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2017 – Associação Mineira de Municípios -AMMTodos os direitos reservados à Associação Mineira de Municípios

Presidente da Associaçào Mineira de MunicípiosAntônio Carlos Doorgal de andrada

Superintendência da AMM Dr. Gustavo Costa Nassif

CoordenaçãoDr. Gustavo Costa Nassif

OrganizaçãoVivian do Carmo Bellezzia

Colaboração Analice Horta

EstagiárioFelipe de Freitas Antunes

Projeto Gráfico e DiagramaçãoAlexandre Medeiros / Fábio Junio dos SantosRodney Arôuca / Simão Pedro

Associação Mineira de Municípios - Av. Raja Gabáglia, 385, Cidade Jardim

Belo Horizonte - MG

CEP: 30380-103 - Tel.: (31) 2125-2400

Manual de Orientações Contábeis e Tributárias ao Gestor Municipal é uma

publicação editada pela Associação Mineira de Municípios.

ISBN : 978-85-93293-10-8

2ª edição

ISBN BOX: 978-85-93293-03-0

Tiragem: 1500 exemplares

Distribuição gratuita Permitida a reprodução parcial ou total desta obra

desde que citada a fonte.

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S U M Á R I O

PALAVRA DO PRESIDENTE 9

APRESENTAÇÃO 11

NOTA DA 13

ORGANIZADORA 13

1. CONTABILIDADE MUNICIPAL 14

1.1. Procedimentos Contábeis para inicio de atividades/mandatos 14

1.2. Mudanças na Contabilidade Pública 16

1.3. Calendário Prévio Contábil 17

2. ORÇAMENTO 17

2.1. Classificações 17

2.2. Créditos Adicionais 19

2.3. Transposição, Remanejamento e Transferência 19

2.4. LOA, LDO e PPA 20

3. RESTOS A PAGAR 21

3.1. Restos a Pagar de Despesas Processadas 21

3.2. Restos a Pagar de Despesa Não Processada 21

4. CONTROLE INTERNO 22

4.1. Cronologia das Normas 23

4.2. Controle Interno x Controle Externo 24

5. EXECUÇÃO FINANCEIRA 25

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6. TRIBUTOS MUNICIPAIS 27

6.1. Impostos 27

6.1.1. Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) 27

6.1.2. Imposto Sobre Transferências de Imóveis (ITBI) 28

6.1.3. Imposto Sobre Serviços (ISS) 29

6.2. Taxas 29

6.3. Contribuições 29

7. GESTÃO DO PATRIMÔNIO PÚBLICO 31

7.1. Gestão Patrimonial e a Lei de Responsabilidade Fiscal 31

7.2. Avaliação dos Componentes Patrimoniais 32

7.3. Responsabilidade pela Gestão de Bens Públicos 33

8. SICOM 34

9. SICONFI 35

10. LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL 36

11. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL AOS MUNICIPIOS 37

11.1. Legislação Federal 37

11.2. Legislação Municipal 39

12. SITES DE INTERESSE 42

13. GLOSSARIO 43

BIBLIOGRAFIA 47

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PA L AV R A D O P R E S I D E N T E

A Associação Mineira de Municípios, no desempenho de suas funções institucionais

alinhadas com o exercício de seu papel pedagógico de bem orientar os Prefeitos e

Prefeitas Mineiros, primando pelo fortalecimento do municipalismo e contribuindo

para gestões municipais de resultado, edita a 2ª Edição do Manuais de Gestão Pública:

Orientações ao Gestor Municipal.

Com o objetivo de consolidar de forma prática e simplificada o box dispõe de 13

cartilhas nas áreas de Assistência social, esporte, jurídico, direitos humanos, captação

de recursos e convênios, cerimonial, eventos e comunicação, contábil, economia,

meio ambiente, marco regulatório, educação e saúde. Áreas de indiscutível interesse

para a gestão municipal.

A expectativa é que os agentes políticos e gestores desfrutem de um material de fácil

leitura e disponham de uma fonte de orientações segura e rápida. Almeja-se, ainda,

colaborar de forma efetiva para que os compromissos assumidos perante a sociedade,

pelos gestores eleitos, possam se concretizar.

Não há qualquer pretensão de se esgotar os detalhes acerca das matérias tratadas,

todavia a AMM entende que a observância aos aspectos aqui abordados, ao lado de

estudos e pesquisas poderá propiciar mais realização, em decorrência de uma gestão

cada vez mais responsável no trato da coisa pública.

Colocamos o conhecimento técnico da AMM, acumulado ao longo dos 66 anos

de existência da instituição, à disposição dos gestores mineiros, na perspectiva

de contribuir para uma administração pública fundamentada nos princípios

constitucionais e tendo como objetivo o desenvolvimento de políticas públicas

efetivas, capazes de se constituírem em instrumentos hábeis à promoção da cidadania.

Antônio Carlos Doorgal de Andrada Presidente da Associação Mineira de Municípios

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A P R E S E N TAÇÃO

Caro Leitor

A Associação Mineira de Municípios – AMM elaborou para o gestor público, nas diversas áreas de sua atuação, um manual básico de orientações a fim de auxiliá-lo em sua lida cotidiana na Administração Pública municipal.

Aprimorar a qualidade da gestão tornou-se um desafio permanente do servidor público. A Constituição Federal reservou um capítulo especial à Administração Pública. E as melhores práticas em gestão governamental se fundam essencialmente na ética, no conhecimento e na conjugação de habilidades profissionais com o amadurecimento democrático.

O presente manual possui um conteúdo específico e irá contribuir com elementos básicos relativos à presente área para a qual fora desenvolvido. No seu contexto o leitor terá a oportunidade de identificar as suas necessidades em relação a este importante tema e, portanto, usá-lo como guia para o exercício de suas atividades.

Superar as dificuldades é um imperativo, e para isso, temos que inovar, elaborar boas práticas, vencer a burocracia e partir em direção a uma Administração Pública zelosa e tecnicamente bem aparelhada.

É por meio do conhecimento que procuramos estimulá-lo a perceber melhor seu município, bem como a sua área de atuação no âmbito da Administração. Ressaltamos a necessidade de criar um ambiente de confiança; construir relações de respeito e boa convivência, identificando as virtudes, bem como as dificuldades que permeiam a vossa atividade.

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Por fim, resta esclarecer que precisamos ter uma visão integral de todas as áreas da Administração Pública, por serem absolutamente interdependentes. Assim, estamos convictos de que esta Cartilha: Manual de Orientações

Contábeis e Tributárias ao Gestor Municipal, será de grande importância para todos os que nela se inspirarem.

Em tempos de instabilidades, esperamos encontrar luz no conhecimento para a (re)construção por vir........ . (Re)construção do homem, do pensamento, da moral, dos costumes, do lar, do caráter..........

Assim, (Re)construir é o brado que nos compete.

Boa Leitura

Gustavo Costa Nassif Superintendente da AMM

Doutor e Mestre em Direito Público, Professor Universitário e Advogado

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N OTA DAO R GA N I Z A D O R A

Caro Leitor,

Tendo como norte o fomento e aperfeiçoamento da gestão contábil e tri-butária dos municípios mineiros elaboramos a presente cartilha. O texto contém uma síntese das principais diretrizes e aspectos práticos da atuação do gestor municipal. Em oito capítulos, bastante sintéticos, apresentamos e destacamos temas como: Contabilidade Municipal, Orçamento, Restos a Pagar, Controle Interno, Execução Financeira, dentre outros. Para a elabora-ção do texto nos pautamos no conhecimento adquirido na Coordenação das Áreas técnicas da AMM, trabalhando lado a lado com os técnicos e gestores municipais, bem como nas mais diversas fontes de consulta, principalmente, nos inúmeros guias editados pelos Conselhos de Contabilidade, Tribunais de Contas dos Estados, Manuais de Direito Administrativo e Informativos Jurisprudenciais. Nosso objetivo foi o de condensar em um único manual, de forma sintética e resumida, os temas de maior incidência e relevância para a gestão pública municipal afetos ao controle de contas e tributação. Espe-ramos que as orientações aqui compiladas sirvam de suporte aos Gestores Municipais Mineiros e fortalecimento da causa municipalista.

Desejamos a todos uma boa leitura!

Vivian do Carmo Bellezzia

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10 M a n u a i s D e G e s t ã o P ú b l i c a M u n i c i P a l

M a n u a i s D e G e s t ã o P ú b l i c a M u n i c i P a l

c o n t á b i e s e t r i b u t á r i a s

1 . CO N TA B I L I DA D E M U N I C I PA LTer uma equipe capacitada e de confiança é importante para que o gestor público faça uma boa gestão. Dessa forma, assim que eleito, o futuro prefeito já deve começar a pensar nos nomes que irão compor o seu staff. O contador é uma peça valiosa dessa equipe, uma vez que caberá a ele produzir dados para as prestações de contas além de influenciar o planejamento do mandato do prefeito eleito.

Dessa forma, apresentamos a seguir uma série de medidas que julgamos ne-cessárias ao bom andamento do mandato do gestor público.

1 . 1 . P R O C E D I M E N TO S CO N TÁ B E I S PA R A I N I C I O D E AT I V I DA D E S / M A N DATO S 1

Quais serão os primeiros procedimentos contábeis que o gestor público de-verá realizar?

No início do mandato, o prefeito, juntamente com seu contador, deve se inteirar das contas do município, fazendo uma profunda análise dos números das gestões anteriores. É fundamental que esse estudo seja feito, uma vez que o resultado da apuração será o ponto de partida da nova gestão.

Dessa forma, listamos uma série de medidas a serem realizadas pelo prefeito para que ele possa se inteirar das contas do município:

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11A s s o c i A ç ã o M i n e i r A d e M u n i c í p i o s

• Confrontar as contas bancárias via sistema contábil com as abertas nos bancos, observando principalmente as específicas de convênios e verbas com destinação própria, pois são passíveis de prestação de contas. Além disso, mudar as assinaturas para o Prefeito atual, pois o mesmo é que será o CPF responsável pelo município;

• Fazer uma relação de restos a pagar (processados e não processados) para saber quais são liquidados e por isso terão que ser pagos;

• Fazer uma relação dos contratos em andamento (aluguéis de imó-veis, de veículos/máquinas, obras, serviços em geral);

• Fazer levantamento das dívidas fundadas (INSS, PASEP, emprésti-mos entre outras);

• Ter em mãos uma cópia da lei do orçamento aprovada (com seus respectivos anexos executados no exercício);

• Ter em mãos cópia do Plano Plurianual - PPA e da Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO;

• Ter conhecimentos dos sistemas de informatizados utilizados pelo município.Caso não atenda providenciar a troca.

• Analisar o inventário patrimonial (bens móveis, imóveis).Caso o município não possua, providenciar a realização.

Ainda, é importante que o contador, quando assuma a contabilidade de um município, tenha conhecimentos na área pública, como por exemplo:

• As leis que regem a Administração Pública (Lei 4.320/64, Lei 8666/93, LRF,Lei Orgânica do TCE/MG, Instruções normativas do mesmo, leis municipais)

• As obrigações de prestações de contas junto ao Tribunal de Contas de Minas Gerais (SIACE LRF, SIACE PCA, SICOM);

• Ter conhecimento de Administração Pública (procedimentos neces-sários para funcionamento da contabilidade);

• Ter conhecimento das atividades contábeis em uma prefeitura (em-penhos, liquidação,classificação das despesas no orçamento);

• Estar acompanhando as novas legislações voltadas para as novas nor-mas de contabilidade aplicada ao setor público.! Conceitos e informações adaptadas do Manual de

Gestão Pública Municipal: Contábil e Tributário. Vol. 6; 1ª edição. p. 12. Elaborado pela AMM.

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12 M a n u a i s D e G e s t ã o P ú b l i c a M u n i c i P a l

M a n u a i s D e G e s t ã o P ú b l i c a M u n i c i P a l

c o n t á b i e s e t r i b u t á r i a s

4 Conceito retirado do site do Governo Federal. Disponível em: http://www.orcamentofederal.gov.br/glossario-1/classificacao-institucional

5 Conceito retirado do site do Governo Federal. Disponível em: http://www.orcamentofederal.gov.br/glossario-1/classificacao-funcional

1 . 2 . M U DA N ÇA S NA CO N TA B I L I DA D E P ú B L I CA 2

Com a implantação dos processos de padronização que estão ocorrendo na contabilidade pública, é importante entender quais são as principais mudan-ças e inovações geradas pelas Normas de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (NBCASP).

Para Feijó3 , o objetivo principal é o resgate da Contabilidade Patrimonial, pois até recentemente o maior enfoque seria a Contabilidade Orçamentária:

”Nesse sentindo, ocorreram várias mudanças importantes, mas a princi-pal é que o objeto de estudo da contabilidade do setor público é o patrimô-nio. O orçamento deixa de ser o protagonista na administração pública, apesar de continuar exercendo papel relevante no controle político, ad-ministrativo e de planejamento do governo ao estabelecer a previsão das receitas e a fixação das despesas orçamentárias.”

Dessa forma, o novo cenário vem enfrentando alguns desafios que merecem a atenção do gestor público, como por exemplo a introdução de sistema in-formatizado contábil e de sistemas de apoio, a implantação e adequação de um sistema de controle de bens (estoque, bens móveis e imóveis). Além da capacitação dos recursos humanos.

Outra mudança expressiva são os novos demonstrativos contábeis aplicados ao setor

público, pois os demonstrativos já estabelecidos no artigo 101 da Lei nº 4.320/64(Balanço Orçamentário; Balanço Financeiro; Balanço Patrimonial e Demonstrações das Variações Patrimoniais) foram modificados em suas estruturas, visando melhorar a evidenciação das informações, facilitar o en-tendimento e convergir para os padrões internacionais.

As NBCASP criaram duas novas demonstrações: Demonstrações dos Fluxos de Caixa; e Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido. Destaca-se ainda a elaboração de Notas Explicativas, como parte integrante das demons-trações contábeis.

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13A s s o c i A ç ã o M i n e i r A d e M u n i c í p i o s

1 . 3 . CA L E N DÁ R I O P R é V I O CO N TÁ B I L

Com a finalidade de auxiliar o gestor público em seu planejamento, o Tribu-nal de Contas do Estado de Minas Gerais fornece a Agenda do Gestor que, entre outras datas, contém os prazos contábeis aos quais o gestor deve ficar atento.

A Agenda do Gestor é um instrumento muito importante para dar apoio ao planejamento do gestor público, portanto, suas ações devem ser sempre norteadas de acordo com os respectivos prazos.

Link da Agenda do Gestor: http://www.tce.mg.gov.br/agenda_gestor/

2 . O R ÇA M E N TOO orçamento tem como finalidade racionalizar o processo de alocação de recursos, zelando pelo equilíbrio das contas públicas, com foco em resultados para a população.

2 . 1 . C L A SS I F I CAÇõ E S

Classificação Institucional4 : É a classificação orçamentária que nos informa qual o Órgão a Unidade Orçamentária responsável pela execução de deter-minada parcela do orçamento, constantes das dotações nele consignadas. A finalidade básica desta classificação é a atribuição de responsabilidade pelo gasto público.

Classificação Funcional5 : É baseada em funções, cada uma desdobrada em subfunções. As funções, segundo a Portaria nº 42, de 14 de abril de 1999, constituem “o maior nível deagregação das diversas áreas de despesa que competem ao setor público”. Exemplo: Função 12 – Educação. Ainda segun-do a mesma Portaria, “a subfunção representa uma partição da função, visan-

2 Informações retiradas do artigo A Nova Contabilidade aplicada ao Setor Público: uma mudança de Paradigma, a Contabilidade não mais vista exclusivamente pelo enfoque Orçamentário e Financeiro. Escrita por José Orcélio do Nascimento. 2015. Disponível em: http://dvl.ccn.ufsc.br/congresso_internacional/anais/6CCF/80_16.pdf

3 FEIJÓ, Paulo Henrique. Entrevista [out./nov./dez./2012]. Minas Gerais: Revista TCMEMG,

2012. Disponível em http://revista.tce.mg.gov.br/Content/Upload/Materia/1721.pdf

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14 M a n u a i s D e G e s t ã o P ú b l i c a M u n i c i P a l

M a n u a i s D e G e s t ã o P ú b l i c a M u n i c i P a l

c o n t á b i e s e t r i b u t á r i a s

8 Conceito retirado do site da Câmara de Deputados. Disponível em: http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/orcamentobrasil/creditos

9 Informações obtidas do Manual de Gestão Pública: Contábil e Tributário. 1ª edição. Produzido pela AMM. p. 31.

10 Informações retiradas do site do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Disponível em: http://www.publiconsult.com.br/Portal/Anexos/NOT_116/TCESP%20-%20Transposi%C3%A7%C3%A3o,%20Remanejamento%20e%20Transfer%C3%AAncia%20Or%C3%A7ament%C3%A1ria.pdf

do agregar determinado subconjunto de despesa do setor público”. Exemplo: Subfunção 361 – Ensino Fundamental.

Classificação Programática6 : Classificação da despesa segundo estrutura de programa, ação (projeto, atividade ou operação especial) e subtítulo (loca-lizador do gasto), cujo objetivo é identificar a finalidade do gasto, em que e onde serão alocados os recursos, bem como viabilizar o gerenciamento entre secretarias de programas.

Classificação segundo a Natureza da Receita7 : Agrupamento que identi-fica a origem dos recursos, se orçamentários ou extra-orçamentários. Busca identificar a origem dos recursos segundo o fato gerador. Constituem receitas orçamentárias os valores constantes da lei orçamentária, enquanto as extra-orçamentárias são todas aquelas provenientes de qualquer arrecadação que não figure no orçamento e, consequentemente, toda arrecadação que não constitui renda do Município. O seu caráter é de extemporaneidade ou de transitoriedade nos orçamentos. A classificação por natureza da receita está estruturada por níveis de desdobramento, codificada de modo a facilitar o conhecimento e a análise da origem dos recursos, compondo-se de seis níveis. A Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, apresenta classificação da receita por categoria econômica, ao especificar, no art. 11: a receita classificar-se-á nas seguintes categorias econômicas: receita corrente e receita de capital.

Classificação por natureza de despesa: Agrupamento de 08 dígitos consti-tuído pela combinação da classificação da despesa por categoria econômica (1º dígito), grupo de natureza da despesa (2º dígito), modalidade de aplica-ção (3º e 4º dígitos) e elemento de despesa (5º e 6º dígitos).

Classificação por categoria econômica: Classificação das receitas e despesas em operações correntes ou de capital, objetivando propiciar elementos para uma avaliação do efeito econômico das transações do setor público.

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15A s s o c i A ç ã o M i n e i r A d e M u n i c í p i o s

2 . 2 . C R é D I TO S A D I C I O NA I S 8

São as autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente dota-das na Lei de Orçamento. Os créditos adicionais classificam-se em:

Suplementares: São aqueles destinados a reforço de dotação orçamentária; encaminhado ao Congresso Nacional pelo Presidente da República através de Projeto de Lei ( PLN )

Especiais:São aqueles destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica; encaminhado ao Congresso Nacional pelo Presiden-te da República através de Projeto de Lei ( PLN )

Extraordinários: São aqueles destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra, comoção intestina ou calamidade pública; encaminhado ao Congresso Nacional pelo Presidente da República através de Medida Pro-visória (MP).

Os créditos adicionais, uma vez aprovados, incorporam-se ao orçamento do exercício. São fontes9 para os créditos adicionais:

• O superávit financeiro: Diferença positiva apurada entre o ativo fi-nanceiro e o passivo financeiro verificado no balanço patrimonial do exercício anterior;

• Resultado da anulação parcial ou total de dotações orçamentárias;

• Operações de crédito ou empréstimos;

• Excesso de arrecadação efetivamente apurado ou sua tendência.

2 . 3 . Tr a n s p o s i ç ã o , R e m a n e j a m e n t o e Tr a n s fe rê n c i a 1 0

O crédito adicional se assemelha, em temos quantitativos, à tríade transposi-ção/remanejamento/ transferência. É porque um ou outro não faz aumentar o orçamento total da despesa; apenas permuta cifras orçamentárias.

6 Conceito retirado do site do Senado Federal. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/orcamento/glossario/classificacao-programatica

7 Conceito retirado do site do Senado Federal. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/orcamento/glossario?search_letter=c

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16 M a n u a i s D e G e s t ã o P ú b l i c a M u n i c i P a l

M a n u a i s D e G e s t ã o P ú b l i c a M u n i c i P a l

c o n t á b i e s e t r i b u t á r i a s

A transposição assegura mudança entre categorias programáticas de um mes-mo órgão orçamentário. Exemplo: os agentes políticos decidem não mais construir um posto de saúde, transpondo o recurso do correlato Projeto para Atividade da própria Secretaria da Saúde (ex.: combate à dengue).

O remanejamento serve para realocar verbas entre distintos órgãos orçamen-tários. Exemplo: extinção da Secretaria da Cultura e, encampação de suas funções e dotações pela Secretaria da Educação.

A transposição assegura mudança entre categorias programáticas de um mes-mo órgão orçamentário. Exemplo: os agentes políticos decidem não mais construir um posto de saúde, transpondo o recurso do correlato Projeto para Atividade da própria Secretaria da Saúde (ex.: combate à dengue).

2 . 4 . LOA , L D O E P PA 1 1

O Plano Plurianual - PPA, juntamente com a Lei de Diretrizes Orçamen-tárias - LDO e a Lei Orçamentária Anual - LOA são leis instituídas pela Constituição Federal - art. 165.

A LDO, que deve ser compatível com o PPA, estabelece, entre outros, o conjunto de metas e prioridades da Administração Pública Federal e orienta a elaboração da LOA para o ano seguinte.

A LOA contempla os orçamentos fiscal, da seguridade social e de investi-mentos das estatais. O seu vínculo com o PPA se dá por meio dos Programas e das Iniciativas do Plano que estão associadas às Ações constantes da LOA. Deve haver, portanto, uma compatibilidade entre o PPA, a LDO e a LOA. Contudo, vale ressaltar que a abrangência do PPA e da LDO vai além da dimensão orçamentária.

A proposta de Plano Plurianual deve ser elaborada pelo Poder Executivo durante o primeiro ano de mandato do Presidente da República e, após a votação no Congresso e a sanção presidencial, o Plano deve orientar a ação de governo.

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17A s s o c i A ç ã o M i n e i r A d e M u n i c í p i o s

3 . R E STO S A PAGA RA despesa orçamentária empenhada que não for paga até o dia 31 de de-zembro, final do exercício financeiro, será considerada como Restos a Pagar, para fins de encerramento do correspondente exercício financeiro. Uma vez empenhada, a despesa pertence ao exercício financeiro em que o empenho ocorreu, onerando a dotação orçamentária daquele exercício.

3 . 1 . R E S TO S A PAGA R D E D E S P E SA S P R O C E SSA DA S

Entende-se por Restos a Pagar de Despesas Processadas aqueles cujo empe-nho foi entregue ao credor, que por sua vez já forneceu o material, prestou o serviço ou executou a obra, e a despesa foi considerada liquidada, estando apta ao pagamento. Nesta fase a despesa processou-se até a liquidação e em termos orçamentários foi considerada realizada, faltando apenas à entrega dos recursos através do pagamento.

3 . 2 . R E S TO S A PAGA R D E D E S P E SA NÃO P R O C E SSA DA

Já os Restos a Pagar de Despesa Não Processada são aqueles cujo empenho foi legalmente emitido, mas depende ainda da fase de liquidação, isto é, o empenho fora emitido, porém o objeto adquirido ainda não foi entregue e depende de algum fator para sua regular liquidação; do ponto de vista do Sistema Orçamentário de escrituração contábil, a despesa não está devida-mente processada.

11 Informações retiradas do site do Ministério do Planejamento. Disponível em http://www.planejamento.gov.br/servicos/faq/planejamento-governamental/plano-plurianual-ppa/qual-a-rela-ccedil-atilde-o-entre-o-ppa-a-lei-de

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c o n t á b i e s e t r i b u t á r i a s

4 . CO N T R O L E I N T E R N O 1 2 Atualmente tão evidenciada na mídia, a corrupção não é um fenômeno re-cente e muito menos característico da Administração Pública brasileira. O que parece estar a cada dia mais presente é o ritmo e a velocidade que o noticiário nos traz infaustos e desagradáveis casos, o que certamente é fruto da agilidade dos modernos meios de comunicação.

Nesse contexto, destaca-se a importância da participação da sociedade no processo de acompanhamento quanto à correta aplicação de recursos pú-blicos, agindo na qualidade de fiscalizadora da execução orçamentária e dos resultados das políticas públicas, exigindo da Administração a aplicação dos recursos da forma estabelecida nos orçamentos anuais, bem como a correta aplicação dos percentuais mínimos constitucionais e legais previstos (saúde, educação) e os limites para gastos com pessoal e endividamento, por exem-plo.

Com a efetiva implementação do controle interno, a Administração Pública garante à sociedade instrumentos de transparência na gestão dos recursos públicos, sintonizado com o princípio de maior Accountability por parte dos gestores, cumprindo com os ditames de uma gestão fiscal responsável em atendimento às exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal, bem como garantindo o cumprimento da atribuição constitucional determinada ao Controle Interno de apoiar o Controle Externo no exercício de sua missão institucional.

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19A s s o c i A ç ã o M i n e i r A d e M u n i c í p i o s

4 . 1 . C R O N O LO G I A DA S N O R M A S

Ressalta-se que a participação popular tem à sua disposição ouvidorias, dis-que-denúncias, os Tribunais de Contas, o Ministério Público, a Polícia e tan-tos outros meios. Portanto, é necessário ir além, como por exemplo, exigir a reestruturação e fortalecimento do controle interno a partir dos municípios.

Embora existisse a controvérsia de que o controle interno não havia sido regulamentado antes da vigência da LRF, registra-se a seguir sua cronologia:

• 1964 – Marco inicial do controle interno quando a Lei n. 4.320/64, Lei Federal contendo normas gerais de Direito Financeiro, criou as expressões Controle Interno e Controle Externo. A norma instituiu o controle interno no âmbito da Administração em seus arts. 76 a 80.

• 1967 – O Decreto-Lei n. 200/67 prevê a atuação do controle das atividades da Administração Federal em todos os níveis e em todos os órgãos, para fiscalizar a utilização de recursos e a execução de progra-mas. Com o advento da Constituição Federal de 1967, consolida-se a atividade de fiscalização da gestão dos recursos públicos.

• 1988 – A Constituição Federal de 1988 traz a grande novidade: a criação do Sistema de Controle Interno que deve ser mantido, de forma integrada, por cada Poder da Federação (Legislativo, Executivo e Judiciário). Preceitua-se que uma das funções atribuídas aos res-ponsáveis pelo Controle Interno é a de apoiar o Controle Externo no exercício de sua missão institucional, dando ciência ao Tribunal de Contas de qualquer irregularidade ou ilegalidade observada na gestão dos recursos públicos, sob pena de responsabilidade solidária (art. 70 e art. 74, IV, § 1º - CF/88). Observa-se que as atribuições de fiscalização e controle já não são mais exclusivas do Controle Externo (exercido pelo Poder Legislativo, com o auxílio do Tribunal de Contas), mas também do Controle Interno de cada Poder (Executivo, Legislativo e Judiciário).

• 1989 – A exemplo da Constituição Federal, a Constituição Estadual prevê que a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacio-

12 Informações e conceitos retirados da Cartilha sobre Controle Interno publicada pelo Tribunal de Contas de Minas Gerais. Disponível em: https://www.tce.mg.gov.br/img_site/Cartilha_Controle%20Interno.pdf

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13 Conceitos e informações deste item adaptadas do Manual de Gestão: Contábil e Tributário. 1ª edição. Elaborado pela AMM.

nal e patrimonial dos poderes/órgãos e de todas as entidades da ad-ministração direta e indireta, quanto aos aspectos de legalidade, legi-timidade e economicidade, assim como a aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno que, de forma integrada, serão mantidos pelo próprio poder e a entidade envolvida (arts. 73, §1º inciso I, 74 e 81).

• 2000 –A Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF, Lei Complementar n. 101/2000, prevê a obrigatoriedade da participação do responsável pelo controle interno nos relatórios de gestão fiscal (controles de li-mites de despesas, empenhos e dívidas - art. 54, parágrafo único e art. 59).

4 . 2 . C o n t ro l e I n t e r n o x C o n t ro l e E x te r n o

O Controle Interno integra a estrutura organizacional da Administração, tendo por função acompanhar a execução dos atos e apontar, em caráter sugestivo, preventivo ou corretivamente, as ações a serem desempenhadas. Além disso, note-se o caráter opinativo do Controle Interno, haja vista que o gestor pode ou não atender à proposta que lhe seja indicada, sendo dele a responsabilidade e risco dos atos praticados.

Com relação ao Controle Externo, caracteriza-se por ser exercido por órgão autônomo e independente da Administração, cabendo- lhe as atribuições in-dicadas pela Constituição Federal de 1988. Esse controle é exercido pelo Poder Legislativo, auxiliado pelos Tribunais de Contas, com o objetivo de verificar a probidade da administração, guarda e legal emprego dos dinheiros públicos e o cumprimento da lei.

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5 . E X E C U ÇÃO F I NA N C E I R A 1 3 Nos documentos sobre Execução Financeira estarão disponíveis tabelas que apresentam receitas, despesas e resultado de caixa mês a mês nos últimos doze meses.

A execução financeira inicia-se junto com o exercício financeiro, ou seja, em 01/01/2017 e devem ser tomadas as seguintes providências conforme governo federal:

• Enviar o autógrafo do(a) prefeito(a) aos bancos em que o município mantém movimentação;

• Ver o saldo de todas as contas abertas em nome do município, espe-cialmente as que recebem recurso advindo de convênios e programas federais como por exemplo FUNDEB - Fundo de Manutenção e De-senvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação e PSF - Programa Saúde da Família dentre outros;

• Analisar a programação financeira e o cronograma de desembolso para o exercício que se inicia e promover os ajustes que julgar necessá-rios, nos limites da autorização legislativa; entende-se por cronograma de desembolso mensal;

• Planejamento da realização das despesas face à arrecadação da re-ceita, com objetivo de estabelecer o fluxo de caixa mensal, evitando que a administração contraia obrigações além da sua capacidade de pagamento, evitando assim o endividamento. (Art. 8o LRF);

• Verificar se houve despesas sem empenho no exercício anterior e regularizar a situação;

• Verificar a existência de precatórios e agendar os respectivos paga-mentos nos termos determinados em lei;

• Providenciar o levantamento da dívida ativa, tributária e não tribu-tária, para efetivar sua cobrança;

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14 Conceitos retirados do site: http://www4.fiescnet.com.br/pt/home-invest/fazendo-negocios/como-investir/tributos-municipais

• Verificar se a receita prevista para o primeiro bimestre está compa-tível com as metas de resultado primário, ou seja, a capacidade de pa-gar, e nominal, isto é, a capacidade de assumir compromissos a longo prazo;

• Verificar se os gastos com pessoal e a dívida pública estão nos limites previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF;

• Verificar a situação da certificação digital do município. Sem a certi-ficação o município não consegue ter acesso ao portal Simples Nacio-nal, e nem as Informações do ITR.

A prestação de contas aos órgãos competentes do último exercício do man-dato do antecessor deverá ser feita pelo gestor em exercício até31/03/2013. O chefe do Executivo deverá encaminhar ao Tribunal de Con-tas do Estado de Minas Gerais os seguintes relatórios de acordo com a LRF:

• relatório resumido da execução orçamentária, o qual deverá ser pu-blicado até trinta diad após o encerramento de cada bimestre;

• relatório de gestão fiscal, o qual deverá ser publicado até trinta dias após o encerramento de cada quadrimestre.

É importante verificar a situação do município no Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais ainda durante a fase de transição do governo.

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6 . T R I B U TO S M U N I C I PA I S6 . 1 . I M P O S TO S

6 . 1 . 1 . I m p o s t o P re d i a l e Te r r i to r i a l U rb a n o ( I P T U ) 14

Diferentemente de outros países como EUA ou Canadá, onde o governo es-tadual é responsável pela legislação sobre o imposto, por aqui os municípios têm total autonomia para legislar sobre a matéria e determinar as alíquotas de IPTU.

O cidadão paga o IPTU quando ele é dono, utiliza ou tem a posse de um imóvel, que pode ser um terreno, uma casa ou um apartamento. O IPTU é um tributo que incide sobre a propriedade imobiliária, incluindo todos os tipos de imóveis – residências, prédios comerciais e industriais, terrenos e chácaras de recreio.

O fato gerador do IPTU é a propriedade predial e territorial, assim como o seu domínio útil e a posse. A base de cálculo do IPTU é o valor venal do imóvel. Pela legislação, o valor venal é o valor pelo qual um bem é comercia-lizado, com pagamento à vista, em condições normais de mercado.

Quatro fatores são considerados para o cálculo do valor venal de um imóvel:

• O tamanho do terreno;

• A localização deste terreno na Planta Genérica de Valores;

• A sua área construída;

• A sua qualificação, ou seja, o tipo de acabamento desta construção.

O IPTU é calculado através da multiplicação do valor venal do imóvel pela respectiva alíquota, que é definida por Lei Municipal.

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16 Conceitos retirados do site: http://www4.fiescnet.com.br/pt/home-invest/fazendo-negocios/como-investir/tributos-municipais

17 Conceito retirado do site da Prefeitura de BH. Disponível em: http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/ecp/comunidade.

18 SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. Editora Saraiva, 8ª edição, 2016, p. 557,558

6 . 1 . 2 . I m p o s to S o b re Tr a n s fe rê n c i a s d e I m óve i s ( I T B I ) 15

O artigo 156, inciso II, da Constituição, estabelece que o ITBI é imposto de competência municipal, veja:

Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: (...)

II - transmissão “inter vivos”, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imó-veis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;

Conforme estabelece o artigo 42, do CTN, o sujeito passivo da obrigação tributário pode ser qualquer uma das partes da transmissão do bem imóvel. O próprio município poderá escolher, em sua própria legislação, qual das partes será obrigada a garantir a obrigação tributária.

Fato Gerador e Base de Cálculo

De acordo com o artigo 35, do CTN:

Art. 35. O imposto, de competência dos Estados, sobre a transmissão de bens imóveis e de direitos a eles relativos tem como fato gerador:

I - a transmissão, a qualquer título, da propriedade ou do domínio útil de bens imóveis por natureza ou por acessão física, como defini-dos na lei civil;

II - a transmissão, a qualquer título, de direitos reais sobre imóveis, exceto os direitos reais de garantia;

III - a cessão de direitos relativos às transmissões referidas nos incisos I e II.

Parágrafo único. Nas transmissões causa mortis, ocorrem tantos fatos geradores distintos quantos sejam os herdeiros ou legatários.

A base de cálculo do ITBI é o valor venal dos bens imóveis objetos das trans-missões.

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6 . 1 . 3 . I m p o s to S o b re S e r v i ç o s ( I SS ) 1 6

Todas as empresas e os profissionais que realizam serviços nos municípios devem pagar o Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza (ISS). Para saber quanto devem pagar de ISS, as empresas ou os profissionais calculam um percentual sobre o que cobram pelo serviço. Esse valor varia de acordo com o serviço e é repassado ao consumidor.

Base de Cálculo: valor dos serviços prestados no mês.

Alíquota: cada município é livre para estipular as alíquotas de ISS sobre os serviços prestados, respeitando a mínima de 2% e a máxima de 5%.

Vencimento: a legislação municipal é que estipulará o vencimento, mas ge-ralmente, os dias 15 ou 30 do mês subseqüente aos serviços prestados são os mais utilizados pelas prefeituras.

6 . 2 . Ta x a s 17

Por definição, taxa é um tributo em que uma quantia é paga obrigatoriamen-te em troca de algum serviço público fundamental oferecido diretamente pelo setor público, que exerce o poder de polícia. Ao contrário do imposto, tem um valor fixo, sem uma base de cálculo. Os valores dependem apenas do serviço prestado. Taxas também são vinculados a um destino: à manutenção e desenvolvimento do próprio serviço prestado.

6 . 3 . C o n t r i b u i ç õ e s

CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA

Para Sabbag18 , “contribuição de melhoria está prevista no nosso ordenamen-to jurídico na Constituição Federal (art. 145, III) e no Código Tributário Nacional (arts. 81 e 82), manifestando-se no poder impositivo de exigir o tributo dos proprietários de bens imóveis valorizados com a realização de

15 SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. Editora Saraiva, 8ª edição, 2016, p. 557,558.

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20 Conceitos e informações obtidas através do site da Controladoria Geral do Município de Santa Maria Madalena/RJ. Disponível em: https://www.simplesinformatica.com/site/wp-content/uploads/2015/08/PM-RJ-Manual-Controle-Patrimonial.pdf

uma obra pública”.

Ainda, segundo ele, “o fato gerador da contribuição de melhoria é a valori-zação imobiliária decorrente de uma obra pública. A valorização imobiliária é parte integrante da hipótese de incidência do tributo, sem a qual o fato gerador não se completa”.

CONTRIBUIÇÃO PARA O CUSTEIO DE SERVIÇOS DE ILUMINA-ÇÃO PÚBLCIA (COSIP)19

Caberá ao município definir as alíquotas, quais serão os contribuintes e a forma que se dará a arrecadação.

O recurso dessa contribuição poderá ser destinado, conforme a Constituição, para a manutenção, melhoria e expansão das redes de distribuição e forneci-mento de energia.

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27A s s o c i A ç ã o M i n e i r A d e M u n i c í p i o s

7. G E STÃO D O PAT R I M Ô N I O P ú B L I CO 2 0 7. 1 . G E S TÃO PAT R I M O N I A L E A L E I D E R E S P O N SA B I L I DA D E F I S CA L

A Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 – conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal – apresenta em seus artigos 44, 45 e 46, medidas destinadas à preservação do patrimônio público. Uma delas estabelece que o resultado da venda de bens móveis e imóveis e de direitos que integram o pa-trimônio público não poderá mais ser aplicado em despesas correntes, exceto se a lei autorizativa destiná-la aos financiamentos dos regimes de previdência social, geral e própria dos servidores.

Dessa forma, os recursos decorrentes da desincorporação de ativos por ven-da, que é receita de capital, deverão ser aplicados em despesa de capital, provocando a desincorporação de dívidas (passivo), por meio da despesa de amortização da dívida ou o incremento de outro ativo, com a realização de despesas de investimento, de forma a manter preservado o valor do patrimô-nio público.

A implementação desse dispositivo é um aperfeiçoamento do contido no art. 11 da Lei Federal nº 4.320, de 17 de março de 1964, que considera o supe-rávit do orçamento corrente como receita de capital e estabelece, nas suas entrelinhas, que esse montante deve ser utilizado para financiar despesas de capital.

As disponibilidades de caixa dos regimes de previdência não poderão ser aplicadas em títulos da dívida pública estadual e municipal, bem como em papéis de empresas controladas pelo respectivo ente. Elas também não pode-rão ser utilizadas para a concessão de empréstimos aos segurados e ao Poder Público, inclusive empresas controladas.

Outra medida importante, estabelece que o orçamento não consignará dota-

19 Conceito retirado da cartilha da Confederação Nacional de Municípios, Finanças Muncipais: O que tenho de recursos?. Gestão 2017-2020.

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c o n t á b i e s e t r i b u t á r i a s

ção para novos projetos (investimentos), enquanto não atendidos adequada-mente os em andamento, bem como contempladas as despesas de conserva-ção do patrimônio público.

7. 2 . AVA L I AÇÃO D O S CO M P O N E N T E S PAT R I M O N I A I S

A avaliação dos componentes patrimoniais das entidades de direito público obedece às seguintes normas (art. 106 da Lei Federal nº 4.320, de 17 de março de 1964):

• os débitos e créditos, bem como os títulos de renda, são avaliados por seu valor nominal, feita a conversão, quando em moeda estrangei-ra, à taxa de câmbio vigente na data do balanço;

• os bens móveis e imóveis, pelo valor de aquisição ou pelo custo de produção ou de construção;

• os bens de almoxarifado, pelo preço médio ponderado das compras;

• os valores em espécie, assim como os débitos e créditos, quando em moeda estrangeira, deverão figurar ao lado das correspondentes importâncias em moeda nacional; e

• os investimentos relevantes, pela equivalência patrimonial.

As variações resultantes da conversão em espécie dos débitos, créditos e va-lores serão apropriadas às variações patrimoniais ativas ou passivas, conforme o caso, podendo ainda ser efetuadas reavaliações dos bens móveis e imóveis.

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7. 3 . R E S P O N SA B I L I DA D E P E L A G E S TÃO D E B E N S P ú B L I CO S

São responsáveis pela gestão dos bens públicos nos órgãos:

• as unidades de controle patrimonial;

• o Setor de Patrimônio (ou assemelhado);

• o detentor da carga patrimonial; e

• os usuários.

É importante colocar que o dirigente do órgão também é responsável pela gestão dos bens públicos, uma vez que este pode responder perante as uni-dades de controle patrimonial integrantes do sistema de controle interno eexterno do ente estatal, quanto a possíveis irregularidades apuradas no pa-trimônio público sob sua responsabilidade.

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22 Informações retiradas do site da SICONFI. Disponível em: http://www.tesouro.fazenda.gov.br/pt_PT/projeto-siconfi

8 . S I CO M 2 1 O SICOM é uma tecnologia inovadora do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais, criada em parceria com os jurisdicionados, para apoiar o controle externo da gestão dos recursos públicos de forma eficiente, eficaz, efetiva e transparente.

O TCEMG desenvolveu e implantou de um novo sistema informatizado para remessa de dados municipais, denominado SICOM - Sistema Infor-matizado de Contas dos Municípios. A iniciativa visa o aprimoramento do controle externo exercido pela Corte de Contas.

Várias ferramentas de análise e consulta sobre a receita arrecadada e os gas-tos públicos realizados pelos jurisdicionados são disponibilizados pelo Siste-ma. O objetivo desse instrumento é de que o uso dessa tecnologia facilite as ações, tanto do Tribunal, no controle das contas municipais, quanto do juris-dicionado, que poderá visualizar todas as informações remetidas ao TCEMG ou requerer a emissão de certidões eletrônicas sobre os limites da LRF e sobre operações de crédito, a partir do próprio sistema.

Orientações para a utilização do SICOM:

http://portalsicom1.tce.mg.gov.br/orientacoes/

Boletins do SICOM: http://portalsicom1.tce.mg.gov.br/boletim/

Tabelas do SICOM: http://portalsicom1.tce.mg.gov.br/tabelas/

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9 . S I CO N F I 2 2 O conceito de transparência, com o advento de novos comandos legais, se traduz agora em liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público. A ampliação da informa-ção disponível para controle social ocorre também no contexto da conver-gência aos padrões internacionais de contabilidade pública e de estatísticas fiscais, ora em curso no país.

Nesse sentido, a Secretaria do Tesouro Nacional identificou a necessidade de criação do SICONFI, objetivando a estruturação de um sistema que venha reunir em um mesmo ambiente as informações contábeis e fiscais de todos os entes federados.

O sistema foi desenvolvido em quatro frentes de trabalho: Taxonomia; Ma-triz de Saldos Contábeis – MSC; Desenvolvimento do Sistema e; Implan-tação do Sistema. O modelo de coleta de informações utiliza a linguagem Extensible Business Reporting Language – XBRL, usada para representar e transmitir informações financeiras, amparado nas experiências internacionais bem sucedidas para tratamento de dados contábeis, financeiros e fiscais.

O SICONFI é o sistema estruturante da Secretaria do Tesouro Nacional responsável pela coleta, tratamento e divulgação de informações contábeis, orçamentárias, financeiras, fiscais, econômicas, de operações de crédito e de estatísticas de finanças públicas dos entes da Federação.

Adicionalmente, o Projeto visa aprimorar a transparência da gestão pública na utilização de recursos, bem como pautar as decisões de médio e longo prazo, uma vez que as informações coletadas são publicadas de forma mais acessível e parametrizável tanto para os gestores públicos como para a socie-dade como um todo.

21 Informações retiradas do site do SICOM. Disponível em: http://portalsicom1.tce.mg.gov.br/

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23 Conceitos e informações retirados do Manual de Gestão Pública: Contábil e Tributário. Editora Abril. 1ª ed. Elaborado pela AMM.

1 0 . L E I D E R E S P O N SA B I L I DA D E F I S CA LA LC 101/2000 tem como objetivo disciplinar os arts. 163 e 169 da CF/88, bem como sanar o espaço punitivo contra o mau administrador. Deve-se destacar, neste ponto, que tal lei possui alcance nacional, ou seja, suas nor-mas devem ser obedecidas pela União, por todos os Estados-membros, pelo Distrito Federal e por todos os Municípios do nosso país.

O inciso I do art. 163 da CF/88 exige que uma lei complementar discipline o tema “finanças públicas”, o qual é considerado como a entrada e saída de di-nheiro dos cofres públicos. Estabelece-se, aí, o ingresso de recursos públicos através de tributos ou outras receitas, e também o gasto público. Em outras palavras, devemos entender como fenômeno financeiro toda entrada e saída de dinheiro dos nossos cofres.

É importante mencionar que o §1º do art. 1º da LC 101/2000 determina que a vinda da denominada Lei de Responsabilidade Fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios ca-pazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e con-dições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscri-ção em Restos a Pagar.

A transparência decorre do princípio da publicidade disposto no caput do art. 37 da CF/88, o qual determina que tudo, no Poder Público, deve ser feito às claras; de que tudo que se está fazendo ou o que se pretende fazer é de-corrência natural do controle e da explicitação e superação de riscos. Assim, caso ocorra alguma coisa anormal e desviante, deve o administrador refazer o caminho para manter o equilíbrio das contas públicas.

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1 1 . L E G I S L AÇÃO A P L I CÁ -V E L AO S M U N I C I P I O S 2 3 1 1 . 1 . L E G I S L AÇÃO F E D E R A L

Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964: Estatui normas gerais de direito fi-nanceiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços de todas as esferas governamentais. É importante para o sistema de controle da Adminis-tração por tratar do orçamento e da contabilidade públicos. Deve ser obser-vada quando da elaboração dos orçamentos e da manutenção dos regis-tros contábeis. Nela há pontos que contribuem para a integração planejamento/orçamento.

¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional): Institui o sistema tributário nacional e estabelece normas gerais de direito tributário aplicáveis a União, estados e municípios.

Decreto-lei nº 201, de 27 de fevereiro de 1967:Dispõe sobre a responsabili-dade dos (as)prefeitos (as) e vereadores (as), tratando dos crimes e infrações politíco-administrativas.Apesar de anterior à Constituição, o Poder Judici-ário tem decidido reiteradamente que esse decreto-lei permanece parcial-mente em vigor.

Lei nº 8.429, de 02 de junho de 1992. (Lei de Improbidade Administra-tiva):Estabelece sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enri-quecimento ilícito no exercício do mandato, cargo, emprego ou função da Administração Pública direta, indireta ou fundacional.

Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993: Dispõe sobre licitações e contratos da Administração Pública. Define e regulamenta as modalidades de licita-ção: concorrência, tomada de preços, convite, concurso e leilão. Orienta a Administração na realização de licitações e na celebração de contratos com fornecedores, prestadores de serviços, empreiteiros e outros. Problemas co-muns relacionados com a licitação e o contrato decorrem a má execução

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dos processos administrativos correspondentes, que muitas vezes deixam de atender a determinações contidas na legislação.

Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002 (Pregão) (Decretos nº 3.555, de 8 de agosto e 2000, e nº 5.450, de 31 de maio de 2005):Institui modalidade de licitação denominada pregão e a possibilidade de sua realização por meio eletrônico. Aprova regulamento sobre pregão e regulamenta o leilão sob a forma eletrônica.

Lei Complementar nº101 , de 04 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal-LRF): Trata de normas de finanças públicas voltadas para a responsa-bilidade na gestão fiscal, como as reativas ao orçamento, ao gasto público, à prestação de contas, à receita pública, à renúncia fiscal e ao endividamento público. O conhecimento de seu teor é fundamental para o agente político, especialmente para o chefe de executivo e o presidente do Legislativo, refor-çando o planejamento. É nessa lei que o município encontra as regras sobre gastos de pessoal e relatórios de gestão.

Lei nº 10.028, de 19 de outubro de 2000 (Lei de Crimes Fiscais): Altera o Código Penal e outras leis para tipificar crimes contra as finanças públicas.

Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001 (Estatuto da Cidade):Estabelece dire-trizes para a ação do (a) prefeito(a) e dos agentes municipais para o planeja-mento e a politica urbana, em especial para o Plano Diretor.

Lei nº 11.079, de 30 de dezembro de 2004 (Parcerias Público-privadas-PPPs):Regulamenta as parcerias público-privadas.As PPPs buscam facilitar o relacionamento entre o setor público e o privado para ampliar a oferta de bens e serviços públicos.

Lei nº 11.107, de 06 de abril de 2005 (Consórcios públicos):Dispõe sobre as normas gerais de constituição e contratação de consórcios. a lei veio atender à necessidade de viabilizar e garantir maior estabilidade aos formatos coope-rativos entre municípios e entre municípios e estados, podendo ser aplicada em vários setores das políticas públicas . Os consórcios podem assumir atri-buições de planejamento, regulação, operação e manutenção de infraestrutu-ras e serviços urbanos.

Decreto n] 6.170, de 25 de julho de 2007, e Portaria Interministerial nº

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127, de 29 de maio de 2008 (Convênios): Dispõe sobre normas relativas a convênios e outros tipos de ajustes que podem ser firmados com o Governo Federal.

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Lei Orgânica do Município:É a lei municipal mais importante pelo seu pro-cesso de elabora ção e por conter preceitos inerentes à organização do mu-nicípio, bem como sobre as competências e atribuições do Poder Legislativo e do Poder Executivo.

A administração pública municipal deve ficar atenta à necessidade de atu-alizar essa lei visando guardar consonância com as normas constitucionais e infraconstitucionais.

A LOM está submetida a processo legislativo especial, e suas alterações segue nos mesmos critérios estabelecidos para sua elaboração, ou seja, aprovação por maioria de 2/3 dos vereadores, votação em dois turnos e promulgação pela própria Câmara.

Lei de Estrutura Administrativa da Prefeitura Municipal:Essa lei organiza a Prefeitura. Ela institui as secretarias e demais órgãos, distribuindo as atri-buições entre eles. A lei será mais efetiva se acompanhada de um regimento interno, expedido por decreto do(a) prefeito(a), pormenorizando essas atri-buições e estabelecendo procedimentos.

Se a estrutura existente na Prefeitura não estiver compatível, o(a) prefeito(a) poderá providenciar projeto de lei para fazer uma adaptação

Lei de Fixação dos Subsídios dos Agentes Políticos: Na fixação dos subsídios – denominação dada à remuneração dos agentespolíticos (prefeito(a), vice-prefeito(a), secretários(as) municipais, presidentes de Câmaras e vereado-res(as)) –, que deve ocorrer na legislatura em curso para vigorar na seguinte, há de se observar o que dispõem a Constituição Federal, as respectivas Cons-tituições Estaduais e a Lei Orgânica Municipal.

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É importante consultar o Tribunal de Contas competente para saber se foi expedida orientação ou se houve alguma reprovação por parte desse órgão a respeito da fixação dos subsídios, como tem acontecido em vários estados.

Código Tributário Municipal:Deve conter normas relativas aos tributos de sua competência, suas características,requisitos relativos à cobrança e inscri-ção em dívida ativa e processo administrativo fiscal.

Essa legislação deve refletir a política fiscal que o ente deseja aplicar. Para tanto, a mesma deve ser sempre revista e, quando necessário, atualizada.

O município deve exercer plenamente a sua competência tributária. So-mente poderá conceder isenções, anistias, remissões e subsídios fiscais diver-sos se observado o disposto na Constituição Federal e na Lei de Responsabi-lidade Fiscal acerca de “renúncia fiscal”.

Plano Diretor:O Plano Diretor, aprovado por lei municipal, é o instrumento básico da política do desenvolvimento e expansão urbana. É orientado pelo Estatuto da Cidade e obrigatório para cidades:

• com mais de 20.000 habitantes;

• situadas em regiões metropolitanas e aglomerações urbanas (que são definidas pelo estado);

• que se encontram em áreas de especial interesse turístico;

• que se encontram em áreas de influência de empreendimento ou atividade com impacto regional.

O Estatuto da Cidade prevê punição para o agente político que não cum-prir a determinação relativa à elaboração e à aprovação do Plano Diretor. Se a administração anterior não elaborou o referido plano, convém identificar as razões e tomar as providências cabíveis. Caso o Plano Diretor já tenha sido elaborado e aprovado, é importante verificar se foram instituídos os instrumentos complementares e essenciais à sua implementação, tais como a legislação urbanística e de parcelamento do solo.

Mesmo os municípios que não são obrigados a elaborar o Plano Diretor têm o dever de cuidar do ordenamento do solo urbano, cumprindo também as

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diretrizes expressas no Estatuto da Cidade. Os instrumentos jurídicos de uso, ocupação e parcelamento do solo, assim como os Códigos de Obras e de Posturas, são para esse fim.

As cidades crescem, são ocupadas, e o controle urbanístico é necessário para coibir abusos e mau uso do solo, garantindo a qualidade de vida dos cidadãos. A ocupação do solo urbano muitas vezes ocorre em bens pertencentes à União ou ao estado; por isso, é necessário articular-se com as outras esferas para harmonizar o uso e a ocupação desses bens.

Regulamentos:Além das leis mencionadas, para que a administração seja efi-ciente são necessários regulamentos que estabeleçam padrões de desempe-nho dos serviços de competência municipal.

O município é, geralmente, responsável pelos serviços de mercados, feiras, matadouros, cemitérios, coleta e destinação de resíduos sólidos, iluminação pública, transporte coletivo urbano, táxis e outros, atuando na prestação do serviço de forma direta ou indireta. Em qualquer caso – atuação direta ou indireta – os regulamentos são necessários para assegurar as condições de operação dos serviços e sua qualidade.

Esses serviços, quando terceirizados, podem assumir as modalidades de con-cessão, de permissão ou de autorização. Nesse caso, as normas de-vem regu-lar a relação entre os usuários, os prestadores e a administração.

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1 2 . S I T E S D E I N T E R E SS E

Tesouro Nacional

Link do site: www.tesouro.fazenda.gov.br

Receita

Link do site: www.receita.fazenda.gov.br

Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais

Link do Site: www.tce.mg.gov.br

Simples Nacional

Link do site: http://www8.receita.fazenda.gov.br/SimplesNacional

Conselho Federal de Contabilidade

http://portalcfc.org.br/

Conselho Regional de Contabilidade de Minas Gerais

http://www.crcmg.org.br

Previdência

www.previdencia.gov.br

Secretaria da Fazenda

www.fazenda.mg.gov.br

Câmara dos Deputados

www.camara.gov.br

Senado Federal

www.senado.gov.br

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1 3 . G LO SSA R I OAlvará de Antecipação de Receita Orçamentária: Documento mediante o qual as autoridades judiciárias ou administrativas concedem autorização para de-terminados fins, aprovam atos, estados ou direitos.

Anterioridade Tributária: Princípio que veda a cobrança de um tributo no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que o instituiu ou aumentou.

Anualidade do Orçamento: Princípio orçamentário que estabelece a periodi-cidade de um ano para as estimativas da receita e fixação da despesa, poden-do coincidir ou não com o ano civil.

Anulação do Empenho: Cancelamento total ou parcial de importância em-penhada.

Arrecadação de Receitas: Estágio da Receita pública subsequente ao lança-mento. Consiste no recebimento da receita pelo agente devidamente autori-zado e seu recolhimento aos cofres públicos.

Atividade Orçamentária: Conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e que concorrem para a manutenção da ação do governo.

Ativo: Bens, direitos e valores pertencentes a uma empresa ou pessoa. Exem-plo: imóveis, dinheiro aplicado, ações, jóias etc.

Ativo Circulante: São os ativos mais líquidos da empresa, ou seja, aqueles que possuem grande facilidade e rapidez em serem transformados em dinheiro, como, por exemplo, duplicatas a receber. Na linguagem técnica da contabili-dade, é definido como os bens e direitos a realizar num prazo inferior a 365 dias da data do encerramento do exercício social.

Base de Cálculo: Grandeza econômica ou numérica sobre a qual se aplica a alíquota para obter o “quantum” do imposto.

Bitributação: Ocorrência de dois tributos sobre a mesma base de cálculo.

Cadastro de Fornecedores: Cadastramento dos prestadores de serviços e/ou

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fornecedores de material ao serviço público.

Cargo de Comissão: Ocupação funcional criada em lei, integrante de carreira ou cargo isolado, cuja investidura depende de aprovação em Concurso Pú-blico.

CGC: Cadastro Geral de Contribuintes do Ministério da Fazenda. Substitu-ído pelo CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica), da Receita Federal, identifica cada pessoa jurídica (firma/empresa/sociedade civil ou mercantil, ou companhia) existente no país. Nenhuma pessoa jurídica pode funcionar sem o número de sua inscrição no CNPJ.

Ciclo Orçamentário: Período compreendido entre a elaboração da proposta orçamentária e o encerramento do orçamento.

Classificação das Despesas: Agrupamento da despesa por categorias. Os mo-dos de classificação podem variar conforme a necessidade e o interesse de quem as estabelece. Em orçamento público, as classificações mais usuais são a institucional, a funcional e segundo a natureza da despesa.

Classificação da Receita: Agrupamento de contas de receitas públicas pre-vistas na Lei nº 4.320, de 17 de Março de 1964, da forma que melhor as expressem.

Cobertura Orçamentária: Existência de dotação orçamentária para atender despesas com projeto, atividade, operações especiais, provenientes de lei or-çamentária ou créditos adicionais.

Conformidade Contábil: Registro promovido pelo órgão de contabilidade, normalmente no Sistema Integrado de Administração Financeira do Gover-no Federal

(SIAFI), certificando a legalidade do fato praticado e a sua adequada classi-ficação contábil.

Contabilidade Pública: Ocupa-se com o estudo e registro dos fatos admi-nistrativos das pessoas de direito público e da representação gráfica de seus patrimônios, visando três sistemas distintos: orçamentário, financeiro e patri-monial, para alcançar os seus objetivos, ramificando-se conforme a sua área de abrangência em federal, estadual, municipal e autarquias.

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Conta de Resultado: Registram as variações patrimoniais e demonstram o resul-tado do exercício (receitas e despesas).

Contingenciamento: Procedimento empregado pela administração para assegu-rar o equilíbrio orçamentário, ou seja, assegurar o equilíbrio entre a execução das despesas e a disponibilidade efetiva de recursos.

Controle de Execução Orçamentária: Controle de legalidade dos atos de que resultem arrecadação da receita ou a realização da despesa e o nascimento ou extinção de direitos e obrigações. Envolve, também, a fiscalização da fidelidade funcional dos agentes da administração responsáveis por bens e valores públicos e do cumprimento do programa de trabalho de realização de obras e prestação de serviços. VER também Princípio da legalidade.

Controle Externo: Compreende a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e administração indireta. Exercido pelo Congresso Nacional com o auxílio do Tribunal de Contas da União. Aplica-se, no que couber, à fiscalização dos Tri-bunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios.

Controle Interno: Compreende o acompanhamento orçamentário, financeiro, contábil e patrimonial exercido pelos órgãos públicos, internamente, com o objetivo de assegurar economicidade, eficiência, legalidade, moralidade e publi-cidade na aplicação do dinheiro público.

Crédito Adicional: Instrumento de ajuste orçamentário para corrigir distorções durante a execução do orçamento. Autorização de despesa não computada ou insuficientemente dotada na lei de orçamento. Classifica-se em suplementar, especial e extraordinário.

Crédito Especial: Modalidade de crédito adicional destinado ao atendimento de despesas urgentes e imprevisíveis, como em caso de guerra, comoção interna ou calamidade pública. É autorizado e aberto por medida provisória, podendo ser reaberto no exercício seguinte, nos limites do seu saldo, se o ato que o autorizou tiver sido promulgado nos últimos quatro meses do exercício.

Despesa de Custeio: As necessárias à prestação de serviços e à manutenção da ação da administração como, por exemplo, o pagamento de pessoal, de material

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de consumo e a contratação de serviços de terceiros.

Despesas de Exercícios Anteriores: As relativas a exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio, com dotação suficiente para atendê-las, mas que não se tenham processado na época própria, bem como os restos a pagar com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente. Poderão ser pagos, à conta de dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elemento, obede-cida, sempre que possível, a ordem cronológica.

Empenho Global: Destinado a atender despesa quantificada e de base liquidável geralmente em cada mês, durante a fluência do exercício.

Estimativa da Receita: A estimativa da receita é realizada visando determinar an-tecipadamente o volume de recursos a ser arrecadado num dado exercício finan-ceiro, possibilitando uma programação orçamentária equilibrada. É essencial o acompanhamento da legislação específica de cada receita onde são determinados os elementos indispensáveis à formulação de modelos de projeção, como a base de cálculo, as alíquotas e os prazos de arrecadação.

Emenda ao Projeto de Lei Orçamentária:Meio pelo qual os parlamentares e órgãos do Poder Legislativo atuam sobre o Projeto de Lei Orçamentária anual, acres-cendo, suprimindo ou modificando itens na programação proposta pelo Poder Executivo. As emendas podem ser de texto, de receita e de despesa e são apre-sentadas na Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional. VER também Lei Orçamentária Anual.

Excesso de arrecadação: Saldo positivo das diferenças acumuladas mês a mês, entre a arrecadação prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a tendência do exercício.

Função: Categoria da classificação funcional programática, que expressa o maior nível de agregação das diversas áreas de despesa que compete ao setor público.

Grupo de Despesa: Classificação da despesa quanto à sua natureza, compreen-dendo os grupamentos, a saber: 1 - Pessoal e encargos sociais; 2 - Juros e encargos da dívida interna; 3 - Juros e encargos da dívida externa; 4 - Outras despesas correntes; 5 - Investimentos; 6 - Inversões financeiras; 7 - Amortização da dívida interna; 8 - Amortização da dívida externa; 9 - Outras despesas de capital.

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B I B L I O G R A F I AManual de Gestão Pública Municipal: Contábil e Tributário. Vol. 6; 1ª edição. Elaborado pela AMM.

A Nova Contabilidade aplicada ao Setor Público: uma mudança de Paradig-ma, a Contabilidade não mais vista exclusivamente pelo enfoque Orçamen-tário e Financeiro. Escrita por José Orcélio do Nascimento. 2015. Disponível em: http://dvl.ccn.ufsc.br/congresso_internacional/anais/6CCF/80_16.pdf

FEIJÓ, Paulo Henrique. Entrevista [out./nov./dez./2012]. Minas Gerais: Re-vista TCMEMG, 2012. Disponível emhttp://revista.tce.mg.gov.br/Content/Upload/Materia/1721.pdf

SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. Editora Saraiva, 8ª edição, 2016.

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