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Ano 29 - n° 265 - Setembro / 2015 CIRCULAÇÃO NACIONAL - R$ 9,90 Governadores reduzem custos para equilíbrar contas públicas E AGORA?

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Crise econômica reduz investimentos dos estados e afeta o pagamento do funcionalismo público

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Ano 29 - n° 265 - Setembro / 2015CIRCULAÇÃO NACIONAL - R$ 9,90

Governadores reduzem custos para equilíbrar

contas públicas

E AGORA?

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Ser o maior parceiro do agronegócio é olhar de perto o desenvolvimento do País.

Com o Plano Safra, o Governo Federal está investindo R$ 216,6 bilhões na agricultura familiar e empresarial. O Banco do Brasil é o maior fi nanciador desses recursos. Porque apoiar o agronegócio gera desenvolvimento para todos.

Central de Atendimento BB SAC Defi ciente Auditivo ou de Fala Ouvidoria BB ou acesse @bancodobrasil4004 0001 ou 0800 729 0001 | 0800 729 0722 | 0800 729 0088 | 0800 729 5678 | bb.com.br/agronegocio /bancodobrasil

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Ser o maior parceiro do agronegócio é olhar de perto o desenvolvimento do País.

Com o Plano Safra, o Governo Federal está investindo R$ 216,6 bilhões na agricultura familiar e empresarial. O Banco do Brasil é o maior fi nanciador desses recursos. Porque apoiar o agronegócio gera desenvolvimento para todos.

Central de Atendimento BB SAC Defi ciente Auditivo ou de Fala Ouvidoria BB ou acesse @bancodobrasil4004 0001 ou 0800 729 0001 | 0800 729 0722 | 0800 729 0088 | 0800 729 5678 | bb.com.br/agronegocio /bancodobrasil

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Leitor

A crise econômica e a dificuldade de arrecadação re-duziram drasticamente o volume de investimentos dos governos estaduais. Em alguns estados os cortes ultrapas-saram a casa dos 90%, como em Minas Gerais (97%) Mato Grosso (96%), Paraná (92%) e Distrito Federal (91%).

O fraco desempenho da economia brasileira também afetou as finanças estaduais, já que se as empresas vão mal, os estados recolhem menos Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), uma de suas principais fon-tes de receita.

Para tentar colocar a casa em ordem, os governantes estão aplicando uma receita comum a quase todos os esta-dos: extinção de secretarias, redução de cargos comissio-nados, revisão de contratos com fornecedores e até o par-celamento do salário dos servidores, entre outras medidas.

No Rio Grande do Sul, o atraso no pagamento do fun-cionalismo público e o calote na dívida com a União reve-laram ao mundo o tamanho da crise financeira enfrentada pelo estado. No Distrito Federal, o governador Rodrigo Rol-lemberg (PSB) anunciou um novo pacote de medidas para tentar contornar a crise financeira da capital do país.

Em Minas Gerais, o Estado deve fechar o ano com dé-ficit de R$ 7,2 bilhões,

Em Mato Grosso, o governador Pedro Taques (PSDB) cortou número de secretarias e de cargos comissionados, reduziu gastos supérfluos e concentrou os recursos no for-talecimento das políticas publicas

Na contramão do cenário de recessão no país, Bahia e Santa Catarina projetam crescimento de suas economias em 2015. O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados deverá aumentar, respectivamente, 0,6% e 1,5%.

Em Santa Catarina, o governador Raimundo Colom-bo (PSD) conseguiu equilibrar as finanças do estado com o controle minucioso da arrecadação e da execução de despesas.

Receita única para superar a crise

O Editor

&EstadosMunicípios

Editor GeralGuilherme Gomes - SJP-DF 1457

JurídicoEdson Pereira Neves

Diretora ComercialCarla Alessandra dos S. Ferreira

Conselho EditorialClovis Souza / Gerson Matos

Mauricio Cardoso / Rangel Cavalcante Renato Riella / Gerson de Castro / Getúlio Cruz

/ David Freire / Paulo Araújo / José Natal do Nascimento / Armando Cardoso

DiagramaçãoAndré Augusto Dias

Agências de NotíciasBrasil / Senado / Câmara

Petrobras / Sebrae / USP / FAPESP

PARCEIROS

Região NorteMeio & Mídia Comunicação Ltda

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(11) 3964-0963

Rio de JaneiroCortez Consultoria

[email protected].: (21) 2487-4128

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Minas GeraisRodrigo Amaral(31) 8841-1515

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Nacional e InternacionalBento Neto Corrêa [email protected]

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Tiragem 36 mil exemplares

As colunas e matérias assinadas não serão remuneradas e o texto é de exclusiva responsabilidade de seus autores

Sua revista de gestão, política e empreendedorismo

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Ano 29 - n° 265 - Setembro / 2015CIRCULAÇÃO NACIONAL - R$ 9,90

Governadores reduzem custos para equilíbrar

contas públicas

E AGORA?

CAPAAnos de gastança incompatível com a arrecadação, saldos

negativos e impossibilidade de pagar as contas. A realidade dos estados brasileiros

Para tentar colocar a casa em ordem, os governantes estão aplicando uma receita comum a quase todos os estados: extinção de secretarias, redução de cargos comissionados, revisão de contratos com fornecedores e até o parcelamento do salário dos servidores, entre outras medidas.

28 | DIRETO DE BRASÍLIA Renato Riella

42 | MÍDIA Pedro Abelha

56 | CASOS & CAUSOS Rangel Cavalcante

índiceEdição 265 - Setembro / 2015

colu

nas

11 PolíticaEm busca de um Estado mais eficiente 11Senador critica alta taxa de juros 12Reforma Política pode ser acelerada 13

14 EntrevistaUm governo totalmente aberto ao diálogo 14

18 EstadosPonte Igarapé-Miri já é uma realidade 18RN prepara reforma administrativa 19Piauí busca rede hospitalar mais eficiente 20Água Doce no Maranhão 21

22 MunicípiosSaúde é prioridade em Cariacica 22O sucesso da Coleta Seletiva em Luziânia 23Municípios não aguentam mais despesas 24Prefeitos debatem crise hídrica do Seridó 25Custeio da safra 2015/2016 já cresceu 4% 26

30 SaúdeSalvando nossas crianças 30Mercosul fará compra conjunta de medicamentos 31

32 EducaçãoDesafios dos Planos Municipais de Educação 32

34 EconomiaEnergia Renovável 34Balanço do PAC no primeiro semestre 35

36 InfraestruturaÁgua para quem precisa 36Experiência europeia no porto cearense 37

38 SegurançaSão Paulo reforça segurança pública 38

39 SocialSemestre lucrativo no BNDES 39

44 Meio AmbienteProjeto Interagir recupera áreas degradadas 44Abelha invasora na América do Sul 45

46 CidadaniaNovos Conselhos Tutelares em Maceió 46

48 CulturaUm pedacinho do Nordeste no Rio de Janeiro 48

50 Câmaras & AssembleiasVereador questiona Ideologia de Gênero 50Paraíso discute projeto de travessia urbana 51

52 TurismoPrimavera em Holambra 52

58 Artigo Suas movimentações financeiras estão protegidas? 58

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C a p a

Cortando na carne

A crise econômica e a difi-

culdade de arrecadação reduzi-ram drasticamente o volume de investimentos dos governos esta-duais. Em alguns estados os cor-tes ultrapassaram a casa dos 90%, como em Minas Gerais (97%) Mato Grosso (96%), Paraná (92%) e Distrito Federal (91%).

Em quase todos os casos o mo-tivo é o mesmo: anos de gastança incompatível com a arrecadação, saldos negativos e impossibilidade de pagar as contas. O fraco desem-penho da economia brasileira tam-bém afetou as finanças estaduais, já que se as empresas vão mal, os estados recolhem menos Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), uma de suas prin-cipais fontes de receita.

Para tentar colocar a casa em ordem, os governantes também es-tão aplicando uma receita comum: extinção de secretarias, redução de cargos comissionados, revisão de contratos com fornecedores e até o parcelamento do salário dos servi-dores, entre outras medidas.

Crise gaúcha No Rio Grande do Sul, o atra-

so no pagamento do funcionalis-mo público e o calote na dívida com a União revelaram ao mun-do o tamanho da crise financeira enfrentada pelo estado. Sem di-

nheiro no caixa, o estado tem difi-culdade para pagar os salários do funcionalismo em dia e é obriga-do a pedalar contas para os meses seguintes.

Segundo especialistas em gestão pública, para reverter o déficit nas contas, o governo gaú-cho precisa renegociar sua dívida com a União, reduzir o rombo da previdência e diminuir o custo da folha de pagamento, que hoje consome mais de 75,% da receita.

Crise econômica reduz volume de investimentos dos estados

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C a p a

Estimativa da Secretaria Es-tadual da Fazenda aponta que o Rio Grande do Sul deve fechar 2015 com um rombo de R$ 5,4 bilhões. Atolado em dividas, o Rio Grande do Sul também não tem mais margem de financiamento e não pode contrair empréstimos. A fonte secou!

Para combater a crise, o governador José Ivo Sartori (PMDB) suspendeu o pagamento a fornecedores e nomeação de novos funcionários públicos, cor-tou em 20% as despesas em todas as secretarias e em 35% nos car-gos em comissão. Também estuda aumentar impostos e estimular programas de concessões à inicia-tiva privada.

Capital da República No Distrito Federal, o go-

vernador Rodrigo Rollemberg (PSB) anunciou um novo pacote de medidas para tentar contornar a crise financeira da capital do país. O corte de 4,5 mil cargos comissionados, a suspensão de diárias e passagens, devolução de carros alugados e o controle do uso de combustível anunciados no inicio do seu governo foi insig-

nificante para deter o déficit de R$ 6,5 bilhões.

O novo pacote suspende o pagamento de reajustes salariais aos servidores públicos, reajusta as tarifas de ônibus e metrô, au-menta impostos, suspende con-cursos públicos, extingue oito das 24 secretarias e reduz os salários de cargos de natureza política – incluindo o dele e o do vice-go-vernador. As medidas são “duras, mas necessárias”, enfatiza o go-vernador.

Nem a capital do país escapa da crise

Rombo mineiro Em Minas Gerais, o estado

deve fechar o ano com déficit de R$ 7,2 bilhões. Diante desse cená-rio, o governo descartou a possibi-lidade de reajuste salarial para os servidores. Nos primeiros meses de gestão, o governador Fernando Pi-mentel (PT) reduziu em 97% os in-vestimentos, em comparação com o mesmo período de 2014.

Para sanear as contas, o go-verno anunciou um controle rígi-do dos gastos públicos, com cortes de verbas em diversas áreas, em especial para obras e investimentos. No orçamento revisto para 2015, a previsão de aportes foi reduzida para menos da metade, de R$ 6,8 bilhões para R$ 2,9 bilhões.

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C a p a

Entre as causas do desequilí-brio, o atual governo cita o custo da dívida do estado com a União, que passou de R$ 52 bilhões em 2007 para R$ 94 bilhões em 2014 e a carência de recursos para o custeio da máquina pública e in-vestimentos.

Receita matogrossense

explica o governador. Ressaltou que na gestão moderna é preciso fazer mais com menos. “E para isso você precisa de eficiência”.

Na contramão Na contramão do cenário de

recessão no país, Bahia e Santa Catarina projetam crescimento de suas economias em 2015. O Pro-duto Interno Bruto (PIB) dos esta-dos deverá aumentar, respectiva-mente, 0,6% e 1,5%, conforme

dados das secretarias da Fazenda.Um dos pontos em comum é

que ambos fazem parte do grupo dos menos endividados e dos que mais reduziram a relação entre dívida e receita na última déca-da. Em 2005, o passivo da Bahia correspondia a 117% da arreca-dação, percentual que caiu para 40% no ano passado. Santa Cata-rina reduziu esse índice de 119% para 45%.

Em Santa Catarina, o gover-nador Raimundo Colombo (PSD) conseguiu equilibrar as fi-nanças do estado com o controle minucioso da arrecadação e da execução de despesas. Logo nos primeiros meses de gestão, seu go-verno revisou mais de 15 mil con-tratos com fornecedores e presta-dores de serviço, economizando dezenas de milhões de reais.

O estado está com os paga-mentos rigorosamente em dia, preservou investimentos e tem uma baixa taxa de desemprego. “Tudo isso só foi possível porque tomamos medidas para alcançar o equilíbrio das contas publicas an-tes que a crise chegasse”, ressalta o governador.

Em Mato Grosso, o governador

Pedro Taques (PSDB), aplicou a mesma receita: cortou secretarias e cargos comissionados, reduziu gastos supérfluos e concentrou os recursos no fortalecimento das po-líticas publicas.

Para reduzir custos, o gover-no lançou um programa de de-missão voluntária incentivada nas empresas de capital misto, agru-pou e eliminou companhias que tinham a mesma finalidade, re-duziu os cargos comissionados e revisou vários contratos.

“Não existe alternativa. A receita caiu e há despesas que o governo não consegue controlar”,

Sem dinheiro em caixa, estados adotam medidas drásticas para reduzir custo

Bahia e Santa Catarina na contramão da recessão

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C a p a

São Paulo Também reeleito, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou, no segundo dia

do novo mandato, um contingenciamento de 10% no orçamento de 2015, percentual que corresponde a aproximadamente R$ 6,6 bilhões das despesas previstas para o ano.

O tucano ainda determinou redução de 15% nos cargos comissionados e de 10% dos gastos com custeio em todas as secretarias. Devido à queda de arrecada-ção, o governo reduziu em 37,5% o volume de investimentos no primeiro quadri-mestre do ano, em comparação com o mesmo período de 2014.

Goiás

Reeleito, o governador Marconi Perillo (PSDB) publicou decreto, em novembro, prevendo a extinção de seis secretarias e a demissão de 16 mil funcionários comissionados e temporários até o final de 2015.

Em abril, o governo anunciou o parcelamento dos sa-lários dos servidores – medida que se estendeu até julho e chegou a ser alvo de ação do Ministério Público, mas a Justiça entendeu que a ação não violava a lei. Contra o parcelamen-to, professores e servidores da educação paralisaram suas ati-vidades por 50 dias.

PanoramaParaná

Em dezembro, a Assembleia aprovou o projeto de tarifaço do governador reeleito Beto Richa (PSDB). A proposta aumentou o ICMS de diversos produtos e ele-vou em 40% a alíquota do IPVA. Após contingenciar R$ 11 bilhões do orçamento, o governo conse-guiu aprovar um conjunto de me-didas de ajuste fiscal, incluindo mudanças na previdência dos servidores.

Pernambuco

Um mês após tomar pos-se, o governador Paulo Câma-ra (PSB) anunciou o Plano de Contingenciamento de Gastos para economizar R$ 320 mi-lhões este ano. Para en-frentar o déficit de R$ 2,1 bilhões em 2014, o decreto estabeleceu medidas como suspen-são no aditamento de contratos e cortes em diárias, consultorias, publicidade e manu-tenção de frota.

Rio de Janeiro O governo fluminense

encerrou 2014 com um rom-bo de R$ 7,3 bilhões, o maior déficit entre os estados. Para equilibrar as contas, o gover-nador Luiz Fernando Pezão (PMDB) determinou corte de R$ 4 bilhões em gastos com

custeio e pessoal. O governador teve de pe-dir R$ 6 bilhões ao Tribunal de Justiça para conseguir pagar inativos e aposentados.

Estados projetam déficits bilionários em 2015

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P o l í t i c a

Em busca de um Estado mais eficiente

A Comissão de Juristas da Desburocratização (CJD) já elaborou seu cronograma de trabalho para o período de seis meses de atuação. De acordo com o presidente do colegiado, o ministro do Superior Tri-bunal de Justiça (STJ) Mauro Campbell, um dos primeiros passos será o estudo sobre todas as inicia-tivas legislativas em tramitação que abordem a efi ci-ência do Estado, com vistas à possível elaboração de um marco legal.

“Quem sabe a implantação de um código ou de um Estatuto de Efi ciência do Estado, trazendo isso até para a Constituição, regulamentando o princípio da efi ciência”, ressaltou o magistrado.

Para regulamentar o princípio constitucional da efi ciência administrativa, a comissão, criada por ini-ciativa do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB - AL), e do senador Blairo Maggi (PR-MS), vai se concentrar em temas como administração pública

e processo admi-nistrativo e tribu-tário, buscando uma padroniza-ção, mas sem en-trar em choque com as medidas do ajuste fi scal, por exemplo.

A ideia é não criar mais problemas para o país, enfatiza Muro Campbell, mas buscar soluções para a implementação de um Estado menos burocrático à população.

Efi ciência Ele explicou que o primeiro objetivo é dar ao Es-

tado a capacidade de efi ciência, aquela mesma que o Estado consegue para punir e fi scalizar e transfor-má-la prioritariamente em fornecimento de serviços ao cidadão.

“Fazendo isso, obviamente, nós vamos regar um jardim de negócios no Brasil que, com certeza, trará frutos muito bons para a economia”, ressaltou.

A comissão, que conta com 17 juristas, fará uma divisão de trabalho por temas e grupos. Só depois disso, o trabalho será desenvolvido com o cuidado de “não criar falsas expectativas na população”, sa-lientou Campbell.

Mauro Campbell acredita que, no decorrer do trabalho, podem surgir sugestões para a criação de novas leis e o encaminhamento ao Congresso nacio-nal de propostas de emenda à Constituição. ●

Comissão de juristas busca marco legal para a desburocratização

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12 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

P o l í t i c a

Senador critica alta taxa de juros

Agenda Brasil

O senador Zezé Perrela (PDT-MG) afirmou, no plenário do Se-nado, que para aquecer a econo-mia o governo precisa reduzir a taxa de juros. Ele criticou as taxas cobradas que passaram de 6,5% para 25% ao ano. “Como pode-mos produzir alimentos baratos

com taxas de juros assim?”, ques-tionou o parlamentar.

Segundo o senador, sem re-dução da taxa de juros o país não sairá da crise. Ele ressaltou que os Estados Unidos saíram da crise porque praticaram juros negativos para aquecer sua economia.

Zezé Perrella classificou como “roubo e agiotagem” os ju-ros de 300% ao ano cobrado pelos cartões de crédito. “ Os cartões de crédito estão cobrando juros exor-bitantes em uma inflação de 6% a 7%. Acho que o governo tinha de tomar uma providência”.

O senador disse não enten-der porque a política econômica brasileira sempre anda na contra-mão do mundo e porque, em toda crise, só quem ganha dinheiro é o sistema financeiro, que não acres-centa um real para o PIB e tira dinheiro da economia.

“Você empresta dinheiro para o governo a 20% ao ano em uma inflação de 7%. Como vamos aquecer a economia bra-sileira prestigiando o capital es-peculativo? Quem ganha dinhei-ro nas crises é somente o sistema financeiro. ●

Os três primeiros projetos da chamada Agenda Brasil foram aprovados na Comissão Especial do Desenvolvimento Nacional, criada no Senado. Segundo o pre-sidente da Casa, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), a agenda é uma “colaboração do Legislativo” no enfrentamento da crise econô-mica. A comissão funciona nos moldes da Comissão Especial da Reforma Política, que envia em re-gime de urgência ao plenário todos os projetos que aprova.

O primeiro aprovado, o Projeto de Resolução do Senado (PRS) 84/2007, define um limite global para o montante da dívida

da União. A comissão aprovou também o Projeto de Lei do Se-nado (PLS) 136/2015 que estabe-lece um auxílio financeiro para estimular as exportações de esta-dos e municípios. De autoria da senadora Lúcia Vânia (PSB-GO), prevê uma ajuda da União para estados e municípios no valor de R$ 1,95 bilhão, com o objetivo de incentivar as exportações.

O Projeto de Lei do Senado (PLS) 68/2014), do senador Ricar-

do Ferraço (PMDB-ES), também foi aprovado pela comissão. Ele autoriza a transferência direta de recursos financeiros do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) para os fundos penitenciários es-taduais. Agora, o texto segue para análise do plenário.

A Agenda Brasil tem 28 proje-tos prioritários sobre temas diver-sos, como energia, infraestrutura e responsabilidade fiscal, sempre relacionados à melhoria da segu-rança jurídica e do ambiente de negócios, para estimular a econo-mia e os investimentos, gerar em-prego e promover o crescimento do país. ●

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E s t a d o s & M u n i c í p i o s 13

P o l í t i c a

Eleições de 2016 em zona de sombras

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, criticou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de decla-rar inconstitucionais normas que permitem empresas doar para campanhas eleitorais vai acelerar a votação da PEC da Reforma Po-lítica pelo Senado.

Para o parlamentar, “o gran-de problema é que as eleições de 2016 vão ficar em uma zona de sombra, em um limbo de dúvida”, afirmou Cunha, referindo-se à va-lidade ou não da decisão para as eleições municipais.

Para o Judiciário, essa dúvida não existe. O presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, já informou que a decisão valerá já a partir das eleições de 2016 e não invalida eleições passadas.

Eficácia A Proposta de Emenda à

Constituição (PEC) da Reforma Política, aprovada pela Câmara em segundo turno em agosto, pre-vê o financiamento de campanhas com doações de pessoas físicas a candidatos e a partidos e de em-presas a partidos.

A PEC tira a eficácia da de-cisão do STF, que declarou a in-constitucionalidade, por 8 votos a 3, do financiamento privado.

A decisão do Supremo tam-bém poderá ser usada pela presi-dente Dilma Rousseff para vetar o financiamento privado de campa-nha aprovado pela Câmara, pre-visto na chamada minirreforma eleitoral (PL 5735/13).

Independência O deputado Henrique Fonta-

na (RS), vice-líder do PT, come-morou a decisão do STF. Segundo ele, com o fim do financiamento

empresarial de eleições “teremos uma democracia mais indepen-dente da captura do poder econô-mico e menos corrupção”.

Fontana elogiou a atuação do Movimento Eleições Limpas, que reuniu centenas de entida-des para pedir o financiamento público exclusivo. “Agora vamos de forma responsável construir a nova forma de financiar a de-mocracia, com contribuições pequenas dos eleitores e campa-nhas baratas”, afirmou o parla-mentar. ●

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14 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

E n t r e v i s t a

Sociólogo e professor, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Se-com), Edinho Silva, garante que está cumprindo seu papel de desobstruir todo e qual-quer mecanismo de diálogo com os veículos de comunica-ção, independentemente de sua linha editorial ou posição político-partidária. Em entrevista con-cedida à Revista Estados & Municípios, ele fala sobre a estratégia de comunicação do governo, a força das redes sociais e a importância do Humaniza Redes, portal cria-do pelo governo para combater a violência nas redes sociais. “Uma coisa é você interagir na opinião, outra coisa é o xingamento, a agressão, o ata-que moral e pessoal”, afirma Edinho Silva. Ele ressalta que a democratização da comunicação é uma conquista da humanidade, mas que a sociedade precisa buscar mecanismos capazes de coagir a agressão e a utilização do anonimato

como forma de estímulo à violência nas redes sociais. Edinho Silva também enfatiza o ca-ráter social do governo da presidenta Dilma Rousseff e lamenta que alguns setores da sociedade ainda tenham uma visão deturpada do Bolsa Família, “que muito mais do que um programa que socorre a família na dificul-dade, é um programa que projeta futuro”.

Um governo totalmente aberto ao diálogo

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E s t a d o s & M u n i c í p i o s 15

E n t r e v i s t a

E&M: Ao assumir a Secre-taria de Comunicação Social, o Sr afirmou que o governo tem que dialogar permanen-temente com a sociedade. O governo está dialogando com a sociedade?

Edinho Silva: Certamente.

Existe um esforço muito grande para que esse diálogo seja pra-ticado cotidianamente. Estamos com uma agenda muito ofensiva em termos de compromissos pú-blicos. A presidenta tem viajado muito, sobretudo para o Nordes-te. E a cada aparição pública ela está se comunicando e dialogan-do com a sociedade, diretamente e através da imprensa.

A presidenta também tem se comunicado muito pelas redes sociais. Ela tem utilizado as redes sociais constantemente.

Então a estratégia de co-

municação do governo está dando resultado...

Da minha parte, como minis-tro da Comunicação Social, tenho visitado todos os veículos de co-municação, desde aqueles que têm uma postura de mais independên-cia até os que têm uma postura hos-til em relação ao governo. Venho abrindo espaço ao diálogo, me co-locando inteiramente à disposição.

Se a linha do jornalismo é de ser oposição por oposição, é uma opção do veículo, mas eu tenho aberto espaço para que não seja assim, para que possamos escla-recer todas as dúvidas, apresentar dados do governo, das políticas

públicas e de tudo que o governo tem planejado.

Estou fazendo meu papel, Meu papel como ministro da Comuni-cação Social é desobstruir todo e qualquer mecanismo de diálogo.

Claro que a comunicação de governo se dá fundamentalmente, no dia a dia, por meios dos veí-culos de comunicação, mas tem ainda a parte de divulgação, de publicidade, onde você cria espa-ço para as campanhas educativas, informativas, isso também faz par-te da política de comunicação de um governo.

Também temos a EBC (Em-presa Brasileira de Comunicação), que é outro grande instrumento de comunicação, onde o governo pode produzir conteúdos de qua-lidade, esclarecer a comunidade, levar cultura e informação para a sociedade.

Então, porque as ações

sociais do governo não estão chegando ao conhecimento da sociedade?

Nós estamos numa conjun-tura onde a imprensa só divulga as questões políticas e econômicas e ignora os avanços sociais que o governo esta proporcionando.

O governo tem um amplo programa social. Temos bolsa família, Pronatec, Prouni, Mais Médicos, PAA, reforma agrária, estimulo ao pequeno produtor na venda de alimentos, Programa Se-gundo Tempo, pontos de cultura, construção de creches em parce-ria com os municípios, Rede Ce-gonha, combate á desnutrição,

direitos humanos, políticas de combate ao racismo e à homofo-bia, igualdade de gêneros, valori-zação das nações indígenas. Sem contar o Minha Casa Minha Vida, que é o maior programa habita-cional do planeta.

Temos uma gama de projetos, sem dizer que todo mês o governo repassa recursos para o custeio da saúde e da educação nos estados e municípios.

Todas as informações estão nos sites do governo, em nossos instrumentos de comunicação.

O Bolsa Família continua

sendo o carro-chefe da área social do governo?

O Bolsa Família hoje é um programa reconhecido no mundo inteiro como exemplo de inclusão social. No começo tinha aquele preconceito de que era um progra-ma para alimentar a pobreza. Pro-vamos que é o contrário. As pessoas que recebem o Bolsa Família man-têm seus filhos nas escolas e eles rompem o ciclo da exclusão.

O Bolsa Família não é sim-plesmente um programa de socor-ro, como afirmam alguns segmen-

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16 E s t a d o s & M u n i c í p i o s MAISMEDICOS

É o Governo Federal trabalhando para o Brasil avançar.

O Brasil do Mais Médicosé o Brasil que cuida, educa e avança.

Gestor Público, fique atento às publicações de editais de adesão e acompanhe as ações do Programa Mais Médicos do Governo Federal

pelo maismedicos.gov.br

O Mais Médicos é muito mais que médicos.

É mais atendimento

O programa já levou 18.240 novos médicos para 4.058 municípios e 34 Distritos

Indígenas, beneficiando 63 milhões de brasileiros que não tinham atendimento médico.

Agora são 134 milhões de brasileiros atendidos

pela Saúde da Família.

É mais infraestrutura

Construções, ampliações e reformas

de 26 mil Unidades Básicas de Saúde (UBS) espalhadaspor todo o Brasil.

É mais educação

O Mais Médicos já criou 5.306 novas vagas de graduação em

medicina em universidades públicas e privadas. A meta é criar 11.500

novas vagas até 2017. Na residência médica, foram criadas

4.742 novas vagas em diversas especialidades. Até 2018, serão

12.400 novas vagas.

an_mais_medicos_22x29.indd 1 9/1/15 11:10 AM

E n t r e v i s t a

tos da sociedade que ainda têm uma visão deturpada.

Se você tem uma família com fome, não adianta dizer que vai levar curso técnico pra ela. O cara vai dizer: eu quero é comer. Então, primeiro você dá comida, depois você exige que a família mantenha os fi lhos na escola, ofere-ce cursos de capacitação para que amanhã eles não tenham a mesma situação que os pais tiveram.

Então, muito mais do que um programa que socorre a família na difi culdade, o Bolsa Família pro-jeta futuro.

Qual a importância das

redes sociais na comunica-ção institucional do governo?

Agora também estamos es-truturando toda a parte de comu-nicação digital. Hoje temos uma estrutura criada e que vem sendo potencializada com o objetivo de utilizarmos as redes sociais coti-dianamente, para que a presidenta possa se comunicar diretamente com todos os segmentos da sociedade.

O futuro da comunicação

está nas redes sociais? Não tenho nenhuma dúvida

disso. Não sou daqueles que afi r-

ma que os jornais e revistas vão deixar de existir. Eles vão conti-nuar tendo espaço e continuarão sendo um importante instrumento de comunicação, mas vão perder muito espaço para a comunica-ção digital.

A comunicação digital é uma comunicação de baixo custo, não exige impressão e é mais ágil, porque a Internet possibilita uma maior interação. O usuário não apenas recebe o conteúdo, ele comenta, discorda, opina. E como isso está aberto, o leitor seguinte já vê a matéria com os olhos de quem comentou. É uma forma de comunicação totalmente interati-va, onde quem recebe o conteúdo interage constantemente.

Mas tem a questão do

anonimato... Exatamente. As redes sociais

estimulam o anonimato e muitas vezes alguém que tem uma timidez para a comunicação pessoal acaba se soltando nas redes sociais.

Mas se isso é positivo porque é mais democrático, o anonimato também estimula os fakes, os per-sonagens de redes. Esse é o lado ruim, pois muitas vezes você tem um nível de agressão e de violên-cia muito grande que, no meu en-tender, deve ser combatido. Uma coisa é você interagir na opinião, outra coisa é o xingamento, a agres-são, o ataque moral e pessoal.

Como combater isso? Creio que a própria socieda-

de, com o tempo, vai ajustar isso. É claro que tem o papel do Estado

nesta regulamentação. Temos que aprimorar cada vez mais o Estado brasileiro para que ele tenha ins-trumentos de apuração e comba-te aos atos de violência nas redes sociais.

Penso que, pelo peso e pelo espaço que as redes sociais ocu-pam, as polícias, o Judiciário e o Ministério Público precisam de mais instrumentos para fi scalizar e combater os abusos.

O legislador também tem que estar atento, para criar regu-lamentações e normatizações que incentivem o lado positivo das redes sociais, da democratização da comunicação, mas que tam-bém possamos coagir a agressão e a utilização do anonimato como forma de estimular a violência nas redes sociais.

O ideal é termos uma

rede mais humanizada... É isso. Recentemente o go-

verno lançou o Humaniza Redes, que é um portal com o claro ob-jetivo de combater a violência nas redes sociais. Isso é uma medida importante, já que uma das for-mas de se coibir a violência nas redes é aumentar o nível de cons-cientização das pessoas.

Muitas vezes ainda assisti-mos cenas de racismo, de homo-fobia, de violência contra crianças e adolescentes nas redes sociais. Tudo isso tem que ser combatido com rigor, mas não tenho nenhu-ma duvida de que a internet mu-dou para melhor os parâmetros e concepções de comunicação so-cial em todo o planeta. ●

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MAISMEDICOS

É o Governo Federal trabalhando para o Brasil avançar.

O Brasil do Mais Médicosé o Brasil que cuida, educa e avança.

Gestor Público, fique atento às publicações de editais de adesão e acompanhe as ações do Programa Mais Médicos do Governo Federal

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O Mais Médicos é muito mais que médicos.

É mais atendimento

O programa já levou 18.240 novos médicos para 4.058 municípios e 34 Distritos

Indígenas, beneficiando 63 milhões de brasileiros que não tinham atendimento médico.

Agora são 134 milhões de brasileiros atendidos

pela Saúde da Família.

É mais infraestrutura

Construções, ampliações e reformas

de 26 mil Unidades Básicas de Saúde (UBS) espalhadaspor todo o Brasil.

É mais educação

O Mais Médicos já criou 5.306 novas vagas de graduação em

medicina em universidades públicas e privadas. A meta é criar 11.500

novas vagas até 2017. Na residência médica, foram criadas

4.742 novas vagas em diversas especialidades. Até 2018, serão

12.400 novas vagas.

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18 E s t a d o s & M u n i c í p i o s18 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

E s t a d o s

Ponte Igarapé-Miri já é uma realidade

Entregue à população pelo

governador Simão Jatene (PSDB-PA), a ponte que leva o nome do ex-secretário Clóvis Almeida é a primei-ra travessia de grande porte da região do Baixo Tocantins. São 560 metros de extensão e 200 metros de rampa.

Além disso, a Ponte Igarapé-Miri traz tecnologia de iluminação solar e um sistema de proteção dos pilares para evitar possíveis impactos com embarcações. Com ela, o governo do Pará já soma mais de RS 300 milhões investidos na implantação e recuperação das pontes de madeira e concreto em todo o estado.

A expectativa é de que, ao di-minuir o tempo de viagem, a nova estrutura mude a realidade dos mo-radores dos municípios da região.

União Durante a entrega, Simão Ja-

tene destacou o sentido de união da nova ponte. “Acredito que obras como essa sempre têm um signifi cado muito especial, ainda

mais quando falamos em pontes, pois elas literalmente unem. Esse era um sonho antigo e, nesse mo-mento do país, essa ponte também nos remete a todo esse simbolis-mo”, afi rmou o governador.

Simão Jatene também fez questão de homenagear todos os operários que participaram da obra, com a menção dos seus nomes na placa da inau-guração. Ao todo, o trabalho mobilizou mais de 200 pesso-as, das quais cerca de 90% mo-radores da região.

Além da geração de empre-gos, a ponte Igarapé-Miri deve proporcionar o desenvolvimento da Agricultura, do Comércio e do Turismo da região. O secretário de Obras Públicas, Kleber Mene-zes, ressaltou que a ponte é mais um passo importante na busca da integração regional do Pará.

Ele também destacou que a nova ponte reduzirá em pelo me-nos 1h30 o tempo de viagem de Belém até a margem esquerda do Rio Tocantins.

Novo tempo O aposentado Benedito Trin-

dade, que fez questão de acom-panhar a entrega da obra, deu sua opinião sobre os benefícios. Para ele, a obra marcará um novo tem-po, não só para a população da região, mas também para a eco-nomia paraense.

Para Everaldo Correa, que trabalha com transporte alter-nativo, a ponte vai “melhorar muito” o seu dia a dia. “An-tes, eu levava quase duas ho-ras para atravessar de balsa até aqui. Agora será rapidinho”. ●

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E s t a d o s & M u n i c í p i o s 19

E s t a d o s

Reforma administrativa no estado potiguar

O governador do Rio Gran-

de do Norte, Robinson Faria, (PSD) lançou um plano de mo-dernização de gestão pública que pretende inaugurar uma nova visão de médio e longo prazo para as ações governa-mentais dentro do conceito de governança. O governo já está capacitando cem servidores pú-blicos de diversas Secretarias de Estado para implementar o novo planejamento, que prevê uma ampla reforma administrativa.

“Pela primeira vez eu vejo um governo que planeja, discute metas e insere, efetivamente, as necessi-dades da sociedade, não só para essa gestão como para as próximas gerações”, disse o governador du-rante o lançamento do plano.

Ele lembrou também que as ações que têm pautado o governo estadual são possíveis porque ele pôde fazer escolhas técnicas para compor a sua equipe e conclamou todos os servidores a participa-rem junto com ele desse “sonho”

de “ousar” e fazer acontecer. “O governo do impossível está mos-trando que é possível, está dando certo e vai dar muito mais certo. Para isso, cada um terá de assumir o compromisso com suas respon-sabilidades”.

Mobilização O projeto de Modernização

da Gestão Pública do RN foi ela-borado pela Secretaria de Estado do Planejamento e das Finanças (Seplan), em parceria com o Ban-co Mundial. De acordo com o ti-tular da pasta, Gustavo Nogueira, o projeto governamental solici-tado pelo governador visa ações efetivas sobre o que a sociedade realmente precisa.

Dentre as metas estabele-cidas, no projeto tem três eixos centrais: Estratégia; Organização e Processo, Nogueira falou da necessidade da recuperação eco-nômica gradual e progressiva do estado, que deverá ser feita con-tando com a participação de to-das as Secretarias, além de ações como interiorização das políticas públicas, parcerias com a inicia-tiva privada, responsabilidade fi scal e articulação com a macro-economia brasileira.

A consultora e ex-secretária de Planejamento de Minas Ge-rais, Renata Vilhena, ressaltou que a mobilização dos servidores é fundamental para que o modelo de gestão seja exitoso: “Não adianta termos um modelo desenhado sem liderança e engajamento dos servi-dores”, enfatizou a consultora. ●

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20 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

E s t a d o s

Piauí busca rede hospitalar mais eficiente

O secretário de Gestão Es-tratégica e Participativa do Minis-tério da Saúde, Rogério Carvalho, aproveitou sua participação na VII Conferência Estadual de Saú-de para estreitar a parceria federal com o governo do Piauí.

O encontro com o secretário estadual de Saúde, Francisco Costa, e sua equipe técnica, abriu caminho para novos pro-jetos capazes de melhorar a ca-pacidade gerencial do setor em todo o estado.

Segundo Francisco Costa, o encontro foi extremamente po-sitivo e mostrou a disposição do Governo Federal em incrementar a gestão da saúde no estado. “O secretário teve a disponibilidade de discutir com a equipe técnica da secretaria para que possamos fechar toda essa programação que vem se construindo da reor-

ganização da rede assistencial do estado do Piauí, envolvendo toda essa política da rede hospitalar”, ressaltou o secretário.

Para ele, a relação estreita entre os governos estadual e fede-ral trará benefícios imediatos ao estado, que contará com o reforço de uma equipe técnica do Minis-tério da Saúde no planejamento do setor.

Diagnóstico

Juntos, Ministério e Secreta-ria vão definir o perfil e o papel de cada unidade da rede hospita-lar estadual para garantir sua sus-tentabilidade e eficiência.

“Hoje temos uma rede hos-pitalar de um custo bem elevado e com uma resolutividade abaixo do esperado e do que pretende-mos. Então a proposta é reorga-

nizar para que possamos ter uma resposta mais satisfatória”, enfati-zou Francisco Costa.

De acordo com Rogério Car-valho, essa foi a primeira de uma série de reuniões que serão realiza-das com o objetivo de melhorar a gestão da saúde no estado: “A ideia é estimular esse intercâmbio, para que o estado crie uma rede de saú-de mais consistente e que atenda melhor a população”, afirmou.

O intercâmbio citado pelo secretário de gestão do Ministério da Saúde inclui a disseminação de iniciativas bem sucedidas rea-lizadas em todo o país e que trou-xeram resultados positivos para a saúde pública.

No próximo encontro, ainda sem data definida, técnicos do Mi-nistério e da Secretaria debaterão ações especificas para a gestão estratégica da rede hospitalar. ●

O encontro foi extremamente positivo e mostrou a disposição do Governo Federal em incrementar a gestão da saúde no estado

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E s t a d o s & M u n i c í p i o s 21

E s t a d o s

Água Doce no Maranhão

O Governo do Maranhão entregou oficialmente ao Minis-tério do Meio Ambiente seu pla-no estadual para a aplicação do programa Água Doce no estado. O documento foi entregue pela superintendente de Crédito da Secretaria Estadual da Agricultu-ra Familiar, Railda Pascoal, e pelo coordenador do Programa Água Doce no Maranhão, Rivadavia Santos,.

O Água Doce é um projeto do Governo Federal em parceria com os estados que busca levar soluções tecnológicas às cidades com problemas na qualidade da água no semiárido brasileiro.

Lançado em 2010, as primei-ras iniciativas do Água Doce não contemplaram nenhuma ação para o Maranhão, que, oficial-mente, não faz parte do semiárido brasileiro.

Essa situação vem sendo contestada por estudo acadêmi-

cos no Brasil e no exterior, como explica o doutor em Geociência da Universidade Ceuma, Denil-son Bezerra, idealizador do proje-to para o Maranhão,

“Há vários estudos técnicos explicando que o Maranhão pos-sui áreas no bioma semiárido. Dessa forma, é imprescindível que o estado não perca os R$27 milhões destinados ao programa”, ressalta o professor.

Água salobra Segundo Denílson Bezerra,

centenas de famílias maranhenses sofrem com água salina, salobra ou mesmo de “capa rosa”, com enormes quantidades de ferro. “O impacto do Água Doce na saúde dos maranhenses será imenso, pois possibilitará o acesso à água potável e reduzirá o êxodo rural”.

A superintendente de Crédi-to da Secretaria, Railda Pascoal, explica que a apresentação do projeto em Brasília teve como ob-jetivo oficializar a participação do estado e a coordenação da Saf, no âmbito estadual do Programa Água Doce.

“O plano estadual foi entre-gue ao Ministério e corrigido com as adequações necessárias. Espera-mos começar a tomada de ações já em outubro e novembro, quando instalaremos as unidades modelo”, ressaltou a superintendente. ●

Governo apresenta plano estadual para a implantação do programa

Superintende de Crédito da Saf, Railda Pascoal, e o coordenador do Programa Água Doce no Maranhão, Rivadavia Santo

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22 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

M u n i c í p i o s

Saúde é prioridade em Cariacica

Em Cariacica (ES), a legis-

lação municipal determina que 15% do orçamento municipal seja direcionado para a área da Saúde. Entretanto, desde 2013, a cidade investe quase 18% nessa pasta, sendo que no ano passado o percentual ficou em 20,84%.

Mesmo figurando entre uma das menores rendas per capita en-tre os 78 municípios do Estado e classificada com uma das 100 cidades de menor renda do país, a administração municipal não mede esforços para dar mais qua-lidade de vida aos cidadãos.

Em Cariacica saúde é priori-dade. Nos últimos dois anos, a ci-dade ganhou duas novas unidades de saúde e está concluindo a re-forma do Pronto Atendimento (PA) do Trevo, que funcionará 24 horas e terá capacidade para atender 30 mil pacientes por mês.

Estrutura Inaugurada em 2014, a Uni-

dade de Saúde de Itaquari tem uma capacidade de atendimento de 10 mil pacientes por mês. A unidade custou R$ 1,7 milhão e oferece serviços clínico geral, pe-diatria, psiquiatria, ginecologia, odontologia, programas Sisprena-tal, Saúde da Criança, Saúde da Mulher, Hiperdia e Saúde Men-tal, em uma área construída de 734,34m².

A Unidade de Saúde de São Francisco, inaugurada este ano, atende 15 mil pessoas por mês e oferece serviços de pediatria, clínico geral, dermatologia e gi-necologia. Além dos consultórios médicos e odontológicos, a Uni-dade possui salas de vacinação e curativo O investimento foi de R$ 1,4 milhão.

A ampliação do Pronto-Aten-dimento do Trevo aumentará sua capacidade de atendimento de 10 mil para 30 mil pacientes por mês. A prefeitura investiu R$ 1,5 milhão para adequação do espaço que, a partir de outubro, receberá os pa-cientes do antigo PA de Itacibá.

Com 3.550 m² de área cons-truída, o PA abriga um Centro de Es-pecialidades Odontológicas (CEO), consultórios, leitos de emergência e observação, centro cirúrgico, salas de medicação e nebulização, sala de pequenos procedimentos, labo-ratórios de análises clínicas e de coleta, farmácia, salas de repouso, entre outras dependências.

O PA também abrigará a base do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), resultado da parceria entre a Secretaria de Saú-de de Cariacica e a Secretaria Es-tadual de Saúde. ●

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E s t a d o s & M u n i c í p i o s 23

M u n i c í p i o s

O sucesso da coleta seletiva do lixo em Luziânia

Com pouco mais de um ano de atividade, o programa Cole-ta Seletiva Cidadã e Solidária do município de Luziânia, em Goiás, já aumentou em 40% o volume de recicláveis coletados, ultrapassando a marca de 370 toneladas por mês.

Lançado em agosto do ano passado para retirar os catadores do lixão, o programa estimulou a criação de cooperativas de ca-tadores, como a Cooperativa Re-cicla Cooperluz, que atualmente conta com 206 catadores, sendo que 130 trabalham na limpeza urbana, coleta e varrição, 69 atuam na coleta de materiais re-cicláveis e 7 em processos admi-nistrativos.

“Trata-se de um projeto pilo-to que está em avaliação perma-nente e deverá sofrer aprimora-mentos. Hoje, a Prefeitura repassa um salário mínimo para os coope-

rados e, em troca, exige que eles não realizem atividades no lixão e que disseminem a ideia da se-paração de resíduos junto à po-pulação”, explica Wilma do Lago, assessora técnica da Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos de Luziânia.

Por enquanto, são recolhidos os recicláveis em três frentes dis-tintas: as 55 escolas municipais, que também são pontos de coleta e atendem 25 mil famílias, o Cen-tro Histórico da cidade e o centro do Distrito do Jardim do Ingá.

Conscientização Segundo Wilma do Lago, a

prefeitura aposta na conscienti-zação pelo exemplo e realiza di-versas ações junto à comunidade, que contam com a participação efetiva dos gestores municipais.

Ela ressalta que não exis-te um programa específico de divulgação, mas sim atividades permanentes, como mutirões de limpeza e conservação da área da Barragem do Corumbá, caminha-das ecológicas, passeios ciclísti-cos e a educação ambiental, que mobiliza as famílias a levar seus resíduos aos Ecopontos existentes.

Ao mesmo tempo em que incentiva o aumento da participa-ção da população, a prefeitura es-timula a inclusão dos catadores no sistema, através da capacitação, e o fornecimento de estrutura, equi-pamentos e uniformes, bem como a contratação dos serviços da co-operativa pelo município.

“Com isso, houve o empode-ramento dos catadores em relação ao exercício da cidadania e a eleva-ção de sua autoestima é incomen-surável”, destaca Wilma do Lago. ●

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24 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

M u n i c í p i o s

Municípios não aguentam mais despesas

Muitas prefeituras pelo Bra-sil estão enfrentando difi culdade para fechar as contas. Problema que se agrava ainda mais com cortes no repasse de recursos vo-luntários ou quando há queda na arrecadação. Caso, por exemplo, do Fundo de Participação dos Mu-nicípios (FPM), que caiu cerca de 8% no mês de agosto, em compa-ração com 2014.

No entanto, a Proposta de Emenda à Constituição 84/2015 proíbe a União de reduzir tributa-ção de setores produtivos segmen-tados, evitando redução nas trans-ferências constitucionais do FPE e FPM, sem apontar qual fonte de receita compensará as perdas ge-radas pela iniciativa do Governo Federal.

A PEC aprovada pelo Sena-do e que aguarda votação em dois turnos na Câmara dos Deputados pode ajudar no equilíbrio das con-tas públicas de muitos estados e municípios, diferente das renúncias de receitas criadas anteriormente.

Injustiça Para o economista Walter

Penninck Caetano, diretor da Co-nam – Consultoria em Adminis-tração Municipal -, é injusto dizer que a crise fi nanceira enfrentada pelos municípios seja resultado apenas de má gestão, quando, inesperadamente, o Executivo e o Legislativo federal aumentam os encargos que devem ser honrados pela administração municipal.

“Logo, é também preciso e indispensável que haja mais res-ponsabilidade e cuidado por parte da União na edição de incentivos que causam queda na arrecada-ção dos municípios, sequer con-sultados quando a União assim procede”, diz Caetano.

Ele ressalta que a Lei de Res-ponsabilidade Fiscal é outro ponto que também obriga os gestores a se-rem mais cuidadosos com as contas do município, já que qualquer ato de improbidade pode tornar o pre-feito inelegível por até 8 anos.

“Às vezes, por mais que se enxugue, mesmo cortando despe-sas, as contas de alguns municí-pios não fecham, porque os gastos continuam sendo maiores do que a arrecadação. A queda na Recei-ta Corrente Líquida implica em maior comprometimento de gas-tos com pessoal, independente-mente de haver criação de despe-sas novas nessa categoria”, aponta o diretor da Conam. ●

Crise não é resultado apenas da má gestão

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E s t a d o s & M u n i c í p i o s 25E s t a d o s & M u n i c í p i o s 25

M u n i c í p i o s

Prefeitos debatem crise hídrica do Seridó

Prefeitos, secretários, verea-dores e equipes de gestão munici-pal se reuniram na cidade de Aca-ri, para discutir soluções e defi nir projetos para atenuar os efeitos da seca nas cidades da região do Se-ridó. Na pauta, a crise hídrica e suas consequências econômicas e sociais para a região.

A reunião faz parte do En-contro Regional de Prefeitos, co-ordenada pela Federação dos Mu-nicípios do Rio Grande do Norte (FEMURN) e que está percorrendo todas as regiões do estado e esta-belecendo propostas para inclu-são no Orçamento Participativo.

Segundo o prefeito de Assú e vice-presidente da Femurn, Ivan Júnior (PP), diante do cenário de crise que os municípios poti-guares estão vivenciando, é pre-ciso buscar alternativas urgentes para reverter o quadro hídrico dos municípios e conter os danos nos âmbitos econômicos e sociais.

“Precisamos de medidas efi -cazes e que possam ser estendidas a longo prazo para que os perío-dos de estiagem não continuem provocando tanto prejuízo”.

Demandas

Durante o encontro, os pre-feitos cobraram a ampliação de ações por parte da SEMARH e ex-puseram a necessidade de fazer estudos hídricos para examinar a capacidade e defi nir as condições dos reservatórios do estado.

Entre as medidas emergen-ciais estão a instalação de novos poços, desassoreamento dos rios e construções de adutoras, a fi m de proporcionar a oferta de água nas regiões mais afetadas. Além disso, a forragem animal também foi uma das providências determi-nadas para proporcionar melhor desenvolvimento da economia nas cidades.

Os prefeitos do Seridó tam-bém defi niram as prioridades da região para inclusão no Orçamen-to Participativo do estado, com destaque para a ampliação dos açudes e barragens nas cidades da região.

As propostas foram formali-zadas em um documento que será entregue ao governador Robinson, com o conjunto de ações já esta-belecidas nos encontros realizados em outras regiões do estado. ●

Documento formaliza propostas para conter os danos econômicos e sociais provocados pela seca

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26 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

A g r i c u l t u r a

Custeio da safra 2015/2016 já cresceu 4%

O volume do crédito rural

para custeio e comercialização da safra 2015/2016 nos meses de julho e agosto totalizou R$ 20,9 bilhões. O montante representa 4% de aumento em relação ao mesmo período de 2014.

O balanço da liberação de financiamento da agricultura em-presarial foi divulgado pelo se-cretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, André Nassar. Segundo ele, as linhas de financiamentos, quando compara-das com o ano-safra, comprovam que o crédito está fluindo, com destaque para o desembolso do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp).

Ele informou que os médios agricultores, com faturamento anual até R$ 1,6 milhão, tomaram R$ 4,2 bilhões em crédito rural e os grandes produtores contrata-ram R$ 16,7 bilhões.

Segundo André Nassar, a Letra de Crédito do Agro-negócio (LCA) contabilizou R$ 169 milhões nos dois meses em análise. A expec-tativa é que nos próximos meses haja maior procura pelo papel, que “está come-çando a decolar”.

Financiamento de bancos Dados do Sistema de Operações

do Crédito Rural e do Proagro (Sicor), do Banco Central, mostram que o total financiado pelos bancos públicos, a ju-ros controlados, foi de R$ 12,2 bilhões, nos dois meses de contratação, incluin-do recursos obrigatórios, poupança ru-ral e fundos constitucionais.

Os bancos privados somaram R$ 6,7 bilhões e as cooperativas de crédito, R$ 1,9 bilhão. Para os financiamentos a juros livres, o montante alcançou R$ 2,6 bilhões, incluindo bancos públicos, pri-vados e cooperativas de crédito.

Dos recursos disponibilizados no Plano Safra 2015/2016, R$ 94,5 bi-lhões terão juros controlados de 8,75% ao ano para grandes produtores e R$ 18,9 bilhões, no âmbito do Pronamp, juros controlados de 7,75% ao ano para custeio e de 7,5% para investi-mento. A juros livres, serão contratados R$ 53 bilhões. ●

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28 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

CAMPANHA SEM VERBADA INICIATIVA PRIVADA

O Congresso aprovou projeto mantendo a contribuição de empresas para as campanhas eleitorais, mas o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu ao contrário, proibindo o fi nancia-mento privado aos candidatos, valendo já para a eleição municipal de 2016.

A decisão do STF torna inconstitucional o projeto aprovado pelo Congresso. Sem o fi nanciamento de empresas, os candidatos terão de trabalhar com recursos baixíssimos.

HOUSE OF REALIDADENA POLÍTICA BRASILEIRA

Diversos amigos insistem, dizendo: “Veja a série . É importante para conhe-cer como pensam e agem os políticos”. Esses amigos estão errados. A série de fi cção americana serve como diversão, em alguns momentos até como peça de humor. Mas não acrescenta nada à nossa experiência.

Os políticos fazem tudo pelo poder, de forma alucinada, e são imprevisíveis nesta alucinação. Não haverá nunca fi cção que se aproxime da realidade deles, surpreendente a cada momento.

REMÉDIOS AMARGOS NAADMINISTRAÇÃO BRASILEIRA

O Governo Federal anunciou o adiamento do rea-juste dos salários dos servidores públicos, que deveria ser feito em janeiro de 2016, para agosto de 2016, ou seja, segundo as contas do governo, redução de R$ 7 bilhões nos gastos. Também não haverá concursos públicos, cujo custo ascenderia a R$ 1,5 bilhão.

A redu-ção do número de ministérios pode poupar R$ 200 mi-lhões. E até vai sofrer corte o programa habi-tacional Minha Casa, Minha Vida, em R$ 4,8 bilhões.

ECONOMIA DO BRASILPODERÁ CAIR 2,5%

A queda da economia este ano pode che-gar a -2,55%. Esta é a projeção das instituições fi nanceiras para a queda do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país. A expectativa de retração em 2016 também foi alterada para 0,6%, na sexta piora consecutiva.

Na avaliação do mercado fi nanceiro, a produção industrial deve apresentar retração de 6,2% este ano.

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E s t a d o s & M u n i c í p i o s 29

REBAIXAMENTO DO PAÍSERA ESPERADO HÁ MESES

A agência de avaliação finan-ceira Standard & Poor’s rebaixou a classificação da dívida pública do Brasil, passando-a da avalia-ção BBB- para BB+. É alteração que retira ao país o grau de inves-timento e que deverá ter graves consequências nos custos de fi-nanciamento do Estado brasileiro e das suas empresas.

A consultoria Empiricus, uma das mais críticas hoje no mercado brasileiro, alerta que os rebaixa-mentos não terão graves efeitos imediatos, pois os investidores internacionais já vinham sinaliza-dos por essa possibilidade, nego-ciando com mais cautela.

DF EM SITUAÇÃOMUITO CRÍTICA

O delicado momento da economia de Brasília levou o gover-nador Rodrigo Rollemberg a propor uma união de esforços entre os diversos setores da sociedade no Distrito Federal.

Ações duras, anunciadas por ele, se concretizadas, podem render economia de cerca de R$ 1 bilhão neste ano e R$ 1,6 bi-lhão de incremento na receita em 2016. A mais grave de todas é a que suspende reajustes concedidos a 32 categorias de servidores, negociados em 2013

PREVISTA INFLAÇÃO DE 9,28% ESTE ANO

As principais instituições financeiras do país preveem inflação de 9,28% este ano, na estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Para o próximo ano, a expectativa é que a inflação fique abaixo do limite superior, mas ainda distante do centro da meta (4,5%), atingindo 5,64%. Para as instituições financeiras, a taxa de juros oficial, Selic, deve permanecer em 14,25% ao ano até o fim de 2015 e ser reduzida em 2016.

FINALMENTE CAEM ASVENDAS DE VEÍCULOS

As vendas de veículos caí-ram 8,44% em agosto, na com-

paração com julho, segundo dados divulgados pela Fenabrave. Parece notícia ruim, mas na verdade é positiva. Desde 2008, tive-mos vendas artificiais de carros, que solaparam a capacidade de absorção de tráfego nas grandes cidades.

Além disso, milhares de famílias das classes C e D se endivida-ram, comprando veículos subsidiados, em até 72 prestações, muitos deles abandonados ou devolvidos às revendedoras de carros.

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30 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

S a ú d e

Salvando nossas criançasA mortalidade infantil no

Brasil caiu 73% em relação a 1990 e superou a média mundial. Os dados são do relatório Levels and Trends in Child Mortality Re-port 2015 (Níveis e Tendências da Mortalidade Infantil 2015), publi-cado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

No mesmo período, a média mundial caiu 53% – a meta de re-dução de mortalidade infantil em dois terços, prevista nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), não foi cumprida no con-texto global.

De acordo com o relatório, em 1990, de cada mil crianças nascidas vivas, 61 morriam. Após 25 anos, o número é de 16 mortes para cada mil.

O documento aponta ain-da que, em 2013, dos quase

5.500 municípios, mais de mil tinham taxa de mortalidade de crianças até cinco anos no pa-tamar abaixo de cinco mortes por mil nascidos vivos. Segun-do o documento, o Brasil foi um dos países que tiveram su-cesso significativo na redução da mortalidade infantil.

Estratégias

A conquista brasileira resulta de um conjunto de estratégias de políticas públicas implementadas nos últimos 12 anos, como o pro-grama Bolsa Família. “Podemos afirmar que contribuíram muito para a queda da mortalidade in-fantil no país os resultados ob-tidos no Nordeste, região que concentra cerca de sete milhões de famílias beneficiárias do Bol-sa Família, metade do público

do programa”, observa Paulo Jannuzzi, secretário de Avalia-ção e Gestão da Informação do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).

Segundo Jannuzzi, em pouco mais de dez anos, a mortalida-de infantil no Nordeste caiu pela metade. Em 2001, morriam na região 36,7 crianças a cada mil nascidas vivas; em 2012, esse número havia caído para 17,1 crianças a cada mil nascidas vivas, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em 2013, um estudo publica-do pela revista científica britânica The Lancet mostrou que a estra-tégia do Bolsa Família tem dado resultado na redução da mortali-dade das crianças brasileiras por causas especificas, como desnu-trição e diarreia. ●

Mortalidade infantil no

Brasil caiu 73% em 25 anos

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E s t a d o s & M u n i c í p i o s 31

S a ú d e

Mercosul fará compra conjunta de medicamentos

A partir de outubro, os pa-

íses integrantes do Mercosul re-alizarão compras conjuntas de medicamentos para hepatite C e aids. A iniciativa busca ampliar a oferta de medicamentos de ma-neira mais econômica e sustentá-vel para seus respectivos sistemas de saúde, já que o preço cobrado para o mesmo medicamento pode ser até cinco vezes maior de um país para outro.

A iniciativa está inserida no acordo assinado durante a XI Reu-nião do Conselho de Ministros da Unasul realizada em Montevideo, no Uruguai. O acordo prevê tam-bém a criação de um banco de preços de medicamentos e produ-tos de saúde.

A proposta de compra com-partilhada de medicamentos como forma de viabilizar uma aquisição em maior escala para fortalecer o poder de negocia-ção dos membros do Mercosul

foi apresentada pelo governo brasileiro e imediatamente aco-lhida pela Argentina, Paraguai, Uruguai, Bolívia, Venezuela, Chile, Equador e Suriname.

“Essa é uma conquista im-portante em busca da sustenta-bilidade dos sistemas de saúde, uma vez que é de amplo conhe-cimento o aumento significativo dos gastos com a saúde em todo o mundo”, afirmou o secretário de Ciência, Tecnologia e Insu-mos Estratégicos do Ministério da Saúde, Adriano Massuda.

Para ele, o esforço conjunto dos integrantes do Mercosul de-

monstra o compromisso destes países em oferecer para a sua população medicamentos cada vez mais modernos, ampliando o arsenal terapéutico e conse-quentemente o acesso ao siste-ma de saúde.

Negociações A expectativa do governo

é de que o processo de compras conjuntas seja concluído até o fi-nal do ano.

O primeiro passo será pro-mover rodadas de negociações entre a indústria farmacêutica e os representantes dos países, que definirão a quantidade de medi-camentos necessários de acordo com as demandas locais.

Os países deverão realizar a aquisição por meio da Organi-zação Pan-Americana da Saúde (OPAS) ou em conjunto com os sistemas nacionais. ●

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32 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

E d u c a ç ã o

Desafios dos Planos Municipais de Educação

Os municípios brasileiros

devem superar três desafios para efetivar os Planos de Educação em consonância com suas diretrizes e leis orçamentárias: dimensionar adequadamente o custo unitário de cada uma das metas previstas pelo Plano de Educação; distribuir estas metas em tempo adequado; e avaliar os programas existentes, com o objetivo de priorizar as ações previstas pelo Plano.

Também é fundamental que as leis orçamentárias sejam ela-boradas em diálogo com a popu-lação, já que a construção de um orçamento em diálogo com a so-ciedade tende a trazer vantagens, ao discutir propostas e aumentar a legitimidade das decisões que precisam ser tomadas.

Para auxiliar os gestores municipais, o doutor em admi-nistração pública pela Fundação Getúlio Vargas, Fábio Pereira, detalha os desafios orçamentários

que devem ser superados e ressal-ta que é possível discutir ampla-mente a aplicação de recursos, seja no pagamento dos profissio-nais da educação, na alimentação escolar, no transporte de estudan-tes e no gasto com a extensão da jornada dos alunos, entre outros.

tituir uma equipe técnica com a preparação necessária para fazer esse dimensionamento. Já os mu-nicípios menores podem se jun-tar na forma de consórcios, criar soluções compartilhadas e contar com o apoio das instâncias esta-duais e federais.

Também é importante bus-car experiências bem-sucedidas como forma de economizar esfor-ços. Em geral, as condições nos municípios são bem diferentes, mas é possível ter uma boa base, em cima da qual se pode construir sua própria solução.

Distribuir e avaliar O segundo desafio é distri-

buir as metas adequadamente no tempo. Ou seja, se o município estabelece uma meta de ampliar em cinco mil vagas a educação infantil em dez anos, ele precisa distribuir essa meta considerando que, do ponto de vista orçamen-tário, não faz muito sentido fazer distribuições lineares.

O terceiro desafio consiste em rever todos os programas em implementação, analisar a estru-tura de custos e tentar melhorar a gestão pública para, mesmo em momento de crise, conseguir avançar e chegar mais próximo das metas estabelecidas para os próximos dez anos.

Buscar experiências bem sucedidas pode economizar esforços

Desafios Segundo o especialista, o

principal desafio na vinculação do Plano Municipal de Educação com o orçamento da cidade é o dimensionamento adequado do custo unitário de cada uma das metas estabelecidas, sejam elas qualitativas ou quantitativas.

“Se eu quero aumentar a jornada escolar para cinco, dez ou cem mil alunos, por exemplo, preciso saber qual o custo unitá-rio desse aumento”, ressalta Fá-bio Pereira.

Assim, um município maior já possui condições ou pode cons-

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E d u c a ç ã o

Segundo Fabio Pereira, o mo-mento de crise econômi-ca cria uma oportu-nidade política para se rever os gastos construídos e resol-ver problemas es-truturais que às vezes se arrastam por cinco ou dez anos, aproveitando uma legi-timidade política necessária para tentar resolvê-los.

Estratégias Para que seja garantida a

participação da população, é ne-cessário pensar em estratégias di-ferentes para municípios com ta-manhos distintos.

De acordo com Fábio Perei-ra, em um município pequeno é possível fazer essa discussão de forma centralizada, com reuniões com a comunidade escolar, com grupos territoriais e com setores que têm diferentes interesses, fa-zendo um esforço de síntese.

Quanto ao debate sobre o orçamento em muni-cípios grandes, o pesquisador defende que sejam feitas d i scussões descentrali-zadas. “Neste caso, é preciso tra-balhar com prioridades regionais e uma concepção geral de como deve ser feita a alocação de re-cursos, tendo algum tipo de re-presentação por conselhos ou por delegados eleitos”, explica. ●

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34 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

E c o n o m i a

Energia Renovável

O Brasil é o país com a maior participação de energia renovável na matriz de geração elétrica (não inclui importação) dentro do gru-po conhecido como BRICS, que inclui também Rússia, Índia, Chi-na e África do Sul.

De acordo com o relatório “Energia no Bloco dos BRICS” (agosto de 2015), as fontes reno-váveis representaram 73% da ge-ração de energia elétrica do país, em 2014. Nos demais países do grupo, este percentual varia de 2% (no caso da África do Sul) a 22%, na China.

Na complementação das fon-tes renováveis, os combustíveis fósseis, os principais emissores de CO2, acabam tendo papel quase secundário na matriz de geração elétrica brasileira, com apenas 22% de participação, enquanto a África do Sul, China e Índia apre-sentam mais de 75% de fósseis, e a Rússia, 66%.

Ainda, de acordo com o re-latório, a participação de energia renovável na oferta interna de energia – toda energia necessária para movimentar a economia de um país - dos BRICS é de 14,2%, enquanto na média mundial as re-nováveis representam 13,6%. No Brasil, a oferta interna de energia conta com 39% de renováveis, qua-se três vezes o indicador mundial.

De toda potência instalada na América do Sul, que alcançou 268 GW em 2014, o Brasil res-ponde por metade (133,9 GW). Já na capacidade instalada de refino da América do Sul, de 5.427 mil barris por dia (bbl/dia), o Brasil responde por 43,3% (2.352 mil bbl/dia).

Emissões de CO2

A maior presença de renová-veis nas matrizes brasileiras pro-porciona ao país a menor relação

entre a emissão de dióxido de car-bono e a oferta interna de energia, com 1,59 tonelada de CO2 emiti-da por tonelada de energia consu-mida (tCO2/tep).

Os indicadores nos demais países do bloco ficam acima de 2,00 tCO2/tep. O indicador mé-dio dos BRICS, de 2,54 tCO2/tep, supera em 9% o mundial, de 2,34 tCO2/tep.

A América do Sul produziu 5,7% e consumiu 4,3% da ener-gia mundial em 2014, o que tor-na a região exportadora líquida de energia. A região fechou 2014 com superávit de 30% sobre as necessidades totais de energia. ●

Matriz elétrica brasileira é a mais renovável entre os BRICS

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E c o n o m i a

Balanço do PAC no primeiro semestre

O Governo Federal apresentou

o primeiro balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) de 2015. No semestre, usando como data de referência o dia 30 de junho, foram executados R$ 114,3 bilhões em projetos, 11% dos R$ 1,05 trilhão previstos para serem in-vestidos no período de 2015-2018.

O volume de recursos desti-nados a esses investimentos conti-nua expressivo e hoje a prioridade se volta para a execução de obras que já estão em andamento.

O limite disponível para empe-nho em 2015 é de R$ 35,2 bilhões e, até o dia 15 de agosto, já foram empenhados R$ 19,5 bilhões, ou seja, 55,4% do total. Para pagamen-to, o PAC tem limite orçamentário de 38,5 bilhões, dos quais já foram pagos R$ 25,7 bilhões.

As ações concluídas totali-zam R$ 76 bilhões em obras nos eixos de infraestrutura logística,

energética e social e urbana. Esse valor corresponde a 11% do esti-mado concluir no período 2015-2018 (R$ 672 bilhões).

Eixos

A partir deste balanço, os empreendimentos do PAC esta-rão divididos em três eixos: infra-estrutura logística, infraestrutura energética e infraestrutura social e urbana.

No eixo infraestrutura logísti-ca, são realizadas ações em rodo-vias, ferrovias, portos, aeroportos e hidrovias e as ações concluídas somam R$ 3 bilhões.

Em infraestrutura energética, que tem entre outros objetivos garantir a segurança energética, e aumentar a oferta de petróleo e gás natural, com exploração das cama-das do Pré e Pós-sal, houve R$ 26 bilhões de ações concluídas.

No setor de energia elétrica, foram acrescidos 2.342 megawat-ts ao Sistema Interligado Nacional e instalados 926 quilômetros de linhas de transmissão.

Já em infraestrutura social e urbana, o PAC já investiu R$ 47 bilhões na melhoria das condi-ções de vida da população nas cidades brasileiras com acesso a moradia, saneamento, oferta de água, transporte e outros serviços básicos.

O Programa Minha Casa, Mi-nha Vida entregou mais de 280 mil moradias só em 2015. Desde o início do programa, já foram en-tregues 2,3 milhões de unidades habitacionais, benefi ciando mais de oito milhões de pessoas. ●

Programa executou R$ 114,3 bilhões em projetos estratégicos

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I n f r a e s t r u t u r a

Água para quem precisa

Prevista para terminar em 2017, a transposição do “Velho Chico” atende a uma demanda de recursos hídricos na região Nor-deste do Brasil. De acordo com dados do governo, o Nordeste possui 28% da população brasi-leira e apenas 3% da disponibili-dade de água. Já o Rio São Fran-cisco responde por 70% de toda a oferta de água da região.

Os números transformaram a transposição do Rio São Francis-co na maior obra de infraestrutura para abastecimento de água da história do Brasil: são mais de 12 milhões de pessoas beneficiadas em 390 municípios, em Pernam-buco, Ceará, Paraíba e Rio Gran-de do Norte; mais de R$ 8,2 bi-lhões em investimentos e cerca de 10 mil trabalhadores envolvidos.

A obra consiste, basicamen-te, em fazer com que as águas do Rio São Francisco cheguem a outros reservatórios, de forma

sustentável (ou seja, sem grandes impactos ambientais). Para tanto, a água percorre o trajeto de duas formas: por gravidade (o canal da obra tem uma declive de 3º) ou com a força de estações de bom-beamento.

Caminho das águas A obra de transposição do

Rio São Francisco é dividida em dois eixos: o Norte, que vai do município de Cabrobó (PE) até Cajazeiras (PB) e tem 260 km de extensão, e o Leste, que vai de Floresta (PE) até Monteiro (PB) e tem 217 km.

No Eixo Norte, a primei-ra fase das obras da Meta 1, que conta com a primeira estação de bombeamento (EBI-1), foi entre-gue no dia 21 de agosto de 2015. Já no Eixo Leste, a primeira esta-ção de bombeamento (EBV-1) foi entregue no ano passado. A previ-

são é de que seja entregue a EBV-2 em 15 de outubro deste ano.

Há duas possibilidades para a água do Rio São Francisco che-gar aos reservatórios dos Eixos Norte e Leste. Uma delas é por gravidade. Ou seja, a água do rio vai descendo suavemente pelos canais.

Caso o terreno seja muito elevado, túneis farão com que a água passe pelo subterrâneo. Caso o terreno seja muito baixo, há duas possibilidades: construir aquedutos ou se utilizar de esta-ções de bombeamento. ●

Transposição do São Francisco levará água por gravidade e bombeamento

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I n f r a e s t r u t u r a

Experiência europeia no porto cearense

O Porto do Pecém, locali-

zado em São Gonçalo do Ama-rante, Região Metropolitana de Fortaleza, passará a contar com a assessoria de dirigentes do Porto de Rotterdam, na Holanda, consi-derado o maior Porto da Europa e um dos mais importantes do mun-do - o Hub Port da Europa.

A parceria com o porto ho-landês foi firmada pelo secretário estadual da Infraestrutura, André Faço, e pelo diretor-presidente da Cearaportos, Danilo Serpa. Segun-do o secretário, a experiência e o apoio do Porto de Rotterdam será muito importante no planejamen-to desenvolvido pela Cearáportos.

A parceria chega num mo-mento estratégico, já que o Ter-minal de Múltiplas Utilidades (TMUT) do Porto do Pecém pas-sa pela sua segunda etapa de ex-

pansão, que irá quintuplicar a sua capacidade de movimentação de cargas e colocará o Pecém em po-sição de destaque no cenário in-ternacional.

Por estar em uma localização estratégica e oferecer a infraestru-tura adequada (profundidade, ber-ços, equipamentos e área), o por-to cearense desponta como um forte candidato a receber um Hub de cargas a nível nacional, princi-palmente depois da ampliação do Canal do Panamá e da construção do Canal da Nicarágua.

O diretor presidente da Ce-aráportos, Danilo Serpa, ressalta que compartilhar experiências e informações com grandes portos, como o de Rotterdam, é muito im-portante para o momento de de-senvolvimento e expansão que o Porto do Pécem está vivendo.

Porto de Rotterdam O Porto de Rotterdam é o

maior porto marítimo da Europa e atua como Hub Port. De 1962 até 2002, foi o porto mais ativo do mundo.

Atualmente, foi ultrapassado por portos asiáticos, como os de Singapura e de Xangai, mas con-tinua tendo vital importância para o transporte marítimo e para as operações de comércio exterior.

Abrangendo 105 quilômetros quadrados, o porto de Rotterdam estende-se por uma distância de cerca de quarenta quilômetros (25 milhas), funcionando como um importante ponto de trânsito para o transporte de granéis e de outras mercadorias entre o conti-nente europeu e de outras partes do mundo. ●

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38 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

S e g u r a n ç a

SP reforça segurança pública O governo de São Paulo fir-

mou convênios de segurança com 45 cidades paulistas para capaci-tar agentes municipais e melhorar a infraestrutura das unidades poli-ciais espalhadas pelo estado.

Entre as parcerias firmadas está o aperfeiçoamento da forma-ção de guardas civis metropolita-nos da cidade de São Paulo. Os agentes municipais passarão por um curso promovido pela Aca-demia da Polícia Civil, com aulas ministradas pelos próprios profes-sores da Acadepol.

O convênio também prevê a implantação da atividade delegada, a permissão para que a Polícia Mi-litar fiscalize e multe motoristas in-fratores de trânsito, além de reforma e construção de novas delegacias.

Para reforçar ainda mais o tra-balho das Polícias Militar e Civil no Estado de São Paulo, a secreta-

ria estadual de segurança pública entregou novas viaturas blindadas para os 2º e 3º Batalhões de Poli-ciamento de Choque (BPChq) da Polícia Militar e 7.992 pistolas e espingardas para unidades da Po-lícia Civil de todo o Estado.

O governo paulista investiu cerca de R$ 30 milhões nas via-turas blindadas e mais de R$ 14 milhões nas armas de fogo. As aquisições foram feitas com recur-sos do Fundo de Incentivo à Segu-rança Pública (FISP).

“Estamos equipando nosso policias com o que há de mais avançado no mundo em termos de tecnologia destinada à segu-rança pública”, ressaltou o gover-nador Geraldo Alckimin (PSDB).●

Blindados Os veículos blindados fo-

ram fabricados em Israel e tra-zidos ao Brasil pela empresa Plasan, que treinou os policiais do Choque durante 10 dias. Cada viatura custou aproxima-damente R$ 5 milhões.

Os veículos serão utilizados em operações de manutenção da ordem pública e também em ações de defesa civil, como ca-tástrofes naturais e incêndios.

Os blindados são equipa-dos para ultrapassarem obstá-culos como valas e fossos, além de transporem profundidades para tráfego submerso em água.

Os veículos têm equipa-mento de GPS, com mapas, ro-tas e referências, e contam com sistema de transmissão de ima-gens captadas por câmeras de visão noturna.

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Queda

Já a redução na compara-ção semestral é consequência da queda no resultado com partici-pações societárias, de R$ 3,598 bilhões. A queda foi motivada por fatores alheios à gestão do BNDES. A principal causa foi a ausência de distribuição de divi-dendos pela Petrobras no primeiro semestre deste ano.

Nos primeiros seis meses de 2014, o BNDES havia obtido receita de dividendos e juros so-bre capital próprio da Petrobras de R$ 1,842 bilhão, que não se repetiu em 2015.

Outro fator que gerou im-pacto negativo foi a constituição de provisão para perdas (impairment) no valor de R$ 1,155 bilhão, contra uma despesa de R$ 336 milhões no mesmo semestre de 2014..

O aumento expressivo do resultado de intermediação finan-ceira reflete tanto a maior remune-ração na carteira de crédito quan-to a gestão eficiente de tesouraria, compensando a diminuição do resultado de renda variável. ●

S o c i a l

Semestre lucrativo no BNDES

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou lucro lí-quido de R$ 3,515 bilhões no pri-meiro semestre de 2015.

O principal fator de contri-buição para o lucro foi o aumento do resultado de intermediação fi-nanceira - as operações de crédito do Banco - que alcançou a cifra de R$ 9,290 bilhões nos seis pri-meiros meses do ano, valor 54,9% superior ao registrado em igual período de 2014.

O resultado está associado à manutenção do mais baixo ín-dice de inadimplência do Sistema Financeiro Nacional (0,05%). Em

relação ao primeiro semestre de 2014, quando o lucro foi de R$ 5,471 bilhões, houve redução de 35,8%.

Além do lucro, os demais indicadores do período também foram positivos. A rentabilidade sobre o patrimônio foi de 8,44% no semestre, e o índice de Basileia atingiu 17,0%, situação confor-tável diante dos 11,0% exigidos pelo Banco Central e superior aos 15,9% de dezembro de 2014.

O índice reflete a capaci-dade de financiamento do Banco: para cada R$ 100,00 de crédito, o BNDES possui 17% de patrimô-nio.

Rentabilidade, baixa inadimplência e indicadores positivos

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PEDRO ABELHA [email protected]

IMPOSTOS SOBRE NETFLIXA Câmara apro-

vou, em turno úni-co, o projeto de lei 366/2013, que dis-corre sobre a cobran-ça de impostos sobre serviços de qualquer natureza.

Na prática, a aprovação pode ter impacto na vida de pessoas que utilizam serviços como Netfl ix e Spotify, por exemplo. Esses e outros produtos, como lojas de aplicativos e conteúdos online, devem ter seus valores aumentados devido à nova tributação, já que eram imunes a esse tipo de taxa até o presente momento. Segundo o texto, aprovado por 293 votos a favor contra 64, o valor mínimo a ser cobrado no ISS (Imposto Sobre Serviços) é de 2%.

Além dos produtos online, outras áreas também serão impactadas com a nova regra, como a aplica-ção de piercings e tatuagens e serviços funerários. O não cumprimento da medida por parte de pre-feitos pode resultar em cassação do mandato e de direitos políticos por até oito anos.

O próximo passo para a Lei entrar em vigor é a analise de sugestões de alteração do texto por parte dos deputados. Caso não haja mudanças, a Casa envia a Lei para publicação pela presidência da república e aí então os municípios têm o prazo de um ano para colocar a nova regra em prática.

BOTÃO DE NÃO CURTI

O tão esperado botão de “não curti” do Facebook pode estar a caminho. Ou pelo menos é isso que seu fundador deu a entender. Durante uma sessão de per-guntas e respostas online promovida pela rede social, Mark Zuckerberg declarou que o desejo de muitos usu-ários pode estar próximo de se tornar realidade.

A ideia, segundo o CEO, é dar às pessoas a oportunidade de prestar solidariedade ou assinalar insatisfação quando se depararem com um daqueles posts negativos em seus feeds, como notícias sobre desastres ou mortes, por exemplo.

Zuckerberg afi rmou que a intenção não é tornar o Facebook uma espécie de fórum onde as pessoas passem a votar contra ou a favor de alguma publica-ção, mas dar a elas a possibilidade de mostrar em-patia umas às outras mesmo em momentos difíceis. Ainda não há detalhes sobre o lançamento do novo recurso, mas, segundo o fundador, ele deve ser lan-çado aos usuários em breve em formato de teste.

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midia

IPHONE: Como era de se es-perar, foram apresentados também os modelos do iPhone 6s no tama-nho normal e plus. No design do produto, a novidade principal é a nova cor disponível: rosa.

O aparelho também irá con-tar com o 3D Touch. A tecnologia é uma nova forma de interação com o aparelho, como se fosse um clique com um botão direito na tela do iPhone. A função também permite usar aplicativos sem nem mesmo precisar abri-los. Pressio-nar o aplicativo de telefone mos-trará os contatos mais frequentes para que você possa fazer uma ligação mais rápida.

O novo aparelho terá uma câmera frontal com 5 megapixels. Além de sensores capazes de acer-tar exposição e ruídos. Os vídeos também trazem uma novidade, o 4K e a retina fl ash, que detecta a cor correta de acordo com o ambiente. Os modelos chegam ao mercado a partir de 25 de setembro pelo mes-mo preço da versão anterior.

IPADPRO: A grande diferença para o iPad Air é o tamanho. A tela de 12,9 polegadas é do tamanho de alguns modelos de notebooks. Com isso, será possível rodar até dois apps lado a lado na tela do Pro.

O produto também conta com um teclado virtual do tama-nho de um físico. Mas se quiser

um real, será possível adquirir uma capa-teclado separadamente.

A grande polêmica fi cou por conta da Apple Pencil. Sim, uma caneta para o iPad. A Apple se rendeu à ferramenta, algo que Ste-ve Jobs sempre se declarou con-tra. Cook também promete uma bateria potente, com duração de 10 horas. Novidades do Adobe demonstram que o produto foi pensado como uma ferramenta potente de trabalho. Entre as novi-dades, o acesso a fontes TypeKit, que, otimizadas pela caneta, tra-zem uma nova experiência de diagramação e edição.

ao virá-lo, se transforma num console de games. Entre os jogos confi rmados estão o novo Guitar Hero e Crossy Road. Mas nada foi tão espantoso quanto a per-formance de Siri no Apple TV.

No tvOS, a assistente pesso-al irá fazer buscas universais na televisão, puxando informações de vários aplicativos, como Ne-tfl ix, HBO, TED, entre outros ser-viços de streaming. Isso signifi ca que um comando de voz como “encontre o episódio de Bre-aking Bad em que o avião colide no céu”, será o sufi ciente para Siri encontrá-lo para o usuário.

O aparelho estará disponível para alguns países a partir de outu-bro, mas desenvolvedores já podem testar o beta do tvOS desde agora.

APPLEWATCH: Segundo Tim Cook, foram desenvolvidos di-versos aplicativos para o relógio. Entre os principais estão o Mes-senger, do Facebook, e uma ferra-menta da GoPro.

Outra novidade é o AirS-trip, um app que permitirá que médicos se comuniquem com pacientes, além de ter acesso a batimentos cardíacos e outras in-formações, tudo em tempo real. A Apple continua apostando em seu relógio como um acessório de moda. Além de apresentar di-versas cores de pulseiras, a marca anunciou um modelo em parceria com a grife Hermès.

O preço não foi divulgado, mas já afi rmaram que parte da renda será direcionada para pes-quisas sobre a AIDS.

NOVIDADES DA APPLEAconteceu na cidade de São Francisco, nos Estados Unidos, o tão aguardado evento de novidades da Apple. Além do lançamento dos novos modelos do iPhone, Tim Cook e cia. apresentaram novidades para a Apple TV, iPad e Watch.  

APPLETV: Parece que a em-presa de Jobs percebeu que os apps são o futuro da TV. Foi com esse mote que Cooks anunciou as novidades para a Apple TV. E os rumores sobre o investimento em games foram confi rmados.

A marca trará um controle remoto sensível ao toque que,

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44 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

M e i o A m b i e n t e

Projeto recupera áreas degradadas em Mato Grosso

Com apoio do Programa Pe-trobras Socioambiental, o Projeto Interagir já converteu 100 hecta-res (1.000.000m2) de áreas de-gradadas do Vale do Araguaia em áreas produtivas, beneficiando di-retamente 57 agricultores familia-res indígenas e não indígenas de Mato Grosso.

O trabalho resultou na im-plantação de 60 hectares de sis-temas agroflorestais (SAFs) e 40 hectares de mandiocultura. Tam-bém foram plantadas mudas nati-vas diversas em outros 76 hectares da região.

Coordenado pela Associa-ção O Povo Indígena da Nação Unida Tapirapé (Apinut), o Pro-jeto Interagir busca recuperar áreas degradadas no município de Santa Teresinha, na região do Rio Araguaia, no Mato Grosso, convertê-las em áreas produtivas ou de mata nativa e preservar os recursos naturais do local. A

iniciativa beneficia agricultores familiares indígenas das etnias Karajá e Tapirapé e assentados do projeto Presidente, também instalado na região.

Manejo

Os sistemas agroflorestais são formas de manejo da terra em que se aliam o cultivo de árvores frutíferas ou madeireiras e cultivos agrícolas.

Os sistemas agroflorestais implantados no âmbito do Pro-jeto Interagir abrangem culturas como as de arroz, milho, bana-na, cacau, coco, abacate, laran-ja, limão, açaí, batata, pupunha, cedro, mogno e ipê. Um hectare (10.000m2) de sementes crioulas de arroz, milho e feijão, as me-lhores selecionadas, que não so-freram modificações genéticas, também foi produzido para uso no Vale do Araguaia.

Segundo a bióloga Flávia Andrade, mestre em Ciência Flo-restal e coordenadora do Projeto Interagir, a educação ambiental esteve presente no decorrer de todo o projeto, impactando mais de duas mil pessoas, incluindo professores, alunos, agricultores e lideranças locais.

Assim, comunidades locais indígenas e não indígenas pude-ram aprender, replicar conheci-mentos e interagir em oficinas lú-dicas com temáticas ambientais em que foram realizados o cultivo de mudas, o reflorestamento de áreas e visitas a sistemas agroflorestais. ●

Iniciativa tem apoio do Programa Petrobras Socioambiental

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E s t a d o s & M u n i c í p i o s 45

M e i o A m b i e n t e

Abelha invasora na América do Sul

Procura-se uma abelha inva-sora! A recompensa: entrar para a história da ciência brasileira. Este é o mote de uma campanha ini-ciada por cientistas do Núcleo de Apoio à Pesquisa em Biodiversi-dade e Computação da USP jun-to a agricultores e instituições de pesquisas do Rio Grande do Sul.

O objetivo é detectar o exa-to momento em que a Bombus terrestris - espécie de abelha eu-ropeia - chegue ao território brasi-leiro pela região sudeste daquele estado. Sabe-se que a Mamanga-va da Cauda Branca, como é po-pularmente conhecida, já invadiu a Argentina e segue em direção ao Uruguai.

Sua invasão poderá resul-tar em riscos ambientais para a agricultura e espécies nativas. A orientação dos pesquisadores é não capturá-la, não matá-la, mas reportar seu avistamento.

A partir das características ambientais do habitat de origem da Bombus terrestris, os pesqui-sadores levantaram os locais do planeta que apresentam condi-ções similarmente adequadas à espécie.

Fuga

A espécie Bombus terrestris é uma excelente polinizadora. Por este motivo, suas colônias são amplamente comercializadas para polinização agrícola. Na década de 1970, agricultores chi-lenos adquiriram colônias de Bombus terrestris para melhorar a produção de tomates em estufa, mas as abelhas escaparam do confi namento e invadiram ambientes naturais naquele país.

Em 2006, foi reportado que a área de invasão na América do Sul estava se expandindo rapidamente e que a espécie já havia alcançado a Argentina, cruzando, para isso, a cordilheira dos Andes.

Mesmo sendo uma excelente polinizadora e favorecendo plantas selvagens e agrícolas, a invasora Bombus terrestris é altamente competitiva com espécies nativas. “Elas começam a trabalhar mais cedo que outras abelhas, esgotando os recur-sos alimentares disponíveis nas fl ores, como o néctar, gerando impactos às espécies nativas, que também dependem destes recursos para sobreviver”, explica o ecólogo André Luis Acosta.

Além disso, a invasora poderá trazer consigo doenças e pa-rasitas exóticos que podem contaminar plantas e outras abelhas nativas, ressalta o cientista.●

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C i d a d a n i a

Novos Conselhos Tutelares em Maceió

A partir de 2016, o municí-

pio de Maceió passará a contar com três novas unidades do Con-selho Tutelar. Paralelamente a esse aumento na cobertura das de-mandas da população, o número de conselheiros tutelares também será ampliado de 35 para 50 pro-fissionais

Responsável pela estrutura-ção dos Conselhos, a Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) já está trabalhando para intensificar as ações e garantir os direitos das crianças e adolescen-tes da capital.

Com a ampliação do núme-ro de unidades do Conselho Tu-telar, a parte alta da cidade, que concentra uma das maiores de-mandas de trabalho para os con-selheiros, será uma das maiores beneficiadas, garantindo um me-

lhor acompanhamento dos casos de violação de direitos, que envol-ve a desobediência dos parágrafos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Segundo a secretária de As-sistência Social de Maceió, Ce-liany Rocha, esse reforço faz parte do compromis-so que a gestão munici-pal tem com as famílias, principalmente no que se re-fere à garantia de direitos.

“Nós sempre trabalhamos para vencer as etapas burocráticas e para cumprir o que determina o Conselho Nacional dos Direi-tos da Criança e do Adolescente (Conanda), quando diz que deve haver um Conselho Tutelar para cada 100 mil habitantes”, desta-cou a gestora.

Campanha

A responsabilidade pela gestão dos Conselhos Tutelares e pelo monitoramento do trabalho exercido pelos conselheiros é do CMDCA (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adoles-cente).

Em 2013, a Prefeitura de Maceió, atendendo a uma reco-mendação do CMDCA, deter-minada em 2009 através de uma lei municipal que não havia sido cumprida, realizou o desmembra-mento de duas unidades de Con-selho Tutelar que acumulavam regiões de abrangência e compro-metia o atendimento nas áreas de-mandadas.

As novas unidades serão ge-ridas e custeadas pelos gestores municipais. Mais de 100 candida-tos a conselheiros tutelares já es-tão em campanha para o Processo de Escolha Unificado dos Mem-bros do Conselho. ●

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C u l t u r a

Um pedacinho do Nordeste no Rio de Janeiro

A tradicional Feira de São Cristovão completa 70 anos de atividade, consolidada como “um pedacinho do Nordeste no Rio de Janeiro”. O Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, tam-bém chamado de Feira dos Nor-destinos, celebra sete décadas, mantendo viva a cultura dos imi-grantes, que chegavam ao bairro da zona norte da cidade desde a década de 1940.

Em 2003, a feira foi transferi-da para o local fechado que ocu-pa hoje, dentro de um pavilhão de exposições que foi reformado, e é administrada pela prefeitura. Atualmente, o espaço conta com cerca de 700 barracas e 100 res-taurantes com produtos típicos do Norte e Nordeste.

A feira recebe a mesma vi-sitação que o Cristo Redentor, com cerca de 300 mil pessoas por mês. Existem várias versões para o surgimento da feira, mas a única certeza é que seu começo foi bas-tante informal.

Seja qual for a versão, o local foi e continua sendo um espaço importante de sociabilidade dessa comunidade migrante, bem como de preservação dos costumes, que permanece até hoje.

Versões A professora de História da

Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Sylvia Nemer, resgatou os folhetos de cordéis e histórias orais sobre a Feira de

São Cristóvão para seu doutorado e tem um livro publicado sobre o tema.

De acordo com ela, a ver-são oficial conta que o cordelista Raimundo Santa Helena leu no dia 18 de setembro de 1945, no Campo de São Cristóvão, um cor-del que tinha feito sobre o fim da Segunda Guerra Mundial.

“O início das atividades da Feira de São Cristóvão teria sido no ano de 1945, quando os praci-nhas desembarcaram ali nas ime-diações do Campo de São Cristó-vão e o próprio Santa Helena leu um cordel que ele tinha feito para comemorar o fim da guerra. E aí, em função dessa leitura, começou a surgir um movimento de reunião de pessoas interessadas em ouvir

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e vender literatura de cordel. En-tão a feira teria começado a partir dessa iniciativa,” disse.

Sylvia explica que há outra versão histórica, cantada nos cor-déis de mestre Azulão, de que a feira foi surgindo ao longo da dé-cada de 40 a partir de um movi-mento de nordestinos que desem-barcavam e ficavam acampados esperando um local para morar ou um trabalho.

“Como era o ponto final dos caminhões chamados de pau de arara e foi um momento de cres-cimento urbano muito acentuado, ali era um local de contratação de mão de obra para pedreiros, porteiros de edifício, que foram as ocupações tradicionais dos mi-grantes nordestinos nesse período. Teve algumas figuras, entre elas a do João Gordo, que teria inicia-do esse comércio de produtos do Nordeste para cá e daqui para o

Nordeste, porque o mesmo cami-nhão que vinha trazendo gêneros e pessoas, costumava voltar vazio e levava produtos daqui para o Nordeste,” acrescentou.

Palco imortal Palco de nomes imortais da

música brasileira, a Feira de São Cristóvão já recebeu Luiz Gonza-ga e Jackson do Pandeiro e ainda recebe ícones como Zé Ramalho, Elba Ramalho, Geraldo Azevedo, Quinteto Violado e Maria Bethâ-nia, que foi homenageada no lo-cal em junho pelos 50 anos de carreira.

De acordo com o presidente da Feira, Helismar Leite, são qua-tro mini palcos “que trabalham com forró tradicional” e dois pal-cos para música popular, “só não trabalhamos com funk, mas tem até reggae, sertanejo universitário,

Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz, Martinho da Vila, somos a casa do carioca e temos que unir a cultura”.

O músico e radialista José Sergival, que comanda o progra-ma Puxa o Fole na Rádio Nacio-nal do Rio, ressalta que, após o início espontâneo, a Feira de São Cristóvão se tornou um ponto de referência das tradições nordes-tinas, frequentado não só pelos nascidos na região Nordeste, bem como por turistas e apreciadores da culinária e da cultura.

“Agora vende artesanato, os artistas se apresentam, não só o forró pé de serra, mas quando as companhias culturais vêm para cá, esquetes de teatro, grupos fol-clóricos, quadrilhas juninas, bum-ba meu boi, frevo, a referência é a Feira de São Cristóvão, um local que eles querem ir se apresentar, porque sabem que é um ambiente propício à cultura nordestina”. ●

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Vereador questiona Ideologia de Gênero

O vereador de Belo Horizon-te, Autair Gomes (PSC), defende na Câmara Municipal o modelo de Educação que considera ético e moral dentro da tradicional fa-mília mineira. A chamada Ideolo-gia de Gênero é uma das proposi-ções que vem gerando polêmica e que tem sido debatido nos últimos tempos em todas as câmaras mu-nicipais do país.

Por Lucienne Dayrel

Autair Gomes defende modelo de educação que considera ético e moral dentro das famílias mineiras

construir sua própria identidade, ou seja, você opta por definir o seu gênero ao longo da vida.

Segundo Autair Gomes, esse tema vai contra o que ele defen-de como padrão correto de edu-cação. “Sou contra a Ideologia de Gênero, porque a criança não tem como decidir o que é melhor em sua formação e quem responde por isso deve ser os pais, até que ela própria decida que caminho seguir”, enfatiza o vereador.

Imposição

Para ele, a família deve deci-dir o que é melhor para seus filhos, dentro da criação, da cultura e dos princípios morais e éticos. “Não é

justo pensar e tomar decisões que possam ferir a Constituição, os cos-tumes e a moral”, afirma.

De acordo com o vereador, o Estado não pode simplesmente chegar e impor como os nossos filhos serão criados. Ele ressal-ta que estudiosos do assunto já constataram que a criança forma seu caráter até os seis ou sete anos de idade.

“Então, não posso concordar que um ser em formação tenha seus direitos impostos por meia dúzia de pessoas, que alegam que esta seja a melhor forma de edu-cação. Não temos embasamento científico nenhum para garantir que este seja o melhor caminho”, conclui o vereador. ●

Parte dos Planos Municipais de Educação, desenvolvidos para o planejamento educacional das cidades nos próximos dez anos, foi reprovado por deputados em pelo menos oito estados, que re-tiraram dos Planos Estaduais de Educação referências à identidade de gênero, diversidade e orienta-ção sexual.

Considerada uma loucura pela maioria, este assunto inco-moda muita gente. A Ideologia de Gênero diz que ninguém nas-ce homem ou mulher, mas deve

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Paraíso discute projeto de travessia urbana

O presidente da Assembleia

Legislativa de Tocantins, deputado Osires Damaso (DEM), reforçou a mobilização da Câmara Muni-cipal de Paraíso para a consolida-ção do projeto de travessia urbana na BR-153.

A proposta prevê a constru-ção de viadutos, duplicação da pista e pavimentação de um tre-cho rodoviário até o Posto Chapa-dão, em Paraíso.

“O encontro com os verea-dores e o vice-prefeito tem como propósito reforçar o nosso compro-misso e agilizar o inicio dessa obra tão importante para Paraíso, que vai gerar impacto na economia, além de facilitar a entrada de veículos na cidade e permitir a melhoria no fluxo do trânsito local”, destacou o presidente Damaso.

Segundo o presidente da Câ-mara de Vereadores de Paraíso,

Romilson Ribeiro, o parlamento municipal está mobilizado para fortalecer o movimento de reto-mada e adequação do projeto, para que a obra melhore o tráfego de veículos e impulsione a econo-mia do município.

Mobilização Para o superintendente regio-

nal do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT), Eduardo Suassuna, o es-forço conjunto para adequação do projeto original e a rapidez em sua conclusão vão permitir que a obra seja iniciada em 2016.

“Precisamos trabalhar em um projeto viável e que também atenda às necessidades de deslo-camento dos usuários do muni-cípio e de fácil fluxo para quem passa pela rodovia. O importante

é que seja uma obra bonita, mas que alie segurança, funcionalida-de e desenvolvimento para impul-sionar a economia”, enfatizou o superintendente.

O encontro reuniu as prin-cipais lideranças política e em-presarial da região, entre eles o senador Donizeth Nogueira (PT), o deputado federal Vicentinho Júnior (PR), o presidente da Acip (Associação Comercial e empre-sarial de Paraíso), Antonio Carlos Cabral, e o vice-prefeito da cida-de, Ary Arraes. ●

Projeto prevê viadutos, duplicação da pista e pavimentação de trecho rodoviário

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Tu r i s m o

Primavera em Holambra

Conhecida como a cidade

das flores, Holambra é um dos mais concorridos roteiros turísti-cos de São Paulo. A beleza e di-versidade de suas flores, aliada à forte influência da colonização holandesa na arquitetura e gastro-nomia local, transformaram essa aconchegante cidade num incom-parável pedacinho da Holanda em terras tropicais.

Localizado a 120 quilôme-tros de São Paulo e a 30 quilôme-tros de Campinas, o município é o maior exportador de flores e plan-

A beleza e a diversidade das flores

tas ornamentais da América Lati-na, sendo responsável por 80% da exportação e por 40% da produ-ção do setor florícola brasileiro. São mais de duas mil variedades de flores e plantas cultivadas por cerca de 400 produtores.

Mas Holambra não é ape-nas flores. O município oferece aos seus visitantes um pouco da cultura dos Países Baixos, através da arquitetura, artesanato, dança, música e gastronomia típicas.

Passeios As ruas de Holambra são

marcadas por aspectos históricos e arquitetônicos da ex-colônia holandesa no Brasil, campos de

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Tu r i s m o

flores e o tradicional moinho de vento, construído em tamanho natural.

Seu Museu Histórico Cul-tural guarda toda a história da imigra-ção e colonização holandesa para o Brasil. O acervo conta com cerca de duas mil fo-tos e utensílios trazidos ou uti-lizados pelos primeiros imi-grantes.

Ao lado do Museu,

os turistas po-dem conhecer réplicas das

casas de pau-a-pique e alvenaria devidamente mobiliadas, habita-das pelos pioneiros, além de uma exposição de maquinários e trato-res antigos.

Gastronomia Nos restaurantes, choperias,

e cafés espalhados pela cidade, confeiteiros e chefs holandeses criam sempre novas receitas para atrair os visitantes pelo paladar.

Sem contar os tradicionais pratos típicos holandeses: Pan-nekoek (panquecas), Eisben (joe-lho de suíno), Batata Holandesa, Speculaas, Stroopwafel (waffel re-cheado com caramelo de melaço de cana), Bloempot (torta holan-desa, servida com vaso de flor), Diny Rosti (batata pré-cozida, ralada com bacon e especiarias e recheada com salsichões), Sam-ppot Wortel (purê de batata com cenouras e carne de porco e mo-lho de cerveja), Vlaai de Damasco (waffel recheado com damasco) e Sorvete de Rosas.

Moinho Com 38,5 metros de altura

(9 andares) e pesando mais de 90 toneladas, o Moinho Holandês de Holambra, chamado Povos Uni-dos, é o maior da América Latina.

Construído em 2008, o Moinho Povos Unidos é uma ré-plica fiel de um tradicional moi-nho holandês moedor de grãos, e conta com pás de 25 metros de comprimento.

O grande portal que dá aces-so ao centro de Holambra tam-bém é uma atração. Inaugurado em 2004, a obra segue as carac-terísticas das construções típicas holandesas, como tijolo à vista, telhado inclinado e grandes jane-las. Atravesse o portal e seja bem--vindo a Holambra.●

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M o t o r e s

A chegada do Volkswagen Up! TSI promete agitar o mercado nacio-nal de veículos compactos, por ser um dos carros mais rápidos no merca-do e o mais econômico dos modelos com motor a combustão.

Além do motor 1.0 flex turbo com injeção direta e 105 cv de potên-cia (com etanol), o modelo ganhou um novo sistema multimídia/navegação/computador de bordo Maps & More.

Up! veloz

A partir de agora, o Hyun-dai Elantra será comercializado em versão única, equipada com seis airbags, controles de tração e estabilidade, ar-condicionado digital de duas zonas, bancos de couro, piloto automático, volante multifuncional e central multimí-dia com espelhamento de aplica-tivos de celulares na tela.

O quadro de instrumentos também passa a contar com uma tela configurável, e a direção ga-nhou três modos de assistência.

A décima geração do Honda Civic traz grandes avanços em relação ao modelo anterior. Com uma plata-forma completamente nova, o Civic ficou maior, mais largo ( mais espaço interno) e 2,5 cm mais baixo.

Serão quatro versões, com duas opções de câmbio. A básica, LX, só receberá motor 2.0 e câmbio ma-nual de seis marchas. Já a EX, também equipada com o 2.0, pode ter trans-missão CVT. A mesma caixa equipará as versões EX-T e EX-L.

Geração CivicElantra único

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M o t o r e s

O Caminhão Agrale 14000 6x2 é um veí-culo com versatilidade e produtividade nas cida-des e nas estradas.

Robusto e econômico, é ideal para em-presas de transporte que buscam mais segurança e redução de custos em suas operações.

O modelo conta com pi-loto automático, propor-cionando maior conforto para o motorista que di-rige por longos períodos.

O grande destaque do modelo 2016 do Volvo hatch V40 é sua nova motorização. O velho propulsor 2.0 de 5 cilindros de 180 cavalos finalmente foi aposentado e substituído pelo mo-tor T3 Kinetic, um quatro cilindros 1.5 turbo de 152 cavalos Drive-E e câmbio automático de seis marchas.

Nesta configuração, o V40 já sai de fábrica com ar-condicionado digital de duas zonas, bancos de couro, sete airbags, controles eletrônicos de tração e estabilida-de, sistema de frenagem autônoma e cen-tral multimídia com reprodutor de DVD.

A Ducati Diavel recebeu aprimoramentos mecânicos, novo sistema de escape e assento, além de um renovado farol dianteiro.

Entre as novidades, está a evolução do mo-tor Testastretta 11º, de dois cilindros e 1198,4 cc. Apesar de manter a potência a 162 cavalos, agora a cifra máxima chega mais cedo a 9.250 rpm, en-quanto na Diavel anterior ela aparecia a 9.500 rpm.

O modelo traz ABS, controle de tração de modos de condução com alteração do comporta-mento do motor e sistema de segurança de série.

Ducati renovada

Agrale Versátil

hatc

h V

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O segredo do Zé da Júlia

Em busca de melhores dias, o Zé da Júlia largou a pequena cidade do interior alagoano e se mandou para Maceió. Depois para o Recife. O Brasil entrara na Segunda Guerra Mundial e o Zé acabou alistado no Exército. Como tinha boa voz, logo era seresteiro da tropa, caindo nas graças dos soldados americanos, que chegavam aos montes à cidade. Mandou carta para a mãe dizendo do sucesso e que estava trabalhando com as tropas estrangeiras. O texto mal escrito e as poucas letras da destinatária fi zeram entender que o Zé tinha ido para o estrangeiro. Fora para a guerra! As fotos que ele enviara, posando junto a zepelins, tanques de guerra e soldados ianques lá no Recife, não deixavam duvida. A cidade tinha o seu herói, que, fi nalmente, já promovido a cabo, deu baixa e voltou para casa. Foi recebido com muita festa. Queriam até botar uma estátua dele na praça principal. Modesto, para não frustrar os conterrâneos, decidiu assumir a falsa glória. Logo contava os seus feitos de guerra, especialmente a participação heróica na tomada de Monte Castelo. E numa dessas conversas, depois de algumas doses, revelou o seu maior segredo:

- Começamos a subida do morro e logo fomos atacados por uma tropa alemã. Foi um combate duro, mas acabamos com eles. No fi nal, eu estava desarmado, tendo apenas a minha peixeira na cinta. Entrei no castelo e lá dentro um sentinela me atacou. Cravei-lhe a faca na garganta e tirei. Na sala estava um sujei-to com uma franjinha na testa e um bigodinho, mexendo nuns mapas. Tomou um susto quando me viu e perguntou, arrogante: ”Who are you?” Nem respondi e ele sacou da pistola e atirou. Pulei de lado e a bala furou a minha gandola. Nem dei tempo dele se recuperar. Pulei em cima, meti-lhe a peixeira na garganta e depois enfi ei as 12 polegadas na barriga, puxando prá cima. Foi tripa saindo para todo lado. Aí chegaram os americanos. Ficaram danados da vida, pois não admitiam um alagoano tivesse matado o maior inimigo da humanidade. Levaram-me para um quartel e no dia seguinte um major americano chegou com uma propos-ta: me dava 20 mil dólares em troca da peixeira e da gandola – iriam para um museu nos Estados Unidos – e do meu silêncio. Não podia contar a ninguém o ocorrido. Assinei um contrato – nem cópia me deram - , peguei o dinheiro, vim embora para o Brasil e estou aqui.

Nisso um dos ouvintes perguntou:- E quem era o cara que você matou?Zé da Júlia olhou para os lados e, de forma quase inaudível, respondeu:- O fi nado Hitler! Foi uma algazarra. - Você matou Hitler?

Zé fez um gesto pedindo silêncio:

- Pelo amor de Deus, não espalhem. Se os americanos sou-berem que contei, eu perco meus vinte mil dólares!

Esta quem nos contou foi o nosso saudoso amigo ministro Humberto Gomes de Barros, que nos brindou com a história no seu “As Pernas da Cobra”. Ele garantia que não era mentira, embora tam-bém pudesse não ser verdade.

RANGEL CAVALCANTE [email protected]

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Promotor aposentado

Antônio Venâncio da Silva, um dos pioneiros de Brasília, que deixou marcas profundas no panorama da construção civil na nova ca-pital brasileira, apesar de sua imensa sagacidade para os negócios, era homem de poucas letras. Nascido em Assaré, no interior seco do Ceará, teve uma infância difícil. Trabalhando duro desde menino, não teve o privi-légio de freqüentar a escola por muito tempo. Enquanto os outros meninos brincavam, ele vendia cera de carnaúba para sobreviver.

Numa manhã de domingo, era um dos convidados para o tradi-cional almoço dominical na mansão do senador Virgilio Távora, em Brasí-lia. Dividia a mesa com algumas figuras importantes da política nacional, como Alzira Vargas do Amaral Peixoto, o deputado Ossian Araripe e o fa-moso “senador Vieira”. A certa altura, acerca-se do grupo dona Luiza Távo-ra, a anfitrioa. E entra logo na conversa, dirigindo-se ao Venâncio;

- Venâncio, você nunca estudou e é um dos homens mais ricos de Brasília. Não tem mais onde botar tanto dinheiro. Já pensou no que seria hoje se tivesse freqüentado uma faculdade e se formado?

A resposta não deixou a conversa prosseguir:- Pensei, dona Luiza. Seria promotor aposentado, lá no Assaré!

Só com carência

No plenário da Câmara, um deputado evangélico tentava por todos os meios convencer o nosso “senador” Vieira a se converter para a sua igreja, exaltando as excelências dos cultos que lhe garantiriam uma vida eterna gloriosa e feliz. O “senador”, mais afeito às coisas terrenas do que às do além, resistia, alegando que embora não fosse um freqüentador dos templos de sua própria religião, era uma espécie de católico hereditário, criado numa família tradicionalmente fiel às diretrizes da Santa Sé. O homem insistia. Era pior do que vendedor de enciclopédia. E o Vieira resistia. Até que, para se livrar do assedio, im-pôs sua condição para tornar-se evangélico:

- Está bem. Eu mudo para a sua igreja. Mas com uma condição. Religião é como plano de saúde. Eu me torno evangélico se você me der garantias de que a sua igreja acei-ta o meu tempo de contribuição ao catolicismo como carência para me garantir o direito de ir para o Céu.

O Vieira continua católico. Ao modo dele.

Só aproximação

Em todo comício ou festa de rua de Bagé, no Rio Grande do Sul, não faltava a banquinha da dona Generosa, que se gabava de fazer e vender os melhores pastéis de todo o estado. E ela mesma apregoava:

- Olha o pastel quentinho. E tem premiado. Tem um com duas azeitonas dentro. Quem achar leva mais cinco de graça!.

Vendia aos montes e nun-ca ninguém viu aparecer um pas-tel premiado. Até que o jornalista Noé Cardoso, um freguês habitu-al da banca, nas suas constantes andanças pela cidade, decidiu re-clamar. Parecia-lhe caso típico de propaganda enganosa.

- Dona Generosa, acho que a senhora está enrolando a gente. Há anos que todo mundo compra os seus pasteis e neles só encontra uma azeitona, e assim mesmo desbastada, quase só o ca-roço. Nunca se viu um premiado.

O Noé se foi, fingindo en-golir a explicação:

- Você está enganado, meu filho. Muita gente já ganhou o premio. Principalmente crian-ças, que têm uma sorte danada. Mas você não deve desanimar. Está perto. Uma azeitona no pas-tel é aproximação.

CASOS & CAUSOS

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A r t i g o

Suas movimentações financeiras estão

protegidas?O Banco Central, desde a implantação do SPB, vem dimi-nuindo o valor mínimo da TED (Transferência Eletrônica Disponí-vel) ano a ano. Segundo dados da FEBRABAN (Federação Brasileira de Bancos), no início de sua cria-ção, em 2002, a compensação do crédito no mesmo dia só era possível para transações acima de R$ 5 milhões. Já no ano de 2015, a partir de uma nova resolução, transferências de R$ 250 já po-dem ser compensadas em ques-tões de minutos.

Para ter uma ideia de como essa medida impacta no aumento da demanda por esse tipo de mo-vimentação financeira, no ano de 2009 elas representavam 28% do volume de transações bancárias no país, já em 2013, o número su-biu para 46% e agora a expectati-va do mercado é que representem mais de 80% das transações inter-bancos.

A partir desses dados, che-gamos ao ponto central da dis-cussão: como garantir segurança e agilidade nas transações para clientes e para os bancos no pro-cessamento de tantas TEDs em um mesmo dia? Afinal, essa modali-dade é a preferida dos usuários, entretanto, traz vulnerabilidade para as instituições financeiras, já que são realizadas de forma 100% eletrônica.

O grande desafio enfrenta-

Art igoa r t i g oMarco Zanini

Marco Zanini é COO de Produtos Próprios da Globalweb Corp.

do pelas instituições financeiras e empresas de outros setores é a segurança das transações que são assinadas eletronicamente, isto é, as operações assinadas por um certifi-cado digital, que tem respaldo legal de não repúdio e, logo, não pode ser contestado. Isso acontece em especial com soluções que utilizam certificação digital baseada nos cer-tificados ICP-Brasil e operações que envolvem criptografia.

A guarda de certificados di-gitais e chaves de criptografia nos servidores, ERPs ou repositórios de armazenamento, possuem ris-co inerente de roubo, com o agra-vante de ser difícil a sua identifi-cação, porque no mundo digital, as informações são “roubadas” mas continuam no mesmo lugar. Afinal, a tecnologia não tangibili-za a fraude e sim o prejuízo.

Uma das soluções do merca-do que segue essa característica e

visa a proteção das informações das transações é o Hardware Se-curity Module (HSM), um cofre eletrônico que guarda as chaves criptográficas e os certificados di-gitais. Além disso, a solução ajuda também no processamento das operações, gerando assim um be-nefício adicional à segurança, um aumento significativo na perfor-mance do ambiente do SPB.

A resolução de diminuir o valor mínimo da TED tem como objetivo central prover mais agi-lidade no acesso dos usuários ao dinheiro e transparência nos pro-cessos operacionais de um banco. Se a instituição estiver acompa-nhada de segurança eficaz, pode dar mais um passo tranquilamente em direção ao futuro tecnológico do País.●

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Conheça o terceiro livro de Edson Pereira Neves

Estenda a Mão, segue a linha das obras anteriores e apresenta mensagens de fé, esperança, felicidade, persistência, entusiasmo e motivação, procurando alcançar aqueles que buscam um mundo de paz e liberdade.

Neves é mato-grossense e vive em Porto Alegre há muito tempo. Graduado em Direito e Jornalismo, atua como advogado tributarista e palestrante em seminários. Desenvolve também as funções de Diretor Jurídico da Revista Estados e Municípios e Consultor Jurídico da Associação dos Municípios Sedes de Usinas Hidrelétricas – AMUSUH, da Associação Nacional de Municípios Produtores – ANAMUP,

da União Nacional de Prefeitos Empreendedores – UNAPE e da Associação Brasileira de Municípios com Terminais Marítimos – ABRAMT.

Leia também:

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Chegou em Brasília a mais nova atração do mercado de entretenimento. São 17 pistas esperando por você, venha conferir e viver essa aventura nos shoppings Conjunto Nacional e Pátio Brasil