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Professor cpad.com.br Lições Bíblicas 1º trimestre 2019 2358-8136 RUMO À TERRA PROMETIDA A Peregrinação do Povo de Deus no Deserto no Livro de Números

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Professorcpad.com.br

L i ç õ e s B í b l i c a s

1º trimestre 2019

2358-8136

RUMO À TERRA PROMETIDA

A Peregrinação do Povo de Deus noDeserto no Livro de Números

www.escola-ebd.com.br

O pentecostalismo é uma força evangélica e cristã cujo papel é o resgate da Pessoa do Espírito Santo na condução da Igreja. O pentecostalismo lembrou ao cristianismo global que o Espírito Santo é apenas discreto, mas o seu trabalho é e deve ser visível e, também, glorifica e deve glorificar a pessoa de Cristo Jesus.

Os pentecostais ensinaram que o Espírito Santo não é uma peça calada e meramente simbólica de Cristo. Ele veio para substituir de maneira factual a pessoa de Cristo nesta terra e na Igreja. O Espírito é aquele que aviva a Igreja e a capacita para o serviço na comunidade e pela comunidade e no mundo e pelo mundo. O Espírito Santo é o impulso e força missional da Igreja, pois a forma com dons para que estes sirvam no propósito de edificação e crescimento do Corpo de Cristo. E, acima de tudo, o Espírito Santo é aquele quem convence o “mundo do pecado, da justiça e do juízo” (João 16.8).

O pentecostalismo lembrou em voz alta, literalmente, que Ele está aqui e não há substituto à altura para Cristo do que a pessoa divina do Espírito Santo, que é também o Espírito de Cristo. E uma igreja com uma pneumatologia forte é uma igreja com uma missão forte.

REVISTA-SE DO PODER DO ESPÍRITO

Seja a diferença!

ONDE QUER QUE VOCÊ ESTEJA,

Deus deseja que os cristãos se relacionem bem uns com os outros. Na verdade,

Ele é enfático sobre este ponto. Jesus foi claro ao dizer: “Nisto todos conhecerão

que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.” (João 13.35).

Você entendeu isto?

O mundo saberá se somos cristãos ou não pela forma como agimos em relação

ao nosso próximo. Mas quem é o nosso próximo? Não é apenas o nosso irmão em

Cristo, mas também nosso vizinho, nosso parente, nosso colega de trabalho. Enfim,

nosso próximo é quem está… próximo!

Quando você se torna um cristão, Deus espera que ao fazer parte da Igreja dEle.

que você seja uma pessoa que una as outras pessoas, que se torne uma pessoa

cuja presença faça a diferença em seu meio.

Ser cristão vai muito além das tarefas na igreja; ser cristão é fazer o bem em palavras e

atos em nosso bairro, onde estudamos, no nosso trabalho. Podemos não ter muitos

recursos, mas sempre podemos ter um sorriso, um ombro amigo, uma palavra

de sabedoria ou de oração por quem precisa. Onde quer que formos sejamos a

diferença!

“Se for possível, quanto estiver de vós, tende paz com todos os homens.”

Romanos 18.18

Professorcpad.com.br

RUMO À TERRA PROMETIDAA Peregrinação do Povo de Deus no Deserto no Livro de Números

Comentarista: Reynaldo Odilo

L i ç õ e s B í b l i c a s

1º trimestre 2019

Lição 1O LIVRO DE NÚMEROS — CAMINHANDO COM DEUS NO DESERTO 3

Lição 2OS PREPARATIVOS PARA A CONQUISTA 11

Lição 3SANTIDADE — REQUISITO PARA A CONQUISTA 18

Lição 4A PRESENÇA DE DEUS NO DESERTO 26

Lição 5DECIDINDO O SEU FUTURO 33

Lição 6O PECADO DA REBELIÃO 40

Lição 7OS PERIGOS DO DESERTO 47

Lição 8AS GUERRAS NO DESERTO 54

Lição 9 A PROTEÇÃO NO DESERTO 61

Lição 10OS CUIDADOS E DEVERES DA NOVA GERAÇÃO 69

Lição 11MOISÉS, UM LÍDER VITORIOSO 76

Lição 12UM LÍDER FORMADO NO DESERTO 83

Lição 13O DESERTO VAI PASSAR 90

Presidente da Convenção Geral dasAssembleias de Deus no BrasilJosé Wellington Costa Junior

Conselho AdministrativoJosé Wellington Bezerra da Costa

Diretor ExecutivoRonaldo Rodrigues de Souza

Gerente de PublicaçõesAlexandre Claudino Coelho

Consultoria Doutrinária e TeológicaClaudionor de Andrade

Gerente FinanceiroJosafá Franklin Santos Bomfim

Gerente de Produção Jarbas Ramires Silva

Gerente ComercialCícero da Silva

Gerente da Rede de LojasJoão Batista Guilherme da Silva

Chefe de Arte & DesignWagner de Almeida

ComentaristaReynaldo Odilo

RedatoraTelma Bueno

Diagramação e CapaSuzane Barboza

FotosShutterstock

CASA PUBLICADORA DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS

Comunique-se com a redatora da revista de JovensPor carta: Av. Brasil, 34.401 - BanguCEP: 21852-002 - Rio de Janeiro/RJPor e-mail: [email protected]

RIO DE JANEIROCPAD MatrizAv. Brasil, 34.401 - Bangu - CEP21852-002Rio de Janeiro - RJTel.: (21) 2406-7373 - Fax: (21) 2406-7326E-mail: [email protected]

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RUMO À TERRA PROMETIDA

A Peregrinação do Povo de Deus no Deserto

no Livro de NúmerosPrezado (a) professor (a),Com a graça do Pai, estamos iniciando

um ano novo e um novo trimestre. Juntos, aprenderemos importantes e preciosas lições da Palavra de Deus e com certeza podemos dizer: “Ebenézer: Até aqui nos ajudou o Senhor.” Não faltam motivos para louvarmos a Deus.

Vamos iniciar o ano estudando a respeito do livro de Números que nos mostra a peregrinação dos hebreus pelo deserto. Por isso, Números também pode ser chamado de “No Deserto” (bemidhar, palavra que aparece no primeiro versí-culo do livro).

O autor é Moisés, assim como de todo o Pentateuco. Ele foi o líder esco-lhido pelo Senhor e preparado por Ele para conduzir seu povo rumo à Terra Prometida. O propósito do livro é mostrar por que os hebreus não entraram na Terra Prometida assim que deixaram o Egito, mas tiveram de caminhar durante quarenta anos.

Esperamos que os temas abordados nas lições contribuam para o crescimento da sua fé, pois precisamos de confiança para vencer os desertos deste mundo tenebroso até adentrarmos na Terra Prometida, a Nova Jerusalém que o Senhor já tem preparado para aqueles que permanecerem fiéis até o fim.

Até o próximo trimestre.Os Editores.

JOVENS 3

L I Ç Ã O

1

O LIVRO DE NÚMEROS — CAMINHANDO COM DEUS NO DESERTO

TEXTO DO DIA

“Ora, tudo isso lhes sobreveio como figuras, e estão escritas

para aviso nosso, para quem já são chegados os

fins dos séculos.”(1 Co 10.11)

SÍNTESE

A peregrinação dos hebreus pelo deserto, rumo à Canaã,

por aproximadamente 40 anos, revela lições

importantes para a igreja da atualidade.

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA - Sl 29.8 A voz do Senhor faz tremer o deserto

TERÇA - Sl 68.7 Deus caminha com o povo no deserto

QUARTA - Sl 78.15,16 Deus, no deserto, faz brotar água da rocha

QUINTA - Sl 78.19 O povo duvida de Deus no deserto

SEXTA - Sl 136.16 Deus guia seu povo pelo deserto

SÁBADO - Jo 6.49,51 Cristo, o pão vivo que desceu no deserto

06/01/2019

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OBJETIVOS• APRESENTAR um panorama geral do livro de Números;• EXPLICAR a natureza das experiências vivenciadas

pelo povo Israel na sua peregrinação pelo deserto;• MOSTRAR como Cristo aparece tipologicamente no

livro de Números.

INTERAÇÃOO livro de Números nos mostra a caminhada do povo de Deus pelo deserto rumo à Terra Prometida. Seus alunos terão a oportunidade de compreenderem a vontade do Senhor para o seu povo, enquanto analisam os percalços dos hebreus pelo deserto. As vitórias, derrotas e lutas dos hebreus servem como exemplo para os cristãos da atualidade, pois estamos também caminhando rumo à Canaã Celestial. O comentarista do trimestre é o pastor Reynaldo Odilo Martins Soares. Ele é natural e reside no Rio Grande do Norte - Natal. O pastor Reynaldo é juiz de direito, ba-charel em Teologia e em Direito, especialista em Direito Processual Civil e Penal, mestre e doutorando em Direito pela Universidade do País Vasco, Espanha. Tem diversas obras editadas pela CPAD.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICAEstimado(a) professor (a), é um privilégio ser vocacionado e selecionado por Deus para ensinar as Sagradas Escri-turas. Por isso, esforce-se, inspire-se, ore, jejue, estude (utilizando todas as ferramentas disponíveis, inclusive o livro da lição) — seja um instrumento de Deus para esta geração. Apesar do imenso desafio inerente a essa tarefa, somado às muitas atividades do dia a dia, o Senhor não tem lhe deixado só, antes, tem levantado você como professor(a) da juventude. Dedique-se ao seu ministério e invista nele. O Mestre dos mestres é o maior interessado no êxito desta obra e Ele lhe ajudará. Caminhar com Deus pelo deserto desta vida é a experiência mais gratificante de todas. Boa viagem!

JOVENS 5

1 Coríntios 10.1-11

1  Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem; e todos passaram pelo mar, 

2  e todos foram batizados em Moisés, na nuvem e no mar, 

3  e todos comeram de um mesmo manjar espiritual, 

4  e beberam todos de uma mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo. 

5  Mas Deus não se agradou da maior par-te deles, pelo que foram prostrados no deserto. 

6  E essas coisas foram-nos feitas em figura, para que não cobicemos as coi-sas más, como eles cobiçaram.

7  Não vos façais, pois, idólatras, como alguns deles; conforme está escrito: O povo assentou-se a comer e a beber e levantou-se para folgar. 

8  E não nos prostituamos, como alguns deles fizeram e caíram num dia vinte e três mil. 

9  E não tentemos a Cristo, como alguns deles também tentaram e pereceram pelas serpentes. 

10 E não murmureis, como também alguns deles murmuraram e pereceram pelo destruidor. 

11  Ora, tudo isso lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos.

TEXTO BÍBLICO

INTRODUÇÃO

Com a ida da família de Jacó para o país mais rico da época, a fim de escapar da fome, os hebreus prospe-raram grandemente. A prosperidade do povo de Deus, no Egito, fez com que ele passasse a ser considerado uma ameaça social e política. Os hebreus tornaram-se escravos e sofreram muito debaixo do jugo de Faraó. Mas Deus, por intermédio de Moisés, libertou os israelitas da escravidão e, após a travessia do mar, guiou-os pelo deserto, rumo à Terra Prometida. Entretanto, primeiro, era necessário passarem pelo Sinai, para que recebessem a Lei, pois precisa-vam de parâmetros civis, morais e espirituais para se estabelecerem como uma nação. Depois de ca-minharem pelo deserto por cerca de 40 anos, quando toda aquela geração adulta que houvera sido escravizada morreu, eles chegaram ao seu destino final. Diferentemente de outros povos, os hebreus não sucumbiram diante de Faraó e das muitas aflições do deserto. Deus queria preservá-los para si, pois havia prometido que, deles, descenderia o Salvador do mundo.

COMENTÁRIO

I – O LIVRO DE NÚMEROS 1. Números ou “no deserto”. Ao tra-

duzir o Antigo Testamento para o grego (tradução chamada Septuaginta), um grupo de setenta sábios denominou o terceiro livro do Pentateuco de “Núme-ros”, por conta dos dois recenseamentos mencionados na obra. Na Bíblia hebraica, entretanto, o livro tem como título “no

deserto”, expressão extraída do texto de Números 1.1 (“Falou mais o SENHOR a Moisés, no deserto”). A maioria dos fatos, nele narrados, se desenvolveram “no deserto”. As duas titulações possuem justificativas plausíveis e, sob o prisma da didática, têm grande importância; por isso, ao longo das lições, ambas serão utilizadas.

6 JOVENS

2. Considerações preliminares. Al-guns eruditos defendem que o livro de Números poderia ser chamado de “peregrinação no deserto”, “livro das caminhadas”, “livro das murmurações”, “o livro do deserto”, dentre outros, por narrar a caminhada que Israel fez, sob

a liderança de Moisés (que o escreveu), por volta do ano 1440 a 1400 a.C., segun-do a maioria dos estudiosos. A palavra “deserto” aparece em Números quase 50 vezes, — a maior frequência nos escritos bíblicos.

A Bíblia declara expressamente que a narrativa de Números traz lições objetivas para nós que vivemos “nos fins dos séculos”, conforme 1 Coríntios 10.11. Assim, o jovem cristão, no dia a

dia, quando se deparar com um convite à prostituição, idolatria, murmuração, rebelião, deve rapidamente se lembrar — como recomenda a Palavra proféti-ca — de uma geração que morreu “no deserto”, porque cedeu às inclinações carnais e aos apelos mundanos.

O Senhor Deus, séculos depois, de

maneira poética, usou Oseias para des-crever, com precisão, o que aconteceu: “Quando Israel era menino, eu o amei; e do Egito chamei a meu filho. Mas, como os chamavam, assim se iam da sua face […]. Todavia, eu ensinei a andar a Efraim;

A Bíblia declara expressamente que a narrativa de Números

traz lições objetivas paranós que vivemos

“nos fins dos séculos”.

tomei-os pelos seus braços, mas não

conheceram que eu os curava. Atraí-os com cordas humanas, com cordas de amor; e fui para eles como os que tiram o jugo de sobre as suas queixadas; e lhes dei mantimento” (Os 11.1-4).

3. Relevância contemporânea. O livro de Números traz, de um lado, a dureza de coração de um povo composto por ex-escravos escolhidos para se torna-rem príncipes — os quais morreram no

deserto — e, de outro, a longanimidade e o amor de um Deus santo e justo que, diariamente, alimentava, cuidava, instruía, protegia e guiava pessoas que, mesmo assim, dia após dia, se tornavam ainda mais obstinadas, desobedientes, rebeldes, incrédulas e ingratas. O livro narra também o surgimento de uma

nova geração, a partir do segundo censo, que seria introduzida em Canaã, sob o comando de Josué.

O livro de Números não é um dos

mais comentados da cristandade, porém possui inestimável valor histórico e espi-ritual ao trazer a narrativa das minúcias da caminhada pelo deserto e, por isso, constitui-se em um verdadeiro tratado a respeito do relacionamento entre Deus e o seu povo, de onde se pode extrair um riquíssimo tesouro teológico para a atualidade!

Pense!Como explicar que o povo hebreu conseguiu sua liberdade, do opressor jugo egípcio, sem precisar guerrear? Contingências políticas, sorte ou milagre?

Ponto ImportanteDeus, “com mão forte e braço estendido”, libertou os israelitas da escravidão. Um verdadeiro milagre em todos os sentidos!

JOVENS 7

II – AS EXPERIÊNCIAS NO DE-SERTO1. Deserto, lugar de caminhada. Um

dos significados de deserto é “terra ina-

bitada”; mas a Bíblia diz que Deus esta-

beleceu a Terra para que fosse habitada

(Is 45.18). Portanto, o deserto não é um

lugar de moradia, mas de caminhada,

lugar de passagem, de transição.

Deus mostrou aos hebreus que, ao

conduzí-los até Canaã, guiou-os por um

grande e terrível deserto de serpentes

ardentes, escorpiões e terra seca, em

que não havia água (Dt 8.15). O objetivo

do Senhor era humilhar e prová-los, para

saber o que estava nos seus corações, e

se guardariam os mandamentos ou não

(Dt 8.2). Deus queria, dessa forma, que a

caminhada do deserto nunca fosse esque-

cida pelos hebreus, pelo aprofundamento

do relacionamento com o Senhor.

2. Deserto, lugar de treinamento.

A caminhada pelo deserto sacudiu as

estruturas morais e psicológicas dos

hebreus, sendo que ali foi revelado o ca-

ráter deles, desnudadas as intolerâncias,

exposta a espiritualidade. Jesus, também,

antes de começar seu ministério, foi, pelo

Espírito Santo, conduzido ao deserto para

ser experimentado. Ninguém está livre

desse período de caminhada, no qual, à

proporção que a escassez se manifesta,

Deus treina seu povo.

Atribui-se a William Shakespeare

a seguinte frase: “Quando o mar está

calmo, qualquer barco navega bem”.

Parafraseando: “Sem problemas e pres-

sões, qualquer pessoa reage com tran-

quilidade”, mas isso não traz nenhum

mérito! As pessoas (como os barcos)

foram feitas para abrirem caminhos

nos mares tempestuosos da existência!

Assim, se os indivíduos (como os barcos)

nunca forem testados em condições de estresse, nunca serão confiáveis, pois, em regra, as longas travessias apresentam muitos perigos.

3. Deserto, lugar de milagres. Está escrito que Deus fez “prodígios e sinais

na terra do Egito, no mar Vermelho e no deserto, por quarenta anos” (At 7.36). No período de maior provação da descen-dência de Abraão, o amigo de Deus, existiram abundantes milagres. Quando ia faltar água, ou comida, sempre havia uma provisão extraordinária. As roupas e os sapatos dos israelitas, milagrosa-mente, não se desgastavam, mesmo debaixo de um sol causticante (Dt 8.4).

O fato é que, ao longo de quase 40

anos de caminhada no deserto, nenhum deles morreu de sede ou fome, ou ficou sem roupa ou calçado. Disse Jesus: “Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pequena fé? Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comere-mos ou que beberemos ou com que nos vestiremos?” (Mt 6.30,31).

Pense!Como entender o propósito de Deus em fazer com que um povo, que Ele diz amar, passar pelo deserto, para ser humilhado? Não seria isso um contrassenso?

Quando ia faltar água, ou comida, sempre havia uma

provisão extraordinária. As roupas e os sapatos dos

israelitas, milagrosamente, não se desgastavam, mesmo debaixo

de um sol causticante.

8 JOVENS

Ponto ImportanteQuem ama de verdade não se con-tenta em ter o objeto do seu amor de qualquer forma, mas da melhor forma! Para isso, a experiência do deserto é indispensável.

III – CRISTO NO DESERTO1. A pedra que os seguia. A cons-

tatação mais confortante de toda a

travessia de décadas pelo deserto é a

de que Cristo estava ali, com o hebreus,

em todo o tempo. Jesus Cristo era a

“pedra espiritual que os seguia” (1 Co

10.4). A expressão bíblica demonstra

todo cuidado e carinho de Deus por

seu povo. A vida neste mundo, portanto,

só prossegue pela abundante graça e

misericórdia divina. Pois, Deus conhece a

desobediência do seu povo, mas mesmo

assim, continua a nos suportar, e nos

acompanhar, pacientemente, todos os

dias. É por causa dEle — Cristo Jesus

— que não sucumbimos! “Glória, pois,

a Ele, eternamente” (Rm 11.36).

2. O maná. Em João 6.48-51, Jesus

se identificou como o maná que ali-

mentou os israelitas no deserto pelo

tempo da peregrinação. Interessante

que, a princípio, eles aceitaram aquela

provisão diária de comida, entretanto,

posteriormente, o povo não teve mais

vontade de comê-la. Então, começaram

a chamar o maná de “pão tão vil” (Nm

21.5). Mesmo com todo esse desprezo,

todas as manhãs, por quase 40 anos,

continuou “chovendo” comida da parte

de Deus. Quanta humildade e bondade

da parte do Senhor!

Não é, porventura, o que acontece

cotidianamente nos dias atuais? Muitas

pessoas, inclusive cristãs, desprezam e

ridicularizam a bendita Palavra de Deus,

preferindo os “pratos da culinária do velho Egito, cheios de temperos que fazem mal”? Ainda assim, o Senhor,

cheio de compaixão, continua batendo à porta e dizendo: Eu quero cear com vocês (Ap 3.20).

3. A serpente de bronze (Jo 3.14).

Em João 3.14, Jesus declara que a ser-pente de bronze que foi levantada, por Moisés, no deserto, era um tipo dEle. Esse objeto de metal era a alternativa de cura para todos aqueles que fossem mordidos pelas serpentes venenosas. A desobediência do povo suscitou aquele juízo divino. Isso revela que o deserto é um lugar perigoso, mas se

o caminhante estiver sempre olhando para Cristo, não sofrerá dano irreversí-vel, mortal, ainda que, ocasionalmente, sofra algum revés.

Pense!Será que se pode acreditar, de fato, que o Deus que conduziu seu povo ao deserto para o hu-milhar está, realmente, com ele todos os dias?

Ponto ImportanteOs tipos de Cristo, durante a tra-vessia pelo deserto, demonstram claramente o cumprimento da promessa: “Não te deixarei, nem te desampararei” (Hb 13.5).

É por causa dEle — Cristo Jesus — que não

sucumbimos! “Glória, pois, a Ele, eternamente”

(Rm 11.36).

JOVENS 9

“[…] todo material em Números — ritua-lístico, legal, narrativo e até mesmo as informações estatísticas — giram em torno do tema universal da santidade. Childs observa: ‘Apesar da diversidade de assuntos e da complexa estrutura literária, o livro de Números mantém uma interpretação sacerdotal unifi-cada da vontade de Deus para o seu povo, a qual é exposta em um nítido contraste entre o santo e o profano’. Sinto-me mais inclinado a aceitar a

avaliação de Childs que a defendida por aqueles que veem Números como uma coletânea aleatória de materiais […].

A primeira parte cobre a geração de

israelitas que saiu do Egito, dos quais ninguém conseguiu chegar a Canaã (com exceção de Josué e Calebe). Pereceram no deserto por causa de sua incessante desobediência e

pecaminosidade. A outra parte cobre a geração que nasceu no deserto, segunda geração, os quais entrariam em Canaã sob a liderança de Josué e para quem Deuteronômio foi escrito. Assim, para Olson, Números fala sobre a morte do que é velho (1—25) e o nascimento do que é novo (26-36), com Deus tendo de começar nova-

mente” (HAMILTON, Victor P. Manual

do Pentateuco: Gênesis, Êxodo, Leví-tico, Números, Deuteronômio. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, pp. 350, 351).

“Números 1

Moisés, tendo assim provido o que se referia ao culto a Deus e ao governo do povo, voltou a sua atenção para o que concernia à guerra, pois estava prevendo que a nação teria grandes lutas a sustentar, e começou por or-denar aos príncipes e aos chefes de

tribos, exceto à de Levi, que fizessem um recenseamento exato de todos os que estavam em condições de pegar em armas […]. Feito o recenseamento, constataram que 603.650 eram aptos. No lugar da tribo de Levi, Moisés pôs Manassés, filho de José, no número dos príncipes das tribos e Efraim no lugar de seu pai, José, segundo o que vimos, pois Jacó pedira a José que ele desse os dois filhos em adoção.

O tabernáculo foi colocado no meio do acampamento, e três tribos pos-

taram-se de cada lado, com grandes espaços entre elas. Escolheram um grande lugar para instalar o mercado, onde seria vendida toda espécie de mercadoria. Os negociantes e os ar-tífices foram estabelecidos em suas

tendas e oficinas com tal ordem que parecia uma cidade. Os sacerdotes e depois deles os levitas ocupavam os lugares mais próximos do tabernáculo. (JOSEFO, Flávio. História dos Hebreus: De Abraão à Queda de Jerusalém. 9.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p. 188).

SUBSÍDIO 1 SUBSÍDIO 2

ANOTAÇÕES

ESTANTE DO PROFESSOR

HAMILTON, Victor P. Manual do Pentateuco:

Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio.

2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.

HORA DA REVISÃO1. O quarto livro do Pentateuco é denominado, na Bíblia hebraica, por qual nome?

De qual capítulo e versículo retiraram o título?“No deserto.” Números 1.4.

2. Cite outros três nomes que poderiam ter sido dados ao livro de Números.“Peregrinação no Deserto”, “Livro das Caminhadas” e “Livro das Murmurações”.

3. Conforme a lição, por que o deserto pode ser considerado um lugar de treinamento?Porque a caminhada no deserto sacode as estruturas morais e psicológicas do

indivíduo, sendo que ali é revelado o seu caráter, desnudadas as intolerâncias,

e exposta a sua espiritualidade.

4. Cite três tipos de Cristo que são apresentados escrituristicamente durante os 40anos de viagem de Israel pelo deserto, rumo à Canaã.A pedra “que os seguia”, o maná e a serpente de bronze.

5. Segundo a lição, como sintetizar a importância do livro de Números para a con-temporaneidade?

Constitui-se em um verdadeiro tratado sobre o relacionamento entre Deus e o seu

povo, de onde se pode extrair um riquíssimo tesouro teológico para a atualidade.

CONCLUSÃOO livro de Números retrata, de forma diversificada, os altos e baixos do relacionamento entre o povo de Israel e o Criador, durante a caminhada pelo deserto. Revela também as constantes advertências do Senhor a res-peito da necessidade de santidade! Podemos perceber que é perigoso viver fora do padrão do Senhor, e que é uma bênção ter um coração alinhado ao dEle, como aconteceu com os crentes Josué e Calebe.

JOVENS 11

L I Ç Ã O

213/01/2019

OS PREPARATIVOS PARA A CONQUISTA

TEXTO DO DIA“Os filhos de Israel assentarão as

suas tendas, cada um debaixo da sua bandeira, segundo as insígnias da

casa de seus pais; ao redor, defronte da tenda da congregação, assentarão

as suas tendas.” (Nm 2.2)

SÍNTESE O povo de Deus deve viver em unidade, santidade, e também

deve conhecer sua força e preparar-se para os embates da

vida; sabendo, especialmente, que a vitória vem do Senhor.

AGENDA DE LEITURASEGUNDA - Pv 21.31 O cristão deve se preparar para a batalhaTERÇA - At 17.30 Deus não leva em conta os tempos da ignorânciaQUARTA - 1 Co 14.40 O cristão deve fazer tudo com decência e ordemQUINTA - Hb 11.24O cristão precisar reconhecer a quem pertenceSEXTA - At 20.24 O cristão deve ter uma vida de serviçoSÁBADO - 1 Pe 1.16O cristão deve ter uma vida de santidade

www.escola-ebd.com.br

OBJETIVOS• APRESENTAR o modelo social criado por Deus para

os hebreus;• EXPLICAR como se deu o processo da formação da

identidade nacional;• MOSTRAR o cuidado de Deus para com a vida espiritual

dos hebreus ainda no deserto.

INTERAÇÃOProfessor(a), é imprescindível que haja um bom relacio-namento entre os docentes de uma mesma classe, pois isso influencia diretamente no trabalho a ser realizado, como veremos nesta lição. Assim, a interação com seu(s) colega(s) docentes, logo no início do trimestre, será importantíssimo, a fim de ouvir e sugerir novas ideias, discutir o tema da revista, desenvolver estratégias e atividades para a classe. Invista tempo na construção de laços de amizades “em volta da Arca da Aliança”, pois trará um senso de propósito, unidade e pertencimento ainda mais forte. Com isso, será possível realizarem muito mais pela classe, uma vez que, ao planejar as atividades do trimestre e dividir as tarefas entre todos, ninguém ficará sobrecarregado e o trabalho será bem mais produtivo e dinâmico.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICACaro(a) professor(a), é importante que você utilize recursos didáticos em suas aulas, pois eles facilitam a aprendi-zagem. Por isso, procure apresentar gravuras a respeito dos costumes daquele tempo, tanto em Israel como no Egito, local da formação cultural daqueles mais de dois milhões de ex-escravos. Também é interessante a exibi-ção de pequenos vídeos extraídos da internet, tudo isso para contextualizar, ainda mais, os alunos. Certamente será muito estimulante, para eles, compreenderem as circunstâncias históricas da lição. Faça, com criatividade que Deus lhes concedeu, com que seus alunos passeem entre as tendas do acampamento hebreu. Ore, peça a Deus estratégias para que cada lição alcance a mente e o coração dos seus alunos.

JOVENS 13

I - CRIANDO A ORDEM SOCIAL1. Censo para a guerra. O livro de

Números começa com o Senhor de-terminando a contagem dos israelitas

aptos para a guerra, expressão repetida várias vezes em Números 1. O Senhor estava revelando, assim, que haveria guerras, pois os inimigos continuariam colocando obstáculos ao projeto de Deus, aliás, os israelitas já tinham lu-tado e vencido uma batalha contra os amalequitas (Êx 17.8-16).

INTRODUÇÃO

Os israelitas permaneceram no deserto do Sinai (após a história narrada em Êxodo), mas o lugar da manifestação de Deus tinha migrado do monte para a planície do deserto (Nm 3.14), onde estava o tabernáculo (erguido um mês antes - Êx 40.17; Nm 1.1). Nesse cenário, Deus levantou líderes para guiar o seu povo: Moisés, Arão (Nm 1.1,3) e um líder de cada tribo de Israel (Nm 1.4). O Senhor mencionou-os nominalmente (Nm 1.5-15), decla-rando, que eles seriam “príncipes das tribos de seus pais” (Nm 1.16).Os hebreus tinham potencial para conquistar o território de Canaã, mas lhes faltou humildade, obedi-ência e fé, para seguirem até o fim. Todos aqueles líderes, nomeados por Deus, e seus companheiros, morreram no deserto. Começa-ram bem, mas terminaram mal. Por isso, os fatos narrados em Números devem ser cuidadosa-mente observados, pois trazem graves advertências para todos.

TEXTO BÍBLICO COMENTÁRIO

Números 1.1-4, 18,19, 52,53

1  FaloumaisoSENHOR aMoisés,nodeserto do Sinai, na tenda da congre-gação,noprimeiro dia dosegundomês, no segundo ano da sua saída da terradoEgito,dizendo: 

2  TomaiasomadetodaacongregaçãodosfilhosdeIsrael,segundoassuasgerações, segundo a casa de seus pais, conforme o número dos nomes detodovarão,cabeçaporcabeça; 

3  daidadedevinteanosparacima,todososquesaemàguerraemIsrael,aestescontareissegundoosseusexércitos,tu e Arão.

 4  Estaráconvoscodecadatriboumhomemque seja cabeça da casa de seus pais.

18 eajuntaramtodaacongregaçãonopri-meiro dia do segundo mês, e declararam a sua descendência segundo as suas famílias, segundo a casa de seus pais, pelo número dos nomes dos de vinte anosparacima,cabeçaporcabeça; 

19 comooSENHOR ordenaraaMoisés,assim os contou no deserto do Sinai.

52 EosfilhosdeIsraelassentarãoassuastendas, cada um no seu esquadrão e cada um junto à sua bandeira, segundo osseusexércitos. 

53 MasoslevitasassentarãoassuastendasaoredordotabernáculodoTestemunho,para que não haja indignação sobre a congregaçãodosfilhosdeIsrael;peloque os levitas terão o cuidado da guarda dotabernáculodoTestemunho.

Interessanteque,mesmocomapro-messa de Deus “[…] a tua semente possuirá aportadosseusinimigos”(Gn22.17),Israelprecisava conhecer sua força militar e preparar-se para os embates futuros; crendoqueoSenhordariaforça,estratégia,e desenvoltura belicosa para guerrear e vencerosinimigos.Elessónãopoderiamficarinertes,poisaTerraPrometidaseriaconquistadacommuitoesforço.Definiti-vamente, a vida dos servos de Deus nunca foi, nem nunca será fácil.

14 JOVENS

2. Censo sem discriminação. Observa-

-se que a iniciativa do censo foi de Deus e

nãodeMoisés(Nm1.1,2).OSenhoranelava

que eles se credenciassem, que assumis-

semaposiçãodeguerreiros,afinalnão

eram mais escravos. Os que se sentissem

aptos para o alistamento seriam agregados

aoexércitodeIsrael.Deususariaatodos

que se dispusessem a lutar.

O censo não seria feito levando em

consideração a posição econômica, a

intelectualidade, a força física ou outros

requisitos; o objetivo era conhecer o

número de jovens, “da idade de vinte

anos para cima, capazes de sair à guerra

emIsrael”(Nm1.2,3).Ninguémaptoseria

desprezado, demonstrando o princípio

segundo o qual toda pessoa “nascida de

novoӎuminstrumentodeDeus,pois

certamente recebeu algum talento do

Senhor(Mt25.14-30).

3. Senso organizacional. Depois de fazer

o censo, o Senhor ordenou como as tribos

deveriamserdistribuídasnoacampamento:

a Norte, Sul, Leste e Oeste do tabernáculo,

quer quando estivessem acampados, quer

quando estivessem em marcha (Nm 2.1-

32). É impressionante como, ao longo das

EscriturasSagradas,Deusdemonstrouser

extremamente detalhista e organizado. O

improvisonãofazpartedoReinodeDeus.

A descendência e o nome das famí-

lias era importante para Deus, por isso

foram contados nominalmente (Nm 1.18).

Aposiçãogeográficadastribostambém

foi determinada por Deus, certamente

observando o número de pessoas em cada

família.IssonosmostraqueoSenhortem

cuidado pelo seu povo e por sua obra, nada

acontecendo por acaso ou coincidência.

Deus sempre tem o controle de tudo e

nenhumdosseuspropósitospodeser

impedido(Jó42.2).

Pense!Se Deus não é afeito a improvisos, por que, às vezes, Ele age surpreendentemente, quebrando a ordem e frustrando expectativas?

Ponto ImportanteDeus sempre tem um plano, e Ele nunca erra. As surpresas são apenas para os homens que não conhecem a mente do Senhor. Ele, porém, já conhece o fim desde o começo.

II – CONSTRUINDO A IDENTIDADE NACIONAL 1. Senso de pertencimento. Ao analisar

as determinações divinas, nos primeiros

capítulos de Números, observa-se que

Deus mostrou interesse com o senso

de pertencimento social dos hebreus.

Devido ao longo período em que viveram

noEgito,essecensofoieventualmente

fragmentado. Assim, Deus determinou

que as pessoas acampassem “junto ao

seu estandarte, segundo as insígnias da

casa de seus pais” (Nm 2.2). O senso de

pertencimento deveria nortear todos.

A vida no acampamento deveria ser

notoriamente comunitária, sem espaço

para egocentrismos ou egoísmo, pois o

Senhorjáhaviaordenado:“[…]amarásoteu

próximocomoatimesmo.EusouoSenhor”

(Lv 19.18). Cada clã deveria funcionar no

afã de fazer o bem aos seus integran-

tes,mastambémaosvizinhos,tudoem

santidade e constante adoração a Deus,

tendo o tabernáculo ao centro. Nas festas,

nos descansos, nas viagens, nas guerras,

as tribos sempre deveriam estar juntas.

Afinal,ondeexisteamor,existemilagre!

Quando Deus preside um ajuntamento,

essaregraéimutável.

2. Senso de serviço. O livro de Gênesis

mostra o homem perdendo a comunhão

JOVENS 15

com Deus; no livro do Êxodo, a humanidade

reencontra o caminho da comunhão; em

Levítico,ohomeméensinadoarespeito

daverdadeiraadoraçãoeemNúmeros,é

ensinado a servir. Um novo comportamento

começava a surgir, representado na ex-

pressão:“AssimfizeramosfilhosdeIsrael;

conforme tudo o que o Senhor ordenara a

Moisés,assimofizeram”(Nm1.54).

OsfilhosdeIsraelestavamacostu-

mados a servir por obrigação, debaixo do

jugo egípcio, mas agora eles deveriam

aprender a servir uns aos outros em

amor.Especialmenteoslevitas,quenão

trabalhavam secularmente e deveriam ser

mantidos pelas demais tribos, bem como,

e sobretudo, em relação ao santuário do

Senhor.Issoseriaumabênção,jáque,

porintermédiodoserviçoaopróximo,ea

Deus, as pessoas são aperfeiçoadas, pois,

à proporção que elas se doam, em amor,

vão morrendo um pouco mais para seus

egoísmos e vaidades, e são vivificadas

para com Deus. Os hebreus precisavam

aprenderaserviraDeuseaopróximo.

3. Senso de reverência sacerdotal.

Deus escolheu a tribo de Levi como a sua

propriedade particular, fazendo com que

seus membros não trabalhassem, nem

fossem à guerra, mas que cuidassem

exclusivamente da manutenção e das cele-

braçõesdosantuário.Isso,possivelmente,

foi um choque cultural para aquela nação

deex-escravos.Entretanto,emnenhummo-

mentodoPentateuco,registra-sequalquer

tipodeincômodocontraesse“privilégio”

levítico. A distinção estabelecida por Deus

foi plenamente admitida, conforme está

escrito:“[…]conformetudooqueoSENHOR

ordenaraaMoisésacercadoslevitas,assim

osfilhosdeIsraellhesfizeram”(Nm8.20).

Dessa forma, em regra, as demais tribos

reverenciavam a função sacerdotal da tribo

levítica, não obstante tenham se rebelado

especificamentecontraMoiséseArãoem

algumas oportunidades.

Pense!A construção da identidade nacional dos filhos de Israel aconteceu por contingências sociais ou por intervenção divina?

Ponto ImportanteTodos os detalhes que levaram à construção da identidade dos filhos de Israel como nação foram estabeleci-dos diretamente por Deus; concluin-do, assim, que foi um grande milagre.

III – CUIDANDO DA VIDA ESPIRITUAL 1. A importância dos levitas. Antes

deconquistaraTerraPrometida,Deus

determinouumlevantamentonumérico

dos guerreiros, organizou o acampamento

e mostrou como seriam os deslocamentos.

Eleincutiunamentedopovoosensode

pertencimento social e a necessidade do

serviçonotabernáculoeaopróximo,além

de criar um serviço de assistência aos levi-

tas. Assim, em linhas gerais, a vida social e

político-administrativadosfilhosdeIsrael

estava bem encaminhada formalmente,

mas ainda precisavam ser estabelecidos

algunsprincípiosreligiosos.Paraoensino

e a função sacerdotal, o Senhor escolheu

atribodeLevi(Nm3.11,12).Issoeradevital

importância, pois os hebreus precisavam

ser ensinados a respeito da Lei do Senhor,

recentemente dada no Sinai, para que

vivessem em serviço e santidade, pois

sóassimteriamumajornadavitoriosa.

2. Vida espiritual no centro. EmNúme-

ros 2.2 Deus determinou que a “tenda da

congregação”ficasselocalizadanomeio

do acampamento, quer o arraial estivesse

em deslocamento, quer não, obviamente

16 JOVENS

por ser aquele o lugar mais protegido e importante. O Senhor estava mostrando

ao povo que a vida espiritual (representada pelosantuáriomóvel)constituía-senobem mais precioso daquela jornada, por isso deveria estar no centro.

Elesdeveriamterlevadoaquelaverdadeasério,poisnelaresidiatodaaesperançade sucesso, enquanto nação, daqueles ex-escravos. Deus estava ensinando que

avitóriaacha-seempermitirqueoSenhorocupe o lugar mais nobre — o centro de tudo.Estratégia,planejamentooperacional,coragem, força e capacidade intelectual são importantes, mas o segredo da prosperi-dade — para o crente — está em entregar aDeusoprimeirolugarnavida(Mt6.33).

3. Vivendo para servir.QuandoosfilhosdeIsraelsaíramdoEgitonãotinhamregrasa seguir, mas agora o Senhor ensinava um novo padrão doutrinário e cultural que eles deveriamadotar.Eraoinício,onascedouroda cosmovisão judaico-cristã.

O Senhor estabeleceu muitas (e deta-lhadas) regras para que, por elas, o povo desenvolvesse uma vida plena de santidade eserviço.Nãoéporacasoqueentreoscapítulos3e9deNúmeros,oEspíritoSantoensinou inúmeras condutas que envolviam tanto a celebração cultual como o dia a dia do povo, — Deus estava deixando muito claro sobre a necessidade de os hebreus viverem no centro da sua vontade.

Pense!Os israelitas estavam preparados para seguir um novo padrão de comportamento como o ditado no Monte Sinai?

Ponto ImportanteAs leis dadas por Deus, no Sinai, não eram duras, mas justas e visavam evitar que os hebreus morressem no deserto.

“Você já percebeu que tudo depende davisão?OsaudosoreverendoMylesMunroeensinavaque‘omaiordomque Deus deu ao homem não foi o dom da vista, mas o dom da visão. A vistaéumafunçãodosolhos,masa

visãoéumafunçãodocoração.Comavistavemosoqueé,mascomavisão vemos o que poderia ser. Com a vista enxergamos apenas o que está diante dos nossos olhos. Com a visão enxergamosalémdoquenossosolhosfísicospodemver’.OapóstoloPaulonos orienta a não viver por vista, mas simporfé,ouseja,pelavisãoquenosédadaporDeus.

Umlídersemvisãoéfadadoaofra-casso. Onde não há visão o povo perece. É fantástico aprender do próprioCristoaimportânciadese

tornar um líder com visão. O primeiro passo de um líder cristão que deseja serumvisionário,éumaentregatotalao Senhor. Somente uma vida de inti-midade e total dependência de Deus podem consolidar os direcionamentos certosparaumaliderançaeficaz.Seo líder busca em Deus a sabedoriapara construir seus projetos não há

comoascoisassaíremerradas”(LINS,Luaran. Chamados para Liderar: Um Guia Prático para Líderes de Adoles-centes e Jovens.1.ed.RiodeJaneiro:CPAD,2017,p.17).

SUBSÍDIO

ANOTAÇÕES

ESTANTE DO PROFESSOR

Dicionário Bíblico Wycliffe.

1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.

HORA DA REVISÃO1. Os fatos estudados nesta lição aconteceram em qual lugar?

No deserto do Sinai.

2. O censo mencionado em Números 1.1 foi determinado por Deus quanto tempoapósotérminodaconstruçãodotabernáculo?Um mês.

3. Segundoalição,aconcordânciadopovoemrelaçãoaosacerdóciolevíticoficoudemonstrada em qual texto bíblico?Números 8.20.

4. Segundo a lição, qual a importância dos levitas?Os hebreus precisavam ser ensinados sobre a Lei do Senhor, por meio dos sa-

cerdotes e levitas, para que o povo não morresse no deserto e pudesse entrar

em Canaã.

5. PorquerazãoháleisaolongodolivrodeNúmeros?O Senhor estabeleceu muitas (e detalhadas) regras para que, por elas, o povo

desenvolvesse uma vida plena de santidade e serviço.

CONCLUSÃOComo visto, os preparativos da viagem no deserto incluíam organização, estratégia, sentimento de unidade entre as tribos, mas, principalmente, o desenvolvimento de um profundo senso de compromisso do povo com Deus e a sua Palavra. O Senhor tinha chamado o seu filho do Egito e, por isso, estava ensinando-o a andar e dando-lhe mantimento, mas quanto mais o atraía, mas se ia de sua face (Os 11.1-4).

18 JOVENS

L I Ç Ã O

3

SANTIDADE — REQUISITO PARA A CONQUISTA

TEXTO DO DIA“E não profanareis o meu santo nome, para que eu

seja santificado no meio dos filhos de Israel. Eu sou o

SENHOR que vos santifico.” (Lv 22.32)

SÍNTESE A busca pela santidade é o requisito primordial para a

preservação da salvação.

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA - Hb 12.14 Santidade, um alvo a ser perseguido

TERÇA - 1 Pe 1.2Santidade, um alvo do Espírito Santo em nós

QUARTA – Gl 5.16-21 Santidade para não dar lugar às obras da carne

QUINTA - 2 Co 7.1 Santidade, uma virtude a ser aperfeiçoada

SEXTA - 1 Ts 4.3 Santidade, a vontade de Deus

SÁBADO- 1 Pe 1.16 Santidade, a essência de Deus

20/01/2019

OBJETIVOS• DISCORRER a respeito da natureza das leis repetidas

pelo Senhor no deserto do Sinai;• EXPLICAR o teor da bênção sacerdotal, o valor espiritual

das ofertas e a grandeza da consagração levítica;• DEMONSTRAR a importância da comunhão com Deus

no deserto.

INTERAÇÃOConsiderando que os encontros com seus alunos aconte-cem somente nos domingos, busque uma maior interação com eles durante toda a semana, por intermédio das redes sociais. A comunicação virtual pode ser bastante útil para estimular o estudo prévio da lição, como por exemplo-convidar os alunos faltosos para as aulas, parabenizar os aniversariantes, etc. Use sua criatividade, conquiste seus alunos, pois muitos deles estão ávidos pelo estudo da Palavra de Deus. Ore e peça ao Senhor que lhe conceda estratégias para fortalecer o elo de amizade e comunhão com os alunos. Peça também sabedoria para cuidar daqueles que por ventura desfaleceram pelo caminho e estão sem forças para prosseguirem.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICAProfessor(a), para desenvolver o primeiro tópico da lição, escreva no quadro a palavra “pureza”. Em seguida pergunte aos alunos o que vem a mente deles quando ouvem essa palavra. À medida que forem falando vá relacionando as palavras no quadro. Em seguida procure relacionar as palavras citadas pelos alunos e o significado delas. Depois faça a seguinte indagação: “Qual é o antônimo de pureza?” Após reproduza o esquema abaixo no quadro e explique o significado real da palavra e o seu antônimo. Em seguida peça que leiam o Texto do Dia. Diga que Deus é santo e exige santidade dos seus filhos(as). Mostre que a falta de santidade impede a nossa comunhão, o nosso relacionamento com Deus.

SIGNIFICADO ANTÔNIMO

Condição, estado ou qualidade do que é puro, límpido, não tem mistura

ou impurezas.

Impureza, que não é ou não está limpo; coberto de sujeira.

PUREZA

20 JOVENS

I – A REPETIÇÃO DE ADVER-TÊNCIAS1. Pureza social. O processo, ou

caminho, para se chegar à santidade chama-se santificação. É uma estrada

interminável. Somente quando se chegar ao Céu é que se alcançará a estatura de varão perfeito. Nesse sentido, os descendentes de Abraão tinham muito o que aprender.

TEXTO BÍBLICO

INTRODUÇÃO

Paulo disse que não se aborre-cia em fazer as mesmas adver-tências, porque era segurança para os crentes (Fp 3.1). O Senhor, igualmente, no deserto do Sinai, depois de algumas providências administrativas, também repetiu várias leis (Nm 1 e 2). Deus estava advertindo os filhos de Israel que, para chegarem à Canaã, era preciso obedecerem à sua Palavra, o que propiciaria àquele povo o padrão de plenitude moral exigido pelo Senhor, conduzindo-os a um estado doutrinário e cultural marcado pela pureza — viveriam em santidade.Deus, naquele momento, estava apontando fortemente para a santidade dos hebreus, virtude sobre a qual não havia nenhum referencial no Egito; porém, agora, o Senhor expedira muitas de-terminações comportamentais. Os filhos de Israel, assim, tinham um grande desafio pela frente — o maior — serem santos. Se eles vencessem esta guerra interior contra o pecado, a Terra Prometida seria conquistada gloriosamente.

COMENTÁRIO

Números 7.1-7

1  E esta é a lei da expiação da culpa; coisa santíssima é. 

2  No lugar onde degolam o holocausto, degolarão a oferta pela expiação da culpa, e o seu sangue se espargirá sobre o altar em redor.

 3  E dela se oferecerá toda a sua gordu-ra, a cauda e a gordura que cobre a fressura; 

4  também ambos os rins e a gordura que neles há, que está sobre as tripas; e o redenho sobre o fígado, com os rins, se tirará. 

5  E o sacerdote o queimará sobre o altar em oferta queimada ao SENHOR; expiação da culpa é. 

6  Todo varão entre os sacerdotes a co-merá; no lugar santo se comerá; coisa santíssima é. 

7  Como a oferta pela expiação do peca-do, assim será a oferta pela expiação da culpa; uma mesma lei haverá para elas: será do sacerdote que houver feito propiciação com ela. 

JOVENS 21

Em Número 5.1-10 o Senhor tratou

a respeito da pureza social. Deus,

portanto, para proteger o seu povo,

determinou que os contaminados

pela lepra, ou por fluxo corporal ou

por terem tocado num morto, fossem

lançados fora do arraial; bem como

tratou acerca da restituição de quem

causasse prejuízo a outrem. O povo de

Deus tinha de ter pureza em todos os

aspectos. Assim, os hebreus deveriam

se livrar de “toda a aparência do mal”,

de tudo o que fosse prejudicial ao

espírito, à alma ou ao corpo.

O cuidado de Deus era para que

houvesse uma normatização justa das

relações sociais. Dessa forma, os que

aparentavam algum tipo de “contamina-

ção” biológica deveriam ser apartados

do povo até que ficassem purificados;

e os que tivessem comportamento ina-

dequado, restituíssem devidamente aos

prejudicados. Não é demais lembrar de

que, como diz 1 Coríntios 10.6: “E essas

coisas foram-nos feitas em figura [...]”.

2. Pureza nos relacionamentos. Em

Números 5.11-31 o Espírito do Senhor tra-

tou a respeito da pureza no casamento.

Essa lei era muito valiosa para as famílias,

pois evitava que as esposas sofressem

injúrias ou difamações levianas.

Na família de uma nação santa, os

cônjuges precisavam viver em paz, sem

acusações infundadas. Ainda que o

procedimento prescrito por Deus pareça

rudimentar, era o único compatível em

face da dureza de coração dos hebreus,

conforme Jesus mencionou (Mt 19.8).

3. Pureza espiritual. Em Números

6.1-21, Deus estabeleceu o padrão da

pureza espiritual, para quem quisesse

consagrar-se a Ele — o nazireado.

Impressiona como, nos dias atuais, as

pessoas querem servir a Deus de qual-

quer maneira. A mulher, de acordo com

o texto sagrado, também podia fazer

voto de nazireado (Nm 6.1,2).

Pense!Na Igreja de Cristo, a mulher tem importantes tarefas na expansão do Reino de Deus.

Ponto ImportanteHomens e mulheres são iguais perante Deus.

II – O CAMINHO DA CONSA-GRAÇÃO 1.A bênção de Deus. O acampamen-

to estava em ordem e os israelitas en-

contravam-se preparados para marchar.

Nesse cenário, Deus relembrou algumas

leis que versavam sobre a santidade do

seu povo no aspecto social, relacional

e espiritual (havia inúmeras outras leis,

mas o Espírito Santo fez questão de

repetir essas). Deus mostrara o caminho

da consagração.

Num primeiro instante, “o SENHOR,

que ama a prosperidade do seu servo”

(Sl 35.27), ensinou que os sacerdotes

deveriam abençoar os filhos de Isra-

el da maneira mais ampla possível,

de modo que o seu nome trouxesse

proteção, presença e paz através das

palavras proferidas pelos sacerdotes

(Nm 6.24-26). Observa-se que, com a

bênção sacerdotal, o Senhor vinculava

seu nome, ou seja, seu caráter, ao povo

de Israel.

Na oração do “Pai Nosso”, Jesus fez o

mesmo quando ensinou seus discípulos

a orarem dizendo: “[…] santificado seja

o teu nome” (Mt 6.9).

Quando, tempos depois, Balaão,

o falso profeta, tentou amaldiçoar o

22 JOVENS

povo de Israel, teve de pronunciar as seguintes palavras: “Não viu iniquidade em Israel, nem contemplou malda-de em Jacó; o SENHOR, seu Deus, é com ele e nele, e entre eles se ouve o alarido de um rei. Deus os tirou do Egito; as suas forças são como as do unicórnio. Pois contra Jacó não vale

encantamento, nem adivinhação contra Israel; neste tempo se dirá de Jacó e de Israel: Que coisas Deus tem feito!” (Nm 23.21-23). Somente uma coisa poderia trazer desgraça ao povo: o pecado. Enquanto o Senhor não contemplasse iniquidade em Israel, o seu meu nome estaria sobre os filhos de Israel, e Ele os abençoaria (Nm 6.27).

2. A bem-aventurança do doar. Os 88 primeiros versículos de Números 7 informam uma longa lista de ofertas trazidas em doze cultos, mencionando o dia em que cada um dos príncipes das tribos as deveria apresentar. Elas eram iguais, mas Deus — que não esquece do trabalho das mãos dos seus servos — fez questão de especificar as con-tribuições individualmente. O Senhor estava satisfeito com a voluntariedade do povo e, por isso, registrou tudo. Em consequência, no versículo seguinte está escrito a respeito da aprovação de Deus, ao se mencionar que “quando Moisés entrava na tenda da congrega-

ção para falar com o SENHOR, então,

ouvia a voz que lhe falava de cima do

propiciatório, que está sobre a arca do

Testemunho entre os dois querubins;

assim com ele falava” (Nm 7.89). Ele

é galardoador dos que o buscam (Hb

11.6). A questão relevante a respeito

das ofertas dos israelitas não era a

quantidade somente, mas também

a voluntariedade e alegria com que

eram trazidas.

3. Obediência no chamado. Em

Números 8 o Altíssimo demonstra que

o caminho da consagração do povo

passa pela obediência ao chamado e,

consequentemente, a purificação dos

levitas. Interessante que, em primeiro

lugar, o Senhor determina que Arão

acenda as lâmpadas; uma vez o san-

tuário iluminado, o ritual de purificação

dos levitas, por Moisés, começaria. Tudo

no santuário deveria ser feito às claras,

sob a orientação de Deus.

Concluída a ordem divina, “[...] vie-

ram os levitas, para exercerem o seu

ministério na tenda da congregação,

perante Arão e perante os seus filhos;

como o SENHOR ordenara a Moisés

acerca dos levitas, assim lhes fizeram”

(Nm 8.22). Os levitas não podiam estar

diante do povo pelas suas próprias

justiças, mas somente após terem os

pecados “cobertos” pelo sangue da

expiação de um animal, que apontava

para o sacrifício perfeito de Cristo. Com

isso, eles foram aceitos diante de Deus,

e o povo foi abençoado.

Pense!Por que Deus estabeleceu tantas regras para receber a adoração do seu povo? Não poderia ser mais simples?

Somente uma coisa poderia trazer desgraça

ao povo: o pecado.

JOVENS 23

Ponto ImportanteA Queda deixou tudo complicado para o homem. A única forma de resolver o problema do pecado era Deus assumi-lo em nosso lugar através de Jesus Cristo.

III – COMUNHÃO NO DESERTO 1. Tempo de comunhão. Os filhos

de Israel estavam no deserto do Sinai; o censo já havia sido feito, e o lugar de cada tribo no acampamento já havia sido determinado. Então eles foram lembra-dos a respeito de algumas leis e Arão e os levitas foram consagrados. Agora, o Todo-Poderoso deseja abençoá-los e cultivar a comunhão com eles.

O capítulo 9 do livro de Números mostra uma nova etapa do relaciona-mento do povo com Deus. Para marcar

esse tempo, Deus ordena: “No dia catorze deste mês, pela tarde, a seu tempo de-terminado a celebrareis; segundo todos os seus estatutos e segundo todos os seus ritos, a celebrareis” (Nm 9.3). Serão momentos de festa e alegria, mas as regras, os estatutos, também não pode-riam ser esquecidos. Por que, então, há pessoas que querem servir a Deus sem se submeterem à normas ou regras?

2. Exigência divina. Em Números 9.6-13, vemos que Deus ordenou a celebração da Páscoa, porém alguns homens reconheceram que não esta-vam preparados para tal celebração. O que fazer? Deus respondeu que não

dispensaria a adoração deles, providen-ciando, por isso, um dia alternativo para a comunhão, pois todos são importantes diante do Pai.

Impressionante como, por vezes, alguns cristãos deixam de participar da Ceia do Senhor por qualquer outro compromisso. Deus levava a festa da

Páscoa (que Jesus celebrou como a ordenança da Ceia) tão a sério que, caso alguém faltasse sem justificativa

plausível, deveria ser eliminado do povo. 3. Igualdade dos adoradores. Quando

os hebreus saíram do Egito veio também uma multidão de pessoas gentias com eles. Deus, nesse momento de comu-nhão no deserto, lembrou-se delas: “E,

quando um estrangeiro peregrinar entre vós e também celebrar a Páscoa ao Senhor, segundo o estatuto da Páscoa e segundo o seu rito, assim a celebrará; um mesmo estatuto haverá para vós, assim para o estrangeiro como para o natural da terra” (Nm 9.14). Há igualdade entre os adoradores, pois Deus não têm filhos prediletos. Aqueles que se achegam a Ele, independente de suas

etnias, são recebidos alegremente pelo Pai amoroso.

Pense!Por que o Senhor escolheu o deserto para ter comunhão com seu povo? Não teria sido melhor um lugar mais confortável?

Ponto ImportanteDeus, às vezes, deseja que seus servos “reduzam a marcha” e sentem-se à mesa com Ele; neste caso, o deserto é o lugar ideal, porque lá tem poucas distrações.

Por que há pessoas que querem servir a Deus sem se submeterem

à normas ou regras?

24 JOVENS

“As ofertas dos príncipes (Nm 7.1-9). Aqui está a oferta dos príncipes das tribos para o serviço do Tabernáculo. Quando isto ocorreu: Não antes que o Tabernáculo tivesse sido completa-

mente erigido. Quando todas as coisas já estavam concluídas, no Tabernáculo, e o arraial de Israel, que o rodeava, estava de acordo com as instruções recebidas, então eles, trouxeram seus

presentes, aproximadamente no oitavo dia do segundo mês. Observe que as cerimônias necessárias sempre devem tomar o lugar das ofertas voluntárias: primeiramente, aquelas, e então, estas.

Quem os oferecia: Os príncipes de Is-rael, os cabeças da casa de seus pais, v. 2. Observe que aqueles que estão

acima de outros, em poder e dignidade, devem ir à frente deles, e esforçar-se para ir além deles, em tudo o que é bom. Quanto mais alguém é promovi-do, mais se espera dele, por causa da

maior oportunidade que tem de servir a Deus e à sua geração. Para que servem a riqueza e a autoridade, se não para capacitar um homem a fazer o bem ao mundo, em muito maior quantidade?

O que foi oferecido: Seis carros cobertos, cada um deles com um jugo de bois que o puxava, v. 3. Sem dúvida, estes carros estavam em conformidade com os demais utensílios do Tabernáculo, e seus acessórios, os melhores do seu gênero, como as carruagens que os grandes príncipes usam quando saem em seus desfiles” (HENRY, Matthew. Comentário Bíblico: Antigo Testamento,

Gênesis a Deuteronômio. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, pp. 459,460).

“Através de Abraão e sua semente, Deus formaria uma nação sagrada, pela qual sua glória seria manifestada em toda a terra. Ele deu a essa nação um conjunto de leis e normas únicas e gloriosas para viver; princípios ma-ravilhosos de santidade e divindade que seus filhos deveriam obedecer com todo coração, alma, mente, força, pois eles amavam o autor. A glória de Deus seria revelada através das bênçãos que Ele conferiu ao seu povo obediente. Porém, a desobediência levaria à disciplina e o castigo […].

Sabemos o que aconteceu. Israel preferiu desobedecer […].

A falta de santidade conduz à inuti-

lidade do Reino de Deus. Sempre foi assim, e sempre será.

A santidade é para um cristão o que a segurança contra a água é para um navio. Mas o objetivo de um navio de guerra não é simplesmente manter a água fora do seu casco. Seu propósito é entrar na guerra, lutar e trabalhar para conseguir a vitória. Não entrar na batalha torna o navio inútil à nação que o construiu, e o cristão que não entra na guerra pelas almas dos ho-mens torna a crença inútil. Ele deve se envolver na batalha para a qual o Pai o chamou” (DANIELS, Robert. Pureza Sexual. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD: 2011, pp. 41,42,47,50).

SUBSÍDIO 1 SUBSÍDIO 2

ANOTAÇÕES

ESTANTE DO PROFESSOR

HENRY, Matthew. Comentário Bíblico: Antigo

Testamento, Gênesis a Deuteronômio. 1.ed. Rio

de Janeiro: CPAD, 2010.

HORA DA REVISÃO1. Segundo a lição, qual era o maior desafio dos hebreus?

O maior desafio dos hebreus era ser um povo santo.

2. Segundo a lição, quais os três tipos de pureza que Deus exigia com urgência do povo?Pureza social, relacional e espiritual.

3. Onde está escrito que “contra Jacó não vale encantamento”?Números 23.23.

4. Qual foi a primeira festa celebrada no deserto do Sinai?A Páscoa.

5. Qual o castigo para quem faltasse à celebração da Páscoa sem existir uma justa causa?Seria eliminado do povo.

CONCLUSÃODeus criou mecanismos para que os hebreus entrassem pelo caminho da perfeição moral e da pureza, mas eles, ao contrário, amaram os deleites do Egito. Se a busca pela santidade tivesse se tornado a coisa mais importante para eles, o fim da história dos que atravessaram o mar Vermelho seria diferente. Com isso, é pertinente inquirir: “O que é mais vantajoso: viver em santidade ou em constante anelo pelos desejos carnais?”

26 JOVENS

L I Ç Ã O

4

A PRESENÇA DE DEUS NO DESERTO

TEXTO DO DIA“Ou, quando a nuvem sobre o tabernáculo se detinha dois dias, ou um mês, ou um ano, ficando sobre ele, então, os filhos de Israel se alojavam

e não partiam; e, alçando-se ela, partiam.” (Nm 9.22)

SÍNTESE A presença de Deus no meio do povo era garantia de se-gurança, alegria e descanso. Pois, caminhar pelo deserto envolvia correr perigos dos

mais diversos.

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA - Sl 140.13 Na presença de Deus, somente os retos habitarão

TERÇA -Sl 31.20 Presença de Deus, lugar de esconderijo

QUARTA - Sl 16.11 Presença de Deus, lugar de alegria

QUINTA - Gn 4.16 Sair da presença de Deus, uma grande tragédia

SEXTA - Sl 68.7,8 A presença de Deus faz tremer a terra

SÁBADO - Êx 33.14 A presença de Deus traz descanso

27/01/2019

OBJETIVOS• MOSTRAR como Deus se manifestou ao povo no deserto,

e como os hebreus, a princípio, obedeceram volunta-riamente o mover da nuvem e da coluna de fogo;

• EXPLICAR como foi o início da caminhada no deserto e os primeiros pecados do povo;

• COMPREENDER como Deus orientou a Moisés para que ele escolhesse setenta cooperadores.

INTERAÇÃOProfessor(a), é imprescindível haver um bom relacio-namento entre os docentes de uma mesma classe, pois isso influencia diretamente no trabalho a ser realizado. Assim sendo, agende uma reunião com seu(s) colega(s), a fim de ouvir e sugerir novas ideias, discutir o tema do trimestre, desenvolver estratégias e atividades para a classe, etc. Faça desse um momento de interação e estreitamento de laços, independente de quantos pro-fessores existam na classe. Todos devem trabalhar com um só propósito, o que só é possível se houver um bom diálogo. Assim, realizarão muito mais pela classe, uma vez que, ao planejar as atividades do trimestre e dividir as tarefas entre todos, ninguém ficará sobrecarregado e o trabalho será bem mais dinâmico.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICAPeça que os alunos relatem, de forma resumida, alguns testemunhos de heróis e heroínas da fé. Homens e mulheres que viveram em santidade diante do Senhor e como a glória de Deus se manifestou em suas vidas. Reflita com os alunos a respeito do elo que existe entre santificação e a manifestação da presença de Deus, como mencionado nos testemunhos. Conclua dizendo que, a santidade é o requisito principal para ser cheio(a) do Espírito Santo. Assim, os alunos compreenderão porque, na narrativa de Números, a menção a leis e regras para a santificação de todos, antecederam o aparecimento da nuvem da presença. Essa conversa deve abrir a discus-são a respeito do tema da aula de hoje, que vai tratar a respeito da presença de Deus no deserto.

28 JOVENS

I – A NUVEM E A COLUNA DE FOGO 1. A presença contínua. Quando o

povo levantou o tabernáculo, o qual foi feito conforme o modelo dado por Deus

no monte Sinai, a nuvem da presença do Senhor surgiu gloriosamente (Nm 9.15). Os milhões de peregrinos que estavam ao redor do tabernáculo, nas suas respectivas tribos, entenderam perfeitamente que se tratava de uma manifestação divina.

No fim da tarde, quando o sol decli-nava e a temperatura começava a cair,

Números 9.15-22

15  E, no dia de levantar o tabernáculo, a nuvem cobriu o tabernáculo sobre a tenda do Testemunho; e, à tarde, estava sobre o tabernáculo como uma aparência de fogo até à manhã. 

16  Assim era de contínuo: a nuvem o cobria, e, de noite, havia aparência de fogo. 

17  Mas, sempre que a nuvem se alçava sobre a tenda, os filhos de Israel após ela partiam; e, no lugar onde a nuvem parava, ali os filhos de Israel assentavam o seu arraial. 

18  Segundo o dito do SENHOR, os filhos de Israel partiam e segundo o dito do SENHOR assentavam o arraial; todos os dias em que a nuvem parava sobre o tabernáculo, assentavam o arraial. 

19  E, quando a nuvem se detinha muitos dias sobre o tabernáculo, então, os filhos de Israel tinham cuidado da guarda do SENHOR e não partiam. 

20  E era que, quando a nuvem poucos dias estava sobre o tabernáculo, segundo o dito do SENHOR, se alojavam e, segundo o dito do SENHOR, partiam. 

21  Porém era que, quando a nuvem desde a tarde até à manhã ficava ali e a nuvem se alçava pela manhã, então, partiam; quer de dia quer de noite, alçando-se a nuvem, partiam. 

22  Ou, quando a nuvem sobre o tabernáculo se detinha dois dias, ou um mês, ou um ano, ficando sobre ele, então, os filhos de Israel se alojavam e não partiam; e, alçando-se ela, partiam.

INTRODUÇÃO

Caminhando com Deus, pelo deserto, o povo estava aprendendo uma lição espiritual a cada dia. As diversas leis tinham o objetivo de mostrar que um Deus santo requeria um povo santo (Lv 20.7). Entretanto, as pessoas que saíram do Egito não tinham noção dessa exigência divina e foram conhe-cendo o caráter de Deus à proporção que seguiam rumo à Canaã. Um ano depois da saída do Egito, os hebreus estavam tendo uma nova revelação a respeito da presença de Deus. O Senhor estava com eles, acompanhando-os numa coluna de fogo nas noites congelantes do deserto e, durante os dias, sob o sol escaldante de um dos lugares mais quentes do mundo, uma monumen-tal nuvem trazia refrigério para milhões de pessoas. O Altíssimo, carinhosamente, fazia-os viver em uma temperatura agradabilíssima, podendo eles, assim, desfrutarem de uma paisagem inigualável, de dia ou de noite. Com o movimento da nuvem ou coluna de fogo, Deus indicava o momento de parar a caminhada e de prosseguir.

TEXTO BÍBLICO COMENTÁRIO

outro milagre acontecia: a nuvem ficava com uma aparência de fogo, permane-cendo assim até pela manhã, quando, novamente, voltava a ser um refúgio contra o sol. Esse processo perdurou, continuamente, por quase 40 anos (Nm

9.16). O Senhor estava testemunhando a todo o povo: “E eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra, porque te não deixarei, até que te haja feito o que te tenho dito” (Gn 28.15).

JOVENS 29

2. O mover imprevisível. O texto de

Números 9.17-23 fala a respeito do mover

imprevisível de Deus, representado nos

deslocamentos da nuvem e da coluna

de fogo. Impressionante como o Espírito

Santo, que inspirou os escritores bíblicos,

fez questão de mencionar que, às vezes,

o referencial da presença de Deus per-

manecia no mesmo lugar um ano ou,

inexplicavelmente, menos de um dia.

Interessante perceber, também, que não

havia nenhum fenômeno natural perceptível

que antecedesse os movimentos vertical

(subida e descida sobre o tabernáculo) e

horizontal (mudança geográfica) da nuvem

ou da coluna de fogo. O Senhor, por sua

soberania, de dia ou de noite, sem mandar

qualquer aviso, simplesmente transferia o

lugar da nuvem ou a coluna de fogo. Não

havia, nem há, paradigmas para entender o

mover de Deus. Porventura, nos dias atuais,

não é com a mesma imprevisibilidade e

aparente ilogicidade eventual que Deus age?

3. A obediência voluntária. Deus estava

treinando os israelitas para que eles, com

alegria, aprendessem a obedecer ao Se-

nhor. Vale lembrar que, repetidamente, as

Escrituras dizem que eles eram rebeldes

ou de “dura cerviz” (Dt 10.16; Jr 7.26; Mc 10.5;

At 7.51). Assim, por vezes, a nuvem passava

um longo período parada e, depois, numa

sequência inesperada, era transferida de

lugar rapidamente, mas o povo a seguia,

como se vê: “Segundo o dito do SENHOR,

se alojavam e, segundo o dito do SENHOR,

partiam; da guarda do SENHOR tinham

cuidado, segundo o dito do SENHOR pela

mão de Moisés” (Nm 9.23).

Os que servem a Deus devem aprender

a obedecer voluntariamente ao Senhor, de

todo coração, como Davi recomendou a

Salomão (1 Cr 28.9), para que tenham vitória

nas grandes lutas que travarem. A obediência

é um segredo, uma bússola, um mapa e um

caminho. Andar por ela é sinal de sabedoria,

humildade, fé e sempre produz os resultados

da verdadeira prosperidade na vida.

Pense!Vale a pena obedecer a Deus mes-mo quando aquilo que Ele requer aparenta ser irracional ou ilógico?

Ponto ImportanteFazer a vontade de Deus sempre é a melhor decisão para seu povo, sob quaisquer circunstân-cias, pois o Senhor é o sumo bem e Ele jamais se equivoca.

II – O INÍCIO DA CAMINHADA 1. A ordem para marchar (10.11-13).

Deus possui um aguçado senso de beleza

e organização, entretanto esse traço de

seu caráter justifica-se não apenas pela

estética e estratégia de suas determina-

ções, mas sobretudo em face do grande

amor pelo seu povo.

O Senhor mandou fazer duas trom-

betas de prata, uma sofisticada obra de

arte (a prata era depurada no fogo, daí

por que é símbolo da redenção na Bíblia),

as quais serviam para conclamar o povo

para se reunir e dar o sinal de partida do

acampamento, tudo muito organizado.

Entretanto, mais adiante, Deus disse que

as trombetas também seriam tocadas

quando os israelitas estivessem em difi-

culdades (o toque das trombetas era uma

verdadeira oração) e nas festas religiosas

(Nm 10.2, 9,10). Dessa forma, o início de toda

caminhada era marcado, simbolicamente,

por um momento de oração. O toque das

trombetas movia o coração de Deus em

favor do povo e o Senhor se lembrava da

aliança firmada. A promessa de Deus, feita

desde os dias do patriarca Abraão, seria

cumprida, pois Deus é fiel.

30 JOVENS

2. Confiança do líder abalada (10.29).

Em meio a tantas demonstrações elo-

quentes do cuidado de Deus, percebe-se

uma falta de confiança do líder Moisés,

pois convidou Hobabe, seu cunhado, para

guiar o povo nos caminhos do deserto (Nm

10.29-32). Ora, a presença de Deus, repre-

sentada na nuvem e na coluna de fogo,

sinalizava perfeitamente quando o povo

deveria acampar e seguir viagem, e qual

rota percorrer, mas Moisés entendeu que

seria bom ter alguém com experiência para

“ser seus olhos” e socorrê-los em tempo

oportuno. Mas, o Senhor compreendeu a

fraqueza do líder e sequer o repreendeu.

Moisés também precisava aprender a

confiar. Vê-se, porém, que em nenhum

outro momento Hobabe é mencionado nas

Escrituras, dando provas que o convite de

Moisés foi estéril e inócuo. Deus é quem

comanda e guia os passos do seu povo.

3. O pecado da murmuração (11.1-10).

Na caminhada dos hebreus pelo deser-

to, o Senhor sempre esteve presente

cuidando do seu povo, mas, como visto

anteriormente é inevitável que as fraque-

zas dos líderes apareçam e, infelizmente,

também, existam rebeliões. Em Números

11.1-10 diz-se que aconteceu murmuração

no meio do povo por causa da comida

(toda murmuração dirige-se, em primeiro

plano, contra Deus) e o Senhor levou em

consideração as palavras proferidas a tal

ponto que muitos israelitas morreram

como castigo pela rebelião.

Judas escreveu a respeito de al-

guns indivíduos não recomendáveis

que eram “murmuradores, queixosos

da sua sorte, andando segundo as suas

concupiscências, e cuja boca diz coisas

mui arrogantes, admirando as pessoas por

causa do interesse” (Jd 16). Certamente o

que os israelitas fizeram foi muito grave

diante do Senhor, pois a Bíblia diz que a

maldição não vem sem causa (Pv 26.2).

Importante que cada cristão aprenda a

ser agradecido, de todo coração, e nunca

despreze o “pão” que Deus dá.

Pense!Não teria Deus agido injustamente ao matar pessoas por apenas re-clamarem do cardápio alimentar?

Ponto ImportanteDeus é a suma justiça. Ele jamais exacerba em seus juízos, por isso, a maldição não vem sem causa.

III – DEUS LEVANTA COOPERA-DORES 1. Carga pesada. Na caminhada com

Deus, pelo deserto a cada dia os limites

humanos são testados. O grande Moisés

que, pouco tempo antes, tinha convidado

Hobabe para ser “seus olhos” na peregri-

nação (tinha plano até para quando Deus

falhasse na orientação), agora pensa em

desistir do ministério. Ele concluiu: “Eu

sozinho não posso levar a todo este povo,

porque muito pesado é para mim. E, se

assim fazes comigo, mata-me, eu to peço,

se tenho achado graça aos teus olhos; e

não me deixes ver o meu mal” (Nm 11.14,15).

A resposta que Deus ofereceu a

Moisés ressoa como modelo ministerial

pelos séculos. O líder é feito de “carne

e osso” e, por isso, precisa de apoio e

companhia. Sempre que Deus quis fazer

algo significativo, antes de tudo, montou

uma equipe. Talvez Moisés, até aquele

instante, acreditasse ser possível liderar

sozinho, mas o Senhor permitiu que ele

ficasse esgotado emocionalmente para

aprender a depender mais dEle. Então,

o Altíssimo designou setenta anciãos

para auxiliar o seu servo.

JOVENS 31

“Os capítulos 9 e 10, em especial, centram-se na presença do Senhor no meio do seu povo. A primeira metade do capítulo 9 reconta a celebração da primeira Páscoa do deserto, (9.1-14), celebração essa que, acima de tudo, lembra-lhes a presença do Senhor quando, de forma extraordinária, libertou-os do Egito. Na segunda metade do capítulo, Deus promete prover uma nuvem para guiar os viajantes e para lembrá-los de sua presença contínua […].

No início do capítulo 10, a finalidade de tocar as trombetas é para que Deus e o povo lembrem-se uns dos outros (10.9,10). E nos versículos seguintes a nuvem move-se pela primeira vez.

Portanto, a primeira parte de Números é um resumo da forma especial como Deus preparou seu povo ao instruí-lo sobre a pureza, ao conceder-lhes os sacerdotes e, acima de tudo, sua presença especial.

O Senhor preparou o seu povo na-quela época e o prepara hoje. Você já pensou nisso? Você já pensou na forma como Senhor o prepara? Talvez tudo isso lhe pareça uma informação religiosa casual, todavia, Deus teve o cuidado em fazê-lo à sua imagem. Você foi projetado com a capacidade de compreender as palavras” (DEVER, Mark. A Mensagem do Antigo Testa-mento. 1.ed., Rio de Janeiro: CPAD, 2008, pp. 138,139).

SUBSÍDIO2. Dividindo a carga. Deus, de maneira

sábia, pediu que Moisés escolhesse setenta líderes para que o auxiliasse. A escolha seria de Moisés, porém eles seriam instrumentos do Senhor, para ajudar na condução da obra. Observa-se um segundo aspecto relevante nessa história: os auxiliares precisavam ter o mesmo espírito de Moisés, pensar a mesma coisa, compartilhar do alinhamento do entendimento do líder, ação precípua do Espírito Santo. Só assim a carga pesada das atribuições seria, de fato, compartilhada.

Pouco tempo depois houve o episódio das codornizes, o primeiro teste dos 70 líderes (Nm 11.31-35). Deus é bom e fiel, pois, certamente, se Moisés estivesse sozinho nessa nova e grave situação ele teria sucumbido.

3. Insubmissão. Moisés, depois de ter a carga administrativa aliviada pelos setenta líderes chancelados por Deus, viu ruir os apoios mais importantes que tinha: o de Miriã e Arão, seus amados irmãos, os quais se insurgiram fortemente contra ele, mas “o SENHOR o ouviu” (Nm 12.2). Os irmãos de Moisés foram repreendidos pelo Senhor, inclusive Miriã ficou leprosa por causa dessa insubmissão ao líder. Ferir o princípio da autoridade e submissão, desobedecendo a liderança, não é uma atitude sábia e prudente, ainda que existam ponderações de natureza administrativa consideráveis.

Pense!As ponderações de Miriã e Arão con-tra Moisés não deveriam, ao menos, terem sido discutidas por Deus na reunião feita com eles no santuário?

Ponto ImportanteO princípio da autoridade e sub-missão tem grande relevância para Deus, por isso, havendo rebelião, o Senhor sequer discute as argumen-tações apresentadas.

ANOTAÇÕES

ESTANTE DO PROFESSOR

DEVER, Mark. A Mensagem do Antigo

Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

HORA DA REVISÃO1. Cite dois sinais que Deus realizou, os quais demonstravam a presença dEle entre o povo.

A nuvem e a coluna de fogo.

2. Em quais momentos a nuvem e a coluna de fogo podiam ser vistas?Durante o dia a nuvem e à noite, a coluna de fogo.

3. De qual material foram feitas as duas trombetas que convocavam o povo?De prata batida.

4. Qual o nome do cunhado de Moisés que foi convidado para ser o “guia do povo”?Hobabe.

5. Segundo a lição, por que os irmãos de Moisés foram repreendidos pelo Senhor?Eles foram repreendidos pelo Senhor porque foram insubmissos ao líder.

CONCLUSÃOA maior consolação que os israelitas poderiam ter no deserto era a certeza da presença contínua de Deus com eles; e o Senhor demonstrou inequivo-camente tal realidade, através da nuvem ou da coluna de fogo que nunca abandonaram o povo. Mesmo diante dessa certeza, tanto os líderes quanto o povo cometeram erros, os quais não ficaram impunes, servindo isso deexemplo para a igreja hodierna.

JOVENS 33

L I Ç Ã O

5

DECIDINDO O SEUFUTURO

TEXTO DO DIA“Ao qual nossos pais não

quiseram obedecer, antes o rejeitaram e, em seu coração,

se tornaram ao Egito.” (At 7.39)

SÍNTESE

Sempre haverá dificuldades na vida daquele que caminha com Deus, mas nunca se deve perder a fé no cumprimento de suas promessas, porque

Ele é sumamente fiel!

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA - Hb 11.1A fé é o firme fundamento

do futuro

TERÇA - Mt 17.20A fé remove montanhas

QUARTA - Hb 10.38O justo viverá da fé

QUINTA - Rm 4.18,19 A fé nos faz crer contra

a esperança

SEXTA - 1 Sm 17.45A fé em Deus nos faz triunfar

SÁBADO - Jd 3A necessidade de batalhar pela fé

03/02/2019

OBJETIVOS• EXPLICAR porque Deus enviou espias até Cananã;• MOSTRAR que a murmuração evidencia a falta de fé;• COMPREENDER que frutos amargos são colhidos em

decorrência da desobediência e falta de fé.

INTERAÇÃOQuerido(a) professor(a), as lições desta revista pos-suem um elo que as interligam, pois tratam de temas sequenciais do livro de Números. De modo que será confuso para um aluno compreender a lição atual se ele não tiver conhecimento das anteriores. Se ficarem muito calados durante a aula, procure mobilizá-los, estimulando-os a perguntarem, opinarem, etc. Sempre motive seus alunos para que não faltem à próxima aula e convidem os ausentes. Essas lições são importantís-simas para o crescimento da fé em Deus, pois trazem valiosas orientações que se adequam perfeitamente ao nosso dia a dia, pois retratam a angustiante trajetória do povo de Deus pelo deserto.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICANa aula anterior foi abordado o tema da presença de Deus, fazendo assim uma ponte para essa lição cujo foco é o futuro, pois não é razoável pensar em ser feliz no futuro, se no presente, não se caminhar com o Senhor. Faça as seguintes indagações aos alunos: “Como vocês veem o futuro?” “O que esperam dele?” “Como encará-lo?”Aguarde as respostas e ouça-os com atenção. Você se surpreenderá com a forma de pensar dos alunos e isso o ajudará a conhecê-los melhor. Em seguida, diga-lhes que, certamente, os filhos de Israel enfrentaram esses mesmos questionamentos acerca do futuro, mas não souberam equacioná-los e não tiveram fé!

JOVENS 35

I – OS ESPIAS 1. O fim da jornada. Em Números 13,

Deus acena para o fim da caminhada. Es-pias deveriam ser enviados para analisar o extraordinário presente de Deus — a Terra da Promissão. Doze homens, representan-do suas tribos, deveriam subir à Canaã (v. 17). As conquistas dadas pelo Senhor ao seu povo sempre são representadas por “subidas”. É interessante o fato de que Deus

Números 13.26-33

26 E caminharam, e vieram a Moisés, e a Arão, e a toda a congregação dos filhos de Israel no deserto de Parã, a Cades, e, tornando, deram-lhes conta a eles e a toda a congregação; e mostraram-lhes o fruto da terra. 

27 E contaram-lhe e disseram: Fomos à terra a que nos enviaste; e, verdadei-ramente, mana leite e mel, e este é o fruto. 

28 O povo, porém, que habita nessa terra é poderoso, e as cidades, fortes e mui grandes; e também ali vimos os filhos de Anaque. 

29 Os amalequitas habitam na terra do Sul; e os heteus, e os jebuseus, e os amorreus habitam na montanha; e os cananeus habitam ao pé do mar e pela ribeira do Jordão.

30 Então, Calebe fez calar o povo perante Moisés e disse: Subamos animosamente e possuamo-la em herança; porque, certamente, prevaleceremos contra ela. 

31 Porém os homens que com ele subiram disseram: Não poderemos subir contra aquele povo, porque é mais forte do que nós. 

32  E infamaram a terra, que tinham espiado, perante os filhos de Israel, dizendo: A terra, pelo meio da qual passamos a espiar, é terra que consome os seus moradores; e todo o povo que vimos no meio dela são homens de grande estatura. 

33 Também vimos ali gigantes, filhos de Anaque, descendentes dos gigantes; e éramos aos nossos olhos como gafanhotos e assim também éramos aos seus olhos.

Números 14.1,2 

1 Então, levantou-se toda a congregação, e alçaram a sua voz; e o povo chorou naquela mesma noite. 

2  E todos os filhos de Israel murmura-ram contra Moisés e contra Arão; e toda a congregação lhe disse: Ah! Se morrêramos na terra do Egito! Ou, ah! Se morrêramos neste deserto! 

TEXTO BÍBLICO

INTRODUÇÃO

Israel já desfrutava de extraordiná-rios milagres de Deus. Eram aque-cidos nas noites frias do deserto, pelo calor de uma gigantesca coluna resplandecente, e durante o dia, logo pela manhã, colhiam um pão maravilhoso que caía diariamente do céu — o maná. Quando o sol, na-quela região árida, ia esquentando, os israelitas não eram incomodados, porque havia uma cortina térmica (a nuvem da presença de Deus) que os protegia (Sl 121.5). A caminhada do povo de Deus, em qualquer época, sob quaisquer contingências, apresenta-se, sobretudo, como uma jornada de fé. Deus lhes dava mantimento, con-forto e proteção, porém requeria deles (como requer da Igreja) uma atitude de fé. Eles precisavam en-xergar o futuro através dos olhos do Altíssimo e deveriam acreditar que “aquilo que Deus diz é verdade”. Diante disso, o Senhor determinou que Moises enviasse espias à Terra Prometida. Os israelitas seriam postos à prova! É deste ponto que, hoje, prossegue a saga do povo de Deus no deserto.

COMENTÁRIO

36 JOVENS

tenha se ocupado em fazer com que os

filhos de Israel declarassem o desejo de

conquistar a promessa, por Ele anunciada.

Eles precisavam somente dizer: Que linda

e abençoada terra, meu Senhor.

Os espias eram representantes de

todos que saíram do Egito. Eles tinham

sobre si o compromisso de comunicar aos

hebreus o que estava além do rio Jordão.

A terra que mana leite e mel estava muito

próxima e poucos instantes separavam

os ex-escravos da maior conquista de

suas vidas. O Senhor lhes daria mais que

um lugar para habitarem, sobretudo lhes

outorgaria dignidade enquanto indivíduos

e nação. A promessa feita, ainda, ao pa-

triarca Abraão, o amigo de Deus, estava

plenamente em vigor, não obstante os

séculos decorridos.

2. O tempo da alegria. Deus não

escolheu um tempo qualquer para essa

visita in locu tão especial. Está escrito que

era o tempo das “primícias das uvas” (Nm

13.20). Um período que simbolizava tudo

de bom, o tempo de sublime alegria,

porque estava acontecendo uma colheita

muito grande, de excelentes frutos. As

pessoas de Canaã estavam tão felizes

que, possivelmente, nem desconfiavam

da verdadeira intenção daqueles doze

homens que atravessavam seu território.

Aquele tempo de alegria em Canaã

prenunciava uma vitória maiúscula para os

hebreus, recompensa das mãos do Senhor,

prometida há mais de quatro séculos. Moisés

pediu que eles olhassem tudo, analisassem

minuciosamente e, por fim, enfatizou: “[…]

esforçai-vos e tomai do fruto da terra [...]”

(Nm 13.20). Essa seria a prova incontestável

de que o Senhor falara a verdade quanto ao

potencial agrícola daquela região.

3. A antessala da vitória. Quando os

representantes dos filhos de Israel foram

enviados à Canaã, eles estavam vivendo

na antessala da vitória. Possivelmente

havia uma grande expectativa do povo

pelos desdobramentos sociais e políticos

a partir daquela expedição missionária.

Os espias passaram 40 dias transitando

na Terra Prometida, observando tudo que

tinha sido determinado por Moisés.

No fim do período, trouxeram alguns

frutos da Terra Prometida e tudo era

esplendidamente bom. Deus nunca se

equivoca em nenhum de seus conceitos!

Provavelmente os israelitas estavam com

muita esperança ao perceberem os espias

chegando com um gigantesco cacho de

uvas (além das romãs e figos). Mas, logo

que os viajantes abriram a boca, o que

era alegre expectativa transformou-se

num inacreditável tormento emocional.

Pense!Por qual razão Deus quis que os espias fossem enviados à Canaã?

Ponto ImportanteO Senhor queria que o povo de Israel declarasse que confiava na sua fidelidade, acreditando que Ele cumpriria a palavra empenhada; afinal, “o justo viverá da fé”.

II – MURMURAÇÃO E FÉ 1. A vista humana. Os espias que

voltaram de Canaã dirigiram-se aos seus

líderes e ao povo, levando consigo a prova

da bênção de Deus: o fruto da terra. Então

confirmaram que, de fato, da Terra Prome-

tida manava leite e mel — a expressão não

tinha sido nenhum exagero de Deus e a

prova disso era o fruto (Nm 13.26,27). Em

seguida, porém, afirmaram que as cidades

eram muito bem protegidas e os mora-

dores podiam ser considerados gigantes

(Nm 13.28,29). Um verdadeiro terror!

JOVENS 37

O olhar humano dos representantes

das dez tribos trouxe consequências

terríveis para a história do povo de Deus.

Um desespero abateu-se imediatamente

sobre os descendentes de Isaque. No dia

a dia da vida, inúmeros medos solapam

a mente humana, como foi mencionado

pelo apóstolo Paulo (2 Co 7.5), entretanto

isso não pode obstruir a visão daqueles

cujos corações estão firmados em Deus

(Sl 108.1).

2. A visão da fé. No meio dos doze

espias havia dois homens de fé: Josué e

Calebe. Eles não viviam segundo o que

viam, mas eram guiados pela fé. Logo

quando os dez espias começaram a

desanimar o povo, Calebe levantou-se

e proferiu palavras de fé e exortação. Ele

compreendia, como Martin Luther King,

que “mesmo as noites totalmente sem

estrelas podem anunciar a aurora de

uma grande realização”. Ele sabia que

Deus poderia fazer, num movimento, o

que os homens passariam meses e anos

para realizar.

Josué e Calebe, com ímpeto, refutaram

instantaneamente os outros companheiros

de viagem, pois estes haviam dito que os

cananitas eram mais fortes do que eles

e, que, por tal motivo, Israel não deveria

conquistar a Terra Prometida (Nm 13.30).

3. O poder do desânimo. O discurso

negativo dos dez espias adentrou o cora-

ção dos hebreus a ponto de fazer com que

esqueceu-se das promessas do Senhor.

O povo, subitamente, esqueceu-se do

Deus que deu um filho a Abraão na sua

velhice, através de uma mulher estéril.

Esqueceram-se daquEle que trouxe as

dez pragas ao Egito e os tirou com mão

forte e braço estendido das garras de

Faraó. Nenhuma imagem, palavra, teoria,

ou discurso seria mais eloquente do que

o poder do desânimo disseminado pelos

espias incrédulos.

Está escrito que toda a congregação

chorou naquela mesma noite (Nm 14.1). O

projeto de Deus, dado e confirmado para

várias gerações de crentes fiéis, estava,

agora, fulminado no coração daqueles

ex-escravos, por causa de uma única

abordagem pessimista de um grupo de

dez homens infiéis.

Pense!Por que a reação dos israelitas às más notícias trazidas pelos espias incrédulos foi tão contundente?

Ponto ImportanteO povo de Israel tinha saído do Egito, mas o Egito não tinha saído deles. Por isso, as palavras de Deus soavam tão timidamente em seus corações!

III – COLHENDO FRUTOS AMARGOS1. O povo volta ao Egito. O momento

mais decisivo e alegre do povo transfor-

mou-se no pior de todos os pesadelos, pois

segundo Atos 7.39 eles voltaram ao Egito

em seus corações. Anelaram a escravidão,

o pecado, as festas pagãs, e abandonaram

ao Senhor. Eles preferiram os ídolos egíp-

cios e apostataram da fé. “E diziam uns aos

outros: Levantemos um capitão e voltemos

ao Egito” (Nm 14.4). Nesse momento, Moisés

e Arão caíram de joelhos diante de todo o

povo, ao passo que Josué e Calebe rasga-

ram suas vestes e tentaram animar o povo

a confiar em Deus; porém, ao contrário,

todos tencionaram apedrejá-los, o que só

não aconteceu porque Deus manifestou a

sua glória (Nm 14.5-10). Uma cena incrível!

Como pessoas alcançadas pela bondade

maravilhosa de Deus foram tão ingratas e

incrédulas? Não acontece isso, porventura,

muitas vezes em nossos dias?

38 JOVENS

2. O povo é reprovado. Os mais de

seiscentos mil homens adultos daquela

geração foram, então, reprovados pelo

Senhor: não entrariam na Terra Prometida.

A promessa que repousava sobre eles

passou para a geração seguinte. Eles não

eram dignos de herdar a bênção divina,

pois viram a glória do Senhor e os sinais

realizados no Egito e no deserto, mas

mesmo assim rejeitaram Deus por dez

vezes e não obedeceram à voz do Eterno.

As pessoas que um dia participaram

dos banquetes espirituais e se fizeram

participantes do Espírito Santo e, depois,

decidiram apostatar da fé, correm o risco

de não serem mais admitidas por Deus.

Esse risco não só é real, como também

é impreterível (Hb 6.4-6).

3. Quarenta dias se tornam em qua-

renta anos. Deus demonstrou indignação

pela falta de confiança dos israelitas, por

isso Ele transformou 40 dias de desânimo e

falta de fé em 40 anos de caminhada pelo

deserto (Nm 14.33,34). Um ensinamento

que o povo de Israel jamais esqueceria.

Deus estava mostrando que a dúvida

em relação à sua Palavra traria sérias

consequências. Nunca perca a fé, jamais

murmure, olhe para o futuro com espe-

rança e sempre creia no poder de Deus.

Se o povo for obediente, a vitória será

certa, mas se apostatar da fé, e voltar ao

Egito, atrairá para si uma dor e vergonha

que nunca serão esquecidas.

Pense!Por que Deus transformou 40 dias de desânimo em 40 anos de deserto?

Ponto ImportanteOs hebreus tinham saído do Egito, mas o Egito não tinha saído deles. Por isso, as palavras de Deus soavam tão timidamente em seus corações!

“A fé encoraja nossas crenças e expec-

tativas com confiança. A fé pode nos

tornar destemidos. “Ter esperança é

ouvir a melodia do futuro. Ter fé é dan-

çar ao som dessa melodia”, declarou

Rubem Alves.

Como a fé realiza esta obra sobrenatu-

ral? Concedendo-nos uma perspectiva

eterna. Pessoas de fé enxergam a vida

de modo diferente. O otimismo cheio

de esperança acerca do futuro, quando

reforçado pela fé, modera nossa an-

siedade acerca do presente. Olhamos

para a vida com lentes maiores. Ver os

problemas da vida com as grandes

lentes do futuro ajuda a colocar em

perspectiva os aborrecimentos de hoje,

problemas no carro, discussões na

família, voos atrasados. Muitas coisas

que antes nos aborreciam agora po-

dem ser vistas como o que de fato são:

irritações triviais, temporárias.

Mas a fé vai além de nos ajudar a lidar

com meros aborrecimentos. Vemos

o verdadeiro poder da fé com mais

clareza nos momentos de dor. A fé

transforma a esperança em uma cer-

teza de que o sofrimento fará sentido

mesmo quando nossa perspectiva

terrena não vê sentido algum. Em ou-

tras palavras, quando a dor nos atinge

até a alma e as provações nos dão um

soco no estômago, a fé é responsável

por manter viva a nossa esperança”

(PARROTT, Les. Você é Mais Forte do

que Pensa. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD,

2014, p. 52).

SUBSÍDIO

ANOTAÇÕES

ESTANTE DO PROFESSOR

PARROTT, Les. Você é Mais Forte do que Pensa.

1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2014.

HORA DA REVISÃO1. Conforme a lição, ao determinar o envio de espias, o que Deus estava indicando?

Deus estava indicando o fim da caminhada.

2. Segundo Números 13.20, em que momento Deus comissionou os espias?No tempo das primícias das uvas.

3. Identifique pelo menos uma passagem bíblica que demonstre a fé e obediênciade Calebe.Números 13.30.

4. Qual referência bíblica afirma que os hebreus voltaram ao Egito em seus corações?Atos 7.39.

5. Qual a lição que Deus ensinou ao transformar 40 dias de desânimo dos espiasem 40 anos de caminhada no deserto?Se o povo for obediente, a vitória será certa, mas se apostatar da fé, e voltar ao

Egito, atrairá para si dor e vergonha que nunca serão esquecidas.

CONCLUSÃOA geração que saiu do Egito tinha, de fato, enormes dificuldades para con-quistar os “gigantes” de Canaã; mas, quaisquer que fossem os obstáculos, Deus lhe introduziria, como prometido, naquela boa terra. Os hebreus só precisavam crer e obedecer, porém preferiram a rebeldia em seus corações. Por isso, morreram e foram enterrados em sepulturas no deserto. Poderia ter sido diferente, pois “o justo viverá da fé”.

40 JOVENS

L I Ç Ã O

6

O PECADO DA REBELIÃO

TEXTO DO DIA“Porque a rebelião é como o

pecado de feitiçaria, e o porfi-ar é como iniquidade e idola-tria. Porquanto tu rejeitaste a palavra do SENHOR, ele tam-bém te rejeitou a ti, para que não sejas rei.” (1 Sm 15.23)

SÍNTESE A rebelião à hierarquia

(notadamente àquela firmada por Deus), instala o caos e faz os melhores projetos

sucumbirem.

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA - Êx 23.21

Advertência contra a rebelião

TERÇA - Dt 31.27

A rebelião de Israel era conhecida

QUARTA - Sl 78.8

A geração contumaz e rebelde

QUINTA - Js 1.18

O terrível castigo aos rebeldes

SEXTA - Jr 29.32

O rebelde não tem um

bom futuro

SÁBADO – Mq 7.18

O Senhor perdoa a rebelião

10/02/2019

OBJETIVOS• MOSTRAR que a caminhada pelo deserto evidenciou

o fato de que os hebreus que saíram do Egito eram de dura cerviz;

• SABER que as rebeliões que surgiram no meio da lide-rança eram contagiantes, alcançando muitos do povo;

• REFLETIR a respeito da vontade de Deus.

INTERAÇÃOEstimado(a) professor(a), todo intento para que venha lograr êxito, em regra, passou por um eficaz planejamento. Na educação cristã não é diferente. Não é necessário ser um pedagogo para fazer um planejamento, pois planejar nada mais é do que organizar a aula antes de ministrá-la. As lições de professor oferecem excelentes subsídios pedagógicos e didáticos, tudo que você precisa fazer é estudar com afinco, ler o livro de apoio à lição, e organizar o roteiro de sua aula com antecedência, definindo um tempo para cada tópico da lição e atividades a serem desenvolvidas. Não é demais lembrar a recomendação bíblica: “Se é ensinar, haja dedicação ao ensino” (Rm 12.7).

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICAO tema da aula de hoje é de extrema relevância para a igreja da atualidade: rebelião. Muitos têm enveredado por esse caminho, com consequências trágicas na vida. Para iniciar a aula, faça a seguinte pergunta: “O cristão deve obedecer seu líder mesmo que não concorde com ele?” “Nesse caso, é correto levantar oposição?” Espere que os alunos respondam e registre todas as colocações. Após, comece a analisar as respostas, junto com eles, com o cuidado de não causar constrangimento. Essa atividade vai diagnosticar se os alunos entendem o que significa o princípio da autoridade e submissão.

42 JOVENS

I – UM POVO DE DURA CERVIZ1. Inveja na família do líder. Um

caso emblemático, que retrata o espírito de oposição dos israelitas, aconteceu precisamente na família de Moisés (Nm 12.1-15). Arão e Miriã falaram contra

Moisés, mas o Senhor o ouviu (Nm 12.1,2). A consequência é que Miriã ficou leprosa, como castigo de Deus. Logo após, “Arão disse a Moisés: Ah! Senhor meu! Ora, não ponhas sobre nós este pecado, que

fizemos loucamente e com que havemos pecado!” (Nm 12.11).

Números 12.1-14

1  EfalaramMiriãeArãocontraMoisés,por causa da mulher cuxita, que tomara; porquantotinhatomadoamulhercuxita. 

2  Edisseram:Porventura,falouoSE-NHOR somenteporMoisés?Nãofaloutambémpornós?EoSENHOR oouviu. 

3  E era ovarãoMoisésmuimanso,maisdoquetodososhomensque havia so-bre a terra.

4  ElogooSENHOR disseaMoisés,eaArão, e a Miriã: Vós três saí à tenda da congregação.Esaíramelestrês. 

5  Então,oSENHOR desceunacolunade nuvem e se pôs à porta da tenda; depois, chamou a Arão e a Miriã, e elessaíramambos. 

6  Edisse:Ouviagoraasminhaspala-vras;se entre vóshouverprofeta,eu,oSENHOR,emvisãoaelemefareiconhecer ou emsonhosfalareicomele. 

7  Não é assimcomomeuservoMoisés,que é fielemtodaaminhacasa. 

8  Bocaabocafalocomele,e de vista,enãoporfiguras;pois,elevêaseme-lhançadoSENHOR;porque,pois,nãotivestes temor de falar contra o meu servo,contraMoisés?

9  Assim,airadoSENHOR contraelesseacendeu;efoi-se. 

10 Eanuvemsedesvioudesobreaten-da;eeisqueMiriã eraleprosacomoa neve; e olhou Arão para Miriã, e eis que era leprosa. 

11 PeloqueArãodisseaMoisés:Ah!Se-nhor meu! Ora, não ponhas sobre nós estepecado,quefizemosloucamentee com quehavemospecado! 

12 Ora,nãosejaelacomoummorto,que,saindo do ventre de sua mãe, tenha metadedasuacarnejáconsumida. 

13 Clamou,pois,MoisésaoSENHOR,dizendo:ÓDeus,rogo-tequeacures. 

14 EdisseoSENHOR aMoisés:Seseupai cuspira em seu rosto, não seria en-vergonhadasetedias?Estejafechadasete dias fora do arraial; e, depois, a recolham. 

TEXTO BÍBLICO

INTRODUÇÃO

Números capítulo 13 narra a respei-to da derrocada espiritual e social da geração de ex-escravos hebreus que saiu do Egito, a qual preferiu, em seus corações, retornar à vida de escravidão debaixo do jugo de Faraó. Os israelitas demonstraram o seu grave sentimento de insub-missão — fator decisivo para que não entrassem em Canaã. Todas as vezes que o povo de Deus se insurgiu contra a sua liderança espiritual, a qual era fiel ao Senhor, as consequências foram trágicas. O pecado da rebelião, disse Deus, é como o pecado da feitiçaria (1 Sm 15.23), porque o rebelde (assim como o feiticeiro) busca alcançar o fim pretendido independentemente da vontade do Senhor; acha que os fins justificam os meios e, por isso, realiza qualquer conduta para ter o que deseja.Após o pecado em Cades, os hebreus desencadearam outras revoltas e o resultado, em todas elas, foi tristeza, morte e luto. Poderia ter sido diferen-te, pois bastava somente obedecer!

COMENTÁRIO

JOVENS 43

que caía do céu, oportunidade em que o

Altíssimo fez com que fossem atacados

por víboras ardentes, as quais picaram o

povo, sendo grande a mortandade.

A desonra com que alguns tratam

seuslíderesdestoadaquiloqueaIgreja

aprendeuaolongodosséculos.Eusébio

deCesareia,porexemplo,dizqueomártir

Policarpo,bispodeEsmirna,“semprefora

tratado com grande respeito”, a tal ponto

que não tinha o costume de tirar os sapatos,

“pois sempre tivera irmãos que, logo ao seu

lado, disputavam entre si para servi-lo”.

Pense!A forma como os crentes de Es-mirna tratavam Policarpo não era exagerada, quase uma idolatria?

Ponto ImportanteA igreja em Esmirna tinha muito respeito por Policarpo, não bajulação ou idolatria. A conduta fiel daquela igreja fê-la não ser repreendida pelo Senhor (Ap 2.8-11).

II - LÍDERES EM CONFLITO1. Insubmissão e desrespeito. Havia

em Israel, no deserto, três homens muito

influentes:Corá,DatãeAbirão.Elestinham

uma grande liderança (Nm 16.2-4), mas

desprezavamaPalavradoSenhorquedizia:

“Osjuizesnãoamaldiçoaráseopríncipe

dentre o teu povo não maldirás” (Êx 22.28).

É fato que todo rebelde, com frequência,

critica a liderança, não só nas coisas im-

portantes, mas inclusive nos pequenos

acontecimentos, e isso deve ter acontecido

com esse trio. Um dia, porém, resolveram

dar vazão a toda a indignação acumulada

contraolíderMoisés.Elesqueriamfazer

uma divisão no meio do povo e o resultado

darebeliãofoi:Elesforamexterminados

pelo Senhor (Nm 16.32-35).

Muitas pessoas têm ficado “leprosas”

porquelevantamoposiçõesinjustas

contra seus líderes, enquanto eles

estão agindo no centro da vontade de

Deus. Há uma verdade inexorável: quem

desatende ao princípio da autoridade

e submissão será quebrado por Deus.

2.Teimosia. Após receberem uma

sentença forte de Deus, de que eles não

entrariamnaTerraPrometidaporcausa

da desobediência, o Senhor determinou

que voltassem ao deserto, pelo caminho

do mar Vermelho (Dt 1.40). Os hebreus,

porém, com soberba, resolveram desafiar

Moisés e o próprio Deus e partiram

para a guerra. Foram fragorosamente

derrotados (Nm 14.40-45).

A motivação de toda a rebelião fica

bastantepatenteaqui:Paraoshebreus,

independente dos conselhos ou da

vontade de Deus, o que importava era a

opiniãoprópriadeles,odesejovaidoso.E,

como sempre acontece com os rebeldes,

o fim não foi bom. Acerca disso Moisés

escreveu, relembrando o momento em

que os sobreviventes israelitas voltaram

chorando após o massacre dos amorreus:

“Tornando, pois, vós e chorando perante o

SENHOR,oSENHORnãoouviuavossavoz,

nem vos escutou” (Dt 1.45). Triste desfecho

para quem poderia ter sido vitorioso.

3. Murmuração. Os atos de rebeldia

do povo continuaram acontecendo e,

cada vez mais, morriam no deserto os

desobedientes.EmNúmeros20.2-5e

21.4,5 há o registro de duas outras histórias

de insubmissão, as quais redundaram em

danos e mortes. No primeiro episódio

o povo murmurou tanto que o próprio

Moisés perdeu o bom senso e feriu a

rocha, quando a ordem divina era para falar

à rocha; no segundo caso, reclamaram

do cuidado divino e desprezaram o maná

44 JOVENS

2. O memorial dos rebeldes.Números

16. 40 relata uma determinação divina in-

teressante: a construção de um memorial,

noaltardoSenhor,paraqueosfilhosde

IsraelselembremdacondutadeCoráe

seusseguidores.Deus,alémdojustojuízo

inflingidoaosrebeldes,deixouaadver-

tência “para que nenhum estranho, que

não for da semente de Arão, se chegue

paraacenderincensoperanteoSENHOR

[...]” (Nm 16.40).

Na verdade, ser da tribo de Levi era um

privilégio concedido pelo Senhor, pois os

levitas deveriam ser cuidados, por toda a

vida,pelosdemaisisraelitas(Dt12.19).En-

tretanto o ministério sacerdotal somente

seria exercido pelos descendentes de Arão.

Corá,comolevita,achavaqueamedidaera

um equívoco de Moisés e, ainda com as

muitas demonstrações do Senhor quanto

a isso, não retroagiu em seu intento, e o

fimfoitrágico.Omemorialserviriapara

queosfilhosdeIsrael(enãoapenasos

levitas) não se esquecessem disso.

3. O castigo dos inconformados. É

impressionante como a rebelião, em regra,

é extremamente contagiosa. Não obstante

o castigo que aconteceu, no dia seguinte o

povo quis destruir a liderança pelos danos

que o Senhor causara. Diante disso, mais

uma vez, Moisés e Arão foram buscar a

Deus, intercedendo pelos que estavam

solidários aos que morreram. O Senhor

matou outras 14.700 pessoas e só não

foram mais porque Moisés e Arão apazi-

guaram a Justiça de Deus rapidamente.

É inacreditável como há pessoas que,

sem temor, quebram o princípio da auto-

ridade e submissão contra um homem de

Deus,eaindajustificamquerealizaram

algo“politicamentecorreto”.Errampornão

conheceremasEscrituras.Asregrasque

regem a liderança espiritual estabelecidas

porDeussãoexclusivasdEleeestãorelacionadas com sua escolha soberana. Ana, por exemplo, poderia ter murmurado contraosacerdoteEli,tantopelacríticainfundada, como pela desordem sacerdotal da época, mas tratou-o respeitosamente e foi abençoada (1 Sm 1.13-20).

Pense!É correto suscitar rebelião contra um homem de Deus, ainda que ele tenha realizado conduta “politica-mente incorreta”?

Ponto ImportanteNão havendo desobediência à Palavra de Deus na conduta da autoridade, a submissão deve ser a mais ampla possível, sob pena de se cometer um pecado semelhante à feitiçaria (1Sm 15.23).

III - DEUS MOSTRA A SUA VONTADE 1. Deus firma a liderança. O Senhor,

comoformadefirmaraliderançasacerdo-tal de Arão, e de fazer cessar as contendas, determinou que “cada cabeça da casa de seus pais” deveria trazer uma vara até a tenda da congregação. A vara do homem aquemoSenhorhaviaescolhidoflores-ceria” (Nm 17.5). É interessante como Deus disse que murmuravam contra Moisés e Arão, porém, na verdade, as palavras eramlançadascontraElepróprio.Ofatomais relevante é que Deus não suporta os que se dão à murmuração e, por isso, eles sofrerão danos; ademais, o Senhor recomendaquenãohajamurmuradoresnomeiodopovo(Fp2.14;1Pe2.1),masadoradores com o coração transbordante deaçõesdegraças(1Cr29.13).

2. Deus honra o líder. Números17.8relataqueavaradeArãofloresceueados outros permanceram mortas. O Se-nhor estava prestigiando aquele que o

JOVENS 45

“O Pecado de Miriã e Arão (Nm 12.1-

15). Peloquededuzimos,amurmuraçãoe a reclamação eram incontroláveis, pouco importando a severidade com que Deus as tratasse. Neste ponto, surgem nos escalões mais altos do

acampamento, em Miriã, a profetisa (Êx 15.20), e Arão, o sacerdote. A passagem é bastante clara em mostrar que foi Miriã quem iniciou a crítica e que Arão, como sempre, foi mero porta-voz. A críticaquefizeramdeMoiséseradu-pla: o desgosto por ele escolher uma

esposa e a questão sobre por que Miriã e Arão não deveriam ser reconhecidos, ao lado de Moisés, como competentes para receber as mensagens de Deus.

A primeira destas reclamações não tinham fundamento na transgressão moral ou legal, como seria caso tivesse Moisés se casado com uma cananeia (Dt7.1-6).Pelovisto,brotoudocoraçãode uma irmã ciumenta quanto ao que era o segundo casamento de Moisés.

A segunda reclamação tinha menos fundamento, existente somente na mente de Miriã e Arão. Miriã recebera certa posição de honra e respeito,

destacando-se particularmente por sua liderança na canção da vitória logo após a travessia do Mar Vermelho. Arão fora designado como porta-voz de Moisés e, mais recentemente, se tornara o principal sacerdote dos israelitas. Não há que duvidar que Miriã e Arão ainda viam Moisés como o caçulinha e se ressentiam de sua posição de liderança com o povo e de seu favor com Deus” (Comentário Bíblico Beacon. 1.ed. Vol. 1.RiodeJaneiro:CPAD,2005,p.347).

SUBSÍDIOserviafielmente.Afinal,quemseentrega

inteiramente nas mãos do Deus, o Senhor

o colocará em lugares estratégicos, de

honra. O grande problema é que, em

inúmerasocasiões,apessoa,naverdade,

está sendo preparada, moldada, para as-

sumir responsabilidades maiores, porém

não discerne o que está se passando e

reage de maneira egoísta e imprudente,

criando rebelião. Quem o Senhor escolhe,

cedo ou tarde, será sumamente honrado,

como aconteceu com Arão.

3. Deus protege o líder. Números17.10

fala a respeito da ordem para se guardar

avaradeArão,quefloresceu,dentroda

Arca da Aliança (Hb 9.4), para servir como

sinalaosfilhosrebeldes,paraquenão

morressem. O Senhor, com isso, estava

protegendo o sacerdote Arão, de maneira

que pudesse exercer seu ministério com

todaadesenvolturadiantedosfilhosde

Israel, sem oposição. Os homens que con-

fiaraminteiramenteemDeustinhamuma

característica interessante: “da fraqueza,

tiraramforças”(Hb11.34).ComoJesus,

eles venceram. Arão deveria saber que

a vida não seria fácil, mas Deus estava

comele,protegendo-oeprojetando-lhe

umfuturobrilhante.Esseéodestinode

quemserveaDeusfielmente:sermais

quevencedor(Rm8.37),porqueElejá

venceu o mundo (Jo 16.33).

Pense!Se Deus firma, honra e protege os líderes que Ele nomeia, por que eles sofrem tanto?

Ponto ImportanteO sofrimento faz parte da vida ministe-rial, pois para levar a preciosa semente, ao que parece, deve ser “andando e chorando”. Mas o bom é que, no fim, haverá muita alegria (Sl 126.5,6).

ANOTAÇÕES

ESTANTE DO PROFESSOR

MERRILL, Eugene H. História de Israel no

Antigo Testamento: O Reino de Sacerdotes que Deus Colocou entre as Nações. 6.ed.

Rio de Janeiro: CPAD, 2007.

HORA DA REVISÃO1. Conformealição,quaisosbenefíciosdoprincípiodaautoridadeesubmissão?

O princípio da autoridade e submissão estabelece a ordem e cria condições

para o crescimento, em todo e qualquer agrupamento humano.

2. Conformealição,quaisosmalefíciosdeagiremrebeliãoàautoridadeconstituídapeloSenhor?A rebelião à hierarquia (notadamente àquela firmada por Deus), instala o caos

e faz os melhores projetos sucumbirem.

3. QualcondutaMoiséstevequeoimpediudeentrarnaTerraPrometida?Feriu a rocha, quando deveria apenas ter falado a ela.

4. CiteosnomesdostrêslíderesqueselevantaramcontraMoiséseArão.Corá, Datã e Abirão.

5. QualsinalfísicochancelouaautoridadesacerdotaldeArão?Sua vara floresceu.

CONCLUSÃOOs ministérios de Moisés e de Arão foram marcados por muitas rebeliões, mas o Senhor sempre os honrou e protegeu. Talvez em algum momento, tenha surgido no seu coração algum sentimen-to de rebelião contra alguma autoridade espiritual constituída por Deus, como ocorreu com Corá, Datã e Abirão. Se isso aconteceu, arrependa-se, peça perdão a Deus e retorne à plena submissão a Cristo.

JOVENS 47

L I Ç Ã O

7

OS PERIGOS DO DESERTO

TEXTO DO DIA“O nosso socorro está em o nome do SENHOR, que

fez o céu e a terra.” (Sl 124.8) 

SÍNTESE Em algum momento da nossa

trajetória haverá desertos a serem transpostos; é preciso,

ter muito cuidado para não sucumbirmos ante aos perigos que surgem nesses

dias difíceis.

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA - Gn 16.7Encontrada por Deus no deserto

TERÇA - Gn 36.24 Encontrando fontes termais

no deserto

QUARTA - Êx 3.1 Apascentando o rebanho

no deserto

QUINTA - Sl 95.8 Corações endurecidos no deserto

SEXTA - Sl 106.14Corações cobiçosos no deserto

SÁBADO - Mt 4.1-11Deserto, lugar de tentação

17/02/2019

OBJETIVOS• DEMONSTRAR que nos períodos de provações (desertos),

habitualmente surgem críticas indevidas, como aconteceu com Moisés;

• SABER que como aconteceu com Jesus, no deserto a obediência de cada um é testada;

• RECONHECER que há instantes, na vida de um servo de Deus, que ocorrerão perdas pessoais irreparáveis, as quais podem contribuir para o surgimento da solidão.

INTERAÇÃOEstimado(a) professor(a), a relação professor-aluno precisa ser o mais amigável possível, de forma a desenvolver um forte vínculo afetivo e de confiança com aqueles que Deus lhe confiou para ensinar e orientar. O contato pessoal que acontece semanalmente, aos domingos, não é suficiente para o estabelecimento de duradouros elos de amizade. Por isso, procure ter contato com os alunos fora do horário da Escola Dominical. Se os discentes confiarem em você, receberão de bom grado o seu ensi-no, seguirão suas orientações e ouvirão seus conselhos. Por outro lado, a proximidade com eles proporcionará a você um melhor conhecimento a respeito de suas vidas, e isso é algo que todo professor de Escola Dominical deve buscar com afinco.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICADistinto(a) professor(a), para a aula de hoje convide, com antecedência, um membro de sua igreja que tenha passado por uma grande dificuldade durante um longo tempo. Ele deve narrar parte dos sofrimentos suportados, de forma sucinta, mencionando as críticas que sofreu, as perdas materiais, a eventual solidão nesse período e os dramas emocionais [se perdeu (ou quase) a paciência, o equilíbrio ou mesmo a fé]. O objetivo é fazer uma conexão entre o testemunho e o tema da lição. Tenha cuidado com o tempo destinado a essa atividade, para evitar que se prolongue em demasia. Ao final, agradeça ao convidado pela presença e peça que ele ore pela turma. Encerre a atividade explicando que na lição de hoje terão a oportunidade de entender alguns aspectos da experiência de caminhar no deserto com Deus.

JOVENS 49

Números 20.1-13

1  ChegandoosfilhosdeIsrael,todaacongregação,aodesertodeZim,nomêsprimeiro,opovoficouemCades;eMiriãmorreualiealifoisepultada.

2 Enãohaviaáguaparaacongregação;então,secongregaramcontraMoisésecontraArão. 

3  EopovocontendeucomMoisés,efalaram,dizendo:AntestivéssemosexpiradoquandoexpiraramnossosirmãosperanteoSENHOR! 

4  EporquetrouxestesacongregaçãodoSENHOR aestedeserto,paraquemorramosali,nóseosnossosanimais? 

5  EporquenosfizestessubirdoEgito,paranostrazeraestelugarmau?Lugarnãodesemente,nemdefigos,nemdevides,nemderomãs,nemdeáguaparabeber. 

6  Então,MoiséseArãoseforamdediantedacongregação,àportadatendadacongregaçãoeselançaramsobreoseurosto;eaglóriadoSENHOR lhesapareceu.

7  EoSENHOR falouaMoisés,dizendo: 

8  Tomaavaraeajuntaacongregação,tueArão,teuirmão,efalaiàrochaperanteosseusolhos,edaráasuaágua;assim,lhestiraráságuadarochaedarásabeberàcongregaçãoeaosseusanimais. 

9  Então,MoiséstomouavaradediantedoSENHOR,comolhetinhaordenado.

10 EMoiséseArãoreuniramacongregaçãodiantedarocha,e Moisés disse-lhes:Ouviagora,rebeldes:porventura,ti-raremoságuadestarochaparavós? 

11 Então,Moiséslevantouasuamãoeferiuarochaduasvezescomasuavara,esaírammuitaságuas;ebebeuacongregaçãoeosseusanimais. 

12 EoSENHOR disseaMoiséseaArão:Porquantonãomecrestesamim,paramesantificardiantedosfilhosdeIsrael,porissonãometereisestacongregaçãonaterraquelhestenhodado. 

13 EstassãoaságuasdeMeribá,porqueosfilhosdeIsraelcontenderamcomoSENHOR;eoSENHOR sesantificouneles.

INTRODUÇÃO

Números 20 narra episódios que aconteceram no quadragésimo ano da viagem do povo de Israel pelo deserto. Os fatos são sobremodo decisivos e menciona, por exemplo, o falecimento de duas pessoas muito queridas de Moisés: seus irmãos Miriã e Arão. Trata também da rejeição e repulsa de um povo coirmão: Edom, que impediu Israel de passar por seu território.O longo período de caminhada naquele ambiente inóspito certa-mente propiciou a Moisés muita experiência, tornando-o apto para entender a natureza humana como poucos. Mesmo com todos os sinais miraculosos que aconteceram em seu ministério, ele foi censurado por sua espiritualidade, morali-dade e integridade enquanto ser humano. Diante de tudo que ele enfrentou, ainda teve que lidar com a dificuldade em achar amigos ver-dadeiros. Diante desse emaranhado de emoções, ele, por um instante, fraquejou e perdeu a sua recom-pensa: entrar, juntamente com o seu povo, em Canaã. O deserto, sem dúvida, é um lugar perigoso.

TEXTO BÍBLICO COMENTÁRIO

I – NO DESERTO SURGEM CRÍTICAS1. Quanto à espiritualidade.EmNú-

meros16.3,MoisésfoiacusadoporCorá,DatãeAbirãodenãopossuirautoridade

espiritualparaconduziropovo.Esseéumdosperigosdodeserto.AmesmacoisaaconteceucomJesus,aosertentadoporSatanásaolongode40diasapósseuba-tismo:oInimigocolocouemquestãose,defato,JesuseraoFilhodeDeus(Mt4.1-11).

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vizinhosdesconfiavamdasreaisintenções

deMoisés.

Ahonestidade,integridade,since-

ridadeepurezadepropósitosdeum

lídercristãoapresentam-se,semdúvida,

comoseumaiorpatrimônio.Aíndole

deMoisés,nos40anosdecaminha-

da,deveriasersuficienteparaqueos

edomitasconfiassemnele,entretanto,

nodeserto,ascoisasacontecemsem-

predemaneirainesperada,poisnum

ambientecheiodeperigosespirituais,

moraisefísicos,aspessoas,emregra,

desconfiamdetudo.

Pense!Se o deserto é um lugar de tantos perigos, por que Deus habitu-almente conduz seus filhos por esse ambiente?

Ponto ImportanteA experiência do deserto é insubstituível para quem anda com o Senhor, o qual sempre se revela de um modo especial nos momentos mais difíceis da vida.

II – NO DESERTO A OBEDIÊNCIA É TESTADA1. Pode-se perder a paciência.Moisés

eraconsideradoohomemmaismanso

daterra.Entretanto,nomomentoem

quefoipressionado,sendoquestionado

sobreoporquêde,40anosantes,ter

trazidoIsraeldoEgitoparasofrerno

deserto(elespreferiamamorte),perdeu

apaciência.Aoquetudoindica,oca-

minhododesertotrazconsigooperigo

dadesobediência.Eadesobediência

acarretaprejuízosparatodasasáreasda

nossavida.Ahistóriadeféeobediência

deMoiséssedesfezmedianteumúnico

atodeinsubmissãoearrogância,porisso

todocuidadoépouco.

Ora,Moisés,desdeosprimeiros

sinaisnoEgito,tinhaapresentadoau-

toridadeespiritual.Mas,nodeserto,até

elafoicontestada.Aespiritualidadede

cadacristãoétestadafortementeno

períodoemquecaminhanomeioda

escassez,porissoénecessáriomanter

umaconstantecomunhãocomDeus.A

comunhãoéimportanteparaquenão

venhadesfalecer.OsegredodeMoisés

équeeleconheciaoscaminhosdo

Senhor(Sl103.7).

2. Quanto à moralidade.Depoisde

tantosanossendocuidadosporDeus,os

israelitasaindaconseguiammurmurara

respeitodasdecisõesdeMoisésecom

issodesestimulavamopovoaherdar

aTerraPrometida,quemanavaleitee

mel.Elesquestionavamamoralidade

deMoisés,acusando-odeagircom

irresponsabilidade.Oshebreusnão

estavamcomosolhosvoltadosparaas

coisasespirituais,eternas,massefixavam

apenasnastransitórias,materiais.

Eraumagrandeingratidão.Nenhum

israelitamorreudefomeoudesedeen-

quantoatravessavaodeserto,nemsuas

roupasenvelheceramouseussapatos

estragaram(Dt29.5).Osquemorreram

eforamsepultadosnodesertofoipor

causadadesobediência.Deus,porém,

mantevesuafidelidadeesuapalavra

empenhada.

3. Quanto à sinceridade.EmNúmeros

20.14-21encontramosregistradoopedido

queMoisésfezaosedomitas,solicitando

passagem.Maselesnãoquiseramsequer

dialogar.Duvidaramdahonestidade,da

boafédeMoisése,porisso,arregimen-

taramumgrandeexércitoparaafugentar

opovo.Nodeserto,adesconfiançasobre

olídersepropaga,inclusiveparaalém

doslimitesdopovodeDeus;atéosseus

JOVENS 51

2. Pode-se perder o equilíbrio. Moi-

sés,emdesobediênciaàPalavrado

Senhor,feriuarochaporduasvezes(Nm

20.11).OSenhor,porém,tinhadetermina-

doqueMoisésfalasseàrocha.Aconduta

imprudentedele,corroboradaporArão,

desagradoumuitíssimoaoSenhor.

OsfilhosdeDeusestãosujeitos,aqui

ouacolá,aperderoequilíbrioemocional,

comoaconteceucomMoiséseArão,

epraticaremalgoerrado,emboranão

aparenteserum“grande”pecado.Esse

tristeepisódionosmostraquedevemos

vigiarparaquenãovenhamosatransgre-

dircontraoSenhor,principalmenteno

exercíciodeumaatividadeeclesiástica,

poisapresençadeDeusexigedenós

reverência,solenidade,santidadeeum

profundosensodeadoração.Moiséssa-

biadissotudoe,mesmoassimcometeu

odesatinodedesobedeceraoSenhor.

3. Pode-se perder a promessa.Não

existealgomaisseguronavidadoque

aspromessasdoAltíssimo.Ocorreque

amaioriadelasécondicional;ouseja,

paraaconcretizaçãocarecemdequeos

beneficiáriospermaneçamobedientes

aDeus(Lv26.3-12).Esseeraocasoda

promessaarespeitodaentradaem

Canaã.Seopovofosserebelde,não

entrarianaboaterra.MoiséseArão,

porém,cometeram,aparentemente,

umatodepoucarebeldia,masnão

paraDeus.Porisso,ambososirmãos

perderamapromessa.

Talfatodemonstraaexistênciade

algumassituaçõesque,àsvezes,julgamos

nãoteremmuitaimportância,mas,na

verdade,paraDeus,sãoextremamente

relevantes.Moisésperdeuapromessa

sóporquedesobedeceuaDeuseferiua

rocha?Não!Foimuitomais.Eleusurpou,

comoauxíliodosumosacerdoteArão,o

lugardaadoração,atraindoparasiaglória

quantoaomilagre,aqualdeveserdada

exclusivamenteaDeus,“porquedele,

poreleeparaelesãotodasascoisas”.

Pense!Por que Deus puniu Moisés e Arão pelo incidente em Meri-bá, mas nada fez contra os que murmuravam?

Ponto ImportanteA conduta de quem recebe auto-ridade espiritual de Deus deve ser cuidadosa, pois “a quem muito foi dado, muito será exigido; e a quem muito foi confiado, muito mais será pedido” (Lc 12.48 - NVI).

III – NO DESERTO CHEGA A SO-LIDÃO1. A morte de Miriã.AmortedeMiriã

(Nm20.1)foiumagrandeperdaparaMoi-

sés,poiseleperdiaumadascolunasde

sustentaçãodoseuministério.Alguém

jáafirmouque“todolíderéumsolitário.”

Nodeserto,todavia,essarealidadeé

potencializada,comoaconteceucom

Moisés.Aausênciadesuairmã,certa-

mente,aumentouessasolidão.

Miriãcontribuiuparaqueoplanode

JoquebedeparasalvarMoisésdesse

certo;elaprofetizoueliderouogrupo

delouvorqueadorouaDeusapósa

travessiadomarVermelho(Êx15.20,21).

ÉverdadequeMiriã,emdadomomento

dahistória,porcastigodeDeus,ficou

leprosapormurmurarcontraseuirmão

caçula(Nm12.16).Entretantoisso,não

retirouoamorqueMoisésnutriaporela.

Amortedeumentequeridoésempre

difícildesersuperada.

2. A morte de Arão.Naquelemesmo

ano,depoisdamortedeMiriãedarejei-

çãodeDeusquantoaMoisésentrarem

52 JOVENS

“Depoisdetrintaenoveanosdetediosasperegrinações,oumelhor,tediososdescansos,nodeserto,aproximando-seeafastando-sedoMarVermelho,osexércitosdeIsraelagora,porfim,sevoltaramoutravezparaCanaã,enãotinhamchegadomuitolongedolugarondeestavamquando,pelajustasentençadajustiçadivina,foramforçadosadarinícioàssuasperegrinações.Atéaqui,elestinhamsidoconduzidosporumaespéciedelabirinto,enquantosefaziaaexecuçãodosrebeldesqueeramcondenados.Masagoraforamtrazidosaocaminhocorretooutravez:elesficaramemCades(v.1),nãoCades-Barneia,queestavapertodasfronteirasdeCanaã,masoutraCades,nasfronteirasdeEdom,maisafastadadaTerradaPromessa,masacaminhodela,apartirdoMarVermelho,aoqualtinhamsidoforçadosavoltar.

OcapituloteveiníciocomofuneraldeMiriãeterminacomofuneraldeseuirmão,Arão.Quandoamorteseabatesobreumafamília,emalgunscasoselaatacaemdobro.[…]Moisés,cujasmãostinhamantesvestidoArãocomsuasvestessacerdotais,agoraodespedelas.[…]Nósveremospoucosmotivosparanosorgulhardasnossasroupas,dosnossosornamentos,ousinaisdehonra,seconsiderarmosquãocedoamortenosdespirádetodanossaglória”(HENRY,Matthew.Comentário Bíblico do Novo Testa-mento.1.ed.Vol.1.RiodeJaneiro:CPAD,2010,pp.512,515).

SUBSÍDIOCanaã,maisumfatoruimsurgiu:morreuo

irmãoecompanheirodeMoisés,osumo

sacerdotedeIsraelhá40anos:Arão.

ArãofoiusadoporDeuscomopor-

ta-vozdeMoisésdiantedeFaraó(Êx

7.1,2).ElesustentouosbraçosdeMoisés

naguerra(Êx17.12);viuaglóriadeDeus

(Êx24.1-10)efoieleitoporDeuscomoo

patriarcadetodaalinhagemsacerdotal

(Êx28).SeupecadoemMeribáantecipou

suamorte,porisso,foiimpedidodeentrar

naTerraPrometida(Nm20.12).Depois

deserdespidodasvestessacerdotais,

oSenhororecolheu,nosmostrandoque

todoministérioterrenoétransitório.O

povopranteouporArãoduranteummês.

3. Moisés, um líder com poucos ami-

gos.ABíblianãoregistraofatodeque

Moiséstivesseamigos.Apessoaquelhe

eramaischegada,Josué,écitadacomo

seu“servidor”.Moiséspassoudoisterços

desuavidanodeserto,quercuidando

dasovelhasdeJetro,seusogro,quer

tentandoconduzirosisraelitasatéolugar

dosseussonhos,oquelhepossibilitou

evitarasdistraçõesnaturaisdavida,

fazendoacenderanecessidadedeuma

maiorintimidadecomDeus.

TalvezoSenhortenharequerido

esseisolamentoparaMoisés,afimde

queelepudessecultivarumamaior

comunhãocomEle.Mas,certamente

Moisésnãosesentiasolitário,poisele

podiacontarcomapresençadopróprio

Todo-Poderoso.

Pense!Será que todo “líder cristão é um solitário”?

Ponto ImportanteO líder que procura agradar a Deus sempre sofrerá oposição e terá de experimentar a solidão.

ANOTAÇÕES

ESTANTE DO PROFESSOR

Comentário Bíblico Beacon.

1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2015.

HORA DA REVISÃO1. Segundoalição,qualopovoquenãoacreditavanasinceridadedeMoisésepor

issolhenegouumpedido?Edom.

2. QualreferênciabíblicamencionaopecadodeMoiséseArão,queosimpediudeentraremCanaã?Números 20.10-12.

3. ArochaferidaporMoisésrepresentaquem?Cristo Jesus.

4. QuaisosnomesdosirmãosdeMoisésquefaleceramnomesmoano?Ondeencontrarrefúgiodiantedaperdadeumentequerido?Miriã e Arão. Encontramos refúgio em Jesus Cristo.

5. Oquevocêtemadizerarespeitodaafirmação:“Todolídercristãogenuínoéumapessoasolitária?”Resposta pessoal.

CONCLUSÃOComo pode tanta coisa ruim acontecer ao mesmo tempo? Moisés poderia ter feito esse questionamento. Em Números 20, algumas das maiores tragédias aconteceram com Moisés: morrem Miriã e Arão, seus irmãos; os vizinhos edomitas (descendentes de Esaú) demonstram aversão para com os hebreus e, por fim, Moisés é reprovado por Deus, o qual não lhe permite entrar na Terra Prometida. Os perigos do deserto são muitos. É preciso vigilância.

54 JOVENS

L I Ç Ã O

8

AS GUERRAS NODESERTO

TEXTO DO DIA“Ó Deus, nós ouvimos com os nossos ouvidos, e nossos pais nos têm contado os feitos que

realizaste em seus dias, nos tempos da antiguidade.”

(Sl 44.1)

SÍNTESE Ainda que os inimigos sejam

muitos, fortes e bem preparados para a guerra, se buscarmos a

Deus em oração e lhe obedecer-mos, agindo com fé e coragem,

eles serão derrotados.

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA - Js 5.4

Guerreiros mortos no deserto

TERÇA - 1 Cr 12.8

Guerreiros refugiados no deserto  

QUARTA - 2 Cr 14.11,13

Deus concede vitória na guerra

QUINTA - 2 Cr 20.17

Deus concede vitória sem

ter que pelejar

SEXTA - Ec 9.11

Não é dos fortes a batalha

SÁBADO - Hb 11.34

Guerras vencidas pela fé

24/02/2019

OBJETIVOS• MOSTRAR que as aflições do deserto são passageiras;• REFLETIR a respeito da vida no deserto; • SABER que é Deus quem nos concede a vitória.

INTERAÇÃOProfessor(a), a conexão entre os educadores e os alunos, deve ser plenamente cultivada. Numa escola secular isso acontece mediante os encontros diários e, assim, os laços de amizade têm mais possibilidades de florescerem. No caso da Escola Dominial, os professores devem agir proativamente para alcançar esse fim. Inúmeras estra-tégias podem e devem ser articuladas entre os docentes, de maneira que a classe se transforme em um lugar de aprendizado e comunhão. Este, sem dúvida, é o mais expressivo desafio dos docentes. Você pode propor que todos se reúnam na residência de um dos alunos, algum dia da semana, quando debaterão os aspectos mais in-teressantes da lição da semana. Se possível, inclua um lanche nessa programação.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICAProfessor(a), inicie a aula lendo com os alunos Deutero-nômio 3.11. Fale a respito das medidas da cama de Ogue, rei de Basã, a qual era de ferro e media aproximadamente 4 metros de comprimento por um metro e oitenta de largura, segundo as medidas daquele tempo. Explique que por essas dimensões, podemos afirmar que Ogue era bem mais alto que Golias. Ele foi um dos últimos reis da raça de gigantes. Depois, leia com a turma 1 Samuel 17.4 e compare as medidas de Ogue com Golias. Golias tinha quase três metros de altura. Depois peça aos alunos que com uma ou duas palavras, definam o sentimento que possivelmente invadiu o coração dos filhos de Israel ao saberem que iriam guerrear contra homens com o tamanho de Ogue.

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Números 21.31-35

31 Assim,Israelhabitounaterradosamorreus. 

32 Depois,mandouMoisésespiaraJazer,etomaramassuasaldeiasedaque-lapossessãolançaramosamorreusque estavam ali. 

33 Então,viraram-seesubiramocaminhodeBasã;eOgue,reideBasã,saiucontraeles,etodooseupovo,àpelejaemEdrei. 

34 EdisseoSENHOR aMoisés:Nãootemas,porqueeutotenhodadonatuamão,aele,eatodooseupovo,easuaterra,efar-lhe-áscomofizesteaSeom,reidosamorreus,quehabitavaemHesbom. 

35 Edetalmaneiraoferiram,aele,easeusfilhos,eatodooseupovo,quenenhumdelesescapou;etomaramasuaterraempossessão.

TEXTO BÍBLICO

INTRODUÇÃO

O capítulo 20 do livro de Números começa com a morte de Miriã e termina com a morte de Arão, tendo o povo pranteado durante 30 dias. Agora, de forma súbita, o rei de Arade, com seu exército, ataca os israelitas, alcançando vitória na batalha. Algo emocionalmente devastador. Israel, então, buscou o Senhor e fez um voto, ao queo Altíssimo atendeu e deu-lhesa vitória. Em seguida, mais uma vez, faltou água pelo caminho e o povo murmurou, tendo Deusenviado serpentes que matavam as pessoas. Mas o Senhor, novamente, trouxe livramento e cura. Depois desse grave problema, surgiu uma guerra inesperada: uma forte nação vizinha quis destruir Israel, mas o Todo-Poderoso concedeu outro grande êxito ao seu povo.

COMENTÁRIO

I – A VITÓRIA DEPOIS DO LUTO1. Perdas imprevisíveis. Depoisda

mortedeMiriãeArão,oreideAradeentendeuqueaintençãodoshebreus

eradeatacá-lo,poiselesseguiampelo“caminhodosespias”,ouseja,estavammarchandoparaconquistarterras,o mesmoitinerárioseguidoquasequatrodécadasantes.Parapioraratristezadoshebreus,algunshomensforamaprisionados.Issonuncatinhaacontecidoantes.

Perdasimprevisíveis,injustasagres-sões,nalgumasvezes,servemparatirarosfilhosdeDeusdoimobilismo,dainérciaedocomodismo.Aqueleeraomomentodesetomarumanova

atitude,desebuscarumnovocomeçocomDeus.Elesteriamforçasparaisso?

2. Compromisso com Deus.“Então,IsraelfezumvotoaoSENHOR,dizendo:Setotalmenteentregaresestepovonaminhamão,destruireitotalmenteassuascidades”(Nm21.2).AquelanovageraçãoqueentrariaemCanaã,talvezpelaprimeiraveztenhadadoumsalto

JOVENS 57

defé,resolveuconfiarnoSenhor.Apartir

dessemomento,adesesperança,der-

rotaemorte,tãopatenteemNúmeros

20,desaparececompletamente.Surge

umnovocompromissocomDeus.Eles

nãopoupariamnenhumadascidades

desobedientes,poramoraoSenhor.

Aindaquenãohajainformaçõesa

respeitodopoderbélicodoreideArade,

o relevanteéqueIsraeldecide,desde

aquelemomento,confiarnoSenhor.Uma

novapáginanahistóriadaquelageração

estavasendoescrita.Umcapítulono

qualaindaseriamvistoserroshorríveis,

maseraumsinaldequeotreinamento

dodesertojáestavasurtindoefeitospo-

sitivos.Davidisse:“Antesdeserafligido,

andavaerrado;masagoraguardoatua

palavra”(Sl119.67).

3. Oração atendida.“OSENHOR,

pois,ouviraavozdeIsraeleentregou

oscananeus,queforamdestruídos

totalmente,eleseassuascidades[...]”

(Nm21.3).Enfim,surgeoprimeirofeito

nahistóriadaquelageraçãotrazendo

alegriaeregozijo,satisfaçãopessoal,

alegriaíntima,poisDeusouviuavozde

Israel.Qualquervitória,naquelascircuns-

tâncias,seriamuitocelebrada,hajavista

serumgrandefeito,pelosimbolismo,

pelamudançadetrajetóriaespiritual.

OSenhorconhecebemoseupovo,

e,certamente,casoIsraelsofressemais

umaderrotanaquelemomento,consisti-

riaemumatragédia,comconsequências

emocionaisinimagináveis.Opovo(e

sobretudoMoisés)nãosuportavamais

tantadecepção.

II – UM POUCO DA VIDA NO DE-SERTO1. Uma murmuração cultural. Poucos

diasantes,osisraelitastinhamdemons-

tradoumagrandeféereceberamuma

grandevitória,masagora,dianteda

escassezdeágua,voltamamurmurar

contraoSenhoreMoisés.Nesseponto

dolivrodeNúmeros,quasetodaa

geraçãoquesaiudoEgitohaviafaleci-

do,entretantooshebreusmantêmos

mesmosargumentos,omesmotomdas

murmuraçõesdeseuspais(Nm21.5).

Comorepreensão,oSenhorenviou

serpentesvenenosasquematavamas

pessoase,maisumavez,Israelprocurou

ajudadeDeus.Emresposta,oAltíssimo

determinouqueMoisésconfeccionasse

umaserpentedebronze;emseguidaa

colocassenoaltodeumahasteeaqueles

queolhassemparaelaseriamcurados.

Deus,emsualonganimidade,maisuma

vez,deuumgrandelivramentoaoseu

povo.Anovageraçãoestavaaprendendo

comoandarcomDeusnodeserto.O

mesmodesafioseimpõeaoscristãos,

atualmente,emtodoomundo.

2. A dificuldade recorrente. Depoisda

soluçãodoproblemacomasserpentes,

o povosaiuaperegrinarporinúmeros

lugarese,quandochegaramemBeer,

aoquetudoindica,opovotevesede.

Nãohánadamaiscomumnodesertodo

queaescassezdeágua,dificuldadeessa

queépotencializadaseanecessidadeé

sentidapormilhõesdepessoas,como

nocasodeIsrael.

Entreumaguerraeoutra,alémda

murmuraçãoeconsequenteenviodas

serpentesporDeus,maisumavez,falta

água;sóque,destavez,aspessoas

nãoresmungam.Sentemaaflição,mas

resolvemficarcaladas.Diantedisso,o

SenhorchamouMoiséseensinouuma

novamaneiraparaproveroquefaltava:

mandouopovoficarjuntoe,emvezde

murmurar,cantar.OAltíssimoestava

58 JOVENS

apontandoocaminhoparaumavidadeprovisãonasuapresença.

3. O poder do louvor. Deusofereceuumaextraordináriaexperiênciadepro-visão.Comaspessoascantandojuntas,emcoro,Deusfezcomquedopoçosecobrotasseáguaquedessedentoutodaaquelamultidão.Ocânticoeramuitosimples,enãopossuíanenhum

podermágico,masafédopovomoveuocoraçãodeDeuseomilagreaconteceu(Nm21.17,18).OpoderdeDeusatuouporintermédiodolouvor,comoaconteceueminúmerosepisódiosdahistóriadopovodeDeus.

Avidadecadacristãoépermeadaporpequenosmilagreselivramentos,provisões,curas,diariamente.Afinal“o

justoviverádafé’eosmilagresaconte-cemdeformainesperadaedemaneiraperfeitaemsuavida.

III – A VITÓRIA SOBRE O MAIS FORTE 1. Seom, rei dos Amorreus. Números

21.21-32narraaguerracontraSeom,reidosamorreus.Foiumabatalhaintensaeforadocomum,sempremencionadaemoutrosmomentos,juntamentecomoconflitoseguinte(contraOgue,reideBasã),nãocomoumfeitoheroicodopovo,mascomoumgrandemilagrerealizadopeloSenhor,porqueessespovoserammaisfortesepreparados

doqueIsrael.Asguerrasenfrentadas

pelosisraelitasfizeramcomqueelesse

tornassemmaisconfiantesnoSenhor.

2. Ogue, rei de Basã. Comamesma

importânciahistóricanacional,encontra-

-setambémaguerracontraOgue,reide

Basã.Deuteronômio3.4,5dizqueforam

conquistadas60cidadesqueeramprote-

gidasporaltosmuros,portaseferrolhos,

alémdemuitasoutrassemmuros.Deus

disseaMoisésquenãotemessenessa

batalha(Nm21.34),porque,defato,Ogue

eraumgigante(Dt3.11)mas,estáescrito:

“Operandoeu,quemimpedirá?”(Is43.13).

Números20trouxehistóriasdeinfor-

túniosparaIsraeletambémparaMoisés,

masnocapítuloseguinteoquadroé

diferente.Oambientedetriunfoealegria,

pelasproezasrealizadas,tomouconta

detodasastribosdeIsrael,eninguém

falavanoutroassunto,conformerelata

FlávioJosefo.

3. Uma recompensa importante.As

batalhascontraSeomeOguedeixaram

umlegado,umaherança,umdireito,

paraosisraelitas.Elesagoratinhamuma

possessão,emborafosseaquémdorio

Jordão.Todabênçãodevesercelebra-

da;seveiodeDeus,enriqueceráenão

acrescentarádores(Pv10.22).

Deustrazbênçãosemmeioàspro-

vaçõese,nãopoucasvezes,também

aconteceocontrário:permitesurgiruma

provanomeiodabênção.Nestecaso,o

povoestavasendoprovadoháaproxima-

damente40anoseoSenhor,depoisde

permitirmuitasdoreselágrimas,propiciou

conquistasquelevantaramoânimoeafé

dopovo.Bomlembrar,porém,quetudo

começouamudarquandooshebreus,

emBeer,nãomurmurarampelafaltade

águamas,juntos,debaixodaorientaçãode

Moisés,cantaramaoSenhor(Nm21.17,18).

As guerras enfrentadaspelos israelitas fizeram comque eles se tornassem mais

confiantes no Senhor.

JOVENS 59

“EmboraosespiasqueMoiséstinhaenviado38anosantes,tivessempassadoevoltadoapassardesper-cebidos,aindaassimasuavindaeoseusafazeres,provavelmente,foramposteriormentedeconhecimentodoscananeus,eosalarmaram,eoslevaramavigiarIsraeleterconheci-mentodetodososseusmovimentos.Agora,quandoIsraelpensavaqueestavadirigindo-seaCanaã,esteArade,pensandonasuapolíticade

manteraguerraadistância,lhesfezumataqueelutoucomeles.Masficouprovadoqueeleseintrometeuparaseupróprioprejuízo.Setivesseficadoquieto,oseupovopoderiaseroúltimodetodososcananeusdestruídos,masagoraelesseriamosprimeiros.[…]Seusprimeirossol-dadosprenderamalgunsisraelitas

desgarradoseoslevaramprisioneiros(v.1).Isto,semdúvida,odeixoucheiodeorgulho,eelecomeçouapensarqueteriaahonradeesmagaresteformidávelexército,salvandooseupaísdadestruiçãoquetalexércitoameaçava.Istofoi,umtesteparaa

fédosisraelitasesimultaneamenteumarepreensãoaeles,porsuasdesconfiançasedescontentamentos”(HENRY,Matthew.Comentário Bíblico

do Novo Testamento: Antigo Testa-mento, Gênesis a Deuteronômio. 1.ed.RiodeJaneiro:CPAD,2010,p.516).

“Siom,oseurei,estavaentreosmor-tos,e,comoosmaisvalenteshaviammorridonabatalha,osvitoriososnãoencontrarammaisresistência.

Assimforamosamorreuscastigadospelasuaimprudêncianoprocederepelacovardianocombate.Oshe-breustornaram-seossenhoresdopaísdeles.

EstavamascoisasnessepéquandoOgue,reideGalaadeeGaulanite,quevinhaemsocorroaSiom,seuamigoealiado,soubequeelehaviaperdidoabatalha.Comoeramuitoousado,nãodeixoudequerercombaterosisraelitasedesegabardacertezadederrotá-los.Masestesodesba-rataramcomtodooseuexército,eelemesmofoimortoemcombate.Eraumgigantedeenormeestatura,eoseuleito,queeradeferroepodiaservistonacidadecapitaldoseureino,chamadaRabatha,tinhanovecôvadosdecomprimentoequatrodelargura.EOguenãotinhamenoscoragemdoqueforça.

Moisés,depoisdessavitória,atraves-souorioJaboque,entrounoreinodeOgueeapoderou-sedetodasassuascidades,fazendomataroshabitantesmaisricos.Tãograndeêxitonãotrouxeaoshebreusapenasvantagemmomentânea,maslhesabriucaminhoparaoutrasconquistas,poistomaramsessentacidadesfortesebemmuniciadas”(JOSEFO,Flávio.História dos Hebreus.RiodeJaneiro:CPAD,2012,pp.206,207).

SUBSÍDIO 1 SUBSÍDIO 2

ANOTAÇÕES

ESTANTE DO PROFESSOR

JOSEFO, Flávio. História dos Hebreus. Rio de

Janeiro: CPAD, 2012.

HORA DA REVISÃO1. QuaisastrêsguerrasmencionadasemNúmeros21?

Guerras contra o cananeu rei de Arade; Seom, rei dos amorreus e Ogue, rei de Basã.

2. EmquaislugaresmencionadosemNúmeros21faltouáguaparaopovobeber?Nos arredores da terra de Edom e em Beer.

3. Qualasolução,afimdeficarvivo,paraquemfossepicadoporumaserpentenodeserto?Olhar para a serpente de bronze levantada por Moisés.

4. Citeumpersonagembíblico,mencionadoemNúmeros21,queeragigante.Ogue, rei de Basã.

5. AponteduasoutraspassagensbíblicasquetratamsobreaguerracontraSeom,reidosamorreus.Deuteronômio 2.34-37 e Juízes 11.19-26.

CONCLUSÃOA caminhada com Deus será sempre cheia de aventuras, surpresas e so-bressaltos. Nunca haverá monotonia em nossa caminhada até o céu, pois, o Senhor deseja nos levar a um patamar sempre mais alto. Israel aprendeuessa importante lição durante sua longa temporada no deserto. Deus permite em nossa caminhada guerras e conflitos com o propósito de nos moldar e nos preparar para adentrarmos na Terra Prometida, a Nova Jerusalém.

JOVENS 61

L I Ç Ã O

9

A PROTEÇÃO NO DESERTO

TEXTO DO DIA“Pois contra Jacó não vale

encantamento, nem adivinhação contra Israel; neste tempo se dirá de Jacó e de Israel: Que

coisas Deus tem feito!” (Nm 23.23)

SÍNTESE O povo de Deus passou por

aflições no deserto, mas o Todo-Poderoso jamais os deixou sozinhos. Eles

puderam contar sempre com a ajuda do Senhor.

03/03/2019

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA - 1 Tm 6.9Os que querem ficar ricos caem em tentação TERÇA – 1 Tm 6.10A avareza é a raíz de todos os malesQUARTA - 1 Co 10.12Quem pensa estar em pé, tome cuidadoQUINTA - Lc 10.19O maligno não toca no povo de DeusSEXTA - Tg 1.15O pecado tem poder mortalSÁBADO – Rm 3.23O pecado sempre tem um custo

OBJETIVOS• SABER que os inimigos do povo de Deus podem se

levantar de qualquer lugar;• COMPREENDER que o Senhor é o escudo do seu povo

e, por isso, o maligno não lhe toca;• EXPOR a força destrutiva do pecado.

INTERAÇÃOQuerido(a) professor(a), toda pessoa nascida de novo é um instrumento de Deus, por isso confie a seus discentes tarefas desafiadoras. Não se esqueça de que as pessoas trabalham com mais empenho, e de forma mais persistente, quando reconhecem a importância de sua contribuição individual. Assim, diga-lhes que a aula seguinte será muito melhor se houver visitantes não evangélicos e, após, estimule-os a lançar o convite aos amigos e vizinhos não cristãos. Eles se sentirão importantes com tal tarefa. Ofereça uma premiação (ainda que simbólica), que pode ser individual ou em grupo, para quem trouxer mais convidados para a aula. Você foi escolhido(a) por Deus para fazer a diferença na vida dos seus alunos, por isso invista incansavelmente neles.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICAProfessor(a), leia juntamente com seus alunos e comen-te o texto de 2 Pedro 2.15. Explique que o caminho de Balaão era mal, pois ele era o típico profeta profissional, mercenário, ansioso por obter lucro com o seu dom. Depois, leia Judas 1.11. Fale que o engano de Balaão foi o seu raciocínio, baseado numa moralidade desvirtu-ada, de que um Deus justo levaria em consideração o suborno recebido pelo profeta, a fim de cometer uma injustiça. Em seguida, leia Apocalipse 2.14 e explique que a doutrina de Balaão era maligna, pois seduziu os israelitas ao pecado, o mesmo que faz Satanás, e, com isso, garantiu que Israel se arruinaria.

JOVENS 63

Números 23.1-10, 19-21

1  Então,BalaãodisseaBalaque:Edifi-ca-meaquisetealtareseprepara-meaquisetebezerrosesetecarneiros. 

2  Fez,pois,BalaquecomoBalaãodissera;eBalaqueeBalaãoofereceramumbezerroeumcarneirosobre cada altar. 

3  Então,BalaãodisseaBalaque:Fi-ca-teaopédoteuholocausto,eeuirei;porventura,oSENHOR mesairáaoencontro,eoquememostrartenotificarei.Então,foiaumalto. 

4  E,encontrando-seDeuscomBalaão,lhedisse este: Prepareisetealtareseofereciumbezerroeumcarneirosobre cada altar. 

5  Então,oSENHOR pôsapalavranabocadeBalaãoedisse:TornaparaBalaqueefalaassim. 

6  E,tornandoparaele,eisqueestavaaopédoseuholocausto,eleetodosospríncipesdosmoabitas. 

7  Então,alçouasuaparábolaedisse:DeArãmemandoutrazerBalaque,reidosmoabitas,dasmontanhasdooriente, dizendo: Vem,amaldiçoa-meaJacó;evem,detestaaIsrael. 

8 ComoamaldiçoareioqueDeusnãoamaldiçoa?Ecomodetestarei, quan-do oSENHOR nãodetesta? 

9  Porquedocumedaspenhasovejoedosouteirosocontemplo:eisqueestepovohabitarásóeentreasnaçõesnãoserácontado. 

10 QuemcontaráopódeJacóeonúmerodaquarta parte deIsrael?Aminhaalmamorradamortedosjustos,esejaomeufimcomooseu.

19 Deusnão é homem,paraqueminta;nemfilhodehomem,paraquesearre-penda; porventura, diria ele enão o fa-ria?Oufalariaenãooconfirmaria? 

20 Eisquerecebi mandado deabençoar;poiseletemabençoado,eeunãoopossorevogar. 

21 NãoviuiniquidadeemIsrael,nemcontemploumaldadeemJacó;oSE-NHOR,seuDeus, é comeleenele,eentreeles seouve oalaridodeumrei. 

INTRODUÇÃO

Números capítulo 21 mostra-nos momentos de alegria e vitória para os hebreus. Deus lhes concedeu a vitória. A nova geração que nas-ceu no deserto (não tinha sido escrava no Egito) vivia, até então, seu melhor momento com Deus. As recentes conquistas contra o rei de Arade, Seom e Ogue, bem como o milagre acontecido em Beer (água brotar de um poço seco), eram provas cabais desse avanço espiritual.As notícias a respeito das vitórias esmagadoras sobre alguns reis, espalharam-se rapidamente por todas as nações vizinhas, motivo pelo qual os moabitas ficaram bas-tante preocupados. Acreditavam que seriam os próximos. No afã de conseguir deter a marcha triunfal do povo hebreu, Balaque, rei dos moabitas, enviou mensageiros para contratarem um profeta que morava na Mesopotâmia, Balaão, a fim de amaldiçoar o povo de Deus. É o que veremos na lição de hoje.

TEXTO BÍBLICO COMENTÁRIO

I – OS INIMIGOS1. Inimigos que não conhecem a

Deus.TodavezqueopovodeDeuscresceeprospera,omalselevantaparadetê-lo.Foiexatamenteoqueaconteceunessemomentodatraves-siadoshebreuspelodeserto.Balaque,reidosmoabitas,compreendeuquea

forçadeleseraespiritual,vindadeDeus,porissotencionouderrotá-losnavidaespiritual.Porventuranãoéissoque,comfrequência,aconteceemnosso

64 JOVENS

cotidiano?OInimigosabequeDeusageemnossofavor,mas,mesmoassim,eletentaarruinarnossasvidaseimpediranossacaminhadaatéocéu.

2. Inimigo que conhece a Deus. NoafãdedestruirIsrael,Balaquebusca(econsegue)apoiodealguémqueconhe-ciaoDeusdeIsrael:oprofetaBalaão.EleaparecedeformamisteriosanasEscrituras(Nm31.8;2Pe2.15;Jd11;Ap2.14).Eleera,semdúvida,muitoafama-do,tantoqueBalaqueacreditavaquesuaspalavrasdeterminariamabênçãoouamaldição(Nm22.6),porissopagoucaroparaeleamaldiçoarIsrael.

OproblemadeBalaãoeraoseucaráterduvidoso.Eleteveaousadia

deorarperguntandoaDeussedeveriaaceitarsubornoparaamaldiçoarIsrael.OSenhorlhedisseumnãoveemente(Nm22.12).Noentanto,quandoviuqueovalordoseu“cachê”haviaau-mentado,BalaãofoiperguntaraDeusnovamentesepoderiaalmaldiçoaroshebreus.

3. Os Inimigos espirituais.Osprinci-

paisinimigosdeIsraelnãoeramseres

espirituais.Balaqueestavacientede

queaguerravindoura(Nm22.3)seria

travada,sobretudo,nastrincheirasda

espiritualidade,porissocontratouum

expertemassuntosespirituaispara

enganaropovodeDeus.

Balaão,amandooprêmiodainjus-

tiça,negociouoquetinharecebidode

Deus.As“hostesespirituaisdamalda-

de”(Ef6.12)dominaramtotalmenteo

coraçãodele,comoaconteceucomo

deJudas,porissoJesusochamoude

filhodaperdição(Jo17.12),pelasinú-

meraschancesqueeletevedeacertar,

maserrouemtodaselas.Precisamos

começarbeme,comDeus,terminar

melhor,masBalaão,aocontrário,deixou

oDiaboencherseucoração.

PenseSerá que Balaão teria argumentos para responder à pergunta: “De que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?”

Ponto ImportanteBalaão perdeu-se na estrada da vida porque o seu coração era mau e ganancioso.

II – NÃO CABE ENCANTAMENTO CONTRA JACÓ 1. Deus se opõe a Balaão.Todos

aquelesqueselevantaremcontrao

povodeDeus,maiscedooumaistarde,

vãosofreroposiçãodapartedoSenhor,

comoaconteceucomBalaão.Ajumenta

quetransportavaoprofetaviuoanjodo

Senhornocaminho,esalvou-lheavida.

Diantedisso,Balaãoaindaquestionouao

anjosedeveriaseguirnaquelemesmo

JOVENS 65

destino.Quantaloucuraeganância!Que

carátermesquinho!Ajumentatinhamais

“visãodeDeus”doqueopróprioBalaão.

Semdúvida,quandoseestánocami-

nhoerrado,omaiscorretoafazerédar

meiavoltaeretornaraocentrodavonta-

dedeDeus.Balaão,entretanto,buscava

somentesuavontade,oaumentodoseu

patrimônio.PorissooSenhorseopôsa

ele.Nacaminhadacristã,igualmente,

oservodeDeusdevetomarcuidado

paranãolutarcontraquemoSenhor

abençoou!Issoémuitoperigoso.

2. Deus constrange Balaão.Caminhar

paraumlugarlongedavontadeSenhor

sóproduzvergonhaedissabor.Foiisso

queaconteceucomBalaão;desagradoua

DeuseaBalaque,oqualnãolheprestou

nenhumahomenagem,mesmotendo

empreendidoumaviagemtãolonga.

Todasastentativasde“convencer”o

SenhordaindignidadedeIsraelforam

inúteis,oquefaziacomqueocontratante

dos“serviçosproféticos”ficassecada

vezmaisiradocomBalaão.Atualmente,

algumaspessoastambémrecorrema

alguns“profetas”paraquelhesdigam

aspalavrasquequeremouvir.

3. Deus abençoa Israel.Foramtrês

bênçãosproferidasporBalaão,além

daúltimaquetratou,inclusive,davinda

doMessias.

DeusnãoouviuBalaãoetransformou

amaldiçãoembênção(Dt23.5),poiso

Senhoramavaoseupovo.Balaãoteve

depronunciarasseguintebênçãos:a)O

crescimentodeIsrael(Nm23.9,10);b)A

fidelidadedaspromessasdeDeus(Nm

23.19,20);c)Alealdadeeasantidade

deIsrael(Nm23.21);d)AforçadeIsrael

(Nm23.22);e)Nenhumencantamento

contraJacóosalcançaria(Nm23.23);f)

Prosperidade,riquezaevitóriacontraos

inimigos(Nm24.5-9);g)Deusenviariao

Messiasoqualdariaavitóriacompleta

aopovo(Nm24.17-24).

TodootempoemqueBalaãotencio-

navaamaldiçoaroshebreus,oSenhoros

protegiae,certamente,nenhumdeles

sabiaoquesepassavanosarredoresdo

acampamento.Issoacontecetambém

conosco,poistodasasvezesemqueo

Inimigovemparamatar,roubaredestruir,

Deusconcedeolivramento.

Pense!Se o coração de Balaão era corrompido, a ponto de aceitar a proposta de suborno de Balaque, por que Deus continuou falando com ele?

Ponto ImportanteEnquanto Deus frustrava a maldição de Balaão, mostrava a Israel sua proteção e anunciava sua soberania a Balaque. O Senhor precisava falar com alguém, e Balaão, ainda que desviado, era o único meio ideal.

III – A FORÇA DESTRUTIVA DO PECADO1. O caminho de Balaão.Balaãotinha

o“coraçãoexercitadonaavareza”;essa

erasuaconduta,seucaminho(2Pe2.14,

15).Eraum“profissionaldareligião”,que

Balaão, amando o prêmio da injustiça, negociou o que tinha

recebido de Deus.

66 JOVENS

É preciso seguir com Deus de modo cuidadoso, “em santo trato

e piedade” (2 Pe 3.11), “porque a nossa salvação está, agora, mais

perto de nós do que quando aceitamos a fé” (Rm 13.11).

cobravapelosprognósticos“proféticos”.BalaãoensinouseumaucaminhoaoshebreuseoprejuízoparaopovodeDeusfoienorme.

OSenhorconvocatodosaexperimen-taremuma“mudançademente”,dogregometánoia(Rm12.2).NovospensamentosquevisemaglóriadeDeus,paraquesecompreendatodaasuavontade.Oca-minhodeBalaãocontinua,infelizmente,sendopalmilhadopormuitos“profissionaisdafé”,osquaisintitulamodomrecebidodeDeuscomo“ganhapão”e,comisso,cobramcachêsastronômicos,comparan-do-seàscelebridadesdomundoartístico.

Éimportanteressaltarquedarumaoferta,compatívelcomacapacidadefinanceiradaigreja,aumcantoroupregador,oqualtevegastosdiversosparachegaratéaigreja,nãoéumcachê,trata-sedeumcompromissomoraleespiritualdequemconvida.Entre-tanto,exigirvultosasquantiasemdinheiropararealizaratividadesinerentesàfé,nãopareceseradequadoaocrente.

2. A doutrina de Balaão.Frustrado

pornãoconseguiramaldiçoaropovodeDeus,Balaãoensinou“BalaquealançartropeçosdiantedosfilhosdeIsraelparaquecomessemdossacrifíciosdaidolatriaeseprostituíssem”(Ap2.14).Comisso,asfilhasdosmoabitasconquistaramocoraçãodemilharesdehebreus.Oqueosferozesinimigosnãoconseguiram

comasarmas,foialcançadopelaforça

destrutivadopecado.FlávioJosefodiz

que“paraagradaràquelasmoças,quese

tornaramsuasesposas,nãotemeramviolar

osmandamentosdoverdadeiroDeus”.

AsEscriturasensinamoantídotopara

adoutrinadeBalaão:Assentarnocoração

afirmeconvicçãode,comoDaniel(Dn

1.8),oferecerocorpoemsacrificiovivo,

santoeagradávelaDeus,onossoculto

racional(Rm12.1).

3. O castigo merecido.Opecado,

sugeridoporBalaão,foiconsumadopor

muitoshebreus,oquegerouamortede

24milpessoas(Nm25.9)esócessoupor

causadeumatodebravuraefédosacer-

doteFineias.Amortandadefoiencerrada

imediatamente,masumgrandeestragojá

tinhaacontecido.Ageraçãoqueforacria-

danodesertoseguiaosmesmospassos

daquelaquehaviasaídodoEgito.Ofuturo,

porisso,pareciasombrioparaopovo.

Deusadvertiu,comveemência,a

condicionalidadedassuaspromessas

paraIsraelàtotalobediência(Lv26.14-

39).Sehouvesserebeldia,oscastigos

seriamrigorosos.Esteepisódiodemonstra

cabalmenteisso.Éprecisoseguircom

Deusdemodocuidadoso,“emsantotrato

epiedade”(2Pe3.11),“porqueanossa

salvaçãoestá,agora,maispertodenós

doquequandoaceitamosafé”(Rm13.11).

Pense!O que representou, de fato a apostasia de Israel no caso em que estudamos?

Ponto ImportanteOs critérios da justiça divina não podem ser aquilatados por seres limitados e imperfeitos, como os homens, que não conhecem a real e profunda natureza do pecado.

JOVENS 67

“Balaque,muitoirritadoporver-sedesiludidoemsuasesperanças,despediuBalaãosemlheprestar

homenagemalguma.TendooprofetachegadopróximodoEufratesdisse:‘Nãoespereisquearaçadosisraeli-taspereçapelasarmas,pelapeste,pelacarestiaouporqualqueroutro

acidente,poisDeus,queatomousobsuaproteção,apreservarádetodasasdesgraças.Aindaqueelessoframalgumdesastre,levantar-se-ãocommaisglóriaainda,poissetornarãomaissensatospelocastigo.Massequereistriunfarsobreelesporalgumtempo,dar-vos-eiomeioparatanto.Mandaiaoseuacampamentoasmaisbelasdevossasfilhas,bemadorna-das,eordenai-lhesquedenadaseesqueçamparasuscitaramoraosmaisjovenseosmaiscorajososdentreeles.ÉoúnicomeioquetendesparafazercomqueDeusseenchadecóleracontraeles.’

[…]Osmídianitasnãotitubearamem

executarlogooconselho,istoé,enviarassuasfilhaseinstruí-lasconformeelelheshaviadito.

Osmoços,enamorados,aceitaramascondições:abandonaramafédeseuspais,adoraramváriosdeuses,ofereceram-lhessacrifíciosseme-

lhantesaosdosmídianitasecomeramindiferentementedetodasasiguarias.Paraagradaràquelasmoças,quesetornaramsuasesposas,nãotemeramviolarosmandamentosdoverdadeiroDeus”(JOSEFO,Flávio.História dos

Hebreus.RiodeJaneiro:CPAD,2012,pp.210,211).

“ForamlevadospeloenganodoprêmiodeBalaão.Comoem2Pedro,JudasusaospecadosdeBalaãocomoexemplodoqueesseshomenssão.Balaãofoiumfalsoprofetaeumparadigmadefalsomestre,oquemostraomodus operandi dossonhadorescontemporâneosedos

falsosprofetas.Areferênciaexplícitaao‘prêmiodeBalaão’aquiemJudas,eao‘prêmiodainjustiça’emPedro2.15(tambémemAp2.14)dáumaideiadeatosmotivadosporganância.

OpecadodeBalaãofoitãogravequantoodaqueleshomens—osincretismo.Issoéoqueotornatão

sedutor,eporessarazão,seintrodu-ziramsemseremnotados.Aostensivaheresiapoderiatersidoimediatamentedetectada.Masesteshomenspene-traramsecretamentenacomunhão,e,demodosedutor,espalharamosincretismolicenciosooferecendo

umcristianismoque,naverdade,nãoécristianismo.AreferênciaaBalaãovemdeNúmeros25,ondeinduziuosfilhosdeIsraelaosincretismo(istoé,àuniãodaadoraçãoaJeovácomaadoraçãoaBaal).Aportadeentradaaosincretismofoia‘imoralidadese-xual’entreoshomensdeIsraeleasmulheresmoabitas(Nm25.1).Dessemodo,osfalsosmestres,movidospelaganância,inclinaram-seaoserrosdeBalaão,introduzindouma

negaçãomoraldosenhoriodeCristo,enquantoaindamantinhamumaapa-renteortodoxia(Comentário Bíblico

Pentecostal.2.ed.RiodeJaneiro:CPAD,2004,p.1813).

SUBSÍDIO 1 SUBSÍDIO 2

ANOTAÇÕES

ESTANTE DO PROFESSOR

Comentário Bíblico Pentecostal.2.ed.RiodeJaneiro:CPAD,2004.

HORA DA REVISÃO1. QuereimoabitacontratouBalaãoparaamaldiçoarIsrael?

Balaque.

2. EmquelugarresidiaBalaão?Mesopotâmia (Dt 23.4).

3. OquemotivouBalaãoatentaramaldiçoarIsrael?O prêmio da injustiça — dinheiro oferecido por Balaque.

4. QuaisostextosdoNovoTestamentoquefalamdocaminhoedadoutrinadeBalaão?2 Pedro 2.14,15 e Apocalipse 2.14.

5. Quantaspessoasmorreramemfacedocastigopelopecadodopovo?Foram 24 mil pessoas.

CONCLUSÃOA experiência narrada em Números 25 deixou marcas profundas no povo hebreu, sendo tal fato relembrado posteriormente, durante séculos. Nunca devemos nos esquecer das consequências danosas do pecado. Os feitos de homens da estirpe de Balaão deveriam ficar registrados “para exemplo aos que vivessem impiamente” (2 Pe 2.6). “A noite é passada, e o dia é chegado. Rejei-temos, pois, as obras das trevas e vistamo-nos das armas da luz” (Rm 13.12).

JOVENS 69

L I Ç Ã O

10

OS CUIDADOS E DEVERES DA NOVA GERAÇÃO

SÍNTESE No deserto, Deus se

relacionava intimamente com o seu povo e lhe concedeu

leis, que o ajudara a ter relacionamentos saudáveis, e a

oportunidade de adorá-lo.

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA - Sl 44.3

Foi Deus quem concedeu

vitória a Israel

TERÇA - Js 1.7,8

Guardando a lei de Deus

QUARTA - Sl 119.97

Amando a lei de Deus

QUINTA – Rm 12.11

Cuidado redobrado

SEXTA – 1 Tm 4.16

Cuidando da doutrina

SÁBADO – 1 Tm 5.8

Cuidando da família

10/03/2019

TEXTO DO DIA“Dá ordem aos filhos de Israel e dize-lhes: Da minha oferta,

do meu manjar para as minhas ofertas queimadas, do meu cheiro suave, tereis cuidado,

para mas oferecer a seu tem-po determinado.” (Nm 28.2)

OBJETIVOS• MOSTRAR o propósito do censo que foi ordenado pelo

Senhor;• EXPLICAR a importância das leis divinas para os he-

breus; • RECONHECER a importância da adoração.

INTERAÇÃOEstimado(a) professor(a), estamos no último mês do trimestre e, diante disso, é possível que alguns alunos tenham perdido a empolgação inicial e, por isso, faltaram algumas aulas. Ante essa circunstância seja proativo e convoque os outros professores e alunos para que façam um jejum pelos discentes que estão afastados da Escola Dominical. Se possível, planeje com a turma ou parte dela, uma visita a cada um dos faltosos. Essa estratégia, sem dúvida, vai melhorar significativamente a frequência de sua classe. O professor(a) comprometido(a) com a obra para a qual foi vocacionado, jamais desiste de seus alunos!

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICAPara apresentar o terceiro tópico da lição, faça alguns esquetes. Lembrando que o objetivo dessa atividade é aumentar a participação dos alunos nas aulas. Divida a turma em dois grupos e peça que representem, em cinco minutos, uma cena que simbolize a adoração no tabernáculo (apresentação de uma oferta). Escolha três jurados e ofereça um prêmio ao grupo vencedor, que poderá ser caixa de bombons. Parabenize a todos que participaram. Ao final, conclua dizendo que a adoração era o cerne da vida comunitária hebraica.

JOVENS 71

TEXTO BÍBLICO

INTRODUÇÃO

Os capítulos 26 a 30 do livro de Números, seguem o mesmo padrão dos capítulos iniciais e o intervalo entre um evento e outro dista qua-se quatro décadas. As gerações são diferentes: A primeira foi escrava no Egito e morreu no deserto, restando apenas Moisés, Josué e Calebe (Nm 26.64,65). A segunda geração era formada por pessoas com, no máximo, 59 anos de ida-de. Diante de um novo grupo de indivíduos, o Senhor ordenou que fosse feito novamento um censo (Nm 26.1-51), relembrou a lei e estabeleceu algumas leis civis (Nm 26.52-56; 27.1-11; 30.1-16; 36.1-13). O Senhor também falou a respeito da importância da adoração (Nm 28,29), pois os novos hebreus pre-cisavam conhecer sua identidade e força (censo), suas responsabi-lidades civis e familiares (leis) e o dever de adorar ao Senhor em todo o tempo.

COMENTÁRIO

Números 26.1,2,52-55,64,65

1  Aconteceu,pois,que,depoisdaquelapraga,falouoSENHOR aMoiséseaEleazar,filhodeArão,osacerdote,dizendo: 

2  TomaiasomadetodaacongregaçãodosfilhosdeIsrael,daidadedevinteanosparacima,segundoascasasdeseuspais,todoque,emIsrael,vaiparaoexército. 

52 EfalouoSENHOR aMoisés,dizendo: 

53Aestesserepartiráaterraemherança,segundoonúmerodosnomes. 

54Aosmuitos,multiplicarásasuaherança;e,aospoucos,diminuirásasuaheran-ça;acadaqualsedaráasuaherança,segundoos queforam delescontados. 

55Todavia,aterraserepartiráporsortes;segundoosnomesdastribosdeseuspais,aherdarão.

64Eentreestesnenhumhouvedos queforam contadosporMoiséseArão,osacerdote,quandocontaramaosfilhosdeIsraelnodesertodoSinai. 

65PorqueoSENHOR disseradelesquecertamentemorreriamnodeserto;enenhumdelesficou,senãoCalebe,filhodeJefoné,eJosué,filhodeNum.

I – A IMPORTÂNCIA DAS PES-SOAS 1. Um censo providencial.“Aconte-

ceu,pois,que,depoisdaquelapraga,falouoSENHOR aMoiséseaEleazar,filhodeArão,osacerdote,dizendo:  TomaiasomadetodaacongregaçãodosfilhosdeIsrael,daidadedevinteanosparacima,segundoascasasdeseuspais,todoque,emIsrael,vaiparaoexército”(Nm26.1,2).Asprovaçõesdodesertoconsumiramosúltimosex-escravoshebreusquesaíramdoEgitoe,agora,

opovodeveriasernumeradonovamen-

72 JOVENS

tepois,conformeDeusprometera,o

caminhoparaCanaãestavaliberado,

masaindahaviamuitasterrasaserem

conquistadas.

Deusestava“cansado”daingratidão

edarebeliãodoshebreus.Porisso,Ele

intentouferirtodoopovo,exterminan-

do-osparafazerapartirdeMoisésum

novopovo(Nm14.11,12).MasMoisés,

comoumlíderamorosoehumilde,

intercedeuemfavordosseusirmãos.

Então,oSenhorouviueaceitouasúplica

doseuservo.Deusouveerespondeas

nossassúplicas,porissonuncadesista

declamar.

2. Um exército poderoso.Segundo

Números26.2,“todososfilhosdeIsrael”,

maioresde20anos,deveriamserconta-

bilizadosemumnovocenso.Deusestava

tratandodanovageraçãododeserto.

Elesprecisavamaprenderque,diante

dosinimigosedasguerrasvindouras,

nãodeveriamsegloriarquantoaonú-

merodeguerreirosouàforçafísicados

jovenssoldados.Precisavamaprender

aconfiarinteiramentenoDeusqueos

tiroudoEgitoequejáhaviaprometido

queelespossuiriam“aportadosseus

inimigos”(Gn22.17).

QuandoBalaquetentouempreen-

derum“ataqueespiritual”emdesfavor

deIsrael,porintermédiodosuborno

aoprofetaBalaão,oreidosmoabitas

afirmouqueIsraeleraumgrandee

poderosopovo.

Deusfezdoshebreusumpovova-

lente,guerreiro.Eletambémfezcairum

pavor,umrespeito,nasnaçõescircun-

vizinhasemrelaçãoaIsrael.

3. Um povo abençoado.Depoisque

foiconcluídoorecenseamento,“falouo

SENHORaMoisés,dizendo:Aestesse

repartiráaterraemherança,segundo

onúmerodosnomes”(Nm26.52,53).O

Senhorpoderiaterdadoessasinstruções

apósaconquistadaTerra,maspreferiu

animarefortalecerocoraçãoeaféde

todospreviamente.Israeldeveriaespe-

rar,confiaredescansarnaspromessas

deDeus.

Sabemosqueaspessoassóvão

atéondeavisãodelasalcança.Assim,

oSenhorestavainternalizandonaque-

lanovageraçãoosentimentodeluta

econquista,mostrando,sobretudo,

queeleserammaisquevencedores,

poishaviaagarantia,emDeus,deque

tudofluiriabem;tantoqueoAltíssimo

instruiuemcomodividiraherançada

TerraPrometida.

Pense!O fato de Moisés ter “mudado a opinião” de Deus a respeito do extermínio dos hebreus incrédulos, demonstra que o Senhor não é imutável?

Ponto ImportanteMoisés não “mudou a opinião” de Deus acerca da morte dos hebreus incrédulos, mas apenas retardou o acontecimento; com isso, o próprio Moisés também não pôde entrar em Canaã.

II – A IMPORTÂNCIA DAS LEIS1. Lei acerca da divisão da terra (Nm

26.52-65).Opovoqueforacriadono

desertoprecisavaderegrasenormas.

Eraumpovosanto,separadoenão

poderiaviversegundooscostumes

adquiridosnoEgitoenemsegundoos

hábitosdasnaçõesvizinhas.Porisso,

nolivrodeNúmeros,vamosencontrar

váriasleiscivisenormasdecondutas.

Porexemplo,emNúmeros26.52-65,o

Senhordeterminaregrasparaadivisão

JOVENS 73

dasterrasqueseriamconquistadas.O

Altíssimoconheciaoseupovo,sabiada

durezadecoraçãodelesequepoderia

haverbrigasediscórdiasnapartilhadas

terrasquehaveriamdeserconquistadas.

2. Lei para proteger os relaciona-

mentos (Nm 30.1-16).Deusestabeleceu

leisacercadosvotosdasmulheresedos

homens.OpropósitodoSenhoreraevitar

queosvotosfeitosviessemafetaros

relacioamentosentremaridoemulherou

entrepaiefilha.Sabemosqueumpovo

forteeprósperoétambémoresultado

defamíliasforteseunidas.Contudo,o

objetivonãoeraapenasevitarosconfli-

tosfamiliares,poissegundoaBíblia de

Estudo Pentecostal“essecapítulodeixa

claroqueDeusrequeriadoseupovoo

cumprimentodaspromessasfeitasaEle

eaopróximo.”OSenhordesejavamostrar

aseriedadedeumvotooupromessa.

3. Lei a respeito da divisão da presa

(Nm 31.25-47).OSenhortambémestabe-

leceucritériosarespeitodosespóliosde

guerra.Elesdeveriamserdivididosem

duaspartesiguais,sendoqueumaparte

seriadadaaosguerreirosquelutaramna

batalhaeaoutraseriadistribuídaentre

os“queficaramcomabagagem”(1Sm

30.24,25).Umapartetambémdeveriaser

entregueaoSenhorcomoumaoferta.

Destaformaninguémficariacomtudo

enemninguémficariasemnada.

Pense!Sendo Israel um povo santo, po-deria aproveitar o ordenamento jurídico de outros povos?

Ponto ImportanteDeus sabia que as leis de outros povos eram injustas. Por isso, os hebreus deveriam ser um referen-cial para outras nações.

III – A IMPORTÂNCIA DA ADORAÇÃO1. Uma vida bem cuidada.Apartir

docapítulo21,olivrodeNúmerosnarra

váriosconflitosbélicosvencidospelos

hebreus,osquaistrouxerammuitasrique-

zasdascidadesdespojadas.Emvárias

ocasiões,naquelajornadaextenuante,

faltouágua,masnuncafaltouocuidado

divino.Semprehouvemilagres.Quer

sejaarochaproporcionandoáguaem

abundância,comorioscaudalosos,para

dessedentaranecessidadedemilhões

depessoaseanimais,querfazendo

brotaráguadeumpoçoseco(emBeer),

depoisde,juntos,osisraelitascantarem

umlouvoraDeus,“falando”aopoço.

Ofornecimentomilagrosodeáguaede

manáaolongodaperegrinaçãodemonstra

demaneirainequívocaumaverdadeque

permeiatodasasEscrituras:Deusprovê

asnecessidadesdaquelesqueoservem

eoadoramemespíritoeemverdade.

2. O dever de um povo agradecido.

EmNúmeros28e29oSenhorrevela

queoseupovonãodeveriadescuidarda

adoração.EntãoElemostra,medianteo

estabelecimentodasofertas,aprimaziada

adoração.Israelseriaumacomunidadede

adoradores,porissodeveriamaprendera

seremagradecidos.AgratidãoaoSenhor

seriareveladamedianteasofertas.

Aespecificaçãodealgumasregras

paraorecebimentodeofertas,napre-

sençadoSenhor,demonstravaqueos

hebreusnãopoderiamfazeroquebem

quisessem.AsregraseramdeDeuse

issodeveriasercumpridoreverente-

mentesobpenadedanosterríveisaos

adoradores.Vivemosdebaixodeuma

novaaliança,mastalaliançanãoadmite

permissividade.AsmortesdeAnaniase

Safiraservemcomoexemplodisso,afim

dequeseentendaoquepodeacontecer

74 JOVENS

“Imediatamenteapósumatodeapos-tasia(capítulo25),vemumcensomaisdetalhado,semelhanteaodescritonocapítulo1.Essecensoincluiosdes-cendentesdosisraelitasquesaíramdoEgito(v.4b)equeeramdaidade

devinteanosoumais,aidademínimaparaainclusãonoprimeirocenso.AfrasedaNVI,‘estesforamosisraelitasquesaíramdoEgito’nãopodedizerrespeitoàprimeirageração,poisosversículos64,65dizemexpressamentequeninguémdessageração,excetoCalebeeJosué,estavamentreeles.Opropósitoimediatodesselevanta-mentoéproduzirdadosestatísticosparaapartilhadaterraapósasuaconquista(vv.52-56).Isso,porsisó,

jáéumfatocurioso,considerando-seaformidáveloposiçãoquetinhampelafrente.AvisãodeDeusparaofuturoeradi-ferentedavisãodosespias.Osespiashaviamdito:‘Nãosomoscapazesdetomaraterra’.Deusdizia:‘Tomarãoaterra’.Comesseintuito,Israeliniciaconfiantementesuaspreparaçõessemsentirqueestáseprecipitando.Aprimeirageraçãoestavafadadaaperecernodeserto,porcausade

seuspecados.Deushavialevantadoumsegundageraçãoparapôrospésnaterraprometida”(HAMILTON,VictorP.Manual do Pentateuco.1.ed.RiodeJaneiro:CPAD,2016,pp.405,407).

SUBSÍDIOcomalguémquedesobedece,volun-tariamente,dentrodeumaambiêncialitúrgicaeculturaldivina.

3. Um Deus que merece ser adorado.Avidadevesercomoumcultocontínuodeadoração;esseeraeéopropósitodoDeusdeIsrael.OcernedaexistênciaedasatividadesdopovodeDeus.Nãoeraporacasoqueotabernáculoencon-trava-senocentrodoacampamentoetudosemoviaaoseuredor.

Números28começacomumagraveadvertênciadeDeus:“DáordemaosfilhosdeIsraeledize-lhes:Daminhaoferta,domeumanjarparaasminhasofertasqueimadas,domeucheirosuave,tereiscuidado,paramasofereceraseutem-podeterminado”.Deusdemonstrouocumprimentodaaliançacomseupovo.

Todavia,agora,oSenhorestavadeixandoclaroqueasfalhasdajornadanodesertonãodeveriamserepetirequeaadoraçãodoshebreus,naTerraPrometida,deveriasetransformarnumestilodevida.

Pense!A liturgia do culto ao Senhor pode ser compatível com os modismos sociais e culturais do nosso tempo?

Ponto ImportanteO culto a Deus deve ser solene e reverente, calçado na simplicidade, santidade e obediência.

A gratidão ao Senhor seriarevelada mediante as ofertas.

ANOTAÇÕES

ESTANTE DO PROFESSOR

BRAZIL, Tiago. Em Espírito e em Verdade:

A Essência da Adoração Cristã.

1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.

HORA DA REVISÃO1. Qualreferênciabíblicademonstraquetodosdageraçãodeex-escravosquesaiu

doEgitomorreramnodeserto?Números 26.64,65.

2. QuaisosnomesdasduaspessoasquesaíramdoEgitoeentraramemCanaã?Josué e Calebe.

3. Citedoistiposdeassuntosversadosnasleismencionadasàsegundageraçãodoshebreus.Lei que trata de herança e de relacionamento familiar.

4. QualareferêncianaqualDeusexigequeaofertasejaprestadacomcuidado,notempocerto?Números 28.2.

5. Segundoalição,opropósitodeDeuseraqueavidadoshebreusfossecomoumcultocontínuodeadoração?Sim. Esse era o real propósito divino.

CONCLUSÃOA partir da morte dos últimos representes da antiga geração, um novo grupo de israelitas, que conquistaria a terra dos cananeus, precisava entender alguns princípios acerca da vontade de Deus. Por isso, o Senhor determinou um novo censo, estabeleceu leis e fez um apelo incisivo sobre a necessidade de que Israel adorasse ao Senhor volun-tariamente, de todo o coração. A conquista de Canaã exigiria muitos esforços dos israelitas.

76 JOVENS

L I Ç Ã O

11

MOISÉS, UM LÍDER VITORIOSO

TEXTO DO DIA“E nunca mais se

levantou em Israel profeta algum como

Moisés, a quem o SENHOR conhecera face a face.”

(Dt 34.10)

SÍNTESE Os milagres na vida de

Moisés eram eventos naturais para Deus. Mas para ele e seu

povo eram sobrenaturais.

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA - Êx 20.1-26

Moisés, o estadista

TERÇA - Sl 77.20

Moisés, o líder que guiou

o povo de Deus

QUARTA - Sl 90.1-17

Moisés, o poeta

QUINTA - Sl 105.26

Moisés, servo de Deus

SEXTA - Sl 106.23

Moisés, o intercessor

SÁBADO - Jo 1.17

Moisés, o legislador

17/03/2019

www.escola-ebd.com.br

OBJETIVOS

• MOSTRAR a difícil jornada de Moisés enquanto líder pelo deserto;

• CONSCIENTIZAR de que Moisés era um homem à frente do seu povo;

• REFLETIR a respeito da última batalha de Moisés.

INTERAÇÃOPrezado(a) professor(a), as deficiências estruturais de algumas classes de Escola Dominical não devem ser empecilhos para que se ofereça aos alunos um ensino bíblico de qualidade. Ame seus alunos e eles sentirão que são especiais. Quem ama os alunos procura propiciar um ambiente que seja o mais aconchegante possível, apesar das limitações. Uma simples decoração pode fazer uma enorme diferença. Lembre-se de que em alguns lugares (países onde os cristãos são perseguidos), as dificuldades são ainda maiores, mas nem por isso a obra de Deus deixou de crescer e os alunos de serem edificados em Cristo. Não podemos nos esquecer de que a primeira reunião da Escola Dominical no Brasil aconteceu na cozinha do casal Kalley. Portanto, esteja certo de que Deus o ajudará a vencer quaisquer dificuldades. Não desista nunca e sempre dê o seu melhor.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICAProfessor(a), você tem o hábito de realizar trabalhos em grupos com seus alunos? Essa ferramenta apresenta-se bastante útil, pois propicia dinamismo no encontro com os discentes, promove a unidade, evita que sejam ministradas aulas estritamente expositivas, propor-cionando uma aprendizagem participativa, portanto, mais eficaz. Para tanto, é preciso que os grupos sejam formados aleatoriamente, buscando a interação entre os que têm menos afinidade. Assim, no início da aula, forme 3 ou 4 grupos heterogêneos, e dê-lhes tempo para que falem a respeito dos seguintes temas: (1)Moisés, o libertador; (2) Moisés, o legislador; (3) Moisés, o histo-riador; (4) Moisés, o amigo de Deus. Se você conseguir contatar os alunos, formando os grupos, ao longo da semana, será um incentivo a mais para que participem ativamente da aula.

78 JOVENS

Números 27.12-17

12  Depois,disseoSENHOR aMoisés:SobeestemonteAbarimevêaterraquetenhodadoaosfilhosdeIsrael. 

13  E,havendo-avisto,então,serásrecolhidoaoteupovo,assimcomofoirecolhidoteuirmãoArão; 

14  porquantorebeldesfostesnodesertodeZim,nacontendadacongregação,aomeumandadodemesantificardesnaságuasdiantedosseusolhos.(Es-tas são aságuasdeMeribádeCades,nodesertodeZim.)

15  Então,falouMoisésaoSENHOR,dizendo: 

16  OSENHOR,Deusdosespíritosdetodacarne,ponhaumhomemsobreestacongregação, 

17  quesaiadiantedeles,equeentrediantedeles,equeosfaçasair,equeosfaçaentrar;paraqueacongregaçãodoSENHOR nãosejacomoovelhasquenãotêmpastor.

INTRODUÇÃO

A vida de Moisés é um milagre em to-dos os sentidos. Nascido sob condições extremamente desfavoráveis, sem ter sequer o direito de viver, foi escondido por três meses por seus pais. Para salvar sua vida, sua mãe colocou-o dentro de um cesto betumado no rio Nilo (um rio cheio de crocodilos). Mas, a filha de Faraó o encontrou nas águas do rio e o resgatou. Tirado das águas (daí provém seu nome), ele foi criado como filho da filha de Faraó. Quando adulto, não compreendeu o tempo de Deus para a sua vida e de seu povo e acabou agindo com precipitação e arrogância, tendo de fugir do Egito. A formação desse homem extra-ordinário, suas lutas, dilemas e conquistas, será o tema dessa lição.

TEXTO BÍBLICO

COMENTÁRIO

I –A JORNADA DE MOISÉS 1. Um homem com um ideal.Há

certasmotivaçõesqueimpulsionamaspessoasfortemente,fazendo-asconquistaremobjetivosaparentemen-teinalcançáveis.Moisés,olibertadorhebreu,guardavanocoraçãoementeodesejoprofundodeconduziroseupovoatéaTerraPrometida.Essefoioseuidealdevida.

Aos40anos,decidiuporcontapró-pria,retiraroseupovodaescravidãoegípcia.Masnãodeucertoeeletevedeamargarumostracismoquedurou40anos.AtéqueDeus,então,lheapa-receueochamou.Moisésprecisavalibertaropovoeconduzi-loaumaterraquemanavaleiteemel.Apartir

deentão,elebatalhou,usandotodaasuaenergia—por40anos—paraqueseuobjetivofossealcançado.Evocê?Desistefacilmentedeseusprojetosdevida?

2. Um homem que também cometeu

erros.Depoisdequase40anossofren-

JOVENS 79

donumdesertoinóspitoeconduzindo

milhõesdepessoasinsubordinadase

decoraçõesduros,Moiséscometeu

umdesatino.Deusomandoufalarà

rocha,masnasuairaeleaferiupor

duasvezes(Nm20.7-11).Certamente

estefoiomaiorerrodesuavida.Osal-

mista,séculosdepois,afirmounoSalmo

106.33:“Porqueirritaramoseuespírito,

demodoquefalouimprudentemente

comseuslábios”.

Em determinadas ocasiões, os

erroscometidospodemnãotrazer

consequênciastãograves,masem

noutrosmomentos,porém,osequí-

vocossãoinadmissíveis,inaceitáveis,

principalmentenoquetangeàscoisas

quedigamrespeitoàobradeDeus,o

ministério.

3. Um homem que aceita parar.O

sonhodeadentrarnaTerraPrometida

terminaparaMoisésquandooSenhor

lhediz:“Peloqueverásaterradiante

deti,porémnãoentrarásnela,naterra

quedareiaosfilhosdeIsrael”(Dt32.52).

Moisésaindatentouargumentarcom

oAltíssimo,comofizeraoutrasvezes,

masoSenhorfoitaxativo:“Basta;não

mefalesmaisnestenegócio”(Dt3.26).

Emmomentoalgumvemosnotexto

bíblico,aindaqueindiretamente,sinais

demonstrandoqueMoiséstenhaficado

comraivadeDeus.Absolutamente!Ele

foiumservosubmissoefielaoSenhor

atéofimdosseusdias.

Comoservo,eletinhaconsciênciade

quechegariaoseumomentodeparar.

Conhecerotempodecomeçarede

terminaréumavirtudequesomente

osmaisnobreseespirituaispossuem.

Jesuscompreendiaperfeitamenteo

tempodoPai:“[…]sabendoJesusque

jáerachegadaasuahoradepassar

destemundoparaoPai[...]”(Jo13.1).

Comocristãosnecessitamosconhecer

otempodeDeusemnossasvidase

ministério.

Pense!Por que Deus foi tão rigoroso em punir Moisés por ferir a rocha?

Ponto ImportanteÀs vezes, nossos erros produ-zem consequências implacáveis em nossa vida pessoal, familiar e em nosso ministério, mas Deus não nos abandona. Ele deseja que nos arrependamos e deixe-mos o nosso erro.

II – MOISÉS, UM HOMEM À FREN-TE DO SEU TEMPO 1. Um homem de sucesso.Maso

queéosucessoparavocê?Serápossuir

riquezas,prestígio,fama?Certamente

quenão.Conta-seque,certavez,uma

atrizfamosadisseaumrepórter:“Se

souumalendacomovocêdiz,porque

estoutãosozinha?Voulhedizeruma

coisa:tudobemserumalenda,desde

quevocêtenhaporperto,alguémque

teame”.

Umapessoadesucessoéaquela

que,apesardeseuspequenosrecursos,

obtémêxitoemrealizaçõespessoaise

coletivas.Sucesso,então,éalgorelativo,

masquesempreenvolveamorea

conquistadedesafios.Nessesentido,

Moiséspodeserconsideradoumhomem

desucesso,poiseleviveupertode

pessoasqueoamavam:Arão,Miriã,

Josué,Calebe,entreoutros.Moisés

deixouasuamarcanahistóriadoseu

povo.Conquistouoqueeraimpossível

aosolhoshumanosefoiumsucesso

comolegislador,poeta,libertador,

profetaeestadista.

80 JOVENS

2. Uma referência para sua geração.

Moiséstambéméumreferencialna

históriadodireito,pelaentregaaopovo

deumcódigolegalmuitoavançado

parasuaépoca.Tambéméomaior

profetadoAntigoTestamento.Assuas

realizaçõesextraordinárias,seucaráter

esuafidelidadeaDeusfazemdeleo

maisimportantepersonagemdoAntigo

Testamento.

3. Um homem que cumpriu sua

missão.Moiséscumpriuoprojetoque

Deustinhaparasuavida.Alcançou

umpatamardeexcelência,tendoseu

nomeincluídonagaleriadosheróisda

fé(Hb11.23-29).Odesertoeasmuitas

adversidadesnãolheimpediramde

cumprir com a missão que lhe foi

outorgadapeloSenhor.

Pense!Moisés cumpriu com a sua missão. O que você tem feito para que os propósitos de Deus se cumpram em sua vida?

Ponto ImportanteComo Moisés, cumpra a missão que lhe foi confiada pelo Senhor, ainda que seja preciso atravessar o deserto.

III – A ÚLTIMA BATALHA DE MOISÉS 1. A última missão. FoiDeusquem

faloucomMoisésqueasuacarreiraeo

seutempodevidanestaterraestavam

chegandoaofinal(Nm27.12,13).Moisés

tinhamaturidadeemocionalparaouvir

oqueoSenhorlhehaviarevelado.

Vocêteriaessamesmamaturidade?

Comoreagiria?Moisésconfiavano

Deusaquemdedicougrandeparte

dasuavida.

2. Um erro fatal.Aguerracontra

os midianitas, a última de Moisés

(Nm31.1,2),nãoeraaparentemente

perigosa,poisdoexércitodeIsraelforam

enviadosapenasdozemilhomens,um

númeroirrisório.OexércitodeIsrael

pelejoucontraosmidianitaseoSenhor

ordenouquetodososhomensfossem

mortos.MasIsraeldecidiupouparas

mulheresmidianitas,aoqueseindignou

Moisésedisse:“Deixastesvivertodas

asmulheres?Eisqueestasforamas

que,porconselhodeBalaão,deram

ocasiãoaosfilhosdeIsraeldeprevaricar

contraoSENHOR,nonegóciodePeor,

peloquehouveaquelapragaentrea

congregaçãodoSENHOR”(Nm31.15,16).

AsantidadeeaobediênciadeMoisés

nãoforamobservadaseimitadaspelo

povo.Elesnãoobservaramoexemplo

doseulíder.

3. A purificação.OSenhorentão

determinouocumprimentointegral

dasuapalavraeordenouqueficassem

alojadosdurantesetediasforado

arraialafimdeserempurificados(Nm

31.19).Deus,maisumavez,estava

demonstrandoaoseupovoaimportância

daobediênciaedasantidade.Ainda

hoje,oSenhorrequerdecadacrentea

adoçãodeumaltopadrãodedevoção

eocomprometimentocomEle,porque

estáescrito:“Mas,comoésantoaquele

quevoschamou,sedevóstambém

santosemtodaavossamaneirade

viver”(1Pe1.15).

Pense!Deus ainda continua a exigir santidade do seu povo?

Ponto ImportanteMoisés também cometeu erros, mas ele cumpriu todo o propósito que Deus tinha para sua vida.

JOVENS 81

“MOISÉS,hb.Tirado.Libertador,esta-dista,historiador,poetaelegisladorhebreu—omaiorvultodoAntigoTestamento.Deusousouparaformar,deumaraçadeescravosegípciosesobasmaioresdificuldades,umanaçãopoderosaquecompletamentealterouocursodahumanidade.AhistóriadeMoisésocupaoslivrosdeÊxodo,Levítico,NúmeroseDeute-ronômio—asétimapartedaBíblia.Elemereceafamadetersidoumdosmaioreshomensdetodasasépocas.Apesardesercriadoemumfocodeidolatriaecercadoemtodaavidadeadoraçãoaídolos,elenãosecontaminoueedificouanaçãodeIsraelnaRochaFirmeeaensinouacultuaraoúnicoDeus,Jeová.Qualoutrohomemcujasobrasforamacompanhadasdetantasetãoestupendasmaravilhas?Falava‘bocaaboca’comDeus(Nm12.8).“EnuncamaisselevantouemIsraelprofetaalgumcomoMoisés,aquemoSENHORconhecerafaceaface;nemsemelhanteemtodosossinaisemaravilhas,queoSENHORoenviouparafazernaterradoEgito,aFaraó,eatodososseusservos,eatodaasuaterra;eemtodaamãoforteeemtodooespantograndequeoperouMoisésaosolhosdetodooIsrael(Dt34.10-12)”(BOYER,Orlando.Pequena Enciclopédia Bíblica.36.ed.RiodeJaneiro:CPAD,2016,pp.364,365).

“Salmo 90.

AcondiçãodeIsraelnodesertoétãopreeminentementeexplicadaemcadaversículo.Moiséserapoderosoempalavras,assimcomoemobrasenóscremosqueestesalmoéumdeseuspoderososdiscursos.Elecantasobreafragilidadedohomemeapoucaduraçãodavida,comparadasaquicomaeternidadedeDeus.Moiséseraumhomemidosoemuitovivido,masaidadeeaexperiêncialhetinhamensinadoque,entreasmudançasperpétuasqueestãoacontecendonouniverso,umacoisa,pelomenos,permaneceimutável,afidelidadeDaqueleque‘deeternidadeaeter-nidade’,éDeus.

OSalmo90podesercitadocomo,talvez,amaissublimedascompo-siçõeshumanas—amaisprofundaemsentimentos—amaiseminenteemconcepçãoteológica—amaismagníficaemsuascomparações.DepoisdesuasaídadoEgito,oseutempofoiabsolutamentedesperdiça-do,enãoeradignodeseroassuntodeumahistória,massomentedeuma‘contoligeiro’;poissomentefoiparapassarotempo,comocontandohistórias,queelespassaramaquelesanosnodeserto;todoessetempoelesestavamseconsumindo,eoutrageraçãoestavasurgindo”(SPURGEON,Charles.Os Tesouros de Davi.1.ed.Vol.2.RiodeJaneiro:CPAD,2017,pp.682,690,691,701).

SUBSÍDIO 1 SUBSÍDIO 2

ANOTAÇÕES

ESTANTE DO PROFESSOR

BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica.

36.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2016.

HORA DA REVISÃO1. Segundoalição,qualeraoidealdevidadeMoisés?

Entrar com o povo na Terra Prometida.

2. Moisésfoiumsucessoemquaisáreas?Moisés foi um sucesso como legislador, poeta, libertador, profeta e estadista.

3. QualaúltimamissãodeMoisés?Derrotar completamente os midianitas.

4. Citetrêscaracterísticasdeumlídervitorioso.O líder vitorioso reconhece a justiça de Deus, estimula a santidade e conduz o

povo ao arrependimento.

5. OquevocêconsideramaismarcantenatrajetóriadeMoisés?Resposta pessoal.

CONCLUSÃOMoisés, servo fiel do Senhor, tornou-se um líder vitorioso no deserto, não obstante as suas lutas. Aprendemos com ele que, em nossa trajetória, nem tudo ocorre como planejamos, mas Deus nunca perde o controle da nossa história. Moisés concluiu sua trajetória de vida como um homem feliz, embora não tenha entrado na Terra Prometida.

JOVENS 83

L I Ç Ã O

12

UM LÍDER FORMADONO DESERTO

SÍNTESE O deserto é uma escola de formação de líderes;por isso, não se deixe

abater pelas lutas,provações edificuldades.

AGENDA DE LEITURASEGUNDA – 2 Co 12.15O amor é a principal característica do líder cristãoTERÇA - At 13.22O líder cristão deve ser obediente a DeusQUARTA – 1 Cr 9.20As pessoas precisam ver e reco-nhecer que o Senhor é com o líder QUINTA – Sl 100.2O líder deve servir a Deus e ao próximo com alegria SEXTA – 1 Tm 3.6O líder cristão não pode ser neófitoSÁBADO – 1 Tm 3.2O líder cristão precisa ser irrepreensível

24/03/2019

TEXTO DO DIA“Esforça-te e tem bom ânimo,

porque tu farás a este povo herdar a terra que jurei a seus pais lhes daria.  Tão somente

esforça-te e tem mui bom ânimo [...].” (Js 1.6,7)

www.escola-ebd.com.br

OBJETIVOS• MOSTRAR que a formação de Josué se deu no deserto,

ao lado de Moisés;• CONSIDERAR o fato de que Josué foi escolhido pelo

Senhor;• COMPREENDER que Josué foi fortalecido por Moisés

e por Deus.

INTERAÇÃOPrezado(a) professor(a), no próximo domingo será o encerramento do trimestre, portanto programe-se. Desafie seus alunos, peça que tragam o maior número possível de parentes e amigos à Escola Dominical, in-dependentemente da idade, salvos ou não. Os objetivos são: Congregar toda a família, apresentar a classe àqueles que não a conhece e trazer de volta os que andam au-sentes. Cuide para que os parentes e visitantes sejam apresentados à igreja. Premie os alunos mais esforçados, na medida do possível. Sugestões de brindes: caixas de bombons que possam ser compartilhadas por seu aluno com os familiares, amigos presentes e/ou livros da CPAD. A Escola Dominical deve ser, sempre, um momento de aprendizado e de celebração da unidade.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICAEstimado(a) professor(a), o foco da aula de hoje será Josué, o homem escolhido pelo Senhor para substi-tuir o líder Moisés. Convide, previamente, três alunos para falarem de 3 a 5 minutos, a respeito de algumas peculiaridades desse servo de Deus extraordinário. Os tópicos a serem tratados pelos alunos a respeito de Josué são: A família dele; seu caráter e o serviço de Josué. Depois, entregue uma pequena lembrança para os que participaram da atividade.

JOVENS 85

TEXTO BÍBLICO

Números 27.18-23

18  Então,disseoSENHOR aMoisés:TomaparatiaJosué,filhodeNum,homememquem há oEspírito,epõeatuamãosobreele. 

19  Eapresenta-operanteEleazar,osacer-dote,eperantetodaacongregação,edá-lhemandamentosaosolhosdeles, 

20 epõesobreeledatuaglória,paraque lhe obedeçatodaacongregaçãodosfilhosdeIsrael. 

21  EseporáperanteEleazar,osacerdote,oqualporeleconsultará,segundoojuízodeUrim,peranteoSENHOR;conformeoseudito,sairão;e,conformeoseudito,entrarão,ele,etodososfilhosdeIsraelcomele,etodaacongregação. 

22  EfezMoiséscomooSENHOR lheordenara;porquetomouaJosuéeapre-sentou-operanteEleazar,osacerdote,eperantetodaacongregação; 

23  esobreelepôsasmãoselhedeuman-damentos,comooSENHOR ordenarapelamãodeMoisés.

INTRODUÇÃO

O deserto é uma escola de formação de líderes onde muitos servos de Deus foram treinados. O deserto prova a nossa fé, expõe os nossos limites, delineia a nossa confiança, quebra o nosso orgulho e revela o nosso caráter. Não é por acaso que o próprio Jesus, no início do seu ministério, foi levado pelo Espírito Santo para o deserto a fim de ser tentado. Na lição de hoje, estudaremos a respeito de Josué, filho de Num, homem valente que foi formado na escola do deserto, e que foi esco-lhido, pelo Senhor, para substituir Moisés e conduzir os hebreus até a Terra Prometida.

COMENTÁRIO

I – UM JOVEM VALOROSO1. Cheio de confiança.Josuéfoium

homemcheiodoEspíritodeDeus(Nm27.18).Eleéidentificadonãosomenteporsuacoragemeseusconhecimentos,masporsuacomunhãocomoSenhor.AprimeirareferênciaqueencontramosarespeitodeleestáemÊxodo17.9.MoisésordenaqueJosuéescolhasoldadosesaiaparapelejarcontraosamalequitas.Josuénãosomentelutou,masformouoexército.Algunsautoresdefendemaideiadequeelefoitreinadoparaaguerraaindano

Egito,razãopelaqualassumiuopostodegeneraldastropasdeIsrael.

AhabilidadeparaaguerradevetersidolevadaemconsideraçãonaescolhadeJosuéparaassumirolugardeMoisés,

86 JOVENS

entretanto,oseucaráterfoiofatorpre-

ponderanteparaaescolha.Afidelidade

eotemoraDeussãocaracterísticasin-

dispensáveisdolídercristão.Paulodisse

queJesusCristooteveporfiele,porisso,

colocou-onoministério(1Tm1.12).

2. Que gostava de estar na presença

de Deus.JosuésubiuomontedeDeus

juntamentecomMoisés(Êx24.13).Assim

comoJesusqueriaqueseusdiscípuloso

acompanhassememalgunsmomentos,

Moiséstambémapreciavaacompanhia

deJosué,nosinstantesemquesubiaao

monteparafalarcomDeus.

Osumosacerdotetinhaaobrigação

deestarasóscomDeus,umavezpor

anonosantodossantos(Hb9.7).Porém

Moisés,diferentementedosdemaissumos

sacerdotes,entravanolugarsantíssimo

constantemente,devidoàsuacomunhão

comDeus.Todolídercristãoprecisa

amarepriorizarosseusmomentosde

oraçãoemparticular,suacomunhão

comoSenhor.

3. Submisso a Deus e ao seu líder.

Nodeserto,ouapessoaobedecee

confiaemDeusouelamurmuracontra

Eleealiderança,comoaconteceucom

ageraçãoquesaiudoEgito.Josuésub-

meteu-seàliderançaqueforaconstituída

porDeusesuportoucomalegria,fée

gratidãoàscircunstânciasadversasque

surgiramemsuacaminhada.

Josuésempreesteveaoladode

Moisésemváriasocasiões,nasguerras

(Êx17.9),nosmomentosdeperplexidade

(Nm11.28)enosdesafios(Nm13.16).

Issofazdiferençanavidadojovemque

almejaoministériodaPalavradeDeus.

Comisso,aprendemosqueépreferível

haverduaspessoasbempreparadas

(JosuéeCalebe),quecaminhamesofrem

comseuslíderes,doquemuitossem

formaçãoadequada,amantesapenas

das“cebolas,pepinosepanelasde

carne”doEgito.

Pense!Por que é preciso submeter-se aos líderes e aprender com eles, para só depois ser ordenado ao ministério?

Ponto ImportanteO líder cristão deve ter conheci-mento teológico, mas somente após enfrentar, ao lado do seu pastor, as agruras do deserto, es-tará apto para ensinar a outros.

II – “PÕE TUA MÃO SOBRE ELE”1. Escolhido pelo Senhor.Segundo

aBíblia de Estudo Pentecostal,“onome

JosuésignificaoSenhorésalvação.A

formagregadessenomeéJesus(Mt

1.21).”JosuééumtipodeJesusCristo.

AescolhadeJosuéparasubstituir

Moisésfoidivina,nãoteveainfluência

dohomem,efoianunciadapeloSenhor:

“Então,disseoSENHORaMoisés:Toma

paratiaJosué,filhodeNum,homem

emquemháoEspírito,epõeatuamão

sobreele”(Nm27.18).Seusucessoem

conduziropovoatéaTerraPrometida

deve-seaissoenãoàsuaforçaouco-

ragem.Certavez,paraqueavitóriade

Israelfossecompleta,JosuéoroueDeus

fezosolparar(Js10.12,13).Somentedo

“Senhoréasalvação”.

2. Encarava os desafios.Josuénunca

fugiudeumdesafio,nuncaseacovardou,

massempreagiucomdignidade,afinal

“avidaémuitocurtaparaserpequena”,

comobemdiziaBenjamimDisraeli,

escritorepolíticoinglêsdoséculoXIX.

Semtitubear,Josué(etambémCalebe)

fizeramumardorosodiscurso,inspirando

JOVENS 87

opovoacrernoDeusquefezapromessadaconquistadeCanaã(Nm14.6-9).

Deuscontacompessoascorajosas(nãoatrevidas)eaintrepidezdeJosué,semdúvida,foiumadastônicasdoseuministério.Essatambémdeveser

umacaracterísticamarcantedosjovenscristãosatuais.

3. Um coração obediente.Números32.12afirmaqueemmeioaumagrandeoposição,Josué,juntamentecomCalebe,perseveraramemseguiraoSenhor.Elesagiramemtotalobediência,queéumacondiçãoindispensávelparaumlíder.

Josuésabiaquecrendoeobedecen-doàPalavradeDeusherdariainsondáveisbênçãos(Dt28.1-14).Eleaprendeuaobedeceremumcenáriodeescassez,murmuraçãoeconflitos.Ora,obedecerquandotudovaibemnãoétãodifícil,pois,comodiziaShakespeare,“emmarcalmotodobarconavegabem”,mas,quandotudopareceperdidonãoéfácil,porissoaprovaçãonodesertotemtantovalorparaaformaçãoministerial.

Pense!O fato de Deus mandar Moisés apresentar Josué ao sacerdote e ao povo, como sendo seu substi-tuto eventual, não enfraqueceria Moisés politicamente?

Ponto ImportanteDeus espera que lhe obedeçamos independente das circunstâncias, pois só Ele sabe o que é melhor para nós.

III – JOSUÉ É FORTALECIDO1. Deus pede que Moisés anime

Josué (Dt 1.38; 3.28). OSenhorafirmouqueJosuétinhaoEspíritoequeelehaviasidoescolhidoparasubstituirMoisés.Depois,DeusmandouqueJosuéfosse

apresentadoaosacerdoteeaopovopara

assumiraposiçãoqueforadeMoisés.

SegundoDeuteronômio1.38e3.28,Deus

ordenouqueMoiséscuidassedeJosué

animando-oefortalecendo-o.

2. Deus promete ir adiante de Josué

(Dt 31. 8). OSenhorprometeuaJosué

queelenãoestariasozinhoemsua

caminhadaatéaTerraPrometida.O

Senhorestariacomele,portanto,que

nãotemesse,nemseespantasse.Do

quemaisprecisavaJosué?Doquemais

precisamosnós?PoisJesustambém

prometeuqueestariaconoscotodos

osdias(Mt28.20).Aconquistade“no-

vosterritórios”paraDeuséumdesafio

paratodaaIgreja(Mt28.19,20).Masa

garantiadonossosucessofoioutorgada

porJesus(Mt16.18).

3. A nobreza de Josué.Eleeratão

especialparaoSenhoreparaoseupovo

quenuncafoicontestadoporninguém,

diferentementedoqueaconteceucom

Moisés.Contudo,averdadeiranobreza

deJosuénãolhefoioutorgadapor

suasextraordináriasrealizações(ele

conquistoumaisde30nações),mas

porsuahumildade.

Josué,porexemplo,aoescreverolivro

quelevaoseunome,apresenta-secomo

sendo,“filhodeNum,servodeMoisés”

(Js1.1),e,aolongodanarrativa,sempre

chamaMoisésde“servodoSenhor”.

Quando,porém,Josuéfaleceu,alguém

escreveuasúltimaslinhasdolivro,cha-

mando-o,porfim,de“servodoSenhor”.

Nãohavia,portanto,nenhumsentimento

deautoengrandecimento,vaidade,domi-

naçãopolítica,noespíritodeJosué.Seu

idealdevidaeraservirfielmenteaDeus,

honraraoseulíderMoisésbemcomoao

seupovo;porissooSenhorohonroude

maneiratãodistintiva.

88 JOVENS

“JosuéerafilhodeNum,datribodeEfraim.Comotinhamaisde40anosdeidadequandodeixouoEgitoe

pareciabemqualificadoparaassumirocomandodasforçasisraelitasquelutaramcontraosamalequitasemRefidim(Êx17.8-16),épossívelque

tivessesidotreinadopeloexércitodefaraó.Duranteaqueleano,noMonteSinai,Josuéserviucomoauxiliardi-retodeMoisésquandoesseúltimorecebeuasleis,etodasasvezesqueiaàtendaondeencontravaeouviaoSenhor(Êx24.23;32.17;33.21).Mes-modepoisdedeixaroSinai,MoisésconsideravaJosuécomoum‘moço’eachavanecessáriocensurá-lopor

proibirdoisanciãosdoacampamentodeprofetizar(Nm11.27-29).

AlémdospossíveiscontatosquepodetertidoantesdoÊxodocom

Canaãeseushabitantes,quevinhamcomercializarcomosegípcios,oumesmoquepudesseterviajadoaoEgitoemalgumacampanhamilitar,

Josuéadquiriuexperiênciadessaterraporserumdos12espias.

QuandoMoiséseseusucessorsedirigiramàportadatenda,DeuscomissionouJosuédeumaforma

direta(Dt32.14,15,23).DepoisdamortedeMoisés,oSenhorbondosamenterepetiuessaordemparticularmenteaJosué,aumentandoassuaspromes-sascomafinalidadedeencorajá-lonavésperadainvasãodeCanaã(Js1.1-9)”(Dicionário Bíblico Wycliffe.1.

ed.RiodeJaneiro:CPAD,2012,p.1.095).

SUBSÍDIO 1

“Emmuitosaspectos,‘JosuédoAntigoTestamento’prefiguracaracterísticasdoJesusdoNovoTestamento.Nãofoiregistradonenhummalcontraele.Eleestavalivredetodoodesejodeautopromoçãooucobiça;nãoexistetraçodeegoísmoquemancheanobrezasimplesdeseucaráter.Emtodasascircunstânciaseledemos-trouumdesejosupremo:conheceravontadedeDeus.Suaprincipalambiçãoerafazeravontadedivina.Josuéfoiumhomemdecoragem

inabaláveleperseverançainvencívelquemostrouprofundaconfiançadiantedasdificuldades.Suasaçõesimediataslhederamvitórias.Asoutraspessoaslhederamgrandehonraemfunçãodadesconsideraçãoaltruístadeseusprópriosinteressespessoais.Elenuncadeixoudedemonstrarumaprofundapreocupaçãopelosinteressesdaquelesaquemliderava.

Dessemodo,naplenitudedostempos,quandoDeusprecisavadeumhomembempreparado,EleescolheuJosué.OSenhorencontrounaquelehomemalguémqueouviriasuasinstruções.Josuéeraalguémquecumpririasuastarefas.EstasqualidadesdecarátertãoassociadasàdisposiçãodeJosuésãosempreaprovadasporDeus”(Co-

mentário Bíblico Beacon.1.ed.Vol.8.RiodeJaneiro:CPAD,2015,pp.24,25).

SUBSÍDIO 2

ANOTAÇÕES

ESTANTE DO PROFESSOR

GOWER,Ralph.Usos e Costumes dos

Tempos Bíblicos.1.ed.RiodeJaneiro:CPAD,2002.1.ed.RiodeJaneiro:CPAD,2012.

HORA DA REVISÃO1. TranscrevaareferênciaemqueJosuéfoicitadopelaprimeiraveznaBíblia.

“Pelo que disse Moisés a Josué: Escolhe-nos homens, e sai, e peleja contra

Amaleque; amanhã, eu estarei no cume do outeiro, e a vara de Deus estará na

minha mão” (Êx 17.9).

2. Quem,juntamentecomJosué,trouxeumrelatóriodeféaoespiarCanaã?Calebe.

3. QualeraocostumedeJosuésegundoÊxodo33.11?Ele nunca se apartava do meio da tenda.

4. SegundoNúmero27.18oquediferenciavaJosuédosdemaislíderes?Homem em que há o Espírito (Nm 27.18).

5. QualacaracterísticadeJosuéquevocêconsideraamaisimportanteparaumlíder?Resposta pessoal.

CONCLUSÃOJosué é um exemplo para todo o crente, desde a sua formação como discí-pulo (servo) de Moisés, no deserto, até a sua ascensão ao posto mais alto da nação. Ele demonstrou um grande senso de serviço e devoção ao Senhor mesmo em tempos difíceis, como a travessia pelo deserto.

90 JOVENS

L I Ç Ã O

13

O DESERTO VAIPASSAR

TEXTO DO DIA“Não to mandei eu?

Esforça-te e tem bom ânimo; não pasmes, nem te espantes,

porque o SENHOR, teu Deus, é contigo, por onde quer que andares.” (Js 1.9)

SÍNTESE A caminhada do povo de Deus pelo deserto deste

mundo em breve terminará e estaremos para todo o sempre com o Senhor.

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA - Js 24.14

Temor e sinceridade diante

do Senhor

TERÇA – Js 24.15

Escolha a quem quer servir

QUARTA – Js 24.17

O Senhor é o nosso Deus

QUINTA – Js 24.19

Deus é santo e zeloso

SEXTA – Js 24.23

Inclinai o coração ao Senhor

SÁBADO – Js 24.13

A terra, a herança do Senhor

31/03/2019

www.escola-ebd.com.br

OBJETIVOS

• MOSTRAR o perigo de ficar no liminar da Terra Prometida;• COMPREENDER que para receber os benefícios do

Senhor é preciso ter fé;• CONSCIENTIZAR de que um dia nossa jornada nesse

mundo chegará ao fim.

INTERAÇÃOChegamos ao final do estudo do livro de Números. Cami-nhamos pelo deserto, juntamente com o povo de Deus. O trimestre foi concluído, mas nosso trabalho docente não. É hora de iniciar o planejamento do próximo trimestre. Esmere-se fazendo o melhor para Deus, investindo no estudo bíblico e na oração. Com isso, você continuará aprendendo a respeito de Deus. Certo professor em uma conferência de Escola Dominical disse o seguin-te: “Quando eu aprendo, consigo ensinar; ensinando, aprendo de novo”.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICAChegamos ao final de mais trimestre. Com certeza a sua fé no Deus que guiou o seu povo pelo deserto à Terra Prometidas foi fortalecida mediante o estudo de cada lição. Conclua mostrando aos alunos que embora sejamos filhos(as) de Deus estamos sujeitos a enfrentar algumas crises em nossa caminhada, como os hebreus enfren-taram no deserto. Contudo, as crises não são para nos destruir, castigar, desanimar, mas o Pai as permite para nos moldar, lapidar e para que possamos confiar mais nEle, em sua fidelidade. Incentive os alunos a verem os “desertos” como oportunidades de crescimento espiri-tual, de transformação. O Deus que sustentou o povo no deserto durante os anos é o mesmo que vai sustentá-lo e ajudá-lo a enfrentar as dificuldades da vida.

92 JOVENS

I – CHEGANDO AO FIM DA JORNADA 1. A antecipação da herança. Os filhos

de Rúben, Gade, e metade da tribo de

Manassés eram afeitos à pecuária, donos

de muitos animais. Eles solicitaram a

antecipação da sua herança a Moisés.

Porém, essas tribos se prontificaram a

transpor o Jordão e ajudar a derrotar os

exércitos cananitas (Js 4.12,13).

2. O perigo de ficar à margem de

Canaã. Ao que tudo indica, os rubenitas,

gaditas e os homens da meia tribo de

Manassés não perceberam o perigo que

corriam em ficar, na verdade, no “limiar

da herança”. O futuro revelaria o erro

daquela decisão, pois aqueles israelitas

TEXTO BÍBLICO

Números 32.31-33

31  E responderam os filhos de Gade e os filhos de Rúben, dizendo: O que o SENHOR falou a teus servos, isso faremos. 

32  Nós passaremos, armados, perante o SENHOR à terra de Canaã e tere-mos a possessão de nossa herança daquém do Jordão.

33  Assim, deu-lhes Moisés, aos filhos de Gade, e aos filhos de Rúben, e à meia tribo de Manassés, filho de José, o reino de Seom, rei dos amorreus, e o reino de Ogue, rei de Basã: a terra com as suas cidades nos seus termos, as cidades do seu contorno. 

Números 33.50-56

50  E falou o SENHOR a Moisés, nas campinas dos moabitas, junto ao Jordão, de Jericó, dizendo: 

51  Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando houverdes passado o Jordão para a terra de Canaã, 

52  lançareis fora todos os moradores da terra diante de vós e destruireis todas as suas figuras; também destruireis todas as suas imagens de fundição e desfareis todos os seus altos; 

53  e tomareis a terra em possessão e nela habitareis; porquanto vos tenho dado esta terra, para possuí-la. 

54  E por sortes herdareis a terra segun-do as vossas famílias; aos muitos, a herança multiplicareis, e, aos poucos, a herança diminuireis; onde a sorte sair a alguém, ali a terá; segundo as tribos de vossos pais, tomareis as heranças. 

55  Mas, se não lançardes fora os mo-radores da terra de diante de vós, então, os que deixardes ficar deles vos serão por espinhos nos vossos olhos e por aguilhões nas vossas costas e apertar-vos-ão na terra em que habitardes. 

56  E será que farei a vós como pensei fazer-lhes a eles.

INTRODUÇÃO

Neste trimestre acompanhamos a longa jornada do povo hebreu pelo deserto. Eles caminharam por aproximadamente 40 anos, num lugar onde as pessoas, em regra, não se arriscavam a fixar residência pelas condições ex-tremamente desfavoráveis, um “grande e terrível deserto de ser-pentes ardentes, e de escorpiões, e de terra seca, em que não havia água” (Dt 8.15). A jornada estava chegando ao fim.A geração que atravessou o mar Vermelho a pé enxuto havia sido consumida durante a peregrina-ção, —— mais de seiscentos mil homens; entretanto, nenhum deles faleceu por falta do cui-dado de Deus, morreram pela desobediência; tentaram a Deus e caíram no deserto (Hb 3.16,17).

COMENTÁRIO

JOVENS 93

— separados do restante das tribos pelo Jordão, e sem nenhuma defesa natural contra os inimigos — foram os primeiros a se tornarem idólatras e, vulneráveis, também os primeiros a serem levados cativos à Assíria (1 Cr 5.25,26).

Convém observar que aquelas duas tribos e meia tinham um sério problema: não anelavam entrar na Terra Prometida. Qualquer campina serviria para eles.

3. Recordando a viagem no deserto.

Depois da purificação do exército de Israel (Nm 31. 13-24), e da resolução a respeito das terras a leste do Jordão, que ficaram com as tribos de Rúben, Gade e metade da tribo de Manassés (Nm 32), chegou a hora da despedida do grande líder. Moisés então faz um longo discurso. Ele discorre a respeito da história da travessia pelo deserto, começando com a saída do Egito (Nm

33). Esse capítulo possui uma peculiari-dade: relembra o passado e, por isso, traz consigo uma forte carga de informações valiosas sobre como viver no presente. É necessário trazer a memória do povo as experiências do passado, a fim de que os mesmos erros não sejam praticados novamente.

Por fim, o Senhor (vv. 50-56) adverte o povo a respeito das consequências para quem se tornar relapso em obedecê-lo. O amor do Altíssimo por seu povo, a cada novo parágrafo das Escrituras, mostra Deus como um Pai cuidadoso, que não quer que nenhum dos seus

filhos se perca, mas cheguem ao pleno conhecimento da verdade (1 Tm 2.4).

Pense!Se era tão ruim ficar ao leste do Jordão, por que Moisés autorizou a antecipação da herança das duas tribos e meia?

Ponto ImportanteAs duas tribos e meia desprezaram todo o esforço empreendido e, por isso, pagaram um alto preço anos depois.

II – FÉ E HERANÇA 1. Chegando ao fim da viagem. Os

hebreus fixaram acampamento nas cam-

pinas dos moabitas, junto ao Jordão, na

direção de Jericó (Nm 33.50). A cansativa

viagem pelo deserto estava chegando

ao fim e esse era um momento de es-

pecial alegria. Há cerca de 38 anos eles

estavam em Cades Barneia (Nm 13) e ali,

tomados pelo desânimo e pela falta de

fé, decidiram retornar ao Egito.

O Deus que guiou os hebreus até a

Terra Prometida deseja nos guiar em nos-

sa trajetória por esse mundo tenobroso;

precisamos crer nisso, ter fé. Deus é bom

e tem cuidado de nós; por isso podemos

descansar o nosso coração, pois o Senhor

nunca erra, nem se atrasa, ou permite

que a luta da vida seja mais dura do que

possamos suportar. Tenha fé!

2. A herança pela fé, uma visão. Em

Números 34.2, Deus está falando a res-

peito do futuro, no qual os israelitas her-

dariam, pela fé, a Terra Prometida. A vinda

do tempo de Deus para aquela geração

não tardaria. As profecias bíblicas, agora,

teriam seu cabal cumprimento.

O Senhor estava fornecendo uma

visão aos hebreus do que seria a herança

deles. O propósito era encorajar o povo

a seguir caminhando e conquistando as

muitas cidades. Aos olhos dos israelitas

não havia nenhuma possibilidade de

êxito nas batalhas, mas a visão espiritual

fornecida a eles pelo Senhor tornou-se

o combustível necessário para lançá-los

à guerra.

94 JOVENS

3. A herança pela fé, uma proteção. O

Senhor, ao estabelecer os limites da he-

rança dos hebreus, estava aguçando a fé

do povo e os protegendo contra a cobiça.

O Eterno não desejava que a aquisição

de bens materiais fosse a força motriz de

Israel, — eles precisavam anelar, como

Abraão, a cidade que tem fundamentos

(Hb 11.10). A herança oferecida pelo Senhor,

entretanto, deveria ser conquistada com

força e coragem, pela fé (Js 1.9).

Pense!Por que os hebreus deveriam lutar por uma herança que já lhes pertencia?

Ponto ImportanteO servo de Deus deve buscar a realização de seus projetos pessoais, mas desde que seja segundo a vontade divina.

III – O FIM DA JORNADA1. A oferta aos levitas. Os dois últimos

capítulos do livro de Números trazem

as últimas recomendações de Moisés

para o povo, pouco antes da entrada

em Canaã. Segue-se, após, a repetição

da lei em Deuteronômio e a morte de

Moisés, quando encerra-se a história da

caminhada de 40 anos no deserto.

Depois de determinar a divisão da

terra, o Senhor fez lembrar da necessi-

dade de os levitas morarem em cidades

próprias e da existência, também, de

cidades de refúgio. Santidade e justiça são

virtudes imprescindíveis para quem quer

ser abençoado. Israel sabia que a bênção

do Senhor decorreria da obediência ao

seu padrão ético e moral e, por isso, essas

determinações foram atendidas.

2. Estabelecimento de leis justas. Por

fim, o Senhor entregou, por intermédio de

Moisés, as últimas leis penais (homicídio

culposo e doloso) e hereditárias (bastante

avançadas para a época). Deus estabeleceu

diversas leis devido a dureza do coração

dos hebreus. Israel deveria refletir a glória

do Senhor em seu ordenamento jurídico.

As leis tinham um propósito maior:

apontavam, sobretudo, para a justiça que

provém da cruz do Calvário. Eram justas,

proféticas, e messiânicas.

3. Conquistando o impossível. Ao lon-

go de 40 anos, Israel palmilhou por uma

estrada de muitas dificuldades. Agora, às

margens da Terra Prometida, receberia

as últimas instruções de Deus e, debaixo

da sua bênção, entraria triunfantemente

em Canaã, para conquistar o que aparen-

temente era impossível. Isso poderia ter

acontecido há quase quatro décadas, mas,

pela incredulidade da primeira geração

de hebreus, a porta foi fechada.

Agora, o caminho estava aberto e

uma nova geração que cresceu no de-

serto, marcharia vitoriosa. O rio Jordão

estava cheio, transbordando pelas suas

ribanceiras, mas não haveria problema

quanto a esse fato, pois Deus cumpriria

brevemente sua promessa.

A vida do crente é semelhante a do

povo de Deus no deserto. São muitas es-

tradas empoeiradas pelas quais devemos

trilhar, tendo em vista o aprimoramento

espiritual para, depois, tomarmos posse

das bênçãos que estão preparadas para

aqueles que amam a Deus.

Pense!Qual era o real propósito das muitas leis entregues aos hebreus?

Ponto ImportanteA dureza do coração dos hebreus fez com que Deus, por amor, concedesse leis civis e cerimoniais.

JOVENS 95

“Números 34.1-15. Aqui temos a definição da linha pela qual a terra de Canaã foi medida e limitada por

todos os lados. Havia uma concessão muito maior prometida a eles, a qual, no devido tempo, teriam possuído, se tivessem sido obedientes, chegando até o rio Eufrates (Dt 11.24). E até lá o domínio de Israel estendeu-se, nos tempos de Davi e de Salomão (2 Cr 9.26). Mas o que aqui está descrito

é apenas Canaã, que era a parte das nove tribos e meia, pois as outras duas e meia tribos já tinham sido assentadas (vv. 14,15).

Aqueles que estivessem dentro destas fronteiras, e somente a eles, os israelitas deveriam destruir. Até

aqui a sua espada sanguinária devia ir, e não além. Deus não desejava que o seu povo aumentasse o seu desejo de possessões mundanas,

mas que soubesse quando tivesse o suficiente, e ficasse satisfeito com isto. Os próprios israelitas não deveriam estar sozinhos no meio da terra, mas deveria deixar lugar para que seus vizinhos vivessem a seu lado. Deus determinou os limites da nossa terra. Devemos, então, definir limites aos nossos desejos, fazendo com que o nosso pensamento e a nossa vontade estejam de acordo com nossa condi-ção” (HENRY, Matthew. Comentário

Bíblico do Novo Testamento. 1.ed. Vol. 1. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, pp. 554,555).

SUBSÍDIO 1

“Números 32. Nesse mesmo tempo, as tribos de Gade e de Rúben e a metade da de Manassés, que eram muito ricas em gado e em todas as

espécies de bens, rogaram a Moisés que lhes desse o país dos amorreus, conquistado algum tempo antes, porque era muito rico em pastagens. Esse pedido fê-lo crer que o desejo deles era evitar, sob esse pretexto, o combate contra os cananeus. Assim, disse-lhe que era apenas por covardia que lhe faziam aquele pedido, para viver em tranquilidade numa terra con-quistada pelas armas de todo povo.

Eles responderam que estavam tão longe da intenção de querer evitar o perigo quanto desejavam colocar, por esse meio, as suas mulheres, os seus filhos e os seus bens em segurança, para estar sempre prontos a seguir o exército aonde os quisessem levar. Moisés, satisfeito com a explicação, concedeu-lhes o que pediam, com

a condição de que essas tribos mar-chariam com as outras contra os inimigos até que a guerra estivesse completamente terminada. Assim, eles tomaram posse daquele país e ali construíram cidades fortificadas.

Puseram nelas as suas mulheres, filhos e bens, a fim de estarem mais livres para tomar as armas e cumprir a sua promessa” (JOSEFO, Flávio. História

dos Hebreus. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, pp. 214,215).

SUBSÍDIO 2

ANOTAÇÕES

ESTANTE DO PROFESSOR

CABRAL, Elienai. Josué: Um Líder que Fez a Diferença. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.

HORA DA REVISÃO1. Por que as tribos de Rúben, Gade e a meia tribo de Manassés resolveram antecipar

a sua herança?Porque essas tribos eram afeitas à pecuária, donos de muitos animais e as terras

pareciam excelentes para a pecuária.

2. Segundo a lição, por que é necessário relembrar as experiências do passado?Faz-se necessário que a memória do povo esteja atenta para experiências do

passado, a fim de que os mesmos erros não sejam praticados novamente.

3. Por que as leis foram dadas por Deus?Deus estabeleceu diversas leis devido a dureza do coração dos hebreus. Israel

deveria refletir a glória do Senhor em seu ordenamento jurídico.

4. Segundo a lição, por que foi importante Deus mencionar os limites da TerraPrometida ?Foi importante para proteger os hebreus da cobiça.

5. O que você aprendeu de mais significante a respeito do livro de Números?Resposta pessoal.

CONCLUSÃOO livro de Números, ao narrar a caminhada dos hebreus, por cerca de 40 anos, em uma região desértica, simboliza a vida de fé de cada cristão, em todos os tempos. Cabe a cada crente se apropriar de cada fato narrado no livro de Números e assim guardar as importantes lições que o ajudarão na jornada de fé até a Canaã Celestial.

O QUE FAZER QUANDO A FÉ SE ENCONTRA COM A VIDA

REAL NA UNIVERSIDADE?É possível um jovem entrar na universidade e prosperar na

sua caminhada com Cristo? A resposta é um sim!

O ensino superior não precisa ser uma batalha perdida. Com um pouco de ajuda, os estudantes cristãos pode-rão ver a universidade como um canal das bênçãos de Deus em vez de uma armadilha espiritual.Lembre-se a quem você pertence! Você pertence a Je-sus Cristo. Que seu santo nome seja glorifi cado atra-vés de seus estudos e vida profi ssional.

“Filho meu, se aceitares as minhas palavras e escon-deres contigo os meus mandamentos, para fazeres atento à sabedoria o teu ouvido, e para inclinares o teu coração ao entendimento, e, se clamares por enten-dimento, e por inteligência alçares a tua voz, se como a prata a buscares e como a tesouros escondidos a procurares, então, entenderás o temor do SENHOR e acharás o conhecimento de Deus.” Provérbios 2.1-5