2.4 3º lugar projeto n°1039 sÃo paulo...
TRANSCRIPT
100
2.4_3º LUGAR_PROJETO N°1039 _SÃO PAULO_SP
O terceiro colocado no concurso também atribuiu um título conceitual para
a definição da proposta: “Conceito: recomposição e centralidade”58.
FICHA TéCNICA:_EQUIPE_ARQUITETOS AUTORES: FRANCISCO SPADONI, LAURESTO ESHER, SELMA BOSQUÊ E TIAGO ANDRADE
_ESTAGIáRIOS: MARINA VIZINI, SILVIANE BUSSOLARO E PRISCILA GUSUKUMA
_COLABORADORES: FERNANDA SPINICCI, PAULA PARDO, NERINO CALDO JR. E LUIS W. PINA
_CONSULTORES ARQUITETOS: ANGÉLICA T. ALVIM, PAULO GIAQUINTO E RAYMUNDO DE PASCHOAL
_CUSTOS: ALUISIO LEITE
_FOTÓGRAFO: NELSON KON
Segundo a equipe58: (fig. 62)
Menos que um bairro, o projeto para um dos últimos vazios
remanescentes de São Paulo – um antigo território marginal,
hoje nodal – se apresenta como uma oportunidade para a
cidade enfrentar seu caráter quase congênito de se refazer pela
espontaneidade. A área tem de tudo um pouco: o rio emparedado
pela muralha das vias marginais; o velho trem sulcando um
solo ainda não recomposto; as grandes vias que a atravessam
58 Texto colocado na prancha 1/4 do concurso.
figura 62: implantação do projetofonte: em prancha entregue ao concurso, 2004.
CAPÍTULO 2_O CONCURSO BAIRRO NOVO
101
impedindo sua identidade; os grandes equipamentos – indústrias;
clubes; motéis – que se apropriam de um solo extenso ainda
barato e, por fim, o vazio.
Nota-se a ênfase ao vazio dentro de uma densa urbanidade, como define
a equipe, vazio este que deve ser completado por um complexo programa
de atividades, sendo este último composto por “um desenho ordenador
que assuma as estruturas existentes dando-lhes novos sentidos e as
complemente com novas matrizes de organização territorial”59.
Segundo a ata de julgamento60:
O Projeto PR 1039, classificado em terceiro lugar, apresenta
uma organização de bairro a partir de eixos verdes ortogonais,
com organização simples do espaço, boa escala dos espaços
públicos, mantendo inalteradas as ocupações de lojas e clubes
pré-existentes.
A equipe propõe uma intervenção de leitura pontual (fig. 63 e 64) da
região: como indicado no próprio título da proposta, há intenção de
recompor situações já existentes, integrando-as ao novo bairro.
Não há determinação do número de habitantes para o Bairro Novo,
mas sim, índices urbanísticos que definem um estoque de áreas para
habitação do bairro.
CAPÍTULO 2_O CONCURSO BAIRRO NOVO
59 Texto colocado na prancha 1/4 do concurso.60 Nesta dissertação: no Anexo A.
figura 64: praça linearfonte: em prancha entregue ao concurso, 2004.
figura 63: vista da quadrafonte: em prancha entregue ao concurso, 2004.
102
Foram também apresentadas propostas de plantas para os três tipos de
edifícios sugeridos: edifícios Torre, edifícios Laminares e edifícios para
habitação de interesse social (HIS).
Para a quadra modelo, a equipe propõe “liberação do lote”61:
O modelo que adotamos para as quadras é o da supressão dos
lotes. Adotamos o princípio da quadra única, que relaciona todos
os edifícios em estruturas condominiais, reservando o centro da
gleba para o espaço coletivo. Ao mesmo tempo eliminamos o
recuo frontal, locando os edifícios no alinhamento, transferindo
esse espaço para a continuidade da calçada. A relação com a rua
será sempre intermediada por funções ou barreiras de projeto,
como um setor de comercio no térreo elevado ou estacionamentos,
conforme desenho tipo. As quadras de uso predominantemente
habitacional serão de uso coletivo privado, as quadras de uso de
serviços, com as do setor corporativo junto à rotatória permitirão
a fruição pública.
O programa de funções foi distribuído distribuído ao longo de um eixo
verde (fig. 65) em quadras especializadas e quadras mistas, com alguns
usos predominantes assim expostos:
- Quadras exclusivamente residenciais, predominantemente de uso HIS
CAPÍTULO 2_O CONCURSO BAIRRO NOVO
61 Texto colocado na prancha 1/4 do concurso.
figura 65: eixo verde públicofonte: em prancha entregue ao concurso, 2004.
103
(habitação de interesse social).
- Quadras exclusivamente residenciais.
- Quadras de uso misto (fig. 66): residencial com comércio no
embasamento junto à via.
- Quadras de edifícios corporativos, junto ao entroncamento viário, com
comércio no embasamento.
- Quadras institucionais: localizadas junto às praças criadas na borda da
via férrea, destinadas ao uso cultural e educacional.
- Quadras de domínio da Marginal Tietê, destinadas ao grande comércio.
Há, conceitualmente, um plano de massas proposto para a quadra
típica, chamado pela equipe de: “o ponto e a linha”. Isso se resume a
uma combinação de edifícios Torre e edifícios laminares. Segundo a
equipe62:
A partir do conceito da liberação do lote, propomos a organização
dos conjuntos edificados dentro de um conceito combinatório, que
favoreça a composição espacial e a possibilidade de se ocupar as
divisas e liberar o centro das quadras. O sistema de desenho é o
que chamamos de ponto e linha, composto de edifícios lineares
– lâminas – e edifícios torre. A orientação será indistintamente
CAPÍTULO 2_O CONCURSO BAIRRO NOVO
62 Texto colocado na prancha 2/4 do concurso.
figura 66: quadra mistafonte: em prancha entregue ao concurso, 2004.
104
norte-sul, com as fachadas a leste e a oeste, à exceção de alguns
conjuntos frontais à praça média, que terão a fachada principal
orientada a norte. Os gabaritos variam de térreo mais oito seis
ou oito andares para as lâminas e doze andares para as torres. As
lâminas mais altas estarão voltadas às praças.
Assim, o terceiro lugar combina uma proposta de integração com algo já
existente, massas verdes e quadras tipo.
CAPÍTULO 2_O CONCURSO BAIRRO NOVO
105
2.5_MENÇÃO HONROSA 1_PROJETO N°1002_SÃO PAULO_SP
Inicialmente, a equipe coloca nas primeiras linhas da prancha 1/1, uma
percepção abrangente (fig. 67 e 68) para o tema do Bairro Novo63:
O conjunto das características naturais e das estruturas urbanísticas
que definem a região do Bairro Novo ultrapassa amplamente
não só a Área Foco de Intervenção, mas também a Região de
Referência que é objeto da Operação Urbana Água Branca.
FICHA TéCNICA:_EQUIPE_ARQUITETOS AUTORES: LUA NITSCHE, PEDRO NITSCHE, JOÃO NITSCHE E RENATA CUPINI
_ESTAGIáRIA: MARIANNA MARTIGNAGO
_CONSULTORES: LUIZ MARTINS, VINÍCIUS ANDRADE, ARTUR E ALUÍZIO
LEITE (QUANTUM CONSULTORIA_CUSTOS)
Segundo a ata de julgamento64:
No Projeto PR 1002 o belo eixo verde com canal e que termina
em pequeno lago com atracadouro, ao lado do Tietê.
Esta proposta expõe duas considerações importantes Aprimeira acerca da
problemática e potencial intrínsecos e próprios de toda faixa de território
situada entre o rio Tietê e a ferrovia.
CAPÍTULO 2_O CONCURSO BAIRRO NOVO
63 Texto no resumo do projeto fornecido pela equipe.64 Nesta dissertação: no Anexo A.
figura 67: implantação do projetofonte: em prancha entregue ao concurso, 2004.
figura 68: visão macro da intervençãofonte: em prancha entregue ao concurso, 2004
106
Em segundo lugar, pondera-se que toda a extensão da área foco é
considerada uma reserva de área para toda a metrópole, representando
“uma oportunidade única para uma intervenção em escala condizente
com a da cidade”65.
A equipe propõe a construção de Estruturas Urbanas de Conexão (EUC),
entre a ferrovia e o rio Tietê. Estas estruturas seriam implantadas pelo
poder público, na intenção de induzir o desenvolvimento de toda a faixa
do território.
As estruturas de conexão estariam colocadas dentro de um parque linear
(fig. 69), servindo como o suporte de espaço público para atividades
coletivas.
Segundo a equipe65:
O parque ainda abrigará um complexo de campos de futebol e
áreas para práticas esportivas múltiplas, que se tornarão referência
para toda a cidade e garantirão o fluxo e a ocupação intensa dessas
áreas mesmo no período noturno.
O alargamento do rio significará a sua incorporação à cidade
como novo elemento paisagístico e de redefinição da estrutura
territorial, em consonância com sua topografia e características
morfológicas (fig. 70).
CAPÍTULO 2_O CONCURSO BAIRRO NOVO
65 Texto no resumo do projeto fornecido pela equipe.
figura 69: estruturas urbanas de conexão e parque linearfonte: em prancha entregue ao concurso, 2004.
107
Não há no trabalho referência a um cálculo sobre as densidades
urbanas.
figura 70: imagens da maquete conceitual do projeto.fonte: em prancha entregue ao concurso, 2004.
CAPÍTULO 2_O CONCURSO BAIRRO NOVO
108
2.6_MENÇÃO HONROSA 2_PROJETO N°1004_SÃO PAULO_SP
Para a equipe nem toda a cidade de São Paulo sofre da falta de planejamento
urbano. Cita-se como sucesso de padrão urbanístico os bairros-jardim
planejados no início do século XX e efetivamente concluídos.
FICHA TéCNICA:_EQUIPE_ARQUITETOS AUTORES: DÉCIO AMADIO, FRANCISCO DE ASSIS ROSA, REGINA M. F. GOUVEIA, RENATA RABBAT E RODRIGO CHUST
_COLABORADORES: ARQUITETOS ALFREDO FALJANA E CAIO RAFAEL VERNIERS; JORGE LUIZ TEIXEIRA (DESENHISTA CADISTA)
_CONSULTORES: ENGENHEIROS JOSÉ ROBERTO BAPTISTA (SISTEMA VIÁRIO E TRANSPORTES), LUIS CARLOS CHADE (ORÇAMENTO) E ROGÉRIO TADAO NOGUTI (SANEAMENTO E DRENAGEM)
_APOIO TéCNICO: VETEC ENGENHARIA
_MAQUETE: GRÁDUA PROJETOS E DESIGN
Segundo o júri na ata de julgamento66:
No Projeto PR 1004, a estruturação do bairro segundo três eixos
verdes oblíquos.
O projeto tem como estrutura morfológica de intervenção os seguintes
itens:
- Os parques lineares (fig. 71);
- As vias de circulação internas à área do plano;
CAPÍTULO 2_O CONCURSO BAIRRO NOVO
figura 71: implantação do projetofonte: em prancha entregue ao concurso, 2004. 66 Nesta dissertação: no Anexo A.
109
- As quadras como elementos de organização dos espaços edificados;
- Os canais de drenagem, como elementos infra-estruturais e
paisagísticos.
Para as quadras (fig. 72) propõe-se o seguinte67:
As quadras modulam a área num parcelamento que não é o do
lote, embora aceitando sua subdivisão para fins legais. A lógica
proposta se constitui em considerá-las unidades de planejamento,
desenho urbano e projeto, vinculando às mesmas, critérios de
adequação urbanísticas e paisagísticas.
As quadras são consideradas como projeto unitário de coeficientes
máximos de aproveitamento (CA = 4), fixados pela Operação Urbana
Água Branca.
Para a equipe a modulação média das quadras é de 50m x 60 m,
o que não permitiria uma densidade alta. As quadras teriam o uso
predominantemente residencial, com o pavimento térreo ocupados por
comércio e serviços.
A densidade urbana desejada pela equipe não deveria “nunca” ser
superior a 300 habitantes / hectare. Assim67:
Propõe-se uma ocupação que respeite a modulação e os
CAPÍTULO 2_O CONCURSO BAIRRO NOVO
figura 72: quadrasfonte: em prancha entregue ao concurso, 2004. 67 Texto no resumo do projeto fornecido pela equipe.
110
alinhamentos de quadra, com densidade nunca superior a 300
habitantes/hectare.
O desenho urbano das quadras deverá contemplar os pátios
internos às mesmas, as orientações voltadas aos canais de
drenagem e vias de penetração, com o acesso local com mudança
de piso para redução da velocidade dos veículos.
Os pátios internos deverão agregar áreas permeáveis, servindo
também para a insolação das unidades habitacionais (fig. 73),
convivência e lazer.
No tocante às habitações de interesse social (HIS), segundo a equipe,
devem constituir um exemplo de inclusão para o bairro. Todos devem
usufruir dos elementos urbanos de integração: Parque Linear, Percurso
Diagonal e canais de drenagem.
As habitações seguem as seguintes quantidades e plantas tipo:
CAPÍTULO 2_O CONCURSO BAIRRO NOVO
figura 73: habitação tipofonte: em prancha entregue ao concurso, 2004.
Tipologia área (m²) Quantidade A 55 212
B 56 248
C 57 106
D 63 70
Total 636
111
A HIS deverá contar ainda com equipamentos de uso coletivo, distribuídos
entre os condomínios de edifícios, tais como creches, oficinas e centros
de aprendizagem:
Conclui-se que esta proposta preza uma densidade urbana baixa, novos
desenhos de quadra e parques verdes lineares.
N° de unidades Área de equipamento (m²)
90 263
85 300
155 300
100 209
160 221
Total 1.293
CAPÍTULO 2_O CONCURSO BAIRRO NOVO
112
2.7_MENÇÃO HONROSA 3_PROJETO N°1016_SÃO PAULO_SP
Esta proposta autodenomina-se: “Projeto Teia” (fig74). Segundo a
equipe68:
A Teia é uma espécie de rede, porque possui as mesmas
qualidades de adaptabilidade e constante re-negociação dos nós.
Entretanto, o que confere a singularidade da teia, se comparada
a todas as outras redes, é que esta mantém ou recria a hierarquia
das centralidades. A teia é o resultado físico da sobreposição
de várias tensões, vários núcleos, diversos interesses, que se
interpolam em diversas camadas, no espaço, produzindo infinitas
relações de localização e valorização. A teia é, possivelmente, o
sentido conceitual mais lógico e simples, de reconfiguração da
centralidade da área de intervenção.
FICHA TéCNICA:_EQUIPE_ARQUITETOS AUTORES: FÁBIO ZEPPELINI, ADRIANA REBELLO COCCHIARALI, ISABELA JOCK PIVA E PATRÍCIA BERTACCHINI
_COMUNICAÇÃO VISUAL: LARS DIEDERICHSEN
_CONSULTORIA / AERONáUTICA: PILOTO GUSTAVO AVELINO CORRÊA
_COLABORAÇÃO: EDUARDO ZEPPELINI IANNICELLI E MARIA CAROLINA DUVA
_ESTAGIáRIOS: DÉBORA ZEPPELINI E RAFAEL SERRADURA
_APOIO: ELIANA M. S. BERTACCHINI, MAURO BERTACHINNI, SPY, MARC E YURI
CAPÍTULO 2_O CONCURSO BAIRRO NOVO
figura 74: implantação do projetofonte: em prancha entregue ao concurso, 2004. 68 Texto no resumo do projeto fornecido pela equipe.
113
Segundo a ata de julgamento69:
No Projeto PR 1016, a riqueza de soluções parciais e a
originalidade da teia proposta.
O partido do projeto para a área propõe uma revisão da base estrutural
dos equipamentos existentes, “costurando”, pela “teia” de intervenção,
o eixo esportivo, cultural e comercial da área, com o tecido urbano, a
paisagem e o transporte público.
Segundo a equipe, a malha “urbana projeto teia” estrutura-se da seguinte
forma70:
- o deslocamento que ocorre pelo do sistema viário (camadas para
automóveis e transportes coletivos – existentes e proposto);
- o deslocamento fluvial (aliado à proposta e uso misto e a
necessidade de traçar critérios para a contenção e re-uso e correta
fluidez das águas pluviais, formando uma outra camada de ruas
navegáveis, que centralizam na área esportiva, próxima ao Rio
Tietê);
- o deslocamento a pé (aliado às áreas verdes, geridas pela
iniciativa privada, como contrapartida das próprias incorporações
com continuidade para os eixos de intervenção conjuntural –
CAPÍTULO 2_O CONCURSO BAIRRO NOVO
69 Nesta dissertação: no Anexo A.70 Texto no resumo do projeto fornecido pela equipe.
114
eixos cultural / esportivo / comercial);
- o deslocamento ferroviário (que participa da reestruturação
da centralidade, constituindo o núcleo da centralidade de
deslocamentos).
Registra-se que a Teia “não é o resultado formal dos cinco fluxos, mas
sim, uma trama que constitui um elemento de conexão e conformação
entre todos estes” (fig.75).
Segundo a equipe71:
O desenho da Teia tem a função de acomodar a malha urbana
entre as diferentes camadas de centralidades – utilizado com as
experimentações conceituais de adensamento, e aplicando os
condicionantes da legislação vigente sobre a área foco, permitiram
a criação de um modelo de adensamento que tem como objetivo
privilegiar as relações do homem com a terra e a vida.
Os espaços de vivência de bairro são verticais, porém, priorizando
a ocupação de partes da quadra, que faceiam um parque.
Áreas de comércio são previstas na base do edifício residencial,
para que as pessoas possam estar em contato com o parque, e o
comércio assegure movimento para a área.
CAPÍTULO 2_O CONCURSO BAIRRO NOVO
figura 75: as intervençõesfonte: em prancha entregue ao concurso, 2004. 71 Texto no resumo do projeto fornecido pela equipe.
115
As residências situam-se acima de uma “camada” de comércio com
quatro pavimentos (fig. 76). Não há uma proposição numérica para
população residente nem uma densidade urbana para a região. Constitui-
se um projeto conceitual.
CAPÍTULO 2_O CONCURSO BAIRRO NOVO
figura 76: conceituação dos volumesfonte: em prancha entregue ao concurso, 2004.
116
2.8_MENÇÃO HONROSA 4_PROJETO N°1033_SÃO PAULO_SP
A equipe inicia a proposta com o seguinte texto72:
(...) as cidades são o ambiente da existência, sabemos que a
relação positiva ou negativa com o ambiente determina a saúde
física, psíquica e moral dos indivíduos e dos grupos sociais.
FICHA TéCNICA:_EQUIPE_ARQUITETOS AUTORES: HÉCTOR VIGLIECCA, LUCIENE QUEL, RUBEN OTERO, LÍLIAN HUN, ANA CAROLINA PENNA, RONALD WERNER FIEDLER E GABRIEL AZEVEDO FARIAS
_PAISAGISMO: RAFAEL DODERA
_DRENAGEM: RENATO MATTOS ZUCCOLO
_TRÂNSITO E TRANSPORTES: FRANCISCO MORENO NETO E ELI KIMURA VAZZOLA
_VIABILIDADE ECONÔMICA: FÁBIO MARACCI FORMOSO
_COLABORADORA: HELOISA DOMINGUES NEVES, THAISA FOLGOSI FRÓES E FERNANDO SILVEIRA LIMA
_APOIO ADMINISTRATIVO: LUCI MAIE E PAULO DE ARRUDA SERRA
Segundo a ata de julgamento73:
No Projeto PR 1033, a implantação do bairro em torno de um
grande parque central.
O partido deste projeto consiste em uma estratégia de qualificação do
CAPÍTULO 2_O CONCURSO BAIRRO NOVO
figura 77: implantação do projetofonte: em prancha entregue ao concurso, 2004.
72 Fragmento do crítico Giulio Carlo Argan. Está na prancha 1/1 da proposta entregue para o concurso.73 Nesta dissertação: no Anexo A.
117
espaço público através de um parque (fig. 77). Este espaço público será o
gerador motriz de intervenção, pois constituirá conceitual e fisicamente
elemento de valorização para o resto do projeto (fig. 78).
Nas palavras da equipe74:
Como construir o bairro ideal para a cidade do futuro?
Invertemos a pergunta: Que pode contribuir um bairro para o
futuro da cidade? Pela superposição de escalas de atividades,
micros locais, locais, regionais e metropolitanas; superposição
que agrega uma visão solidária às ações pontuais propostas.
A equipe desenha, mas não se ocupa em detalhar dimensionamentos e
tipologias. Há, sim, imagens perto da realidade estética: casca.
No que tange o pensamento sobre habitação e densidade urbana, a equipe
diz o que se segue:
A concepção: definição dos coeficientes e usos inicia-se com o
estabelecimento de um centro de gravidade, um vazio (o parque),
e uma distribuição ponderada de densidades entorno dele. Com
uma clara distinção da ocupação do solo: com taxas de ocupação
máximas nos setores formalizados pela quadrícula, em perfeito
contraste ou diálogo com os grandes espaços vazios.
CAPÍTULO 2_O CONCURSO BAIRRO NOVO
figura 78: o parque estruturadorfonte: em prancha entregue ao concurso, 2004. 74 Texto no resumo do projeto fornecido pela equipe.
118
Formatação da legislação: definimos uma morfologia básica das
edificações que chamamos de “o quarteirão híbrido”.
Os usos serão mistos, com comércios de pequena escala sem
restrições de zona, e as relações de volumetria determinadas por
uma limitação clara de gabaritos, distanciamentos e condições de
insolação (fig. 79).
Os desenhos expostos são cenários do potencial de combinações.
Sem perda dos direitos estabelecidos na lei.
Conclui-se que, para esta equipe, faltam dados para suposição da
densidade desejada.
CAPÍTULO 2_O CONCURSO BAIRRO NOVO
figura 79: volumetriafonte: em prancha entregue ao concurso, 2004.
119
2.9_MENÇÃO HONROSA 5_PROJETO N°1036_SÃO PAULO_SP
O título da proposta é: “Um Bairro Novo na Água Branca”.
Segundo a ata de julgamento75:
No Projeto PR 1036 a unidade dada pela via verde interna
articulada à Av. Marques de S.Vicente e a penetração do lago
adentrando a trama das quadras.
FICHA TéCNICA:_EQUIPE_ARQUITETOS AUTORES: BRUNO ROBERTO PADOVANO, GERALDO GOMES SERRA, MARIA BEATRIZ FERREIRA DE SOUZA OLIVEIRA, JAQUES SUCHODOLSKI, SIDNEY S. LINHARES, ELAINE SALLES BIELLA, RICARDO BIANCA DE MELLO, LUIS GUILHERME BOMBANA NICOLETTI E EDUARDO RIBEIRO ROCHA
_COLABORADORES: GABRIEL MAZORRA SANTOS, EDUARDO DE ALMEIDA SOUZA, PATRÍCIA ZURANO BISELLI E MARCOS MACHADO
_CONSULTORIAS: ALUÍZIO AMARAL MONTEIRO LEITE E EDISON DOMINGUES JÚNIOR
O projeto da equipe tem sete pontos de intervenção:
- Requalificação da Várzea do Rio Tietê: recuperação da função
paisagística/ambiental do rio e sua várzea (fig. 80), transformando um
antigo meandro em parque urbano.
CAPÍTULO 2_O CONCURSO BAIRRO NOVO
figura 80: implantação do projetofonte: em prancha entregue ao concurso, 2004. 75 Nesta dissertação: no Anexo A.
120
- Integração da Água Branca (fig. 81) com os bairros vizinhos: ocupação
extensa sobre as linhas férreas, na cota que coincide coma Av. Francisco
Matarazzo, integrando os espaços dos dois lados da ferrovia.
- Inovação do Modelo de Desenvolvimento Imobiliário: no lugar de
quadras e lotes tradicionais, propõem-se as Unidades de Desenvolvimento
Imobiliário (UDs). As UDs “remetem, contudo ao formato e dimensões
das peculiares quadras da Água Branca”.
- Desvinculação dos cronogramas de implantação do Bairro Novo e das
obras públicas de benfeitorias. Segundo a equipe:
Organização das UDs e dos espaços afeitos de maneira que a
implantação física seja possível sem que nenhuma etapa sofra
impedimento por atrasos das obras a cargo do poder público.
O “boulevard” proposto vai sendo implantado conforme a
incorporação das Uds, a partir de qualquer de suas extremidades.
- Reestruturação do Sistema Viário. Nas palavras da equipe76:
Além de um “boulevard” central que organiza o conjunto urbano,
promoção de alternativas de tráfego expresso, paralelamente e
transversalmente às Marginais e articulação das malhas existentes
a norte e a sul da proposta, permitindo a integração dos corredores
de ônibus.
CAPÍTULO 2_O CONCURSO BAIRRO NOVO
figura 81: vista geral da propostafonte: em prancha entregue ao concurso, 2004.
76 Texto no resumo do projeto fornecido pela equipe
121
- Articulação do Sistema Ferroviário com o tecido urbano. De acordo
com a equipe77:
Transposição das vias férreas e adequação ao projeto SP TREM, às
linhas do metrô, do trem expresso do aeroporto e aos importantes
equipamentos culturais, comerciais e esportivos existentes no
entorno. Conexões entre as UDs a partir do nível de transposição
das linhas férreas.
- Integração do conjunto de HIS – Habitação de Interesse Social:
integração e convívio social.
UDS_ UNIDADES DE DESENVOLVIMENTO IMOBILIáRIO (FIG.82)
São unidades que retomam o padrão da região industrial da Água
Branca, com quadras de formato irregular e de grandes dimensões. No
seu interior e acima do solo estão as garagens. Na periferia estão as
galerias com bares, cafés e comércio de rua.
Portanto, não há parcelamento convencional dos lotes. Segundo a
equipe77:
A compra de potencial construtivo se faz por cotas, que
correspondem a uma porcentagem, ou totalidade de uma ou
CAPÍTULO 2_O CONCURSO BAIRRO NOVO
figura 82: corte esquemático das unidades de desenvolvimentofonte: em prancha entregue ao concurso, 2004.
77 Texto no resumo do projeto fornecido pela equipe
122
mais Unidades de Desenvolvimento e implicam na construção
proporcional de trechos dos logradouros públicos a ela
correspondentes, inclusive do complexo Passeio/Alamedas/
Boulevard.
Cada UD tem seu volume com desenho definido e usos
regulamentados e é uma unidade mínima, ou etapa mínima de
implantação, que pode começar pela ponta noroeste do Boulevard,
junto à Av. Marquês de São Vicente e estender-se até sua
totalidade, junto à mesma avenida a oeste, independentemente do
cronograma das obras públicas, uma vez que o desenho do bairro
prescinde dessas benfeitorias para materializar-se.
Sobre a laje de cobertura das Unidades de Desenvolvimento serão
construídos os edifícios residenciais. É favorecida a verticalização
através de uma baixa taxa de ocupação.
Os edifícios propostos podem ser exemplificados como78:
Dois padrões de edifícios são propostos a título de exemplificação
da possibilidade de uso das UDs: Com 44 pavimentos e com 29
pavimentos. Esses edifícios permitem construir o potencial total
do coeficiente de aproveitamento definido pelo edital (4,0). No
entanto, caso as quadras sejam desenvolvidas por diferentes
CAPÍTULO 2_O CONCURSO BAIRRO NOVO
78 Texto no resumo do projeto fornecido pela equipe
123
agentes imobiliários, soluções alternativas para os edifícios
poderão ser adotadas (ver diagramas de aproveitamento ao lado e
regulamentação urbanística proposta para as Uds).
Os edifícios propostos são compostos por 4 lajes interligadas
pelo hall da circulação vertical, em uma composição leve
e transparente. Os apartamentos duplex têm o seu acesso a
cada dois ou três pavimentos, todos eles com ampla insolação
(orientação leste/oeste), ventilação natural e generosas vistas
sobre a paisagem (fig. 83).
Sobre as lajes de cobertura dos estacionamentos serão previstos
equipamentos sociais e de lazer, que não constituirão área computável.
Em conversa com o arquiteto Bruno Padovano, arquiteto chefe da equipe,
foi esclarecido que a proposta tem a intenção de abrigar uma população
residente de 50.000 pessoas. Assim, compõe uma densidade urbana de
500 hab/Ha ou 50.000 hab/Km².
CAPÍTULO 2_O CONCURSO BAIRRO NOVO
figura 83: vista das lajes de lazer e do passeio públicofonte: em prancha entregue ao concurso, 2004.
124
2.10_MENÇÃO HONROSA 6_PROJETO N°1041_RIO DE JANEIRO_RJ.
A equipe, liderada pelo arquiteto francês Christian de Portzamparc,
expõe, na primeira prancha (1/1) para o concurso, um título e uma
idéia79:
Uma bairro: Água Branca.
Fazer um bairro novo para a cidade, uma parte de São Paulo que
se integre em sua retícula urbana. Não uma outra cidade, não um
condomínio (fig. 84).
FICHA TéCNICA:_EQUIPE_ARQUITETOS AUTORES: ANA PAULA GONÇALVES PONTES, CHRISTIAN DE PORTZAMPARC, ALEXIS LORCH, BÁRBARA BOTTEL, BENOIT VLAUVILLER, BURCKHARDT SCHILLER, CHRISTOPHER ESCHAPASSE, CLÓVIS CUNHA, MICHAEL KAPLAN, NANDA ESKES E REX BOMBARDELLI
_ESTAGIáRIOS: ANOUAR ELMOUSSAOUI, CYRIL E WEI WANG
_CONSULTORES: ENGENHEIROS FRANCISCO SALLES E HENRIQUE ARAGÃO
Segundo a ata do julgamento80:
No Projeto PR 1041, a exploração do tecido residencial através
de quadras de rica volumetria.
CAPÍTULO 2_O CONCURSO BAIRRO NOVO
figura 84: implantação do projetofonte: em prancha entregue ao concurso, 2004.
79 Texto no resumo do projeto fornecido pela equipe.80 Nesta dissertação: no Anexo A.
125
O arquiteto Christian de Portzamparc é conhecido por sua leitura nova
das quadras de Paris: as quadras abertas. Esta leitura não só adicionou
conceitualmente a história da quadra, como foi efetivamente construída
em Paris.
O projeto de Christian para “Les Hautes Formes” (fig. 85 e 86), de 1975,
foi o fundador da sua teoria para arquitetura urbana. Ele propõe uma
arquitetura para habitação produzida de maneira singular: não mais em
série. Cada apartamento, dentro do edifício único, possui qualidades
próprias.
No caso da “rue des Hautes Formes”, o programa trabalha a exigüidade do
quarteirão que está “cravado numa malha urbana vernacular, composto
de muros laterais de outros edifícios habitacionais e de três torres da
faculdade de Direito que marcam presença” (DIZIOLI, 1997, p. 52)
Segundo uma leitura, um tanto estrangeira, da equipe para a cidade de
São Paulo81:
São Paulo é uma cidade fascinante. Ela parece selvagem, com
sua lógica fortemente paradoxal, e nasceu da associação de duas
características opostas: a cidade horizontal e a cidade vertical. A
cidade horizontal, narrativa, com suas casas e lojas, dita a vida
infinitamente diversa dos indivíduos. Essa camada horizontal
CAPÍTULO 2_O CONCURSO BAIRRO NOVO
figura 85 e 86: as quadras abertas em LES HAUTES FORMESfonte: Christian de Portzamparc, revista óculum 9, 1997, p. 52. 81 Texto no resumo do projeto fornecido pela equipe
126
alinhada às ruas é atravessada pela trama irregular da cidade
vertical, feita com torres que brotam como plantas. É nessa
floresta urbana que podemos encontrar uma regra de liberdade,
de densidade, de luz e de coesão. A quadra paulistana apresenta,
assim, um caráter próprio e único, que cria a paisagem singular
das ruas.
Entrar na malha da cidade, em suas ruas, observando seu ritmo
e seu desenvolvimento para imaginar um bairro novo, é procurar
um método que, a partir dos ensinamentos dessa quadra, se abra
ao aleatório, ao desconhecido do amanhã, e que possa apresentar
uma perspectiva no espaço e no tempo. É preciso evitar o plano de
massas que não permita a evolução. Ao invés dele, nós propomos
uma regra de jogo volumétrica para uma nova quadra aberta com
forte dinâmica de alturas.
A quadra paulistana, para a equipe, deve ter liberdade e diversidade,
permitindo o aleatório. Deve potencializar a integração e os contrastes:
mistura programática. E acima de tudo, propiciar a riqueza da vida nas ruas.
E afirmam:
Por isso é preciso inventar um método, uma nova forma de agir
e pensar sobre a cidade, criando uma densidade que privilegie a
luminosidade e as vistas.
CAPÍTULO 2_O CONCURSO BAIRRO NOVO
127
Para delinear este desejo novo de desenho da cidade, a quadra recebe
uma lapidação estrutural (fig. 87 e 88) de índices rígidos propostos82:
A regra da quadra leva em conta a tipologia extremamente variada
da cidade. Cada quadra é objeto de um parcelamento espacial,
e deve integrar componentes tipológicos obrigatórios, jogando
com eles de forma livre. A regra assegura ainda que a periferia
da quadra seja constituída por 70% de fachada alinhada à rua e
30% de áreas abertas para o interior, reservando 50% do solo aos
jardins. Nenhum plano rígido existe, pois infinitas configurações
são possíveis.
Compreendemos a música feita do acaso e da regra. À simplicidade
do desenho das ruas, da vida púbica, se opõe a diversidade das
fachadas individuais, dos interiores das quadras privadas, dos
programas diversos. As configurações resultantes são infinitas, a
evolução progressiva, flexível e natural.
Para finalizar este desenho proposto, ausentes números precisos de
densidade, o projeto apresenta uma nova paisagem para a área foco:
A água do Tietê apresenta-se como um tema paisagístico
apropriado ao novo bairro. Apesar das construções ao longo do
rio, não há em São Paulo um diálogo com a água. Este parque
CAPÍTULO 2_O CONCURSO BAIRRO NOVO
figura 87 e 88: tipologias de edifícios e combinações múltiplas dentro das quadrasfonte: em prancha entregue ao concurso, 2004. 82 Texto no resumo do projeto fornecido pela equipe.
128
aquático, configurado como espaço público, identifica a paisagem
do Bairro Novo. Ele proporciona uma grande luminosidade e um
novo panorama, animado ainda por árvores plantadas em pequenas
ilhas. Preferimos essa opção ao invés de um parque vegetal -
sempre problemático em termos de segurança e manutenção -, e
descartamos também a idéia de um parque residencial privado. As
quadras se reúnem em conjuntos semelhantes a ilhas, unidas por
um boulevard. A grande flexibilidade da configuração construtiva
das quadras permite que a evolução do bairro se dê por unidades
vivas, que podem variar ao longo do tempo.
Este é, portanto, um projeto de leitura e possibilidades volumétricas
para quadras de densidade variável, que estariam dentro de um parque
aquático do rio Tietê (fig. 89)
CAPÍTULO 2_O CONCURSO BAIRRO NOVO
figura 89: uma nova paisagemfonte: em prancha entregue ao concurso, 2004.
129
2.11_MENÇÃO HONROSA 7_PROJETO N°1046_SÃO PAULO_SP
O título da proposta dado pela equipe é: “Desígnio Paulistano”.
FICHA TéCNICA:_ARQUITETO AUTOR: DECIO TOZZI
_COLABORADORES: ARQUITETOS JÉSSICA GENARO FARO, FELIPA SHAHIN, MARINO BARROS FILHO, RODRIGO LEOPOLDI, RODRIGO AFFONSO SCALETSKY E RODOLFO AFFONSO SCALETSKY
_SISTEMA VIáRIO: ENGENHEIRO HUMBERTO PULLIN, ARQUITETA JULIANA ROSA COLOMBO
_PAISAGISMO: PAISAGISTA CAIO GUIMARÃES MACHADO
Segundo a ata de julgamento83:
E no Projeto PR 1046, a solução compacta e vertical.
A citação na ata de julgamento não deixa dúvidas, resume muito bem
a proposta da equipe de Tozzi. Preocupados com uma implantação que
recuperasse e preservasse as calhas dos rios Tietê e Pinheiros, para,
segundo a equipe, antecipar uma ocupação futura84 (fig. 90 e 91):
O cuidado com a preservação da paisagem das calhas dos rios
Tietê e Pinheiros passa a ser uma das principais tarefas do
urbanismo paulistano visando o planejamento do desenvolvimento
e ocupação futura.
CAPÍTULO 2_O CONCURSO BAIRRO NOVO
figura 90: implantação do projetofonte: em prancha entregue ao concurso, 2004.
figura 91: vista aéreafonte: em prancha entregue ao concurso, 2004.
83 Nesta dissertação: no Anexo A..
84 Texto no resumo do projeto fornecido pela equipe
130
E para a definição das densidades a equipe expõe os seguintes pontos85:
O moderno dispositivo jurídico do “solo criado” possibilitará
o adensamento desse importante eixo linear e a rarefação
progressiva da faixa entre as avenidas e o leito dos rios, numa
troca de coeficientes, possibilitando assim a definição do espaço
importante de convívio nas áreas livres de beira-rios.
O desenho do bairro contém caráter modular como organização
de ocupação planejada do espaço urbano denotando claramente
uma harmônica hierarquia urbanística desde a escala coloquial até
a escala gregária. Os “módulos urbanos” (fig. 92 e 93) conferem
o grau de identidade, demarca o território da vizinhança, evitando
assim uma solução massificante ao conglomerado de alta
densidade.
O projeto prevê a necessária superposição de funções urbanas
(fig. 94 e 95), como habitação, serviços, comércio e institucionais,
que imprime aos equipamentos uso permanente evitando áreas
ociosas de anti-urbanismo.
A alta densidade e a conseqüente verticalização geram pequena
ocupação da área propiciando grande área de solo permeável.
(60% da área total)
CAPÍTULO 2_O CONCURSO BAIRRO NOVO
figura 92: o módulo urbano de quadrafonte: em prancha entregue ao concurso, 2004.
figura 93: esquema de ocupação do módulofonte: em prancha entregue ao concurso, 2004.
85 Texto no resumo do projeto fornecido pela equipe
131
Essa ocupação mínima implanta os “módulos urbanos” no interior
de uma área verde bosqueada e equipada de aproximadamente
833.000,00 m². (77% da área total)
Os módulos urbanos constituem verdadeiras “quadras paulistas”
(120x120) com espaço intersticial arborizado contendo pequenos
estares, playgrounds e creche circundado pelas unidades
residenciais bem como pelo bloco de escritórios.
Assim posto e sugerido, contam-se oito módulos urbanos na proposta.
Cada módulo abrigaria 12.000 pessoas, totalizando cerca de 100.000
habitantes. A proposta prevê ainda uma atração de 25.000 pessoas nos
complexos comerciais e 40.000 pessoas nos complexos multiuso.
Portanto, considerou-se uma densidade urbana de 1.000 hab/Ha ou
100.000 hab/Km². Esta é a maior densidade estudada para o Bairro
Novo, dentre os projetos premiados.
CAPÍTULO 2_O CONCURSO BAIRRO NOVO
figura 94: eixo de circulaçãofonte: em prancha entregue ao concurso, 2004.
figura 95: corte transversal do eixo de circulaçãofonte: em prancha entregue ao concurso, 2004.
132
discussÃO dOs resuLTadOs
133
1_ O PROJETO VENCEDOR
figura 96: imagem eletrônica da vista aérea. fonte: Caderno, 2005.
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
134
O resultado para o concurso do Bairro Novo foi divulgado em 22 de julho
de 2004. Um desenho de forma homogênea (fig.96), determinada por
grandes quadras de 318m x 318m, chamadas de superquadras (fig. 97).
Essas superquadras são delimitadas por vias principais de circulação que,
subdivididas por vias secundárias, feitas de paralelepípedos, conformam
praças internas.
EQUIPE (fig. 98)
1º Lugar_Projeto: PR 1051_São Paulo, SP.
Autores: Euclides Oliveira, Carolina de Carvalho e Dante Furlan.
COMISSÃO JULGADORA
(Arq. Valter Caldana - Arquiteto Coordenador)
Arq. Alberto Rubens Botti
Arq. Alfredo Máximo Garay
Arq. Jorge Wilheim
Arq. José Magalhães Júnior
Arq. Luiz Fernando de A. Freitas
Arq. Nádia Somekh
Arq. Paulo de Melo Zimbresfigura 97: o desenho da superquadra. fonte: Caderno, 2005.
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
135
ATA DE JULGAMENTO
“Trata-se indubitavelmente de uma experiência urbanística digna
de ser implantada” (2004).
A ata de julgamento foi lavrada às 20h30min do dia 16 de julho de 2004.
Assinada em conjunto pelo coordenador do concurso e pela comissão
julgadora, o resultado final indicou os seguintes projetos premiados: 1º
lugar: projeto PR 1051, 2º lugar: projeto PR 105 e 3º lugar: projeto PR
1039, seguidos pelas seguintes menções: projetos PR 1002, PR 1004,
PR 1016, PR 1033, PR 1036, PR 1041 e PR 1046.
Segundo a comissão julgadora (2004)86:
O Projeto PR1051 (fig. 99), classificado em primeiro lugar
responde à expectativa de um bairro diferençado, indicando uma
forma de habitar em São Paulo diferente da atual tendência de
condomínios em edifícios altos e isolados.
Possui bom conceito geral, enaltece a vida de bairro, controla a
trama urbana com boa escala das ruas, calçadas, galerias, e áreas
privativas. Propõe uma boa separação e seqüência de etapas,
facilitando a sua implementação e a realização de parcerias
público - privadas destinadas a acelerar a gradual implantação
do novo bairro. Na primeira etapa indica-se adequadamente a figura 98: no dia seguinte ao resultado (23/07/2004).fonte: Folha de São Paulo. 86 A ata está integralmente no Anexo A desta dissertação.
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
136
construção, ao lado dos edifícios da Construtora Ricci, de hotel
com espaços para convenções, ao qual conviria acoplar uma
estação da CPTM, constituindo um módulo indutor adequado.
As quadras compostas por prédios contíguos de pavimento térreo
mais seis pavimentos, permitem a participação de empreendedores
e construtores de médio porte na construção do bairro.
O partido adotado aceita diversidade de escala e insere edifícios
destinados a HIS ao lado dos demais prédios em lugar de segregá-
las. Estabelece escala e volumes dos espaços privados a partir
do desenho dos espaços públicos e promove ruas e esquinas
animadas, dando condições para uma vida de bairro marcada pela
mistura de usos e pessoas.
Algumas recomendações são alinhadas: conviria dar uma
atenção menos marginal ao parque proposto, garantir a existência
de marcos referenciais urbanos avaliando a conveniência
de verticalizações pontuais, além de aprofundar as soluções
hidráulicas. Será necessário proceder a uma negociação com os
clubes a fim de adequá-los à trama urbana proposta da melhor
forma possível.
Trata-se indubitavelmente de uma experiência urbanística digna
de ser implantada.
figura 99: implantação. fonte: Caderno, 2005.
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
137
Assim, premiou-se em 1° lugar a equipe de Euclides Oliveira, bem como
ressaltou-se a qualidade dos outros cinqüenta e sete projetos entregues,
que, segundo o júri, responderam à altura da complexidade do tema.
O CADERNO DO PROJETO (FIG. 100)
O escritório de arquitetura Euclides Oliveira Arquiteto, produziu
um caderno de apresentação das normas gerais de regimento para a
implantação do Projeto Urbano Bairro Novo. O caderno abrange tanto
a organização do solo público quanto a do privado e seus respectivos
graus de articulação.
O caderno estabelece também as normas específicas da execução da
infra-estrutura urbana necessária para as edificações. Além da definição
técnica para implantação do projeto, o caderno define valores conceituais
da criação dos espaços públicos e privados. A equipe de execução:
- Arquitetura:
Arq. Euclides Oliveira,
Arq. Dante Furlan,
Arq. Carolina de Carvalho.
- Colaboradores:
Arq. Alex Furlan, Arq. Camila Roma,
Arq. Daniella Matavelli,
figura 100: o caderno “resumo” com os desenhos de pré-executivo.fonte: Arquiteto Euclides Oliveira.
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
138
Arq. Eduardo Bazarin,
Arq. Felipe Yasbek.
- Estagiária:
Arq. Andréia Hong
- Paisagismo:
Arq. Sidney Linhares,
Arq. Fernando M. Chacel,
Arq. Elaine Salles Biella.
- Iluminação:
Arq. Esther Stiller.
- Geotecnia e terraplanagem:
Eng. Marcos Lima V. Guimarães,
Eng. Carlos Manoel Steinmeyer.
- Engenharia viária:
Arq. Maria da Penha P. Nobre,
Arq. Ivana Martins.
- Infra-estrutura urbana:
Eng. Erialdo Gazola de Costa,
Eng. Civil e Sanitarista Leonel Sahag Dilguerian,
Eng. Civil e Hidráulico Enio Gazola da Costa,
Eng. Civil Ana Carolina Fantoni,
Eng. Eletricista Joel Soares Gallis.
- Consultoria estrutural:
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
139
Eng. Jorge Zaven Kurkdjian.
- Orçamento:
Eng. Aluízio Amaral Monteiro Leite.
- Secretaria:
Daniel dos Santos Soares.
- Maquete Eletrônica:
Arq. Fernando romano,
Arq. Gabriel Farias.
- Apresentação / Comunicação visual:
Arq. Euclides Oliveira,
Arq. Carolina de Carvalho.
Três citações abrem o caderno e prospectam as bases conceituais do
projeto. A primeira diz respeito ao lugar (fig. 101) (BRISSAC apud
OLIVEIRA, 2005, p.01):
A estrada de ferro corta a cidade como uma cicatriz, através
das fábricas, moinhos e pátios ferroviários abandonados. Um
percurso que se faz numa área esquecida, para a qual a cidade
deu as costas. Viagem por um mundo em suspensão; apesar da
passagem do trem, reina a mais completa imobilidade. Esses
espaços estão a espera de que alguma coisa aconteça. Aqui, o
passado aguarda o futuro.Figura 101 e 102: perspectivas panorâmicas do bairro novo. Fonte: caderno, 2005.
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
140
A segunda remete à idéia da cidade que se quer construir (fig. 102)
(BAUDRILLARD apud OLIVEIRA, 2005, p.01)
Para reencontrar o espírito de uma obra, um objeto, um parque,
uma arquitetura... é preciso que ele represente uma alegria, um
desafio, que envolva o fortuito (...) Esta seria a forma de um
objeto que voltou a ser cidade, onde seria novamente possível
mover e não apenas trafegar, onde andar a pé, brincar a pé e
repousar voltariam a ser uma fantasia. Sonhar é possível.
Enquanto a primeira citação fala sobre o lugar e a segunda dá a idéia,
a terceira reflete uma condição, ou o poder transformador de uma idéia
revertida em espaço (MARX apud OLIVEIRA, 2005, p.01):
No final da história todos os homens serão poetas.
LEITURA DO SÍTIO (FIG. 103).
A área de intervenção está situada dentro do perímetro da Operação
Urbana Água Branca, ocupando uma área esparsa e desigual, caracterizada
pelo macro-parcelamento do solo. Isso dificulta, segundo a equipe, “o
deslocamento de pedestres e a circulação de veículos” (OLIVEIRA,
2005, p.08).
E arremata afirmando que “as áreas de domínio municipal permanecem figura 103: o sítio. fonte: caderno, 2005.
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
141
subutilizadas, sendo algumas delas objeto de cessão a terceiros” (idem,
ibidem, p.08).
Para o transporte público, há as linhas Leste-Oeste do metrô; estação
Barra Funda; linhas A e B da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos
(CPTM); Estações Água Branca e Barra Funda; corredor de ônibus
Pirituba-Centro (Avenida Marquês de São Vicente) e corredor de ônibus
(Avenida Francisco Matarazzo).
NORMAS DE PROJETO: CONCEITO E OBJETIVO
O projeto de Euclides baseia-se conceitualmente na idéia de um novo
modelo urbano (OLIVEIRA, 2005, p.09):
(...) diferente das atuais tipologias encontradas na cidade de
São Paulo, com novo parcelamento do solo e que seja aberto
à sua vizinhança, propiciando oportunidades de encontro e
comunicação entre os habitantes da região (...)
O projeto urbano preconiza principalmente a valorização do pedestre
como foco da melhoria espacial, do transporte e do meio ambiente
urbano. Os objetivos essenciais interconectam-se com este princípio:
- integração do bairro com a vizinhança;
- conciliação das circulações de pedestres (fig. 104) (passeios, encontros,
figura 104: detalhe dos cruzamentos e esquinas. fonte: caderno, 2005.
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
142
comércios, cafés) com a de veículos;
- reintegração das funções de habitação, circulação, trabalho e lazer no
espaço urbano;
- harmonização da massa arquitetônica construída, sem perda de
diversidade formal;
- articulação e equilíbrio, 24 horas, entre os espaços públicos e privados;
- organização e dimensionamento das áreas verdes e dos equipamentos
públicos;
- redesenho e adaptação dos espaços públicos ao clima tropical,
identificando, através do desenho, o núcleo urbano com o lugar.
PEDESTRE
O projeto contempla, nas vias primárias, a circulação por galerias, além
das calçadas (fig. 105 e 106).
Estacionamento permitido ao longo de todas as ruas do bairro, “sendo
considerado como barreira de proteção necessária entre veículos e
pedestres” (OLIVEIRA, 2005, p.15).
Para a travessia de pedestres será feito o uso de “lombo-faixa”, que
são lombadas suaves de concreto armado, com listras indicativas
pintadas em sua superfície que, niveladas com as calçadas, “favorecem
sua transposição por idosos e portadores de deficiência física” (idem,
ibidem).
figura 105 e 106: Galeria e panorâmica. Caderno, 2005.fonte: caderno, 2005.
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
143
VEÍCULOS
Elaborou-se um projeto de circulação viária geral para o bairro onde há
proposições específicas para as intersecções viárias, bem como projeto
tipo para paradas de ônibus.
ESPAÇO VERDE
Segundo os arquitetos (OLIVEIRA, 2005, p. 18):
As áreas verdes do Bairro Novo compreendem um sistema de
praças, parque urbano e faixas permeáveis no interior das quadras
que visam a qualificação ambiental e paisagística do mesmo,
além de proporcionarem locais para o lazer ativo ou passivo da
população.
Dessa forma, o sistema verde para o Bairro Novo seria composto de:
praças internas (dos quarteirões), praças no centro do bairro, praças
anexas ao conjunto, praças internas nas quadras, e um parque urbano
junto ao trevo da ponte Dr. Julio Mesquita Neto.
PAISAGISMO
O projeto paisagístico para o Bairro Novo inclui praças específicas, tais
como a Praça dos Peixes. Seria um sistema de dez praças, com área de
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
144
aproximadamente 6.500 m². O parque urbano do trevo ocuparia uma
área de 74.500 m².
áGUA POTáVEL (FIG. 107)
A região é atendida por duas redes primárias, que se encontram a
aproximadamente 400m de distância do empreendimento87.
Segundo os arquitetos (OLIVEIRA, 2005, p. 23):
O reaproveitamento das águas pluviais será uma diretriz obrigatória
no Bairro Novo; nela, todos os edifícios deverão contar com
sistema de reaproveitamento de APs88 para usos como descarga
de vasos sanitários, irrigação, etc., conforme o parágrafo 2° do
artigo da lei n° 13.276 de 2002; havendo tratamento adequado
das águas residuais (opcional), estas poderão ser utilizadas para
fins potáveis.
REDE DE ESGOTOS SANITáRIOS
Redes duplas de coleta de esgoto sanitário, com diâmetros de 200mm,
aproveitando o declive natural (projetado) dos arruamentos que é de
05% (5/1000).
figura 107: sistemas de infra-estrutura. fonte: caderno, 2005.
87 Segundo informações da SABESP.88 Águas pluviais.
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
145
Este artifício evita o aprofundamento de rede e permite que os
esgotos possam ser encaminhados por gravidade até o coletor
tronco da SABESP, que cruza a área do Bairro Novo ao longo da
Avenida Marquês de São Vicente (OLIVEIRA, 2005, p. 24).
CABEAMENTO
Segundo os arquitetos, “a alimentação de energia elétrica primária será
subterrânea, derivada de alimentador aéreo da Eletropaulo, existente nas
proximidades (...)” (OLIVEIRA, 2005, p. 24).
DRENAGEM
São dois tipos de drenagem para o projeto: as galerias de águas pluviais
e o uso do canal do Córrego da Água Branca. Para as galerias e canal do
córrego, respectivamente, serão utilizados os seguintes parâmetros:
- Período de retorno: 10 anos, com coeficiente de escoamento 0,8 (adm).
- Período de retorno de 100 anos, com coeficiente de escoamento
superficial de 0,7 (adm).
ILUMINAÇÃO
A consultoria realizada para o projeto de iluminação pública do Bairro
Novo visou desenvolver os sistemas de iluminação segundo os seguintes figura 108: detalhe de piso e mobiliário.fonte: caderno, 2005.
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
146
princípios (OLIVEIRA, 2005, p. 25):
- Pleno desempenho visual dos usuários;
- Adequação dos diferentes ambientes às expectativas psicológicas
e estéticas dos usuários, e aos objetivos dos projetos de urbanismo,
arquitetura e paisagismo;
- Máximo resultado luminoso pelo mínimo custo de implantação
e de consumo de energia;
- Facilidade de aquisição e reposição dos equipamentos.
Para isso, o projeto dividiu em três áreas de intervenção pública da
iluminação: vias de circulação de veículos, praças e parque, e galerias
dos edifícios.
MOBILIáRIO URBANO (FIG. 108, 109 E 110)
O projeto de mobiliário urbano se dividiu em dois grupos: mobiliário
arquitetônico e mobiliário complementar. Nas palavras dos arquitetos
(OLIVEIRA, 2005, p. 27):
Mobiliário arquitetônico: corresponde à construção de ambientes
destinados ao uso público tais como coretos, pérgulas, abrigos, etc.
Mobiliário complementar: corresponde à produção de objetos
funcionais para uso da população, tais como bancos, mesas, pisos
especiais, gradis, etc.figura 109 e 110: mobiliário urbano. fonte: caderno, 2005.
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
147
ORDENAMENTO DO SOLO PRIVADO (FIG. 111)
Eis aqui o motivo de o projeto ter vencido o concurso. São descritas as
diretrizes de ocupação do solo e as diretrizes para o desenho da massa
arquitetônica, o que mostra de maneira contundente uma idéia precisa do
desenho desejado para o Bairro Novo. Deste modo, segue na íntegra o
texto do caderno que propõe estas diretrizes (OLIVEIRA, 2005, p. 33-36):
Na organização do solo privado procurou-se uma configuração
morfológica que unisse a mescla de usos na nova divisão fundiária
à maior integração com o espaço público (principalmente as
vias públicas e as praças); e uma tipologia de massas que,
independentemente de beleza ou qualidade da arquitetura a ser
produzida, proporcionasse maior ligação com o dia a dia do bairro
e a vida. Este ordenamento pode ser assim subdividido:
Quadras para Habitação e Comércio:
As quadras de uso residencial e misto (hab/com/serviços)
se constituirão em blocos de volumetria definida em suas
três dimensões em projeto, formando massas tectônicas bem
caracterizadas que configurarão os espaços urbanos públicos
(vias, praças, parque) e privados (o interior dos quarteirões).
Para tanto os edifícios que as compõem serão construídos no
alinhamento das vias públicas, não contarão com recuos laterais e
terão gabarito de altura único e determinado pelas cotas de soleira figura 111: parcelamento do solo privado. fonte: caderno, 2005.
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
148
dos diversos pavimentos fixados no projeto. Resumindo:
Os pavimentos tipo dos edifícios de uso residencial (seis) e de
uso misto (cinco) deverão ocupar obrigatoriamente a projeção
edificável em sua totalidade, excetuando-se apenas os poços
internos de iluminação e ventilação que porventura se façam
necessários.
Os edifícios serão de uso exclusivamente residencial (fig. 112
e 113): quando voltados para as ruas e praças no interior dos
quarteirões e de uso misto (com lojas no térreo) quando voltados
para as vias principais. Os prédios de esquina (excetuando-se
o exclusivamente residencial) serão “coringas” quanto ao uso,
podendo, se for caso, serem utilizados em sua totalidade para
comércio e/ou serviços (inclusive os de hospedagem).
O gabarito a ser obedecido é do térreo, mezanino, cinco pavimentos
tipo e cobertura para os edifícios de uso misto; e de térreo, seis
tipos e cobertura nos de exclusivamente residencial; entretanto
o volume dos blocos por eles formado terá uma única cota de
cobertura (ou cimalha), conforme as tabelas 1 a 6 anexa.
O pavimento térreo dos edifícios exclusivamente residenciais
é, conceitualmente um “pilotis”, que se destina a abrigar os
ambientes de uso comum do condomínio, além do apartamento figura 112 e 113: fachadas e plantas dos tipos. fonte: caderno, 2005.
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
149
do zelador, até um máximo de área construída equivalente a 60%
da projeção edificável.
Os recuos a serem obedecidos constam na tabela 2 anexa, e valem
para quaisquer elementos construtivos com exceção dos pilares;
recuo de frente deverá receber obrigatoriamente tratamento
paisagístico.
O pavimento térreo dos edifícios de uso misto deverá abrigar o
comércio de âmbito local e prestadores de pequenos serviços em
geral; as lojas abrirão diretamente para uma galeria coberta com
área correspondente a 25% da projeção edificável e o entrecolúnio,
obrigatório, será de 6,25m. Sendo duplo o pé-direito disponível,
um mezanino poderá ser executado até o limite de 1/3 da área
dos compartimentos em questão. O incorporador destes edifícios
poderá eventualmente, utilizar o térreo, em sua totalidade, para
o uso social do condomínio; a galeria coberta, entretanto, deverá
obrigatoriamente ser construída.
Os edifícios residenciais em geral contarão com pavimento de
cobertura com área construída equivalente a 40% da área de
projeção edificável e que será destinado a habitação ou ao uso social
do condomínio. Os recuos a serem obedecidos constam na tabela
2 em anexo, e deverão receber tratamento paisagístico adequado.
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
150
As garagens, sempre no subsolo, serão obrigatórias para edifícios
com apartamentos com área superior a 50m² (no mínimo 1
pavimento) e poderão ser construídas a partir do alinhamento
das ruas; suas rampas de acesso, entretanto deverão respeitar um
recuo de 6,25m nos prédios de uso misto e 5,0 m nos de uso
exclusivamente residencial.
Obedecidos aos itens acima, serão livres de restrições os demais
aspectos referentes aos projetos de arquitetura tais como as
dimensões e o número de unidades comerciais e habitacionais por
edifício, os sistemas construtivos, os materiais de acabamento,
a composição das fachadas, aberturas, etc. Em resumo, estas
disposições do plano visam permitir a diversidade das visuais
urbanas e o pluralismo arquitetônico dentro de uma estrutura
normativa rigorosa das massas tectônicas que constituirão o
lugar.
Quadras para comércio e serviços (fig 114):
A organização deste setor segue os seguintes parâmetros:
As quadras junto a Avenida Presidente Castelo Branco (Marginal
Tietê) não terão volumetria definida a priori, devendo apenas
obedecer aos índices urbanísticos constantes na tabela 1, em
anexo. A construção de subsolos para garagens é facultativa.figura 114: imagem da superquadra. fonte: caderno, 2005.
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
151
Os lotes junto as duas praças ao longo das Avenidas Marquês de
São Vicente serão ocupados por pequenos centros comerciais com
térreo, dois pavimentos superiores e um subsolo, no mínimo, para
garagem. Os pavimentos superiores deverão ocupar a totalidade
da projeção do lote enquanto os pavimentos térreos obedecerão
aos recuos constantes na tabela 3 em anexo; de resto, é livre a
composição arquitetônica dos conjuntos.
Os edifícios dos lotes da quadra XXII terão volumetria definida
para o térreo e primeiro pavimento, sendo livre o desenho da
cobertura, obedecidos os parâmetros urbanísticos constantes
na tabela 4 anexa. Os pavimentos em subsolo para garagens
serão obrigatórios, com área mínima equivalente a da projeção
edificável, com as rampas obedecendo recuo de frente de 5m.
Obedecidos os parâmetros urbanísticos da tabela 5 anexa, será
livre a composição arquitetônica para os edifícios do centro de
feiras e convenções e para o hotel. O primeiro deverá contar com
o subsolo, no mínimo, ocupando toda a projeção edificável (5m
de recuo das vias públicas) (fig. 115) e o segundo, igualmente,
com dois subsolos, ambos para estacionamento de veículos.
Quadras institucionais:
Os edifícios destinados a estas quadras deverão obedecer aos figura 115: detalhe de uma esquina.fonte: caderno, 2005.
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
152
índices urbanísticos da tabela 6 anexa, não havendo, no caso,
gabarito de altura. A necessidade ou não de subsolo (fig. 116 e
117) para garagem deverá ser estabelecida pela PMSP quando
definida a natureza e função das edificações em questão.
figura 116: corte perspectivado. fonte: caderno, 2005.
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
153
figura 117: corte perspectivado. Fonte: caderno, 2005.
Assim, a equipe vencedora conseguiu, em um desenho rígido e
homogêneo do vazio, a diversidade e multifuncionalidade desejadas no
edital, com uma possibilidade infinita de desenhos a formalizar o cheio
(arquitetura).
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
154
2_ DADOS COMPARATIVOS PARA O SÉCULO XXI
figura 118: consumo de energia elétrica no planeta. fonte:http://visibleearth.nasa.gov/view_rec.php?vev1id=5826, acesso em 11/05/2010.
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
155
figura 119: projeção da população urbana feita por RICKY BURDETT.fonte: THE URBAN AGE: www.urban-age.net
A imagem (fig.118) da Terra à noite mostra as concentrações urbanas,
considerando que onde há a luz elétrica, há a cidade, ou seja, o urbano.
E isso não quer dizer que onde há mais luz, há mais densidade urbana,
porquanto, como visto, esta é um fator relativo determinado pelo número
de habitantes que residem em uma certa
área. Portanto, a imagem suscita uma
reflexão do ponto de vista da densidade
urbana estudada nesta pesquisa.
Na imagem (fig. 119), acompanhamos
a projeção feita para os próximos
quarenta anos, quando a população
urbana passará para 75% do total, sendo
representada hoje por mais de 50% do
total, ou seja, percentualmente o planeta
é mais urbano.
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
156
ALGUNS ESTUDOS SOBRE DENSIDADES URBANAS
Na imagem (fig. 120) há a nítida percepção de cidades com diferentes
morfologias de arquitetura e de desenho urbano: cidades mais
verticalizadas, cidades horizontais e cidades com os dois desenhos.
Como tudo isso resulta em densidades urbanas?
figura 120: fotos aéreas, no sentido horário: Nova York, Xangai, Londres, México, Joanesburgo e Berlim.fonte: THE URBAN AGE: www.urban-age.net, acesso em 23/06/2010.
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
157
Nesta imagem (fig. 121) vemos a correspondência tridimensional das
densidades urbanas das cidades estudadas. E quais são os valores?
figura 121: mapas das densidades, no sentido horário: Nova York, Xangai, Londres, México, Joanesburgo e Berlim.fonte: THE URBAN AGE: www.urban-age.net, acesso em 23/06/2010.
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
158
OS VALORES (BURDETT E SUDJIC, 2007, PG. 252-253)
NOVA YORK
Centro: 15.361 hab/Km²
Fronteira administrativa
100x100Km: 9.600 hab/Km²
Pico: 53.000 hab/Km²
XANGAI
Centro: 24.673 hab/Km²
Fronteira administrativa
100x100Km: 2.590 hab/Km²
Pico: 96.200 hab/Km²
LONDRES
Centro: 7.805 hab/Km²
Fronteira administrativa
100x100Km: 4.800 hab/Km²
Pico: 17.200 hab/Km²
MÉXICO
Centro: 12.541 hab/Km²
Fronteira administrativa
100x100Km: 5.880 hab/Km²
Pico: 48.300 hab/Km²
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
159
JOANESBURGO
Centro: 2.270 hab/Km²
Fronteira administrativa
100x100Km: 1.960 hab/Km²
Pico: 38.500 hab/Km²
BERLIM
Centro: 7.124 hab/Km²
Fronteira administrativa
100x100Km: 3.810 hab/Km²
Pico: 21.700 hab/Km²
Xangai, dentre as seis cidades é a que tem o centro da cidade mais denso.
Porém, se considerarmos o quadrilátero de estudo com 100x100 km, é a
quarta em densidade. No mapa tridimensional isso fica claro.
Nova York, dentre as seis cidades é a de maior densidade dentro do
quadrilátero de 100x100 km.
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
160
NO BRASIL
São Paulo (fig. 122 e 123)
Centro: 10.299 hab/Km²
Fronteira administrativa
100x100Km: 7.139 hab/Km²
Pico: 29.380 hab/Km²
Rio de Janeiro (fig. 124 e 125)
Centro: 8.682 hab/Km²
Fronteira administrativa
100x100Km: 4.832 hab/Km²
Pico: 29.450 hab/Km²
figura 122 e 123: foto aérea e mapa da densidade de São PauloFonte: THE URBAN AGE: www.urban-age.net, acesso em 23/06/2010.
figura 124 e 125: foto aérea e mapa da densidade do Rio de Janeirofonte: THE URBAN AGE: www.urban-age.net, acesso em 23/06/2010.
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
161
São Paulo tem o centro e o quadrilátero de 100x100 km, mais densos do
que os da cidade do Rio de Janeiro.
Na tabela (fig. 126) que se segue, podemos observar uma análise
comparativa, entre algumas cidades a cerca das densidades urbanas de
toda a área metropolitana, do quadrilátero administrativo, da área central
e dos picos:
figura 126: tabela das densidades.fonte: THE URBAN AGE: www.urban-age.net, acesso em 23/06/2010.
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
162
3_ CONCLUSÃO
Para compreender a explosão populacional do século XXI, e como
o homem está se preparando para planejar o futuro das cidades, essa
pesquisa pondera questões oportunas a respeito do desígnio habitacional
do planeta.
Percebe-se que não há uma linha evolutiva das propostas feitas entre
os séculos XIX e XXI, porém, encontram-se cidades que efetivamente
construíram seus projetos e cidades que não aproveitaram suas
oportunidades.
Nos exemplos ocorridos durante o século XIX, o plano urbano de
1811 para Manhattan traz um projeto paradigmático de proposição do
desenho dos vazios: a “quadrícula”. O desenho em si não surpreende, e
tampouco é novidade, mas é no potencial construtivo das quadras que
surge o interesse: a idéia.
Barcelona com o Plano Cerdà, pelo contrário, desenha os cheios e os
vazios. Há neste projeto o controle de como a cidade deve construir-
se morfologica e sintaticamente. Se há um paradigma possível de
comparação com projeto vencedor do Concurso Bairro Novo, foi este,
com devidos ajustes e contaminações.
O Plano Haussmann faz um contraponto entre os dois planos citados
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
163
anteriormente. São intervenções ordenadoras que modernizaram, sem
radicalizar, a cidade medieval que era Paris: um paradigma importante
do projeto “específico”, e não generalista.
O século XIX desenhou diversas linhas de urbanismo para as cidades
em explosão demográfica. No caso das Cidades Jardim de Ebenezer
Howard, proposta na virada para o século XX, ocorre um ideal bucólico
entre rural e urbano, uma experimentação de cidade repleta de áreas
verdes.
O arquiteto americano Frank Lloyd Wright, em sua Broadacre City,
mostra seu horror às cidades densas do século XIX e propõe uma solução
híbrida entre o rural e o urbano. Le Corbusier redesenha as cidades
européias com os arranha-céus americanos. Levi engendra uma Brasília
de complexidade vertical da arquitetura. Tange propõe novas ocupações
na natureza.
Quando a pesquisa analisa estes projetos do século XX, e nenhum deles
é construído, fica uma sensação vazia de síntese utópica. Porém, essas
idéias que não se concretizaram reformularam as questões das cidades
para homem deste século.
O século XXI possui um arsenal de possibilidades a serem efetivamente
excluídas, relidas ou literalmente construídas. Dizendo assim: o homem
em sua época é em si todo o conhecimento. Entretanto, a falta da
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
164
capacidade de realização não pertence a esse homem, mas sim a questões
culturais, sociais, e principalmente políticas de cada território.
O estudo de caso do Concurso Bairro Novo coleciona soluções diversas
para um objetivo comum: projetar um bairro essencialmente residencial
na Barra Funda, na cidade de São Paulo. As densidades urbanas
empregadas nos projetos do concurso em questão nem sempre são
explicitadas, porém, estão presentes e podem ser analisadas pelos dados
projetuais das equipes.
As premissas dos projetos entregues pelas equipes premiadas resultam
em bairros com diversas peculiaridades: do modo de ocupação da área,
da verticalização ou não da arquitetura, do “uso” das edificações, da
quantidade das áreas verdes e da relação da área de projeto com o entorno
contíguo metropolitano.
O projeto vencedor do concurso possui uma premissa clara de densidade
urbana. O resultado do desenho é rígido: nos gabaritos, nos desenhos das
quadras e das superquadras. É uma ocupação que traz um “novo” desenho
a Barra Funda, mas que, por outro lado, não “encontra” o vizinho.
Os desenhos para o Bairro Novo e os desígnios habitacionais do futuro
possuem um viés comum neste trabalho: as densidades urbanas. A
pesquisa discute assuntos pertinentes aos projetos de arquitetura e
planejamento urbano do século XXI.
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
165
reFerÊncias bibLiOGrÁFicas
166
LIVROS
ACIOLY, Claudio, DAVIDSON, Forbes. Densidade urbana. Rio de Janeiro:
MAUAD, 1998.
ADDIS, Bill. Edificação; 3000 anos de projeto, engenharia e construção. Porto
Alegre: Bookman, 2009.
ANELLI, Renato, GUERRA, Abbilio e KON, Nelson. Rino Levi – arquitetura
e cidade. São Paulo: Romano Guerra, 2001.
BAUDELAIRE, Charles. Les fleurs Du mal. Paris: Paul Dupont, 1958.
BAUDELAIRE, Charles. As flores do mal. São Paulo: Martin Claret, 2006.
BENEVOLO, Leonardo. As origens da urbanística moderna. 3.ed. Lisboa:
Editorial Presença, 1994.
BENEVOLO, Leonardo; MELOGRANI, Carlo; LONGO, Tommaso. Projectar
a Cidade Moderna. Lisboa: Editorial Presença, 1987.
BENEVOLO, Leonardo. A cidade na história da Europa. Lisboa: Editorial
Presença, 1993.
BENEVOLO, Leonardo. História da arquitetura moderna. 3.ed. São Paulo:
Perspectiva, 2001.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
167
BENEVOLO, Leonardo. História da cidade. 2.ed. São Paulo: Perspectiva,
1993.
BURDETT, Ricky, SUDJIC, Deyan. The Endless City: The Urban Age Project
by the London School of Economics and Deutche Bank’s Alfred Herrhausen
Society. London: Phaidon Press Ltd., 2007.
BUSBEA, Larry. Topologies: the urban utopia in France, 1960-1970.
Massachusetts, The Mit Press 2007.
BURRI, René. Le Corbusier: Moments in the life of a Great Architect. Basel:
Birkhauser, 1999.
BUSQUETS, Joan. Barcelona: Evolución urbanística de uma capital compacta.
Madrid: MAPFRE, 1992.
CHOAY, Françoise. The modern city: planning in the 19TH century. London:
Studio Vista, 1969.
CHOAY, Françoise. O urbanismo: utopias e realidades, uma antologia. 5.ed.
São Paulo: Perspectiva, 2002.
CORBUSIER, Le. Le Corbusier: viaxe ó mundo dun creador a través de
vintecinco arquitecturas. A Coruña: Fundación Pedro Barrié da La Maza, 1997.
CORBUSIER, Le. Por uma arquitetura. ed.5. São Paulo: Perspectiva, 1994.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
168
CORBUSIER, Le. Planejamento Urbano. ed.3. São Paulo: Perspectiva, 1984.
CORBUSIER, Le. Le Corbusier 1910-65. Barcelona: GG, 1989.
CORBUSIER, Le. Urbanismo. ed.2. São Paulo: Marins Fontes, 2000.
CORBUSIER, Le. Precisões. São Paulo: Cosac & Naify, 2004.
CORBUSIER, Le. Os três estabelecimentos humanos. São Paulo: Perspectiva,
1979.
FRAMPTON, Kenneth. Arquitetura Moderna. São Paulo: Martina Fontes,
1997.
HALL, Peter. Cidades do amanhã. São Paulo: Perspectiva, 1995.
HAROUEL, Jean-louis. História do urbanismo. Campinas: Papirus, 1990.
HOFFMAN, Donald. Understanding Frank Lloyd Wright. New York: Dover
Publications, 1995.
HOWARD, Ebenezer. Cidades-Jardins de amanhã. São Paulo: Hucitec, 1996.
JACOBS, Jane. Morte e vida nas grandes cidades. São Paulo: Martins Fontes,
2001
KOOLHAAS, Rem. Nova York delirante: um manifesto retroativo para
Manhattan. São Paulo: Cosac Naify, 2008.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
169
KOOLHAAS, Rem, MAU, Bruce. S,M,L,XL. New York: The Monacelli Press,
1995.
LACAZE, Jean-Paul. Os métodos do urbanismo. 2.ed. Campinas: Papirus,
2001.
MACHADO, Denise B. Pinheiro. Sobre urbanismo. Rio de Janeiro: Viana &
Mosley, 2006.
MAIAKOVSKI, Vladimir. Minha descoberta da américa. São Paulo: Martins
Fontes, 2007.
MUMFORD, Lewis. A cultura das cidades. Belo Horizonte: Italiana, 1961.
MVRDV. Farmax: Excursions on density.3.ed. Rotterdam. 010 publishers,
2006.
OLSEN, Donald J. The City as a Work of Art: London, Paris, Viena. Michigan:
Yale University, 1986.
ROGERS, Richard. Cidades para um pequeno planeta. Barcelona: GG, 2001.
SECCHI, Bernardo. Primeira lição de urbanismo. São Paulo: Perspectiva,
2006.
SIMMIE, James. Innovative Cities. London: Spon Press, 2001.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
170
SHELLEY, Mary. Frankenstein or, the modern Prometheus. New York: Penguin
Books, 1994.
SHELLEY, Mary. Frankenstein. Porto Alegre: L&PM POCKET, 2003.
WHITMAN, Walt. Folhas de relva. São Paulo: Iluminuras, 2005.
WIEBENSON, Dora. Tony Garnier: the cite industrielle. London: Studio
Vista.
ZEVI, Bruno. Saber ver a arquitetura. São Paulo, Martins fontes, 2000.
TESES E DISSERTAÇÕES
BRAGA, Milton. O concurso de Brasília – os sete trabalhos premiados.
Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo)- Universidade de São
Paulo. São Paulo: 1999.
ARTIGOS REVISTAS E CATáLOGOS
LLANO, Pedro de e LIZANCOS, Plácido. Le Corbusier – Viaxe ó mundo dun
creador a través de vintecinco arquitecturas. Coruña: Alva Gráfica, 1997.
MEYER, Regina Maria Prosperi. “O urbanismo: entre a cidade e o território”.
Revista Brasileira para o Progresso da Ciência v.1, n. 58, p. 38-41. São Paulo,
2006.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
171
UN-HABITAT – UNITED NATIONS HUMAN SETTLEMENTS
PROGRAMME. State of the world cities 2006 2007. United Nations Human
Settlements Programme, 2006, (arquivo pdf).
DICIONáRIO
Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Editora Objetiva,
2001.
SITES
DEMOGRAPHIA: http://www.demographia.com/
IBGE: http://www.ibge.gov.br/home/
UN-HABITAT: http://www.unhabitat.org/
URBAN AGE: http://www.urban-age.net/
VITRUVIUS: http://www.vitruvius.com.br/jornal
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
172
aneXOs
173
Concurso Bairro NovoSão Paulo, 25 de julho de 2004
EDITAL
A Prefeitura do Município de São Paulo, através da Empresa Municipal de Urbanização - EMURB promove o presente Concurso Público Nacional “Bairro Novo – Concurso Nacional para um Projeto Urbano”, doravante denominado apenas Concurso, tendo como organizador o Instituto de Arquitetos do Brasil / Departamento de São Paulo – IAB/SP.
O que pretendem a EMURB e o IAB/SP através deste Concurso é impulsionar a discussão ampla da produção e do desenho da cidade e sua relação com as centralidades urbanas, com a melhoria da qualidade ambiental e dos espaços públicos e com o próprio exercício da cidadania.
Este Concurso é regido pela Lei 8.666 de 21/Jun/93 e demais legislações pertinentes, pelo Regulamento de Concursos para Projetos de Arquitetura do Instituto de Arquitetos do Brasil - IAB e Instruções e Recomendações da União Internacional de Arquitetos – UIA.
As informações contidas neste Edital encontram-se detalhadas e complementadas no Termo de Referência, no Regulamento do Concurso e no Material de Referência, disponíveis para consulta no endereço eletrônico mencionado no item 9.1 a seguir.
1. Objetivo do concurso
1.1. O objetivo do presente Concurso é a seleção de um projeto urbano em nível de Estudo Preliminar, a ser implantado na Área de Intervenção, localizada na Região da Água Branca, município de São Paulo, composta por áreas de propriedade da Prefeitura do Município de São Paulo e outros.
1.2. Este projeto urbano deverá ser composto por um conjunto de intervenções de reordenação urbanística que contemplem, no mínimo, os seguintes objetivos gerais:
• ocupar e propor novas atividades para as glebas existentes na área foco de intervenção, conforme a composição de atividades expressas no Termo de Referência;
• melhorar as condições ambientais e ampliar as qualidades de vida urbana e as práticas sociais desse setor;
• viabilizar a implantação de empreendimentos, através da participação de agentes públicos e privados;
• criar áreas e equipamentos públicos, compatíveis com as novas condições potenciais de centralidade da área foco de intervenção e com suas características de alta acessibilidade e presença de atividades diferenciadas
• fornecer parâmetros a partir das propostas apresentadas no Concurso, à futura revisão da Lei 11.774/95 (Operação Urbana Água Branca) desde que, sejam compatíveis com as diretrizes do Plano Diretor Estratégico e respectivo Plano Regional, da Prefeitura do Município de São Paulo.
2. Área foco de intervenção
2.1. A área foco de intervenção objeto deste Concurso é aquela compreendida entre a Avenida Castelo Branco (marginal do Rio Tietê), entre a Rua José Neto Lorenzon e a Ponte Júlio de Mesquita Neto, até a Av. Francisco Matarazzo, composta pelos lotes de matrícula contidos na tabela – arquivo referente à lista de proprietários - de acordo com a planta cadastral incluída no Material de Referência – arquivo Lotes_Quad_Propr.jpg
ANEXO A – Na íntegra estão o Edital, Termo de Referência, Regulamento e Ata de Julgamento.
ANEXOS
174
3. Abrangência
3.1. O presente concurso tem abrangência nacional e é aberto a Arquitetos ou a equipes multidisciplinares de profissionais coordenadas por Arquiteto em situação regular perante o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CREA.
3.2. É vedada a participação no presente Concurso de membros de sua Comissão Organizadora e da Comissão Julgadora; de funcionários das instituições promotora e organizadora; de membros da Diretoria Executiva da entidade organizadora; de pessoas jurídicas de direito público ou privado; de parentes de primeiro grau de consangüinidade ou afinidade, dependentes e sócios do Arquiteto Coordenador do Concurso, dos membros da Comissão Julgadora e dos membros da Comissão Organizadora.
4. Inscrições
4.1. O período de inscrições se encerra no dia 30 de junho de 2004.
4.2. As inscrições poderão ser efetuadas na Secretaria do Instituto de Arquitetos do Brasil, Departamento de São Paulo - IAB/SP, à Rua Bento Freitas, 306, 4.o andar, sala 43, São Paulo/SP, telefone (011) 259 6149, Fax (011) 259 6597, no período de 9:00h às 18:00h.
4.3. A partir de 14 de maio de 2004 até o encerramento do prazo de inscrições, estas deverão ser efetuadas exclusivamente via internet, no endereço eletrônico www.iabsp.org.br, mediante o preenchimento da ficha eletrônica de inscrição.
4.4. No ato da inscrição será cobrada taxa no valor de R$ 300,00 (Trezentos Reais). Para sócios quites do Instituto de Arquitetos do Brasil – IAB o valor da inscrição será de R$ 150,00 (Cento e Cinqüenta Reais).
4.5. A assinatura da ficha de inscrição implica, por parte do concorrente, na aceitação plena e irrevogável das normas e condições deste Edital, do
termo de Referência, do Regulamento do Concurso e de seus anexos e complementos.
5. Entrega e apresentação dos trabalhos
5.1. Os trabalhos deverão ser entregues no dia 06 de julho de 2004, a partir das 10:00h e até as 22:00h, impreterivelmente, na sede do Instituto de Arquitetos do Brasil - Departamento de São Paulo, situada à Rua Bento Freitas, 306, Centro, São Paulo/SP, CEP 01220-000. Os trabalhos enviados através do Serviço de Correios, ou qualquer outro meio de postagem, deverão estar entregues e protocolados na sede do IAB/SP, no endereço acima, na data estabelecida.
5.2. É de responsabilidade do participante o cumprimento do prazo estipulado.
5.3. Os trabalhos serão apresentados sob a forma de desenhos, textos e tabelas sintetizados num total de 04 (quatro) pranchas formato A0/ABNT, em cópias heliográficas preto fino, cópias tipo “xerox” sobre fundo branco ou impressões em papel sulfite branco, acondicionados em embalagem fechada, livre de qualquer tipo de identificação externa
6. Arquiteto coordenador do concurso
6.1. O presente Concurso será Coordenado, em nome das instituições promotora e organizadora, pelo Arquiteto Valter Caldana, CREA/SP 060-148.039-3.
7. Comissão julgadora
7.1. A Comissão Julgadora será composta por 07 (sete) membros, sendo 03 (três) membros indicados pelo organizador do Concurso, 03 (três) membros indicados pelo promotor do Concurso e 01 (um) membro indicado de comum acordo entre ambos, cuja composição será informada aos participantes no dia 04 de junho de 2004.
ANEXOS
175
7.2. As sessões de julgamento serão secretas.
7.3. As decisões da Comissão Julgadora são irrecorríveis.
8. Debate público
8.1. A organização do Concurso prevê a realização de no mínimo um Debate Público sobre o tema “Um Bairro Novo para São Paulo”, a ser realizado na sede da instituição organizadora, no dia 20 de maio de 2004.
8.2. O debate será aberto aos participantes do Concurso e ao público em geral.
9. Consultas e esclarecimentos
9.1. Para o esclarecimento de quaisquer dúvidas referentes ao Concurso, os participantes deverão dirigir-se ao Arquiteto Coordenador do Concurso, exclusivamente por escrito, através de formulário eletrônico apropriado, acessível no endereço de internet www.iabsp.org.br/bairronovo ou pelo endereço eletrônico [email protected].
9.2. As questões formuladas pelos participantes serão respondidas pelo Arquiteto Coordenador do Concurso através de circulares dirigidas simultaneamente a todos os participantes do Concurso, sem a identificação do consulente, via Internet, através do endereço eletrônico fornecido no ato da inscrição.
10. Informações complementares
10.1. A critério do Arquiteto Coordenador do Concurso, com a anuência da PROMOTORA até o dia 1° de julho de 2004, os participantes do Concurso poderão receber informações complementares que possibilitem a elevação do grau de conhecimento da área e das matérias envolvidas na elaboração das propostas, observando-se o disposto no sub-item 9.2.
11. Resultados e premiação
11.1. O resultado do julgamento dos trabalhos apresentados será conhecido em sessão pública solene, no dia 22 de julho de 2004, em hora e local a serem indicados pela Prefeitura do Município de São Paulo.
11.2. Os prêmios a serem conferidos pela Comissão Julgadora serão, pela ordem: 1°, 2° e 3° colocados. A Comissão Julgadora poderá, a seu critério, distinguir projetos apresentados com Menções Honrosas ou Destaques.
11.3. Os autores dos trabalhos premiados farão jus ao recebimento de prêmios em dinheiro de R$ 50.000,00 (cinqüenta mil Reais) para o 1° colocado, R$ 30.000,00 (trinta mil Reais) para o 2° colocado e R$ 20.000,00 (vinte mil Reais) para o 3° colocado. Menções Honrosas e destaques, quando houver, não receberão remuneração ou prêmios em dinheiro.
11.4. Os prêmios outorgados serão pagos aos vencedores pela instituição promotora do Concurso, havendo sobre os mesmos a incidência da legislação fiscal pertinente.
12. Considerações gerais
12.1. O presente Concurso obedecerá em todas as suas normas a Legislação Federal pertinente, especificamente a Lei 8.666/93 e suas alterações.
12.2. Os autores dos projetos vencedores cederão os direitos patrimoniais a estes relativos, para que a Prefeitura Municipal de São Paulo possa utilizá-los nos termos do artigo 111 da Lei federal no 8.666/93.
12.3. Os trabalhos selecionados serão expostos na sede do IAB-SP ou em local a ser designado pela Prefeitura Municipal de São Paulo.
12.4. Integram as normas deste Concurso, além deste Edital, o seu Termo de Referência, elaborado pela Prefeitura do Município de São Paulo, seu Regulamento e o Material de Referência que contém a descrição da área foco
ANEXOS
176
de intervenção, base cartográfica e aerofotogramétrica e outras informações técnicas necessárias para a elaboração dos projetos, todos disponíveis para acesso dos participantes no endereço eletrônico www.iabsp.org.br/bairronovo.
12.5. O projeto vencedor será referência para a contratação do desenvolvimento do PRIOU cujo escopo, procedimentos e critérios serão definidos em etapa posterior pelo órgão PROMOTOR de acordo com o roteiro “Plano–Referência de Intervenção e Ordenação Urbanística” (Sempla, 2004) anexo ao Termo de Referência, na forma da legislação em vigor.
12.6. A inscrição e posterior entrega dos trabalhos implicam na aceitação por parte do inscrito dos termos deste Edital, e das bases de regulamentação do presente concurso.
12.7. Fica eleito o Foro de São Paulo para dirimir quaisquer aspectos de ordem legal.
São Paulo, 13 de maio de 2004
Arq. Nádia SomekhPresidente da EMURB
Arq. Paulo SophiaPresidente do IAB/SP
ANEXOS
177
Concurso Bairro NovoSão Paulo, 25 de julho de 2004
TERMO DE REFERÊNCIA
Sumário1. Justificativas2. Antecedentes3. Caracterização da área do concurso4. Objeto5. Objetivos e diretrizes5 .1. em relação ao solo público e atrelados aos investimentos públicos5.2. Sistemas edificados em solo privado proposto5.3. legislação e gestão6. Diretrizes e critérios se atuação nas áreas de intervenção6.1. área foco6.2. área de referência7. Produtos7.1. para a área foco de intervenção7.2. para região de referência8. Documentos de referência
1. Justificativas
Como deve ser o bairro ideal para morar em São Paulo no século XXI? Quais as características de suas ruas, seus espaços públicos, suas habitações, seus locais de trabalho e de lazer, seu abastecimento local? Como se deve
nele circular: a pé, de automóvel, com veículo especial? E qual a mescla de atividades mais adequada para obter a melhor qualidade de vida possível, maximizando a tecnologia de ponta deste século e refletindo a cultura e os hábitos paulistanos, cosmopolitas? Qual o projeto de um novo grande bairro que possa ser exemplar e paradigmático de uma São Paulo metrópole global, mais justa, moderna e bonita?
É objetivo do Concurso Bairro Novo transcender as proposições teóricas ou acadêmicas. Trata-se efetivamente de criar um Bairro Novo em área de cerca de 1 milhão de m², numa região próxima ao centro de São Paulo, que se caracteriza por possuir ótimas condições de acessibilidade, tanto por automóveis, quanto por sistemas de transporte público de média e alta capacidades e pela existência de grandes áreas vazias ou sub-utilizadas de propriedade pública e privada.
A área objeto deste concurso situa-se nos bairros da Água Branca e Barra Funda, entre a avenida Francisco Matarazzo e a Marginal do Rio Tietê, abrangendo parte da área definida pela Operação Urbana Água Branca. Os proprietários das glebas, entre os quais a própria Prefeitura de São Paulo cogitam, por iniciativa do poder municipal, associar-se numa Sociedade de Propósito Específico – SPE, com a finalidade de realizar intervenções que propiciem as condições para o seu pleno desenvolvimento.
O objetivo desta Sociedade será implementar o Bairro Novo, com base na proposta vencedora do Concurso e nas diretrizes estabelecidas pela Prefeitura de São Paulo, em parceria com os empreendedores privados e demais instâncias de poderes públicos. Os instrumentos para atingir esses objetivos são os previstos nas legislações pertinentes, como o Plano Diretor Estratégico, o Estatuto da Cidade e a Operação Urbana Água Branca. Dentre eles, destacam-se as concessões urbanísticas [1]e a possibilidade de conceder exceções onerosas [2]aos parâmetros e índices urbanísticos vigentes.
Trata-se, portanto de um concurso de projetos que visa estabelecer os
ANEXOS
178
parâmetros preliminares – quantitativos e qualitativos – para a futura implantação de novas edificações, da articulação dos sistemas de espaços livres de uso público e dos sistemas de circulação de pedestres e veículos.
2. Antecedentes
A região da Água Branca – Barra Funda vem sendo objeto de estudos e propostas por parte do poder público municipal há, pelo menos, duas décadas. A proposta do Plano Diretor de 1985 já chamava a atenção para as suas potencialidades apontando-a como uma das áreas para implementação de uma Operação Urbana.
Ao longo da década de 1980 a construção do terminal intermodal da Barra Funda ampliou as condições de acessibilidade da região por transporte público de alta capacidade. Estas condições somaram-se a outras, já existentes e implantadas, como a malha viária estrutural formada pelas avenidas Francisco Matarazzo, Marquês de São Vicente, Sumaré, Pompéia e os viadutos Antártica e Pompéia, que transpõem as ferrovias existentes.
No início da década de 1990 a Secretaria Municipal de Planejamento e a EMURB iniciaram estudos conjuntos para a implementação da Operação Urbana Água Branca, cujo objetivo era o de promover a ocupação ordenada da região – já caracterizada pela sub-utilização de grandes porções de glebas e pelas diferenças de padrões urbanísticos e ambientais entre um lado e outro das ferrovias – valendo-se principalmente da capacidade ainda ociosa do sistema metro-ferroviário e da possibilidade de implantar espaços públicos de porte significativo, o que auxiliaria no processo de renovação dos padrões de urbanização na faixa contida entre as ferrovias e o rio Tietê.
Em 1995 foi promulgada a lei da Operação Urbana Água Branca, estabelecendo o arcabouço jurídico – institucional que permitia à Prefeitura a concessão de exceções à legislação de parcelamento, uso e ocupação do solo mediante a cobrança de contrapartidas. Os recursos da Operação Urbana, como os de outras Operações Urbanas, deveriam ser utilizados na execução de serviços
e obras de melhoria de infra-estrutura da região, definidos na própria lei.
A Operação Urbana, embora definisse as condições legais para que fossem firmadas parcerias entre a iniciativa privada e o Poder Público Municipal, carecia da proposta de um plano urbanístico que servisse, a um só tempo, como fio condutor do processo de reurbanização da área e como instrumento de interlocução efetivo entre a Prefeitura, os empreendedores, os proprietários, moradores e usuários da região.
3. Caracterização da área do concurso
A região da Água Branca teve como elemento indutor do seu desenvolvimento urbano, desde meados do século XIX (1867, 1875) as ferrovias – antigas linhas da São Paulo Railway (Santos-Jundiaí) e Sorocabana, hoje denominadas linhas A (Brás-Francisco Morato-Jundiaí) e B (Julio Prestes-Itapevi-Amador Bueno) da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos – CPTM. Semelhante ao que ocorreu em todo o vetor sudeste do município (ao longo do vale do Tamanduateí), também na Barra Funda, a indústria se alojou em terrenos baratos próximos à ferrovia e com facilidade de recursos hídricos.
As condições topográficas e geomorfológicas que propiciaram a implantação das ferrovias seguidas da função industrial, além de, impulsionarem seu desenvolvimento econômico, tiverem significativo impacto na configuração e diversidade das características de parcelamento, uso e ocupação do solo da região. A estrutura fundiária existente é resultante do processo de ocupação que caracterizou a formação da região da Água Branca: ao sul das linhas ferroviárias, configurando parte dos bairros de Pompéia e Perdizes, predominou o uso residencial, de rendas média, média-alta, com crescente verticalização sobre quadras de traçado e dimensões regulares; já ao norte das ferrovias e até a calha do rio Tietê predominou o uso industrial, com lotes e quadras de grandes dimensões, ao lado de extensas glebas de propriedades pública e particular, ainda hoje com baixo aproveitamento.
Limitada então, por duas barreiras físicas de difícil transposição: a ferrovia
ANEXOS
179
e o rio Tietê, a ocupação das áreas contidas entre estes limites é, ainda hoje, esparsa e desigual, caracterizada por um macro parcelamento, com grandes quadras que dificultam o deslocamento de pedestres e a circulação de veículos. As áreas de domínio municipal, remanescentes da retificação do rio Tietê permanecem sub-utilizadas, sendo algumas dela objeto de cessões a terceiros.
Conectando os bairros no sentido norte-sul, os viadutos da avenida Antártica e avenida Pompéia, principais eixos de transposição da ferrovia, foram implantados entre o final da década de 60 e início da década de 70. Até então, os únicos pontos de travessia nessa direção eram os viadutos da avenida Pacaembu, o viaduto da Lapa, a passagem em desnível na Estrada Velha de Campinas (atual avenida Raimundo Pereira de Magalhães) e as passagens em nível na avenida Santa Marina e Rua do Curtume.
A ligação viária leste-oeste, entre os bairros da Barra Funda e Bom Retiro, atual avenida Emano Marchetti/ Marquês de São Vicente (sob a qual passa um emissário de esgotos), ainda não estava totalmente implantada no início dos anos 70. O resultado disto é a ocupação recente da região, principalmente a partir das avenidas Pacaembu e Santa Marina.
A avenida Presidente Castelo Branco – Marginal do Rio Tietê – provê o acesso às principais rodovias intermunicipais e interestaduais: através do complexo de rodovias Bandeirantes – Anhanguera atinge-se a região de Campinas e Jundiaí; a rodovia Fernão Dias liga a capital de São Paulo ao sul do estado de Minas Gerais e a Belo Horizonte; através das rodovias Ayrton Senna e Presidente Dutra chega-se às principais cidades do Vale do Paraíba e ao Rio de Janeiro. Já o sistema viário estrutural local conta com as avenidas Francisco Matarazzo – que é parte do complexo de vias que liga as zonas leste e oeste da cidade – Pompéia e Sumaré – que ligam a Água Branca às regiões de Pinheiros e Paulista a sul e Casa Verde, Freguesia do Ó a norte.
Conforme apontado, a região dispõe de fácil acessibilidade inter regional, seja por automóveis particulares, seja por sistemas de transporte público de alta e
média capacidades como a linha vermelha do Metrô (leste-oeste), as linhas A e a linha B da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos – CPTM e o recém implantado corredor de ônibus que liga o centro da cidade a Pirituba.
Mais fortemente a partir dos anos 70, as dinâmicas intrínsecas aos processos de transformação industrial conduziram ao deslocamento no território, e conseqüente desativação de parte das plantas fabris e atividades correlatas existentes ao longo das ferrovias. Porém, desde a década de 60, o bairro da Barra Funda e suas proximidades vão perdendo importância como pólo produtivo da cidade, a exemplo do processo ocorrido ao longo de outros segmentos da ferrovia (entre os bairros da Mooca e Ipiranga). A redução das atividades industriais na região, sua substituição por usos transitórios (concessionárias de veículos, oficinas mecânicas, depósitos de material de construção, etc.), assim como, o paulatino declínio do padrão de serviços do transporte ferroviário, devido a investimentos massivos na lógica do transporte viário e indústria automobilística, são fatores que contribuem para a permanência das áreas vazias e para um quadro de degradação que não condiz com as potencialidades e atributos urbanos do local.
Nas duas últimas décadas, empreendimentos públicos e privados de porte significativo instalaram-se nas proximidades da área objeto do Concurso: o Memorial da América Latina; o SESC Pompéia; o Fórum Criminal – nas antigas instalações da Santa Casa; a Universidade UNINOVE, junto à estação Barra Funda; um conjunto de edifícios que formaria o denominado Centro Empresarial Água Branca, no terreno das antigas Indústrias Matarazzo; a Universidade Paulista – UNIP, entre as avenidas Marquês de São Vicente e a Marginal do rio Tietê e, recentemente, o Tribunal Regional do Trabalho – TRT, junto à avenida Marquês de São Vicente.
A implantação destes empreendimentos, apesar de demonstrar as potencialidades da região, alterou substancialmente sua dinâmica e aponta para a necessidade de uma ação conjunta que atualize esse território modernizando a infra-estrutura local, conectando áreas isoladas e sistemas de
ANEXOS
180
espaços e equipamentos públicos e principalmente, propondo uma ordenação urbanística que se antecipe à ocupação indiscriminada dos grandes vazios ainda existentes de modo a assegurar padrões condizentes com a qualidade ambiental, diversidade social e com a multiplicidade das atividades urbanas requeridas pelo Concurso Bairro Novo.
Outros fatores contribuem para reafirmar a necessidade de voltar as atenções para esta porção do território paulistano: dois dos elementos urbanísticos e paisagísticos mais importantes da região: o rio Tietê e as ferrovias, considerados há muito como obstáculos que dificultam a integração espacial entre áreas urbanas vizinhas e como elementos que promovem a degradação da região, passam a se afirmar como importantes desafios ao processo de reconversão urbana aqui proposto na medida em que, preocupações ambientais, paisagísticas e de atualização e modernização do território vêm sendo discutidas e implementadas. Destacam-se na região objeto de estudos as obras de rebaixamento da calha e despoluição do rio Tietê e a proposta de modernização do transporte ferroviário, adequando-o ao padrão de funcionamento das linhas de metrô, pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos. Contando-se desde já com o sucesso dessas iniciativas, busca-se a multiplicação de seus efeitos através da configuração de uma nova ação urbanística que recupere a função paisagística do rio Tietê e de parte de suas várzeas, além de propor a reorganização espacial da orla das ferrovias e a articulação entre os bairros vizinhos, através da readequação de seus traçados e estímulos a novos padrões de uso e ocupação do solo.
4. Objeto
Elaboração de proposta de intervenção urbanística – Estudo Preliminar de Urbanismo – em duas escalas de abrangência: área-foco e região referência. Entende-se por área foco aquela compreendida entre a Avenida Castelo Branco (marginal do Rio Tietê), entre a Rua José Neto Lorenzon e a Ponte Júlio de Mesquita Neto, até a Avenida Francisco Matarazzo, composta pelos lotes cujas matrículas estão no arquivo denominado lista de proprietários.pdf e
de acordo com a planta cadastral incluída no Material de Referência – arquivo SQL.jpg. Por área de referência entende-se o perímetro da Operação Urbana Água Branca (Lei Municipal nº 11.774/95).
5. Objetivos e premissas
O Concurso “Bairro Novo” tem por objetivo selecionar propostas de intervenção urbanística sobre as áreas foco e de referência. Esta iniciativa insere-se num conjunto de ações da Prefeitura Municipal de São Paulo que nos últimos anos vem buscando superar os obstáculos ao pleno desenvolvimento da região.
Assim, as propostas de intervenção deverão considerar e abranger fundamentalmente os seguintes aspectos:
5.1. Em relação ao solo público e atrelados aos investimentos públicos
5.1.1 Sistema viário, transporte público coletivo e infra-estrutura urbana:
• A articulação física e funcional entre a malha viária existente e a proposta;
• A existência das ferrovias, as potencialidades representadas pelos planos de modernização e expansão de serviços em curso no âmbito da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos – CPTM e da Companhia do Metropolitano de São Paulo – METRÔ e a necessidade de promover sua integração física e funcional com o entorno;
• A existência de corredores de ônibus na área de intervenção: corredor Centro-Vila Nova Cachoeirinha (passa pela Av. Marques de São Vicente) e corredor Centro–Lapa-Pirituba (passa pela Av. Francisco Matarazzo); em ambos os corredores os ônibus trafegam pelo canteiro central dessas avenidas;
5.1.2 Espaços livres públicos, questões ambientais e paisagísticas
ANEXOS
181
• A concepção e articulação de espaços públicos coletivos que devem se caracterizar como um sistema integrado no conjunto da intervenção urbanística proposta e sua interface com a região de referência;
• A recuperação ambiental do rio Tietê, o aproveitamento de seu potencial paisagístico e o reconhecimento de sua importância como um dos principais elementos estruturadores da região;
5.2. Sistemas edificados em solo privado proposto
• O desenvolvimento de padrões de urbanização compatíveis com as condições de centralidade da área, tais como a alta acessibilidade e a existência de atividades diferenciadas;
• A proposição de novas configurações morfológicas e tipológicas que incluam a revisão dos parâmetros de parcelamento, uso e ocupação [3] das glebas com a finalidade de integrá-las ao tecido urbano circundante, promovendo a melhoria das condições ambientais e paisagísticas do novo bairro a ser implantado;
5.3. Legislação e gestão
• O projeto estabelecer elementos para a revisão da lei 11.774/95 que deu origem à Operação Urbana Água Branca, de modo a torná-la compatível com as diretrizes do Plano Diretor Estratégico e com as propostas de novos instrumentos e mecanismos de ação ao alcance do poder público municipal.
• A formulação de propostas que orientarão as parcerias entre os setores público e privado – proprietários e empreendedores – de modo a viabilizar a efetiva implantação de melhorias nas glebas situadas na área foco do concurso, considerando a complexidade e as especificidades da estrutura fundiária, e a diversidade de proprietários;
6. Diretrizes e critérios de atuação nas áreas de intervenção
Para efeito de elaboração e apresentação das propostas, a área objeto do concurso foi dividida em Área Foco de Intervenção e Região de Referência.
Para esclarecimento das finalidades subseqüentes a esse concurso deve ser consultado o documento técnico que descreve o roteiro para o desenvolvimento do PRIOU – Plano-Referência de Intervenção e Ordenação Urbanística, (SEMPLA, 2004) anexo a este Termo de Referência. Este plano corresponderá à etapa seguinte a esse certame, a ser desenvolvido pela equipe vencedora.
6.1. Área Foco de Intervenção
A Área Foco de Intervenção deverá ser objeto de um conjunto de intervenções de reordenação urbanística a serem propostas para o sistema viário (abertura ou complementação), implantação de serviços de infra-estrutura e serviços de fibras óticas, criação e encadeamento de espaços livres públicos, articulação com os sistemas de transportes públicos; assim como, proposições de parcelamento, uso e ocupação do solo para as glebas incluídas no perímetro da intervenção, novas edificações e utilização de instrumentos de estímulo ao estabelecimento de novas atividades, a partir das diretrizes dadas.
Além dos elementos acima considerados, as intervenções de reordenação urbanística deverão se pautar pela mescla de usos (conforme planilha seguinte) de modo a promover a vitalidade e a dinâmica dos espaços propostos nos diferentes períodos do dia e ao longo de toda a semana.
Considerando que as características dos espaços públicos, além de suas qualidades intrínsecas, são também expressas pelas edificações que lhes servem de parâmetro, é fundamental que sejam estabelecidas diretrizes de parcelamento, uso e ocupação para o solo privado proposto, além das volumetrias daí decorrentes.
Trata-se, portanto, de um estudo preliminar para um projeto urbano onde os elementos edificados não devem assumir isoladamente o papel de protagonistas. O papel reservado às edificações é o de conformar e relacionar-
ANEXOS
182
se com os espaços públicos do Bairro Novo. Assim, devem ser propostas, para os lotes destinados ao uso privado, alternativas de ocupação que determinem alinhamentos, distanciamento entre edifícios, alturas mínimas e máximas, usos junto ao pavimento térreo, equilíbrio de funções e outros fatores que contribuam para a qualificação das ruas, praças e demais áreas destinadas ao uso público. O resultado final deve considerar, a relação que se estabelece entre cheios e vazios, público e privado, movimento e repouso, etc.
As propostas para a área foco de intervenção deverão seguir as seguintes diretrizes específicas:
6.1.1 Em relação ao solo público e atrelados aos investimentos públicos
6.1.1.1 Sistema viário, transporte público coletivo e infra-estrutura urbana:
• consideração do sistema viário estrutural presente na área-foco, mantendo as condições de fluxos existentes, podendo, dentro da área-foco, serem alterados os seus traçados (desde que justificáveis); devem ser considerados elementos fixos (ou não passíveis de alteração) os traçados atuais da Av. Presidente Castelo Branco, Av. Pompéia, Av. Auro Soares de Moura Andrade e Av. Gustavo W. Borghoff; manutenção do traçado da via expressa da marginal do rio Tietê, podendo ser alterado o traçado da via local (via local da marginal);
• as geometrias dos cruzamentos da Av. Marquês de São Vicente com as avenidas Antártica e Pompéia poderão ser alterados;
• deverão ser propostas novas formas de interconexão entre as porções situadas a norte e a sul das ferrovias, de modo a integrá-las espacialmente – previsão de articulação espacial entre a marginal e a ferrovia e entre os bairros a norte e sul da área de intervenção. Os atuais traçados e posicionamentos das ferrovias poderão ser objeto de propostas de alteração, desde que atendidas as condições técnicas para seu funcionamento, sua articulação e integração espacial com as
áreas lindeiras, levando em consideração as propostas apresentadas pela CPTM – conforme material de referência;
• deverão ser observados os problemas de drenagem da região, bem como os planos existentes para sua resolução;
6.1.1.2 Sistemas edificados em solo público e privado
• possíveis alterações no lote ocupado pelo Nacional Futebol Clube não poderão alterar as edificações e os usos instalados;
• para os lotes com número de contribuinte 197.006.144, 197.006.124 e 197.006.143 (conforme arquivo SQL.jpg) poderão ser previstas demolições, novos usos e edificações, desde que mantidos o parcelamento e usos atualmente consolidados. Para o lote 197.006.125 deverá ser mantido o parcelamento atual.
6.1.1.3 Espaços livres públicos, questões ambientais e paisagísticas
• as propostas de ocupação das áreas vazias ou sub-utilizadas, de propriedade pública ou privada bem como as tipologias a serem propostas, devem considerar a situação geográfica da várzea, suas potencialidades e restrições;
• deve ser prevista a articulação física e funcional, através do encadeamento de espaços públicos, entre dois dos principais elementos estruturadores da região: o rio Tietê e a ferrovia, de modo a valorizá-los como fatos urbanísticos e matérias primas de concepção projetual e não simplesmente como obstáculos a serem superados.
6.1.1.4. Legislação e gestão
• os projetos deverão obedecer o coeficiente de aproveitamento máximo igual a 4 (quatro) [4], respeitando o potencial construtivo total de 2.742.762m² para todas as glebas contidas na área foco.
ANEXOS
183
• as áreas adicionais superiores ao coeficiente de aproveitamento igua a 1 (um) serão objeto de outorga onerosa;
• deverá ser prevista a implantação dos empreendimentos em etapas de modo a obter-se ao fim de cada etapa, um módulo de intervenção acabado;
• deverão ainda ser consideradas as intervenções em andamento em outras instâncias de governo, como a despoluição do Rio Tietê, a implantação da estação aero-ferroviária Água Branca (linha expressa Água Branca – Aeroporto Internacional de Guarulhos) e os planos da CPTM e da Rede Ferroviária Federal e suas concessionárias para a modernização dos equipamentos e serviços das ferrovias e para a destinação de seus patrimônios imobiliários;
O quadro de áreas disponíveis e as diretrizes básicas para a composição da mescla de usos são as seguintes:
Áreas abrangidas pelo projeto:
Distribuição das áreas líquidas propostas (de terrenos e áreas construídas):
6.1.2 Fases de Implantação
Definir, necessariamente, a primeira fase de implantação (intervenção indutora) prevendo o consumo de aproximadamente 120.000m² de área computável para uso residencial e não residencial, a critério do participante.
6.2 Região de Referência
As propostas para a Região de Referência deverão seguir as seguintes diretrizes básicas:
• a criação, ampliação, qualificação e interconexão dos espaços públicos – praças, parques e sistema viário–, incluindo tratamento paisagístico e eventuais desapropriações, se necessárias;
• articulação do sistema viário estrutural e sistema de transportes
ANEXOS
184
públicos com o sistema de circulação e fluxos (pedestres e veículos) proposto para a área-foco;
• considerações a respeito do sistema de macro e micro drenagem da região
7. Produtos
7.1. Para a Área Foco de Intervenção
• projeto urbano com explicitação do conceito urbanístico proposto;
• implantação geral – planimetria e altimetria do conjunto – em plantas, seções, vistas frontais e em perspectivas-, indicando: sistema viário existente e proposto, sistema de áreas livres, parcelamento do solo, volumetria das edificações propostas, tratamento paisagístico e características formais e funcionais dos espaços livres e edificações;
• memoriais descritivos;
• custos estimados das obras públicas;
• índices e parâmetros urbanísticos utilizados;
• proposta de fases de implantação destacando-se a primeira fase;
• indicação dos instrumentos urbanísticos e jurídicos a serem utilizados para a viabilização das ações públicas e privadas.
7.2. Para a Região de Referência
• implantação geral esquemática;
• esquemas gráficos – diretrizes, planilhas e memoriais demonstrando as articulações e conexões com a área-foco:
– criação, ampliação, qualificação e interconexão dos espaços públicos, incluindo tratamento paisagístico e possíveis desapropriações, se necessárias;
– articulação dos sistemas de circulação e transportes;
– considerações sobre os sistemas de micro e macro drenagem;
8. Documentos de referência
Estatuto da Cidade (Lei Federal nº 10.257/01);
Plano Diretor Estratégico (Lei Municipal nº 13.430/02);
Operação Urbana Água Branca (Lei Municipal nº 11.774/95);
Decreto de Habitação de Interesse Social (Decreto Municipal nº 44.667/04)
Créditos
Valter Caldana – CoordenadorMaria Regina Gomes dos SantosRoberta Stecca IunesMaurício Del Nero Oliveira
Instituto de Arquitetos do Brasil – IAB/S
Paulo Sophia – PresidenteCarlos Carmelo de Benedetto – Vice Pres. FinanceiroSecretaria de Planejamento Urbano de São Paulo – SEMPLAJorge Wilheim – SecretárioJosé Magalhães Júnior – Diretor de Projetos UrbanosHani Ricardo Barbara – Consultor SEMPLA
ANEXOS
185
ARQUITETOSMarcelo IgnatiosDaniel MontandonNatasha Mincoff MenegonMarcos BaldoniDavid VenturaESTAGIÁRIOS SEMPLAMarcela SouzaGabriela Audi
Empresa Municipal de Urbanização – EMURBNadia Somekh – PresidenteAntonio Carlos Rea – Vice-PresidenteRodrigo Juncal Rossler – Superintendente JurídicoJosé Sylvio Modé – Gerente de Assuntos JurídicosMarta Maria Lagreca de Sales – Assessora PresidênciaAndres Aguiar – Assessor Vice-PresidênciaVladir Bartalini – Arquiteto – Diretoria de Desenvolvimento de Polos
Notas
[1] Ver Plano Diretor Estratégico – (Lei Municipal nº 13.430/02)
[2] Ver Lei de Operação Urbana Água Branca – (Lei Municipal nº 11.774/95);
[3] Os novos índices e parâmetros de parcelamento, uso e ocupação do solo a serem propostos
deverão ter respaldo na legislação existente ou serão objeto de legislação específica, podendo ser
incorporados numa eventual revisão da Lei da Operação Urbana Água Branca. Essas propostas
deverão ser comparadas com os parâmetros existentes e indicados em planilha no memorial
descritivo.
[4] Conforme previsto para as áreas de Operação Urbana Consorciada no Plano Diretor Estratégico
(Lei Municipal nº 13.430/02)
ANEXOS
186
Concurso Bairro NovoSão Paulo, 25 de julho de 2004
REGULAMENTO
O presente regulamento tem como finalidade fixar normas e diretrizes para a realização do Concurso Público Nacional “Bairro Novo – Concurso Nacional para um Projeto Urbano”, doravante denominado apenas Concurso.
O Concurso é promovido pela EMURB – Empresa Municipal de Urbanização e organizado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil, Departamento de São Paulo – IAB/SP.
O presente Concurso é regido pela Lei 8.666 de 21/Jun/93 e demais legislações pertinentes, pelo Regulamento de Concursos para Projetos de Arquitetura do Instituto de Arquitetos do Brasil – IAB e Instruções e Recomendações da União Internacional de Arquitetos – UIA.
As informações contidas neste Regulamento complementam as informações contidas no Termo de Referência e no Edital do Concurso, componentes da Documentação Básica do Concurso.
1. Objetivo
1.1. O objetivo do presente Concurso é a seleção de um projeto urbano a ser implantado na Área Foco de Intervenção, localizada na Região da Água Branca, município de São Paulo, composta por áreas de propriedade da Prefeitura do Município de São Paulo e outros.
1.2. Este projeto urbano deverá ser composto por um conjunto de intervenções de reordenação urbanística que contemplem, no mínimo, os seguintes objetivos
gerais:
• ocupar e propor novas atividades para as glebas existentes na área foco de intervenção;
• melhorar as condições ambientais e ampliar as qualidades de vida urbana e as práticas sociais desse setor;
• viabilizar a implantação de empreendimentos, através da participação de agentes públicos e privados;
• criar áreas e equipamentos públicos, compatíveis com as novas condições potenciais de centralidade da área foco de intervenção e com suas características de alta acessibilidade e presença de atividades diferenciadas
• eferenciar, a partir das propostas apresentadas no Concurso, a futura revisão da Lei 11.774/95 (Operação Urbana Água Branca) bem como sua compatibilização com as diretrizes do Plano Diretor Estratégico e respectivo Plano Regional, pela Prefeitura do Município de São Paulo.
1.3. O projeto a ser apresentado pelos participantes do Concurso deverá conter, no mínimo, as informações e propostas indicadas no Termo de Referência, de autoria da Prefeitura do Município de São Paulo.
2. Região de referência e área foco de intervenção
2.1. Região de Referência
Entende-se por Região de Referência as regiões da Água Branca e da Barra Funda, onde está inserida a Área Foco de Intervenção.
2.2. Área Foco de Intervenção
A área foco de intervenção objeto deste Concurso é aquela compreendida entre a Avenida Castelo Branco (marginal do Rio Tietê), entre a Rua José Neto Lorenzon e a Ponte Júlio de Mesquita Neto, até a Av. Francisco Matarazzo, composta pelos lotes cujas matrículas estão no arquivo denominado lista de proprietários.pdf e de acordo com a planta cadastral incluída no material de referência – arquivo SQL.jpg.
ANEXOS
187
3. Material de referência
3.1. O presente Concurso terá todo seu material de referência disponibilizado aos participantes em meio eletrônico, via internet, através de domínio de acesso restrito, acessível através de identificação pessoal e senha secreta.
3.2. O material de referência a ser utilizado pelos participantes do Concurso na elaboração de suas propostas encontra-se disponível para acesso e arquivamento no endereço eletrônico www.iabsp.org.br/bairronovo, a partir de 13 de maio de 2004.
3.3. O Material de Referência será composto de: fotos aéreas e plantas da área foco de intervenção, legislação urbana, referências de níveis, indicações de infra-estrutura e prancha padrão para a apresentação dos trabalhos pelos participantes.
4. Material complementar
4.1. A critério do Arquiteto Coordenador do Concurso, até o dia 01 de julho de 2004, os participantes do Concurso poderão receber informações complementares que possibilitem a elevação do grau de conhecimento da área e das matérias envolvidas na elaboração das propostas.
4.2. O Material Complementar tem caráter auxiliar, não sendo, portanto, considerado parte integrante do material de referência.
5. Inscrições
5.1. As inscrições serão individuais, para Arquitetos, que deverão comprovar, no ato da inscrição, sua situação regular perante o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia/CREA, mediante apresentação de cópia da carteira e do recibo de pagamento da anuidade de 2004.
5.2. No caso de equipes de profissionais, estas deverão ser coordenadas por Arquiteto que será o responsável pela inscrição, respeitado o disposto no item anterior.
5.3. O período de inscrições se inicia no dia 19 de abril de 2004 e se encerra no dia 30 de junho de 2004.
5.4. No período compreendido entre 19 de abril e 13 de maio de 2004 as inscrições poderão ser efetuadas na Secretaria do Instituto de Arquitetos do Brasil, Departamento de São Paulo – IAB/SP, à Rua Bento Freitas, 306, 4.o andar, sala 43, São Paulo/SP, telefone (011) 259 6149, Fax (011) 259 6597, no período de 9:00 às 18:00h.
5.5. A partir de 14 de maio de 2004 até o encerramento do prazo de inscrições, estas deverão ser efetuadas exclusivamente via internet, no endereço eletrônico www.iabsp.org.br, mediante o preenchimento da ficha eletrônica de inscrição.
5.6. No ato da inscrição será cobrada taxa no valor de R$ 300,00 (Trezentos Reais). Para sócios quites do Instituto de Arquitetos do Brasil – IAB o valor da inscrição será de R$ 150,00 (Cento e Cinqüenta Reais).
5.7. A taxa de inscrição deverá ser paga através de depósito bancário identificado a favor de Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento de São Paulo, no Banco Itaú, Agência 0553 contacorrente 34.336-9 ou BANESPA, Agência 083 conta corrente 13-02275-9.
5.8. Após o preenchimento da ficha de inscrição, deverão ser encaminhadas à Secretaria do IAB/SP cópias dos comprovantes relacionados nos itens 6.1 e 6.7 deste Regulamento.
5.9. A inscrição será confirmada, via e-mail, até 48 horas após o recebimento dos comprovantes pela Secretaria do IAB/SP, quando o participante terá acesso a todos os dados do Material de Referência.
6. Consultas
6.1. Para o esclarecimento de quaisquer dúvidas referentes ao Concurso, os participantes deverão dirigir-se ao Arquiteto Coordenador do Concurso, exclusivamente por escrito, através de formulário eletrônico apropriado, acessível no endereço de internet www.iabsp.org.br/bairronovo ou pelo endereço eletrônico [email protected].
6.2. As questões formuladas pelos participantes serão respondidas pelo Arquiteto Coordenador do Concurso através de circulares dirigidas simultaneamente a todos os participantes do Concurso, sem a identificação
ANEXOS
188
do consulente, via Internet, através do endereço eletrônico fornecido no ato da inscrição, de acordo com a seguinte ordem:
• questões recebidas até 02/Jun/04 serão respondidas e postadas em 04/Jun/04;
• questões recebidas até 09/Jun/04 serão respondidas e postadas em 11/Jun/04;
• questões recebidas até 16/Jun/04 serão respondidas e postadas em 18/Jun/04;
• questões recebidas até 23/Jun/04 serão respondidas e postadas em 25/Jun/04;
• questões recebidas até 01/Jul/04 serão respondidas e postadas em 02/Jul/04;
6.3. A critério do Arquiteto Coordenador do Concurso, poderão ser emitidas circulares extraordinárias.
7. Apresentação dos trabalhos
7.1. Os trabalhos serão apresentados sob a forma de desenhos, textos e tabelas ou ilustrações sintetizados num total de 04 (quatro) pranchas formato A0/ABNT, conforme o modelo de Prancha Padrão constante no Material de Referência, em cópias heliográficas preto fino, cópias tipo “xerox” sobre fundo branco ou impressões em papel sulfite branco. Não serão aceitos desenhos em sua versão original.
7.2. As técnicas de apresentação são livres, respeitadas as regras estabelecidas.
7.3. Poderão ser empregadas cores a critério dos participantes.
7.4. As pranchas deverão ser dobradas no formato A4/ABNT, não sendo aceitas montagens sobre suporte rígido.
7.5. As pranchas não poderão receber montagens ou colagens de fotos, imagens, textos ou qualquer outro elemento.
7.6. É vetado o uso de grafia manuscrita para títulos, notas e textos em geral. Textos, Memoriais Descritivos, croquis e desenhos à mão livre ou coloridos manualmente, quando houver, deverão estar incorporados às pranchas.
7.7. As pranchas deverão seguir rigorosamente o modelo de prancha padrão fornecido no Material de Referência em suas dimensões e inscrições.
7.8. Não serão recebidas maquetes pelos organizadores.
8. Entrega e recepção dos trabalhos
8.1. Os trabalhos deverão ser entregues no dia 06 de julho de 2004, a partir das 10:00h e até as 22:00h, impreterivelmente, na sede do Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento de São Paulo, situada à Rua Bento Freitas, 306, Centro, São Paulo / SP, CEP 01220-000.
8.2. Os trabalhos enviados via Serviço de Correios ou qualquer outra forma de remessa deverão ser postados ou enviados com antecedência para que cheguem à sede do IAB/SP na data e hora limites do prazo de entrega e sejam protocolados no IAB/SP na data estabelecida. Sob nenhuma circunstância serão recebidos trabalhos que chegarem à sede da entidade fora do prazo estabelecido.
8.3. No ato da entrega, os trabalhos terão suas embalagens externas numeradas por ordem de chegada. Esse número constará do recibo fornecido ao concorrente.
8.4. Encerrado o prazo de entrega dos trabalhos, será lavrada ata contendo a relação dos trabalhos entregues. A ata deverá ser assinada pelo Arquiteto Coordenador de Concurso e testemunhas presentes.
8.5. Caberá ao Arquiteto Coordenador do Concurso, após a remoção da embalagem externa, numerar os trabalhos e sobrecartas que ficarão em seu poder, sob custódia, em envelope lacrado, até a identificação final dos vencedores do Concurso.
9. Embalagem
Os trabalhos enviados para julgamento deverão ser embalados da seguinte forma:
ANEXOS
189
9.1. O conjunto de 04 pranchas contendo o projeto deverá ser embalado em um único envelope, de papel pardo tipo “Kraft”, tamanho ofício, fechado com cola.
9.2. O envelope deverá receber, fixado com fita adesiva, envelope branco tamanho carta, fechado com cola, contendo em seu interior cópia da ficha de inscrição identificando o nome do Arquiteto Responsável e os nomes dos componentes da equipe de profissionais envolvidos no trabalho, quando for o caso.
9.3. Ambos os envelopes não poderão conter qualquer identificação, pseudônimos, marcas ou quaisquer outros elementos que permitam a identificação do concorrente.
9.4. O conjunto deverá ser embalado em papel pardo resistente tipo “Kraft”.
9.5. Sob nenhum pretexto serão aceitos trabalhos que estiverem em desacordo com as normas de embalagem acima especificadas.
10. Comissão julgadora
10.1. A Comissão Julgadora será composta por 07 (sete) membros, sendo 03 (três) membros indicados pelo organizador do Concurso, 03 (três) membros indicados pelo promotor do Concurso e 01 (um) membro indicado de comum acordo entre ambos.
10.2. Os nomes dos membros da Comissão Julgadora serão divulgados aos participantes do Concurso no dia 04 de junho de 2004.
10.3. A Comissão Julgadora avaliará o atendimento aos objetivos do Concurso e basear-se-á nos critérios gerais abaixo relacionados, a serem previamente detalhados pela própria Comissão Julgadora, fazendo-os constar da Ata de Julgamento:
• Conceituação Geral;
• Viabilidade da Proposta Geral e suas relações com a área de referência;
• Integração das propostas ao espaço urbano;
• Coerência das propostas apresentadas.
10.4. Serão também observadas pela Comissão Julgadora as propostas dos participantes com relação ao:
• partido urbano adotado:
– interface entre os sistemas gerais (solo público, a saber: sistema viário, transportes e áreas verdes) e os conjuntos edificados (solo privado: tipologias e morfologia)
– estruturação do bairro – análise da inserção do conjunto edificado proposto e sua relação com as condições atuais do espaço em pauta: estrutura fundiária, topografia, localização urbana e impactos ambientais;
– compatibilidade dos parâmetros urbanísticos abordados com a estrutura fundiária proposta;
– viabilidade técnica de implementação;
– viabilidade das fases de implantação propostas (compartimentação, programa, densidades e custos estimados e acumulados por etapa)
• grau de aprofundamento das resoluções técnicas:
– quanto ao conteúdo abordado:
– sistema viário: inserção e adequação do traçado geral, caracterização geométrica e hierarquização viária;
– transportes: articulação dos diversos modos, e adequação com o sistema viário existente e proposto;
– áreas verdes: índices de áreas permeáveis e arborizadas, integração dos espaços públicos e de áreas verdes;
– conjunto edificado: volumetria proposta, interface do espaço público com as edificações, densidade urbana, relação com o entorno e com a macro paisagem;
ANEXOS
190
– aspectos normativos: abordagem dos instrumentos urbanísticos passíveis de serem utilizados, fundamentação dos parâmetros urbanísticos propostos, relação com planos e programas incidentes;
• peças gráficas (compatibilidade de escalas, qualidade gráfica, precisão e clareza das informações)
– caracterização e descrição, conteúdo e clareza das justificativas, dos parâmetros urbanísticos e da abordagem da legislação existente.
– E também quanto à fundamentação técnica para subsidiar posterior elaboração de Plano – Referência de Intervenção e Ordenação Urbanística para implementação do Bairro Novo e futura revisão da Lei Nº 11.774/95 da Operação Urbana Água Branca.
10.5. Em caso de impedimento de qualquer dos membros da Comissão Julgadora, este será substituído pela instituição responsável por sua indicação, de acordo com o item 11.1.
10.6. As sessões de julgamento serão secretas.
10.7. A Comissão Julgadora avaliará os trabalhos e definirá os trabalhos vencedores.
10.8. A Comissão Julgadora poderá, a seu critério, indicar Menções Honrosas e Destaques.
10.9. Caberá ao Arquiteto Coordenador do Concurso, antes de iniciada a primeira sessão de julgamento, verificar o atendimento das disposições deste Regulamento pelos dos trabalhos entregues, procedendo à desclassificação daqueles que porventura não atendam às condições previstas, dando ciência da ocorrência à Comissão Julgadora e consignando-a na ata do julgamento.
10.10. A Comissão Julgadora poderá recusar trabalhos que não atendam ao Edital, ao Regulamento ou ao Termo de Referência, devendo fazer constar na ata do julgamento essa atitude.
10.11. O Arquiteto Coordenador do Concurso participará das Sessões de Julgamento, na condição de Consultor, sem direito a voto, para assessorar
a Comissão Julgadora e dirimir dúvidas surgidas durante o processo de julgamento.
10.12. As decisões da Comissão Julgadora são irrecorríveis.
11. Apresentação dos resultados
11.1. O resultado do julgamento dos trabalhos apresentados será conhecido em sessão pública solene, no dia 22 de julho de 2004, em hora e local a serem indicados pela Prefeitura do Município de São Paulo.
12. Premiação
12.1. Os prêmios a serem conferidos pela Comissão Julgadora serão, pela ordem: 1°, 2° e 3° colocados.
12.2. A Comissão Julgadora poderá, a seu critério, distinguir projetos apresentados com Menções Honrosas ou Destaques.
12.3. O 1° colocado fará jus a um prêmio em dinheiro de R$50.000,00 (cinqüenta mil Reais).
12.4. O 2° colocado fará jus a um prêmio em dinheiro de R$30.000,00 (trinta mil Reais).
12.5. O 3° colocado fará jus a um prêmio em dinheiro de R$20.000,00 (vinte mil Reais).
12.6. Menções Honrosas e destaques, quando houver, não receberão remuneração ou prêmios em dinheiro.
12.7. Os vencedores do Concurso poderão, a seu critério, apresentar pessoa jurídica da qual participem para o recebimento do prêmio em dinheiro.
12.8. Os prêmios outorgados serão pagos aos vencedores pela instituição promotora do Concurso, havendo sobre os mesmos a incidência da legislação fiscal pertinente.
13. Comissão organizadora
ANEXOS
191
Arq. Valter Caldana – CoordenadorArq. Regina GomesAcad. Roberta Stecca IunesAcad. Maurício Del Nero Oliveira
Instituto de Arquitetos do Brasil – IAB/SPArq. Paulo Sophia – PresidenteArq. Carlos Carmelo de Benedetto – Vice Pres. Financeiro
Secretaria de Planejamento Urbano de São Paulo – SEMPLAJorge Wilheim – SecretárioJosé Magalhães Júnior – Diretor de Projetos UrbanosHani Ricardo Barbara – Consultor SEMPLAArquitetosMarcelo IgnatiosDaniel MontandonNatasha Mincoff MenegonMarcos BaldoniDavid VenturaEstagiários SemplaMarcela SouzaGabriela Audi
Empresa Municipal de Urbanização – EMURBNadia Somekh – PresidenteAntonio Carlos Rea – Vice-PresidenteRodrigo Juncal Rossler – Superintendente JurídicoJosé Sylvio Modé – Gerente de Assuntos JurídicosMarta Maria Lagreca de Sales – Assessora PresidênciaAndres Aguiar – Assessor Vice- PresidênciaVladir Bartalini – Arquiteto – Diretoria de Desenvolvimento de Polos
14. Disposições gerais
14.1. É vedada a participação no presente Concurso de Membros do grupo coordenador e da Comissão Julgadora; Funcionários das instituições promotora; Membros da Diretoria Executiva da entidade organizadora; Pessoas jurídicas de direito público ou privado; Parentes de primeiro grau de consangüinidade ou afinidade, dependentes e sócios do Arquiteto Coordenador do Concurso, dos membros da Comissão Julgadora e dos membros da Comissão Organizadora.
14.2. Os autores dos projetos vencedores cederão seus direitos patrimoniais a estes relativos, para que a Prefeitura Municipal de São Paulo possa utilizá-los nos termos do Artigo 111 da Lei Federal n° 8.666/93.
14.3. Quando da contratação dos trabalhos premiados no presente Concurso, os autores do mesmo poderão indicar, para a assinatura do contrato, empresa da qual participe.
14.4. A entrega do trabalho para julgamento implica, por parte do concorrente, na aceitação plena e irrevogável das bases do Concurso, normas e condições do Edital, do Regulamento e de seus anexos e complementos.
14.5. Fica eleito o Foro da Cidade de São Paulo para dirimir quaisquer aspectos de ordem legal.
São Paulo, 13 de maio de 2004
Comissão Organizadora
ANEXOS
192
Concurso Bairro NovoSão Paulo, 25 de julho de 2004
ATA DE JULGAMENTO (CIRCULAR 011)
São Paulo, 22 de julho de 2004
Caros Colegas,
Inicialmente é meu dever agradecer a todos os membros da Comissão Organizadora do Concurso Bairro Novo, uma equipe de mais de 40 pessoas que tive o privilégio de Coordenar, composta por profissionais da W2 Comunicações, Anhembi Turismo, do Cerimonial do Gabinete, da Secretaria de Governo, da EMURB, da Diretoria de Projetos Urbanos, da Secretaria de Planejamento e do IAB-SP.
Devo também agradecer ao Corpo de Jurados, pela presteza, pela dedicação e pela seriedade com que durante uma semana interromperam suas atividades normais para fazer a análise e o julgamento dos 60 trabalhos entregues.
Quero ainda parabenizar a Prefeitura de São Paulo, na figura da Secretaria de Planejamento e da Emurb, na pessoa de seus titulares Arq. Jorge Wilheim e Arq. Nádia Somekh, e da Diretoria de Projetos Urbanos, na pessoa de seu titular o Arq. José Magalhães Júnior, que tiveram a sensibilidade de propor ao IAB a organização deste concurso em bases absolutamente inovadoras, envolvendo de maneira inédita o poder público, a sociedade civil e a iniciativa privada.
Este desafio possibilitou o envolvimento de 60 equipes e aproximadamente 700 profissionais na elaboração de propostas que, pela primeira vez em iniciativas desta natureza, puderam levar em consideração os novos instrumentos do Estatuto da Cidade, das Parceria Público-Privado e, acima de tudo, da gestão
urbana baseada na construção da cidade real, na qualidade de vida e na inclusão social.
E, finalmente, me cabe agradecer e parabenizar a todos os participantes do Concurso.
Como todos sabemos, elaborar um projeto de Arquitetura é um ato de coragem e exposição.
E os colegas que participaram deste Concurso, certamente acrescentaram muitos pontos de reflexão e prática para o desenvolvimento de nossa cidade e do pensamento da Arquitetura no Brasil.
A todos, muito obrigado.
Arq. Valter CaldanaConsultor
Ata de julgamento
Às 11:00 horas do dia 12 de Julho de 2004, no Mezanino do IAB/SP, à rua Bento Freitas, 306, São Paulo/SP, na presença do Consultor, Arquiteto Valter Caldana, da acadêmica Roberta Stecca Iunes e dos Srs. Emerson Fioravante e Alírio Ferreira da Silva, o Arq. Consultor iniciou a abertura dos envelopes contendo os trabalhos entregues para julgamento e a numeração das pranchas de acordo com os envelopes, de PR 1001 a PR 1059.
Neste momento foi entregue ao Arq. Consultor pela Secretaria do IAB/SP um pacote contendo um trabalho, deixado na sede do IAB/SP no dia 07 de julho de 2004, portanto fora do prazo previsto no Regulamento do Concurso. Tal embalagem foi lacrada e o trabalho considerado desclassificado pelo não cumprimento do item 8 do Regulamento.
Durante a abertura dos envelopes foi constatado que o trabalho PR 1058 continha no envelope além de 04 (quatro) pranchas 02 (dois) conjuntos de folhas datilografadas em desacordo com os itens 7 e 8 do Regulamento do Concurso, sendo este, portanto, desclassificado.
Neste sentido, foram apresentados à Comissão Julgadora para sua apreciação 58 (cinqüenta e oito) trabalhos.
ANEXOS
193
Às 14:00 horas reuniu-se o Corpo de Jurados, composto pelo Arquiteto Alberto Rubens Botti, Arquiteto Alfredo Máximo Garay, Arquiteto Jorge Wilheim, Arquiteto José Magalhães Júnior, Arquiteto Luiz Fernando de Almeida Freitas, Arquiteto Nádia Somekh e Arq. Paulo de Melo Zimbres, com o Presidente do IAB/SP Arquiteto Paulo Sophia, o Eng. Ricardo Barbara, membro da Comissão Organizadora do Concurso e o Arq. Consultor.
Na ocasião o Arquiteto Paulo Sophia destacou a importância deste Concurso, lembrou aos presentes a necessidade de uma leitura rigorosa e profunda, mas também generosa dos trabalhos, e, agradecendo a presença de todos, se retirou.
Em seguida, o Arq. Consultor fez a apresentação do material do Concurso, seus objetivos e um breve relatório de seu andamento.
Na ocasião ficou estabelecida a metodologia básica de julgamento dos trabalhos apresentados, que consiste em:
Análise individual pelos membros do Júri de cada trabalho apresentado.
Análise individual de cada trabalho, onde cada membro apontará os trabalhos que não deverão passar à próxima fase.
Ao final desta fase serão eliminados os trabalhos apontados pela totalidade do Júri.
Análise coletiva dos trabalhos pelos membros do Júri, com troca de idéias e impressões e revisão das etapas anteriores.
Análise individual dos trabalhos, desta vez com o apontamento por parte do Júri dos trabalhos a permanecerem em análise e seleção.
Análise coletiva dos trabalhos pelos membros do Júri, com troca de idéias e impressões e revisão das etapas anteriores.
Análise individual dos trabalhos, com seleção, entre os trabalhos remanescentes, dos trabalhos passíveis de premiação.
Análise coletiva dos trabalhos para definição da ordem de premiação.
Revisão geral das decisões tomadas e finalização da Lista de Premiados e Menções Honrosas.
Terminada a reunião, os membros do Corpo de Jurados acompanhados do Arq. Consultor e do Eng. Ricardo Barbara realizaram visita conjunta à Área de Referência e à Área Foco de Intervenção do Concurso para reconhecimento.
No retorno da visita realizada a Comissão Julgadora se manteve reunida em sessão fechada, dando prosseguimento à fase 01 do julgamento. A sessão de Julgamento no primeiro dia se encerrou às 20:00 horas.
Às 10:00 horas do dia 13 de julho, segundo dia, se reuniu a Comissão Julgadora do Concurso, dando início à Fase 02 do Processo de Julgamento, suspensa às 19:30 horas e retomada às 10:00 horas do dia 14 de julho.
Esta fase do julgamento dos trabalhos se encerrou às 13:00 horas do dia 14 de julho, terceiro dia de julgamento, onde foram selecionados para a próxima fase de julgamento 32 trabalhos, a saber:
PR 1001, PR 1002, PR 1004, PR 1005, PR 1006, PR 1009, PR 1010, PR 1012, PR 1014, PR 1015, PR 1016, PR 1019, PR 1023, PR 1027, PR 1028, PR 1031, PR 1033, PR 1034, PR 1035, PR 1036, PR 1039, PR 1041, PR 1042, PR 1044, PR 1045, PR 1046, PR 1047, PR 1048, PR 1049, PR 1051, PR 1052, PR 1053, PR 1054 e PR 1059.
Às 14:00 horas do mesmo dia 14 de julho a Comissão Julgadora se reuniu para dar andamento à fase 03 do julgamento, quando foram discutidos e revisados os critérios individuais e coletivos de seleção.
Encerrada esta fase, foi dada seqüência ao julgamento, em sua fase 04, que se iniciou às 16:00 horas, foi suspensa às 19:00 hora e retomada às 10:00 horas do dia 15 de julho, quarto dia de julgamento, se encerrando às 14:00 horas, com a seleção de 23 trabalhos, a saber:
PR 1001, PR 1002, PR 1004, PR 1005, PR 1006, PR 1010, PR 1012, PR 1016, PR 1028, PR 1031, PR 1033, PR 1034, PR 1035, PR 1036, PR 1039, PR 1041, PR 1042, PR 1045, PR 1046, PR 1048, PR 1051, PR 1052 e PR 1053.
ANEXOS
194
No mesmo dia 15 de julho, entre as 15:30 e as 17:00 horas, a Comissão Julgadora realizou a fase 05 do julgamento, quando debateu os trabalhos até ali selecionados e reafirmou os critérios adotados, com a seleção de 18 trabalhos para a próxima fase de julgamento, que são os que seguem:
PR 1001, PR 1002, PR 1004, PR 1010, PR 1012, PR 1016, PR 1028, PR 1031, PR 1033, PR 1034, PR 1036, PR 1039, PR 1041, PR 1042, PR 1045, PR 1046, PR 1051 e PR 1052.
Na seqüência a Comissão Julgadora procedeu à fase 06 do julgamento, que se encerrou às 20:00 horas, quando foram destacados para possível premiação os trabalhos:
PR 1002, PR 1004, PR 1016, PR 1036, PR 1039, PR 1041, PR 1045, PR 1046, PR 1051 e PR 1052.
No dia 16 de julho, quinto dia de trabalhos, no período compreendido entre as 10:00 e as 14:00 horas a Comissão Julgadora se reuniu para dar andamento à fase 07 do julgamento, quando foram verificados e analisados os trabalhos selecionados na fase anterior.
Nesta ocasião foi solicitada a presença do Eng. Ricardo Barbara, membro da Comissão Organizadora do Concurso, para auxiliar a Comissão Julgadora e prestar esclarecimentos quanto a aspectos mercadológicos.
Na mesma data, a partir das 14:00 horas a Comissão Julgadora deu prosseguimento à fase 08 do julgamento, quando recuperou para discussão o trabalho PR 1033, e após debates intensos estabeleceu, por consenso, o que segue:
“A qualidade da quase totalidade dos 58 projetos examinados esteve certamente à altura da complexidade e importância do tema proposto. Foi notável o esforço, dedicação e profundidade demonstrada pelas equipes que se debruçaram sobre o problema, tentando responder ao desafio de criar um bairro novo inserido na realidade dinâmica da cidade de São Paulo.
A qualidade da maioria dos projetos apresentados resultou em um fértil e intenso debate entre os próprios membros do júri, os quais chegaram a veredicto unânime.
O resultado final indica os seguintes premiados:
1º lugar: projeto PR 1051
2º lugar: projeto PR 1052
3º lugar: projeto PR 1039
seguidos pelas seguintes menções: projetos PR 1002, PR 1004,
PR 1016, PR 1033, PR 1036, PR 1041 e PR 1046 .
Quanto às menções, aponta-se:
No Projeto PR 1002 o belo eixo verde com canal e que termina em pequeno lago com atracadouro, ao lado do Tietê;
No Projeto PR 1004, a estruturação do bairro segundo três eixos verdes oblíquos;
No Projeto PR 1016, a riqueza de soluções parciais e a originalidade da teia proposta;
No Projeto PR 1033, a implantação do bairro em torno de um grande parque central;
No Projeto PR 1036 a unidade dada pela via verde interna articulada à Av. Marques de S.Vicente e a penetração do lago adentrando a trama das quadras;
No Projeto PR 1041, a exploração do tecido residencial através de quadras de rica volumetria;
E no Projeto PR 1046, a solução compacta e vertical.
O Projeto PR 1039, classificado em terceiro lugar, apresenta uma organização de bairro a partir de eixos verdes ortogonais, com organização simples do espaço, boa escala dos espaços públicos, mantendo inalteradas as ocupações de lojas e clubes pré-existentes.
ANEXOS
195
O Projeto PR 1052, classificado em segundo lugar, apresenta boa integração viária com o entorno, bom traçado viário dando unidade ao bairro, havendo indicações claras para a composição volumétrica das quadras.
Tem bom aproveitamento da área ao lado dos edifícios da Construtora Ricci com a colocação de uma estação aéreo-ferroviária.
O Projeto PR 1051, classificado em primeiro lugar responde à expectativa de um bairro diferençado, indicando uma forma de habitar em São Paulo diferente da atual tendência de condomínios em edifícios altos e isolados.
Possui bom conceito geral, enaltece a vida de bairro, controla a trama urbana com boa escala das ruas, calçadas, galerias, e áreas privativas. Propõe uma boa separação e seqüência de etapas, facilitando a sua implementação e a realização de parcerias público - privadas destinadas a acelerar a gradual implantação do novo bairro. Na primeira etapa indica-se adequadamente a construção, ao lado dos edifícios da Construtora Ricci, de hotel com espaços para convenções, ao qual conviria acoplar uma estação da CPTM, constituindo um módulo indutor adequado.
As quadras compostas por prédios contíguos de pavimento térreo mais seis pavimentos, permitem a participação de empreendedores e construtores de médio porte na construção do bairro.
O partido adotado aceita diversidade de escala e insere edifícios destinados a HIS ao lado dos demais prédios em lugar de segregá-las. Estabelece escala e volumes dos espaços privados a partir do desenho dos espaços públicos e promove ruas e esquinas animadas, dando condições para uma vida de bairro marcada pela mistura de usos e pessoas.
Algumas recomendações são alinhadas: conviria dar uma atenção menos marginal ao parque proposto, garantir a existência de marcos referenciais urbanos avaliando a conveniência de verticalizações pontuais, além de aprofundar as soluções hidráulicas. Será necessário proceder a uma negociação com os clubes a fim de adequá-los à trama urbana proposta da melhor forma possível.
Trata-se indubitavelmente de uma experiência urbanística digna de ser implantada.
O resultado do concurso, assim como o alto nível da participação nacional aponta para a importância desta forma de seleção para obras urbanísticas e arquitetônicas de relevada importância.”
Assim sendo, às 20:30 horas foi lavrada esta Ata, em duas vias de igual teor, que segue datada, assinada por mim, Arquiteto Coordenador e pelos membros da Comissão Julgadora.
São Paulo, 16 de julho de 2004.
Arq. Valter CaldanaArq. Alberto Rubens BottiArq. Alfredo Máximo GarayArq. Jorge WilheimArq. José Magalhães JúniorArq. Luiz Fernando de A. FreitasArq. Nádia SomekhArq. Paulo de Melo Zimbres
ANEXOS
196
ANEXO B – PowerPoint de apresentação do concurso, exibido no debate inicial e fornecido aos participantes.
ANEXOS
197
ANEXOS
198
ANEXOS
199
ANEXOS
200
ANEXOS
201
ANEXOS