27 encontro espírita sob a vida e a obra de bezerra de menezes

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Page 1: 27 Encontro Espírita sob A Vida e a Obra de Bezerra de Menezes

Centro Espírita Léon Denis

27o Encontro Espírita sobre A Vida e a Obra deBezerra de Menezes

CENTRO ESPÍRITA LÉON DENIS“BEZERRA DZES”

Tema:

28 de agosto de 2016

“Bezerra de Menezes e a Coragem da Fé”

Centro Espírita Léon Denis

Encontro Espírita sobre A Vida e a Obra de Bezerra de Menezes

CENTRO ESPÍRITA LÉON DENIS “BEZERRA DZES”

Tema:

de agosto de 2016

Menezes e a Coragem da Fé”

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27o Encontro Espírita sobre A Vida e a Obra de Bezerra de Menezes Tema: “Bezerra de Menezes e a Coragem da Fé”

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INFORMAÇÕES GERAIS:

O Encontro também será transmitido pela internet (www.celd.org.br).

8h às 8h30min Chegada/Recepção

8h30min às 9h Abertura/Deslocamento

9h às 10h30min Estudo

10h30min às 11h Intervalo

11h às 12h55min Estudo

13h Encerramento

Coordenação Geral: Iara Cordeiro e Roberto Antonio de Souza Santos Organização de Conteúdo: Equipe de Estudo do Encontro Finalização: Setor Editorial CELD

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CENTROS PARTICIPANTES LOCAL Data da Realização

Centro Espírita Léon Denis Bento Ribeiro

28/agosto

Centro Espírita Antonio de Aquino Magalhães Bastos

Núcleo Espírita Antonio de Aquino Bangu

Centro Espírita Casa do Caminho Taquara

Centro Espírita Bezerra de Menezes Duque de Caxias

Centro Espírita Abigail Santa Cruz

4/setembro

Centro Espírita Abigail de Lima Madureira

Centro Espírita Irmão Clarêncio Vila da Penha

Centro Espírita Ismael Magalhães Bastos

Centro Espírita Israel Barcelos Bento Ribeiro

Núcleo Espírita Rabi da Galileia Santa Cruz

Grupo Espírita Fraternidade e Amor Bangu 10/setembro

11/setembro Centro Espírita Abel Sebastião de Almeida Riachuelo

Centro Espírita Léon Denis (Cabo Frio) Cabo Frio 11/setembro

Centro Espírita Maria de Nazaré Nilópolis

Grupo Espírita Allan Kardec Bangu 18/setembro

Grupo Espírita Maria de Nazaré Madureira

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Temas estudados até a presente data

1990 - Bezerra de Menezes, um Apóstolo de Jesus 1991 - Bezerra de Menezes, um Trabalhador Amigo de Jesus 1992 - Bezerra de Menezes, o Trabalhador Espírita e o Homem de Bem 1993 - Bezerra de Menezes, o Espírita 1994 - Bezerra de Menezes, o Médico dos Pobres 1995 - Bezerra de Menezes, o Homem que Soube Servir 1996 - Bezerra de Menezes, o Homem que Soube Querer o Bem do Próximo 1997 - Bezerra de Menezes e o Sentimento de Piedade para com o Próximo 1998 - A Ação do Homem Bezerra de Menezes no Reerguimento do Próximo 1999 - Bezerra de Menezes e a Reencarnação 2000 - Bezerra de Menezes, o Homem Diante da Dor 2001 - Bezerra de Menezes, o Espírita no Além 2002 - Bezerra de Menezes e suas Percepções a Respeito da Dor e do

Sofrimento Humano 2003 - Bezerra de Menezes e sua Convivência com o Mundo Espiritual 2004 - Bezerra de Menezes e suas Conclusões sobre Deus, Livre-arbítrio e a

Providência 2005 - Bezerra de Menezes e suas Conclusões sobre a Reencarnação 2006 - Bezerra de Menezes e a Valorização do Renascimento 2007 - Bezerra de Menezes e a Intervenção do Plano Espiritual no Processo

Reencarnatório 2008 - Bezerra de Menezes e a Reencarnação Auxiliando a Construção do

Homem de Bem 2009 - Bezerra de Menezes, o Exemplo do Homem do Futuro Diante dos

Desafetos 2010 - Bezerra de Menezes, o Exemplo do Homem do Futuro Diante das

Questões Espirituais 2011 - Bezerra de Menezes, o Exemplo do Homem do Futuro Diante das

Questões Espirituais II 2012 - Bezerra de Menezes, o Exemplo do Homem do Futuro Diante das Lutas

de Vida 2013 - Bezerra de Menezes, o Exemplo do Homem do Futuro e a Liderança, o

Amor e a Caridade 2014 - Vida e Obra de Bezerra de Menezes — Análise de uma Carta de

Bezerra de Menezes 2015 - Bezerra de Menezes e o Exercício da Medicina dos Homens e da

Medicina Espiritual

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Sumário Objetivos.............................................................................................................. 6

Introdução ........................................................................................................... 7

Tema 1 – Fé e Coragem: na visão humana e segundo a Doutrina Espírita….... 8

Tema 2 – A Construção da Fé ......................................................................... 26 Tema 3 – A Fé impulsionando e sustentando a coragem frente

aos desafios ..................................................................................................... 28

Conclusão ......................................................................................................... 34

Anexo 1 – Biografia de Bezerra de Menezes ................................................... 35

Anexo 2 – Bibliografia ....................................................................................... 39

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Objetivo Geral: � Conscientizar-se, como o fez Bezerra de Menezes, de que a fé inaba-

lável será construída através do desenvolvimento da crença firmada na razão e na consciência como preconiza a Doutrina Espírita.

Objetivos Específicos: � Compreender o conceito de coragem e fé na visão humana e de acordo

com a Doutrina Espírita. � Entender que a partir do movimento consciencial, nós espíritos encar-

nados, vamos paulatinamente construindo os alicerces para a edificação da fé em nossas vidas.

� Analisar exemplos das atitudes de Bezerra de Menezes comprovando a

“coragem da fé”. � Concluir que somente através da “coragem da fé” podemos adquirir: a

calma ante as turbulências, discernimento frente aos grandes problemas, paz interior para o enfrentamento das grandes dores com que nos vemos a braços.

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Introdução

Apesar do conhecimento de que estamos estagiando num planeta de Provas e Expiações — com as situações peculiares e necessárias para que cada um seja impulsionado às conquistas que nos possibilitarão o aprendizado e consequentemente o progresso — ao nos depararmos com essas dificuldades, muitas vezes nos falta coragem para o enfrentamento e a fé que nos tranquiliza dando-nos a certeza de que iremos sair vencedores. Fica então o questionamento: Como nos preparar convenientemente alicer-çando os conhecimentos necessários, que poderão ser acionados e aplicados nesses momentos? Fé: pertence à nossa estrutura espiritual e deverá ser desenvolvida ou é adquirida com as experiências por que passamos? Coragem: onde buscar essa força que nos impulsiona e potencializa nosso bom ânimo para o enfrentamento e gerenciamento das mais difíceis situações? Fé e coragem seriam ferramentas que associadas nos possibilitarão a calma ante as turbulências, discernimento frente aos grandes problemas, paz interior para o enfrentamento das grandes dores com que nos vemos a braços? Os Benfeitores Espirituais, sempre atentos às nossas dificuldades, para o Encontro desse ano, propuseram-nos o tema “Bezerra de Menezes e a Coragem da Fé” para que, refletindo sobre os ensinamentos trazidos pela Doutrina Espírita e os exemplos do nosso patrono Bezerra de Menezes na sua vida de relação, possamos nos apropriar dos recursos necessários para vencermos esses obstáculos de maneira mais eficaz, apoiados na fé e na coragem — alicerces que nos possibilitarão a construção de um futuro melhor. Que possamos ter um dia de estudos com grande aproveitamento para nossas almas! Muita Paz!

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Tema 1: Fé e Coragem: na visão humana e segundo a D outrina Espírita FÉ: Conceitos

Segundo a Doutrina Espírita:

A Fé cega e a Fé raciocinada...

O que são?

Fé (do Latim fide) é a adesão de forma incondicional a uma hipótese que a pessoa passa a considerar como sendo uma verdade sem qualquer tipo de prova ou critério objetivo de verificação, pela absoluta confiança que se deposita nesta ideia ou fonte de transmissão.

ttps://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%A9

Etimologicamente significa: crença religiosa. Conjunto de dogmas e culto: fé católica, fé muçulmana considerada a primeira virtude teologal. Adesão anuência pessoal a Deus, seus desígnios e manifestações, crença, con-fiança, fé — capacidade de sintonia com a mente Divina.

O Espiritismo preconiza a fé raciocinada: “Não há fé inquebrantável senão aquela que pode encarar frente a frente a razão em todas as épocas da humanidade”.

Dicionário de Filosofia Espírita de Palhano Jr.

“(...) entende-se como fé a confiança que se tem na realização de algo, a certeza de se alcançar um objetivo. Ela dá uma espécie de lucidez que faz ver, pelo pensamento, o objetivo que se almeja e os meios de a ele chegar” (...)

O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap.XIX, item 3.

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É cega a fé religiosa que anula a razão e se submete ao juízo dos outros, que aceita um corpo de doutrina verdadeiro ou falso, e dele se torna totalmente cativa.

Na sua Impaciência e nos seus excessos, a fé cega recorre facilmente à perfídia, à subjugação, conduzindo ao fanatismo. Ainda sob este aspecto, é a fé um poderoso incentivo, pois tem ensinado os homens a se humilharem e a sofrerem.

Ora, se a fé cega pôde produzir tais efeitos, que não realizará a fé esclarecida pela razão, a fé que julga, discerne e compreende?

Léon Denis, Depois da Morte, Quinta Parte, cap. 44.

A fé pode ser cega, nascida da confiança irracional em algo ou alguém, e dentro de uma religião como, por exemplo, o Catolicismo, ser baseada em dogmas – diretrizes estabelecidas pela Igreja, nas quais os fiéis creem sem que o clero necessite dar maiores explicações. Ela também pode ser raciocinada, como no Espiritismo, que caminha junto à Ciência e à Filosofia, portanto, segundo esta doutrina, razão e sentimento devem se unir para construir uma crença nascida do conhecimento, uma vez que a fé não surge por um milagre no interior do homem, mas é edificada, porém também aqui não se foge da necessidade da confiança e de algumas certezas instintivas. As experiências de cada um, intransferíveis e totalmente pessoais, dão origem a esta energia ou sentimento, ou como se queira definir a fé. Ela pode ser dividida com as pessoas à nossa volta na forma de narrativas históricas ou obras de arte, e até mesmo sob o aspecto de depoimentos espirituais, de vivência interior. Todos nós, segundo pesquisadores, temos no nosso íntimo, em estado latente, o poder da fé, ou seja, de tornar real tudo que desejamos alcançar, através do exercício contínuo da vontade determinada, contumaz, focada nos objetivos que almejamos concretizar. Atualmente, a literatura de autoajuda aposta justamente nesse potencial humano, na capacidade de alcançarmos tudo aquilo que aspiramos, por meio da exploração de condições ainda pouco conhecidas de nossa mente, entre elas a fé, mas que estão certamente presentes em cada indivíduo.

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Ter fé = crer?

Pelas definições vemos que existe diferença entre crer e ter fé.

A crença em Deus é inata, porém a fé em Deus é construída através da comprovação de Sua atuação em favor da criatura. Todos os espíritos possuem seu germe? Analisemos as respostas dos espíritos:

A fé raciocinada pretende, sobretudo, a renovação do homem. O conhecimento da Reencarnação, da lei de Causa e Efeito, da Mediuni-dade e da Vida em suas múltiplas nuances, objetiva única e tão somente tornar a criatura mais lúcida quanto ao próprio destino.

A Coragem da Fé (Bezerra de Menezes) 36 — “Em primeiro lugar”.

E que é a fé? Será a faculdade que Deus nos deu para crermos no que não podemos compreender? Creio que sim, porque não compreendemos a Deus e, entretanto, cremos nele. Mas a fé não nos pode ter sido dada para crermos em tudo o que não compreendemos. A fé certa se regula por leis eternas, para que aceite os mistérios que são verdades, e repila os que são falsidades...

Uma Carta de Bezerra de Menezes, pág.90. 8. ed./Pág. 85, 6. ed.

“A fé raciocinada, que se apoia sobre os fatos e a lógica, não deixa nenhuma obscuridade; a pessoa crê porque tem a certeza, e só tem a certeza, porque compreendeu. Eis por que essa fé não se dobra: visto que não há fé inquebrantável senão aquela que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da humanidade”.

O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XIX, item 7.

Crer: ter por certo; dar como verdadeiro; acreditar, presumir, supor...

Dicionário AURÉLIO

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A fé, portanto, pode ser humana e divina.

Como podemos definir a fé? Ela pode ser definida como uma força de vontade direcionada para um objetivo. E então, dividi-la em dois focos distintos: fé humana e fé divina. A fé humana consiste em acreditar no próprio potencial,

“A fé é o sentimento inato, no homem, dos seus destinos futuros; é a consciência que ele tem das faculdades imensas, cujo germe foi depo-sitado em si, a princípio em estado latente, e que ele deve fazer desa-brochar e crescer pela sua vontade atuante.” “Até o momento a fé só foi compreendida pelo seu lado religioso..., mas o Cristo, que realizou milagres materiais, mostrou, por esses mesmos milagres o que o homem pode quando tem fé, isto é, a vontade de querer, e a certeza de que essa vontade pode se realizar.”

O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XIX, item 12.

“É a profunda confiança do homem nele mesmo, já que nele se manifesta a divindade revelada nas suas mais sublimes faculdades, considerando-se não existir separação entre homem e Deus, como ainda creem os que continuam imersos numa visão de dualidade.”

Relendo o Evangelho no Limiar do 3o Milênio — Baruch Ben Ari.

“Assim como o amor que se encontra de forma latente dentro de nosso coração, a fé está em forma de gérmen em todas as criaturas, indepen-dente de qual seja a sua religião. Depende de nossos esforços para poder germinar. Somos portadores de uma força interior muitas vezes desco-nhecidas por nós mesmos. Jesus sempre transferiu suas curas para a própria fé do doente. Portanto, a fé é uma conquista que não está forçosamente ligada a qual-quer ramificação religiosa. É certo que essa força existente em cada criatura pode ser ativada por vários mecanismos sendo um deles a religião.”

O Poder da Fé, pág. 125 - 130, “Fé ativa” (Boberg. J. L.). Editora EME, 2005.

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humana e fé divina. A fé humana consiste em acreditar no próprio potencial, tendo fé em si mesmo. Cremos conseguir conquistar algo almejado e vamos atrás deste objetivo, auto motivando-nos. É a fé na capacidade de realizar sonhos.

“Ter fé é identificar dentro de nós algo maior que nós mesmos, algo maior que o nosso mundo. É reconhecermo-nos criatura e Criador. É um sentimento cujo germe trazemos depositados em nosso íntimo e que compete a cada um de nós fazê-lo desabrochar e crescer pela ação de nossa vontade. Sem a fé a vida perde seu sentido mais amplo, o altruísmo, a caridade, a esperança, o desejo de progresso e o bem-estar do próximo, cedendo lugar a satisfações imediatistas, aos prazeres efêmeros, ao egoísmo e ao materialismo. A fé não tem caráter apenas religioso. Ela reflete uma confiança que temos na possibilidade de realizarmos alguma coisa, é um precioso instrumento evolutivo que nos cabe fazer bom uso, a fim de cumprirmos nossa missão perante Deus. A fé humana se concentra nos interesses materiais e na satisfação das necessidades terrenas. Ela se manifesta, por exemplo, em todo aquele que se propõe a realizar um empreendimento e nisso concentra todo o seu trabalho e esforço no intuito de realizá-lo.”

Fábio Pezzim Guimarães

“Com a fé humana acreditamos que podemos fazer algo e fazemos. Esta fé nos dá a confiança na condução, com sucesso, de nossa carreira profissional; na consolidação de nossa base financeira; na superação de situações que dependam de nossa mudança de atitude. Estimula-nos a lutar com inteligência e dedicação contra o que nos incomoda. Não nos deixa acomodados com o status quo, lembrando-nos de que um futuro diferente só acontecerá se houver atitude proativa no presente.

Para o bem da sociedade ou para nosso próprio crescimento emocional ou profissional, aliar à fé humana um toque de humildade e sensatez, entendendo-se falíveis, irá nos fazer reavaliar sempre as próprias ações. E isso fará com que a fé em nós mesmos não se transforme em orgulho e presunção. A fé humana, sem estas ponderações, traz ilusões sobre a nossa personalidade, tornando-nos arrogantes e donos da verdade.”

Retirado do site: www.rhtransformacao.com.br por Carlos Alex Fett.

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(...) A fé humana está muito evidenciada nas atitudes das criaturas que não conseguem conceber a possibilidade de alcançar vitórias que não sejam o resultado exclusivo das suas ações. Como dissemos: falam mais alto as neces-sidades do indivíduo como tal. Ele precisa usufruir de tudo aquilo que a sua determinação estabelece como de real valor para si mesmo. Não consegue ter paciência para esperar o momento certo de usufruir aquilo que mais almeja. O que lhe é o desejo mais íntimo, se lhe chega às mãos em situação inesperada, não será percebido como sendo ação da bondade Divina.

Todos os valores serão creditados a si mesmo. É quando percebemos na linguagem das pessoas: “Se não fosse pela minha determinação, jamais teria conseguido... Tenho fé de que com os meus recursos, alcançarei o que almejo”.

No contexto religioso, a fé é uma virtude daqueles que aceitam como verdade absoluta os princípios difundidos por sua religião. Ter fé em Deus é acreditar na sua existência e na sua onisciência. A fé é também sinô-nimo de religião ou culto. Por exemplo, quando falamos da fé cristã ou da fé islâmica.

A fé cristã implica crer na Bíblia Sagrada, na palavra de Deus, e em todos os ensinamentos pregados por Jesus Cristo, o enviado de Deus. Na Bíblia há inúmeras referências ao comportamento do cristão que age com fé. Uma das frases sobre o tema afirma que “a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se veem”. (Hebreus 11:1.)

Palestra Virtual Promovida pelo IRC-Espiritismo — http://www.irc-espiritismo.org.br Centro Espírita Léon Denis — http://www.celd.org.br

Palestrante: Iara Cordeiro. Rio de Janeiro/RJ. 2/6/2000.

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A Ciência Humana e a Fé

Define-se a Ciência como “a observação, identificação, descrição, investigação experimental e explicação teórica de fenômenos”. A Ciência é um método que a humanidade pode usar para obter uma maior compreensão do universo natural. É uma busca pelo conhecimento através da observação. Os avanços na Ciên-cia demonstram o alcance da lógica e imaginações humanas. Que fique claro, fé e religião são coisas diferentes. A religião é uma maneira institucionalizada para se praticar a fé, por meio de regras específicas e dog-mas. Já a fé é algo pessoal, ligado à espiritualidade, à busca para compreender as respostas a grandes questões sobre a vida, o Universo e tudo mais. Isso pode ou não levar a rituais religiosos... A ciência se curvou aos fatos: dezenas de estudos mostram que fiéis são mais felizes, vivem mais e são mais agradáveis. Mas também não há mais dúvidas de que é possível reproduzir esses efeitos em ateus e pessoas sem religião. “Como você professa sua fé?”, pergunta o médico Paulo de Tarso Lima a seus pacientes na primeira consulta. Conversar sobre isso virou rotina no setor de oncologia em um dos mais conceituados hospitais do Brasil, o Albert Einstein, em São Paulo.... Se deseja a visita de um padre, rabino ou pastor, o hospital manda chamar. Se quiser meditar, professores de ioga são convocados. No hospital, a fé é uma arma no tratamento de doenças graves.

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Hoje, as principais faculdades de medicina americanas dedicam uma disciplina exclusiva ao assunto. E, na última década, uma série de estudos mostrou que os benefícios da fé à saúde têm embasamento científico.

A Neurociência e a Pineal

Especialistas estudam os efeitos da fé sobre o cérebro humano.

Essa busca por resposta científica sobre a fé é assunto da segunda reportagem da Série 'FÉ', exibida pela TV Tem. De acordo com o neurocirurgião Raul Marino Júnior, um dos mais importantes neurocirurgiões do país, cientistas já responderam muitas perguntas sobre a máquina que nos comanda. Mas algumas áreas ainda estão em constante pesquisa. A Ciência descobriu porque andamos, armazenamos informações e até de onde vêm algumas doenças, mas sobre a fé, a pergunta que norteia as pesquisas é se o cérebro seria o responsável pela produção do que acreditamos. Depois de muita resistência, a Ciência aceitou o desafio de estudar a fé e a ligação com o cérebro. Marino realizou pesquisas no Brasil, nos EUA e no Canadá. Nessa busca por explicações sobre os efeitos da fé na vida das pessoas, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) se reúnem uma vez por semana para discutir a relação entre saúde, espiritualidade e religiosidade.

Para a coordenadora do Museu de Anatomia da USP, Maria Inês Nogueira, quando

a pessoa acredita em algo, o cérebro reage de outra maneira. “Ele reage produ-

zindo substâncias que ajudam você a caminhar de forma melhor ou identificar

aquilo que você acredita que seja mais adequado para realizar o seu objetivo”, diz.

Ainda das pesquisas divulgadas, temos então como localizar a fé em nosso cérebro? O neurocirurgião Eduardo Carlos da Silva, de São José de Rio Preto (SP), acredita que sim. Segundo ele, pesquisadores americanos chegaram a definir o local exato que nos conecta com o divino. “Uma área que está sendo chamada de 'Ponto de Deus', na região temporal anterior do cérebro”.

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No início do século 20, o QI era a medida definitiva da inteligência humana. Na

década de 90, a descoberta da inteligência emocional (QE) mostrou que não

bastava o sujeito ser um gênio, se não soubesse lidar com as emoções. No

novo milênio as descobertas da Ciência apontam para a Inteligência Espiritual

(QS), responsável pelo significado da existência humana.

Essa tese vem demonstrada por Danah Zohar física e filósofa americana

juntamente com o marido, o psiquiatra Ian Marshall, no livro A Inteligência

Espiritual, (QS = do inglês Spiritual Quocient), no qual demonstram o “Ponto de

Deus” no cérebro, uma área que seria responsável pelas experiências espiri-

tuais das pessoas. Danah mostra, além disso, que “o líder espiritualmente

inteligente é uma pessoa responsável por trazer visão e valores. É uma pessoa

que inspira as outras, do tipo de Dalai Lama, Nelson Mandela, Mahatma Gandhi

e outros. Na experiência de Danah, a inteligência espiritual pode ser desenvol-

vida, propondo para cultivá-la dez qualidades comuns às pessoas espiritual-

mente inteligentes. Praticam o autoconhecimento profundo; são levadas por

valores; têm capacidade de encarar e utilizar a adversidade; são holísticas;

celebram a diversidade; têm independência; perguntam sempre o porquê das

coisas; têm capacidade de colocar as coisas num contexto mais amplo; têm

espontaneidade e compaixão.

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27o Encontro Espírita sobre A Vida e a Obra de Bezerra de Menezes Tema: “Bezerra de Menezes e a Coragem da Fé”

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A tese da Inteligência Espiritual (QS) vem comprovar a tese de que o homem é espiritual, queira ou não queira, pois existe em seu coração um mistério que é maior do que ele mesmo e, em seu cérebro, o "Ponto de Deus". Deste modo, o homem jamais deixará de ser espiritual, jamais deixará de ser religioso, isto é, de "religar-se" a algo ou alguém que o transcende. Dr. Sérgio estuda os estados de transe e a mediunidade. Mas não pesquisa só a glândula pineal; ela é o que ele pesquisa no cérebro, interessado em enten-der a relação entre corpo e espírito, Sérgio Felipe de Oliveira é um dos maiores pesquisadores na área de Psicobiofísica da USP, e vem ganhando destaque nos meios de comunicação com suas pesquisas acerca do papel da glândula pineal em fenômenos como a mediunidade. E com Bezerra de Menezes? Como conquistou a verdade ira fé?

Após mergulhar na carne para a realização do último processo reencarnatório, mesmo tendo adquirido, com o aprofundamento dos estudos sobre “a Doutrina dos Espíritos” no plano espiritual, o embasamento necessário ao cumprimento da sua missão, o “véu do esquecimento” funcionou como barreira para que esse conhecimento só fosse eclodido no momento propício.

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27o Encontro Espírita sobre A Vida e a Obra de Bezerra de Menezes Tema: “Bezerra de Menezes e a Coragem da Fé”

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Analisemos seu depoimento em Vida e Obra de Bezerra de Menezes de Sylvio Brito Soares

“(...)vivi a fugir de toda crença religiosa, por não aceitar uma que se impõe à fé, por decreto de seus ministros, e a ser arrastado por essa mesma crença, que não podia aceitar”(...)

“(...)Casei-me com uma moça católica a quem amava de coração — e sempre respeitei suas crenças, guardando nos seios da minha alma a descrença” (...)

Com a perda da primeira esposa entra em conflito com os postulados de sua religião por não encontrar explicação racional que servisse de lenitivo para sua dor.

“(...)fui subitamente abatido pelo tufão da maior adversidade que me podia sobrevir: minha mulher me foi roubada pela morte, em 20 horas deixando-me dois filhinhos, um de 3 anos e outro de 1. Aquele fato produziu-me um abalo físico e moral de prostrar-me.

Li toda a Bíblia e quanto mais lia mais vontade tinha de continuar fruindo doce consolação com aquela leitura.

Quando acabei, eu sentia a necessidade de crer, não nessa crença im-posta à fé, mas numa crença firmada na razão e na consciência(...)

Onde lhe descobrir a fonte?

Atirei-me à leitura dos livros sagrados, com ardor, com sede; mas sempre uma falha ao meu espírito reclamava(...) Com a leitura de O Livro dos Espíritos a alavanca é acionada removendo o “véu do esquecimento” e paulatinamente foi relembrando o conheci-mento sedimentado no Plano Espiritual.

“(...)Eu já tinha lido e ouvido tudo que se acha em O Livro dos Espíritos, mas eu tinha a certeza de nunca haver lido obra alguma espírita, e, portanto, me era impossível descobrir onde e quando me fora dado o conhecimento de semelhantes ideias!”(...)

“(...)Minha alma encontrou finalmente onde pousar, tendo deixado os espaços agitados pelo vendaval da descrença, da dúvida, do ceticismo que devasta, que esteriliza, que calcina, se assim me posso exprimir, recordando a tortura de quem sente a necessidade de crer, mas não encontra onde assentar sua crença”.

“Julgo, pois, que me é lícito dizer que as novas opiniões acarretaram para mim sensível modificação moral. E para confirmá-lo, basta consignar esse fato:

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27o Encontro Espírita sobre A Vida e a Obra de Bezerra de Menezes Tema: “Bezerra de Menezes e a Coragem da Fé”

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A FÉ

Antes de ser espírita, só o pensar em perder um filho, fazia-me mentalmente blasfemar, punha-me louco.”

“Depois de espírita, tendo perdido quatro filhos adorados, e depois de criados, louvando e agradecendo ao Pai de amor ter provado, por aquele modo, minha obediência aos seus sacrossantos decretos.”

Sou a irmã mais velha da Esperança e da Caridade; chamo-me Fé. Sou grande e forte. Aquele que me possui não teme nem o ferro, nem o fogo: é a prova de todos os sofrimentos físicos e morais. Irradio sobre vós um facho cujos jatos cintilantes se refletem no fundo de vossos corações e vos comunico a força da vida. Dizem, entre vós, que transporto monta-nhas; eu, porém, vos digo: Venho erguer o mundo, porquanto o Espiri-tismo é a alavanca que me deve auxiliar. Uni-vos a mim; venho convidar-vos: sou a Fé. Sou a Fé! Moro com a Esperança, a Caridade e o Amor no mundo dos Espíritos Puros. Muitas vezes deixei as regiões sublimadas e vim à Terra para vos regenerar, dando-vos a vida do Espírito(...) (...) Reconhecem-me por meus atos: ilumino as inteligências, aqueço e fortaleço os corações; afasto para longe de vós as influências enganosas e vos conduzo a Deus pela perfeição do espírito e do coração. Vinde abrigar-vos sob a minha bandeira; sou poderosa e forte: eu sou a Fé. Sou a Fé e o meu reino começa entre os homens; reino pacífico, que os tornará felizes no presente e na eternidade. A aurora do meu advento entre vós é pura e serena; seu sol será resplandecente e seu crepúsculo virá docemente embalar a Humanidade nos braços de eternas felicidades. Espiritismo! derrama sobre os homens o teu batismo regenerador. Eu lhes faço um apelo supremo: eu sou a Fé.

(Espírito de Georges, bispo de Périgueux – Revista Espírita. 1862.)

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27o Encontro Espírita sobre A Vida e a Obra de Bezerra de Menezes Tema: “Bezerra de Menezes e a Coragem da Fé”

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CORAGEM: Conceitos Segundo o Aurélio online, coragem é força ou energia moral que leva a afrontar os perigos; valor; destemor; ânimo; intrepidez; bravura; denodo: lutar com coragem. De um modo geral, define-se a coragem como sendo um sentimento que serve de meio, de veículo ao homem para vencer o que não tem transposição fácil, o que gera insegurança ou medo. Portanto, a coragem existe para um fim, po-dendo ser justificada pelo fim a que serve. Sob ponto de vista fisiológico, a coragem é um processo neurológico, quimica-mente elaborado, e que foi melhor localizado em 2010, por pesquisadores israelenses, numa área cerebral denominada Córtex Cingulado Anterior, nasce então a atitude oposta ao medo. Igualmente o medo, que parece existir com a coragem, tem a sua localização em regiões cada vez mais primitivas do cérebro, estabelecendo-se antes mes-mo da consciência de um perigo. A Doutoranda Adriana Tanese Nogueira em trabalho publicado, afirma

Como se sabe, ser corajoso não equivale a não ter medo, mas a saber superar o medo. Corajoso é quem não se deixa deter pelo medo. Considero a coragem uma das maiores virtudes humanas. Sem ela, praticamente, nada se faz. Pelo menos, nada que valha. A coragem é um ímpeto, uma força que faz avançar, colocando na sombra as dúvidas. É também a certeza da necessidade de um gesto, um ato ou uma palavra independentemente ou apesar de suas consequências. Coragem é enfrentar o que se sabe ser inevitável. Muitas vezes, é preciso coragem até para fazer o bem, assim como é preciso de coragem para pôr em prática ideias, projetos, desejos e sonhos. De que adianta pensar corretamente se o pensamento fica preso no crânio porque falta a coragem para torná-lo realidade? E, igualmente, de que vale um sentimento maravilhoso que permanece enterrado no coração por falta de peito para encará-lo e vivenciá-lo? De nada, absolutamente nada.

http://www.psicologiadialetica.com/2011/06/coragem-e-covardia.html Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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Coragem (do latim coraticum, do francês cor-age) é a capacidade (muitas vezes tida como virtude) de agir apesar do medo, do temor e da intimidação. Deve-se notar que coragem não significa a ausência do medo, e sim ação apesar deste. O contrário da coragem é tido normalmente como covardia.

Ainda nos afirma Adriana Tanese Nogueira que

Platão correlaciona coragem, razão e dor. A coragem é o uso da razão a des-peito do prazer. Coragem é ser coerente com seus princípios a despeito do prazer e da dor.

Quanto ao comportamento, a coragem não é exclusivamente uma ação huma-na, pois é possível encontrá-la manifestando-se entre os animais com o objetivo da sobrevivência. Como é possível ao pássaro dar o primeiro voo, sem que se atire no abismo, fora do ninho seguro?

Demonstram coragem utilizando seus instintos primitivos e pela necessidade de sobrevivência, sai do seu ninho sabendo que pode morrer, mas essa necessi-dade aciona a coragem.

A verdade é que o covarde foge da vida e de si mesmo. Aparta-se da responsabilidade que seu sentimento, valores e desejos lhe imporiam. Quando não se tem coragem de romper uma relação que precisa ser deixada para trás, ou quando se ama alguém e não se tem a coragem de assumir o próprio sentimento e/ou de agir de forma congruente, além de covarde se é irresponsável, porque se está fazendo pelo menos duas pessoas infelizes.

Enquanto o covarde tem baixa autoestima, o corajoso não pensa dema-siadamente em si. Ele enxerga além. Se parasse para considerar todos os pequenos interesses de seu próprio ego, o corajoso perderia o impulso do moto progressivo e naufragaria rapidamente. Ter coragem implica, de alguma forma, esquecer-se de si mesmo. Por isso, se diferencia do exibido que comete atos ousados para se mostrar. O corajoso não é nem tolo nem egocêntrico.

O homem sem temor motiva-se a ir mais além. Enfrenta os desafios com confiança e não se preocupa com o pior. O medo pode ser constante, mas o impulso o leva adiante. Coragem é a confiança que o homem tem em momentos de temor ou situações difíceis, é o que o faz viver lutando e enfrentando os problemas e as barreiras que despertam o medo, é a força positiva para combater momentos tenebrosos da vida.

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Já no homem, a ação da coragem vai além daquela manifestada entre os animais, pois tem vida moral, tem consciência de suas atitudes, sendo necessário compreender o alcance moral da cora-gem em sua existência.

Os seres humanos (diferentemente dos animais irracionais) têm uma psiquê muito influente em suas atitudes, portanto seus medos e coragem variam muito de uns para os outros, dependendo do ambiente no qual vivem (e no qual viveram quando mais jovens), da educação que receberam, de suas crenças, de com quem eles convivem socialmente e etc.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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A coragem é um sentimento considerado grande virtude na história da Huma-nidade, mas de conceito relativo e variável segundo a época, a cultura, a edu-cação, a civilização. Isso significa que a coragem vem servindo ao homem, a partir de um direcionamento na sua forma, atendendo a mudanças naturais, pois o homem de hoje não é o mesmo de ontem. Ela varia na sua forma, mas de uma maneira geral manifesta-se como a capacidade de superar algum medo. Em qualquer circunstância de manifestação de medo, a coragem deve ser colocada como um agente, um meio, pois em caso contrário torna-se inútil. Diz-se que deve ser colocada quanto à sua utilidade porque a coragem em si é neutra, exigindo uma qualificação. Por exemplo, a coragem pela coragem, pelas suas consequências, submete o homem ao barbarismo, tal como se observa nas brigas de rua, nos confrontos entre manifestantes e até mesmo nas guerras. A coragem, se bem empregada, pode projetar o homem para a melhoria da vida, para grandes avanços espirituais. O que foi exposto pelos autores nos remete aos questionamentos: Se a coragem é evidenciada através da ação dos animais (utilização do instinto) e nos seres humanos se caracteriza de forma diferenciada em concor-dância com crenças e valores adquiridos (utilização do raciocínio lógico), poderemos concluir que, tal qual a fé, seria inata? Seria também uma potência da alma que nos cabe desenvolver em intensidade e direção? Analisemos alguns aspectos trazidos pela Doutrina Espírita e busquemos melhor nos esclarecer: A finalidade da Doutrina Espírita é proporcionar a melhoria da Humanidade. Traçar, com os ensinamentos trazidos pelos espíritos, um roteiro seguro para o desenvolvimento do espírito imortal. Para romper com atitudes contrárias à Lei, que se tornaram hábitos e impedem o nosso crescimento, é necessário entender melhor “o porquê da vida” e ter coragem para efetuar as modificações necessárias.

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Voltemos às colocações estabelecidas pela autora Adriana Tanese Nogueira Esse é o papel da Doutrina Espírita: nos auxiliar a entender melhor a base da dignidade humana, a consistência moral e a coerência com a Lei, para que através da coragem possamos desenvolver a melhor estratégia para nossa transformação. Afirma Bezerra de Menezes

“A coragem está na base da dignidade humana, da consistência moral de uma pessoa e de sua coerência consigo própria. Pela coragem, valores, postura e ação são aglutinados num todo unitário a serviço da persona-lidade individual. Para ser si mesma, uma pessoa tem que ter coragem. Num mundo massificado, mergulhado em estereótipos e preconceitos, emergir para fora da maré requer simples e nobre coragem. Da mesma forma, num horizonte psicológico lotado de falsos julgamentos, dúvidas, inseguranças e visão borrada, é pela coragem de seguir as intuições cer-teiras que nascem do profundo interior que uma pessoa demonstra quem ela realmente é.”

“Filhos, ser espírita é oportunidade de vivenciar o Evangelho em espírito e verdade. O seguidor da Doutrina é alguém que caminha sobre o mundo, mais consciente de seus erros que de seus acertos. Por este motivo — pela impossibilidade de conformar os interesses do homem velho com os anseios do homem novo, ele quase sempre deduz que professar a fé espírita não é tarefa fácil. Toda mudança de hábito, principalmente daquele que lhe esteja mais arraigado, impõe à criatura encarnada sacrifícios inomináveis. O rompimento com o "eu" é um parto laborioso, em que, não raro, sem experimentar inúmeras recaídas, o espírito não vem à luz... O importante é que não vos deixeis desalentar.”

Carlos A. Baccelli, A Coragem da Fé — Bezerra de Menezes.

“Coragem é conquista conseguida na sucessão das experiências evolutivas, entre variadas dificuldades e sofrimentos, mediante os quais se adquire resistência moral e calma.”

Iluminação Interior — Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Franco, ed. Leal.

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Segundo Sócrates Verifica-se pelos postulados da Doutrina Espírita que a coragem está relacio-nada também à razão, e não somente à emoção. Sob esse aspecto é preciso ter coragem para aceitar a fé raciocinada, pois, pela razão, nos remete à necessidade de mudanças de atitude, domando as emoções inferiores, colo-cando sob nossa responsabilidade a construção de um futuro melhor. A demonstração da coragem varia muito entre os homens, pelo uso do livre-arbítrio. É uma força positiva, impulsionadora que é demonstrada apesar do medo e nos auxilia a enfrentar os momentos difíceis. Somos seres encarnados com o propósito de evoluir, sobretudo no campo moral, dos sentimentos. Para tanto, sabemos planejadas para cada um de nós as provas reencarnatórias, existenciais, e que, necessariamente, é preciso a coragem para vencê-las. Quantas vezes fugimos à prova pela falta dessa virtude chamada coragem. As dúvidas que surgem neste momento são legí-timas, pois a transformação a que se propõe o progresso espiritual, em larga escala, nos modificará em um indivíduo que ainda não somos. A coragem resulta de uma perseverança sábia buscando desenvolver o conhecimento intelectual, mas sobretudo moral. Evoluir é tornar-se melhor aplicando esses novos conhecimentos, o que consiste na coragem de romper com crenças e valores do “homem velho”. Não é possível ser feliz sem a coragem!

“(...) a coragem deve ser algo belo e nobre, não podendo ser nociva à alma”(...)

“Filhos perseverai no testemunho da fé espírita que abraçastes, ante a revivescência do Evangelho do Senhor. Não recueis ante as provas que vos são necessárias ao burilamento. Sustentai a coragem na luta, cons-ciente de que toda conquista nos domínios do espírito reclama esforço e sacrifício continuados. Ninguém ascende aos cimos, de passos presos à retaguarda.”

A Coragem da Fé — Carlos Baccelli — Casa Editora Espírita, SP.

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Tema 2: A Construção da Fé A fé se constrói? Como poderemos efetuar essa construção? Partimos da fé cega, do crer, do acreditar, para a fé raciocinada adquirindo a certeza, a confiança incondicional, para que diante das lutas da vida, não nos tornemos inativos buscando somente através da crença, que tudo seja solu-cionado por Deus (esperando pelo “milagre”). É necessário o nosso esforço, associarmos a fé divina à fé humana, tendo a certeza de que, através do desenvolvimento e da utilização das potências com que o Criador nos dotou e utilizando o suporte Divino estaremos construindo uma alavanca para alcan-çarmos todas as conquistas.

“À medida que vamos caminhando e evoluindo, na medida em que vamos descobrindo a figura de DEUS, vamos fazendo esforços. De início um esforço pequeno, uma fé dos homens simples, até chegarmos a caminhar para o espaço mais elevado, para forças superiores, onde a fé passa a ser pensada, meditada, respondendo às necessidades do homem.”

Balthazar, Pela Graça Infinita de Deus, vol. I, lição 11.

“A fé é a confiança da criatura em seus destinos, é o sentimento que a eleva à Infinita Potestade, é a certeza de estar no caminho que vai ter à verdade. A fé cega é como farol cujo vermelho clarão não pode traspassar o nevoeiro; a fé esclarecida é foco elétrico que ilumina com brilhante luz a estrada a percorrer. Ninguém adquire essa fé sem ter passado pelas tribulações da dúvida, sem ter padecido as angústias que embaraçam o caminho dos investigadores. Muitos param em esmorecida indecisão e flutuam longo tempo entre opostas correntezas. Feliz quem crê, sabe, vê e caminha firme. A fé então é profunda, inabalável, e habilita-o a superar os maiores obstáculos. Foi neste sentido que se disse que a fé transporta montanhas, pois, como tais, podem ser consideradas as dificuldades que os inovadores encontram no seu caminho, ou seja, as paixões, a ignorância, os preconceitos e o interesse material. Geralmente se considera a fé como mera crença em certos dogmas religiosos, aceitos sem exame. Mas a verdadeira fé está na convicção que nos anima e nos arrebata para os ideais elevados.”

Léon Denis, Depois da Morte, Quinta Parte.

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O germe se encontra no espírito como vimos no tema 1. Como desenvolvê-lo? Seu desenvolvimento está relacionado com os estímulos provenientes das experiências que passamos durante as vidas sucessivas, inseridos nos diver-sos cenários. Essas experiências irão evidenciar a necessidade de modificar hábitos, costumes, crenças e valores dilatando nosso discernimento. Vamos aumentando a capacidade de constatar a presença de Deus em nossas vidas, como nos fala Balthazar, verificando princípio, meio e fim das situa-ções mais graves, concluindo que estava dentro do cabimento da lei de Justiça, mas constatando que o Amor e a Misericórdia Divina nos proporcionaram recursos para que a administração fosse mais eficiente e o resultado melhor e mais rápido; indo muito além das nossas expectativas. Assim, vamos nos preparando para as próximas etapas, porque será inevitável o advento de novas dificuldades, pois fazem parte do nosso crescimento. À medida que constatamos a presença de Deus junto a cada um de nós, vamos desenvolvendo a fé e aumentando a coragem para o enfrentamento e a admi-nistração dos nossos problemas. Assim paulatinamente vamos construindo, como nos fala Léon Denis, a verda-deira fé, a convicção que nos anima e nos arrebata para os ideais elevados. Essa construção nos levará a atingir o patamar de que nos fala O Evangelho Segundo o Espiritismo: “(...) entende-se como fé a confiança que se tem na realização de algo, a certeza de se alcançar um objetivo. Ela dá uma espécie de lucidez que faz ver, pelo pensamento, o objetivo que se almeja e os meios de a ele chegar”(...)

Afirma nosso patrono

Quando consolidarem sua fé e confiança, no esforço de operacionalizar a luz do conhecimento em sua esfera íntima, conquistarão a verdadeira fé: a fé raciocinada, sustentada pelo sentimento que norteia e traz o discernimento e o sentimento do amor vibrante.

Estudando o Evangelho com Bezerra de Menezes, lição 54. Psicografia Alda Maria.

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Tema 3: A Fé impulsionando e sustentando a coragem frente aos desafios À medida que vamos construindo os alicerces da fé, vamos desenvolvendo a força impulsionadora, a coragem para o enfrentamento das situações difíceis com que nos deparamos na nossa caminhada. Ao surgirem novos desafios, reportamo-nos aos anteriores e pensamos: “naque-le momento, a certeza da presença de Deus e seu auxílio ajudaram-me a ter força, coragem e discernimento para vencer aquela dificuldade, portanto da mesma forma, apoiado na fé, na certeza do suporte Divino, terei a coragem suficiente para vencer essa nova etapa”. Ao analisarmos os episódios por que passamos, na atual reencarnação, temos a possibilidade de constatar essa verdade e pensamos: “a fé me tornou uma pes-soa mais corajosa diante das dificuldades”. O resultado do trabalho de Bezerra de Menezes/espírito no Triângulo Mineiro é mais uma comprovação do desenvolvimento da fé impulsionando e sustentando a coragem frente aos desafios. Naquela localidade a carência do povo estava ligada à área da saúde, não tinha médicos, era um lugar muito pobre, sem recursos e que não tinha quem cuidasse da saúde. Bezerra de Menezes usa a mediunidade mecânica do Sr. Mariano e começa a ditar as mensagens trazendo as receitas para tratar as pessoas através das ervas preparadas. Esse trabalho teve início quatro meses após seu desencarne; Bezerra desen-carna no dia 11 de abril de 1900 e inicia o trabalho de tratamento pela Medicina Espiritual através da mediunidade do Sr. Mariano no dia 28 de agosto, na inauguração do Centro Espírita Fé e Amor e posteriormente através da mediu-nidade de Eurípedes, não só a cura das doenças físicas, mas a cura dos processos obsessivos, pois naquela época o obsidiado era tido como louco. Inicialmente cuidou da cura do corpo para despertar o espírito para a aquisição de novos valores, substituindo paulatinamente crenças e valores construídos através da fé cega pela constatação da atuação do plano espiritual presente em nossas vidas e através da lei de Amor, trabalhando a nosso favor. Começa então o desenvolvimento da fé, como nos fala Balthazar: “de início um esforço pequeno, uma fé dos homens simples, até chegarmos a caminhar para o espaço mais elevado, para forças superiores, onde a fé passa a ser pensada, meditada, respondendo às necessidades do homem”.

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Na época, o obsidiado era considerado louco, pois não havia o conhecimento que existe hoje com relação às doenças mentais. As pessoas se curavam, passavam a ter conhecimento da Doutrina Espírita e por gratidão fundavam os centros espíritas desenvolvendo e canalizando a mediunidade eclodida através do processo obsessivo. A atuação de Bezerra de Menezes foi sendo difundida; Bezerra passou a ser um ponto de referência muito grande; ficou então conhecido, houve a divulga-ção, e as pessoas foram desenvolvendo a confiança em Bezerra. Como a repercussão foi muito grande e comentava-se sobre as curas de Bezerra de Menezes, a FEB enviou uma comissão para atestar a veracidade da comunicação, para comprovar se era de fato Bezerra de Menezes. O reconhecimento desse novo recurso proporcionado por Deus para auxiliar as criaturas, teve como consequência o desenvolvimento da fé em Deus e em Bezerra de Menezes. Desenvolveram a confiança, a convicção, a certeza e a lucidez com relação à palavra de Bezerra, pois qualquer coisa que Bezerra mandasse fazer eles faziam; não tinham a menor dúvida: “Ah! Não; isso não vai dar certo, não” (não acontecia). As lutas eram tantas que, para o seu enfrentamento, só desenvolvendo a coragem da fé frente aos desafios para administrá-las. Temos muitos exemplos colhidos naquela região, através do depoimento de pessoas, que conviveram com os personagens daquela época, relatando episódios comprobatórios dessa coragem. Citaremos apenas dois que constam na obra O Homem e a Missão

Uma pessoa estava com um processo de gangrena em um braço e para salvar sua vida era necessária a realização da amputação. Como não existiam recursos médicos e hospitalares Bezerra de Menezes mandou que fosse utilizada a serra do açougueiro e efetuassem a amputação sem demora, para que aquela vida fosse salva. Poderia ocorrer um processo hemorrágico, infecção, etc. Não tiveram dúvida; Bezerra mandou, o braço foi amputado e foi salva uma vida.

Há outro caso em que uma pessoa enfia um espinho no olho, Eurípedes fica receoso em tirar o espinho e Bezerra fala para ele “Pode tirar que a vista não vai vazar!”... Eurípedes fica com receio, pois estava muito profundo; então Bezerra fala “TIRA!”... Ele tira imediatamente e nada acontece.

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São fatos que evidenciam “a coragem da fé frente aos desafios”! Bezerra de Menezes e a coragem da fé Analisando algumas reencarnações desse espírito, nosso patrono, que no último mergulho na carne se apresentou como Bezerra de Menezes, eviden-ciamos a “coragem da fé” frente aos testemunhos que faziam parte de sua elevação. Inicialmente vamos nos reportar a Zaqueu: Era visto como arrecadador de impostos que enriquecera ilicitamente e vivia defraudando o próximo com lucros escandalosos, mas, a despeito disso, a doutrina do Mestre encontrara ressonância em seu coração e por isso ardia em desejos de conhecê-lo. Há certas almas que se entregam ao mal apenas porque não foram des-pertadas para o bem; muitos viam em Zaqueu o “avarento incorrigível”; mas, Jesus, no entanto, nele identificou o homem rico de nobre coração, capaz de transfigurar a riqueza em trabalho e beneficência. Jesus olhando para cima o viu e disse: — Zaqueu, desce depressa, porque hoje me convém pousar em tua casa. E, apressando-se, desceu e recebeu-o com júbilo. — Senhor, eis que eu dou aos pobres metade dos meus bens; e se em alguma coisa tenho defraudado alguém, o restituo quadruplicado. Zaqueu já havia desenvolvido valores espirituais e mesmo sendo um cobrador de impostos utilizava sua posição e sem levantar suspeitas, auxiliava as criaturas que estavam à sua volta. Após o encontro com Jesus, abdica das funções aduaneiras, dá parte dos bens aos pobres, provê com a outra parte recursos para a família, distribui as terras entre os camponeses mais necessitados e segue Jesus. Zaqueu sabia da tradição de troca de nome que significa ser “nova criatura em Cristo”. Solicita ser chamado de Mateus. Para que não houvesse confusão de nomes no grupo, Zaqueu sugeriu Matias. Zaqueu/Matias andou com os apóstolos em companhia do Cristo como o 13o Apóstolo. Em Jerusalém, Matias, permaneceu na comitiva do Nazareno, inclusive na fundação da Casa do Caminho.

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À noite era o enfermeiro dinâmico e atencioso, no socorro aos doentes de toda espécie, que eram abrigados da Casa. Colaborava em diversas casas, falando do Cristo e dos trabalhos apostólicos por toda Israel, em comunidades judaicas de Alexandria, Ásia e Roma. Anos após a passagem da Cruz, o espírito Amélia Rodrigues, conta que Matias recebe a 1a Missão: “Foi dirigir florescente igreja cristã em terras de Cesareia — por solicitação de Simão Pedro — rico de amor e humildade, dirigido por Jesus...” Matias, imbuído da força crística e do zelo apostólico, expulsa os obsessores, e com ambiente menos carregado inicia uma congregação cristã no local, uma Casa de Benefícios, centro de irradiação de todas as atividades nas regiões circunvizinhas. Num certo momento o rei e seus seguidores, arrastados pelas comodidades e prazeres da carne, atraíram de novo influências maléficas, e a situação piorou e de tal maneira que a Casa de Benefícios é destruída por incêndio provocado. Quinto Varro e Quinto Celso

Essas duas personalidades são reencarnações do espírito Matias. O objetivo maior da missão espiritual dessas duas vidas é regenerar a alma retardatária de Taciano, filho espiritual de Matias, 13o apóstolo de Jesus. Taciano persegue, com seus comparsas, os operários de Jesus. Varro é preso e condenado à morte com golpes de espada. Poucos anos depois Varro reencarna como Quinto Celso com a missão de resgatar Taciano para Cristo. Aos sete anos, Quinto Celso tocava alaúde em praça pública, como pedinte, e sua mãe Hortênsia, tomada pela tuberculose, desencarna. Quinto Celso é adotado por Taciano. Taciano ouve falar de Jesus, muitas vezes, resiste, resiste, mas acaba cedendo à mensagem viva do Nazareno. Taciano acaba, juntamente com seu filho adotivo, Quinto Celso, sendo martirizado, mas confessando antes:

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“Meu filho! Eu senti o poder de Cristo em mim! Agora eu também sou cristão!” Quinto Celso num poste em chamas pronuncia a frase conclusiva de sua missão cumprida: “Louvores sejam entoados a Deus, meu pai! Viva Jesus! Irmão Parmênio Irmão Parmênio, de idade avançada e abandonado pela família anticristã, man-tinha a Casa de Benefícios como escola, lar, templo, recanto de cura, localizada no ano de 513, no sexto século do cristianismo. Cecília com o filho Pompílio doente, segue o conselho da amiga Domitila e vai à procura de Parmênio para o filho receber as bênçãos possíveis da cura. Após dois dias em que Cecília, o filho e a amiga estavam instalados na Casa de Benefícios, Coriolano, o esposo de Cecília, retorna de uma viagem. A serva de Coriolano orientada por Ceres, irmã de Cecília, de forma caluniosa relata que Cecília o traía. Indignado, e com a ausência da esposa e do filho, Coriolano sai à procura do irmão Parmênio. Coriolano organiza uma legião de homens fortes em cavalos ágeis e chegam à Casa de Benefícios durante a noite. Coriolano informado que era proibido inco-modar os doentes naquela hora da noite, ordena que fosse atirado fogo por todos os lados. Em poucas horas, o irmão Parmênio e a sua obra humanitária ficaram em cinzas. Verificamos que, após conhecer Jesus, esse espírito não só foi um dos seus seguidores, mas trabalhou incansavelmente para a propagação da sua dou-trina, recebendo do Mestre missões das quais se saiu vitorioso, através da “coragem da fé”, suportando o sacrifício da própria vida. O Cristo, porém, advertiu-nos de que haveria uma época em que a Humani-dade estaria com maior capacidade de compreender os ensinamentos divinos e pronta para receber a terceira revelação, “o Consolador Prometido”. As bases são consolidadas no plano espiritual e os missionários são prepa-rados para a implantação e divulgação da Doutrina dos Espíritos na face da Terra. Começa, então, a reencarnação desses espíritos baluartes, cada um para exer-cer papéis e funções compatíveis aos seus messianatos.

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27o Encontro Espírita sobre A Vida e a Obra de Bezerra de Menezes Tema: “Bezerra de Menezes e a Coragem da Fé”

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Para o advento da nova era não havia mais necessidade do sacrifício da pró-pria vida nem do holocausto, mas da coragem da fé para o confronto com crenças e valores que necessitavam ser substituídos pelo raciocínio lógico através da crença firmada na razão e na consciência. Surge, então, o convite de Ismael, anjo tutelar do Brasil, ao 13o Apóstolo do Cristo: reencarnar nas terras brasileiras, com a missão de transportar do Velho Mundo a mensagem da Terceira Revelação, segundo os moldes kardequianos! No dia 29 de agosto de 1831, em Riacho do Sangue, no estado do Ceará, nascia ADOLFO BEZERRA DE MENEZES “O Grande Discípulo de Ismael” Que vinha cumprir no Brasil uma elevada missão! Cumpriu mais uma vez sua missão, através da coragem da fé, rompendo com crenças e valores alicerçados no seio familiar, contrapondo-se às ideias vigen-tes no contato com o mundo de relação através das inúmeras funções exercidas, dando-nos exemplo de retidão em todas as situações administradas — como podemos comprovar pela análise de sua vida e obra. No livro Estudando o Evangelho com Bezerra de Menezes, esse querido amigo através de mensagens emite-nos conselhos que, se observados, nos auxiliarão a desenvolver a “coragem da fé”, ferramenta necessária para nosso dia a dia.

7o § O homem deve compreender o mundo e seus interesses como instrumentação para trabalhar seu amadurecimento espiritual, por meio da utilização coerente do seu livre-arbítrio. E se já tem consciência desperta para a condição de discípulo do Senhor, tem o dever de comportar-se como tal, buscando com sinceridade o equilíbrio de seus pensamentos, sentimentos e atitudes; e explicitando na caridade, a mensagem de salvação. 10o § Deve erguer a fronte ao Criador, consciente dos seus deveres pe-rante o próximo, a natureza, a sociedade, revelando em suas ações o Cristo que existe em si mesmo, numa caminhada em que o despren-dimento, a compaixão e o respeito devem ser virtudes basilares do seu acervo íntimo. 11o § O mundo exige do ser humano coragem para manter-se alinhado à moral e aos bons costumes, pois numa sociedade não afeita aos deveres para com o Pai Celestial os comportamentos desvirtuados vigem como verdades.

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Conclusão Fé e Coragem são alavancas desenvolvidas e utilizadas pelo espírito para a concretização de seus ideais. Esse desenvolvimento é feito pelas experiências reencarnatórias, a princípio através de situações mais simples, e com erros e acertos, vamos estabele-cendo os parâmetros da aplicação, de modo que a cada ciclo de vida as bases vão sendo construídas para chegarmos ao ápice. Somente a Doutrina Espírita, com as instruções dos amigos do mundo invisível, esclarece-nos acerca da possibilidade do desenvolvimento dessas alavancas, indicando-nos que a aplicação deverá estar de acordo com a Lei Divina. À medida que desenvolvemos a Fé Divina e a Fé Humana (acreditar nas nossas possibilidades), desenvolvemos também a Coragem, aumentando a possibilidade de adquirir: a calma ante as turbulências, discernimento frente aos grandes problemas, paz interior para o enfrentamento das grandes dores com que nos vemos a braços, caminhando para a convicção que nos anima e nos arrebata para os ideais elevados. Muita Paz!

12o § Além da coragem, o homem necessita de firmeza e determinação para enfrentar as dificuldades naturais da existência, de cunho avaliativo, exercitando o silêncio da fé e dando exemplo que contagia agradavel-mente os corações que gravitam à volta do pequeno universo onde se instalou o aprendizado necessário à sua condição de espírito eterno.

Estudando o Evangelho com Bezerra de Menezes, págs. 287 e 288. Bezerra de Menezes. Ed. CEMFS, 2014.

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Anexo 1 Biografia de Bezerra de Menezes Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti, conhecido popularmente como Dr. Bezerra de Menezes ou simplesmente Bezerra de Menezes (Riacho do Sangue, atual Jaguaretama, 29 de agosto de 1831 — Rio de Janeiro, 11 de abril de 1900), foi um médico, militar, escritor, jornalista, político e expoente da Doutrina Espírita no Brasil.

1. INFÂNCIA E JUVENTUDE

Descendente de antiga família de fazendeiros de criação, ligada à política e ao militarismo na Província do Ceará, era filho de Antônio Bezerra de Menezes (tenente-coronel da Guarda Nacional) e de Fabiana de Jesus Maria Bezerra.

Em 1838, aos sete anos, ingressou na escola pública da Vila Frade, onde, em dez meses, aprendeu os princípios da educação elementar.

Em 1842, como consequência de perseguições políticas e dificuldades financei-ras, a sua família mudou-se para a antiga Vila de Maioridade, no Rio Grande do Norte, onde o jovem, então com 11 anos, foi matriculado na aula pública de Latim. Em dois anos já substituía o professor em classe, em seus impedi-mentos.

Em 1846, a família retornou à Província do Ceará, fixando residência na capital, Fortaleza. O jovem foi matriculado no Liceu do Ceará, onde concluiu os estudos preparatórios.

2. A CARREIRA NA MEDICINA

Em 1851, ano de falecimento de seu pai, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde, naquele mesmo ano, iniciou os estudos de Medicina na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Para prover os seus estudos, dava aulas particu-lares de Filosofia e Matemática.

Obteve o doutoramento (graduação) em 1856, com a defesa da tese: “Diagnóstico do Cancro”. Por essa altura, abandonou o último patronímico e modificou o “s” de Meneses para “z”, passando a assinar-se simplesmente como Adolfo Bezerra de Menezes. Nesse ano, o Governo Imperial decretou a reforma do Corpo de Saúde do Exército Brasileiro, e nomeou para chefiá-lo, como Cirurgião-mor.

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A 27 de abril de 1857 candidatou-se ao quadro de membros titulares da Acade-mia Imperial de Medicina com a memória “Algumas considerações sobre o cancro, encarado pelo lado do seu tratamento”.

Em 1858, candidatou-se a uma vaga de lente substituto da Secção de Cirurgia da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Nesse ano saiu a sua nomeação oficial como assistente do Corpo de Saúde do Exército, no posto de Capitão-tenente e, a 6 de novembro, desposou Maria Cândida de Lacerda, que viria a falecer de mal súbito em 24 de março de 1863, deixando-lhe dois filhos, um de três anos e outro com um ano.

Em 1865 desposou, em segundas núpcias, Cândida Augusta de Lacerda Machado, irmã por parte de mãe de sua primeira esposa, e que cuidava de seus filhos até então, com quem teve mais sete filhos.

3. TRAJETÓRIA POLÍTICA

Bezerra de Menezes já se notabilizara pela atuação profissional e pelo trabalho voltado à população carente. Desse modo, em 1860, em uma reunião política, alguns amigos levantaram a candidatura de Bezerra de Menezes, pelo Partido Liberal, como representante da paróquia de São Cristóvão, onde então residia, à Câmara. Ciente da indicação, Bezerra recusou-a inicialmente(...)

Abertas as urnas e apurados os votos, Bezerra fora eleito. Os seus adversários, liderados por Haddock Lobo, impugnaram a posse sob o argumento de que militares de Segunda Classe não podiam exercer o cargo de Vereador. Foi reeleito Vereador da Câmara Municipal do Município Neutro para o período de 1864 a 1868.

Foi eleito Deputado Provincial pelo Rio de Janeiro em 1866, apesar da oposi-ção do então primeiro-ministro Zacarias de Góis e dos chefes liberais. Empos-sado em 1867, a Câmara dos Deputados foi dissolvida no ano seguinte (1868), devido à ascensão do Partido Conservador. Retornou à política como vereador no período de 1873 a 1885, ocupando várias vezes as funções de presidente interino da Câmara Municipal. Foi eleito deputado geral pela Província do Rio de Janeiro no período de 1877 a 1885, ano em que encerrou a sua carreira política.

4. VIDA EMPRESARIAL

Foi sócio-fundador da Companhia Estrada de Ferro Macaé e Campos (1870). Empenhou-se na construção da Estrada de Ferro Santo Antônio de Pádua, pretendendo estendê-la até ao rio Doce, projeto que não conseguiu concretizar.

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pretendendo estendê-la até ao rio Doce, projeto que não conseguiu concretizar Foi um dos diretores da Companhia Arquitetônica de Vila Isabel, fundada em outubro de 1873 por João Batista Viana Drummond (depois barão de Drummond) para empreender a urbanização do bairro de Vila Isabel. Em 1875, foi presidente da Companhia Ferro-Carril, de São Cristóvão, período em que os trilhos da empresa alcançavam os bairros do Caju e da Tijuca.

5. MILITÂNCIA ESPÍRITA

Conheceu a Doutrina Espírita quando do lançamento da tradução em língua portuguesa de O Livro dos Espíritos (sem data, em 1875), através de um exemplar que lhe foi oferecido com dedicatória pelo seu tradutor, Dr. Joaquim Carlos Travassos. Sobre o contato com a obra, o próprio Bezerra registrou pos-teriormente:

“Deu-mo na cidade e eu morava na Tijuca, a uma hora de viagem de bonde. Embarquei com o livro e, como não tinha distração para a longa viagem, disse comigo: ‘Ora, adeus! Não hei de ir para o inferno por ler isto… Depois, é ridículo confessar-me ignorante desta filosofia, quando tenho estudado todas as escolas filosóficas’. Pensando assim, abri o livro e prendi-me a ele, como acontecera com a Bíblia. Lia, mas não encontrava nada que fosse novo para meu Espírito. Entretanto, tudo aquilo era novo para mim!... Eu já tinha lido ou ouvido tudo o que se achava em O Livro dos Espíritos . Preocupei-me seria-mente com este fato maravilhoso e a mim mesmo dizia: ‘Parece que eu era espírita inconsciente, ou, mesmo como se diz vulgarmente, de nascença’.”

Com o lançamento do periódico Reformador, por Augusto Elias da Silva em 1883, passou a colaborar com a redação de artigos doutrinários.

Após estudar por alguns anos as obras de Allan Kardec, em 16 de agosto de 1886, aos 55 anos, perante grande público no salão de conferências da Guarda Velha, no Rio de Janeiro, em longa alocução, justificou a sua opção em abraçar o Espiritismo. O evento chegou a ser referido em nota publicada pelo “O Paiz”.

No ano seguinte, a pedido da Comissão de Propaganda do Centro da União Espírita do Brasil, inicia a publicação de uma série de artigos sobre a Doutrina em “O Paiz”, periódico de maior circulação da época assinados sob o pseudô-nimo “Max”.

Em 1889, Bezerra de Menezes foi percebido como o único capaz de superar as divisões, vindo a ser eleito presidente da Federação Espírita Brasileira. Nesse período, iniciou o estudo sistemático de O Livro dos Espíritos, passando a redigir o Reformador; exerceu ainda a tarefa de doutrinador de espíritos obsessores. Organizou e presidiu um Congresso Espírita Nacional (Rio de

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Janeiro, 14 de abril. Assumiu a presidência do Centro da União Espírita do Janeiro, 14 de abril. Assumiu a presidência do Centro da União Espírita do Brasil a 21 de abril e, a 22 de dezembro de 1890, oficiou ao então presidente da República, marechal Deodoro da Fonseca, em defesa dos direitos e da liberdade dos espíritas contra certos artigos do Código Penal brasileiro de 1890.

De 1890 a 1891 foi vice-presidente da FEB na gestão de Francisco de Menezes Dias da Cruz, época em que traduziu o livro Obras Póstumas de Allan Kardec, publicado em 1892. Bezerra de Menezes afastou-se por algum tempo, conti-nuando a frequentar as reuniões do Grupo Ismael e a redação dos artigos semanais em “O Paiz”, que encerrou ao final de 1893. Aprofundando-se as discórdias na instituição, foi convidado em 1895 a reassumir a presidência da FEB (eleito em 3 de agosto desse ano), função que exerceu até a data de seu falecimento. Nesta gestão iniciou o estudo semanal de O Evangelho Segundo o Espiritismo, fundou a primeira livraria espírita no país e ocorreu a vinculação da instituição ao Grupo Ismael e à Assistência aos Necessitados.

Foi em meio a grandes dificuldades financeiras que um acidente vascular cere-bral o acometeu, vindo a falecer na manhã de 11 de abril de 1900.

O "KARDEC BRASILEIRO" Bezerra de Menezes

Pela atuação destacada no movimento espírita da capital brasileira, no último quartel do século 19, Bezerra de Menezes foi considerado um modelo para muitos adeptos da Doutrina. Destacam-lhe a índole caridosa, a perseverança, e a disposição amorosa para superar os desafios. Essas características, soma-das à sua militância na divulgação e na reestruturação do movimento espírita no país, fizeram com que fosse considerado o “Kardec Brasileiro”, numa home-nagem devida ao papel de relevância que desempenhou.

1900 (11 de abril) — faleceu, no Rio de Janeiro, às 11 horas e 30 minutos.

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Anexo 2 Bibliografia ALAIN DE BOTTON. Religião para Ateus, Ed. Intrínseca, 2011. AURÉLIO, B.H.F. Novo Dicionário Aurélo da Língua Portuguesa. 2. ed. Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1986. BALTHAZAR (Espírito) médium Altivo Carissimi Pamphiro. Pela Graça Infinita de Deus — Vol. 1, CELD, 2005. BEZERRA DE MENEZES. A. Uma Carta de Bezerra de Menezes. 8. ed. FEB, Rio de Janeiro, 2008. BEZERRA DE MENEZES. A Coragem da Fé, São Paulo, Editora DIDIER, 2002. BEZERRA DE MENEZES. Estudando o Evangelho com Bezerra de Menezes, CEMFS, MG, 2014. BOBERG, J. L. O Poder da Fé, pág. 125-130. “Fé Ativa”. Editora EME, 2005. CARLOS A. BACCELLI. A Coragem da Fé, Editora Didier. CORINA NOVELINO. O Homem e a Missão, 14. ed. 2001. EMMANUEL ALVES DA SILVA. Entrevista, Sacramento, Minas Gerais, 2014. Htpp://WWW.psicologiadialetica.com/2011/06/coragem-e-covardia.html KARDEC, ALLAN. O Evangelho Segundo o Espiritismo, Rio de Janeiro, CELD, 2010. KARDEC, ALLAN. Revista Espírita de 1862. KAREN ARMISTRONG. Dois Passos para uma Vida de Compaixão. Editora Cia. das Letras, 2012. MARTINS, JORGE DAMAS. O 13o Apóstolo — As Reencarnações de Bezerra, Rio de Janeiro, Lachâtre, 1957. DENIS, LÉON. Depois da Morte. 15. ed. FEB, Rio de Janeiro, 1989. PALHANO JUNIOR, L. Dicionário de Filosofia Espírita. 1. ed. CELD, Rio de Janeiro, 1997. PASTORINO, CARLOS TÔRRES. Sabedoria do Evangelho — Vol. 6, Sabedoria, Brasília, 1967. RODRIGUES, AMÉLIA. Primícias do Reino, Bahia, Livraria Espírita Alvorada Editora, 2008. PAGNI, P. A.; SILVA, D. J. Introdução à Filosofia da Educação: temas contemporâneos e história. Avercamp, São Paulo, 2007. PESSANHA, JOSÉ AMÉRICO MOTTA. Ética a Nicômaco; Poética / Aristóteles; seleção de textos. 4. ed. Nova Cultural, São Paulo, 1991 — (Os Pensadores — Vol. 2). PONVILLE, ANDRÉ COMTE. PequenoTratado das Grandes Virtudes. Ed. Martins Fontes, São Paulo, 1999. Tradução de Eduardo Brandão. SOARES, S. B. Vida e Obra de Bezerra de Menezes. FEB, Rio de Janeiro, 1963. XAVIER, F. C. Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho. 18. ed. FEB, Rio de Janeiro, 1990.

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