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________________________________________________________________________________ Edifício New Office | Rua José Bianchi, nº555 | 12º andar | Conj. 1207 | Ribeirão Preto - SP | CEP 14096-730 | tel.+55 (16) 3442 7989 1 1 EXCELENTÍSSIMO SR. DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 3ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO CARLOS - SP PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA DISTRIBUIÇÃO URGENTE por dependência ao pedido de Falência n. 1001595-41.2018.8.26.0566 Pedido de Recuperação Judicial LATICÍNIOS SALUTE EIRELI ;recuperandaͿ atual denominação de SALUTE PRODUÇÃO E COMÉRCIO DE LEITE LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o número 53.400.784/0001-01, localizada na Rua Aldo Germano Klein, nº 172, CEP nº 13573-470, Comarca de São Carlos, Estado de São Paulo, por meio de seus advogados que a esta subscrevem, vem, com fundamento no aƌtigo ϰϳ e seguiŶtes da Lei Ŷº ϭϭ.ϭϬϭ/ϮϬϬϱ ;LRFͿ, foƌŵulaƌ o pƌeseŶte pedido de RECUPERAÇÃO JUDICIAL, o que fazem pelas razões adiante articuladas. I - DA COMPETÊNCIA DO FORO DE SÃO CARLOS 1. Conforme preceitua o artigo 3º da Lei 11.101/05, É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal estabeleciŵeŶto do devedoƌ ou da filial de eŵpƌesa Ƌue teŶha sede foƌa do Bƌasil.” 2. Por principal estabelecimento do devedor, de acordo com o ensinamento do Ilustre Jurista FÁBIO ULHÔA COELHO (in Comentário à Lei de Falências e de recuperação de empresas, Editora Saraiva, 8ª edição, 2011, p. 73), ... entende-se não a sede estatutária ou contratual da sociedade empresária devedora, a que vem mencionada no respectivo ato constitutivo, nem o estabelecimento maior física ou administrativamente falando. Principal estabelecimento, para fins de definição da competência para o direito falimentar, é aquele em que se encontra concentrado o maior volume de negócios da empresa; é o mais importante do ponto de vista econômico. 3. No mesmo sentido é a saudosa lição de MIRANDA VALVERDE, seguŶdo a Ƌual Principal estabelecimento é aquele no qual o comerciante tem a sede administrativa de seus negócios, no qual é feita a contabilidade geral, onde estão os livros exigidos pela lei, local de onde partem as ordens que mantêm a empresa em ordem e funcionamento, mesmo que o documento de registro da empresa Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1008306-62.2018.8.26.0566 e código 1A5CF72. Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por RAFAEL APOLINARIO BORGES, protocolado em 28/08/2018 às 19:54 , sob o número 10083066220188260566. fls. 1

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Edifício New Office | Rua José Bianchi, nº555 | 12º andar | Conj. 1207 | Ribeirão Preto - SP | CEP 14096-730 | tel.+55 (16) 3442 7989

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EXCELENTÍSSIMO SR. DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 3ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO CARLOS - SP

PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA

DISTRIBUIÇÃO URGENTE – por dependência ao pedido de Falência n. 1001595-41.2018.8.26.0566 Pedido de Recuperação Judicial

LATICÍNIOS SALUTE EIRELI recuperanda – atual denominação de SALUTE PRODUÇÃO E

COMÉRCIO DE LEITE LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o número

53.400.784/0001-01, localizada na Rua Aldo Germano Klein, nº 172, CEP nº 13573-470, Comarca de São

Carlos, Estado de São Paulo, por meio de seus advogados que a esta subscrevem, vem, com fundamento no

a tigo e segui tes da Lei º . / LRF , fo ula o p ese te pedido de RECUPERAÇÃO

JUDICIAL, o que fazem pelas razões adiante articuladas.

I - DA COMPETÊNCIA DO FORO DE SÃO CARLOS

1. Conforme preceitua o artigo 3º da Lei 11.101/05, É competente para homologar o plano de

recuperação extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local do

principal estabeleci e to do devedo ou da filial de e p esa ue te ha sede fo a do B asil.”

2. Por principal estabelecimento do devedor, de acordo com o ensinamento do Ilustre Jurista

FÁBIO ULHÔA COELHO (in Comentário à Lei de Falências e de recuperação de empresas, Editora Saraiva, 8ª

edição, 2011, p. 73), ... entende-se não a sede estatutária ou contratual da sociedade empresária

devedora, a que vem mencionada no respectivo ato constitutivo, nem o estabelecimento maior física ou

administrativamente falando. Principal estabelecimento, para fins de definição da competência para o

direito falimentar, é aquele em que se encontra concentrado o maior volume de negócios da empresa; é

o mais importante do ponto de vista econômico.

3. No mesmo sentido é a saudosa lição de MIRANDA VALVERDE, segu do a ual Principal

estabelecimento é aquele no qual o comerciante tem a sede administrativa de seus negócios, no qual é

feita a contabilidade geral, onde estão os livros exigidos pela lei, local de onde partem as ordens que

mantêm a empresa em ordem e funcionamento, mesmo que o documento de registro da empresa

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Edifício New Office | Rua José Bianchi, nº555 | 12º andar | Conj. 1207 | Ribeirão Preto - SP | CEP 14096-730 | tel.+55 (16) 3442 7989

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indique que a sede fica em outro local. in Co e t ios Lei de Falê cias – 2ª Ed. – 1999, vol. 1, pág. 138

– grifamos)

4. No caso, o principal estabelecimento da recuperanda coincide com a sua sede estatutária, que

localiza-se na Rua Aldo Germano Klein, nº 172, CEP nº 13573-470, Comarca de São Carlos, local onde todos

os diretores, gerentes e principais funcionários ficam alocados, além de que, tanto a área de suprimento,

tesouraria, contabilidade e, principalmente, de negócios da empresa estão organizados.

5. Nestes termos, esse E. Juízo mostra-se como o único competente para processar e julgar o

presente pedido de Recuperação Judicial.

II - DA COMPETÊNCIA DA 3ª VARA CÍVEL DO FORO DE SÃO CARLOS

6. Esta Vara Cível é quem tem competência jurisdicional para processar este pedido de

recuperação judicial. Passa-se a explicar. Tramita perante esta terceira vara cível da comarca São Carlos

alguns pedidos de falência, sendo o primeiro pedido de falência movido contra a empresa recuperanda

autos nº 1000085-90.2018.8.26.0566, ajuizado em 09/janeiro/2018.

7. Nesse sentido, consoante reza o artigo 6º, §8º, da Lei 11.101/2005, A distri uição do pedido

de falência ou de recuperação judicial previne a jurisdição para qualquer outro pedido de recuperação

judi ial ou de falê ia, relativo ao es o devedor.

8. Nas comarcas em que houver mais de um Juízo com competência para decidir sobre matéria

falimentar, como é o caso dos autos, da distribuição do primeiro pedido de falência referente a

determinado devedor previne a competência para apreciação dos pedidos seguintes, inclusive do pedido

de recuperação judicial. É dizer, um pedido de falência regularmente processado previne o Juízo para

qualquer outro pedido falimentar ou de recuperação judicial (relativo ao mesmo devedor).

9. Ante o exposto, com fundamento no artigo 6º, §8º, da Lei 11.101/2005, requer a Vossa

Excelência seja reconhecida a competência desta terceira vara cível para processamento e homologação

deste pedido de recuperação judicial.

III – BREVE HISTÓRICO DA EMPRESA

10. A recuperanda SALUTE iniciou suas atividades no ano de 1984, quando começou a produção

de seus primeiros produtos, produtos estes que eram distribuídos em pontos de venda nas cidades de São

José do Rio Preto e Mirassol.

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11. Nesse sentido, a recuperanda iniciou o seu trabalho no dia 1º de maio de 1984, com a

p odução de ape as lit os di ios de leite tipo A . Iniciando com o leite integral e pasteurizado até

chegar na produção de iogurtes de vários sabores, a SALUTE possui hoje uma grande diversidade de

produtos, atendendo a várias cidades e mercados.

12. No começo de suas atividades seu produto era acondicionado em saquinho plástico. Em

agosto do ano de 1991 passou para garrafa plástica, e a partir do final do ano 1993 passou para a

embalagem Tetra-Rex. Em maio do ano de 1999 iniciou a embalagem Tetra Square com tampa plástica. A

partir de junho do ano 2001 voltou a ser acondicionado em garrafas plásticas, em razão da melhor

aceitação no mercado.

13. A qualidade dos produtos fabricados logo gerou resultados, e a demanda exigia uma produção

cada vez maior. Começou, então, a procura por quem fornecesse uma maior quantidade de leite.

14. Com crescimento contínuo durante todos esses anos, a recuperanda passou a produzir e

distribuir vários outros produtos, tais como iogurtes, sucos, queijos, creme de leite, etc., todos distribuídos

nas principais cidades do Estado de São Paulo e também em algumas cidades de outros Estados,

movimentando atualmente mais de 30.000 litros de leite por dia, com capacidade instalada para dobrar

essa produção. Com o aumento de sua linha de produtos, a empresa cada vez mais seguiu crescendo e

desenvolvendo-se a cada ano, aliando a qualidade e simplicidade do início de suas atividades à

modernidade tecnológica atual. Hoje a recuperanda é uma empresa de administração familiar e conta com

instalações modernas, equipamentos de última geração e com uma equipe de profissionais altamente

qualificados.

15. Além da marca SALUTE, a empresa também fabrica os iogurtes de marcas próprias para

algumas das principais redes de supermercados do Brasil. Veja o HISTÓRICO DE SUA PRODUÇÃO:

- Inicialmente produzia somente o leite integral pasteurizado.

- 1991: o leite passou a ser Homogeneizado.

- 1995: foi lançado o Leite Desnatado SALUTE LIGHT. - 1996: foi lançado o Suco de Laranja Pasteurizado. - 1997: lançou o Suco de Maracujá, e os Iogurtes de Morango, Mel, e Pêssego. - 1998: iniciou a produção do Creme de Leite Pasteurizado.

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- 1999: mudou a fábrica para Descalvado-SP, lançou o Iogurte com polpa de Banana, e a linha de sucos prontos para beber em caixinhas 250ml em seis sabores diferentes. - 2000: iniciou a produção dos iogurtes com a marca própria do Wal-Mart (Great Value). - 2001: lançou os 04 sabores de iogurtes nas embalagens de 200g, e iniciou a distribuição nacional através da parceria com a Yakult S/A. - 2002: lançou mais dois sabores de iogurte (Côco e Frutas vermelhas), e iniciou também a produção da marca própria para um grande supermercado. - 2003: lançou os produtos Mozzarela de Búfala, Queijo Minas Frescal e Ricota fresca, e iniciou a produção da marca própria de iogurtes para outro grande supermercado. - 2004: iniciou a produção dos iogurtes marca própria marca BIG. - 2005: iniciou a produção dos iogurtes marca própria marca MERCADORAMA e NACIONAL. Suspendeu a produção de sucos em caixinha, mantendo apenas em garrafa o de Laranja integral. - 2006: mudança da produção de iogurtes para nova planta industrial em São Carlos-SP, e produção do leite pasteurizado tipo "A" em Araras-SP na Fazenda Colorado. Começa uma nova fase de expansão na produção de iogurtes e outros derivados lácteos.

16. Durante todo este período, a SALUTE conseguiu alcançar os mais diferentes tipos de clientes,

seja através da entrega programada ou distribuição de seus produtos em supermercados e padarias.

17. Os produtos SALUTE podem ser encontrados nas melhores padarias, lojas de conveniência e

Supermercados das seguintes cidades: Ribeirão Preto, Araraquara, Bady Bassit, Balsamo, Barretos, Bauru,

Bebedouro, Birigui, Campinas, Catanduva, Fernandópolis, Descalvado, Guapiaçu, Guaraci, Jales, Mirassol,

Monte Aprazível, Monte Azul Paulista, Neves Paulista, Nova Aliança, Olímpia, Pindorama, Piracicaba,

Potirendaba, Santa Barbara D`Oeste, Santos, São Carlos, São José do Rio Preto, Tanabi e Votuporanga.

18. Atualmente, a SALUTE tornou-se uma empresa de grande credibilidade, que visa atender seu

consumidor com qualidade, procurando sempre repensar a melhor forma de tornar o seu atendimento

com níveis superiores de excelência.

19. Opera através da unidade de negócios na cidade de São Carlos (SP), contando com 73

funcionários diretos, isto sem falar na geração de empregos/serviços indiretos, tais como representantes

comerciais, vendedores autônomos, prestadores de serviços, fornecedores grandes, médios e pequenos,

etc.

20. Em que pese a solidez comercial, por razões que fogem à vontade da empresa e de seus

sócios, a recuperanda vem sofrendo grave dificuldade econômico-financeira para manter a regular

atividade social e o adimplemento de suas obrigações.

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21. Nessa conformidade, difícil vislumbrar outra medida capaz de evitar o encerramento das

atividades empresariais da empresa recuperanda que não a propositura da presente recuperação judicial, a

fim de propiciar sua continuidade, mantendo a realização de sua função social, especialmente, a

preservação dos empregos, geração de tributos e produção de riquezas de uma forma geral.

IV – DOS REQUISITOS DO ART. 48 DA LEI Nº. 11.101/05

22. Ab initio, cumpre registrar que a recuperanda preenche todos os requisitos previstos no art. 48

da Lei nº 11.101/05 para aforar o presente pedido de Recuperação Judicial, visto que exerce regularmente

suas atividades há mais do que 02 (dois) anos; jamais foi falida; a concessão de seu pedido recuperação

judicial anterior já conta com mais de 05 (cinco) anos; seus administradores e/ou sócios pessoas físicas

nunca foram condenados por qualquer crime previsto na lei 11.101/2005 (cf. docs. da recuperanda e de

seus administradores e sócios, em observância aos termos do art. 48 da Lei 11.101/05.).

23. Neste aspecto, cumpre registrar, a decisão judicial que homologou a deliberação da

assembleia de credores que aprovo o plano de RJ da SALUTE e concedeu a recuperação judicial à esta

empresa data de 16 de abril de 2013, sendo que sua disponibilização na imprensa oficial ocorreu em 18

de abril de 2013. A concessão da recuperação judicial nos autos n. 566.01.2012.017776-1 - nº ordem

1782/2012, portanto, já conta com mais de cinco anos.

24. Destarte, verificados os requisitos objetivos previstos no art. 48 da Lei 11.101/05, confira-se, a

seguir, a regular instrução do presente pedido nos exatos termos do art. 51 da LFR.

V – DA INSTRUÇÃO DO PEDIDO - ART. 51 DA LEI Nº. 11.101/05

25. O art. 51 da Lei 11.101/05 é taxativo quanto aos documentos que devem instruir a inicial da

Recuperação Judicial, restando à Requerente demonstrar o cumprimento da formalidade exigida.

26. Desta forma, a presente se encontra acompanhada dos seguintes documentos: (i) exposição

das causas concretas da situação patrimonial empresa e razões da crise econômico-financeira (ii) as

demonstrações contábeis relativas aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente para

instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da legislação societária aplicável; (iii) a relação

nominal completa dos credores; (iv) a relação integral dos empregados; (v) certidão de regularidade do

devedor no Registro Público de Empresas e instrumentos sociais; (vi) relação dos bens particulares dos

sócios controladores e dos administradores; (vii) os extratos atualizados das contas bancárias; (viii)

certidões dos cartórios de protestos; (ix) a relação, subscrita pela requerente, de todas as ações judiciais em

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que são partes.

V.1. – art. 51, I, lei 11.101/05 - exposição das causas concretas da situação patrimonial empresa e razões

da crise econômico-financeira.

27. No ano de 2012, quando contava com 28 anos de atividades, a empresa Salute, a despeito de

apresentar ao longo dos anos constante crescimento, sofreu as consequências da concentração do varejo e

forte concorrência de quatro grandes empresas, sendo duas grandes multinacionais (Danone e Nestlé), e

duas capitalizadas pelo BNDESPar (Vigor-JBS e Batavo-BRFoods).

28. Essa concentração de mercado causou a redução nas margens de lucro da empresa

recuperanda naquela época, que foram insuficientes para cobrir as despesas financeiras do capital de giro

tomado em bancos a taxas de juros muito altas, fazendo crescer o seu endividamento. Como dito, a esse

cenário de concentração de mercado se uniu o ambiente de juros exorbitantes, o que sufocou ainda mais

seu fôlego fi a cei o. Naquele momento, a empresa renegociou as dívidas com todos os bancos e

fornecedores, porém, ficou sem crédito no mercado e precisou comprar a maioria dos insumos à vista,

através de linhas de fomento mercantil de desconto de duplicatas em factoring e a custos financeiros ainda

mais altos.

29. Como é de conhecimento público, em agosto de 2012 a recuperanda SALUTE, com a finalidade

de superar a crise de liquidez e preservar sua atividade, ingressou com pedido de recuperação judicial,

autos que tramitaram perante esta 3ª Vara Cível (Proc. nº 566.01.2012.017776-1 - ordem nº 1782/2012).

30. O pedido de recuperação judicial tirado pela SALUTE teve o seu processamento deferido e o

plano regularmente aprovado pelos credores, com posterior homologação pelo Juízo competente. Nesse

sentido, insta registrar que em 27 de fevereiro de 2013 foi realizada Assembleia Geral com a finalidade de

os credores deliberarem sobre o plano apresentado tempestivamente pela recuperanda (SALUTE). Em

razão das propostas apresentadas pelos credores para alteração ao Plano de Recuperação, por deliberação

dos presentes, houve a suspensão da Assembleia para que a SALUTE apresentasse emenda contemplando

as alterações viáveis. Ficou estipulado pelos interessados e consignado em ata que a Assembleia Geral

suspensa retomaria seus trabalhos em 27.03.2013.

31. Nesse sentido, por deliberação soberana dos credores na data retro citada, o Plano de

Recuperação Judicial apresentado pela SALUTE foi aprovado, nos termos do artigo 58 da Lei 11.101/2005.

Tal aprovação foi homologada pelo MM. Juiz daquela recuperação judicial em 16 de abril de 2013, sendo

que sua disponibilização na imprensa oficial ocorreu em 18 de abril de 2013.

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32. A recuperanda SALUTE, pois, havia superado a crise anterior, de 2012, com o bem sucedido

plano de negócios apresentado na Assembleia Geral de Credores havida no processo de recuperação

judicial n. 566.01.2012.017776-1, principalmente com o projeto inovador de lançamento do iogurte grego

com a marca YOGRECO em meados de 2013. Esse projeto apresentou bons resultados, crescimento

contínuo durante 3 anos, até meados de 2016. Tanto que conseguiu cumprir aquele PRJ e encerrar o

processo no dia 03 de março de 2016.

33. O encerramento formal da recuperação judicial que tramitou sob o nº 566.01.2012.017776-1 -

ordem nº 1782/2012, insta registrar, se deu em março de 2016, tendo SALUTE cumprido rigorosamente

plano de RJ durante o período de supervisão judicial.

34. A crise econômica (recessão) que se instalou no Brasil desde 2014 começou a atingir o setor de

alimentos a partir de 2016, com forte queda no consumo de iogurtes em geral, e o que mais caiu no setor,

para todas as empresas, foram os produtos de alto valor agregado, como os iogurtes gregos.

35. A partir de então, a recuperanda SALUTE perdeu rentabilidade, começou a ter queda no

faturamento, e voltou a ter dificuldade de capital de giro. De um lado, os custos da matéria-prima principal

(que é o Leite) subiram devido aos aumentos de custos de ração e diminuição da oferta com a saída de

muitos produtores da atividade. De outro lado, a demanda fraca do mercado consumidor não permitia o

repasse desses aumentos de custos nos preços dos produtos.

36. A queda nos volumes eliminou ganhos de escala, dificultando a diluição de custos fixos como

mão de obra, aluguel, manutenção de equipamentos/instalações e custos variáveis, tais como energia

elétrica e combustível de caldeira.

37. Apesar das recentes quedas na taxa básica de juros Selic, não foi observada qualquer redução

nos juros pagos pela empresa em operações de desconto de duplicatas em FIDCs, securitizadoras e

factoring. Essas despesas financeiras consumiram todo o resultado operacional que a SALUTE ainda estava

gerando.

38. Durante os anos de crise, a SALUTE vinha procurando capitalização através de investidores, e

no final de 2017, com extrema falta de capital de giro, decidiu negociar com uma empresa que assumiu

todo o abastecimento de matéria-prima e materiais de embalagens em troca do faturamento dos produtos

acabados aos clientes, ficando a SALUTE responsável apenas pela industrialização para terceiros,

eliminando a necessidade de capital de giro.

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39. Nesse formato de prestação de serviços, a SALUTE manteve a gestão dos custos fixos, como

mão de obra, aluguel, energia elétrica, gás de caldeira, produtos de limpeza, e manutenção de

equipamentos e instalações, tendo sido desligados todos os funcionários da área comercial, mantendo

apenas duas filiais que atuam como distribuidoras.

40. O foco do negócio passou a ser crescimento de volumes de produção, para gerar receitas de

serviços suficientes para cobrir todo o custo fixo e alavancar o resultado operacional a partir desse

crescimento.

41. Entretanto, o esperado crescimento nos volumes de produção que começou a se realizar nos

primeiros meses de 2018, teve uma súbita queda no final de maio, com o evento da greve dos

caminhoneiros, pelo que os volumes continuaram muito baixos nos meses de junho e julho, também

devido a sazonalidade.

42. Apesar de estar iniciando vários novos projetos, de fabricação de marcas próprias para outras

três grandes redes de supermercados, outras indústrias e desenvolvimento de novos produtos, o que

certamente levará ao crescimento e viabilização do negócio, a SALUTE precisa de alguns meses para a

efetiva implantação e demonstração aos credores da real capacidade de voltar a gerar caixa e cumprir um

cronograma de pagamentos.

43. Nota-se, pois, que várias atitudes já foram tomadas com a finalidade de superar a crise pela

qual a empresa vem passando, sempre com o intuito de se manter em atividade. Todos os esforços

demonstram que, sem a existência de uma capitalização e subsequente alongamento da dívida, em um

certo espaço de tempo, a geração de caixa da empresa não seria suficiente para o pagamento de duas

dívidas, ou até mesmo para levar sua unidade produtiva a um fluxo normal de produção. É certo que a

grande experiência dos sócios e administradores da recuperanda, a reestruturação operacional e financeira

em vias de ser implementada, a qualidade tecnológica dos seus equipamentos e a experiência dos seus

funcionários demonstram de forma irrefutável que a empresa é viável, preenchidas as condições acima.

44. Contudo, para que essa viabilidade se materialize, como dito linhas acima, será necessária uma

reorganização da empresa, de sua estratégia e uma equalização do seu passivo, o que só pode ocorrer sob

o regime de recuperação judicial, porquanto permite-se a composição efetiva e organizada de todos os

envolvidos.

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45. Devido à negativa de vários fornecedores e credores financeiros em negociar de forma

extrajudicial, somado aos inúmeros pedidos da falência, ante a sua viabilidade econômica e financeira, a

empresa vem recorrer a esse instrumento legal da recuperação judicial.

46. Nessa conformidade, vale frisar, possui a SALUTE viabilidade operacional. A empresa

recuperanda possui parque produtivo, produtos, clientes e, principalmente, um grupo de pessoas

(administradores, empregados, colaboradores, etc.) empenhados em reverter este cenário de crise. A

situação hodierna pela qual a recuperanda passa, embora desgastada, tem sua recuperação facilmente

compreensível e possível. Todos os estudos até então realizados demonstram que a empresa pode gerar

caixa dentro de um fluxo operacional contínuo e normal de acordo com os parâmetros da concorrência e

do mercado.

47. Sabendo-se do endividamento estrangulador pela falta de crédito e pela dificuldade em

adquirir capital operacional, a recuperanda precisará evidentemente de tempo para acerto de sua posição

com os credores, mas, não obstante, o requisito da viabilidade econômica pode ser aferido na capacidade

de geração de caixa nas suas operações, mesmo no atual ambiente, o que existe e pode ser provado.

48. A aludida geração de caixa passa, entretanto, pela necessidade de capital que permita o

funcionamento de forma contínua e normal, ininterrupta nos moldes de eficiência tradicional da empresa,

bem como dos produtos que produz. Assim, denota-se que a recuperanda, a despeito de se encontrar em

crise econômico-financeira decorrente das causas relatadas na presente peça, possui plena capacidade de

recuperação para solver suas obrigações sem comprometer o seu funcionamento.

49. Esta conclusão está embasada em vários fatores que, em análise perfunctória, deixam

evidenciada a viabilidade financeira da empresa, dentre os quais podem ser destacados: (1) poder da marca

que reflete a credibilidade e excelência dos produtos comercializados; (2) possuir clientela consolidada pela

ampla rede de distribuição e comercialização; (3) ofertar aos clientes uma gama de serviços diferenciados

com ótima aceitação dos consumidores; (4) possuir sistemas de tecnologia que otimizam a operação da

empresa com relevante diminuição dos seus custos, etc.

50. Com efeito, o processamento da presente recuperação e o cumprimento do respectivo plano

de reestruturação se mostram como a inevitável solução jurídica e econômica da empresa, uma vez que

viabilizam tanto a manutenção da atividade social quanto a preservação dos empregos diretos e indiretos

gerados, garante o pagamento das obrigações e o recolhimento dos tributos.

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V.2. – art. 51, II, lei 11.101/05 - demonstrações contábeis.

51. Em atendimento ao disposto no inciso II do art. 51 da Lei nº 11.101/05, a recuperanda junta as

suas demonstrações contábeis relativas aos três (03) últimos exercícios sociais, bem como aquelas

levantadas especialmente para instruir o presente pedido, sendo certo que se anexa, também, o relatório

gerencial de fluxo de caixa da empresa e sua projeção.

52. Ainda, esclarece a recuperanda que, dentre os documentos que compõem as demonstrações

contábeis, foram anexados à inicial o Balanço Patrimonial especialmente levantado para instrução do

pedido, Balanço Patrimonial dos últimos três (03) anos, Demonstração do Resultado do Exercício

especialmente levantado para instrução do pedido, Demonstração do Resultado do Exercício dos últimos

três (03) anos e o relatório gerencial de fluxo de caixa da empresa e sua projeção.

V.3. – art. 51, III, lei 11.101/05 - relação de credores.

53. Em observância ao disposto no inciso III do art. 51 da Lei nº 11.101/05, a recuperanda acosta à

inicial a relação nominal dos credores, com a indicação do endereço de cada um, a natureza, a classificação

e o valor atualizado do crédito, discriminando sua origem, o regime dos respectivos vencimentos e a

indicação dos registros contábeis de cada transação pendente.

V.4. – art. 51, IV, lei 11.101/05 - relação de empregados.

54. Atendendo à exigência do inciso IV do art. 51 da Lei nº 11.101/05, a recuperanda junta a

relação integral dos empregados, em que constem as respectivas funções, salários, indenizações e outras

parcelas a que têm direito, com o correspondente mês de competência e a discriminação dos valores

pendentes de pagamento.

V.5. – art. 51, V, lei 11.101/05 - certidão de regularidade no registro público de empresas.

55. Com o objetivo de atender ao que preceitua o inciso V do art. 51 da Lei nº 11.101/05, a

recuperanda junta Certidão de regularidade do devedor no Registro Público de Empresas - JUCESP, o ato

constitutivo atualizado onde consta a nomeação do atual administrador.

V.6. – art. 51, VI, lei 11.101/05 - relações de bens do titular e administrador da empresa recuperanda.

56. Encontram-se em anexo as relações de bens dos sócios e dos administradores da recuperanda,

requerendo-se, desde já, que todas as declarações sejam arquivadas em pasta própria no cartório desta

DD. Vara, deferindo-se segredo de justiça a tais documentos.

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V.7. – art. 51, VII, lei 11.101/05 - extratos bancários atualizados.

57. Anexa os extratos atualizados das contas bancárias da recuperanda e de suas eventuais

aplicações financeiras de qualquer modalidade, inclusive em fundos de investimento ou em bolsas de

valores, emitidos pelas próprias instituições financeiras.

V.8. – art. 51, VIII, lei 11.101/05 - certidões dos cartórios de protestos.

58. Também estão anexas as Certidões dos Cartórios de Protestos.

V.9. – art. 51, IX, lei 11.101/05 - relação de ações judiciais.

59. Todas as demandas judiciais de natureza cível, fiscal e trabalhista envolvendo a SALUTE

encontram-se listadas em anexo (certidões forense de distribuição).

V.10. – art. 51, §1º, lei 11.101/05 - documentos de escrituração contábil e demais relatórios auxiliares.

60. Os documentos de escrituração contábil e demais relatórios auxiliares se encontram à

disposição deste Juízo e do administrador judicial nomeado.

VI – DA CONCESSÃO DE PRAZO PARA APRESENTAÇÃO DOS DOCUMENTOS FALTANTES 61. A recuperanda informa que procurou anexar a este pedido toda a documentação possível e

necessária para instruí-lo. Todavia, dada a complexidade e multiplicidade de documentos exigidos pela Lei

11.101/2005, a recuperanda desde já protesta pela concessão de prazo para apresentação suplementar de

outros documentos, pela eventual retificação das informações e declarações constantes desta peça bem

como dos documentos que a instruem e a integram.

62. Nesse sentido, o I. Jurista Amador Paes de Almeida (in Curso de falência e recuperação de

empresa. ª Edição. Sa aiva, . p. os e si a ue Não estando a inicial acompanhada da

documentação exigida no art. 51, pode e deve o advogado solicitar prazo para a complementação.

64. Outro não é o magistério do Nobre Desembargador Manoel Justino Bezerra Filho (in Lei de

Recuperação de Empresa e Falência, 7ª Edição, Editora RT, p. 152/153 : Se a documentação não estiver

em termos, deverá conceder prazo razoável para que seja completada, sob pena de indeferimento da

inicial.

65. É de bom alvitre ressaltar mais uma vez que a concessão do prazo não impedirá a fluência do

prazo de oferecimento do plano de recuperação judicial, que deve ser feito dentro de 60 (sessenta) dias a

contar do deferimento do pedido de recuperação (art. 53 da Lei nº 11.101/2005).

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66. Assim, com base na orientação doutrinária e jurisprudencial, assim como face à necessidade

premente da empresa, se mostra claramente justificada e razoável a concessão do prazo de 30 (trinta) dias

para complementação da instrução do pedido de recuperação, caso necessário.

VII – DO PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL

67. Insta registrar que, no prazo de 60 (sessenta) dias do deferimento do processamento da

recuperação judicial, será apresentado, na forma do artigo 53 da Lei nº 11.101/05, um Plano de

Recuperação Judicial e de viabilidade econômico-financeira adequado à solução definitiva dos problemas

da recuperanda, seus credores e parceiros, sendo, pois, precipitada qualquer outra solução que a prive da

possibilidade de recuperar-se efetivamente.

68. A recuperanda esclarece que obedecerá rigidamente a este prazo, valendo desde já informar a

esse DD. Juízo que o plano em questão se valerá dos meios legais previstos no art. 50 da referida Lei para a

implementação da recuperação judicial, notadamente a repactuação de seu endividamento.

VIII – DA CONTAGEM DOS PRAZOS EM DIAS ÚTEIS

69. Ab initio, requer que os prazos deste pedido de recuperação judicial sejam contados em dias

úteis. Outrossim, requer, data maxima venia, que Nobre magistrado se digne a consignar no r. despacho

que porventura deferir o processamento deste pedido se e quais os prazos que deverão ser contados em

dias úteis, tudo para que este processo seja permeado de segurança jurídica.

70. Cediço que a Lei 11.101/2005, diploma regulador dos processos de insolvência empresarial,

traz em seu bojo normas de direito materiais e processuais que denotam peculiaridades dos seus

procedimentos, a exemplo de prazos para a prática de atos processuais e não processuais.

71. Para atingir os seus objetivos (preservação da empresa, igualdade entre os credores,

maximização dos ativos e da publicidade dos procedimentos, dentre outros), os institutos da recuperação

judicial e da falência necessitam de um processo, de modo que necessitam do crivo judicial para produzir

seus efeitos na esfera jurídica. Sendo necessário um processo judicial para que os procedimentos de

recuperação judicial e de falência exteriorizem os seus objetivos, ciente de que não esgotou a disciplina

processual no bojo da Lei falimentar, o legislador admitiu a aplicação subsidiária do Código de Processo

Civil aos institutos regulados pela Lei 11.101/2005.

72. Daí a contagem dos prazos (processuais) em dias úteis. Nesse sentido, mister trazer à baila as

considerações do quanto já decido pelo E. Magistrado Daniel Carnio Costa, nos autos 1009944-

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44.2016.8.26.0100 (01ª Vara de Falências, Recuperações Judiciais e Conflitos Relacionados à Arbitragem),

acerca da forma de contagem do prazo em processos de recuperação judicia, inclusive o do stay period:

... t ata-se da questão dos impactos das mudanças trazidas pelo novo CPC ao sistema de insolvências brasileiro,

regulado pela Lei nº 11.101/05, notadamente no que tange à contagem dos prazos no processo de recuperação

judicial de empresas.

É regra conhecida de hermenêutica jurídica que a lei especial deve prevalecer sobre a lei geral. O Código de Processo

Civil estabelece as regras gerais de processo na jurisdição civil. Entretanto, leis especiais, que criam procedimentos

especiais, devem prevalecer sobre a lei geral naquilo que as regulações não forem compatíveis.

Nesse diapasão, conclui-se, também como regra conhecida de hermenêutica, que a lei geral tem aplicação supletiva

e subsidiária, aplicando-se aos procedimentos especiais naqueles aspectos não regulados expressamente pela lei

especial.

Portanto, a regra prevista na lei especial deve prevalecer sobre a lei geral mas, nas questões que não forem reguladas

de forma específica pela lei especial, são aplicáveis as normas da lei geral de forma supletiva e subsidiária.

A Lei 11.101/05 regula o procedimento especial da recuperação judicial de empresas, mas nada diz sobre como

devem ser contados os prazos processuais.

Nesse sentido, deve-se aplicar ao procedimento da recuperação judicial de brasileiro. O próprio NCPC reconhece sua

condição de norma geral de aplicação supletiva e subsidiária ao dispor no art. 15 do NCPC que, "na ausência de

normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão

aplicadas supletiva e subsidiariamente".

Diz o art. 219, "caput", do NCPC que "na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-

ão somente os dias úteis".

Nesse sentido, tem-se que todos os prazos processuais previstos na Lei nº 11.101/05, previstos em dias, deverão ser

contados em dias úteis.

Assim, por exemplo, devem ser contados em dias úteis os prazos para habilitação e/ou divergência administrativa

(art. 7º, §1º, LRF – 15 dias); para o administrador judicial apresentar a relação de credores (art. 7º, §2º da LRF – 45

dias); para apresentação de habilitações e/ou impugnações judiciais (art. 8º, "caput", LRF – 10 dias).

Também devem ser contados em dias úteis os prazos de 05 dias previstos na regulação do procedimento das

impugnações de crédito (arts. 11 e 12 da LRF); o prazo de 05 dias para publicação do quadro geral de credores (art.

18, §único, LRF); o prazo de 60 dias para que a recuperanda apresente o plano de recuperação judicial; e o prazo de

30 dias para apresentação de objeções ao plano, previsto no art. 55, "caput", da LRF.

O prazo máximo para realização da AGC é considerado processual, vez que estipula tempo para a prática de ato no

processo. Portanto, o prazo de 150 dias previsto no art. 56, §1º da LRF também deve ser contado em dias úteis.

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14 14

Os prazos de antecedência mínima previstos em lei, visam garantir aos interessados ciência prévia de atos

processuais para que tenham a possibilidade de exercer o direito de participação e/ou de pleitear o que for de direito

no processo. Assim, considerados como prazos processuais, devem ser contados em dias úteis os prazos de

antecedência mínima de publicação do edital de realização da AGC (15 dias) e de intervalo mínimo entre a primeira e

a segunda convocação da AGC (05 dias), tal qual previstos no art. 36 da LRF.

Entretanto, deve-se atentar que regra do art. 219 do NCPC aplica-se apenas a prazos processuais e que são contados

em dias. Nesse sentido, as situações tratadas abaixo não estão abrangidas pela nova forma de contagem de prazo.

Os prazos estabelecidos na lei ou no plano de recuperação judicial para cumprimento das obrigações e pagamento

dos credores não são considerados prazos processuais e, portanto, não são atingidos pela regra do art. 219 do NCPC.

Assim, por exemplo, o prazo estabelecido no art. 54, §único, da LRF, para pagamento de créditos trabalhistas deve

continuar a ser contado em dias corridos.

Os prazos previstos em horas, meses ou anos também não são atingidos pela regra do art. 219 do NCPC, vez que a

nova forma de contagem de prazos se aplica apenas e tão somente aos prazos contados em dias. Portanto, por

exemplo, o prazo de fiscalização do cumprimento do plano de recuperação judicial, previsto no art. 61 da LRF,

continua sendo de dois anos, sem qualquer alteração na forma de sua contagem.

Questão interessante surge em relação ao prazo de suspensão das ações e execuções ajuizadas contra a empresa em

recuperação judicial (automatic stay).

O prazo de 180 dias de suspensão das ações e execuções movidas contra a recuperanda (automatic stay), previsto no

art. 6º, §4º e no art. 53, III, ambos da LRF, deve ser considerado, tecnicamente, como prazo material. Isso porque,

esses dispositivos não determinam tempo para a prática de ato processual. Assim, em tese, tal prazo não seria

atingido pela nova regra do art. 219 do NCPC.

Entretanto, deve-se considerar que o prazo de automatic stay tem origem na soma dos demais prazos processuais na

recuperação judicial. O prazo de 180 dias foi estabelecido pelo legislador, levando em consideração que o plano deve

ser entregue em 60 dias, que o edital de aviso deve ser publicado com a antecedência mínima, que os interessados

tem o prazo de 30 dias para a apresentação de objeções e que a AGC deve ocorrer no máximo em 150 dias. A lei

considerou, ainda, que o prazo para apresentação da relação de credores do administrador judicial seria de 45 dias

após o decurso do prazo de 15 dias para a apresentação das habilitações e divergências administrativas. Nesse

sentido, a intenção do legislador foi estabelecer um prazo justo e suficiente para que a recuperanda pudesse

submeter o plano de recuperação judicial aos seus credores – já classificados de forma relativamente estável, vez que

promovida a análise dos créditos pelo administrador judicial – e para que o juízo pudesse fazer sua análise de

homologação ou rejeição. Vale dizer, foi a soma dos prazos processuais que determinou o prazo de 180 dias de

suspensão das ações e execuções contra a empresa devedora.

A teoria da superação do dualismo pendular afirma que a interpretação das regras da recuperação judicial não deve

prestigiar os interesses de credores ou devedores, mas a preservação dos benefícios sociais e econômicos que

decorrem da manutenção da atividade empresarial saudável. Nesse sentido, diante das várias possibilidades

interpretativas oferecidas pela técnica jurídica, deve-se acolher como a mais correta aquela que prestigiar de forma

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mais importante a finalidade do instituto da recuperação judicial. No caso, o prazo do automatic stay não se

estabelece em função da proteção dos interesses de credores, nem da devedora. A razão de existir da suspensão das

ações e execuções contra o devedor é viabilizar que a negociação aconteça de forma equilibrada durante o processo

de recuperação judicial, sem a pressão de credores individuais contra os ativos da devedora – que devem ser

preservados para o oferecimento de plano de recuperação judicial que faça sentido econômico – como forma de

proteger o resultado final do procedimento, qual seja, a preservação dos benefícios econômicos e sociais

decorrentes da manutenção das atividades da devedora (empregos, recolhimento de tributos, circulação de bens,

produtos, serviços e riquezas).

Diante disso, a interpretação de que o prazo de automatic stay deva ser contado em dias corridos, quando os demais

prazos processuais na recuperação judicial se contarão em dias úteis, poderá levar à inviabilidade de realização da

AGC e da análise do plano pelos credores e pelo juízo dentro dos 180 dias. Em consequência, duas situações

igualmente indesejáveis poderão ocorrer: o prazo de 180 dias será prorrogado pelo juízo como regra – quando a lei

diz que esse prazo é improrrogável e a jurisprudência do STJ diz que a prorrogação é possível, mas deve ser

excepcional; ou o juízo autorizará o curso das ações e execuções individuais contra a devedora, em prejuízo dos

resultados úteis do processo de recuperação judicial.

Nesse sentido, tendo em vista a teoria da superação do dualismo pendular, a circunstância de que o prazo do

automatic stay é composto pela soma de prazos processuais e a necessidade de preservação da unidade lógica da

recuperação judicial, conclui-se que também esse prazo de 180 dias deve ser contado em dias úteis.

73. No mesmo sentido a recente decisão proferida pela 1ª Câmara Reservada de Direito

Empresarial do Tribunal de Justiça de São Paulo, em acórdão da lavra do E. Des. Hamid Bdine (Agravo de

Instrumento n. 2052344-94.2018.8.26.0000, julgado em 26 de junho de 2018), cujos principais trechos

abaixo são transcritos:

... T ata-se de agravo de instrumento tirado contra decisão de fs. 594 dos autos de origem, no ponto em que

determinou a contagem do prazo definido pelo §4º do art. 6º da Lei n. 11.101/05 em dias úteis.

O agravante sustenta que o prazo de suspensão das ações e execuções movidas em face da recuperanda (stay

period) possui natureza material, na medida em que não se refere a qualquer ato praticado dentro do processo de

recuperação judicial. Alega que a contagem em dias úteis viola o parágrafo único do art. 219 do CPC.

(...)

A controvérsia limita-se ao exame da natureza do prazo de 180 dias de suspensão das ações e execuções promovidas

em face do devedor em recuperação judicial previsto no art. 6º, §4º, da Lei n. 11.101/05 e, em consequência, à

análise do cômputo em dias úteis ou não.

Luiz Roberto Ayoub e Cássio Cavalli ensinam que a finalidade do stay period é assegu a ue todos os atos ue

integram a etapa de p o essa e to da e upe ação judi ial ue a te ede a de isão de o essão seja

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cumpridos pela recuperanda (A Construção Jurisprudencial da Recuperação Judicial de Empresas, Forense, 2ª ed.,

2016, p. 128).

A finalidade desse prazo, segundo esclarecem Paulo Fernando Campos Salles de Toledo e Adriana V. Pugliesi, é i

aliviar a pressão feita quanto a medidas dos credores, oferecendo ensejo à elaboração do plano; e (ii) impedir que

alguns credores, mais diligentes, promovam investiduras sobre o patrimônio ativo do devedor, em prejuízo dos

de ais e do o te o do p o esso de e upe ação. Tratado de Direito Empresarial, Recuperação Empresarial e

Falência, vol. V., Revista dos Tribunais, 2016, p.100).

A discussão envolvendo a forma pela qual se dará a contagem do prazo de stay period é de extrema relevância

prática, portanto.

A contagem em dias úteis oferece contornos objetivos e mais adequados à realidade forense no que tange ao

impulso do processo.

Isso porque, ao permitir maior ampliação do prazo em comparação com a contagem em dias corridos, possibilitará,

em regra, que a recuperanda tenha tempo para concluir as etapas precedentes do julgamento do pedido de

recuperação sem depender de eventual ampliação do prazo em razão das dificuldades enfrentadas durante o

processo.

Justamente por conta desses entraves é que os Tribunais passaram a reconhecer a possibilidade excepcional de

prorrogação do prazo de 180 dias contra a literalidade do art. 6º, §4º, da Lei n. 11.101/05, com o objetivo de

preservar o interesse social que cerca o processo de recuperação naquelas hipóteses em que a devedora contribui

para a celeridade do processo (Matheus Inacio de Carvalho, Comentários Completos à Lei de Recuperação de

Empresas e Falências, Coord. Daniel Carnio Costa, Vol. I, Juruá, 2015, p. 103).

A experiência revela que a contagem do prazo em dias corridos não favoreceu a segurança jurídica, pois, em muitos

casos, sobreveio a necessidade de ampliação do período de suspensão das ações e execuções propostas em face da

recuperanda, como visto.

O que se pretende dizer é que, a contagem do prazo em dias úteis oferece contornos objetivos e amplia a

oportunidade de a recuperanda cumprir os atos processuais de acordo com a realidade forense e sem a necessidade,

em regra, de qualquer dilação de prazo.

Sustenta-se ue a o tage deve o se va dias o idos po ue o p azo é i p o ogável e u a i te p etação

diversa deve ser considerada contra legem , já ue a Lei . . / 5 dis ipli a uestões ate iais e p o essuais e

o Código de Processo Civil tem aplicação apenas subsidiária.

Contudo, a interpretação que considera que o prazo se conta em dias úteis serve, inclusive, para compatibilizar o

período de suspensão com a própria intenção do legislador de mantê-lo i p o ogável .

Assim, reduzirá a dependência dos interessados no processo de recuperação de uma flexibilização pelos Tribunais no

que tange à ampliação do lapso temporal em razão das dificuldades práticas vividas durante o processo, como

acontece hoje.

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Frise-se que é possível contar o prazo em dias úteis (art. 219 do CPC/15) de acordo com o disposto no art. 189 da Lei

n. 11.101/05, já que está prevista a aplicação subsidiária da norma processual aos procedimentos de recuperação e

falência.

A necessidade de mudança da forma de contagem foi percebida pelo Poder Legislativo, nos termos do Projeto de Lei

n. 6.862/2017, de autoria do Deputado Federal Carlos Bezerra, que foi apresentado em 9 de fevereiro de 2017, ao

propor justamente alteração da redação do §4º do art. 6º da Lei n. 11.101/05, para que o cômputo do prazo seja,

expressamente, em dias úteis.

Teresa Arruda Alvim Wambier e Arthur Mendes Lobo também defendem a contagem do stay period em dias úteis,

conforme artigo publicado no boletim de notícias do Consultor Jurídico, de 7 de março de 2016:

Out o exe plo, é o p azo de suspe são po 8 dias dos p o essos exe uções e o a ças a

recuperação judicial (Lei 11.101/05, artigo 6º). Esse prazo é processual, embora previsto em lei especial.

Então, considerando que o novo CPC não excepcionou prazos processuais fixados em outras leis

extravagantes (já que o artigo 219 dispõe sobre prazos processuais fixados 'por lei', sem limitação dos

prazos previstos nesta ou naquela lei), deverá, sim, ser contado em dias úteis.

Na dúvida se o prazo é material ou processual, deve-se entender como processual, já que previsto para

se p ati ada dete i ada o duta pela pa te ou po seu advogado de t o do p o esso.

(http://www.conjur.com.br/2016-mar-7/prazosprocessuais-contados-dias-uteis-cpc).

(...)

Já o renomado autor Manoel Justino Bezerra Filho chega à mesma conclusão (Valor Econômico, de 31 de maio de

2016), mas parte da classificação dos prazos envolvendo a Lei n. 11.101/05 como sendo processual, material absoluto

ou material relativo, na linha do que apontou o administrador Judicial (fs. 414).

Isso porque, além do efeito produzido dentro do processo da recuperação, já que a recuperanda cumprirá atos para

viabilizar a discussão do plano por seus credores e o julgamento de seu pedido de recuperação em até 180 dias, há

aquele efeito emanado para fora do processo, quando suspende os processos individuais promovidos por credores

da recuperanda.

Referido autor define a natureza do prazo de 180 dias do §4º do art. 6º como mista, já que sua contagem depende

de out os p azos de atu eza p o essual, e po isto, este se ia o típi o p azo ate ial elativo, pois se á o pletado

a partir de uma série de atos processuais e, po isso, deve se o side ados so e te os 8 dias úteis de

suspensão das ações (Valor Econômico, de 31 de maio de 2016).

Conforme os fundamentos apresentados, o cômputo do prazo em dias úteis contribui para a segurança jurídica ao

estabelecer critério objetivo ao mesmo tempo em que favorece a eficiência da recuperação judicial e maior

oportunidade para a recuperanda cumprir os atos processuais que visam à recuperação judicial em prol de sua

própria preservação (art. 47 da Lei n. 11.101/05) sem depender de ampliação de prazo em razão da realidade

processual por ela vivenciada.

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Assim, fica mantida a r. decisão agravada, para reconhecer que a contagem do prazo definida pelo art. 6º, §4º, da Lei

n. 11.101/05 deve ser em dias úteis, nos termos do art. 219 do CPC/15 vigente ao tempo do deferimento do

p o essa e to da e upe ação judi ial.

74. Assim, reitera-se o pedido para que os prazos deste pedido de recuperação judicial sejam

contados em dias úteis. Alternativamente, caso assim não entenda, requer, respeitosamente, que o Nobre

magistrado se digne a consignar no r. despacho que porventura deferir o processamento deste pedido se e

quais os prazos que deverão ser contados em dias úteis, tudo para que este processo seja permeado de

segurança jurídica.

IX – DA TUTELA DE URGÊNCIA CAUTELAR

IX.1. – Manutenção de serviços essenciais à SALUTE.

75. Dentre os credores arrolados na Recuperação Judicial, constam algumas empresas prestadores

de serviços públicos essenciais. São elas:

(i) Gás Brasiliano Distribuidora S.A., empresa inscrita no CNPJ n. 03.024.705/0001-37, com

endereço na Via de Acesso Engenheiro Najm, n. 3800, Bloco A, 2º Distrito Industrial, CEP n.

14808-159, Araraquara/SP;

(ii) CPFL – Companhia Paulista de Força e Luz, empresa inscrita no CNPJ n. 33.050.196/0001-

88, com endereço na Rodovia Engenheiro Miguel Noel N. Burnier, KM 2,5, CEP n. 13088-900,

Campinas/SP;

(iii) Telefônica Brasil S.A. (VIVO), empresa inscrita no CNPJ n. 02.55.157/000162, com

endereço na Avenida Engenheiro Luiz Carlos Berrini, n. 1376, Cidade Monções, CEP n. 04571-

936, São Paulo/SP;

(iv) Claro S.A (EMBRATEL), empresa inscrita no CNPJ n. 40.432.544/0001-47, com endereço na

Rua Henri Dunant, n. 760, Torres A e B, Santo Amaro, CEP n. 04709-110, São Paulo/SP;

(v) SAAE – Serviço Autônomo de Água e Esgoto de São Paulo; autarquia municipal inscrita no

CNPJ n. 45.359.973/0001-50, com endereço na Avenida Getúlio Vargas, n. 1500, CEP n. 13570-

390, São Carlos/SP;

(vi) Cia Telecomunicações do Brasil Central CTBC (Algar Telecom), empresa inscrita no CNPJ n.

71.208.516/0119-66, com endereço na Rua Monsenhor Rosa, n. 1989, Centro, CEP n. 14400-

670, Franca/SP.

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76. Ocorre que as aludidas empresas credoras têm tem ameaçado a requerente de

suspender/interromper o fornecimento de energia elétrica por débitos constituídos em data anterior ao

pedido de recuperação judicial. Excelência, os aludidos credores pretendem interromper/suspender o

fornecimento dos respectivos serviços públicos essenciais que prestão em razão de débito sujeito aos

efeitos da Recuperação Judicial (débitos constituídos em data anterior ao ajuizamento da Recuperação

Judicial), fato este que é vedado.

77. Destarte, de acordo com o Artigo 49 da Lei 11.101/2005, os débitos existentes perante tais

credores foram constituídos anteriormente à data do da impetração da Recuperação judicial (conforme

apontado na relação de credores que instrui o pedido), motivo pelo qual submetem-se aos seus efeitos.

78. Destarte, deverão ser pagos de acordo com o Plano de Recuperação Judicial que

oportunamente será apresentado nos autos principais. Veja:

Art. 49. Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na

data do pedido, ainda que não vencidos.

79. Outrossim, como bem salientado pelo Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de São

Paulo PEREIRA CALÇAS no julgamento do Agravo de Instrumento nº 0028511-91.2012.8.26.0000, Diversos

precedentes têm afirmado que, estando a empresa em recuperação judicial, as concessionárias

fornecedoras de serviços públicos, como telefonia, gás, energia elétrica, água, etc., não podem suspender

a prestação de tais serviços pelos débitos sujeitos à recuperação. Devem, pois, continuar a prestar os

serviços, mediante o pagamento das contas vencidas após a data do pedido de recuperação, sujeitando-

se os créditos anteriores aos efeitos do processo recuperatório .

80. O Nobre Desembargador ROMEU RICUPERO, quando do julgamento da Apelação n° 0001871-

17.2006.8.26.0435, co sig ou ue As contas anteriores ao pedido de Recuperação Judicial estão sujeitas

a ele, não podendo ser cobradas e nem autorizando suspensão no fornecimento (caput do art. 6" da Lei

." . / 5).”

81. Por bem esta questão foi pacificada pelo Egrégio Tribunal de Justiça, que editou a Súmula n°

57, a qual preceitua:

TJSP – Súmula nº 57: "A falta de pagamento das contas de luz, água e gás

anteriores ao pedido de recuperação judicial não autoriza a suspensão ou

i te upção do fo eci e to.”

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82. Por esta razão, a suspensão/interrupção no fornecimento de energia elétrica, água, gás e

telefonia credores arrolados neste tópico configurar-se-á abuso de direito, o que, por decorrência lógica,

ocasionará danos graves e de difícil reparação não só à empresa SALUTE, mas a todos os trabalhadores,

credores e demais interessados, visto que suas atividades serão interrompidas.

83. Como é sabido, a requerente é uma empresa que atua no ramo de laticínio, seus produtos

(iogurtes, leite pasteurizado, queijos, demais derivados etc.) são perecíveis, sendo que a falta de

energia/gás/água poderá ocasionar a perda (perecimento) deles e, como corolário, agravar ainda mais a

crise pela qual passa a empresa, prejudicando sobretudo o seu reerguimento. A interrupção de telefonia,

outrossim, poderá ocasionar uma drástica diminuição das vendas e negócios, agravando, assim, ainda mais

a crise pela qual passa a empresa, prejudicando sobretudo o seu reerguimento.

84. Cumpre esclarecer, ademais, que por força da Lei 11.101/2005 a empresa requerente neste

momento está impedida de realizar qualquer pagamento a credores sujeitos aos efeitos do processo de

Recuperação Judicial, sob pena de violar o princípio par conditio creditorum (princípio do tratamento

isonômico aos credores).

85. Nessa conformidade, segundo o texto do artigo 49 da Lei 11.101/2005 e de acordo com o

pacífico e sedimentado entendimento do Tribunal de Justiça de São Paulo, é incontestável que a suspensão

do fornecimento de serviços essenciais (tais como água, energia elétrica, gás e telefonia) com base em

débitos existentes na data do ajuizamento do pedido de recuperação afigura-se impossível. Como bem

frisado pela Súmula nº 57 do TJSP, as contas anteriores ao pedido de Recuperação Judicial estão sujeitas a

ele, não podendo ser cobradas, não sendo também autorizada a suspensão/interrupção no seu

fornecimento.

86. Inadmissível, portanto, o corte no fornecimento de água, energia elétrica, gás e telefonia,

decorrente de débitos anteriores ao pedido de Recuperação Judicial.

87. Por estes motivos, merece acolhimento o presente pedido de tutela de urgência cautelar, para

que os credores listados acima se abstenham de interromper/suspender o de serviços essenciais (tais como

água, energia elétrica, gás e telefonia) em razão de débitos anteriores à Recuperação Judicial, tudo em

respeito ao princípio da par condition creditorum.

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IX.2. – Manutenção das locações – créditos sujeitos à RJ.

88. Em razão da crise financeira que atingiu a SALUTE e motivou o ajuizamento desta recuperação

judicial, houve uma descontinuidade nos pagamentos das obrigações contratuais, inclusive dos contratos

de locação, o que motivou o ajuizamento de ações de despejo por parte dos locadores que são credores

nesta recuperação judicial e cujos créditos foram relacionados na lista de credores e as ações na relação de

processos judiciais que foram elaboradas pelas SALUTE para instrução deste pedido, em estrito

cumprimento ao quanto determinado no art. 51 da LRF.

89. Para facilitar a compreensão e a extensão do assunto, SALUTE pede licença para abaixo arrolar

as ações referentes aos contratos locatícios de suas unidades ajuizadas até a presente data. São elas:

* Ação de Despejo nº 1006676-68.2018.8.26.0566 – 3ª Vara Cível de São Carlos: Imóvel da

unidade Filial, localizado na Rua Antonio Martinez Carrera Filho, 121/122, SÃO CARLOS/SP;

* Ação de Despejo nº 1006308-59.2018.8.26.0566 – 2ª Vara Cível de São Carlos: Imóvel da

unidade Matriz, localizado na Rua Aldo Germano Klein, 172 – CEAT – SÃO CARLOS/SP

90. Tais contratos e seus respectivos créditos, bem como tais ações judiciais foram relacionados

neste feito recuperacional porque é incontroverso que as obrigações executadas pelos locadores em face

da SALUTE envolvem obrigações existentes antes do pedido e do deferimento do processamento da

recuperação judicial, pelo que, nos termos do art. 49, da lei 11.101/2005, estão sujeitos aos efeitos do

pedido recuperacional e deverão ser pagos nos termos do Plano de Recuperação Judicial a ser

oportunamente apresentado nos autos deste processo de recuperação.

91. Além disso, ante o ajuizamento deste pedido, configuraria uma ilegalidade (até mesmo crime)

o pagamento destes valores, uma vez que a lei 11.101/2005 veda expressamente, em seu art. 172, ato de

disposição ou oneração patrimonial ou gerador de obrigação, destinado a favorecer um ou mais credores

em prejuízo dos demais, antes ou depois da sentença que conceder a recuperação judicial.

92. Nestes termos, não se pode permitir que SALUTE tenha rescindidos os contratos de locação e

tampouco que seja despejada dos estabelecimentos comerciais (matriz e filial) em que exercer sua

atividade empresarial, eis que tais obrigações, sejam elas pecuniárias ou não, são indubitavelmente sujeitas

à recuperação judicial e, ainda, os imóveis locados servem ao exercício da atividade produtiva da

recuepranda, sendo, portanto, fundamentais ao desenvolvimento e continuidade da empresa, princípio

norteador da Lei 11.101/2005 insculpido em seu art. 47.

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93. Ora, Nobre Magistrado, é sabido que o interesse público de preservação da empresa, de sua

função social e do desenvolvimento econômico exigiu a criação de um instituto que permitisse ao

empresário, diante de uma crise reversível, recuperar-se. Em outras palavras, percebe-se que a

manutenção dos contratos de locação da SALUTE é medida de direito e coaduna-se com o princípio basilar

da manutenção da atividade. A importância da preservação da empresa, como atividade, altera o regime

jurídico das relações anteriormente celebradas de maneira a sobrepor-se o interesse público na

preservação da atividade a ponto de submeter tais obrigações existentes no momento da distribuição do

pedido, quer sejam vencidas ou vincendas, ainda que contrariamente à vontade individual do contratante,

às alterações aprovadas por deliberação da maioria dos credores submetidos ao plano1.

94. Ademais, especialmente no que diz respeito à problemática da suspensão das ações de

despejo, pode-se afirmar que há similitude com a questão de prejudicialidade externa que se configura

entre a ação renovatória de aluguel e a ação de despejo. Este é o entendimento da mais abalizada e

recente jurisprudência pátria que, neste caso, esclarece que a ação renovatória consubstancia questão

prejudicial externa apta a gerar a suspensão da ação de despejo, nos termos do art. 313, inciso V, alínea

"a", do CPC/2015132.

95. No presente caso, em que se tem o ajuizamento de recuperação judicial, ainda com mais

acerto devem ser suspensas as ações de despejo em curso contra a SALUTE, uma vez que em razão do

deferimento do processamento do pedido recuperacional, nos termos do art. 6º, § 4º e 52, inciso III, ambos

da LRF, ficam suspensas todas as ações e execuções cujos créditos estão abrangidos pelo ajuizamento deste

pedido, incluindo a obrigação pecuniária objeto da ação de despejo3 4 e, como visto acima, repita-se, o

pagamento de créditos sujeitos aos efeitos da recuperação judicial é ato ilegal e expressamente vedado

pela lei de regência. Vejamos:

1 Fonte: http://profsacramone.blogspot.com.br/2016/11/clausula-de-vencimento-antecipado-na.html, acesso em 30.1.2017.12. 2 TJSP, Agravo de Instrumento 2038782-86.2016.8.26.0000, Relator(a): Berenice Marcondes Cesar, Data de Julgamento: 10/05/2016, 28ª Câmara de Direito Privado; TJRS, Agravo de Instrumento 70061635405, Relator Otávio Augusto de Freitas Barcellos, Data de Julgamento: 24/09/2014, 15ª Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 26/09/2014. 3 TJSP, Agravo de Instrumento 20724248420158260000, Relator: Caio Marcelo Mendes de Oliveira, Data de Julgamento: 18/05/2015, 2ª Câmara Reservada de Direito Empresarial, Data de Publicação: 20/05/2015. 4 [o]s valo es p ete didos a ação de despejo estão i cluídos a ecupe ação judicial, pois são elativos a locação de imóvel cujo fato gerador é anterior ao deferimento do processamento da recuperação judicial. Assim, conforme dispõe o artigo 6º, da Lei 11.101/05, a decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário. Desse modo, a ação de despejo por falta de pagamento deve ser suspensa, nos termos do item 3 da decisão proferida às fls. 2447/2450, uma vez que os débitos de locação são a te io es ecupe ação e estão sujeitos ao p ocedi e to ecupe acio al . P ocesso º -77.2016.8.26.0100 em trâmite perante o MM. Juízo da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais da Comarca da Capital de São Paulo).

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Recuperação judicial. Grupo Handbook. Decisão que determinou a suspensão das ações de

despejo ajuizadas contra as recuperandas e a contagem do 'stay period' em dias úteis. Agravo

de instrumento de locadores. 'Stay period' que visa à preservação da unidade produtiva, em

benefício dos credores e das recuperandas. Ações de despejo que podem causar impactos

diretos na reestruturação, uma vez que atingem bens essenciais ao desenvolvimento das

atividades econômicas das recuperandas no varejo. Aplicabilidade do período de suspensão

às ações de despejo. Demandas que, por decorrerem de mora no pagamento de créditos

líquidos e certos (aluguéis), sujeitam-se à recuperação judicial. Competência do juízo

recuperacional para apreciação de todas as medidas que possam atingir o patrimônio social e

os negócios jurídicos das empresas em reestruturação, de modo a assegurar o cumprimento

do princípio inscrito no art. 47 da Lei de Recuperações e Falências. Relevância dos pontos

comerciais explorados pelas recuperandas, essenciais ao desenvolvimento de suas atividades

comerciais e ao sucesso do plano de reestruturação. Natureza eminentemente processual do

'stay period', cabendo aplicar-se o disposto no art. 219 do CPC/2015. Jurisprudência da 1ª

Câmara de Direito Empresarial deste TJSP, a abonar a contagem em dias úteis. Decisão

agravada mantida. Agravo de instrumento desp ovido. TJSP - AI n. 2045355-

09.2017.8.26.0000, rel. Des. Cesar Ciampolini, j. 23.8.2017).

Agravo Regimental -Locação - Ação de despejo por falta de pagamento cumulada com

cobrança - Locatária em recuperação judicial - Suspensão de ações e execuções – Cabimento

- Aluguéis vencidos anteriores à data do pedido - Art. 49 da Lei 11.101/2005 - Decisão

reformada - Os valores relativos à locação, devidos pelo recuperando até a data do pedido

de recuperação, estão sob os efeitos da recuperação (art. 49 da Lei 11.101/2005, LREF),

aplicando-se às ações de despejo por falta de pagamento, a suspensão prevista no artigo 6º

da LREF; não estão sob os efeitos da recuperação os aluguéis que se vencerem após a data do

pedido. - Agravo a que se dá provimento, por decisão monocrática – Agravo Regimental não

provido. (Agravo nº 2213975-86.2014.8.26.0000/50000 - Relator Des. Manoel Justino Bezerra

Filho - Órgão Julgador: 28ª Câmara de Direito Privado)

96. Destarte, não pairam dúvidas de que a medida aqui pleiteada é imprescindível para o

soerguimento da sua atividade e superação da crise econômico financeiro pela qual passa a SALUTE,

coadunando-se com os princípios basilares do ordenamento jurídico pátrio.

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97. Por esta razão, requer-se seja expedido, com urgência, ofício para todos as ações ajuizadas

perante MM. Juízos acima descritos para que sejam imediatamente suspensas tais demandas, ante a

sujeição das respectivas obrigações pecuniárias aos efeitos da recuperação judicial, nos termos do art. 49

da LRF, devendo ser determinado, por fim, o restabelecimento dos contratos indevidamente resolvidos,

sob pena de obstaculizar os esforços da empresa na reestruturação de suas dívidas.

IX.3. – Dos requisitos para concessão da tutela de urgência.

98. O ordenamento jurídico confere ao magistrado julgador da causa poderes para antecipada e

liminarmente conceder a tutela pretendida, quando presentes seus pressupostos autorizadores. No caso

em tela, tais elementos estão caracterizados pela demonstração da prova inequívoca do direito invocado,

da verossimilhança das alegações e relevância do fundamento jurídico do pedido, bem como do perigo de

ineficácia da medida pretendida, caso não deferida de plano.

99. De toda a exposição até então lançada, restaram demonstrados o relevante fundamento –

fumus boni juris – e ineficácia da medida, caso seja deferida ao final do presente remédio - periculum in

mora por medida abuso dos credores a requerente corre o risco de não conseguir dar continuidade à sua

atividade por falta de energia, água, gás, telefonia e despejo de seus estabelecimentos, fato que

certamente agravará a crise financeira que atravessa, podendo, inclusive, ver seus produtos perecerem).

100. Todos os p essupostos estão p ese tes o caso e tela, se do ce to ue eve tual co te o

fornecimento de serviços essenciais (energia elétrica/gás/água/telefonia) e o despejo de seus

estabelecimentos por débitos constituídos em data anterior ao ajuizamento da Recuperação Judicial trará

grave prejuízo à SALUTE e a todos os credores abarcados pelo feito recuperacional. Caso seja permitida,

manter-se-á uma conduta nitidamente abusiva de tais credores, praticada, data venia, ao arrepio da

legislação pátria e jurisprudência sedimentada sobre a questão posta.

101. Permissia venia, a verossimilhança da alegação é comprovada por todo o que até aqui fora

exposto, haja vista a inatacável pertinência da pretensão da SALUTE, podendo ser comprovada de plano, a

partir da simples análise da petição inicial e documentação carreada aos autos, da análise da questão à luz

dos dispositivos normativos invocados, sem necessidade de qualquer instrução/dilação probatória. Os

fundamentos jurídicos retro colacionados demonstram, de forma inequívoca, a plausibilidade do direito

invocado pela requerente e o prejuízo que a conduta dos credores em tela lhe causará.

102. Por conseguinte, e reiterando-se todos os argumentos perpetrados pela recuperanda, não há

como negar a existência de prova inequívoca da tutela almejada, do fumus boni iuris, vez que nosso

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ordenamento jurídico veda expressamente a interrupção/suspensão do fornecimento de serviços

essenciais (energia elétrica/gás/água/telefonia), assim como o despejo imobiliário, em razão de débitos

sujeitos aos efeitos da Recuperação Judicial.

103. E, presentes os requisitos genéricos necessário à concessão da tutela emergencial pleiteada,

qual seja, a prova inequívoca e verossimilhança das alegações, resta ainda a demonstração do periculum in

mora. O pressuposto do periculum in mora também quedou-se configurado neste peça, notadamente em

virtude da inequívoca comprovação do risco de lesão de grave reparação à SALUTE, caso o provimento final

seja favorável (aprovação de seu plano de recuperação judicial pelos credores).

104. De outra banda, os credores em questão não sofrerão prejuízo algum.

105. E assim, presente também se encontra nestes autos o pressuposto processual do fundado

receio de dano irreparável ou de difícil reparação, necessário à concessão da tutela de urgência pleiteada.

X – DOS PEDIDOS

X.1. – Da Tutela de Urgência.

105. restando demonstrados o relevante fundamento (fumus boni juris) e ineficácia da medida,

caso seja procedente ao final (periculum in mora), REQUER, LIMINARMENTE, a concessão da tutela

jurisdicional de urgência pretendida, a fim de que se determine que os credores abaixo listados se

abstenham de suspender/interromper o fornecimento de serviços essenciais à SALUTE em razão de débitos

sujeitos aos efeitos da Recuperação Judicial aforada, tanto em seu estabelecimento sede/matriz (MATRIZ -

LATICÍNIOS SALUTE EIRELI - CNPJ/MF 53.400.784/0001-01 - Rua Aldo Germano Klein, nº 172, CEP nº 13573-

470, São Carlos-SP), quanto em suas unidades filiais (FILIAL SÃO CARLOS - LATICÍNIOS SALUTE EIRELI -

CNPJ/MF 53.400.784/0005-35 - Rua Antônio Martinez Carrera Filho, nº 121/122, CEP nº 13573-420, São

Carlos-SP; FILIAL SÃO JOSÉ DO RIO PRETO - LATICÍNIOS SALUTE EIRELI, CNPJ/MF 53.400.784/0005-35 - Rua

Maneco Reis Araújo, nº 190, CEP nº 15054-150, São José do Rio Preto-SP) oficiando-se em caráter de

URGÊNCIA, tudo em observância ao princípio da par condition creditorum, sob de incorrer em multa

(astreinte) em valor a fixado por este nobre magistrado:

(i) Gás Brasiliano Distribuidora S.A., empresa inscrita no CNPJ n. 03.024.705/0001-37, com

endereço na Via de Acesso Engenheiro Najm, n. 3800, Bloco A, 2º Distrito Industrial, CEP n.

14808-159, Araraquara/SP – FONECEDORA DE GÁS NATURAL.

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(ii) CPFL – Companhia Paulista de Força e Luz, empresa inscrita no CNPJ n. 33.050.196/0001-

88, com endereço na Rodovia Engenheiro Miguel Noel N. Burnier, KM 2,5, CEP n. 13088-900,

Campinas/SP – FORNCEDORA DE ENERGIA ELÉTRICA;

(iii) Telefônica Brasil S.A. (VIVO), empresa inscrita no CNPJ n. 02.55.157/000162, com

endereço na Avenida Engenheiro Luiz Carlos Berrini, n. 1376, Cidade Monções, CEP n. 04571-

936, São Paulo/SP – PRESTADORA DE SERVIÇO DE TELEFONIA;

(iv) Claro S.A (EMBRATEL), empresa inscrita no CNPJ n. 40.432.544/0001-47, com endereço na

Rua Henri Dunant, n. 760, Torres A e B, Santo Amaro, CEP n. 04709-110, São Paulo/SP -

PRESTADORA DE SERVIÇO DE TELEFONIA;

(v) SAAE – Serviço Autônomo de Água e Esgoto de São Paulo; autarquia municipal inscrita no

CNPJ n. 45.359.973/0001-50, com endereço na Avenida Getúlio Vargas, n. 1500, CEP n. 13570-

390, São Carlos/SP - FORNCEDORA DE ÁGUA;

(vi) Cia Telecomunicações do Brasil Central CTBC (Algar Telecom), empresa inscrita no CNPJ n.

71.208.516/0119-66, com endereço na Rua Monsenhor Rosa, n. 1989, Centro, CEP n. 14400-

670, Franca/SP - PRESTADORA DE SERVIÇO DE TELEFONIA.

106. Ainda, restando demonstrados o relevante fundamento (fumus boni juris) e ineficácia da

medida, caso seja procedente ao final (periculum in mora), REQUER, LIMINARMENTE, a concessão da

tutela jurisdicional de urgência pretendida, a fim de que seja declarada a manutenção dos contratos de

locação das unidades da SALUTE e a impossibilidade de determinação da ordem de despejo (* Ação de

Despejo nº 1006676-68.2018.8.26.0566 – 3ª Vara Cível de São Carlos: Imóvel da unidade Filial, localizado

na Rua Antonio Martinez Carrera Filho, 121/122, SÃO CARLOS/SP; * Ação de Despejo nº 1006308-

59.2018.8.26.0566 – 2ª Vara Cível de São Carlos: Imóvel da unidade Matriz, localizado na Rua Aldo

Germano Klein, 172 – CEAT – SÃO CARLOS/SP), ante a sujeição da obrigação vencida aos efeitos da

recuperação judicial, nos termos do art. 49 da LRF, devendo ser determinado o restabelecimento dos

contratos indevidamente resolvidos, com a consequente expedição de ofício, com urgência, para os MM.

Juízos acima listados em que tramitam ações cujos objetos cuidam de prestações locatícias sujeitas aos

efeitos deste pedido recuperacional.

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X.2. – Do Mérito.

107. Pelo exposto, considerando a premente urgência que a recuperanda possui no deferimento do

processamento do seu pedido, serve-se da presente para requerer ao DD. Juízo responsável pelo Cartório

da Distribuição que se digne de determinar a distribuição do presente Pedido de Recuperação Judicial EM

CARÁTER DE URGÊNCIA a 3ª - Terceira Vara Cível da presente comarca, por dependência ao pedido de

Falência n. 1001595-41.2018.8.26.0566.

108. Demais disso, considerando que o presente Pedido de Recuperação Judicial obedece aos

ditames legais, bem assim que os documentos ora apresentados estão de acordo com o art. 51 da Lei nº.

11.101/05, a recuperanda LATICÍNIOS SALUTE EIRELI serve-se da presente para requerer se digne Vossa

Excelência que se digne:

a) determinar o processamento da presente Recuperação Judicial nos termos da Lei nº 11.101/2005;

b) nomear administrador judicial devidamente habilitado para que assuma o encargo previsto na

regra do art. 22 da Lei nº 11.101/05;

c) determinar a dispensa da exigência de apresentação de Certidões Negativas para atos que visem o

pleno exercício e continuidade das atividades da empresa, bem como para viabilizar a presente

recuperação judicial;

d) determinar a suspensão de todas as ações ou execuções movidas contra a recuperanda e seus

avalistas, até ulterior deliberação deste juízo;

e) autorizar que a recuperanda venha apresentar as contas demonstrativas mensais enquanto

perdurar a presente recuperação judicial diretamente ao administrador judicial nomeado;

f) determinar a intimação do Ministério Público, bem como a comunicação por carta às Fazendas

Públicas Federal, Estadual e Municipal para que tomem ciência da presente Recuperação Judicial;

g) expedir o competente Edital a ser publicado no Diário de Justiça do Estado contendo todas as

informações previstas no § 1º do art. 52 da Lei que regula a Recuperação Judicial;

h) conceder o prazo de 60 (sessenta) dias para apresentação em juízo do respectivo Plano de

Recuperação Judicial da recuperanda e sua posterior aprovação, mesmo em caso de discordância de alguns

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dos credores para, enfim, conceder a recuperação da sociedade, mantendo seu atual administrador na

condução de sua atividade empresarial, sob fiscalização do administrador judicial;

i) advirta os credores e interessados acerca dos prazos para habilitação dos créditos, na forma do

artigo 7º, §1º, da Lei 11.101/2005 e para que, caso queiram, apresentem objeção ao plano de recuperação

judicial quando apresentado pela requerente, nos termos do artigo 55 LFR.

j) que os prazos deste pedido de recuperação judicial sejam contados em dias úteis.

Alternativamente, caso assim não entenda, requer, respeitosamente, que Nobre magistrado se digne a

consignar no r. despacho que porventura deferir o processamento deste pedido se e quais os prazos que

deverão ser contados em dias úteis, tudo para que este processo seja permeado de segurança jurídica.

PUBLICAÇÕES/NOTIFICAÇÕES/INTIMAÇÕES: Requer o assentamento junto ao Cartório Distribuidor,

inclusive com anotações na capa dos autos, para que todas as notificações, intimações e publicações sejam

veiculadas e nome dos advogados Rafael Apolinário Borges – OAB/SP 251.352 e Fábio de Biagi Freitas –

OAB/SP 276.033, ambos com escritório no rodapé desta, para que o feito não venha a padecer de vícios.

Atribui-se à causa o valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais).

Nesses termos, pede deferimento.

Ribeirão Preto, 28 de agosto de 2018. Rafael Apolinário Borges Fábio de Biagi Freitas OAB/SP 251.352 OAB/SP 276.033

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