259 / março

60

Upload: estadosemunicipios-portal

Post on 21-Jul-2016

273 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

Ao abrir uma nova frente de batalha, a presidenta Dilma Rousseff afirmou que o combate à corrupção é uma questão fundamental, que exige a mobilização de todos os segmentos da sociedade

TRANSCRIPT

O perigo aumentou. E a responsabilidade de todos também.

DENGUE E CHIKUNGUNYA

O mosquito da Dengue está mais perigoso. Agora ele transmite também a Chikungunya. Uma doença que, assim como a Dengue, provoca febre, dor de cabeça e dores muito mais fortes nas articulações, principalmente nos pulsos e tornozelos. Mais um motivo para você deixá-lo bem longe da sua cidade. Por isso:

• Reorganize a assistência à saúde nos diversos níveis de atenção;• Reforce a vigilância em saúde (controle de vetores e monitoramento de casos);• Promova a capacitação e a educação permanentes;• Planeje ações de comunicação e mobilização para eliminar os criadouros do mosquito.

Faça a sua parte.

Sr. Gestor,não deixe o mosquito da Dengue se instalar na sua cidade.

An-Rev_Gestor_Dengue CaixaDagua_21x27,5.indd 1 3/25/15 12:33 PM

O perigo aumentou. E a responsabilidade de todos também.

DENGUE E CHIKUNGUNYA

O mosquito da Dengue está mais perigoso. Agora ele transmite também a Chikungunya. Uma doença que, assim como a Dengue, provoca febre, dor de cabeça e dores muito mais fortes nas articulações, principalmente nos pulsos e tornozelos. Mais um motivo para você deixá-lo bem longe da sua cidade. Por isso:

• Reorganize a assistência à saúde nos diversos níveis de atenção;• Reforce a vigilância em saúde (controle de vetores e monitoramento de casos);• Promova a capacitação e a educação permanentes;• Planeje ações de comunicação e mobilização para eliminar os criadouros do mosquito.

Faça a sua parte.

Sr. Gestor,não deixe o mosquito da Dengue se instalar na sua cidade.

An-Rev_Gestor_Dengue CaixaDagua_21x27,5.indd 1 3/25/15 12:33 PM

Leitor

Pressionado pelas manifestações, que levaram mais de um milhão de pessoas às ruas em várias cidades do país, o governo apresentou um novo pacote anticorrupção em resposta aos protestos.

Ao abrir uma nova frente de batalha, a presidenta Dilma Rousseff afirmou que o combate à corrupção é uma ques-tão fundamental na democratização do poder: “A guerra contra a corrupção deve ser, simultaneamente, uma tarefa de todas as instituições, uma ação permanente do governo e um momento de reflexão e afirmação dos valores éticos da sociedade”.

Dilma Rousseff ressaltou que enfrentará a questão de forma bem aberta, porque a lei é importante, por atender demanda democraticamente manifestada pela população. Ela destacou as iniciativas que tratam do enriquecimento ilícito de funcionário público e a extensão do critério da lei de ficha limpa para cargos de confiança nos três poderes na Nação.

Destacou, ainda, que o projeto de lei que trata do con-fisco de bens de servidores que tiverem enriquecimento ilí-cito incompatível com seus ganhos, garantirá à União o di-reito de recuperar seus bens. “Estamos propondo o confisco e a devolução dos bens obtidos de maneira ilícita. Quere-mos que esse confisco e essa devolução tornem mais célere o acesso a esses bens”.

Para ela, é importante o retorno para o setor público desses bens e dos recursos também a eles relacionados, fru-to de atividades criminosas, crime de responsabilidade ou improbidade e enriquecimento ilícito, a fim de que possa ter sua destinação. “Não podemos deixar que o criminoso lucre com o crime”, enfatizou Dilma Rousseff.

A presidenta reiterou que os casos de corrupção no Brasil não são mais “varridos para debaixo do tapete”, pois seu governo tem o compromisso de combater a corrupção.

Guerra contra a corrupção

&EstadosMunicípios

Editor GeralGuilherme Gomes - SJP-DF 1457

JurídicoEdson Pereira Neves

Diretora ComercialCarla Alessandra dos S. Ferreira

ColaboradoresClovis Souza / Gerson Matos

Mauricio Cardoso / Rangel Cavalcante Renato Riella / Mateus Pêra de Souza

DiagramaçãoAndré Augusto Dias

Agências de NotíciasBrasil / Senado / Câmara

Petrobras / Sebrae / USP / FAPESP

PARCEIROS

Região NorteMeio & Mídia Comunicação Ltda

[email protected]@meioemidia.com

(11) 3964-0963

Rio de JaneiroCortez Consultoria

[email protected].: (21) 2487-4128

8197-6313 / 9478-9991

Minas GeraisRodrigo Amaral(31) 8841-1515

BahiaZé Maria

(71)9987-9441

Nacional e InternacionalBento Neto Corrêa [email protected]

(84) 9611-2955

EndereçoSRTVS - Q. 701 - Bl. O

Ed. Centro MultiEmpresarial - Sala 457Brasília/DF - 70340-000PABX: (61) 3034-8677

[email protected]

[email protected]

Tiragem 36 mil exemplares

As colunas e matérias assinadas não serão remuneradas e o texto é de exclusiva responsabilidade de seus autores

Sua revista de gestão, política e empreendedorismo

O Editor

CAPAAo abrir uma nova frente de batalha, a presidenta Dilma

Rousseff afirmou que o combate à corrupção é uma questão fundamental, que exige a mobilização de todos os segmentos da sociedade: “A guerra contra a corrupção deve ser, simultaneamente, uma tarefa de todas as instituições, uma ação permanente do governo e um momento de reflexão e afirmação dos valores éticos da sociedade”.

28 | DIRETO DE BRASÍLIA Renato Riella

42 | MÍDIA Pedro Abelha

56 | CASOS & CAUSOS Rangel Cavalcante

índiceEdição 259 - Março/ 2015

colu

nas

11 PolíticaValeu a pena lutar pela democracia 11Eleição majoritária para deputada ganha força 12Senado defende independência do Banco Central 13

14 NacionalDe olho nos Planos de Educação 14Grupo aprova redução da vazão do Velho Chico 15Licenciamento obrigatório de máquinas agrícolas 16Sonegação em 2015 chega a R$ 98 bilhões 17

18 Brasília - DFRefis/DF é aprovado após amplo debate 18

19 EstadosRondônia ganha Base Cartográfica Digital 19Mobilidade urbana é prioridade em Floripa 20VLT carioca começa a se tornar realidade 21Cunha reafirma urgência do pacto federativo 22

23 MunicípiosA reforma política na visão dos gestores municipais 23Cidades economizam com Diário Municipal 24Jundiaí lança Plano de Segurança 25Problemas atrasam a municipalização do trânsito 26Ji-Paraná vive bom momento econômico 27

30 SaúdeVacina contra HPV para meninas de 9 a 11 anos 30

32 EducaçãoParceria insere escola no combate ao racismo 32Brasília, cidade educadora 33

34 InovaçãoCooperativa inova com derivados do caju 34

35 AgriculturaImpacto da mudança climática no agronegócio 35

36 InfraestruturaPorto Maravilha muda paisagem carioca 36

37 CidadaniaErradicação da violência contra a mulher 37

38 EconomiaNão há espaço fiscal para reajuste dos servidores 38Risco para negócios no Brasil permanece estável 39

40 NegóciosDesenvolve SP já investiu mais R$ 1,8 bi 40Setor hoteleiro debate o futuro do turismo 41

44 Meio AmbientePreservacão de recursos hídricos 44

46 SustentabilidadeIniciativas sustentáveis no setor de construção civil 46

47 TransparênciaJurista analisa a Lei Anticorrupção 47

48 Gestão A hora das concessões 48

50 Câmaras & AssembléiasTVs Câmara e Cultura reforçam parceria 50Vereadora doa salário para instituições em Natal 51

52 TurismoRecife: 478 anos de história 52

58 artigoO GRANDE COMBATE 58

6 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

C a p a

Pressionado pelas manifes-tações que levaram mais de um milhão de pessoas

às ruas de capitais pelo país, o governo apresentou um novo pa-cote anticorrupção em resposta aos protestos. As propostas foram enviadas ao Congresso Nacional por meio de projeto de lei, de Proposta de Emenda à Constitui-ção (PEC), pedido de urgência e um decreto

Ao abrir uma nova frente de batalha, a presidenta Dilma Rous-seff afirmou que o combate à cor-rupção é uma questão fundamen-tal na democratização do poder: “A guerra contra a corrupção deve ser, simultaneamente, uma tarefa

de todas as instituições, uma ação permanente do governo e também um momento de reflexão da socie-dade de afirmação de valores e de éticos”.

A presidenta destacou que as mudanças propostas contaram, em sua elaboração, com a parce-ria dos três Poderes da República e do Ministério Público. “Para os novos passos, a parceria vai con-tinuar sendo fundamental. Sem essa parceria não teremos o País que desejamos”, afirmou.

Entre as medidas, ela desta-cou a importância do projeto que transforma em crime a prática de caixa dois e a lavagem de dinhei-ro. “É importante sinalizar que no

Lei anticorrupção atende demanda da população

Jurista diz que decreto que regulamenta a Lei Anticorrupção “extrapola” a legislação

E s t a d o s & M u n i c í p i o s 7

Brasil não havia, até hoje, uma lei que assegurasse que a lavagem de dinheiro ou o caixa dois eleitoral fossem crimes”, res-saltou.

Dilma R o u s s e -ff afirmou que enfrenta-rá essa questão de forma bem aberta, porque a lei é importante, por atender demanda da população. Citou também, entre as medidas do pacote, o pedi-do de urgência do Projeto de Lei que trata do enriquecimen-to ilícito de funcionário público e a extensão do critério da lei de ficha limpa para cargos de confian-ça nos três poderes na nação.

“Estamos purgando males que car-regamos há séculos, assim como a mancha cruel da escravidão ainda deixa traços profundos da desigualdade social do País”, afirmou, enfa-tizando que o Brasil moderno exige que esse estado seja superado.

“O Brasil de hoje não é um país patrimo-nialista, não pode ser. O Brasil é muito maior que isso. Por isso, essa herança, tanto da es-cravidão, quanto da tradição patrimonialis-tas, não podem servir de álibi para ninguém e para nada”.

A corrupção rouba o poder legítimo do povo, ofende e humilha os trabalhadores

A guerra contra a corrupção deve ser uma tarefa de todas as instituições

E s t a d o s & M u n i c í p i o s 7

C a p a

8 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

C a p a

Tapete

Na solenidade de lançamen-to das medidas, a presidenta Dil-ma Rousseff disse que os casos de corrupção não são mais “varridos para debaixo do tapete”, que o combate aos atos ilícitos são “co-erentes com sua vida pessoal” e que assumiu o “compromisso de combate à corrupção”.

Para tanto, o governo tam-bém publicou decreto que prevê a criação de um grupo para avaliar sugestões de combate aos atos ilí-citos, pediu urgência do Congres-so na votação do projeto que trata da alienação antecipada de bens e defendeu a atualização constan-te da legislação.

“As instituições fortes garan-tem a virtuosidade das práticas políticas administrativas e legais. Temos de manter também atua-lizadas as normas que regem as instituições e a nossa legislação. É imprescindível o aperfeiçoamento contínuo sem trégua de preven-ção, controle e repressão”, afir-mou Dilma.

Dilma ressaltou que o combate à corrupção é “coeren-te” com a trajetória de vida dela e que é preciso mudar a cultu-ra do país. “Não somos mais o país que fazia e alardeava que somos um povo que gostava de ganhar vantagem em tudo. Te-mos de nos afastar dessa visão utilitarista das pessoas, das rela-ções sociais e das relações entre o poder e o cidadão. Temos de criar uma nova concepção, mo-

ralidade pública, republicana e democrática e igualitária no sen-tido dos direitos civis”.

Empresas

A Lei que pune empresas envolvidas em práticas irregula-res, aplicando multas de valor equivalente a até 20% do fatu-ramento da companhia, estava em vigor desde janeiro de 2014, mas o decreto do governo esta-belece, por exemplo, critérios para o cálculo da multa e como vai acontecer o julgamento dos casos de corrupção empresarial.

A responsabilidade de ins-taurar, apurar e julgar atos lesivos à administração pública ficará com dois servidores efetivos da Controladoria-Geral da União (CGU), que terão prazo de 180 dias - prorrogáveis - para a con-clusão do processo.

A multa não será menor do que o valor da vantagem obtida pela empresa e deve variar entre 0,1% e 20% do faturamento bruto do ano anterior ao da instauração do processo administrativo, ex-

“Temos obrigação de enfrentar a impunidade que alimenta a corrupção”

E s t a d o s & M u n i c í p i o s 9

C a p a

cluindo impostos. A lei também prevê um acordo de leniência, que permite à empresa colaborar com as investigações do processo em troca de alívio na punição

Confisco

O projeto de lei que trata do confisco de bens de servidores que tiverem enriquecimento ilíci-to, incompatível com os ganhos, garante à União o direito de re-cuperar seus bens. “Estamos pro-pondo o confisco e a devolução dos bens obtidos de maneira ilíci-ta. Queremos que esse confisco e essa devolução tornem mais céle-re o acesso a esses bens”, afirmou a presidenta.

Para ela, é importante o re-torno para o setor público desses bens e dos recursos também a eles relacionados, fruto de atividades

criminosas, crime de responsabi-lidade ou improbidade e enrique-cimento ilícito, a fim de que possa ter sua destinação. “Não podemos deixar que o criminoso lucre com o crime”, enfatizou Dilma Rous-seff.

A presidenta ressaltou a im-portância da lei que altera o esta-tuto do servidor público e estende os critérios da ficha limpa para qualquer funcionário. “Os mes-mos critérios dos cargos eletivos devem ser usados para todos os cargos de confiança”.

“Somos um governo que não transige com a corrupção. E temos obrigação de enfrentar a impuni-dade que alimenta a corrupção. Essas medidas fortalecem a luta contra a impunidade. E este é, talvez, o maior fator que garante a reprodução da corrupção”, afir-mou Dilma.

PGR

Na mesma semana, a Pro-curadoria Geral da República (PGR) apresentou dez medidas para evitar o desvio de recursos públicos e garantir mais transpa-rência, celeridade e eficiência ao trabalho do Ministério Público brasileiro, com reflexo no Poder Judiciário.

A cerimônia de apresenta-ção foi conduzida pelo procura-dor-geral da República, Rodrigo Janot, pelos coordenadores da Câmara de Combate à Corrup-ção do MPF, Nicolao Dino, da Câmara Criminal do MPF, José Bonifácio Andrada, e pelo co-ordenador da Força-Tarefa Lava Jato do MPF no Paraná, Deltan Dallagnol.

As medidas, definidas a par-tir da experiência da atuação da Procuradoria e tendo em vista trabalhos recentes, como a Ope-ração Lava Jato, propõem agi-lizar a tramitação das ações de improbidade administrativa e das ações criminais; instituir o teste de integridade para agentes pú-blicos; criminalizar o enriqueci-mento ilícito; aumentar as penas para corrupção de altos valores; responsabilizar partidos políticos e criminalizar a prática do caixa 2; revisar o sistema recursal e as hipóteses de cabimento de ha-beas corpus; alterar o sistema de prescrição; instituir outras ferra-mentas para recuperação do di-nheiro desviado.

10 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

R e t r a n c a

Criticas

Para o jurista e ministro apo-sentado do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Gilson Dipp, o de-creto que regulamenta a Lei An-ticorrupção “extrapola” a legisla-ção. Um dos mentores das varas especializadas na investigação de lavagem de dinheiro no Bra-sil, Dipp acredita que a lei será questionada judicialmente: “Se a lei era questionada, com o re-gulamento será mais questionada ainda. E quem vai dar a última pa-lavra será o Judiciário”.

Entre os problemas, ele cita a falta de previsão de recur-sos, por exemplo, e a previsão de multas inferiores ao limite míni-mo. Para Dipp, o atraso na regula-mentação da lei “contaminou” a discussão com os fatos concretos da Operação Lava Jato.

A Lei 12.846, conhecida como Lei Anticorrupção, foi san-cionada em agosto de 2013, en-trou em vigor em janeiro de 2014 e foi regulamentada após as ma-

nifestações.. “Estamos colocando essa lei casuisticamente. Estamos examinando frente ao quê? À Operação Lava Jato, o que causa distorção na aplicação da lei, que já é complexa por sua própria na-tureza”, disse o ministro.

Segundo ele, “atores indese-jados” na discussão são trazidos ao debate atualmente, como o Minis-tério Público e o Tribunal de Con-tas. Gilson Dipp defende que não deve haver participação dos dois órgãos na celebração de acordos de leniência entre empresas envol-vidas em esquemas de corrupção e desvios e Poder Público.

“O MP quer participar do acordo de leniência. Não deve. Já participa da colaboração premia-da. Sobre o TCU, onde está a pos-sibilidade na lei de intervenção do TCU?”, questiona Dipp.

Leniência

No caso da Operação Lava Jato, a leniência com empreiteiras envolvidas é defendida pelo gover-no federal como uma solução para evitar a paralisação de obras públi-cas no País e a quebra de empresas. Há cerca de um mês, procuradores envolvidos na investigação foram ao TCU pedir que o tribunal evitas-se que os acordos fossem fechados. A alegação é de que o Ministério Público tem acesso a informações sigilosas do caso e os acordos não seriam benéficos para o avanço das investigações.

Dipp defende que a legisla-ção não seja discutida com base apenas na Lava Jato. Tanto a Lei

Anticorrupção quanto o decreto as-sinado por Dilma na última sema-na estabelecem que a competência para firmar os acordos, no âmbito da União, é da Controladoria-Geral da União (CGU). Apesar de não de-fender a participação de outras ins-tituições, Dipp avalia que o decre-to traz a CGU com “protagonismo exagerado” nesse processo.

O ex-ministro do STJ aponta ainda que o acordo de leniência traz para as empresas “muito mais problemas do que vantagens”. Ele menciona que um acordo com o Poder Público no âmbito adminis-trativo não exclui ação penal se o ato configurar crime, tampouco exime a ação administrativa fiscal - por parte da Receita Federal. “Em tese, a empresa, quando se ofere-ce, está colocando atos que talvez a administração não tenha sequer conhecimento, sem saber se esse acordo será celebrado”, diz.

O presidente da Associação Nacional dos Procuradores da Repú-blica (ANPR), Alexandre Camanho, questionou o fato de não haver pre-visão para participação do Ministério Público. “Como esses acordos de le-niência são firmados por autoridades executivas à inteira revelia de instân-cias que possam avalizar isso? Não deixa de ser curioso que quem mais tem externado preocupação em re-lação à autonomia do Executivo são as próprias empresas, por medo de, sejamos claros, achaque”, disse o procurador.

Para ele, as instituições têm de trabalhar de “forma cooperativa” para não prejudicar o andamento das investigações.

E s t a d o s & M u n i c í p i o s 11

P o l í t i c a

Após os protestos contra o go-verno em várias cidades do país, a presidenta Dilma Rousseff se emocionou ao falar do assunto durante cerimônia de sanção do novo texto do Código de Processo Civil, no Palácio do Planalto. Com a voz embargada, a presidenta, presa política durante a ditadura militar, disse que “valeu a pena” lutar por liberdade e democracia.

“Quando eu vi centenas e milhares de cidadãos se manifes-tando, não pude deixar de pensar que valeu a pena lutar pela liber-dade, valeu a pena lutar pela de-

mocracia. Este país está mais forte que nunca”, declarou.

Segundo a presidenta, o for-talecimento das instituições de-mocráticas no Brasil torna o país cada vez mais impermeável ao golpismo e ao retrocesso: “Um país amparado na separação, independência e harmonia dos poderes, na democracia repre-sentativa, na livre manifestação popular nas ruas e nas urnas se torna cada vez mais impermeável ao preconceito, à intolerância, à violência, ao golpismo e ao retro-cesso”, afirmou.

Diálogo

Dilma Rousseff reiterou que “nas democracias, nós respei-tamos as urnas, respeitamos as ruas” e que governo sempre irá “dialogar” com as manifestações das ruas.

Valeu a pena lutar pela democracia

“É assim a nação que to-dos nós queremos fortalecer. Eu tenho certeza de que o que nós queremos é um lugar em que to-dos possam exercer os seus direi-tos pacificamente, sem ameaça às liberdades civis e políticas”, acrescentou..

A presidenta enfatizou que o governo tem de ser “humilde” e tem obrigação de abrir o diálogo com todos os setores, mas man-ter, ao mesmo tempo, uma postu-ra firme. Estamos dispostos a dia-logar com quem quer que seja. Eu vou escutar com humildade, mas vamos ser firmes. Você dia-loga, mas não abre mão daquilo que acredita”, declarou.

Indagada sobre declaração do presidente da Câmara, depu-tado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de que a corrupção está no Exe-cutivo, não no Legislativo, Dilma Rousseff afirmou que a corrupção “é uma senhora idosa no Brasil” e não há segmento “acima de qual-quer suspeita”.

“Acho que essa discussão não leva a nada. A corrupção não nasceu hoje. Ela é uma se-nhora bastante idosa neste país e não poupa ninguém. Ela pode estar em qualquer área, inclusi-ve no setor privado”, concluiu a presidenta.

E s t a d o s & M u n i c í p i o s

Diálogo

Dilma Rousseff reiterou que “nas democracias, nós respei-tamos as urnas, respeitamos as ruas” e que governo sempre irá “dialogar” com as manifestações das ruas.

mas vamos ser firmes. Você dia-loga, mas não abre mão daquilo que acredita”, declarou.

Indagada sobre declaração do presidente da Câmara, depu-tado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de que a corrupção está no Exe-cutivo, não no Legislativo, Dilma Rousseff afirmou que a corrupção “é uma senhora idosa no Brasil” e não há segmento “acima de qual-quer suspeita”.

“Acho que essa discussão não leva a nada. A corrupção não nasceu hoje. Ela é uma se-nhora bastante idosa neste país e não poupa ninguém. Ela pode estar em qualquer área, inclusi-ve no setor privado”, concluiu a presidenta.

12 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

P o l í t i c a

O presidente da Comissão Especial da Reforma Política, de-putado Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu a eleição de deputados federais pelo sistema majoritário, o chamado “distritão”, em que cada estado é transformado em um distrito e os candidatos mais vota-dos estão automaticamente eleitos.

“Apesar de ser do DEM, con-cordo com a ideia defendida pelo PMDB, de que o ‘distritão’ é um passo à frente”, disse Maia, du-rante seminário promovido pela comissão especial para debater a reforma política com parlamenta-res, especialistas, autoridades e a população.

Segundo o presidente da Câ-mara dos Deputados, Eduardo Cunha, a meta é votar a reforma política até o fim de maio. “Todos

querem discutir, mas ninguém quer votar, porque sempre há al-guém discordando de um pon-to ou outro da proposta”, disse Cunha, destacando sua decisão de trazer a proposta para o Plená-rio com ou sem o parecer da co-missão especial criada para anali-sar o tema, em 40 sessões.

“Tenho a convicção de que o presidente da comissão espe-cial, deputado Rodrigo Maia, e o relator, deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), vão conseguir votar um texto. Mas, mesmo que isso não ocorra, nós vamos levar para o Plenário e faremos uma semana inteira de votações, até que apro-vemos uma reforma política”, afirmou Cunha.

Momento propício

O relator da reforma políti-ca citou pesquisas recentes sobre

Eleição majoritária para deputada ganha força

a satisfação da população com o Congresso Nacional para reforçar ainda mais a necessidade de mu-danças no atual sistema político.

“Chegamos a uma situação de tamanha separação, de di-vórcio, de distanciamento com o que pensa a sociedade brasileira, que não há outro caminho senão mudar”, disse Marcelo Castro.

O vice-presidente da Repú-blica, Michel Temer, concor-dou que este é o momento pro-pício para se fazer mudanças no sistema político-eleitoral. “Esse tema nunca esteve tão evidente mesmo após as eleições, como ocorre agora”, disse Temer. Ele reforçou a posição do partido em defesa do voto majoritário para deputado federal.

E s t a d o s & M u n i c í p i o s 13

P o l í t i c a

Senado defende independência do Banco Central

“Hoje a gente tem que vencer essa etapa para já criar as bases para a retomada do crescimento e do emprego

O presidente do Senado, Renan Calheiros, e o ministro da Fazenda,

Joaquim Levy, conversaram sobre a instituição da independência do Banco Central. O assunto, que vinha sendo negociado informal-mente, entrará oficialmente na pauta de discussão entre Execu-tivo e Legislativo.

Levy entende que a discus-são é importante e Renan ante-cipou que o assunto será apro-fundado no Senado. Segundo o senador Romero Jucá (PMDB--RR), a medida levantada pelo presidente do Senado será alvo de debate e entrará na mesa de discussão com o governo.

Para Jucá, a independência do Banco Central é um passo importante para assegurar a esta-bilidade econômica do país. “Se

queremos políticas monetária e fiscal eficazes, instrumentos que façam efetivamente o controle monetário e façam com que o país tenha estabilidade, um dos caminhos é o mandato da direção do BC não coincidente com o de presidente da República. Estamos fazendo a discussão fora do am-biente político eleitoral, portanto

sem as contaminações que ocor-reram durante a campanha”, res-saltou o senador.

Crescimento econômico

A conversa entre os senado-res e o ministro também abordou a questão da retomada do cres-cimento econômico no contexto do ajuste fiscal. Renan disse que há preocupações em relação aos rumos do processo de correção econômica. “Estamos preocupa-dos com a qualidade do ajuste. Não é apenas com o quanto ele significará, mas como será”, afir-mou Renan Calheiros.

Joaquim Levy ponderou que o ajuste fiscal é um passo que pre-cisa ser tomado, mas que a equipe econômica também está focada em promover a recuperação do país em um segundo momento.

“Hoje a gente tem que ven-cer essa etapa para já criar as bases para a retomada do cresci-mento e do emprego. Eu acho que há cada vez mais convergência nesse entendimento”, enfatizou.

Jucá cobrou a retomada com “seriedade e rapidez”. Para ele, o país precisa de um plano de “animação econômica” que contemple o crescimento, o in-centivo, a segurança jurídica, a confiança no governo e a previ-sibilidade da economia.

14 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

N a c i o n a l

Estados e municípios têm até o dia 24 de junho para aprovar leis que criam pla-

nos estaduais de educação (PEE) e municipais (PME), com diretrizes e metas a serem alcançadas até 2024. A determinação está na Lei 13.005, de 25 de junho de 2014, que criou o Plano Nacional de Educação (PNE), com vigência de 2014 a 2024.

“É preciso acelerar o traba-lho”, afirma Binho Marques, ti-tular da Secretaria de Articulação com os Sistemas de Ensino (Sase) do MEC, que coordena essa ação em âmbito nacional.

O motivo é que, de julho em diante, as relações de estados e municípios com o Ministério da Educação terão como instrumento

os planos de cada unidade. “Os planos de educação são funda-mentais para ter acesso ao PAR (Plano de Ações Articulado)”, lembra o secretário.

Radiografia

O mapa dos estados em 31 de janeiro mostra o andamento dos planos: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e o Maranhão são as unidades da Federação com planos constituídos por lei; o Dis-trito Federal e o Rio Grande do Sul já enviaram projetos de lei para apreciação dos legislativos; Rondônia e Roraima concluíram os projetos; Acre, Rio de Janeiro e Santa Catarina fecharam o docu-mento-base, enquanto São Paulo e Tocantins fizeram o diagnóstico.

Os outros 15 estados ain-da estão no processo preliminar, apenas constituíram comissões de coordenação com atividades em

De olho nos Planos de Educação

diferentes etapas. Para acelerar o desenvolvimento e atender a data estipulada, a Sase elaborou um calendário que compreende uma reunião mensal com os co-ordenadores estaduais para tirar dúvidas e auxiliar no processo.

Entre os municípios, a se-cretaria identificou oito tipos de situação quanto à evolução dos planos: 37 municípios cumpri-ram todas as fases e as leis foram sancionadas; 35 já aprovaram leis; 37 enviaram o projeto de lei à câmara de vereadores; 37 elaboraram o projeto de lei; 95 realizaram consultas públicas; 247 fizeram o documento-base; 689 concluíram o diagnóstico; e 2.843 constituíram comissão co-ordenadora. Um grupo de 1.441 cidades ainda não iniciou o tra-balho de adequação ou elabo-ração do PME e 109 municípios não prestaram informações ao Portal do PNE.

E s t a d o s & M u n i c í p i o s 15

N a c i o n a l

A quantidade de água libera-da pelos reservatórios de Sobradi-nho e Xingó, no Rio São Francis-co, será reduzida dos atuais 1.100 metros cúbicos por segundo (m³/s) para 1.000 m³/s.

O novo patamar da vazão mínima foi aprovado pelo Grupo de Acompanhamento do São Fran-cisco, formado por representantes de instituições como a Agência Nacional de Águas (ANA), o Ope-rador Nacional do Sistema Elé-trico (ONS), a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) e a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

A mudança ainda deverá passar pela avaliação da diretoria colegiada da ANA e, caso aprova-da, valerá a partir da publicação de resolução no Diário Oficial da União. De acordo com a agência, os 1.000 m³/s só serão adotados nos períodos em que a demanda de energia for menor, para pre-servar mais água no reservatório. No ano passado, a vazão mínima havia sido reduzida de 1.300 m³/s para 1.100 m³/s.

A nova vazão mínima valerá da meia-noite às 7h, de segunda a sábado, e durante todo o dia aos domingos e feriados. A medi-da considera os baixos níveis de chuva e de vazão na Bacia do São

Grupo aprova redução da vazão do Velho Chico

Francisco, combinados com os baixos níveis de água armazena-da nos reservatórios.

Criticas

Presente à reunião, o pre-sidente do Comitê da Bacia Hi-drográfica do São Francisco, Ani-valdo Miranda, criticou a falta de um padrão nos pedidos do setor elétrico, bem como a visão do segmento, que só vê o rio como gerador de energia elétrica.

Ele solicitou acesso ao rela-tório detalhado elaborado pelo Ibama e que serviu de base para conceder a autorização que re-duz a vazão do rio.

Segundo a Agência Nacio-nal der Águas, a proposta do novo patamar de vazão mínima que será avaliada pelo ór-gão regulador visa garantir a produ-ção de energia do Sistema Nordeste e atender ao uso múltiplo dos re-cursos hídricos por causa do menor volume de chuvas na Bacia do São Francisco nos últi-mos anos.

16 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

N a c i o n a l

O Congresso Nacional man-teve o veto à dispensa de licencia-mento de colheitadeiras, tratores e outros maquinários agrícolas, com 215 votos contrários e 168 a favor na Câmara dos Deputados. Como eram necessários pelos me-nos 257 votos contra para a derru-bada, o veto nem foi submetido à apreciação do Senado.

O projeto derivado da MP 656/2014 previa a extinção do licenciamento para as máquinas agrícolas, sendo exigido apenas o registro em cadastro da repartição de trânsito para aqueles fabricados ou importados a partir de 1º de ja-neiro de 2015. O governo ficou de apresentar outra proposta sobre o tema para garantir a simplificação de exigências legais e segurança no tráfego.

O líder do governo na Câ-mara, deputado José Guima-rães (PT-CE), informou que há um acordo entre líderes no Congresso

e representantes dos produtores agropecuários no sentido de apre-sentar um texto ao governo. Com base nessa sugestão, o governo vai editar uma medida provisória (MP) sobre o assunto para atender às demandas do setor.

Os parlamentares acreditam na possibilidade de acordo entre o governo e a Frente Parlamentar em Defesa da Agropecuária. “É um absurdo o governo exigir placa de trator. Mas o setor acredita que é possível um acordo sobre o assunto com o governo”, afirmou o deputa-do Mendonça Filho (DEM-PE).

Redução de IPI

O Congresso também man-teve o veto à possibilidade de indústrias deixarem de apurar o crédito presumido do IPI, com compensação em contribuições sociais. Conforme argumentos do governo, o benefício reduz em até

Licenciamento obrigatório de máquinas agrícolas

R$ 30 bilhões recursos partilha-dos com estados e municípios.

O senador José Pimen-tel (PT-CE), líder do governo no Congresso, lembrou que 24,5% das arrecadações de IPI vão para o Fundo de Participação dos Mu-nicípios (FPM) e 22,5% para o Fundo de Participação dos Esta-dos (FPE), abastecendo ainda os Fundos Constitucionais do Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

A manutenção do benefício foi defendida principalmente por parlamentares do Nordeste, os quais argumentaram que indústrias automobilísticas seriam prejudica-das com o fim da renúncia fiscal.

E s t a d o s & M u n i c í p i o s 17

N a c i o n a l

Enquanto o cidadão sente no bolso as consequências dos ajustes fiscais impostos pelo governo na tentativa de solucionar o mau de-sempenho da economia brasileira, a sonegação de impostos no Brasil, desde o início do ano até agora, já atinge a cifra de R$ 98 bilhões.

O montante registrado pelo Sonegômetro, painel que contabi-liza o valor em impostos sonega-dos no país, já é quase cinco vezes maior que a arrecadação de aproxi-madamente 20 bilhões pretendida pelo Ministério da Fazenda com os reajustes das tarifas públicas.

Somente de janeiro a dezem-bro de 2014, foram sonegados R$ 501,9 bilhões, cifra que supera os valores arrecadados com volta da Cide, o aumento do PIS/Cofins, do IOF (Imposto Sobre Operações Fi-nanceiras) e demais altas das tari-fas públicas

Para Heráclio Camargo, pre-sidente do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (SINPROFAZ), entidade responsá-vel pelo estudo do Sonegômetro, a sonegação de impostos é crescen-te e com valores tão astronômicos que poderiam livrar o consumidor de pagar a conta deste arrocho.

Bilhões de reais

A recuperação de recursos sonegados e que poderiam ser

revertidos no investimento em políticas públicas depende dire-tamente da atuação da Procura-doria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), autarquia que atua na co-brança da Dívida Ativa da União (DAU) promovendo cobrança ex-trajudicial dos créditos por meio das execuções fiscais.

Mesmo carente de pro-curadores (atualmente há 328 cargos vagos) e de carreira de apoio, no ano passado a atu-ação da PGFN evitou a perda de mais de R$500 bilhões. “Se houver um investimento maior do governo na carreira respon-sável pela arrecadação da Dí-

Sonegação em 2015 chega a R$ 98 bilhões

vida Ativa da União, a procu-radoria poderia ser uma fonte de arrecadação para o país muito maior do que já é”, res-salta Heráclio Camargo.

Os números mostram que investir na fiscalização e na co-brança dos sonegadores gera muito mais recursos para o go-verno e para o Estado brasileiro. “A Procuradoria precisa de uma melhor estruturação para ir atrás dos grandes sonegadores. Os procuradores têm milhares de execuções fiscais, são valores bi-lionários, mas não temos sequer um servidor de apoio por procu-rador”, lamenta o presidente.

18 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

B r a s í l i a - D F

A liderança da presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal, Ce-

lina Leão (PDT), foi fundamen-tal para a aprovação do projeto de lei que institui o Programa de Incentivo à Regularização Fis-cal (Refis/DF). Após longo deba-te em plenário, o texto enviado pelo Executivo foi aprovado com emendas pelos 23 deputados pre-sentes à sessão.

Ciente da falta de consenso para a votação, Celina Leão ape-lou para que os colegas aprovas-sem o projeto, que ela definiu como uma ideia criativa para au-mentar a arrecadação sem pesar no bolso da população, e criticou uma possível disputa política em

torno da votação da proposta. “Não se deve fazer disputa políti-ca em projetos que vão beneficiar a população”, ressaltou.

O principal ponto de discus-são foi a possibilidade de adesão de sonegadores ao Refis. “A me-dida pode ser legal, mas é imoral criar benefícios para quem não quer pagar impostos”, defendeu o deputado Dr. Michel (PP). A res-posta da presidente da Casa foi imediata: “O DF registra 100 mil sonegadores, e não acredito que sejam todos bandidos, muitos são pessoas simples que tiveram difi-culdades para ficar em dia com seus tributos”

Seu posicionamento surtiu efeito e originou uma solução conciliatória. De acordo com emenda aprovada, o programa dará tratamento diferenciado para inadimplentes e sonegadores: o primeiro poderá parcelar o paga-mento dos débitos tributários em até 120 vezes; e o segundo, em até 24 parcelas. Além disso, as reduções serão diferentes para os contribuintes inadimplentes e os sonegadores.

A perspectiva de arrecada-ção com o programa é de R$ 109 milhões em 2015. Além do re-forço de caixa para o governo, o projeto pode ajudar a regularizar a situação de cerca de 350 mil processos inscritos no Judiciário.

Refis/DF é aprovado após amplo debate

Transparência

Na mesma sessão, os de-putados também aprovaram o projeto de lei que altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), com duas emendas que vão ga-rantir maior transparecia nas con-tas públicas.

Uma obriga o governo do Distrito Federal a permitir o aces-so ao Sistema Informatizado de Gestão Governamental (SIGGO) aos membros do Ministério Pú-blico do DF e Territórios, e a outra obriga a Comissão de Economia, Orçamento e Finanças da Câma-ra a publicar mensalmente o per-centual de execução obrigatório das emendas parlamentares.

E s t a d o s & M u n i c í p i o s 19

O governo de Rondônia ga-nhou uma importante ferramen-ta para otimizar o investimento público em setores estratégicos, como infraestrutura, logística e meio ambiente: a Base Cartográ-fica Digital da Hidrografia do Estado. Produzido em parceria com o Exército Brasileiro, o banco de dados digita-lizado reúne informações precisas, que per-m i t i r ã o planejar me-lhor os investi-mentos em diversas áreas.

O sistema de cartogra-fia é alimentado por 470 ima-gens captadas pelo satélite orbital RapidEye e informações comple-mentares levantados em campo por servidores da Sedam e milita-res do exército. Depois de compi-lados, os dados finais oferecerão uma visão detalhada das poten-cialidades do estado na hidrogra-fia, vegetação e sistema de trans-portes capazes de aperfeiçoar a execução das políticas públicas

“Trata-se de uma ferramenta fundamental para o gestor público planejar as ações e que só agora começa a ser utilizada no Brasil”, afirma o coronel Carlos Cezar São

Rondônia ganha Base Cartográfica Digital

Braz, chefe da 5ª Divisão de Le-vantamento do Exército, ressaltan-

do que este mapeamento trará inúmeros benefícios para o

governo de Rondônia e para o país.

Informações

O secretário estadual do Meio Ambiente, tenente coronel PM Vilson Sales, espera que a sociedade colabore com os servi-

dores e militares que visitarão algumas propriedades

para coletar da-dos destinados ao sistema. Ele esclareceu que não se trata de uma atividade

fiscalizatória, mas de busca de informações que alimentarão o banco de dados.

Para o secretário Evan-dro Padovani, da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Re-guralização Fundiária, a coleta de dados é importantes para o licenciamento das áreas rurais e para a conclusão do segundo zoneamento socioeconômico do estado.

As cartas planimétricas e as ortoimagens da Base Cartográfica Digital também auxiliarão o esta-do de Rondônia na adequação ao Cadastro Ambiental Rural (CAR).

E s t a d o s

20 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

E s t a d o s

O ministro das Cidades, Gilberto Kassab, rei-terou que a melhoria

da mobilidade urbana é uma das prioridades da ação ministerial na capital de Santa Catarina. “A mo-bilidade é um dos principais pro-blemas da grande Florianópolis e estamos conversando com o go-vernador Colombo para que pos-samos, além de avançar nas obras definidas, em especial os BRTs, encontrar outros projetos que po-derão ser colocados em futuros PACs”, explicou Kassab.

Em mais uma rodada de reuniões para avaliar o andamen-to dos projetos conjuntos entre o governo federal e os estados e mu-nicípios, o ministro se encontrou com o governador de Santa Ca-

ta r ina , R a i -m u n -do Co-l o m b o , e com o prefeito da capital catari-nense, Cesar Souza Júnior. .

Durante o encontro, Gil-berto Kassab considerou que será “inevitável que saia mais uma li-gação com o continente, diante da movimentação e dos transtor-nos para a comunidade”. Ele ex-plicou que a forma como a liga-ção será feita vai ser definida com estudos aprofundados, realizados pelo estado e encaminhados ao Ministério das Cidades.

Mobilidade urbana é prioridade em Floripa

Saneamento

O ministro das Cidades fa-lou ainda que outra prioridade do Ministério em relação à Santa Catarina é o saneamento básico. Ele informou que já houve uma reunião preliminar com a equipe do governador Colombo e que a meta é aumentar de forma signi-ficativa os índices de saneamento

no estado, em especial os de esgotamento sanitário.

“Será um conjunto de intervenções que será apresentado”, afirmou.

No Estado de Santa Catarina, o Ministério das

Cidades já inves-tiu mais de R$ 15,4

bilhões nas áreas de saneamento, habitação,

mobilidade urbana e infraestru-tura. Na capital, Florianópolis, o investimento foi de aproximada-mente R$ 1,2 bilhão.

“Estamos avaliando o an-damento das obras e verificamos que quase todos os obstáculos ao prosseguimento dos investimen-tos já foram resolvidos. Agora, com o orçamento da União apro-vado, vamos iniciar a programa-ção de novos projetos”, adiantou o ministro.

E s t a d o s & M u n i c í p i o s 21

E s t a d o s

Os primeiros cinco trens do VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos) ca-rioca estão em produção na França e deverão chegar ao país em mea-dos deste ano e os 27 restantes se-rão produzidos no Brasil, mediante transferência de tecnologia. O novo transporte ligará o Centro à região portuária em aproximadamente 28 quilômetros, com 32 paradas.

O sistema vai fortalecer o con-ceito de transporte público integra-do, ao conectar metrô, trens, barcas, teleférico, BRTs, ônibus convencio-nais e o Aeroporto Santos Dumont. Quando estiver em circulação, a previsão é que sejam transportadas 300 mil pessoas por dia.

Segundo o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), o siste-ma permitirá que carros sejam re-tirados do centro e marcará uma evolução que a cidade aguarda há muito tempo.

Conclusão em 2016

De acordo com o projeto, a distância média entre os pontos será de 300 metros e cada com-posição tem capacidade para até 420 passageiros. Os trens têm am-biente climatizado, sistema de al-to-falante e de câmeras de vigilân-cia, acessibilidade a portadores de deficiência e por serem elétricos, não poluem o ambiente. O tempo máximo de espera entre um trem e outro vai variar de 2,5 a 10 minu-tos, de acordo com a linha.

Cada VLT é equipado com oito portas por lateral e o sistema de pagamento será por validação voluntária, inédito no país. A inte-gração via Bilhete Único Carioca também está prevista. O controle de passageiros e a diferença na validação serão aferidos por siste-mas eletrônicos de contagem.

VLT carioca começa a se tornar realidade

As obras do VLT começaram com as intervenções do Porto Maravilha nas vias já urbaniza-das, com a preparação da calha para os trilhos em diversas ruas e trechos da Via Binário do Porto, incluindo o Túnel da Saúde, to-dos na zona portuária. A avenidas Rio Branco e Rodrigues Alves, no centro, passam atualmente por interdições para implantação do sistema. A conclusão das obras está prevista para 2016

E s t a d o s & M u n i c í p i o s 21

ma permitirá que carros sejam re-tirados do centro e marcará uma evolução que a cidade aguarda há muito tempo.

também está prevista. O controle de passageiros e a diferença na validação serão aferidos por siste-mas eletrônicos de contagem.

incluindo o Túnel da Saúde, to-dos na zona portuária. A avenidas Rio Branco e Rodrigues Alves, no centro, passam atualmente por interdições para implantação do sistema. A conclusão das obras está prevista para 2016

22 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

E s t a d o s

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB -RJ) ,reite-

rou que o debate sobre o pacto fede-rativo é urgente, pois muitos estados e municípios já não conseguem mais arcar com suas responsabilidades.

O alerta foi feito durante a 2ª edição do programa Câmara Iti-nerante, cujo objetivo é levar os parlamentares a várias cidades do País para debater temas de interes-se público e receber demandas da população. realizada na Assem-bleia Legislativa de São Paulo.

Cunha lembrou que decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) obrigou estados e municípios a quitarem todos os precatórios até 2020. “Nós sabemos que muitos entes não terão condições de fa-zer isso em cinco anos”, destacou.

O pacto federativo, segun-do ele, vem “sendo agredido to-dos os dias”. “Temos de definir as

responsabilidades de cada ente federado e as respectivas receitas para financiar essas obrigações”, defendeu Cunha.

Prioridade

Essa discussão, conforme o presidente da Câmara, precede

Cunha reafirma urgência do pacto federativo

até mesmo o debate sobre a re-forma tributária. “As mudanças no sistema tributário devem ser uma consequência da reformula-ção do pacto federativo e não a causa.”

O relator da comissão es-pecial do pacto federativo, de-putado Andre Moura (PSC-SE), concordou que não é possível pensar em uma reforma tribu-tária, sem discutir as respon-sabilidades de União, estados, Distrito Federal e municípios. “Não podemos falar de partilha de tributos, sem antes falar de direitos e deveres de todos os entes federados”, sustentou.

De acordo com Moura, após a Constituição de 1988, os estados, os municípios e o Distrito Federal assumiram res-ponsabilidades sem recursos suficientes. “A distribuição das receitas entre os entes é injus-ta. Temos de ter a preocupação de não afetar as receitas de ne-nhum deles”, comentou.

Eduardo Cunha reiterou que a reformulação do pacto fe-derativo não pode ser feita com a simples transferência de re-ceitas da União para estados e municípios. Na avaliação dele, é fundamental que se estabele-çam condições para que todos os entes tenham capacidade de financiar suas obrigações.

“Não podemos falar de partilha de tributos, sem antes falar de direitos e deveres de todos os entes federados”

E s t a d o s & M u n i c í p i o s 23

M u n i c í p i o s

Pesquisa realizada pela Con-federação Nacional dos Municí-pios (CNM) levantou a posição dos gestores municipais sobre os principais pontos relacionados à reforma política e constatou que a maioria é contrária à reeleição e a favor do mandato de seis anos e do voto obrigatório.

Em relação ao sistema de vo-tos, o preferido é o distrital. O fi-nanciamento de campanha eleito é o público, a candidatura avulsa foi rejeitada juntamente com o re-call. Para a maioria, os parlamen-tares precisam ter um limite de re-eleições e o suplente de senador deve ser votado e nominado. A maior parte pede a coincidência de mandatos e a alteração da data de posse dos eleitos.

Indagados sobre o tempo ideal de mandato para presidente da República, governadores e pre-feitos, 53,3% dos entrevistados apontam seis anos. Outros 37% indicam cinco anos e somente 9,7% querem quatro anos. Na his-tória brasileira, houve mandato de quatro anos durante a República Velha, cinco anos após a Era Var-

gas; e voltou aos quatro a partir de Fernando Henrique Cardoso.

Sobre o financiamento de campanha, 49,2% acham mais justo o financiamento público, feito pelo Fundo Partidário e dis-tribuído de acordo com o tama-nho de cada bancada na Câmara dos Deputados. Somente 14,1% preferem o privado, feito por em-presas, e 36,6% optam pelas duas formas, como é a regra atual - em-presas e pessoas podem fazer do-ações, com limites estabelecidos.

Sistema de voto

Outro tema abordado pela pesquisa é a maneira como de-vem ser eleitos os deputados fe-derais, estaduais e os vereadores. A CNM perguntou se o voto deve valorizar os partidos ou os candi-datos.

O voto distrital é preferência para 42,4% dos entrevistados. O sistema atual de voto proporcio-nal é escolha de 40,7%. O distri-tal misto tem 8,5% da preferência e outras formas de votação são opção de 4,8%. Apenas 3,5%

A reforma política na visão dos gestores municipais

indicaram a lista fechada como melhor opção.

Em relação à coincidência de mandatos, 83,5% optaram pela coincidência de mandato para possibilitar apenas uma elei-ção a cada quatro anos.

24 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

M u n i c í p i o s

Nos dois primeiros meses do ano, as cidades que utilizam o Diário Municipal disponibilizado pela Associação Goiana de Mu-nicípios (AGM) para a divulgação de publicações oficiais já econo-mizaram quase 1,4 milhão.

O Diário Municipal de Goi-ás possibilita mais modernidade e transparência para os municípios realizarem suas publicações. A ferramenta atende todas as exi-gências legais e as matérias são publicadas por servidores do mu-nicípio, dando mais agilidade e autonomia ao procedimento.

A adesão ao sistema é fácil e pode ser feita na AGM. Basta que os prefeitos assinem o termo de adesão e criem uma lei que estabeleça o uso do Diário e fa-çam a regulamentação por meio de decreto. O modelo de lei tam-bém está disponível na entidade.

A Associação oferece treinamento gratuito para o servidor indicado pela prefeitura para a realização das publicações.

Balanço

Em janeiro, os municípios goianos deixaram de gastar, jun-tos, R$ 742.111,05. A maior eco-nomia ocorreu em Ipameri, que

Cidades economizamcom Diário Municipal

economizou R$ 172.970,43 em 380 publicações. Em segundo lugar ficou o município de Mor-rinhos, com economia de R$ 157.424,75, com 338 publica-ções. A terceira maior economia foi de Campos Belos, com R$ 80.505,68 em 112 publicações.

No mês de fevereiro, foram publicadas 1.068 matérias e o total economizado chegou a R$ 587.324,87. A maior economia foi registrada no município de Morrinhos que deixou de gastar R$ 133.687,75, totalizando uma economia de quase R$ 300 mil com suas publicações no primei-ro bimestre de 2015.

Segundo o prefeito Rogé-rio Troncoso (PTB), a ferramen-ta é de grande importância para os municípios. “Economizamos muito ao utilizar o serviço. Nessa época de crise, qualquer econo-mia vem para somar”, ressaltou o prefeito de Morrinhos.

A segunda maior economia foi registrada no município de Ipo-rá, que economizou R$ 75.027,75 Em terceiro lugar, aparece o muni-cípio de Campos Belos, com eco-nomia de R$ 53.061,75.

Serviço é disponibilizado pela Associação Goiana de Municípios

E s t a d o s & M u n i c í p i o s 25

M u n i c í p i o s

O Plano Municipal de Se-gurança Pública e Cidadania de Jundaí está saindo do papel. Con-vocados pelo prefeito Pedro Bi-gardi (PCdoB), representantes de todas as forças de segurança, em-presários, especialistas e moradores se mobilizaram para acompanhar o inicio da estruturação das políticas de segurança no município.

“O plano não é do governo, mas sim da cidade. Ele passará por audiências públicas para am-pliar a participação da população, que entendemos ser essencial para elaborar estruturas e diretri-zes que atendam aos anseios de todos. Segurança não se faz sem integração”, ressaltou o prefeito.

Pedro Bigardi explicou que o plano definirá metas e desafios destinados à proteção e cuidado das pessoas, além de facilitar a captação de recursos dos gover-nos estadual e federal.

Integração Para o comandante da Guar-

da Municipal, José Roberto Ferraz, o plano é um marco na cidade. “Esperamos por isso há muito tem-po e essa integração é essencial, porque uma força não consegue resolver o problema da segurança pública”, afirmou. “É uma política de Estado que precisa ser tratada como um dever de todos.”

A presidente do Conselho Mu-nicipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), Cláudia Tofoli Honório, disse que Jundiaí precisa aproveitar esta porta que o plano abriu para os segmentos que representam a sociedade. “É um plano da sociedade de Jundiaí para a cidade de Jundiaí”.

O plano é constituído de 10 desafios e 35 metas, com eixo condutor voltado às forças de se-gurança, administração pública e sociedade. Dentre os desafios, o plano prevê a retirada dos jovens de grupos em situação de risco; redução da população em situa-ção de rua e das áreas de vulne-rabilidade social; prevenção da violência nas escolas; diminuição dos crimes contra a vida e contra o patrimônio e a integração dos diversos entes públicos.

Jundiaí lança Plano de Segurança

Além dos representantes de associações, conselhos e co-munidades de Jundiaí, também participaram da solenidade as autoridades de segurança de Americana, Campo Limpo Pau-lista, Várzea Paulista, Piracicaba, Campinas, Jarinu, Louveira, Paulí-nia, Cabreúva e de São Paulo.

26 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

M u n i c í p i o s

A municipalização do trânsi-to ainda está longe de se tornar re-alidade em grande parte das cida-des brasileiras. Apesar de ser uma obrigação, até o momento apenas 22% dos 5.568 municípios brasi-leiros adotaram a medida.

Mas, segundo dados do De-partamento Nacional de Trânsito (Denatran), os que atendem a lei da municipalização do trânsito detém 83% da frota total do país, com 68,5 milhões de veículos.

Dos municípios de pequeno porte, com 20 a 50 mil habitan-tes, 874 municipalizaram o setor e 4.053 não o fizeram. Entre os de médio porte, com 50 a 500 mil habitantes, 500 atendem à regra e 99 (ou 16,5%) não. No quadro dos de grande porte, com mais de 500 mil habitantes, 39 (a totalida-de) gerenciam o trânsito das vias sob a jurisdição conforme deter-mina a legislação.

Segundo o Departamen-to Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), as vias muni-cipais representam 78,8% da ma-lha viária brasileira. Mais de 90% dessa malha não são pavimenta-das. Portanto, os municípios de pequeno porte que não geren-ciam o trânsito podem representar aproximadamente 55% da malha viária do País.

Código de Trânsito

Estar integrado ao Sistema Nacional de Trânsito é obri-gação prevista no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), desde 1997. O artigo 33 da Constitui-ção Federal e o CTB dizem que os governos municipais devem tomar para si as responsabilida-des legais, financeiras, adminis-trativas e técnicas relacionadas ao trânsito.

Problemas atrasam a municipalização do trânsito

As obrigações financeiras consistem na arrecadação de multas e a aplicação delas. As administrativas envolvem pro-cedimentos para integração ao SNT e criação dos órgãos de gestão do trânsito.. As obriga-ções técnicas estão ligadas à formação do quadro de técnicos e da implementação de instru-mentos voltados à melhoria dos espaços de deslocamentos.

Além do trânsito, tramitam no Congresso Nacional vários projetos que preveem o aumento da responsabilidade dos municí-pios sobre a segurança pública. O tema vem encontrando resistên-cia entre os gestores municipais, uma vez que os pequenos não têm a menor condição de arcar com despesas relativas a treina-mento e armamento de agentes de segurança para a realização do policiamento ostensivo.

E s t a d o s & M u n i c í p i o s 27

M u n i c í p i o s

Segunda maior cidade de Rondônia, com cerca de 130 mil habitantes, Ji-Paraná vem se des-tacando na captação de novos empreendimentos. Reunidos na sede do executivo municipal, o prefeito Jesualdo Pires (PSB) e o coordenador executivo do Conse-lho de Desenvolvimento do Esta-do de Rondônia (Conder), Rubens Nascimento, discutiram ações ca-pazes de alavancar ainda mais os negócios e o desenvolvimento da cidade.

Rubens Nascimento enalte-ceu a política adotada pela prefei-tura de atrair empresas de outros estados para investir na cidade e elogiou a iniciativa da implan-tação do distrito empresarial. “Rondônia é um estado bastante promissor e a cidade de Ji-Paraná tem se destacado com vários em-preendimentos interessados em se

instalar no município”, ressaltou.O Conder é um organismo

estadual fundamental para a atra-ção e desenvolvimento de negó-cios no estado de Rondônia. En-tre suas atribuições está a analise para os incentivos fiscais às em-presas e indústrias que pretendem se instalar em Rondônia.

Investimentos

Segundo o prefeito, Ji-Paraná passa por um bom momento de desenvolvimento econômico: “Es-tamos cumprindo nosso papel de indutor de novos negócios e faci-litando a vinda de quem deseja empreender na cidade”.

Jesualdo Pires cita alguns empreendimentos que já estão sendo implantados no município, como o centro e distribuição da Pemaza, a expansão da Mirandex,

Ji-Paraná vive bom momento econômico

o shopping do Grupo R4Malls e as diversas franquias que estão se instalando na cidade.

“Ji-Paraná é a cidade do in-terior com o maior percentual de investimento privado financiado pelo Banco da Amazônia”, in-forma o prefeito, ressaltando que para este ano o banco ja disponi-bilizou mais de R$ 130 milhões para investimentos em vários se-tores da economia muncipal.

Município tem se destacado na atração de empreendimentos privados

RENATO RIELLA [email protected]

28 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

DEPOIS DE EIKE, PORSCHE DECAI

P e s s o a s que compraram carros Porsche recen temente estão revoltadas. Elas chegam nos lugares muito chiques e os me-nos ricos dizem:

“Vejam o carro do juiz! Posso dar uma olhada?”Depois dos episódios ligados ao empresário fracassado Eike

Batista, a Porsche é uma marca que está desabando no mercado brasileiro. Daqui a pouco entra em liquidação.

PILOTOS AGORA SOB DESCONFIANÇA

Estudo da Fundação de Segurança do Voo mostra que pelo menos 13 casos de aci-dentes fatais provocados por pilotos já ocorre-ram no mundo nos últimos tempos.

No Brasil, o experiente jornalista Jor-ge Rosa suspeita da tragédia com o avião da VASP, em 8 de junho de 1982 (Voo VASP 168). O Boeing 727-200 se chocou contra a Serra da Aratanha, no Ceará, matando todos os seus 137 ocupantes. Entre os mortos estava o empresário cearense Edson Queiroz.

BRASIL PODE TER PIB NEGATIVO

Com relação ao Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos por um país), a projeção dos analistas do mercado financeiro, consultados semanalmente pelo Ban-co Central, é que a economia terá retração de 1% ao final deste ano.

Já para a produção industrial, a queda projetada ao fim deste ano permanece em 2,19% A expectativa para fechamento da Selic permanece em 13% ao ano.

EPA! INFLAÇÃO ACIMA DE 8%?

Os especialistas do mercado financeiro prevêem elevação da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Para eles, o índice fe-chará o ano com alta de 8,12%. Boa parte da alta da inflação está vinculada aos preços administrados, regulados pelo governo, como o da gasolina e o da energia.

Esses preços poderão ter alta de 12,6%.

QUE PAÍS É ESTE? SERIA A FORMA CERTA

Não muda nada na nossa vida, mas existe uma diferença entre “este” e “esse”. Teoricamente, quando Renato Russo cantou “Que país é esse?”, errou. O Brasil, sendo o país dele, obrigaria ao uso do “este”. É a diferença entre os dois termos: este, proximidade; esse, distância. A última operação da Polícia Federal, no caso da Petrobras, chamou-se “Que País é Esse?” O certo seria “Que País é Este?”

E s t a d o s & M u n i c í p i o s 29

COMO SERÃO AS MANIFESTAÇÕES?

Dia 12 de abril talvez haja novas manifestações no Brasil, mas de princípio sabemos que Dilma Rousseff não cai. E não dá para acreditar que ela, guerrilheira de carteirinha, possa renunciar ao car-go de presidente da República só por causa dos protestos de rua.

As manifestações fazem parte do processo de explosão da socie-dade. Podem ser crescentes, pois a chamada “inteligência” do gover-no não deu resposta às questões apresentadas no 15 de março.

ORÇAMENTO DE 2015 COM MUITOS CORTES

Finalmente o Congresso Nacional aprovou o Orçamento Geral da União para 2015, mas a presi-dente Dilma Rousseff já informou que o governo fará um contingenciamento “significativo” nos recursos previstos. “É fundamental que tratemos do contin-genciamento, porque temos um objetivo, que é fazer 1,2% de superávit primário. Para fazer isso, conta-mos com as medidas que enviamos ao Congresso e também com um processo de redução dos nossos gastos”, explicou Dilma.

MINISTÉRIOS NA MIRA DO PMDBO PMDB, cada vez mais em linha de choque com o Palácio do Planalto, quer

aprovar legislação que limite obrigatoriamente o número de ministérios do Brasil em 20 (hoje são 39).

Esta emenda constitucional está sendo apelidada de Emenda Cid Gomes”, pois resulta do barraco armado por este ex-ministro da Educação na Câmara, quando disse que os deputados só querem ministérios para achacar mais o governo.

DILMA AVALIADA MAL EM PESQUISA

Dilma Rousseff provavelmente vai ficar no Pla-nalto até o fim do governo, com grande instabilidade, mas vê-se que o principal problema brasileiro é a per-manente crise política – não a crise econômica.

Recente pesquisa do Datafolha mostra que chega a 62% a população que indica como “ruim” e “péssimo” o governo Dilma. Nas manifestações de junho do ano passado, Dilma chegou a ter perto de apenas 30% de aceitação para o seu governo. Portanto, já está acostumada.

OAB PREOCUPADA COM ORTOGRAFIA

Escreve-se lava-jato ou lava jato? Hora extra ou hora-extra? O Acordo Ortográfico da Língua Por-tuguesa passa a ser obrigatório no ano que vem, mas, para a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), ainda deixa dúvidas na grafia de palavras como essas, que ainda não constam no dicionário da lín-gua portuguesa.

Para buscar maior clareza, a OAB decidiu conversar com re-presentantes do governo e da Aca-demia Brasileira de Letras (ABL) para propor mudanças nas regras do acordo.

30 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

S a ú d e

Chegou a vez de as meninas de 9 a 11 anos tomarem a vacina contra o Papiloma Vírus Humano (HPV), usada na prevenção do câncer do colo do útero. A expec-tativa do Ministério da Saúde é a de vacinar 4,94 milhões de meni-nas em 2015.

Junto com o grupo de adoles-centes de 11 a 13 anos vacinadas no ano passado, essa pode ser a primeira geração praticamente li-vre do risco de morrer do câncer do colo do útero. A meta é vaci-nar, em parceria com as secre-tarias estaduais e municipais da saúde, 80% do público-alvo.

A novidade para este ano é a inclusão de 33,5 mil mulheres de 9 a 26 anos que vivem com HIV. Mais suscetível a complicações decorrentes do HPV, esse públi-co tem probabilidade cinco vezes maior de desenvolver câncer no colo do útero do que a população em geral.

A inclusão do grupo como prioritário para a prevenção se-gue recomendação da Organi-zação Mundial da Saúde (OMS), do Comitê Técnico Assessor de Imunizações (CTAI) do Programa Nacional de Imunizações (PNI), em conformidade com o Depar-tamento de DST/AIDS e Hepatites Virais.

“A vacina é extremamente segura, uma proteção para a vida. Além de proteger a menina, os estudos mostram que a comuni-dade também fica protegida. Por isso, devemos alertar os pais e responsáveis sobre a importância da vacina”, reforçou o ministro da Saúde, Arthur Chioro, durante o lançamento da campanha, em Belo Horizonte.

Para ele, a parceria com as escolas é fundamental nesse esforço do Ministério da Saúde. “Precisamos contar com a colabo-ração dos pais e das escolas para

Vacina contra HPV para meninas de 9 a 11 anos

conseguir alcançar a nossa meta e começar a escrever uma outra história no nosso país de enfren-tamento a essa doença, que é o terceiro tipo de câncer que mais mata as mulheres no Brasil”, res-saltou.

Disponibilidade

A vacina está disponível des-de o início de março nas 36 mil salas de vacinação espalhadas pelo país. Para este ano, o Mi-

E s t a d o s & M u n i c í p i o s 31

S a ú d e

nistério da Saúde recomenda aos estados e municípios que façam parcerias com as escolas públicas e privadas, repetindo a estratégia adotada na primeira dose da vaci-na, quando 100% do público estima-do, de 4,95 milhões de meninas de 11 a 13, foi vacinado. Já a segunda dose, que teve como foco a adminis-tração apenas nos postos de saúde, alcançou 2,9 milhões de meninas, atingindo 58,7% do público-alvo.

“Com a introdução da va-cina, podemos reduzir drastica-

mente os casos de câncer do colo do útero e a taxa de mortalidade. Com isso, poderemos ter a primei-ra geração de mulheres livre da doença”, alertou o ministro.

Para isso é importante que as meninas completem o esque-ma vacinal, tomando as três doses da vacina, conforme o calendário preconizado pelo Ministério da Saúde

Para receber a dose, basta apresentar o cartão de vacinação e o documento de identificação.

Cada adolescente deverá tomar três doses para completar a pro-teção. A segunda deve ser toma-da seis meses depois, e a terceira, cinco anos após a primeira dose. A partir de 2016, serão vacinadas as meninas de 9 anos.

Reforço

As meninas de 11 a 13 anos que só tomaram a primeira dose no ano passado também podem aproveitar a oportunidade de se prevenir e procurar um posto de saúde ou falar com a coordena-ção da escola para dar prossegui-mento ao esquema vacinal. Isso também vale para as meninas que tomaram a primeira dose aos 13 anos e já completaram 14. É im-portante ressaltar que a proteção só é garantida com a aplicação das três doses.

Para as mulheres que vi-vem com HIV, o esquema vacinal também conta com três doses, mas com intervalos diferentes. A segunda e a terceira doses serão aplicadas dois e seis meses após a primeira. Nesse caso, elas precisa-rão apresentar a prescrição médica.

Desde março de 2014, o SUS oferece a vacina quadrivalen-te, que confere proteção contra quatro subtipos do vírus HPV (6, 11, 16 e 18), com 98% de eficá-cia em quem segue corretamente o esquema vacinal. Os subtipos 16 e 18 são responsáveis por cer-ca de 70% dos casos de câncer do colo do útero em todo mundo e os subtipos 6 e 11 por 90% das verrugas anogenitais

32 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

E d u c a ç ã o

O governo de Minas Ge-rais e a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial firmaram acordo de cooperação técnica para execução de ações de enfrentamento ao racismo e promoção da igualdade racial no âmbito educacional. Minas é o primeiro estado do país a firmar este acordo com a Seppir/PR.

Segundo a secretária estadual da Educação, Macaé Evaristo, ao assinar o Acordo de Cooperação, o estado assume um compromis-so de efetivação de uma política de promoção da igualdade racial. “Quando falamos em cultura e história afro-brasileira, estamos falando também de uma história que durante muito tempo foi ne-gada. Agora seu valor começa a ser resgatado”, afirmou.

Assinado pelo governador Fernando Pimentel e pela ministra Nilma Lino Gomes, o acordo vai promover uma mobilização para o cumprimento da Lei Federal que instituiu a obrigatoriedade do en-

sino da história da África e dos africanos no currículo do ensino fundamental e médio, bem como as diretrizes curriculares nacio-nais para a educação das relações etnicorraciais para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana.

Abrangência

O acordo vai contemplar todas as 3.667 escolas da rede estadual de ensino, o que cor-responde a 2,15 milhões de alu-

Parceria insere escola no combate ao racismo

nos, sendo 1.237.649 do ensino fundamental, 689.740 alunos do ensino médio e 225.730 da edu-cação de Jovens e Adultos.

O processo será feito em cin-co etapas. A principal estratégia para atingir os objetivos propos-tos nesta parceria é a realização de um diagnóstico da implemen-tação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-raciais e para o Ensino de História e Cultura afro-brasileira e africana no âmbito das escolas estaduais. É ele que vai identificar a forma como essa temática está sendo trabalhada na educação estadual mineira.

O processo será coordena-do pela Secretaria de Estado da Educação (SEE) e mobilizará os 135 mil professores do estado. O acordo não contempla repasse de recursos financeiros. mas o estimulo às ações para a superação do pre-conceito e valorização da história e da cultura dos africanos na formação da sociedade brasileira.

E s t a d o s & M u n i c í p i o s 33

E d u c a ç ã o

Aos poucos, o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rolemberg, está colocando

ordem na desastrosa administração herdada de seu antecessor e impon-do uma gestão que preza a qualida-de do sistema educacional.

Nos próximos dias, a popu-lação do DF vai ganhar nove cre-ches públicas, com berçários, salas confortáveis, parquinho, sala de vídeo e refeitório,para a alegria e a segurança da garota-da de até 5 anos. A expectativa é que elas sejam inauguradas até o aniversário de Brasília, em 21 de abril.

Serão inauguradas duas cre-ches em Sobradinho e outras duas em Samambaia. Plano Piloto,

Águas Claras, Santa Maria, Cei-lândia e Brazlândia terão mais uma unidade em cada região. “Esse é um direito das crianças e vamos atendê-lo aos poucos; o nosso objetivo é ampliar a capaci-dade de atendimento”, afirmou o governador.

Outros 24 estabelecimen-tos estão em obras e devem ser inaugurados até o fim do ano. Cada prédio custa em média R$ 2,8 milhões. Metade desse valor é financiado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, e o restante custe-ado pelo governo do DF. A verba para as construções está prevista no orçamento de 2015, mas ain-da precisa ser liberada.

Brasília, cidade educadoraEmoção

Acompanhado pelo se-cretário de educação, Julio Gregório, o governador visitou duas creches de Santa Maria e se emocionou com a qualida-de do serviço prestado à popu-lação: “Pude constatar que as crianças estão bem cuidadas, e que esse modelo de instituição proporciona conforto, higiene e equipamentos adequados para transformar a vida desses alunos por meio da educação”.

Atualmente, o DF conta com 87 creches públicas fre-quentadas por 15 mil alunos de até cinco anos. Todas elas receberam os recursos para o primeiro quadrimestre de 2015 — R$ 35 milhões. As dívidas re-ferentes ao ano passado, que so-mavam cerca de R$ 8 milhões, foram pagas em 21 de janeiro. Portanto, não há qualquer pen-dência financeira do governo do DF com as instituições man-tenedoras das unidades.

Serão repassados R$ 72 mil por mês em média para a manutenção das atividades em cada uma das nove creches. O montante de cerca de R$ 648 mil também está previsto no orçamento e foi liberado para ser transferido às instituições.

34 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

I n o v a ç ã o

Uma parte do caju, que nor-malmente era desper-diçada, virou uma fonte de renda para pequenos p r o d u t o -res do Rio Grande do Norte. A Co-operativa Central da Agricultura Familiar do Rio Grande do Norte (Coofarn) está inovando e comercializando produ-tos derivados de caju.

A principal inovação é a uti-lização da fibra extraída do pe-dúnculo como matéria prima para produtos derivados, como o ham-búrguer. Após beneficiamento, a polpa é temperada e, assim como acontece com a proteína de soja, serve para várias receitas, como recheio de pizzas, almôndegas e brusquetas, bem como bolos e doces.

De acordo com a diretora financeira da Cooafarn, Fátima Torres, além de saborosos, os de-rivados da fibra de caju são uma opção de alimentação natural para vegetarianos, por exemplo.

Os cajus utilizados são cul-tivados de forma agroecológica, sem o uso de agrotóxicos. Se-gundo ela, a fibra industrializada é mais saudável, por não sofrer

acréscimo de conservantes ou aditivos químicos. “Assim apro-veitamos o fruto em todas as suas etapas, geramos renda e dribla-mos as adversidades nesse perío-do de estiagem que assola a ca-jucultura potiguar há pelo menos três anos consecutivos”.

Além da polpa do caju, outro alvo das ações são as amêndoas. Isso porque parte das castanhas que não se adequam aos padrões do mercado internacional aca-bava não sendo completamen-te aproveitada. O grupo decidiu agregar valor à amêndoa de se-gunda linha e aos pedaços que quebram durante o beneficiamen-to, para produzir barras de cereal de castanha de caju.

Cooperativa inova com derivados do caju

A proposta é inserir esses produtos na merenda esco-

lar da rede de ensino de cidades da região.

Projeto Setorial

O aproveitamento do pedún-culo do caju foi incentivado pelo Sebrae através do Projeto Setorial da Cajucultura, já que tradicio-nalmente os produtores têm mais interesse na amêndoa, o segundo item no ranking das exportações potiguares.

Anualmente, o estado pro-duz cerca de 20 mil toneladas de castanha destinadas praticamente ao mercado internacional, mas a produção está em declínio devido à seca. A falta de chuvas prejudica os pomares e reduz a produção.

E s t a d o s & M u n i c í p i o s 35

A g r i c u l t u r a

Estudo realizado pela Escola Superior de Agri-cultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP avaliou o impacto potencial das variáveis climáticas no valor da produção agrícola dos principais estados produ-tores do País e constatou que a agricultura praticada no Centro-Oeste tem sido a menos vulnerável em relação às variações de temperatura.

Responsável pela pesquisa, a economista Ni-cole Rennó Castro explica que a análise foi reali-zada a partir de um modelo de efeitos fi-xos aplicado a um painel de dados com dez estados (Bahia, Espí-rito Santo, Minas Gerias, São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Mato Gros-so do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina) durante 23 anos (1990 a 2012).

“As mu-danças impac-tam a atividade econômica, e as atividades agro-pecuárias devem enfrentar tais efeitos de forma mais inten-sa, uma vez que o se-tor tem seu desempenho intrinsecamente dependente dos recursos naturais e das con-dições climáticas”, aponta Nicole.

Segundo a pesquisadora, a questão ga-nha relevância, uma vez que efeitos adversos sobre a agricultura, além de prejudicarem os produtores via quedas de produção e produtividade, afetam di-retamente os preços e a qualidade dos alimentos, o

Impacto da mudança climática no agronegócio

equilíbrio do mercado internacional de commodities e, também, a segurança alimentar global.

“Os resultados estão condicionados às diferen-ças na composição da produção agrícola a partir de diferentes lavouras, no nível de tecnologia empre-gado e demais estratégias de manejo, e em aspectos como o tamanho das propriedades e outros fatores”, acrescenta Nicole.

Menos vulnerável

Considerando a he-terogeneidade dos

cenários agrícolas brasileiros, a pes-

quisa apontou a região Centro--Oeste como a menos vul-nerável às variações na temperatura média.

D e acordo com

o trabalho, diversos fato-

res podem ser avaliados a fim

de se justificar este resultado, como o ex-

pressivo crescimento da re-gião como grande produtora e

exportadora; a predominância da soja no Valor Bruto de Produção e a elevação dos preços internacionais da soja, que possibilitou o aumento dos investimentos e o fortalecimento dos sistemas agrícolas da região.

36 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

I n f r a e s t r u t u r a

Primeira grande obra viária do Porto Maravilha, megaprojeto de revitalização da zona por-

tuária do Rio de Janeiro, o Túnel Rio 450 está em pleno funcionamento desde o aniversário de 450 anos da capital fluminense, em 1º de março.

A obra se estende por quase 1,5 quilômetro onde antes havia, na superfície, o Elevado da Peri-metral. O primeiro túnel subter-râneo da cidade, construído 40 metros abaixo do nível do mar no trecho mais profundo, o Rio 450 completa a Via Binário do Porto e opera em sentido único, do Cen-tro para o Viaduto do Gasômetro, com capacidade para um fluxo di-ário de 55 mil veículos.

O superintendente regional da CAIXA na zona norte do Rio de Janeiro, Tarcísio Luiz Dalvi, desta-cou a parceria que tirou o projeto

do papel. “É muito marcante po-dermos participar da entrega de uma obra de mobilidade urbana extremamente importante dentro do projeto de revitalização da zona portuária da cidade”, disse.

Conclusão em 2016

A participação da instituição é fundamental na consolidação do projeto de revitalização do Porto Maravilha, que inclui a reur-banização de uma área de cinco milhões de metros quadrados, 70 quilômetros de novas vias, recupe-ração de 700 quadros de redes de infraestrutura urbana (água, esgoto, iluminação, drenagem e telecomu-nicações), 17 km de ciclovias e 15 mil árvores plantadas.

Além de repassador de recur-sos e fiscalizador da conformidade, o

Porto Maravilha mudapaisagem carioca

banco administra o Fundo de Inves-timento Imobiliário Porto Maravilha (FII PM), do qual sairão os recursos para as obras de infraestrutura.

Esse fundo é constituído por 6,4 milhões de Certificados de Potencial Adicional de Constru-ção (Cepacs), um instrumento de captação de recursos para finan-ciar uma obra pública específica. Por meio das Cepacs, um investidor compra, do poder municipal, o di-reito de construir além dos limites normais em áreas que receberão ampliação da infraestrutura urbana.

O Porto Maravilha deve ser concluído até 2016. Entre suas metas está ampliar o número de moradores da região de 32 mil para 100 mil em 10 anos, expan-dir em cinco vezes a área verde local e em 50% a capacidade de tráfego de veículos.

E s t a d o s & M u n i c í p i o s 37

C i d a d a n i a

O auditório do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios foi palco do lançamen-to da Campanha Nacional Justiça pela Paz em Casa, idealizada pela ministra do Supremo Tribunal Fe-deral (STF) Cármem Lúcia. A campanha prevê ações concentra-das em todos os estados brasilei-ros: “Vamos punir quem deve ser punido e auxiliar quem precisa de auxílio, isso tudo da forma mais cé-lere possível”, garantiu a ministra.

O Nordeste é uma região prioritária na agenda de trabalho. Carmem Lucia e a ministra da se-cretaria de Políticas para as Mu-lheres da Presidência da Repúbli-ca, Eleonora Menicucci, visitarão os diversos estados da região para reforçar os objetivos da campanha.

“Durante todo este ano va-mos inaugurar entre 12 e 15 Ca-sas da Mulher Brasileira. Serão centros de referência especializa-dos em atender jurídica e social-mente todas aquelas que tiveram sofrido algum tipo de violência”, enfatizou Menicucci.

Protocolo

Os chefes do Executivo e do Judiciário do Distrito Federal

assinaram protocolo de in-tenções com o objetivo de

agrupar entes do Judici-ário e do governo local na erradicação da vio-lência contra a mulher.

“Essa não é uma luta só das mulheres,

Mobilização pela erradicação da violência contra a mulher

mas de todos que estão empe-nhados no combate a qualquer tipo de atitude contra a dissemi-nação da justiça e da paz social. Toda violência deve ser banida para que tenhamos uma socieda-de justa. Para isso, são necessárias ações rigorosas e urgentes”, res-salta o governador do DF, Rodrigo Rollemberg.

Além do TJDFT e do governo do Distrito Federal, participam da campanha o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), a Defensoria Pública, a Ordem dos Advogados (OAB-DF), a Polícia Civil, a Secretaria de Po-líticas para as Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos e várias instituições sociais e religiosas.

Campanha terá esforço concentrado de juizados especializados

A iniciativa visa à mobiliza-ção de todos os juizados no Distri-to Federal e estados da Federação no intuito de dar maior celeridade aos processos de violência domés-tica. Em todo o país, serão realiza-das palestras e oficinas de esclare-cimentos à sociedade.

38 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

E c o n o m i a

O ministro do Planejamen-to, Orçamento e Gestão, Nelson Barbosa, descartou o reajuste salarial de 27,3% para o funcio-nalismo federal porque, segundo ele, o índice representa mais de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) – soma de todos os bens e servi-ços produzidos no país.

Barbosa iniciou o processo de negociação com representan-tes da categoria, que prevê uma série de outras reivindicações a serem incluídas no Projeto de Lei Orçamentária Anual até agosto, prazo para a peça chegar ao Con-gresso Nacional.

“A proposta que os servido-res fizeram dá acima de 1% do PIB. Não há espaço fiscal para atender à proposta em 2016. Va-mos trabalhar dentro do nosso espaço fiscal e na capacidade de crescimento da economia, que diz quanto a sociedade brasileira tem de recursos disponíveis para pagar a folha do funcionalismo fe-deral”, explicou o ministro.

Barbosa informou que o go-verno pretende fechar um acordo plurianual para dar previsibilida-de orçamentária e financeira ao governo.

Espaço Fiscal

Na opinião do ministro, mes-mo com a aprovação do Orça-

mento, é importante definir o espaço fiscal, que tem que suportar o crescimento ve-getativo da folha. “Porque

as pessoas têm uma carrei-ra e, mesmo que não se dê aumento nenhum, a folha cresce: tem de suportar [incluir] os concursados. E o que sobrar disso é o que existe para o reajuste sala-

rial, além do crescimento da economia, que

vai gerar o espa-ço fiscal.”

Não há espaço fiscal para reajuste dos servidores

O ministro ressaltou que essa é a maior negociação salarial do Brasil, complexa, com diferentes categorias e envolve mais de 1 milhão de pessoas, mas com um ponto comum: “A sociedade bra-sileira deseja que o gasto da folha de pagamento com o funcionalis-mo vá caindo de forma gradual”,.

“Não queremos sangrar as contas públicas. Sabemos das nossas responsabilidades com o ajuste fiscal, mas não podemos chegar ao décimo terceiro ano de governo de trabalhadores sem uma política salarial defini-da, sem data-base, sem regras de negociação definidas” afirmou o representante do Fórum de Servi-dores, Rudiney Marques.

E s t a d o s & M u n i c í p i o s 39E s t a d o s & M u n i c í p i o s 39

E c o n o m i a

Após a queda registrada em 2014, o Brasil se estabilizou na classificação de “risco médio” na nova edição do estudo mundial que mensura os riscos políticos para a realização de negócios em 163 países.

De acordo com Keith Mar-tin, consultor de riscos políticos e investimentos no exterior da Aon Brasil, o principal motivo para a manutenção da nota foi o fato das eleições no ano passado não ter conseguido reduzir o ruído no ambiente político, que tem sido bastante afetado pelo baixo cres-cimento econômico e as incerte-zas quanto à adoção de reformas

econômicas e fiscais. Outro fator que influen-

ciou diretamente na esta-bilidade da avaliação

foram os problemas decorrentes das in-

vestigações jun-to a empresas

estatais e provedores de serviços, que culminaram com atrasos em projetos e investimentos necessá-rios ao desenvolvimento do Brasil.

Ainda segundo o executivo, as atuais dificuldades enfrentadas pelo Brasil podem ser o início de um período transformador, que pode gerar oportunidades para re-formas favoráveis ao setor privado e, consequentemente, possibilitar uma maior capacidade de atração de investimentos.

“O novo Governo tem um longo caminho a perseguir para recuperar sua credibilidade e há expectativa que esta crise possa gerar resultados positivos a médio e longo prazo”, afirma.

Monitoramento

O Mapa Mundial de Riscos Políticos é realizado pela Aon em parceria com a Roubini Glo-bal Economics. Desde 1998, o relatório guia os investimentos de diversas companhias ao redor

Risco para negócios no Brasil permanece estável

do mundo, ao analisar a atuação dos países em relação aos riscos legais e regulatórios, movimen-tação de recursos, interferência política, violência, quebra de ca-deia de suprimentos das nações, vulnerabilidade do setor bancá-rio e capacidade do governo de conceder estímulo fiscal.

Para Marcelo Homburger, vice-presidente executivo da unidade de riscos e seguros da Aon, cada vez mais as empresas procuram avaliar os riscos de se investir em determinadas nações antes da tomada de decisão.

“As companhias têm que monitorar constantemente sua exposição a riscos políticos, que em muitos casos não são perceptíveis, mesmo em economias e países que possuem uma gradu-ação positiva”, ex-plica o executi-vo.

40 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

N e g ó c i o s

A Desenvolve SP, Agência de Desenvolvimento do Gover-no Paulista, completa seis anos de atuação, com mais de três mil operações de crédito, no valor de R$ 1,8 bilhão em desembol-sos concedidos para a expansão e modernização de pequenas e médias empresas e melhorias na infraestrutura de municípios.

De acordo com o levanta-mento, a carteira da agência re-gistra 1.300 clientes atendidos em 242 cidades, sendo que 87% do montante foi destinado para o setor privado e 13% para o setor público.

Na divisão por setor produ-tivo, a indústria paulista, histori-camente a principal tomadora de recursos da Agência, foi respon-sável por investir R$ 879 milhões em expansão e modernização nos últimos seis anos, seguida das em-presas prestadoras de serviços e do comércio, com R$ 684,6 mi-lhões. Já as prefeituras investiram R$ 234,2 milhões em obras de in-fraestrutura para os municípios.

Destaques

Entre as principais linhas de financiamento da instituição, merecem destaque a “Economia Verde”, cada vez mais procurada para a realização de projetos liga-dos à sustentabilidade ambiental, a “FIP” - principal linha contrata-da para a implantação, ampliação e modernização da capacidade produtiva das empresas e a “Via SP”, voltada para a pavimentação urbana ou recape de vicinais dos municípios. Juntas, somente essas três opções de crédito represen-tam cerca de 40% dos desembol-sos liberados pela instituição.

Segundo Milton Luiz de Melo Santos, presidente da De-senvolve SP, ao longo deste pe-ríodo a trajetória da Agência foi marcada pelo seu compromisso em oferecer crédito sustentável a todos os setores produtivos, mo-bilizando esforços para incentivar a Inovação e a cultura do planeja-mento empresarial, fundamental para alavancar as pequenas e mé-

Desenvolve SP já investiu mais R$ 1,8 bi

dias empresas e fortalecer ainda mais a economia de São Paulo.

“Criamos dezenas de op-ções de financiamento, aumenta-mos os prazos de 5 para 10 anos e reduzimos a taxa de juros das nossas linhas em um ponto per-centual”, afirma Melo Santos.

Atualmente, as linhas tra-dicionais da Desenvolve SP têm juros a partir de 0,41% ao mês, atualizada pelo IPC-Fipe com prazos de até 10 anos para pa-gamento, incluindo períodos de carência máxima de12 meses.

Recursos financiaram empresas e municípios paulistas

E s t a d o s & M u n i c í p i o s 41

N e g ó c i o s

Reunidos no 57º Congresso Nacional de Hotéis, representan-tes do setor turístico debateram os principais desafios deste importante indutor de desenvolvimento social e econômico. Ao abrir o evento, o ministro do Turismo, Vinicius La-ges, reiterou seu otimismo em rela-ção ao crescimento do setor.

“Sabemos do cenário desa-fiador, mas é preciso manter o oti-mismo. Há setores do turismo que crescem a taxas robustas e temos grandes empresas investindo no país. O turismo é, hoje, o sexto item da pauta de exportações com gera-ção de quase US$ 7 bilhões em di-visas só no ano passado”, afirmou.

A economia do turismo no país corresponde a 3,7% do PIB brasileiro. Apenas o mercado in-terno movimentou 206 milhões de viagens no ano passado, um desempenho recorde. Cerca de 62 milhões de pessoas viajaram pelo país em 2014. O setor ainda gerou 3,1 milhões de empregos em ativi-dades relacionadas ao turismo, de acordo com o Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC).

Pauta conjunta

O ministro aproveitou a oportunidade para se reunir com o presidente da Comissão de Tu-rismo da Câmara, Alex Manente, com o presidente da Frente Parla-

mentar Mista de Turismo, Hercu-lano Passos, e com representantes do setor para tratar de pautas con-juntas do turismo no Congresso Nacional.

Vinicius Lages reforçou a importância do trabalho em par-ceria com parlamentares. “Temos de alavancar junto a municípios e estados as ações tomadas em

Setor hoteleiro debate o futuro do turismo

âmbito nacional. Continuaremos com o foco na promoção e di-vulgação do país nos mercados interno e externo, mas também vamos buscar uma equalização entre governo e iniciava privada para incrementar a nossa ativida-de”, ressaltou o ministro.

Levantamento realizado pela consultoria BSH Interna-cional, especializada em inves-timentos hoteleiros no Brasil, mostra que a previsão de inves-timentos do setor para este ano é de R$ 2,3 bilhões. A expectativa é que sejam abertos 54 novos ho-téis este ano, o que significa 8,9 mil unidades habitacionais. As inaugurações devem gerar ain-da 5,2 mil empregos, de acordo com a consultoria.

“Sabemos do cenário desafiador, mas é preciso manter o otimismo”

PEDRO ABELHA [email protected]

42 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

NOVO APP DO INSTAGRAMO Instagram anunciou o Layout, um app que permite combi-

nar múltiplas fotos em uma única imagem de maneira fácil. Após abrir o aplicativo, o usuário verá imediatamente um exemplo de como utilizar o novo recurso. Para facilitar a busca de fotos, a pla-taforma conta agora com a opção Faces, que apresenta todas as suas fotos de pessoas.

No app, o usuário pode arrastar e soltar as fotos para reor-dená-las, tocar para dar zoom ou puxar nos cantos para ajustar seu tamanho, entre outras coisas. “Vemos Instagrammers compar-tilhando momentos inteiros de suas aventuras e belas imagens espelhadas. Todo esse volume de histórias visuais no Instagram nos inspira todos os dias. Com o Layout está mais fácil do que nunca deixar a criatividade surgir”, informou o Instagram, num comunicado para a imprensa. Por enquanto, o Layout do Instagram está disponível apenas para iOS. Mas, de acordo com a rede social, o app chegará nos próximos meses ao sistema Android.

FACEBOOK PARA AGÊNCIAS E ANUNCIANTES

Ciente da importância das agências e anuncian-tes para a manutenção de suas ações, o Facebook tem promovido uma série de iniciativas e ferramentas para que o mercado tenha sucesso ao explorar a platafor-ma em sua comunicação. E se no começo do ano a rede social lançou o aplicativo Ads Manager para aju-dar a gerenciar campanhas de qualquer lugar, agora o Facebook apresenta ao mercado novos recursos para educação. Blueprint: O Blueprint é um novo programa de educação para treinar agências e parceiros para a criação de campanhas com melhores resultados.

O recurso traz uma combinação de cursos online, treinamentos presenciais e certificados. Learn How: Este é um centro de aprendizagem online para ajudar o mercado com a gestão de fanpages. A ferramenta utiliza vídeos, imagens, instrução passo a passo, além de oferecer as respostas das perguntas que frequen-temente surgem na rotina de quem está começando. Atualização no Facebook para Empresas. O site do Fa-cebook para Empresas também foi atualizado e agora conta como novo layout e conteúdo repaginado.

HOMENS DE GELO

Imagine andar pelas ruas da cidade e encon-trar pessoas feitas de gelo em tamanho real, onde a transparência do mate-rial permite ver um órgão feito de acrílico verme-lho. É este o cenário que as pessoas que passarem pelo centro de São Paulo encontraram. Na ação re-alizada pela Beneficência Portuguesa de São Paulo, os “homens de gelo” fazem uma analogia à realidade do corpo humano. Na medida em que o gelo vai derretendo, o órgão permanece intacto e com a mensagem “A vida continua. Doe órgãos”.

O principal objetivo da ação é conscientizar as pessoas sobre a importância da doação de órgãos. As intervenções aconteceram com duas esculturas de gelo instaladas próximas ao Teatro Municipal, e com uma escultura no Vale do Anhangabaú. A criação é da DM9DDB. “Esta referência do gelo derretendo X corpo humano é uma leitura perfeita sobre o que acontece com as pessoas. A intenção foi chamar a atenção para o tema de uma forma inovadora, que gera reflexão”, acredita Manuel Coelho, superintendente de Marketing do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo.

midia

E s t a d o s & M u n i c í p i o s 43

VENDAS DE SMARTPHONES EM 2014

As vendas globais de smartphones definiram um novo marco da categoria em 2014, chegando à casa dos US$ 381,1 bilhões, e a mais de 1,2 bilhões de unidades comercializadas. O volume su-perou em 23% o registrado em 2013, enquanto o faturamento foi 15% maior que o apurado no ano anterior, o que demonstra que houve significativa redução do preço unitário do produto. Os dados são da GfK, empresa global de pesquisa de mer-cado que monitora as vendas de bens duráveis em mais de 90 países de todo o mundo.

O mercado latino-americano é aquele em que as vendas de smartphones apresentaram melhor desempenho, com 109,5 milhões de unidades ven-didas em 2014, volume 59% superior aos 68,7 milhões de smartphones vendidos em 2013. Em fa-turamento, o crescimento das vendas da categoria na América Latina foi da ordem de 52%, saltando de US$ 20,6 bilhões em 2013 para US$ 31,4 bi-lhões no ano passado.

De acordo com a análise de Kevin Walsh , Dire-tor de Tendências e Previsões da GfK, 2015 será um ano de desaceleração, já que os mercados desenvol-vidos atingiram o ponto de saturação. “As vendas unitárias de smartphones crescerão apenas 14% este ano, abaixo dos 23 % registrados em 2014”. Ainda segundo as projeções da GfK, a China continuará a ser o maior mercado em termos de volume de vendas e faturamento no futuro próximo.

APLICATIVO BRASILEIRO

Em seu evento global para desenvolvedores, que aconteceu em San Francisco, o Facebook anun-ciou inúmeras novidades para a sua plataforma de bate-papo Messenger. Entre elas, a introdução de 30 aplicativos. Destaque para o app da rede social bra-sileira Stayfilm, único da América Latina selecionado para participar do lançamento da maior rede social do mundo. Através do Stayfilm for Messenger, já disponível para smartphones e tablets iOS e Android, os usuários poderão integrar às suas conversas filmes curtos, produ-zidos com fotos e vídeos do próprio dispositivo ou dos álbuns de sua conta no Facebook.

Já existem várias opções de estilos disponíveis para transformar as histórias em filmes de maneira gratuita e disponível em Português, Inglês, Espanhol e Francês. “A experiência de criar filmes durante as conversas é bem simples e com certeza vai enrique-cer e complementar as conversas. Contar histórias so-bre viagens, declarações de amor e até fatos da rotina diária serão mais interessantes”, comentou Daniel Almeida, fundador e chefe de estratégia da empresa. A Stayfilm também diz já estar preparando novidades na versão exclusiva para a plataforma. “Participar de um evento como este e fazer parte deste projeto com a maior rede social do mundo é uma oportunidade incrível para Stayfilm”.

“O primeiro ponto é que é totalmente disruptivo ser a primeira empresa brasileira parceira do Face-book neste projeto. Depois, a nossa base de usuários ganha um potencial absurdo para crescer, já que o Messenger possuí 600 milhões de pessoas”, explicou Douglas Almeida, CEO do Stayfilm.

44 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

M e i o A m b i e n t eM e i o A m b i e n t e

Criar e manter unidades de conservação (UCs) da natureza nas áreas urbanas pode ser uma resposta efetiva para a falta de água. A escassez está associada a vários fatores, como a carência de planeja-mento dos assentamentos urbanos, os equívocos no manejo do uso do mineral, equipamentos urbanos de distribuição ineficientes e responsá-veis por enormes desperdícios, e a pouca consciência do brasileiro em relação à escassez deste recurso.

Segundo o biólogo e diretor do Departamento de Áreas Protegidas (DAP) do Ministério do Meio Ambiente, Sérgio Henrique Collaço de Car-valho, a existência de unidades de conservação dentro e no entorno das cidades ajudaria na estabilização do regime de precipitação de chuvas e reteria água no subsolo e lençóis freáticos.

Ele explica que o desmatamento e a impermeabilização do solo fazem com que a água da chuva chegue mais rápido aos cursos d'água e ao mar, além de modificar o regime de precipitação. ”Esses fatores influenciam no clima, provocando períodos de estiagem, com escassez

de água e crise de abastecimento, sendo que, imediatamente depois, vem o período de chuvas, acar-retando alagamentos e a ideia de abundância do recurso”.

Conscientização

Quem vive no Nordeste tem uma percepção mais realista sobre a necessidade de se poupar o recur-so, lembra Collaço: “Só o nordesti-no tem essa percepção e está acos-tumado com a escassez de água.”

À exceção do Nordeste, as demais regiões não têm essa cons-

Unidades de conservação

ajudam a preservar recursos hídricos

M e i o A m b i e n t eM e i o A m b i e n t e

E s t a d o s & M u n i c í p i o s 45

M e i o A m b i e n t e

Espaços estabilizam regime de chuvas e retêm água

no subsolo

ciência, avalia o diretor do DAP/MMA. Segundo ele, boa parte das cidades brasileiras não reservou espaços para UCs, que ajudam na reserva e provimento de água, como ocorre em cidades planeja-das como Brasília.

A capital do país possui am-plos espaços de preservação, que garantem a qualidade do abasteci-mento, quase todo proveniente de UCs. São exemplos o sistema San-ta Maria-Torto (localizado no Par-que Nacional de Brasília e abas-tece a parte norte da cidade) e o sistema de Sobradinho (na reserva biológica da Contagem), que, há anos, possuem tanto qualidade quanto volume de água.

Ele garante: “São sistemas bem estáveis e que flutuam mui-to menos em função do regime de chuvas do que os sistemas locali-zados fora de UCs.”

As UCs favorecem a recarga de água nos reservatórios. “Em áreas desflorestadas e asfaltadas, a água que cai no chão impermea-bilizado, sem vegetação nativa ou

com pasto, corre muito rápido para dentro dos corpos hídri-

cos, escorre e vai embora, em direção a alguma ba-cia hidrográfica e segue para o mar, ou pode cair num reservatório, que tem superfície mui-to grande e onde muita

água se perde por evapo-ração”, acrescenta.

Sérgio Collaço ressalta que as UCs são espaços espe-

cialmente protegidos e estratégi-cos para a conservação da biodi-

versidade. “De forma planejada, uma UC garante a conservação da biodiversidade e estoca recurso natural para se fazer manejo sus-tentável de longo prazo. É assim em todo o mundo”,

Planejamento

O conceito de Unidade de Conservação surgiu no Brasil ainda na década de 1930, ga-nhando força no final dos anos 1970 e novamente nos anos 1990 e 2000 na Amazônia. “A questão é que a maior parte das áreas de conservação da biodi-versidade está localizada na re-gião Amazônica, fora das áreas urbanas e distantes da popula-ção, em ambiente rural ou remo-to, como na própria Amazônia, nos rincões do Jalapão, entre ou-tros lugares”, lamenta Collaço.

No caso da crise hídrica, o fim da resiliência (capacidade de se adaptar ou evoluir positiva-mente na adversidade) está asso-ciado ao fim das áreas naturais e a alteração drástica do ambiente que poderia armazenar água da chuva, avalia o diretor do DAP/MMA.

Ele enfatiza que, num am-biente natural, o quadro é comple-tamente diferente. ”A água cai nas folhas, há a colaboração do som-breamento, criando um ambiente no qual a água penetra muito mais lentamente no solo e no corpo hí-drico, infiltrando mais e fazendo a recarga de mananciais e do sistema superficial, o que garante sua pro-visão ao longo do tempo”, salienta.

46 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

S u s t e n t a b i l i d a d e

A CAIXA está reforçando seus projetos de iniciativas sustentáveis na área de construção de civil e disseminando praticas bem suce-didas implantadas em todo o País. Durante o Ciclo de Seminários de Gestão Empresarial Estratégica e Responsabilidade Social realiza-do em Brasília, o gerente nacional de Sustentabilidade e Responsabi-lidade Socioambiental da CAIXA, Jean Benevides, apresentou duas ações bem-sucedidas do banco.

O primeiro é o projeto-piloto, parceria entre a Brasil Solair e o

Fundo Socioambiental CAIXA, que instalou 9,4 mil painéis fo-tovoltaicos nos telhados de dois condomínios populares de Jua-zeiro (BA), transformando-os na maior usina solar construída sobre telhados no Brasil.

Ele explicou que, de cada R$ 100 de receita gerada pela microusina, capaz de abastecer 3,6 mil domicílios em um ano, R$ 60 vão parar diretamente no bolso dos moradores do Salitre e do Rodedouro. Outros R$ 30 vão para um fundo destinado a investimentos para melhorias e benefícios do uso comum, de

Iniciativas sustentáveis no setor de construção civil

preferência atividades gerado-ras de renda, e outros R$ 10 bancam as despesas de manu-tenção dos condomínios.

Casa Azul

Jean Benevides também ci-tou o Selo Casa Azul, criado em 2009 em parceria com três uni-versidades – Escola Politécnica da USP, Universidade Federal de São Carlos e Universidade Esta-dual de Campinas.

O selo utiliza 53 critérios de avaliação para classificar em-preendimentos com base nas soluções e práticas sustentáveis utilizadas nos projetos. Entre eles estão eficiência energética, con-servação de recursos materiais, gestão da água e conforto. A qua-lificação é dividida em três cate-gorias, a bronze, prata e ouro.

“Os especialistas mostram que investir entre 1 e 8% dos custos da construção em práti-cas sustentáveis possibilita uma redução de 30% no consumo de energia”, ressaltou o gerente.

Segundo o presidente do Sindicato da Indústria da Cons-trução Civil (Sinduscon), Luiz Carlos Botelho Ferreira, a exem-plo da Caixa, o setor está com-pletamente engajado para dis-cutir propostas e buscar novas soluções sociais e ambientais na construção civil.

E s t a d o s & M u n i c í p i o s 47

T r a n s p a r ê n c i a

A Lei Anticorrupção brasi-leira (Lei 12.846/2013) não tem o poder de extirpar a corrupção, mas pode puni-la e melhorar a conduta das empreiteiras. A única maneira de acabar com a corrup-ção no segmento de obras públi-cas é quebrar a interlocução dos agentes públicos (governo) com as empreiteiras.

A afirmação é do advogado e jurista Modesto Carvalhosa, au-tor do livro “Considerações sobre a Lei Anticorrupção das pessoas jurídicas”, onde ele faz uma mi-nuciosa análise jurídica da Lei e de seus efeitos sociais.

Na obra, o advogado afirma ser fundamental que já na licita-ção se estabeleça a contratação de seguros de grandes obras, como ocorre nos Estados Unidos, por exemplo, onde a seguradora fiscaliza a obra e é a interlocutora entre governo e empreiteiras.

Lá, as obras costumam ser bem feitas porque, caso contrário, a seguradora tem de arcar com multas enormes, graças ao chama-do performance bond, ou “seguro de desempenho de contrato”.

Para Carvalhosa, o fato de saber se a empreiteira é ativa ou passivamente corrupta — se ofe-rece dinheiro ao agente público ou atende a um pedido deste — pouco importa. “Os danos que tal conduta empresarial provoca na economia

são relevantes e, por isso, ela deve ser punida”, ressalta.

Leniência

Segundo especialistas do meio jurídico-empresarial, da mesma forma que a operação La-va-Jato representa o marco inicial de uma nova era nas contratações

Jurista analisa a Lei Anticorrupção

com a administração pública, o novo livro sobre a Lei Anticor-rupção constitui um guia seguro para advogados e empresas en-tenderem as implicações da nova lei no que se refere à responsabi-lização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos lesivos ao erário.

Carvalhosa considera que as criticas de que a Lei Anticorrup-ção traz poucos estímulos para as pessoas jurídicas firmarem acordos de leniência são equi-vocadas, feitas por aqueles que pretendem que os efeitos de tal impacto se estendam também às esferas criminal, civil e adminis-trativa.

“O acordo de leniência não tem a finalidade de criar incen-tivos outros além da diminuição das penas no processo penal-administrativo para as pessoas jurídicas pactuantes, destaca o jurista em seu livro.

A única maneira de acabar com a corrupção no segmento de obras públicas é quebrar a interlocução dos agentes públicos com as empreiteiras

48 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

G e s t ã o

No que depender do Minis-tério do Planejamento, as conces-sões à iniciativa privada no setor de infraestrutura deverão se tornar corriqueiras nos próximos anos. Segundo o ministro Nelson Bar-bosa, o modelo amplia as possi-bilidades de expansão da econo-mia brasileira.

Barbosa informou que o go-verno federal já planeja a abertura de novas rodadas de concessão rodoviárias no segundo semestre, entre elas quatro rodovias nos es-tados de Mato Grosso, do Pará, de Goiás, Minas Gerais, Santa Catari-na e do Paraná.

Ele reiterou que o governo pretende transferir os aeroportos de Salvador, Florianópolis e de Porto Alegre para a administração provada. No âmbito ferroviário, Nelson Barbosa afirmou que três projetos já estão sendo avaliados

para fins de licitação em 2015 – os trechos que ligam Lucas do Rio Verde a Campinorte, em Goiás; o Rio de Janeiro a Vitória e Palmas a Estrela do Oeste, em Minas Ge-rais.

“Além disso, avançamos nos estudos de viabilidade para con-cessão da Ferrovia Norte-Sul e no plano de intenções com Peru e China para a construção da Fer-rovia Transoceânica. Esse acordo deverá ser assinado ainda neste ano”, ressaltou.

Sucesso

O sucesso do leilão de con-cessão da Ponte Rio-Niterói dei-xou o governo ainda mais otimis-ta:. “Tenho certeza de que, com o governo fazendo a sua parte, viabilizando esses projetos, mais e mais concessões como essa vão

A hora das concessões

acontecer”, disse ele, após a divulga-ção do resultado da concorrência.

A ponte será administrada pela EcoRodovias, que ofereceu deságio de 36,67% para um con-trato de 30 anos. A concessão an-terior, que vence em maio, vigo-rou por 20 anos. A CCR, empresa responsável pela ponte atualmen-te, participou da concorrência, mas acabou ficando em último lugar entre as seis participantes.

Para o ministro do Planeja-mento, o leilão atestou as possibi-lidades de expansão da economia brasileira. “Existem grandes opor-tunidades de investimento. São vários players e vários agentes dispostos a fazer investimentos”, destacou sobre a disposição do setor privado em investir em infra-estrutura.

QUANDO? 07 de MAIO de 2015

ONDE? Hotel Fiesta - Salvador, BA

HORÁRIO: 8h às 18h

E OUTROS...

Raul Birkenhauer (www.quercus.pt)

Cícero Lucena (Ex-Senador e Ex-Prefeito)

Professor Carlos Afonso Teixeira

Professor José Manuel de Oliveira

Francisco Assis (Euro-Deputado, a confirmar)

Vasco Morgado (Prefeito)

PALESTRANTES

(71) 3483-4732(71) 9246-4403

[email protected]@gmail.com

CONTATO

APOIOREALIZAÇÃO

SEMINÁRIO DE TRATAMENTO DE RESÍDUO SÓLIDO E LÍQUIDOE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

50 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

C â m a r a s & A s s e m b l é i a s

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e o presidente da

TV Cultura, Marcos Mendonça, fir-maram acordo de cooperação para viabilizar a troca de conteúdos e a cessão dos estúdios da TV Câmara e da TV Cultura reciprocamente. O acordo foi assinado na sede da TV Cultura, em São Paulo.

O acordo faz parte da estra-tégia da Câmara dos Deputados de multiplicar as possibilidades de levar as discussões que acontecem no Parlamento a todos os cidadãos. “Estamos intensificando as par-cerias com emissoras educativas, TVs de Assembleias Legislativas e de Câmaras Municipais para que o que acontece nas comissões e no plenário da Câmara possa ser acompanhado pela população em

tempo real”, relata o deputado Beto Mansur (PRB/SP), Primeiro Secretá-rio da Câmara dos Deputados.

“Nossa prioridade serão os documentários históricos, que não merecem ficar nas prateleiras de-pois de curta exibição. Claro que vamos contar com eventuais co-berturas jornalísticas e os estúdios

TVs Câmara e Cultura reforçam parceria

estarão à disposição das equipes de cada emissora”, comentou o presidente da TV Cultura.

Parceiro antigo

A parceria da Câmara dos Deputados com a TV Cultura chega agora à área de conteúdo, mas ela começou em 2010 com o compartilhamento de infraes-trutura de transmissão de TV Di-gital. É na torre da TV Cultura em São Paulo que estão instalados os transmissores da TV Câmara, em uma parceria que inclui a TV Assembleia de São Paulo, a TV Senado e a TV Câmara Municipal de São Paulo, que formam a Rede Legislativa de TV Digital.

O material produzido pela TV Câmara já está à disposição de dezenas de emissoras em todo o país, como as TVs Educativas do Paraná e do Rio Grande do Sul.

Já é possível sintonizar a TV Câmara em sinal aberto nas pa-rabólicas, em sinal digital aberto em Brasília, São Paulo, Belo Ho-rizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Cuiabá, Palmas, Vitória, Goiânia, Florianópolis, Salvador, Natal, Manaus, São Luís, Macapá e João Pessoa. E ainda em Barretos, Bau-ru, Jacareí, Jaú, Piracicaba, Ribei-rão Preto, Tupã, Marília e Assis (SP) além de Sete Lagoas, Ubera-ba e Uberlândia (MG).

Documentários, coberturas jornalísticas e estúdios das emissoras serão compartilhados

E s t a d o s & M u n i c í p i o s 51

C â m a r a s & A s s e m b l é i a s

A partir deste ano, a verea-dora professora Eleika Bezerra (PSDC) passa a apoiar financeira-mente mais duas instituições filan-trópicas de Natal, além das três já beneficiadas em anos anteriores. Os novos projetos foram escolhi-dos por estarem inclusos em áre-as defendidas pela parlamentar e serão beneficiados com o subsídio do salário da vereadora, doado todos os meses desde o início do mandato.

A Creche Escola Casa do Caminho é uma das novas insti-tuições beneficiadas. A unidade localizada na Vila de Ponta Negra atende cerca de 100 crianças na faixa etária entre três e seis anos que vivem em situação de vulne-rabilidade e estava prestes a en-cerrar as atividades por falta de recursos. “Que esse exemplo esti-mule a participação de candidatos verdadeiramente comprometidos com a causa pública, trabalhando por um ideal e nunca em troca de remuneração”, disse o presidente do Centro, José Ferreira da Costa Júnior, por meio de ofício.

O PróVidaNatal (Projeto de Proteção à Vida em Natal) será mais um favorecido por meio de verba proveniente do salário do-ado pela vereadora. O projeto tem como público alvo crianças e adolescentes e visa conscientizá-los de que não vale a pena enve-

redar pelo caminho das drogas. Ambos receberão mensal-mente a quantia de R$ 1 mil.

Transparência

Além destes, a Casa do Bem, o Espa-ço Solidário e a Casa Crescer também são beneficiados. Na Casa do Bem, assim como na Casa Cres-cer, o recurso doado mantêm turmas de reforço escolar. Já no Espaço Solidário, o dinheiro é destinado à alimentação de 30 idosos que passam o dia na instituição.

Eleika Bezerra é professo-ra aposentada da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e está em seu primeiro mandato como vereadora de Na-tal. A decisão de doar o salário foi registrada em cartório, em agos-to de 2012, durante a campanha eleitoral. A atitude inédita cha-mou a atenção da imprensa local e nacional.

A prestação de contas das doações de seu salário e da ver-ba indenizatória é disponibilizada no site da vereadora.

Vereadora doa salário para instituições em Natal

“Que esse exemplo estimule a participação de candidatos verdadeiramente comprometidos com a causa pública”

52 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

Tu r i s m o

Conhecida como a Vene-za brasileira, a cidade de Recife completou 478 anos de fundação, de história e de cultura. Tombada pelo Patrimônio Histórico Cul-tural da Humanidade, a capital pernambucana atrai turistas brasi-leiros e estrangeiros interessados na beleza de seu litoral de águas mornas e claras, na riqueza das construções históricas coloniais e nas suas festas culturais, marca-das pelo ritmo do frevo e do som de maracatu.

Recife: 478 anos de históriaSegundo levantamento do

Ministério do Turismo, atualmente a capital pernambucana é o sexto destino turístico de viagens mais vi-sitado por brasileiros que desejam conhecer o Brasil. A cidade tam-bém recebe turistas estrangeiros, especialmente norte-americanos, argentinos e portugueses, que pro-curam praias como Porto de Ga-linhas e Boa Viagem, ou ainda o arquipélago de Fernando de Noro-nha, um dos lugares mais visitados de Pernambuco.

Cidade é referência turística pela beleza natural e riqueza histórica

E s t a d o s & M u n i c í p i o s 53

Tu r i s m o

Ao visitar a capital pernambu-cana, aproveite para passear pela orla, conhecer igrejas históricas, como Madre de Deus e a Capela Dourada, assistir a espetáculos no tradicional Teatro de Santa Isabel ou no moderno Teatro Luiz Men-donça, no parque Dona Lindu. Também visite os museus do Esta-do, a Oficina Brennard e o Instituto Ricardo Brennard.

Recife também é marcada pela crença religiosa. A cidade é predo-minantemente católica, mas tam-bém abriga a mais antiga sinagoga das Américas, a Kahal Zur Israel, na rua do Bom Jesus, com grande quantidade de habitantes judeus.

A gastronomia é variada e incorpora heranças européias, especialmente portuguesas, ho-landesas, além de indígenas e africanas. Destaque para os doces típicos, como o bolo de rolo, com formato de rocambole e recheio de goiabada, que é quase uma marca registrada da cidade.

A capital recebe anualmente mais de 5,3 milhões turistas, mas este ano a expectativa é que o pú-blico seja ainda maior, por conta dos seis feriados emendados com finais de semana do calendário 2015. Que tal se programar para uma temporada de Sol, mar, his-tória e culinária de qualidade.

54 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

M o t o r e s

Renegade chegouA Fiat Chrysler lançou oficialmen-

te o Jeep Renegade, primeiro modelo produzido na nova fábrica instalada em Pernambuco. Ele chega carregado de ex-pectativas e com a missão de desbancar o Ford EcoSport da liderança no segmen-to de SUVs compactos no Brasil.

Apresentado ao mundo no Salão de Genebra do ano passado, o mode-lo global traz duas opções de motores: 1.8 flex (132 cavalos, com etanol) e 2.0 turbodiesel (170 cv), e transmissão ma-nual de 5 marchas ou automática, de 6 ou 9 velocidades, com tração 4x4 .

O Renegade é o primeiro modelo da categoria a oferecer a transmissão de 9 marchas

Metropolis 400i RS A Maxi Scooter da Peugeot possui um design futurista e parece ter saído de um filme de ficção científica. É

excelente para iniciantes, pois o equilíbrio é praticamente garantido graças à estabilidade das três rodas.Equipada com motor de 400cc, câmbio CVT e freios a disco, seu motor produz 35 cavalos de potência. O painel é completo (velocímetro, contagiros, consumo, temperatura interna e externa, relógio, dois

hodômetros parciais e um total) e a chave é eletrônica, com transponder Seu computador de bordo maxi-miza o consumo, inclusive avisando se a pressão dos pneus está adequada.

Ágil e leveCom projeto 100% novo, a MT-07, da Yamaha, é

equipada com motor de 2 cilindros e 689 cc capaz de ge-rar 74,8 cavalos de potência, o que a torna a mais potente entre as nakeds bicilindro nesta faixa de cilindrada.

A proposta esportiva da MT-07 já fica nítida em seu desenho, com traseira alta de lanterna com luzes de LED e assento em 2 níveis. Na dianteira, um farol simples deixa a moto com o ar de naked tradicional.

Mas a modernidade está presente no tanque, envolto por carenagens, e em conjunto com os detalhes exposto de chassi e motor deixam a moto com caráter musculoso.

E s t a d o s & M u n i c í p i o s 55

M o t o r e s

O novo Honda HR-V reúne de forma inédita as qualidades e os pontos fortes de carros de diversos segmentos, com um posicionamen-to inovador. O modelo apresenta de forma única a integração perfeita entre sofisticação, performance, efi-ciência energética, tecnologia, ver-satilidade e robustez.

Desenvolvido sob a filosofia “Máximo para o Homem, Mínimo para a Máquina” e com tanque de combustível na posição central, o HR-V permite acomodar até cinco ocupantes com conforto. O veícu-lo ainda permite o uso extensivo do compartimento de carga, por meio do sistema ULT (Utility Long Tall – Utilitário Longo Alto) de ar-ranjo dos assentos.

Com tração dianteira e motor 1.8 i-VTEC com transmissão CVT ou câmbio manual de seis veloci-dades, o HR-V entrega performan-ce com economia de combustível.

O prazer ao dirigir é comple-mentado pela sensação de segu-rança do veículo, proporcionada pela posição de direção elevada típica de um SUV (Sport Utility Vehicle).

Tecnologia embarcada

Entre os itens de série, o mo-delo traz ar-condicionado, freio de estacionamento com aciona-mento eletrônico, vidros elétricos com um toque para subida/des-cida e sistema de áudio com CD player e entrada USB.

Todas as versões são equipa-das com HFT (Hands Free Telepho-ne) por meio de comandos no vo-lante, evitando que o motorista se distraia ou precise tirar as mãos da direção ao atender uma chamada.

Sofisticado e versátilO belo design de um coupé

unido à funcionalidade de uma minivan e postura robusta de um SUV atende perfeitamente as novas demandas dos consu-midores. As versões EX e EXL possuem ainda piloto automáti-co e volante com revestimento em couro.

A versão topo de linha é equipada com airbags frontais e laterais, além do exclusivo siste-ma multimídia com monitor mul-ti touchscreen de 7” e navegador integrado ao painel. O hardware possibilita a conexão Wi-Fi (via hotspot) com o uso de browser para acesso à internet , além de Bluetooth com voice tag para chamadas telefônicas e reprodu-ção de áudio.

RANGEL CAVALCANTE [email protected]

56 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

RANGEL CAVALCANTE [email protected]

De palmas Miguel Colares Penha manda contar, jurando que é verdade, que, a

certa altura de um show em Lisboa, o vocalista Bono parou de cantar, pe-diu silêncio à platéia e, ao som de uma música suave, quase em surdina, começou a bater palmas. A música prosseguia e ele batendo palmas. A um sinal, a orquestra também silenciou e só as palmas do Bono ecoavam pelo estádio lotado. Foi quando ele disse, em tom solene:

- Eu quero que vocês pensem bem nisso. A cada batida das minhas mãos, uma criança morre de fome ou vítima da violência na África!

O silêncio do público foi quebrado pela voz estridente de um lusi-tano das arquibancadas:

- Ora, pois, então para de bater palmas seu f.d.p!

Inglês?Raimundo Bona Carbureto é um desses políticos nordestinos que poderia escrever um livro com o tí-

tulo “Eu Me Fiz Por Si Próprio”. Começou a vida como magarefe em Campo Maior, no Piauí. Homem sem instrução, mas dotado de grande sabedoria, exerce forte liderança na sua região. Já foi deputado estadual e hoje é prefeito do seu município pela terceira vez. Em 1998 tentou voltar à Assembléia Legislativa, mas teve a candidatura impugnada pela Justiça Eleitoral. Às vésperas do pleito, substituiu o seu nome na chapa pelo de uma de suas irmãs e a elegeu com mais de 13 mil votos. Certa feita ele discursava na Assembléia. O tema

era o controle da natalidade e Carbureto defendia não apenas uma imediata campanha de esclarecimento junto às famílias mais pobres, quanto a necessidade de limitar o número de filhos, mas também uma distribuição ampla de anticoncepcionais. Ia ainda mais longe:

- Senhor presidente, senhores deputados, o go-verno do estado precisa urgentemente iniciar um progra-ma para estimular os homens a que se submetam a uma operação de ligação de trompas, como forma de evitar a superpopulação de nossas áreas mais pobres.

Surpreso diante da proposta, um deputado aparteou: - Nobre deputado Carbureto, Vossa Excelência la-

bora num grave erro. O nome da operação a que os ho-mens se submetem para não procriar é vasectomia e não ligação de trompas.

Carbureto logo esclareceu: - Nobre colega, eu digo ligação de trompa porque

não sei dizer essas palavras em inglês, como Vossa Ex-celência....

CASOS & CAUSOS

E s t a d o s & M u n i c í p i o s 57

A entrevista

Esta é dos tempos da ditadura implantada no país pela “re-volução redentora”. Os repórteres que faziam a cobertura da área militar, na sala de imprensa do então ministério da Guerra, em Brasília, viviam à míngua de notícias. Só recebiam releases buro-cráticos distribuídos, que sempre terminavam na “sexta página”, como a turma chamava as cestas de lixo das redações. Numa tar-de, os repórteres credenciados foram avisados de que o coronel encarregado do setor de imprensa iria conceder uma entrevista coletiva na manhã seguinte.

Foi geral a expectativa. Chegada a hora, os jornalistas, à fren-te o Jorge Honório, decano do grupo, foram convocados por um soldado para tomarem assento à grande mesa de reuniões. Logo veio o cafezinho. Cada um recebeu um bloquinho de notas e um lápis com a ponta bem feita. Minutos depois entrou o coronel. Simpático, sorridente, cumprimentou a todos e acomodou-se na cabeceira da mesa de jacarandá. Em seguida, já se levantando, anunciou, solenemente:

- “Hoje, infelizmente, não tenho nada a informar aos senho-res. Está encerrada a entrevista!”.

E foi embora.

Com o dedoEra a votação do projeto de resolução propondo a cassa-

ção do mandato da deputada Jaqueline Roriz, acusada de rece-ber propina do chamado “mensalão do DEM”, um dos grandes escândalos de corrupção na política de Brasília. O plenário da Câmara estava praticamente cheio, com os deputados prontos para decidir pelo voto secreto o que todo mudo previa: a rejei-ção da proposta de cassação.

A maioria dos ilustres deputados garantia ter votado a fa-vor da punição da colega, filmada quando recebia dinheiro do esquema de corrupção, embora os números no painel ele-trônico afirmassem exatamente o contrário. O voto secreto é

dado apenas com o apertar de um botão situado num pequeno visor localizado na frente da poltrona de cada parlamentar. Terminada a votação e proclamado o resultado, os jornalistas procuravam os deputados para perguntar como eles votaram. Foi quando um dos repórteres quis saber a posição do deputado Tiririca.

- Deputado, como o senhor votou? Sem titubear, o deputado mais votado do país informou:- Com o dedo!

58 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

Art igoa r t i g oRuy Martins Altenfelder Silva

O GRANDE COMBATESempre atento à sua mis-

são filantrópica de assistên-cia social, o CIEE se empenha constantemente em ampliar sua contribuição para aprimorar as condições que assegurem a correta formação pessoal e pro-fissional dos jovens brasileiros.

Para tanto, alinha-se a ór-gãos e programas de governo envolvidos na rede nacional de proteção à juventude, expan-dindo sua atuação para além do seu eixo central de atuação, que é a oferta de oportunida-des de inclusão profissional por meio da aprendizagem e do es-tágio.

Não é diferente no caso das drogas lícitas e ilícitas, que projetam uma sombria perspec-tiva sobre o futuro de parcela da população estudantil. Nos-sa inspiração principal vem do item III do artigo 4º do capítu-lo I da Lei 11.343/2006, que define os objetivos do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (Sisnad): a promo-ção dos valores éticos, culturais e de cidadania do povo brasi-leiro, reconhecendo-os como fatores de proteção para o uso indevido de drogas e outros comportamentos correlatos.

Foi com esse espírito que, em 2000, o CIEE aceitou coor-denar a Campanha Nacional sobre Drogas nas Escolas Su-

periores e a realizar palestras de informação e prevenção a pais das periferias profundas da capi-tal paulista, em paralelo a ações locais de encaminhamento a va-gas de estágios e aprendizagem.

A partir da vivência estreita com os jovens, o CIEE não ali-menta qualquer dúvida sobre os malefícios das drogas ilícitas e lícitas, incluindo o álcool e o tabaco, sobre a saúde física e mental do usuário. Isso sem falar nos prejuízos para os estudos, a empregabilidade e as perspec-tivas de carreira futura, e nos efeitos desestruturantes sobre a família, os estudos, o círculo de amigos e outras relações socio-afetivas.

Como lembra o desembar-gador Paulo Rangel, coautor do livro Leis das drogas, Yoko Ono, viúva de John Lennon (aliás, um dos ícones da contracultura dos anos 1960/70), diz que droga é o segundo copo de água quando o primeiro já lhe saciou a sede. Uma forma poética para a defi-nição da Organização Mundial da Saúde, segundo a qual dro-gas são substâncias ou produtos capazes de causar dependência.

Essa é a principal razão que leva o CIEE a rejeitar os argumen-tos em favor da descriminaliza-ção da maconha, que tem um anteprojeto de lei tramitando no Senado. Ora, se estudos e pes-

quisas científicas apontam para os danos causados pelo uso do álcool e do tabaco, como en-dossar a ampliação da lista das drogas lícitas com a inclusão da maconha, reconhecidamente a porta de entrada para o vício em substâncias mais potentes, como cocaína, crack e drogas sintéticas? E, o que é pior, uma droga que hoje é vendida em portas de escolas a crianças de 10 anos ou menos, com evi-dente comprometimento de seu desenvolvimento.

O que o CIEE busca, como uma casa que alia educação e trabalho, é garantir aos jovens a oportunidade de inclusão pro-fissional, capacitando-os para conquistar o primeiro emprego ou seu negócio próprio. Como consequência, quer contribuir para reduzir as tristes filas de usuários que vivem nas ruas ou que esperam uma difícil vaga em centros de reabilitação.

Em outras palavras, o nos-so forte engajamento no grande combate contra as drogas obje-tiva preparar novas gerações de cidadãos mental e fisicamente sadios, pois eles são o melhor legado para o futuro do país.

Ruy Martins Altenfelder Silva é presidente do Conselho de Administração do CIEE, da Academia Paulista de Letras Jurídicas (APLJ).