a exemplo da transposição do Rio São Francisco; adoção de medidas para superar o sub-financiamento do Sistema Úni-co de Saúde (SUS); a construção de uma Política Nacional de Segurança Pública, abrangen-do controle de fronteiras, uni-formização nacional de Índices de Crimes Violentos Letais In-tencionais (CVLIs) e o estabele-cimento de critérios de repasse automático de 50% dos recursos do Fundo Penitenciário Nacional (Fupen) para os estados, utilizan-do o critério de rateio do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE).

CONJUNTO

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Sergipe está redefinindo seus limites interestaduais

O governo de Sergipe já ini-ciou o mapeamento de várias regiões do estado para redefinir seus limites interestaduais com o estado da Bahia. O processo de remapeamento de limites inte-restaduais e intermunicipais vem sendo realizado em várias regiões do país com o apoio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísti-ca (IBGE).

Os mapas e leis existentes que comprovam a divisa dos dois estados datam dos anos 40 e estão completamente defasados, já que não existe legislação que descreva com precisão as divisas estaduais brasileiras, apenas decretos-Lei.

“Como nessa região não exis-te nenhum rio ou evento natural que delimite a divisa, as comuni-dades foram nascendo em algu-mas faixas que estão exatamente entre os dois estados”, explica

o superintendente de Estudos e Pesquisas da Secretaria do Plane-jamento, Orçamento e Gestão de Sergipe (Seplag), Ciro Brasil.

Os novos limites serão de-marcados através de coordenadas geográficas, com pontos precisos, para que não haja problemas futu-ros. A partir daí, a Seplag e o IBGE trabalharão para a elaboração de leis que validem o trabalho.

Ocupação Segundo Nelson Dias, do

IBGE de Sergipe, com o avanço das tecnologias de mapeamento, principalmente a partir da déca-da de 1990, passaram a ficar evi-dentes os problemas de ocupação do território, visto que os agentes públicos tinham dificuldade de reconhecer, no campo, os limites estabelecidos nessas leis antigas.

“Com isso, é comum termos hoje municípios administrando território - com povoados, assen-tamentos e empreendimentos pri-vados - que segundo a lei vigente, pertence ao município vizinho, o qual, em certos casos, é um muni-cípio de outro estado”, enfatiza o técnico do IBGE.

As redefinições que foram mapeadas passam pelos municí-pios de Canindé de São Francisco, Poço Redondo, Monte Alegre de Sergipe, Nossa Senhora da Gló-ria, Carira, Pinhão e Simão Dias, em Sergipe; e Santa Brígida, Pedro Alexandre, Coronel João Sá e Pari-piranga, pertencentes à Bahia.

O trabalho é fundamental para que ambos os estados possam iden-tificar de fato qual terra cabe a cada um, e assim atuar de forma mais efi-ciente na administração e no desen-volvimento desses locais.

Canindé de São Francisco

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Transferência de terras para o Amapá

Instituições governamentais, iniciativa privada e representan-tes de entidades sociais começa-ram a discutir os mecanismos para a efetivação da transferência de terras da União para o estado do Amapá, processo autorizado des-de abril pelo Governo Federal, via decreto presidencial.

Juntamente com os Minis-térios Públicos Estadual (MPE) e Federal (MPF), os representantes das entidades já pactuaram os ritos de transparência que serão adotados nos procedimentos para a regularização fundiária das glebas que passarão ao do-mínio do estado.

Os representantes das entida-des sociais demonstraram preocu-pação com o direito de comuni-dades tradicionais, quilombolas e pequenos produtores frente ao

poder econômico dos médios e grandes produtores, principalmente quanto aos investidores da produ-ção de grãos – o agronegócio.

“Defendemos que o repasse das terras seja feito de forma jus-ta e correta, para que os interesses de grandes posseiros não sobre-ponham o direito dos pequenos, que, durante décadas, sobrevivem no campo”, afirmou o coordena-dor da Comissão da Pastoral da Terra, Sisto Magro.

Transparência Para o diretor de Ordenamen-

to do Instituto do Meio Ambiente e de Ordenamento Territorial do Amapá (Imap), Robson Alberto, o decreto que regulamenta a transi-ção de terras estabelece regras bem definidas no processo. Segundo ele,

a forma como o estado conduzirá os procedimentos não vai passar por cima de nenhuma das classes de trabalhadores rurais.

Ele ressaltou que logo depois da assinatura do decreto, o gover-nador Waldez Góes determinou que os órgãos do estado envolvidos com a questão fundiária, em parce-ria com outros da União, formassem uma comissão que agregue todas as entidades da organização social, empresariado e de meio ambiente para que todos acompanhem cada passo do processo.

“E assim será feito. Seremos transparentes em cada passo. O direito de pequenos, médios e grandes produtores, assim como das comunidades tradi-cionais, quilombolas, assenta-dos, será respeitado”, afirmou Robson Alberto.

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Bahia cria Complexos Integrados de

Educação

O governo da Bahia criou três novos Complexos Integrados de Educação (CIE) nos municípios de Itabuna, Itamaraju e Porto Se-guro. As unidades oferecerão edu-cação básica e ensino superior no mesmo espaço, beneficiando dire-tamente três mil estudantes.

A disseminação dos comple-xos integrados é resultado do pro-grama Educar para Transformar, realizado em parceria com insti-tuições de ensino superior. Neste caso, a cooperação é com a Uni-versidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), responsável pela gestão pedagógica das unidades.

Segundo o secretário de edu-cação, Osvaldo Barreto, no tur-no diurno os complexos abrigam

ações de Educa-ção em Tempo Integral e, no turno noturno, ofer-tam a Educação de Jovens e Adul-tos (EJA) e o Ensino Médio Regular voltado a jovens e trabalhadores.

Os Complexos também abri-gam o ensino superior, com foco na formação de professores, por meio das Licenciaturas Interdisci-plinares ofertadas pelos Colégios Universitários (Cunis), da UFSB. Com a ação, estudantes do ensi-no médio de escolas públicas da região têm 85% das vagas dire-cionadas para os cursos de gradu-ação nos Colégios Universitários localizados em escolas da rede estadual.

Eficiência O Reitor da UFSB,

Naomar Almeida Filho, ressalta a importância dos complexos para o desen-volvimento das regiões em que são instalados. “Os alunos, sem sair de onde moram, podem entrar na universidade, cumprindo atividades do primeiro ci-

clo em licenciaturas interdiscipli-nares, cujo campo de prática é a escola de ensino médio”.

Outra vantagem é que a fór-mula permite a formação do pro-fessor no local em que ele reside, aumentando a probabilidade de se tornar um docente da região

Agora, os colégios estaduais Dona Amélia Amado (Itabuna), Pedro Álvares Cabral (Porto Segu-ro), Inácio Tósta Filho e Polivalen-te (Itamaraju) já estão oficialmen-te transformados e reconhecidos com Complexos Integrados de Educação.

Educação básica e ensino superior no mesmo espaço

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Espírito Santo é exemplo de transparência pública

Com apoio do Banco Mun-dial, o governo do Espírito Santo vai implantar no Brasil o Projeto Piloto de Modernização do Con-trole Interno, alinhado aos pa-drões internacionais e parâmetros da União Européia. Reconhecido pelo Ministério Público Federal (MPF) como referência nacional na transparência das contas públi-cas, o estado foi destaque da con-ferência “Controle Interno no Bra-sil -Desafios e Oportunidades de Melhoria” realizado em Brasília.

Promovido pelo Banco Mun-dial, o evento reuniu especialistas internacionais e representnates de órgãos de controle interno de dife-rentes entidades públicas e privadas brasileiras, para debater estratégias de aperfeiçoamento do sistema na-cional de controle interno em todos os níveis de governo – municipal, estadual e federal.

O governador Paulo Har-tung (PMDB) defendeu austerida-de na aplicação dos recursos pú-blicos e ressaltou que o país precisa avançar na transparência das contas públicas: “Tenho orgulho do atual sistema que implantamos no Espírito Santo, mas temos conhecimento que precisamos avançar e, até mesmo, redesenhar nosso sistema a partir das boas práticas e experiências interna-cionais”, ressaltou.

Para o diretor do Banco Mun-dial no Brasil, Martin Raiser, o

modelo aplicado pelo Espírito Santo é um exemplo de gestão pú-blica que pode mudar a realidade de um es-tado e de um país. “É com muito prazer que vamos desenvolver esse trabalho piloto com o Espíri-to Santo para servir de referência para o restante do país”, afirmou o diretor.

Nota 10 O governo do Espírito San-

to foi o primeiro colocado no Ranking Nacional dos Portais da Transparência elaborado pelo Mi-nistério Público Federal (MPF),

que analisou o índice de transparência das cotas públicas dos 26 estados brasileiros e o Distrito Federal.

O levantamento foi idealizado pela 5ª Câmara de Coordena-

ção e Revisão do MPF (Combate à Corrupção), com base na transpa-rência das contas públicas como instrumento de fortalecimento da participação social no controle das receitas e despesas.

O projeto avaliou índices de transparência passiva e ativa, in-cluindo itens como divulgação de salários de servidores, diárias, có-pias de contratos, licitações, em-penhos, entre outros.

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Blumenau pavimenta ruas de acesso a bairros

O Programa Pavimenta Ação, sistema de mutirão coordenado pela prefeitura de Blumenau (SC) para executar obras de pavimen-tação de ruas e melhorias nas co-munidades, espera que mais de 70 obras sejam concluídas até o final do ano.

Conquistando cada vez mais credibilidade, o Programa traba-lha uma importante parceria entre o poder público e a população na realização de novas obras, am-pliando o acesso dos bairros a pavimentações. Por meio dele, os moradores contribuem com cerca de um terço dos custos das exe-cuções, referentes ao pavimento, enquanto a Prefeitura investe os dois terços restantes para as de-mais etapas, como drenagem e terraplanagem.

A ordem de realização do pavimento nas ruas é definida por critérios rígidos, pautados exclusivamente no mérito das

comunidades, que arrecadam os valores de modo autônomo. Desde o projeto inicial até a con-clusão das benfeitorias, a Secre-taria de Obras presta suporte e faz os encaminhamentos sem in-terferir na gestão financeira dos moradores, que acompanham os trâmites por meio de comissões.

De acordo com o ultimo ba-lanço de atividades, 36 ruas estão pavimentadas, cinco seguem com obras em execução, 25 novas pa-vimentações tramitam em licita-ção, e outras quatro já tiveram os processos finalizados e estão com as empresas em contratação.

Turismo Além de melhorar a qualidade

de vida dos moradores, a pavimen-tação torna a cidade ainda mais atraente para o turismo, que recen-temente ganhou seu primeiro Plano Municipal da história de Blumenau,

sancionado pelo prefeito Napo-leão Bernardes.

O documento foi construído coletivamente por mais de 100 representantes do poder público e da iniciativa privada, e trata dos programas e das ações necessá-rias para o fomento e crescimen-to da atividade turística de forma sustentável.

“O turismo é um dos princi-pais pilares econômicos de Blu-menau e esse documento mostra que a cidade está comprometida com o futuro do setor”, afirmou o prefeito.

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Ribeirão Preto promove iniciativas empreendedoras

Com menos de dois anos de existência, o Movimento Empre-ende Ribeirão Preto (Mover) já promoveu mais de 500 iniciativas para fortalecer o empreendedoris-mo na região, sendo 150 eventos em 2014 e 380 em 2015.

Para chegar a esse expressivo resultado, o movimento ampliou o número de locais de inovação, onde são realizados os encontros, palestras, workshops e outros, de 9 para 22 unidades.

De acordo com o Movimen-to, mais de 16 mil pessoas já foram impactadas e o número de negó-cios gerados a partir de iniciativas do Mover saltou de 70 projetos e parcerias realizadas em 2014 para 206 no último ano.

Segundo o gerente do Supe-ra Parque de Inovação e Tecno-logia, Eduardo Cicconi, o Mover deu uma nova dimensão à cultura

empreendedora: “Conseguimos organizar e fortalecer as iniciati-vas ligadas ao empreendedorismo e consolidar uma agenda comum que permitiu que os atores presti-giem um maior número de inicia-tivas, fortalecendo os seus conta-tos e iniciando novos negócios”, enfatizou o gerente, que também é co-criador do Movimento.

Mover O Movimento busca prati-

car ações que contribuam para a formação de uma cultura em-preendedora na região, que se resume em dois pilares: aproxi-mação de todos os agentes rele-vantes para o empreendedoris-mo e a conscientização de que todos podem contribuir para a formação de um ambiente mais favorável ao empreendedorismo

e que toda a comunidade tem a ganhar com isso.

A estratégia é fomentar o empreendedorismo através da aproximação de seus agentes em prol da formação de um ecossis-tema mais favorável à execução de novos negócios para o desen-volvimento da comunidade e da região.

O Supera Parque de Inovação e Tecnologia de Ribeirão Preto é resultado de uma parceria entre a Fipase, a Universidade de São Paulo (USP), Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto e Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo.

Ao todo, são 51 empresas instaladas no Parque, sendo: 40 delas na Supera Incubadora de Empresas de Base Tecnológica; 12 empreendimentos no Centro de Negócios.

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Cáceres investe na saúde pública

A prefeitura de Cáceres (MT) inaugurou mais uma moderna e completa Unidade Básica de Saú-de (UBS) para aten-der os moradores de quatro bairros do município. A UBS do Jardim Paraíso estava desativada há anos e foi resgatada por de-terminação do pre-feito Francis Maris.

Com mais de 380 metros quadra-dos de área construí-da, a obra de reforma e ampliação custou R$ 520 mil. Deste montante, R$ 280 mil foram executados com recursos próprios da prefeitura, outros R$ 240 mil foram de verbas federais advindas do Ministério da Saúde.

A UBS tem capacidade para atender até 8 mil pessoas, o dobro do que as outras unidades atendem mensalmente, e a equipe de saú-de será composta por enfermeiro, técnico de enfermagem, médico, agentes comunitários, dentista e au-xiliar de dentista.

Segundo o prefeito, a reati-vação da unidade de saúde é re-sultado de uma eficiente gestão financeira, já que enquanto mui-tas prefeituras estão fechando suas portas, o município bancou mais da metade da obra com recursos próprios. “Isto é gestão. Tivemos

que adotar medidas austeras para que tivéssemos este equilíbrio fi-nanceiro”, destacou.

Mais saúde Além da UBS recém-inaugu-

rada, outras duas unidades estão sendo construídas, e outras dez estão recebendo reparos e peque-nas reformas.

O secretário de Saúde, Roger Alessandro, enfatizou que a nova UBS foi reformada rigorosamente de acordo com o que preconiza o Ministério da Saúde. “Este é um prédio moderno, construído para

atender dá melhor forma possível às equipes de saúde, diferente de quando temos que adaptar uma casa ou outro prédio qualquer.”

A reativação da UBS do Jar-dim Paraíso é uma antiga reivin-dicação da comunidade, que nem acreditava mais no atendimento dessa demanda.

“Quando esta obra foi lança-da não acreditei que fosse concre-tizada, pois era o dia 1º de abril, Dia da Mentira, mas agora esta-mos felizes em ver que era verda-de”, comemorou o presidente da Associação de Moradores, conhe-cido como “seo Juca”.

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Anápolis promove nova etapa da Conferência da Cidade

A cidade de Anápolis sediou mais uma etapa da Con-ferência Municipal da Ci-

dade, que reuniu representantes do poder público e da sociedade, para pensar no desenvolvimento urbano com toda a infraestrutura necessária.

A etapa municipal busca a integração de todos os segmen-tos da sociedade em um planeja-mento que garante recursos para investir em áreas como habita-ção; acessibilidade e mobilidade; transportes e trânsito; saneamen-to, meio ambiente e regularização fundiária.

O prefeito João Gomes (PT) destacou que, para pensar numa cidade em que todos tenham di-reitos, é preciso contar com a participação e opinião de todos. “Neste momento conhecemos mais sobre a economia de Aná-polis, suas potencialidades e quais

caminhos podemos traçar para conseguir um desenvolvimento com qualidade de vida.”

Segundo o secretário muni-cipal de Obras, Serviços Urbanos e Habitação, Leonardo Viana, os participantes tiveram a oportuni-dade de debater assuntos como a política municipal de desenvolvi-

mento sustentável em conformi-dade com o Plano Diretor Partici-pativo.

Além de palestras, mesa-redonda e grupos de estudo, a Conferência elegeu os delegados que representarão o município na Conferência Estadual de Goiás e os novos integrantes do Conselho Municipal da Cidade de Anápolis para o mandato 2017/2020.

Portal de leis O governo de Anápolis tam-

bém aperfeiçoou o Portal das Leis do Município disponibilizado no site da prefeitura. Agora, o cida-dão que acessa o endereço tem à disposição uma página mais sim-ples, intuitiva e completa.

De acordo com o secretário municipal de Governo, Mozart Soares, diversas melhorias foram agregadas para garantir maior transparência e mais agilidade para os usuários na realização de consultas através do portal, ofe-recendo opções de busca avan-çada por: Tipo de lei (promulga-da, complementar ou ordinária); Ementa; Ano; Número da Lei.

Para facilitar o acesso, as leis foram organizadas de acordo com seu tipo e ano. O portal conta com recursos de acessibilidade e, além disso, pode ser acessado por com-putadores, tablets e smartphones.

“Neste momento conhecemos mais sobre a economia de Anápolis, suas potencialidades e quais caminhos podemos traçar para conseguir um desenvolvimento com qualidade de vida.”

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P a t r i m ô n i o

Pampulha pode virar Patrimônio Mundial

O Conjunto Moderno da Pam-pulha, em Belo Horizonte (MG), se aproximou ainda mais do título de Patrimônio Cultural da Humani-dade. O parecer final da Unesco, já encaminhado ao Itamaraty, enaltece a singularidade do projeto arquitetô-nico, seus aspectos genuínos e termi-na sendo favorável à sua elevação a Patrimônio Cultural da Humanidade.

O parecer não é o último pas-so, que está marcado para o dia 20 de julho, em Istambul, quan-do cerca de 200 países que com-põem a Unesco se reunirão e o conjunto será analisado em última instância. Se for aprovado, Belo Horizonte, embora seja uma cida-de nova, terá um sítio reconheci-do pelo maior órgão de proteção da cultura no mundo.

O presidente da Fundação de Cultura, Leônidas Oliveira,

explica que a possível concessão do título exigirá o compromisso de toda a cidade e do país com a salvaguarda das obras dos grandes mestres da modernidade brasileira.

“Será necessário, e de forma permanente, o aprimoramento das políticas públicas dos órgãos da Federação, como IPHAN, IE-PHA e Fundação Municipal de Cultura, visando ao monitoramen-to e a salvaguarda do conjunto”, ressalta.

20 anos A Pampulha está na lista indi-

cativa do Brasil para o Patrimônio Mundial desde 1996 e sua candi-datura a Patrimônio Cultural da Humanidade foi retomada pela Prefeitura de Belo Horizonte em dezembro de 2012.

Na ocasião, foi criada uma comissão de notáveis, com mem-bros representantes do poder pú-blico (esferas federal, estadual e municipal) e da sociedade civil, que ficou responsável por trans-formar a proposta em realidade.

Em dezembro de 2014, a pre-feitura concluiu o dossiê da can-didatura do Conjunto Moderno da Pampulha ao título de Patrimônio Cultural da Humanidade, que foi entregue ao Instituto do Patrimô-nio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

Posteriormente, o documen-to com mais de 500 páginas foi remetido para análise da Unesco. Em 2015, uma Missão de Avalia-ção do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS) visitou Belo Horizonte e referen-dou a candidatura.

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D i r e i t o s H u m a n o s

Brasil acolhe refugiados de várias nacionalidades

O Brasil já contabiliza 8.863 refugiados de 79 naciona-lidades. De acordo com relatório divulgado pelo Comitê Nacional para Refugiados (Conare), do Mi-nistério da Justiça (MJ), nos últi-mos cinco anos as solicitações de refúgio no Brasil cresceram 2.868%, passando dos 966 ca-sos registrados em 2010, para 28.670 em 2015.

Segundo o MJ, mais de 80 mil solicitações de refugiados já foram feitas no Brasil. Envolven-do, principalmente, haitianos, se-negaleses, sírios, bengaleses [de Bangladesh] e nigerianos.

De acordo com o relatório, entre 2010 e 2016, houve aumen-to de 127% no total de refugiados reconhecidos no Brasil, o que comprova a disposição e a consci-ência humanitária dos brasileiros em auxiliar e combater esse pro-blema mundial.

Até o momento, o maior nú-mero de reconhecimento de refu-giados foi de sírios, que já somam 2.298 refugiados reconhecidos no Brasil. Em segundo lugar estão os angolanos, com 1.420 reconheci-mentos, seguidos de colombianos (1.100), congoleses (968) e pales-tinos (376).

Em uma base de dados que vai de 2010 a 2015, o ano de 2014 foi o que registrou o maior núme-ro de julgamentos de processos

envolvendo pedidos de refúgio. Naquele ano, 2.414 processos fo-ram decididos, número que é pra-ticamente o dobro do ano anterior (1.293 em 2013). Em 2015, 1.667 processos foram julgados.

Integrado O Brasil é signatário dos

principais tratados internacionais de direitos humanos e é parte da Convenção das Nações Unidas de 1951 sobre o Estatuto dos Refugia-dos e do seu Protocolo de 1967. Em julho de 1997, o país promul-gou sua lei de refúgio, contem-

plando os principais instrumentos regionais e internacionais sobre o tema.

O Brasil também conta com um Comitê Nacional para os Refu-giados (CONARE) - órgão intermi-nisterial presidido pelo Ministério da Justiça - que lida principalmen-te com a formulação de políticas para refugiados no país.

A lei brasileira garante do-cumentos básicos aos refugiados, incluindo documento de iden-tificação e de trabalho, além da liberdade de movimento no terri-tório nacional e de outros direitos civis.

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RENATO RIELLA [email protected]

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DÉFICIT DE R$ 170 BI É GRANDE DESAFIO

O presidente Michel Temer conseguiu grande vitória, ao ver o Congresso Nacional aprovar o projeto com a revisão da meta fi scal para 2016. O texto autoriza o Governo Federal a fechar o ano com um défi cit primário de até R$ 170,5 bilhões nas contas públicas, o que corresponde ao rombo deixado nas contas pelo governo da presidente afastada Dilma Rousseff.

NUS COM A MÃO NO BOLSO EM BRASÍLIA

Comenta-se em Brasília que alguns criminosos de colarinho brancoestão fazendo reuniões completamente nus, sentados na grama(com a mão no bolso), para evitar novas gravações compromete-

doras. Exageros à parte, é incompreensível como homens experientes, do porte de Romero Jucá, Renan Calheiros e José Sarney, ainda se dei-xem fl agrar em gravações repletas de indiscrições.

GOVERNO QUER FAZER CONTROLE DE GASTOS

A proposta do governo Temer de vincular os gastos públicos a um patamar, reajustável no máximo pela variação da infl ação, é novidade na política nacional. Espera-se que, com isso, haja a redução da carga tributária colocada nos ombros da sociedade. Isso porque haverá redução dos gastos públicos, que atingirão um patamar muito abaixo do hoje praticado. Será que Temer resistirá às pressões num ano eleitoral?

APLAUDIDAS SETE MEDIDAS PARA AJUSTAR A ECONOMIA

Sete medidas anunciadas pelo presidente Michel Temer foram bem recebidas: reforma da Previdência; pagamento da dívida de R$ 100 bi do BNDES com o Tesouro; teto para o gasto público; Fundo Soberano extinto; melhor governança para fundos de pensão e estatais; fl exibi-lização dos investimentos da Petro-bras no Pré-Sal; e economia de R$ 2 bi com suspensão de subsídios. Agora vai! – dizem os analistas eco-nômicos. E não haverá aumento de impostos.

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NASCE A CADA ANO MENOS GENTE NO DF

Surge um dado social sobre Brasília que a gente pode tentar, mas não consegue explicar de forma convincente. Entre 2000 e 2014, a Secretaria de Saúde registrou uma queda de 31% no número de nasci-mentos no Distrito Federal.

Em 2000, a taxa era de 22,8 nascimentos por 1.000 habitantes. Em 2014, foram registrados 15,7 nascimentos por 1.000 habitantes. Aguar-dam-se novos dados para entender o fenômeno.

BRASÍLIA, SEM TIMES, MANTÉM 12 ESTÁDIOS

Brasília jogou fora quase R$ 2 bi-lhões com o novo Estádio Mané Gar-rincha, mas verifica-se que a maior parte dos 12 estádios de futebol pro-fissional do DF encontra-se em más condições de uso.

Essa constatação foi repetida por vá-rios participantes de audiência pública realizada , na Câmara Legislativa, para discutir a situação desses locais. O mais grave é que Brasília não tem nenhum time de destaque no futebol brasileiro.

AS RÁDIOS AM ESTÃO MESMO ACABANDO

O Ministério das Comunicações autorizou a migração de 53 rádios AM para a faixa de FM, em vários estados. Para fazer a migração, os radiodifusores terão que pagar entre R$ 8,4 mil e R$ 4,4 milhões, que é o valor da diferença entre as outorgas de AM e de FM. As emissoras também preci-sarão adquirir equipamentos para a transmissão do novo sinal.

Atualmente, 1.781 emissoras estão na frequência de AM em todo o Brasil e 1.386 pediram para mu-dar de faixa.

JUCÁ FOI HOMEM DE CONFIANÇA DE TODOS

Os diversos lados da política brasileira trataram o escândalo do senador-ministro Romero Jucá com cuidado. Afi nal, ele foi líder dos governos Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

Foi nomeado, inclusive, ministro da Previdência Social pelo então presidente Lula. Logo, sempre foi homem de confi ança de tucanos e petistas.

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S a ú d e

Mais tecnologia na gestão do SUS

O ministro da Saúde, Ri-

cardo Barros, afirmou que o aperfeiçoamento dos sistemas de informação sobre a aplicação dos recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) é a “primeira grande prioridade” da sua gestão. A estra-tégia busca qualificar a utilização do orçamento da saúde nas três esferas de gestão, dar maior trans-parência aos gastos e promover o investimento em áreas mais sensí-veis da atenção à saúde.

A intensificação do uso dos sistemas de controle de gastos é uma das 11 ações prioritárias para a Saúde do Governo Federal. Para o ministro, o objetivo é saber “como é gasto cada centavo no SUS”. “A gestão da informação vai permitir tratar com clareza e trans-parência quanto e onde são utili-zados na saúde os R$ 110 bilhões do Governo Federal, R$ 70 bi-lhões dos estados e R$ 60 bilhões dos municípios”, argumenta.

O ministro planeja percorrer todos os estados brasileiros nos próximos dois meses e articular uma mobilização nacional para promover uma melhor gestão dos recursos do SUS. “Precisamos ter essa informação qualificada para encontrar as áreas de excelência e, entre essas áreas, identificar as boas práticas”, ressalta.

Tecnologia Ricardo Barros afirma que o

Ministério vai usar a tecnologia para melhorar a gestão dos recur-sos no Sistema Único de Saúde (SUS) e encontrar onde estão os desperdícios de recursos.

“Ao informatizarmos um prontuário médico, por exemplo, evitamos um diagnóstico equivo-cado e distribuição de remédio inapropriado”, explicou. Barros quer ter informação online sobre a utilização de todos os recursos. “Quero o controle de cada centa-vo investido”, enfatizou o ministro da Saúde.

O ministro convocou os bra-sileiros para assumir o compro-misso de realizar um pacto pela prevenção de todas as doenças, além da promoção da saúde. Bar-ros adiantou que vai correr o país para ouvir todos os envolvidos com a saúde. “Quero ouvir todo segmento para criarmos uma po-lítica de resultados no ministério”, finalizou

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S a ú d e

Meta cumprida na campanha de vacinação

A meta estipulada para a

campanha nacional de vacinação contra a gripe já foi atingida. Ba-lanço do Ministério da Saúde in-dica que 41,1 milhões de brasilei-ros (81,5% do público-alvo) já se protegeram contra a doença.

A expectativa era vacinar, pelo menos, 80% das 49,8 mi-lhões de pessoas consideradas mais vulneráveis para complica-ções da gripe. Até agora, 11 es-tados e Distrito Federal já alcan-çaram a meta de vacinar 80% da população prioritária: RO (88%); AP (89,7%); PI (82,6%); AL (81,3%); MG (82,7%); ES (90,4%); SP (90,9%); PR (85,8%); SC (87,4); RS (84,8%); GO (84,1%); DF (92,3%).

O Ministério da Saúde en-viou aos estados 54 milhões de doses da vacina para imunizar o contingente de pessoas que fazem parte do público-alvo. Os esta-dos que não alcançaram a meta durante a campanha continuarão vacinando a população prioritária com as doses disponíveis.

Segundo o secretário de Vi-gilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Antonio Nardi, a pasta adquiriu 4,2 milhões de doses ex-tras, “quantidade suficiente para vacinar 100% do público-alvo, e ainda sobra reserva técnica”.

Acordo cumprido

A escolha dos grupos prio-ritários segue recomendação da OMS respaldada por estudos epidemiológicos e pela obser-vação do comportamento das infecções respiratórias, que têm como principal agente os vírus da gripe. Estudos demonstram que a vacinação pode reduzir entre 32% e 45% o número de hospitalizações por pneumo-nias e de 39% a 75% a morta-lidade por complicações da in-fluenza.

O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), João Gabardo, ressaltou que o Ministério da Saúde cum-priu o combinado com os estados e municípios para a campanha na-cional de vacinação contra a gripe no que diz respeito à entrega das vacinas e a quantidade de doses para imunizar o público-alvo.

“O cronograma foi rigorosa-mente cumprido, o que possibi-litou que muitos estados do país conseguissem, inclusive, adiantar a vacinação”, afirmou o presiden-te do Conass.

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S o c i a l

Assistência social para todos os segmentos

A Secretaria Nacional de Assistência Social, do Ministé-rio do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), já en-caminhou o Plano Decenal de Assistência Social 2016-2026 ao Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS),

Segundo a secretária Ieda Castro, o plano inaugura um novo ciclo na consolidação do Suas e dará materialidade às de-liberações da X Conferência de Assistência Social, já que o do-cumento traz diretrizes e objeti-vos para universalizar a proteção socioassitencial. “O plano torna acessível a assistência social para todos os segmentos da população, em todas as regiões do Brasil”, afirmou a secretária.

Coordenador do processo de formulação do plano, o diretor de Gestão do Suas do MDS, José Crus, destaca a importância des-te instrumento. “É o cumprimento das responsabilidades e atribui-

ções do órgão gestor federal. O plano é um instrumento de gestão do Suas.”

O plano cumpre as delibe-rações da X Conferência Nacio-nal e vai nortear as atividades nos próximos 10 anos. Agora o plano será avaliado pelo Conselho, que vai determinar um prazo para que os órgãos estaduais e municipais elaborem seus planos decenais e refaçam a revisão dos Planos Plu-rianuais.

Manifesto A Comissão Intergestores Tri-

partite (CIT), instância de pactu-ação do Sistema Único de Assis-tência Social (Suas), divulgou um manifesto dos gestores do Suas em âmbito federal, estadual, mu-nicipal e do Distrito Federal em defesa da Assistência Social.

O documento reflete a preo-cupação dos gestores da assistên-cia social sobre o destino do Suas

e defende a garantia da oferta de serviços socioassistenciais de pro-teção social, o reconhecimento da obrigatoriedade dos recursos orçamentários vinculados ao Suas e a manutenção da gestão com-partilhada com representantes de todas as esferas e do Programa Bolsa Família e do Benefício de Prestação Continuada (BPC), entre outros temas.

“É uma posição política de defesa do Suas pelos gestores municipais, estaduais e federais. Compreendemos que o Suas é uma conquista histórica que tem que ter continuidade”, explica o presidente do Congemas, José Ro-drigues Rocha Júnior.

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E d u c a ç ã o

SENAI contribui na qualidade do ensino

O diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Indus-trial (SENAI) e novo integrante do Conselho Nacional de Educação (CNE), Rafael Lucchesi, defen-de que as políticas de educação, ciência, tecnologia e inovação re-cebam atenção especial na agen-da de Estado.

“As agendas de educação, ciência, tecnologia e inovação só têm seus resultados em longo pra-zo. É necessário haver ações de Estado, para além dos governos”, ressalta o diretor. Para ele, a atua-ção do CNE tem o papel decisivo de buscar perspectivas estratégi-cas e de longo prazo da política educacional, já que na sociedade do conhecimento, a educação tem um papel central.

Subordinado ao Ministério da Educação, o Conselho Na-cional de Educação tem o pa-pel de diagnosticar problemas e definir medidas para aperfei-çoar os sistemas de ensino em seus diferentes níveis e moda-lidades.

Segundo Rafael Lucchesi, o Brasil precisa aproveitar a ela-boração da nova Base Nacional Comum Curricular para melho-rar a matriz educacional brasi-leira, que ainda oferece pouco o ensino técnico, combinando a educação regular com a educa-ção profissional.

Contribuição

O conselheiro garante que a experiência do SENAI pode contribuir e, muito, na melhoria do sistema educacional, já que a instituição é um grande ator na área da educação profissional e possui um trabalho relevante no ensino superior, principalmen-te na formação de tecnólogos e nas engenharias. “A formação superior e a técnica precisam dialogar. O pleno do Conselho Nacional de Educação pode ser uma instância importante para avançar nesse sentido”.

Rafael Lucchesi destaca a importância do Programa Nacio-nal de Apoio ao Ensino Técnico e

Emprego (Pronatec) como ferra-menta para melhorar a qualida-de da formação dos jovens e dos trabalhadores brasileiros.

Ele ressalta que o Pronatec tocou em um ponto central da matriz educacional brasileira, que é o desbalanceamento entre formação básica e a formação técnica oferecida no país., onde apenas 9% dos estudantes do ensino médio também recebem educação profissional.

“Nos países da Europa, esse índice supera os 50%. Ao tentar solucionar isso, o Pronatec assu-me a condição de uma política de Estado e expressa a importân-cia da formação profissional.

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E c o n o m i a

Ceará quer atrair novos investimentos

A Zona de Processamento de Exportação do Ceará (ZPE) está em campanha

para atrair novos investidores desde que sua área de 4,2 mil hectares foi acrescida de 1,9 mil hectares.

Localizada em São Gonçalo do Amarante e integrante do Com-plexo Industrial e Portuário do Pe-cém (CIPP), a ZPE já tem quatro indústrias instaladas em sua área. Uma delas é a Companhia Side-rúrgica do Pecém (CSP), que deve começar a operar em junho e é a maior instalada na zona, com in-vestimento de US$ 5,4 bilhões.

Para ocupar a área agregada, no começo deste mês, os execu-tivos da ZPE prospectam novos negócios nos setores têxtil, cal-çadista e petroquímico. Segundo o assessor especial para Assuntos Internacionais do Governo do Ce-ará, Antônio Balhmann, cerca de 20 empresas já assinaram cartas de interesse solicitando reserva de espaço na nova área.

“Estamos divulgando a ZPE pelo Brasil nos setores industriais que são essencialmente expor-tadores e hoje não têm uma am-biência que favoreça a compe-

titividade do produto brasileiro e oferecendo uma zona como a macro-localização, [que é] no-vidade no Brasil, já que todos os impostos são suspensos e é um instrumento específico para quem é exportador.”

Um dos setores cuja proposta está mais avançada é o de rochas ornamentais que, segundo Balh-mann, movimenta US$ 1 bilhão em exportações.

Legislação A legislação brasileira deter-

mina que, no mínimo, 80% da receita das empresas instaladas em ZPEs sejam oriundas de ex-portações. Um projeto de lei em tramitação no Congresso propõe reduzir esse percentual para 60%.

Para o presidente da Com-panhia Administradora da ZPE, Mário Lima Júnior, a atração de novos investimentos para a zona e o interesse por parte de diferen-tes indústrias demonstram que a situação é favorável, a despeito da situação econômica do país.

“As contabilidades são fei-tas internacionalmente e a movi-mentação financeira das empresas pode ser feita em bancos interna-cionais. Isso cria uma certa con-dição de segurança maior contra eventuais mudanças econômicas que ocorram fora dos muros da ZPE”, explica Lima Júnior.

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Ceará quer atrair novos investimentos

E c o n o m i a

Novo teto para rombo fiscal em 2016

O governo interino do pre-sidente Michel Temer trabalha com estimati-

va de déficit primário (despesas maiores do que receitas) de até R$ 170,5 bilhões das contas públicas para 2016. A projeção supera o déficit de R$ 96,7 bilhões infor-mado em fevereiro pela equipe econômica da presidenta afastada Dilma Rousseff.

Esses R$ 170,5 bilhões não in-cluem os juros da dívida e se confir-mado, será o pior resultado da série histórica, que começou em 1997.

De acordo com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a nova meta foi feita com “parâ-metros realistas” e próximos aos utilizados pelo mercado financei-ro, embute “riscos fiscais” e paga-mento de passivos a despesas já contratadas, mas não contempla medidas econômicas, que pode-rão ser anunciadas.

Segundo ele, a meta de até R$ 170,5 bilhões, para este ano, é um “teto”. Deste modo, explicou ele, o objetivo é que o rombo fiscal seja menor do que este valor neste ano.

“Existem medidas a serem tomadas de curto, médio e longo

prazo que não estão mencionadas nesse orçamento. Porque são medidas futuras. Serão, se aprovadas,

incorporadas neste e em outros orçamentos”, explicou.

Novela O então ministro do Plane-

jamento, Romero Jucá, justificou a grande diferença em relação à proposta de déficit que havia sido formulada pelo governo Dilma dizendo que o objetivo é evitar a necessidade de voltar a pedir a mudança da meta ao Congresso.

“Meta fiscal não é novela para ser feita em capítulos. É para ser feita no lançamento só. Ações virão que apontarão à sociedade que a visão deste governo é dife-rente da do outro governo, por-que não estamos escamoteando a verdade. Vamos mudar a verdade, com responsabilidade fiscal”, disse.

Atualmente, a meta para as contas públicas em 2016, fixada no orçamento federal aprovado pelo Congresso, é de um superávit primário (economia) de R$ 30,5 bilhões para todo o setor público (governo, estados, municípios e estatais). Somente para o governo federal, a meta é de um resultado positivo de R$ 24 bilhões neste ano.

O governo precisa de autori-zação do Congresso para registrar um déficit bilionário – em vez de um superávit – porque as despesas superam as receitas com a arreca-dação de impostos.

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I n f r a e s t u r u r a

Governo cumprirá contratos de concessão de aeroportos

O secretário-executivo do Programa de Parcerias de Inves-timentos (PPI), Moreira Franco, garantiu que o presidente inte-rino Michel Temer vai cumprir os contratos de outorga feitos no governo anterior que envolvem as concessões dos aeroportos de São Gonçalo do Amarante (RN), Gua-rulhos e Viracopos (SP), Brasília (DF), Galeão (RJ) e Confi ns (MG).

As empresas que adminis-tram esses terminais alegam que estão sem recursos para fazer o pagamento anual da outorga, que vence em junho, e pediram ao go-verno o adiamento do prazo.

Moreira Franco foi cautelo-so ao ser perguntado se o gover-no pretende rever os contratos de outorga em vigor. Segundo ele, a revisão não é um ato de vontade.

“Precisamos de segurança ju-rídica, de respeito aos contratos. Precisamos que as decisões sejam

tomadas com muita responsabili-dade, prudência e cautela, para que os nossos parceiros possam entender que o Brasil mudou e que precisamos criar um clima capaz de estimular o investimen-to, para que a gente possa voltar a crescer e gerar os empregos ne-cessários”, disse.

Segundo Moreira, a priorida-de do governo Temer nesse mo-mento é reduzir o desemprego. “Hoje, a prioridade do governo não é melhorar a qualidade do serviço, diminuir o custo Brasil. Essas questões virão como conse-quência da prioridade, que é gerar emprego.”

Gargalo A concessão dos aeroportos

faz parte do Programa de Investi-mentos em Logística para conce-der à iniciativa privada projetos de infraestrutura, como rodovias, ferrovias, aeroportos e portos, lan-çado no governo da presidente afastada Dilma Rousseff.

O programa de concessão de aeroportos foi criado para superar um dos grandes garga-los da infraestrutura brasileira, permitindo que um maior núme-ro de cidades seja atendida por transporte aéreo regular.

Ele começou em 2011, pelo aeroporto de São Gonçalo do Amarante. Em fevereiro de 2012, foram concedidos à iniciativa privada os terminais de Brasília, Guarulhos e Campinas. Em segui-da, houve a concessão dos aero-portos de Galeão e Confi ns.

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I n f r a e s t r u t u r a

Atraso nas obras de transmissão de energia

A maioria das obras de transmissão de energia no Brasil está com o cronograma atrasado. Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) apon-tam que 60% desses empreendimentos, que servem para escoar energia das usinas (hidrelétricas, termelé-tricas) até os consumidores, devem ficar prontos de-pois do prazo estipulado.

Os números estão no mais recente relatório tri-mestral divulgado pela agência, referente ao mês de março. O documento aponta que, das 351 obras de expansão da rede básica que estão em execução, 211 estão fora do prazo. O atraso médio é de 518 dias – quase um ano e meio.

Na comparação com o relatório anterior, de de-zembro de 2015, houve uma ligeira melhora em rela-ção ao percentual de obras atrasadas (eram 62,32%), mas piora na média de dias de atraso (em dezembro, eram 502 dias).

As linhas de transmissão podem ser construídas tanto para escoar energia de novas usinas geradoras quanto para reforçar a estrutura já existente – e redu-zir risco de falhas no fornecimento.

Segundo a Aneel, as obras em atraso são do se-gundo tipo, ou seja, destinadas a reforço do sistema. Elas servem para garantir que o escoamento de ener-gia para uma determinada região seja mantido, caso aconteça algum problema com a linha principal.

Os atrasos, portanto, não impedem o escoamen-to de energia de usinas. Mas podem elevar o risco de que uma falha, numa linha sem o reforço, provoque a interrupção no fornecimento em alguma região.

Licenciamento

Segundo o relatório, a maioria (62%) dos atra-sos nessas obras teve como motivo a demora para se conseguir licenciamento ambiental. Outro problema recorrente apontado foi a compra de materiais.

Tanto a Aneel quanto a associação que re-presenta as empresas do setor reconhecem que é muito alto o índice de atra-so na construção das linhas de transmissão.

Para reverter a situação, a nova estratégia da agência é conceder incentivos para que as empre-sas acelerem a obra. Segun-do Rufino, com incen-tivo para acelerar a obra, o índice de atraso deve di-minuir.

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A g r i c u l t u r a

Tecnologia e gestão a favor do campo

A Empresa de Assistência Téc-nica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF)

melhorou a qualidade do atendi-mento prestado, pela empresa com a adoção de um software de tecno-logia e gestão por resultados.

Agora, além de ajudar os produtores no controle de pragas e pedidos de crédito financeiro para fortalecer o negócio rural, o novo sistema de assistência técni-ca e extensão rural (Sisater) regis-tra informações sobre fatores am-bientais, econômicos e sociais das áreas atendidas.

Isso permite identificar, por exemplo, se em uma determinada comunidade rural houve aumento do índice ambiental - agriculto-res preocupados com a produção sustentável —, mas diminuição no aspecto financeiro - colheita sem o efeito esperado.

Assim, a empresa pública tem condições de avaliar os recursos que melhorariam a produção para agradar às exigências de mercado, como a criação de cooperativas ou a realização de cursos.

Intercâmbio

Outra vantagem da tecno-logia é a integração entre os es-critórios regionais da Emater. Eles podem acessar dados de todos e, assim, trocar conhecimento para resolver problemas comuns. Com a ferramenta, o técnico de uma re-gião administrativa pode comparar o trabalho feito em outra e adotar práticas que tenham apresentado melhor resultado. A instalação do equipamento custou R$ 220 mil.

“Com esses indicadores, acompanhamos o planejamento das metas de cada unidade e ana-lisamos se ele tem sido satisfató-rio”, explica o presidente Argileu Martins da Silva. “Além disso, po-

demos ter o balanço do desenvol-vimento individual dos técnicos e saber o que precisa ser efetiva-mente melhorado”, acrescenta. Segundo ele, essa é a primeira ex-periência no Brasil desse tipo de avaliação na agricultura.

Com o levantamento de infor-mações qualitativas e gerenciais, é possível verificar as necessidades dos moradores de cada área (se precisam de crédito, por exem-plo) e incentivar políticas públicas para evitar, quando detectado, o êxodo rural.

O projeto já despertou a aten-ção da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agri-cultura (FAO), que pretende disse-minar a ferramenta de gestão.

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A g r i c u l t u r a

Café mineiro agrega tecnologia e atrai multinacionais

Com o auxílio da tecnologia

e de pesquisas desenvolvidas pela Empresa de Pesquisa Agropecuá-ria de Minas Gerais (Epamig), o tradicional café mineiro vem evo-luindo em qualidade para acom-panhar as exigências e tendências do mercado.

O programa de melhoramen-to genético do café produzido em Minas Gerais começou na década de 1970, após a constatação da doença da ferrugem nas lavouras brasileiras, e os resultados têm sido expressivos.

Desde então, já foram desen-volvidas 15 cultivares de café, que têm sido premiadas nacional e in-ternacionalmente por sua qualida-de, e outras quatro estão em fase de registro junto ao Ministério da Agricultura.

O pesquisador da Epamig Sul, Gladyston Rodrigues Car-valho, acompanha o de-senvolvimento de novos materiais genéticos de café no estado. “Quan-do a ferrugem d e i x o u de ser um pro-b l e m a , passamos a nos preocupar em produzir cafés com

outros valores agregados, como, por exemplo, boa capacidade de resposta à cultura mecanizada e melhor qualidade”, explica.

Novas cultivares Segundo Gladyston, foi na

última década que os agricultores começaram a abrir os olhos e re-novar seus parques cafeeiros, com novas cultivares de café. “Nossas variedades estão sendo muito pre-miadas. Isso gera interesse e mo-tivação para os cafeicultores, que percebem, cada vez mais, que este material genético novo produz tão bem quanto os tradicionais e ainda oferece muitos diferenciais, como qualidade superior”.

O pesquisador ressalta que o diferencial da empresa é traba-lhar com pesquisa aplicada, isto é, resolver problemas e desafios práticos dos produtores a partir das pesquisas desenvolvidas. “As novas gerações de cafeicultores já enxergam o mercado de forma di-ferente e buscam agregar valor ao seu produto”, destaca.

Agora o foco é pensar em cultivares que se adequem melhor às mudanças climáticas e à escas-sez de água. Das quatro cultivares que estão em fase de pedido de registro, uma se adapta a regiões com temperaturas mais baixas (MG Araponga), e outra é resisten-te a regiões mais quentes (cultivar Pioneira) e tem maturação mais tardia.

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G e s t ã o

CAIXA e CNJ assinam convênio na área digital

A Caixa Econômica Federal e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) assinaram Termo de Coope-ração Técnica para facilitar a troca de informações entre o banco e a Justiça. A ideia é acelerar as res-postas ao Poder Judiciário e per-mitir o acerto entre as partes em ambiente digital, sob a chancela do CNJ, evitando a judicialização do caso quando isto for possível.

De acordo com o termo fir-mado pelo presidente do Supre-mo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, e o superintenden-te nacional da CAIXA, Gryecos Valente Loureiro, os pedidos de informações do Poder Judiciário serão respondidos via Sistema Na-cional de Mediação Digital.

O CNJ diz que essa aproxi-mação virtual permitirá interven-ções rápidas, respostas breves e

interação remota para a busca de uma solução. O conselho destaca ainda que o meio eletrônico irá ajudar na análise das demandas e até mesmo nas reuniões entre as partes.

Será possível, por exemplo, responder pedidos de forma admi-nistrativa antes de a demanda ir à Justiça. Para a CAIXA, o convênio reduzirá as demandas judiciais em que o banco atua como parte e ace-lerará o julgamento das ações em tramitação em qualquer instância. O CNJ espera que outros bancos sigam o exemplo da CAIXA e deci-dam aderir ao Sistema Nacional de Mediação Digital.

Mediação “A CAIXA entende esse con-

vênio como mais um passo em

prol das suas estratégias de solu-ção consensual de controvérsia e forma pacífica, antes da judicia-lização de um problema”, expli-cou Gryecos Valente Loureiro. Ele destacou as ações bem-sucedidas do banco na área de conciliação e a consequente redução de pro-cessos. “Em 2002, a CAIXA tinha 27 mil recursos no STF. Hoje, são 36”, comparou.

O presidente do STF expli-cou que o Sistema Nacional de Mediação Digital faz parte das ações do CNJ “para fazer com que vivamos em uma sociedade mais justa, fraterna e solidária”.

Ricardo Lewandowski espera que os termos de cooperação se multipliquem por outros órgãos, para que o enorme acervo de pro-cesso seja diluído, pacificando a sociedade.

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PEDRO ABELHA [email protected]

COMUNICAÇÃO CORPORATIVA

Segmento que vem apresentando um forte ritmo de expansão nos últimos anos, e que tem sido marcado por contínuos anúncios de aqui-sições milionárias de agências nacionais por grupos globais de comu-nicação, o setor de comunicação corporativa apresentou, em 2015, um desempenho instável, com as médias e grandes empresas crescendo e as pequenas e micro caindo. Os números apontam para uma montanha russa, de acordo com os indicadores do Anuário da Comunicação Cor-porativa, lançado pela Mega Brasil durante o Congresso Brasileiro de Comunicação Corporativa.

De acordo com os números da publicação, a maior agência brasileira é a FSB - mantendo a liderança com receita de R$ 210 milhões em 2015. A surpresa fi cou para o segundo lugar, assumido pela In Press Porter Novelli (faturamento de R$ 115 milhões), trocando de posição com a CDN (re-ceita de R$ 93 milhões), em terceiro. Com versões impressa e digital, o Anuário mostra um dos mais completos retratos da situação empresarial e profi ssional da comunicação corporativa no país, que pode ser conferi-do por meio de pesquisa realizada especialmente para a publicação, além de entrevistas com líderes, análises de tendências mundiais da comunica-ção corporativa e sobre a internacionalização do setor.

WAZE CARPOOLUm novo recurso em fase de testes na Cá-

lifornia pode aproximar o Waze de serviços como o Uber. “Carpool” é uma funcionalidade para permitir que, através do mapa do aplicati-vo, as pessoas possam se conectar com outras que estão indo na mesma direção e combinar o compartilhamento de caronas. Com base nas

informações pessoais e profi ssionais de seus usuários, o aplicativo su-gere aproximações com outros que tenham alguma afi nidade, como no caso de duas pessoas que moram e trabalham próximas uma da outra e têm horários semelhantes.

O principal objetivo seria a diminuição do trânsito em grandes áre-as urbanas, como é o caso da Califórnia, além de ser uma saída eco-friendly, por diminuir a poluição com combustíveis. Diferentemente do Uber, que também oferece a possibilidade de corridas compartilhadas, no entanto, o Waze Carpool não deve permitir que nenhuma das partes lucre com isso. O único valor envolvido no processo é o das despesas com combustível, que deve ser dividido e acordado entre carona e mo-torista. Ainda em fase de testes, não dá informações sobre se ou quando o serviço deve ser ofi cialmente disponibilizado pela empresa.

ATUALIZAÇÃO DO TRADUTOR

O Google anunciou uma atu-alização do Tradutor que vai per-mitir realizar traduções dentro de outros aplicativos no Android. O recurso “Tap To Translate” prome-te facilitar a vida de quem costu-ma usar a ferramenta de tradução da gigante para se comunicar ou consumir conteúdos online. Até o momento, quando o usuário que-ria traduzir em texto que recebeu no WhatsApp, por exemplo, era necessário copiar o texto, abrir o aplicativo de tradução, selecionar os idiomas e colar o conteúdo a ser traduzido.

O novo recurso vai permitir que tudo isso seja feito de forma mais rápida, sem sair do aplicativo que está sendo utilizado. Quando um texto é selecionado e copiado em aplicativo, o Tap To Translate cria automaticamente um ícone parecido com os “chat heads” do Messenger do Facebook. Clican-do na bolinha que surge no canto da tela, o usuário tem uma espé-cie de Tradutor “fl utuante” na tela, e pode traduzir o texto copiado normalmente. A atualização está ocorrendo de forma gradativa no Google Play.

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midiaCHECK-IN PELO TWITTER

A Gol vai começar a explorar um canal diferen-te para que seus clientes possam realizar o check-in: o Twitter. Com o lançamento, os usuários poderão confi rmar documentos e informações necessárias para o processo, até emitir o cartão de embarque com um QR Code. Segundo a empresa, o lançamen-to faz parte da estratégia de investir em tecnologias para melhorar a experiência do cliente em todas as etapas da viagem. Para realizar o check-in, o cliente deve fazer um tweet com a hashtag #GOLcheckin. Automaticamente, aparecerá uma mensagem priva-da solicitando o código localizador de sua passa-gem. Feito isso, o sistema precisará de algumas vali-dações. Primeiro, será necessário escolher o trecho que se desejar realizar a viagem.

Depois, caso exista mais de um passageiro no mesmo código, deve-se escolher o nome da pessoa que será feito o check-in. Este processo pelo Twitter é individual, e em todas as etapas basta escolher entre as opções que já aparecem na tela. Na sequência, pede-se a confi rmação do número de documento que o cliente levará em sua viagem. Caso o clien-te seja registrado no programa de fi delidade Smiles, será possível ainda inserir este número para o acú-mulo de milhas.

O próximo passo é a escolha do assento, que da mesma maneira, é realizado com a digitação do número da poltrona disponível. Por último, o clien-te terá acesso ao seu cartão de embarque com QR code, que poderá ser apresentado na hora do em-barque pelo celular, evitando fi las e otimizando o tempo.

LIVE DE 24 HORAS

Que o Face-book está inves-tindo pesado em transmissão de ví-deo não é nenhu-ma novidade. A companhia de Zuckerberg tem se mostrado interes-sada em entrar de vez nesse mercado e competir em pé de igualdade com seus concorrentes.

A F8, conferência de desenvolvedores do Fa-cebook, também foi palco de anúncios importantes sobre a experiência em vídeo na plataforma, como novos recursos para gerenciar direitos autorais e so-fi sticações na produção de fi lmes 360º, outra aposta alta da companhia. Como não poderia deixar de ser, o Facebook não parou por aí e continua anunciando novidades para vídeos online. Seguindo a linha de investir em conteúdo ao vivo, o último lançamento da empresa vai permitir a transmissão de até 24 horas ininterruptas de vídeos.

O “Continuous Live Vídeo” está disponível para os parceiros da rede que utilizam o Live API. Em abril, o grupo reunia 12 empresas que tinham a opção de explorar todos os recursos da platafor-ma. Um mês depois, esse número passa a marca de 100 usuários, entre marcas e personalidades. Até o momento, era possível realizar transmissões de no máximo 90 minutos de duração.

A partir de agora, o novo recurso vai possi-bilitar um dia inteiro de conteúdo ao vivo, além de permitir que os produtores utilizem ferramen-tas mais sofi sticadas, como câmeras profi ssionais. Anteriormente, apenas o smartphone poderia ser utilizado nas fi lmagens. A possibilidade confi rma a intenção do Facebook em se tornar cada vez mais um espaço em que as pessoas buscam por conteú-dos com qualidade de TV, colocando a ferramenta como plataforma ideal para cobertura de eventos e festivais.

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M e i o A m b i e n t e

Combustíveis menos poluentes

O Programa Brasileiro de Combustíveis, Tecnologias Vei-culares e Emissões (PCVE) já está analisando a influência dos com-bustíveis e das tecnologias veicu-lares da frota brasileira nas emis-sões de poluentes. O programa segue o mesmo modelo do Auto Oil, desenvolvido em países da Comunidade Europeia, Japão e Estados Unidos.

Os resultados dos testes e si-mulações realizados pelo progra-ma formarão um banco de dados científicos que ajudarão a aprimo-rar o monitoramento da qualidade do ar e projetar as ações necessá-rias para que haja menos poluição e mais eficiência.

“As simulações desenvolvi-das permitem identificar quais são as tecnologias veiculares ou os combustíveis que precisam ser in-troduzidos no mercado brasileiro, para resolver problemas daqui em termos ambientais”, explica o pre-

sidente da AEA (Associação Brasi-leira de Engenharia Automotiva), Edson Orikassa.

Ele ressalta a importância de ter uma base de dados nacional sobre o tema: “Hoje, o Proconve [Programa de Controle de Polui-ção do Ar por Veículos Automo-tores] utiliza informações de ou-tros países. Mas as condições das estradas e dos combustíveis, por aqui, são diferentes. Daí a necessi-dade de se fazer um levantamento de dados científico para as condi-ções brasileiras”.

Exemplo Um exemplo é a ampliação

da mistura de biocombustíveis ao diesel e à gasolina. Segundo Ori-kassa, o programa permite identi-ficar possíveis impactos que isso causa nos veículos que estão em

circulação no Brasil ou a necessi-dade de adequação dos sistemas, para garantir menos poluição e mais eficiência.

O programa também ajuda a prever a necessidade de se ofertar combustíveis diferenciados devi-do à adoção de novas tecnologias, como o caso dos motores Euro 5, que exigem diesel de baixo teor de enxofre.

Conforme a AEA, embora o programa tenha entrado oficial-mente em vigor neste mês, com a publicação do acordo de coope-ração técnica no Diário Oficial da União, o trabalho já era executa-do sob o título provisório de Auto Oil. Por meio dele, foram feitos 1.174 ensaios, em 50 veículos, 23 motocicletas e nove motores, o que representa 89% dos testes previstos.

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Software avalia qualidade ambiental das cidades

A Faculdade de Saúde Públi-ca (FSP) da USP está avaliando um software inovador que quantifica o valor econômico, a importância e a efetividade das florestas urba-nas e áreas verdes na redução dos impactos causados pela urbaniza-ção acelerada.

O trabalho, coordenado pelo administrador de empresas Fer-nando Antonio Tolffo, propõe a valoração das áreas verdes livres e dos parques urbanos como re-curso que integre estratégias para o desenvolvimento da qualidade ambiental das cidades.

Desenvolvido pelo USDA Fo-rest Service, nos Estados Unidos, o software I-Tree vai avaliar o que a vegetação do Parque do Ibirapuera pode devolver à cidade de São Pau-lo. O software utiliza uma série de dados atmosféricos e fitossociológi-cos obtidos em diversas instituições

de pesquisa e condensados em uma única ferramenta.

Fernando Tolffo explica que o software proporciona o dimensio-namento e a valoração de vários serviços ecossistêmicos, ou, para alguns, ambientais, proporciona-dos pela vegetação arbóreo-ar-bustiva presente nas cidades.

Ele ressalta que as árvores urbanas exercem as mesmas fun-ções de suas congêneres no cam-po, reduzindo o escoamento das águas pluviais, sequestrando gás carbônico e melhorando a quali-dade do ar pela filtragem e absor-ção dos poluentes atmosféricos.

“São esses os serviços ecossis-têmicos, aspectos que podem ser conhecidos e valorados a partir da aplicação do i-Tree, tanto em pe-quenas áreas verdes livres como para o total da vegetação remanes-cente em uma metrópole”.

Sustentabilidade

A pesquisa utilizou o Par-que Ibirapuera como um micro-cosmo para, utilizando o ITree, fazer o levantamento dos servi-ços ecossistêmicos proporciona-dos por uma área verde inserida no meio urbano.

“O estudo demonstra que as 14.334 árvores do Ibirapue-ra consideradas na análise, re-tinham em 2011, por exemplo, 8.740 toneladas de carbono, mantendo absorção anual de 76,3 t”, aponta o administrador.

Segundo Fernando Tolffo, o estudo pode ser replicado em to-das as cidades brasileiras, inde-pendentemente do porte, como uma ferramenta de políticas pú-blicas voltadas à sustentabilida-de urbana.

M e i o A m b i e n t e

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Te c n o l o g i a

Armazenamento

GENÉTICOBancos de dados brasileiros e

norte-americanos de recursos ge-néticos animais começaram a ser partilhados por meio de uma base única. Trata-se do primeiro siste-ma internacional para armazena-mento de informações genéticas, produtivas e de árvore genealó-gica. Chamado no Brasil de Alelo Animal, ele proporcionará acesso ágil e padronizado aos bancos de germoplasma e às informações ge-nômicas animais dos dois países.

A ferramenta é fruto de quase uma década de esforços conjuntos de pesquisadores e programadores da Embrapa e do Serviço de Pes-quisa Agrícola do Departamento de Agricultura dos Estados Uni-dos (USDA-ARS) e já despertou interesse de países como México, Uruguai, Argentina e Filipinas, bem como de periódicos cientí-ficos internacionais interessados em padronizar dados-fonte cita-dos nos artigos científicos.

“Grande parte das pesquisas básicas e aplicadas relacionadas ao agronegócio dependem da existência de diversidade genética entre-dentro espécies. Por isso, a importância de acesso a grandes acervos é fundamental à ciência”, afirma Samuel Rezende Paiva, pesquisador do Programa Embra-pa Labex Estados Unidos, que

há três anos atua junto ao Cen-tro Nacional para Preservação de Recursos Genéticos (NCGRP) do USDA-ARS.

Ele acredita que um dos maiores frutos dessa ferramenta, a médio-longo prazo, será a intensi-ficação do intercâmbio de germo-plasma entre Brasil e Estados Uni-dos. Os parceiros norte-americanos partilham do mesmo entusiasmo.

“Conquistamos uma grande parceria. Talvez seja a primeira vez que dois países desenvolvem um sistema de dados abrangente para atender demandas por infor-mações sobre recursos genéticos animais”, declara o geneticista Harvey Blackburn, pesquisador do NCGRP. Nos Estados Unidos, o Alelo Animal é chamado de Ani-mal-GRIN, sigla em inglês para Rede de Informações de Recursos Genéticos.

Compartilhamento O Alelo Animal permi-

te que qualquer pessoa acesse dados sobre materiais genéti-cos animais (sêmen, embriões, DNA) armazenados nos bancos de germoplasma do Brasil e dos Estados Unidos. Caso exista in-teresse em utilizar o material en-contrado para fins de pesquisa, comerciais ou outros, o interes-sado deve preencher formulário que será analisado por um co-mitê gestor, que poderá cedê-lo,

Brasil e Estados Unidos começam

a compartilhar dados genéticos

animais

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Te c n o l o g i a

armazenamento de informações geradas em pesquisas genéticas. “Hoje em dia, um trabalho com marcadores moleculares em bo-vinos, por exemplo, pode facil-mente usar 800 mil deles em cada animal analisado”, conta Paiva. Esse volume gigantesco de informação não é aproveitado em sua totalidade e muitos cien-tistas têm dificuldade em encon-trar espaço para guardar todos os resultados.

Universalização O sistema terá um módu-

lo específico de genômica, que oferecerá espaço para armaze-namento e poderá ser partilhado pela comunidade científica. O USDA-ARS já está incentivando a utilização desse serviço: os pro-jetos financiados por uma de suas agências prevê que parte dos re-cursos sejam destinados ao centro de Fort Collins, a fim de que os dados gerados sejam lá armazena-dos por meio do Alelo Animal.

Os cientistas envolvidos no desenvolvimento do sistema também apostam na sua am-pliação, com a adesão de ou-tros países. Canadá, Uruguai, Argentina e México já manifes-taram interesse.

“Ao estabelecer um padrão para acesso e armazenamento de dados genéticos, o Alelo Animal é um potencial candidato a servir de modelo para uma base comparti-lhada mundialmente”, enfatiza Samuel Paiva.

rejeitá-lo ou disponibilizá-lo sob determinadas condições.

O sistema trabalha com dife-rentes níveis de usuários, com res-trições próprias para cada um de-les, e pode armazenar até mesmo informações sensíveis, que serão divulgadas somente quando o res-ponsável permitir. Os dados nor-te-americanos já estão na rede e os especialistas brasileiros devem terminar de inserir as informações do País nos próximos meses.

Outra grande aplicação do Alelo será fornecer espaço para

Alelo animal é resultado de quase uma década de pesquisas

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C â m a r a s & A s s e m b l é i a s

Receptor de chorume nos caminhões de lixo

Dentro de seis meses, todos os veículos destinados ao reco-lhimento de lixo urbano em Per-nambuco deverão ser equipados com coletor de chorume, que é altamente poluente. A determina-ção consta de lei promulgada pelo presidente da Assembléia Legisla-tiva, deputado Guilherme Uchoa (PDT) com base em projeto do de-putado Everaldo Cabral (PP).

para os garis e recicladores dos aterros sanitários de Pernambuco. “Além disso, evita a proliferação de pragas e de outros vetores de doenças à população”, destacou o parlamentar, na exposição de mo-tivos que justificou a aprovação da iniciativa.

Os veículos adquiridos antes da vigência da lei e que não se enquadrem nas condições estipu-ladas, terão o prazo de três anos para se adequarem à obrigatorie-dade ou serem substituídos por outros em conformidade com o novo dispositivo.

O descumprimento da nor-ma sujeitará o infrator a sanções e multas, que podem chegar a até R$ 100 mil, suspensão temporária de atividade e até cassação da li-cença do estabelecimento.

Água da chuva Outra lei sancionada deter-

mina que todos os estabeleci-mentos comerciais de lavagem de veículos do estado utilizem água da chuva no serviço, como forma de preservar os recursos hídricos em Pernambuco.

Pela norma, lava-jatos, postos de combustível e demais empre-sas que prestam esse serviço são obrigados a instalar um sistema de captação de água da chuva, que deve ser armazenada em cisternas ou tanques.

O recurso será tratado e reutilizado de acordo com a Lei Estadual que elenca regras para o uso racional e reaproveita-mento da água nas edificações do estado.

O chorume é uma substância líquida resultante do processo de putrefação de matérias orgânicas. Este líquido é viscoso e possui cheiro forte e desagradável, que além de poluir as vias urbanas, os aterros sanitários e os lençóis freá-ticos, coloca em risco os profissio-nais da limpeza urbana.

A instalação desse comparti-mento nos veículos reduz os riscos provenientes do manuseio do lixo

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C â m a r a s & A s s e m b l e i a s

Madeira-Mamoré abandonada

O abandono da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré foi debati-do em audiência pública realizada pela Câmara Municipal de Porto Velho. Os participantes constata-ram que o abandono é resultado da falta de gestão e fi scalização por parte da União, responsável pela cessão de uso da ferrovia.

Autor do requerimento para a audiência pública, o vereador Everaldo Fogaça (PTB) ressaltou que o município não tem pessoal qualifi cado, projeto e verba para cuidar da ferrovia. “Não adianta somente dinheiro. Alguém precisa gerir essas verbas e ter conheci-mento de causa sobre o assunto. Além disso, é necessário que al-guém fi scalize isso tudo”.

O secretário do Patrimônio da União em Rondônia, Marco An-

tônio Rocha, defendeu a criação de uma Fundação e um Conselho Gestor para cuidar do acervo e captar recursos para a restauração de todo o complexo, que está se deteriorando entre Porto Velho e Guajará-Mirim.

O museólogo Antônio Ocampo Fernandes ressaltou que o abandono da ferrovia é uma história antiga, ainda sem solução “O desmonte da Madeira-Mamoré começou em 1980 e continua até hoje. Esse desmonte acontece até hoje, com a sequência de gover-nos”, relembrou.

Contramão

O secretário da Fundação Cultural, Antônio Jorge dos San-tos, afi rmou que o município tem

realizado várias intervenções na ferrovia, mas admitiu que elas ain-da são insufi cientes. “Sem a ajuda da União e do estado, não temos condições de fazer algo que re-almente mude o atual quadro da ferrovia. O município não possui verba sufi ciente para isso”.

O vereador Dim Dim (PSL) propôs que município, o Iphan e o estado elaborem um projeto de revitalização e busquem o apoio fi nanceiro das usinas. “Certamen-te, dinheiro não é problema para esse consórcio, que vai explorar nossas riquezas por 30 anos”, en-fatizou o parlamentar.

M e m b r o do Conselho Nacional de Política Cul-tural, Rogério Romano disse que o abando-no da Madeira--Mamoré vai na contramão do que acontece no país, onde vá-rios estados es-tão restaurando e revitalizando suas ferrovias.

E s t a d o s & M u n i c í p i o s

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E m p r e e n d e d o r i s m o

Sebrae Empreendedor premia 12 prefeitos

A nona edição do Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor premiou 12 prefeitos, que execu-taram em seus municípios os me-lhores projetos de incentivo aos pequenos negócios.Os campeões nacionais foram selecionados en-tre os 148 vencedores estaduais.

Desde 2001, quando o Se-brae criou o Prêmio Prefeito Em-preendedor, a instituição recebeu aproximadamente sete mil inscri-ções e reconheceu nacionalmente o trabalho de 67 gestores munici-pais, que identificaram nas micro e pequenas empresas uma impor-tante ferramenta de desenvolvi-mento econômico.

O objetivo da premiação é incluir o empreendedorismo defi-nitivamente na agenda da gestão municipal, a exemplo da saúde, educação, segurança e infraes-trutura. “É um estímulo para as

prefeituras usarem o empreende-dorismo como ferramenta de de-senvolvimento local e do país”, ressalta o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos.

A edição deste ano superou as expectativas e a meta de ins-crições, que era de 1,5 mil pro-jetos, terminou com mais de 1,8 mil inscrições. Também foram criadas duas novas categorias: Municípios Integrantes do G100 e Inclusão Produtiva com Segu-rança Sanitária.

Os participantes ainda con-correram nas categorias Melhor Projeto, Implementação e Institu-cionalização da Lei Geral, Com-pras Governamentais de Peque-nos Negócios, Desburocratização e Formalização e Pequenos Ne-gócios no Campo. Também foram premiados os melhores projetos de cada uma das cinco regiões.

Maria Teresa Surita Prefeita de Boa Vista (RR)Roberto Cláudio Bezerra Prefeito de Fortaleza (CE)Roberto Hashioka Soler Prefeito de Nova Andradina (MS)João do Carmo DiasPrefeito de Brejetuba (ES)Nestor Tissot Prefeito de Gramado (RS)Sebastião Damascena Santos Prefeito de Nova Ipixuna (PA)Laércio Schuster Júnior Prefeito de Timbó (SC)Sirlene Pereira Ferreira Svartz Prefeita de Laranjeiras do Sul (PR)Mário Sérgio Lubiana Prefeito de Nova Venécia (ES)Jeferson Andrade Batista Prefeito de Madre de Deus (BA)Richardson Xavier Cunha Prefeito de Sítio Novo (RN)\Alexandre Raimundo de VasconcelosPrefeito de Santarém (PA)

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P i s c i c u l t u r a

Pirarucu em cativeiro e piracema em Mato Grosso

A Empresa Mato-Grossense de Pesquisas, Assistência e Exten-são Rural (Empaer) já está elabo-rando um projeto de viabilidade e implantação do sistema de pro-dução do peixe Pirarucu na região Norte Araguaia.

O objetivo é fomentar a cria-ção do peixe em sistemas de ca-tiveiros por pequenos e médios produtores rurais. Nativo da ba-cia amazônica, o Pirarucu é uma das mais espécies mais apreciadas pelo mercado consumidor, com déficit de oferta do pescado.

O primeiro passo para viabi-lizar a criação será um minucioso levantamento das propriedades onde é possível criar o peixe, as famílias interessadas e o mecanis-mo a ser adotado.

Piracema O Conselho Estadual da Pesca

(Cepesca) informa que a partir des-te ano o período da piracema será entre 1º de outubro e 31 de janeiro. A mudança se baseou em estudos, que constataram o inicio e fim da fase de reprodução dos peixes.

O monitoramento para ava-liar se realmente o comporta-mento reprodutivo dos peixes terminava em janeiro, fevereiro ou alcançava março se iniciou em janeiro deste ano nos rios que compõem as três bacias hidrográ-ficas de Mato Grosso (Paraguai, Amazônica e Araguaia-Tocantins).

E, diferente do que vinha acontecendo em anos anteriores, em que era considerado o auge do

período de reprodução dos peixes, os meses de novembro a fevereiro, a pesquisa mostrou que cerca de 75% dos peixes dos rios do estado iniciam sua fase de ovulação em outubro; e em média 40% termi-nam esse período em janeiro.

O projeto de pesquisa dura dois anos e deve continuar nas ba-cias do estado, com a proposta de atualizar as informações compor-tamentais dos peixes. A execução do projeto de monitoramento tem apoio de 18 entidades

Os dados foram compilados pela bióloga e coordenadora téc-nica do projeto, Lúcia Aparecida de Fatima Mateus, com a ajuda de um modelo matemático desenvol-vido pela universidade Federal de mato Grosso.

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Tu r i s m o

Paraty colonialSe você ainda não conhece

Paraty, a bela cidade histórica e co-lonial localizada na região da Costa Verde, no sul do Rio de Janeiro, não sabe o que está perdendo. Passear pelo centro histórico tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional e onde é proibido o tráfego de auto-móveis, é como entrar em um túnel do tempo, rodeado de belas paisa-gens, encantos naturais e arquitetura preservada.

O Centro Histórico de Paraty lembra os anos de 1820, e é consi-derado pela UNESCO “o conjunto arquitetônico colonial mais harmo-nioso do País”.

Ao lado do Centro Histórico, estão situadas as praias do Pontal e Jabaquara, mas no total, são 50 praias maravilhosas, com águas cris-talinas e, a grande maioria, cercada de mata nativa em estado quase selvagem

Por isso, passeios de barco e escunas também são imperdíveis. Eles duram de 4 a 5 horas, e saem diariamente do cais da cidade.

Aos amantes da natureza não faltam roteiros, já que na área da cidade estão o Parque Nacional da Serra da Bocaina, a Área de Prote-ção Ambiental do Cairuçú, onde fica a Vila da Trindade, e a Reserva da Joatinga. Para completar a lista de atrativos, Paraty faz limite com o Parque Estadual da Serra do Mar.

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Trindade

Localizada a apenas 30 qui-lômetros de Paraty, Trindade é uma vila de pescadores com ce-nários paradisíacos. O acesso é pela Rodovia Rio-Santos, na altura do km 268. Entre as praias de Trin-dade estão a Praia Brava, a Praia do Cepilho a Praia dos Ranchos e a Praia do Meio, entre outras.

Cachoeiras

Paraty possui várias ca-choeiras belíssimas e você não pode deixar de conhecer pelo menos uma, a Cachoeira da Pe-dra Branca, com dois saltos de cinco metros de altura. A água é um pouco fria, mas o banho vale a pena. Há pequenas piscinas e duchas naturais no local, o que só torna o passeio ainda melhor.

Caminho do Ouro. A Estrada Real ou Caminho

do Ouro foi construída pelos es-cravos, entre os séculos XVII e XIX. Ela ligava Minas Gerais a Paraty, por onde descia o ouro dos portugueses. A visitação só é permitida com guias autoriza-dos, pois atravessa propriedades particulares

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Intimidade

Pouca gente podia se dizer íntima do senador Daniel Krieger, um dos mais respeitáveis dos políticos gaúchos em todos os tempos. Com o seu porte alemão, grandalhão, o “velho Krieger” não era de permitir tapinhas nas costas, mão no ombro e outras demonstrações de maior intimidade, salvo quando essa amizade existia mesmo e era por de-mais antiga e sólida. Havia no Rio de Janeiro um cidadão que se ga-bava de grande amizade com o senador. “O Krieger é mesmo que um irmão”, dizia. E contava histórias e mais histórias de fatos hipotetica-mente vividos em companhia do político, que depois foi presidente da Arena, o chamado “maior partido do ocidente”, sustentáculo político da ditadura militar. Um dia estava ele a vangloriar-se de suas relações com o senador, nas escadarias do Palácio Monroe, então sede do Senado Federal, quando vem descendo ninguém menos do que o próprio Krieger. O homem fi cou pálido. Não podia que admitir que os amigos cons-tatassem que ele nem mesmo conhecia o senador. E partiu para o desespero. Aproximou-se dele, colocou a mão sobre o seu ombro e falou:

“ Como vai meu caro Kieger? O que há de novo?Imperturbável, Daniel Krieger, com o seu vozeirão, acabou com a festa. Afastando a mão do intruso

pousada sobre o seu ombro, foi curto e grosso:- Que eu saiba, de novidade mesmo, meu caro, só essa nossa intimidade!

O Sim do Marechal

Candidato a prefeito de Maceió, Sandoval Caju tornou-se fi gura folclórica da política alagoana. Eleito, mandou pintar a letra “S”, inicial do seu nome, em um enorme caju, nos bancos de praça e em todos os logradouros públicos da cidade. Dois dias antes da eleição, na qual obteve consagradora maioria, fez o discurso de encerramento da campanha na praça Marechal Deodoro, no centro da cidade. Depois de meia hora de infl amada oratória, partiu para o encerramen-to dramático. Dirigindo-se à estatua do proclamador da República, no meio da praça, bradou entusiasmado:

“ Meu caro Marechal Deodoro, confi rme para o povo de Maceió que dentro de 48 horas, inadiáveis e improrrogáveis, eu serei eleito prefeito desta capital!

O velho marechal de bronze manteve-se impassível. Passados alguns se-gundos, Sandoval grita ao microfone:

“Obrigado, meu Marechal. Muito obrigado. Eu sabia que jamais iria me faltar com o seu apoio”.

E diante da multidão, que atônita olhava para a estátua, desfechou:“Quem cala consente!

RANGEL CAVALCANTE [email protected]

54 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

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Na frente

Durante o go-verno Geisel, Ar-mando Falcão era o ministro da Justiça. Apesar da fama de linha dura, era muito simpático e cordial

para com os jornalistas que fazíamos a cobertura do seu ministério. Vez em quando nos chamava para bater um papo no gabinete. Conversava muito, mas não dava informação alguma. Costumava mesmo era falar do sertão do Ceará e da sua fazenda de Quixe-ramobim. Mesmo diante das diferenças ideológicas, o relacionamento de Falcão com os coleguinhas era bom, permitindo certas intimidades. Gostava de per-guntar sobre as últimas piadas envolvendo o seu nome e o de outras fi guras do governo militar. Tínhamos o cuidado de atribuir sempre “aos comunistas” cada pia-da contra o regime e seus gestores.

Certa feita, ao ver o jornalista Wanderley Barbo-sa, foi logo perguntando quais eram “as últimas dos comunistas”. E ouviu uma anedota, que ele mesmo disse ter sido das que mais gostou e da qual riu a va-ler. Segundo o relato, “os comunistas” perguntavam qual a diferença entre uma prostituta grávida e o mo-torista do ministro da Justiça. A resposta era:

A prostituta leva o fi lho na frente!”.

O hebdomadário Um dos catedráticos da famosa escola mineira

de sabedoria, que era o PSD, José Maria Alkimin, foi um dos grandes contribuintes para a formação do chamado folclore político brasileiro. Certa feita, foi procurado pelo editor de um jornalzinho do interior, da pobre região do Jequitinhonha, que lhe pedia ajuda para conseguir uma verba publicitária ofi cial, pois a si-tuação do periódico era das piores em matéria fi nancei-ra. Alkimin o recebeu festivamente e o saudou:

- Parabéns pelo seu jornal. Esta cada vez me-lhor. Leio-o todos os dias.

Surpreso, o jornalista explicou:- Mas deputado, o meu jornal é um hebdomadá-

rio. Só circula uma vez por semana.Sem perder a fl eugma, o velho político saiu pela

tangente:- É claro que eu sei que é

semanário. Mas como eu gosto, leio todos os dias!.

Por acaso, Não

Adhemar de Barros tinha, e tem, mesmo depois de morto, ca-deira cativa no folclore político brasileiro. Acabara de perder mais uma eleição para presidente da República ( “O Brasil Precisa de um Gerente”, era o slogan da campanha) e o humor não estava nada bom. Certa noite, foi levado por alguns amigos a um dos clubes ele-gantes da capital paulista. Sentados a uma mesa de canto, conver-savam, quando foram interrompidos por uma daquelas matronas chatas, que adoram cumprimentar e puxar conversa com pessoas importantes. A mulher dirigiu-se a Adhemar e perguntou:

“Por acaso, o senhor não é o doutor Adhemar de Barros?”“Adhemar de Barros, sim. Por acaso, não!”, sentenciou o velho cacique do PSP, virando em seguida

as costas à intrusa.

CASOS & CAUSOS

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M o t o r e sM o t o r e s r e s

Yamaha 3 rodas

A Yamaha já apresentou o novo Tricity 155, o modelo que expande sua linha de motos de 3 ro-das, que antes era representada pelo Tricity 125. Além do motor de maior cilindrada, o mode-lo aumentou o ta-manho da roda da traseira, para garan-tir mais segurança e conforto ao condu-tor.

Trail intermediária

A Honda XRE 190 chegou para preencher a la-cuna existente entre a Bros 160 e a XRE 300 em sua linha de trails compactas. A nova trail intermediária parte de uma base totalmente nova, com chassi de berço semi-duplo, motor monocilíndrico refrigerado a ar, que gera até 16,4 cv, injeção flex e freio ABS na dianteira.

SUV compacto A Renault vai aposentar o cansado Clio e lan-

çar uma nova proposta, com grandes chances de cair no gosto do consumidor brasileiro: o Kwid, uma espécie de SUV reduzida, com posição de di-rigir mais elevada, multimídia, marcadores digitais, bom padrão de acabamento e o econômico bloco 1.0 com 3 cilindros, que já equipa o Nissan March.

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M o t o r e sM o t o r e s

Sentra Atualizado O Nissan Sentra antecipou a estreia de sua primeira atualização no Brasil. A linha 2017 do sedã ficou

mais cara e mais equipada. A motorização continua a mesma, com o motor 2.0 flex de 140 cavalos, mas a montadora abandonou a transmissão manual, que equipava a versão de entrada. Agora, todas as versões são equipadas com câmbio CVT.

Novo 3008 O Peugeot 3008 ganhou

mais cara de SUV e uma aparên-cia mais esportiva e robusta, gra-ças à linha de cintura mais alta, parachoques mais largos, rodas maiores e apliques como saias la-terais, entre outros itens. O inte-rior também ganhou um painel de instrumentos totalmente digital, com tela de 12.3 polegadas colo-rida e várias funções controladas no volante.

Elantra Moderno

A nova geração do Hyundai Elantra 2017 já está disponível no mercado norte americano, com os motores 1.4 de 130 cv e 2.0 de quatro cilindros, capazes de gerar até 149 cv de potência. O mesmo modelo está chegando no Brasil em substituição ao estoque da li-nha 2016.. O modelo traz alguns traços do sedã de grande porte Hyundai Sonata.

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58 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

Os trabalhadores compram e consomem se tive-rem, antes de tudo, emprego e salário e, nessa con-dição, o crédito ajuda muito para antecipar o consu-mo. As empresas competitivas investem na produção se souberem que concorrerão em condições equâ-nimes, com estabilidade nas regras, infraestrutura adequada para sustentar a produção e se a demanda for efetiva no tempo. Todos apostarão no presente, se houver confiança no futuro.

Os jovens de hoje viveram um período de ex-pectativas favoráveis, sonharam e projetaram suas vidas, tiveram campo favorável para construí-las até aqui e contribuíram, com estudo, trabalho e consu-mo, para uma dinâmica favorável da economia. Ago-ra será preciso aprender a viver em condições des-favoráveis, enfrentar novas adversidades e descobrir que a superação não ocorre de maneira solitária, mas em conjunto, unindo forças e revigorando as institui-ções capazes de colocar em movimento a dinâmica do crescimento.

O sindicato é uma ferramenta de resistência e insistência na superação da crise. Descobri-lo como instrumento de luta é uma oportunidade. Fazer do sindicato um espaço para debater as saídas locais, setoriais, nacionais e internacionais para a crise é um momento raro de formação. Lutar para implementar essas medidas é aprender a construir expectativas fa-voráveis que levam a decisões que antecipam o futu-ro, fazendo do presente um momento de construção e investimento. Decidem pessoas, famílias, organiza-ções, empresas e governos.

A boa luta dos sindicatos inclui, além de elabo-rar os diagnósticos, desenvolver a capacidade de pro-duzir e apresentar propostas – o que, como e quando fazer -, debatê-las, negociá-las, atuar para implantá--las e trabalhar para construí-las diariamente.

A r t i g oClemente Ganz Lúcio

*Clemente Ganz Lúcio é Sociólogo, diretor técnico do DIEESE, membro do CDES e do Grupo Reindustrialização

Os jovens trabalhadores na boa luta

Quem entrou no mercado de trabalho depois de 2004 muito provavelmente desconhece o que é o de-semprego estrutural ou de longa duração, esse facão que destroi vidas, sonhos e perspectivas. Por apro-ximadamente uma década, a geração de empregos foi resultado de uma dinâmica econômica de cres-cimento em um ambiente de expectativa favorável sobre o futuro.

Há algum tempo, a situação mudou e a cri-se econômica, fenômeno cíclico no capitalismo, ganhou predominância. A incerteza sobre o futu-ro voltou. A crise mundial é muito grave e atinge o Brasil. Porém, esta nossa crise também decorre de vários problemas internos, sobrepostos. Esta-mos dentro de uma grande tempestade econômica e política, que tem efeitos devastadores sobre o emprego e os salários. O que podemos dizer aos jovens é que essa grande turbulência vai passar, que sairemos dela. O que ninguém sabe dizer é quando.

O período é de resistência à destruição que a crise provoca, acionando todos os mecanismos e instrumentos de proteção. É preciso ter claro que a prioridade é preservar os empregos, oferecer prote-ção aos desempregados e oportunidades rápidas de acesso à renda. Além da proteção às pessoas, essa ação deve resguardar e reanimar um vetor dinamiza-dor da economia, que é o mercado interno, movido pela capacidade de consumo das famílias.

Além de resistir, é preciso insistir vigorosamente na retomada do crescimento econômico, condição para a geração e sustentação dos empregos. A ativi-dade econômica precisa ser reanimada, com as em-presas decidindo produzir. Mas essa decisão só será tomada se houver confiança de que haverá consumi-dores internos e externos (pessoas, famílias, empre-sas, governos) dispostos a comprar. Sem demanda, não há produção e, muito menos, investimento para ampliar a capacidade produtiva.

Art igo

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ASTEC

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CONFEDERAÇÃONAC IONA L DOSME TAL ÚR G IC OS

CONFEDERAÇÃONAC IONAME TAL ÚR

CONFEDERAÇÃONM

BRASIL

Uma história de lutas

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