annonaceae 2017. 9. 1. · annonaceae 123 os agrupamentos se baseiam principalmente no tipo de...

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Família representada nos Neotrópicos por cerca de 40 gêneros e cerca de 650 espécies, com centros de distribuição na Região Amazônica e Guianas. Na Reserva são encontrados 16 gêneros e 60 espécies. ANNONACEAE 121 Annonaceae Na Reserva a família é caracterizada pelo hábito arbóreo, ou muitas vezes pela presença de arvoretas, raramente na forma de lianas (Annona haematantha). Vegetativamente a família pode ser reconhecida pelo odor forte do corte do tronco ou de ramos, que se torna característico com a prática; pela presença de fibras longas e resistentes na casca, conhecidas popularmente como envira; pelas folhas dísticas (exceto em Tetrameranthus, com folhas espiraladas); e pela presença de marcas de chamas no corte transversal do tronco. Pêlos ou escamas estreladas são típicos do gênero Duguetia, e ocorrem também em Tetrameranthus. As flores têm 3 sépalas, livres ou unidas (4 em Tetrameranthus); as pétalas são livres, geralmente em 2-3 verticilos. Os estames e carpelos são numersos. Os frutos são geralmente apocárpicos (os monocarpos são em geral estipitados), e são carnosos e indeiscentes (Bocageopsis, Cymbopetalum, Diclinanona , Ephedranthus , Guatteria , Guatteriopsis, Malmea, Pseudoxandra , Tetrameranthus e Unonopsis), ou deiscentes (Anaxagorea e Xylopia). Frutos sincárpicos podem ser encontrados em Annona, Duguetia, Fusaea e Rollinia. As Annonaceae têm flores de tamanhos que variam de pequeno, como em Bocageopsis multiflora e Xylopia amazonica, a grande, como em Cymbopetalum euneurum e Duguetia ulei. As cores variam, podendo ser esbranquiçadas, creme-amareladas, esverdeadas, alaranjadas e até cor-de-vinho. A antese (funcionamento das flores) acontece em duas etapas distintas devido a uma diferenciação temporal entre a receptividade dos estigmas (fase "feminina"), que ocorre num dia, e a liberação do pólen (fase "masculina"), que ocorre no dia seguinte. O odor emitido pelas flores é o principal aviso aos polinizadores de que as flores estão em funcionamento. Os odores variam muito nas diferentes espécies e muitos deles imitam o odor de frutos maduros; as flores de Xylopia benthamii emitem um odor semelhante ao de taperebá, as de Duguetia stelechanta têm odor semelhante ao de banana madura, e as de Duguetia asterotricha lembram abacaxi; outras têm odores aromáticos que lembram o de folha de goiaba amassada, como Duguetia ulei e D. riparia. Um outro grupo tem odores semelhantes a perfume, como Xylopia amazonica e Tetrameranthus duckei. Algumas flores têm antese diurna, como as de Bocageopsis multiflora e Duguetia stelechanta, e outras têm antese noturna, como Cymbopetalum euneurum e Xylopia crinita. Muitas das espécies que têm antese noturna e algumas com antese diurna apresentam uma elevação da temperatura das flores (termogênese) que pode atingir até 12 o acima da temperatura do ambiente, o que aumenta a volatilização dos compostos odoríferos. Os principais polinizadores são coleópteros (besouros) de diferentes famílias, como por exemplo Scarabaeidae, Nitidulidae e Staphylinidae, e também tisanópteros. Esses insetos são atraídos pelo odor na fase feminina e permanecem no interior das flores, alimentando-se de pétalas e pólen, usando as flores também como local de acasalamento. Quando o pólen é liberado, os insetos entram em contato com este e ficam totalmente "empoeirados", estando prontos para transportá-lo para flores receptivas. Terminada a liberação do pólen, as pétalas caem, obrigando os insetos a voar; nessa ocasião, flores receptivas estão emitindo odor e podem atrair esses insetos, que realizarão então a polinização. Dispersão na família se principalmente por meio de animais, com exceção de Anaxagorea, em que ocorre deiscência explosiva, sendo comum devido a isso a ocorrência de vários indivíduos próximos uns aos outros. Muitas espécies são cultivadas, principalmente no gênero Annona, devido aos seus frutos comestíveis (por exemplo graviola, fruta de conde etc.). A envira é utilizada na confecção de utensílios. Xylopia benthamii

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  • Família representada nos Neotrópicos por cerca

    de 40 gêneros e cerca de 650 espécies, com

    centros de distribuição na Região Amazônica

    e Guianas. Na Reserva são encontrados 16

    gêneros e 60 espécies.

    AN

    NO

    NA

    CEA

    E

    121

    Annonaceae

    Na Reserva a família é caracterizada

    pelo hábito arbóreo, ou muitas vezes pela

    presença de arvoretas, raramente na forma de

    lianas (Annona haematantha). Vegetativamente a família pode ser reconhecida pelo odor forte

    do corte do tronco ou de ramos, que se torna

    característico com a prática; pela presença de

    fibras longas e resistentes na casca, conhecidas

    popularmente como envira; pelas folhas

    dísticas (exceto em Tetrameranthus, com folhas espiraladas); e pela presença de marcas

    de chamas no corte transversal do tronco.

    Pêlos ou escamas estreladas são típicos do

    gênero Duguetia, e ocorrem também em Tetrameranthus.

    As flores têm 3 sépalas, livres ou

    unidas (4 em Tetrameranthus); as pétalas são livres, geralmente em 2-3 verticilos. Os

    estames e carpelos são numersos. Os frutos

    são geralmente apocárpicos (os monocarpos

    são em geral estipitados), e são carnosos e

    indeiscentes (Bocageopsis, Cymbopetalum, Diclinanona, Ephedranthus, Guatteria, Guatteriopsis, Malmea, Pseudoxandra, Tetrameranthus e Unonopsis), ou deiscentes (Anaxagorea e Xylopia). Frutos sincárpicos podem ser encontrados em Annona, Duguetia, Fusaea e Rollinia.

    As Annonaceae têm flores de tamanhos

    que variam de pequeno, como em Bocageopsis multiflora e Xylopia amazonica, a grande, como em Cymbopetalum euneurum e Duguetia ulei. As cores variam, podendo ser esbranquiçadas,

    creme-amareladas, esverdeadas, alaranjadas e

    até cor-de-vinho.

    A antese (funcionamento das flores)

    acontece em duas etapas distintas devido

    a uma diferenciação temporal entre a

    receptividade dos estigmas (fase "feminina"),

    que ocorre num dia, e a liberação do pólen

    (fase "masculina"), que ocorre no dia seguinte.

    O odor emitido pelas flores é o principal aviso

    aos polinizadores de que as flores estão em

    funcionamento. Os odores variam muito nas

    diferentes espécies e muitos deles imitam o

    odor de frutos maduros; as flores de Xylopia benthamii emitem um odor semelhante ao de taperebá, as de Duguetia stelechanta têm odor semelhante ao de banana madura, e as

    de Duguetia asterotricha lembram abacaxi; outras têm odores aromáticos que lembram o

    de folha de goiaba amassada, como Duguetia ulei e D. riparia. Um outro grupo tem odores semelhantes a perfume, como Xylopia

    amazonica e Tetrameranthus duckei.Algumas flores têm antese diurna,

    como as de Bocageopsis multiflora e Duguetia stelechanta, e outras têm antese noturna, como Cymbopetalum euneurum e Xylopia crinita. Muitas das espécies que têm antese noturna

    e algumas com antese diurna apresentam

    uma elevação da temperatura das flores

    (termogênese) que pode atingir até 12o acima

    da temperatura do ambiente, o que aumenta a

    volatilização dos compostos odoríferos.

    Os principais polinizadores são

    coleópteros (besouros) de diferentes famílias,

    como por exemplo Scarabaeidae, Nitidulidae

    e Staphylinidae, e também tisanópteros.

    Esses insetos são atraídos pelo odor na fase

    feminina e permanecem no interior das

    flores, alimentando-se de pétalas e pólen,

    usando as flores também como local de

    acasalamento. Quando o pólen é liberado,

    os insetos entram em contato com este e ficam

    totalmente "empoeirados", estando prontos

    para transportá-lo para flores receptivas.

    Terminada a liberação do pólen, as pétalas

    caem, obrigando os insetos a voar; nessa

    ocasião, flores receptivas estão emitindo odor

    e podem atrair esses insetos, que realizarão

    então a polinização.

    Dispersão na família se dá

    principalmente por meio de animais, com

    exceção de Anaxagorea, em que ocorre deiscência explosiva, sendo comum devido

    a isso a ocorrência de vários indivíduos

    próximos uns aos outros.

    Muitas espécies são cultivadas,

    principalmente no gênero Annona, devido aos seus frutos comestíveis (por exemplo graviola,

    fruta de conde etc.). A envira é utilizada na

    confecção de utensílios.

    Xylopia benthamii

  • AN

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    EFLORES

    Duguetia stelechantha *

    Anaxagorea brevipes

    Duguetia flagellaris

    Duguetia stelechantha

    Diclinanona calycina

    Cymbopetalum euneurum

    Fusaea longifolia Guatteria olivacea Guatteria foliosaDuguetia pycnastera *

    Duguetia ulei Guatteria megalophylla

    Xylopia nitida Xylopia crinitaGuatteria sp. 2 Rollinia insignisGuatteriopsis blepharophylla

    * Fotos cedidas por Antônio Webber

    FRUTOS

    Cymbopetalum euneurum

    Cymbopetalum euneurum *

    Anaxagorea brevipes

    Annona aff. excellens

    Bocageopsis multiflora

    Ephedranthus amazonicus

    Duguetia surinamensis

    Duguetia stelechantha Duguetia flagellaris Duguetia flagellaris *

    Xylopia nitidaMalmea manausensis

    Guatteriopsis hispida Guatteria megalophylla

    Xylopia crinita *

    122

  • AN

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    123

    Os agrupamentos se baseiam principalmente no tipo de ritidoma (grupos 1, 2 e 3) e hábito

    (grupos 4, 5, 6 e 7) e, embora esses caracteres sejam facilmente observados no campo, atenção

    especial deve ser tomada, pois indivíduos jovens podem possuir características distintas de um

    outro adulto, por exemplo, plantas jovens do grupo 2 apresentam o ritidoma às vezes estriado,

    ao contrário de fissuras largas e profundas observadas em adultos. No grupo 7, plantas jovens

    e baixas (arvoretas ainda) podem fazer com que se confunda com o grupo 6, que se diferencia

    daquele grupo apenas pelo porte dos indivíduos. Pêlos estrelados ou escamas estreladas, apesar

    de bem visíveis a olho nu ou, na maioria das vezes, com uma lupa de mão, são difíceis de serem

    vistos em Duguetia asterotricha e D. arenicola.

    GUIA AOS GRUPOS

    Árvores; nervura central impressa na face superior da folha; pêlos

    simples recobrindo as partes vegetativas.77

    Geralmente arvoretas do sub-bosque

    Nervura central impressa na face

    superior da folha.

    Folhas alternas ou

    espiraladas; pêlos estrelados

    ou escamas estreladas nas

    partes vegetativas.

    Nervura central proeminente

    na face superior da folha.44

    55

    EscamasPêlos estrelados

    Pêlos simples recobrindo

    as partes vegetativas.66

    Ritidoma fissurado

    Árvores com raízes suporte ou

    sapopemas

    22

    11

    Fissuras largas e profundas;

    lenticelas, quando presentes,

    não confinadas nas fissuras.

    Árvores ou arvoretas.

    Geralmente confinadas

    dentro de fissuras

    longitudinais.

    Árvores ou lianas com

    lenticelas alinhadas

    verticalmente

    33

  • Xylopia spp. Árvores com raízes suporte ou sapopemas,

    nervura central impressa na

    face superior da folha, nervuras

    secundárias obscuras.

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    Xylopia emarginata var. duckei. (Envireira). Árvore. Face

    inferior da folha densamente

    coberta com pêlos eretos e

    marrons, principalmente sobre

    a nervura central, esta carenada

    na face inferior; base aguda a

    obtusa, obliqüamente truncada.

    Ocasional. Baixio. Amazônia

    Brasileira.

    Xylopia aff. spruceana. Árvore. Face inferior da folha com

    a nervura central e margem

    densamente coberta com pêlos

    eretos e marrons; base aguda

    a obliqüamente truncada.

    Ocasional. Campinarana.

    Amazônia venezuelana e

    brasileira.

    Xylopia crinita. Árvore. Face inferior da folha densamente

    coberta com pêlos adpressos

    a eretos, marrom-escuros;

    base arredondada, cordada.

    Ocasional. Platô e baixio.

    Amazônia venezuelana e

    brasileira, Guiana Francesa.

    Xylopia benthamii. (Embiriba, Envira-amarela). Árvore. Face

    inferior com pêlos longos, eretos

    e marrons, principalmente em

    folhas jovens e sobre a nervura

    central; base aguda. Freqüente.

    Vertente e campinarana.

    Amazônia venezuelana e

    brasileira, Peru e nas Guianas.

    Folhas de ápice emarginado.

    Folhas de ápice acuminado. Ramos jovens

    e pecíolos com pêlos longos e eretos.

    124

    56

    10267

    82

    11

    SAPOPEMAS

    Xylopia emarginata var. duckei, um exemplo das sempre

    presentes sapopemas

    ou, em outros caso,

    raízes suporte no

    gênero.

  • 125

    Xylopia amazonica. (Envira sarassará, envireira-vermelha).

    Árvore. Face inferior

    densamente a escassamente

    revestida com pêlos adpressos

    e brancos. Freqüente. Em

    todos os ambientes. Amazônia

    venezuelana e brasileira,

    Suriname.

    Xylopia parviflora. (Envira-sara-sará, pacovi). Árvore. Face

    inferior da folha densamente

    coberta com pêlos adpressos e

    esbranquiçados; ápice com um

    pequeno mucro piloso. Rara.

    Vertente e Baixio. Norte da

    América do Sul.

    Xylopia polyantha. (Envira-amarela, envira-branca). Face

    inferior da folha coberta com

    pêlos adpressos e castanhos.

    Ocasional. Platô e vertente.

    Amazônia brasileira e Bolívia.

    Folhas de ápice acuminado. Ramos

    jovens e pecíolos com pêlos adpressos.

    Xylopia calophylla. Árvore. Face inferior da folha

    densamente revestida de pêlos

    longos, adpressos, branco-

    prateados à castanhos; nervura

    central carenada na face inferior.

    Rara. Platô. Amazônia brasileira

    (Amazonas e Pará).

    Xylopia nitida. (Envira-amarela, envira-vermelha). Árvore. Face

    inferior densamente coberta por

    pêlos longos, adpressos, branco-

    prateados à marrons; nervura

    central carenada na face inferior.

    Freqüente. Todos ambientes,

    incluindo capoeiras. Norte da

    Amazônia e Guianas.

    7565

    105

    62115

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    NO

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    Bocageopsis multiflora. (Envira-preta, envira-surucucu-folha-

    miúda). Árvores. Lâmina

    foliar assimétrica, face inferior

    não glauca, esparsamente

    coberta com pêlos adpressos e

    esbranquiçados; acúmen apical

    10-15 mm; 12-18 nervuras

    secundárias. Freqüente. Platô,

    vertente e capoeira. Norte da

    Unonopsis stipitata. (Envira, envireira). Árvores ou arvoretas.

    Lâmina obovada; face inferior

    subglabra; 12-17 nervuras

    secundárias. Freqüente.

    Todos os ambientes, exceto

    Campinarana. Amazônia e

    Guianas.

    Unonopsis duckei. (Envira-preta, envira-surucucu). Árvore.

    Lâmina foliar elíptica-oblonga,

    face inferior densamente

    coberta com pêlos adpressos e

    marrons, principalmente sobre a

    nervura central, 11-13 nervuras

    secundárias. Ocasional. Platô e

    vertente. Amazonas e Rondônia.

    Bocageopsis pleiosperma. (Envira-preta). Árvores. Lâmina

    foliar assimétrica; face inferior

    glauca, densamente coberta

    com pequenos pêlos adpressos e

    esbranquiçados; acúmen apical

    cerca de 5 mm; 11-14 nervuras

    secundárias. Freqüente. Platô e

    vertente. Amazonas e Pará.

    Fusaea longifolia. (Envira-preta, envira-surucucu). Árvore ou

    arvoreta. Face inferior da folha

    subglabra; base aguda, às vezes

    obtusa; 13-16 nervuras secundárias,

    fortemente impressas na face

    superior; veia marginal presente

    e impressa na face superior.

    Freqüente. Platô, vertente e baixio.

    Norte da América do Sul.

    Ritidoma fissurado, fissuras

    largas e profundas. Lenticelas

    geralmente ausentes, quando

    presentes, não confinadas nas

    fissuras. Árvores ou arvoretas.

    Nervura central proeminente na face

    superior da folha.

    Nervura central impressa na face

    superior da folha.

    126

    186

    92

    218117

    263

    22

    126

  • 127

    Duguetia megalocarpa. (Envira-cajú). Árvore. Face superior da

    folha brilhante, esparsamente

    recoberta com pêlos estrelados

    multiradiados; face inferior

    densamente recoberta com

    pêlos estrelados multiradiados;

    base obtusa; 9-12 nervuras

    secundárias. Ocasional.

    Vertente. Amazonas e Pará.

    Duguetia surinamensis. Árvore. Face superior da folha glabra; face

    inferior esparsamente recoberta

    com escamas estreladas; base

    atenuada à aguda; 10-16 nervuras

    secundárias. Ocasional. Platô e

    vertente. Colômbia, Amazonia e

    Guianas.

    Guatteria meliodora. Árvore. Face inferior da lâmina esparsamente

    coberta com pêlos adpressos e

    brancos; base aguda, decurrente

    em um pecíolo alado; nervura

    mediana carenada na face inferior;

    15-25 nervuras secundárias

    fortemente proeminentes em

    ambos os lados. Rara. Baixio e

    campinarana. Amazônia peruana e

    Brasil.

    Guatteria guianensis. Árvore. Face inferior

    da lâmina densamemte

    recoberta com pêlos

    adpressos à eretos, brancos;

    base obtusa, decurrente

    em um pecíolo alado; 20-

    30 nervuras secundárias,

    impressas na face superior;

    veia marginal presente,

    impressa. Rara. Vertente.

    Guiana Francesa e Amazônia

    brasileira.

    Guatteria aff. decurrens. Árvore. Face inferior da lâmina

    densamente coberta com pêlos

    adpressos e brancos; base obtusa,

    longo-decurrente; 15-17 nervuras

    secundárias. Rara. Baixio.

    297140

    261

    173

    Ephedranthus amazonicus. (Envira-dura, Envira-taia).

    Árvore. Face superior da

    folha glabra à subglabra; face

    inferior subglabra, opaca à

    verde-glauca; 10-15 nervuras

    secundárias, impressas na face

    superior. Freqüente. Platô,

    vertente e capoeira. Norte da

    América do Sul.297

    AN

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    NA

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    303

  • AN

    NO

    NA

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    E

    Annona aff. excellens. (Envireira). Árvore. Ramos

    jovens, face inferior da folha e

    nervura central na face superior

    densamente recobertos por

    pêlos marrons e eretos; 10-16

    nervuras secundárias. Rara.

    Baixio. Amazônia peruana e

    brasileira.

    Annona ambotay. (Envira-cajú, envira-taia). Árvore. Ramos jovens

    recobertos por pêlos eretos e

    marrons; face inferior e nervura

    central e secundárias na face

    superior densamente recobertas

    por pêlos eretos e adpressos,

    marrons, simples ou estrelados;

    10-15 nervuras secundárias.

    Freqüente. Vertente, baixio e

    campinarana. Norte da América

    do Sul.

    Annona amazonica. Árvore. Ramos jovens

    glabros; face inferior da

    folha glauca, esparsamente

    recoberta por pêlos adpressos

    e esbranquiçados; 10-15

    nervuras secundárias. Rara.

    Baixio. Amazônia brasileira

    (Amazonas e Pará).

    Annona haematantha. Liana lenhosa. Nervuras em

    ambos os lados esparsamente

    cobertos por pêlos adpressos

    e marrons; 10-12 nervuras

    secundárias. Rara. Baixio.

    Guianas e arredores de

    Manaus.

    Rollinia insignis. (Biribá-bravo, envira-bobó). Árvore. Nervuras

    central e secundárias do lado

    superior cobertas com pêlos

    brancos, às vezes glabro, face

    inferior densamente, ou quase,

    cobertos com pêlos eretos,

    marrons à brancos; 18-30

    nervuras secundárias. Ocasional.

    Platô, vertente e capoeira.

    Amazônia brasileira e peruana.

    Annona spp. e Rollinia spp. Árvores ou lianas. Lenticelas

    alinhadas verticalmente,

    geralmente confinadas dentro

    de fissuras longitudinais.

    Nervura central impressa na

    face superior da folha.

    Domáceas axilares ausentes.

    128

    331

    125

    281

    33

    164218

  • Geralmente arvoretas do

    sub-bosque; nervura central

    proeminente na face superior da

    folha; pêlos simples recobrindo

    ramos jovens, pecíolos e folhas,

    ou ausentes.

    129

    Annona impressivenia. (Graviola-brava). Árvore.

    Nervuras secundárias pouco

    evidentes, 8-10. Rara.

    Campinarana. Guiana

    venezuelana a Amazônia

    Central.

    Annona foetida. (Envira-ata, graviola-da-mata). Árvore.

    Nervuras secundárias

    conspícuas, 7-10. Freqüente.

    Platô e vertente. Amazônia

    brasileira e peruana.

    Pseudoxandra aff. williamsii. Arvoreta, 5-7 m. Face inferior da

    folha esparsamente coberta com

    pêlos adpressos e esbranquiçados,

    principalmente sobre a nervura

    central; base aguda a obtusa;

    9-11 nervuras secundárias; veia

    marginal de 3-6mm da margem.

    Rara. Não localizada na Reserva,

    apesar de ocorrer nela. Espécie

    nova não descrita.

    Cymbopetalum euneurum. (Envira). Arvoreta, 1-5 m. Face

    inferior da folha subglabra à

    esparsamente coberta com pêlos

    adpressos e brancos; base aguda;

    14-16 nervuras secundárias

    impressas na face superior.

    Ocasional. Baixio. Amazônia

    Central brasileira.

    Unonopsis guatterioides.

    (Envireira). Arvoreta, 4-7 m. Face

    inferior da lâmina esparsamente

    coberta com pêlos eretos e

    brancos, nervura central coberta

    com pêlos eretos quando jovem;

    8-11 nervuras secundárias.

    Ocasional. Vertente e baixio.

    Amazônia brasileira e Guianas.

    106137

    AN

    NO

    NA

    CEA

    E

    44

    Domáceas axilares presentes.

    183247

  • AN

    NO

    NA

    CEA

    E

    Duguetia flagellaris. (Ameju-preto, caniceiro-preto). Arvoreta

    cespitosa. Espécie com

    crescimento vegetativo através

    de flagelos que se estendem por

    alguns metros da planta mãe. Face

    inferior da folha esparsamente

    coberta com escamas estreladas;

    base aguda à atenuada; 10-

    20 secundárias; veia marginal

    presente. Ocasional. Platô e

    vertente. Norte da América do Sul.

    Duguetia stelechantha. (Ata-brava). Árvore até 20 m. Tronco

    à vezes com caroços, de onde

    partem as inflorescências. Face

    inferior da folha densamente

    coberta por escamas inteiras

    (as maiores) à estreladas (as

    menores); base obtusa à aguda;

    11-20 nervuras secundárias.

    Freqüente. Vertente. Amazônia

    Central.

    Duguetia ulei. (Envira). Arvoreta. Face inferior da

    folha esparsamente coberta

    por escamas estreladas;

    base obtusa a subcordada;

    10-16 nervuras secundárias.

    Ocasional. Baixio.

    Amazônia Central Brasileira.

    Duguetia riparia. (Envira-preta). Arvoreta. Face inferior da folha

    esparsamente coberta com pêlos

    estrelados e escamas estreladas;

    base obtusa; 9-17 nervuras

    secundárias. Rara. Baixio. Norte

    da América do Sul. Duguetia calycina. (Envira). Arvoreta. Face inferior da folha

    esparsamente recoberta por

    escamas estreladas; base obtusa,

    às vezes aguda; 8-14 nervuras

    secundárias. Rara. Platô.

    Venezuela, Brasil (Amazonas e

    Mato Grosso) e Guianas.

    Duguetia pro parte e Tetrameranthus spp. Geralmente arvoretas do sub-

    bosque; folhas alternas ou

    espiraladas; nervura central

    impressa na face superior da

    folha; pêlos estrelados ou

    escamas estreladas nas partes

    vegetativas.

    130

    236

    213

    282

    160

    55

    Folhas dísticas, escamas estreladas

    presentes na face inferior da folha, às

    vezes associadas com pêlos estrelados.

    266

  • 131

    Duguetia trunciflora. Árvore até 20 m. Face inferior da

    folha esparsamente coberta

    por escamas estreladas; base

    obtusa a aguda; 10-20 nervuras

    secundárias. Ocasional. Todos

    os ambientes, inclusive áreas

    alteradas. Amazônia peruana e

    brasileira, e Guiana Francesa.

    Duguetia arenicola. Arvoreta. Face inferior da folha

    esparsamente coberta por pêlos

    estrelados e escamas estreladas;

    base aguda; 7-10 nervuras

    secundárias. Rara. Campinarana.

    Arredores de Manaus.

    Duguetia pycnastera. (Envira-preta). Arvoreta. Folhas buladas;

    face superior glabra, mas nervura

    central e base das nervuras

    secundárias densamente

    cobertas com pêlos simples

    e estrelados; face inferior

    esparsamente coberta com

    pêlos estrelados; 7-13 nervuras

    secundárias. Ocasional. Vertente

    e baixio. Guianas e Amazonas.

    Duguetia asterotricha. (Envira-surucucu-da-mata).

    Arvoreta. Face inferior da folha

    esparsamente coberta por pêlos

    estrelados; 12-18 nervuras

    secundárias. Rara. Platô.

    Amazônia brasileira e peruana.

    Tetrameranthus duckei. Árvore. Folha subglabra ou esparsamente

    coberta com pêlos estrelados em

    ambos os lados; base aguda;

    10-12 nervuras secundárias.

    Freqüente. Campinarana.

    Amazônia colombiana,

    venezuelana e brasileira

    (particularmente comum na

    região de Manaus).

    266

    82

    219136

    AN

    NO

    NA

    CEA

    E

    190

    Folhas dísticas, somente pêlos estrelados

    na face inferior da folha.

    Folhas arranjadas em espiral, somente

    pêlos estrelados na face inferior da

    folha.

  • AN

    NO

    NA

    CEA

    E

    Guatteriopsis blepharophylla. (Envireira). Arvoreta do sub-

    bosque. Ramos jovens e pecíolos

    densamente cobertos com pêlos

    adpressos e castanhos, glabros

    com o tempo; face inferior da folha

    com o mesmo indumento; base

    estreitamente aguda, decurrente;

    16-23 secundárias. Ocasional.

    Platô e vertente. Amazônia

    venezuelana e brasileira.

    Guatteriopsis hispida. (Envireira). Arvoreta. Ramos jovens e pecíolos

    densamente cobertos por longos

    pêlos marrons (até 2mm comp.),

    patentes e persistentes; face inferior

    da folha densamente coberta com

    longos pêlos patentes e marrons;

    base obtusa a aguda; 10-16

    secundárias. Ocasional. Transição

    entre Campinarana e vertente.

    Amazônia brasileira.

    Guatteriopsis friesiana. Arvoreta do sub-bosque.

    Ramos jovens e pecíolos

    densamente cobertos com

    indumento velutino de

    pequenos pêlos eretos,

    marrom-escuros e persistentes;

    face inferior da folha com

    pêlos adpressos e marrons;

    base largamente cordada;

    10-20 nervuras secundárias

    obscuras. Rara. Platô e

    vertente. Amazônia Brasileira.

    Anaxagorea manausensis. Árvore até 10 m. Face inferior

    da folha esparsamente cobertos

    com pêlos eretos à glabra; base

    obtusa à aguda, levemente

    decurrente; 8-14 nervuras

    secundárias, fortemente

    impressas na face superior.

    Freqüente. Baixio. Amazônia

    brasileira e Peru.

    Guatteria megalophylla. (Envira-preta). Árvore. Face superior da

    folha glabra; inferior subglabra;

    base aguda, decurrente; 15-20

    nervuras secundárias, fortemente

    impressas na face superior; veia

    marginal presente. Freqüente.

    Baixio. Norte da América do Sul.

    Geralmente arvoretas do

    sub-bosque; nervura central

    impressa na face superior; pêlos

    simples recobrindo as partes

    vegetativas.

    Tronco não lenticelado.

    Tronco lenticelado.

    132

    272

    224

    299138

    231

    66

  • 133

    Anaxagorea brevipes. Árvore até 10 m. Face inferior da

    folha subglabra; base aguda

    a arredondada; 7-15 nervuras

    secundárias. Ocasional. Baixio.

    Norte da América do Sul.

    Anaxagorea phaeocarpa. Árvore até 20 m. Face inferior da folha

    esparsamente coberta com pêlos

    eretos à glabra; base aguda à

    arredondada; 10-12 nervuras

    secundárias; veia marginal

    presente. Ocasional. Baixio.

    Sul da América Central e Norte

    da América do Sul.

    Malmea manausensis. (Envira-preta, envireira). Arvoreta do

    sub-bosque. Face inferior da

    folha esparsamente cobertos com

    pêlos adpressos; base aguda;

    10-15 nervuras secundárias,

    proeminentes na face superior,

    formando quase um ângulo reto

    com a nervura central. Rara.

    Platô e vertente. Arredores de

    Manaus.

    Pseudoxandra coriacea. (Envira-preta, envira-roxa). Árvore,

    6-25 m. Folhas coriáceas.

    Face inferior da folha glabra;

    base obtusa, margem revoluta;

    nervuras secundárias obscuras

    e não contáveis; veia marginal

    obscura, muito próxima a margem.

    Ocasional. Platô, vertente e

    baixio. Amazônia venezuelana e

    brasileira.

    Guatteria sp. 2. (Envireira). Árvore. Face superior da folha pilosa sobre

    as nervuras primárias e secundárias;

    inferior esparsamente a densamente

    cobertos por pêlos adpressos e

    marrons, principalmente entre

    as nervuras; base aguda; 10-12

    nervuras secundárias. Ocasional.

    Platô.

    163256

    149

    199126

    AN

    NO

    NA

    CEA

    E

  • Guatteria pro parte e Diclinanona spp. Árvores; nervura central impressa na face

    superior da folha; pêlos simples

    recobrindo as partes vegetativas.

    221

    77

    Diclinanona calycina. (Envireira). Árvore. Face superior da folha

    brilhante, coberta com pêlos

    eretos e marrons à glabra, inferior

    esparsamente à densamente

    coberta com pêlos adpressos e

    brancos, principalmente sobre a

    venação; base aguda, decurrente;

    14-18 nervuras secundárias.

    Todos os ambientes. Amazônia

    venezuelana e brasileira, Peru.

    Guatteria citriodora. (Envira-amarela). Árvores. Face superior

    da folha glabra, inferior densamente

    coberta por pêlos eretos e marrom-

    escuros (em grupos de 2-4,

    parecendo estrelados); base aguda,

    margens freqüentemente revolutas;

    15-17 nervuras secundárias,

    obscuras. Rara. Platô e vertente.

    Amazônia brasileira e Guiana

    Francesa.

    Guatteria discolor. (Envira-preta, Envira-rolinha). Árvore. Face

    superior da folha verde-escuro e

    pálida, densamente coberta com

    pêlos marrons, adpressos e eretos,

    inferior marrom, densamente

    coberta com pêlos eretos e

    marrom-avermelhados; base aguda,

    decurrente; 15-25 secundárias.

    Freqüente. Todos os ambientes,

    exceto baixio. Amazônia brasileira.

    Guatteria foliosa. (Envireira). Árvore. Nervuras (menos central)

    proeminentes em ambas as faces,

    face superior verde-brilhante,

    subglabra, inferior verde-pálido,

    esparsamente cobertas por pêlos

    adpressos e brancos; base obtusa,

    abruptamente decurrente; 10-13

    nervuras secundárias. Freqüente.

    Platô e capoeira. Amazônia

    brasileira e boliviana, Guyana.

    Guatteria scytophylla. (Envira-preta). Árvores. Face superior

    da folha logo tornado-se

    subglabra, inferior densamente

    coberta por pêlos adpressos

    e branco-esverdeados, dando

    um aspecto prateado; base

    aguda a obtusa, decurrente;

    12-16 nervuras secundárias.

    Freqüente. Todos ambientes,

    exceto baixio. Amazônia

    Brasileira.

    134

    213

    147121

    114

  • DICA DE CAMPO

    Duguetia surinamensis

    135

    Guatteria sp. 1. Árvore. Face superior da folha glabra,

    inferior subglabra; base aguda;

    10-13 nervuras secundárias.

    Rara. Vertente e campinarana.

    Guatteria olivacea. (Envira-bobó, envira-fofa). Árvore. Face

    superior da folha glabra, inferior

    esparsamente coberta com

    pequenos pêlos adpressos; base

    aguda, longo-decorrente; 15-20

    nervuras secundárias, impressas

    na face superior. Freqüente.

    Todos os ambientes. Amazônia

    brasileira.

    Guatteria sp. 3. Árvores. Face superior da folha brilhante e

    glabra, inferior esparsamente

    coberta com pêlos adpressos e

    castanhos; base aguda a obtusa;

    15-17 nervuras secundárias,

    inconspícuas; nervura central

    achatada na face superior,

    carenada na face inferior. Rara.

    Vertente.

    Guatteria aff. procera. (Envira-preta). Face superior da folha

    densamente a esparsamente

    coberta por pêlos adpressos

    e marrons, densamente sobre

    a nervura central, inferior

    densamente coberta por pêlos

    adpressos e castanhos, base

    aguda a obtusa; 10-15 nervuras

    secundárias. Rara. Vertente.

    190

    197

    142

    Duguetia surinamensis apresenta os maiores frutos encontrados entre as Annonaceae da

    Reserva. Duram bastante tempo no solo ao

    lado da planta-mãe.

    AN

    NO

    NA

    CEA

    E