2014 stn pge cartilha fpe

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MINISTÉRIO DA FAZENDA Secretaria do Tesouro Nacional – STN O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE TRANSFERÊNCIAS CONSTITUCIONAIS E LEGAIS Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal – FPE AGOSTO/2014

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MINISTÉRIO DA FAZENDA

Secretaria do Tesouro Nacional – STN

O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE

TRANSFERÊNCIAS CONSTITUCIONAIS E LEGAIS

Fundo de Participação dos Estados e do

Distrito Federal – FPE

AGOSTO/2014

1/10

1 APRESENTAÇÃO

Esta publicação tem por objetivo forne-

cer informações básicas sobre recursos da

União administrados pela Secretaria do Te-

souro Nacional que, por força de dispositivos

constitucionais e legais, são transferidos para

Estados, Distrito Federal e Municípios.

Abordou-se neste texto o Fundo de Par-

ticipação dos Estados e do Distrito Federal –

FPE –, no qual se procurou imprimir uma

estrutura simples para responder, de forma

clara e direta, às principais indagações de

todos os interessados pelo assunto.

2 FPE

Embasamento Legal

O Imposto sobre a Renda e Proventos de

Qualquer Natureza – IR –, de competência

da União, já constava de nosso ordenamento

jurídico na Constituição de 1946, art. 15,

inciso IV. Outro imposto federal – o Imposto

sobre Produtos Industrializados, IPI – foi

instituído pela Emenda Constitucional nº 18,

de 1º de dezembro de 1965 (feita à Consti-

tuição de 1946), art. 11. Já o Fundo de Parti-

cipação dos Estados e do Distrito Federal

(FPE) teve origem nesta mesma Emenda

Constitucional nº 18, em seu artigo 21, que

também exigia a regulamentação do Fundo

através de Lei Complementar.

Inicialmente, o FPE era formado por 10%

do produto da arrecadação dos impostos so-

bre renda (IR) e sobre produtos industriali-

zados (IPI), descontados os incentivos fiscais

vigentes na época, restituições e outras de-

duções legais referentes a esses impostos. A

regulamentação do FPE veio com o Código

Tributário Nacional (CTN – Lei 5.172, de 25

de outubro de 1966), nos arts. 88 a 90, e o

início de sua distribuição deu-se em 1967.

Posteriormente, o FPE foi ratificado pelas

Constituições Federais de 1967 (Art. 26) e de

1988 (Art. 159, inciso I, alínea “a” e ADCT

art. 34, § 2º, incisos I e II), texto este que

aumentou gradativamente o percentual de

participação do FPE no IR e IPI dos 14% na

época até o valor atual de 21,5% que vigora

desde 1993. A Constituição de 1967 recepci-

onou a regulamentação do CTN, assim como

a de 1988, sendo que esta solicitou, em seu

artigo 161, inciso II, que Lei Complementar

regulamentasse a entrega dos recursos do

Fundo, o que foi realizado pela Lei Comple-

mentar nº 62, de 28 de dezembro de 1989;

assim, durante 1989 vigeu o critério de re-

partição do CTN. O Anexo Único desta Lei

fixou os percentuais individuais de participa-

ção dos Estados e Distrito Federal no mon-

tante do FPE, que são os mesmos desde

1990 até hoje. Como o art. 161, § único, da

Constituição determina que o Tribunal de

Contas da União efetue o cálculo das quotas

referentes ao FPE, o Tribunal vem repetindo

em suas decisões normativas anuais sobre o

tema os coeficientes de participação constan-

tes da LC 62/1989.

Entretanto, a partir de 1993 vários Esta-

dos impetraram Ações Diretas de Inconstitu-

cionalidade no Supremo Tribunal Federal –

STF –, arguindo a rigidez temporal dos coefi-

cientes de participação no FPE contidos na LC

62/1989. Aquele órgão publicou Acórdão

datado de 24 de fevereiro de 2010 que con-

siderou inconstitucional alguns pontos desta

Lei, assegurando, porém, a aplicação dos

percentuais de repartição vigentes até 31 de

dezembro de 2012 (o Anexo apresenta um

resumo das ADINs mencionadas). Após al-

gumas prorrogações de prazo, em 17 de ju-

lho de 2013 foi aprovada pelo Congresso

Nacional a LC nº 143 que alterou a LC

62/1989 (o item 3 a seguir faz uma breve

descrição das alterações introduzidas pela LC

143/2013). Ainda em 2013, o Estado de Ala-

goas impetrou a ADIN nº 5.069-DF contra a

nova Lei, questionado que a mesma manti-

vera vícios idênticos aos da legislação origi-

nal declarada inconstitucional pelo Acórdão

de 24 de fevereiro de 2010 do STF; esta

ação encontra-se aguardando julgamento,

conforme despacho proferido em 6 de de-

zembro de 2013 por aquela Corte.

Adicionalmente, a Emenda Constitucional

nº 14, de 12 de setembro de 1996, por meio

da alteração do Art. 60 do Ato das Disposi-

ções Constitucionais Transitórias – ADCT –

criou o Fundo de Manutenção e Desenvolvi-

mento do Ensino Fundamental e de Valoriza-

ção do Magistério – FUNDEF –, cuja fonte de

recursos foi composta pela dedução de 15%

nos repasses do Fundo de Participação dos

Estados, do Fundo de Participação dos Muni-

cípios, da Lei Complementar 87/96, do ICMS

estadual e do IPI-Exportação. Esta Emenda

foi regulamentada pela Lei nº 9.424, de 24

de dezembro de 1996, e os descontos do

FUNDEF passaram a ser realizados a partir

de janeiro de 1998.

Mais tarde, a Emenda Constitucional nº

53, de 19 de dezembro de 2006, também

por meio da alteração do Art. 60 do ADCT,

substituiu o FUNDEF pelo Fundo de Manuten-

ção e Desenvolvimento do Ensino Básico e de

Valorização do Magistério – FUNDEB –, cuja

fonte de recursos incorporou novas transfe-

rências intergovernamentais obrigatórias,

2/10

mantendo todas as anteriores, inclusive o

FPE. Esta Emenda foi regulamentada pela

Medida Provisória nº 339, de 28 de dezem-

bro de 2006, e os descontos correspondentes

efetivados a partir de janeiro de 2007. A Me-

dida Provisória foi transformada na Lei nº

11.494, de 20 de junho de 2007. Atualmen-

te, a dedução do FUNDEB é de 20% do valor

do repasse.

É importante notar que, como o repasse

do FPE é uma alíquota da arrecadação do IR

mais IPI, o montante transferido a cada perí-

odo é diretamente proporcional ao desempe-

nho da arrecadação líquida desses impostos

no período anterior.

A Figura 1 ilustra o acima exposto numa

linha de tempo, enquanto que a Figura 2

mostra a inter-relação entre os diversos do-

cumentos legais após a promulgação da

Constituição Federal de 1988.

Fig. 1 – Histórico da legislação sobre o FPE.

3 NOVOS CRITÉRIOS DE REPARTIÇÃO

DO FPE – LC 143/2013

Esta Lei modificou três outras: a LC

62/1989, a Lei 5.172/1966 (Código Tributá-

rio Nacional – CTN) e a Lei 8.443/1992 (Lei

Orgânica do Tribunal de Contas da União).

Alterações da LC 62/1989

A LC 143/2013 extinguiu a divisão do

FPE em 85% para as regiões N, NE e CO e

15% para S e SE, mantendo todavia os atu-

ais coeficientes de repartição válidos até 31

de dezembro de 2015 (art. 2º, inciso I), ou

seja, por cerca de mais dois anos e meio;

depois dessa data passa a vigorar nova regra

que, em síntese, é a seguinte:

a) a partir de 1º de janeiro de 2016

haverá dois critérios de distribuição:

o primeiro, aplicado sobre o aporte

de FPE que o Estado recebeu no cor-

respondente decêndio do exercício

de 2015 corrigido pela variação

acumulada do IPCA e pelo percentu-

al equivalente a 75% da variação

real do PIB do ano anterior ao ano

considerado para base de cálculo

(art. 2º, inciso II); o segundo, sobre

o montante que exceder ao valor

calculado anteriormente;

b) o primeiro critério mantém os atuais

percentuais de partilha do FPE para

a fração correspondente;

c) o segundo critério determina que a

parcela excedente (se houver) será

distribuída proporcionalmente a coe-

ficientes individuais de participação

obtidos com base na combinação de

fatores representativos da população

(estes limitados à faixa de 0,012 a

0,07) e do inverso da renda domici-

liar per capita da UF (art. 2º, inciso

III);

out 1988 1989 dez

jan dez set dez jun jan jul 2013 2007 2007 2006 1998 1996 1996

1967 1967 1966 1946 1965 dez set jan out

Instituiu dedução

FUNDEF

EC 14

Regulamentou

FUNDEF

L 9.424

Início de-dução

FUNDEF

Substitui FUNDEF por

FUNDEB

EC 53

Início dedução

FUNDEB

MP 339 L 11.494

Ratificou

MP 339

LC 62

Regulam. FPE

Fixou %

particip.

IR

CF 46 EC 18

Criou

IPI

Criou

FPE Início

repasses

Ratificou

FPE

CF 67 CF 88

Ratificou

FPE Regulam.

FPE

CTN

LC 143

Alterou

LC 62/89

3/10

Fig. 2 – Inter-relação entre a legislação sobre transferências do FPE.

d) a soma dos fatores representativos

da população e a soma dos fatores

representativos do inverso da renda

domiciliar per capita participarão ca-

da uma com 50% no coeficiente final

da UF (art. 2º, inciso III, § 1º, inciso

I);

e) os coeficientes individuais de partici-

pação das UFs cujas rendas domicili-

ares per capita excederem a 72% da

renda domiciliar per capita nacional

serão reduzidos proporcionalmente

ao excesso apurado, observado que

nenhuma entidade beneficiária pode-

rá ter coeficiente individual de parti-

cipação inferior a 0,005 (art. 2º, in-

ciso III, § 1º, inciso III);

f) para efeito desses cálculos, serão

considerados os valores censitários

ou as estimativas mais recentes da

população e da renda domiciliar per

capita publicados pela entidade fede-

ral competente.

Quanto ao valor global a ser entregue às

UFs num determinado decêndio, ele fica limi-

tado “ao montante a ser distribuído” (art. 2º,

§ 2º da LC 143/13), ou seja, ao dispositivo

constitucional de que o FPE é uma repartição

das receitas federais correspondente a

21,5% da arrecadação efetiva do Imposto de

Renda e do IPI (CF, art. 159, inciso I, alínea

a). Assim, haverá duas situações possíveis a

cada decêndio:

1) se o valor corrigido a ser entregue,

calculado conforme a alínea a acima,

for superior “ao montante a ser dis-

tribuído”: aplicam-se os 21,5%

constitucionais da arrecadação líqui-

da do IR e IPI, e os coeficientes in-

dividuais de repartição serão exclu-

sivamente aqueles atualmente vi-

gentes;

2) se o valor corrigido a ser entregue,

calculado conforme a alínea a acima,

for inferior “ao montante a ser dis-

tribuído”: neste caso, o valor corrigi-

do do decêndio equivalente do ano

anterior será distribuído segundo os

coeficientes individuais de repartição

atualmente vigentes, e a quantia

que superar este montante será par-

tilhada segundo percentuais obtidos

ADCT, Art. 60

Eliminação do analfabe-tismo e universalização do ensino fundamental

Art. 161, II

Pede norma para esta-belecer critérios de ra-teio do FPE/FPM

CF 88

Art. 153, III e IV

Estabelece a competência da União para instituir IR e IPI, respectivamente

CF 88, Art. 161, § único: TCU calcula % participação E, DF e M

Art. 159, I

Institui repartição recei-tas União com E, DF e M FPE: 21,5% (IR+IPI)

Arts. 88-90 CTN/66 (recepcionado)

Critério de repartição entre E e DF

LC 62/89 Altera critério de reparti-

ção entre E e DF: % fixos

EC 14/96

Institui dedução FUN-DEF

EC 53/06

Institui dedução FUN-DEB

L 9.424/96 Regulamentação

MP 339/06 L 11.494/07

Regulamentação

LC 143/13

Estabelece novos crité-rios de repartição do

FPE

4/10

de acordo com o novo critério, como

descrito nas alíneas c a f acima e

calculados anualmente pelo TCU.

Com relação aos valores de população e

de renda domiciliar per capita a serem

empregados nos cálculos, cabe ressaltar que

o IBGE realiza os censos nacionais a cada 10

anos, e no meio tempo entre dois censos

consecutivos ele faz estimativas desses

indicadores; a LC 143/2013 veio validar a

aplicação das estimativas intermediárias dos

indicadores no cômputo dos percentuais de

repartição do FPE.

Alterações do CTN

A LC 143/2013 modificou o art. 92 do

CTN alterando o prazo para que o Tribunal de

Contas da União, que é o encarregado dos

cálculos dos percentuais de participação,

informe os números do FPE, a vigorarem no

exercício seguinte, ao Banco do Brasil até o

último dia útil de março de cada exercício

financeiro. Isto provavelmente deveu-se ao

fato de que o PIB anual é divulgado pelo

IBGE próximo ao início de março; assim, o

TCU teria cerca de um mês para levantar os

coeficientes.

Alterações Lei Orgânica do Tribunal

de Contas da União

Foi modificado o art. 102 dessa lei

definindo que seja publicado até 31 de

dezembro de cada ano no Diário Oficial da

União, por “entidade competente do Poder

Executivo federal”, a relação das populações

dos Estados e do DF. Possivelmente, neste

caso também se procurou adequar os prazos

de divulgação dos números para que o TCU

tenha tempo hábil para comunicar os

coeficientes de participação do FPE,

calculados de acordo com os novos critérios,

até final de março.

4 FLUXO DE RECURSOS

Como a LC 143/2013 manteve os atuais

coeficientes de repartição do FPE vigentes

até 31 de dezembro de 2015, o fluxo descrito

abaixo é válido até essa data, alterando-se

somente a partir de 1º de janeiro de 2016.

Os contribuintes do Imposto de Renda –

IR – e do Imposto sobre Produtos Industriali-

zados – IPI – recolhem esses impostos regu-

larmente na rede bancária, de acordo com a

legislação pertinente. O montante dessa ar-

recadação é transferido pelas instituições

financeiras, conforme previsão contratual

entre o banco e a Receita Federal do Brasil –

RFB –, para a Conta Única do Tesouro Nacio-

nal – CTU e os bancos repassam as informa-

ções relativas ao recolhimento efetuado para

a RFB. Decendialmente, por meio de proces-

samento eletrônico, a RFB classifica o mon-

tante da arrecadação bruta de tributos relati-

vos ao período e das deduções correspon-

dentes (restituições, retificações e compen-

sações) se houverem, e também dos incenti-

vos fiscais – Finor, Finam, Funres, PIN e Pro-

terra –, apurando a arrecadação líquida do

período. Tais informações são registradas no

Sistema Integrado de Administração Finan-

ceira do Governo Federal – SIAFI.

Também decendialmente, a Secretaria

do Tesouro Nacional – STN – consulta no

SIAFI as informações do decêndio anterior e

transfere ao Banco do Brasil o valor global a

ser repassado que, no caso do FPE, corres-

ponde a 21,5% da arrecadação líquida do IR

e do IPI. O Banco do Brasil, por sua vez, cre-

dita nas contas correntes dos Estados e do

Distrito Federal seus respectivos valores,

segundo os coeficientes individuais de parti-

cipação no FPE definidos em Decisão Norma-

tiva do TCU vigente, com a dedução do valor

correspondente ao FUNDEB.

A Figura 3 ilustra o exposto acima.

5 PERGUNTAS FREQUENTES

5.1 QUAL A PERIODICIDADE DAS

TRANSFERÊNCIAS DO RECURSO DO FPE?

Decendialmente, até os dias 10, 20 e 30

de cada mês, mediante crédito em conta

aberta com essa finalidade no Banco do Bra-

sil. Caso a data caia em fim de semana ou

feriado, o repasse é antecipado para o pri-

meiro dia útil anterior. O valor transferido

toma por base a arrecadação líquida do IR e

do IPI do decêndio anterior.

A LC 62/1989 em seu art. 4º dispõe que:

“A União observará, a partir de março de

1990, os seguintes prazos máximos na entrega,

através de créditos em contas individuais dos Estados e Municípios, dos recursos do Fundo de Participação:

I - recursos arrecadados do primeiro ao dé-

cimo dia de cada mês: até o vigésimo dia; II - recursos arrecadados do décimo primeiro

ao vigésimo dia de cada mês: até o trigésimo dia; III - recursos arrecadados do vigésimo pri-

meiro dia ao final de cada mês: até o décimo dia

do mês subsequente.”

5.2 OS RECURSOS DO FPE PODEM SER

CREDITADOS EM QUALQUER BANCO?

Não, atualmente ele pode ser creditado

somente no Banco do Brasil, em agência de

livre escolha do Estado.

5/10

5.3 O PERCENTUAL DA ARRECADAÇÃO

DOS IMPOSTOS DESTINADO AO FPE TEM

SIDO O MESMO DESDE A SUA CRIAÇÃO?

Não. Ao longo do tempo ocorreram vá-

rias mudanças na legislação relativa ao Fun-

do, grande parte ligada ao percentual da

arrecadação do IR e do IPI reservado ao FPE.

A Tabela I apresenta um resumo desses do-

cumentos.

Fig. 3 – Fluxo de recursos das transferências do FPE.

Tabela I – Variação temporal do percentual da arrecadação do IR e IPI destinado ao FPE.

Dispositivo Legal FPE (%) Vigência

Código Tributário Nacional (1966) 10,0 1967/68

Ato Complementar 40/1968 5,0 1969/75

Emenda Constitucional 5/1975

6,0 1976

7,0 1977

8,0 1978

9,0 1979/80

Emenda Constitucional 17/1980 10,0 1981

10,5 1982/83

Emenda Constitucional 23/1983 12,5 1984

14,0 1985

Emenda Constitucional 27/1985 14,0 1985/88

Constituição Federal de 1988

18,0 1988*

19,0 1989

19,5 1990

20,0 1991

20,5 1992

21,5 a partir de 1993 * A partir da promulgação da Constituição.

5.4 QUAIS OS CRITÉRIOS PARA A DIS-

TRIBUIÇÃO DO FPE?

O documento legal vigente que determi-

na a repartição do FPE é a LC 62/1989, mo-

dificada pela LC 143/2013, que se encontra

comentado anteriormente no item 3 desta

publicação.

Os coeficientes individuais de participa-

ção por Estado, constantes do Anexo da refe-

rida Lei e vigentes até 2015, são reproduzi-

dos na Tabela II e ilustrados na Figura 4.

credita

informam

CTU

contas indivi-duais E/DF

STN 21,5% líquido

(decendialmente)

TCU % individuais

(anual)

Contribuinte do IR e IPI

Bancos (periodica-

mente)

RFB (decendial-

mente)

SIAFI

BB

recolhe

depositam classifica

transfere

6/10

Tabela II – Percentuais individuais de distribuição do FPE vigentes até 2015.

UF Participação % UF Participação %

Acre 3,4210 Paraíba 4,7889

Alagoas 4,1601 Paraná 2,8832

Amapá 3,4120 Pernambuco 6,9002

Amazonas 2,7904 Piauí 4,3214

Bahia 9,3962 Rio de Janeiro 1,5277

Ceará 7,3369 Rio Grande do Norte 4,1779

Distrito Federal 0,6902 Rio Grande do Sul 2,3548

Espírito Santo 1,5000 Rondônia 2,8156

Goiás 2,8431 Roraima 2,4807

Maranhão 7,2182 Santa Catarina 1,2798

Mato Grosso 2,3079 São Paulo 1,0000

Mato Grosso do Sul 1,3320 Sergipe 4,1553

Minas Gerais 4,4545 Tocantins 4,3400

Pará 6,1120 TOTAL 100,0000 Fonte: Lei Complementar 62/1989, Anexo, com redação dada pela Lei Complementar 143/2013.

Fig. 4 – FPE – participação dos Estados no total a distribuir (vigência até 2015).

5.5 O TESOURO DIVULGA INFORMA-

ÇÕES TEMPESTIVAS SOBRE AS TRANS-

FERÊNCIAS DO FPE?

Sim, na sua página na internet:

http://www.tesouro.fazenda.gov.br/tran

sferencias-constitucionais-e-legais

por meio de quatro links:

Previsão Mensal e Trimestral:

http://www.tesouro.fazenda.gov.br/docu

ments/10180/327849/pge_previsao_jul2

014.pdf

Comunicado Decendial:

http://www.tesouro.fazenda.gov.br/documen

ts/10180/327857/pge_comunicado_decendia

l_10jul2014.pdf;

Cronograma de Repasse:

http://www.tesouro.fazenda.gov.br/documen

ts/10180/327857/pge_cronograma_repasse_

2014.pdf;

Previsão Anual 2014:

http://www.tesouro.fazenda.gov.br/documen

ts/10180/327849/pge_projecao_fpm_fpe_20

14.pdf;

0%

1%

2%

3%

4%

5%

6%

7%

8%

9%

10%

BA CE

MA PE

PA PB

MG

TO PI

RN AL

SE AC

AP

PR

GO

RO

AM RR RS

MT RJ

ES MS

SC SP DF

Fonte: LC nº 62, de 28 de dezembro de 1989 , com redação dada pela LC nº 143, de 17 de julho de 2013

7/10

5.6 COMO SEI QUAL O VALOR DO RE-

PASSE DO FPE PARA O MEU ESTADO?

Acesse a página “Prefeituras e Governos

Estaduais” da Secretaria do Tesouro Nacio-

nal, no link:

http://www.tesouro.fazenda.gov.br/prefeitur

as

Na seção “Dados Consolidados” escolha

a opção “Transferências” e, em seguida, cli-

que no link “Transferências Constitucionais

Legais”.

Consulta 1 – Na seção “Liberações Men-

sais por Unidade da Federação, exceto Fun-

deb”, escolha o ano (disponível a partir de

2007), e abrir-se-á uma janela “Download de

Arquivos”. Faça a sua escolha, entre “Abrir” e

“Salvar”, e você terá acesso a uma planilha

Excel com várias abas. Caso você queira sa-

ber os valores repassados a um Estado, vá à

aba “EST – FPE” e você terá diretamente as

quantias creditadas mês a mês no ano sele-

cionado. Por exemplo, para a Paraíba no ano

de 2010 foi transferido, a título de FPE, um

total de R$ 1.868.824.961,70, sendo R$

138.617.683,49 em janeiro, R$

169.242.205,06 em fevereiro, e assim su-

cessivamente.

Consulta 2 – Uma consulta similar é na

seção “Liberações Mensais por Tipo de Trans-

ferência – Série Histórica, exceto Fundeb”:

clique nessa caixa, selecione a opção “FPE”,

que se abrirá uma janela “Download de Ar-

quivos”. Faça a sua escolha, entre “Abrir” e

“Salvar”, e você terá acesso a uma planilha

Excel com abas classificadas por anos relati-

vas às transferências do FPE desde 1991.

Consulta 3 – Outra consulta possível

está em Consultar Transferências Constitucionais:

selecione na caixa correspondente ao Estado

desejado (no caso, Paraíba), marque a trans-

ferência em questão na caixa superior direita

(no caso, “FPE”), selecione o ano desejado

(2010) e, enfim, o mês (este pode ser deixa-

do em branco); escolha o formato desejado

para o resultado da pesquisa (por exemplo,

“XLS”) e clique em “Consultar”: abrir-se-á

uma janela perguntando se você quer abrir

ou salvar o arquivo. Salve-o em seu compu-

tador e, em seguida, abra-o, que será mos-

trada uma planilha com as informações soli-

citadas. No exemplo em questão, podem-se

confirmar, com a consulta anteriormente

realizada, os montantes recebidos pelo Esta-

do da Paraíba a título de FPE em 2010.

Cabe lembrar que, com as planilhas sal-

vas em seu computador, você poderá fazer

totalizações, comparações, projeções, criar

históricos e realizar qualquer tipo de cálculo

e trabalho com dados, empregando os recur-

sos do Excel.

Adicionalmente, você pode acompanhar

valores globais dos repasses, assim como

previsões para as transferências, também na

página da Secretaria do Tesouro Nacional na

internet:

http://www.tesouro.fazenda.gov.br/transfere

ncias-constitucionais-e-legais

links “Previsão Anual 2014”, “Previsão Men-

sal e Trimestral” e “Comunicado Decendial”.

Deve-se ressaltar que os números apresen-

tados nesses links são sempre os mais re-

centes, e não há ali histórico de valores.

Navegue pela página da Secretaria do

Tesouro Nacional, que você descobrirá inú-

meras outras possíveis consultas.

Você pode também verificar os montan-

tes realizados pelo telefone (61) 3482-6060,

ou solicite a sua inclusão na lista de distribui-

ção de correio eletrônico da Secretaria do

Tesouro Nacional referente às transferências

constitucionais, mediante mensagem para:

[email protected].

5.7 COMO TÊM EVOLUÍDO OS REPAS-

SES DO FPE?

Como comentado anteriormente, as

transferências a título de FPE iniciaram-se

em 1967, há mais de 40 anos. Para esta pu-

blicação, levantaram-se dados referentes à

década de 2004 a 2013, que são apresenta-

dos na Tabela III (com desconto FUN-

DEF/FUNDEB) e ilustrados pela Figura 5. A

Figura 6, por sua vez, mostra a distribuição

dos recursos por região geográfica.

As deduções do FUNDEF/FUNDEB foram

as seguintes:

3) FUNDEF: 15%, de 1998 a 2006;

4) FUNDEB: 16,66% em 2007; 18,33%

em 2008; e 20% a partir de 2009.

8/10

Tabela III – Transferências intergovernamentais do FPE – valores descontados de

FUNDEF/FUNDEB.

R$ milhões

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 TOTAL

Corrente* 20.345,6 25.463,5 28.180,9 32.009,7 38.350,5 36.206,4 39.024,1 48.070,2 49.564,5 53.304,2 370.519,5

Constante** 33.404,0 39.016,0 41.382,5 45.386,4 51.554,6 46.331,7 47.557,2 55.034,6 53.814,9 54.498,1 467.979,9

* Fonte: SIAFI ** IPCA, dez/2013

Fig. 5 – Evolução anual das transferências intergovernamentais do FPE – valores descontados de

FUNDEF/FUNDEB.

0

10.000

20.000

30.000

40.000

50.000

60.000

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

R$

milh

ões

valores correntes valores constantes (IPCA, dez 2013)

9/10

Fig. 6 – Distribuição regional dos recursos do FPE no período 2004 a 2013 – valor descontado de

FUNDEF/FUNDEB.

5.8 QUAIS DESCONTOS E RETENÇÕES

INCIDEM SOBRE O FPE?

Desconto de 1% referente ao PASEP e

retenção de 20% relativos ao FUNDEB.

Cabe ressaltar que, tratando-se de FPE,

ambas as deduções incidem sobre o valor

bruto da transferência, ou seja, para cada R$

100,00 brutos a serem repassados, R$ 1,00

é descontado a título de PASEP e R$ 20,00

são retidos para o FUNDEB, restando para o

Estado R$ 79,00 líquidos de FPE. Isso ocorre

para atender a Solução de Divergência CO-

SIT nº 2, de 10 de fevereiro de 2009, da

Coordenação Geral de Tributação da Receita

Federal do Brasil, publicada no Diário Oficial

da União em 12 de fevereiro de 2009.

5.9 COMO DEVEM SER APLICADOS OS

RECURSOS DO FPE?

Não há vinculação específica para a apli-

cação desses recursos.

5.10 OS RECURSOS DO FPE PODEM SER

RETIDOS?

Não, conforme determina o Art. 160, ca-

put, da Constituição Federal.

Entretanto, o parágrafo único desse

mesmo artigo permite que a União condicio-

ne a entrega dos recursos à regularização de

débitos do Ente Federativo junto ao Governo

Federal e suas autarquias (por exemplo, dí-

vidas com o INSS, inscrição na dívida ativa

pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional

– PGFN), assim como ao atendimento do

gasto mínimo em ações e serviços públicos

de saúde (CF, Art. 198, § 2º, incisos II e III).

5.11 O QUE ACONTECE COM OS RECUR-

SOS BLOQUEADOS?

Regra geral, os recursos ficam bloquea-

dos, à ordem da União, na conta específica

do Estado no Banco do Brasil.

5.12 O QUE FAZER PARA LIBERAR OS

RECURSOS BLOQUEADOS?

O Estado deve primeiro identificar o ór-

gão que determinou o bloqueio (Receita Fe-

deral do Brasil, PGFN, sentença judicial). Em

seguida, procurar o órgão responsável pelo

bloqueio, conhecer a causa do mesmo e re-

gularizar o problema.

5.13 OS RECURSOS DO FPE PODEM SER

CONTINGENCIADOS?

Não, a União não pode contingenciar recur-

sos das transferências constitucionais e le-

gais.

52,5%

25,4%

8,5%

7,2%6,5%

NE

N

SE

CO

S

Total de repasses no período: R$ 467.979,9 milhõesvalores constantes, IPCA dez/2013

10/10

ANEXO

AÇÕES DIRETAS DE INCONSTITUCIONALIDADE CONTRA A

LEI COMPLEMENTAR 62/1989

A rigidez temporal dos percentuais de

participação dos Estados no FPE levou vários

Estados a entrarem com Ações Diretas de

Inconstitucionalidade no Supremo Tribunal

Federal:

5) ADI nº 875 de 13 de maio de 1993,

proponentes PR, RS e SC;

6) ADI nº 1.987 de 30 de março de

1999, proponentes MT e GO;

7) ADI nº 2.727 de 18 de setembro de

2002, proponente MS; e

8) ADI nº 3.243, de 24 de junho de

2004, proponente MT.

A argumentação básica das ações é

que coeficientes de rateio fixos ferem o arti-

go 161, inciso II, da Constituição Federal:

“Art. 161. Cabe à lei complementar:

... II - estabelecer normas sobre a entrega dos

recursos de que trata o art. 159, especialmente sobre os critérios de rateio dos fundos previstos

em seu inciso I, objetivando promover o equilíbrio

socioeconômico entre Estados e entre Municípios;”

Os fundos do artigo 159, inciso I, são o

FPE e o FPM; os critérios de rateio do FPM

remetem a um recálculo anual dos coeficien-

tes municipais (veja a cartilha sobre FPM),

enquanto aqueles relativos ao FPE estavam

congelados desde 1990. Desta forma, os

requerentes das ADIs alegaram que o critério

da Lei Complementar 62/1989 não traduz a

vontade do legislador constituinte no tocante

a “promover o equilíbrio socioeconômico en-

tre Estados” uma vez que não acompanhava

o dinamismo do País no decorrer do tempo.

Além disso, o artigo 2º, § 1º, da mesma Lei

Complementar dava um prazo de validade

para os coeficientes individuais até o exercí-

cio de 1991, prazo este vencido fazia algum

tempo.

Assim, o acórdão de 24 de fevereiro de

2010 do STF fundiu as quatro ADIs sob a de

nº 1.987, julgou-as procedentes e declarou a

“inconstitucionalidade, sem pronúncia de

nulidade, do art. 2º, incisos I e II, §§ 1º, 2º

e 3º, e do Anexo Único, da Lei Complemen-

tar nº 62 /1989, assegurada sua aplicação

até 31 de dezembro de 2012”.

Em consequência, o assunto ficou em

discussão em vários órgãos técnicos dos

Executivos Federal e Estaduais e no Congres-

so Nacional, a fim de que fosse aprovada

nova Lei em substituição à de nº 62/1989

que contemplasse um critério flexível ao lon-

go do tempo para o cálculo dos coeficientes

individuais de participação dos Estados no

FPE.

Entretanto, o prazo dado pelo STF para a

promulgação da nova norma venceu sem que

isto ocorresse; em consequência, os Estados

da Bahia, Maranhão, Minas Gerais e Pernam-

buco impetraram uma Ação Direta de In-

constitucionalidade por Omissão no Supremo

(ADO nº 23 MC/DF), requerendo a manuten-

ção dos índices vigentes “até que o órgão

omisso adote as providências necessárias

para disciplinar a matéria”. A decisão do STF

veio em 24 de janeiro de 2013, no sentido de

“defiro em parte a liminar pleiteada na pre-

sente ação, ..., para garantir aos Estados e

ao Distrito Federal o repasse, pela União, das

verbas do fundo a que alude o art. 159, I, a,

da Constituição da República, no percentual

nele estabelecido, em conformidade com os

critérios anteriormente vigentes, por mais

150 (cento e cinquenta dias), a contar da

intimação desta medida cautelar ...”. Como a

intimação ao Congresso se deu em 25 de

janeiro, prazo fatal para a edição de nova lei

seria 23 de junho de 2013. Nesse meio tem-

po, continuaram valendo os percentuais an-

tigos.

Posteriormente, outros quatro Estados

pediram para entrar na ação como interessa-

dos: Ceará, Goiás, Paraíba e Alagoas.

Finalmente, em 17 de julho de 2013 foi

sancionada a Lei Complementar nº 143 alte-

rando a LC 62/1989, com novos critérios de

partilha do FPE.