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#217 EDIÇÃO O LADO SAUDÁVEL DO MATRIMÔNIO Casados permanecem mais felizes CALDAS NOVAS E RIO QUENTE As praias de águas vulcânicas do cerrado UM JARDIM DA INFÂNCIA DE VERDADE O melhor lugar para crianças que você já conheceu OÁSIS METÁFORA VEGETAL DE UM PAÍS PAU-BRASIL

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#217

EDIÇÃO

O LADO SAUDÁVEL DO MATRIMÔNIO Casados permanecem mais felizes

CALDAS NOVAS E RIO QUENTE As praias de águas vulcânicas do cerrado

UM JARDIM DA INFÂNCIA DE VERDADE O melhor lugar para crianças que você já conheceu

OÁSIS

METÁFORA VEGETAL DE UM PAÍS

PAU-BRASIL

OÁSIS . EDITORIAL

POR

EDITOR

PELLEGRINILUIS

L embro-me bem, quando tinha 13 ou 14 anos, nosso professor de biologia levou toda a classe para uma excursão de fim de semana ao Parque Nacional da Serra da Bocaina. Objetivo: des-

cobrir exemplares de pau-brasil ainda existentes na Mata Atlântica. E lá fomos nós, guiados por um mateiro, através de picadas na floresta, em busca da árvore que deu nome ao país.Após horas de caminhada estafante, chegamos diante de uma árvore frondosa, muito alta e verde. Mas... nosso professor era mestre em botânica. Meneou a cabeça e disse ao mateiro: “Não, não, meu ami-go. Este é um jacarandá-mimoso, um primo do pau-brasil. Mas não é a mesma coisa”.

Foi assim que tive de esperar mais uns dez anos para conhecer meu primeiro pau-brasil verdadeiro, um exemplar jovem existente no Jar-

O PAU-BRASIL FOI DECLARADO ÁRVORE SÍMBOLO DA NAÇÃO BRASILEIRA, E TEM SEU DIA OFICIAL COMEMORADO NO DIA 3 DE MAIO. ÁRVORE BELÍSSIMA, NOBRE E PRECIOSA, ELA É A MELHOR METÁFORA DA HISTÓRIA DO NOSSO PAÍS: TAMBÉM

ELE IMENSO, RICO, GENEROSO... E DESDE SEMPRE ESPOLIADO ATÉ À BEIRA DA EXTINÇÃO

OÁSIS . EDITORIAL

POR

EDITOR

PELLEGRINILUIS

dim Botânico de São Paulo. No mato selvagem, nem sequer o matei-ro experiente se mostrara capaz de encontrá-lo.

Hoje, como aconteceu comigo, quem quer conhecer a árvore que deu nome ao Brasil precisa visitar algum jardim botânico, sobretu-do os de São Paulo e do Rio de Janeiro. Ainda existem, aqui e acolá, alguns raríssimos exemplares em estado selvagem. A maior parte deles exemplares velhos, condenados ao desaparecimento. Sua reprodução tornou-se extremamente difícil por causa da exiguidade do seu nú-mero – o que impede uma boa genética de polinização – bem como, segundo foi descoberto, pelo quase total desaparecimento de uma pequena abelha especializada que, indo de flor em flor, e de árvore em árvore, é ferramenta indispensável para que essa mesma poliniza-ção ocorra.

Em 1500, no entanto, quando os europeus aqui chegaram, o pau-bra-sil era uma das árvores mais abundantes da Mata Atlântica. Seu núme-ro podia ser contado em dezenas de milhões. Mas ele logo começou a diminuir: uma derrubada predatória teve início, e nunca mais parou até o século 20 avançado, quando a extrema escassez desse vegetal inviabilizou sua exploração econômica.

O pau-brasil é, assim, a metáfora mais bem acabada, mais perfeita e mais pertinente dos recursos naturais do Brasil: o símbolo botânico da usurpação da nossa cidadania e da nossa própria omissão ao longo do processo. O pau-brasil é a metáfora vegetal do Brasil que poderia ter sido, que deveria ter sido, e que ainda não é. Até quando não o será? Este é o tema da nossa matéria de capa.

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CU

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RAPAU-BRASIL

Metáfora vegetal de um país

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oje, quem quer conhecer a árvore que deu nome ao país precisa visitar algum jardim botânico, sobre-tudo os de São Paulo e do Rio de Janeiro, onde cien-tistas apaixonados cui-dam com carinho de uma

ou duas dezenas de espécimes frondosos que

formam dois pequenos bosques nas encostas de colinas suaves. Fora dos jardins botânicos, só mesmo embrenhando-se em algum raro trecho de Mata Atlântica remanescente no leste e no nordeste. Nesses pedaços de flores-ta, com muita sorte e a ajuda de um mateiro experiente, pode-se encontrar ainda um ou outro exemplar selvagem de pau-brasil. A maior parte deles exemplares velhos, conde-nados ao desaparecimento. Sua reprodução tornou-se extremamente difícil por causa da exiguidade do seu número – o que impede uma boa genética de polinização – bem como, segundo foi descoberto, pelo quase total de-saparecimento de uma pequena abelha espe-cializada que, indo de flor em flor, e de árvore em árvore, é ferramenta indispensável para que essa mesma polinização ocorra.

Em 1500, no entanto, quando os europeus aqui chegaram, o pau-brasil era uma das ár-vores mais abundantes da Mata Atlântica. Seu número podia ser contado em dezenas de mi-lhões. Mas ele logo começou a diminuir: uma derrubada predatória teve início, e nunca mais parou até o século 20 avançado, quando a extrema escassez desse vegetal inviabilizou sua exploração econômica.

O livro definitivo O livro “Pau-Brasil”, da Axis Mundi Editora relata a epopeia histórica, econômica e cul

H

Com nome científico de Caesalpinia echinata, o Pau-Brasil foi declarado árvore símbolo da nação brasileira, e tem seu dia oficial comemorado no dia 3 de maio. Árvore belíssima, nobre e preciosa, ela é a melhor metáfora da história do nosso país: também ele imenso, rico, generoso... e desde sempre espoliado até à beira da extinção

POR LUIS PELLEGRINI

tural desse primeiro ciclo da economia brasileira. Seus autores, capitaneados pelo jornalista-historiador Eduardo Bueno, apresentam a árvore que deu nome ao país como uma metáfora da nossa difícil realidade passada e presen-te, bem como das incertezas do nosso futuro.

Começam por explicar que o nome Brasil não deriva da palavra portuguesa “brasa” ou “braseiro”, como outrora os professores ensinavam às crianças. Sua verdadeira origem

é o termo celta brésil, que significa “verme-lho”. Os franceses da Normandia - que logo após o Descobrimento se tornaram os pri-meiros traficantes de pau-brasil para a Eu-ropa - batizaram com esse nome a preciosa madeira rubra que aqui vinham buscar. A palavra brésil difundiu-se a tal ponto que, segundo o historiador João Ribeiro (1860-1944), “Brasil” na verdade é um galicismo: o primeiro galicismo da língua ‘brasileira”.

Escrito por oito autores nacionais e estran-geiros - Ana Roquero, Fernando Lourenço Fernandes, Gwilym P. Lewis, Haroldo Ca-valcante de Lima, Jean-Marc Montaige, Max Justo Guedes, Nivaldo Manzano, além de Eduardo Bueno, “Pau-Brasil” apresenta rica iconografia, obtida na famosa biblioteca de José Mindlin.

No capítulo “Pau-Brasil: uma biografia”, os botânicos Ha-roldo Cavalcante de Lima, do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, e Gwilym P. Lewis, do Royal Botanic Gardens, de Londres, escrevem uma espécie de “árvore-genealógica” do pau-brasil. Ela nos remete às origens do processo que recobriu de florestas um planeta antes desnudo. Traçam, a seguir, uma história da floresta brasileira, onde explicam que o pau-brasil praticamente não tem parentes: trata-se de uma “espécie relictual”, ou seja, uma espécie “deixada para trás”.

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No centro da foto, um belo exemplar de pau-brasil no Jardim Botânico de São Paulo

Faltam informações precisas

Haroldo também assina o capítulo “Raízes do fu-turo”, epílogo do livro, onde traça as estratégias para a preservação da espécie e lança um apelo vigoroso às autoridades e a todos os brasileiros interessados não apenas no pau-brasil, mas em preservação ambiental, equilíbrio ecológico e desenvolvimento sustentável. Ele explica que os dados sobre a distribuição geográfica do pau--brasil, por exemplo, continuam espantosamente incompletos: “Em pleno século 21, simplesmente não existem informações precisas sobre a distri-buição da espécie nem estimativas do tamanho das populações ou da área total de florestas com pau-brasil.” Haroldo enumera e localiza as reser-vas restantes dessa madeira e dos esforços que estão sendo desenvolvidos, principalmente em reservas localizadas no Nordeste, para aumentar as populações dessa árvore através de técnicas de reflores-tamento. Por último, aborda uma curiosidade: com a ma-deira do pau-brasil são confeccionados os melhores arcos de violino do mundo, o que, devido à raridade dos exem-plares remanescentes, por si só constitui grave ameaça de extinção da espécie.

O botânico carioca Fernando Lourenço Fernandes escre-veu dois capítulos do livro. No primeiro deles, “O enigma do pau-brasil”, ele desenvolve uma abordagem surpre-endente. Afirma que os portugueses certamente não po-deriam ter descoberto o “pau-de-tinta” no emaranhado da Mata Atlântica com aquela rapidez que lhes permitiu,

menos de cinco anos após o descobrimento oficial do Bra-sil, já estarem enviando para a Europa 1.200 toneladas da madeira por ano, como revelam documentos da época. As pesquisas de Fernando apontam para uma tese que a cada dia ganha mais adeptos: o pré-descobrimento do Brasil. Ou seja, o estudo do chamado “ciclo do pau-brasil” forta-lece a tese de que os portugueses estiveram no Brasil antes de Cabral.

No capítulo seguinte, “A feitoria da Ilha do Gato”, Fer-nando Fernandes procura a localização exata da primeira feitoria de pau-brasil instalada no litoral brasileiro. Mes-clando argumentos geológicos, etnológicos, arqueológicos, iconográficos, hidrográficos e históricos, ele revela que a

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Capa do livro 'Pau-Brasil', da Editora Axis Mundi

primeira feitoria portuguesa no Brasil ficava na Ilha do Gato (hoje Ilha do Governador), em meio à Baía de Gua-nabara. Este seria, segundo o autor, o verdadeiro lugar de nascimento da nação brasileira.

Uma viagem colorida

O almirante Max Justo Guedes é uma das maiores autori-dades nacionais em cartografia, história e viagens explo-ratórias ao Brasil no século 16. É dele o capítulo “La terre du Brésil: contrabando e conquista”. Guedes examina as questões semânticas relativas ao nome Brasil e a miríade de implicações que o tráfico dessa madeira acarretou.

A espanhola Ana Roquero, especialista em tinturaria e moda dos séculos 16 e 17, nos convida em seu capítulo “Moda e tecnologia” a embarcar numa viagem realmente colorida. Trata-se, na verdade, de uma jornada em dire-ção ao poder e ao significado da cor vermelha. O trajeto se inicia na mística púrpura dos fenícios e passa pelo “brasil asiático” de Marco Polo, antes de podermos vislumbrar o papel desempenhado pelo pau-brasil no mundo da moda, das finanças e da indústria têxtil européias. Suas explica-ções permitem entender por que o pau-de-tinta moveu tantas fortunas e tantos interesses.

O capítulo “A madeira e as moedas”, do jornalista Nivaldo Manzano, aborda sobretudo as questões econômicas re-lativas ao ciclo do pau-brasil. Sua análise demonstra que temas como monopólio, privatização, tributação excessiva, contrabando, pirataria, espionagem industrial, globaliza-ção, ineficiência, corrupção, reserva de mercado, concor-rência desleal e dívida externa - tão presentes na realidade

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Detalhe do mapa 'Terra Brasilis' (Atlas Miller, 1519), atualmente na Biblioteca Nacional da França

de hoje de nossa nação - têm sua origem num passado muito mais remoto. Surgiram e se desenvolveram a partir da própria descoberta do Brasil e da primeira espoliação nele cometida - a do pau-brasil.

Num livro sobre o pau-brasil não poderia faltar a partici-pação de um francês. Além do mais, de um francês da Nor-mandia, de todas as regiões francesas a que mais teve trato com o Brasil e com o tráfico de pau-brasil no primeiro sé-culo após a descoberta. Esse francês é Jean-Marc Mon-taigne, talvez o mais atilado e dedicado pesquisador das relações entre o Brasil e a Normandia naqueles tempos. As descobertas que ele fez e as conclusões a que chegou são surpreendentes e certamente darão origem a muita refle-xão. No capítulo que assina, “O índio ganha relevo”, Jean--Marc confirma aquilo que os historiadores brasileiros já sabiam: as relações que os franceses estabeleceram com as civilizações indígenas do litoral brasileiro foram, em geral, bastante cordiais e amistosas. Ao contrário dos portugue-ses, que vinham para conquistar terras e nelas se estabele-cer, os franceses da Normandia queriam apenas fazer bom comércio. Davam aos índios produtos como facas, anzóis, roupas - e principalmente contas de vidro e bonés enfei-tados com penas de galo - e recebiam deles toneladas de pau-brasil com as quais enchiam os porões de seus navios e as levavam para a Europa. O trato era tão cordial que foram produzidos inclusive “dicionários” normando-tupi--guaranis, contendo principalmente fórmulas de cortesia. Jean-Marc descobriu vários originais desses glossários, algumas páginas dos quais são reproduzidas no livro Pau--Brasil.

Influência da cultura indígena

O tráfico dessa madeira, como conta Jean-Marc, deu ori-gem a imensas fortunas na Normandia. Até aquela época, a cor vermelha era privilégio dos reis franceses. Os pig-mentos que permitiam tingir de vermelho os tecidos eram caríssimos, inacessíveis à população. Com a chegada do pau-brasil tudo mudou. Qualquer dona-de-casa podia produzir em seu fogão doméstico as tintas para tingir seus tecidos com infinitas graduações de cores rubras. O pau--brasil permitiu que alguns armadores normandos, como

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Os melhores arcos para instrumentos de corda são feitos de pau-brasil

foi o caso de Jean Ango, por exemplo, acumulassem poder e fortuna superiores às do próprio rei.

Ao mesmo tempo - e nisso está a originalidade do trabalho de Jean-Marc Montaigne -, o contato com as culturas indí-genas produziu insuspeitadas e fortes influências na men-talidade francesa e depois na da Europa como um todo. Influências não apenas restritas à moda, como foi o caso do uso de penas e plumas nos chapéus - obviamente ins-pirado pelos cocares e adornos indígenas -, que se tornou moda avassaladora tanto para as mulheres quanto para os homens.

Essas influências tiveram reflexos importantes na própria mentalidade e maneira de ser dos europeus. Jean-Marc observa que, naqueles tempos, o único modelo de organi-zação social e de poder conhecido era o regime absolutista. O rei tinha direito quase de vida e morte sobre seus súdi-tos, e pouquíssimos eram os que ousavam sequer imagi-nar uma situação diferente. Pois bem: muitos milhares de franceses vieram ao Brasil por causa do tráfico, marinhei-ros, oficiais, militares, comerciantes, gente da nobreza. No contato com nossos índios, eles se deparavam com uma organização social e com uma postura de vida completa-mente diferente, infinitamente mais livre e feliz. Os índios andavam nus, o governo não era exercido de forma abso-lutista por um único indivíduo, mas sim repartido entre o cacique, o pajé e um conselho de velhos sábios da tribo; e a relação entre homens e mulheres era muito mais igua-litária do que na Europa. Ao voltar para casa, nas ruas e praças, nas tavernas, nas casernas, na própria corte, eles contavam o que tinham visto. Para resumir: segundo Je-an-Marc, tudo isso exerceu enorme influência, inclusive

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Tingindo tecidos com corante de pau-brasil

na formação dos vários movimentos humanistas que co-meçaram a pipocar na Europa desde então.Reflexos materiais dessas influências podem ser vistos até hoje em vários monumentos arquitetônicos normandos, casas, palácios, igrejas, decorados com relevos em pe-dra ou madeira onde podem ser vistos, esculpidos, índios brasileiros nas mais diversas situações. Fotos tiradas nas cidades de Rouen, Honfleur, Saint Valery e Dieppe, entre

outras, são reproduzidas no livro Pau-Brasil e dão uma idéia da dimensão que o contato entre normandos e índios brasileiros assumiu naquela época. Várias famílias indíge-nas foram inclusive levadas nos navios para a Normandia. A maioria nunca mais voltou. Alguns índios e índias aca-baram se casando com brancos normandos, produzindo descendentes que até hoje moram lá. Em Rouen e Dieppe, no verão, costumava-se organizar festas “brasileiras”, uma espécie de carnaval alegre em que boa parte da população se vestia de “índio” e saía pelas ruas a dançar. O pau-brasil foi motor de tudo isso.

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A ilustração, feita com tinturas de pau-brasil, mostra a grande variedade de tons obtidos a partir dos corantes dessa madeira

Antigo exemplar de pau-brasil no Jardim Botânico do Rio de Janeiro

a imagem de uma riqueza que sempre foi nossa e nunca pôde ser nossa”, comentam os autores. Eles concluem: “Eis aqui a atualidade da metáfora: já quase desde o pri-meiro dia da aventura colonial até a derrubada do último pé ‘protegido’ pelo monopólio, foi-nos negada a experiên-cia cultural do pau-brasil. Negada como espécie botânica incorporada ao nosso mobiliário e às nossas construções; como tintura ligada às nossas cores, às nossas roupas e à nossa indústria têxtil; como espécie relacionada à agrono-mia, à silvicultura ou à própria paisagem. O pau-brasil é, assim, a metáfora mais bem acabada, mais perfeita e mais pertinente dos recursos naturais do Brasil: o símbolo bo-tânico da usurpação da nossa cidadania e da nossa própria omissão ao longo do processo. O pau-brasil é a metáfora vegetal do Brasil que poderia ter sido, que deveria ter sido, e que ainda não é. Até quando não o será?”

Interessados em mais informações ou para adquirir o livro “Pau-Brasil” podem se dirigir a: http://www.axismundie-ditora.com.br/produto/pau-brasil--eduardo-bueno-13

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Flor do pau-brasil

Uma espécie sequestrada

No epílogo de Pau-Brasil, no capítulo intitulado “Raízes do futuro”, Eduardo Bueno e Haroldo Cavalcante Lima desenvolvem de modo ainda mais brilhante o significado do pau-brasil como metáfora de nossa nação. Não apenas uma metáfora econômica, mas também como um símbolo da própria identidade política, cultural e social do Brasil.

“Praticamente em nenhum instante da história do país (colônia, império e república) os brasileiros puderam ter acesso ao pau-brasil para uso prático, estudos botânicos ou desfrute estético. Trata-se de uma espécie que, de cer-to modo, foi ‘sequestrada’ do convívio com o povo. Ela é

OÁSIS . CULTURA

Plantando uma muda de pau-brasil

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O LADO SAUDÁVEL DO MATRIMÔNIO

Casados permanecem mais felizes

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uito já se falou sobre a falência do casamento. Não faltam exemplos, mundo afora, de maridos e mulhe-res brigando como gato e rato, alguns até chegando a

extremos. Mas se casar pode ser ruim, não casar pode ser pior, afirma um estudo nor-te-americano publicado no Journal of Re-search in Personality.

Pesquisadores da Universidade Estadual de Michigan liderados por Stevie Yap de-bruçaram-se sobre um levantamento rea-lizado na Grã-Bretanha nas duas últimas décadas, baseado em entrevistas anuais com mais de 10 mil adultos sobre quão satisfeitos ou insatisfeitos eles estavam com suas vidas. A equipe de Yap identi-ficou quatro subgrupos de matrimônios relacionados a eventos existenciais im-portantes: pessoas que haviam se casado pela primeira vez; pessoas que tiveram seu primeiro filho; cônjuges que enviu-varam; e casais que sofreram demissões durante os anos do estudo. Cada membro desses subgrupos foi comparado a indiví-duos com características demográficas si-milares que não haviam vivenciado esses acontecimentos.

O objetivo era verificar se características pessoais, tais como afabilidade ou extro-versão, ajudam as pessoas a lidar com eventos significativos, como pesquisas anteriores sugeriam. A resposta, no caso, foi negativa: não foram encontradas evi-dências consistentes que justificassem a suposição. Mas as informações colhidas no levantamento revelaram um ângulo pouco conhecido do casamento.

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Casar-se significa uma defesa contra o declínio natural de satisfação com a vida, afirmam pesquisadores norte-americanos. Apesar de todas as crises do casamento contemporâneo, nem o nascimento de um filho gera um efeito benéfico parecido

POR EDUARDO ARAIA

Entre os 20 e os 39: os anos menos felizes

As pessoas que se casaram pela primeira vez e se mantiveram nesse estado civil declararam sentir-se mais felizes na época de seu matrimônio. Com o pas-sar dos anos, sua satisfação com a vida caiu a níveis próximos às circunstâncias pré-matrimoniais. A pes-quisa não contém evidências de que os que se casa-ram eram mais ou menos felizes do que os solteiros situados na mesma faixa etária, mas revela que es-tes últimos exibiram recuos na felicidade bem mais acentuados no longo prazo. O matrimônio aparente-mente mantém o nível de satisfação dos casais mais estável.

Yap observa que, em pesquisas anteriores, pessoas entre os 20 e os 39 anos aparecem como as menos fe-lizes entre todas as outras décadas de vida, e poucas

vivem relacionamentos de longo prazo. A partir dos resultados obtidos por sua equipe, ele conclui que relações duradouras, como um casamento, preser-vam as pessoas contra o desgaste natural do nível de felicidade. “O casamento não torna você mais feliz do que estava antes de se casar. Mas parece proteger contra o declínio da felicidade que teria ocorrido se você não houvesse se casado”, afirma.

Os níveis de felicidade de pessoas que tiveram seu primeiro filho subiam com esse evento, caindo de-pois para um patamar semelhante ao que antecedia o nascimento. Foi o subgrupo que mais se aproxi-mou dos casados pela primeira vez. No entanto, se-gundo Yap, a vinda do primeiro filho não preserva a felicidade tal como o casamento, embora os dois eventos figurem entre os mais positivos da vida.

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Os integrantes dos subgrupos que enfrentaram a morte do cônjuge ou a perda do emprego apresen-taram um declínio de longo prazo no nível de satis-fação com a vida. Aparentemente, não conseguiram assimilar a mudança ocorrida e recompor suas vidas.

Já as pessoas que haviam enviuvado em idade média de 80 anos, relataram níveis de satisfação mais altos antes do falecimento do cônjuge do que outros par-ticipantes em relação ao seu evento existencial mar-cante, fosse o casamento, o nascimento do primeiro filho ou a demissão do emprego. A conclusão é clara: casamento e felicidade possuem um vínculo de longo prazo. “O estudo evidencia que, na média, o casa-mento é bom e faz bem”, afirma o pesquisador.

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CALDAS NOVAS E RIO QUENTEAs praias de águas vulcânicas do cerrado

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o centro-oeste do Brasil, a cerca de 170 km de Goiânia, a capital de Goiás, pulsam Cal-das Novas e Rio Quente, as vi-brantes cidades que ostentam o título de maior complexo de águas hidrotermais do plane-ta.

Distantes 27 km uma da outra, as duas cida-

des são famosas por suas piscinas e fontes de águas de propriedades terapêuticas, que bro-tam do chão e atingem elevadas temperaturas.

Por abrigar incontáveis belezas naturais, essa grande “praia” do coração do Brasil é também um paraíso para os apaixonados pelo ecoturis-mo, propiciando desde caminhadas e passeios de bike até atividades mais radicais, sem dei-xar de lado a velha e boa pescaria.

Para quem gosta de se aventurar na água e também para quem quer fugir um pouco das de elevada temperatura da região, o Lago Co-rumbá é feito sob medida. Nele, é possível pra-ticar esportes náuticos e visitar lindas cachoei-ras – em algumas é possível tomar um gostoso banho.

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Em pleno Planalto Central, Caldas Novas e Rio Quente abrigam o maior complexo de águas termais do planeta. Com paradisíacas “praias” de areias brancas, as duas cidades goianas são um paraíso para quem quer se aventurar em águas translúcidas e naturalmente quentinhas

POR: FABÍOLA MUSARRA

Resort em Caldas Novas

Tanto Caldas Novas como Rio Quente são circundadas pela exuberante vegetação da Serra de Caldas, cenário perfeito para quem gosta de desvendar os encantos da região em trilhas a pé, a cavalo, em bike ou moto.

A natureza de ostensiva – e muitas vezes intacta – beleza tinge as florestas, as savanas e os campos das duas cidades localizadas no cerrado, um ecossistema que sozinho repre-senta 5% da fauna e da flora mundiais e 23% do território brasileiro.

Vulcão extinto – Apesar de serem palco de tantas atividades

ecoturísticas, Caldas Novas e Rio Quente têm mesmo como ponto alto as diversas fontes de águas quentes, originadas por um vulcão extin-to há cerca de 600 milhões de anos e somente descobertas em 1722, pelo sertanista Barto-lomeu Bueno da Silva, filho do bandeirante Anhanguera.

São inúmeras as atividades voltadas às pisci-nas naturais formadas por essas fontes termais com maior vazão no mundo. A maioria das atrações está concentrada nos parques aquáti-cos da região.

Se você pretende conhecer os de Caldas Novas e se hospedar por lá, saiba que a cidade conta com ampla oferta de hotéis, pousadas e resorts – só o grupo diRoma, proprietário do Acqua Park, possui nove empreendimentos hoteleiros espalhados pelo município e arredores. Todos

são “banhados” pelas águas quentinhas e termais da região.

No bairro da Esplanada, a 6 km do centro de Caldas Novas, você também encontra opções de hospedagem. Caso do Serra Park, do Veredas do Rio Quente e do Holiday House, só para citar algumas.

Já se a sua intenção é se hospedar em Rio Quente, pode se instalar em um dos oito hotéis do Rio Quente Resorts, onde o traslado e o acesso para seus dois parques aquáticos de águas quentes – o das Fontes e o Hot Park – são ilimitados e gratuitos para hóspedes.

Recanto à beira do Rio Quente, em Goiás

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Frutos do cerrado – Independentemen-te de sua opção, em Caldas Novas, você encontrará mais agito, podendo fazer compras nas lojas locais, curtir as baladas noturnas e o som ao vivo de seus barzinhos, quase sempre embalados por música sertaneja.

A cidade também possui diversos restau-rantes, incluindo cantinas italianas, onde você pode saborear desde massas e a boa comida caseira até pratos típicos da gas-tronomia regional, como o peixe na telha e os preparados com frutos do cerrado, como o pequi. Os preços, na maioria das vezes, são bem acessíveis.

Se em sua viagem você decidir dar uma esticada até Rio Quente para desfrutar de seus parques aquáticos e está sem carro, pode tomar oô-nibus da Viação Paraúna. Com saídas regulares do centro de Caldas Novas, ele faz o trajeto entre a cidade e o município de Rio Quente (até o Hot Park).

No sentido inverso, se você estiver hospedado no Rio Quen-te Resorts ou em um dos hotéis e flats de seu entorno, tam-bém pode embarcar no mesmo ônibus, aproveitando para passear em Caldas Novas.

O rio e a cidade – Ocupando pouco mais de 250 quilômetros quadrados e com menos de cinco mil habitantes, Rio Quen-te não é mais só frequentado pela terceira idade, como acon-

tecia até poucos anos. Ao contrário, hoje recebe mais de 1,3 milhão de visitantes por ano. São turistas de todas as ida-des, vindos de diferentes cidades brasileiras e do Exterior.

Emancipado de Caldas Novas em 1988, o município foi batizado com o mesmo nome do maior rio de águas quentes do planeta, que corta a cidade e tem 12 km de extensão. A nascente do Rio Quente fica no Parque das Fontes, a 630 m acima do mar.

Propriedade do Rio Quente Resorts, esse parque disponibi-liza aos hóspedes oito piscinas de águas quentes e limpi

Um dos hotéis do Grupo diRoma

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nhas que se renovam a cada 20 minutos, duchas termais, bares aquáticos e espaços para descansar que funcionam 24 horas.

Também é o Rio Quente que forma o lago até o Hot Park, a maior atração do município. Eleito pelo Trip Advisor como um dos dez melhores parques aquáticos do mundo, o Hot Park é aberto diariamente para os visitantes, que têm de pagar uma taxa para entrar.

Areia branquinha – Com mais de 20 atrações reunidas em 55 mil metros quadrados, o Hot Park oferece diversão para todos os gostos, desde as radicais até as mais relaxantes,

como a hidromassagem em banheiras de água quente e o Lazy River (um rio artificial de 238 m que é percorrido em boia), além da belíssi-ma Praia do Cerrado.

Sim, é isso mesmo! Em pleno Planalto Central você pode curtir uma paradisíaca praia artifi-cial de águas quentes. Cercada pela estonte-ante beleza da Serra de Caldas, essa praia com ondas tem areia fina e branquinha, originada do processo de exploração de resíduo de cris-tais extraídos na região de Cristalina, cidade goiana situada a 280 km de distância.

Em contrapartida, se você está em busca de emoção e adrenalina, seu endereço é o Half Pipe, inspirado nas pistas de skate e em forma-to de “U” para deslizar em boia, e o Xpirado,

um toboágua de 32 m de altura e 142 m de comprimento.

Antes de entrar e deslizar por ele até atingir a velocidade média de 8,3 metros por segundo, você passa por uma ci-dade fantasma e assiste a um pequeno e desafiador show. Coragem, você consegue!

Algumas atrações do Hot Park são cobradas à parte. Caso das tirolesas, do rapel, do arvorismo, do mergulho ecológico e do Bird Land. Com mais de 200 espécies de aves, entre corujas, flamingos, araras, tucanos e outras, este último possibilita a interação pacífica do visitante com seus “mora-dores”. Se você tem filhos, não deixe de levá-los até o vivei-ro. Eles vão se encantar!

Motos em Caldas Novas

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Mais voos – Impossível desfrutar de todas as atrações do Hot Park em um único dia – é preciso ter mais tempo para fazer isso. Daí, a importância de planejar bem a sua viagem, garantindo preços mais convidati-vos.

Algumas empresas turísticas, como a CVC, oferecem pacotes e voos fretados para o circuito das águas quentes. Já o Rio Quente Resorts tem uma operadora oficial: a Vale-tur.

Em parceria com a TAM, a operadora em 2014 fez mais de 450 fretamentos com sa-ídas de São Paulo aos domingos e às quin-tas-feiras.

Este ano, as frequências e as parcerias foram ampliadas. Ao todo agora são 17 voos diretos e fretados rumo ao Aeroporto Nelson Ribeiro Guimarães, em Caldas Novas, partindo do Rio de Janeiro (RJ) com a TAM, e de Belo Horizonte (MG) e Porto Alegre (RS) com a Azul. Ainda em caráter experimen-tal, as novas frequências estarão disponíveis até julho.

On the road – Se você faz parte do clube que gosta viajar sem estar preso a pacotes, o aeroporto mais próximo é o de Caldas Novas, que até recentemente só recebia voos freta-dos e agora recebe duas linhas regulares de voos. Os opera-dos pela Azul saem de Campinas (SP), passam por Goiânia e aterrissam em Caldas Novas, num trajeto com duração de 2h40.

Você também pode desembarcar nos aeroportos de Goiânia e de Brasília (DF), alugar um carro e colocar os pés na estra-da. De modo geral, a malha viária apresenta boas condições de tráfego e, em diversos trechos, paisagens memoráveis.

O clima agradável que impera em Goiás possibilita que Cal-das Novas e Rio Quente sejam visitadas o ano todo, sobre-tudo pelas famílias. Por isso, os meses de férias escolares são sempre os mais concorridos e caros.

Considere isso quando for programar a sua viagem. Depois, arrume as malas, embarque na aventura e aproveite muito os dias mágicos e de puro encantamento que passará por lá.

Vista aérea de Caldas Novas aérea

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Casamento homoafetivo a bordo dos navios Norwegian Pessoas do mesmo sexo já podem se casar legalmente a bor-do dos novos navios da Norwegian Cruise Line. Para isso, é necessário que estejam ligadas a destinos onde essas uniões são reconhecidas por lei, como as norte-americanas cidades de Boston, Havaí, Los Angeles, Nova York, Seattle, Tampa, Miami, Porto Canaveral e da charmosa Vancouver, no Canadá.

Por enquanto, os casais homoafetivos podem se casar a bor-

do dos navios Norwegian Breakaway e No-rwegian Getaway, optando entre um dos dois tipos de cerimônias oferecidas: a “Harborside Ceremony”, na qual o casamento acontece a bordo enquanto o navio está ancorado, e a “Destination Ceremony”, realizada na costa de alguns portos de escala.

Os pacotes incluem um oficiante local ou ofi-cial de navio para a realização da cerimônia, um coordenador do casamento, um local pri-vado para a cerimônia, certidão de casamento e música, além de uma garrafa de vinho espu-mante e bolo de casamento.

A partir de novembro, quando será inaugura-do, o Norwegian Escape também disponibi-lizará o serviço. Informações: tels. (11) 3253-

7203 e (21) 3553-7646.

Norwegian Spirit, navio de cruzeiro

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MSC Cruzeiros tem promoção tentadoraA MSC Cruzeiros está com uma promo-ção tentadora que oferece até 60% de desconto nas tarifas de seus cruzeiros na-cionais e internacionais, dólar congelado em R$ 2,89 e parcelamento em até dez vezes sem juros. As promoções estão dis-poníveis para compras na MSC, no site www.msccruzeiros.com.br e em agências de viagem.

Cinque Terre, na Riviera Ligure italiana, a bordo dos cruzeiros MSC

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Aproveite a baixa temporadaSe você é daqueles que detesta multidões e, por isso, prefere viajar na baixa temporada, saiba que a CVC está com paco-tes com preços atrativos para passagens e hospedagem em diversas cidades brasileiras e do Exterior, válidos em uma promoção que termina em junho.

Santiago, no Chile, é uma dessas cidades. Brindada pela belíssima paisagem da Cordilheira dos Andes, a capital chi-lena abriga incontáveis atrativos, como uma das casas onde

viveu o escritor e poeta Pablo Neruda, o Cerro San Cristóbal, a Praça das Armas e a sede do governo (Palácio da Moeda), entre outras. Na CVC, o pacote para Santiago de três noites, com hospedagem e passagens aéreas de ida e volta está saindo por a partir de R$ 2.545,30, valor que pode ser parcelado em dez vezes sem juros. Informações podem ser obtidas nas lojas CVC e agências multimarcas. Ou ain-da, no site www.cvc.com.br e no telefone (11) 3003-9282.

Fachada da Catedral de Santiago do Chile

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Museu do Louvre terá bilhete únicoMaior e mais visitado do mundo, o Mu-seu do Louvre, em Paris, na França, vai passar a cobrar 15 euros pelo bilhete único de ingresso. O novo preço entrará em vigor a partir de 1º de julho, possibili-tando o acesso do visitante às exposições e coleções permanentes do museu. Hoje, o bilhete duplo custa 16 euros, enquanto o ingresso para o acesso às exposições temporárias e às salas de exposição do acervo sai por 13 e 12 euros, respectiva-mente.

Também as entradas gratuitas de artistas e menores de 18 anos, hoje limitadas ao acervo permanente, serão expandidas e permitirão o acesso gratuito ao museu de jovens entre 18 e 25 anos, residentes na União Europeia. Informações sobre o acervo, exposições e preços: www.lou-vre.fr

Museu do Louvre, em Paris

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Passaporte dá acesso gratuito a museus do RioE se você gosta mesmo e costuma frequentar museus, essa dica também é o seu número: como parte das comemora-ções do aniversário de 450 anos da cidade Rio do Janeiro, a prefeitura carioca e o Instituto Brasileiro de Museus lança-ram o Passaporte dos Museus Cariocas.

O passaporte possibilita o acesso gratuito a 43 museus e centros culturais do Rio, além do Museu Imperial (Petrópo-lis) e da Casa da Hera (Vassouras). Com “prazo de validade” até o último dia de 2015, o passaporte pode ser retirado nos seguintes museus: de Arte do Rio, Nacional de Belas Artes,

da República, Imperial, Aeroespacial e, ainda, no Centro Cultural Banco do Brasil.

Contendo a relação completa das instituições participantes, seus endereços e horários de funcionamento, o passaporte indica ainda os dias da semana que elas podem ser visitadas gratuitamente.

Fachada do Museu Imperial de Petropólis

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Campo de golfe é atração de resort em Foz do Iguaçu O Wish Resort Golf & Convention (www.wishgolfresort.com.br), um empreen-dimento da rede GIP Hotels & Resorts situado em Foz do Iguaçu (PR), acaba de repaginar seu antigo campo de golfe. Rebatizado com o nome Iguassu Falls Golf Club em homenagem às Cataratas, o campo foi ampliado e agora ocupa uma área de 80 hectares coberta por grama bermuda, onde estão espalhados 18 bu-racos e bancas estratégicas para dificul-tar as competições, desafiando os golfis-tas.

Com projeto assinado pelo experiente arquiteto norte-americano Erik Larsen, o novo campo coloca o hotel no circuito dos principais campeonatos oficiais do esporte no Brasil.

O campo está preparado para receber diferentes tipos de eventos e de jogadores, dos iniciantes aos profissionais. Também oferece aluguel de tacos e de sapatos de golfe e aulas com profissionais, além de abrigar um bar de campo. Informações no link www.wishgolfresort.com.br/gastrono-mia-e-lazer/golfe.htm

Cataratas de Iguaçu

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Recife virtualA Secretaria de Turismo do Recife acaba de colocar no ar o Portal do Turismo. O site, com versões em português e in-glês, traz informações sobre a linda cidade pernambucana, suas principais atrações turísticas, sugestões de passeios e roteiros de eventos, além de endereços de restaurantes e de hospedagem, clima, temperatura e notícias. Anote: www.turismonorecife.com.br

O Ground Zero, coração de Recife, Pernambuco

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San Francisco ganha site em português No Hemisfério Norte, a San Francisco Travel Association também acaba de lançar a primeira versão em português de seu portal: o www.sanfrancisco.travel/pt. Ao acessar o site, o internauta encontra uma agenda de eventos da cidade norte-americana e uma relação de seus atrativos turísticos e dos existentes em seus arredores, além de dicas de passeios e compras e de sugestões de hotéis e restaurantes, entre ou-tras informações.

Entardecer em San Francisco

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Costa do Sauípe assume Central de VendasA Costa do Sauípe passa a comandar a sua Central de Ven-das, um serviço até agora prestado por uma empresa tercei-rizada. A nova central funciona de segunda a sexta-feira, das 8 h às 20 h, e aos sábados, das 8 h às 12h.

Também atende pelos telefones (11) 2711-4549 e (71) 2104-7020 e pelo e-mail: [email protected]

O resort Costa do Sauípe

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(*) Correspondência para esta seção: https://fabiolamusarra.wordpress.com/

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ENS

INOUM JARDIM DA INFÂNCIA

DE VERDADE O melhor lugar para crianças que você já conheceu

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akaharu Tezuka e sua esposa Yui gostam de se definir bio-arquitetos. Juntos, eles criam espaços pessoais imaginativos e versáteis. São escolas em meio a árvores, parques re-creativos feitos com madeiras entrelaçadas, hospitais ale-

gres cheios de zonas com muita luz e espaços abertos. O jardim da infância e outros projetos

T

Conheça o jardim da infância mais atraente do mundo, em Tóquio, projetado pelo arquiteto Takaharu Tezuka. Nesta encantadora palestra, passeamos com ele por um projeto que realmente permite que as crianças sejam crianças

VÍDEO: TED – IDEAS WORTH SPREADING TRADUÇÃO: CLAUDIA BOALREVISÃO: NADJA NATHAN

do casal apresentados no vídeo são exemplos claros de uma arquitetura que se preocupa sobretudo com a arte de viver bem.

O bioarquiteto Takaharu Tezuka

Vídeo da palestra de Takaharu Tezuka no TED/Quioto, Japão

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Tradução integral da palestra de Takaharu Tezuka no TED/Quioto, Japão

Este é um jardim da infância que projetamos em 2007. Projetamos este jardim da infância para ser um círculo. É um tipo de circulação infinita em cima do telhado. Se você tem filhos, sabe que as crian-ças adoram se mover em círculos. O telhado é assim.

Por que fizemos este projeto? O diretor deste jardim da infância disse: “Não, eu não quero um guarda-corpo.” Eu disse: “Isso é im-possível!” Mas ele insistiu: “E se colocarmos uma rede na beirada do telhado de modo que segure as crianças que caírem?” Eu disse: “É impossível.” E, de fato, as autoridades disseram: “Você tem que colocar um guarda-corpo.” Mas podíamos usar esta ideia ao redor das árvores. Três árvores atravessam o telhado. E tivemos permis-são para chamar esta rede de guarda-corpo. Claro que redes têm a ver com crianças. Elas se jogam nas redes. E mais crianças se jo-gam, e mais, mais. Às vezes, são 40 crianças ao redor de uma árvo-

re. O menino no galho está comendo a árvore de tanto que a adora. Quando há algum evento, elas se sentam na beirada. É muito bonito visto de baixo! Macacos no zoológico. Hora de comer!

Fizemos o telhado o mais baixo possível, pois queríamos ver as crianças em cima dele e não apenas embaixo. Se o telhado é muito alto, vemos apenas o teto. Este é o local de lavar as pernas. Há muitos tipos de torneiras. As que têm canos flexí-veis, caso alguém queira jogar água nos amigos, a ducha e a da frente, que é normal. Mas, se vocês olharem bem, o meni-no não está lavando as botas, ele está enchendo-as de água. Este jardim da infância é totalmente aberto, na maior parte do ano. Não há divisão entre o interior e o exterior. Isto signi-fica, basicamente, que esta edificação é um telhado. Também não existe separação entre as salas de aula. Portanto, não há proteção acústica alguma. Quando se coloca muitas crianças em uma caixa silenciosa, algumas delas ficam realmente ner-vosas. Mas neste jardim da infância, não há motivo para fica-rem nervosas. Não existem divisões.

O diretor diz que se o menino no canto não quer ficar na sala, deixamos que saia. Ele acabará voltando, pois o projeto é circular, dá a volta. A questão é que, em momentos como este, as crianças geralmente tentam se esconder em algum lugar. Aqui, elas apenas saem e voltam. É um processo natu-ral. E, em segundo lugar, consideramos o barulho muito im-portante. Vocês sabem que as crianças dormem melhor com barulho. Elas não dormem em ambientes silenciosos. Neste jardim da infância, as crianças demonstram uma concentra-ção surpreendente na sala de aula. Vocês sabem que a nossa espécie se desenvolveu em selvas barulhentas. Elas precisam de barulho. E vocês sabem que conseguem conversar com os

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Tradução integral da palestra de Takaharu Tezuka no TED/Quioto, Japão

amigos em um bar barulhento. Não é preciso ficar em silêncio. Vocês sabem que, ultimamente, tentamos manter tudo sob contro-le. É completamente aberta.

Vocês devem saber que podemos esquiar a 20 graus negativos no inverno. No verão, vamos nadar. A areia chega a 50 graus. Além disso, vocês devem saber que são à prova d’água. Vocês nunca der-retem na chuva. Portanto, crianças devem ficar do lado de fora. É assim que devemos tratá-las. É assim que elas dividem as salas de aula. Elas deveriam ajudar os professores. Não ajudam. Eu não o coloquei ali dentro. Uma sala de aula. E uma pia. Elas conversam umas com as outras em volta da pia. E sempre existem árvores den-tro da sala de aula. Um macaco tentando pescar outro macaco do alto. Macacos.

Cada sala de aula tem, pelo menos, uma claraboia. E é por ali que o Papai Noel entra na época do Natal. Esta é uma construção ane-xa, próxima ao prédio oval do jardim da infância. A construção tem apenas cinco metros de altura e sete andares. E, claro, a altura do teto é bem baixa. Devemos prestar atenção à segurança. Então, co-locamos nossos filhos, filha e filho. Eles tentaram entrar. Ele bateu a cabeça. Mas ficou bem. A cabeça dele é bem dura. Ele é resiliente. É meu filho. Ele está vendo se é seguro saltar. Depois, colocamos outras crianças.

O congestionamento é terrível em Tóquio, como sabem. O moto-rista da frente precisa aprender a dirigir. Hoje em dia, as crianças precisam de uma pequena dose de perigo. E, neste tipo de situa-ção, elas aprendem a ajudar umas às outras. A sociedade é assim. Estamos perdendo esta oportunidade hoje em dia. Este desenho mostra o deslocamento de um menino das 9:10 às 9:30. A circun-ferência do prédio é de 183 metros. Portanto, não é nada peque-na. Este menino percorreu 6 mil metros durante a manhã. Mas a

surpresa ainda está por vir. As crianças, neste jardim da in-fância, percorrem 4 mil metros em média. Estas crianças têm as maiores habilidades atléticas dentre os muitos jardins da infância. O diretor diz: “Elas não são treinadas. Nós as deixa-mos soltas no telhado. Assim como ovelhas.” Elas correm o tempo todo. O que quero dizer é: não as controle, não as pro-teja demais, elas precisam cair de vez em quando. Elas pre-cisam se machucar um pouco. Isto faz com que aprendam a viver neste mundo. Penso que a arquitetura é capaz de mu-dar o mundo, e a vida das pessoas. Esta é uma das tentativas de mudar as vidas das crianças. Muito obrigado.

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