2021, o ano da retomada - app.redeclipping.com.br

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Sem Opção Veículo: Correio Braziliense - Caderno: Economia - Seção: - Assunto: Trabalho - Página: 5 e 6 - Publicação: 05/01/21 URL Original: 2021, o ano da retomada 2021, o ano da retomada Após um 2020 de congelamento por causa da pandemia e da lei que impede União, estados e municípios de contratar e aumentar gastos com pessoal, máquina pública precisa ser recomposta. Possibilidade é de vários editais para preenchimento das vagas O ano de 2020 começou com muitas promessas para os concurseiros. Haveria certame para o Senado, Polícia Civil do Distrito Federal e para Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa), entre vários outros editais grandes. Mas veio a pandemia da covid-19, tudo parou e ficou a insegurança. Apesar de o novo coronavírus continuar sendo transmitido, aos poucos, as seleções começam a ser retomadas em 2021. Tais como a da Polícia Federal (PF) e a da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que depois de muita espera, tiveram as provas autorizadas — 3 mil vagas efetivas ao todo. No DF, a Secretaria de Educação confirmou concurso para professores efetivos e o da Procuradoria-Geral tem comissão formada. Há, ainda, a expectativa de que Detran e Polícia Militar abram certames. Apesar do sentimento de esperança e renovação típicos de começo de ano, não se pode esquecer que os custos com o funcionalismo e as contratações ficarão congelados durante todo este ano. Uma lei aprovada em maio passado, e incluída na Lei Complementar 173 (que criou o programa federal de enfrentamento à pandemia), impede União, estados e municípios de fazerem qualquer contratação, reajuste ou reforma administrativa que aumente despesas. Exceções estão previstas apenas para a reposição de cargos e contratações temporárias. Mesmo nesse quadro de restrição, o governo federal prevê a contratação de mais de 50 mil servidores na Proposta de Lei Orçamentária para 2021 para reposições de vacâncias — a PLOA ainda está em tramitação e passível de alterações tanto pelo Executivo, quanto pelo Congresso. De acordo com a Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO), aprovada em dezembro passado, há a previsão de recursos para 12.358 cargos para provimento, sendo a grande maioria para o Poder Executivo (11.949) e o restante, para o Legislativo. Segundo o professor do Departamento de Administração da UnB Francisco Antônio Coelho Júnior, provavelmente, ainda teremos um cenário de concursos públicos muito reativo neste primeiro semestre. “Em relação ao histórico dos últimos anos, teremos um cenário com certames limitados devido à pandemia e também aos primeiros impactos da reforma administrativa, que promete fazer uma limpeza na máquina pública. Acredito ainda que, no segundo semestre, o quadro continuará reativo, mas um pouco mais pró-ativo, no sentido de abertura de melhores oportunidades e ofertas. A autorização das seleções da PF e da PRF é um sinal de que podemos ter concursos na área das instituições da segurança pública, com foco mais direcionado, assim como na área do Judiciário, que sempre acontecem” diz. “Mas ainda será um ano instável, do ponto de vista de planejamento estratégico, de oferta de certames, sofrendo impactos das transformações das etapas da vacinação e imunização”, explica. Vacinação ditará ritmo de certames Dois mil e vinte e um terá um cenário bastante positivo para os concurseiros, mesmo diante das restrições previstas pela pandemia do novo coronavírus. É o que estima Gabriel Granjeiro, diretor-presidente do Gran Cursos Online. “Vários órgãos já se manifestaram sobre a urgente necessidade de fazer concurso, como Tribunal Regional Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar de Tocantins, entre outros. Além disso, muitas seleções de 2020 foram empurradas para 2021”, lembra Granjeiro. Para o especialista, inclusive, o primeiro trimestre do ano vai concentrar uma retomada intensa de certames e terá ainda a abertura de muitos novos. “Quem continuar se preparando vai precisar até escolher quais provas fazer, pois não conseguirá fazer tudo. Este ano representa a retomada dos concursos públicos. Será um ano de reinício”, garante. Quanto à insegurança diante de um ano em que ainda se vive a pandemia do novo coronavírus, Granjeiro explica que a situação não exclui a necessidade dos órgãos de contratação de mais servidores e as novas seleções serão realizadas mediante todos os cuidados necessários para evitar contaminações. “E logo teremos com as vacinas, uma segurança maior para fazer as provas de grande porte”, diz, esperançoso. Granjeiro salienta que PRF, PF e Senado são os maiores concursos do ano. “Mas, também, esperamos Tribunal de Contas da União (TCU) e a retomada de tudo que saiu ou que deveria ter saído em 2020, mas foi adiado. Diversos tribunais, secretarias de Fazenda e muitas outras oportunidades asseguradas”, observa.

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SemOpção

Veículo: Correio Braziliense - Caderno: Economia - Seção: - Assunto: Trabalho -Página: 5 e 6 - Publicação: 05/01/21URL Original:

2021, o ano da retomada2021, o ano da retomadaApós um 2020 de congelamento por causa da pandemia e da lei que impede União, estados e municípios de contratar eaumentar gastos com pessoal, máquina pública precisa ser recomposta. Possibilidade é de vários editais para preenchimentodas vagasO ano de 2020 começou com muitas promessas para os concurseiros. Haveria certame para o Senado, Polícia Civil do DistritoFederal e para Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa), entre vários outroseditais grandes. Mas veio a pandemia da covid-19, tudo parou e ficou a insegurança. Apesar de o novo coronavírus continuarsendo transmitido, aos poucos, as seleções começam a ser retomadas em 2021. Tais como a da Polícia Federal (PF) e a daPolícia Rodoviária Federal (PRF), que depois de muita espera, tiveram as provas autorizadas — 3 mil vagas efetivas ao todo. NoDF, a Secretaria de Educação confirmou concurso para professores efetivos e o da Procuradoria-Geral tem comissão formada.Há, ainda, a expectativa de que Detran e Polícia Militar abram certames. Apesar do sentimento de esperança e renovação típicos de começo de ano, não se pode esquecer que os custos com ofuncionalismo e as contratações ficarão congelados durante todo este ano. Uma lei aprovada em maio passado, e incluída na LeiComplementar 173 (que criou o programa federal de enfrentamento à pandemia), impede União, estados e municípios defazerem qualquer contratação, reajuste ou reforma administrativa que aumente despesas. Exceções estão previstas apenaspara a reposição de cargos e contratações temporárias. Mesmo nesse quadro de restrição, o governo federal prevê a contratação de mais de 50 mil servidores na Proposta de LeiOrçamentária para 2021 para reposições de vacâncias — a PLOA ainda está em tramitação e passível de alterações tanto peloExecutivo, quanto pelo Congresso. De acordo com a Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO), aprovada em dezembro passado, há aprevisão de recursos para 12.358 cargos para provimento, sendo a grande maioria para o Poder Executivo (11.949) e o restante,para o Legislativo. Segundo o professor do Departamento de Administração da UnB Francisco Antônio Coelho Júnior, provavelmente, ainda teremosum cenário de concursos públicos muito reativo neste primeiro semestre. “Em relação ao histórico dos últimos anos, teremosum cenário com certames limitados devido à pandemia e também aos primeiros impactos da reforma administrativa, quepromete fazer uma limpeza na máquina pública. Acredito ainda que, no segundo semestre, o quadro continuará reativo, mas umpouco mais pró-ativo, no sentido de abertura de melhores oportunidades e ofertas. A autorização das seleções da PF e da PRF éum sinal de que podemos ter concursos na área das instituições da segurança pública, com foco mais direcionado, assim comona área do Judiciário, que sempre acontecem” diz. “Mas ainda será um ano instável, do ponto de vista de planejamentoestratégico, de oferta de certames, sofrendo impactos das transformações das etapas da vacinação e imunização”, explica.Vacinação ditará ritmo de certames Dois mil e vinte e um terá um cenário bastante positivo para os concurseiros, mesmo diante das restrições previstas pelapandemia do novo coronavírus. É o que estima Gabriel Granjeiro, diretor-presidente do Gran Cursos Online. “Vários órgãos já semanifestaram sobre a urgente necessidade de fazer concurso, como Tribunal Regional Federal, Polícia Rodoviária Federal, PolíciaMilitar de Tocantins, entre outros. Além disso, muitas seleções de 2020 foram empurradas para 2021”, lembra Granjeiro.Para o especialista, inclusive, o primeiro trimestre do ano vai concentrar uma retomada intensa de certames e terá ainda aabertura de muitos novos. “Quem continuar se preparando vai precisar até escolher quais provas fazer, pois não conseguiráfazer tudo. Este ano representa a retomada dos concursos públicos. Será um ano de reinício”, garante. Quanto à insegurança diante de um ano em que ainda se vive a pandemia do novo coronavírus, Granjeiro explica que a situaçãonão exclui a necessidade dos órgãos de contratação de mais servidores e as novas seleções serão realizadas mediante todos oscuidados necessários para evitar contaminações. “E logo teremos com as vacinas, uma segurança maior para fazer as provas degrande porte”, diz, esperançoso. Granjeiro salienta que PRF, PF e Senado são os maiores concursos do ano. “Mas, também, esperamos Tribunal de Contas daUnião (TCU) e a retomada de tudo que saiu ou que deveria ter saído em 2020, mas foi adiado. Diversos tribunais, secretarias deFazenda e muitas outras oportunidades asseguradas”, observa.

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O concurso da PRF, autorizado em 24 de dezembro, vai oferecer 1.500 vagas de policiais e salários de aproximadamente R$10mil. De acordo com a autorização, o edital deverá ser publicado até junho de 2021. Edital no 1º semestre Entretanto, segundo o diretor-executivo da PRF, José Lopes Hott Júnior, a previsão é de que o documento seja lançado ainda estemês. Para ele, é possível a realização de todas as fases da primeira etapa do concurso no primeiro semestre de 2021, e logo emsequência, no segundo semestre, seja realizado o curso de formação. “A corporação tem o compromisso do governo federal de finalizar 2022 com a totalidade das vagas preenchidas e, para isso,será necessário prover aproximadamente 2 mil novos cargos, a depender do número de aposentadorias e vacâncias que foremsaindo ao longo deste tempo”, afirma Hott.Mais adiantado nos preparativos, o próximo concurso público da PF também vai ofertar 1.500 vagas e já escolheu o Cebraspecomo banca organizadora. As vagas serão distribuídas entre os cargos de delegado (123), escrivão (400), papiloscopista (84) eagente (893). O edital de abertura também deverá ser aberto até junho de 2021, com salários de aproximadamente R$ 12 mil. Já o concurso público do Senado, também autorizado e muito aguardado entre os concurseiros, vai oferecer 40 vagas paratécnicos e analistas. Os salários podem chegar a aproximadamente R$ 33 mil em alguns postos. De acordo com o projeto básicoe preliminar da seleção, estão em disputa como bancas organizadoras o Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção ede Promoção de Eventos (Cebraspe), o Instituto de Desenvolvimento Educacional, Cultural Assistencial (Idecan) e a FundaçãoGetulio Vargas, que deverão ser escolhidas por meio de dispensa de licitação. A administração da Casa alta do Congresso estimaque cerca de 65 mil candidatos devem se inscrever na seleção. Ainda segundo o projeto, as provas objetivas e discursivas serãorealizadas em todas as capitais e no Distrito Federal. *Estagiária sob a supervisão de Lorena Pacheco DF tem vários editais para sair No Distrito Federal, vários editais são aguardados com ansiedade. Os mais esperados são os do Detran (que confirmou aoCorreio que está programando concurso em 2021) e os da, Secretaria de Educação para professores efetivos (que vai sair no fimde 2021, quando os contratos temporários prorrogados terão fim), da Secretaria de Economia, da Secretaria de SegurançaPública, da Controladoria-Geral do DF, da Secretaria de Justiça e Cidadania e do Tribunal de Justiça (TJDFT). Estão no radar,ainda, a retomada do edital da Polícia Civil, da Procuradoria Geral, do Tribunal de Contas, da Defensoria Pública, da Adasa e daFundação Universidade de Brasília. A Polícia Civil está com dois concursos públicos com provas suspensas desde setembro, devido à pandemia. Um parapreenchimento de 1.800 vagas de nível superior no cargo de agente — sendo 600 de provimento imediato e 1.200 paraformação de cadastro de reserva. E outro que oferece 300 vagas para escrivão, cargo de nível superior. O salário de ambos ospostos é de R$ 8.698,78 para 40 horas de trabalho semanal, mas o período de inscrições encerrou-se. Três perguntas para Marília Brambilla Professora-especialista em Direito Penal e Legislação Penal Especial do IMP Concursos A crise sanitária, causada pelo novo coronavírus, ainda terá muita influência nas seleções?O formato de aplicação de provas deverá ser repensado. Possivelmente, a tecnologia fará parte da maioria dos concursos. Seráum grande desafio repensar um novo formato. As pessoas, em 2021, ainda não se sentirão seguras para participarem doscertames no formato tradicional. Qual será o impacto da Lei Complementar 173/20 que limita a abertura de seleções em todos os locais afetados pela calamidade pública? A determinação legal vem dar enfoque à crise sanitária e seu enfrentamento. Mas podemos perceber que as atividadesessenciais de saúde e segurança ocupam o lugar prioritário em novos certames. Há deficit de profissionais nessas áreas e épossível ocupar os cargos vagos. Qual o principal conselho para os concurseiros neste ano?

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A rotina do concurseiro é bastante desgastante, mas a hora agora é de intensificar. Foco no edital da carreira que se pretende efazer muitos exercícios. Respira fundo e continua. O importante é manter o ritmo, mas, se você não começou ainda, corre. Tudovai depender da sua determinação para conquistar o seu cargo. No novo ano, novos planos e muita expectativa Depois de um 2020 de dificuldades e incertezas, 2021 reacendeu a esperança de uma mudança de vida para os concurseiros.Confira como pensam alguns: De olho nos postos da lei O lançamento e reabertura de concursos represados em 2020 são animadores para Karla Passos, concurseira de São Paulo.Focada em carreira policial, crê que este ano reserva um grande número de abertura de seleções. Para ela, o crescente númerode oportunidades da área da Segurança é uma vantagem. “É onde ocorre o maior número de vagas”, observa. A preparação nãotem sido fácil. Karla diz estudar para as seleções há mais de um ano: “Tem sido bem denso. Estou estudando direto desde2019”. Além de se preparar sozinha, ela conta com o auxílio de um curso preparatório. Visando tornar-se delegada, a estudiosaaté pensa em outras funções, mas todas dentro da mesma área: “Estou focada no cargo de delegada de polícia, mas nãodescarto realizar provas para agenteou escrivão”. Presencial não é problema O foco de Ielma Ribeiro é a Secretaria de Educação do DF, mas, para ela, quanto mais opções, melhor. “Não deixei de acreditarque ocorrerão os concursos em 2021. Espero que remarquem a prova da Procuradoria-Geral, assim como acredito que serãopublicados editais para outros concursos aqui no DF”, diz. Para ela, apesar de a pandemia ser um empecilho, não impossibilita aaplicação das fases presenciais: “Em novembro passado, prestei concurso na Paraíba, onde teve uma excelente organização,sendo nove inscritos por sala. Então, penso apenas que teremos que conviver com este cenário por muito tempo ainda, maspodemos dar continuidade, dentro dos cuidados necessários.” A concurseira, atualmente, se prepara por curso preparatório que,para ela, “encurta o caminho da aprovação”. Estudos em ritmo acelerado Para Isabelle de Oliveira Moreira, do Rio Grande do Sul, as preparações começaram antes da viarada do ano. A concurseira, comfoco no Tribunal de Justiça do seu estado (TJRS), tem uma rotina focada nos estudos desde 2020: “Estudo de segunda a sexta-feira. Mentalizo, diariamente, que quero estar preparada para quando o edital sair. Já fiz e terminei as aulas do cursinho EAD.Hoje em dia, estudo de forma autônoma. Leio livros, lei seca (que são os artigos das leis que caem na prova) e faço muitasquestões”. Apesar de estar confiante de que muitos editais serão publicados em 2021, Isabelle conta com a vacinação contracoronavírus para a aplicação das provas. “Por ter muita aglomeração nos locais de prova, acho ser imprescindível todos jáestarem imunizados”, argumenta. Cenário estadual atraente Apesar das altas expectativas, os pés de João Cechet continuam no chão. Morador do Rio Grande do Sul, relembra que, para umconcurso público de nível federal ser realizado, ele deve respeitar as limitações financeiras do governo: “Como 2020 foi um anocompletamente atípico, muitos concursos acabaram sendo represados. A expectativa é de que haja mais concursos em 2021,mas sempre com a visão das restrições impostas pelo governo. Nos estados e municípios, a ideia é de que concursos retornemcom mais força”, observa. Assistente de magistrado do trabalho no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4), João visauma carreira maior na área de magistratura. Para não perder o foco, criou um perfil no Instagram pelo qual compartilha dicas deestudo, motivação e curiosidades sobre a área de interesse. *Estagiária sob a supervisão de Lorena Pacheco

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