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Ano II Número 149 Data 22.03.2012

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AnoII

Número149

Data22.03.2012

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A presidente Dilma Rousseff está certa em determinar à sua equipe eco-nômica que estude medidas para pro-vocar a redução das taxas de juros co-bradas pelo sistema bancário brasilei-ro. Enquanto o Banco Central acelera a redução dos juros básicos da economia, devendo baixar a Selic para 9% ao ano em 18 de maio, os bancos comerciais e financeiras continuam causando inveja a seus similares no mundo, ao impor spreads que levam o custo do dinhei-ro às alturas e engordam com eles seus lucros. Essa é, sem dúvida, uma das pedras no caminho de qualquer inicia-tiva oficial destinada a animar o inves-timento na estrutura produtiva do país, além, é claro, de inibir o consumo, com o qual se poderia mover a economia a ritmo mais acelerado e garantir a ma-nutenção dos atuais níveis de emprego. O ministro da Fazenda, Guido Mante-ga, já sinalizou que o tamanho e a capi-laridade do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal estão no foco des-ses estudos.

Se a ideia é baixar os juros prati-cados pelos dois bancos oficiais e, com isso, forçar uma queda generalizada do

custo dos empréstimos e financiamen-tos às empresas e aos consumidores, então está na hora de o governo voltar suas baterias para a farra dos cartões de crédito. Não há estrangeiro que não se impressione – e muitos nem acreditam – ao saber que as taxas anuais cobradas pelo crédito rotativo disponibilizado pelos cartões podem chegar a impensá-veis 237,9%. Segundo levantamento da Proteste, entidade defensora de direitos do consumidor, essa taxa é de longe a mais alta da América Latina e corres-ponde a quase cinco vezes a da Argen-tina, que fica em segundo lugar, com 50% ao ano. Em seguida vem o Chile, com 40,7%, e o México, com 36,2%. Na Venezuela, de Hugo Chávez, os ju-ros do cartão são em média de 29% ao ano e na Colômbia, 28,5%. Nem vale a pena comparar as taxas praticadas nas economias mais desenvolvidas, que geralmente não passam de 12% ao ano, mas é fácil imaginar a diferença entre o custo pago pelo consumidor brasileiro em relação ao que é cobrado pelo cré-dito nesses países.

E não se trata de um pequeno seg-mento do mercado brasileiro de crédito.

Pelo contrário. A Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) acaba de divulgar ba-lanço dos negócios do setor em 2011. Os cartões de crédito, débito e de rede de lojas no país faturaram R$ 670 bi-lhões, representando um crescimento de 24% sobre 2010. Foram 8,3 bilhões de transações, com aumento de 18%. Ou seja, o negócio dos cartões não to-mou conhecimento da tibieza do “pibi-nho” (2,7%), experimentando expansão pelo menos oito vezes maior do que a da economia, enquanto o número de operações realizadas pelo dinheiro de plástico cresceu mais de seis vezes que a expansão do Produto Interno Bruto. E para este ano as projeções mais otimis-tas do governo para o desempenho da economia (4%) nem arranham o cená-rio com que trabalha a Abecs, que não deixa suas expectativas por menos de 20%. A propósito, deveria intrigar ao governo a constatação de que, na con-tramão das mais elementares regras de mercado, quanto maior o movimento dos cartões, mais caro eles cobram da clientela.

estado de minas - opinião - p.6 - 22.3.12editoriaL

Juros altos dos cartões Se o governo pretende baixar o custo do crédito, é hora de focar no dinheiro de plástico

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Os estímulos que o governo não para de injetar no mercado como forma de recobrar o consumo das famílias só surtirão efeito a partir do segundo se-mestre. É o que estima a Confederação Nacional do Comércio (CNC) diante dos dados da Pesquisa Nacional de En-dividamento e Inadimplência do Con-sumidor divulgados ontem. Frente a março do ano passado, o percentual de pessoas que declararam possuir dívidas atuais – não necessariamente em atraso – caiu de 64,8% para 57,8%. O índice está diretamente atrelado à disposição das pessoas para as compras, e conse-quentemente a incorporação de novas contas ao orçamento. Quanto menor o avanço, maior a contenção dos gastos. Frente a fevereiro, o avanço foi consi-derado baixo, saindo de 57,4%.

“Esperávamos uma alta maior en-tre fevereiro e março, já que em anos anteriores as pessoas se endividaram mais neste período”, observa a eco-nomista da CNC, Marianne Hanson. “Sem contar que houve incentivos para aquisição de bens de consumo duráveis, como para linha branca, que poderiam ter impulsionado a contra-tação de dívidas”, acrescenta a espe-cialista. As manobras do governo, que incluem redução dos juros básicos da economia, ainda revelam resultados sutis. “A compra de eletrodomésticos, por exemplo, ainda não foi sentida no processo de comprometimento da ren-da”, analisa Marianne. As mudanças implantadas devem refletir no varejo

entre seis e oito meses. “No segundo semestre pode haver uma reversão com a elevação das vendas no comércio e consequente aumento do endividamen-to”, avalia Marianne.

O fato de boa parte da renda já es-tar comprometida, especialmente com a aquisição de produtos de alto valor agregado, reforça a cautela dos con-sumidores. A pesquisa da CNC revela que, entre os endividados, 25,5% têm mais de 50% dos rendimentos destina-dos ao pagamento de dívidas e outros 50,6% direcionam entre 11% e 50% do salário para quitar débitos. Menos de um quinto das pessoas deve menos que 10% dos proventos. “Existe um acú-mulo de dívidas do passado, feitas com produtos duráveis, como automóveis e eletroeletrônicos, cujo prazo de paga-mento é dilatado”, avalia a gerente de economia da Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomér-cio), Silvânia Araújo, que também es-pera uma mudança com a retomada da disposição para a contratação de crédi-to no segundo semestre.

Na contramão, o índice de consu-midores que declaram não ter qualquer dívida passou de 34,6% em março de 2011 para os atuais 40,9%. A dentista Deborah Athayde reforça as estatísti-cas. Ela planeja trocar o carro e reco-nhece que a retração dos juros pode ser um bom estímulo, apesar de ainda dar preferência para as compras à vista. “Podemos avaliar diante de juros mais baixos”, afirma a consumidora, que

se considera extremamente controla-da. Mesmo perfil da aeroviária Neuza Chaves, que garante não sofrer influên-cias das políticas do governo para ir às compras. “O negócio é ter o dinheiro na mão.”Problema maiorna baixa renda

A parcela de famílias inadimplen-tes fechou este mês em 21,8%, contra 20,5% em fevereiro de 2012 e 23,4% em março de 2011. O resultado foi in-tegralmente motivado pelo comporta-mento de consumo das famílias com faixa de renda inferior a 10 salários mínimos, que interrompeu uma sequ-ência de quatro meses de queda. Nesta parcela da população, o percentual de famílias com dívidas alcançou 58,6% neste mês ante 58,4% em fevereiro e 66,5% em março de 2011. Para quem ganha acima de 10 salários mínimos, os números são menos expressivos, com 50,6% de endividados neste mês.

O tempo médio de atraso das con-tas está em 59,4 dias, ligeiramente superior aos 58,6 dias observados em março de 2011. Ainda que o volume de maus pagadores tenha aumentado, a capacidade de pagamento seguiu o mesmo percurso. Enquanto em 2011, 8,4% dos entrevistados declararam não ter condições de quitar suas dívidas em atraso, o percentual agora é de 6,7% das pessoas. O resultado é o menor para toda a série histórica, iniciada em janeiro de 2010. (PT)

estado de minas - economia - p.15 - 22.3.12VareJo

Dívida menor e sacolas vaziasEndividamento dos consumidores cai este mês, frente a igual período do ano passado, mas indica queda no

ritmo de compras

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Humberto SiqueiraO padrão de exigência do mineiro

também percebido na culinária, na produ-ção da cachaça ou no famoso pão de queijo faz com que tudo o que é bem aceito aqui seja bem recebido também fora do estado. “O mercado mineiro e o paranaense são considerados pilotos. Se der certo em Mi-nas, assim como no Paraná, é fato que vai funcionar no Rio, São Paulo, Brasília e em todo o país. Mas nem sempre a recíproca é verdadeira”, garante Jorge Luiz Oliveira de Almeida, diretor de comunicação social do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sindus-con-MG).

Um exemplo do padrão mineiro de qualidade é a exigência do uso de mármo-re ou granito pelos públicos A e B. “Minas sempre foi campeã nesse quesito. Exigia as pedras como piso, nas bancadas, no ba-nheiro. Isso é algo que vem de longa data. Agora é que tem começado a aceitar ou-tro tipo de acabamento, porque surgiram cerâmicas de ótima qualidade, que não arranham e com dimensões grandes, como 1,2m. Mas em bancadas a exigência ainda é de mármore.”

O presidente da célula Belo Horizonte da Rede Netimóveis, José De Filippo Neto, lembra que, quando a construtora Gafisa começou a atuar em Minas, fez seu primei-

ro residencial no Sion. “Foi o Edifício Los Angeles, com muitas opções de lazer, num terreno enorme. Tudo muito inovador e de alto padrão. Mas não revestiram o prédio. Lembro que, na primeira reunião de assem-bleia dos moradores, já solicitaram a cria-ção de um fundo para revestir o prédio em granito. Isso retrata bem o comportamento do mineiro em relação aos imóveis”, co-menta

Buscando agradar ao consumidor, a Even criou um sistema batizado de Ex-cluseven. “Oferecemos algumas opções de plantas e acabamentos para que o cliente receba seu apartamento mais adequado às suas necessidades. Entendemos que itens de decoração são muito pessoais”, alega Carlos Eduardo Terepins, diretor-presiden-te da Even Construtora e Incorporadora.

O diretor de comunicação do Sindus-con garante que o mineiro quer tudo aqui-lo que agrega valor. “Quer boas vagas de garagem, praticidade, varanda, ambientes arejados e tudo o mais.” A varanda, por exemplo, pode não ser algo decisivo na hora da compra. “Mas, se o consumidor gostar de dois apartamentos e apenas um tiver varanda, pode ser um diferencial na tomada de decisão”, pontua De Filippo.

DIFERENCIAIS Ainda segundo ele, as construtoras que vieram de fora só agora começam a ter seu trabalho julgado

pelos mineiros. “Elas chegaram há quatro, cinco anos. Então, somente recentemente começaram a entregar seus imóveis para os compradores. É importante para as construtoras que eles gostem dos imóveis e recomendem. Mas muitas delas aposta-ram em empreendimentos de alto luxo, em grandes terrenos, de alto padrão. Por outro lado, muitas também tiveram problemas com atraso na entrega das chaves e isso implica uma série de desconfortos. Muitas vezes, quem está comprando um imóvel já planeja a venda daquele em que mora de acordo com a data de entrega das chaves do novo. Então, quando ocorre um atraso, há desgaste e prejuízo”, avalia.

Para Carlos Terepins, quando o cliente está bem informado sobre as causas do pos-sível atraso, a relação de transparência per-manece, mesmo que a situação não agrade a nenhuma das partes. “Em decorrência da falta de mão de obra, alguns projetos en-frentam atrasos na entrega em todo o país. Para amenizar essa questão, o importante é a informação. A construtora deve manter uma comunicação permanente com seus clientes, pois sabe qual é o impacto de uma reprogramação. Quanto antes informar o cliente sobre os acontecimentos, melhor”, pondera.

estado de minas - Lugar certo - p.2 - 22.3.12reportagem de capa

Consumidor mais exigenteEmpreendimentos já oferecem opções de acabamentos e plantas para que o comprador receba o imóvel mais

adequado às suas necessidades

ARIOSTO DA SILVEIRAÉ praticamente impossível debater esse

tema sem ferir o lado ideológico. Os partidários do Estado mínimo têm sido muito eficientes na campanha pela privatização, concessão ou parcerias entre público e privado. Lembrando líderes parlamentares dos velhos tempos, falam muito mais alto que o outro lado, o rotulado estatizante, sobre o qual cantaram vitória no ato de concessão dos aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília. Comemoraram por verem os defensores da tese contrária, tendo eles mes-mos de esquecer a sua posição histórica e, como governo, conduzir o processo de desestatização. E se animaram a anunciar novo esforço, ago-ra, para estender o procedimento aos demais aeroportos que ofereçam perspectivas de bons lucros para empresas particulares.

Criou-se um otimismo generalizado quan-to aos resultados dessas concessões. Contudo, quem viaja com frequência e não se empolga com as aparências desconfia que alguns pontos negativos do sistema de transporte aéreo do país

permanecerão, porque independem do estado físico dos aeroportos. A questão é muito mais de gestão - ou fiscalização - das empresas, no tocante específico ao respeito ao passageiro, aspecto que não entra no jogo de transferência de responsabilidades para a iniciativa privada. Já não se pretende mais a mordomia dos ve-lhos tempos. O ambiente aéreo mudou, não só no Brasil, como no mundo todo. Comida de boa qualidade, bebidas finas e outros luxos são coisas passadas. Outras, no entanto, poderiam muito bem estar em vigor.

No rol de questões responsáveis pela redu-ção drástica da qualidade dos voos, está o res-peito aos horários. Cancelamentos, atrasos, fu-são de voos, tudo tem ocorrido. Provavelmente por falta de atenção e autoridade da Anac. Sem falar no expediente adotado até pela maior trans-portadora: admitir os passageiros na aeronave e deixá-los parados no pátio - até oito horas, num voo para Londres -, sem que saibam a razão e respirando o ar viciado por estar o sistema de renovação de ar funcionando no mínimo. Isto já

foi exceção, hoje se tornou rotina, de modo que, para um voo de menos de uma hora, passageiros permaneçam embarcados várias horas, ouvindo explicações esfarrapadas dos constrangidos tri-pulantes.

Da lista de desconfortos, consta o reduzido espaço entre os assentos, o que, sem pudor, pelo menos uma companhia propõe atenuar venden-do lugares bem-localizados, seja na primeira fileira ou naquelas das saídas de emergência. À semelhança de certa empresa de baixo custo (e baixo nível) da Europa, que pretendeu cobrar até pelo uso dos sanitários (mas reconsiderou, devido à reação dos passageiros), uma transpor-tadora nacional já vende lanche a bordo, e outra, das maiores do país, tem servido não barrinhas de cereal ou pacotinhos de amendoim. Em voos recentes de Porto Alegre a São Paulo e de São Paulo a Belo Horizonte, ofereceu sucos acom-panhados de picolé. O passageiro podia, no en-tanto, escolher o sabor. De uva ou de laranja.

o tempo - edição eLetrônica - opinião - 22.3.12Cereal, amendoim, picolé

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Curitiba. Pelo menos 300 policiais federais, civis, mili-tares e agentes da Receita Federal e da Secretaria da Fazenda do Paraná cumpriram 93 mandados de busca e apreensão de documentos em 16 cidades do Paraná, quatro de Santa Ca-tarina e duas de São Paulo, com vistas a coletar mais provas contra quadrilha acusada de adulteração de combustíveis, sonegação de impostos, falsificação de documentos e lava-gem de dinheiro, entre outros.

Ninguém foi preso na operação, apesar de o Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), do

Ministério Público do Paraná e a Polícia Federal (PF) já te-rem informado que identificaram os líderes da quadrilha.

O coordenador do Gaeco em Guarapuava, Tadeu de Góes Lima, disse em entrevista ontem, que as investigações começaram em 2006, em inquérito na Polícia Civil para in-vestigar denúncias de estelionato envolvendo proprietários de postos de combustíveis.Flash

Forma. A quadrilha agia a partir da criação de empresas em nome de laranjas.

o tempo - edição eLetrônica - economia - 22.3.12combustíveis

PF e MP fazem operação contra sonegação fiscal

hoJe em dia - economia p.11 - 22.3.12

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JHONNY CAZETTAA venda das próteses mamárias,

importadas ou nacionais, está suspensa em todo o país, pelo menos, até abril. A decisão foi anunciada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (An-visa), na noite de anteontem, e vale a partir da publicação no “Diário Oficial da União” - o que está previsto para hoje.

A comercialização ficará suspensa até que o Instituto Nacional de Metro-logia, Qualidade e Tecnologia (Inme-tro) defina como será o processo de certificação desses produtos e comece a liberar o selo exigido. Nesse inter-valo, os médicos apenas poderão usar o silicone em estoque ou que já havia sido solicitado às fábricas.

Na tarde de ontem, a Anvisa informou que vai publicar, até o dia 31, uma portaria definindo como será a certificação. As próteses terão que

passar por análises que checam a re-sistência do material e a composição do silicone. A certificação vai incluir ainda uma inspeção na linha de produ-ção do material - o que já é feito com os preservativos importados.

Segundo o presidente da Socie-dade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), regional Minas Gerais, Cláu-dio Salum, a proibição pegou muitos médicos de surpresa. “Muitos amigos me ligaram querendo saber o que aconteceu. Faltou a Anvisa nos avisar sobre isso antes, para entendermos melhor sobre o processo a partir de agora”.

Salum disse que a expectativa é que a Anvisa agilize o procedimento para que não faltem próteses no con-sultório. “Existe um estoque, porque as compras costumam ser feitas quan-do a cirurgia é marcada. Nossa sorte, também, é que a demanda nessa época

não é tão grande, pois as clientes nos procuram mais entre junho e julho”.

Segundo o cirurgião plástico, a dificuldade agora será explicar aos pacientes que as próteses anteriores à proibição também são de qualida-de. “Elas (próteses) são seguras. O que ocorreu foi um erro no passado, mas isso não quer dizer que tudo seja ruim”, afirmou.

A estudante de engenharia elé-trica, Caroline Narzano, 20, está com cirurgia marcada para o dia 23 de abril e, apesar de estar receosa, não pretende cancelar a operação. “Eu pes-quisei muito sobre o assunto, ouvi três especialistas e todos me falaram que aquilo foi um problema isolado. Estou confiando na palavra deles”, conta ela, que ainda não tinha procurado o médi-co para se informar sobre a proibição da venda. (Com agências)

o tempo - edição eLetrônica - brasiL - 22.3.12saúde

Anvisa suspende a venda de silicone nacional e importadoProibição vale, pelo menos, até abril; material de estoque poderá ser usado

A norma da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) define, ainda, quais informações de esclareci-mento os médicos devem prestar aos pacientes antes de marcar a cirurgia. Pela nova resolução, o cirurgião deve-rá dizer, com antecedência, quais são os riscos potenciais para o paciente, as possibilidades de interferência na ama-mentação, a necessidade de avaliação médica periódica e a expectativa de uma nova cirurgia quando o produto chegar ao fim de sua vida útil.

No Brasil, há 50 tipos de próteses mamárias certificadas pela Anvisa e 24 fabricantes credenciados � três brasi-leiros e 21 estrangeiros. Pesquisa da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plás-tica (SBCP) mostra que, das 629 mil cirurgias plásticas feitas em 2008 (dado mais recente), 151 mil foram de mama � sendo 96 mil implantes de silicone. “Esse número está defasado, e o núme-ro atual é muito maior”, diz Cláudio Salum, presidente da SBCP, regional Minas Gerais. (JC com agências)

Antes da cirurgia

Médico deve informar riscos

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Brasília – A comercialização de próteses mamárias de silicone nacio-nais e importadas no país está suspensa temporariamente. A interrupção passou a valer na terça-feira e as novas normas serão publicadas hoje no Diário Oficial da União. Pela nova medida, torna-se obrigatória a certificação dos produtos pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Porém, como as regras para coleta de amostras e concessão do certificado de qualidade pelo Inmetro ainda estão em análise, não há prazo definido para que os implantes voltem ao mercado.

As novas regras foram definidas depois dos problemas com a marcas francesa Poly Implant Prothese (PIP) e a holandesa Rofil, acusadas de usar silicone inapropriado aumentando o risco de o implante romper ou vazar. Calcula-se que 20 mil brasileiras têm implantes das marcas estrangeiras.

As novas exigências incluem, por exemplo, a realização de análises labo-ratoriais para checar a resistência do material e a composição do silicone. Atualmente, a empresa precisa apre-sentar apenas um certificado do país de origem para ter autorização de venda no Brasil. Os lotes não são testados. As clínicas que já tiverem comprado a prótese poderão usá-la em futuras ci-rurgias. No entanto, até que o Inmetro defina como será sua atuação, as im-portações ficam suspensas.

Para voltar a entrar no país, os pro-dutos estrangeiros já deverão ter pas-

sado pela vistoria e credenciamento do Instituto, processo que inclui até inspe-ções na linha de produção do material, semelhante ao que ocorre com os pre-servativos importados.

Ao todo, no Brasil, existem 50 ti-pos de próteses mamárias certificadas pela Anvisa e 24 fabricantes creden-ciados. Três deles são brasileiros e 21 estrangeiros.

Nacionais Quanto às próteses na-cionais, o gerente-geral de Tecnologia de Produtos da saúde da Anvisa, Joseli-to Pedrosa, disse que todos os implan-tes que forem fabricados até a data de publicação da norma no Diário Oficial poderão ser vendidas. Depois disso, é preciso esperar a certificação come-çar a ser feita para que o mercado seja normalizado. Além do prazo para a re-alização dos exames de segurança, os procedimentos também dependem da capacidade de coleta de amostra das empresas. Pedrosa não soube precisar quanto tempo isso vai levar, mas des-cartou o risco de faltarem implantes no mercado nacional.

“Os médicos têm próteses em es-toque, e não temos certeza da quantida-de de pessoas que estão com cirurgias programadas para esse período. Mas o risco de desabastecimento é relativo”, afirmou o representante da agência.

A norma da Anvisa define ainda que o cirurgião deverá dizer aos pa-cientes, com antecedência, quais são os riscos potenciais, as possibilidade de interferência na amamentação, neces-

sidade de avaliação médica periódica e a expectativa de uma nova cirurgia quando o produto chegar ao fim de sua vida útil.Palavra de especialista

Cláudio Salum CastroPresidente da Sociedade Brasileira

de Cirurgia Plástica – Regional Minas GeraisBrasil enfim assume a responsabilidade

“O que parece, com essa decisão, é que a Anvisa agora vai tomar as devi-das atitudes de controle da prótese. Em vez de ratificar ou de pedir a documen-tação de que a prótese é isso ou aquilo, ela vai passar para o Inmetro fazer os testes no território nacional. De alguma forma, eles vão testar a prótese, o grau de silicone, se o silicone é puro, se é próprio para uso médico e se deve ser liberado para comercialização no Bra-sil. Foi a sensação que eu tive. Antiga-mente isso não era feito assim. Até onde sei, existe uma comissão de silicone da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plás-tica que nos dava a informação de que essas próteses tinham a documentação de alvará sanitário do país de origem e que um técnico da Anvisa ia visitar a fábrica para ver como essa prótese era feita, qual o rigor de assepsia, o grau de pureza. Parece que agora o Brasil está querendo assumir essa responsabilida-de. É mais proteção para o paciente e até para os médicos também. Em últi-ma análise, está caindo no bolso deles a troca dessas próteses.”

estado de minas - nacionaL - 11 - 22.3.12saÚde

Anvisa suspende a venda de próteses de silicone Não há prazo definido para que implantes voltem ao mercado, mas agência acredita que não haverá

desabastecimento porque há estoque

João DiasEm relação à matéria “Preço de ovo irrita internauta”

(Economia, 21.3), se a população endurecer o jogo com as lojas, deixando para comprar na última hora, com certeza, os preços vão cair. As lojas terão de promover liquidações, com medo de ficar com o estoque encalhado, pois sabem que,

depois da Páscoa, ninguém compra.Fábio Alves CirinoEm algum ano isso foi diferente? Sempre existiu o abu-

so, todo mundo reclama, mas, nos dias que antecedem a Pás-coa, todo mundo está lá, lotando os shoppings, para garantir os ovos para seus filhos.

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Páscoa

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