2.20 - aluminio e suas ligas

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Módulo: 2.20 - Alumínio e suas ligas Formador: Guilherme Santos Pós Graduação em Engenharia Soldadura 2015

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Engenharia das Soldadura - Metalurgia da Soldadura, Alumínio e suas ligas

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Page 1: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Módulo: 2.20 - Alumínio e suas ligas

Formador: Guilherme Santos

Pós Graduação em Engenharia Soldadura

2015

Page 2: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Objectivos Pedagógicos

Compreender em detalhe a metalurgia, campo de

aplicação e a soldabilidade do Alumínio e suas Iigas.

Page 3: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Temas a discutir

• Classificação do alumínio e ligas de alumínio (puro, ligas trabalhadas a frio, tratadas térmicamente) ISO/TR 15608

• Soldabilidade do alumínio e ligas de alumínio (amaciamento da ZTA, porosidade e fissuração a quente, diagramas de fissuração, distorsão)

• Limpeza da camada de óxido (limpeza catódica.....

• Processos de soldadura aplicáveis

• Materiais de adição (selecção, armazenamento e manuseamento)

• Gases de protecção

• Detalhes de concepção

• Preparação de juntas

• Recomendações gerias

• Aplicações e problemas especiais (estruturas leves, criogenia)

Page 4: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Resultados esperados

• Explicar detalhadamente a metalurgia do alumínio e

das ligas de alumínio;

• Explicar a soldabilidade do alumínio e das ligas de

alumínio incluindo juntas dissimilares;

• Explicar detalhadamente os processos de soldadura

aplicáveis e tipos de consumíveis para o alumínio e

ligas de alumínio;

• Explicar detalhadamente o campo de aplicação do

alumínio e ligas de alumínio;

Page 5: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Principais actividades

utilizadoras do Alumínio

• Meios de transporte: aviões, barcos, bicicletas, auto-tanques, etc.

• Embalagens: papel alumínio, Tetra Pak, latas, panelas,etc.

• Construção Civil: janelas, portas, divisórias, etc.

• Utilização doméstica: utensílios cozinha, ferramentas, etc.

• Linhas de transporte de electricidade

• Recipientes criogénicos até –200ºC

• Fabrico de caldeiras

Page 6: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Principais características do

Alumínio e ligas

• Boa resistência à oxidação do ar ambiente e à corrosão

• Elevada resistência (AlZnCuMn~=700 N/mm2)

• Bom condutor eléctrico e térmico (5x aço; 65%Cu)

• Mantém a resistência ao impacto a baixa temperatura

• Boa formabilidade

• Reciclável

Page 7: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

• Propriedades físicas

• Propriedades químicas

• Propriedades mecânicas

• Outras propriedades

Características do Alumínio

Page 8: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

1- Baixa densidade

2- Elevada condutibilidade eléctrica

3- Elevada condutibilidade térmica

4- Baixo ponto de fusão

5- Módulo de elasticidade baixo

6- Coeficiente de dilatação linear elevado

7- Elevado calor especifico

Características do AlumínioPropriedades físicas

Page 9: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Caracterização do AlumínioPropriedades físicas

• Densidade: a densidade do Al é a menor de todos os metais com

excepção do Mg, o que lhe confere uma enorme vantagem sempre que

o factor peso for preponderante (ex. Material de transporte).

• Condutibilidade eléctrica: O Al puro tem a melhor condutibilidade

a seguir ao Cu (67%). Para igualar a condutibilidade do Cu necessita

multiplicar a sua secção condutora por 1,67; no entanto o seu peso

é metade do Cu. As ligas têm uma condutibilidade mais baixa.

• Estas propriedades tem pouca influência sobre a soldabilidade do Al.

Page 10: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Caracterização do AlumínioPropriedades físicas

• Condutibilidade térmica: Esta propriedade é das mais elevadas entre

os metais, sendo cerca de 50% da do Cu; no entanto é à volta de 5x a do

aço. A sua importância na soldabilidade das ligas de alumínio é muito

grande.

• Ponto de fusão: O Al tem uma temperatura de fusão de 660ºC,

comparativamente baixo com os outros metais industriais.

• Módulo de elasticidade: O Al tem um módulo de elasticidade baixo

quando comparado com o aço (~3x). Esta desvantagem em termos de

resistência é compensada pelo menor peso. Uma chapa de Al com a

rigidez idêntica à do aço pesa ~50% menos (ex.Material de transporte)

Page 11: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Caracterização do AlumínioPropriedades físicas

• Coeficiente de expansão linear :

O alumínio, com o aumento da temperatura sofre uma dilatação linear, que é cerca de 2x a do aço. Esta característica causa grandes problemas na sua soldadura, como distorções e fissuração a quente.

• Calor específico:

Comparativamente com os outros metais correntes, com excepção do Mg, o alumínio necessita de uma quantidade calor muito maior para aquecer uma determinada massa, apesar do seu baixo ponto de fusão, daqui resulta que, considerando estas características físicas, para soldar o alumínio é necessário uma energia calorífica praticamente idêntica à usada para o aço

Page 12: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Caracterização do AlumínioPropriedades físicas

Propriedade Alumínio Cobre Aço Inox 304 Magnésio

Densidade 2,7 8,96 7,85 8,02 1,74

Cond. Eléctrica (% IACS) 62 100 10 2 38

Cond. Térmica (W/m.ºC) 222 394 46 21 159

Cf. Exp.Linear 20º(mil/m) 2,3 1,64 1,2 1,73 2,58

M. Elasticidade (Mpa) 69000 110000 200000 200000 45000

Calor especif. (J/Kg.ºC) 940 376 496 490 1022

T. fusão 660 1083 1450 1400 651

Page 13: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Condutibilidade eléctrica

do Alumínio

Page 14: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

- A principal propriedade química é a formação do óxido superficial

(Al2O3), duro e tenaz e que é responsável pela sua excelente resistência à corrosão em vários meios.

- Este óxido forma-se naturalmente ao ar ambiente.

- A sua espessura varia desde 1 a 80 μm.

- A camada de óxido é porosa absorvendo humidade e produtos contaminantes, o que causa problemas na soldadura.

- O óxido é mau condutor eléctrico.

- O óxido é insolúvel no alumínio líquido e impede a sua molhagem.

Caracterização do AlumínioPropriedades químicas:

Page 15: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

- O alumínio puro tem uma resistência mecânica baixa; no entanto por deformação mecânica ou por meio de adição de um ou mais elementos de liga a sua resistência pode ser aumentada;

- A ductilidade do Al puro é elevada e mesmo as ligas de elevada resistência mecânica apresentam razoável ductilidade.

- A sua tenacidade não diminui a baixas temperaturas, sendo por isso cada vez mais utilizado em aplicações criogénicas.

Caracterização do AlumínioPropriedades mecânicas

Page 16: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Caracterização do Alumínio

Propriedades mecânicas

O Alumínio puro apresenta baixa resistência mecânica para

aplicações estruturais, razão pela qual a maioria dos

produtos em Alumínio são fabricados a partir de ligas, com

o objectivo de conseguir as características pretendidas.

A maior parte das ligas existentes são soluções sólidas de

um ou mais elementos dissolvidos na matriz de Alumínio.

A melhoria das propriedades mecânicas destas ligas é obtida

por deformação plástica (encruamento) ou por T.T. de

têmpera e revenido.

Page 17: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Propriedades mecânicas

do Alumínio

Ligas de Al

Page 18: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Resistência à corrosão

• A resistência à corrosão do Al e suas ligas é-lhe dada pela presença da alumina (Al2O3), pois o metal puro é pouco resistente.

• Este óxido forma-se muito rapidamente na presença do ar e da água (mais rapidamente na água).

• A alumina dissolve-se com produtos químicos (ácidos fortes e alcális).

• Quando o filme é removido o metal corrói-se rapidamente. O filme é estável com 4<Ph>9 e também com ácido nítrico concentrado (Ph=1) e hidróxido de amónia (Ph=13).

• A resistência à corrosão pode ser aumentada por tratamento de anodização

Page 19: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Resistência à corrosão

• A maioria das ligas de alumínio apresenta boa resistência à corrosão:- Ambientes naturais- Água fresca- Água do mar- Muitos solos- Substâncias químicas- Maior parte dos alimentos

• Recipientes de paredes finas são capazes de resistir à perfuração.

• Por vezes o alumínio apresenta mau aspecto resultante de alguns pontos escuros de oxidação localizada, mas que não afectam sobremaneira a sua durabilidade.

Page 20: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Resistência à corrosão

• A resistência à corrosão do Al e suas ligas depende:

- Do ambiente (rural, industrial, marítimo, solos, etc);

- Da composição química da liga;

• O Al comercialmente puro e as ligas Al-Mn, Al-Mg e Al-Mg-Siapresentam boa resistência à corrosão sendo por isso empregues em estruturas de embarcações.

• As ligas Al-Cu e Al-Zn-Mg não apresentam boa resistência à corrosão em ambiente marítimos, pelo que devem ser pintados ou “cladding”.

Page 21: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Outras propriedades

- Não magnético;

- Não produz faíscas;

- Elevada reflexividade;

- Não tóxico;

Page 22: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Classificação do Alumínio e ligas

Page 23: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Classificação do alumínio

• Alumínio puro

• Ligas de Alumínio

Page 24: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Série Tipo de liga

1XXX Alumínio não ligado e grau de pureza (Al =/ >99,0%)

2XXX Ligas com Cobre (Al-Cu)

3XXX Ligas com Manganês (Al-Mn)

4XXX Ligas com Silício (Al-Si)

5XXX Ligas com Magnésio (Al-Mg)

6XXX Ligas com Magnésio e Silício (Al-Mg-Si)

7XXX Ligas com Zinco (Al-Zn)

8/9XX Ligas c/outros elementos (8) ou pouco usuais (9)

Classificação das ligas de Alumínio (UNS)

“trabalháveis”

Page 25: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Série Tipo de liga

1XXX Industrias química e eléctrica, decoração, reflectores, etc.

2XXX Peças para aeronaves, hélices, rebites

3XXX Peças uso geral, latas bebidas, reservatórios, arquitectura

4XXX Eléctrodos e varetas soldadura, chapas cladding,

5XXX Industria naval, química, contentores, transportes,..

6XXX Produtos extrudidos, material transporte, pontes,

7XXX Componentes estruturais de aeronaves

8/9XX Industria aeroespacial

Principais aplicação das ligas de Alumínio

Page 26: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Classificação do Alumínio

e suas ligas (ISO/TR 15608)

Grupo Tipo de liga

21 Alumínio puro c/ menos de 1% de impurezas (Al>99%)

22 Ligas Alumínio não tratadas térmicamente (Al-Mn e Al-Mg)

23 Ligas Alumínio tratadas térmicamente (Al-Mg-Si e Al-Zn-Mg)

24 Ligas com Silício (Al-Si)

25 Ligas Alumínio-Silício-Cobre (Al-Si-Cu)

26 Ligas Alumínio-Cobre (Al-Cu)

Page 27: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

• O Alumínio puro, usado industrialmente, é fornecido com um graude pureza entre 99,00% e 99,99%.• Existem ainda variedades de Alumínio com graus de pureza superiores, caso do Alumínio electrolítico (99,9%), 99,99% e mesmo 99,999%.

• Estes 2 últimos casos devem ser considerados para aplicações muitorestritas, tendo em conta o seu elevado preço.• A sua resistência à corrosão aumenta com a pureza, aplicando-se no manuseamento de hidrocarbonetos, ácidos nítrico, sulfúricos, amoníaco.• Associado ao alumínio existem sempre impurezas em teores muitobaixos, como o Fe, Ti, Cu, Zn e Si, as quais afectam bastante a resistência mecânica e a condutibilidade eléctrica.

Alumínio puro

Page 28: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Teor de impurezas permitidas de

acordo com a UNE 38 111

Qualidade

Impurezas admissíveis (%)

Si + Fe Ti Cu + Zn Total

Al 99,7 % <0,3 <0,03 <0,03 0,3 max

Al 99,5 % <0,5 <0,03 <0,05 0,5 max

Al 99,0 % <1,0 <0,03 <0,1 1,0 max

Al 98,0 % <2,0 <0,03 <0,2 2,0 max

Page 29: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Influência das impurezas na

resistência mecânica do Alumínio

Pureza Al (%)

Tensão rotura (Mpa)

Tensão cedência (Mpa)

Alongamento (%)

Al 99,999 (recozido) 41 a 45 12 a 15 40 a 50

Al 99,98(recozido) 40 a 70 15 a 40 28 a 55

Al 99,5 (recozido) 70 (min) 30 30 (min)

Al 99,0 (recozido) 80 (min) 40 4 (min)

Page 30: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Influência das impurezas na

condutibilidade eléctrica e térmica

do Alumínio

Pureza Al (%)

Condutibilidade eléctrica(m/Ώmm2)

Condutibilidade térmica(W/m.K)

Al 99,98 37,6 232

Al 99,5 34 a 36 210 a 220

Al 99,0 33 a 34 205 a 210

Page 31: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Em virtude de o alumínio puro ser um metal macio, dúctil e com baixaresistência mecânica (~50 N/mm2) é possível melhorar estas características por:

• Endurecimento por deformação a frio

• Tratamento térmico de têmpera e revenido

• Formação de ligas

Ligas de alumínio

Page 32: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Ligas de Alumínio

• Elementos principais : Cu, Mn, Si, Mg e Zn;

• Elementos secundários (afinadores de grão/ propriedades

especiais;

• Impurezas (Fe, Si);

Page 33: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Ligas de Alumínio

• Os elementos secundários mais importantes são o Fe, Cr,

V, Zr, Ni, Bi e o Ti.

• A sua função é melhorar a aptidão aos T.T., a resistência

mecânica, a resistência à corrosão e outras propriedades.

• A presença destes elementos pode ter grande influência na

soldabilidade da liga, devendo portanto ser tomados em

consideração na escolha dos metais de adição e dos

parâmetros de soldadura.

Page 34: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Ligas de Alumínio

As ligas de Alumínio são classificadas, segundo a aplicação, em:

• Ligas forjadas (trabalháveis);

• Ligas vazadas (fundição);

Page 35: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Ligas de Alumínio

As ligas de alumínio forjadas, como chapas, perfis, vergalhões,

fios, etc, são obtidas por processos mecânicos (extrusão, laminagem,

trefilagem e forjamento), e são consideradas “trabalháveis”.

As ligas de alumínio vazadas são obtidas por fundição e

vazamento de Al liquido em moldes. São ligas endurecíveis por

precipitação e nunca por tratamento mecânico.

Page 36: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

• Alumínio puro

• Ligas tratáveis térmicamente: Ligas cujas propriedades podem ser modificadas por T.T.

(endurecidas por solução sólida).

• Ligas não tratáveis térmicamente:Ligas cujas propriedades não se alteram por T.T.

(endurecidas apenas por deformação mecânica a frio)

Classificação do alumínio

Page 37: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

• As ligas tratáveis térmicamente contêm além do Al, Cu, Mg, Si e Zn, cuja solubilidade no alumínio aumenta com a temperatura, tornando possível por T.T. aumentar a resistência da liga.

• Para estas ligas o principal tratamento é de solubilização e envelhecimento para causar endurecimento por precipitação.

• O T.T. consiste em pôr os elementos da liga em solução sólida, aquecendo-a a uma temperatura elevada e arrefecê-la de seguida rapidamente provocando a sua sobre-saturação. Seguidamente a liga deve ser mantida a uma temperatura mais baixa por forma a provocar uma precipitação controlada dos elementos da liga.

• Estas ligas podem ser submetidas a um (T.T.) para recuperarem as características mecânicas perdidas durante a soldadura.

Classificação das ligas

de Alumínio

Page 38: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

• As ligas tratáveis térmicamente, após a solubilização, ficam em situação instável, pois os elementos de liga formam compostos intermetálicos precipitados na matriz, que têm tendência para se libertar.

• Estes precipitados são muito finos e distribuem-se uniformemente na matriz provocando o endurecimento da liga.

• Esta precipitação pode ocorrer à temperatura ambiente e por períodos de tempo mais longos e designa-se por envelhecimentonatural ou ser ser acelerado por aquecimento a temperaturas entre 120 a 200ºC por algumas horas, designando-se por envelhecimento artificial.

Classificação das ligas

de Alumínio

Page 39: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

• As ligas não tratáveis térmicamente caracterizam-se por apenas

poderem melhorar as suas propriedades mecânicas por

deformação a frio (encruamento).

• Para obter este resultado deve ocorrer uma deformação mecânica

na estrutura cristalográfica, que aumenta a resistência mecânica e

diminui a ductilidade.

• Estas ligas, quando aquecidas (soldadura) perdem parte da sua

resistência mecânica, a qual apenas pode ser recuperada por

trabalho a frio adicional.

• São produzidas com vários graus de têmpera (H)

Classificação das ligas

de Alumínio

Page 40: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Processo endurecimento por formação de solução sólida

É um processo que provoca uma distorção da rede cristalina, a qual

por sua vez origina barreiras ao movimento das deslocações.

As propriedades mecânicas, dureza, resistência à tracção e limite

elástico aumentam por via dessas barreiras.

Endurecimento das

ligas de Alumínio

Page 41: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Processo endurecimento por precipitação

É um processo baseado na fraca solubilidade de partículas finas de

alguns elementos de liga, as quais originam barreiras ao

movimento das deslocações e por consequência aumentam as

propriedades mecânicas.

Este processo também é conhecido por “envelhecimento

metalúrgico”.

Endurecimento das

ligas de Alumínio

Page 42: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Processo endurecimento por formação de várias fases

É um processo baseado na formação de uma 2ª ou mais fases,

sendo que estas apresentam propriedades mecânicas mais elevadas.

Endurecimento das

ligas de Alumínio

Page 43: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

• O cobre (Cu) apresenta uma solubilidade no Alumínio quase

nula à temperatura ambiente e de 5,7% a 547ºC.

• Por esta razão cria-se uma 2ª fase (CuAl2), a qual endurece

bastante a liga Al-Cu.

Grafico cobre slv

Influência dos elementos de liga

no endurecimento

Page 44: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

• O manganês (Mn) é um elemento muito utilizado no

endurecimento das ligas de alumínio (Mn<1,5%), por formar com

este uma solução sólida, de efeito muito acentuado.

• Forma uma família de ligas com o alumínio (Al-Mn) que

endurecem por trabalho mecânico.

• É também usado como elemento secundário nas ligas Al-Cu-(Mn)

e Al-Mg-Si-(Mn).

Influência dos elementos de liga

no endurecimento

Page 45: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

• O silício (Si) é um elemento que baixa o ponto de fusão da liga e

melhora a sua fluidez, propriedades muito importantes nos metais

de adição e no fabrico de peças por fundição.

Influência dos elementos de liga

no endurecimento

Page 46: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

• O magnésio (Mg) é um elemento muito utilizado no

endurecimento das ligas de alumínio, por formar com este uma

solução sólida, de efeito muito acentuado.

Influência dos elementos de liga

no endurecimento

Page 47: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

• O Zinco , ao contrário do Mg, do Si e do Cu não tem qualquer

acção endurecedora nas ligas binárias Al-Zn (baixa distorção da

rede cristalina), apesar de ter um diâmetro atómico muito

próximo do Al.

• O Zn quando combinado como Cu e o Mg confere ás ligas

elevada resistência mecânica.

• A adição de Mg ás ligas Al-Zn melhor o seu envelhecimento,

por precipitar compostos de MgZn2.

Influência dos elementos de liga

no endurecimento

Page 48: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Influência dos elementos de liga

no endurecimento

Elemento Solubilidade max.

(% peso)

Temperatura

ºC

Cobre

Magnésio

Manganês

Silício

Zinco

Mg2Si

MgZn2

5,7

17,4

1,8

1,59

30,6

1,8

16,9

548

450

658

577

275

595

475

Page 49: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Gráficos

Influência dos elementos de liga

no endurecimento

Page 50: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Ligas de Alumínio

Não tratáveis térmicamente

Tratáveis térmicamente

Page 51: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

• O 1º digito indica a série a que as ligas pertencem de acordo com o

elemento químico que apresenta maior teor na composição da liga;

• O 2º digito indica a modificação da liga original ou o limite de

impurezas no caso da alumínio puro.

• Os últimos 2 dígitos indicam a liga ou a pureza do alumínio

Exemplos:1050 (Al não ligado, s/ controle impurezas, 99,5%)

1080 ( Al não ligado, s/ controle impurezas, 99,8%)

1350 ( Al não ligado, c/ controle impurezas, 99,5%)

Identificação numérica: série 1xxx

Identificação das ligas de Al

Page 52: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Identificação das ligas de Al

• O 1º digito indica a série a que as ligas pertencem de acordo com o

elemento químico que apresenta maior teor na composição da liga;

• O 2º digito indica a modificação da liga original: o algarismo 0

indica a liga original e os algarismos 1...9 as modificações.

• Os últimos 2 dígitos são arbitrários; servem para distinguir as

diferentes ligas da série.

Exemplos:5056 (liga Al-Mg original)

5456 ( liga Al-Mg modificada)

2017 (liga Al-Cu original)

2117 (liga Al-Cu modificada)

Identificação numérica: séries 2xxx – 8xxx

Page 53: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Identificação das ligas

de Alumínio

• Os tratamentos térmicos a que as ligas foram sujeitas com vista ao

seu endurecimento é adicionada à identificação numérica.

Exemplo: 2014-T6

Page 54: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

A norma europeia DIN EN 573classifica as ligas segundo 2 critérios:

• Na identificação numérica, (DIN EN 573-1)

os materiais seguem a mesma classificação de 4 dígitos, conforme a

AA, mas precedidas de EN AW xxxx.

• Exemplo: EN AW-2117

• Na identificação alfanumérica (DIN EN 573-3) são apresentados

os elementos da liga principal e secundário e respectivos teores.

Exemplo: AlCu2.5Mg (2117)

Page 55: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

ligas de alumínio

Têmpera

• Designa-se por têmpera o estado que o material adquire por uma acção externa, a frio ou a quente ou pela combinação de ambos, adquirindo por força dessa acção alterações na suas estrutura e propriedades mecânicas.

• A identificação do estado de têmpera assenta em letras e algarismos que indicam as operações a que a liga foi sujeita.

• No caso de existirem variantes à operação realizada são acrescentados novos dígitos.

Page 56: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

ligas de Alumínio

Estados principais de Têmpera

Ligas Não Tratadas Térmicamente

• “F” – Sem tratamento (como fabricado);• “O” – Recozido;• “H” – Encruado;

H1x – Encruado e sem TT adicional;

H2x – Encruado e parcialmente recozido;H3x – Encruado e estabilizado;H4x – Encruado com acabamento no forno;

Page 57: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

ligas de alumínio

Têmpera

• Para designar o tipo de deformação a que foram submetidas as

ligas usa-se a letra H seguida de 2 ou 3 dígitos (H1x ou H1xx).

O 3º dígito só é usado quando se pretende um controle especial,

ou quando algumas características da liga são afectadas.

Designação da Q de trabalho mecânico sofrido

1 1/8 Duro 6 3/4 Duro

2 ¼ Duro 8 Totalmente Duro

4 1/2 Duro 9 Extra Duro

Page 58: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas
Page 59: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

ligas de Alumínio

Estados principais de Têmpera

Ligas Tratadas Térmicamente

• “W” – Solubilizado. Aplica-se a algumas ligas que envelhecem naturalmente à temperatura ambiente após tratamento de solubilização;Têmpera instável: o tempo para envelhecimento natural pode ser determinado:W 2h

• “T” – Tratado térmicamente (T1....T9; Tx51, Tx52)Produz propriedades mecânicas estáveis, diferentes de F, O, H, com ou sem encruamento suplementar

Page 60: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

ligas de Alumínio

Estados principais de Têmpera

T1 Temperada e envelhecida naturalmente

T2 Temperada, trabalhada a frio e envelhecida naturalmente

T3 Solução sólida, trabalhada a frio e envelhecida naturalmente

T4 Solução sólida e envelhecida naturalmente

T5 Temperada e envelhecida artificialmente (revenida)

T6 Solução sólida e envelhecida artificialmente (revenida)

T7 Solução sólida e estabilizada

T8 Solução sólida, trabalhada a frio e envelhecida artificialmente

T9 Solução sólida, envelhecida artificialmente e trabalhada a frio

T10 Temperada, trabalhada a frio e revenida

Page 61: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Identificação das

ligas de Al vazadas

As ligas de Alumínio vazadas, são identificadas por:

3 dígitos+ 1 decimal

Exemplo: 2xx.x

Page 62: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Série Tipo de liga

1XX.X Alumínio não ligado e grau de pureza (Al =/ >99,0%)

2XX.X Ligas com Cobre (Al-Cu)

3XX.X Ligas com Silício e adições de cobre e magnésio

4XX.X Ligas com Silício (Al-Si)

5XX.X Ligas com Magnésio (Al-Mg)

6XX.X Grupo não utilizado

7XX.X Ligas com Zinco (Al-Zn)

8/9X.X Ligas c/ Estanho (8);outros elementos (9)

Classificação das ligas de Alumínio

Fundição

Page 63: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Série Liga Principais aplicações

1XX.X Al puro Contactos eléctricos

2XX.X Al-Cu-Mg Indústria aeronáutica

3XX.X Al-Si-Mg e Al-Si-Cu Várias

4XX.X Al-Si Pistões motores

5XX.X Al-Mg Navios, barcos

6XX.X Não existe Não especificado

7XX.X Al-Zn e Al-Zn-Mg Indústria aeronáutica

8XX.X Al-Sn Várias-Ligas baixo ponto de fusão

Aplicações das ligas de Alumínio

Fundição

Page 64: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Caracterização das séries

Page 65: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Propriedades do Alumínio e ligas

Al puro 99,5% (1050)

A série 1xxx - Alumínio comercialmente puro, é caracterizada por:

• Excelente resistência à corrosão;

• Elevada condutibilidade térmica e eléctrica;

• Baixas propriedades mecânicas (> trabalho a frio)

• Boa aptidão para ser trabalhada:

• Boa soldabilidade

• Equipamento químico, condutores eléctricos, chapas Alclad, reflectores, decoração, etc. (liga mais usada 1050- Al 99,5)

Page 66: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Propriedades do Alumínio e ligas

Al-Cu

• A série 2xxx tem como elemento de liga principal o Cobre, o qual aumenta consideravelmente a resistência mecânica do Al.

• Este grupo de ligas é tratável térmicamente;

• A liga Al-Cu é especialmente usada nas situações onde se pretende boa resistência a temperaturas moderadas;

• Principal aplicação em peças para motores de avião e para o fabrico de hélices e rebites.

Page 67: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Propriedades do Alumínio e ligas

Al-Cu

• A maioria das ligas deste grupo é considerada não soldávelpelos processos de arco eléctrico, por terem grande sensibilidade à fissuração a quente, com excepção das 2219 e 2519 (Cu~6%) que apresentam boa soldabilidade; no entanto algumas delas são facilmente maquináveis;

• Para evitar o problema da fissuração nas soldáveis, usam-se metais de adição com baixo ponto de fusão (ex. ligas AlSi5).

• Todas as ligas da série 2xxx são difíceis de ligar por brasagem; no entanto são soldadas por resistência sem dificuldade.

• Esta liga apresenta uma resistência à corrosão mais baixa que a generalidade das ligas de Alumínio, podendo mesmo ser sujeita à corrosão intergranular.

Page 68: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Propriedades do Alumínio e ligas

Al-Mn

• A série 3xxx, tem como elemento principal de liga o Manganês (<1,5%), formando com o Alumínio um conjunto de ligas não tratáveis térmicamente.

• Possui resistência moderada, embora superior à das ligas da série 1xxx, elevada ductilidade e excelente resistência à corrosão;

• Podem melhorar-se as propriedades mecânicas por tratamento mecânico.

• A sua soldabilidade é boa e não tende a fissurar a quente.

• Aplicada no fabrico de panelas (3003), latas de bebidas (3004), tanques de armazenamento, toldos, ....

Page 69: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Propriedades do Alumínio e ligas

Al-Si

• O Silício, (série 4xxx), forma com o Alumínio uma liga tratável térmicamente, com ponto de fusão mais baixo e excelente fluidez (Si<12%). A liga mais usada é a 4043 (AlSi5).

• Possui resistência moderada (~120N/mm2)

• Podem melhorar-se as propriedades mecânicas e a resistência à corrosão por tratamento mecânico.

• A sua soldabilidade é boa e é menos sensível à fissuração a quente.

• Aplicações arquitectónicas, fio de soldadura, ligas brasagem, chapas de “cladding”, ....

Page 70: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Propriedades do Alumínio e ligas

Al-Mg

• O Magnésio, (série 5xxx), forma com o Alumínio uma liga não tratável térmicamente, com excelente soldabilidade e boa resistência à corrosão. A mais usada é a 5356 (AlMg5)

• As ligas com teor de Mg<2.5% são sensíveis à fissuração a quente se forem soldadas com MA da mesma composição. A solução passa por empregar MA com teor de Mg~5%.

• É a liga com maior resistência das não tratadas térmicamente (250 N/mm2).

• Perde ductilidade quando soldada com metais de adição AlSi.

• Tem uma aplicação muita vasta, como sejam o fabrico de contentores, vagões ferroviários, tanques de armazenamento de produtos químicos, caldeiras, estruturas, barcos, etc.

Page 71: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Propriedades do Alumínio e ligas

Al-Mg-Si

• Nas ligas da (série 6xxx), o Silício e o Magnésio, combinados formam um composto intermetálico Mg2Si, que é o responsável pela dureza da liga.

• As ligas da série 6xxx apresentam 2 características que justificam a sua maior utilização relativamente ás outras ligas de alumínio: o endurecimento por precipitação e a facilidade de poderem ser extrudidas.

• Comparativamente com as outras ligas endurecidas por precipitação, como as Al-Cu e Al-Zn-Mg, apresentam maior facilidade para serem trabalhadas, melhor soldabilidade e maior resistência à corrosão.

• Aplicada em material de transporte, construção, pontes.......

Page 72: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Propriedades do Alumínio e ligas

Al-Zn

• O Zinco, (série 7xxx),conjuntamente com adições de Mg e Cu

formam com o Alumínio uma liga tratável térmicamente, com

elevada resistência mecânica e boa resistência à corrosão sob tensão.

• A soldabilidade destas ligas, por fusão, divide-se em 2 grupos:

- Boa soldabilidade para as ligas Al-Zn-Mg (300 a 450 Mpa)

- Praticamente insoldáveis para as ligas Al-Zn-Mg-Cu (~700MPa)

(a presença do Cobre contribui para a fissuração a quente).

• É uma liga muito utilizada em aeronáutica

Page 73: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Propriedades do Alumínio e ligas

Al-Li

• A série 8xxx contém, além do Alumínio, elementos de liga

menos usuais, como o Lítio, entre outros.

• A maioria destas ligas não é soldável.

• São utilizadas fundamentalmente na indústria aeroespacial.

Page 74: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Propriedades do Alumínio e ligas

Ligas vazadas

• As ligas obtidas por fundição não podem ser classificadas como

as ligas forjadas em termos de trabalháveis e não trabalháveis,

porque na sua maioria as séries contém um ou mais ligas que não

correspondem à mesma classificação.

• Por essa razão as ligas vazadas são normalmente designadas

sobretudo pelo tipo de vazamento, em molde de areia, molde

permanente e molde metálico.

• A soldabilidade destas ligas depende, além do seu tipo, também

do molde de vazamento.

Page 75: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldabilidade do Alumínio

e suas ligas

Page 76: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Principais dificuldades

na soldadura do Al

1. Elevada condutibilidade térmica e calor específico

2. Filme de óxido

3. Porosidades

4. Fissuração

5. Distorções

6. Amaciamento da ZTA

Page 77: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldabilidade do Alumínio

e suas ligas

• A elevada condutibilidade térmica tem uma grande influência na soldabilidade destas ligas ( 5x maior que a do aço), exigindo fontes de energia muito potentes para compensar as perdas de calor. No entanto esta propriedade tem a vantagem de proporcionar uma solidificação mais rápida do banho de fusão, resultando uma velocidade mais rápida que no aço.

• Calor específico: O alumínio necessita de uma quantidade calor muito maior para aquecer uma determinada massa, apesar do seu baixo ponto de fusão, daqui resulta que, considerando estas características físicas, para soldar o alumínio é necessário uma energia calorífica praticamente idêntica à usada para o aço

Page 78: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldabilidade do Alumínio

e suas ligas

Condutibilidade térmica

(cal/ºC.cm.seg.)

Calor específico

(cal/ºC.g)

Alumínio 0,53 0,215

Aço carbono 0,18 0,110

Page 79: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldabilidade do Alumínio

e suas ligas

Comparação entre a condutibilidade térmica do aço e do alumínio

Page 80: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldabilidade do Alumínio

e suas ligas

• Estes materiais apresentam na sua superfície uma fina camada de

óxido, a qual dificulta imenso a soldadura devido ao seu elevado

ponto de fusão (~ 2050 ºC), dureza e tenacidade.

• A existência deste óxido na superfície do banho de soldadura

dificulta igualmente a ligação entre o metal fundido e as faces do

chanfro.

• A camada de óxido é porosa e estável

Page 81: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Principais dificuldades

na soldadura do Al

1.Filme de óxido

O óxido de alumínio pode ser removido pelos seguintes processos:

- Químicos (limpeza por solventes e/ou decapagem)- Mecânicos (lixamento, escovamento, etc)- Eléctricos (acção de limpeza catódica pelo arco)- Metalúrgicos (acção escorificante de um fluxo)

A limpeza metalúrgica é usada nos processos SER, oxigás e brasagem.

Em função da elevada reactividade do Al, a remoção da camada de óxido pelos processos químicos e mecânicos deve ser realizada imediatamente ou no máximo até 8 horas, antes da soldadura.

Page 82: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Principais dificuldades

na soldadura do Al

3- Porosidades (causas)

• As porosidades na soldadura por fusão são devidas à presença do

H2 (principalmente), que não é solúvel no alumínio.

• A solubilidade do H2 aumenta muito com a temperatura.

• As principais fontes de H2 são a camada de óxido, os gases de

protecção e o metal de base e de adição.

• O Oxigénio e o azoto não constituem problema quanto ás

porosidades, dada a sua grande afinidade para o alumínio

Page 83: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Principais dificuldades

na soldadura do Al

3- Porosidades (causas)

• A presença de pequenas quantidades de poros esféricos dispersos

uniformemente no cordão de soldadura não afecta sobremaneira a

resistência mecânica da junta.

• Pelo contrário, se a quantidade for significativa e concentrada, a

resistência e a ductilidade poderão ser seriamente afectadas.

Page 84: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Principais dificuldades

na soldadura do Al

3- Porosidades (fontes)

- Metal de base e de adição velhos ou sujos

- Parâmetros de soldadura inadequados

- Protecção gasosa insuficiente ou pouco pura

- Técnica de soldadura errada

- A configuração e preparação da junta

Page 85: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldabilidade do Alumínio

e suas ligas

• O alumínio tem um coeficiente de dilatação muito elevado (3x aço) o que conduz a:- Distorções muito acentuadas (modificações de forma).- Fissurações. - Tensões residuais.

• O ponto de fusão do Al é muito baixo (660ºC), no entanto não apresenta qualquer indicação de inicio da fusão (mudança de cor).

• A solidificação do banho de fusão é rápida, pelo que o risco de aprisionamento de gases é elevado.

• A entrega térmica é sensivelmente a mesma que para o aço, apesar da temperatura de fusão ser muito inferior, devido à condutibilidade térmica e calor de fusão.

Page 86: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Principais dificuldades

na soldadura do Al

4- Fissuração

As ligas de alumínio são normalmente sujeitas a fissurações, as

quais podem ser do tipo:

Fissuração a quente: na solidificação e de liquação

Fissuração por corrosão sob tensão

Page 87: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Fissuração a quente

• A fissuração a quente ocorre normalmente no cordão de soldadura,

podendo surgir igualmente na ZTA, adjacente à linha de fusão, e é

fundamentalmente provocada por tensões de origem térmica que

surgem durante o arrefecimento da zona da soldadura.

• O aparecimento de fissuras na soldadura do alumínio é devida à

perda de resistência mecânica ou ductilidade do metal de adição ou da

ZTA, em temperaturas elevadas.

Page 88: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Principais dificuldades

na soldadura do Al

4- Fissuração a quente: causas principais

• Intervalo de solidificação da liga muito grande

• Coeficiente de dilatação térmico elevado

• Gradiente térmico elevado

• Elevado constrangimento ou rigidez da junta

• Relação largura do cordão/penetração incorrecta (Factor de forma)

Page 89: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldabilidade do Alumínio

e suas ligas

Curvas de sensibilidade à fissuração.A fissuração por solidificação é favorecida pela presença de Si, Mg e Cu.

A escolha do MA deve ter em atenção a sua composição por forma a

evitar as composições químicas críticas quanto à fissuração.

Page 90: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Principais dificuldades

na soldadura do Al

• A fissuração na solidificação ocorre interdendríticamente no metal depositado e manifesta-se como uma linha no centro do cordão ou na cratera no fim da soldadura.

• Está dependente das características de solidificação dos metais, ou seja das suas composições químicas.

• Este tipo de fissuração está essencialmente ligada à presença de elementos de liga e é mais importante nas ligas com Mg e Si, ( formação de Mg2Si), e um importante volume sólido no liquido, originando tensões que conduzirão à fissuração

Page 91: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

MMetal base com

adição igual ou não

MMetal Base com

adição material diferente

Limite de

soldabilidade

Fácil de soldar

Sensibilidade à fissuração

Page 92: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Fissuração a quente no Alumínio

Page 93: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Principais dificuldades

na soldadura do Al

A fissuração de liquação ocorre predominantemente na ZTA, seguindo uma trajectória ao longo de alguns contornos dos grãos parcialmente fundidos. À volta dos grãos formam-se filmes líquidos que não conseguem suportar as tensões de contracção durante a solidificação.

É provocada pela fusão ou liquação de fases eutéticas ou constituintes que tenham temperaturas de fusão mais baixas que o material de base

As ligas das séries 6xxx e 7xxx são muito sensíveis a esta fissuração.

Para evitar este tipo de fissuração deve usar-se um MA com temperatura de fusão mais baixa que o MB (exemplo: 4043=AlSi5).

A utilização dum MA muito corrente (5356=AlMg5) nestas ligas, pode provocar a fissuração apesar da boa aptidão para soldadura.

Page 94: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldabilidade do Alumínio

e suas ligas

Medidas para redução da sensibilidade à fissuração a quente:

• Aumento da velocidade de soldadura: diminui a E.T. , reduz o gradiente térmico e consequentemente as tensões residuais;

• Utilização do pré-aquecimento: actua por redução do gradiente térmico e por consequência reduz igualmente as tensões residuais;

• Alteração da composição química do metal fundido: o MA deve ser escolhido tendo em consideração evitar composição química do cordão fora da zona crítica e grandes diluições;

• Alterar o tipo de junta: por forma a diminuir a diluição e reduzir a sensibilidade à fissuração

Page 95: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldabilidade do Alumínio

e suas ligas

Distorções

• Devido ao elevado coeficiente de dilatação térmico, o alumínio e as

ligas são muito sujeitos a empenos nas soldaduras e a fissuração sob

o cordão (fissuração a quente).

• A soldadura feita a baixa velocidade e com bastante M.A. aumenta

as deformações e a tendência à rotura.

Page 96: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldabilidade do Alumínio

e suas ligas

Amaciamento da ZTA (1)

• A resistência mecânica das varias ligas é conseguida por:

- endurecimento por encruamento

- endurecimento por precipitação (TT)

• Estes 2 processos de endurecimento são bastante sensíveis à

temperatura elevada na operação de soldadura, tendo como

consequência o amaciamento da ZTA.

• Por consequência a escolha do metal de adição deve ser muito

criteriosa.

Page 97: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldabilidade do Alumínio

e suas ligas

Amaciamento da ZTA (2)

• As chamadas ligas NTT (Al puro e ligas Al-Mn e Al-Mg) têm um

limite elástico muito baixo, sendo normalmente endurecidas por

encruamento, que lhes aumenta o limite elástico.

• A soldadura destes materiais provoca um amaciamento na ZTA,

devido à recristalização da estrutura encruada, sendo necessário para

recuperar as características mecânicas, uma martelagem a frio da

soldadura.

Page 98: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldabilidade do Alumínio

e suas ligas

Amaciamento da ZTA (3)

• As ligas TT (Al-Si-Mg e Al-Zn-Mg) têm elevada resistência conseguida à custa de TT de endurecimento por precipitação.

• A soldadura destas ligas conduz à exagerada coalescência dos precipitados ou mesmo à sua entrada em solução, cujo resultado é o amaciamento da ZTA.

• No entanto, algumas das ligas (Al-Zn-Mg) têm a particularidade de, após o amaciamento, voltarem a endurecer por envelhecimento ao fim de algumas horas. São no entanto muito sensíveis à fissuração a quente, devendo a escolha do MA ser feita de modo a evitar esta dificuldade.

• A solução para minimizar o amaciamento nestas ligas é usar processos de soldadura com baixa e limitada entrega térmica ( por pontos).

Page 99: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldabilidade do Alumínio

e suas ligas

Sobre-envelhecimento

• Algumas ligas, após a soldadura, envelhecem naturalmente à

temperatura ambiente, recuperando a sua resistência

mecânica na ZTA após algumas horas. É o caso das ligas

AL-Zn-Mg com 3,5 a 4,5 de Zn e 0,5 a 1,5 de Mg.

• Outras ligas necessitam, após soldadura, de tratamento de

têmpera e envelhecimento para recuperarem as suas

características mecânicas na ZTA (ligas Al-Cu-Mg).

Page 100: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldabilidade do Alumínio

e suas ligas

• Qualquer que seja a liga, a soldadura provoca um recozimento local,

que faz diminuir as propriedades do metal (TT ou mecânico).

• Para compensar esta diminuição devem ser tomadas algumas

medidas:

- Sobrespessura na zona da junta;

- Colocação da junta em posição não sujeita a grandes tensões, para

não por em perigo a resistência do conjunto;

Page 101: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldadura do Alumínio e suas ligas

Processos aplicáveis

Page 102: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldadura do Alumínio e suas ligas

Processos aplicáveis

• O Alumínio e suas ligas podem soldar-se pela maioria dos processos de soldadura por fusão, brasagem e soldadura no estado sólido.

• A soldadura por fusão pode fazer-se pelos processos com maior densidade de energia, MIG, TIG, Resistência, Plasma, LASER e Feixe de electrões.

• Os processos MIG, TIG e Resistência são os mais correntes.

• Os processos Plasma e Feixe de electrões são usados em aplicações especiais.

• A soldadura SER e Oxigás empregam-se apenas para reparações, pequenos trabalhos, ou quando não existem outros meios.

• O processo arco submerso não se aplica ao alumínio.

Page 103: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldadura do Alumínio e suas ligas

Processo TIG

• O processo TIG é muito usado para soldar o alumínio e as suas

ligas, sobretudo em pequenas e médias espessuras.

• A corrente de soldadura usada correntemente é CA (AC), que tem

características que lhe permitem romper a camada de óxido,

embora se possa usar corrente DC- e DC+ em aplicações especiais.

• A corrente AC pode ser de onda sinusoidal, caso das fontes de

energia convencionais (necessita de HF sempre ligada), ou

rectangular (trapezoidal), caso das fontes inversoras.

• O gás de protecção é o Argon, embora se use por vezes com

adições de Hélio.

Page 104: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldadura do Alumínio e suas ligas

• O processo TIG também pode usar corrente DC+ mas apenas para aplicações em espessuras muito baixas (e<1,5 mm).

• Em soldadura DC+ o eléctrodo de tungsténio deve ter um diâmetro muito superior ao que seria necessário para DC- e AC, para a mesma intensidade. Por exemplo para uma intensidade de 125A em DC- um eléctrodo de 1,6mm é suficiente ao passo que para a mesma corrente em DC+ deve ter 6 mm.

• Pode usar-se corrente DC- para soldar alumínio em espessuras maiores, em aplicações mecanizadas e com controle apertado da altura do arco.

Processo TIG

Page 105: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldadura do Alumínio e suas ligas

• O eléctrodo mais usado na soldadura do alumínio é o W puro.

• O eléctrodo zirconiado (WZr) apresenta algumas vantagens na

soldadura AC do alumínio, por suportar intensidades mais elevadas

e durar mais tempo que o puro. Também é menos sensível a

contaminações, tanto do banho de fusão como do próprio eléctrodo,

por manter a ponta esférica mais estável,

• O eléctrodo W+Th não é recomendado para soldadura do alumínio

em AC porque o arco é mais instável. No entanto é o tipo preferido

para soldadura TIG automática com DC+.

Processo TIG

Page 106: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

• O processo MIG é muito usado na soldadura do alumínio e suas ligas, oferecendo comparativamente com os outros processos aplicáveis, mais vantagens e bons resultados finais:

• Velocidade de execução elevada (baixas distorções);

• ZTA pequena;

• Elevadas taxas de depósito;

• Facilidade operatória em qualquer posição (densidade , tensão superficial e velocidade de arrefecimento do Al);

• Soldaduras sólidas e resistentes;

• Baixos custos operacionais;

Soldadura do Alumínio e suas ligas

Processo MIG

Page 107: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldadura do Alumínio

e suas ligas

• Equipamento de soldadura adequado ao processo;

• Estado de funcionamento dos vários órgãos devido à elevada velocidade de alimentação do fio (alimentador, tocha, etc);

• Gás de soldadura e respectivo caudal;

• Limpeza do MB e do MA.

• Tipo e geometria da Junta

Processo MIG: Factores de sucesso:

Page 108: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldadura do Alumínio

e suas ligas

1- Regulação dos parâmetros para uma transferência estável e

sem salpicos;

2- Cordão sem defeitos e com bom aspecto;

Processo MIG: Principais dificuldades:

Page 109: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldadura do Alumínio

e suas ligas

Processo MIG

Tipo de transferência Aplicação

Transferência por “Spray” Usual

Transferência Globular Não se utiliza- Fusão incompleta

Transferência por C.C. Não se utiliza- Faltas de fusão

Transferência por arco pulsado Bom- todas as posições

Page 110: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldadura do Alumínio

e suas ligas

• Elevada velocidade de alimentação do fio fazendo com que este bata contra o MB sem dar tempo ao escorvamento do arco;

• Por outro lado, dado que o fio é macio, ao bater no MB a ponta dobra-se, aumentando a área de contacto eléctrico, mas diminuindo o calor desenvolvido pelo curto-circuito;

• Também o facto de a superfície do metal estar oxidada, e deste óxido ser refractário e mau condutor eléctrico, dificulta a passagem da corrente e a produção de calor;

• Fio com superfície rugosa, absorvendo humidade e impurezas;

• Difícil utilização de fios de baixo diâmetro;

Processo MIG: Principais dificuldades:

Page 111: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldadura do Alumínio

e suas ligas

Um bom alimentador deve poder permitir ao soldador (ou operador) ajustar os tempos e velocidades de alimentação do fio no inicio e fim da soldadura.

Processo MIG: Características do Alimentador de arame:

Page 112: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldadura do Alumínio

e suas ligas

1 - Os roletos são peças de fundamental importância no sistema de alimentação do fio, devido ao facto de o alumínio ser macio e poder ser amolgado pela pressão de aperto excessiva, criando instabilidade na alimentação.

2 - Sempre que possível usar alimentadores com 4 roletos, aumentando a área de contacto com o fio em vez de agir sobre o aperto dos roletos.

3 - Escolher roletos com entalhe em U ou V mais adequados ao fio de alumínio, por forma a evitar amolgamento.

Processo MIG: Características do Alimentador de arame:

Page 113: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldadura do Alumínio

e suas ligas

4 - O mecanismo de travagem da bobine de alimentação de fio é muito importante para evitar arranques e paragens bruscas.

5 – Deve ter-se em atenção a pressão de aperto do mecanismo de travagem da bobine que pode levar ao alongamento e estricção do fio, se o aperto for exagerado. Esta pressão deve ser ajustada à medida que o fio for sendo consumido.

Processo MIG: Características do Alimentador de arame:

Page 114: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldadura do Alumínio

e suas ligas

Devido ás características do fio de soldadura e da velocidade de alimentação elevada ocorre frequentemente a dobragem do fio no interior da conduta, impedindo a sua alimentação contínua e regular com a consequente instabilidade no arco e mesmo sucessivas interrupções.

Processo MIG: Tochas de soldadura

Page 115: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldadura do Alumínio

e suas ligas

• Sistema PUSH-PULL

• Pistola com bobine incorporada

• Tocha mais curta (2,5 m)

• Tocha com conduta especial (Weldsnake 6m)

Processo MIG: Tochas de soldadura

Page 116: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldadura do Alumínio

e suas ligas

• Por forma a reduzir o atrito no interior da conduta de fio esta deve ser feita de materiais grafitados, nylon ou teflon.

• A conduta deve ser soprada periodicamente com gás (Ar, N2) ou ar comprimido seco.

• Por forma a diminuir o atrito entre o fio e o interior da conduta o cabo da tocha deve estar o mais direito possível.

• Os fabricantes de equipamentos disponibilizam normalmente bicos de contactos específicos para alumínio.

Processo MIG: Tochas de soldadura

Page 117: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldadura do Alumínio

e suas ligas

• A superfície do alumínio é bastante porosa, tanto no MB como no MA, absorvendo com facilidade humidade e impurezas, que são fontes de porosidade.

• As bobines de fio vêm de fabrica embaladas com protecção contra estes agentes, devendo portanto ter-se o cuidado de conservá-las adequadamente após a abertura, para evitar contaminações.

• O alimentador de arame deve ser do tipo fechado (bobine no interior), caso contrário deve usar-se uma protecção para o fio.

• Deve ser evitado qualquer contacto com o fio com as mãos ou luvas sujas.

Processo MIG: Cuidados com o fio de soldadura

Page 118: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldadura do Alumínio

e suas ligas

• O processo MIG exige maiores cuidados com a qualidade do fio de soldadura, além do rigor dimensional e estado de superfície, dado as elevadas taxas de fusão e de arrefecimento do metal depositado, originando aprisionamento de gases.

• Em consequência dessa maior dificuldade em eliminar os gases aumenta a quantidade de poros no cordão de soldadura.

• As propriedades mecânicas da junta soldada podem ser bastante afectadas em função do tamanho, distribuição e relação volumétrica dos poros no cordão.

Processo MIG: Cuidados com o fio de soldadura

Page 119: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldadura do Alumínio e suas ligas

Processo MIG

• Faltas de fusão / baixa penetração;

• Elevado nível de projecções;

• Perfuração da chapa;

• Porosidades;

• Fissuração a quente

Principais problemas na soldadura do Al:

Page 120: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldadura do Alumínio e suas ligas

Processo MIG

• Parâmetros de soldadura baixos

• Falta de pré- aquecimento

• Necessário usar mistura Argon-Hélio

• Diâmetro de arame baixo

Principais problemas na soldadura do Al: Faltas de fusão /

penetração

Page 121: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldadura do Alumínio e suas ligas

Processo MIG

• Material de adição inadequado

• Entrega térmica elevada

• Má qualidade do material de base

Principais problemas na soldadura do Al: Fissuração a quente

Page 122: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldadura do Alumínio e suas ligas

Processo MIG

• Metal de adição sujo ou velho

• Material de base velho ou sujo

• Parâmetros de soldadura inadequados

• Protecção gasosa insuficiente ou com impurezas

• Técnica de soldadura inadequada

Principais problemas na soldadura do Al: Porosidades

Page 123: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldadura do Alumínio e suas ligas

Processo MIG Pulsado

• A tecnologia “inverter” pelo facto de permitir uma adequação da forma de onda ás especificidades do Al, consegue uma melhor transferência das suas gotas.

• Com esta tecnologia consegue-se uma melhoria das projecções, que são devidas à baixa densidade do Al, por se conseguir uma transferência tipo “spray”.

• A melhoria da penetração é conseguida através de um pico de corrente elevada.

Page 124: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldadura do Alumínio e suas ligas

Processo MIG Pulsado

• O Al no estado liquido apresenta uma elevada solubilidade do H2 ao contrário do que sucede no seu ponto de solidificação.

• Por esta razão a forma de onda tem de ter em consideração estes aspectos ao nível do comprimento do arco para reduzir as porosidades (arco curto, inclinação da tocha...)

• Os equipamentos MIG com arco pulsado têm a capacidade de reagir em tempo real aos fenómenos do arco eléctrico, sendo a solução ideal para soldar este material.

Page 125: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldadura do Alumínio e suas ligas

Processo MIG Pulsado

• Limita as projecções;

• Melhor controlo da penetração;

• Reduz a entrega térmica;

• Melhora a fluidez da gota de metal;

• Aumenta a velocidade de soldadura;

• Produz deformações mais baixas

Page 126: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldadura do Al e suas ligas

Processo Resistência

• O alumínio é difícil de soldar por resistência devido ás suas características físicas: elevada condutibilidade eléctrica, térmica e calor de fusão.

• Estas propriedades tornam difícil o aquecimento localizado aliada a uma resistência de contacto baixa, A camada de alumina na zona de contacto tem de ser removida antes da soldadura.

• Necessidade de equipamentos com características adequadas ao alumínio, nomeadamente controle preciso da corrente, tempo de soldadura e força de aperto (soldadura rápida).

• As ligas da série 2xxx são facilmente soldáveis por este processo.

Principais dificuldades:

Page 127: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Caracterização do Alumínio

Soldabilidade das ligas vazadas

A soldabilidade destas ligas é bastante influenciada pelo tipo

de fundição (moldes, fundição à pressão, areia), dado que o

estado de superfície da peça é de primordial importância

para o sucesso da operação de soldadura.

Ligas soldáveis: 319.0; 355.0; 356.0 443.0; 444.0; 520.0;

535.0; 710.0; 712.0

Page 128: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldadura do Al e suas ligas

Processo Brasagem

• A brasagem do alumínio é um processo muito antigo e prático de fazer ligação de componentes e que continua a ter largo campo de aplicação, nomeadamente em situações que os outros processos correntes não conseguem (ex. peças de acesso difícil).

• Uma desvantagem do processo é que todo o conjunto tem de ser aquecido à temperatura de brasagem, próxima da fusão do MB, sendo necessários fixar os componentes para evitar distorções devidas ao seu próprio peso (juntas auto-fixantes,uso de gabaritos).

• As ligas TT podem ser temperadas mergulhando-as em água e se necessário, submetê-las a um tratamento de envelhecimento.

Page 129: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldadura do Al e suas ligas

Processo Brasagem

• Necessita de fluxos desoxidantes activos (corrosivos), que devem

ser eliminados após a soldadura, normalmente com lavagem de

água quente, embora existam no mercado fluxos não corrosivos.

• A diferença de temperatura entre o MB e o MA é normalmente

muito estreita, dificultando a brasagem.

• Exige soldadores experientes para controlarem a temperatura de

trabalho sem fundirem o MB.

Page 130: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldadura do Al e suas ligas

Processo Brasagem

Métodos de brasagem usuais no alumínio:

• Brasagem a maçarico

• Brasagem automática a chama

• Brasagem em forno

• Brasagem por imersão em banho de sal

• Brasagem a vácuo

Page 131: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldadura do Al e suas ligas

Processo Brasagem

Ligas de alumínio (trabalháveis)

• A maioria das ligas de alumínio podem ser ligadas por brasagem.

• Ligas NTT:

Dentro deste grupo as mais fáceis de soldar são as séries 1xxx (1050 e 1100) e 3xxx (3003, 3004). As ligas da série 5xxx com Mg>2,0% são difíceis de brasar , porque os fluxos disponíveis comercialmente não conseguem remover eficientemente os óxidos (excepção: 5005).

• Ligas TT

As ligas deste grupo brasáveis são a 6061 e 6063. As ligas da série 2xxx e as ligas 7001, 7075 e 7018 não são recomendadas para brasagem por não existirem ligas adequadas (tf MB<tf MA).

Page 132: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldadura do Al e suas ligas

Processo Brasagem

Ligas de alumínio (vazadas)

• As ligas de alumínio fundidas são pouco adequadas ao processo por apresentarem características que dificultam a brasagem:

• Superfície rugosa, dificultando a molhagem e a capilaridade.

• Possuem gases e contaminantes em quantidades significativas, que se expandem durante a brasagem, criando um efeito de empolamento

Page 133: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldadura do Al e suas ligas

Processo Brasagem

Metais de adição para brasagem

• Os metais de adição usados na brasagem do alumínio, são ligas Al-Si de composição eutética ou próximo dela, que têm um ponto de fusão mais baixo que as ligas a brasar, embora existam MB com ponto de fusão mais baixo, sendo por isso impraticável a brasagem.

• O metal de adição mais usual é o 4047- AlSi12 (12% Si) com temperatura de fusão mais baixa que o alumínio (577-582ºC)

• Os metais de adição estão disponíveis nas formas usuais, vareta, folha, pó e pasta metálicos misturados com fluxo e chapa “Clad” (com revestimento de metal de adição de um ou dos dois lados).

Page 134: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldadura do Al e suas ligas

Processo Brasagem

Tipos de juntas

• As juntas recomendadas para brasagem do alumínio são as do tipo T e sobrepostas.

• É importante ter em consideração a folga da junta para garantir a capilariedade, sendo usual para os vários métodos folgas entre 0,13 e 0,25 mm.

Page 135: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldadura do Al e suas ligas

Processo Brasagem (fraca)

• O alumínio e ligas também podem ser ligadas por brasagem fraca.

• Todos os aspectos apresentados anteriormente relativamente à brasagem forte são aplicáveis a esta brasagem.

• Os metais de adição, no caso da brasagem fraca, são à base de estanho, zinco cádmio e chumbo.

• As brasagens mais resistentes mecanicamente e à corrosão são as que contêm zinco.

Page 136: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldadura do Alumínio e suas ligas

Processo LASER

• Principais vantagens:

- Processo rápido

- Flexível

- Menores entregas térmicas

- Menores ZTA’s

- Baixa distorção

- Automatização

Page 137: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldadura do Alumínio e suas ligas

Processo LASER

• Principais desvantagens:

- Reflexividade

- Alinhamento rigoroso

- Dilatação elevada

Page 138: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldadura do Alumínio e suas ligas

Processo OXIGÁS

Processo Oxigás:

• O processo Oxigás é utilizado apenas em reparações e soldaduras sem exigências de resistência mecânica.

• A sua principal vantagem é a simplicidade do equipamento.• As suas maiores desvantagens são a necessidade de fluxo

desoxidante, a baixa velocidade do processo, a largura da ZTA, as deformações e as imperfeições.

• É usado principalmente em pequenas espessuras.• É recomendável o uso do acetileno, com um ligeiro excesso, para

evitar a formação de óxidos.• O desoxidante, que é muito corrosivo, deve ser eliminado logo

após a soldadura, normalmente com lavagem de água quente.

Page 139: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

•O alumínio pode ser soldado com eléctrodos revestidos, usando uma fonte de energia com característica estática de corrente constante.

•As principais dificuldades residem na volatização do Aldurante a transferência (lenta), na necessidade de eliminação do óxido e no fácil abatimento do MB.

•O processo SER é pouco utilizado devido à falta de homogeneidade do cordão de soldadura e apenas em reparações, pequenas soldaduras e pouco importantes.

Soldadura do Alumínio e suas ligas

Processo SER

Page 140: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldadura do Alumínio e suas ligas

Processo SER

Principais aspectos a ter em conta no processo SER:

• Os eléctrodos para soldadura do alumínio são muito absorventes de humidade. As embalagens devem ser estanques e uma vez abertas os eléctrodos devem ser conservados bem secos.

• Deve ser feita uma boa limpeza do MB e do eléctrodo.

• Necessidade de pré-aquecimento do MB em espessuras grandes e peças complicadas.

• Eliminação da escória entre passes e no final da soldadura devido ao seu caracter corrosivo e tenaz, por intermédio de meios mecânicos (escova e picadeira) e lavagem com água quente ou dissolvente.

• A espessura mínima a soldar é de 3 mm. Acima de 6 mm deve ser feito um chanfro em V (60 a 90º). Para espessuras maiores é usado um chanfro em U.

Page 141: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldadura do Alumínio e suas ligas

Processo SER

Principais aspectos a ter em conta no processo SER (cont.):

• Os eléctrodos para soldadura do alumínio são basicamente de 2 tipos: alumínio puro (1100) e alumínio-silício (4043);

• Alguns fabricantes disponibilizam outros metais de adição de acordo com necessidades específicas, produzidos a partir de metais de base existentes, em fio ou vareta, adicionando-lhe revestimento com fluxo desoxidante;

• Os eléctrodos de alumínio trabalham em corrente DC+

Page 142: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

8- Metais de adição

Page 143: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Metais de adição

• Os metais de adição utilizados pelos vários processos, para soldadura do alumínio, seguem as especificações de materiais da secção II do ASME, parte C (Varetas, eléctrodos e Metal de adição), especificamente a norma AWS A5.3 e A5.10 “Aluminum and Aluminum Alloys Bare Welding Rods and Electrodes”.

• Tanto os eléctrodos como as varetas e fios são classificados com base na composição química da liga utilizada na sua fabricação.

• A nomenclatura que a especificação A5.10 usa para classificar os consumíveis é composta por 4 dígitos (“Aliminum Associaton”) precedidos das letras E para eléctrodos, ER para fios e varetas.

Page 144: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Escolha do metal de adição

• O metal de adição deve originar, após a diluição no metal

de base, uma composição fora dos pontos de elevada

susceptibilidade à fissuração.

• A diluição depende de:

- Volume de metal depositado

- Penetração no M.B.

Page 145: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Escolha do metal de adição

• A escolha do metal de adição mais adequado para soldar os

diversos materiais nas variadas aplicações pode ser simples,

como no caso de estruturas fabricadas com ligas correntes.

• No caso de ligas complexas e fabricações com requisitos

especiais, a definição do material de adição mais adequado é

bastante mais complicado, exigindo um estudo criterioso.

Page 146: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Escolha do metal de adição

A escolha do metal de adição, em particular para os processos MIG

e TIG, é baseada nos seguintes factores:

- Composição química do material (liga);

- Aspectos metalúrgicos;

- Aspectos mecânicos;

Page 147: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Escolha do metal de adição

• Composição química do MB

• Geometria da junta

• Diluição

• Resistência mecânica e ductilidade do MA

• Tendência à fissuração a quente

• Resistência à corrosão em serviço

• Comportamento do MA em temperaturas elevadas

• Fluidez do MA

• Alimentação de fio no processo MIG

• Diferença de tonalidade entre o MB e o MA

Page 148: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Escolha do metal de adição

A escolha do metal de adição deve responder aos seguintes factores:

• Evitar a fissuração da soldadura

• Ter uma resistência mecânica compatível com o MB

• Ter boa resistência à corrosão

• Ter boas propriedades à temperatura de serviço

• Ter cor semelhante ao MB após anodização

Page 149: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Escolha do metal de adição

• As ligas não tratadas térmicamente, regra geral, podem ser soldadas com MA com composição semelhante ao MB, por forma a minimizar a fissuração;

• As ligas tratadas térmicamente devem ser soldadas com um MA com uma temperatura de fusão inferior ao MB e uma resistência mecânica o mais próxima possível do MB.

• A sensibilidade à fissuração pode ser minimizada usando MA com teores de Si e Mg relativamente elevados.

Page 150: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Escolha do metal de adição

Resistência mecânica compatível com o MB:

• Para soldadura das ligas NTT o consumível deverá ter uma resistência mecânica idêntica ao MB (valores obtidos no estado bruto de soldadura).

• Nas ligas TT a escolha do MA é mais limitada, dado que a resistência mecânica a considerar deverá ser a obtida após TT, e os consumíveis não são especialmente adaptados aos mesmos TTsofridos pelo MB.

• O metal de adição da série 2xxx, ER 2319, produz juntas soldadas com boas propriedades após TT nas ligas 2219 e 2014.

• Os MA das séries ER 1xxx ou 5xxx produzem cordões com muito boa ductilidade, sendo por isso usados nas soldaduras onde se pretende boa deformação plástica após soldadura.

Page 151: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Escolha do metal de adição

Resistência á corrosão:

• O MA a seleccionar para resistir ao ambiente corrosivo específico deve em princípio ter uma composição química idêntica ao MB.

• Os metais de adição de alto teor de Mg têm, regra geral, uma boa resistência à corrosão generalizada; no entanto a sua utilização na soldadura de ligas das séries 1xxx, 3xxx ou 6xxx poderá criar zonas anódicas.

Page 152: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Escolha do metal de adição

Propriedades à temperatura de serviço:

• Regra geral, os metais de adição recomendados nas tabelas fornecidas pelos fabricantes são adequados a trabalharem nas mesmas temperaturas dos MB.

• Alguns metais de adição da série 5xxx com teor de Mg>3%, como os ER 5356, Er 5556 e ER 5654, não deverão ser usados em temperaturas de serviço < 60ºC, por poderem originar fissuração por corrosão sob tensão.

Page 153: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Escolha do metal de adição

Coloração idêntica ao MB após tratamento de anodização :

• A composição química do MA influencia a coloração da soldadura após anodização.

• Os elementos que mais contribuem para este efeito são o Si e o Cr.

• O silício torna as soldaduras escuras (cinzentas ou negras).

• O crómio produz uma coloração amarelada.

• As ligas 1xxx , 3003, 5005 e 5050 podem ser soldadas com o metal de adição ER 1188, sem grande diferença de cor.

• As ligas das séries 5xxx e 6xxx podem ser soldadas com o metal de adição ER 5356, sem grande diferença de cor.

Page 154: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Metais de adição usuais

• Alumínio puro: 1100 e 1188

• Alumínio Cobre: Liga 2319

• Alumínio Silício: Ligas 4043, 4643, 4047 e 4145

• Alumínio Magnésio: Ligas 5356, 5183 e 5556

• Alumínio Magnésio: Liga 5554

• Alumínio Magnésio: Liga 5654

• Casos especiais

Page 155: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Metais de adição

Alumínio puro (Al)

• Muitas aplicações industriais nas áreas da electricidade e da química usam alumínio puro ou com pequenas adições de elementos de liga na sua soldadura.

• As ligas mais usadas são a 1100 e a 1188

• A liga 1100 é mais corrente e contém uma pequena % de Cu.

• A liga 1188 não contém cobre mas possui tolerâncias mais apertadas para as impurezas, daí a sua maior aplicação em situações de maior resistência à corrosão.

Page 156: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Metais de adição

Ligas 2319 (Al-Cu)

• Esta liga tem uma composição química idêntica ao MB.

• É utilizada para soldar as ligas forjadas Al-Cu 2014, 2036, e 2219 e as ligas fundidas da mesma familia.

• Consegue uma resistência mecânica e ductilidade maiores que as ligas da série 4xxx (Al-Si) sempre que as juntas soldadas forem submetidas a T.T.

Page 157: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Metais de adição

Ligas 4043, 4643, 4047 e 4145 (Al-Si)

• Destas ligas, a 4043 (AlSi5) foi desenvolvida para a soldadura das ligas tratáveis térmicamente, em particular da série 6xxx.

• Possui uma boa fluidez, molhagem e baixo ponto de fusão e é menos sensível à fissuração com as ligas da série 6xxx.

• Produz um acabamento superficial do cordão brilhante.

• Estas ligas não são adequadas à soldadura das ligas com Mg (5xxx), devido à formação de um composto Mg-Si que provoca uma diminuição da ductilidade e aumento da tendência à fissuração.

Page 158: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Metais de adição

Ligas 4043, 4643, 4047 e 4145 (Al-Si)

• A liga a 4643 (AlSi5) contém uma pequena % de Mg, sendo indicada para soldar MB da série 6xxx com espessuras > 10 mm e que após a soldadura sejam submetidas a T.T. de solubilização.

• A composição química do cordão de soldadura, pelo facto de o MA conter Mg, responde melhor ao T.T. de solubilização, sem depender tanto da diluição como seria o caso se o MB fosse a liga 4043.

Page 159: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Metais de adição

Ligas 4043, 4643, 4047 e 4145 (Al-Si)

• As ligas 4047 e 4145 foram desenvolvidas especialmente para o processo de brasagem, tendo por essa razão temperatura de fusão mais baixa e muito boa fluidez.

• A 4047 pode ser usada em substituição da 4043, dado ter mais Si (~12%) e desse modo minimizar a tendência para a fissuração a quente e produzir cordões com resistência ao corte ligeiramente superior.

• A liga 4145 além da brasagem também pode ser usada em MB da (série 2xxx: Al-Cu) tanto trabalháveis como fundidas, embora com resistência inferior à 2319.

Page 160: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Metais de adição

Ligas 5356, 5183 e 5556 (Al-Mg)

• Estas ligas estão indicadas, em primeiro lugar, para soldar as

ligas Al-Mg (série 5xxx), que contêm alto teor de Mg (5%).

• A 5356 é a mais universal de todas as ligas usadas na

soldadura do Al, devido à sua compatibilidade com a maioria

dos MB, por apresentar boa resistência mecânica e também

por ser mais rígida, o que melhora a alimentação de fio no

processo MIG. .

Page 161: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Metais de adição

Ligas 5356, 5183 e 5556 (Al-Mg)

• A liga 5183 têm uma resistência mecânica ligeiramente superior à 5356, sendo por isso uma alternativa sempre que se pretenda maior resistência.

• A 5556 é também outra alternativa ás anteriores sendo a que apresenta resistência mais elevada.

• Qualquer destas ligas pode soldar além das ligas da série 5xxx entre si ou com ligas da série 6xxx e 7xxx, tratadas térmicamente, salvo em aplicações sob tensão, por períodos prolongados e temperaturas de serviço acima dos 650ºC (exemplo: reservatórios sob pressão, navios petroleiros com carga aquecida, etc)

Page 162: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Metais de adição

Liga 5554 (Al-Mg)

• A liga 5554 foi especialmente desenvolvida para soldar o MB do tipo 5454, desenvolvido para aplicações em temperaturas elevadas, não sendo sensível à corrosão sob tensão.

• As ligas 5454 e 5554 contêm um teor de Mg<3%, fundamental para poderem ser usadas em altas temperaturas.

• A liga 5554 é recomendada para soldar juntas dissimilares entre o MB 5454 e as ligas da série 6xxx, devido à sua menor sensibilidade à fissuração.

Page 163: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Metais de adição

Ligas 5654 (Al-Mg)

• Uma aplicação típica do alumínio são os reservatórios para armazenamento de água oxigenada (peróxido de hidrogénio), que é muito reactivo, exigindo por isso ligas especiais, em particular com elevada pureza, para resistir à corrosão.

• O metal de adição 5654, tal como o MB, é fabricado com controle muito apertado das impurezas, em especial Cu e Mn.

• Esta liga não deve ser usada em aplicações que trabalhem a temperaturas altas devido ao teor de Mg>3%.

Page 164: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Metais de adição

Casos especiais

• Existem situações em que apesar das indicações apontarem para

determinado metal de adição, é aconselhável outra liga.

• Por exemplo a 4043, embora indicada para soldar MB da série 6xxx, é substituída por um MA da série 5xxx, sempre que o MB sofrer um tratamento de anodização, que não produz uma coloração tão cinzenta escura (estética).

• Igualmente o MA da série 1xxx, recomendado para aplicações químicas e eléctricas, pode ser substituído por MA da série 4xxx e mesmo da série 5xxx, apesar de terem piores características, mas que têm melhor comportamento na alimentação de fio.

Page 165: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Metais de adição

Composição química do MB• A composição química do MB e a geometria da junta determinam

se o MA é adequado à soldadura.

• O alumínio puro e as ligas que têm um intervalo de fusão estreito, de uma maneira geral, podem ser soldados sem grandes problemas e nos casos de pequenas espessuras mesmo sem metal de adição.

• As ligas que apresentam intervalos de fusão mais largos são mais susceptíveis à fissuração, necessitando por isso uma escolha mais judiciosa do metal de adição.

Page 166: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Metais de adição

Diluição• As propriedades do metal depositado estão relacionadas com a sua

composição química, a qual é resultante da diluição MB/MA.• A maior ou menor diluição tem uma influência directa no

comportamento da junta soldada em serviço, a resistência mecânica, ductilidade, tendência à fissuração, resistência à corrosão, comportamento ao T.T. etc.

• O nível da diluição varia com o perfil da junta, processo e procedimento de soldadura.

• A tendência à fissuração geralmente diminui com baixa diluição, de forma mais acentuada nas ligas tratadas térmicamente.

• As juntas com chanfro em V têm menor diluição do que com bordos direitos,

Page 167: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Metais de adição

Velocidade de arrefecimento

• A velocidade de arrefecimento influencia a estrutura do grão, com consequências nas propriedades mecânicas;

• Uma velocidade elevada origina uma estrutura de grão mais fino, e portanto melhor resistência mecânica, mas com maior tendência à fissuração;

• A velocidade de arrefecimento depende da espessura do MB, da entrega térmica (função do processo de soldadura) e do pré-aquecimento que eventualmente tenha sido dado.

Page 168: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Metais de adição

Armazenamento dos metais de base e dos consumíveis

É fundamental garantir o bom armazenamento dos metais de base e de

adição para evitar humidade e impurezas, que originam defeitos na

soldadura do alumínio, independentemente do processo de soldadura.

Para evitar contaminações, os consumíveis de soldadura deverão ser

armazenados em local seco e com temperatura uniforme e conservados

nas suas embalagens de origem.

Alguns tipos de eléctrodos (série 5xxx) são muito higroscópios,

devendo ser armazenadas em locais com humidade controlada (<35%).

Page 169: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Metais de adição

Armazenamento dos metais de base e dos consumíveis

A movimentação, manuseamento e trabalhos dos materiais, chapas,

tubos, perfis, etc, deve ser feita com o máximo cuidado para diminuir

as operações de limpeza posteriores.

Deve ter-se em atenção a diferença de temperatura entre o armazém e o

local de trabalho, que pode dar origem a condensações, (porosidades).

Page 170: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

9- Gases de protecção

Page 171: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Gases de protecção

Os processos MIG e TIG usam principalmente o Argon como gás de protecção, embora em determinadas aplicações o Hélio seja utilizado em misturas com o Argon.

O Argon tem um papel importante na decapagem catódica no processo TIG e além disso produz um arco estável.

O Hélio aumenta a potência do arco, por conseguinte a penetração e melhor eficiência na entrega térmica.

Devido à baixa densidade do He é necessário aumentar o caudal de gás.

O He não consegue uma decapagem do óxido tão eficaz como o Argon.

Page 172: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Gases de protecção

Alguns fabricantes de gases têm apresentado misturas contendo baixos teores de O2 com o argumento que aumenta a penetração.

No entanto, no caso das ligas contendo Mg o seu efeito pode ser contraproducente levando à sua queima.

Outras misturas contendo N2 e NO são comercializadas com o argumento da melhoria da penetração.

Page 173: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Gases de protecção

• Argon , Hélio e misturas de ambos são usados como gases de

protecção nos processos TIG, MIG e Plasma;

• O Argon é usado em soldadura manual de espessuras finas, ou

em materiais com baixa condutibilidade térmica;

• Hélio ou uma mistura 75%He+25% Ar é adequada para

soldadura automática de espessuras finas, soldadura manual de

espessuras maiores, ou soldadura de materiais de elevada

condutibilidade térmica;

Page 174: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

10- Recomendações gerais

Page 175: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldadura do Alumínio e suas ligas

Recomendações gerais

Normas práticas a ter em consideração para a soldadura do Al:

• Limpeza dos materiais base e de adição

• Boa preparação da junta

• Acessibilidade

• Método apropriado para controle das distorções

• Pingagem

• Pré-aquecimento

• Tratamento após soldadura

Page 176: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

• A preparação das juntas para soldadura, nos processos TIG e MIG,

são descritos na EN ISO 9692-3 parte 1.

• Nas juntas topo a topo, num único passe, é recomendável abrir um

pequeno chanfro, nos bordos das chapas do lado reverso.

• As juntas para soldadura do Al devem ser mais abertas que no

aço , para evitar faltas de fusão e inclusões de óxidos.

Preparação das Juntas

Soldadura do Alumínio e suas ligas

Recomendações gerais

Page 177: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldadura do Alumínio e suas ligas

Recomendações gerais

Limpeza e preparação dos MB e MA

• As operações de corte e chanfro podem ser feitas pelo processo plasma, ou por meios mecânicos (mais usuais).

• É muito importante limpar as juntas antes de iniciar a soldadura, eliminando todos os sinais de gordura, óleos ou óxidos. Podem usar-se dissolventes alcalinos, que não são tóxicos, ou de forma mais pratica com um trapo embebido em álcool ou acetona. As superfícies devem estar completamente secas antes de começar a soldar (poros).

• O óxido deve ser eliminado, após o desengorduramento, com escovas de inox ou disco abrasivo, com o cuidado de evitar que contactem com outros materiais.

Page 178: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldadura do Alumínio e suas ligas

Recomendações gerais

Pingagem

• Esta operação deve ser feita com cuidado e os pingos sendo eliminados à medida que a soldadura avança.

• No caso de os pingos serem incorporados eliminar as fissuras e os eventuais defeitos, por forma a permitir uma boa fusão destes.

• Regra geral, a distância entre pingos deve ser de 20x a espessura.

Page 179: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldadura do Alumínio e suas ligas

Recomendações gerais

• O pré-aquecimento é necessário sempre que não se consiga um

banho de fusão suficiente, sobretudo em juntas de maior espessura.

• O pré-aquecimento é também uma medida preventiva para evitar

tensões residuais e prováveis fissurações, criadas pelo gradiente

térmico entre o cordão e a ZTA.

• O pre-aquecimento nas ligas de Al não deve ser superior a 205ºC, e

nas ligas endurecíveis por precipitação a temperatura de pré-

aquecimento deve ser ainda menor, para minimizar a

ocorrência de super-envelhecimento.

Pré-aquecimento

Page 180: 2.20 - Aluminio e Suas Ligas

Soldadura do Alumínio e suas ligas

Recomendações gerais

Tratamentos térmicos após soldadura

• Por vezes realiza-se um T.T. para melhoria das propriedades mecânicas das ligas tratáveis térmicamente.

• Também se fazem T.T. para diminuir as tensões internas.

• Pode ser benéfico realizar uma martelagem dos cordões de soldadura, embora só deva ser aplicada em grandes espessuras.

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11- Técnica operatória

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Técnica operatória

Na soldadura do alumínio deve usar-se sempre a tocha na posição

vertical ou com um ângulo de 60-80º, e soldar para a esquerda

(push), que proporcionam:

- Boa protecção gasosa;

- Boa forma do cordão;

- Cordão limpo, sem fumo na superfície;

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12- Síntese conclusiva

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Síntese Conclusiva

• O alumínio e as suas ligas distinguem-se dos outros metais e

ligas industriais por terem uma relação resistência mecânica/peso

muito elevada, boa condutibilidade eléctrica, aliada a uma boa

resistência à corrosão.

• Regra geral são soldáveis , embora algumas apresentem

dificuldades consideráveis.

• Os processos MIG e TIG são os mais aconselhados, dado serem

capazes de fornecerem a potência calorífica necessária.

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Referências Bibliográficas

Metalurgia da soldadura ( Dias Lopes e R.M. Miranda- ISQ)

GSI SLV- Aluminum and Aluminum Alloys I

Welding Book- 8ª Edição

Welding- Lincoln Electric

Alumínio e suas ligas-OGMA (2003)

Manual de soldagem-Alumínio e suas ligas- ALCAN

Aluminum Welding- Kemppi

Infomet- Artigos diversos