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XX 32 25 a 27/02/2012 * Com preço e prazo estourados, novo palco mineiro é alvo da Promotoria - p.01 * Só 10% mais táxis e uma fila de crícas - p.10 * INTERVENÇÃO NOS PRESÍDIOS - p.35

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XX 32 25 a 27/02/2012

* Com preço e prazo estourados, novo palco mineiro é alvo da Promotoria - p.01

* Só 10% mais táxis e uma fila de críticas - p.10

* INTERVENÇÃO NOS PRESÍDIOS - p.35

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FOLHA DE SP - P. 6 E 7 - ESPOrtES - 25.02.2012

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Antônio MelaneDurante quatro horas, no 12º andar da sede do Minis-

tério Público Estadual, na Avenida Álvares Cabral, Bairro Santo Agostinho, representantes do MP, do governo de Mi-nas, de Atlético, América e Cruzeiro discutiram um assun-to que há quase duas semanas domina o futebol mineiro: a legalidade do contrato comercial entre Atlético e a empresa paulista BWA Arenas para a exploração do Independência por 10 anos. A questão central era se o documento respeita o edital que definiu o responsável pela gestão do estádio. Ao fim da reunião, o acordo foi aprovado mediante alterações em alguns dispositivos. Dentro de uma semana, a Advocacia Geral do Estado dará o parecer definitivo, oficializando que a nova arena, prestes a ser inaugurada, será mesmo a casa do Galo.

O encontro foi convocado pelo procurador geral de Jus-tiça, Alceu José Tavares Marques. Na mesa, composta por 23 pessoas, estavam Gilvan de Pinho Tavares (presidente do Cruzeiro), Alexandre Kalil (presidente do Atlético), Marcus Salum (integrante do conselho gestor do América), Bruno Balsimelli (dono da BWA), Sérgio Barroso (secretário ex-traordinário da Copa de 2014), Marco Antônio Romanelli (advogado geral do estado) e Edson Antenor Lima Paula (da Promotoria de Defesa do Consumidor).

Os representantes do Cruzeiro participaram apenas de metade da reunião, retirando-se em silêncio quando se cons-tatou que o desfecho seria favorável ao Atlético. O enten-dimento geral foi de que o contrato tem legitimidade, ape-nas com a ressalva de algumas mudanças no texto jurídico, para evitar dupla interpretação, evitando caracterizar o Galo como administrador do Independência, o que não é permiti-do na licitação.

Róbson Pires, diretor comercial cruzeirense, afirmou que o clube está cuidando dos seus interesses e já tem reuni-ões agendadas com Balsimelli. A Raposa deixou claro: vai jogar no Horto como se estivesse em outro estádio, ao lado de sua torcida, pagando aluguel e demais despesas e ficando com o lucro líquido da arrecadação.

O Atlético está convicto de que fez grande negócio e só espera que sua torcida faça presença no Independência, com média de público superior a 20 mil pessoas. Espera ainda que haja outros eventos que lhe permitam arrecadações ex-tras. O América concluiu que teve seus direitos preservados. Já o Cruzeiro, segundo Gilvan, não pode assinar um contrato (com a BWA, em torno dos 45% a que ela terá direito no fa-turamento de tudo o que for arrecadado) que o obriga a um número fixo de jogos no local.

JOGOS INVERTIDOS? Mas já há um obstáculo à vista para quando os jogos voltarem a ser disputados no Horto – a previsão continua a ser a segunda quinzena de março.

A 11ª e última rodada da fase de classificação do Campeo-nato Mineiro, em 15 de abril, por exemplo, marca Cruzeiro x Uberaba para a moderna arena e América x Guarani para a Arena do Jacaré, em Sete Lagoas. Mas deve haver a in-versão, porque a preferência é do América, que permanece dono do estádio.

No Campeonato Brasileiro, a partir de maio, se houver jogo de Atlético ou Cruzeiro no sábado em Belo Horizonte e outro do América no mesmo dia pela Série B, a preferência será do Coelho, se não houver acordo.

ENTENDA O CASOInaugurado na Copa do Mundo de 1950, o Independên-

cia foi doado pelo governo do estado ao Sete de SetembroEm 1986, foi reformado e passou à Administração dos

Estádios do Estado de Minas Gerais (Ademg)m 1989, foi arrendado pelo América em regime de co-

modato por 30 anosDevido ao Mundial de 2014, que levou ao fechamento

do Mineirão, novo contrato de comodato devolveu a admi-nistração do estádio ao governo por 20 anos, sendo iniciada nova reforma no local. O estado fez licitação para a adminis-tração do espaço em dezembro do ano passado e a concor-rência foi vencida pela empresa paulista BWA Arenas

A BWA assinou no início de janeiro contrato comercial com o Atlético, com o qual passa a dividir a exploração co-mercial da nova arena, com direito a participação nos lucros lucros ou prejuízos na ordem de 45% para cada um

Detalhes do contrato Atlético-BWA, por 10 anos, se tor-naram públicos em 13 de fevereiro. Os demais clubes da capital se sentiram prejudicados, e cópia do documento foi enviada à Advocacia Geral do Estado (AGE)

Reunião ontem na Procuradoria Geral do Estado definiu que o contrato será válido com ajustes para evitar que o con-trato fira as regras da licitação

NOTA DA SECOPAApós reunião promovida pela Procuradoria-Geral de

Justiça, presentes o Estado de Minas Gerais, por meio da Advocacia-Geral, a Secretaria de Estado Extraordinária da Copa (Secopa) e dirigentes dos clubes Atlético, Cruzei-ro e América, ficou ajustado que o contrato firmado entre o Atlético e a empresa Arena Independência Operadora de Estádios S.A. será modificado para que não fiquem dúvidas sobre o estrito respeito ao princípio da legalidade, notada-mente à Lei de Licitações, ao edital e ao contrato de conces-são, reafirmando desse modo seu caráter de ajuste puramen-te comercial e explicitando ainda mais a impossibilidade de participação do Clube Atlético Mineiro na administração do Estádio Raimundo Sampaio (Independência). Uma vez mo-dificado, o novo contrato ainda será reavaliado do ponto de vista jurídico pela Advocacia Geral do Estado.

EStADO DE minAS – P.01 – ESPOrtES – 25.02.2012inDEPEnDÊnCiA

A casa do galo Acordo é aprovado pela Advocacia Geral do Estado, mas terá itens revistos para evitar dupla interpretação.

América vê direitos preservados. Cruzeiro vai se entender com BWA

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HOJE Em DiA - P. 8 - 25.02.2012

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HOJE Em DiA - ESPOrtES - P.8 - ESPOrtES - 25.02.2012

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O tEmPO - P. 40 E 44 - ESPOrtES - 25.02.2012

Consenso. Representantes do governo do Estado e dirigentes dos clubes se reuniram ontem, na sede do Ministério Público

FOTO: SAMUEL AGUIAR

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A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), por meio da Ad-ministração Regional da Pampulha, decidiu não acatar re-comendação do Ministério Público de Minas Gerais (MP) para cancelar evento evangélico marcado para hoje na Praça Padre Barbieri, em frente à Igreja de São Francisco de Assis, na Pampulha, e autorizou a festa, um encontro de bandas gospel.

Os promotores pediram a suspensão do evento por en-tenderem que ele ameaça o patrimônio tombado na orla da Lagoa.A recomendação foi comunicada sexta-feira à noite à Regional Pampulha e ontem, depois de muitas reuniões, foi dada a licença.

No documento, as promotoras de Justiça de Defesa do Meio Ambiente, Habitação e Urbanismo Lílian Marotta e Cláudia Ferreira afirmam que, “nos termos em que foi pro-posto, o evento afronta os decretos de tombamento e coloca em risco o patrimônio cultural e a segurança pública”. Por

essas razões, recomendam que a Administração Regional Pampulha “não conceda ou cancele a licença autorizando a realização do evento evangélico”.

A recomendação do Ministério Público atende a uma solicitação dos moradores da região, que há duas semanas iniciaram movimento para mudar o local da celebração re-ligiosa, alegando que a Igreja de São Francisco de Assis, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) corre risco de ser danificada pela multidão, estimada em mais de 30 mil pessoas.

Os líderes do movimento se basearam no que ocorreu na Praça da Liberdade, em 12 de fevereiro, depois de um show da Banda Monobloco que reuniu cerca de 10 mil pes-soas. A praça foi vandalizada e pisoteada e jardins e postes foram destruídos, o que levou o Instituto Estadual do Patri-mônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha/MG) a suspendeeventos no local.

EStADO DE minAS – P. 02 - 26.02.2012 PAmPULHA

PBH mantém evento religioso

O tEmPO - P. 19 - 27.02.2012

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Noite de festaO procurador Nedens Ulisses Vieira toma posse hoje, às 19h, na pre-

sidência da Associação Mineira do Ministério Público (AMMP). Ele já assumiu o cargo há mais de um mês. Teve tempo para preparar a festa e mobilizar convidados. Nedens é um adversário notório do grupo de Jarbas Soares e Alceu Torres, respectivamente o ex e o atual procurador-geral de Justiça de Minas Gerais.

O tEmPO - On LinE - 27.02.2012rAqUEL FAriA

HOJE Em DiA - P. 2 - 26.02.2012

Nedens assume direção da AMMP

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Pedro FerreiraA atividade de manobrista está com os dias contados em

frente de bares e restaurantes do Bairro de Lourdes, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, se depender do Ministério Pú-blico estadual. A Promotoria de Habitação e Urbanismo enca-minhou recomendação à Secretaria de Administração Regional Municipal Centro-Sul, à BHTrans e ao Batalhão de Trânsito da capital para que adotem todas as medidas legais no sentido de evitar a ação dos chamados “valets” na região, por entender que os estabelecimentos comerciais estão monopolizando vagas pú-blicas e usando-as como patrimônio pessoal. A Associação dos Moradores do Bairro de Lourdes (Pró-Lourdes) fez representa-ção denunciando os abusos e o MP decidiu abrir procedimento investigativo, considerando que a atividade é irregular e gera transtornos à comunidade. São 29 estabelecimentos comerciais, entre os mais badalados bares, restaurantes, pizzarias e boates do nobre reduto gastronômico, citados pela promotoria em seu pedido de providências.

“Os manobristas são os donos da rua. Eles não apenas se acham, eles são”, acusa o presidente da Pró-Lourdes, Aloísio Marinho. “Fazem demarcação das vagas, colocando carros atra-vessados; se comunicam pelo rádio quando vão pegar algum carro e ficam segurando a vaga para o colega; não dão oportuni-dade de outra pessoa ocupar o espaço... A vaga é pública, mas a disputa é injusta”, critica.

Segundo o presidente da Pró-Lourdes, os manobristas mo-nopolizaram as vagas do bairro, usando-as como espaço pessoal. Para isso, infringem regras de trânsito, estacionam os veículos em locais proibidos, como sobre passeios, nas esquinas e em vagas para portadores de necessidades especiais, sem contar que impedem acesso a rampas para cadeirantes. “Como não há fis-calização e nenhum impedimento, eles se apossaram do espaço público. Se você mora no Bairro de Lourdes e faz uma festa em sua casa a partir de quarta-feira, seus convidados não têm como estacionar e somente vão encontrar vagas na Praça da Liberda-de”, reclama Aloísio. Outro incômodo, segundo ele, é o barulho. “Até irem embora, por volta das 3h da madrugada, ninguém con-segue dormir. Ficam gritando para que colegas busquem carros dos clientes e incomodam o bairro inteiro”, disse.

Ainda assim, o presidente da Associação Brasileira de Ba-res e Restaurantes de Minas (Abrasel), Fernando Júnior, defen-de a regulamentação da profissão. “Nada impede a prefeitura de cobrar uma taxa para que o estabelecimento tenha um espaço para o cliente parar seu carro e entregar ao manobrista. Sem esse espaço, o manobrista teria que parar em mão dupla para devol-ver o carro. Ia causar muita confusão no trânsito”, argumenta Fernando. “É preciso deixar bem claro que não estamos usando o espaço público com o espaço privado”, acrescentou.

O presidente da Abrasel Minas disse que o sistema de ma-nobra é comum em qualquer lugar do mundo. “Não concorda-mos com estacionamento em local proibido. Os manobristas, se necessário, devem usar o Faixa Azul, mesmo porque as vagas estão sendo usadas para o próprio público. Se não fosse o ma-nobrista, o próprio dono do veículo estaria estacionando. Esta-mos facilitando a vida do cliente”, afirma Fernando. “Tudo que o dono de restaurante quer é estar dentro da lei.”

OBriGAÇÃO DE FiSCALiZAr O presidente do Sindicato dos Bares, Restaurantes e Hotéis,

Paulo Pedrosa, também defende a regulamentação da atividade de manobrista. “Há empresas que oferecem o serviço. Quando não há o próprio manobrista, o dono do estabelecimento preci-sa colocar um dos seus funcionários para fazer o atendimento, desde que seja motorista habilitado. Quanto ao espaço, evidente-mente não se pode parar em local proibido, de carga e descarga. Compete à BHTrans fiscalizar”, disse Pedrosa. Nove projetos de lei que tramitam na Câmara de Belo Horizonte tratam da questão dos manobristas, segundo a assessoria da Casa.

O pedido de providências do Ministério Público é assinado pelo promotor Cristóvão Joaquim Fernandes Ramos Filho. Ele justifica que o objetivo é facilitar o trânsito nos locais onde esses serviços são irregularmente prestados, determinando a proibição de instalar mobiliário urbano em logradouro público, em cum-primento ao Código de Posturas do Município. Conforme o do-cumento do promotor, Regional Centro-Sul, BHTrans e Batalhão de Trânsito terão 20 dias para prestar informações escritas sobre as medidas adotadas. A Centro-Sul tem 10 dias para que seja di-vulgada a recomendação do MP no Diário Oficial do Município. A Prefeitura de BH informou que ainda não foi notificada sobre a recomendação e que por enquanto não vai se manifestar.

Carro some nas mãos de valetEntregar o carro nas mãos de manobristas tem ar de como-

didade, mas também pode ser arriscado. Foi o que comprovou em 7 de janeiro o economista Luiz Fernando Figueiredo da Ro-cha, de 34 anos, quando foi com a mulher, grávida de cinco me-ses, a uma casa da Rua Marília de Dirceu, no Bairro de Lourdes. Depois de entregar o carro ao manobrista que os recepcionou, eles nunca mais viram o veículo. O Hyundai i30 simplesmente desapareceu e ninguém assumiu a responsabilidade.

Luiz Fernando conta que foi ao encontro de amigos e che-gou às 21h. “Chovia muito. Geralmente não entrego meu carro para manobrista, mas, devido à situação, e com minha mulher grávida, resolvi usar o serviço”, conta, lembrando que o espa-ço em frente à casa noturna estava delimitado com cone, placa oferecendo o serviço e na calçada havia um quadro de chaves. “Vi meu carro sendo estacionando em cima da calçada de um laboratório ao lado. Tivemos uma noite agradável com nossos amigos. Por volta das 2h, pagamos pelo serviço e entregamos o tíquete para o manobrista e ele não conseguia localizar a chave. Meu carro também não estava no lugar onde o haviam coloca-do”, disse.

Luiz Fernando afirma que os manobristas se comunicavam pelo rádio, mas não conseguiram localizar o carro. “A casa quis se eximir da responsabilidade, dizendo que não poderia fazer nada, pois o serviço era terceirizado. Diante disso chamamos a polícia”, disse. O casal foi para a delegacia registrar queixa.

“Estamos entrando com um processo na Justiça contra a casa e contra a empresa de manobristas”, disse o economista. A seguradora do carro foi acionada e indenizou o casal, mas, segundo o economista, em um valor abaixo da média do merca-do. “A gente se sente impotente, sem saber até onde vai nosso direito”, lamenta Luiz Fernando.

EStADO DE minAS – P. 22 – 25.02.2012 ZOnA SUL

Manobristas levam ‘fechada’ em Lourdes Promotoria expede recomendação para que Polícia Militar, BHTrans e prefeitura da capital impeçam ação dos chamados valets, que se apropriam do espaço público nas ruas do bairro

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EStADO DE minAS - P. 21 - 27.02.2012

Flávia AyerOs homens engravatados permanecem por lá, com seus púlpitos

e bancos no passeio, além de placas no asfalto anunciando a presença dos manobristas. Bares e restaurantes da Rua Pium-í, nas imediações dos bairros Anchieta e Carmo-Sion, na Região Centro-Sul, ignoram acordo firmado no ano passado com o Ministério Público (MP) de Minas Gerais e continuam a oferecer o serviço conhecido como valet aos clientes. A insistência dos estabelecimentos em manter as empre-sas de manobras na Rua Pium-í expõe a dificuldade que o MP deverá encontrar no Bairro Lourdes, na mesma região, ao tentar banir a figura dos manobristas.Conforme o Estado de Minas publicou anteontem, a Promotoria de Habitação e Urbanismo encaminhou recomendação à Regional Centro-Sul, à BHTrans e ao Batalhão de Trânsito da capital para que os órgãos coíbam a ação dos profissionais no nobre reduto gastronômico. O argumento vem de denúncia da associação dos mo-radores Pró-Lourdes, que reclama da reserva de vagas, estacionamen-to em local proibido e gritaria por parte dos manobristas. Com base em reclamações semelhantes de moradores do Anchieta e do Carmo-Sion, no ano passado, a mesma promotoria propôs um termo de ajus-tamento de conduta (TAC) aos bares e restaurantes da Piuim-í.

Apesar do acordo, quem fosse de carro à badalada rua no sábado poderia, ao custo de R$ 10, entregar o veículo na porta do estabeleci-mento aos homens de preto com tranquilidade. De acordo com um dos profissionais, Emerson Ribeiro, funcionário com carteira assinada de uma empresa do setor, os manobristas atendem, em média, 18 carros por dia e muitos clientes não abrem mão da comodidade. “Procura-mos estacionar o carro por perto e sempre deixamos um vigia toman-do conta. O movimento caiu com a Lei Seca, mas bares e clientes sempre pedem o serviço”, conta.

O presidente da Associação Brasileira dos Bares e Restaurantes em Minas Gerais (Abrasel/MG), Fernando Júnior, reconhece o retorno dos valets à Pium-í, mas argumenta que, em vez de proibir, é preciso regulamentar a atividade. “Trata-se de um serviço importante para os clientes, que usam, gostam e pagam a manobra. Defendo inclusive o pagamento de uma taxa para usar a área em frente ao estabelecimento como embarque e desembarque de passageiros”, afirma.rEtOrnO

O empresário Rodrigo Ferraz, dono de bares na Pium-í e em Lourdes, assume que voltou a oferecer os valets e cobra discussão mais aprofundada sobre o assunto. “Realmente, o MP solicitou que retirássemos o serviço, mas constatamos um aumento absurdo de as-saltos e roubos na região. Consultamos o nosso jurídico e verificamos que se o serviço for oferecido pela própria casa não há problema. Tra-balhamos com regras e orientações para não incomodar a vizinhan-ça”, ressalta o empresário, que torce pela revisão de leis relacionadas ao setor. “Em vez de valorizar, o que se faz é desestimular bares e restaurantes”, lamenta.O presidente da Associação dos Moradores do Bairro Anchieta (Amoran), Saulo Lages Jardim, reforça que abusos de manobristas desagradam à comunidade. “Eles fazem reserva de vagas, param na frente de garagens, em fila dupla e tumultuam tudo. Acho que deveria haver regras para esse serviço, mas na falta delas, sou a favor da proibição”, afirma. Na Savassi, onde casas noturnas nas imediações da Rua Sergipe oferecem o serviço de manobra, o princi-pal transtorno é o estacionamento em fila dupla, durante o embarque e desembarque de passageiros. “Apesar de não termos tantos problemas quanto em Lourdes, estamos atentos à questão e também gostaríamos de uma regulamentação”, diz.

Enquanto as normas não chegam nem a prefeitura informa se irá cumprir a recomendação em Lourdes, os valets continuam nos esta-belecimentos. Ontem, ao mesmo tempo que ofereciam conforto aos

clientes, os manobristas passavam por cima das regras de trânsito e posturas. Em um restaurante, cones demarcavam no espaço público a área para embarque e desembarque de passageiros, prática proibida pelo Código de Posturas. Também não foi difícil flagrar fila dupla, estacionamento em cima do passeio e na frente de garagens.

Apesar de tudo, o engenheiro civil Eduardo de Camargo, de 62 anos, que chegou com um veículo importado a um dos estabeleci-mentos, não dispensa o serviço. “Não me preocupo tanto com a se-gurança do carro. Uso pelo conforto de não ter que procurar vaga e o manobrista já se tornou uma condição para que eu vá ao restaurante. É claro que existem abusos, mas nunca tive qualquer problema com meu carro”, conta. O EM tentou contato, sem sucesso, anteontem e ontem, com representantes do MP.

Em ViUreboques no meio da noite

Parecia operação de guerra. A noite de sábado em Lourdes ga-nhou luzes extras dos reboques da BHTrans que chegaram para retirar veículos estacionados em locais proibidos. Apenas nas proximidades de um restaurante na Rua Curitiba, pelo menos quatro carros foram rebocados em menos de 40 minutos. Era impressionante a velocidade com que os fiscais travavam as rodas, prendiam os cabos de aço e erguiam os veículos para o topo dos caminhões. Alarmes eram dis-parados em vão. Paralelamente, policiais militares faziam as anota-ções para a cobrança da multa. Os carros estavam parados em pontos de ônibus e muito próximos de esquinas. Em alguns casos, os donos chegaram, apavorados. Uma moça mostrou a carteira e conseguiu in-terromper o guincho e sair rapidamente dali. Na esquina com Rua Alvarenga Peixoto, o dono de outro carro não teve a mesma sorte ou argumentação e viu o veículo ser rebocado. (Graziela Reis)

Lei que não sai do papel Já consolidada na capital paulista, a regulamentação do serviço de

manobra tramita há pelo menos seis anos na Câmara Municipal de Belo Horizonte, mas até hoje não saiu do lugar. A mais recente tentativa de pôr ordem ao setor vem do Projeto de Lei nº 1.457/2011, de autoria do vereador Joel Moreira (PTC). O texto, que ainda está sendo analisado por comissões, obriga empresas do ramo a estar regularmente constituídas, a assinar a carteira de trabalho dos motoristas, a estacionar os veículos em local seguro e adequado, além de emitir ao cliente recibo com a garantia do ressarcimento de qualquer dano ao carro.

De acordo com Moreira, a principal intenção do projeto é proteger o patrimônio do cliente e a garantir a segurança do funcionário. “Não há proibição do serviço de valet, mas ainda não há regras para a atividade. O que queremos é que essas empresas ajam dentro da formalidade e que elas contem com um seguro para ressarcir quaisquer danos causados aos consumidores”, afirma o parlamentar, que ainda não tem conhecimento da legislação paulista.

Em São Paulo, a regulamentação da atividade existe desde 2004 e passou por revisão há quatro anos. Além de tratar sobre direito do traba-lhador e do consumidor, as normas da capital paulista regulam o uso do espaço público. Lá, empresas do setor seguem regras específicas sobre a disposição de bancadas e guarda-sol no passeio, têm que informar sobre o horário que irão exercer a atividade, o estacionamento para o qual o veículo será levado e o trajeto que o manobrista percorrerá.

A legislação também autoriza o uso da área em frente ao estabeleci-mento para embarque e desembarque de passageiros, mas exige o paga-mento ao município para a ocupação pelo serviço de valet. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores, Lavadores, Guardadores, Manobristas e Operadores de Automóveis Autônomos em Estacionamentos (Sintrala-mac), Martin dos Santos, cobra a regulamentação. “É um serviço que está crescendo de forma independente e sem controle”, diz. (F.A

VALEtS

Negociação desrespeitada Acordo firmado com o Ministério Público em 2011 para coibir ação de manobristas no Sion não está sendo cumprido. Problema deverá se repetir no Bairro de Lourdes

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Gustavo Werneck

Minas tem um dos patrimônios culturais mais ricos do país. São centenas de igrejas, ca-pelas, conventos, mu-seus, santuários e ou-tras joias dos tempos coloniais localizados na sede dos municípios, distritos e pequenos po-voados.

No entanto, a falta de segurança faz com que muitos desses bens, importantes para as co-munidades e muito vi-sitados pelos turistas, se tornem alvo fácil dos ladrões. Eles arrom-bam os prédios, furtam imagens e outras peças sacras e as vendem no mercado clandestino. Até colecionadores do exterior ficam de olho nessas preciosidades mineiras, embora, por lei, elas não possam sair do país, a não ser com autorização especial do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional/Ministério da Cultura.

Na semana passa-da, a ação criminosa de bandidos fez mais estragos e tirou o sos-sego dos moradores de Itacambira, na Região Norte. Na madrugada de quarta-feira, foram levadas pelo menos 20 peças da Matriz de San-to Antônio, do século 18, entre elas as ima-

EStADO DE minAS – P. 5 – GUriLânDiA – 25.02.2012SE LiGA

Proteção de peças sacras

Igrejas coloniais de Minas, como a de Nossa Senhora do Carmo, em Sabará, na Grande BH, têm um rico acervo

gens de São Vicente Ferrer, São Miguel, Santana Mes-tra, São Sebastião e San-to Antônio. O sistema de alarme não estava ligado e ,os ladrões entraram sem despertar a atenção dos ze-ladores.

E sabe por que o alarme não estava ligado? O con-trato de manutenção com a empresa responsável não tinha sido renovado pelo governo estadual – e só en-trou em vigor, em caráter emergencial, depois que o coordenador das promoto-rias de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais (CPPC), Marcos Paulo de Souza Miranda, denunciou a situação no Estado de Minas. Agora, depois que o

mal foi feito, resta à polícia rastrear as relíquias e des-cobrir o paradeiro delas. Estão em alerta a Interpol (Polícia Internacional), po-lícias rodoviárias Federal e Estadual e a administração dos aeroportos.

O furto da igreja de Itacambira, sob proteção do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Mi-nas Gerais (Iepha/MG), foi uma surpresa, já que, nos últimos anos, não havia re-gistro de assalto a igrejas coloniais. Minas, aliás, é o único estado com uma po-lítica específica para prote-ção do patrimônio. Cente-nas de peças desaparecidas já foram recuperadas, a partir de uma ação conjun-ta de órgãos federais, esta-

duais e municipais, junto à Igreja, associações etc.

A saída para terminar de vez com essa situação pode ser a criação de uma polícia e delegacia espe-cializadas, proposta da Associação das Cidades Históricas de Minas Gerais defendida também pelo co-ordenador do CPPC. Um documento será entregue ao governador Antonio Anastasia para pôr a ideia em prática. É sempre bom lembrar que as peças sa-cras representam a religio-sidade do povo, mas tam-bém a cultura e tradição. Dessa forma, todos devem zelar pela sua conservação e proteção.

* Gustavo é repórter a editoria Gerais

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O mEtrO - P. 4 - 27.02.2012

Não são apenas as igrejas e capelas de Minas que pedem socorro. Em muitos distritos, interior afora, a situação de casas dos séculos 18, 19 e iní-cio do 20 tornam a história mais pobre. Em Rave-na, distrito de Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o imóvel, localizado na Rua Be-nedito Saturnino da Rocha, 52, se encontra em pe-

tição de miséria, tanto que alguém precavido pôs a faixa “Perigo. Risco de desabamento. Mantenha distância. Perigo”. Resta aos proprietários tomar providências para impedir a derrocada completa da casa e, às autoridades, fiscalizar para que o prédio seja recuperado e que, até lá, não cause acidentes. (Gustavo Werneck

EStADO DE minAS - P. 20 - 27.02.2012nOtAS DO DiA

PAtrimÔniO

Casarão histórico ameaça desabar

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MINAS GERAIS 8TURISMO

AS CIDADES históricas de -

na, Ouro Preto, Tiradentes, Mariana e Sabará comemoram o aquecimento da economia durante o Carnaval 2012. Com uma parceria entre Governo de Minas e as prefei-turas foi realizada a quarta edição do Carnaval das Cidades Históricas,

-va do turismo, gerando ocupação e renda para as comunidades.

um dos coordenadores do projeto, o evento atraiu cerca de 350 mil fo-liões às seis cidades, gerou 3,5 mil postos de trabalho e proporcionou

milhões, com média de ocupação hoteleira de 85%.

O secretário de Estado de

ressalta que a união dos municí-pios no planejamento do Carna-val favorece a atração de turistas e possibilita uma programação que oferece ao turista facilidade

-tar da diversidade de Minas Ge-rais. “Estamos muito felizes, pois conseguimos alcançar um nú-mero expressivo de público, mo-

turismo e propiciar um Carnaval tranquilo e seguro para nossa população e visitantes”, disse.

SÃO JOÃO 100% - Os mais de 50 mil turistas que passaram o Carnaval em São João del-Rei ocuparam 100% dos hotéis e pou-sadas, de acordo com a secretária municipal de Turismo, Nina Capel.

-

Como parte do Carnaval das Cidades Históricas, criado em 2009, a Secretaria de Es-tado de Cultura, em parceria com a Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural

com orientações e cuidados para assegurar a integridade do patrimônio cultural e histó-rico das cidades parceiras.

A Secretaria de Saúde distri-buiu quatro milhões de preserva-

-

cadastradas. A campanha teve o slogan “Curta o Carnaval com ca-

como cartazes e folderes, foram distribuídos para as 28 regionais

nos municípios. Outra ação foi o ônibus “Ex-

presso Folia”, em parceria com a

Drogas, que circulou por mais de

A Secretaria de Saúde pro-moveu uma campanha de pre-venção à dengue. Em parceria

-zados carros de som e avisos nos principais pontos de comércio. A Secretaria levou às cidades o Dengômetro e o Dengue Móvel. O Dengômetro promove a troca de informações e experiências no combate à doença, e o Dengue

Móvel é o veículo que percorre os bairros trocando por material escolar objetos que possam se tornar focos do mosquito.

DER – Em conjunto com as polícias Militar, Civil e Rodo-viária, BHTrans e Agência Na-cional de Transporte Terrestre (ANTT), o DER obteve resultados

blitze de combate ao transporte clan-

mil veículos e lavrados 1.005 autos de infração. A repressão aos motoristas alcoolizados

das policiais Civil e Militar e -

33 radares móveis, sendo 15 da PRF e os 18 da Polícia Mi-

jurisdição do DER.

Cidades históricas comemoram o sucesso turístico e econômico do Carnaval 2012

so município sofreu após as en-chentes, o Carnaval surpreendeu.

escolas de samba. Em todos os momentos, sempre muita gente e

Conseguimos propiciar um

Carnaval tranquilo e seguro para nossa

populaçãoe visitantes

Ações em parceria levam a bons resultados

Em Tiradentes, famílias de foliões encheram as ruas do centro histórico

Depois da folia, balançoDIVULGAÇÃO

a ocupação da rede hoteleira da cidade histórica girou em torno de 85%. “Tivemos um Carnaval ani-mado, muitas crianças e famílias encheram as ruas de nosso centro histórico”, disse.

Barbosa lembrou, também, que a grande aposta para o Car-naval 2012 foram os blocos cari-catos, que movimentaram mais de 10 mil foliões.

DIAMANTINA - Em Diaman-

Destaque para O Sapo Seco, O -

sentadas. Os percussionistas das bandas Bat-Caverna e Bartucada animaram as noites da moçada. A secretária municipal de Turismo,

cerca de 100 mil pessoas passa-ram pela cidade, o que possibili-tou ocupação hoteleira em torno de 80% e a geração de 2,5 mil postos de trabalho. “Tivemos em

-lo. O projeto Carnaval das Cidades Históricas é uma parceria estraté-gica promovida pelo Governo de Minas. Queremos que o Carnaval mineiro alcance a mesma evidên-cia de outros estados brasileiros”, destacou a secretária.

OURO PRETO - Em Ouro Preto,

-ternacionalmente pela riqueza da sua arquitetura colonial, os bone-cos gigantes e blocos caricatos ani-maram a festa. Destaque para os blocos da Praia, Caixão e Zé Pereira

de escolas de samba, shows e bai-le carnavalesco. O prefeito Ângelo Osvaldo diz que a festa marcou a

em janeiro. “Tivemos um dos me-

e recebemos turistas de diversos lugares do Brasil e do exterior. Sem dúvida, o Carnaval das cidades his-tóricas mineiras é uma das melho-res opções para o turista no País”.

Assim como nas outras qua-tro cidades históricas, também em Mariana e Sabará o Carna-val 2012 foi sucesso, reunindo milhares de pessoas em clima de muita alegria. Em Sabará, pela proximidade com a Capital (apenas 18 quilômetros), acor-rem sempre milhares de foliões

.TIRADENTES - Felipe Barbo-

sa, secretário de Turismo de Tira-

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O tEmPO - P. 2 - 26.02.2012A PArtE

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Isabella Souto e Juliana Cipriani Quarenta e três deputados estaduais mineiros gastaram ao

longo de 2011 exatos R$ 1.422.913,47 da verba indenizatória com a contratação de advogados. O valor seria apenas mais uma despe-sa para o bolso do contribuinte se a maior parte do dinheiro – R$ 854.598,00, gastos por 23 parlamentares – não fosse usada para contratar como consultores jurídicos profissionais que também os defenderam ou ainda os defendem em ações cíveis, criminais e eleitorais sem qualquer relação com o mandato.

Os recursos saíram dos cofres públicos a título de “consul-toria, assessoria e pesquisa”, um dos itens permitidos para uso da verba indenizatória de R$ 20 mil a que eles têm direito todos os meses. A justificativa é sempre a mesma: orientação jurídica na ela-boração de projetos de lei e pareceres técnicos para as comissões temáticas. Curiosamente, o gasto é efetuado quase mensalmente, mesmo os parlamentares tendo à sua disposição 85 consultores de 10 áreas custeados pela Assembleia Legislativa. No ano passado, o grupo realizou 7.011 consultorias, entre minutas de proposições ou pareceres sobre matérias em tramitação – mesmo tipo de servi-ço prestado pelos advogados contratados pelos gabinetes.

A Deliberação 2.446/2009 da Assembleia Legislativa permite o gasto de verba indenizatória com escritórios de advogados, des-de que o serviço prestado tenha relação com “atividade inerente ao exercício do mandato parlamentar”. Para a indenização é exigido do deputado apenas o currículo do profissional contratado, e em caso de pessoa física o comprovante do recolhimento mensal do Imposto de Renda (IR) sobre o respectivo serviço. O limite com consultoria é R$ 5 mil mensais. Os parlamentares não costumam economizar nesse gasto.

A deputada Ana Maria Resende (PSDB) é um exemplo disso. Entre março e novembro do ano passado ela destinou R$ 5 mil mensais para o escritório Menezes Consultores e Advogados As-sociados, somando uma despesa de R$ 45 mil. Os profissionais do grupo defenderam o marido dela, o deputado federal Jairo Ataíde Vieira (DEM), em mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) em que alegava ter o direito de ocupar uma cadeira na Câmara dos Deputados como primeiro suplente da coligação que o elegeu. Na ocasião foi discutido se a ordem de convocação de suplentes seria pelo partido ou pelo grupo que disputou as elei-ções.

O deputado Sargento Rodrigues (PDT) parece muito satisfei-to com a defesa feita pelo advogado Antônio Vicente Coelho Cam-pos em dois processos que ele entrou, um no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (já encerrado) e um recurso que está no Superior Tribunal de Justiça (STJ), envolvendo ação penal movida no Tri-bunal de Justiça Militar (TJM). Tanto que o parlamentar manteve contrato de consultoria com o advogado entre fevereiro e dezem-bro de 2011, totalizando um custo de R$ R$ 55 mil. Impressão semelhante deve ter o colega de plenário Jayro Lessa (DEM). O mesmo escritório que o defende em uma ação civil pública ajui-zada pelo Ministério Público no Tribunal de Justiça e o representa em processos tributários em tramitação na Justiça Federal foi o escolhido para prestar serviços ao seu gabinete ao custo de R$ 35 mil: o Cursage & Molisani Advogados Associados.

Um pouco mais, R$ 55 mil, gastou Antônio Genaro (PSC) para a consultoria do escritório Moreira Alves Advogados Asso-ciados, o mesmo que contratou para representá-lo em ação traba-

lhista no Tribunal Superior do Trabalho (TST), em ação de pres-tação de contas da campanha de 2010 na Justiça Eleitoral e uma apelação cível no TRF.

Os petistas Durval Ângelo e Elismar Prado optaram por con-tratar como consultor o escritório Lobo Leite Sociedade de Advo-gados. Em 2011 eles gastaram R$ 90 mil com profissionais que au-xiliam o PT em ações judiciais e que também advogam para eles. Durval Ângelo responde a uma ação cível no TJMG, e Elismar Prado a uma ação de prestação de contas de campanha, iniciada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG) e que agora tramita no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Há ainda deputados que contrataram o mesmo escritório. Um deles, o Mateddi Maziero Advogados Associados presta serviços para cinco parlamentares: Sávio Souza Cruz (PMDB), Tadeuzinho Leite (PMDB), Antônio Júlio (PMDB), Ivair Nogueira (PMDB) e Paulo Lamac (PT). Profissionais do escritório advogam em várias ações judiciais que têm entre as partes o PMDB, partido de quatro de seus clientes na Assembleia Legislativa. Somente com eles os advogados receberam em 2011 R$ 142, 2 mil. Do petista, a quem defendem em ação em que é acusado de usar indevidamente a ver-ba indenizatória recebida enquanto era vereador em Belo Horizon-te, foram outros R$ 40 mil.

Consultores chamados de incompetentes A culpa é da Assembleia. Essa é a visão dos deputados ouvi-

dos pela reportagem, que justificaram o gasto da verba indeniza-tória com advogados alegando incompetência ou insuficiência dos consultores disponibilizados pela Casa. Outra alegação é de que precisam de um serviço personalizado. E sobre a “coincidência” das contratações de profissionais que os defendem judicialmente, a justificativa é de que são competentes para ambas as funções.

É o caso do deputado Sargento Rodrigues, que contrata o ad-vogado Antônio Vicente Coelho Campos para consultoria e sua de-fesa. O parlamentar afirmou que a consultoria do Legislativo “não atende à altura”. Segundo ele, os técnicos da Casa são insuficien-tes e sobrecarregados de trabalho. “Tem projeto que peço parecer como relator em comissão e demoram a liberar. Já reclamei isso”, acrescentou. Questionado sobre a contratação para fins judiciais, Rodrigues respondeu, irritado, que a pergunta era desrespeitosa, e garantiu que o pagamento para ações não vem da verba indeniza-tória, mas de sua conta particular. “Por que vocês não questionam as verbas do Ministério Público ou do Judiciário?”, rebateu.

O deputado Jayro Lessa (DEM) argumentou que um profis-sional contratado por ele “não é a mesma coisa” que os consultores da Assembleia que, segundo ele, não são advogados. Neste caso, parece desconhecer que para o cargo de consultor é exigido diplo-ma de bacharel em direito e inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil. “O José Geraldo não é advogado, é formado em informá-tica”, afirmou, se referindo ao secretário-geral da mesa que, além de não ser consultor, é também formado em direito. Questionado em seguida se os funcionários da Casa não serviriam, minimizou: “Servem, dependendo do caso”. Lessa disse que os advogados são contratados pelo seu grupo de empresas e pagos por elas. “Con-tratei porque considero bons, trabalham comigo há muitos anos”, disse.

O petista Elismar Prado alegou precisar do apoio adicional por ter uma “demanda gigantesca” e a Casa não oferecer o serviço em todas as áreas necessárias. “Tenho uma atividade intensa, sou

EStADO DE minAS – P 03 - 26.02.2012 LEGiSLAtiVO

Quem paga essa conta? Boa parte dos deputados usa a verba indenizatória para contratar advogados. O curioso é que

os mesmos profissionais defendem os parlamentares em ações sem relação com o mandato

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o deputado que mais tem projetos, talvez por isso precise de uma consultoria maior”, afirmou. A advogada Edilene Lobo também atua em seu processo de prestação de contas na Justiça Eleitoral. Segundo Elismar, ela trabalha para vários partidos no período elei-toral, inclusive para o PT, e é paga de outra forma. “Muitas vezes ela presta serviço para o partido e faz o trabalho para todos da agremiação. Ela tem seu escritório e o direito de prestar esse outro serviço”, disse.

O deputado Ivair Nogueira (PMDB) alegou que o escritório contratado por ele presta serviços de análise e acompanhamen-to de projetos. “Você pode ter uma consultoria jurídica com uma análise diferenciada dos consultores da Assembleia.” Ele diz ter optado por esses profissionais por eles já fazerem trabalhos para o PMDB e o defenderem em uma ação eleitoral. “São muito bons”, atesta. Ivair garante que tirou do próprio bolso os honorários pagos pela ação judicial, mas se negou a revelar o valor. Procurados, os

deputados Ana Maria Resende (PSDB) e Antônio Genaro (PSC) não foram encontrados.

“Análise é subjetiva”O diretor de Processo Legislativo da Assembleia, Sabino

Fleury, rebateu as afirmações dos parlamentares: segundo ele, a “incompetência” dos consultores é uma análise “subjetiva”. “Há trabalhadores de pior e melhor qualidade, como existem em qual-quer área e lugar do mundo”, disse. Mas Sabino lembrou que os profissionais foram todos aprovados em um concorrido concurso público e a maior parte tem especialização, mestrado ou doutorado na área em que atuam. Uma exigência aos consultores jurídicos é a formação em direito. Em relação à insuficiência do número de consultores, o diretor reconheceu que a demanda vem crescendo a cada ano e o quadro de contratados não vem acompanhando esse ritmo.

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SEm PUniÇÃO

Muitos carros e nenhum respeito Na esteira do crescimento da frota, cidades do interior passam a conviver

com a falta de educação dos condutores e a inexistência da fiscalizaçãoGuilherme Paranaiba e Luiz RibeiroEstacionamento em local proibido, desrespeito à sinalização,

trânsito parado, motoristas inabilitados, condutores embriagados e fiscalização inoperante. Estes problemas, antes só detectados nas grandes cidades por conta do tamanho da frota, não estão mais res-tritos às metrópoles. O caos se espalha pelo interior, em cidades de médio porte, resultado perverso de três fatores: aumento vertiginoso do número de veículos, fiscalização ineficiente e falta de educação dos motoristas. O Estado de Minas percorreu cinco cidades de Mi-nas, Governador Valadares, Montes Claros, Divinópolis, Nova Ser-rana e Sete Lagoas, e constatou que nesses locais a obediência às leis de trânsito está se tornando uma raridade.

A expansão da frota no interior chama a atenção. Se nos 34 municípios da Região Metropolitana de BH o índice de crescimento foi de 125% nos últimos 10 anos, a situação nas demais regiões do estado é praticamente idêntica, com aumento de quase 124% no período, passando de 2,4 milhões de veículos em 2001 para 5,3 milhões em 2011, de acordo com os dados mais recentes do Depar-tamento Nacional de Trânsito (Denatran), referentes a dezembro do ano passado.

om tamanho volume de carros e motos nas ruas, sem o conse-quente aumento da capacidade de fiscalização e punição dos infra-tores, o terreno para o desrespeito à legislação e a ameaça à vida de pedestres, passageiros e motoristas, torna-se fértil. Em Governador Valadares, no Leste do estado, onde o EM passou uma manhã, as infrações de trânsito são um fato corriqueiro, sem a autuação dos responsáveis.

Nas ruas do município, onde circulam 98.820 carros, motos, caminhões, ônibus e outros veículos, motoristas e motociclistas es-tacionam em qualquer lugar, avançam o sinal e põem em risco as vidas de ciclistas e pedestres. Enquanto caminhava pela Rua Mare-chal Deodoro, a auxiliar de limpeza Acivone Rosa, 46 anos, se viu impedida de continuar seu trajeto graças a um caminhão bloquean-do todo o passeio. “Em uma situação dessas tenho que ir para a rua, onde o risco de ser atropelada é grande. O maior problema é que não existe fiscalização aqui na cidade”, diz ela.

Várias ruas do Centro de Valadares têm estacionamento rota-tivo, em que é obrigatório o uso do talão. No quarteirão formado pelas ruas Bárbara Heliodora, Peçanha, Israel Pinheiro e Belo Hori-zonte, mais da metade dos carros estacionados não usava o talão.

Durante as cerca de quatro horas que a reportagem percorreu as vias da região nenhuma autoridade de trânsito foi vista no local. Outro problema recorrente é a presença das motos, que são 37,4% da frota, nos estacionamento destinados aos carros. Em vários pon-tos há estacionamentos somente para motocicletas, mas todos ficam lotados. Resta aos motoqueiros parar em meio aos carros, desorde-nando essas áreas sem pagar o rotativo.

Segundo a 8ª Companhia de Meio Ambiente e Trânsito da Po-lícia Militar, cerca de 200 acidentes em média ocorrem por mês na área urbana de Valadares e 70% têm o envolvimento de motoquei-ros. A fiscalização de trânsito é feita em conjunto com a prefeitura e seis policiais militares percorrem diariamente as ruas do Centro a pé. “Realmente o efetivo é baixo para o tamanho da demanda, mas a curto prazo não vamos conseguir mudar essa situação. Só com o aumento do efetivo, aliado à educação dos motoristas, teremos condições de diminuir os abusos”, diz o tenente Audner Ferreira Bento.

Segundo a prefeitura, 18 agentes trabalham no trânsito em Va-

ladares, sendo que metade atua no Centro. O número vai aumentar, ainda segundo a prefeitura, por conta de um concurso público de 2010. De acordo com o diretor de Transporte e Trânsito de Valada-res, Marco Rios, ano passado foram 24.983 multas aplicadas, prin-cipalmente por falta de talão do rotativo, uso de celular e avanço de semáforo. “Cerca de 50% da frota que circula em Governador Valadares, nos dias úteis, é proveniente de cidades vizinhas e mui-tos motoristas ainda insistem em não usar o talão por acharem que a exigência não se aplica aos seus veículos”, diz o diretor. Sobre o aumento da frota, a prefeitura garante estar trabalhando em projetos para melhor a circulação na cidade.

mOtOtAXiStAS Com 152.910 veículos rodando nas ruas, entre os quais 66.127

carros de passeio e 64.173 motocicletas, Montes Claros, no Norte de Minas, enfrenta os mesmos problemas de trânsito que Governa-dor Valadares, mas com um agravante: a atuação de cerca de 10 mil mototaxistas, segundo dados da Empresa Municipal de Planejamen-to, Gestão e Educação no Trânsito de Montes Claros (MC Trans). A atividade não é regulamentada pelo município e, agindo na in-formalidade, os mototaxistas não cumprem a legislação de trânsi-to. Embarcam e desembargam passageiros em qualquer lugar, não respeitam o limite de velocidade e a sinalização e contribuem para o aumento do número de acidentes. Também há pessoas inabilitadas prestando esse tipo de serviço, o que só agrava os riscos para quem circula pela cidade.

A MC Trans informa que vai regulamentar o serviço de mo-totaxi neste ano e que está sendo elaborado um anteprojeto, a ser encaminhado à Câmara de Vereadores do Município. A empresa diz que ainda não pode informar o número de mototaxistas que a cida-de deverá ter quando o serviço vier a ser regulamentado, pois vai depender do projeto a ser aprovado pelos vereadores. Assegura que a regulamentação estabelecerá normas rígidas de segurança, como o uso de colete de identificação com o número da placa da moto e apresentação do atestado da inexistência de antecedentes criminais, além da carteira de habilitação.

EStADO DE minAS – P. 21, 24 E 25 26.02.2012

Palavra de especialistaOsias Baptista Neto - Consultor em engenharia de

transportes e trânsito

Faltam investimentos em trânsitoA expansão da frota no interior é uma tendência natural por-

que a facilidade de renda não é uma coisa típica apenas dos gran-des centros e se espalha pelo estado. Os carros atuam como os gases. Onde há espaço livre, eles preenchem. O grande problema é que essa facilidade de adquirir um veículo não combina com investimentos no trânsito nas cidades do interior. Com raríssimas exceções, as prefeituras do interior nunca se preocuparam com o tráfego urbano. Quando param para analisar os problemas, já não há mais o que fazer. O mais correto é tomar medidas hoje pensando no futuro, principalmente adequando o uso do solo ao transporte. Nenhum lugar do mundo consegue aumentar o espaço disponível aos carros na mesma proporção em que a frota cresce. A densidade de ocupação das vias é cada vez maior. Então, é necessário operar o trânsito de uma maneira eficiente e que saiba administrar a diferença entre o volume e a capacidade. Porém, para que isso ocorra, a fiscalização não deve permitir nenhum desrespeito, o que não acontece principalmente no interior.

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rEPOrtAGEm DE CAPA

Atrevidos e sem carteira Guilherme ParanaibaNo interior de Minas, não ter carteira de motorista não é impedimen-

to para sair conduzindo um carro ou uma motocicleta. Pelo menos é o que comprovam dados do Departamento Estadual de Trânsito de Minas Gerais (Detran/MG). Em 2010, foram registradas 107.605 autuações por falta de habilitação nos municípios do interior, contra 10.503 infrações na capital. No ano passado, enquanto houve queda de autuações de condutores inabi-litados em Belo Horizonte (7.907), no interior foi registrado crescimento, com as infrações alcançando 112.639.Segundo especialistas, o aumento desse tipo de ocorrência de trânsito também é fruto da explosão da frota. Para a coordenadora de Infração e Controle do Condutor do Detran, dele-gada Inês Borges Junqueira, capital e interior vivem momentos distintos. “O número caiu em Belo Horizonte por conta do aumento da fiscalização, principalmente a da Lei Seca, que também pega os inabilitados. Já no interior o número de pessoas dirigindo sem habilitação tende a aumentar, porque a frota cresce muito acima da capacidade da fiscalização”, afirma a delegada.

A policial admite que o número de condutores inabilitados é ainda maior, pois nem todos são apanhados pela fiscalização. “Cada registro de-pende de uma abordagem por um agente de trânsito. Imaginem só quantos motoristas inabilitados não passam pela fiscalização. E no interior essa situação é bem pior, com toda certeza. Também acho importante ressaltar que o alto número de pessoas que dirigem sem carteira é proporcional à responsabilidade do cidadão”, completa. A dificuldade em identificar e punir os condutores inabilitados é destacada pelos especialistas, que voltam a cobrar mais rigor na fiscalização, especialmente no interior.

Exemplo da precariedade da fiscalização é a expansão das blitzes da Lei Seca para o interior, prometida pelo governo do estado em julho do ano passado, quando a ação passou a ser feita em Belo Horizonte, e até agora não implantada.SEm COntinGEntE

A fiscalização da Lei Seca no interior, a exemplo do que já ocorre na capital, poderia ajudar a autuar condutores inabilitados. “Isso já deveria ter sido feito há muito tempo, mas não há contingente suficiente para tal. A omissão do Executivo e do Judiciário também é um fator que contribui para a impunidade”, diz o advogado Carlos Cateb, que trabalhou na ela-boração do Código de Trânsito Brasileiro.

O consultor em transportes e trânsito Osias Baptista Neto completa dizendo que a fiscalização rigorosa da Lei Seca acaba conseguindo agir em três pontos. “Em primeiro lugar, a blitz vai atrás do motorista alcooli-zado. Em segundo lugar ela acaba cercando também os inabilitados. E por último ainda inibe o roubo de veículos, que está amplamente associado à criminalidade de maneira geral”, afirma o especialista.

Segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social, a expansão da fiscalização da Lei Seca para o interior está em fase final de planejamento e será implantada no primeiro semestre.

ROTINA DE ACIDENTES E FERIDOSMais veículos nas ruas, mais falta de respeito e mais vítimas de aci-

dentes do trânsito. Em Sete Lagoas, na Região Central de Minas, a 84 quilômetros de Belo Horizonte, dados da Secretaria Municipal de Saúde mostram que cerca de 40% dos casos atendidos no Hospital Municipal são decorrentes de acidentes envolvendo motociclistas. Já de acordo com o Corpo de Bombeiros, que também atende vítimas de acidentes, só em 2012 já foram socorridos 24 motociclistas e passageiros de motociclistas, com registro de uma morte. (Marcos Avellar)

COnt.... EStADO DE minAS – P. 21, 24 E 25 - 26.02.2012

EStADO DE minAS - P. 02 - 27.02.2012E AINDA... LEI SECA - Rigor da fiscalização contra quem dirige

após consumir álcool reduziu número de acidentes em 20,4%

A força do bafômetro

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O tEmPO - P. 20 - 27.02.2012

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EStADO DE minAS – - P. 27 - 26.02.2012 A separaçãoTiago Padilha

“Vão se divorciar mesmo?”, perguntou o juiz titular da 1ª Vara de Família de Belo Horizonte, Newton Teixeira de Carvalho. A mulher confirmou com a cabeça, mas o homem hesitou. “Você ainda gosta dela, não gosta?”, percebeu o juiz. O marido — ainda o era, ao menos oficialmente — ad-mitiu: “Amar, eu amo, mas e daí? Quando um não quer…”. O magistrado, então, voltou-se para a esposa: “Está vendo a declaração expressa de amor? Tem certeza que não tem mais volta?”. Ela continuou decidida.

Foi assim o começo de mais uma audiência de divórcio na capital mineira, em uma das salas do Fórum Lafayette. No início da conversa, como manda a lei, o juiz tentou a reconciliação, embora soubesse ser pouco provável. No ca-minho percorrido pela ação desde o momento em que ela é ajuizada, aquela é a última das audiências, a de instrução e julgamento.

Nesse encontro, de nada adianta que alguém do casal ainda deseje manter a aliança. Se o outro não quiser, pronto: é selada a dissolução judicial do matrimônio. Não é preci-so apresentar motivo, como infidelidade ou maus-tratos. A vontade basta desde 2009, quando o novo Código Civil eli-minou a necessidade de comprovar uma razão para o fim do matrimônio, como agressões físicas ou morais, abandono de lar, atividades criminosas, ociosidade e alcoolismo.

Esse é um dos pontos em que os processos de divórcio no Brasil se diferenciam daquele mostrado no filme iraniano A separação, premiado com o Globo de Ouro e que concorre hoje ao Oscar de melhor filme em língua estrangeira. No longa-metragem, uma mulher quer se separar de seu marido, mas tem o pedido negado pelo juiz, que considera insatisfa-tórias as razões alegadas por ela.

Realizada em uma tarde de sexta-feira, a audiência presidida pelo juiz Carvalho também teve a presença dos advogados e de um promotor estadual. O marido, antes in-conformado, acabou por aceitar o divórcio, convertido de litigioso para consensual. Mas, minutos depois, ele ainda tentou convencer a mulher, sentada à sua frente. “Você saiu de casa dizendo que eu te batia. Nunca te bati”, argumentou. Calma, ela replicou: “Nunca? Você não se lembra?”

Guarda e pensão O grupo passou a discutir a guarda dos filhos, dois meninos de 10 e 9 anos de idade, que moram com o pai há dois anos. “O mais velho fala que quer ficar co-migo, mas o caçula é mais apegado a ela”, revelou o homem, de 36 anos. Carvalho sugeriu: “Por que não fica um com ele e o outro, com ela?”. “Desse jeito, não quero”, retrucou a mulher, de 31. Diante do impasse, o juiz determinou que os garotos continuassem com o pai, em caráter provisório, até que se submetessem a um estudo psicossocial, conduzido por assistentes sociais e psicólogos.

Enquanto isso, a mãe deveria pagar uma pensão alimen-tícia. “Estou ajudando com roupa, tratamento dentário”, ela lembrou. O advogado do homem insistiu em que a pensão se descontasse da folha de pagamento. Então, Carvalho sen-

tenciou que fossem depositados, por mês, 30% do salário mínimo da mulher, que trabalha como atendente de caixa registradora.

A mãe achou que 30% era muito e começou a chorar. Ela afastou suas mãos quando o homem, esticando um dos braços sobre a mesa, tentou pegá-las. “Eu te ajudo”, disse ele, enxugando as próprias lágrimas com a camisa. “Não, não, você não ajuda”, ela continuou chorando, as mãos co-brindo o rosto. Para provar que ajudava, o homem, empre-gado como vigilante, se dispôs a transportar os filhos até a mãe, nos dias que passarão na companhia dela. Assim, a atendente de caixa não gastaria dinheiro em passagens de ônibus. A proposta foi aceita e a ata da audiência, lida e as-sinada.

Sensibilidade “Uma pessoa de temperamento muito forte, explosiva, não pode ser juiz de família. Nessa área, é preciso desenvolver uma sensibilidade maior, por causa da natureza do conflito. Nas relações familiares, entra o com-ponente da emoção, do amor”, considera o juiz Carlos Sal-vador Carvalho. Ele coordena a Central de Conciliação do Fórum de Belo Horizonte, responsável por realizar audiên-cias de conciliação.

Desde setembro de 2002, quando a Central foi criada, 58% das 90,6 mil audiências realizadas resultaram em acor-do. “Nas conciliações, tem sempre gente chorando, tem sem-pre ‘barraco’. Outro dia, dois estavam berrando um com o outro. De vez em quando a pessoa passa mal, desmaia. Isso tudo faz parte do jogo”, relata Carlos. “Todas as audiências de família são muito exaustivas. Você tem que ficar atento a tudo, a todas as reações das pessoas. Os casais tentam se manipular. Há muita mágoa, muito rancor”, confirma a juiza Aldina Soares, titular da 2ª Vara Cível de Santa Luzia, muni-cípio da Região Metropolitana de BH.

“Muitas vezes, a gente precisa aconselhar, tranquilizar o casal. Às vezes nosso papel é só abrir portas, fazer com que eles conversem, retomem o diálogo. É preciso deixar que falem, desabafem, mas não pode deixar demais, senão perde o foco”, ensina a conciliadora Lílian Moraes, estudante de direito de 25 anos.

no filme , juiz nega divórcio a mulherCandidato a melhor filme em língua estrangeira, o ira-

niano A separação estreou no Brasil em 20 de janeiro (no Rio e em São Paulo). O filme do diretor Asghar Farhadi con-ta a história de um casal e de sua filha de 11 anos, que veem sua vida se transformar depois da decisão por uma separa-ção nada amigável. Na trama, além dos conflitos comuns em rompimentos de relações, problemas que envolvem o cuidado de um idoso com mal de Alzheimer e uma mulher grávida às voltas com o violento marido desempregado. O fim é surpreendente. Atualmente está em cartaz em 11 cida-des (São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Salvador, Fortaleza, Florianópolis, Vitória, Maringá e Reci-fe). Em Belo Horizonte, pode ser visto apenas na sala 3 do Belas Artes – Rua Gonçalves Dias, 1.581, às 14h30, 16h50, 21h30. As filas têm sido constantes na porta do cinema.

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Em Santa Luzia, na manhã de uma quinta-feira, a concilia-dora Lílian Moraes participou de audiência no Fórum Desem-bargador Pedro Viana. Havia mais de um ano que a esposa, de 30 anos, e o marido, 32, não se falavam cara a cara, embora tivessem rusgas pelo telefone. Ela estava grávida quando se casaram, depois de nove anos de namoro. Ficaram juntos por um ano e meio. Hoje, o filho de-les tem 5 anos de idade. Há dois meses, a mulher entrou com o pedido de divórcio.

A esposa, autora da ação, surpreendeu a conciliadora ao revelar, meio sem querer, que ainda gosta do marido. “Eu que-ria uma reconciliação. Como isso não aconteceu, fui vivendo minha vida”, confessou, cho-rando, as mãos tremendo. O ho-mem consentiu com o divórcio, mas se queixou de ser impedido de ver o filho. “Eu procuro não brigar com ela, mas, quando chega minha vez (de ficar com

o garoto), ela arruma algum problema. Começou a prendê-lo, a programar coisas com ele no dia de ele sair comigo”, ale-gou.

Divorciada há dois anos, Sônia Maria Costa, de 48 anos, não gosta de lembrar as audiên-cias de que participou. “Tem al-gumas coisas que ainda não se resolveram dentro de mim”, jus-tifica. Casada por 20 anos, teve dois filhos com o ex-marido. A advogada de Sônia a assustou ao propor, diante do juiz, que os filhos ficassem sob a guarda do marido. “Quando ele disse que aceitava, meu mundo desa-bou”, revela, chorando. “Fique calma, pare de chorar, senão eu deixo você aqui e vou embo-ra”, disse a advogada à atônita cliente. Apesar do desencontro momentâneo, Sônia continuou com a guarda, mas as lembran-ças daquela audiência ainda a fustigam. “Eu me senti frágil, muito frágil, diante de tantos leões.” (TP)

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Depois de ajuizada a ação de divórcio, o juiz da Vara de Família agenda uma audiência de conciliação. Nessa etapa, graduandos de direito ou psicologia, pro-movidos a conciliadores por meio de treinamento espe-cífico, reúnem-se com o casal e tentam fazer com que, caso não desista do processo, entre em acordo quanto aos termos do divórcio. “Ainda que haja acordo, o caso pode não parar aí. Por exemplo, quando o casal vai fa-zer partilha de bens, mas falta o documento compro-vando a existência de algum bem, o juiz só homologa o acordo depois que o documento chegar”, explica o juiz Carlos Salvador Carvalho, coordenador da Central de Conciliação do Fórum de Belo Horizonte.

Se não houver conciliação, abre-se um prazo de 15 dias, na fase da contestação, para o réu apresentar sua defesa e fazer propostas. Na etapa de impugnação ou réplica, o autor da ação rebate a defesa. Na fase de es-

pecificação de provas, as partes em litígio podem arro-lar testemunhas e, com algumas restrições, documentos novos. Também podem pedir perícias. Em seguida, é marcada a audiência de instrução e julgamento. É aí que são ouvidas testemunhas arroladas.

Após os depoimentos, inclusive os do casal, os ad-vogados podem fazer alegações finais, para análise das provas apresentadas. Se o casal tiver filhos menores de idade, o Ministério Público tem que participar da audiência. Nem todos os casos de divórcio precisam ser encaminhados à Justiça. A Lei 11.441, de janeiro de 2007, prevê a possibilidade de realizar “inventário, par-tilha, separação consensual e divórcio consensual por via administrativa”, ou seja, em um cartório. Basta que o casal não tenha filhos menores ou incapazes e que todos os prazos legais sejam respeitados. (TP)

Cara a cara deixa marcas

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PM prepara ação para banir infratores na área hospitalar

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Mateus ParreirasFoi quando deixava a namorada

em casa, na Região da Pampulha, de-pois de uma festa de aniversário, que o universitário Thiago Diniz, de 21 anos, levou um susto. Um ladrão, apa-rentemente drogado, invadiu o carro e apontou um revólver calibre 32 para o casal. “Estávamos na porta da casa da tia dela telefonando para que abrisse o portão. O bandido me mandou tocar o carro e ameaçou furar minha namorada se ela não parasse de chorar”, lembra o estudante de administração. Pararam num lote vago e o bandido ordenou que o rapaz entrasse no porta-malas do carro. “Naquele momento achei que ele iria nos matar”, afirma. Thiago reagiu e conseguiu tomar o revólver do bandido, mas levou três tiros.

Casos como o do universitário, que carrega cicatrizes da cirurgia no abdômen, são atendidos com cada vez mais frequência pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Belo Horizonte. De acordo com o Ministério da Saúde, houve 69% mais internações de pesso-as feridas por armas de fogo na cidade, comparando-se 2011 e 2010. Foram 909 pacientes internados em hospitais do SUS no ano passado, contra 537 do ano anterior. São 2,4 internações diárias em média. O índice de crescimento da capital só perde para Goiânia, que regis-trou alta de 79% nas internações (427 para 765 no período).

Os números de BH superam o crescimento médio do país e do estado, que chegaram a 1,4% e a 35%, respec-tivamente. Além dos feridos, o número de pessoas que morreram quando eram atendidas em hospitais públicos aumen-tou, de 80 em 2010 para 117 no ano passado, crescimento de 46%. “Há uma grande oferta de armas de fogo nas ruas. Esse contexto leva ao aumento dos cri-mes e dos feridos”, avalia o especialis-ta em segurança pública Robson Sávio Reis Souza, coordenador do Núcleo de Estudos Sociopolíticos da PUC Minas e membro do Fórum Brasileiro de Segu-rança Pública.

trâFiCO DE DrOGASPara o especialista, apesar de au-

toridades policiais estimarem que 80% das vítimas de tiros são pessoas envol-vidas com tráfico de drogas, há dados que indicam que a proporção pode não ser tão grande. “Estudos de inquéritos no Brasil mostram que a explicação do tráfico de drogas é simplista. Os confli-tos interpessoais, por exemplo, chegam a responder por 50% das causas da vio-lência com arma de fogo no Brasil”,

EStADO DE minA – P. 23 - 25.02.2012 ViOLÊnCiA

BH cada vez mais na linha de fogo Número de pessoas baleadas e internadas em hospitais do SUS em Belo Horizonte aumentou 69% de 2010 para o ano passado, bem superior ao crescimento registrado no estado e no país

afirma Souza. Os momentos de terror ao lado da na-morada e sob a mira de um revólver transformaram a vida do estudante de administração Thiago Diniz. “Não me sinto mais tão seguro. Minha namorada e minha família entraram em pânico. Mudaram com-pletamente seus hábitos para tentar se proteger e até evitam passar por certos lugares”, conta.

Os ferimentos a bala, com ou sem internações, também tiveram aumento significativo no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII. De acordo com da-dos da instituição, foram 865 feridos ou internados

em 2010, contra 1.104 no ano passado, um cresci-mento da ordem de 27,6%. A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) não comentou a alta do número de feridos a bala. Reiterou que Minas é o terceiro estado com menos homicídios, segundo es-tudo do Ministério da Justiça em parceria com o Ins-tituto Sangari, em novembro do ano passado. Foram 18,1 mortes a cada grupo de cem mil habitantes em 2010. A secretaria informou ainda que dados sobre homicídios ocorridos em 2011 estão em fase final de consolidação para divulgação.

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INTERVENÇÃO NOS PRESÍDIOS

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Documento segue para avaliação de senadores em maio

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Do G1 MG Comente agoraO carro de um promotor de Justiça de Minas Gerais foi

alvo de tiros na noite deste domingo (26) no Bairro Sagra-da Família, na Região Leste de Belo Horizonte, de acordo com a Polícia Militar (PM). André Luiz Garcia de Pinho e a mulher não ficaram feridos. De acordo com a polícia, o irmão do promotor, que é advogado e está preso, é suspeito do crime.

Segundo a esposa do promotor, Lorenza Maria Silva Pi-nho, ela e o marido vinham sendo ameaçados de morte pelo advogado há cerca de dois anos. Ainda de acordo com ela, as ameaças começaram porque o promotor não quis apoiar o irmão durante a separação da ex-mulher, que também é promotora. Lorenza afirmou que já teria sido agredida pelo cunhado. O promotor André Pinho disse ao G1 que a polícia já faz buscas pelos dois suspeitos de cometerem o atentado.

A polícia informou que o promotor e a mulher saíam de um culto religioso na noite deste domingo (26) quando perceberam que estavam sendo seguidos. Depois disso, dois

homens em uma moto disparam vários tiros no carro. Segun-do o registro feito pela polícia, Lorenza Pinho tem, desde outubro, uma medida protetiva contra o cunhado, que não pode chegar a 500 metros dela.

O advogado foi preso nesta sexta-feira (18), em Belo Horizonte, suspeito de tentar extorquir dinheiro do irmão e ameaçar Lorenza. De acordo com a polícia, ele estaria amea-çando o casal para que eles retirassem processos de ameaças e de crime contra a honra, que movem contra o detido.

No dia 14 deste mês, a mulher do advogado preso teve o carro pichado com ameaças de morte no bairro Belvedere, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. A lateral do veícu-lo estava pichada com a frase “a morte sempre está perto”. Segundo a promotora, o pneu traseiro do veículo também foi furado. A promotora, que atua na Promotorias de Justiça de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência e Idosos, procurou o Juizado Especial nesta quinta-feira (15) e rece-beu escolta.

Maíra Cabral - Laudívio Carvalho - TV Alterosa Um promotor de Justiça sofreu um

atentado na noite desse domingo no Bair-ro Sagrada Família, Região Leste de Belo Horizonte. Foram feitos dois disparos de arma de fogo em direção ao carro da víti-ma, que no momento estava acompanhada da esposa. Um dos tiros acertou a placa traseira do automóvel, informou o casal.

Ainda segundo as vítimas, eles tinham acabado de deixar um casal de amigos em casa, após terem ido à igreja no Bairro Lagoinha, na Região Nordeste da capi-tal, quando foram surpreendidos por dois homens em uma motocicleta. Eles perse-guiram o carro importado do promotor e foram feitos os disparos. Os suspeitos fu-giram em seguida e a polícia foi acionada. Foi registrado um boletim de ocorrência.

Na manhã desta segunda-feira o auto-móvel foi levado para o instituto de crimi-nalística para perícia. O caso foi encami-nhado para a Delegacia Seccional Leste, responsável pelas investigações.

HttP://G1.GLOBO.COm/minAS-GErAiS/nOtiCiA/2012/02/27

Carro de promotor é alvo de tiros em Belo Horizonte, diz políciaSegundo polícia, irmão dele, que está preso, é suspeito.

Promotor e a mulher não ficaram feridos.

EStADO DE minAS – On LinE - 27/02/2012

Carro de promotor de Justiça é perseguido e atingido por tiro A vítima estava acompanhada da esposa quando foi surpreendida por uma motocicleta, no Bairro Sagrada Família

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Lei de Acesso está atrasada em todos os EstadosLevantamento do “Estado” mostra que somente oito administrações estaduais

terão algo para mostrar no dia 16 de maio, quando a lei entra em vigor

O EStADO DE SP - P. A7 - 27.02.2012

ENTREVISTA - Ângela Silvares, presidente do Conaci

“A lei põe um grande poder nas mãos dos cidadãos”

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