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Ano XIII | 229 | Julho 2014 ISSN 2178-5781 O olho do produtor é que engorda o gado Histórias de quem transforma conhecimento em lucro Ciência Sem Fronteiras Senar em Campo Jovens buscam conhecimento tecnológico no exterior para aprimorar agronegócio Projeto apresenta à população o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural

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Ano XIII | 229 | Julho 2014

ISSN

217

8-57

81

O olho do produtor é que engorda o gadoHistórias de quem transforma conhecimento em lucro

Ciência Sem FronteirasSenar em CampoJovens buscam conhecimento

tecnológico no exterior para aprimorar agronegócio

Projeto apresenta à população o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural

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NOVOS DESAFIOS

A revista Campo é uma publicação da Federação da

Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional

de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela

Gerência de Comunicação Integrada do Sistema FAEG com

distribuição gratuita aos seus associados. Os artigos assina-

dos são de responsabilidade de seus autores.

CAMPO

CONSELHO EDITORIAL

Bartolomeu Braz Pereira, Claudinei Rigonatto

e Eurípedes Bassamurfo da Costa.

Editora: Denise N. Oliveira (331/TO)

Reportagem: Catherine Moraes e Michelle Rabelo

Fotografia: Larissa Melo e Fredox Carvalho

Revisão: Denise N.Oliveira

Diagramação: Rowan Marketing

Impressão: Gráfi ca Amazonas Tiragem: 12.500

Comercial: (62) 3096-2123

[email protected]

DIRETORIA FAEGPresidente: Leonardo Ribeiro

Vice-presidente: Antônio Flávio Camilo de Lima.

Vice-presidentes Institucionais: Bartolomeu Braz Pereira, Wanderley Rodrigues de Siqueira.

Vice-presidentes Administrativos: Eurípedes Bassamurfo da Costa, Nelcy Palhares Ribeiro de Góis.

Suplentes: Flávio Augusto Negrão de Moraes, Flávio Faedo, Vanderlan Moura, Ricardo Assis Peres, Adelcir Ferreira da

Silva, José Vitor Caixeta Ramo, Wagner Marchesi.

Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da Costa, Estrogildo Ferreira dos Anjos, Eduardo de Souza Iwasse, Hélio dos Remédios dos

Santos, José Carlos de Oliveira.

Suplentes: Joaquim Vilela de Moraes, Dermison Ferreira da Silva, Oswaldo Augusto Curado Fleury Filho, Joaquim Saeta

Filho, Henrique Marques de Almeida.

Delegados Representantes: Walter Vieira de Rezende, Alécio Maróstica.

Suplentes: Antônio Roque da Silva Prates Filho, Vilmar Rodrigues da Rocha.

CONSELHO ADMINISTRATIVO SENAR

Presidente: Leonardo Ribeiro

Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Alair Luiz dos Santos, Osvaldo Moreira Guimarães e Tiago Freitas de Mendonça.

Suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva, Eleandro Borges da Silva, Bruno Heuser Higino da Costa e Tiago

de Castro Raynaud de Faria.

Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Elson Freitas e Sandra Maria Pereira do Carmo.

Suplentes: Rômulo Divino Gonzaga de Menezes, Marco Antônio do Nascimento Guerra e Sandra Alves Lemes.

Conselho Consultivo: Arno Bruno Weis, Alcido Elenor Wander, Arquivaldo Bites Leão Leite, Juarez Patrício de Oliveira Júnior,

José Manoel Caixeta Haun e Glauce Mônica Vilela Souza.

Suplentes: Cacildo Alves da Silva, Michela Okada Chaves, Luzia Carolina de Souza, Robson Maia Geraldin, Antônio Sêneca do

Nascimento e Marcelo Borges Amorim.

Superintendente: Eurípedes Bassamurfo Costa

FAEG - SENARRua 87 nº 662, Setor Sul CEP: 74.093-300

Goiânia - Goiás

Fone: (62) 3096-2200 Fax: (62) 3096-2222Site: www.sistemafaeg.com.br

E-mail: [email protected]

Fone: (62) 3412-2700 e Fax: (62) 3412-2702 Site: www.senargo.org.br

E-mail: [email protected]

Para receber a Campo envie o endereço de entrega para o e-mail: [email protected].

Para falar com a redação ligue: (62) 3096-2114 – (62) 3096-2226.

Leonardo RibeiroPresidente do Sistema FAEG

Nessa edição da Revista CAMPO compartilhamos histórias de produ-tores rurais em Goiás que buscaram conhecimento, informação e apoio no Sistema FAEG, e hoje, são exemplos de sucesso no campo. Comemoramos isso! Para nós, O Dia do Produtor é todo dia. Temos muito orgulho de per-tencer a uma classe tão importante na sociedade brasileira. E, tento por meio do meu trabalho a frente na Federação, disseminar esse sentimento junto aos meus pares.

Orgulham-nos como brasileiros também as inúmeras conquistas na pro-dução de alimentos.

São essas conquistas que nos fazem prosseguir. Levantando demandas, atendendo produtores e trabalhadores rurais e com uma expressiva repre-sentatividade em comissões e câmaras técnicas do país, temos alcançado nosso objetivo maior: levar conhecimento, qualificação e capacitação téc-nica ao homem do campo e fazê-lo acreditar que, pelo conhecimento o trabalho muda, a vida muda, e muda para melhor!

Com uma demanda mundial crescente por alimentos, sabemos que o Brasil tem o papel de protagonista nesta história. A estimativa de um cresci-mento da população mundial de 2 bilhões de pessoas nos próximos 35 anos gera uma importante questão: Quem abastecerá o mundo?

Com um crescimento de 4% do PIB no país, o agronegócio está acima da média nacional. Fruto de um trabalho árduo de homens e mulheres que acreditam na força da produção. Temos mesmo que nos orgulhar desse setor que tanto tem promovido a melhoria de vida do trabalhador rural e sua família.

Temos pela frente um enorme desafio: promover o desenvolvimento ru-ral por meio da tecnologia da gestão eficaz dos custos e riscos e da coope-ração. Disposição e coragem: é o que temos. E vamos trilhar este caminho juntos porque Tudo Passa Pelo Campo!

Produtor - a nossa razão de ser.

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PAINEL CENTRAL

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ProsaÀ frente de professores, pesquisadores, extensionistas e técnicos especializados, John N. Landers fala sobre o agropecuarista atual

8

Na edição 228 junho de 2014 a Revista Campo- pagina 29, foto no alto

da página, legenda os visitantes fizeram uma análise de cada espaço

da chácara Nova Era – o nome correto é Chácara Nova Esperança como

redigido na matéria correspondente.

Suíno do prato, sem preconceitoParceria estimula consumo da carne suína e desmitifica

ideia de que alimento não é saudável

18

Tudo passa pelo campo

Errata

Histórias de quem vive no meio rural mostram a importância do Dia do Produtor

22

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Patrícia Pimpão buscou o Senar Goiás para tocar o negócio deixado pelo pai

Agenda Rural 06

Fique Sabendo 07

Delícias do Campo 33

Campo Aberto 38

Treinamentos e cursos do Senar 36

14

30

Senar em Campo

Do Cerrado para o mundo

Unindo cultura, lazer, cidadania e atendimento médico população conhece Serviço de Aprendizagem Rural

Programa Ciência Sem Fronteiras abre portas para quem quer apostar no agronegócio com profi ssionalismo

O produtor que se qualifi cou, virou o jogo e hoje vive da renda que vem do leite

Balde Cheio 34

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27A ameaça do Vale do São PatrícioBananicultores se reúnem para buscar saída contra pragas

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AGENDA RURAL

13/08/2014

05/07 31/07 a 03/08Feira do Empreendedor

Local: Centro de Convenções de Goiânia, Rua 4, Centro.

Horário: Dia todoInformações: 62 3250-2236

Horário: 8h

Local: Auditório do Sindicato Patronal Rural de Itaberaí

Rua Mestre Virgílio Esq. c/ Luiz Antônio, Centro - Itaberaí-GO

Informações: SENAR Goiás - (62) 3412-2748 ou (62) 3412-2750

Seminário Regional de Contabilidade Rural

Acordo Nova Zelândia e Faeg – Balde Cheio Local: Foyer Faeg – Rua 87, nº 662,

Setor Sul, Goiânia Horário: 10h30

Informações: 62 3096-2200

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FIQUE SABENDO

Senar Goiás e CRC firmam parceria

Com o propósito de confirmar a

parceria para a realização dos Semi-

nários Regionais de Contabilidade

Rural, que acontecerão ainda neste

semestre, estiveram reunidos na sede

do Senar em Goiânia, o superinten-

dente da instituição, Eurípedes Bas-

samurfo da Costa e o presidente do

Conselho Regional de Contabilidade,

Elione Cipriano da Silva e técnicos

das duas entidades.

Os Seminários que acontecerão

a partir de agosto, darão ênfase na

atividade rural pessoal e jurídica mi-

nistradas pelo palestrante Israel Fer-

reira de Lima – contador especialista

em Direito Tributário e Controladoria,

professor da UFPE, Católica/PE, CES-

MAC/FEJAL e FARIRE. O primeiro

município a receber o evento será Ita-

beraí, no dia 13 de agosto.

O objetivo é reunir contadores,

escritórios de contabilidade, profissio-

nais de recursos humanos, acadêmicos

de ciências contábeis e empresas de

agronegócios para aperfeiçoarem co-

nhecimento acerca da Atividade Rural

– Pessoa Física e Pessoa Jurídica.

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Intitulado ‘Poda das Plantas

Frutíferas’, o livro é de autoria

de J. S. Inglez de Sousa, um dos

grandes mestres da fruticultura

brasileira. O autor, que também é

referência no ensino da viticultura,

registrou, nesta obra, conceitos e

a prática da poda na fruticultura.

O objetivo é atingir tanto o fruti-

cultor quanto quem apenas possui

uma fruteira de quintal. Entre as

descrições objetivas e específi-

cas para o poda adequada, estão:

poda de formação; poda de frutifi-

cação; poda de rejuvenescimento,

reconstituição e tratamento; poda

de limpeza; e poda de produção

longa, média ou curta.

Poda de árvores frutíferas

PESQUISA

ARMAZÉM

Biorreguladores minimizam estresse nas plantasNo meio agrícola, os fatores am-

bientais são as principais causas de estresse. Entre os exemplos, falta ou excesso de água, luminosidade e nu-trientes adequados ao solo, além dos ataques de pragas e doenças, como fungos, vírus e bactérias. Com bai-xa umidade relativa do ar e o tempo seco, os níveis de umidade do solo diminuem levando a planta ao estres-se hídrico.

Professor da Universidade do Oeste

Paulista (Unoeste), Gustavo Maia expli-ca que a primeira providência deve ser cessar a causa do estresse. Isso pode ocorrer irrigando as plantas, aplicando defensivos. Além disso, ele ressalta que bioreguladores tem se mostrado uma alternativa bastante efetiva. Isto por-que atuam em processos fundamentais para a sobrevivência e a manutenção do bom estado da planta. Tal efeito se dá por uma influência positiva no pro-cesso fotossintético.

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PROSA RURAL

John difunde suas ideias eseus ideais por meio de palestras

em várias universidades

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Revista Campo: Em seu dis-

curso nota-se uma intensa preocu-

pação com a sustentabilidade da

agricultura e com o uso de recursos

naturais nos trópicos. O que mudou

nos últimos anos? O produtor está

mais consciente?

John Landers: Para produzir

sempre mais por unidade de área,

como impera o crescimento desen-

freado da população mundial, pre-

cisamos deixar os nossos solos em

melhores condições para os nossos

herdeiros. Ou vamos dar alimento ao

mundo, ou vamos à extinção. Quando

a sociedade reconhecer o produtor

rural brasileiro como o maior aliado

da conservação dos recursos naturais,

teremos uma plataforma para o paga-

mento de serviços ambientais.

No Cerrado houve uma sensível

melhoria na qualidade de vida, devi-

do à pujança da agricultura moderna.

No mesmo período, a consciência am-

biental do produtor rural brasileiro

mudou da água para o vinho. Ele ago-

ra está disposto a cumprir a legislação

ambiental mais rigoroso do mundo.

Revista Campo: O que a região

do Cerrado tem de especial para ter

atraído a sua atenção? Suas ativida-

des sempre se concentraram no Esta-

do de Goiás?

John Landers: Fui trazido ao

Brasil em 1966 pelo Instituto de Pes-

quisas IRI, de Matão-SP, cujos técni-

cos foram os verdadeiros pioneiros

da conversão dos solos do Cerrado de

inférteis para produtivos, iniciando-

se pesquisas em 1959. Em 1966, fui

logo iniciado no Cerrado como coor-

denador do plano diretor da Estação

Experimental de Brasília (hoje CPAC).

Ali implantei um sistema de irrigação

com controles de umidade por ten-

siômetros e blocos de gesso, da mi-

nha fabricação, na ponta da tecnolo-

gia de então. Em 1972, editei o Plano

Diretor do recém-fundado Instituto

Agronômico do Paraná.

Revista Campo: Quais os efei-

tos socioeconômicos da adoção do

“Ou vamos daralimento ao mundo, ou vamos à extinção.”

Michelle Rabelo | [email protected]

Pedro Arantes | [email protected]

John Landers é pesquisador e defensor assumido

da sustentabilidade na agricultura

Defensor assumido do uso da sustentabilidade

na agricultura, o inglês John Landers é o en-

trevistado da revista Campo no mês de julho.

Em homenagem ao mês em que se comemora

o Dia do Produtor, o estudioso da agricultura nos Cerra-

dos Brasileiros falou sobre conscientização, mudança de

hábitos por parte de quem planta e de quem consome,

e das oportunidades oferecidas ao agronegócio pela

tecnologia moderna.

Aos 76 anos de idade, John já foi pesquisador do IRI

Research Institute (IRI) - em Matão/SP, e classifica o pro-

dutor rural como o principal aliado da conservação. Hoje

ele difunde suas ideias e seus ideais por meio de palestras

em várias universidades brasileiras e em todo o mundo,

assim como em eventos nacionais e internacionais.

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Sistema de Plantio Direto (SPD)

para a sustentabilidade da ativida-

de produtiva rural? E da Integração

Lavoura Plantio Direto – Pecuária –

Floresta (ILPF)?

John Landers: O SPD se tornou

a maior ferramenta mundial para criar

uma agricultura sustentável. Após

muita instigação minha, foi adotado

oficialmente pela Organização Mun-

dial de Alimentos e Agricultura (FAO)

e rebatizado “Agricultura de Conser-

vação” (CA, na sigla inglesa). Em pri-

meiro lugar, não fosse o SPD, estáva-

mos perdendo 10 ton/ha/ano de solo

corrigido por tonelada de grão de soja

produzida, para poluir os rios e reser-

vatórios. A vida de Itaipu está hoje

projetada em 160 anos, graças ao con-

trole da erosão proporcionado pelo

SPD. Mas, houve muito mais benefí-

cios: o SPD tornou a agricultura brasi-

leira a que mais cresce em produção e

produtividade e podemos dizer, sem

sombra de dúvida, que os produtores

brasileiros hoje são entre os melhores

no mundo tropical – somente os Aus-

tralianos chegam ao mesmo patamar.

Revista Campo: Porque parte

disso não pode ser devolvido aos

agricultores que cumprem a lei am-

biental, na forma de pagamento por

serviços ambientais?

John Landers: A ILPF é um

sistema que maximiza a fixação

de carbono por hectare, bom para

cumprir o compromisso de Cope-

nhagen, porém de gestão mais com-

plicado que o ILPD. Portanto mere-

ce um estimulo financeiro – afinal

quem perceberia os créditos de car-

bono seria o governo.

Revista Campo: Qual a solução

para a dialética entre ambientalistas

e produtores rurais diante de uma

necessidade de produção mais inten-

siva com o uso de muitos produtos

químicos?

John Landers: Esta dialética é a

coisa mais absurda do mundo, pois

reflete uma nação dividida por uma

causa comum. Nos países do primeiro

mundo o produtor rural recebe verbas

justas para seus atos de conservação

e, digamos de passagem, os nossos

estão bem na frente de todos os eu-

ropeus em matéria de conservação do

solo, com SPD, é claro.

Revista Campo: Em sua opinião,

qual o papel do pequeno produtor

rural familiar? Existe uma diferencia-

ção em relação à sustentabilidade da

atividade produtiva rural entre uma

produção familiar e uma de alta tec-

nologia?

John Landers: A minha análise

do papel do pequeno produtor é, que

ele (ela) deve se especializar aonde

tem vantagens comparativas, espe-

cialmente na produção de leite e cul-

turas perenes, que dão estabilidade

econômica e conservam os recursos

naturais. A pequena propriedade pre-

cisa de aplicar o máximo de tecnolo-

gia possível para gerar renda adequa-

da de uma área pequena. A área de

agricultura orgânica pode gerar retor-

nos adicionais à mão de obra familiar,

mas essas tecnologias também exi-

gem consideráveis esforços gerenciais

para se aplicarem e dependem de um

mercado organizado. Em termos da

conservação de recursos naturais, são

os pequenos que sofrem mais para

adotar práticas conservacionistas, por

ter pouco recurso disponível para tais

investimentos.

Para John o produtor rural é o principal aliado da conservação

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Podemos dizer,

sem sombra

de dúvida, que

os produtores

brasileiros hoje

estão entre os

melhores no

mundo tropical

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MERCADO E PRODUTO

O preço do leite pode

sofrer variações (du-

rante o ano) devido

a diversos fatores, tais como:

políticas econômicas (câmbio,

juros, crédito, política comer-

cial, etc.), sazonalidade da

produção leiteira, qualidade

do leite, hábitos de consumo

e demanda do consumidor,

aspectos sanitários, balança

comercial de leite e derivados,

relação entre compradores e

vendedores, concorrência en-

tre as indústrias, etc.

A inter ferência de um

ou outro fator, ou mesmo, a

conjunção de vários desses

aspectos podem afetar para

cima ou para baixo os preços

do leite. Ou seja, o mercado

pode ser afetado, dependen-

do da época do ano, por di-

ferentes fatores.

Oferta restrita, preços in-

ternos de derivados lácteos

estáveis e exportações maio-

res do que as importações em

junho/julho/2014 sinalizam,

neste momento, estabilida-

de de preços aos produtores

goianos. Esse é no cenário atu-

al da atividade leiteira em Goi-

ás e na região Centro-Sudeste.

Segundo análise do com-

portamento da produção de

leite tendo como base o levan-

tamento realizado pela Faeg

em 17 cooperativas de leite em

Goiás nos primeiro seis meses

deste ano, a produção de leite

de Goiás recuou 3,7% em rela-

ção ao mesmo período do ano

passado. Se considerarmos

o período de maio/2014 para

junho/2014 essa queda foi de

5%. Como estamos em perí-

odo de entressafra na região

Centro-Sudeste, tal fato expli-

ca a queda da oferta de leite.

Diferentemente do ocorri-

do no mês de maio/2014 onde

a demanda desaquecida por

derivados lácteos pressio-

nou para baixo os preços aos

produtores, em junho houve

recuperação dos preços dos

derivados lácteos (principal-

mente do leite longa vida –

UHT), ficando estável no mês

de julho/2014. Na última quin-

zena de julho/2014 os preços

médios do leite longa vida no

mercado atacadista de São

Paulo (maior consumidor do

leite UHT produzido em Goi-

ás e no país) foi da ordem de

R$ 2,32/litro. Como o mês

de agosto é um mês onde a

demanda tende a ficar mais

aquecida por conta do final

das férias escolares e início

das aulas, a tendência é que

os preços dos derivados lácte-

os permaneçam firmes.

Outro aspecto relevante é

que apesar de uma pequena

queda nos preços das com-

modities lácteas no mercado

internacional, as exporta-

ções foram maiores do que

as importações no mês de

junho/2014. As exportações

somaram US$ 38 milhões, en-

quanto as importações foram

de US$ 19 milhões.

Toda essa conjugação de

fatores está contribuindo

para a estabilidade dos pre-

ços aos produtores goianos

que estão variando hoje de

R$ 1,03/ litro à R$ 1,23/ litro

levando-se em consideração

produtores individuais.

Qual o cenário pra frente?

Dado a situação atual, caso

não haja nenhum aspecto que

interfira radicalmente para

provocar um desequilíbrio, a

tendência é de estabilidade

dos preços pelo menos até a

entrada da safra que se inicia

no inicio de outubro. No en-

tanto, é necessário que o pro-

dutor continue fazendo a sua

parte. É preciso que o mesmo,

gerencie o seu negócio, pro-

cure na medida do possível

aumentar sua eficiência e sua

produtividade, procurando

racionalizar os seus custos de

produção e ficar sempre aten-

do ao comportamento das va-

riáveis de mercado.

Produção de leite e preços dos derivados garantem estabilidade ao produtorEdson Novaes | [email protected]

Edson Novaes é

gerente de Estudos

Técnicos e Econômicos

da Faeg

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AÇÃO SINDICALAÇÃO SINDICAL

ARENÓPOLIS

LUZIÂNIA

RIO VERDE ARAGUAPAZ

O Sindicato Rural de Arenópolis realizou, no último mês, mais uma edição do curso de culinária com derivados do leite. O evento ocorreu na Assembleia de Deus da cidade e contou com cobertura da Rádio Caiapó FM. O curso ensina a processar queijo mussarela, queijo minas, requeijão, doce de leite, iogurte, entre outros.

Em parceria com o Senar Goiás, moradores do município e da zona rural de Novo Gama participaram do curso de artesanato de palha de milho. O treinamento ocorreu entre 15 e 18 de julho e contou com mais de 12 participantes.

Mais de 4 toneladas de alimentos foram arrecadadas durante a Exposição Agropecuária de Rio Verde. No último mês de julho, o Sindicato Rural, a maçonaria e Campeão Supermercados fizeram a entrega de 4.400 kg de alimentos a quatro instituições. A arrecadação ocorreu durante uma luta de MMA inclusa na programação da Expo Rio Verde.

Culinária com derivados do leite

Repasse do Agrinho

Compartilhandosolidariedade

DOVERLÂNDIA

O Sindicato Rural de Doverlândia promoveu, no último mês, o lançamento da Pedra Fundamental de Construção do Parque Agropecuário, que só foi possível depois que o Executivo Municipal viabilizou o desmembramento de área do Sindicato para loteamento. O evento, que contou com presença de vários produtores, também contou com a entrega da galeria de presidentes e a posse da nova diretoria. Na ocasião, Bruno Héuser Higino da Costa deixou o cargo e Flávio Roberto A. Costa assumiu como presidente. Entre os presentes, os presidentes dos sindicatos rurais de Caiapônia (Ailton Vilela) e o de Piranhas (Dermison Ferreira da Silva).

Construção do Parque Agropecuário

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SILVÂNIA

MINAÇU

CATALÃO

CAIAPÔNIA

No dia 15 de julho de 2014, o Senar Goiás, em parceria com o Sindicato Rural de Silvânia, realizou reunião com os produtores da região do Cruzeiro, no município de Silvânia. O objetivo foi sensibilizar e formar uma turma do programa Gestão de Pecuária Leiteira. Nós próximos sete meses o grupo de produtores receberão informações sobre gestão, controle e planejamento da atividade leiteira, além de aprender mais sobre alimentação e manejo nos períodos de seca e águas, sanidade e reprodução, qualidade de leite e também, cria e recria de fêmeas. A intenção é gerar resultados positivos na produção de leite da região.

Com o intuito de ensinar uma doma racional que preza pelo carinho na condução do animal, o Sindicato Rural de Minaçu realizou mais um curso de Doma Racional. Promovido pelo Senar Goiás, o curso foi realizado na fazenda do Joãozinho e abordou, entre outros temas, trabalho de guia; encilhamento; charreteamento; utilização de embocadura e tralhas; postura do cavaleiro e noções básicas de rédeas e evoluções.

Com a parceria da prefeitura de Catalão, do Sindicato Rural e do Senar Goiás, a Associação Catalana de Equoterapia (Ascate) está desenvolvendo a equoterapia no município. As aulas gratuitas são realizadas no campo de futebol do Complexo do Clube do Povo, local cedido pela Secretaria Municipal de Esporte e Lazer. Os atendimentos são realizados às quartas-feiras, entre 14h e 18h e os interessados em participar devem procurar o Sindicato Rural.

O Assentamento Cachoeira Bonita, em Caiapônia recebeu, no mês de julho, o treinamento Transformação Caseira de Carne Suína. A realização foi do Senar Goiás em parceria com o Sindicato Rural de Caiapônia e o evento ocorreu entre os dias 24 a 26 de julho. O instrutor foi Ângelo Ferreira Magalhães.

Formação programa Gestão de Pecuária de Leite

Doma Racional Transformação da carne suína

Cavalos do bem

Sind

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SAÚDE E LAZER

Vestido de verde e amarelo, o Senar em Campo 2014 come-çou suas atividades unindo

amigos e famílias para torcer juntos pelo Brasil em praça pública. Com a primeira vitória em cima de Cama-rões, os moradores de Novo Gama puderam até pensar que o caminho seria mais fácil, mas os próximos jo-gos mostrariam uma dura realidade até o vergonhoso 7 X 1 da Alemanha e o desfecho contra a Holanda deixan-do o país fora do pódio. Ainda assim, a equipe do Senar Goiás não deixou a bola cair e levou aos municípios mais que a paixão pelo futebol: levou aten-dimentos de saúde, oficinas, sessões de cine pipoca, apresentações artísti-cas, campeonato de embaixadinhas

e fez a festa continuar até o final do mês de julho.

O objetivo do Senar em Campo 2014 era divulgar as ações e progra-mas que a entidade tem oferecido a quem mora no meio rural. Além dis-so, juntamente com parceiros locais, prestar atendimentos à população no que diz respeito à saúde, cidadania, educação e lazer. Para isso, em par-ceria com o Senar Central levou um caminhão com painel de Led para transmissão dos jogos, filmes classi-ficação livre e apresentação de cursos e treinamentos. Em locais públicos, o caminhão estacionou e, ao redor dele o evento foi construído. Na lista: va-cinação, oficinas demonstrativas de

artesanato, aferição de pressão, tes-te de glicemia, oftalmologista, gine-cologista, urologista. Tudo isto, com parceria das prefeituras e Sindicatos Rurais.

E a programação não parou por aí, beneficiários de cursos e treinamen-tos do Senar Goiás subiram ao palco para contar as próprias histórias. Mui-tas vezes emocionados, buscavam mostrar que, pela decisão de se pro-fissionalizar a vida muda, e muito! Os participantes, muitos que não conhe-ciam o Serviço Nacional de Aprendi-zagem Rural (Senar), saíram curiosos e encantados com a possibilidade de melhorar de vida e, principalmente, sem pagar pelos cursos oferecidos.

Laris

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Senar em Campo 2014 mobiliza entorno do Distrito FederalCatherine Moraes | [email protected]

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Novo Gama

O município de Novo Gama recebeu o primeiro evento, entre os dias 23 e 25 de junho e contou com apresen-tações artísticas, oficinas demons-trativas, esclarecimentos sobre os cursos do Senar e venda de produ-tos fabricados por participantes das capacitações da entidade. Entre os beneficiários, José Raimundo Men-des, que apresentou, orgulhoso, o açúcar mascavo, a cachaça e a rapa-dura. Tudo feito com o conhecimen-to adquirido nos cursos do Senar. Curso este que te possibilitou o au-mento da renda.

Valparaíso

Com o coração na boca por dois tempos, prorrogação e finalmente pênaltis contra o Chile, moradores de Valparaíso puderam ainda participar de um campeonato de em-baixadinhas. Ao final do jogo, depois de fi-nalmente garantir a vitória brasileira, foi a hora de mostrar a bola no pé, no peito e ar-rasar nas embaixadinhas. Crianças e adultos disputaram por igual e a torcida fez a roda para ver o show. Fabiano Leonardo Jorge, de 34 anos, conseguiu nada menos que 97 em-baixadinhas, sem deixar a bola encostar-se ao chão. Agente de saúde do município, ele ganhou uma bicicleta e garantiu: “Vou pre-sentear minha sobrinha”.

Luziânia

Para provar que a melhoria na qualidade de vida é real, Ayla Maria de Carvalho subiu ao palco do Se-nar em Campo de Luziânia para contar da própria experiência. Artesã, ela fala que tinha o trabalho apenas como um complemento de renda e hoje, vira madrugadas para suprir as encomendas recebidas.

“Para mim, fazer o curso do Senar Goiás foi muito especial porque eu nunca tinha tido uma oportuni-dade assim e abracei com todas as forças. Eu subi um degrau na minha vida e hoje tenho meu susten-to. Agora faço também sobre empreendedorismo, para dar preço aos meus produtos”. O próximo pas-so, ela afirma, é montar uma lojinha, completa.

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Alexânia

Em Alexânia, além dos atrativos culturais, a população contou ainda com atendimentos médicos. Valter Antunes, 39 anos, aproveitou para realizar o exame preventivo ao câncer de próstata. Ele conta que ficou sabendo do evento por um carro de som que passou pela cidade, e se apressou para ser um dos primei-ros a ser atendido. “Minha mãe teve câncer antes de morrer, por isso tento cuidar muito bem da saúde”. É a primeira vez que Valter faz o exame, mas disse que não pensou duas vezes quando viu a oportunidade, já que na

cidade só clínicos gerais atendem a população.

Águas Lindas

É impossível não notar Maria das Graças, a dona Lia, no meio das pessoas que saí-ram de casa para conferir a programação do Senar em Campo de Águas Lindas. A aposentada de 66 anos terminou recente-mente o curso de artesanato em Bambu e planeja agora começar a fabricar peças - como porta retratos, luminárias e para vender e engordar a poupança que usa para sobreviver. “O professor é maravi-lhoso, paciente e trata todos com respei-to, independente da idade ou da instru-ção. Eu adorei”.

Cristalina

Enquanto a bola rolava, a população do município pode conhecer duas histórias de sucesso. Marlene da Silva Sardinha e Elurdina Camilo fize-ram cursos de capacitação no Senar Goiás e contaram suas experiências no Senar em Campo de Cristalina. Em exposição estavam doces arte-sanais, pães caseiros, bolos e roscas de soja, queijos e mel. Segundo a mobilizadora do Sindicato Rural (SR) de Cristalina, Cláudia Campos, a procura pelos cursos é grande e os integrantes, interessados. Marlene fez curso de Cozinha Rural, Panificação Rural, Produção de Doces e Alimen-tação Complementar, no qual aprendeu a fabricar delícias vindas da soja como pães, bolos e roscas.

Ela conta que a renda ajuda o marido a sustentar a casa e que o trabalho veio como uma terapia depois que ela se aposentou. “Fico dois dias pre-parando cada fornada de produtos. Primeiro limpo e preparo a soja para fazer a massa. Só no segundo dia é que faço os quitutes”.

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Planaltina

Forró, sertanejo e músicas que fazem referência á São João fizeram a trilha sonora da festa durante o Senar em

Campo de Planaltina de Goiás. Com apresentação de artistas locais, como a banda Trilhas do Forro e o cantor

Wesaley Amaral, ninguém ficou parado, a não ser durante a apresentação do filme “O Auto da Compadecida”

– escolha, por votação, da população que foi prestigiar o evento.

Corumbá de Goiás

Entre aplausos e sorrisos orgu-lhosos, participantes de cursos de capacitação do Senar Goiás recebe-ram seus certificados na noite do último dia 25 de julho em Corum-bá de Goiás. A entrega aconteceu durante mais uma edição do Senar em Campo. Os participantes re-ceberam os certificados das mãos do Supervisor Regional do Senar Goiás Dirceu Borges, e agradece-ram emocionados enquanto conta-vam como a vida melhorou depois de se capacitarem.

Outros municípios

Cidade Ocidental – 29 de junho

Brazlândia - dias 26, 27 e 28 de julho

Planaltina do DF - dias 31 de julho e 1º de agosto

Cabeceira Grande/MG - dias 3, 4 e 5 de agosto de 14

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Carne suína ainda carrega estigma de fazer mal à saúde

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Ações estimulam consumo do alimento

Michelle Rabelo | [email protected]

O suíno que deixou, há muito tempo, de ser porco

SABOR E SAÚDE NO PRATO

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A ideia de que o preparo da

carne suína precisa vir

acompanhado de cuidados

fora do comum e a sensação de es-

tar saindo da dieta sempre que uma

bisteca aparece no prato vai ficar

no passado. Pelo menos esse é o

objetivo de ações cujo público alvo

vai desde o funcionário dos esta-

belecimentos nos quais o animal é

criado, até o consumidor final. A

intenção, segundo os organizado-

res e apoiadores como a Federação

da Agricultura e Pecuária (Faeg), o

Serviço Nacional de Aprendizagem

Rural (Senar) Goiás, a Associação

Brasileira dos Criadores de Suínos,

o Serviço de Apoio às Micro e Pe-

quenas Empresas (Sebrae) Goiás e a

Associação Goiana de Suinocultores

(AGS), é mostrar que o suíno deixou,

há muito tempo, de ser porco.

O conjunto de ações está dentro

do Projeto Nacional de Desenvol-

vimento da Suinocultura (PNDS)

que visa conscientizar a popula-

ção sobre os mitos e verdades da

ingestão da carne suína, além de

promover o alimento e disseminar

informações importantes sobre o

mercado de carne e a realidade do

Brasil, que é o 4º maior produtor e

exportador do produto.

Diante deste cenário, o Senar Goi-

ás ministra cursos de Suinocultura de

Produção de Leitões e Suinocultura

de Terminação – ambos do tipo For-

mação Profissional Rural (FPR), nos

quais os participante aprendem, en-

tre outras coisas, sobre o sistema de

produção de leitões, inseminação ar-

tificial, o manejo de matrizes na ges-

tação, no pré e pós-parto e de leitões

do nascimento ao desmame. Além,

disso, o carregamento dos animais

e o manejo sanitário são abordados

durante a capacitação. Tudo com o

intuito de desmitificar a criação dos

suínos que muitas vezes é ligado à

falta de higiene e prejuízos à saúde

de quem consome a carne do animal.

Ao todo, existem cerca de 30 cortes de carne suína

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Para a médica veterinária e coor-denadora do Departamento Técnico do Senar Goiás, Samantha Andrade, o caminho para um maior desenvol-vimento da suinocultura, a fim de desmistificar todos os preconceitos a cerca da carne suína, é começar com a qualificação de quem atua na base do sistema.

Segundo Anny Almeida, no Bra-sil uma pessoa consome anualmente uma média de 94 kg de carnes, sendo que 15kg é de carne suína, o que prova que o preconceito ainda é considerá-vel. Ela ainda classificou a carne como versátil e muito saudável, já que se destaca pelo conteúdo de vitamina B, cálcio, fósforo, zinco, ferro e potássio.

Mas muita gente aposta que o preconceito entrará, cada vez mais, em fase decrescente. Prova disso, fo-ram os dados apresentados pela ge-rente executiva do PNDS na ABCS, Anny Almeida. Houve, nos últimos anos, um crescimento no consumo e na exportação da carne suína no Brasil. Em âmbito mundial, 39% da carne consumida aqui é suína, 30% é de frango e 24% é bovina.

Suíno do prato, sem preconceito “O preconceito ainda existe, prin-

cipalmente fora do estado de Goiás,

onde a carne suína é consumida com menor frequência”, explica Anny Al-meida. Ela esteve em Goiânia no mês de julho para lançar a 2ª Semana Na-cional de Carne Suína, que acontece entre 3 e 17 de setembro em todo o Brasil e faz parte da campanha “A Carne suína é 10”, que conta ainda com o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

A ação especial aconteceu no su-permercado Pão de Açúcar, em Goi-ânia, e na ocasião, o ponto alto da noite foi a oficina do chef André Ra-belo, que atraiu olhares desconfiados diante da promessa de um strogonoff suíno com sabor leve, que não lembra nem de longe a ideia que muita gente carrega da carne.

“A receita é simples, mas deman-da muitas técnicas culinárias, por isso eu aproveito o espaço e apresento di-versas técnicas que podem ser usadas em outras ocasiões, no preparo de outros alimentos”, disse o chef, que é formado pelo Senac Águas de São Pedro e vem percorrendo o país com suas receitas diferenciadas.

Ele admite que a carne suína é co-mumente relacionada com a alimen-tação da zona rural, mas explica que a carne pode estar presente tanto em receitas mais sofisticadas quanto nos pratos mais práticos feitas no dia a dia . Segundo André, o importante é saber a procedência da carne. “Sabendo de onde vem, você pode até comer um filé mignon suíno mal passado. É lenda essa história de que a gente precisa cozinhar e depois fritar a carne suína. Ela perde a consistência e o melhor do sabor”.

Antes da oficina gastronômica os açougueiros do supermercado passaram por um treinamento de cortes da carne – o que faz com que o alimento fique mais ou menos ca-lórico – e os colaboradores do local foram orientados sobre as caracte-r ísticas do alimento.

Durante sua oficina, André fez questão de citar uma quantidade grande de possibilidades para a carne suína, enquanto Anny defendeu a boa apresentação do alimento, que pode ser resultado tanto do corte da peça quanto do preparo dos pratos.

Anny Almeida fala sobre o preconceito que ainda é grande

O chef André Rabelo faz pratos diferentes

utilizando a carne suína

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TUDO PASSA PELO CAMPO

As conquistas de quem merece um dia no calendário

Karina Ribeiro | [email protected]

Especial para a Revista Campo

BUSCANDO CONHECIMENTO E COLHENDO PRODUTIVIDADE

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Patrícia Pimpão herdou a propriedade do pai e hoje a

fazenda é um negócio

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Profissão poucas vezes reco-

nhecida pela sociedade ur-

bana, mas de extrema im-

portância para a economia,

geração de postos de trabalho, além

de agregar valor às matérias-primas

retiradas do solo, o Dia do Produtor

Rural foi comemorado no dia 25 de

julho. Se o País é considerado hoje

um dos principais celeiros mundiais,

com uma engrenagem que permite a

cada ano aumentar a produtividade

de suas áreas cultivadas, Goiás é um

dos pivôs de um País cujos sete dos

dez principais produtos da pauta de

exportação são oriundos do setor

agropecuário. Em meio a esse cená-

rio positivo é que a Revista Campo

vai retratar casos de sucesso em di-

versas atividades.

De forma geral, esses produtores

rurais começaram na atividade com

lucros e produtividades tímidas, mas

que conseguiram dar a volta por cima

e hoje podem ser considerados espe-

lhos para outros produtores. Além

da dedicação intensa aos negócios,

eles compartilham de investimentos

em constantes treinamentos, perse-

verança, emprego de tecnologia e,

sobretudo, um olhar mais apurado

dos gastos de dentro da porteira. A

gestão, calcanhar de Aquiles de mui-

tos produtores, conforme eles dizem,

pode ser a porta de entrada para uma

guinada de sucesso.

Pecuária de corte

Há um pouco mais de cinco anos,

a oftalmologista Patrícia de Pau-

la Pimpão, dificilmente conseguiria

imaginar que despontaria em uma das

atividades consideradas mais melin-

drosas do setor agropecuário. Após o

falecimento de seu pai, Carlos Almei-

da Pimpão, em maio de 2009, herdou

uma área de 1.870 hectares, localiza-

da no município de Cocalzinho.

Ela explica que o pai faleceu logo

após a descoberta de uma doença, o

que dificultou o repasse de informa-

ções e técnicas para tocar as fazendas

Santa Bárbara e Desemboque. Com-

pletamente leiga em relação à ativida-

de de pecuária de corte, Patrícia de-

dicou ao aprendizado, sobretudo, das

técnicas de bovinocultura de corte e

gestão do negócio. “Quando assumi a

fazenda entrei no negócio sem saber

nada, sem nenhum conhecimento da

área rural”, reconhece.

A falta de controle dos custos da

propriedade foi um dos primeiros fato-

res que chamaram atenção da oftalmo-

logista. Ela conta que a gestão era ama-

dora, sem nenhum controle financeiro.

Paralelamente aos atendimentos

no consultório, ela cursou diversos

treinamentos dos Senar e incentivou

os seis funcionários da propriedade a

fazerem o mesmo. “Nós trazemos o

curso para a fazenda. Ainda são pou-

cos proprietários que vão, mas estão

presentes os gerentes. Nós estamos

tendo retorno em produtividade, mas

também em motivação já que muitos

funcionários estão voltando a estu-

dar”, ressalta.

Ela enumera uma série de cursos

que ela ou pelo menos um dos seis

funcionários da fazenda realizaram

nos últimos quatro anos: bovinocul-

tura de corte, inseminação artificial,

manejo de pastagem, doma racional

de equídeos, bovinocultura vacina-

ção, manejo racional de bovinos de

corte, rédeas. Ela afirma que foi ob-

servada a aptidão de cada funcionário

antes de direcionar o treinamento.

Neste aspecto, diz, um dos maiores

incômodos é perceber que muitos pe-

cuaristas ainda não acreditam na ca-

pacitação de funcionários. “Eles acre-

ditam que você perde o funcionário

se o capacitar. Isso me entristece”,

diz. Vale lembrar que ela permanece

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com todos os funcionários. O mais

antigo possui 21 anos de trabalho na

fazenda e o mais recente, 3 anos.

Em pouco tempo, Patrícia de Pau-

la, vem mostrando que, na prática,

a capacitação e uma boa gestão dos

negócios são alguns dos fatores que

promoveram a reviravolta nos resul-

tados da fazenda.

Ela conta que a quantidade média

do rebanho na propriedade anual-

mente é de 1.850 cabeças de gado.

Talvez este seja um dos poucos dados

que não mudou após o início de sua

gestão. “O rebanho era próximo a

isso”, afirma.

No entanto, em pouco mais de cin-

co anos, a produtividade deu um sal-

to incontestável. A produtividade por

hectare saiu de R$ 15 para R$ 268 re-

ais. Isso corresponde a um resultado

quase 18 vezes maior que o inicial, ou

ainda, 1.686%. E Patrícia afirma que

este ainda é o maior desafio, melho-

rar a produtividade. “É algo que pode

e será melhorado. Vamos focar agora

em recria e engorda”, diz. Vale lem-

brar que, em cinco anos, o setor pas-

sou por alguns períodos de crise com

o preço da arroba do boi caindo em

contraste com os custos de produção.

Para atingir esse patamar de cres-

cimento e, sobretudo, domínio de

gestão, Patrícia tomou duas decisões:

contratou uma empresa de consulto-

ria e voltou à sala de aula para cursar

administração de empresas.

Ela explica que a empresa de con-

sultoria trabalha em parceria. Todos

os passos são calculados para avaliar

o custo-benefício antes de qualquer

tomada de decisão. “Nós abraçamos

os cálculos. Tudo aqui é avaliado

com antecedência e colocado à mesa

para debater”, diz. Ela explica que

qualquer produtor, independente do

porte, tem condições de implementar

essa medida. E mais, não foi aplicado

um centavo de investimento oriundo

de outra atividade. “Não acredito nis-

so. O negócio para mim tem de ser

sustentável”, afirma.

Passo a passoDe forma geral, Patrícia conta

que, no primeiro momento, come-

çou a lidar somente com cria. “Era o

mais fácil a se fazer”, resume. Com

o tempo, aplicou sistema de produ-

ção e, atualmente, foca em recria

e engorda. “Agora tiramos vacas e

novilhas e é possível aumentar ain-

da mais a produtividade”, diz. Por

todo esse trajeto, foram aplicadas

as técnicas aprendidas nos cursos

administrados pelo Senar, além da

contratação da consultoria.

Neste período a estrutura física da

fazenda já não é mais a mesma. Foram

reformados currais, construído barra-

cão, instalado novo brete, cerca elétri-

ca, além da fábrica de ração própria.

Mas Patrícia afirma que o que

mais chama atenção de qualquer

outro pecuarista é mesmo a gestão

profissional do negócio. Ela sabe in-

formar a produtividade e o custo por

animal e calcula o tempo de retorno

de cada investimento. “Mas ainda te-

mos muito a aprimorar o processo,

principalmente o ganho individual

por cabeça”, diz.

Patrícia capacitou os funcionários por meio do Senar Goiás

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Pecuária de leiteA gestão também mudou o

rumo dos negócios do produtor de leite do município de Paraú-na, Carlos Roberto Dantas Ferro. Antes de ingressar no Programa Empreendedor Rural (PER) ofe-recido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), produzia cerca de mil litros de leite ao mês.

Ele conta que se sentiu des-confortável em participar do treinamento com receio de não aprender cálculos e planilhas. “Na época eu não tinha muito contato com planilhas de custos e produção. Além de não saber atuar nessa área contábil”, re-lembra.

Com o domínio da adminis-tração da propriedade, o resul-tado final foi muito superior ao estimado inicialmente. A pers-pectiva era, em dois anos, saltar de mil litros de leite anual para dois mil litros do produto. No entanto, chegou a 3,3 mil litros leite/ano. “Aprendi a forma cer-ta de gerenciar o negócio, traba-lhando cotações e sabendo o va-lor real de custo de produção”, diz. Ele explica que o programa obriga a elaboração de projeto em cima de uma atividade exer-cida na propriedade.

Mas Carlos Roberto promete dar passos mais largos. Ele con-ta que toda a propriedade foi in-formatizada e que os cinco tra-balhadores rurais passaram por cursos de capacitação do Senar. “Não damos um passo adiante sem antes estudar o que pode ser lucrativo”, afirma.

Sucroalcooleiro

O arrendatário Feliciano

Moura está satisfeito com o

rumo do setor sucroalcooleiro.

Prova disso é que, paulatina-

mente, vem aumentando o plan-

tio da área e agora estuda a pos-

sibilidade de sair da atividade

de arrendatário para fornecedor

direto da usina. Se tudo der cer-

to, vai mais que dobrar o fatura-

mento do negócio.

Feliciano conta que na última

safra aumentou a área plantada

de 70 hectares para 100 hectares

e ainda investiu na renovação do

canavial, que já estava em seu

sétimo corte. Há oito anos na

atividade, diz que o setor passa

por um período estável de bons

preços. Depois de vender o hec-

tare da produção por R$ 49,50

em 2012, conseguiu R$ 52 em

2013, o mesmo preço vendido

este ano.

Feliciano explica que a forma

de pagamento praticado pela

usina melhorou. O pagamento

da matéria-prima que era feito

anualmente, agora passou a ser

quitado todos os meses. “É mais

fácil para gerir”, diz. Ele calcula

que ao mudar o plantio de soja

para arrendar a terra para a usi-

na, seu faturamento mensal pu-

lou de R$ 6 mil para R$ 10 mil.

Grãos

Os primeiros integrantes

da família Brucelli pisaram em

solo rioverdense em 1979, após

sair de Mogi-Mirim, interior de

São Paulo. A princípio foram

adquiridos 100 hectares que,

por dois anos, foram dedicados

ao plantio de arroz. Já em 1981,

família começou plantar soja e

não parou mais. Na época, as

dificuldades iam além do clima

e preços. A carência de infra-

estrutura era generalizada, não

havia asfalto, armazéns, ener-

gia elétrica e variedades de

semente adequadas para o Cer-

rado. Para se ter ideia, a produ-

tividade média inicial era de 35

sacas por hectare.

A empresa familiar (pais e

quatro irmãos) hoje soma 4,5

mil hectares de área plantada

de soja e milho safrinha e prati-

camente dobrou a produtivida-

de média de lá pra cá. Além de

muito trabalho e capacitação,

para Ivan Brucelli, o sucesso é

possível graças a uma dica sim-

ples: cautela e união familiar.

“É muito importante que todos

estejam envolvidos na ativida-

de”, diz e acrescenta “o produ-

tor precisa ter o pé no chão e

não querer crescer 100% de um

ano para outro”, afirma.

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liCarlos Roberto promete dar passos mais largos

Feliciano estuda a possibilidade de ser fornecedor direto da usina

Para Ivan Brucelli, o sucesso é possível graças a cautela e união familiar

Julho / 2014 CAMPO | 25www.senargo.org.br

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Fruticultura Do leite para a fruticultura.

Desmotivado com a oscilação do mercado leiteiro, o produtor rural João Messias de Araújo, há quatro anos, apostou no plan-tio de abacaxi e melancia con-sideradas culturas com valores preços mais estáveis. Em pouco tempo, o trabalho de João Mes-sias e da família (esposa e quatro filhos) já é considerado um caso de sucesso do Serviço de Apren-dizagem Rural (Senar) em Goiás.

A decisão do fruticultor ocorreu após passar por dificul-dades com a oscilação do mer-cado leiteiro. “O leite me dava no inverno, mas me tomava no verão”, salienta. Ele participou do curso Formação Profissional Rural (FPR) – Fruticultura/Aba-caxi ministrado pelo instrutor Lucimar Andrade.

João aprendeu sobre o de-senvolvimento, classificação e padronização do abacaxi, além das etapas de preparação do solo, das mudas e dos tratos culturais na lavoura. No início, plantou 15 mil pés de abacaxi e agora conta com 280 mil pés. Cada um é comercializado a R$ 2. “Foi o instrutor que indicou o caminho, ensinou a fazer e me deu uma nova chance”, diz. De Lucimar também veio a indica-ção para que João Messias apos-tasse no cultivo da melancia concomitante ao abacaxi. Dos 700 pés já saltou para 20 mil.

SilviculturaEm 2004, os irmãos Pereira

Soares apostaram no plantio de eucalipto no município de Co-calzinho, a 129 quilômetros de Goiânia. Emival, Tobias e Celso contrataram uma empresa espe-cializada para o plantio das mu-das. Daí para frente o trabalho foi tocado pelo trio de irmãos.

Assim, eles fizeram treina-mento no Senar de plantio de tra-tamento de madeira, olericultura e horta orgânica. A opção foi se-guir com o plantio de eucalipto, já que aproveitava melhor a área da propriedade, além de consu-mir menos tempo e manejo.

Segundo Tobias, as técnicas

aprendidas durante o curso aju-

daram a melhorar a qualidade

do trabalho que já desenvol-

viam, agregando valor ao pro-

duto. “Durante o treinamento,

vi aumentar meu interesse pela

atividade”, conta. Foram plan-

tados 24 hectares de eucalipto,

cada um com 1,1 mil árvores.

Agora apostam no plantio de

outro tipo de madeira: o gua-

nandi. Segundo eles, a madeira é

nobre e será uma poupança para

o futuro, já que o primeiro corte

ocorre após 18 anos de plantio.

O custo médio de produção é de

R$ 60 mil a cada cinco hectares,

mas o retorno é de, no mínimo,

R$ 3 milhões.

HortaMorador do Assentamento

Três Barras, em Cristalina, Su-

deste do Estado, Deoclécio Go-

mes de Lima, conseguiu aumen-

tar a renda familiar em 300%

após a colocar em prática as

técnicas aprendidas no curso de

Olericultura Orgânica, oferecido

pelo Senar em Goiás.

Deoclécio conta que já traba-

lhava no plantio de horta, mas

os produtos não tinham boa

aceitação na feira de Cristalina.

“No início sentia uma grande di-

ficuldade. Quando vamos traba-

lhar para nós mesmos, não sabe-

mos o quanto é difícil”, afirma.

Após o curso, a produção

cresceu rapidamente em quali-

dade e produção. Ele cultiva pi-

menta, batata baroa, cheiro ver-

de, couve, mandioca e banana.

“Meus clientes têm opções de

levar diversas culturas”, explica.

Hoje, parte da produção

também é revendida para a

Companhia Nacional de Abas-

tecimento (Conab).”Só aí vendo

mais de um salário mínimo por

mês”, diz. No fim de semana, na

feira, consegue faturar cerca de

R$ 300. Com o lucro, já cons-

truiu um barracão em Cristalina

e comprou um carro para trans-

portar os produtos. “Agora mi-

nha realidade é outra”, finaliza.

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Do leite para a fruticultura, João Messias é exemplo para os amigos

Os irmãos vivem do plantio de eucalipto no município de Cocalzinho

Deoclécio aumentou a renda familiar em 300% depois do curso do Senar Goiás

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GRITO DE SOCORRO

Produtores buscam soluções para controle de pragas

Michelle Rabelo | [email protected]

Broca do Rizoma, o terror do Vale do São Patrício

Bananicultores se reuniram para debater as pragas que vêm

atacando a cultura

Julho / 2014 CAMPO | 27www.senargo.org.br

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Não são as curvas do preço de

mercado, a concorrência ou as

peripécias de São Pedro que an-

dam assustando os produtores de bana-

na de sequeiro no Vale do São Patrício,

em Goiás. O que está deixando todos os

bananicultores de cabelo em pé são as

pragas – em especial a Broca do Rizo-

ma - que vêm atacando o cultivar. Esse

medo levou representantes do setor

agrícola até o município de Itaguaru no

último dia 27 de junho para um Encon-

tro de Fruticultores da região.

Técnicos da Federação da Agricul-

tura e Pecuária (Faeg), da Secretaria de

Estado de Agricultura, Pecuária e Irriga-

ção (Seagro), da Empresa Brasileira de

Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da

Agência Goiana de Defesa Agropecuária

(Agrodefesa) se reuniram com um grupo

de produtores para repassar orientações

básicas de combate ás pragas e deba-

ter possíveis formas de firmar a região

como um polo de bananicultura, tor-

nando o negócio cada vez mais rentável.

Entre as pragas que assombram os

produtores estão a Broca do Rizoma –

a mais comum na região -, a Sigatoka-

-negra, a Sigatoka-amarela e o mal-do-

-Panamá. Também conhecida como

“moleque-da-bananeira”, a Broca do

Rizoma é uma das mais sérias pragas

da variedade. Ela perfura a banana fa-

cilitando a entrada do mal-do-Panamá,

além de construir galerias no caule da

planta, danificar o sistema radicular, li-

mitar seu desenvolvimento e diminuir

sua produtividade, resultando no tom-

bamento da bananeira.

Durante o encontro foram debatidos

os aspectos fundamentais no cultivo da

banana como a preparação e o cuidado

com o solo, as variedades existentes e

a escolha correta da muda, a prática do

manejo da cultura, entre outros pontos

do cotidiano da produção. Também foi

citada a importância do manejo correto

da plantação, como não capinar o solo

para não deixa-lo sem cobertura e des-

protegido e medir adequadamente o

espaçamento entre os pés de banana.

No final da visita a equipe foi a

campo mostrar os aspectos práticos

da condução do pomar. Os produtores

atentos fizeram perguntas e falaram so-

bre as especificidades de suas proprie-

dades. Da Embrapa – Cruz das Almas/

BA vieram os pesquisadores Maurício

Coelho e Zilton Cordeiro que apresen-

taram novas tecnologias no cultivo da

banana, frisando sempre a importância

de uma fruta com boa aparência “que

se venda aos olhos do consumidor”.

Banana que se põe na mesa

O Vale do São Patrício é constituído

Laris

sa M

elo

Geraldo acha que técnicos podem ajudar no combate às pragas

Broca do Rizoma é uma das pragas mais temidas pelos

bananicultoresFred

ox C

arva

lho

28 | CAMPO Julho / 2014 www.sistemafaeg.com.br

Page 29: 2014 07 julho2

por 23 municípios - Barro Alto, Carmo

do Rio Verde, Ceres, Goianésia, Guaraí-

ta, Guarinos, Hidrolina, Ipiranga de Goi-

ás, Itapaci, Itapuranga, Jaraguá, Morro

Agudo de Goiás, Nova América, Nova

Glória, Pilar de Goiás, Rialma, Rianápo-

lis, Rubiataba, Santa Izabel, Santa Rita

do Novo Destino, São Luis do Norte,

São Patrício e Uruana – e na região a

variedade mais cultivada é a maçã, que

representa somente 10% da produção

nacional. Mesmo assim, os produtores

do Vale do São Patrício seguem apos-

tando em mudanças e na profissiona-

lização em busca de alternativas para

fazer da banana-maçã a estrela da mesa

do goiano e do brasileiro. Um dos pila-

res que devem sustentar essa nova fase

da bananicultura na região é a otimiza-

ção da produção, com a plantação de

mais pés em um menor espaço de terra.

Para o produtor de Itaguaru, Ge-

raldo Deus Sobrinho, é urgente a dis-

ponibilização de técnicos para visitar

periodicamente as propriedades. “Pre-

Laris

sa M

elo

Alexandro Alves

Laris

sa M

elo

O assessor técnico da Faeg para área de Fruticultura, Alexandro Alves,

chama atenção para a escolha da muda, já que é por meio dela que muitas

pragas chegam até a planta.

Folha da bananeira

cisamos demais de um técnico para

orientar mais a gente. Nós somos pro-

dutores, mas entendemos pouco das

coisas mais específicas, como os vários

tipos de pragas que atacam o bananal e

como proteger a plantação de cada uma

delas”, pontua.

Geraldo conta que as pragas afetam

diretamente a conta bancária no final

do mês. “Eu tenho um bananal de 53

hectares e hoje sinto uma queda de qua-

se 50% na produção da fruta. A plan-

tação, que tem três anos, começou me

rendendo sete mil caixas por mês e hoje

caiu para caiu para 1.500 caixas”, conta.

As pragas da banana

Broca do Rizoma - As bananeiras

infectadas apresentam desenvolvi-

mento limitado, diminuem a produti-

vidade e os frutos são curtos e finos.

Sigatoka-negra e amarela - A in-

fecção ocorre nas folhas mais novas e

os sintomas iniciais da doença apare-

cem como uma leve descoloração em

forma de ponto entre as nervuras.

Mal-do-Panamá - O fungo tam-

bém é disseminado por água de ir-

rigação, de drenagem, de inundação,

assim como pelo homem, por ani-

mais e equipamentos.

Julho / 2014 CAMPO | 29www.senargo.org.br

Page 30: 2014 07 julho2

LONGE DE CASA La

rissa

Mel

lo

Matheus deixa Goiânia em busca de especialização

Ciências Sem Fronteira contribui com bagagem técnica

Karina Ribeiro | [email protected] para Revista Campo

Para melhorar a agropecuária goiana, estudantes investem em intercâmbio

30 | CAMPO Julho / 2014 www.sistemafaeg.com.br

Page 31: 2014 07 julho2

Estudar no exterior com as des-pesas todas pagas é o sonho de muitos estudantes e pro-

fissionais do País. Esse objetivo já é uma realidade para muitos goianos que voltam para suas origens com uma maior bagagem cultural, am-pliação de conhecimentos e, sobre-tudo, com a sede de implementar, na prática, o que foi absorvido em ins-tituições de ensino que prezam pela inovação e competitividade.

O programa Ciências Sem Fron-teiras, desde 2011, busca promover a consolidação, expansão e interna-

cionalização da ciência e tecnologia, da inovação e competitividade brasi-leira por meio do intercâmbio e mo-bilidade internacional. O projeto em conjunto dos Ministérios de Ciências, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Ministério da Educação (MEC), por meio de suas respectivas institui-ções de fomento - CNPq e Capes –, e Secretarias de Ensino Superior e de Ensino Tecnológico do MEC prevê a promoção de intercâmbios de alunos de graduação e pós-graduação façam estágios no exterior com a finalidade de manter contato com sistemas edu-cacionais competitivos em relação à tecnologia e inovação.

Em Goiás, 933 alunos já tiveram a oportunidade de viajar para o exte-rior com bolsas de estudos bancadas pelo programa. Destas, 629 tiveram como origem os alunos da Universi-

dade Federal de Goiás (UFG), seguido pela Pontifícia Universidade Católica (132), Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia de Goiás (72) e Universidade Estadual de Goiás (70), seguido por outras instituições de ensino com menor número de bolsas implementadas.

Segundo a coordenadora de As-suntos Internacionais da UFG, Ofir Bergemann de Aguiar, para o aluno pleitear uma bolsa, os cursos pre-cisam estar incluídos no programa Ciências Sem Fronteiras como área prioritária. Ciências exatas e da terra é uma das 15 áreas consideradas prio-ritárias.

A forte vocação do agronegócio em Goiás pode ser medida pelos nú-meros de distribuição de bolsas dos alunos que vão estudar no exterior. Ciências exatas e da terra, que envolve

Ofir explica que é preciso definir o bom desempenho do aluno La

rissa

Mel

lo

Julho / 2014 CAMPO | 31www.senargo.org.brwww.senargo.org.br

Page 32: 2014 07 julho2

o curso de agronomia, por exemplo, é o terceiro que mais contemplou estu-dantes – com 63 bolsas. Ficando atrás somente de engenharias e demais áreas tecnológicas (222) e biologia, ciências biomédicas e da saúde (99).

Como fazer Mas para ser contemplado com

uma bolsa de estudo financiada pelo governo federal é preciso passar por uma série de exigências e apresentar um histórico de bons resultados na atual instituição de ensino.

Ofir explica que, inicialmente, são realizadas chamadas públicas para o Programa Ciências Sem Fronteiras. “Cabem às universidades homologar ou não”, afirma. Os alunos precisam também se submeter ao edital de se-leção. “É preciso definir o bom de-sempenho do aluno. Para isso é preci-so que ele tenha uma média de notas igual ou superior a seis”, diz.

E as exigências não param por aí. O aluno é obrigado ainda a fazer um teste linguístico e, no caso do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a nota deve ser igual ou superior a 600.

Embora a universidade ainda não tenha nenhum levantamento mais preciso sobre os resultados práticos dos alunos que já regressaram de in-tercâmbios, Ofir diz que, de forma ge-ral, as avaliações são positivas. “Eles dão continuidade aos estudos, trazem na bagagem novos conhecimentos culturais e técnicos importantes para a profissionalização”, explica.

Estudante

O estudante do oitavo período de

agronomia, Matheus Gomes Pereira,

de 21 anos, aguarda ansioso os últi-

mos dias que o separam da nova ex-

periência acadêmica. Ele embarca no

próximo dia 18 para Macomb, locali-

zado no estado norte-americano de

Illinois. A estimativa é que permane-

ça nos Estados Unidos por 1 ano e

quatro meses.

A princípio, diz, vai estudar a lín-

gua inglesa até o início de 2015. “Vou

buscar a proficiência da língua”, re-

sume. Depois vai focar os estudos em

gestão rural e agricultura de precisão,

áreas que considera fundamental para

o agronegócio. “Sabemos da dificul-

dade hoje de tocar o agronegócio sem

conhecimento de gestão. Eu me inte-

resso pela área e sei também que é

uma área que tem mercado. É a fome

com a vontade de comer”, afirma.

Matheus explica que possui dois

amigos que já estão estudando nos

Estados Unidos e que as notícias são

sempre positivas. “Eles falam da tec-

nificação e da organização deles’, diz.

Depois dessa experiência e quan-

do concluir a curso de agronomia, diz

que pretende trabalhar em alguma

empresa multinacional a título de ex-

periência. “O inglês e os estudos lá

foram devem abrir portas para este

caminho”, afirma. Mas, depois, a

ideia é cuidar do próprio negócio.

ExperiênciaNa avaliação da professora dos

cursos de engenharia florestal e agro-nomia da Universidade Federal de Goiás (UFG), Francine Calil, os be-nefícios do intercâmbio extrapolam os conhecimentos técnicos. “Tudo é válido, às vezes é a primeira vez que moram fora de casa e isso gera uma ampliação do crescimento em vários aspectos”, diz.

No que tange os conhecimentos técnicos, diz, dependendo do País que o estudante fizer intercâmbio, o sistema educacional instiga o aluno a aprofundar conhecimentos por conta própria, fora da sala de aula. Essa ne-cessidade de buscar autonomia para correr atrás dos estudos extraclasse é observada pelas docentes após o re-gresso dos estudantes. “Eles acabam tendo um papel disseminador. Eles contagiam outros estudantes a bus-carem novos caminhos para o apren-dizado e até os incentiva a investir em programas de intercâmbio”, explica.

Para ela, a internet e redes sociais são ferramentas que contribuem para que os alunos tenham mais conheci-mentos prévios antes de decidirem em quais áreas vão aprofundar o es-tudo no exterior. “Eles conseguem conhecer as disciplinas mais profun-damente e com isso, tem mais capaci-dade de comparar o que é ministrado aqui com as novas oportunidades. Sem dúvida, se tornam profissionais muito mais promissores”, finaliza.

EUA (8)

França (7)

Espanha (5)

Portugal (4)

Canadá (2)

Austrália (1)

Goiânia (25)

Jataí (2)

Espanha (5)

Portugal (4) Goiânia (25)

Distribuição por país de destino: Distribuição por regional:

32 | CAMPO Julho / 2014 www.sistemafaeg.com.br

Page 33: 2014 07 julho2

DELÍCIAS DO CAMPO

INGREDIENTES: 1 leitoa desossada1 kg de milho verde em conserva1 kg de ervilha em conserva1 kg de presunto fatiado1 kg de queijo fatiadoSal à gostoTemperos diversos à gosto

PORCO PIZZA

Wal

ter B

aylã

o Jú

nior

/Shu

tter

• Envie sua sugestão de receita para [email protected] ou ligue (62) 3096-2200

• Receita elaborada pelo presidente do Sindicato Rural (SR) de Rio Verde, Walter Baylão Júnior

Coloque rodelas de tomate (cortadas mais grossas) por cima para enfeitar

PREPARO: Tempere a leitoa com sal e temperos diversos à gosto e deixe descansando na geladeira até o dia seguinte para que o tempero penetre bem.Após 24 horas, coloque a carne em uma grelha para assar na churrasqueira, lembrando que a pele deve ficar para cima, evitando que passe o ponto.A leitoa deve ser assada por aproximadamente 3 horas. Vire a carne para tostar a pele até ficar crocante.Com a carne asada, é hora de rechear: coloque uma camada de milho verde, outra de ervilha, o presunto e o queijo fatiado

Cubra com papel alumínio e deixe assar até que o queijo derreta

O prato leva aproximadamente 15 horas para ficar pronto, entre desossar, temperar e assar.

Page 34: 2014 07 julho2

APOIO TÉCNICO

Depois de quase desistir, produtor sustenta a família com o dinheiro que vem do leiteMichelle Rabelo | [email protected]

Balde Cheio: uma luz no fim do túnel

Roni mostra a ordenhadeira mecânica que o ajudou a melhorar de vida

Uma luz no fim do túnel. É as-

sim que o produtor de leite

Roni Fábio da Silva define a

metodologia Balde Cheio. Tudo por-

que desde quando optou por susten-

tar a família levantando antes de o sol

nascer e ordenhando sem descanso os

20 animais que tinha em sua proprie-

dade, a vida tem sido uma busca por

esperança. Hoje, depois de passar por

vários cursos de capacitação do Servi-

ço Nacional de Aprendizagem Rural

(Senar) Goiás, a situação mudou e Roni

paga as contas tirando cerca de 520 li-

tros de leite diariamente.

A família mora na zona rural de

Montes Claros de Goiás e Roni fala

com orgulho da sua relação com a

metodologia Balde Cheio. “Fui o pri-

meiro em Goiás a implantar na minha

propriedade a metodologia. Não tinha

para onde correr e decidi apostar tudo

na ideia. Contratei um técnico que vi-

nha até aqui de três em três meses e

as coisas foram mudando. Fiquei como

Unidade Demonstrativa e tive que rea-

prender a mexer com leite”, conta.

Roni traz consigo uma história de

dificuldades, mas é enfático ao dizer

que o Senar Goiás fez dele e da família

- a esposa, Clezia Aparecida Alves, e

os filhos, Rafael, Samuel e Suzana –

mais um Caso de Sucesso da entidade.

Atualmente ele ordenha, de manei-

ra mecânica, 36 animais em lactação

– antes ele ordenhava, manualmente,

50. Na vida pessoal, as coisas tam-

Fred

ox C

arva

lho

34 | CAMPO Julho / 2014 www.sistemafaeg.com.br

Page 35: 2014 07 julho2

Fred

ox C

arva

lho

O produtor, a esposa e os filhos na propriedade da família

bém mudaram: a preocupação com o

sustento da família, que antes tirava o

sono do produtor, deu lugar aos planos

que já começam a se tornar realidade.

Roni está construindo uma casa nova

“com tudo o que a família merece”.

Aos trancos e barrancos

Mas a história que o produtor conta

em meio a risadas nem sempre ensaiou

um final feliz. Tudo começou em 2004,

quando Roni se casou e decidiu que iria

tocar a vida com o dinheiro do leite,

assim como o pai fazia. Ele ganhou 10

alqueires, comprou 20 vacas e abraçou

o desafio de se capacitar e construir

um futuro melhor com o dinheiro do

leite. “O terreno era impróprio, me fal-

tava conhecimento, os animais estavam

errados, o manejo, a comida, eu fazia

tudo sem saber o que estava fazendo e

acabei perdendo oito vacas”.

Foi então que Roni decidiu procurar

o Sindicato Rural (SR) e aprender tudo o

que podia sobre como criar os animais

e tirar deles o máximo de leite possível.

Começou fazendo um curso de Gestão

Leiteira, Bovinocultura de Leite, segui-

do por outro de Inseminação Artificial,

Qualidade do Leite, Manejo de Pasta-

gem, e Ordenha Mecânica.

Animado, Roni comprou outros

11 animais e um ano depois já tira-

va 200 litros/dia de leite na mão. Dois

anos depois o número subiu para

400 litros/dia tirados de 50 animais.

O produtor comprou um resfriador,

uma ordenhadeira mecânica e ganhou

de vez o respeito de produtores vizi-

nhos. “No começo eles falavam que a

ordenhadeira machucava os animais,

que não ia dar certo”.

Força fundamental

A decisão de investir no leite foi de

Roni, mas o produtor não se esquece

das mãos que o ajudaram a percor-

rer o caminho. O mobilizador Helton

Greic e o instrutor do primeiro curso

feito pelo produtor, José Faleiro são

nomes cativos nas boas recordações

de Roni. Para ele, o Senar Goiás não

oferece apenas cursos de capacitação,

mas uma reforma na relação do parti-

cipante com ele mesmo. “Voltei a ter

autoestima e a acreditar em mim”, diz

emocionado.

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EM JUNHO, O SENAR GOIÁS PROMOVEU

490 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL* 96 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL*

5.241 PRODUTORES E

TRABALHADORES

RURAIS

CAPACITADOS

56 207 11 02 15 15 141 43 40 07 10 08 31 0

Na área de

agricultura

Em atividade

de apoio

agrossilvipastoril

Na área de

silvicultura

Na área de

extrativismo

Em

agroindústria

na área de

aquicultura

na área de

pecuária

Em

atividades

relativas à

prestação

de serviços

Alimentação

e nutrição

Organização

comunitária

Saúde e

alimentação

Prevenção de

acidentes

Artesanato Educação para

consumo

CURSOS E TREINAMENTOSM

ende

l Cor

tizo

O curso Bovinocultura de Corte possui 24 horas de

treinamento

Page 37: 2014 07 julho2

EM JUNHO, O SENAR GOIÁS PROMOVEU

490 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL* 96 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL*

5.241 PRODUTORES E

TRABALHADORES

RURAIS

CAPACITADOS

56 207 11 02 15 15 141 43 40 07 10 08 31 0

Na área de

agricultura

Em atividade

de apoio

agrossilvipastoril

Na área de

silvicultura

Na área de

extrativismo

Em

agroindústria

na área de

aquicultura

na área de

pecuária

Em

atividades

relativas à

prestação

de serviços

Alimentação

e nutrição

Organização

comunitária

Saúde e

alimentação

Prevenção de

acidentes

Artesanato Educação para

consumo

Para outras informações sobre treinamentos e cursos oferecidos pelo Senar Goiás entre em

contato pelo telefone (62) 3412-2700 ou pelo site www.senargo.org.br

Na pecuária não há espaço para amadores e quem pretende viver da criação de gado de corte – ramo que vive diretamente ligado

à tecnologia- precisa se capacitar. Na extensa lista de cursos oferecidos pelo Serviço de Aprendizagem Rural (Senar) Goiás a qualificação Bovinocultura de Corte é uma opção para quem cria o animal que che-ga à mesa da população. Em forma de cortes diver-sificados, os sabores agradam os mais diferenciados paladares.

O treinamento – tipo Formação Profissional Ru-ral (FPR) - é indicado para pequenos, médios, gran-des produtores ou mesmo para quem pretende co-meçar a utilizar a propriedade para criar os bovinos de corte. Para participar, o interessado precisa ser produtor ou trabalhador rural, ter idade mínima de 18 anos e ser alfabetizado.

Durante as 24 horas de treinamento, os partici-pantes estudam temas ligados ao controle zootéc-nico, à identificação e higiene de materiais, às ins-talações de equipamentos, ao manejo de pastagem, à contenção e à aplicação de medicamentos, ao controle de aftosa, brucelose, raiva e clostridioses, entre outros pontos.

Do curral de quem cria para a mesa de quem consomeMichelle Rabelo | [email protected]

*Cursos promovidos entre os dias 26 de maio a 25 de junho

Page 38: 2014 07 julho2

CAMPO ABERTO

Célebre frase de Jean-Jacques Rousseau nos

diz que “As mulheres constituem a metade

mais bela do mundo”. Parece lógico que a “be-

leza” desta importante parcela da sociedade

está atrelada a uma série de fatores que inter-

ferem negativa ou positivamente neste público,

seja ele rural ou urbano. Se são visíveis os de-

safios sociais urbanos - por piores que sejam

e recorrentemente denunciados, demandando

respostas e políticas públicas – as questões da

área rural que atingem a família do campo de-

notam carência de atenção, de modo especial

voltada ao público feminino.

Historicamente, a participação da mulher na

gestão da propriedade da família rural e o pa-

pel dela no empreendimento de negócio próprio

estão à mercê de percalços que variam desde a

“permissão masculina” aos desafios inerentes

aos negócios em geral, independente do sexo

do empreendedor. Falar de empreendedorismo

feminino perpassa pelo viés da existência de

verdades que precisam ser reconhecidas, en-

tendidas e enfrentadas, sem, contudo, impedir

“voos” rumo a empreendimentos de sucesso.

A Revista Exame relata pesquisa dando con-

ta de que no período de dez anos o empreen-

dedorismo feminino cresceu em 21,4%; apesar

de as mulheres ainda não serem maioria dentre

os empresários brasileiros. O estudo mostra da-

dos interessantes que denotam que nem sempre

condições sociais interferem negativamente no

espírito empreendedor da mulher, haja vista que

a região Norte do país foi a que mais se desta-

cou com 80% de crescimento ao longo de uma

década, seguida do Centro-Oeste com 43%.

As ações empreendidas pelo Senar Goiás

avançam de forma colaborativa rumo à con-

cretização do aumento dos números relativos

ao empreendedorismo na região da qual este

Estado faz parte. Mais do que um desafio co-

tidiano, assume compromisso que permeiam

as ações de Formação Profissional Rural (PFR)

e Promoção Social (PS), visando a criação de

oportunidades para o público atendido. Em

2010, lançou o Programa Com Licença, Vou à

Luta para estimular o empreendedorismo das

produtoras e trabalhadoras rurais.

Por fim destaca-se que, com ações como

esta, se espera que sejam ampliadas as op-

ções de vez e voz para o público feminino.

As etapas do programa contemplam estudos

acerca de planejamento, gestão financeira, le-

gislação e liderança, além de empreendedoris-

mo propriamente dito.

Dentre as estratégias de metodologia, des-

taque para busca de informações que resultam

em maior interação da mulher com os demais

familiares. Isto feito, monitoramento e avalia-

ção contribuem para acompanhar se o que foi

planejado durante a participação no programa

realmente contribuiu para o avanço da partici-

pação do público feminino no ramo dos negó-

cios, ou se precisam ser reformulados os cami-

nhos a serem percorridos.

Fátima Araújo é

pedagoga, artista

plástica e coordenadora

de Ações e Projetos do

Senar Goiás.

Laris

sa M

elo

Fátima Araújo | [email protected]

Empreendedorismo Feminino: Mulheres se fazem empreendedoras

38 | CAMPO Julho / 2014 www.sistemafaeg.com.br

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