26 ezequiel

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comentário bíblico adventista

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EZEQUIELVOLTARINTRODUO 1. Ttulo.Em hebreu o livro recebe seu ttulo do nome de seu autor, Yejezqe'l, que significa: "A quem Deus fortalecer". Este nome, como o de muitos outros de os Santos da antigidade, correspondia muito bem com a vida e obra de quem levava-o. Na RVR; assim como em hebreu, o livro ocupa o terceiro lugar entre os escritos dos quatro profetas maiores. Esta certamente sua localizao cronolgica verdadeira, porque coloca o livro entre dois grandes contemporneos do Ezequiel. Entre esses profetas, Jeremas comeou suas profecias muito antes, e Daniel seguiu com suas profecias muito depois. 2. Paternidade literria.At anos recentes a autenticidade e canonicidad do livro do Ezequiel no tinha sido objeto de srios ataques. Entretanto, os eruditos conservadores, assim como muitos da escola mais rigorosamente crtica, ainda mantm a posio tradicional de que Ezequiel mesmo foi o autor da compilao de os pronunciamentos profticos que agora leva seu nome. No se conhece nada da histria pessoal do profeta, salvo o que pode conhecer-se pelo mesmo livro e pelas circunstncias dos tempos em que viveu o autor. No o menciona em nenhum outro livro do AT, e seus escritos nunca so citados diretamente no NT a exceo, possivelmente, de (2 Cor. 6: 17), embora existam muitas aluses a seus smbolos, especialmente no Apocalipse. Fora da Bblia s mencionado pelo Josefo (Antiguidades X. 5. 1; 6. 3; 7. 2; 8. 2), e pelo Jesus filho do Sirac (Ecco. 49: 8), embora nenhum dos dois acrescenta nenhum detalhe de importncia. Ezequiel se chama a si mesmo "sacerdote, Ezequiel filho do Buz" (cap. 1: 3). Nada se sabe do Buz. O fato de que Ezequiel fora includo entre "todos os prncipes, Y.. todos os homens valentes" (2 Rei. 24: 14) que foram levados ao cativeiro junto com o Joaqun (597 a.C.; ver com. Eze. 1: 2), indica que possivelmente foi membro da aristocracia de Jerusalm. No se sabe com exatido a idade do Ezequiel quando foi levado cativo. Alguns sugerem que "o ano trinta" do cap. 1: 1 poderia referir-se ao trigsimo ano de sua vida. De ser assim, teria tido 25 anos no tempo de seu exlio. Segundo Josefo, o profeta era ento jovem (Op. cit. X. 6. 3). Parece deduzir-se que era pelo menos 598 relativamente jovem nesse tempo, porque tina de suas profecias data de 27 anos mais tarde, ou seja em 570 ou 571 (ver com. cap. 29:17), e indubitavelmente exerceu seu ofcio por algum tempo mais. Ver o quadro cronolgico das profecias do Ezequiel na P. 602. A diferena do Jeremas, que ficou solteiro (Jer. 16: 2), Ezequiel teve uma algema a quem queria como o deleite de seus olhos (Eze. 24: 16). Ela morreu repentinamente no nono ano do cativeiro (cap. 24: 1; ver com. cap. 1: 2), e deixou ao profeta s ante as grandes prova de seu ofcio proftico.

3. Marco histrico.Ezequiel comeou sua profecia em 5.11 ano do cativeiro do Joaqun (cap. 1:2), 593/92 A. C. (ver T. III, PP. 95-96). O reino norte do Israel havia desaparecido fazia mais de 100 anos, e se aproximava rapidamente a queda de Jud. J tinha comeado o cativeiro babilnico quando, no 3er ano de Joacim (605 A. C.), Nabucodonosor, rei de Babilnia, veio contra Jerusalm (Do. 1: 1). No se sabe quantos cativos foram levados nessa ocasio. Entre eles havia alguns "da linhagem dos prncipes" (Do. 1: 3; cf. 2 Rei. 24: 1). depois de 11 anos de reinado, Joacim chegou a um fim ignominioso, e o aconteceu no trono seu filho Joaqun (597 A. C., ver com. 2 Rei, 24: 1). depois de um reinado de s trs meses, foi levado cativo a Babilnia, junto com 10.000 dos principais de seu povo, inclusive Ezequiel (2 Rei. 24:12-16; Eze. 1: 1-2; 33: 21). O sucessor do Joaqun, Sedequas, no foi melhor que seus predecessores. No 11. ano de seu reinado (586 A. C.) ocorreu a queda final do Jud (2 Rei. 25: 1-11). O resduo do povo foi levado cativo, o templo foi queimado e, Jerusalm destruda. S uns poucos de "os pobres da terra" foram deixados para que lavrassem as vinhas e a terra (2 Rei. 25: 12). Tais foram os tempos turbulentos em que Ezequiel, sendo ainda jovem, foi chamado ao ofcio proftico. A perspectiva no era nada aduladora. O castigo que j tinha cansado sobre Jerusalm, em vez de fazer que repensassem os habitantes do Jud, pareceu s inund-los mais profundamente na apostasia e o vcio. Tampouco quiseram submeter-se "disciplina" (Heb. 12: 11) os exilados junto ao rio do Quebar. Eles tambm continuaram sendo rebeldes e idlatras (Eze. 2: 3; 20: 39), e revelaram estar pouco dispostos a praticar uma reforma completa. 4. Tema.As mensagens do livro do Ezequiel esclarecem o propsito de Deus para com seu povo no transe amargo do cativeiro babilnico. Durante sculos os profetas tinham aconselhado e admoestado ao Israel, e entretanto a nao se tinha submerso cada vez mais na apostasia. Ao fim resultou evidente que o povo escolhido jamais alcanaria as metas que Deus lhe tinha proposto como nao (ver PP. 31 34), a menos que se empregassem medidas drsticas para lhe ensinar as lies da obedincia e a cooperao com Deus. Pelo tanto, lhe permitiu que aprendesse em meio da adversidade as lies que tinha recusado aprender durante os tempos de prosperidade (ver P. 33). Embora parea estranho, foram os governantes do Israel os que, por preceito e exemplo, levaram a povo apostasia (ISA. 3: 12; 9: 16; Eze. 34: 2-19). Evidentemente, ao princpio Deus tinha o propsito de que s os governantes fossem levados a cativeiro (Do. 1: 3-4). A grande maioria do povo tinha que ficar na Judea, esperando ali a volta de um grupo de castigados governantes para que os guiassem nos caminhos de Deus. Se os judeus tivessem estado dispostos a submeter-se ao Nabucodonosor, como o queria Deus (Jer. 27: 1-22), a cidade de Jerusalm e seu magnfico templo haveriam ficado intactos (Jer. 17: 25, 27; 38: 17), e o sculo de demora, dificuldades, e desnimos que confrontaram os exilados a sua volta de Babilnia se houvesse evitado. Mas a teimosa resistncia do Israel (Jer. 28: 1-14) fez que seu 599 taa de sofrimento fora cada vez mais amarga, e originou uma segunda e uma terceira deportao nos anos 597 e 586 A. C., respectivamente. "Os jugos de madeira" foram substitudos por "jugos de ferro" (Jer. 28: 13-14).

Mas at no cativeiro a injustia divina foi moderada com misericrdia. Deus veio a seu povo como professor, para impression-lo com a necedad da desobedincia e o desejvel de cooperar com ele, e no como um juiz severo para castig-lo. Os transes amargos do cativeiro no foram tanto retribudos em sua natureza, como corretivos. Os profetas Jeremas, Ezequiel e Daniel foram comissionados para que revelassem o propsito do cu aos homens e para que obtivessem sua cooperao com esse propsito. Jeremas foi enviado aos judeus que ficaram na Judea, enquanto Ezequiel levava a cabo uma misso semelhante entre os que j tinham ido ao cativeiro. Daniel foi embaixador do cu na corte do Nabucodonosor, para que o monarca conhecesse a vontade divina e cooperasse com ela. Os fogos do sofrimento no tinham que arder com mais intensidade da necessria, para eliminar a escria. Para uma considerao detalhada do papel do Daniel em relao com o cativeiro, veja-a Introduo do comentrio ao livro do Daniel. Quanto ao lhe abranjam propsito divino para o Israel durante o cativeiro, ver as PP. 31-34; cf. com. Do. 4: 17. O livro do Ezequiel se compe de duas partes distintas. Na primeira, caps. 1: 1 a 33: 20, registram-se as mensagens jogo de dados pelo Ezequiel aos cativos perto do rio Quebar, nas proximidades de Babilnia, em sua major parte antes da queda de Jerusalm em 586 A. C. A segunda, caps. 33: 21 a 48: 35, antecipa a terminao do cativeiro, e tinha o propsito de infundir esperana devido a essa restaurao. Deus tinha a inteno de exortar vivamente por meio do Ezequiel ao Israel do cativeiro, para que aceitasse finalmente o plano divino para ele. Uma exortao tal resultava muito apropriada ante os novos acontecimentos histricos. O plano do livro corresponde com um estilo evanglico caracterstico. Vrias mensagens se dedicam a assinalar os pecados do povo. O propsito era duplo: em primeiro lugar, obter que o povo se arrependesse verdadeiramente; e em segundo lugar, revelar a necessidade da ajuda divina para a obedincia futura prometida no novo pacto. Os israelitas tinham uma imagem deformada do carter de Deus e de seu plano com seu povo, devido, por uma parte, a sua ignorncia; e pela outra, por causa da instruo pervertida dos sacerdotes corruptos, dos falsos profetas e os governantes apstatas. Essa impresso errnea era a que procurava corrigir Ezequiel. Esperava que um novo conceito de Deus fora a fora lhe impilam para levar a cabo a reforma necessria e para conseguir que o povo aceitasse seu excelso destino. Rogava-lhes que aceitassem o exlio e abandonassem sua falsa esperana de que Jerusalm poderia resistir sem ser tomada. Rogava-lhes que permitissem que o cativeiro exercesse sobre eles seu efeito saudvel. Culminou sua splica com descries repetidas e detalhadas da glria futura que viria como resultado de sua aceitao das condies divinas. Quo diferente teria sido a histria do Israel se tivesse aceito o veemente rogo do profeta! 5. Bosquejo.As profecias do Ezequiel se apresentam de acordo com um plano bem meditado. Em forma natural caem dentro de duas divises principais: os 33 primeiros captulos representam profecias dadas, pelo menos em sua maioria, antes da destruio de Jerusalm; e os ltimos 15, as que foram dadas depois da destruio. A primeira diviso a sua vez pode dividir-se em duas partes: os caps. 1-24 dedicados ao Israel em relao com o cativeiro, e os caps. 25: 1 a 32: 32, aos castigos sobre as naes circunvizinhas. Outra caracterstica interessante das profecias do Ezequiel sua cronologia exata. 600 A tabela cronolgica da P. 602 mostra as datas para as distintas sees do livro com tanta correo, que possvel as computar

com dados cronolgicos proporcionados pelo profeta (comparar com a cronologia do Jeremas na P. 384). Cada diviso principal se subdivide naturalmente em vrias sees com a presena da expresso "e veio para mim palavra do Jehov, dizendo", a qual aparece 29 vezes no livro. O bosquejo segue o plano das sugestes j dadas: I. Profecias de castigo para o Israel, 1: 1 a 24:27. PRIMEIRA A. seo, 1: 1 a 7:27 (5." ano, 4.1 ms, 5.1 dia). 1. Ezequiel chamado, 1: 1 a 3: 11. A. A viso da glria de Deus, 1: 1-28. B. A misso divina para o profeta, 2: 1 a 3: 11. 2. O comeo da atividade proftico, 3:12 s 7:27. A. A vacilao no Quebar, 3: 12-16. B. A vacilao repreendida, 3: 17-27. C. O stio de Jerusalm descrito simbolicamente, 4: 1-17. d. Os quatro sinais e sua interpretao, 5: 1-17. E. Os Montes do Israel repreendidos, 6: 1-14. F. O asolamiento do Israel predito, 7: 1-27. SEGUNDA B. seo, 8: 1 a 19:14 (6. ano, 6. ms, 5. dia). 1. Uma srie de vises enquanto estava no Esprito, em Jerusalm, 8:1 a

11:25. A. As abominaes no templo, 8: 1-18. B. O castigo, 9: 1-11. C. O reaparecimento da viso dos seres viventes, 10: 1-22. d. Os dirigentes do povo repreendidos, 11: 1-25. 2. Dois sinais simblicos, 12: 1-20. A. Um smbolo do intento de fuga e a captura de Sedequas 12: 1-26. B. Smbolos dos terrores do stio, 12: 17-20.

3. Discursos que revelavam a causa e iminncia dos castigos

anunciados, 12: 21 a 14: 23. A. A certeza do rpido cumprimento, 12: 21-28. B. O discurso contra os falsos profetas e profetisas, 13: 1-23. C. O testemunho contra os buscadores idlatras de orculos, 14: 1-23. 4. Vrias parbolas e vrios smbolos, 15: 1 a 19: 14. A. A madeira da videira, 15: 1-8. B. A garotinha miservel e a videira adltera, 16:1-63. C. As duas guias e a vinha, 17: 1-24. d. As uvas azedas, 18: 1-32. E. Os leoncillos da leoa, 19: 1-9. F. A videira secada, 19: 10-14. TERCEIRA C. seo, 20: 1 a 23: 49 (7. ano, 5. ms, 10. dia). 1. Narrao das rebelies do Israel, 20: 1-49. 2. Vrias descries de castigos ameaadores, 21: 1-32. A. A espada contra Jerusalm, 21: 1-7. B. A espada afiada e polida para a matana, 21: 8-17. C. A adivinhao do rei de Babilnia, 21: 18-27. d. A espada contra Amn, 21: 28-32. 3. Contagem dos pecados de Jerusalm e a destruio resultante,

22: 1-31. 601 A. As abominaes dos prncipes e do povo, 22: 1-16. B. A sorte terrvel de Jerusalm, 22: 17-22. C. A falta de um s intercessor, 22: 23-31.

4. A histria da apostasia em uma parbola, 22: 1-49. D. Quarta seo, 24: 1-27 (9. ano, 10. ms, 10. dia). 1. Viso da panela hirviente, 24: 1-14. 2. Morte da esposa do Ezequiel, 24: 15-27. II. Profecia do castigo de naes estrangeiras, 25: 1 a 32: 32. PRIMEIRA A. seo, 25: 1 a 28: 26, data no especificada, mas possivelmente siga ao

mensagem apresentada baixo "D". 1. Uma srie de profecias concernentes aos vizinhos prximos ao Israel,

25: 1-17. A. Contra os amonitas, 25: 1-7. B. Contra os moabitas, 25: 8-11. C. Contra os edomitas, 25: 12-14. d. Contra os filisteus, 25: 15-17. 2. Uma srie de profecias concernentes a Tiro, 26: 1 a 28: 19. A. Sua queda predita, 26: 1-21. B. Lamentao sobre Tiro, 27: 1-36. C. Lamento por seu prncipe, 28: 1-10. d. Origem, histria e destino de Satans, apresentados sob o smbolo

do rei de Tiro, 28: 11 - 19. 3. Uma profecia contra Sidn, 28: 20-26. SEGUNDA B. seo, 29: 1 a 32: 32 (vrias datas), profecias concernentes a

Egito. 1. Primeira diviso (10. ano, 10. ms, 12. dia).

A. Castigo de Fara, 29:1-7. B. Asolamiento da terra do Egito, 29:8-12. C. Promessa de uma volta do cativeiro, 29:13-16. 2. Segunda diviso (27. ano, Jer ms, Jer dia do ms [interpolada aqui para

completar a predio sobre o Egito]). A. o Egito seria entregue ao Nabucodonosor como seu salrio,

29: 17-20. B. Restaurao do Israel, 29: 21. 3. Terceira diviso (nenhuma data, possivelmente a mesma do grupo a): Egito e seus

auxiliares deveriam cair, 30:1-19. 4. Quarta diviso (11. ano, Jer ms, 7. dia: Babilnia fortalecida contra

Egito, 30:20-26. 5. Quinta diviso (11. ano, 3er ms, Jer dia): A glria e a queda do Egito

correm paralelamente com as de Assria, 31:1-18. 6. Sexta diviso (12. ano, 12. ms, Jer dia): Lamentaes pelo Egito,

32: 1-16. 7. Stima diviso (12. ano, 15. dia): Egito tem que tomar seu lugar entre

outras naes quedas, 32: 17-32. III. Profecias de misericrdia concernentes ao Israel, 33: 1 a 48: 35.

PRIMEIRA A. seo, 33: 1 a 39: 29 (12. ano, 10. ms, 5. dia). 1. A misso do Ezequiel renovada, 33: 1-20. 2. A chegada de notcias da queda de Jerusalm, 33: 21-33. 3. Os pastores do Israel repreendidos, 34: 1-31. 4. Uma profecia contra Edom, 35: 1-15. 5. Os Montes do Israel consolados, 36: 1-38. 602 A. o Israel desolado deveria ser reedificado, 36: 1-15. B. Um reavivamiento espiritual, base do novo reino, 36: 16-38. 6. A viso dos ossos secos, 37: 1-28. 7. Profecias contra Gog e Magog, 38: 1 a 39:29. SEGUNDA B. seo, 40: 1 a 48: 35 (25.0 ano, no princpio do ano, 10.0 dia),

vises de restaurao futura. 1. Do templo, 40: 1 a 43: 27. 2. O cerimonial do templo, 44: 1 a 47: 12. 3. A distribuio da terra, 47: 13 a 48: 35.

Ano do Ms do Cativeiro Calendrio Ano A. C.*

17= 8 19 = 20 23 = 24 25? = 29: 1-16;30: 1-19? 26 28 = 30: 20-26 = 31 = 33 (34-39?) = 32:1-16 = 32:17-32 = 40-48 = 29: 17-21 =

julho Setembro Agosto Janeiro Janeiro Abril Junho Janeiro Maro Maro Abril Abril Abril

593 592 591 588 587 587 587 585 585 [585] 573 572? 571

592 591 590 588 587 586 586 585 585 [585] Out. 573? 570

CAPTULO 1 1 O tempo da viso do Ezequiel junto ao Quebar. 4 Viso dos quatro querubins, 15 das quatro rodas, 26 e da glria de Deus. 1 ACONTECEU no ano trinta, no quarto ms, aos cinco dias do ms, que estando eu em meio dos cativos junto ao rio Quebar, os cus se abriram, e vi vises de Deus. 2 No quinto ano da deportao do rei Joaqun, aos cinco dias do ms, 3 veio palavra do Jehov ao sacerdote Ezequiel filho do Buz, na terra dos caldeos, junto ao rio Quebar; veio ali sobre ele a mo do Jehov. 4 E olhei, e hei aqui vinha do norte um vento tempestuoso, e uma grande nuvem, com um fogo envolvente, e ao redor dele um resplendor, e no meio do fogo algo que parecia como bronze resplandecente, 5 e em meio dela a figura de quatro seres viventes. E esta era seu aparncia: havia neles semelhana de homem. 6 Cada um tinha quatro caras e quatro asas. 7 E os ps deles eram direitos, e a planta de seus ps como planta de p de bezerro; e cintilavam a maneira de bronze muito brunido. 8 debaixo de suas asas, a seus quatro lados, tinham mos de homem; e suas caras e suas asas pelos quatro lados. 9 Com as asas se juntavam o um ao outro. No se voltavam quando andavam, a no ser que cada um caminhava direito para frente. 10 E o aspecto de suas caras era cara de homem, e cara de leo ao lado direito dos quatro, e cara de boi esquerda nos quatro; deste modo havia em os quatro cara de guia. 11 Assim eram suas caras. E tinham suas asas estendidas por cima, cada um dois, as quais se juntavam; e as outras dois cobriam seus corpos. 12 E cada um caminhava direito para frente; para onde o esprito os movia que andassem, andavam; e quando andavam, no se voltavam. 13 Quanto semelhana dos seres viventes, seu aspecto era como de carves de fogo acesos, como viso de tochas acesos que andava entre os seres viventes; e o fogo resplandecia, e do fogo saam relmpagos. 14 E os seres viventes corriam e voltavam para semelhana de relmpagos. 15 Enquanto eu olhava os seres viventes, hei aqui uma roda sobre a terra junto aos seres viventes, aos quatro lados. 16 O aspecto das rodas e sua obra era semelhante cor do crislito. E as quatro tinham uma mesma semelhana; sua aparncia e sua obra eram como roda em meio de roda.

17 Quando andavam, moviam-se para seus quatro custados; no se voltavam quando andavam. 18 E seus aros eram altos e espantosos, e cheios de olhos ao redor nas quatro. 19 E quando os seres viventes andavam, as rodas andavam junto a eles; e quando os seres viventes se levantavam da terra, as rodas se levantavam. 20 Para onde o esprito lhes movia que andassem, andavam; para onde os movia o esprito que andassem, as rodas tambm se levantavam atrs deles; porque o esprito dos seres viventes estava nas rodas. 21 Quando eles andavam, andavam elas, e quando eles se paravam, paravam-se elas; deste modo quando se levantavam da terra, as rodas se levantavam depois deles; porque o esprito dos seres viventes estava nas rodas. 22 E sobre as cabeas dos seres viventes aparecia uma expanso a maneira de cristal maravilhoso, estendido em cima sobre suas cabeas. 23 E debaixo da expanso as asas deles estavam direitas, estendendo-se a uma para a outra; e cada um tinha duas asas que cobriam seu corpo. 24 E ouvi o som de suas asas quando andavam, como som de muitas guas, como a voz do Onipotente, como rudo de multido, como o rudo de um exrcito. Quando se paravam, baixavam suas asas. 25 E quando se paravam e baixavam suas 604 asas, ouvia-se uma voz de acima da expanso que havia sobre suas cabeas. 26 E sobre a expanso que havia sobre suas cabeas se via a figura de um trono que parecia de pedra de safira; e sobre a figura do trono havia uma semelhana que parecia de homem sentado sobre ele. 27 E vi aparncia como de bronze resplandecente, como aparncia de fogo dentro dela em redor, do aspecto de seus lombos para acima; e desde seus lombos para abaixo, vi que parecia como fogo, e que tinha resplendor ao redor. 28 Como parece o arco ris que est nas nuvens o dia que chove, assim era o parecer do resplendor ao redor. Esta foi a viso da semelhana da glria do Jehov. E quando eu a vi, prostrei-me sobre meu rosto, e ouvi a voz de um que falava. 1. Ano trinta. Com a preciso caracterstica de um fiel historiador, Ezequiel inicia seu dissertao proftico dando a data exata dos acontecimentos de que se vai a ocupar. Fala do ano trinta, mas no especifica qual o acontecimento preciso que d comeo a este perodo. Muitos acreditam que se refere aos 30. ano de sua vida. O ter 30 anos era importante, porque a essa idade se considerava que um jovem hebreu tinha alcanado plena maturidade. No comeo da dispensa levtica, esta tinha sido a idade quando os levita comeavam a desempenhar-se em suas funes religiosas (Nm. 4: 3). Tanto nosso Senhor como Juan o Batista iniciaram seu ministrio pblico quando tinham ao redor de 30 anos (ver com. Mat. 3: 1).

Dado que este 30. ano equiparado com o 5. ano do cativeiro do Joaqun (ver com. Eze. 1: 2), de acordo com duas das formas possveis de comput-lo, o 1. dos 30 anos teria sido um ano importante: no 18. ano do Josas foi descoberto o livro da lei no templo (2 Rei. 22: 3-8). Este acontecimento assinalou o comeo de uma reforma que, se tivesse contnuo com xito, teria modificado grandemente a futura histria do Jud. possvel que Ezequiel tivesse estado refirindose a este fato importante quando mencionou o ano 30. quarto ms. contavam-se os meses a partir do Nisn, em maro-abril, sem importar se se computava o ano a partir da primavera ou a partir do outono (ver T. II, PP. III- 113, 117). O quarto ms teria comeado no que para ns seria junho ou julho de 593 ou 592 a.C. (ver com. vers. 2). Em meio dos cativos. Quer dizer, Ezequiel se achava em uma regio onde os cativos se haviam estabelecido. Recebeu a viso em forma privada, e mais tarde a apresentou publicamente (cap. 3: 1,4). Quebar. A maioria dos antigos comentadores identificavam este rio com o Habor, rio que hoje se denomina Jabur no norte da Mesopotamia. O problema desta localizao que este rio no estava em "terra dos caldeos" (vers. 3). Sem embargo, escavaes mais recentes, feitas no Nipur, muito perto da cidade de Babilnia, revelaram que ali havia uma colnia judia entre os sculos VII a V A. C. Por esta comarca corria um dos grandes canais de Babilnia, cujo nome era Kabar, que possivelmente corresponde com o rio Quebar, ao que se refere Ezequiel. Vises de Deus. Estas no foram to somente vises dadas Por Deus, a no ser manifestaes da glria divina apresentadas ante a vista do profeta. Tais revelaes recebem o nome de teofanas. Com freqncia acontecem quando comea o ministrio de um profeta. Assim, Isaas tremeu ante a grandiosa manifestao do trono alto e sublime (ISA. 6: 1). Moiss contemplou a glria na sara ardente (Exo. 3: 2). Juan o revelador viu um semelhante ao Filho do Homem que andava em meio dos castiais de ouro (Apoc. 1: 13). Qual era o propsito destas vises de Deus? Pode considerar-se como a imponente manifestao mediante a qual Deus inicia ao profeta em um novo mundo de conhecimento e percepo, uma nova etapa de sua vida, uma nova fase de responsabilidade. esperava-se desses mensageiros que, como profetas, se expressassem com convico a respeito dos assuntos divinos. No bastariam hipteses. Deveriam falar de coisas que na verdade tivessem visto. Era-lhes vantajoso poder dizer com o Isaas: "Viram meus olhos ao Rei, Jehov dos exrcitos"(ISA. 6: 5). Ezequiel ficou to impressionado com sua viso da glria divina, que tomou nota do momento preciso: foi "aos cinco dias" do "quarto ms", "no quinto ano da deportao do Joaqun" (vers. 2). Os cristos fariam bem

em tomar nota das intervenes 605 especiais da divina providncia e as revelaes inslitas da presena divina em sua vida para as recordar com freqncia. 2. Quinto ano. Esta data fcil de sincronizar com a histria secular, pois a captura do Joaqun o acontecimento que est datado com maior preciso em toda a Bblia. Localizado-se j no ano 597 A. C. por seu sincronismo com um ano do reinado do Nabucodonosor (ver com. 2 Rei. 24: 12), cujos anos de reinado ho sido fixados por referncias astronmicas (T. II, P. 156), sabe-se agora que ocorreu-nos dia 2 do ms do Adar (ver PP. 536, 783), o que equivale aproximadamente aos 16 de maro. Depois Joaqun foi levado a Babilnia, e comeou o perodo denominado cativeiro do Joaqun (2 Rei. 24: 6-15). Sem duvida Ezequiel era um dos tristes prisioneiros levados a Babilnia nessa ocasio, porque seu sistema de datas, apoiado no ano do cativeiro de Joaqun -como o indica este versculo-, equipasse-o duas vezes com os anos "de nosso cativeiro" (caps. 33: 21; 40: 1). O 5. ano do exlio do Joaqun leva-nos a ano 593/592 A. C., quando teriam comeado as vises de Ezequiel. Esta data poderia corresponder com o vero junio-resseco no hemisfrio norte do ano 593, ou o vero (hemisfrio norte) do 592, dependendo da forma de computar o ano do cativeiro do Joaqun: a partir da primavera (segundo o calendrio babilnico) ou a partir do outono (segundo o calendrio civil judeu). Ver na P. 602 as datas possveis das vises. 3. Veio. O hebreu diz literalmente, "sendo foi". O verbo se duplica aqui para dar mais nfase: ou seja, a palavra "certamente veio" ao profeta. Ezequiel reconheceu que esta nova vivencia era singular. Sabia que o que lhe havia "vindo" no procedia de arrebatamentos de sua imaginao nem de algum brilho de iluminao espiritual. O Senhor lhe estava falando diretamente de um modo que era possvel porque tinha sido investido do dom proftico. Sacerdote. Ver a P. 597. Mo do Jehov. Smbolo do poder divino que descansou sobre ele. A mesma expresso se emprega no caso de outros profetas, tais como Elas (1 Rei. 18: 46), Eliseo (2 Rei. 3: 15). Comparar isto com as vivencias do Daniel (Do. 8: 18; 10: 10), Isaas (ISA. 8: 11), e Juan (Apoc. 1: 17). Ezequiel sabia que este novo e estranho poder que agora o movia no era outro a no ser o poder de Deus. 4. E olhei. Assim comea a descrio do que aconteceu a vista do atnito profeta. A viso dos quatro seres viventes, as quatro rodas, o firmamento e o trono foi considerada como a mais difcil de compreender de todo o AT. verdade que certos aspectos dela ressaltam por ser inusitados, mas isto no

devesse impedir que procuremos compreender o que a Deus o plugo apresentar e depois fazer registrar e conservar em sua sagrada Palavra. pode-se entender boa parte, possivelmente quase tudo, pelo que Deus desejava ensinar por meio desta viso. Do norte. O norte era a direo da qual os conquistadores assrios e caldeos acostumavam atacar a Jerusalm (ver com. Jer. 1: 14). Sugeriu-se que possivelmente por esta razo se apresentasse como procedente dessa direo o vento tempestuoso, que trazia em si a nuvem que ocultava a divina presena e o arco da promessa. por cima dos cruis monarcas de Assria e Babilnia estava entronizado o Deus de misericrdia e verdade (2JT 350). Ezequiel estava loja de comestveis de lgubres pressentimentos a respeito da desolao de sua terra e precisava ser reanimado. Uma grande nuvem. Indubitavelmente se trata de um smbolo da presena divina (Exo. 19: 9-16; Sal. 50: 3). Fogo envolvente. Embora se poderia traduzir mais ou menos literalmente como "fogo que se recolhia dentro de si mesmo" (VM), o hebreu deve entender-se como "fogo que brilha", "fogo fulgurante" (BJ). Bronze. Heb. jashmal, palavra que s aparece aqui, no vers. 27 e no cap. 8: 2. No se conhece seu sentido exato. Alguns pensam que no uma palavra hebria, e que corresponde com a palavra acadia eshmaru, "bronze gentil". A LXX diz elektron, "electro" (BJ), uma liga de prata e ouro. Este material gentil, ao brilhar luz das chamas fulgurantes, incrementava o deslumbrante brilho e esplendor da cena. 5. Semelhana. Ao profeta lhe mostram seres que nunca antes contemplou e aos quais tampouco conheciam seus ouvintes e leitores. Deve descrev-los com palavras que os homens possam entender. Seus sentimentos de incapacidade se refletem em que usa freqentemente a palavra "semelhana". Esta palavra aparece 8 vezes em o cap. 1, uma vez a expresso equivalente "a maneira de", e uma vez a palavra "aspecto". 606 De homem. Apesar de toda a estranha variedade de detalhes que subtraam ainda por descrever, a principal impresso era que os seres viventes tinham forma humana. Se paravam e se moviam erguidos como homens. 6. Quatro caras. Os quatro seres viventes tinham a mesma aparncia. Cada um deles tinha

quatro caras: de homem, de leo, de boi, e de guia (vers. 10). Em troca os quatro seres viventes que Juan viu no eram idnticos. Cada um deles tinha s uma cara, e os quatro tinham caras diferentes (Apoc. 4: 7). Sem embargo, as formas dessas caras correspondem com as caras que Ezequiel viu nos seres viventes. Quatro asas. Os seres viventes do Apoc. 4 tinham seis asas, os serafines da ISA. 6: 2 tinham seis asas. 7. Os ps. Melhor, seus "pernas" (BJ). A palavra hebria que se traduz como "ps" muitas vezes designa as "pernas" (1 Sam. 17: 6). Sua textura era tal, que os seres viventes podiam mover-se em todas direes, sem que precisassem dar-se volta, o que se explica no Eze. 1: 17. 8. Mos de homem. Ver com. cap. 10: 8. Se nestas duas passagens se descreve aos mesmos seres, o que pareceria evidente, as mos no so parte do corpo dos seres viventes. Representam a mo de Deus colocada debaixo das asas a fim de gui-los. 9. juntavam-se. Compare-se com o vers. 11. No se voltavam. No tinham necessidade de voltar-se, posto que as caras olhavam em todas direes, e em qualquer direo que estivessem avanavam para frente. Os ps eram "direitos" (vers. 7), o que tambm permitia que fora igualmente fcil deslocar-se em qualquer sentido. Possivelmente possa imaginar uma forma como a de um quadrado que nunca girava sobre, seu eixo, mas sim simplesmente se movia na direo em que era impulsionado. 10. Suas caras. Cada um destes seres tinha s um corpo, mas cada corpo tinha quatro caras. As caras estavam aos quatro lados, para que cada um dos quatro seres pudesse olhar por volta das quatro direes ao mesmo tempo. Posto que o profeta no interpreta os smbolos de sua misso, e posto que em nenhum outra passagem da Bblia se afirma especificamente qual era o significado destas caras, s se pode conjeturar quanto aplicao especfica dos smbolos. Os comentadores sugeriram vrias alternativas: (1) O rosto humano o smbolo mais excelso do Eterno; o leo o smbolo da soberania; o boi tambm smbolo de certo tipo de

soberania, junto com um smbolo natural da fora posta ao servio do ser humano; a guia emblema de poder rgio. (2) Os rostos simbolizam aos quatro evangelistas. Esta posio foi sustentada pelos pais da igreja, sendo Ireneo um dos primeiros que apresentou esta teoria. Algumas vezes se identificava ao leo com o Mateo e ao homem com o Marcos, mas outras vezes, se investe a identificao. Todos concordam em identificar ao Lucas com o boi e ao Juan com a guia. Mas esta interpretao s se apia na imaginao. (3) Segundo a tradio posterior feijo, os quatro seres, no ordem em que os apresenta Ezequiel, so os estandartes que estavam acostumados a usar as tribos do Rubn, Jud, Efran e Do quando acampavam no deserto (Nm. 2: 2). No possvel verificar que esses tivessem sido os antigos estandartes. At se isso fosse possvel, difcil ver relao alguma entre os estandartes e os propsitos didticos da viso. Quando se tenta interpretar o significado destes quatro seres viventes, bom recordar que na profecia simblica o profeta v a representao da realidade e no a realidade mesma. Estas representaes podem parecer-se realidade, embora muitas vezes no assim. Com freqncia, os atores de um drama proftico tm uma aparncia extremamente diferente dos seres ou movimentos que representam. Assim, anjos podem desempenhar papis que mais tarde devero realizar os homens. Um anjo fez o papel do povo adventista em uma viso da decepo (Apoc. 10: 1-11; cf. Apoc. 14 :6-12). Representaes de bestas e drages aparecem para dramatizar a atividade de naes e potestades sobrenaturais (Do. 7: 8; Apoc. 12; 13; 17). Em um caso, Jesus aparece simbolizado por um cordeiro "como imolado", com sete chifres e sete olhos (Apoc. 5: 6). Ningum ousaria pensar, nem por um momento, que tentasse-se representar a aparncia do Jesus. Em uma viso do segundo advento se mostra ao Jesus cavalgando sobre um cavalo branco, vestido de vestimentas manchadas em sangue, e com uma espada em sua boca. Outra vez: o propsito desta viso no representar a aparncia real do Jesus no momento desse grande acontecimento 607 que ser o pinculo da histria (Apoc. 19: 11-15). Deve-se tomar cuidado de no entender literalmente o que diz um profeta bblico quando no est falando em forma literal. Em certa ocasio, quando seus crticos se burlaram dela, Elena do White escreveu o seguinte: "Meus opositores se burlam de 'essa dbil e pueril expresso de gloriosas uvas que crescem em arames de prata que esto unidos a varas de ouro'... Eu no afirmei que as uvas crescessem em arames de prata. O que eu contemplei est descrito assim como me pareceu v-lo. No deve supor-se que as uvas estiveram unidas a arames de prata ou a varas de ouro, mas essa foi a aparncia que me apresentou" (EGW MS 4, 1883). No que a interpretao de profecia simblica se refere, importante permitir que o mesmo Esprito que deu a viso identifique seus smbolos. Quando no aparece tal identificao, o expositor fica em liberdade para conjeturar quanto aplicao. Por isso deve evitar o dogmatismo. Alm disso, como ocorre nas parbolas, os diversos elementos da apresentao simblica tm diversos graus de significado e de importncia. Uma parbola no precisa explicar-se em todos seus detalhes. O mesmo ocorre com a profecia simblica. No deve dar-se o a mesma importncia a cada detalhe de um quadro proftico. possvel que alguns esboos se introduzam s para arredondar a apresentao ou para estabelecer um marco de fundo adequado. Assim como deve fazer-se com as parbolas, necessrio determinar qual o motivo central da viso e que traos da apresentao pictrica tm o propsito de ensinar uma verdade divina (T. III, P. 1129, PVGM 190-191). Graas inspirao podemos saber quais so as lies que devemos aprender da viso do Ezequiel sobre os seres viventes (PR 392-393; 2 TT 349-353; Ed 172-174). As afirmaes s quais se faz referncia aqui

estabelecem em primeiro trmino o marco da viso. Esta apresentao proftico tinha o propsito de animar aos judeus em momentos quando uma boa parte de seu pas estava em runas por causa das invases sucessivas, e muitos dos habitantes estavam cativos em um pas estrangeiro. A esses oprimidos lhes parecia que Deus j no regia o mundo. Muitos interpretavam que o saque desenfreado cometido pelas naes pags significava que a Deus j no lhe importava o que ocorria. O povo no via a mo de Deus no decurso da histria. No viam que um propsito divino e supremo estava em ao no que acabava de ocorrer, assim como tinha obrado atravs de todos os sculos. Esta viso foi dada para mostrar que um poder supremo intervinha nos assuntos dos governantes terrestres e que Deus ainda exercia domnio. Este era o propsito principal da viso. portanto, qualquer interpretao que se tente fazer, deve ser conseqente com este objetivo. Os seres viventes representam a seres celestiales (2 TT 349). Como j se assinalasse, no necessrio imaginar que entre os servidores de Deus h seres com quatro cabeas e quatro asas. Em nenhum lugar a inspirao exige que se chegue a essa concluso. Sem dvida, a forma que Deus escolheu para estes seres nesta apresentao proftico tinha o propsito de simbolizar aos mensageiros celestiales na plenitude de sua funo, poder e adaptabilidade. 12. Onde o esprito. Estes seres no realizam nenhuma ao independente. Seus movimentos esto em harmonia com as indicaes do Esprito. destaca-se tambm isto no vers. 20. 13. Tochas acesos. Outra referncia ao fogo que se menciona no vers. 4. Agora Ezequiel pode observar a pouca distncia. Procura descrever em trminos humanos o interessante espetculo de luzes vibrantes e brilhos fulgurantes que de contnuo se moviam entre os seres. 14. Relmpagos. Com esta figura se representa a velocidade destes seres que vo e vm em suas diversas misses. "A luz resplandecente que cruza entre os seres viventes com a rapidez do relmpago representa a rapidez com que esta obra avanar finalmente para sua terminao" (2JT 353). Aos homens muitas vezes parece que os propsitos divinos demoram muito em cumprir-se. verdade que houve certa demora, mas "o Senhor no retarda sua promessa, segundo alguns a tm por tardana, mas sim paciente para conosco, no querendo que nenhum perea, mas sim todos procedam ao arrependimento" (2 Ped. 3: 9). Um dia, muito em breve, com terrvel velocidade, irrompendo como uma surpresa entristecedora, o fim vir, mais rapidamente do que esperam os homens. 608 15.

Uma roda sobre a terra. Enquanto ainda contemplava a estes quatro seres viventes, o profeta viu ante si outro portento. Havia um total de quatro rodas (vers. 16, 19). Estas rodas tocavam a terra, em troca, os querubins tinham aparecido em uma nuvem (vers. 4-5). 16. Cor do crislito. Literalmente, "olho do Tarsis". Sem dvida se trata de alguma pedra preciosa, mas no possvel identific-la com preciso. Alguns sugerem que se trata do topzio. Sem dvida, o nome Tarsis indica a procedncia desta pedra. Com referncia localizao do Tarsis, ver com. Gn, 10: 4. No meio. Sem dvida, a construo peculiar e a disposio especial das rodas apresentavam um quadro que resultava confuso; entretanto, os movimentos se realizavam em perfeita harmonia. 17. Seus quatro custados. Assim como ocorria com os seres viventes, no havia nenhum movimento sobre um eixo, mas o movimento era possvel e as rodas se deslocavam em todas direes. No havia nenhuma mudana na posio relativa entre os seres viventes e as rodas em movimento. 18. Aros. "Circunferncia"(BJ) Cheios de olhos. Isto indica que a viso no tinha que ver com meras foras fsicas a no ser com foras inteligentes. 19. Andavam junto a eles. Nos vers. 19-21 h certas repetio, mas tambm se nota certa variedade na expresso. A descrio faz ressaltar a perfeita coordenao dos movimentos dos seres viventes e das rodas. No h uma ao independente, nem de parte das rodas, nem dos seres viventes. Segundo PR 392-393 e 2JT 349-353, as rodas, arrumadas em forma to complicada, representam os assuntos dos homens e os acontecimentos da histria em todas suas aes e reaes. O que para o observador inexperiente parece ser uma confuso irremedivel, resultado da casualidade, obra da ambio e do capricho dos homens, apresenta-se aqui como um modelo harmonioso, formado e guiado por uma mo infinita que parte para um fim predeterminado. Para um estudo a respeito da interveno de Deus na histria, ver com.

Do. 4:17. 22. Expanso. Heb. raqia' (ver com. Gn. 1: 6; Sal. 19: 1). A "abbada resplandecente" (BJ) da qual se fala a expanso que est sobre os seres viventes. Cristal. Heb. qraj, "gelo". Em todos os outros casos, esta palavra se traduz como "geada" (Gn. 31: 40; Job 6: 16) ou "gelo" Job 37: 10; 38: 29; Sal. 147: 17; Jer. 36: 30). Apresenta-se o quadro de uma manifestao muito formoso, possivelmente um pouco parecida com a magnificncia da luz do sol matinal que descansa sobre as neves eternas de alguma elevada topo.

23. As asas deles estavam direitas. O profeta procura representar cada parte de la,visin em sua devida relao com as outras partes. Duas das asas de cada ser eram direitas, quer dizer, se estendiam para a expanso que estava por cima, no necessariamente para sustent-la, como alguns pensaram. As outras duas asas estavam reverentemente pregadas sobre o corpo dos seres viventes. 24. Som. Heb. qol, palavra comum para designar uma "voz", um "rudo", um "som". Em cada caso, o contexto deve indicar qual significado melhor. Ezequiel oua o som do movimento de asas, mas o encontra diferente de quanto tenha ouvido alguma vez. Busca algum smile para descrever a melodia que cheia de arroubo sua alma. Encontra certo paralelo no som de muitas guas, possivelmente um arroio saltitante ou uma magnfica catarata. Mas o smile resulta inadequado. O som complexo. alm da voz de Deus, Ezequiel percebe a voz de uma grande multido, como se muitos seres participam dos movimentos dos seres viventes e dos movimentos das rodas. 25. Desde acima da expanso. Esta voz vem do trono que est por cima da expanso (vers. 26). Esta voz deve distinguir do som que anteriormente se ouviu e descrito. Baixavam suas asas. Comparar com o vers. 24. A repetio disto pareceria insinuar um novo ato de reverncia para a Majestade entronizada por cima da expanso. Quando se ouviu esta voz, os querubins se detiveram, cessaram os potentes sons de seu ir e vir e suas asas caram imveis, em atitude de reverente

ateno. 26. A figura de um trono. Este o clmax supremo da viso. A maior glorifica se reservou para o final. por cima da expanso cristalina aparece o que a primeira vista pareceu-lhe ao profeta que era um espao 609 de cor azul intensa e profunda. Na RVR aparece investido a ordem desta parte do versculo. No hebreu diz: "como aparncia de pedra de safira, figura de trono". Sem dvida a aparncia a maneira de pedra o impressionou primeiro; depois, ao ver-se com maior claridade o detalhe, o profeta percebeu a forma de um trono. Semelhana que parecia de homem. O profeta viu em viso s uma representao do original (ver com. vers. 10). Ezequiel no viu o Ser Divino, a no ser uma representao da Deidade. Ao descrever ao Ser como a um homem, o profeta foi extremamente cauteloso, como o indica a frase "semelhana que parecia de homem". "A Deus ningum viu jamais" (Juan 1: 18). portanto, os seres humanos no podem dar uma descrio precisa da verdadeira essncia divina. Deus se revela aos em viso ou realmente de vrias formas: Ao Abrao, Cristo lhe apareceu como um caminhante (Gn. 18: 1); Jacob, como um assaltante (Gn. 32: 24); ao Josu, como um guerreiro (Jos. 5: 13). Ao Juan o revelador lhe revelou em viso de diversas maneiras, inclusive com o smbolo de um cordeiro (Apoc. 6: 1; cf. Apoc. 1: 1-16; 14: 1). As "vises de Deus" (ver com. Eze. 1: 1) deram ao Ezequiel a garantia que necessitava para estar seguro de que sua chamada era genuna, e o acrescentaram a autoridade necessria para apresentar sua mensagem. O Deus que governa nos cus no um Senhor ausente. Ezequiel viu a expanso e o trono diretamente sobre as cabeas dos seres viventes. Estes, a sua vez, estavam ao lado de cada uma das rodas, as quais deixavam de rodar quando tocavam em terra. Que consolador saber que Aquele que se sinta por cima dos querubins, tudo o rege, que guarda ainda a seu povo e que toda potestad terrena que procura exaltar-se contra o Deus do cu ser subjugada e que Deus ser tudo em tudo. 27. Bronze resplandecente. Heb. jashmal (ver com. vers. 4). Mediante vrias repeties, o profeta procura descrever a excelsa glria e o grandioso brilho da cena. Sem embargo, esta manifestao no mais que um plido reflexo do original, porque o Pai eterno "habita em luz inacessvel; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver" (1 Tim. 6: 16). 28. O arco ris. provvel que Ezequiel recordasse a misericordioso promessa do Gn. 9: 13. Por mais desanimadoras que fossem as circunstncias, por mais que pressagiassem um desastre nacional, o profeta sabia que os pensamentos de Deus para com seu povo eram pensamentos de paz e no de mau. Assim se cumpriu a majestosa apresentao da glria de Deus. Afligido pelo brilho celestial da cena, Ezequiel se prosternou com o rosto em terra, mas uma voz lhe ordenou

que se levantasse e escutasse a palavra do Senhor. O arco ris que rodeia o trono de Deus nossa garantia de seu amor eterno. "O trono circundado com o arco da promessa, [] a justia de Cristo. . . O arco ris que rodeia o trono representa o poder mistura da misericrdia e a justia" (EGW RH, 13-12, 1892). um objeto "da misericrdia de Deus para o pecador arrependido" (PP 97). COMENTRIOS DO ELENA G. DO WHITE 1-28 Ed 173-174; 2JT 349-353; 3JT 407-408; PR 393-394; TM 213 1 Ed 173; 2JT 349; PR 330, 393 3-10 F 395 4-5 Ed 173; 2JT 349; PR 393 11 PP 360 13 2JT 350 14 CS 566 15-21 Ev 73; 3JT 407; MeM 40 16, 26 Ed 173; 2JT 349; PR 393 28 2JT 350; PP 97 610 CAPTULO 2 1 A comisso do Ezequiel. 6 Instrues ao profeta. 9 O cilindro e sua dura profecia. 1 ME DISSE: Filho de homem, ponha sobre seus ps, e falarei contigo. 2 E logo que me falou, entrou o Esprito em mim e me afirmou sobre meus ps, e ouvi o que me falava. 3 E me disse: Filho de homem, eu lhe envio aos filhos do Israel, a gente rebeldes que se rebelaram contra mim; eles e seus pais se rebelaram contra mim at este mesmo dia. 4 Eu, pois, voc envio a filhos de duro rosto e de contumaz corao; e os dir: Assim h dito Jehov o Senhor. 5 Acaso eles escutem; mas se no escutarem, porque so uma casa rebelde, sempre conhecero que houve profeta entre eles. 6 E voc, filho de homem, no os temas, nem tenha medo de suas palavras, embora acha-te entre saras e espinheiros, e amoras com escorpies; no tenha medo de suas palavras, nem temas diante deles, porque so casa rebelde. 7 Lhes falar, pois, minhas palavras, escutem ou deixem de escutar; porque so muito rebeldes. 8 Mas voc, filho de homem, oua o que eu te falo; no seja rebelde como a casa

rebelde; abre sua boca, e come o que eu te dou. 9 E olhei, e hei aqui uma mo estendida para mim, e nela havia um cilindro de livro. 10 E o estendeu diante de mim, e estava escrito por diante e por detrs; e tinha escritas nele lamentos e lamentaes e ayes. 1. Filho de homem. Heb. Ben'adam. Esta a frase com a que habitualmente Deus se dirige a Ezequiel. Aparece 93 vezes neste livro. Daniel o nico profeta a quem tambm lhe aplica este nome, mas essa expresso aparece s uma vez em seu livro. Em hebreu h vrias palavras que se traduzem como "homem": (1) 'ish, que se refere ao homem como varo ou marido; (2)'enosh, que um trmino potico que estranha vez se emprega em singular, mas bem um trmino coletivo que abrange a todo o gnero humano. Parece referir-se debilidade, a fragilidade e a mortalidade do homem Jesus, quem tomou sobre si mesmo no a natureza dos anjos, a no ser a da raa humana depois de que quatro mil anos de pecado deixassem seus rastros de degenerao, recebe o nome proftico de "Filho de enash" (Do. 7: 13; 'enash a forma aramaica de 'enosh); (3) 'adam, que descreve ao homem em um sentido genrico. Deus disse: "Faamos ao 'adam a nossa imagem" (Gn. 1: 26). Em muitos casos a frase "ser humano" corresponde adequadamente palavra 'adam; (4) gber, que descreve ao homem em seu vigor juvenil. que o chame 'filho de homem" (Ben'adam) recorda ao Ezequiel que membro da raa humana. Deus se propunha empregar instrumentos humanos para transmitir sua mensagem de salvao s almas que estavam por perecer. Poderia ter empregado outros meios. Poderia ter constitudo a seus anjos em embaixadores. Uma voz audvel do cu poderia ter proclamado o Evangelho. Mas Deus desejava que o homem fora participante nos gozos de um ministrio abnegado em favor de outros, por isso lhe encomendou "a palavra da reconciliao" (2 Cor. 5: 19). Nenhum "filho de homem" pode evitar esta responsabilidade. ganham ou se perdem almas de acordo com a forma em que o homem reaja ante ela. Por isso a denominao "filho de homem" equivale a uma chamada ao ministrio pessoal ou pblico com ardente zelo em favor de seus prximos. Ponha sobre seus ps. A viso da glria de Deus tinha deixado prostrado ao Ezequiel. depois de uma manifestao similar do poder de Deus, Daniel declarou: "No ficou fora em mim, antes minha fora se trocou em desfalecimento, e no tive vigor algum" (Do. 10: 8). Ao ser chamados o servio divino, estes profetas em primeiro lugar foram induzidos a que sentissem sua prpria debilidade. Depois chegou o poder divino que os ativou, 611 lhes devolvendo a fora fsica e capacitando-os para receber a comunicao celestial. 2. Entrou o Esprito em mim. A profecia um dos dons do Esprito (1 Cor. 12: 28). A chamada a exercer o cargo de profeta no depende de uma eleio pessoal, mas sim de uma designao divina (Nm. 12: 6; 1 Cor. 12: 28). A recepo do Esprito

Santo, que reparte o dom proftico, a evidncia da chamada genuna. Qualquer pretenso de ter recebido este dom sem esse prerrequisito necessrio, ser falsa. Quando Ezequiel foi chamado, o Esprito entrou nele lhe provocando um estado que em linguagem proftica se chama estar "no Esprito" (Apoc. 1: 10; 4: 2). Enquanto o profeta est "no Esprito", pode lhe parecer que realiza viagens por lugares distantes apesar de que no d sequer um passo. Ao descrever sua viso do terceiro cu, Pablo admitiu que no podia distinguir sua viso da realidade. "Se no corpo, no sei; se fosse do corpo, no sei; Deus sabe" (2 Cor. 12: 2). 3. Filhos do Israel. Aqui comea a comisso do Ezequiel. Essencialmente sua mensagem era para os exilados do Jud, mas seu alcance mais amplo tambm compreendia as dez tribos que mais de um sculo antes tinham sido levadas a cativeiro pelos assrios. As cambiantes vicissitudes das naes lhe tinham adjudicado a Babilnia e a Meia os territrios de Assria, de modo que quando o cativeiro babilnico absorveu remanescente do Jud, em certo sentido as 12 tribos foram reunidas, todas sob um jugo estrangeiro (Jer. 50: 17-18, 33). Gente rebeldes. A palavra que se traduz como "gente" a que se emprega habitualmente para designar aos pagos. Por haver-se afastado obstinadamente de Deus, os israelitas, que deviam ter sido um reino de sacerdotes (ver Exo. 19: 6), se tinham degradado tanto que agora so chamados despectivamente "pagos"; e se acrescenta-lhe o adjetivo "rebelde". Ao profeta lhe recorda que a apostasia de Israel data de muito tempo. 4. De duro rosto. Quer dizer, "obstinados", "teimosos". A frase "de contumaz corao" sublinha esta idia. O Senhor estava pintando um horrendo quadro da depravao de Israel. No era um quadro que exagerava a realidade, como logo teria que descobrir o profeta. Assim h dito Jehov o Senhor. A tarefa que encarrega ao Ezequiel a comisso divina que se o encomenda a cada professor da Palavra, a cada expositor da sagrada verdade. A Palavra de Deus no deve ser mesclada com opinies humanas. As teorias privadas so falveis. No que corresponde aos assuntos divinos, s podem saber-se com exatido as coisas que Deus revelou. Todo o resto mera opinio humana. Quando sopra todo vento de doutrina e se dissemina todo tipo de interpretao, os homens precisam ter a segurana de uma mensagem respaldado por um "Assim h dito Jehov". Tal declarao a voz da autoridade. Ezequiel necessitava esta garantia, pois a runa do Jud era iminente. Sua mensagem ostentava os crditos da mais excelsa autoridade. 5. Se no escutarem. No escutar equivale a no fazer conta, a desobedecer. Comparar com a mesma

expresso no vers. 7; cap. 3: 11; cf. cap. 3: 27. No deve atribuir-se a um ato de predestinao o que algum no faa conta. O plano divino para a salvao compreende a todos: "A graa de Deus se manifestou para salvao a todos os homens" (Tito 2: 11); Deus no quer "que nenhum perea" (2 Ped. 3: 9). A todos lhes concede uma oportunidade adequada para a salvao. Jesus a luz que "ilumina a todo homem" (Juan 1: 9). Para induzir s pessoas a aceitar a redeno oferecida, devem usar-se todas as influncias possveis, em consonncia com o livre-arbtrio e as decises referentes ao grande conflito. Mas ao homem lhe toca decidir se tiver que escutar ou no. Os desobedientes no tm desculpa. De cada alma que finalmente se perca Deus poder dizer: "Que mais se podia fazer. . . que eu no tenha feito?" (ISA. 5: 4). Os homens se destroem a si mesmos quando rechaam aceitar a salvao de Cristo (1 JT 160). Como acontecimento culminante do grande conflito, ser revelada a histria do mundo em viso panormica para mostrar a cada alma sua relao com as decises vitais do grande conflito. como resultado disto, todos admitiro a justia de Deus e quo adequada foi a graa oferecida (ROM. 14: 10-11; Apoc. 15: 3; cf. CS 724-729). Conhecero. A evidncia mxima de que o profeta portador dos crditos divinos o cumprimento de sua palavra. Alm disso, enquanto o profeta pronuncia seu mensagem, o Esprito Santo d testemunho aos coraes endurecidos de que o enviado de Deus apresenta uma mensagem celestial. O Esprito 612 Santo desejava convencer aos cativos rebeldes de que sua conduta de obstinada impiedade era injustificada. Apesar de que pudessem burlar-se abertamente do mensageiro divino, por debaixo dessa brincadeira estaria o enraizado temor de que a voz que estavam desprezando era na verdade a voz de Deus. As mensagens do Ezequiel teriam que ser "aroma de morte para morte" ou "de vida para vida" (2 Cor. 2: 16). 6. No os temas. Ezequiel sofreria a oposio de governantes, de sacerdotes e de falsos profetas. burlariam-se dele, caluniariam-no, acusariam-no e o ameaariam, mas em todo isso no devia ceder ante os intentos de intimid-lo ou ante os temores que o descorazonaban e acossavam por todos lados. Saras. Esta metfora representa a oposio que o profeta acharia entre aqueles a quem o enviava. 7. Escutem ou deixem de escutar. Ver com. vers. 5. 8. No seja rebelde. Existia o perigo de que frente a uma perspectiva to terrvel, Ezequiel fugira sua responsabilidade. Se se atemorizava se identificaria com a mesma rebelio que devia repreender. Existia o perigo de que sofresse a influncia

de um ambiente saturado de apostasia e que perdesse a noo da gravidade do pecado. H um veneno sutil na atmosfera de uma sociedade mpia. difcil que uma pessoa tenha f quando est entre quem no tem f, sobre tudo quando fingem ter as mesmas esperanas e aspiraes que ele alberga. Por esta razo o maior perigo da igreja emana de dentro e no de fora. Se os que so chamados a ser dirigentes so eles mesmos "rebeldes", assim como a "casa rebelde", o que pode esperar-se a no ser um difundido afastamento de Deus? A histria da apostasia do Israel revela o terrvel resultado do que ocorre quando os homens olham aos homens e confiam em mpios dirigentes humanos. Come o que eu te dou. Esta uma profecia simblica. O profeta comeu o cilindro em viso; mas no em a realidade (ver com. vers. 2). Esta figura est cheia de significado espiritual. A fim de repartir a seus prximos, o professor deve receber primeiro a mensagem de Deus. Em segundo lugar, assim como o alimento fsico recebido em o corpo se converte em carne, sangue e ossos, assim tambm a mensagem deve ser assimilado para chegar a ser parte do mensageiro. O professor no pode fazer-se idneo para o servio mediante um conhecimento superficial e incerto de sua mensagem. A mensagem deve entrar no mais ntimo natureza seu naturais deve penetrar seu ser, deve participar de todas as funes de sua vida espiritual. Deve chegar a ser uma parte integral de seu pensamento e de seu vida. 9. Uma mo estendida. Possivelmente a mo fora a de um dos quatro seres viventes. Representava os instrumentos intermedirios pelos quais Deus reparte revelaes a seus servos os profetas (Apoc. 1: 1). As mensagens mesmos tm sua origem em Deus. portanto, o profeta pode afirmar com convico: "Esta a palavra do Jehov". 10. Escrito por diante e por detrs. Na antigidade, os livros se escreviam em couro ou em folhas de papiro que se uniam com uma costura, a fim de formar largas bandagens que logo eram enroladas. Pelo general se escreviam s de um lado. O cilindro que entregou a Ezequiel estava escrito pelos dois lados, sem dvida para indicar que havia muito tema para escrever. A mensagem no era nenhum evangelho de paz tal como o que os anjos anunciaram aos pastores de Prespio quando nosso Cristo Salvador nasceu (Luc. 2: 13-14). Sua mensagem era "novas de grande gozo" (Luc. 2: 10); mas esta era uma profecia de "lamentos e lamentaes e ayes". Sem embargo, a revelao da ameaadora calamidade foi o meio empregado por Deus para despertar aos coraes endurecidos pelo pecado a fim de que ele pudesse san-los com o blsamo do Evangelho. No transcurso de sua obra, Ezequiel muitas vezes teve o privilgio de atenuar seus discursos de recriminao com exortaes de misericrdia. COMENTRIOS DO ELENA G. DO WHITE 1-10 TM 215 7 CS 512; Ev 61; 2JT 301; 3JT 89, 391;5T 20, 74, 263; 8T 61, 69; TM 233 613

CAPTULO 3 1 Ezequiel se come o cilindro. 4 Deus o anima; 15 lhe assinala sua obrigao com a profecia. 22 Deus emudece ao profeta, e abre sua boca. 1 ME DISSE: Filho de homem, come o que acha; come este cilindro, e v e fala a a casa do Israel. 2 E abri minha boca, e me fez comer aquele cilindro. 3 E me disse: Filho de homem, alimenta seu ventre, e enche suas vsceras deste cilindro que eu te dou. E o comi, e foi em minha boca doce como mel. 4 Logo me disse: Filho de homem, v e entra na casa do Israel, e fala a eles com minhas palavras. 5 Porque no enviado a povo de fala profunda nem de lngua difcil, a no ser casa do Israel. 6 No a muitos povos de fala profunda nem de lngua difcil, cujas palavras no entenda; e se a eles enviasse, eles lhe ouvissem. 7 Mas a casa do Israel no te querer ouvir, porque no me quer ouvir ; porque toda a casa do Israel dura de frente e obstinada de corao. 8 Hei aqui eu tenho feito seu rosto forte contra os rostos deles, e sua frente forte contra suas frentes. 9 Como diamante, mais forte que pederneira tenho feito sua frente; no os temas, nem tenha medo diante deles, porque so casa rebelde. 10 E me disse: Filho de homem, toma em seu corao todas minhas palavras que eu lhe falarei, e oua com seus ouvidos. 11 E v e entra nos cativos, aos filhos de seu povo, e lhes fale e lhes diga: Assim h dito Jehov o Senhor; escutem, ou deixem de escutar. 12 E me levantou o Esprito, e ouvi detrs de mim uma voz de grande estrondo, que dizia: Bendita seja a glria do Jehov desde seu lugar. 13 Ouvi tambm o som das asas dos seres viventes que se juntavam a uma com a outra, e o som das rodas diante deles, e som de grande estrondo. 14 Me levantou, pois, o Esprito, e tomou; e fui em amargura, na indignao de meu esprito, mas a mo do Jehov era forte sobre mim. 15 E vim aos cativos no Tel-abib, que moravam junto ao rio Quebar, e me sentei onde eles estavam sentados, e ali permaneci sete dias atnito entre eles. 16 E aconteceu que ao cabo dos sete dias veio para mim palavra do Jehov, dizendo: 17 Filho de homem, eu te pus por vigia casa do Israel; ouvir, pois, voc a palavra de minha boca, e os admoestar de minha parte.

18 Quando eu dijere ao mpio: De certo morrer; e voc no lhe admoestasse nem o falar, para que o mpio seja disposto de seu mau caminho a fim de que viva, o mpio morrer por sua maldade, mas seu sangue demandarei de sua mo. 19 Mas se voc admoestasse ao mpio, e ele no se convertesse de sua impiedade e de seu mau caminho, ele morrer por sua maldade, mas voc ter liberado sua alma. 20 Se o justo se separar de sua justia e hiciere maldade, e pusiere eu tropeo diante dele, ele morrer, porque voc no lhe admoestou; em seu pecado morrer, e suas justias que tinha feito no viro em memria; mas seu sangue demandarei de sua mo. 21 Mas se ao justo admoestasse para que no peque, e no pecar, de certo viver, porque foi admoestado; e voc ter liberado sua alma. 22 Veio ali a mo do Jehov sobre mim, e me disse: te levante, e sal ao campo, e ali falarei contigo. 23 E me levantei e sa ao campo; e hei aqui que ali estava a glria do Jehov, como a glria que havia visto junto ao rio Quebar; e me prostrei sobre meu rosto. 24 Ento entrou o Esprito em mim e me afirmou sobre meus ps, e me falou, e disse-me: Entra, e te encerre dentro de sua casa. 25 E voc, OH filho de homem, hei aqui que poro sobre ti cordas, e com elas ligaro-lhe, e no sair entre eles. 26 E farei que se peque sua lngua a seu paladar, e estar mudo, e no ser a eles varo que repreende; porque so casa rebelde. 614 27 Mas quando eu te tiver falado, abrirei sua boca, e lhes dir: Assim h dito Jehov o Senhor: que oua, oua; e o que no queira ouvir, no oua; porque casa rebelde som. 1. Come este cilindro. possvel que uma leve vacilao do Ezequiel demandasse a repetio da ordem (cap. 2: 8). A lio que se desejava ensinar exigia ser ilustrada em forma dramtica. O profeta no devia escolher sua prpria mensagem. Sua comida devia ser fazer a vontade daquele que o tinha enviado e proclamar seu mensagem (Juan 4: 34). A inspirao mais que a purificao e o estmulo dos poderes mentais em forma subjetiva. repartem-se feitos objetivos, externos. Os que estudam a Palavra tambm devem aprender esta lio. Devem receber a Bblia como se lhes tivesse sido enviada , porque os homens no criam a verdade divina, mas sim a descobrem na Bblia. A mensagem deve assimilar-se em forma pessoal, deve ser algo ntimo. As verdades devem converter-se em parte integrante da vida e do carter. Este o meio por o qual os homens chegam a ser em todo sentido novas criaturas. 3. Doce como mel.

Quo emocionante resultou ao Ezequiel compreender que tinha sido chamado para ser colaborador de Deus, porta-voz do Jehov para repreender os pecados de seu povo. Ser chamado a desempenhar-se como profeta na verdade um excelso privilgio. Mas o perigo da exaltao do eu sempre se acha presente. Pablo temia isso (2 Cor. 12: 7). Compare-se isto com o caso da Elena do White (LS 71-72). A vivencia inicial do Ezequiel, a sensao de doura, mais tarde converteu-se em amargura quando deveu fazer frente s realidades da tarefa. Isto ocorre freqentemente com os que so chamados um servio especial. Quo logo a primeira emoo perde sua fora quando a gente tem que enfrentar-se com as severas realidades do dever inflexvel. 5. De lngua difcil. indica-se que, no externo, sua tarefa seria mais fcil que se tivesse sido enviado aos pagos cujo idioma no compreendia e a quem sua lngua seria estranha. Em primeiro lugar, sua misso era ir a "as ovelhas perdidas da casa de Israel" (Mat. 15: 24). No se tratava de que as outras naes estivessem fora do alcance da salvao, mas sim o propsito de Deus era fazer do Israel o ncleo espiritual e a fora evangelizadora. Por meio de seu povo escolhido Deus desejava preservar entre os homens o conhecimento de sua lei e estender seu reino espiritual. Os profetas reconheceram este propsito. Boa parte das profecias do Ezequiel foi dedicada contagem dos castigos que cairiam sobre as naes vizinhas. Em essncia, estas profecias eram exortaes a esses pases, que lhes revelavam sua histria futura se recusavam aceitar o plano de Deus (Jer. 18: 7-8). Ver as PP. 28-32. 6. Eles lhe ouvissem. Assim como o fizeram Naamn o srio (Luc. 4: 27), a mulher cananea (Mat. 15: 21-28) ou o centurio romano (Mat. 8: 5-12). As maravilhas que se realizaram no Corazn e Betsaida teriam sido mais que suficientes para a converso de Tiro, Sidn e Nnive (Mat. 11: 21; 12: 41). Mas o Israel se empederniu mais que as naes que o rodeavam. Em todos os tempos Deus teve o propsito de salvar a tantos membros de a famlia humana como possvel. "Vivo eu, diz Jehov o Senhor, que no quero a morte do mpio, mas sim se volte o mpio de seu caminho e que viva" (Eze. 33: 11). Deus no quer "que nenhum perea" (2 Ped. 3: 9). As enrgicas condenaes dos escritores profticos devem entender-se -tal como era seu propsito- como prognstico de calamidades nacionais, nunca como pronunciamentos de eterna runa para todos os indivduos da nao. No importa quo severo fora a predio de uma runa nacional, os indivduos que compunham a nao tinham ainda a oportunidade de alcanar a salvao pessoal. Assim foi como em tempos do Elas ficaram 7.000 que no tinham dobrado seus joelhos ante o Baal (1 Rei. 19: 18). 7. A mim. Para que Ezequiel no se desanimasse pelo fato de que o povo se negava a ouvir suas palavras, o Senhor lhe recordou que j se negou antes a escut-lo a ele. "O servo no maior que seu senhor" (Juan 13: 16). O servo no deve esperar um melhor trato que o que recebe seu Professor. que trabalha em favor de

as almas sente agudamente o rechao dos homens. Recorde a decepo mais azedo que experimentou seu Professor, quem em realidade o que rechaado em a pessoa de seu servo. verdade que o servo pode examinar os esforos que tem feito para ver se a misericrdia foi rechaada por 615 causa de alguma deficincia em sua apresentao. Mas muitos rechaaram ao mesmo Senhor de glria, e seus servos devero sentir que so superiores a seu Professor? Toda a casa do Israel. Quer dizer, os israelitas em geral. Havia nesse tempo Santos como Jeremas e Daniel, e sem dvida muitos outros, que em forma individual mantinham seu integridade ante Deus. 8. Forte. A raiz deste adjetivo a mesma da primeira parte do nome do Ezequiel (ver P. 597), e provvel que se empregue esta palavra em referncia com seu nome. possvel que o profeta tivesse protestado que era muito fraco para fazer frente teima de pecadores empedernidos. Aqui lhe promete que, no importava quo duros fossem os israelitas, o profeta seria feito mais duro que eles e ele prevaleceria contra eles. Esta promessa no implica coao alguma para obter a aceitao dessa mensagem. No governo de Deus, a aceitao sempre um ato voluntrio. 9. Diamante. Heb. shamir, "pedra de grande dureza". Alguns pensam que se trata do "esmeril". A RVR traduz "diamante" (cf. Jer. 17: 1) e assim tambm a BJ; mas nessa poca no se conhecia o diamante. 10. Em seu corao. Esta frase explica a simblica ao de comer (vers. 1). Neste versculo o processo da recepo aparece investido: primeiro o corao, depois os ouvidos. Isto ilustra um tipo de transposio bastante comum no hebreu. Todas minhas palavras. O profeta no pode negar-se a receber e a declarar todo o conselho de Deus (vers. 11). 11. Aos cativos. Antes (vers. 4; cf. cap. 2: 3) havia dito ao Ezequiel que sua misso seria a de ir casa do Israel. Agora lhe d a misso mais especfica de ir a "os cativos". Quando Ezequiel foi chamado no ano 593/592 A. C. (ver com. cap. 1: 2), e por vrios anos mais, os cativos no formavam a no ser uma pequena parte da nao judia. depois da queda de Jerusalm em 586 A. C. os cativos representavam a maioria do povo. A mensagem do Ezequiel estava dirigido aos cativos; o do Jeremas remanescente do Jud, e o do Daniel a

a corte de Babilnia, salvo aquela parte de seu livro que esteve selada at o tempo do fim (Do. 12: 4; CS 405). De modo que, embora os trs foram contemporneos, suas esferas de responsabilidade eram diferentes. Ver P. 599. 12. Levantou-me. Aqui termina a fase inicial da consagrao do profeta funo proftico. Ainda em esprito, Ezequiel afastado da cena do trono, dos seres viventes e as rodas. Ao afastar-se, oua detrs de si o som de um grande "estrondo" ("terremoto", LXX). um som inteligvel, uma voz de louvor. Nada se diz especificamente da origem deste som, mas possivelmente como na ISA. 6 e Apoc. 4, o louvor se origina nos seres que rodeiam o trono. 14. Indignao. "Ardor" (BJ), "rancor" (VM). O chamado de Deus, que to doce tinha sido para Ezequiel (Eze. 3: 3), ao levar-se a prtica se converteu em amargura. A indignao do Ezequiel pde dever-se em parte para os pecados de seu povo; mas por cima disso, a revelao da dificuldade insupervel da tarefa, o temor ao fracasso e possivelmente tambm a conscincia de no ser apto, sem dvida se somaram para desanimar abrumadoramente ao profeta. Compare-se isto com um caso similar na vida do Jeremas (Jer. 20: 8, 9; cf. Jer. 9: 2). 15. Tel-abib. Heb. tel 'abib, "montculo de espigas ainda verdes". Mas se estima que mais bem provm do acadio til abubi, "montculo da inundao da tormenta". Tais dunas de areia, produzidas por ao do vento e da gua, parecem ser comuns nas cercanias do Nipur (ver com. cap. 1: 1). Sem embargo, no possvel se localizar com preciso ao Tel-abib. Sete dias. Alguns compararam este perodo de sete dias de silncio com um tempo de retiro que tiveram outros grandes caudilhos religiosos, como por exemplo os 40 dias do Elas no monte Horeb (1 Rei. 19: 48), a permanncia do Pablo em Arbia (Gl. 1: 17) e o retiro de nosso Senhor ao deserto depois de seu batismo. Outros sugerem que a reao do Ezequiel se deveu a sua surpresa ante as condies com que se encontrou ou s atitudes que enfrentou. Outros comparam o silncio do Ezequiel com a conduta dos amigos do Job, que se sentaram no cho com o patriarca "por sete dias e sete noites, e nenhum falava-lhe palavra" (Job 2: 13). Entretanto, o contexto pareceria sugerir que Deus no tinha disposto essa demora. Em troca, a mudez pode ter sido causada pela amargura e a indignao de esprito que 616 sentia Ezequiel. provvel que o profeta adiasse deliberadamente sua misso, ou possivelmente at se estivesse negando a realiz-la. A misericrdia de Deus esperou sete dias. Quando ao fim desse perodo no houve resposta do Ezequiel, veio-lhe palavra do Senhor a modo de uma solene advertncia. Cabe recordar uma reticncia similar de parte da Elena do White a fazer saber a outros o que o Senhor lhe havia revelado (1T 62-64).

17. Atalaia. A figura a do sentinela militar apostado na torre de vigia, cujo trabalho advertir s pessoas de perigos que se moram (2 Sam. 18: 24-27; 2 Rei. 9: 17-20). A palavra descreve a caracterstica especial da obra de Ezequiel. O profeta devia vigiar pessoalmente pelas almas. 18. Voc no lhe admoestasse. Quando o vigia via que o perigo se aproximava, devia tocar a trompetista. Quando Ezequiel visse que os mpios foram descuidadamente perdio, devia lhes falar lhes advertindo dos inevitveis resultados de seu proceder. Pode entender-se que em sua aplicao mais ampla estas palavras no se referem meramente ao perigo fsico e morte, a no ser ao perigo espiritual que poderia conduzir o veredicto de morte eterna no tribunal de Deus. As decises desse tribunal significam vida eterna ou morte eterna para cada alma que alguma vez tenha vivido. A aniquilao ser a sorte final de todos quantos persistam na transgresso. atalaia lhe impe a responsabilidade de advertir aos homens a respeito deste castigo inevitvel. Seu descuido pode resultar na perda de almas. Muitas vezes surge o interrogante: " justo que Deus permita que a salvao de uma alma dependa de que outra pessoa cumpra ou no com seu dever de dar a advertncia?" Deve responder-se que Deus justo, mas que o pecado extremamente injusto. Deus obra em favor da salvao dos homens em uma maneira que concorda com seu carter e com os aspectos decisivos do conflito dos sculos. No emprega coao. Isto pe um limite ao que Deus pode fazer diretamente para a salvao de uma alma. Mas quando outros cooperam com Deus em seus esforos por salvar essa alma, imediatamente se incrementam as influncias que operam sobre a pessoa, e aumenta a responsabilidade de que aceite o plano divino para ele. Nesta considerao se fundamenta a atividade missionria. Consideremos o caso de uma ilha que no foi tocada pela influncia crist. Deus, quem por meio do Jesus "ilumina a todo homem" (Juan 1: 9), faz tudo o que pode para salvar a todos os habitantes do lugar. Entretanto, com a chegada do missionrio, as oportunidades aumentam muito. Como resultado, muitos mais so salvos. Assim Deus no pode ser acusado de injustia, a no ser ns. Somos ns os que fomos atalaias infiis, e nossas prprias almas se perdero a menos de que com genuno arrependimento peamos a Deus que nos perdoe. 19. Voc ter liberado sua alma. A responsabilidade do vigia acaba quando a advertncia foi dada em forma adequada. Entretanto, o vigia faria bem em perguntar-se se tiver dado a advertncia na forma mais efetiva possvel e durante um tempo suficientemente largo. Quem recebe a advertncia ficam livres de escolher se tiverem que escutar ou no. Toda alma que se perca o far por sua prpria eleio. Ningum poder culpar a Deus, quem proporcionou uma oportunidade adequada a todos. Os homens vivem ou morrem conforme seja sua eleio pessoal. Ezequiel faz

ressaltar a responsabilidade pessoal antes que a nacional. Individualmente os israelitas no deviam considerar que estavam perdidos porque sua nao sofria um castigo. Por outra parte, no deviam supor que o arrependimento seria desnecessrio para eles como pessoas porque tinham ao Abrao como pai (Mat. 3: 9). 20. Tropeo. O propsito da pedra de tropeo deter o pecador em seu caminho descendente e despert-lo para que sinta seu perigo. Quando se detm assim ao pecador, necessita-se a voz de um vigia. Uma advertncia no momento devido pode fazer que se alm de seu mau caminho. que no se d a advertncia pode dar como resultado que se lance desenfrenadamente para a destruio. Por isso se exigir do vigia que d conta de seu sangue. De novo pode ver-se at que ponto Deus depende da cooperao dos seres humanos na obra da salvao (ver com. vers. 18). Suas justias. Quer dizer, suas aes piedosas ou justas. Esta passagem contradiz a difundida idia de que o homem que seriamente piedoso no pode apostatar nem perder-se finalmente. S os que perseverem at o fim sero salvos (Mat. 24: 13). 617 No viro em memria. No plano de Deus no se calculam as recompensas tendo em conta o nmero de aes piedosas menos o nmero de pecados cometidos, nem viceversa, como ensinavam-no os judeus. No caso do homem justo que persevera at o fim, todo o registro de sua culpa apagado e sua recompensa determinada em apie a sua aceitao do sacrifcio de Cristo. Por outra parte, o pecador que no se arrepende encontra que nenhuma de suas obras piedosas tomada em conta ao atribuir-lhe o castigo (cap. 18). Isto explica a razo de que, ao perdo-los pecados, no so apagados imediatamente. conserva-se um registro at o momento do julgamento, porque se o justo logo rechaa o perdo devotado e se perde, todas suas iniqidades, tenham sido perdoadas em algum momento ou no, so tomadas em conta para determinar sua recompensa final (PVGM 196). 22. Mo do Jehov. evidente que o que Ezequiel tinha ouvido o encheu de uma entristecedora sensao da gravidade de sua responsabilidade. 23. A glria do Jehov. Ezequiel voltou a ver a impressionante viso que tinha contemplado (cap. 1). A grande manifestao da glria de Deus que o tinha inspirado a aceitar seu misso, sem dvida o imbuiu com uma renovada certeza. Aceitou a repreenso devida a seu silncio. Em adiante, Ezequiel aparece como servo humilde e obediente.

24. te encerre. Provavelmente Deus mandou isto a fim de que tivesse o tempo necessrio para meditar antes de comear a realizar sua obra. 25. Cordas. Sem dvida, isto no se refere a um encarceramento literal, pois no h no livro nenhuma referncia a tal coisa. Se se fizer aluso a cordas figuradas, poderiam referir-se obstinada negativa do povo a escutar, o que faria quase impossvel que Ezequiel declarasse suas profecias. Deste modo, seria como se estivesse pacote. 26. pegue-se sua lngua. Como no caso do Zacaras (Luc. 1: 22) que no acreditou as palavras do anjo, pareceria haver uma reprovao da negativa do Ezequiel a falar quando se ordenou-lhe que devia faz-lo. Entretanto, o Senhor empregou este caso para bem. A mudez do profeta e o que s pudesse falar quando o Senhor abria seu boca, era outro sinal casa rebelde de que as palavras que pronunciava eram na verdade as palavras do Senhor. 27. Oua. Compare-se isto com as palavras do Jesus registradas no Mat. 11: 15 e 13: 9. Em a LXX a segunda frase diz: "que desobedea, que desobedea", que acha um eco no Apoc. 22: 11. Casa rebelde. Em tempos anteriores, Deus havia dito que o Israel era um povo "de dura nuca" (Exo. 32: 9). O mesmo esprito que provocou os 40 anos de peregrinao no deserto tinha feito que o cativeiro fora inevitvel. COMENTRIOS DO ELENA G. DO WHITE 1-27 TM 216 7 CS 512 17 CM 126; 2JT 76; 3JT 279; OE 219; RC 55; IT 469; 2T 708 17-19 1T 313 18 2JT 523 19 2T 53 21 IT 313

CAPTULO 4 1 Sob o smbolo de um stio, Deus mostra o tempo da queda do Israel e seu cativeiro. 9 Por meio do stio se prediz a fome devastadora. 1 VOC, FILHO de homem, tome um tijolo cru, ponha diante de ti, e desenha sobre ele a cidade de Jerusalm. 2 E por contra ela sitio, e edificar contra ela fortalea, e tirar contra ela baluarte, e por diante dela acampamento, e colocar contra ela aretes ao redor. 3 Tome tambm uma prancha de ferro, 618 e ponha em lugar de muro de ferro entre ti e a cidade; afirmar logo seu rosto contra ela, e ser em lugar de cerco, e a sitiar. sinal casa do Israel. 4 E voc te deitar sobre seu lado esquerdo, e por sobre ele a maldade da casa do Israel. O nmero dos dias que durma sobre ele, levar sobre ti a maldade deles. 5 Eu te dei os anos de sua maldade pelo nmero dos dias, trezentos noventa dias; e assim levar voc a maldade da casa do Israel. 6 Cumpridos estes, deitar-te sobre seu lado direito segunda vez, e levar a maldade da casa do Jud quarenta dias; dia por ano, dia por ano lhe hei isso dado. 7 Ao assdio de Jerusalm afirmar seu rosto, e descoberto seu brao, profetizar contra ela. 8 E hei aqui pus sobre ti ataduras, e no te voltar de um lado a outro, at que tenha completo os dias de seu assdio. 9 E voc toma para ti trigo, cevada, favas, lentilhas, millo e aveia, e ponha em uma vasilha, e te faa po deles o nmero dos dias que te deite sobre voc lado; trezentos e noventa dias comer dele. 10 A comida que comer ser de peso de vinte ciclos ao dia; de tempo em tempo a comer. 11 E beber a gua por medida, a sexta parte de um hin; de tempo em tempo beber-a. 12 E comer po de cevada cozido debaixo da cinza; e o cozer a vista de eles ao fogo de excremento humano. 13 E disse Jehov: Assim comero os filhos do Israel seu po imundo, entre as naes aonde os arrojarei eu. 14 pinjente: Ah, Senhor Jehov! hei aqui que minha alma no imunda, nem nunca desde minha juventude at este tempo comi coisa mortia nem despedaada, nem nunca em minha boca entrou carne imunda. 15 E me respondeu: Hei aqui te permito usar esterco de bois em lugar de excremento humano para cozer seu po. 16 Me disse logo: Filho de homem, hei aqui quebrantarei o sustento do po em Jerusalm; e comero o po por peso e com angstia, e bebero a gua por

medida e com espanto, 17 para que ao lhes faltar o po e a gua, olhem-se uns aos outros com espanto, e consumam-se em sua maldade. 1. Tome. Os estudiosos das profecias debateram se os estranhos acontecimentos de este captulo foram aes reais, visveis, ou s vvidos smbolos vistos pelo profeta em viso, que depois devia contar s pessoas. Podem citar-se as seguintes raciocine para supor que estes acontecimentos foram apresentados em forma visvel ante os Olhos do povo: (1) Deviam ser um sinal para a casa do Israel (vers. 3); (2) fez similares no caso de outros profetas quando as aes foram evidentemente visveis: os chifres de ferro do Sedequas (1 Rei. 22: 11), o andar "nu e descalo" do Isaas por espao de trs anos (ver com. ISA. 20: 3), os jugos de madeira de Jeremas Jer. 27: 2), e o matrimnio do Oseas com a rameira (Ouse. 1: 3). O feito de que Ezequiel tirasse seus pertences vista do povo e logo se abrisse passo atravs da parede (Eze. 12: 2-7), era evidentemente uma representao objetiva do assdio que se morava. Estas lies objetivas sem dvida tinham o propsito de chamar a ateno, porque o que o olho v tende a causar impresses mais profundas na mente que as palavras que se escutam. Ainda hoje nos sacramentos se apresenta algo que se pode ver para aprofundar mais o ensino das verdades divinas. Adobe. Heb. lebenah, "tijolo" (BJ). Era comum na antigidade escrever em tijolos. Os arquelogos tm descoberto milhares de tijolos com inscries. 2. Por contra ela sitio. Os cativos esperavam que Jerusalm houvesse j sofrido seu ltimo assdio. Animados por falsos profetas, esperavam voltar logo para sua terra natal. Seus mais acariciadas esperanas se veriam anuladas sim aceitavam a predicacin de Ezequiel de que haveria outro assdio. Entretanto, era inevitvel a runa de seu amada cidade. Ante a vista do povo foram apresentados os castigos iminentes com smbolos significativos que falavam com major fora e eficcia que as palavras. Fortaleza. Heb. dayeq, substantivo coletivo que designa o total das obras de assdio, 619 possivelmente com referncia especial aos dispositivos que permitiam que os sitiadores alcanassem uma altura maior que os muros, para observar assim o que ocorria na cidade e tambm para disparar suas flechas contra os defensores. Baluarte. Neste caso, algum aterro que permitisse que os atacantes subissem aos muros. Aretes.

Eram pesadas vigas de madeira, com ponta de ferro, que se suspendiam horizontalmente desde torres ou armaes mutveis. Se fazia golpear estas vigas em forma violenta contra os muros. Nos baixos-relevos assrios estas mquinas de guerra aparecem com freqncia, pelo qual se supe que nessa poca eram comuns. 3. Prancha de ferro. Heb. majabath. Esta prancha ("frigideira", BJ) ainda um utenslio comum de cozinha no Prximo Oriente (Lev. 2: 5). possvel que a prancha fora parte do equipamento domsticos do profeta. A empregou para representar um escudo ou muro de defesa levantado pelo inimigo, desde cujo amparo descarregava seus projteis. Possivelmente o ferro simbolizava a invulnerabilidade de as linhas inimizades. Sinal. O fato de que estes vvidos smbolos tinham que ser uma "sinal", apia vigorosamente a idia de que este captulo fala de acontecimentos literais (ver com. vers. 1). Com referncia palavra "sinal", ver com. ISA. 7: 14. 4. Lado esquerdo. provvel que a posio tivesse que ver com o fato de que Samaria se encontrava ao norte de Jerusalm, quer dizer, para a esquerda, quando um olhe para ao este. No necessrio supor que Ezequiel ficou deitado em forma continuada 24 horas ao dia, durante o comprido perodo aqui especificado. Possivelmente dedicasse s certa parte do dia a esta forma de predicacin simblica. Casa do Israel. Nesta passagem se emprega esta frase em seu sentido mais limitado para referir-se a as dez tribos. Levar sobre ti a maldade. H diferena de opinies quanto a se Ezequiel devia simbolizar o pecado do Israel ou seu castigo. Possivelmente as duas idias estivessem implicadas no simbolismo. Como outros profetas da antigidade, Ezequiel devia mitigar seus mensagens de condenao com o oferecimento do blsamo do Evangelho. Sem embargo, o pecado no podia passar-se por alto. Era necessrio que fora expiado. possvel que a ao do Ezequiel de levar sobre si a maldade do Israel tivesse servido para indicar que Deus estava disposto a perdoar o pecado do povo, e ainda nessa hora tardia queria cumprir seu propsito mediante o Israel. 5. trezentos e noventa dias. formularam-se muitas interpretaes deste perodo. H quem prefere aceitar os nmeros que aparecem na LXX, segundo a qual eram 150 os dias que Ezequiel devia levar as iniqidades do Israel, e 40 os dias que devia levar as do Jud; em total, 190 dias. Entretanto, estes nmeros no solucionam nada,

pois os 150 dias no representam os anos de cativeiro das dez tribos, que foram levadas cativas no ano 723/1722 A. C. Se se usarem as cifras que aparecem no hebreu, dever considerar-se que os 390 anos representam o perodo da apostasia do Israel. Este perodo comea com a separao do Jeroboam e as dez tribos quando se separaram de Jud. Esta separao assinalou o comeo do pecado do Israel. depois de haver-se separado da monarquia designada Por Deus, o reino setentrional sofreu sob uma larga sucesso de reis mpios. Nenhum de seus reis foi piedoso. Mas tambm aqui aparecem dificuldades. Segundo a "cronologia curta", sistema de cmputo empregado neste comentrio (ver T. IL, PP. 143-146), o cisma de as dez tribos ocorreu pelo ano 931 A. C. (ver T. II, P. 78). Desde esse momento at a viso do Ezequiel em 593/592, s tinham transcorrido uns 339 anos. At a queda de Jerusalm s houve 345 anos, e at o retorno do cativeiro podem computar-se 395. Empregando a agora desacreditada "cronologia larga" (ver T. IL, P. 145), os 390 anos do cisma at Ezequiel arrancam de aproximadamente o ano 980 A. C. De tudo isto pode deduzir-se que os sincronismos no se emprestam para confirmar nem um sistema cronolgico nem o outro. 6. Quarenta dias. Seguindo a analogia j tratada ao comentar o vers. 5, os 40 anos representariam os anos do pecado do Jud. A diferena do Israel, Jud permaneceu fiel a seus governantes designados, membros da casa do David. Mas os habitantes do Jud tambm se derrubaram em forma crescente idolatria, e embora houve vrios reis piedosos no reino do Jud que procuraram 620 refrear a crescente marca de impiedade, a nao foi degradando-se progressivamente. Uma das ltimas oportunidades importantes para obter a reforma ocorreu durante o reinado do Josas, quem, no 8. ano de seu reinado (2 Crn. 34: 3), "comeou a procurar o Deus do David, seu pai". Foi um nobre intento, mas no que respeita ao povo foi uma reforma superficial. Mais tarde lhes disse que tinham ido muito longe como para que se evitassem os castigos que os ameaavam (2 Crn. 34: 23-25). Se considera-se que o 8. ano do Josas, 633/632 A. C., assinala o comeo do perodo especial de culpabilidade do Jud, desde essa data at o primeiro mensagem do Ezequiel no ano 593/592 (ver com. Eze. 4: 5), computam-se exatamente 40 anos. Entre outros intentos de entender estes perodos de tempo est o que suma 390 mais 40, o que d 430 dias, cifra que se compara com o Exo. 12: 40 onde se do 430 anos de peregrinao para os filhos do Israel. Mas esta analogia no parece ter nenhum sentido. Uma variao totalmente caprichosa relaciona os 390 dias com os 40 aoites do Deut. 25: 3, os quais foram reduzidos pelos professores judeus a "quarenta aoites menos um" (2 Cor. 11: 24). Deste modo, pretende-se que lhes correspondiam 39 a cada uma das tribos e 40 ao Jud. Dia por ano. Literalmente, "dia para o ano". Esta expresso pode comparar-se com uma afirmao similar no Nm. 14: 34: "Conforme ao nmero dos dias, dos quarenta dias em que reconheceram a terra, levaro suas iniqidades quarenta anos, um ano por cada dia". Nestas declaraes se encontram as primeiras insinuaes da escala proftico que mais tarde seria to

importante na interpretao das grandes profecias de tempo, tais como a do "tempo, e tempos, e meio tempo" (Do. 7: 25) e a de "dois mil trezentas tardes e manhs" (Do. 8: 14). 7. Afirmar seu rosto. Expresso que indica perseverana e firmeza de propsito (Lev. 17: 10; 20: 3, 5-6; 26: 17; Eze. 15: 7; 20: 46). A firmeza de propsito concernia "ao assdio de Jerusalm". Isto devia fazer-se durante os perodos quando o profeta estivesse deitado de cada lado levando simbolicamente tanto a iniqidade de Israel como a do Jud. A combinao destes atos pode entender-se melhor a a luz dos propsitos de Deus nesta ocasio, como os revela por meio do Jeremas. Mediante vrios smbolos, e tambm usando declaraes profticas singelas, Deus lhe declarou remanescente que tinha ficado no Jud que sua nica esperana de segurana estava em submeter-se ao rei de Babilnia. Seu iniqidade tinha ido muito longe para que se pudesse evitar o castigo de Jerusalm e de seus habitantes. Deviam levar sua iniqidade. Esperava-lhes o cativeiro. Isto se opunha diametralmente s arrogantes ambicione dos militaristas. Apoiados por falsos profetas, rechaavam em forma desafinou a exortao do Jeremas e seguiam adiante com seus planos de resistir. Jeremas mesmo foi pontuado de espio e traidor. Os que estavam cativos junto com Ezequiel tambm esperavam poder livrar-se dos babilonios. Em vez de aceitar com pacincia o plano de Deus de que levassem sua iniqidade e de que chegassem a compreender que seu rebelde corao era a raiz de todas suas penrias, acariciavam a esperana de que sua amada cidade resisti-la e que logo eles mesmos poderiam voltar para sua terra natal. Descoberto seu brao. Em atitude de estar preparado para a ao. 8. Ataduras. No se diz de que tipo eram estas ataduras, mas o simbolismo claro. Esta restrio simbolizava o carter inexorvel dos acontecimentos preditos. O povo, por mais diligente que fora, no podia fazer nada para impedir a devastao de Jerusalm e o cativeiro do remanescente. 9. Trigo. A ordem no qual se enumeram estes mantimentos sem dvida indica a escassez de alimento devido s angstias do assdio. O trigo e a cevada no bastariam para alimentar ao povo durante o stio, e seria necessrio mescl-los com mantimentos considerados de menor qualidade. Favas. Ver 2 Sam. 17: 28. Lentilhas. Ver Gn. 25: 29, 34; 2 Sam. 17: 28.

Millo. Heb. dojan, palavra que s aparece aqui e que se traduz corretamente como "mijo" (BJ) ou "millo" (RVR). Aveia. Heb. kussmeth hoje conhecido como Triticum sativum, "feitio". O po que tivesse uma parte de feitio no seria muito saboroso. 10. Vinte siclos. ou seja 200 g (ver T. I,p.173). Esta escassa rao logo que bastaria para sustentar a vida. 621 11. A sexta parte de um hin. O hin equivalia a 3,67 lt (ver o T. I, P. 176) e a sexta parte seria 0,61. h-se descrito a escassa rao de alimento e de gua com a qual Ezequiel devia subsistir, como "muito para morrer e muito pouco para viver". 12. Excremento humano. Devido ao assdio no haveria lenha para combustvel, e ao prolongar o assdio se consumiria todo o esterco. Por isso os homens se veriam obrigados a empregar excremento humano, secado, como combustvel. 13. Po imundo. provvel que esta passagem signifique que durante o cativeiro os judeus no poderiam observar todos os preceitos mosaicos sobre alimentao. 14. Ah, Senhor Jehov! Ezequiel protesto pela ordem divina. Pedro o far muitos anos depois (Hech. 10: 14). Ezequiel afirma que foi observador escrupuloso da lei. Seu petio ouvida e a ordem se atenua. Lhe d permisso para usar um combustvel que ainda hoje muito comum nessa parte do mundo. 16. O sustento do po. Ver Eze. 5: 16; 14: 13; cf. Lev. 26: 26; Sal. 105: 16. Aqui se mostra a aplicao desta representao proftico. As condies que acompanham ao fome, to vividamente representadas pelo Ezequiel, so aplicadas cidade de Jerusalm.

COMENTRIOS DO ELENA G. DO WHITE 6 CS 371;DTG 200;PR 515 CAPTULO 5 1 Com o smbolo do cabelo, 5 apresenta o julgamento contra Jerusalm por seu rebelio, 12 executado por meio da fome, a espada e a disperso. 1 E VOC, filho de homem, tome uma faca aguda, toma uma navalha de barbeiro, e faz-a passar sobre sua cabea e sua barba; toma depois uma balana de pesar e divide os cabelos. 2 Uma terceira parte queimar a fogo em meio da cidade, quando se cumprirem os dias do assdio; e tomar uma terceira parte e a cortar com espada ao redor da cidade; e uma terceira parte pulverizar ao vento, e eu desenvainar espada em detrs deles. 3 Tomar tambm dali uns poucos em nmero, e os atar na saia de voc manto. 4 E tomar outra vez deles, e os jogar no meio do fogo, e no fogo queimar-os; dali sair o fogo a toda a casa do Israel. 5 Assim h dito Jehov o Senhor: Esta Jerusalm; pu-la em meio das naes e das terras ao redor dela. 6 E ela trocou meus decretos e meus regulamentos em impiedade mais que as naes, e mais que as terras que esto ao redor dela; porque desprezaram meus decretos e meus mandamentos, e no andaram neles. 7 portanto, assim h dito Jehov: Por lhes haver multiplicado mais que as naes que esto ao redor de vs, no ho andando em meus mandamentos, nem guardastes minhas leis? Nem mesmo segundo as leis das naes que esto ao redor de vs andastes. 8 Assim, pois, h dito Jehov o Senhor: Hei aqui eu estou contra ti; sim, eu, e farei julgamentos em meio de ti ante os olhos das naes. 9 E farei em ti o que nunca fiz, nem jamais farei coisa semelhante, por causa de todas suas abominaes. 10 Por isso os pais com