24ª edição setembro - 2012

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ISSN 2179-6653 Ano 3 . N° 24 | Setembro 2012 AGRO AMBIENTAL As discussões que envolvem o setor político, agropecuário e ambiental na definição de estratégias eficazes para a harmonia entre os setores As discussões que envolvem o setor político, agropecuário e ambiental na definição de estratégias eficazes para a harmonia entre os setores AGRO AMBIENTAL Ano 3 . N° 24 | Setembro 2012 ISSN 2179-6653

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24ª Edição Setembro - 2012

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Page 1: 24ª Edição Setembro  - 2012

ISSN 2179-6653

Ano 3 . N° 24 | Setembro 2012

Agro AmbientAlAs discussões que envolvem o setor político, agropecuário e ambiental na definição de estratégias eficazes para a harmonia entre os setores

As discussões que envolvem o setor político, agropecuário e ambiental na definição de estratégias eficazes para a harmonia entre os setores

Agro AmbientAl

Ano 3 . N° 24 | Setembro 2012

ISSN 2179-6653

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2Setembro 2012

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3Setembro 2012

Diretor ExecutivoDenner Esteves [email protected]

Diretor AdministrativoDalton Esteves [email protected]

Editora ChefeCleuzany [email protected]

Departamento de Jornalismo- Lidiane Dias - MG 15.898 [email protected] Leonardo de Paula - MG 16.902 [email protected] Kaytslaine Mattos - MG 17.029 [email protected]

Departamento Comercial e Logística- Minas Gerais - Elisa Nunes (33) [email protected]

- Bahia - Saneia Santana (73) 8819-2574 ou [email protected] Espírito Santo - em contrataçã[email protected]

Colaboradores- Alexandre Sylvio - Eng. Agrônomo- Emater/IMA/ADAB- Humberto Luiz Wernersbach Filho - Zootecnista- Prof. Ruibran dos Reis - Climatempo- SCOT Consultoria- Waldir Francese Filho - Coocafé- Alessandra Alves - Jornalista - MG 14.298 JP- Luciana Monteiro- Raphael Amazonas Mandarino e outros- Regina Alves e Silva

Distribuição- Minas Gerais: Vales do Rio Doce, Mucuri, Jequitinhonha, do Aço e Zona da Mata- Bahia: Extremo Sul Baiano- Espírito Santo: Norte Capixaba

Tiragem: 5.000 exemplaresImpressão: Gráfica NacionalDiagramação: Finotrato DesignFoto da Capa: Finotrato Design

Apoio: Minas Leilões e Eventos www.minasleiloes.com.br

As ideias contidas nos artigos assinados não expressam, neces-sariamente, a opinião da revista e são de inteira responsabilidade de seus autores.

Administração/Redação - Revista AgroMinasRua Ribeiro Junqueira, 383 - Loja - Centro - 35.010-230 Governador Valadares/MG - Tel.: (33) 3271-9738 E-mail: [email protected]

Cleuzany LottEditora-Chefe

4 Giro no Campo

6 Entrevista

10 Entidade de Classe

12 Grandes Criatórios

15 Dia de Campo

18 Saúde Animal

20 Caderno Técnico

23 Forragicultura

26 Agrovisão

28 Sustentabilidade

30 Perfil Profissional

31 Meteorologia

32 Mercado

34 Cotações

35 Mão na Massa

36 Emater | IMA | ADAB

40 Aconteceu

42 Culinária

A Revista AgroMinas não possui matéria paga em seu conteúdo

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VITÓRIA DO BOM SENSOApós uma maratona de discussões em busca de um código florestal que

agradasse os ambientalistas e ruralistas, todos saíram vitoriosos com acordo unânime entre os parlamentares. O “xis” da questão foi resolvido pela sena-dora Kátia Abreu, PSD-TO, nossa colaboradora da edição do mês passado. A proposta foi à inclusão de emenda à MP 571/2012 diminuindo a faixa de Áre-as de Preservação Permanente (APP) a ser recomposta por médios produtores rurais. Pelo novo texto, propriedades entre 4 e 15 módulos fiscais são obriga-dos a recompor apenas 15 metros de mata ciliar em rios com até dez metros de largura. No texto original, a medida abrangia as propriedades com até 10 módulos fiscais e obrigando uma recomposição mínima e faixas de 20 metros.

Outro ponto positivo é que o Governo Federal não vai interferir na recom-posição das áreas. Caberá aos estados, através de planos de regularização a definição da medida apropriada após a análise do bioma da região e diretrizes definidas pela lei. Na onda do bom senso, os ruralistas retiraram a emenda que acabava com a proteção aos rios intermitentes, conservando o texto original. Considerando as gentilezas, os ambientalistas modificaram as diretrizes sobre a recomposição das áreas desmatadas. Com o aval de todos os integrantes, a previsão de votação rápida nos plenários da Câmara e do Senado, colocando mais um ponto final nessa história que começou em 1999.

No embalo, nesta edição de número 24, em Entrevista trazemos a discus-são sobre um Código Agroambiental. Proposta do ex-ministro da Agricultura, Dr. Roberto Rodrigues. Já na seção Grandes Criatórios, a raça Campolina da Fazenda Veneza, é o destaque. Confira também uma receita de dar água na boca: Bobó de camarão com abobrinha.

Já aos domingos não se esqueçam de assistir o Programa Agrominas às 9h na TV Leste / Record.

Boa leitura!

http://www.facebook.com/revistaagrominasRevista On-Line:www.revistaagrominas.com.br

Siga-nos:twitter.com/RevistAgrominas

Programa AgrominasDomingo 9h - TV Leste / Record

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4Setembro 2012

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O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) aplicará até R$ 330 mi-lhões para a realização de leilões públicos de equalização dos preços do trigo com o objetivo de contemplar a Políti-ca de Garantia de Preço Mínimo (PGPM) para o produto. A Portaria interminis-terial nº 766, que define a medida, foi publicada no Diá-rio Oficial da União (DOU) no dia 17 de agosto.

Os leilões serão realizados pela Companhia Na-cional de Abastecimento (Conab), que utilizará como

instrumentos de apoio à comer-cialização do Prêmio Equaliza-dor Pago ao Produtor (Pepro) e o Prêmio de Escoamento de Produ-to (PEP), para o trigo em grãos, da Safra 2012. As operações irão destinar para comercialização até 2,5 milhões de toneladas. Serão beneficiados com a medida, pro-dutores rurais e suas cooperati-

vas. O prazo máximo para a comprovação da operação para fins de recebimento do prêmio será de até 120 dias cor-ridos, contados após a data limite estabelecida para a venda do produto, em cada leilão, cabendo ao Mapa estabelecer o limite para cada operação. (Fonte: ASCOM MAPA)

As exportações mineiras de carnes (aves, bovina, suína e outras), no acumulado de janeiro a julho de 2012, alcançaram o maior valor histórico para esse período, informa a Secretaria de Agricultura, Pecu-ária e Abastecimento (Seapa). A receita somou US$ 487,8 milhões, cifra 4,7% maior que o recorde anterior, registrado no ano passado. O desempenho proporcionou ao segmento a consolidação na segunda posição no ranking das exportações mineiras do setor, depois do café.

Conforme a avaliação de Márcia Aparecida de Paiva Silva, as-sessora técnica da Superintendência de Política e Economia Agrícola (Spea), os melhores resultados foram obtidos com as vendas externas de carnes suínas. “Nos sete primeiros meses de 2012, o segmento mo-vimentou US$ 61 milhões, aumento de 124,1% em comparação ao valor registrado em idêntico período de 2011”, explica.

Já para a carne de aves, a pequena progressão de 0,1% na receita das vendas externas de janeiro a julho de 2012 possibilitou o recorde de US$ 190,7 milhões no período. Márcia Silva ainda faz referência ao desempenho da carne bovina, que alcançou a receita de US$ 177,1 milhões, valor 1,6% superior ao registrado entre janeiro e julho do ano passado. Os mercados com maior índice de compras foram a Rússia e a Arábia Saudita, que juntas adquiriram 39,1% das exportações mi-neiras de carnes. (Fonte: ASCOM SEAPA)

Os preços da soja em grão atingiram novos recordes no mer-cado brasileiro, influenciados pela baixa oferta e pela alta exter-na. O Indicador ESALQ/BM&FBovespa (produto transferido para armazéns do porto de Paranaguá) em moeda nacional subiu significativos 7% entre 17 e 24 de agosto, finalizando em R$ 89,90/saca de 60 kg – maior valor histórico, em termos reais. Ao ser convertido para dólar (moeda prevista nos contratos futuros da BM&FBovespa), o Indicador ESALQ/BM&F Bovespa fe-chou a US$ 44,42/sc de 60 kg, elevação de 6,55% no mesmo período. Agricultores brasileiros anteciparam as compras dos insumos e devem buscar antecipar o cultivo de soja com vistas a implantar uma segunda cultura no início de 2013, período em que o clima, em geral, ainda é favorável ao desenvolvimento das lavouras. (Fonte: CEPEA/ ESALQ)

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Em-brapa), em parceria com o Ministério da Agricultura, Pe-cuária e Abastecimento (Mapa), busca desenvolver varie-dades geneticamente modificadas de cana-de-açúcar, soja, milho, arroz e trigo com o objetivo de reduzir os riscos em decorrência das mudanças climáticas. A pesquisa promete reduzir os custos na lavoura e contribuir na preservação do meio ambiente. O Brasil, como um grande fornecedor de alimentos, deve aumentar sua produção agrícola para acompanhar o crescimento da demanda mundial. (Fonte: ASCOM MAPA)

ministério destina r$ 330 milhões para garantir preço do trigo

exportações de carnes batem recorde em minas Gerais

Soja: Indicadores atingem novos recordes

mapa e embrapa desenvolvem varie-dades transgênicas resistentes à seca

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5Setembro 2012

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) di-vulgou, no dia 31/08, o resultado do PIB do País no segundo trimestre do ano, cujo crescimento foi de 0,4% na comparação com o primeiro trimestre de 2012. A agropecuária cresceu 4,9% nessa comparação, enquanto o setor de serviços cresceu 0,7% e a indústria teve queda de 2,5%. O desempenho das lavouras no 2º trimestre impulsionou o resultado da agropecuária.

A presidente da CNA, Senadora Kátia Abreu, lembra que o crescimento da agropecuária reflete o desempenho da safra de cereais, fibras e oleaginosas, de colheita relevante no segundo

trimestre e estimada em 165,92 milhões de toneladas, resultado 1,9% superior à produção da safra 2010/2011. Um dos desta-ques é a safra de milho (primeira e segunda safra), que cresceu 26,8%, de 57,4 milhões de toneladas em 2010/2011, para 72,7 milhões de toneladas em 2011/2012. O café também apresenta aumento de 16% da produção, de 43,4 milhões de sacas para 50,4 milhões de sacas. Na comparação com o segundo trimestre de 2011, o PIB do País cresceu 0,5%. Novamente a agropecuá-ria se destaca, com o crescimento de 1,7%, também justificado pelo aumento da produção. (Fonte: ASCOM CNA)

Com a publicação da Instrução Normativa nº 55, de 1º de dezembro de 2011, a proibição de produtos do uso de melho-radores de desempenho em bovinos ficou restrita apenas às substâncias hormonais naturais ou artificiais com atividade anabolizante. A partir do mencionado ato está autorizado o uso em bovinos de substâncias desprovidas de caráter hor-monal, a exemplo das substâncias beta-agonistas, mediante registro e licenciamento prévio no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

A alteração foi motivada e demandada pelo setor priva-do, para permitir o uso de novas ferramentas tecnológicas na produção animal. A área técnica do Mapa, ao analisar o pleito do setor privado, considerou a pertinência, a conve-niência, a sua viabilidade e o interesse público, especifica-mente nos aspectos relacionados com a segurança para os consumidores das novas tecnologias. Nessa avaliação houve a participação de especialistas em toxicologia e farmacologia veterinárias, respaldando, desta forma, a edição da norma. As questões relacionadas à saúde animal e de saúde pública foram observadas. As substâncias beta-agonistas autorizadas têm indicação de uso para bovinos de corte em fase de ter-minação, em confinamento, para aumento da taxa de ganho de peso, melhoria no rendimento da carcaça e melhoria da eficiência alimentar. (Fonte: ASCOM MAPA)

Uso de substâncias beta-agonistas na terminação de bovinos de corte

Agropecuária cresce 4,9% no segundo trimestre e é destaque no período

A estimativa para a safra de grãos 2012 superou as pre-visões e atingiu recorde para a agricultura brasileira, com a marca de 165,9 milhões de toneladas. Os números fazem parte do 11º levantamento de safra e foram divulgados no dia 09 de agosto, pelo Ministério da Agricultura. Segundo os dados, houve um crescimento de 1,9% em relação à safra 2010/2011, quando a produção atingiu 162,8 milhões de toneladas, o que significa 3,1 milhões de toneladas a mais no volume total. Os números foram apresentados à presidenta Dilma Rousseff pelo ministro Mendes Ribeiro.

As três principais culturas (arroz, milho e soja), que somadas representam 91,0% da produção de cereais, legu-minosas e oleaginosas respondem por 84,7% da área a ser colhida. Em relação ao ano anterior, o arroz apresenta uma redução na área de 13,3%, o milho um acréscimo de 9,6% e a soja acréscimo de 3,7%. No que se refere à produção, a do milho é 27,0% maior, enquanto a de arroz e soja sofreram redução de respectivamente, 14,9% e 12,2%, quando com-parados a 2011. (Fonte: Portal Brasil)

Safra de grãos no país atinge 165,9 milhões de toneladas

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o setor agropecuário e sua organizaçãoCódigo AgroAmbientAl: UmA novA estrAtégiA preCisA ser definidA pArA qUe

o setor sejA sUstentável e gArAntA o AbAsteCimento no brAsil

O setor agropecuário brasilei-ro desde 1970 tem passado

por grandes transformações que es-tão relacionadas diretamente com o avanço tecnológico, desde a substi-tuição de mão de obra por máquinas

até a evolução dos equipamentos que com eficácia e rapidez garantem a produção de alimentos. Além disso, o acesso ao conhecimento e a pro-pagação da informação também tem sido fatores importantíssimos para a união desse setor que, nos últimos 10 anos tem crescido consideravelmen-te na economia do país. Mas mesmo assim há ainda um longo caminho a ser percorrido para que se torne uma economia sustentável. Para definir qual caminho seguir no ramo do agronegócio é preciso entender como o setor é organizado e em qual cená-rio está em evidência.

Atualmente, a Política Agrícola do Ministério da Agricultura estabe-lecida é formada por um conjunto de ações voltadas para o planejamento,

o financiamento e o seguro de pro-dução que foram definidas por meio de estudos na área de gestão de risco, linhas de créditos, subvenções eco-nômicas e levantamentos de dados, das quais são trabalhadas em três li-nhas de atuação: gestão de risco ru-ral, crédito e comercialização. Com base nessas linhas de atuação o Mi-nistério elabora um Plano Agrícola e Pecuário de trabalho anual definindo as metas a serem conquistadas pelo setor para elevar a economia.

Nos últimos meses, a grande dis-cussão do setor esteve acerca da po-lêmica da aprovação do novo Código Florestal brasileiro que ao invés de trazer regras para serem adotadas de forma clara e objetiva, trouxe inúme-ros impasses e questionamentos en-

Kaytslaine mattosJornalista

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Dr. Roberto Rodrigues

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tre representantes da classe de ambien-talistas e de produtores rurais, abrindo precedentes para que fosse montada uma Comissão Especial Mista com-posta por deputados e senadores com a finalidade de estabelecer uma reforma para mudar a Medida Provisória (MP) que altera o Código Florestal. Toda a polêmica, a princípio, estava centrali-zada na não obrigatoriedade dos produ-tores rurais por não terem de recuperar as Áreas de Preservação Permanente (APP`s), causando instabilidade entre os ambientalistas que queriam defi-nir faixas de recuperação conforme o terreno e área degradada.

Nos dias atuais, há grande pre-ocupação com a questão ambien-tal em todos os setores, por isso é necessário pensar em medidas que não promovam o desperdício, mas sim a sustentabilidade dos produ-tos e serviços. A partir dessa visão é que o ex-Ministro da Agricultura e atual Coordenador do Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo, o Professor Doutor Roberto Rodrigues, cedeu uma entrevista a Revista Agrominas dan-do o seu parecer sobre a realidade do setor mediante toda a discussão sobre o Código Florestal. Segundo Roberto Ro-drigues, “uma das discussões sobre o Có-digo Florestal foi a forma pouco técnica que ficou marcada a questão da limitação das faixas de preservação das APP`s, talvez pelo desconhecimento e desinfor-mação por sua vez.. Não se pode criar políticas de preservação que reconheça os recursos naturais, água, florestas e terras para si, é preciso criar um código agroambiental que contemple os solos, a água e as florestas sob o signo da susten-tabilidade científica e profunda, tendo em vista a sua destinação”, explica.

Apontando para o atual cenário

mercadológico Rodrigues argumenta sobre a ingenuidade brasileira median-te a seca e a crise nos Estados Unidos, a qual o Brasil não tinha nada a ver, mas, acabou sendo afetado, mostran-do a instabilidade do setor por falta de estratégias que priorizem a sua sus-tentabilidade. “Na minha visão essa seca que atingiu os Estados Unidos comprometeu a produção do país e a oferta mundial do grão, fazendo com que o produto que deveria abastecer o mercado interno brasileiro fosse desti-

nado à exportação. Não há uma política consolidada voltada para o mercado internacional no país. Essa seca dei-xou o tema da segurança alimentar, neste momento, sustentado em duas pernas: a do abastecimento e da produ-ção. Uma não é tratada com a mesma velocidade da outra, o pensamento é só direcionado a produção. Tem que produzir mais e mais, porém não há uma política que priorize o abasteci-mento interno. Quero para o Brasil um portão de oportunidades, mas tem que haver uma grande negociação interna-cional para colocar o mercado a frente, mas quero um Brasil firme, sem passar por apertos e que o mercado interno não seja desfavorecido”, afirma Rodrigues. Com a seca nos Estados Unidos, o Bra-

sil exportou mais de 1,7 milhão de to-neladas de milho no mês de julho, mas

no mercado interno houve algumas consequências, os criadores de não estavam encontrando ração para ali-mentar a criação e acabaram por to-mar algumas medidas drásticas.

Para Rodrigues, já passou da hora de se criar um Código Agro-ambiental, com base em elementos científicos e socioeconômicos, que contemple as demandas mundiais por alimentos, energia, fibras e recursos naturais protegidos, que considere o extraordinário potencial brasileiro de abastecer o mundo por

meio de um zoneamento agroecológico rigoroso e tecnicamente inatacável, que permita o país avançar firmemente no ce-nário global, gerando empregos, riquezas e renda para o povo.

por um Código florestal Em entrevista com o Deputado Fe-

deral José Silva, membro da Comissão Especial Mista da Medida Provisória do Código Florestal (CF) a Revista Agro-minas propôs uma análise do panorama político sobre a legislação atual com a perspectiva do atual Código Florestal, tendo em vista a possibilidade de avan-çar em uma política mais eficaz para consolidar o setor agropecuário.

“A análise que faço é que o Brasil já saiu na frente com uma legislação

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Deputado Federal José Silva

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moderna através dos debates reali-zados ao longo desses anos. A lei do Código Florestal foi uma das que mais teve participação dos segmentos en-volvidos e da sociedade, até porque ela envolve as gerações futuras, a partir de uma geração atual. Para o momento, foi a melhor que nós conseguimos, mas não é a ideal. Existem pontos que devem ser melhorados. Primeiramen-te defendo uma legislação um pouco mais técnica, quando nós definimos no Congresso Nacional, por exemplo, a questão das matas ciliares. A largura se é 5m, 10m, 30m é um número em-pírico, não é científico, para ser cien-tífico deve-se verificar o tipo de solo e outros fatores relacionados ao local, mas foi garantido aquilo que foi cha-mado de justiça ambiental. Aquele que tem mais irá preservar mais, aquele que tem menos irá preservar menos. Outro ponto que acho que temos que avançar na legislação ambiental é em

relação a bonificar aqueles produto-res, agricultores que cuidam da natu-reza. É preciso avançar no sentido de remunerar esse serviço que é prestado à sociedade. Dois pontos que faltaram no Código Florestal, um deles tive a felicidade de ter conseguido aprovar que foi a inclusão no relatório da MP do Código Florestal: o crédito de car-bono. Então o Brasil sai na frente com esse tema. Outra que não está inclusa no Código é a irrigação, que está um pouco esquecida, mas precisa ser reto-mada novamente”, enfatiza o deputado.

Quando questionado sobre a pos-sibilidade de se criar um novo Có-digo, voltado para uma perspectiva ambiental, pensando em uma política direcionada para o setor agropecu-ário, como propõe o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues com o Código Agroambiental, sem deixar de lado o Código Florestal, José Sil-va declara que “a legislação ambien-

tal estará constantemente no debate da Câmara Federal, no Senado e na sociedade. Ainda não é o momento de criar um novo código com um novo nome. O que defendo é que continue sendo discutida a questão da produção de alimentos e a preservação ambien-tal. Não pode haver dois extremos. Sabemos que não tem como produzir alimentos sem intervir no ecossistema, mas essa intervenção precisa ser tecni-camente planejada de forma que, você também não vá degradar o meio am-biente. Tem muitas medidas no CF que os produtores rurais terão cinco anos para se adequarem e implantar as me-didas conforme o Código e quem irá pagar essa conta? Então é natural que vá acontecer problemas na hora da im-plementação da lei. É necessário que continue discutindo para a melhoria e benefício de todos”, complementa José Silva.

Após longas negociações, mp do código Florestal é aprovada em comissãoApós intensas negociações, a comissão mista que analisa a Medida Provisória do Código Florestal (MP 571/12)

aprovou por unanimidade, acordo que determina a volta da proteção a rios temporários e a inclusão de emenda que diminui a faixa de áreas de preservação permanente (APPs) a ser recomposta por médios produtores rurais. Com o acordo entre os integrantes da comissão, os parlamentares afirmaram que o texto terá votação rápida nos Plenários da Câmara e do Senado.

Os rios temporários haviam sido excluídos do conceito de APP no início de agosto, quando a comissão mista aprovou emenda da bancada ruralista. A medida foi considerada absurda por vários parlamentares e pelo governo, levando o relator, senador Luiz Henrique (PMDB-SC), a buscar acordo para recuperar o texto original.

O acordo exigia unanimidade, pois alterava decisão anterior da comissão, mas os deputados pelo DEM Ronaldo Caiado (GO) e Abelardo Lupion (PR) condicionavam seu apoio à inclusão de emenda para regularizar atividades consolidadas em APPs.

Ao final, os parlamentares aceitaram proposta da senadora Kátia Abreu (PSD-TO) que modifica a MP para prever que propriedades entre 4 módulos fiscais e 15 módulos fiscais deverão recompor apenas 15 metros de mata ciliar em rios com até 10 metros de largura — no texto original, a medida alcançava propriedades com até 10 módulos fiscais e a recomposição mínima era de faixas de 20 metros.

Para propriedades maiores, a comissão aprovou regra prevendo a recomposição mínima de 20 metros e máxima de 100 metros de mata, conforme será estabelecido nos Programas de Regularização Ambiental (PRAs), a serem implantados pelos governos estaduais. (Fonte: Jornal do Senado)

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Situada no interior do estado de Minas Gerais, a cidade de Ipatinga conta com uma população de

239.177 habitantes, pertence à mesorregião do Vale do Rio Doce e à microrregião de mesmo nome. A cidade localiza--se exatamente no local em que as águas do rio Piracicaba encontram se com o rio Doce. Conhecida como uma cidade industrial, Ipatinga também abriga os produtores do setor agropecuário que, segundo o último Censo Agropecuário realizado em 2006 pelo IBGE, há 178 estabelecimentos do setor divididos em uma área de 4.030 hectares. Sua área é de 165,509 km², representando 0,0282% do estado de Mi-nas Gerais, 0,0179 % da Região Sudeste e 0,0019 % de todo o território brasileiro. Desse total, 22,9245 km² estão em perímetro urbano. De todo o PIB da cidade, 1.299 mil reais é o valor adicionado bruto da agropecuária (setor primário)

Criado em 1993, com o propósito de atender a deman-daa por alimentos, atendimento em planos agropecuários e de abastecimento, bem como realizar ações voltadas para a Formação Profissional Rural e Promoção Social para as comunidades rurais, o Sindicato dos Produtores Rurais de Ipatinga (Sindipri), está em clima de festa. No dia 19 de setembro a entidade completa 19 anos de existência e de inúmeros trabalhos realizados para a consolidação do setor

através da capacitação dos produtores na área rural, jurídico e contábil, não só na cidade de Ipatinga, como nos municí-pios do Vale do Aço: Coronel Fabriciano, Santana do Para-íso, Mesquita, Joanésia, Iapu e Inhapim.

O Sindicato ainda não possui sede própria, mas conta com a parceria da Associação dos Municípios do Vale do Aço – AMVA, que cederam espaço para que o pudessem realizar os trabalhos. Além de atuar na prestação de ser-viços como emissão de Declaração ao Pronaf, incentivo a projetos de produção agropecuária, atuar no atendimento às exigências legais para solucionar os problemas fundiários e emissão de PAA, o Sindipri possui também Convênio com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural para a realiza-ção de eventos, de promoção social e formação profissional rural; com o Ministério da Agricultura para emissão de Dap e com o INSS para cadastro de Segurado Especial.

A entidade se mantém através da Contribuição Sindical Rural recolhida pela Confederação Nacional da Agricultura e pela contribuição simbólica de R$ 5,00 dada pelos 120 produtores associados. O primeiro presidente a assumir a direção do Sindicato foi Paulo Sérgio Julião. Depois dele passaram por lá Silvestre Antônio Ferreira, Sebastião Fer-reira Alves e José Eudes Chaves Gandra. Atualmente a ins-

Sindicato dos produtores rurais de Ipatinga:CApACitAndo prodUtores rUrAis há 19 Anos

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Eleiçãp da Diretoria Executiva e Conselho Fiscal em 2012

Kaytslaine mattosJornalista

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tituição é composta por uma equipe de quatorze pessoas voluntárias para execução dos trabalhos do Sindicato e um funcionário.

O Sindicato está localizado na Avenida Castelo Branco, 702, Hor-to, Ipatinga/MG. Para mais informações entre em contato pelo telefo-ne (31) 3822-1817.

qUem está no ComAndo?O Sindicato dos Produtores Rurais de Ipatinga é presidido atual-

mente pelo técnico metalúrgico aposentado da Usiminas, José Eudes Chaves Gandra, 69 anos, casado e tem um filho. José Eudes é produtor de eucalipto há 30 anos, é natural de Dionísio (MG) e está em Ipatinga a mais de 40 anos. Está na presidência da entidade desde 2005, em seu terceiro mandato, e atuou também como vice-presidente.

Uma das principais ações desenvolvidas em sua gestão foi a im-plantação da GQS – Gestão de Qualidade do Sindicato. Como obje-tivo visa sempre desenvolver parcerias com outras entidades para a promoção da capacitação dos produtores da região.

O presidente do Sindicato, José Eudes (à direita), com produtores associados

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Um animal de grande porte, com andamento marchado, cabeça

levemente convexa que se harmoniza com o pescoço no formato de um tra-pézio. De origem brasileira, ou melhor, mineira, o Campolina é a aposta de um criador que se deparou com a raça na década de 70 quando morava no esta-do do Pará: José Luiz Côrtes Gama, 45 anos. Na época, seu pai comprava animais para fazer tropa de trabalho. No meio deles, uma égua Campolina registrada se destacou pelo porte. O fi-lho dessa égua, um cavalo bom de sela e com marcha macia, passou a ser o cavalo de montaria de Côrtes. Esse foi o primeiro contato e a partir daí, a raça passou a ser a foco. Os animais ficavam inicialmente em Matias Lobato (MG), mas hoje o criatório se concentra na Fa-zenda Veneza, em São Vítor, Distrito de Governador Valadares (MG).

Natural da terra do Voo Livre, hoje o criador é presidente, com mandato até 2014, do Clube dos Criadores do Cavalo Campolina do Vale do Rio Doce, que tem 12 associados. Forma-do em Medicina Veterinária em 1989, voltou para Governador Valadares de-pois de graduado. Criava gado de lei-

te, mas gostava mesmo era de cavalo. A proximidade com os criadores de Campolina da região, proporcionada pelo trabalho, possibilitou que come-çasse a criar a raça também. No dia 29 de abril de 1992, Côrtes deu início ao seu criatório registrando as primeiras quatro éguas em Livro Aberto (LA), pois não tinham a origem definida. À medida que foi fazendo o trabalho de seleção, Côrtes foi acabando com os animais de LA, pois, mesmo que estes tivessem boas condições, o criador não poderia alcançar o patamar que busca-va no plantel. Chegou a ter 60 animais e ficou somente com 12. A Fazenda Veneza tem 32 alqueires e o plantel hoje é composto por 42 animais de mamando a caducando. Destes, 12 são machos e os 30 restantes são fêmeas.

Para esse trabalho de seleção ge-nética, comprou outras éguas de dois criatórios importantes da região: Catu-lé e Turmalina. “Quando eu comecei a fazer a comparação dos cruzamentos de cavalos com éguas PO e com as de Livro Aberto, a distância era muito grande”, confronta o criador. Em 1998 comprou um potro que marcou a histó-ria de seu plantel: TTZ de Santa Rita, o

garanhão base de seu criatório. Côrtes informa que TTZ tem quase 100 filhos registrados na Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Campolina (ABCCC). De acordo com o criador, que está em sua terceira geração de animais, o garanhão foi o divisor de águas da Fazenda Veneza. “Eu consi-dero como a minha primeira geração a época que eu não tinha garanhões, que eu comprava cobertura. A segunda ge-ração é tudo que veio do TTZ”, explica Côrtes. O cálculo do intervalo de gera-ções é de nove anos.

Com o foco do trabalho na proprie-dade voltado para a morfologia ligada à funcionalidade do animal, a escolha desse garanhão foi justificada devi-do à estrutura corpórea que o criador buscava. TTZ de Santa Rita, segundo Côrtes, era alvo de críticas porque ele não produzia tanta raça, mas a estru-tura morfológica do animal era o pa-drão buscado. O garanhão foi usado no cruzamento com todas as éguas e o criador usou a estratégia genética de estreitar a consanguinidade da tropa, ou seja, cruzar os animais que tenham relação parentesca, em seus diversos graus. Esse é um resultado de longo

Fazenda veneza e a criação do campolina

Com seU porte nobre, A rAçA é o investimento dA propriedAde

TTZ de Santa Rita, o garanhão da Fazenda Veneza que deu origem ao plantel atual

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prazo e a pressão de se-leção tem que ser maior para que os animais não nasçam com problemas. O criador exemplifica que os potrinhos gera-dos desses cruzamentos eram mais sensíveis à Babesiose (doença trans-mitida pelo carrapato).

TTZ morreu no ano passado aos 20 anos, depois de servir por 13 anos à propriedade. Com a morte do garanhão, na última estação de monta que aconteceu de outubro a abril, foi feita uma parceria com o Haras Cam-panário para que o reprodutor Campa-nário Top fizesse o cruzamento com as matrizes, que inclusive estão prenhes do garanhão. Em julho desse ano, Desenho do Campanário foi adquirido para ser o novo reprodutor da fazenda.

Côrtes conta que à medida que foi conhecendo a raça, tomou a providên-

cia de participar do quadro de árbitros do Campolina. Porém, só atuou de 1992 até 2000, quando seus animais começaram a ir para pista. “Passei no teste, sou licenciado, trabalhei um bom tempo como árbitro para conhecer mais as referências e saber o que fazer. Nesses últimos 20 anos o Campolina teve uma evolução tremenda e traba-lhando como juiz pude ver que a prin-cipal diferença é a estrutura corpórea do cavalo. O campolina era um cavalo mais comprido, uma garupa mais es-

treita, no andar era um pouco mais de-sequilibrado. Então, percebi que tinha que produzir uma tropa com caracteri-zação racial, mas do ponto de vista da morfofuncionalidade, da estrutura cor-pórea, mais adequada para a funciona-lidade do Campolina, que é a marcha”, explica. O criador defende que seria preciso ter cavalos mais quadrados, próximos do chão, pois diminuindo o porte dos mesmos, eles ficariam mais equilibrados e harmônicos. Segundo Côrtes, na época que trabalhava como

A potra, Ousada da Veneza, é a melhor em andamento na opinião do

criador e está sendo preparada para marcha José Luiz Côrtes junto com a nova aquisição da propriedade: Desenho do Campanário

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juiz, os cavalos eram “gigantes”. Al-guns chegavam a medir 1,72 metros.

estrAtégiAsCom a morte do avô de José Luiz

Côrtes, o criador passou a tomar con-ta da Fazenda Veneza. Os animais só foram transferidos para o local em dezembro de 2009. O criador provi-denciou a instalação de água e luz na propriedade para receber a tropa, mas a estrutura da propriedade ainda está sendo construída. Há pouco tempo foram feitas quatro baias, do tamanho 4 x 4 metros, com pé direito alto por causa do calor. A intenção é fechar as baias em um formato de L, com a construção de mais cinco. Há também área de manejo com tronco e maquiná-rio de moer capim.

Uma das estratégias do criador é produzir a baixo custo. A pastagem de colonião proporciona a alimentação dos animais que são criados a pasto e a suplementação no período da seca é feita com sal mineral. O criador evi-ta fazer investimentos em tecnologias de melhoramento genético justamente pelo alto custo, por isso os artifícios para garantir uma boa produção é es-colher bem o pai e a mãe. Uma alter-nativa utilizada é o controle folicular para fazer a monta controlada. O con-trole folicular é um acompanhamento diário do cio da égua para determinar o momento da ovulação, maximizar o uso do cavalo e ter maiores índices de prenhez. A média de idade que as matrizes entram em produção gira em torno dos três anos.

A predominância de pelagem do plantel é Baia ou Alazã sobre Baia.

Quanto ao manejo sanitário, o criador informa que segue o calendário de va-cinação. As vacinas fundamentais são as de raiva e leptospirose. Já os ani-mais das baias, o garanhão e as éguas de pista, são vacinados também contra gripe. O maior problema é com os car-rapatos. De sete em sete dias a tropa inteira ganha um banho de carrapatici-da. Dois funcionários são responsáveis pelo manejo diário.

Côrtes comenta que está seguran-do os animais para fazer um leilão com boa parte do plantel. Atualmen-te as vendas diretas estão focadas só nos cavalos pois pretende reter a tro-pa por pelo menos dois anos para ter uma quantidade maior de lotes. Porém, identifica que o mercado do Campoli-na precisa ser reavivado. Aponta que nas décadas de 70 e 80, o núcleo tinha uma participação mais forte na re-gião, com criatórios de renome. Tanto que em 1983, segundo Côrtes, a úni-ca vez que a Exposição Nacional do Cavalo Campolina saiu da Gameleira em Belo Horizonte, ela aconteceu em Governador Valadares. Quando o cria-dor começou a fazer parte do núcleo regional, eram 72 associados. Dessa forma, o número de eventos era maior. Comenta ainda que vários campeões nacionais da raça saíram da região e com preços recordes. O que desmoti-vou a criação na região de Governador Valadares foi à crise no setor rural na década de 90. Desde então, ainda não conseguiram reverter o quadro.

Ressalta que existe um mito de que cavalo é coisa de rico, mas acredita que a maior dificuldade é se posicio-nar no mercado. “O problema é passar nessa primeira fase. A segunda fase é que não é qualquer mercado que está preparado para receber esse animal de raça. Quem não convive com o proces-so de produção de genética acaba tam-bém que não valoriza, não sabe que o está envolvido nesse processo”, pontua. Outra dificuldade listada pelo criador é fazer uma tropa em escala para comer-cializar. De acordo com ele, muitos cria-dores acabam enxergando o outro como potencial concorrente e não como poten-cial parceiro, o que dificulta para manter a comercialização em determinadas regi-

ões. Mas confia que os usuários precisam ser os alvos também. “Vamos colocar bons cavalos de sela e vamos vender para usuários. Pegar boas matrizes e vender a preços razoáveis e estimular, quem sabe, futuros criadores”.

Para recuperar o núcleo de criadores, Côrtes diz que estão adotando a estraté-gia de fazer um circuito de exposições do Campolina no Rio Doce: no final do ano em Ponte Nova (MG), em abril de 2013 em Nova Venécia (ES) e vão fe-char em julho do ano que vem com a Expoagro GV. Com as duas primeiras exposições menores o objetivo é levar cavalos inéditos para atrair os pequenos criadores e estimulá-los a participarem.

É com essa dedicação em recuperar o núcleo, que o criador demonstra sua paixão construída ao lado do Campoli-na. Lembra que começou a investir na raça primeiramente pela proximidade de outros criadores para adquirir ani-mais. Mas com o passar dos anos, ao conhecer, entender e se informar sobre a raça, a facilidade foi tomando lugar pela admiração. “Você vê que o cam-polina é uma raça brasileira, que tem uma caracterização racial que o iden-tifica. Eu acho que essa caracterização racial traz um porte, uma beleza, uma nobreza, que é diferente de outras ra-ças”, completa Côrtes.

CUriosidAdeA raça Campolina está concen-

trada no Sudeste. Sessenta por cento está em Minas Gerais, 20% no Rio de Janeiro, 12% na Bahia e o restante es-palhado em todo o país. A origem da raça é de Entre Rios de Minas (MG), na antiga estrada Real. (Fonte: Clube dos Criadores do Cavalo Campolina do Vale do Rio Doce).

Para mais informações sobre o criatório, acesse o site: www.harasveneza.com.br

errAtANa página 13 da última edição

(23ª), a legenda não corresponde com a foto em questão. A legenda é de ou-tra fotografia que saiu na 21ª edição.

Mariah da Veneza tem quatro anos e foi campeã na Exposição de Valadares

em 2009 como Potra Júnior

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Na cidade de Frei Inocêncio, região leste de Minas Gerais, a zona rural está cada vez mais produti-

va e sustentável. Os pequenos produtores, residentes em distritos como a Comunidade do Tabocal, tem aprendido a retirar da própria natureza os elementos necessários para enriquecer o solo, fortalecer a produção e elevar a qualida-de de verduras, legumes e frutas, cultivados em pequenos espaços, no próprio terreiro de casa. A transformação na maneira de plantar tem beneficiado creches, escolas e ou-tras instituições do município, oferecendo gratuitamente a crianças, adolescentes e idosos alimentos mais saudáveis, produzidos na própria região.

Fátima dos Santos Alves, moradora do Tabocal, é um exemplo. Apesar de trabalhar com hortas há 25 anos, só recentemente deixou de recorrer aos agrotóxicos para pro-teger a plantação, e logo notou resultados. “Todas as verdu-ras que eu plantava saíam pequenas. A couve, por exemplo, era bem pequena. Eu jogava agrotóxico e pensava que es-

tava sendo bom”, conta. Essa mudança começou no início deste ano, quando Fátima e outros agricultores da comuni-dade passaram a receber uma assistência específica sobre horticultura agroecológica, prestada pela Emater-MG.

Segundo a extensionista técnica do órgão, Kelyene Sued Leite Rabelo, apesar de o escritório local ter sido re-aberto em 2005, foi a partir de 2008 que um trabalho mais próximo dos pequenos produtores passou a acontecer. “A unidade de Frei Inocêncio só atende o município e alcança por volta de 200 agricultores familiares. Desde que entrei aqui em 2008, venho trabalhando principalmente a parte agrícola, incentivando a plantação de milho, feijão e man-dioca, além da fruticultura e horticultura”, explica.

E foi através da horticultura que a vida dos produtores rurais começou a mudar. Fátima teve que reorganizar a hor-ta: de um espaço de 20m de comprimento por 20 de largura, os canteiros agora ocupam um local cercado com a metade do tamanho anterior (10m x 10m). Com as orientações da

produção sustentável e profissionalizaçãoprodUtores rUrAis de frei inoCênCio AdotAm téCniCAs sUstentáveis nA

prodUção de hortAliçAs e ConsolidAm o mUniCípio Como destAqUe no meio

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Com a ajuda certa, Fátima modificou os canteiros, cercou o espaço e deu nova cara à horta

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extensionista, a agricultora aprendeu téc-nicas mais ecológicas para cuidar do solo e das hortaliças. “A Kelyene me ensinou a juntar folhas que caem das árvores do quintal com esterco para fazer um fer-tilizante natural, o húmus, que deve ser aplicado nos canteiros uma vez por mês. Ela também mostrou que a urina de vaca, o chorume e a cinza podem ser utilizados como adubo. Os dois últimos são os que eu mais uso na minha horta, por serem mais fáceis de conseguir”, relata.

Segundo Kelyene, outras técnicas também foram traba-lhadas. “Mostramos como construir um minhocário, para produzir o ‘húmus de minhoca’, e também a fabricação de composto orgânico. Para evitar o uso de agrotóxicos, in-troduzimos o uso de inseticidas naturais, como a calda de fumo, por exemplo. Mostramos a importância de deixar um espaço entre os canteiros e de observar as épocas de plan-tio”, completa.

A dedicação dos produtores não tardou a dar resultados. Em um concurso de hortas promovido pela Emater local, onze agricultoras se inscreveram, e Fátima conquistou o pri-meiro lugar. O envolvimento foi tão grande que, segundo a técnica, a diferença entre a primeira e a segunda colocadas foi

de apenas um ponto, mas a vencedora mereceu o destaque. “A Fátima foi ganhadora porque utilizou todas as técnicas ensinadas em sua horta. Com o uso do húmus, especialmente, seus produtos melhoraram significativamente. Isso significa que antes, o solo da horta precisava de nutrientes, e não era tratado. Hoje, como ela passou a utilizar os compostos na-turais, é notável a mudança nas verduras: os pés de couve e espinafre, por exemplo, estão lindos”, elogia.

sAúde nA AlimentAçãoOs produtos cultivados na comunidade do Tabocal e ou-

tros distritos não beneficiam apenas quem produz. Desde 2010, agricultores (que trabalham com hortaliças ou frutas) e demais produtores (de doces ou quitandas) foram inscri-tos em projetos como o Programa de Aquisição de Alimen-

Por adotar uma produção mais ecológica, Fátima se destacou entre os horticultores da Comunidade do Tabocal, em Frei Inocêncio

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tos (PAA), e o Plano Nacional de Aquisição de Alimentos (PNAE), iniciativas do Governo Federal, viabilizadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Como, por lei, os governos municipais, estaduais e a União de-vem adquirir, no mínimo, 30% dos produtos da agricultura familiar, os pequenos produtores rurais de Frei Inocêncio passaram a ter uma fonte de renda segura, enquanto duram os convênios, que são temporários.

Os alimentos são recolhidos em um salão comunitário na comunidade, registrados e depois levados, com auxílio do poder público para serem distribuídos por cinco entidades, entre creches, escolas e asilos de Frei Inocêncio. Edney do Nascimento, coordenadora de uma creche municipal, come-mora mudanças na saúde e nos hábitos alimentares das crian-ças atendidas. “Algumas crianças não tinham o costume de

comer verduras e frutas, mas com essa parceria, nós temos como colocar esses alimentos nas refeições, e elas estão gostando. As frutas e os doces, elas já conhecem e pedem. São alimentos saudáveis e produzidos aqui mesmo, em nossa região”, ressalta.

voCAção pArA prodUzirGraças a iniciativas, como a inserção dos

pequenos produtores nos programas da Conab, os agricultores da região têm voltado a investir

na horticultura, sabendo que terão um mercado e renda certos. Além disso, ao modificar a maneira de cultivar e cuidar da plantação, utilizando práti-

cas mais ecológicas, podem disponibilizar, tanto para con-sumo próprio quanto para os clientes, alimentos de melhor qualidade. Para Kelyene, o comprometimento dos produtores tem sido o diferencial que faz de Frei Inocêncio uma refe-rência na produção de hortaliças. “Frei Inocêncio tem esse diferencial porque os produtores acolhem as iniciativas, pois veem que isso será positivo para eles. Com o trabalho que temos feito, eles podem se desenvolver e se profissionalizar. Plantar e produzir todos sabem, mas vender os produtos no mercado com qualidade, poucos conseguem. Nós temos ten-tado incentivar aqui a união e a independência. Assim, caso no futuro não haja uma entidade ou instituição organizando o trabalho, eles mesmos terão condições de levar adiante. A união faz a força”, avalia.

Mesmo em pequenos espaços e com poucos recursos é possível produzir verduras mais saudáveis e incentivar o crescimento do setor

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O verme denominado “Fasciola hepática”, descrito originariamente pelo naturalista Lineu, no ano de

1758, portanto há mais de 200 anos, é responsabilizado por uma grave doença denominada DISTOMATOSE, que acomete além do homem também algumas espécies ani-mais, estas principalmente pertencentes aos grupos de-nominados: vacum (bovinos), suíno (porcos), equídeos (cavalos e burros em geral), principalmente ovinos (ove-lhas). O cão doméstico parece ser refratário ou imune a essa doença, já que nunca foi o verme assinalado nessa espécie, ou então consequência do fato do cão domésti-co sendo originariamente carnívoro e não se alimentando de capins contaminados com cercárias, não terem opor-tunidade de se infestarem com o parasita. Além dessas espécies, podem ser também parasitadas lebres, coelhos, castor, nutria, cobaios, antílope, camelo, canguru, além de diversos cervídeos como a corsa, o gamo e o alce.

Trata-se de doença parasitária cosmopolita e univer-sal, ocorrendo inclusive no Brasil, principalmente em re-giões criatórias de carneiros. O verme tido como padrão da espécie (Fasciola hepática, Linné, 1758), é classifica-do entre os Trematodos, e estes situados na classe dos Nematodos, que por sua vez está contido no filo (philum) animal denominado Nemathelminthes, ou Nematelmintos como vulgarmente chamados. Isso decorre de terem esses seres vivos o corpo de forma cilíndrica, tubo digestivo completo em todas as fases da vida, livres ou parasitas. Esta última afirmativa merece ser esclarecida, pois inevi-tavelmente dá motivo a indagações: têm esses seres a par-ticularidade de em seu ciclo biológico passarem primeiro por uma fase denominada de vida livre, na qual habitando coleções de água como lagoas, açudes ou riachos de águas calmas, passarem por várias fases, a primeira denominada Miracídio seguida da forma denominada Rédias. Na fase anterior (Miracídio) medindo cerca de 150 por 40 micra

(Micra, plural de mícron é igual à milésima parte do mi-límetro), são, portanto só vistos com auxílio de micros-cópios óticos. Têm esses organismos nessa fase o corpo completamente coberto por cílios e assim são capazes de nadarem nas águas em que vivem, o que lhes permite al-cançarem um necessário hospedeiro intermediário, sem-pre um caracol do gênero “Limnaea truncatula”; Neste caracol hospedeiro penetram pela cavidade respiratória, até atingirem o corpo desse molusco onde se transformam em formas com denominações diversas, até atingirem seu desenvolvimento na nova forma denominada Rédias, e estas subsequentemente em Cercárias. Nessa nova forma abandonam o molusco hospedeiro intermediário e agora por serem providas de flagelos, o que lhes permite nada-rem ativamente nas coleções de águas em que vivem, se agarram em raízes de capins ou vegetações ribeirinhas. Essa vegetação contaminada pelo verme, marginal a es-sas coleções d’água, quase sempre açudes que servem de bebedouros para o gado, são assim ingeridas como ali-mento pelo gado nessas áreas apascentados, passando as cercárias para o trato digestivo desses animais, que assim se vêm parasitados com o trematoda, que nesses animais localizam-se preferentemente nos canais que dão acesso ao fígado (Canais colédocos); Nesses canais hepáticos que servem para o trânsito da bile elaborada pelo fígado até os intestinos, determinam grave inflamação inclusive da própria vesícula biliar (colicistite); Nessa fase e nesse novo local o parasita amadurece atingindo seu completo desenvolvimento, constituindo-se então o chamado verme adulto e exercendo seu ciclo de vida parasitária. Devido essa particularidade de necessitarem esses trematodas pas-sarem primeiro por um hospedeiro intermediário (caracol), para em seguida poderem vir na vida adulta se constituírem parasitas de outro animal (ovino por exemplo), são cha-mados em parasitologia de: parasitas heteroxenos, ou seja,

distomatose (Fascíola Hepática)

dr. carmello liberato thadei médico veterinário - crmv-sp-0442

retirado do site www.saudeanimal.com.br

Imagem Ilustrativa

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passam seu ciclo biológico parasitário por mais de um hos-pedeiro. Os próprios caracóis hospedeiros intermediários também são assim parasitados pelo verme, em sua primeira fase de vida (miracídio e rédia).

distomAtose (fAsCioloses) - É assim chamada pro-priamente a doença determinada pela infestação de ani-mais ou do homem, por esse parasita em sua vida adulta. É essa doença parasitária um processo inflamatório crôni-co do fígado e de seus anexos, tais como a vesícula biliar e canais excretores de bile (Canal colédoco).

Inflamados esse importante órgão anexo do aparelho digestivo, como é o fígado e suas vias excretoras de bile (além da vesícula biliar), cujos sucos são responsáveis pela digestão dos alimentos, os transtornos decorrentes são facilmente previsíveis. Dificuldade de digestão, cóli-cas, dores abdominais, emagrecimento são alguns deles. Sendo essa infestação por grande número do parasitas, ou se tratando de um animal ainda jovem, ou fêmeas em ges-tação, os sintomas poderão ser alarmantes podendo inclu-sive levar a morte desses animais.

O fígado também se inflama, e na forma crônica da do-ença ocorre o que é chamado de inflamação intersticial do fígado, levando como resultado a diminuição da produção de bile e consequentemente a transtornos da nutrição e crescimento, e mesmo a morte do animal.

No gado bovino os transtornos intestinais ocupam o primeiro plano, variando desde atonia da pança (rúmen) e subsequente cólica, intercalada com diarreias frequentes, até distúrbios maiores como cólicas de evolução quase sempre fatal quando não tratada com urgência. Há conco-mitante diminuição da produção de leite obviamente das fêmeas em lactação, além de febre, emagrecimento, etc.

Em ovelhas o principal sintoma é um edema frio (in-chaço) que se estabelece na garganta, faringe, parte do peito e mesmo no abdome. Concomitante palidez das mucosas aparentes (conjuntiva principalmente, além da mucosa da boca), abatimento, debilidade e emagrecimen-to. A lã desses animais parasitados torna-se quebradiça e seca (sem brilho). Ocorrem crises frequentes de diarreias, com fezes líquidas e negras. Fígado aumentado de tama-nho (hepatomegalia), facilmente constatável a palpação abdominal desse animais, e mesmo sintomas de icterícia do tipo obstrutiva. O leite das fêmeas em lactação torna--se aquoso e em decorrência os cordeiros não se desenvol-vem podendo mesmo sucumbirem por carência alimentar, ou tendo seu desenvolvimento comprometido.

Em porcos os sintomas são pouco visíveis, se exterio-rizando principalmente para o lado do sangue: anemia e algumas vezes icterícia. Edema da cabeça algumas vezes também aparece nesses animais quando intensamente pa-rasitados. Diarreias com sangue (melena) são frequentes

nessa espécie quando parasitada, emprestando às fezes odor nauseabundo, consistência líquida e coloração negra.

Em cavalos os principais sintomas são digestivos. Có-licas graves, que nessa espécie são frequentemente mor-tais quando não tratadas com urgência, é um sintoma a ser considerado quando suspeitos esses animais de se encon-trarem parasitados pela fascíola.

AnAtomiA pAtológiCA - Quando necropsiados ani-mais que pereceram em consequência desse parasitismo, são frequentemente achados intestinos com perfuração e mesmo da cápsula hepática, dando em consequência peritonite (inflamação do peritônio), sendo encontrados quase sempre, simultaneamente, aderências dos órgãos intra-abdominais. O fígado nesses casos exibe sinais ma-croscopicamente visíveis de uma hepatite aguda, com simultâneo aumento de volume. Os gânglios linfáticos abdominais (hepáticos e mesentéricos) são encontrados todos enfartados (inflamados e grandes). Coleções de lí-quido seroso e mesmo sanguinolento são encontradas na própria cavidade abdominal, constituindo-se na chamada ascite. Em casos de evolução crônica, os animais perecem quase sempre caquéticos e anêmicos.

diAgnóstiCo - Os sinais clínicos anteriormente enu-merados levam a suspeição desse parasitismo. Porém, só o exame coprológico é comprovatório, desde que simul-taneamente sejam encontrados ou ovos do parasita nas fezes desses animais, ou mesmo o próprio verme adulto em líquidos digestivos ou coleções ascíticas. Punção ex-ploratória da vesícula biliar, principalmente em carneiros, para coleta de bile e subsequente exame desta diretamen-te em microscópio, é o meio mais direto e eficiente para comprovação desse parasitismo.

Provas sorológicas, como a chamada de fixação do complemento e de precipitação são também utilizadas para diagnóstico da doença. Em exames coprológicos deve ser dispensado especial cuidado na diferenciação dos ovos desse trematoda daqueles do Paramphistomum cervi, que são muito parecidos, porém diferentes.

profilAxiA - O meio mais eficiente para ser evitado esse parasitismo, é o combate ao seu hospedeiro interme-diário (caramujo), pelo fato de sendo este erradicado das coleções aquosas onde o gado bebe água e se contamina, têm o trematoda seu ciclo interrompido e vem a se extin-guir naturalmente.

trAtAmento - Numerosos medicamentos existem para o tratamento desse parasitismo, que deve ser sempre executado de forma geral a todo o rebanho, pelo fato de existindo um único animal infestado pelo parasita num determinado rebanho, seus companheiros apascentados no mesmo local têm probabilidades de estarem também doentes.

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introdUçãoEm uma economia competitiva, a pecuária vem buscan-

do se adequar aos novos moldes e enfoques necessários para a sobrevivência do produtor no mercado. Para tal, o uso de tecnologias e aperfeiçoamento profissional vem sendo cada vez mais necessários para um bom retorno econômico.

Atualmente quando consideramos o mercado de carne bovina brasileira como um todo, pode-se verificar profundas mudanças no cenário produtivo associadas a processos evo-lutivos de melhorias de sistemas com a utilização de novas tecnologias. As margens econômicas da pecuária de corte se estreitaram muito e o bom desenvolvimento técnico passou a ser determinante na estabilidade do sistema (Burgi, 2001).

Para atender à demanda dos mercados interno e externos, os pecuaristas devem conhecer a necessidade da indústria frigorífica e do consumidor final melhorando os aspectos de padronização e qualidade da carcaça bovina, segurança sanitária, certificação de origem e a qualidade do produto.

A interligação entre esses setores poderia melhorar con-sideravelmente um dos maiores entraves do setor produtivo da carne de acordo com Macedo (2006): o efeito das rela-ções não amenas entre produtores, frigoríficos e comércio. Além disso, as ações voltadas para ganhos no curto prazo, oriundos das oscilações de preços, tendem a gerar um maior risco para a atividade, comprometendo ainda mais essa ca-deia. Como exemplo, podemos citar os períodos de altas de preços, como os de 1999 a 2001, que geraram uma maior oferta de boi no período seguinte (2004 e 2005) devido aos investimentos na produção de bezerros e, concomitante-mente, uma tendência de redução de preços e retração dos investimentos, no mesmo período, no fechamento do ciclo.

Nesse contexto, a busca pelo entendimento do ciclo pe-cuário bovino e sua relação com o preço e a demanda é vital para tomada de decisões, independente do papel que o indi-víduo exerce na cadeia.

desenvolvimentoA década de 90 foi marcada por crescentes expansões no

fluxo de mercadorias e investimentos entre países, gerando aumento da competitividade internacional e modificando a estrutura, tanto econômica como social, dos países inseridos nesse contexto. Com essas mudanças, o Brasil teve sua eco-nomia afetada e teve de se adequar para vencer concorrências, principalmente relacionado ao setor de agronegócios, por pos-suírem um maior risco e uma menor previsibilidade, inerente às atividades agropecuárias (Braga, 2010).

Mesmo o Brasil sendo destaque com o maior rebanho bovino comercial do mundo, e o maior exportador mundial de carne bovina, o país ainda apresenta, na média, índices produtivos inferiores comparados a uma pecuária desenvol-vida. Segundo o IBGE, o plantel cresceu em 5,6 milhões de animais no fim da década passada: partiu de 199,7 mi-lhões de cabeças, em 2007, para 202,2 milhões em 2008, até alcançar as dimensões de 2009, com um incremento de 1,5%. Porém, em torno de 80% dos sistemas produtivos de carne bovina brasileira, continua sendo predominantemente extensivo, ou seja, exclusivo de pastagens nativas e cultiva-das como únicas fontes de alimentos energéticos e protéi-cos. Essas pastagens são normalmente deficientes em vários minerais, bem como de baixa qualidade nutritiva, fazendo com que atividades de cria a engorda apresentem uma alta variação de desempenho.

cAde

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técN

Ico ciclo pecuário da bovinocultura de corte

e sua relação com preço e demandaraphael Amazonas mandarino1; Gabriela maldini penna de masca-renhas Amaral2; Fabiano Alvim barbosa3; venício José Andrade3.

1 doutorando em Zootecnia, escola de veterinária da UFmG - [email protected] Graduando em medicina veterinária, escola de veterinária da UFmG.

3 professor do departamento de Zootecnia, escola de veterinária da UFmG.

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Quando uma determinada mercadoria está mais cara, mantendo constantes outros fatores, teoricamente, os con-sumidores tendem a diminuir seu consumo (Cotta, 2005). A estimativa de coeficientes de elasticidade é a forma usu-almente adotada para expressar relações entre aquisição, renda e preços (Sarti et al. 2011).

De acordo com Cotta (2005) a elasticidade é definida como a forma que a demanda por uma mercadoria responde a variações de seu preço.

Um exemplo prático é a produção de milho que, por exemplo, está projetada para crescer 2,0% ao ano nos pró-ximos anos onde a área plantada deverá aumentar 0,3%, aumentando cerca de 500 mil hectares.

Como a produtividade tem crescido nos últimos 35 anos, a um ritmo de 3,2% ao ano de acordo com dados da CONAB (MAPA, 2011), estimada em 1,68% ao ano nos próximos 10 anos, podemos perceber um aumento na ofer-ta de milho. O desempenho do crescimento do milho está intimamente ligado ao setor de carnes e às exportações (MAPA, 2011), gerando assim uma relação de oferta e de-manda, podendo ter uma variação de preços bem diferente da oscilação usual.

De acordo com o CEPEA (2010), em 2009, o agrone-gócio da pecuária apresentou taxas de variação anual no PIB do agronegócio de -2,2%, reflexo da crise financeira de 2008, e uma recuperação de crescimento de 2,98% no ano de 2010.

O CEPEA (2010) afirma ainda que, em 2009, os cus-tos de produção da pecuária de corte caíram, estando esta queda relacionada ao desaquecimento mundial da demanda por insumos, por conta da crise no final de 2008 e início de 2009, desvalorizando ainda mais a arroba naquele ano. Com a escassez de crédito houve uma queda na demanda externa de carne e a possibilidade das empresas financia-rem a produção e novos investimentos.

No acumulado de 2011, o IBGE (2012) afirma que fo-ram abatidas 28.814 milhões de cabeças de bovinos, com

uma queda de 1,6% em relação a 2010. Segundo a Associa-ção Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Pool, et al. 2011), atualmente o País tem embarcado ao exterior cerca de 20% do total produzido de carne bovina, ficando o restante (80%) para abastecimento do mercado interno. O CEPEA (2010) afirma que a elasticidade média encontrada para a carne bovina de primeira foi de 0,538, significando que um aumento de 10% na renda do consumidor, aumen-tará em 5,38% a demanda com essa carne. Não somente no Brasil, mas em países em desenvolvimento, como a China, África do Sul, Coreia, Indonésia e Taiwan alta relação da renda com o consumo da carne bovina foi encontrada.

As projeções do MAPA (2011) de carnes para o Brasil mostram um crescimento relevante nos próximos anos. O crescimento projetado para os anos 2010/2011 a 2020/2021 da carne bovina é de 2,2% ao ano. O consumo de carne bovina projeta-se para 9,4 milhões de toneladas, superando em quase o dobro do estimado para 2009, de 5,9 milhões de toneladas de equivalente carcaça (ANUALPEC, 2009). O MAPA (2011) ainda projeta que a carne bovina assumirá o segundo lugar no aumento do consumo com uma taxa anual projetada de 2,3%, entre 2010/2011 a 2020/2021.

Quanto às exportações, as projeções indicam taxas de crescimento positivas para carnes suína, de frango e bovina, gerando assim, um quadro favorável para as exportações brasileiras. Para a carne bovina as exportações devem situ-ar-se numa média anual de 2,6%. (MAPA, 2011)

CiClo peCUárioO ciclo pecuário produtivo bovino está sujeito a uma sé-

rie de riscos, dependendo de solo, clima, sanidade e outras variáveis como estoque de produto e demanda do mesmo. (Medeiros, 2006). O ciclo anual consiste na variação que ocorre entre o período da seca, onde há menor disponibili-dade de forragem e consequentemente uma menor oferta de animais, resultando em um aumento dos preços ao final do período e o retorno da produção de forrageiras no período

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chuvoso, onde se aumenta a oferta de animais, fechando o ciclo com a queda dos preços. No estudo de Schuntzember-ger et al. (2009), os autores afirmam que a produção é um processo biológico, afetado pelo clima, pragas e doenças, sendo difícil também, controlar e prever a oferta, bem como é variada ao longo do ano, gerando assim entraves para se determinar o preço do boi.

É possível verificar o ciclo plurianual, um ciclo como o próprio nome diz a união de mais de um ano e relaciona-se mais às expectativas de mercado do que a variação dos pre-ços. Na medida em que o preço cai, os produtores tendem a tentar minimizar o problema, vendendo matrizes, e geran-do uma reação em cadeia, ou seja, após um determinado período de tempo, começarão a faltar bezerros no merca-do, e consequentemente diminuirá o número de bois gor-dos disponíveis para abate. Schuntzemberger et al. (2009) afirmam que os preços são influenciados pelas expectativas dos agentes do sistema produtivo quanto aos preços futuros, chamando assim de ciclos plurianuais, sendo que a queda do preço do boi, por exemplo, gera uma retração de preços em todas as outras categorias animais. Assim, inicia-se o abate de matrizes para reduzir prejuízos e manter-se no sis-tema, gerando um buraco ainda maior.

O problema pode se agravar ainda mais quando pecua-ristas despreparados, se aventuram a interpretar o mercado, muitas vezes de forma equivocada. Assim algumas toma-das de decisões quanto à venda ou compra de produtos po-dem ser realizadas em um cenário distorcido e gerar diver-sos prejuízos, devido a uma gestão ineficiente (Medeiros, 2006). Sendo assim é sempre importante que o produtor procure se informar em fontes confiáveis, e buscar ajuda de técnicos e profissionais capazes de orientá-lo.

ConClUsÕesA relação preço versus demanda está intimamente ligada

aos diferentes fatores que compõe o ciclo produtivo, dentre os quais devem fazer parte do planejamento de qualquer um

dos agentes da cadeia produtiva. Estar atento às mudanças e saber avaliar a melhor hora da tomada de decisão é funda-mental para a sobrevivência na cadeia produtiva.

referênCiAs bibliográfiCAsANUALPEC 2009. Anuário da pecuária brasileira. São Paulo: FNP Con-

sultoria e Comércio, 2010. 400p.BRAGA, M.J. Redes, alianças estratégicas e intercooperação: o caso da

cadeia produtiva de carne bovina. Revista Brasileira de Zootecnia, v.39, p.11-16, 2010 (Suplemento especial).

BURGI, R. Confinamento estratégico. In: REUNIÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 38, Piracicaba. Anais ... Piracicaba: SBZ, 2001. CD-ROM.

CEPEA; CNA. Resumo dos custos de produção de boi gordo em 2010., jan/dez., 2010. Disponível em: http://www.ruralcentro.com.br/analises/1389/resumo-dos-custos-de-producao-de-boi-gordo-em-2010 - (Acesso em 20/07/2012)

COTTA, J. L. Elasticidade - Demanda e Preço – Universidade Federal de Minas gerais, UFMG, 2005 (Especialização)

FAO - Food And Agriculture Organization of The United Nations, 2011 – Disponível em: http://faostat.fao.org/default.aspx - (Acesso em 17/05/2012).

MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – “Brasil caminha para se consolidar como “celeiro do mundo”, 2010. Disponível em: http://www.agricultura.gov.br/portal/page/portal/Internet-MAPA/pagina--inicial/comunicacao/noticias/noticia-aberta?noticiaId=31352 (Acesso em 16/02/2011)

MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – “Proje-ções do Agronegócio Brasil 2010/11 a 2020/21”, 2011. Disponível em: http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/Ministerio/gestao/projecao/PROJE-COES%20DO%20AGRONEGOCIO%202010-11%20a%202020-21%20-%202_0.pdf

MACEDO, L. O. B. Modernização da pecuária de corte bovina no Brasil e a importância do crédito rural. Informações Econômicas, São Paulo, v.36, n.7, jul. 2006.

MEDEIROS, A. L. Regressão múltipla e o modelo de arima na previsão do preço do boi gordo. UNIFEI, 2006 (Dissertação de mestrado).

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Estatística da Produção Pecuária, 2012. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/agropecuaria/producaoagropecuaria/abate-leite-couro--ovos_201104_publ_completa.pdf - (Acesso em 15/08/2012)

Sarti F. M.; Claro, R. M.; Bandoni, D. H. Contribuições de estudos sobre demanda de alimentos à formulação de políticas públicas de nutrição Cad. Saú-de Pública, Rio de Janeiro, 27(4):639-647, abr, 2011

SCHUNTZEMBERGER, A. M. S. ; PADILHA JUNIOR, J. B. ; ROSSI JUNIOR, P. . O que mexe com o preço do boi. Anualpec (São Paulo), v. 16, p. 16-17, 2009.

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AGIc

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A atividade de equideocultura tem importante papel na produção pecuária brasileira. Os equinos são utiliza-

dos para trabalho, no manejo dos bovinos mantidos em pas-tagens, além disso, tem crescido também a criação para lazer e esportes. Contudo, em sistemas pecuários bovinos o foco é a preferência pelo acesso as melhores pastagens para esses animais, os equinos muitas vezes, não tem uma alimentação em quantidade e qualidade disponíveis para seu desenvolvi-mento. Outro ponto chave é que grande parte das pastagens é formada por espécies do gênero brachiaria principalmente B. decumbens e B. brizantha, que não são consumidas pelos cavalos, o que agrava a qualidade da dieta desses animais.

Para mudar essa realidade e até mesmo intensificar a qualidade das pastagens em criatórios exclusivos, o enten-dimento do processo de digestão do alimento pelo equino é fundamental. Trata-se de um animal herbívoro, monogástrico e com ceco e cólon funcionais, ambos com digestão micro-biana onde ocorre a transformação das fibras dos alimentos em energia e proteína, diferentemente do bovino, que possui seu estômago dividido em quatro compartimentos para esse

processo digestório. Além dessas, diferem também no hábito de pastejo por possuírem incisivos superiores e grande moti-lidade labial, procedendo o corte da gramínea rente ao solo, com grande capacidade seletiva.

Um dos principais problemas na escolha da espécie forra-geira para equinos é o nível de oxalato e na sua relação com cálcio. Oxalatos são sais ou ésteres de ácido oxálico, que, na presença de íons de cálcio, formam oxalato de cálcio, que é pouco solúvel e tende a se acumular no organismo. O cálcio das gramíneas na presença de oxalato forma compostos insolúveis e fica, portanto, indisponível para o animal, o que pode provo-car deficiências na formação óssea, especialmente nos animais novos. A “cara inchada” acontece quando ocorre diminuição do cálcio no sangue provocando a retirada de cálcio dos ossos, mineral esse que é substituído por tecido fibroso que aumenta o volume da face. Plantas que apresentam níveis de oxalatos superiores a 0,5% e relação cálcio/oxalato inferior a 0,5 são consideradas potencialmente tóxicas para equinos. Na tabela 1, constam valores para algumas espécies forrageiras.

Pastagens de Brachiaria humidicola cv quicuio apresentam

Qual o melhor capim para a tropa?Humberto luiz Wernersbach Filho

Zootecnista mSc / Supervisor de pesquisa

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24Setembro 2012

maiores problemas em se tratando de nível de oxalato devido ser uma espécie muito utilizada como pastagens para equinos. Normalmente essas pastagens são manejadas em solos de bai-xo nível de fertilidade, com baixas concentrações de proteína, energia e minerais, principalmente o cálcio. Além disso, os ani-mais, quando sim, recebem suplementação mineral de bovinos que não é adequada, pois os equinos tem grande exigência por cálcio. Nesse contexto, o problema se agrava.

Outro ponto de importância é a questão de utilização de pastagens de Panicum maximum cv mombaça. Na região amazônica, estudos comprovam que equinos consumindo forragem nova, no início do período de brotação nas águas, sofreram de cólicas intestinais devido a maior concentração de carboidratos não fibrosos contidos nessa forrageira. Ainda não foram relatados problemas em outras regiões, mas como critério prático de manejo, é importante evitar que esses ani-mais consumam a forragem nesse estágio de crescimento.

De fato, diversos são os fatores que interferem na escolha e manejo de pastagens para equinos. As principais espécies utili-zadas são: Cynodon sp. (Tifton 85, Coast Cross, Jiggs, etc), Pa-nicum sp. (Aires, Aruana, Mombaça (atentando-se para o ma-nejo da rebrota no início do período chuvoso, evitando utilizá-la na região amazônica) e Tanzânia) e Brachiaria humidicola, tal-

vez a mais utilizada, porém atentar para a suplementação mine-ral apropriada e buscar utilizá-la com animais adultos. Dentre outras espécies, por exemplo capim elefante.

Escolher a espécie que atenda a necessidade desses im-portantes animais, corrigir o solo para que a espécie escolhi-da seja capaz de desenvolver seu potencial produtivo e assim nutrir os animais, utilizar suplementação apropriada e por fim manejar os animais de acordo com sua idade e estado fisioló-gico, são ferramentas que melhoram o desempenho animal de forma econômica para o criador.

bibliogrAfiA ConsUltAdA:VICTOR, R. P., ASSEF, L. C., PAULINO, V. T. Forrageiras para equi-

nos. In: http://www.iz.sp.gov.br/artigos.php?ano=2007.NUNES, S. G., SILVA, J. M., SCHENK, J. A. Problemas com Cavalos

em Pastagens de Humidicola. Comunicado Técnico nº 37. Embrapa Gado de Corte, Campo Grande – MS, 1990. Disponível em http://www.cnpgc.embrapa.br/publicacoes/cot/COT37.html.

ZANINE1, A.M.; SANTOS1, E.M.; FERREIRA2, D.J.; CECON3, P.R. Hábito de pastejo de equinos em pastagens tropicais de diferentes estruturas. Arq. ciên. vet. zool. UNIPAR, Umuarama, v. 9, n. 1, p.83-89, 2006.

CERQUEIRA, V. D. Cólica em equídeos mantidos em diferentes cultiva-res de Panicum maximum no bioma amazônico. Tese de Doutorado. Faculda-de de Medicina Veterinária e Zootecnia – USP, 2010.

tAbelA 1. Conteúdo de cálcio, fósforo, relação cálcio/fósforo, oxalato total e relação cálcio/oxalato na matéria seca das folhas de algumas gramíneas forrageiras consideradas potencialmente tóxicas para equinos.

forrAgeirAs nome ComUmCA%

p% CA/p

oxAlAto totAl

relAção CA/oxAlAto

Setaria anceps3 cv. Kazungula

Brachiaria humidicolaPanicum maximum

cv. Colonião

Brachiaria sp.Digitaria decumbens

cv. Transvala

Brachiaria dictyoneura cv. Llanero

Pennisetum clandestinum

Setária

Humidícola

Colonião

Tangola

Transvala

Llanero

Quicuio

0,27

0,41

0,30

0,34

0,53

0,21

0,36

0,25

0,18

0,14

0,13

0,12

0,17

0,36

1,08

2,27

2,14

2,61

4,42

1,23

1,00

2,80

1,80

2,21

1,55

2,30

1,62

1,30

0,10

0,23

0,13

0,22

0,23

0,13

0,28

Fonte: Nunes et al. (1990)

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Alexandre Sylvio vieira da costa engenheiro Agrônomo; dSc. em produção vegetal;

professor titular/Solos e meio Ambiente - Universidade vale do rio [email protected]

Solos: o verdAdeiro pAtrimônio do prodUtor rUrAl

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O solo é o principal patrimônio de uma propriedade rural. Para que a produção agropecuária ocorra de

forma satisfatória, o produtor rural deve ter em mente que o solo é o suporte para crescimento de todas as plantas. O solo tem origem da degradação das rochas que sofrem a ação de diversos fatores ambientais como o sol, a chuva, o vento e os biológicos como os animais, vegetais e microrganismos. Todos estes fatores atuando em conjunto promovem reações químicas e físicas que irão degradar a rocha, formando o solo. Dependendo da região, o tempo médio para formação da camada de um centímetro de solo varia de 100 a 200 anos. Com a interferência do homem e a utilização de técnicas e manejo adequados, este tempo pode ser reduzido de forma significativa para apenas algumas décadas.

Como podemos verificar, o homem pode ser considera-do um dos principais agentes de formação dos solos. Mas, analisando por outro ponto de vista, ele também é o principal agente de sua degradação. A ampliação das fronteiras agrí-colas nas áreas de mata nativa e a falta de manejo adequado durante a sua ocupação conduzem a quedas de produtividade das lavouras e das pastagens, por conta dos processos ero-sivos que se instalam. Uma chuva de alta intensidade e de curta duração, típica dos verões no Brasil, em poucos minu-

tos é capaz de arrastar para dentro dos rios e das partes mais baixas da propriedade toneladas de solos ricos em nutrientes, erodindo justamente a camada mais fértil. Com a erosão de um único centímetro, a propriedade estará perdendo cerca de 100 toneladas de solo por hectare, sem contar os nutrientes minerais e matéria orgânica. Um solo que possua 5% de ma-téria orgânica na camada superficial estará perdendo cerca de 5 toneladas desse precioso material, fundamental na melhoria da estrutura do solo e na sua fertilidade além de 100 quilos de nitrogênio, 60 quilos de fósforo, dentre outros.

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Água da chuva que se acumulou pela erosão laminar

Erosão Laminar severa

Erosão em Sulcos

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A erosão é fácil de ser observada em alguns casos. Quan-do a água das chuvas se desloca por caminhos definidos, ra-pidamente formam-se pequenos sulcos de erosão ao longo de toda a área. Inicialmente, muitos desses sulcos são rasos e passíveis de correção. Caso o produtor não atente para esses sintomas e continue com suas práticas inadequadas de mane-jo do solo, muitos desses pequenos sulcos irão se transformar em grandes voçorocas, estruturas profundas e largas de re-cuperação, praticamente impossível a curto ou médio prazo, restando ao produtor adotar práticas de manejo para evitar que o problema se torne mais grave. Uma voçoroca de 10 metros de largura, 5,0 metros de profundidade e 50 metros de comprimento contabiliza para o produtor rural uma perda de aproximadamente 750 m³ de solo ou mais de mil toneladas e uma área da propriedade de 500 m².

Outro tipo de erosão pouco percebida é a erosão laminar. Nessa modalidade de erosão a água se movimenta pela su-

perfície do solo de forma mais uniforme promovendo lentas reduções da sua superfície, sendo o solo erodido por cama-das. No campo é facilmente observado com o surgimento de “peladeiros”, áreas onde as plantas não crescem ou crescem com dificuldade, indicando que a camada fértil e estruturada do solo foi perdida.

Seja ele qual for os processos erosivos, são danosos ao solo e comprometem o desenvolvimento da atividade agrope-cuária. Uma pequena parte dos produtores rurais brasileiros trabalha o seu sistema produtivo e o solo considerando as prá-ticas de conservação. Até mesmo os produtores que possuem propriedades rurais com terreno acidentado, áreas que neces-sitam de maior atenção, não se preocupam com a conservação dos seus solos, procurando ajuda profissional apenas quando a situação atinge nível crítico comprometendo o seu sistema produtivo. O solo é como o dente: tem que cuidar todo o dia.

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Quando falamos em sustentabilidade é fácil a associa-ção do termo ao meio ambiente. De conceito amplo,

a palavra ganhou impulso na primeira conferência das Na-ções Unidas, em 1972, na cidade de Estocolmo, localizada na costa oriental da Suécia. Exemplos de sustentabilidade estão por toda parte. Um deles é o Instituto Terra, localizado na cidade de Aimorés, no Leste de Minas Gerais.

Embora muitos desconheçam, o nosso “pulmão verde” está perto de concluir um projeto de recuperação de Mata Atlântica sem precedentes no Brasil em termos de área con-tínua. O processo teve início em dezembro de 1999, um ano após a fundação do órgão pelo casal Lélia Deluiz Wanick Sal-gado e Sebastião Salgado.

Constituído por uma área de 709 hectares, sendo 661,69 hectares reconhecidos como Reserva Particular do Patrimô-nio Natural Fazenda Bulcão, é a primeira RPPN constituída em área degradada de Mata Atlântica. O trabalho realizado pelo Instituto Terra inspirou outras reservas particulares no estado a partir de 2004, contribuindo diretamente em algumas vertentes do desenvolvimento sustentável.

O gerente ambiental Jaeder Lopes Vieira exemplifica a re-lação do instituto com a sustentabilidade usando a recuperação de nascentes. Na região o trabalho já soma a proteção para re-vitalização de mais de 350 nascentes de afluentes do rio Doce. Só na fazenda Bulcão, foram recuperadas oito nascentes que mesmo em períodos de seca apresentam vazões em torno de

“pulmão verde” do leste mineiro fica em Aimorés

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cleuzany lottJornalista

Jovem que participou de um programa de Educação no Campo - Rio Grande do Sul

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Instituto Terra visto do alto

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29Setembro 2012

20 litros por minuto. “Quando fazemos a recuperação de uma nascente, além de auxiliar na adequação ambiental da proprie-dade, garantimos água ao produtor, que por sua vez depende dela para obter produção agropecuária em suas terras. Daí, con-sequentemente estamos na vertente do desenvolvimento eco-nômico”, enfatiza, complementando que a fixação do homem no campo melhora a renda do produtor, evitando o êxodo rural. “O produtor concilia sua experiência propondo uma mudança de comportamento em relação à propriedade rural, respeitando suas tradições culturais, completando a triada do Desenvolvi-mento Sustentável com o social”.

Visando tornar-se referência nacional em restauração ecossistêmica de áreas degradadas de Mata Atlântica no Vale do Rio Doce, o instituto está empenhado na recuperação de cerca de 55 milhões de metros quadrados na mata na região do Vale do Rio Doce, alcançando municípios do Espírito Santo. A área foi priorizada por se tratar de uma das regiões do Brasil que vivencia as consequências do desmatamento e do uso desordenado dos recursos naturais como a seca, a erosão do solo e a falta de condições para o homem do campo viver e prosperar.

Para assegurar a disseminação da filosofia dos trabalhos, o Instituto conta com vinte e dois associados, sendo dois asso-ciados vitalícios, oito fundadores e doze associados efetivos. As principais ações envolvem a restauração ecossistêmica, produção de mudas de Mata Atlântica, extensão ambiental e pesquisa científica aplicada.

Graças às parcerias, já foram plantadas mais de 1,7 mi-lhões de mudas de árvores na RPPN Fazenda Bulcão, origi-nando uma floresta que abriga quase 300 espécies florestais arbóreas e arbustivas originárias de Mata Atlântica. O viveiro tem capacidade para fornecer um milhão de mudas por ano.

A fauna é igualmente rica. São mais de 170 espécies de aves, seis ameaçadas de extinção, 33 espécies de mamíferos, sendo dois deles em processo de extinção, além de 15 espé-cies de anfíbios e 15 espécies de répteis.

Questionado sobre a forma como esses animais são manti-dos, Vieira revela que os estudos não recomendam a reintro-dução de espécies. Segundo ele, os riscos envolvidos nesse processo são elevados, a exemplo da introdução de animais doentes, capacidade de suporte da floresta. “Nesse caso a

fauna retorna à medida que o reflorestamento cresce e torna possível a alimentação ao longo do ano”, detalha.

inteligênCiA AdministrAtivA A sede do Instituto Terra está abrigada na antiga fazenda

Bulcão, em Aimorés. Sem fins lucrativos, o órgão foi fun-dado há 14 anos por Lélia e o Sebastião Salgado, renomado repórter fotográfico no mundo inteiro. O casal divide a resi-dência entre Paris e Vitória, no Espírito Santo e é membro vitalício do Instituto. Lélia ocupa a presidência, tendo como vice, Sebastião Salgado. O gerente ambiental, Jaeder Vieira conta que o Conselho Diretor tem a função de ser o norteador das ações do Instituto, promover e apoiar os colaboradores executivos em suas diferentes áreas de atuação. “A presiden-te Lélia mantém um contato mais direto com a instituição, orientando e fiscalizando as ações de execução dos projetos. Sebastião Salgado, da mesma forma, porém com uma visão mais abrangente, no sentindo de ser também como um em-baixador do Instituto Terra. Os dois formam, junto com os outros membros do Conselho, o número de inteligência ad-ministrativa”, finalizando a entrevista.

Mudas para reflorestamento

ConsCiênCiA AmbientAl

A perpetuação de uma atividade se consolida de gera-ção em geração. Por meio de projetos desenvolvidos no instituto, diferentes públicos são conscientizados sobre as questões ambientais. Um deles contempla os jovens na faixa dos 12 aos 14 anos que se tornam monitores mirins. Atualmente 760 “terrinhas” propagam o novo modelo de sustentabilidade rural. Os adultos, por sua vez, aprendem a adotar práticas sustentáveis de uso do solo, por meio do curso técnico agroambiental. Desde a criação do Núcleo de Estudos em Restauração Ecossistêmica, em 2005, fo-ram formados 69 técnicos. Mais de 80% deles atuam no mercado de trabalho na área.

Mais informações sobre o Instituto Terra podem ser obtidas no site: www.institutoterra.org

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No dia 09 de setembro de 1933, o presidente Getú-lio Vargas criou uma normatização para a atua-

ção do médico veterinário e para o ensino dessa profissão através do Decreto nº 23.133. Em reconhecimento, a data passou a valer como o Dia do Veterinário, profissional este responsável pela prevenção, controle, erradicação e tratamento das doenças dos animais. Através do trabalho deste profissional é assegurada a qualidade, quantidade e a segurança dos estoques de alimentos de origem animal, através do controle da saúde dos animais e dos processos que visam obter seus produtos.

Para celebrar a data, o perfil desta edição conta a his-tória da profissional Waneska Alexandra Alves, 38 anos, que começou a atuar na área da medicina veterinária assim que se formou na Universidade Federal de Viçosa (UFV) em 1998, logo após, no ano de 1999, iniciou o mestrado em Epidemiologia e Saúde Pública pela mesma Universi-dade, onde pôde trabalhar em uma pesquisa que envolvia as áreas da assistência clínica veterinária e a epidemiologia sobre as leishmanioses (zoonoses que acometem o homem e animais domésticos como cães, gatos e equinos). Traba-lhou como consultora técnica do Ministério da Saúde, em Brasília (DF) de 2001 a 2008, sendo: pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) de 2001 a 2003; pela Organização das Nações Unidas para a Edu-cação a Ciência e a Cultura (UNESCO) de 2003 a 2008. Foi Consultora FETP - Supervivisory suporty - Outbreaks Consul pelo Centers For Desease Control end Prevention (CDC/Atlanta/USA) em 2007.

Tudo começou como um sonho de infância que foi con-cretizado no ano de 1994 com a aprovação no vestibular. Waneska é casada e tem uma filha de 17 anos, há quatro anos reside em Maceió, trabalha como professora Titular II no Centro Universitário CESMAC e como professora Assistente II na Faculdade de Medicina da Universida-de Federal de Alagoas em que ministra as disciplinas de Epidemiologia, Vigilância em Saúde, Saúde Coletiva e Bioestatística. Natural de Goiânia (GO), a veterinária tam-bém tem arrumado tempo para se dedicar ao doutorado em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz, Ministério da Saúde.

Como médica veterinária teve uma oportunidade rara de atuar na área da saúde pública. Segundo ela foi uma experiência marcante. “Trabalhar nesse campo trouxe a

possibilidade de compartilhar experiências e conhecimentos transdisciplinarmente pertinen-tes para a Saúde Pública Hu-mana e Veterinária, assim, foi possível ver que profissionais de saúde, incluindo o médico veterinário, podem trabalhar unidos para um SUS (Sistema Único de Saúde) mais justo, fortalecido e universal, sem deixar de respeitar o bem es-tar animal. Trabalhar no campo da saúde pública permite atuar na organização dos sistemas e serviços de saúde, em fatores condicionantes e determinantes do processo saúde--doença controlando a incidência e prevalência de doenças nas populações humana e animal através de ações de vigi-lância e intervenções públicas”, exclama.

A veterinária acredita que a assistência clínica e cirúr-gica a animais domésticos é o lado da profissão mais tradi-cionalmente conhecido. No entanto, com a globalização e as novas necessidades em saúde animal e humana deman-dadas ao final do século passado e novo milênio, colocam o veterinário em uma posição privilegiada nesse contexto, pois é o profissional que pode atuar amplamente em vários campos. “O Veterinário hoje pode atuar, especialmente, nas seguintes áreas além da clínica e cirurgia: Ecologia e meio ambiente; Higiene, inspeção e tecnologia em produ-tos de origem animal destinados à alimentação humana e animal; Indústria de ração, medicamentos e defensivos animais, cuidando do processo de fabricação e comercia-lização de soros, vacinas, carrapaticidas, rações, vitaminas e medicamentos; Prevenção e saúde pública com a finali-dade de investigar e eliminar fontes de infecções (zoono-ses) trabalhando conjuntamente com outros profissionais de saúde; Produção animal, administração e extensão rural trabalhando com zootecnista e engenheiros agrônomos; Biotecnologia, reprodução animal e fisiopatologia da re-produção”, relata.

Além das diversas áreas que o profissional pode se-guir, Waneska recomenda que para ser um bom profis-sional e ter destaque na profissão é preciso “ter ética, per-sistência, dedicação e constante aperfeiçoamento técnico (educação continuada), fundamentais para que o profis-sional esteja à frente das demandas especializadas que o mercado de trabalho oferece atualmente”.

medicina veterináriaA Arte dA CUrA dos AnimAis irrACionAis

Waneska Alves

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Kaytslaine mattosJornalista

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31Setembro 2012

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A Fenômeno el Niño volta a atuar

prof. ruibran dos reisprof. da pUc minas

diretor regional da climatempo - minas Gerais

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Depois de um mês de agosto frio, com temperaturas ligeiramente abaixo da média e com até ocorrência de chuvas leves em alguns dias, o mês de se-

tembro deverá ser mais seco. Os modelos de previsões climáticas mostram que o fenômeno El Niño está de volta, isto é, as temperaturas da água do mar na costa do Peru e do Equador começaram a esquentar.

Em Minas Gerais o El Niño causa elevação da temperatura do ar e formação de pancadas de chuvas de final de tarde, temporais. O período chuvoso deve atrasar neste ano. As chuvas provenientes de frentes frias deverão chegar mais no final do mês de outubro, entretanto, no mês de setembro, segunda quinzena, há possibilidades de ocorrência de pancadas de chuvas isoladas no final da tarde, em toda região leste do estado. Portanto, cuidado os agricutores com as plantações no início do período chuvoso, pois a previsão é de ondas de calor e ausência de chuvas.

Segundo os modelos de previsões climáticas, as chuvas mais significativas na região deverão ocorrer nos meses de janeiro e fevereiro de 2013, com possibilidades de ocorrência de enchentes no Rio Doce.

A Arte dA CUrA dos AnimAis irrACionAis

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32Setembro 2012

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD, sigla em inglês), em parceria com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, sigla em inglês), di-

vulgou seu relatório anual sobre as perspectivas para as principais commodities agrícolas na próxima década.Com base nesse relatório, fizemos um balanço dos principais pontos sobre o preço das carnes para o período. As ex-

pectativas são de que os preços das carnes se mantenham elevados na próxima década. Contribuem para isso os altos custos de produção, principalmente para a alimentação animal, além dos cus-

tos com transporte e refrigeração - sendo a logística ainda um grave problema. Também colaboram para os altos preços o crescimento das exigências quanto ao bem estar animal, susten-

tabilidade ambiental dos sistemas e a maior preocupação com a segurança alimentar.Na figura 1 estão as projeções de preço para as carnes bovina, suína e de frango.

preço das carnes nos próximos anosm

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Gustavo AguiarZootecnista | Scot consultoria

Neste gráfico fica clara como a diferença de preços entre a carne de frango e das demais deve aumentar, sen-do este o motivo para as projeções do modelo da OECD/FAO apontarem para o maior consumo desta proteína.

De 2012 a 2021, as previsões são de que os preços das carnes suína, bovina e de frango terão aumentos de 21,6%, 10,0% e 4,8%, respectivamente.

ConsiderAçÕes finAisRessaltamos que um número considerável de fa-

tores de ordem macroeconômica podem afetar essas projeções, ainda mais para o mercado da carne, bas-tante sensível às mudanças econômicas.

A dinâmica entre os mercados, com as importa-ções e exportações, também ajuda a regular os preços e é mais uma fonte de variação.

Figura 1.Preço das carnes* na próxima década, em US$/tec.

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33Setembro 2012

por Jéssyca GuerraZootecnista | Scot consultoria

O ano começou com preços do leite ao produtor aci-ma dos patamares verificados em 2011. E os custos,

estavam menores, considerando o preço dos insumos que com-põem o Índice Scot de Custo de Produção de Leite.

Em janeiro deste ano o produtor recebeu 10,4% mais que em janeiro de 2011 e os custos de produção estavam 1,7% menores. Porém, de maio em diante, a situação mudou. Consideran-do o que o produtor recebeu em julho (produção de junho), os preços estão 2,0% menores que há um ano e os custos estão 0,4% maiores. Veja a figura 1.

Figura 1. Variação anual do preço médio nacional do leite recebido pelos produtores e dos custos de produção.

Fonte: Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

Mesmo assim, na média de janeiro a julho, os custos ficaram 0,9% maiores em relação a 2011 e os preços aos produtores 4,5% maiores, o que alivia, em certa medida, o cenário dos últimos meses.

Uma opção para tentar reduzir os custos é planejar as compras de insumos antecipadamente, optar por substitu-tos que estejam com preços mais acessíveis e saber quais os produtos com maior disponibilidade na região.

expeCtAtivAs de merCAdoPor fim, quanto aos preços do leite, o que poderia cola-

borar no curto prazo seria um aumento da demanda ou uma diminuição na importação de lácteos. Difícil acontecer. A demanda não está reagindo a ponto de mudar este cenário.

A balança comercial de janeiro a julho está negativa em US$ 298,7 milhões, contra US$ 262,2 milhões no mesmo período do ano passado.

Para o pagamento de agosto, espera-se uma ligeira redução nos preços aos produtores na média nacional. Dentre os pes-quisados pela Scot Consultoria apenas 10,0% falam em queda em Minas Gerais, 13,0% em São Paulo e 17,0% em Goiás. Na média nacional a queda está sendo puxada pelo Sul do país, onde a produção está em ascensão.

custos impactam na produção

A safra 2012/13 entra na reta final em todas as regiões produ-toras no Brasil. A entrada dos cafés do Sul de Minas esfria

as cotações no mercado interno e vários custeios vencem neste mo-mento, a estocagem é uma alternativa para preços melhores.

Nas últimas semanas de julho e meados de agosto as chu-vas deram uma trégua nas regiões cafeeiras em todo o país permitindo concluir os trabalhos com colheita. Nas Matas de Minas somente cafés de varrição estão para serem retirados das lavouras. Este ano a colheita foi marcada por pouco café em nossas lavouras, com qualidade inferior aos últimos anos devido a várias chuvas que aconteceram no início da derriça. No Sul de Minas os armazéns das cooperativas estão receben-do muito café diariamente o que levou o mercado interno a esfriar as cotações. As previsões da Conab deverão ser con-firmadas em relação à safra brasileira com produção próxima aos 50 milhões de sacas. Neste momento de muita oferta o mercado interno bastante abastecido leva as cotações para

baixo. O governo deve liberar recursos do Funcafé para a es-tocagem de 4 milhões de sacas de café, faltando somente ser aprovado no Conselho Monetário Nacional que reuniu no dia 30 de agosto (até o fechamento desta edição não havia sido aprovado). A estocagem permite que os produtores possam honrar seus compromissos de custeio e possivelmente esperar para comercializar a safra com cotações mais interessantes.

Neste momento de término da colheita e pré-florada nas lavouras são fundamentais para o próximo ciclo os planeja-mentos de poda e renovação, nutricionais e fitossanitários. Os produtores devem procurar à cooperativa ou seus consultores para reiniciar os trabalhos culturais.

cotAÇÕeS em bAIXA e eXpectAtIvA pArA próXImA SAFrA

Waldir Francese Filho Superintendente comercial coocafé

Cotações 03/09/2012 - Coocafé Arábica

Bebida Dura Tipo 6 | R$ 365,00Rio Tipo 7 | R$ 310,00

Cereja Descascado Fino | R$ 390,00

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34Setembro 2012

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r$ 93,27Fonte: beefpoint

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Fonte: cepea - esalq/USp

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merCAdo fUtUro (bm&fbovespA)

Fev / 12 0,8388 0,8286 0,8681 0,8355 0,8480 0,7353 0,8338

mar/12 0,8640 0,8427 0,8742 0,8304 0,8880 0,7624 0,8206

Abr/12 0,8828 0,8502 0,8874 0,8338 0,9122 0,7760 0,8218

mai/12 0,8916 0,8519 0,8956 0,8347 0,9169 0,8475 0,8191

Jun/12 0,8679 0,8333 0,8738 0,8247 0,8723 0,8573 0,8028

Jul/12 0,8606 0,8190 0,8702 0,8331 0,8570 0,8627 0,7917

Ago/12 0,8719 0,8099 0,8884 0,8373 0,8628 0,8596 0,8137

Jan /12 0,8220 0,8083 0,8733 0,8385 0,8396 0,7408 0,8269

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SA Sistema de irrigação por gotejamento com

garrafa petretirado do Site www.vidasustentavel.net

Uma boa ideia de reciclagem de garrafas pet é utili-zá-las em um sistema de irrigação diferente e fácil.

Nesse processo você irá precisar apenas das garrafas pet.O sistema de irrigação é simples onde tudo que você tem

a fazer são dois furos no fundo e dois furos na lateral da garrafa e enterrá-las no solo, próximo a suas plantas.

Encha as garrafas com água. As plantas na área em torno vão receber água lenta e continuamente durante até uma semana.

os mAteriAis pArA A ConstrUção do sistemA de irrigAção são:

Garrafas de plástico PET 2 litros com tampas, água e chave de fenda pequena afiada.

modo de fAzer:• Usando um canivete ou chave de fenda pequena, faça 2 pequenos furos no fundo da garrafa.• Faça furos pequenos no meio da garrafa.• Faça um ou no máximo dois furos na tampa da garrafa, pe-quenos, se possível do diâmetro de uma agulha de costura.• Em seguida, encha sua garrafa com água e deixe gotejar para testá-la. Tem que pingar lentamente.• Cave um buraco ao lado de sua planta, cuidado para não danificar as raízes.• Coloque a garrafa no buraco um pouco acima do meio.• Encher a garrafa com água.• Se preferir adicione fertilizante líquido.

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Utilize sempre as garrafas tampadas para evitar a proliferação da dengue

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36Setembro 2012

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Se a cana-de-açúcar fresca, picada, com ureia já é considerada uma boa alternativa de volumoso para

rebanhos leiteiros na seca, com sua ensilagem, o produtor passa a contar com esse alimento durante o ano todo. Para isso, tem a disposição variedades produtivas e adequadas para a alimentação animal. A modernização administrativa das fazendas e a gestão baseada no retorno econômico da atividade têm observado na cana-de-açúcar a possibilidade de ganhos em escala e aumento na lucratividade por área destinada à produção animal.

Nesse sentido, a EMATER-MG ESLOC São Félix de Mi-nas se dedicou ao acompanhamento e implantação através do programa do MINAS LEITE na propriedade Fazenda Boas Mangas, do Produtor Paulo Henrique no Córrego Alto de Mantena, em São Félix de Minas-MG de experimentos com silagem de cana-de-açúcar, com aditivos químicos que ele-vem a palatabilidade do alimento e inibam as fermentações alcoólicas, que provoca perdas de matéria seca, efluentes e no seu valor nutritivo. O objetivo é alterar a principal rota fermentativa verificada nas silagens, por meio da inibição da população de leveduras e do bloqueio da via fermentativa de produção de alcoóis.

Chamamos a atenção para a escolha do aditivo, que deve ser baseada em critérios que considerem aspectos como recuperação de matéria seca na ensilagem, estabilidade em aerobiose é o dife-rencial em desempenho de animais consumindo tal alimento. A justificativa para a adoção de um aditivo deverá considerar, além de resultados técnicos satisfatórios, seu custo em contraste com o benefício proporcionado.

Foi usado na demostração técnica o inoculante bioló-gico Propionibacterium acidipropionicci. Pelas pesquisas os inoculantes biológicos tem registrado reduções signifi-cativas na produção de etanol e nas perdas por gases e de matéria seca, uma vez que o ácido acético produzido em grande quantidade por essa bactéria é um eficiente inibidor

do desenvolvimento de leveduras.Destaca também a perda de componentes nutritivos após

a abertura dos silos, que também é um fator determinante do valor nutritivo das silagens. A exposição da silagem ao oxigênio no painel do silo, após a abertura e no cocho é inevitável, permitindo o crescimento de microrganismos aeróbios que causam a deterioração da forragem, deve ser avaliado também o efeito de aditivos em relação à estabili-dade no período pós-abertura.

A busca por novas opções de aditivos para a ensilagem da cana-de-açúcar deve ser uma constante, sobretudo, entre os aditivos químicos e microbianos.

O custo é um dos principais atrativos da silagem de cana em termos de matéria seca. Além disso, estrategicamente, permite racionalizar a mão de obra na pequena e grande propriedade e manejar melhor grandes plantéis. Os bene-fícios de custos se estendem também ao canavial, que fica mais bem aproveitado, com o corte no momento de melhor qualidade nutricional da planta, adubação e aplicação no momento correto, conseguindo-se até cortes a mais no ciclo do canavial. O uso de inoculante específico para ensilagens de cana limita a produção de álcool e diminui as perdas de matéria seca, propiciando maior ingestão e melhor diges-tibilidade, com consequente melhoria dos resultados zoo-técnicos. Em termos de custos, ficou assim na propriedade Fazenda Boas Mangas:

totAl de silAgem: 20,68 Toneladas; CUsto dA lonA plástiCA dUplA fACe: R$ 100,00; CUsto serviço homem: R$ 390,00; CUsto serviço trAtor: R$ 420,00;CUsto Aditivo (siloCAnA): R$ 60,00;vAlor totAl dA silAgem: R$ 970,00; vAlor /tonelAdA de silAgem: R$ 46,90;vAlor / Kg de silAgem: R$ 0,047.

Obs: não foi considerado acima o custo da cana usa-da na ensilagem.

Silagem de cana-de-açúcar com inoculante

José rogério da Silvatécnico Agropecuária- extensionista Agropecuário Iescritório local de São Félix de minas – emAter-mG

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37Setembro 2012

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Fiscal estadual Agropecuário – ImAcoordenadoria regional de Gov. valadares

O Cancro Bacteriano da Videira é causado pela bactéria Xanthomonas campestris

PV. viticola.A disseminação ocorre por meio de material

propagativo infectado, frutos, equipamentos de colheita, ventos e chuvas.

No Brasil, até o momento, a única planta hos-pedeira é a videira. Temperaturas elevadas, alta umidade e presença de ferimentos nas plantas fa-vorecem o desenvolvimento da praga.

sintomAs:Nas folhas surgem pontos necróticos, com ou

sem halos amarelados e sob condições favorá-veis ocorre à junção das lesões (coalescência), causando necrose de extensa área foliar.

Nos pecíolos ocorre necrose que se estende ao longo das nervuras foliares, nos ramos e rá-quis dos frutos (cachos) formam-se manchas es-curas que evoluem para fissuras longitudinais de coloração negra, conhecidas como cancro.

Os frutos ficam desuniformes em tamanho, cor e amadurecimento, podendo apresentar le-sões necróticas.

Controle:Uso de material propagativo sadio, realizar

inspeções periódicas no parreiral para detectar possíveis sintomas do cancro.

Em caso de suspeita de ocorrência da praga, comunicar imediatamente ao escritório do IMA mais próximo à propriedade rural.

O Cancro Bacteriano da Videira ataca ramos, folhas e frutos. Causa queda na produção de uva e grandes prejuízos para o produtor rural.

Em Minas Gerais, as mudas e os frutos de videira devem transitar com a Permissão de Trânsito Vegetal (PTV) e são fiscalizadas pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) de acordo com as legislações federal e estadual.

cancro bacteriano da videira

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38Setembro 2012

AdAb

introdUçãoAtualmente, um dos problemas que mais ameaçam a esta-

bilidade fitossanitária do Submédio São Francisco é o cancro bacteriano da videira (Xanthomonas campestris pv. viticola). Além de pôr em risco a competitividade da região em termos de produtividade, esta doença impede o trânsito de material vegetal de áreas infectadas para áreas livres, já que a bactéria causadora da doença é uma praga quarentenária presente (A2), sujeita a controle oficial, conforme preconiza a IN 9 de 20 de abril de 2006 (BRASIL, MINISTÉRIO DA AGRICULTU-RA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO, MAPA, 2008). Atualmente, essa bactéria é classificada como Praga Quaren-tenária Presente nos Estados de Pernambuco, Bahia e Ceará.

objetivoO presente trabalho teve como objetivo elucidar aspec-

tos epidemiológicos do cancro bacteriano da videira (Xan-thomonas campestris pv. vitícola) no Vale do Submédio São Francisco no estado da Bahia.

mAteriAl e métodosÁrea do levantamento: os parreirais de videira cultivados

em propriedades localizadas nos Municípios de Juazeiro, Casa Nova, Curaçá, Sobradinho e Sento Sé, no estado da Bahia. Foram submetidos ao levantamento do cancro bac-teriano, mediante formulário no qual constaram: localização

georreferenciada das propriedades, cultivares/parcelas amos-tradas, data da última poda, fase fenológica e medidas de ma-nejo adotadas. Por ocasião do levantamento os produtores foram orientados em relação ao manejo correto da doença.

resUltAdos e disCUssãoOs resultados laboratoriais informaram que 29% das

amostras foram positivas para a presença da bactéria. Das 10 variedades inspecionadas seis não apresentavam cancro bacteriano. Quando comparado ao ano de 2009, percebeu-se que em 2010 houve uma queda acentuada da presença da bactéria nos principais parreirais da região, fato justificado pelas condições climáticas.

ConClUsÕesEm 2010, a incidência de cancro bacteriano da videira

(X. campestris pv. viticola) foi de 29% na região do submé-dio do Vale do São Francisco, no estado da Bahia.

De 10 variedades avaliadas para incidência de cancro bacteriano da videira (X. campestris pv. viticola) no ano de 2010, quatro tiveram resultado de análise positiva para a bac-téria: Red Globe, Itália, Féstival e Thompson foram conside-radas suscetíveis e apresentaram sintomas da doença.

referênCiAs bibliográfiCAsARAÚJO, J.S.P. Perfil epidemiológico e subsídios para o controle de

Xanthomonas campestris pv. viticola (Nayudu) Dye, agente do cancro bac-teriano da videira (Vitis vinifera) no Brasil. 2001. 121f. Tese (Doutorado em Fitotecnia) - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Lista de pra-gas quarentenárias A1, A2 e não quarentenárias regulamentadas. Instrução Nor-mativa SAD no. 38, de 14 de outubro de 1999. Disponível em:< http://www.seab.pr.gov.br/arquivos/File/PDF/in_38_99.pdf> Acesso em: 18 de maio de 2011.

COMISSÃO TÉCNICA PARA A CULTURA DA UVA. Recomen-dações técnicas visando minimizar os efeitos maléficos das doenças da vi-deira. Petrolina: Embrapa Semi-Árido; VALEXPORT, 1999. 2 p.

PEIXOTO, A.R.; MARIANO, R.L.R.; MOREIRA, J.O.T.; VIANA, I.O. Hospedeiros alternativos de Xanthomonas campestris pv. viticola. Fito-patologia Brasileira v. 32, p.161-164, 2007.

raimundo de Souza Nogueiratécnico em Fiscalização - AdAb

detecção e levantamento do cancro bacteriano da videira (Xanthomonas campestri

pv. viticola) região de Juazeiro, bahia

Área inspecionada no Vale do Submédio São Francisco, para atualização de cadastro do produtor de uva junto a ADAB, Perí-

metro irrigado do Projeto Curaçá, Juazeiro – BA, 2010

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A 36ª Exposição Estadual Agropecuária - GranExpoES 2012, realizada entre os dias 8 e 12 de agosto, superou a expec-tativa dos organizadores. Com programação abrangente, en-volvendo públicos de diferentes segmentos e idades, o evento consolidou sua representativida-de tanto em nível local quanto nacional. Mais de 400 exposito-res participaram da GranExpoES, entre representantes das cadeias produtivas do Espírito Santo e estados visitantes, dentre eles, Minas Gerais – o grande homenageado dessa edição. A equipe da Revista Agrominas também marcou presença no evento com stand expon-do os últimos trabalhos. Durante cin-co dias, a feira movimentou o Espírito Santo, recebeu 110 mil pessoas e somou mais de R$ 45 milhões em negócios.

Entre os destaques desse ano, a GranExpoES apresentou as feiras Náutica e de Equipamentos, Feira dos Municípios, exposições de Flores e de Aquários, pavilhões de animais e leilões (ovinos, bovinos e equinos), Fórum de Ciência e Desenvolvimento Rural Sustentável, Festival de Cultura Capixaba e mais um mundo de atra-ções e oportunidades. A programação de 2012 também trouxe novidades,

entre elas: o Espaço de Tecno-logias Alternativas, o Pouso do Avião, o Pouso do Tropeiro e o espaço da ovinocaprinocultu-ra, que ganhou destaque nessa edição devido à realização da 6ª Exposição Nacional do Dorper.

“Mais uma vez, o Espírito Santo realizou uma das maiores feiras agropecuárias do Brasil. Graças a todo trabalho realiza-

do, alcançamos um elevado grau de satisfação entre os visitantes, e tam-bém entre os expositores”, ressaltou Zezinho Boechat, coordenador geral da GranExpoES 2012. “Com a mesma dedicação, em breve iniciaremos os preparativos da próxima edição, que já tem data marcada: de 7 a 11 de agosto de 2013”, finaliza. (Fonte: Camila Fre-gora ASCOM GranEspoES)

GranexpoeS 2012 supera expectativas

A EMATER-MG através de seu Departamento Técnico (DETEC) promoveu nos dias 20 a 24 de agosto, no Parque de Exposições de Governador Valadares uma capacitação para 32 extensionistas (locais e coordenadores técnicos regionais) em tec-nologias de Pecuária de Leite. Entre os instrutores estavam presentes Coordenadores Técnicos da Em-presa, consultor da Secretaria de Estado da Agricul-tura Pecuária e Abastecimento (SEAPA-MG) e de profissionais da iniciativa privada.

Essa capacitação foi realizada com o objetivo de suprir a necessidade diagnosticada pelos coordena-dores técnicos regionais de Governador Valadares, Ipatinga e Guanhães que, a partir daí, elaboraram uma programação específica para a Região Leste de MG. Foram 32 horas dedicadas a Gestão de Proprie-dades, análises de índices zootécnicos, interpretação e recomendação de correções de solo e adubações, manejo de pastagem, higiene de ordenha, integração lavoura pecuária (iLP) e integração lavoura pecuária floresta (iLPF). A grande vantagem da técnica de iLP é permitir a recuperação de pastagens degrada-das com menor custo quando comparado com o sis-tema tradicional. A iLPF ainda acrescenta a unidade produtiva, uma nova fonte de renda. (Fonte: Ronald Hott / EMATER MG)

emAter-mG realiza capacitação para técnicos do

programa minas leiteA Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) re-

alizou nos dias 13 e 14 de agosto, em Belo Horizonte, o Seminário Temático sobre o Uso de Agrotóxicos no Estado de Minas Gerais. O evento, promovido em parceria com a Embrapa Milho e Sorgo, teve por objetivo preparar os profissionais para participarem das ações de mitigação do uso de agrotóxico que serão realizadas em Minas Gerais sob a coordenação da Subscretaria do Agronegócio/Seapa.

Participaram do encontro representantes de instituições público--privadas do Estado, sobretudo dos setores de pesquisas e universida-des que vão levar as orientações aos produtores, conforme um acordo de Cooperação Técnica firmado pela Seapa e suas vinculadas – Ema-ter-MG, Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e Empresa de Pes-quisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) – e a Embrapa. (Fonte: ASCOM SEAPA)

minas prepara técnicos para reforçar controle do uso de agrotóxicos

A Expoagro Bahia 2012 realizada no período de 04 a 12 de agosto, em Salvador, movimentou cerca R$ 40 milhões em negócios, por meio da venda de máquinas, implementos agrícolas e animais. Foram ao todo seis mil ani-mais expostos entre equinos, bovinos, caprinos e ovinos. Organizada pelas principais associações de criadores do Estado, a exposição é considerada uma das mais importantes do calendário agropecuário brasileiro.

Mesmo com os transtornos provocados pelo longo período de estiagem a Expoagro Bahia 2012, trouxe o mesmo número de animais da edição passada com a participação de criadores de outros estados, a exemplo de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Com uma programação diversificada, incluindo leilões, julgamento de animais, concurso leiteiro, provas equestres, culinária regional e atividades infantis, como passeios de pôneis e charretes, cerca de 60 mil pessoas prestigiaram o evento. (Fonte: ASCOM SEAGRI)

expoagro bahia movimenta r$ 40 milhões

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41Setembro 2012

O mês de agosto ficou marcado pelas atividades relaciona-das ao recolhimento de embalagens vazias de agrotóxicos em todo o país. Preocupada com a questão ambiental, a Secretaria da Agricultura (Seagri), através da Agência de Defesa Agro-pecuária da Bahia (Adab) realizou diversos eventos dentro do Projeto Campo Limpo, com o objetivo de levar às comunida-des uma reflexão sobre a preservação do meio ambiente.

Na primeira semana de ação, a coleta itinerante realizada pela Coordenadoria Regional da Adab, em Teixeira de Freitas, reco-lheu 38.439 embalagens vazias de agrotóxicos. Os 71 agricultores que aderiram à campanha receberam o certificado de participação “Destaque Campo Limpo 2012”. A Bahia é um dos 21 estados que participa das comemorações, promovendo palestras, visita às centrais de recebimento e apresentações culturais e educativas.

O Dia Nacional do Campo Limpo foi instituído pela Lei nº. 9.974/00, que disciplina a destinação final das embalagens vazias de produtos fitossanitários e distribui responsabilida-des para o agricultor, revendedor, fabricante e poder público. “Essas ações reforçam o comprometimento de estudantes com a educação ambiental das futuras gerações e dos agricultores com preservação do meio ambiente por um campo mais lim-po”, diz o diretor de Defesa Vegetal da Adab, Armando Sá.

A campanha é realizada anualmente pelo Instituto Na-cional de Processamento de Embalagens Vazias de Agro-tóxicos (Inpev) e tem a finalidade de eliminar o lixo tóxico produzido pelas embalagens vazias no campo, dando uma destinação adequada ao material através da reciclagem. (Fonte: Ascom Adab)

Com o objetivo de facilitar e identificar com mais rapidez a Ane-mia Infecciosa Equina, foi aberto no Parque de Exposições em Go-vernador Valadares no mês de agosto, um laboratório especializado no serviço credenciado pelo Ministério da Agricultura com médicos veterinários devidamente capacitados na coleta e análise de material.

Para se fazer um exame de anemia infecciosa é preciso fazer a coleta de sangue do animal e a resenha, que neste caso deve ser colhida pelo veterinário, como explica a veterinária Ana Cristina Paes Franco, uma das responsáveis pelo laboratório, “o criador que tiver seu veterinário pode pedir para que ele faça a coleta do sangue sem o anticoagulante e que faça a resenha também e envie ao labo-ratório, caso não tenha o veterinário que faça o acompanhamento é só fazer o agendamento da coletagem com os veterinários do labo-ratório”, conclui ela.

Uma das propostas do laboratório é trazer para a região o exame que detecta a doença de mormo para isso, os veterinários já estão recebendo treinamentos específicos para o tratamento da doença. O laboratório está aberto de segunda a sextas-feiras de 8h às 18h. Para mais informações entre em contato no telefone (33) 8859-3992.

Adab comemora dia Nacional do campo limpo em todo o estado

Disseminar o conhecimento entre seus associa-dos, tornar suas práticas mais eficientes e sustentá-veis, e aumentar a produtividade e a rentabilidade através da apresentação de soluções integradas para os produtores rurais. Com estes objetivos, a Coo-café promoveu o “Dia de Campo Coocafé”. Entre os dias 2 e 10 de agosto, os produtores das cidades onde a Coocafé possui unidades comerciais, pude-ram participar do Dia de Campo, com duração de um dia em cada município.

A grande novidade do evento neste ano foi à di-visão de estações, definidas como Administrativa, Socioambiental, Qualidade do café, além da apre-sentação das práticas agrícolas e orientações técni-cas, que levaram ao produtor o planejamento para todo o processo produtivo do café. Os seis even-tos contaram, ao todo, com a presença de mais de 500 participantes, que puderam aprender um pouco mais sobre as diversas áreas que compõe o seu ne-gócio. (Fonte: Comunicação Coocafé)

dia de campo coocafé leva conhecimento prático para

os cooperados

laboratório de Anemia Infecciosa equina é aberto em Governador valadares

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bobó de camarão com abóbora

ingredientes- Cebola- Alho- Azeite- 400 gramas de camarão descascado- 400 gramas de abóbora cortada em cubinhos- 2 colheres de creme de leite- 2 colheres de tomate fresco cortados em cubinhos- Coentro- Sal e pimenta a gosto

modo de preparaçãoRefogue a cebola e o alho no azeite ex-tra virgem, acrescente a abóbora e dois dedos de água para cozinhar devagar.Quando a abóbora estiver bem macia, amasse grosseiramente, deixando al-guns pedacinhos. Acrescente o creme de leite e deixe encorpar um pouco. A textura deve ser cremosa. Adicione o camarão e cozinhe por aproximada-mente três minutos até ele ficar com aparência rosada. Junte o tomate, o co-entro fresco, sal e pimenta a gosto.

dica: A sugestão é servir dentro de uma mi-niabóbora cozida previamente.

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