20ª edição do pirituba acontece

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Esta publicação é o resultado do projeto Click, um olhar curioso sobre o mundo, que promove oficinas de jornalismo comunitário em Pirituba. ABRIL 2013 | 20ª EDIÇÃO | www.clickumolhar.com Parceiros Realização HISTÓRIA: PQ. JARDIM FELICIDADE Terminais de ônibus oferecem lanches e guloseimas que cabem em todos os bolsos, mas o que será que essa comida faz com a sua saúde? | pág 04 ARTES GRÁFICAS Tels.: (11) 3903-1409 / 3902-4662 [email protected] Pirituba Acontece inicia sé- rie de reportagens sobre par- ques no bairro. Na primeira matéria, conheça a história do Jardim Felicidade | pág 03 Julia Reis 30 anos de Sesc SEGURANÇA “A empresa é muito preocupada com a educação musical”, diz dono da maior indústria do setor na América Latina, sediada aqui no bairro | pág 04 ALIMENTAÇÃO FÁBRICA DE PIANOS Comerciantes do Jd. Cidade Pirituba sofrem com assaltos nas redondezas da EMEF Imperatriz Leopoldina e reivindi- cam mais fiscalização no local | pág 06

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Versão Online do jornal Pirituba Acontece

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Page 1: 20ª Edição do Pirituba Acontece

Esta publicação é o resultado doprojeto Click, um olhar curioso sobre o

mundo, que promove oficinas dejornalismo comunitário em Pirituba.

ABRIL 2013 | 20ª EDIÇÃO | www.clickumolhar.com

Parceiros

Realização

HISTÓRIA: PQ. JARDIM FELICIDADE

Terminais de ônibus oferecem lanches e guloseimas que cabem em todos os bolsos, mas o que será que essa comida faz com a sua saúde? | pág 04

ARTES GRÁFICAS

Tels.: (11) 3903-1409 / [email protected]

Pirituba Acontece inicia sé-rie de reportagens sobre par-ques no bairro. Na primeira matéria, conheça a história do Jardim Felicidade | pág 03

Julia Reis

30 anos de Sesc

SEGURANÇA

“A empresa é muito preocupada com a educação musical”, diz dono da maior indústria do setor na América Latina, sediada aqui no bairro | pág 04

ALIMENTAÇÃO FÁBRICA DE PIANOS

Comerciantes do Jd. Cidade Pirituba sofrem com assaltos nas redondezas da EMEF Imperatriz Leopoldina e reivindi-cam mais fiscalização no local | pág 06

Page 2: 20ª Edição do Pirituba Acontece

PÁG 2 | Abril 2013 | 20ª Edição PIRITUBA ACONTECE | Fala, Click!

Fala, Click!Olá, leitores !Abril, o mês do Dia da mentira, já começou! E o Piri-tuba Acontece chega em sua 20° edição. Promovendo o acesso à cultura, zelando pelo bem-estar da comuni-dade, e, claro, fugindo das inverdades, e informando com credibilidade.

Nesta edição, conheça as mudanças e as possíveis melhorias que a nova lei, aprovada pelo Senado, ofere-cerá aos empregados domésticos. Confira também a en-trevista com o dono da maior fábrica de pianos da Amé-rica Latina, que está instalada em Pirituba há 56 anos.

O especial deste mês trata de um tema muito impor-tante: os sérios problemas de segurança que vem ocor-rendo no Jardim Cidade Pirituba. Conheça o panorama desta situação alarmante, e a reivindicação dos morado-res e comerciantes da região.

Para aqueles que amam um bom passeio, nossa equi-pe de reportagem visitou a exposição sobre os 30 anos do Sesc Pompeia, vale a pena dar uma olhada!

O Pirituba Acontece deste mês está imperdível! Es-peramos que você, amigo leitor, aproveite. Com carinho,

Ouvindo Vozes | A sua opiniãoaqui

Cena do filme A Morte do Demônio (2013)

O que você acha de nosso jornal? Queremos ouvir sua opinião! Mande dicas, críticas e elogios para [email protected].

facebook.com/piritubaacontece twitter.com/clickumolhar

Nicole Sales,estudante

Olá, Nicole! A Equipe Click agradece pelo vídeo (no link) e pelo carinho que tem pelo projeto.

Equipe Click

Olá, meu nome é Nicole, moro em Fortaleza, Ceará. E apesar de não conhecer o bairro, acho super baca-na o projeto de vocês. As poucas matérias que eu li e realmente gostei, por isso pretendo acompanhar de verdade as outras edições, porque eu sei que vale a pena. E achei super interes-sante. Os assuntos foram abordados de forma muito legal. Eu admiro demais a iniciativa de vocês.

CLICKERS: AdriAne ToscAno, André MuzeTTi, BeATriz XAvier, cAique resende Peruch, cris BiBiAno, dAyAne sAnTuci, edson cAldAs, evelyn KAzAn, igor dos sAnTos, João gAsPAroTTo, JuliA reis, Julio AugusTo, KA-rine FerreirA, lArA cAMilA, MArinA nAgAMini, olgA BAgATini, roBerTA cAroline, sAMuel PArMegiAni, ThAliTA XAvier, vAnessA cosciA, vicThor FABiAno, yAgo rudá. DIAGRAMAÇÃO: edson cAldAs, evelyn KAzAn, igor dos sAnTos, JuliA reis, ThAliTA XAvier e vAnessA cosciA. RESPON-SÁVEIS: edson cAldAs, evelyn KAzAn. TIRAGEM: 1.000 eXeMPlAres. disTriBuição grATuiTA.

COPIE E DISTRIBUE, MAS DÊ CREDITOS AO PIRITUBA ACONTECE.

http://goo.gl/S3nEl

Page 3: 20ª Edição do Pirituba Acontece

20ª Edição | Abril 2013 | PÁG 3PIRITUBA ACONTECE | Fala, Click!

Piritubando | Piritubando | PIRITUBA ACONTECE

Fique por dentroda região

Pq. Jardim Felicidade: um exemplo de cidadania

Karine Ferreira e Vanessa Coscia

O Parque Jardim Felicidade, localizado na Rua Laudelino Viei-ra de Campos, foi resultado de uma luta de 25 anos dos mora-dores locais junto à administração pública de São Paulo. Antes de se tornar um parque, o local era utilizado como lixão, servin-do de abrigo para animais e insetos que causavam doenças. Ha-via também um estacionamento da prefeitura que afundava por ter uma bica de água no local. Cansados de ver o espaço deste jeito e, às vezes, sendo até mesmo vítimas de doenças e animais peçonhentos dentro de casa, alguns moradores da região for-maram uma comissão, que junto com o Movimento Político Comunitário (MPC) lutaram para a apropriação do local em uma área de lazer. Antes disso, haviam feito também diversos abaixo-assinados que nunca eram atendidos.

De acordo com Wanderley Hidalgo, que também fez parte da comissão dos moradores, “surgiu um boato de que o local se transformaria em uma favela, pois havia um morador que se alojou dentro de um tubo grande de esgoto”. A partir daí, começaram reuniões dos moradores que se interessavam pela ocupação da área, mas ninguém tinha ideia do que poderia ser feito ali.

Até que um dia, moradores da região que formavam um grupo musical resolveram fazer um show com artistas locais naquele terreno baldio. Assim começou a ideia de fazer even-tos para chamar a atenção da população, procurando apoio. Foi

mandada uma petição para a Prefeitura de São Paulo e assim começou a batalha para o surgimento do parque, com várias sugestões de área verde, playground e quadras poliesportivas.

Na época em que a Prefeita Luíza Erundina foi eleita, ela deu apoio aos moradores interessados no projeto e, em 1990, o parque finalmente foi inaugurado. A festa de inauguração foi no dia 22 de setembro daquele ano, contando com a presença de Erundina e apresentação de alunos da escola Prof. Raul An-tonio Fragoso. Tendo início às 11h, o programa também contou com a apresentação de diversos grupos musicais da região.

Hoje, o Parque Jardim Felicidade possui uma área de 28.800 m² e conta com duas quadras poliesportivas, uma qua-dra de bocha e um lago, onde habitam diversos tipos de aves e árvores espalhadas por todas as partes. A área de recreação conta com vários tipos de brinquedos típicos de parques, como balanço e trepa-trepa. Mas, atualmente, o parque possui poucos brinquedos, o que leva alguns moradores do bairro questiona-rem o assunto. Segundo Wanderley, “há algum tempo atrás, o parque possuía muito mais brinquedos do que hoje e era mais frequentado pelos moradores, principalmente aos finais de semana. Mas, chegou uma época que os brinquedos ficaram frágeis, pois não eram reformados e aconteceu um pequeno aci-dente com uma criança em um deles, que fez com que a Prefei-tura tirasse-os por um tempo para a segurança de todos. Hoje, o parque possui pouquíssimos brinquedos, pois a Prefeitura não substituiu os que foram retirados”.

♣ PARQUES EM PIRITUBA ♣Todo o mês fala sobre um parque da região

Símbolo marca uma das entradas do Parque Jardim Felicidade, fundado em 22 de setembro de 1990 | Foto: Vanessa Coscia

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PÁG 4 | Abril 2013 | 20ª Edição PIRITUBA ACONTECE | Piritubando

Piano: paixão que passa por gerações“A música tem a capacidade de mudar a história de vida de uma pessoa”, diz sócio da fábrica

André Muzetti, Karine Ferreira e Vanessa Coscia

A indústria de pianos Fritz Dobbert foi fundada em 13 de maio de 1950, com uma proposta inicial do alemão Otto Halben, que havia trabalhado no ramo em seu país de origem. Ele encontrou os irmãos Celio e Thyrso Bottura, que não tiveram oportuni-dades para uma educação musical naquela época, mas tinham uma pai-xão pela música e apoiaram a ideia do amigo alemão de fundar uma fá-brica de pianos. Deixaram de lado seus negócios na área de importação de material fotográfico e fabricação de jóias para começarem a Indústria de Pianos Halben. Depois de seis anos, com a saída de Halben, os ir-mãos Bottura já haviam adquirido experiência no ramo, e decidiram

mudar o pequeno galpão no bairro do Canindé para instalações maio-res em Pirituba. Além da mudança de endereço, a empresa passou a se chamar Pianofatura Paulista S. A., e a produção aumentou para atender a crescente demanda.

O Pirituba Acontece entrevis-tou Célio Bottura Junior, herdeiro e atual dono da fábrica inicialmente inaugurada por seu pai. Ele afirma que “a empresa é muito preocupada com a educação musical, fazendo com que tenham iniciativas voltadas para o ensino da música, seja com objetivos de aprendizado puramente musical, ou com o intuito de inclu-são social”. Muitas vezes, a empresa disponibiliza pianos para que alguns projetos possam ser desenvolvidos, pensando em quem quer aprender, mas não tem condições de comprar

um piano ou até mesmo pagar aulas. “Dentre os diversos promotores cul-turais que apoiamos, destaco a Fun-dação Bachiana Filarmônica, criada pelo maestro João Carlos Martins em 2004 e responsável por projetos de musicalização de grande impor-tância”, diz Célio.

Ao ser questionado sobre a im-portância da música Bottura Junior diz que “a música tem a capacidade de mudar a historia de vida de uma pessoa”. Ele fala que são “inúmeros exemplos de quem conseguiu rea-lização profissional através da mú-sica, ou até mesmo transformar um destino perigoso e que parecia inevi-tável, em um final feliz”. Afirma que o essencial está na boa formação de caráter que o ensino da música pode proporcionar e melhorar a capacida-de intelectual da pessoa.

Segundo Célio, as pessoas se en-ganam ao achar que, para começar a aprender música, é preciso ter al-gum dom. Basta “ter vontade e in-gressar em alguma escola, particular ou pública, ou até mesmo em proje-tos mantidos por ONGs que têm o princípio da educação musical. Para as crianças, o primeiro passo é a mu-sicalização infantil, depois o instru-mento musical. Para os mais velhos, o aprendizado pode ser diretamente no instrumento”, e ele indica o pia-no, pois é considerado o mais com-pleto dos instrumentos musicais.

Hoje, a Fritz Dobbert é a maior indústria de pianos da América Latina, sendo tam-bém líder do segmento de pia-nos acústicos do Brasil. Ela está localizada em Pirituba, na Av. Raimundo Pereira de Maga-lhães, 5028, e muitos moradores não sabem de sua existência.

A Fritz Dobbet fabrica pianos, em Pirituba, há mais de 60 anos | Foto: Divulgação

Page 5: 20ª Edição do Pirituba Acontece

20ª Edição | Abril 2013 | PÁG 5PIRITUBA ACONTECE | Piritubando Piritubando | PIRITUBA ACONTECE

Cris Bibiano

Atualmente nas grandes metrópoles, realizar as refei-ções em casa, está mais complicado comparado há al-guns anos atrás, principalmente em São Paulo, onde se despende de muito mais tempo no trânsito. Dentro deste novo contexto social, é importante somar a injusta res-ponsabilidade histórica que as mulheres sempre tiveram nas tarefas domésticas, como se a “obrigação” estives-se relacionada a fatores biológicos, e não a sociais. Em anos recentes elas deixaram o espaço privado do lar, e saíram para o mercado de trabalho, trocando a tarefa de preparo dos alimentos, pelo consumo de refeições já prontas fora de casa.

Na praça de alimentação do terminal rodoviário da Barra Funda predomina a venda de alimentos que contém poucos nutrientes e muitas calorias, tais como pizza, biscoitos, sanduíches, batata frita, salgados e re-frigerantes, tanto nas redes de varejo, quanto nos pe-quenos comércios. Difícil encontrar alimentos naturais e considerados mais saudáveis como frutas, iogurtes, suco à base de soja e leite, salada, cereal ou preparações à base de milho. Há uma explicação que é disseminada, equivocadamente, entre os varejistas e departamento de marketing, de que as classes sociais mais baixas tendem a consumir alimentos mais pobres em calorias. Toda-via, dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2009 (POF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que alimentos considerados saudáveis como feijão e milho são mais consumidos entre a po-pulação de menor renda, da mesma forma que a bata-ta-doce, enquanto a batata frita, considerada altamente

calórica, é mais consumida na classe de maior renda. Um usuário entrevistado no Terminal do metrô da

Barra Funda, que não quis se identificar, ressaltou que para nos quiosques somente para um café preto que custa R$1. Entretanto, no curto período de tempo em que a re-portagem ficou ali, presenciou a alta procura de pessoas em lanchonetes que vendem salgados, e que consomem tanto no estabelecimento ou no próprio trajeto. Por falta de opções mais saudáveis muitas pessoas preferem fazer aquela “boquinha” rápida nos quiosques dos terminais a deixá-la de fazer. Estabelecimentos, localizados próxi-mos dos corredores de passagem de usuários, costumam ser os mais procurados, devido à rapidez e facilidade de acesso. De acordo com um usuário entrevistado, se ou-tros produtos estivessem à venda, que não os salgados e sucos em pó, que são de baixo custo, poderiam ser mais caros, impossibilitando o consumo. Percebe-se que pre-valece a lógica da oferta de alimentos mais baratos e ricos em calorias, em detrimento daqueles considerados mais saudáveis à população trabalhadora que utiliza as estações de metrô e ônibus.

Ainda de acordo com o entrevistado, a possibilidade de algum alimento estar com o prazo de validade venci-do é mínima, já que os produtos são repostos incessan-temente. Entretanto, é questionável a higiene desses ali-mentos; nossa equipe flagrou insetos circulando sobre os salgados, dentro da vitrine em que eram expostos. Nessa matéria podemos observar que a população fica à mercê de produtos com pouca qualidade nutricional. Os responsáveis pelas licitações desses espaços poderiam fiscalizar adequadamente cada estabelecimento, promo-vendo melhores opções aos usuários.

Alimentação à venda nos terminais de ônibus da cidade carece de nutrientesEm uma sociedade marcada pela efervescência cotidiana, milhões de pessoas que transitam nos terminais de ônibus e metrôs de São Paulo, aderiram aos novos hábitos alimentares fora de casa, principalmente, em anos mais recentes, com a saída das mulheres para o mercado de trabalho, que historicamente, eram as responsáveis pelo preparo, ex-clusivo, das refeições nos lares. Por conta dessa mudança na nossa sociedade, o Pirituba Acontece decidiu averiguar as condições de alimentação e os produtos consumidos, nos terminais públicos de transporte, pelos cidadãos, que muitas vezes, encontram opções limitadas de consumo nesses espaços por onde transitam diariamente.

Cris Bibiano

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PÁG 6 | Abril 2013 | 20ª Edição

Bruna Silva, Edson CaldasEvelyn Kazan, Julia Reis eThatita Xavier

Assaltos, atentados à vida, confli-tos. Na tentativa de amenizar e pre-venir esses incidentes, a sociedade cria regras para proteger as pessoas e garantir que todos possam viver em uma comunidade que funcio-ne de maneira justa e equilibrada.

Todo ser humano tem direto à segurança, garantido por nossas leis e por meio dos tratados internacio-nais. Logo, temos o direito de ser protegidos contra violência física ou moral, de andar pelas ruas sem

medo (direito de ir e vir), de pro-teção da intimidade e da liberdade.

“O Estado tem seu papel de aju-dar o ser humano a se desenvolver como cidadão. Saúde, educação, segurança são itens básicos de con-vívio social”, diz o sargento Pedro Sérgio. Contudo, com frequência vemos esses direitos serem violados. E, aqui na região, não é diferente.

Moradores e comerciantes do Jd. Cidade Pirituba entraram em contato com o Pirituba Acontece, para reclamar da falta de seguran-ça nas redondezas da Escola Mu-nicipal Imperatriz Leopoldina. Os habitantes dizem que o bairro con-

trasta com a região do Shopping Pirituba, onde o policiamento é assíduo, chegando a ser, de acor-do com eles, além do necessário.

Segundo os moradores, os cri-minosos não são da região, mas se concentram ali por conta da “falta de fiscalização” na área, que ainda seria uma rota de fuga favorável.

“Houve vários assaltos na redon-deza e nos comércios também. Mui-to raro aparecer polícia nessa região, não tem nenhuma polícia comunitá-ria por aqui”, conta uma comercian-te que preferiu não se identificar.

O tenente Edmilson, do 49º Batalhão de Polícia Militar Me-

ESPECIAL: SEGURANÇA PÚBLICA

Após diversos assaltos, comerciantes do Jd. Cidade Pirituba pedem segurançaRua Comendador Feiz Zarzur sofre assaltos frequentes; base comunitária pode ser solução

Os comerciantes desejam a instalação de uma base comunitária nesta rua (ao fundo), utilizada como estacionamento, ou nesta praça | Foto: Julia Reis

PIRITUBA ACONTECE | Especial

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20ª Edição | Abril 2013 | PÁG 7

”“

tropolitana, afirmou, no entanto, que no Jd. Cidade Pirituba há po-liciamento, só que “muitas vezes o cidadão não vê a viatura em de-corrência da grande demanda”.

Uma comerciante que traba-lha há 17 anos no local, calcula ter sido assaltada quase 40 vezes. Em 2013, já foram dois ataques. Acos-tumada com a ação dos bandidos (em razão de seu estabelecimento funcionar principalmente no perío-do noturno), a mulher esconde-se com rapidez quando percebe movi-mentação suspeita. A impunidade levou os donos do estabelecimento a desistirem de boletins de ocorrên-cia – assim como outros da área.

Entretanto, a atitude torna difícil quantificar a violência e conhecer sua gravidade. “Se as pessoas estão passando por um problema, pre-cisam procurar o policiamento lo-cal”, informa o tenente. “Às vezes, a pessoa é roubada e não notifica a polícia. Como que a gente sabe dos roubos? Por meio do [telefone] 190 e dos boletins de ocorrência, que são registrados nas delegacias. É impor-tante que depois que a pessoa sof-ra alguma ação, ela faça o registro [da ocorrência], pois ele sai na es-tatística e, com base nisso fazemos nosso planejamento de atuação. ”

Os problemas enfrentados na rua Comendador Feiz Zarzur acontecem há tantos anos que alguns morado-res dizem não acreditar em qualquer possibilidade de mudança. “Nosso representante [um comerciante lo-cal] já falou com o coronel, alguns integrantes iam ao CONSEG [Con-selho Comunitário de Segura] e não deu em nada. Já tentamos de tudo, e não deu certo”, desabafa a dona de um estabelecimento na área. “A gen-te já lavou as mãos, agora quando vemos uma pessoa estranha, ligamos um para o outro e avisamos que tem uma pessoa ‘assim e assim’ e que ►

BALEADOUm recente assalto à mão armada terminou em estragos para um senhor que traba-lha há 18 anos na região – o comerciante foi vítima de uma bala que atravessou suas pernas. Contudo, poderia ter sido pior: o homem afirma que, quando percebeu que o bandido ia efetuar o disparo, desviou-se. “Estamos caren-tes de segurança”, protesta. “O fato de a pessoa ver [a base comunitária] já inibiria.”

CONQUISTAApós reclamações sobre o iluminação em uma praça da região, que acabava con-tribuindo para aumentar os problemas de segurança, os moradores conseguiram que seu pedido fosse atendido com rapidez. Em uma sema-na, a subprefeitura colocou um poste de luz na área. Embora a instalação seja vítima frequente de atos de vandalismo, o órgão faz a manutenção.

É importante que depois que a pes-soa sofra alguma ação, ela faça o

registro [da ocorrência], pois ele sai na estatística e, com base nisso faze-

mos nosso planejamento de atua-ção. Assim, concentramos nosso

policiamento na área de maior incidência”.

TENENTE EDNILSON,DO 49º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR

Especial | PIRITUBA ACONTECE

Page 8: 20ª Edição do Pirituba Acontece

PÁG 8 | Abril 2013 | 20ª Edição

”“PIRITUBA ACONTECE | Especial

está parada em determinado lugar de forma suspeita, para ficar de olho”. E é isso que estamos fazendo agora.”

Embora a rede de comunicação seja essencial – já que é direito e responsabilidade de todos os cida-dãos, a prevenção e a aplicação da lei – a segurança pública, segundo a Constituição, é dever do Estado. Assim, ao perceber uma situação de perigo, é imprescindível avisar à au-toridade competente, para que esta possa exercer também sua função.

POSSÍVEL SOLUÇÃOParte dos moradores acredita que a construção de uma base comunitária seria a saída para os problemas. A instalação planejada pelos comer-ciantes seria construída em uma pequena rua, atualmente utilizada como estacionamento, em frente à EMEF Imperatriz Leopoldina, ou em uma praça, também em frente à instituição. A base seria semelhante a que já existe próxima ao Centro Universitário Anhanguera, na Av. Raimundo Pereira de Magalhães.

Mobilizados pela situação, os moradores e comerciantes se ofe-recem para arcar com as despesas

A gente já lavou as mãos, agora quan-do vemos uma pessoa estranha, liga-mos um para o outro e avisamos que tem uma pessoa ‘assim e assim’ e que está parada em determinado lugar de forma suspeita, para ficar de olho. E é isso que estamos fazendo agora.

da construção. No entanto, depen-dem do poder público para o fun-cionamento do ponto. Embora já tenham enviado pedidos e abai-xo-assinados à subprefeitura e a um político do bairro, os morado-res dizem só ter obtido promessas.

A comunidade pode solicitar o pedido de uma base, porém é pre-ciso lembrar que este procedimento faz parte da administração da polí-cia. Por isso, existe a necessidade de que seja constatada a viabilidade do projeto com o comandante da unida-de, para buscar uma melhor solução.

Para o tenente Ednilson, “a cria-

ção de uma base, tem uma necessi-dade de efetivos, um efetivo mínimo para operar”, pois “não adianta criar um posto policial em um determina-do local e não ter gente para colocar dentro e não adianta colocar um pro-fissional parado lá dentro, que não faça o serviço de patrulhamento”.

O tenente ainda defende que a criação de uma “base comunitária é algo complicado, precisa ser feito um projeto, ele precisa ser aprovado, não cabe só a policia militar, preci-sa ser mandado para a Secretaria de Segurança Pública. Pode ser implan-tado? Pode, não é algo impossível”.

COMERCIANTE LOCAL,SOBRE REDE DE COMUNICAÇÃO

COMO ME PREVINIRDE UM ASSALTO?

SENDO ASSALTADO,O QUE DEVO FAZER?

* Procure estar sempre atento, especialmente, ao comportamento de pessoas que estejam próximas a você ou paradas perto dos lugares que frequenta;

* Verifique se em seu bairro não existem veículos abandonados, ruas mal iluminadas, ruas bloquea-das, mal sinalizadas, prédios e terrenos abandona-dos, locais de vandalismo e consumo de drogas, etc;

* Oriente as crianças sobre os problemas e locais pe-rigosos do bairro;

* Trabalhe de forma integrada com as autoridades policiais e públicas. A solução dos problemas do seu bairro depende da sua participação ativa;

* Denuncie crimes e atos de vandalismo (Disque De-núncia: 0800 156 315).

* Mantenha a calma, comunique-se e faça movimen-tos lentos. Responda com calma somente ao que lhe for perguntado ou para avisar sobre qualquer gesto ou movimento a ser realizado (evite brincadeiras);

* Não discuta. Entregue ao criminoso o que ele exi-gir. Assim, o tempo do roubo será menor. Não olhe diretamente para os marginais - isso é visto como uma ameaça;

* Procure memorizar todos os detalhes possíveis, fisio-nomia, modo e frases usadas, roupas, gírias, trajetos e locais visitados, veículos utilizados, etc.

* Não tente fugir ou reagir. É muito comum outras pessoas estarem efetuando cobertura;

* Ligue para a polícia assim que possível; Instruções do Manual de Segurança do Cidadão, criado pela Polícia Mili-

tar para auxiliar os cidadãos na prevenção em diversas situações.

Page 9: 20ª Edição do Pirituba Acontece

20ª Edição | Abril 2013 | PÁG 9

”Especial | PIRITUBA ACONTECE

SENDO ASSALTADO,O QUE DEVO FAZER?

Artigo 3 Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. (Declaração Universal dos Direitos Humanos)

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segu-rança e à propriedade.(Constituição da República Federativa do Brasil - 1988)

Art. 144 A segurança pública, dever do Estado, di-reito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: I - polícia federal; II - polícia rodoviária feder-al; III - polícia ferroviária federal; IV - polícias civis; V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.(Constituição da República Federativa do Brasil - 1988)

É UM DIREITO SEU! PROBLEMA PAULISTANO

39,8% Foi o aumento no número de pessoas assassinadas, segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública de SP

A violência é uma questão que assombra toda a cidade. Em 2012, estatísticas provaram que ela só aumentou:

1.497 Foram as vítimas de homicídio em todo o anopassado contra 1.069 du-rante do ano anterior

MAPA DO POLICIAMENTO NA REGIÃOCB - Corpo de BombeirosPC - Polícia CivilPM - Polícia MilitarO - Outros

Page 10: 20ª Edição do Pirituba Acontece

PÁG 10 | Abril 2013 | 20ª Edição

Thalita Xavier e Roberta Caroline

A organização e limpeza do lar de muitas famílias atuais dependem das empregadas domésticas, uma classe repre-sentada por mais de 7 milhões de trabalhadores. Direitos como seguro-desemprego e pagamento do FGTS agora são mais que garantidos para todos. A PEC 66/2012 foi aprovada no dia 26 de março em segundo turno no Senado.

“Eu acho que foi uma vitória para essa categoria”, diz Tânia Moraes de Melo, moradora de Pirituba que já fez questão de agir de acordo com a lei com sua em-pregada. “É muito importante saber o quanto eles me valorizam”, conta Aguinalia Santos, que trabalha há 6 anos na casa de Tânia. As duas contam que já se relacio-nam como família, pois a empregada já se acostumou com a rotina da casa e afirmam que há muita confiança entre as duas.

Com o aumento da escolaridade e de novas opor-tunidades de trabalho, o número de empregadas do-mésticas vem diminuindo ao longo dos anos. Isso faz com que a procura e os salários aumentem. Nos ulti-mos oito anos os sálarios aumentaram cerca de 56%.

A Senadora do Amazonas, Vanessa Grazziotin, foi criadora dessa emenda. Apresentou as ideias quan-do ainda era deputada federal. Ela ainda faz parte de alguns outros projetos que têm como objetivo maior defender e valorizar a mulher no nosso país, através de seus direitos.

Você sabe o que mudou? Agora os direitos do trabalhador doméstico consistem em: seguro contra acidente de trabalho, auxílio creche e pré-escola para crianças de até cinco anos, pagamento de hora extra, adicional noturno, indenização em caso de dispensa sem justa-causa, jornada de oito diárias e 44 semanais e salário família.

Cabe ao empregador fiscalizar o pagamento correto das horas extras e de outras atividades. Caso o emprega-dor não aja de acordo com as novas exigências, o juiz do Trabalho pede uma fiscalização do Ministério do Traba-lho para que possa puni-lo.

Esses novos direitos beneficiam além das emprega-das, as babás, os jardineiros e motoristas. Não atinge as diaristas nem os trabalhadores autônomos.

Até o final de junho, os visitantes do Sesc Pompeia vão poder conferir uma detalhada linha do tempo sobre o espaço, além de vídeos, panfletos e informativos que ilustram os 30 anos do centro de convivência.

Com concepção e coordenação geral dos arquitetos

André Vainer e Marcelo Ferraz – que participaram da construção da fábrica como estagiários –, a exposição de aniversário mostra toda a história do Sesc e como a unidade se consolidou em São Paulo.

“É um local para diversão e, ao mesmo tempo, para adquirir conhecimento. A cidade deveria ter mais espa-ços assim”, diz a estudante de jornalismo Mariana Al-ves (20), que frequenta o Sesc há um ano e meio. Para ela, todos os passeios são marcantes: “principalmente porque vou aos fins de semana com a família e sempre temos um tempo bem agradável”, além disso, “tem uma atmosfera familiar e é bem próximo à minha casa”.

Gilmar Ortelan (54) visitou o Sesc durante nove anos e afirma que a experiência não poderia ter sido melhor. “O re-feitório era muito bom, aconteciam vários shows, a área de lazer era muito boa e tinham várias exposições legais”, conta.

A exposição narra que a história do espaço começou em 28 de fevereiro e fica em cartaz, de terça a domingo, até o dia 30 de junho. A entrada é gratuita.

PIRITUBA ACONTECE | SP em Pirituba

SP em Pirituba | O que acontecena cidade?

Empregadas domésticas: direitos iguais

SESC Pompeia completa 30 anos e realiza exposição comemorativa

Camila Lara, Edson Caldas e João Gasparotto

Há 30 anos, SESC oferece diversas atividades de lazer | Foto: Edson Caldas

Page 11: 20ª Edição do Pirituba Acontece

20ª Edição | Abril 2013 | PÁG 11Lição de Casa | PIRITUBA ACONTECE

Lição de Casa | Você faza sua ?

Na minha opinião... | Textos que passamlonge do imparcial

No primeiro dia de abril, comemora-se o Dia da Menti-ra. Ele recebe diversos outros nomes, como Dia dos To-los ou dos Bobos. A história da data poucos conhecem, mas o que mais me intriga é o sentido dessa data. De que adianta brincar de mentir em um dia específico se isso acontece em todos os outros dias do ano?

Lembro-me da primeira vez que assisti Pinóquio. Eu tive medo e, antes de mentir, eu parava pra pensar na consequência daquele ato. Imagina só se o meu nariz realmente crescesse? Não, eu não queria aquilo de jeito nenhum. Deixei de achar que mentiras tinham um lado bom e os meus pais sempre me ensinaram o mesmo. Além de obedecer a eles quase sempre quando eu tinha aquela idade, eu prezava pelo tamanho do meu nariz.

Antes de tomar qualquer decisão, é sempre bom pensar no propósito daquilo. Confesso que, geralmente, eu não penso antes de falar ou agir, mas quando é ne-cessário omitir alguma coisa, a história acaba mudando.

No mundo atual, é difícil encontrar verdades. As mentiras começam em casa e terminam no nosso go-

verno. Mas, antes disso, passa pelos comerciais e pelos contos de fadas. É claro que não se pode generalizar, já que existem muitas pessoas com caráter por aí e muitos comerciais que não mentem tanto.

Seria, no mínimo, interessante se a ingenuidade que tínhamos quando crianças viesse à tona para evitar cer-tas situações, para que a confiança surgisse mais rápido em qualquer tipo de relacionamento, para que houvesse menos mágoas, menos dúvidas, mais certezas. Acontece que nós mentimos até para nós mesmos, então não se pode cobrar do outro algo que nem nós somos capazes de evitar. Por isso é preciso manter um pé atrás com as pessoas, as propagandas dos lanches do McDonald’s e com os valores das lojas de R$1,99.

Caô

Roberta Caroline

Estes textos não expressam, necessariamente, a ideologia do veículo.São artigos opinativos escritos por clickers diferentes a cada mês.

Uma educação feita por nósDIÁRIO DA EDuCAÇÃO | POR VICthOR FAbIANO

Um dos maiores – se não o maior – pedregulho no cenário educacional do país é o analfabetismo. Segundo o IBGE, 13 milhões de brasileiros são analfabetos, dado que represen-ta 9,6% da população, em que a re-gião com maior concentração desta triste realidade situa-se no Nordeste, onde 19,9% estão nessa situação.

Relacionando nossa realidade (os dados são de 2011) ao de vizi-nhos, tais como Venezuela, que pos-sui o título da UNESCO de “País li-vre do analfabetismo” (a considerar o baixíssimo índice), identificamos um avanço pequeno e situação so-cial alarmante, outrora que ocupe-mos a posição de sexta economia do mundo, medida pelo PIB. Porém,

será que não sabemos a atitude ne-cessária?

O primeiro plano social de avan-ço, como já mencionado, é a distri-buição de renda que exige a perma-nência dos filhos dos beneficiados na escola, ainda que precisemos de mais: ansiamos de alunos com bom rendimento educacional, não apenas frequência.

O segundo plano social de avan-ço é o largo acesso dos alunos po-bres e economicamente desfavore-cidos às universidades públicas e privadas de qualidade, por meio da democratização do ensino superior e suas ramificações. O terceiro pla-no social é o aumento da renda dos brasileiros, porém ainda possuímos

isoladas regiões alheias e graves. O ápice da vitória será quando

tivermos a educação de base de ex-trema qualidade (e distribuída pela nação!), e nas mãos do Estado, tal que deverá financiar em direto auxí-lio aos municípios a educação fun-damental, fomentando intelectual-mente e socialmente a veracidade e importância do desenvolvimento educacional; a educação justa nos trará concílio igualitário de cida-dania, pois a consciência política e pública de um cidadão apenas che-ga ao momento em que este recebe o cuidado devido e a capacidade ler os diversos planos filosóficos de seus direitos, deveres e esperan- ças de mudança.

Page 12: 20ª Edição do Pirituba Acontece

PÁG 12 | Abril 2013 | 20ª Edição

Alunos da PUC oferecem, na E.E. Ermano Marchetti, cursos gratuitos de francês e espa-nhol, para alunos e ex-alunos.

Após 21 anos, é aceito o pro-cesso do Casarão do Anastácio pelo Conselho Nacional de Proteção ao Patrimônio.

PIRITUBA ACONTECE | Variedades

Variedades | Tudomisturado

Construção do Ins-tituição Federal de Educação, Ciência Tecnologia (IFSP) na avenida Mutin-ga - Espaço 951. O campus terá 1500 vagas e esta previsto para ficar pronto ate o fim de 2017.

Demora no atendi-mento da Opera-ção Tapa-Buraco

na rua Laudelino Vieira de Cam-

pos, no Jd. da Felicidade. Para solicitar o servi-ço da prefeitura ligue para 156.

CLICK DO MÊS

Amora,Cidadania e Inclusão Social A ONG realizou no dia 30 de março a entrega de ovos de Pás-coa para as crianças da comunidade Spama. O evento foi realizado no espaço da entida-de, oferecendo ginca-nas e cachorro-quente para os moradores da comunidade. Os ovos de chocolate foram doados pelos alunos e coordenadores da Fa-culdade Belas Artes.

Aulas de idiomas Tobamento Parceiros do SPNo dia 6 de abril, acontecerá um encontro entre a comunidade atu-ante do bairro e com os parceiros. No Clube Escola Pirituba, 9h30.

ALTOS E BAIXOS