2012 - kit fejesp fundacao

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KIT FUNDAÇÃO 2012

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KIT

FUNDAÇÃO

2012

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Prezado Empresário Júnior,

Seja bem vindo ao KIT Fejesp – Fundação. Este documento tem sido desen-volvido por mais de dez anos para que chegasse a você como uma ajuda prática e eficiente durante o processo de fundação de mais uma Empresa Júnior em nosso país.

Desde já ficamos satisfeitos em saber que estamos colaborando com o cres-

cimento do Movimento Empresa Júnior. Este documento foi dividido em sessões para que sua leitura fosse facilitada.

Recomendamos que o presente guia seja usado na ordem de capítulos em que foi concebido. O modelo de organização foi criado para que os passos aqui descritos correspondessem cronologicamente à sequência de ações que devem ser tomadas durante o processo de fundação de uma Empresa Júnior.

Toda a Fejesp já se coloca à sua inteira disposição para esclarecer eventuais

dúvidas, colaborar com palestras, reuniões, assessorias e também para integrá-los com todos os outros universitários empreendedores do Brasil.

Fejesp 2012

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Elaboração: Vitor Rippel D'Agnoluzzo Revisão: Ricardo Pacheco Joyce Toyota Edvaldo Spigosso Camila Leal dos Santos Diego Kashiura Gabriela Fusco Mendes Direitos reservados à Fejesp Federação das Empresas Juniores do Estado de São Paulo e-mail: [email protected] http://www.fejesp.org.br Impresso no Brasil – 2012

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SUMÁRIO

Capítulo I – Movimento Empresa Júnior .................................................................................... 4

O que é uma Empresa Júnior .........................................................................................................4

Histórico ............................................................................................................................................... 5

O Movimento Empresa Júnior no Brasil .................................................................................... 6

A Confederação Brasileira .............................................................................................................. 8

A FEJESP ............................................................................................................................................... 9

Capítulo II – Como fundar uma Empresa Júnior ........................................................................ 11

Manifestação de Interesse ........................................................................................................... 11

Decisões Iniciais .............................................................................................................................. 12

Redação do Estatuto ...................................................................................................................... 14

Assembleia de Aprovação e Definição da Diretoria ............................................................ 16

Legalização da Empresa Júnior .................................................................................................. 17

Início das Atividades ...................................................................................................................... 19

Organograma ................................................................................................................................... 20

Capítulo III – Dúvidas Frequentes ................................................................................................... 21

Considerações Finais .......................................................................................................................... 23

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CAPÍTULO I – Movimento Empresa Júnior O que é uma Empresa Júnior

Empresas Juniores são associações, formadas e administradas exclusivamente por alunos de graduação, que realizam projetos e consultorias nas áreas de seus cur-sos. São consideradas grandes laboratórios de aprendizado para os alunos, possibili-tando o contato com o mercado de trabalho antes de se formarem, além do desen-volvimento da consciência social.

Os aspectos legais que caracterizam uma Empresa Júnior estão definidos no

Conceito Nacional de Empresa Júnior, documento criado pela Brasil Júnior em outu-bro de 2007. Conhecendo o Conceito, presente como Anexo I neste guia, as EJs em processo de formação poderão alinhar sua ideologia aos artigos daquele. Ao tornar-mos possível uma maior coesão e unidade entre as diferentes células do MEJ, pode-remos caminhar mais rapidamente em direção à Empresa Júnior dos nossos sonhos.

A alta qualidade dos seus projetos (aplicação do conhecimento universitário),

aliada ao seu baixo custo (se comparado ao mercado) e ao desenvolvimento que proporciona ao aluno (aplicação prática da teoria) faz da Empresa Júnior um agente de transformação social, econômica e educacional. Os projetos visam principalmente as pequenas e micro empresas e as ONG’s e cooperativas, gerando grande impacto nas mesmas.

Os participantes das empresas juniores apresentam espírito empreendedor,

pró-atividade e organização, além de adquirirem, ao longo das atividades na empre-sa, características importantes no mercado como capacidade de trabalho em equipe, de improvisação, negociação, flexibilidade, liderança e ética.

Devido à personalidade dos mesmos e à experiência adquirida durante o tra-

balho no Movimento, muitos, ao se formarem, montam seus próprios negócios, ou buscam trabalho em grandes empresas. Outros, desenvolvendo mais o seu perfil de voluntário e cidadão socialmente responsável, se envolvem com atividades em ONG´s ou criam suas associações visando suprir alguma carência social. É um perfil de profissional e cidadão bastante completo, exigido tanto pelas empresas em seus processos seletivos como pela sociedade moderna.

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MEJ – Histórico Como tudo começou

No ano de 1967, estudantes da L'Ecole Supérieure dês Sciences Economique-

set Commerciales (ESSEC) de Paris (França), liderados por Bernard Caïoso, busca-

ram, ansiosos em ganhar experiência profissional, uma alternativa para aplicar os

conhecimentos teóricos adquiridos no ensino superior à realidade prática. Criou-se

então a primeira Empresa Júnior do mundo denominada "JR ESSEC". A Empresa Jú-

nior começou seus estudos e pesquisas oferecendo serviços nas áreas de Marketing e

Finanças.

Neste mesmo ano, o conceito Empresa Júnior (EJ) se difundiu rapidamente

para outras Escolas de Administração e Engenharia da França, além das Escolas

de Comunicação e Agronomia da ESSEC. Já em 1969 foi criada na França a

primeira Confederação de Empresas Juniores denominada "Confédération Natio-

nale des Junior-Entreprises" (CNJE), com o objetivo de promover e representar o

movimento Empresa Júnior na França e na Europa, proteger e assegurar a quali-

dade dos seus estudos. Um nome de destaque relativo a fundação da CNJE foi

Michel Béraud, presidente da JR ESSEC em 1969 e membro da Câmara de Co-

mércio Brasil-França.

Após anos de desenvolvimento de atividades de Empresa Júnior na França,

os anos 80 foram uma época de fortalecimento do modelo em outros países da

Europa onde encontrou novos formatos, adaptando-se à realidade de cada país.

Países como Alemanha, Espanha, Bélgica, Hungria, Holanda, Portugal, Itália, Suíça,

entre outros, criam suas primeiras Empresas Juniores. Na América, o Canadá tam-

bém fundou sua Empresa Júnior.

Em 1987 foram dados os primeiros passos ao desenvolvimento de uma rede

de integração das Empresas Juniores na Europa. EJs da Espanha, França e Suíça fo-

ram as integrantes desse primeiro projeto multinacional – este foi o esboço da pri-

meira rede de Empresas Juniores do mundo.

No ano 1990, durante o Congresso Europeu de EJs, criou-se a Confederação

Européia de EJs, a (GEIE) tendo as confederações da Espanha, França, Itália, Por-

tugal e Holanda como fundadoras.

Dois anos mais tarde, em 1992, foi fundada a "Junior Association for Deve-

lopment in Europe" (JADE) por cinco confederações nacionais: Holanda (FNJE), Por-

tugal (JEP), Itália (CIJE), Suiça (USJE) e França (CNJE). Já a partir do ano seguinte mais

confederações se filiaram à rede, como Noruega (JEN) e Alemanha (BDSU).

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A JADE hoje é composta por 13 confederações: Espanha, França, Itália,

Portugal, Holanda, Alemanha, Noruega, Eslovênia, Bélgica, Suiça, Polônia, Áustria

e Reino Unido, e contando com seu programa de expansão, novas confedera-

ções estão surgindo, principalmente no Leste Europeu. A rede envolve cerca de

20.000 estudantes e sua sede oficial é em Bruxelas, localização da JADE House,

onde a Diretoria Executiva vive e trabalha integralmente para a Confederação

Europeia. Na França, por exemplo, onde é mais antigo, a confederação conta

com cerca de 125 Empresas Juniores, sendo que algumas chegam a faturar 800

mil euros anualmente.

Atualmente, além de Brasil e Europa, temos um embrião de confederação na

África do Sul, além de casos isolados no Marrocos e Camarões. Na Ásia, temos a ShA-

RE, uma rede com objetivos similares ao de empresas juniores, porém com ferra-

mentas distintas.

A rede mundial vem se consolidando. Desde meados dos anos 90 existem

tentativas de interação entre Brasil Júnior e JADE, relação esta que vem se solidifi-

cando pela realização de Conferências Mundiais e pelo programa anual do Embaixa-

dor Brasileiro como Project Manager na Jade House, iniciado em 2006.

O Movimento Empresa Júnior no Brasil

A ideia de Empresa Júnior foi trazida ao Brasil pela Câmara de Comércio

França-Brasil, que, em meados de 1987, publicou um anúncio em jornal convo-

cando jovens interessados em implantar uma Empresa Júnior. O anúncio deu

resultado, e já nos anos seguintes, após viagens para a Europa, enfrentar buro-

cracias e a oposição de muitas pessoas, surgiram as três primeiras empresas juni-

ores do país.

Foram criadas a EJ-FGV, a Júnior FAAP e a Júnior Poli Estudos. As duas primeiras

oferecendo serviços no campo da administração e a última em engenharia. As três

Empresas Juniores são sediadas no Estado de São Paulo. Desde então, o conceito

espalhou-se pelo país em Estados como Santa Catarina, Rio de Janeiro e Rio

Grande do Sul.

Em 1990, as três empresas juniores pioneiras, e mais os recém formados,

Júnior Mackenzie, GEPEA, Júnior 3E e Mauá Júnior, fundaram a “Federação das Em-

presas Juniores do Estado de São Paulo” (Fejesp); a primeira Federação de Em-

presas Juniores das Américas.

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Ocorreu no ano de 1993 o I Encontro Nacional de Empresas Juniores (ENEJ)

em São Paulo, realizado pela Fejesp na Federação das Indústrias do Estado de

São Paulo (FIESP). O evento contou com a presença de EJs de São Paulo, Bahia

e Minas Gerais, entre outros Estados. Desde 1993 são realizados anualmente os En-

contros Nacionais em diversos Estados do Brasil, o último ENEJ foi realizado na cida-

de de São Paulo e contou com a participação de Empresários Juniores de todo o Bra-

sil.

Nos anos seguintes mais Empresas Juniores foram criadas no Brasil. Através

da AD&M Consultoria, o Distrito Federal ganha sua primeira EJ. As Federações

Estaduais de Santa Catarina (FEJESC) e da Bahia (FEJESBA - hoje UNIJR) foram criadas.

Em 1998, ocorreu a expansão das Instituições de Ensino Superior no Brasil

(Lei nº 9394/96) e o consequente aumento das EJs no país, especialmente entre as

Instituições privadas.

Hoje, o Brasil é o país que possui o maior número de Empresas Juniores

no mundo, ultrapassando 600 EJs distribuídas pelos 26 Estados brasileiros. Em

São Paulo, estão mais de 200 destas empresas e cerca de 6.000 empresários ju-

niores. O Movimento aqui se desenvolveu de forma mais ordenada e com uma es-

trutura mais compatível com a realidade brasileira.

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A Confederação Brasileira

A Brasil Junior (BJ) é a Confederação Brasileira

de Empresas Juniores e compartilha com todos os

empresários juniores o objetivo de tornar o MEJ um

movimento reconhecido pelos diversos atores da

sociedade por contribuir para o desenvolvimento do

país por meio da formação de profissionais diferenci-

ados.

Ela é formada atualmente por 14 federações, representando 13 estados e o

Distrito Federal.

A Brasil Júnior é o órgão nacional do Movimento Empresa Júnior, trabalhando

para fomentar e dar suporte às empresas juniores em todo o Brasil e representá-las

para potencializar os resultados de nossa rede. A atuação ocorre pela definição con-

junta de planos e diretrizes do Movimento, como o Conceito Nacional de Empresa

Júnior. As ações são desenvolvidas por sua diretoria e, em cada estado, por sua fede-

ração local.

A Brasil Júnior também trabalha para a integração do Movimento, reunindo as

federações em reuniões e, principalmente, reunindo as empresas juniores ao realizar

o ENEJ (Encontro Nacional das Empresas Juniores) e o JEWC (Junior Enterprise World

Conference).

Missão

Representar o Movimento Empresa Júnior brasileiro e potencializá-lo como agente de formação de empreendedores capazes de transformar o país.

Visão

Fortalecer a marca Empresa Júnior, por meio da sua regulamentação e ampla divulgação para a Sociedade.

Valores

Compromisso com resultados; Sinergia;

Postura Empreendedora;

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Transparência;

Orgulho de ser MEJ.

FEJESP

Há 21 anos, a Fejesp - Federação

das Empresas Juniores do Estado de São

Paulo - representa as Empresas Juniores

perante a sociedade e governo, fomenta

a troca de conhecimento e desenvolve as

Empresas Juniores e seus associados, universitários, no estado. Com isso, a Fejesp

acredita em um ambiente propício para a formação de jovens talentos, futuros líde-

res do país.

A Fejesp é uma instituição sem fins lucrativos, com fins educacionais e supra-

partidária, confederada à Brasil Júnior, órgão nacional do Movimento Empresa Júnior

no país, e possui recursos diferenciados para auxiliar universitários com potencial a

se desenvolver profissionalmente através de uma Empresa Júnior.

A Fejesp é composta pelas Empresas Juniores federadas do estado de São

Paulo e que, portanto, estão regularizadas e seguem o ideal do Movimento Empresa

Júnior brasileiro. Atualmente, a Fejesp é composta por 36 Empresas Juniores totali-

zando mais de 1.500 universitários diretamente. As empresas juniores federadas es-

tão em onze das melhores universidades paulistas: Unicamp, USP, ITA, FGV, Macken-

zie, ESPM, Unesp, Insper e outras. Com isso, a Fejesp acredita possuir os melhores

universitários do estado, ou seja, aqueles que serão potenciais jovens talentos.

Através de parcerias fortes com empresas consolidadas, a Fejesp possibilita

eventos de qualidade, produtos de gestão baseados em metodologias de grandes

consultorias, um material vasto para auxílio, disponibilidade dos atuais membros da

Gestão e um contato cada vez mais forte com a mídia.

Missão

Potencializar as Empresas Juniores como agente de educação empresarial e

gerador de negócios, através da integração, do desenvolvimento e da representação

das empresas juniores do Estado de São Paulo.

Visão

Alcançar segurança gerencial, disseminar e consolidar a marca Empresa Júnior

no mercado e garantir a satisfação dos nossos stakeholders.

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Valores

Foco em resultados;

Imparcialidade;

Comprometimento;

Profissionalismo;

Ética.

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CAPÍTULO II – COMO FUNDAR UMA EMPRESA JÚNIOR

Manifestação de Interesse O processo de fundação de uma Empresa Júnior inicia-se a partir de um

grupo de estudantes que manifestaram interesse em iniciar essa empreitada cujos

passos serão detalhados a seguir. Para que ao final desse trabalho obtenha-se

sucesso na iniciativa, são necessários inúmeros cuidados. O primeiro deles con-

siste na plena consciência, por parte dos interessados, dos ideais do Movimento

Empresa Júnior.

Esse conhecimento dos fundamentos, objetivos e modos de trabalho das

Empresas Juniores pelos futuros fundadores é imprescindível para que eles sai-

bam exatamente quais os moldes que a sua futura EJ vai seguir. Deve haver

um estudo prévio que capacite o grupo de estudantes interessados, fazendo-os

conhecer a realidade empresarial júnior.

Nessa primeira etapa de amadurecimento da idéia sobre a fundação de

uma Empresa Júnior os estudantes entrarão em contato com conceitos básicos,

que por muitas vezes passam despercebidos. Desses conceitos deve-se dar

atenção especial é ao § 2º , Artigo 7º, Cap. III, do Conceito Nacional de Empre-

sa Júnior da Brasil Júnior, que diz que “O quadro social da empresa júnior deve-

rá ser formado única e exclusivamente por alunos regularmente matriculados na(s)

instituição(ões) de ensino superior e no(s) curso(s) de graduação a que for vincula-

da”.

Esse excerto, que se estende para o processo de fundação, nos mostra a

importância da participação exclusivamente discente na estruturação e planeja-

mento estratégico da Empresa Júnior que está para ser fundada. Portanto, ape-

sar do contato com a diretoria da Instituição de Ensino ser imprescindível para

verificar alinhamento de ideologias e posicionamento favorável manifestado por

ela, é estritamente necessário que todo o processo seja conduzido por alunos de

tal instituição.

O tempo médio que esta atividade leva para ser completa é de aproxi-

madamente um mês.

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Definições Iniciais Após conquistado o conhecimento sobre o Movimento Empresa Júnior

através da pesquisa de sua história e da presença constante nos eventos da

Fejesp é necessário que os futuros fundadores comecem a debater questões estra-

tégicas que definirão o formato da Empresa Júnior. A reunião desse grupo de estu-

dantes para discussão sobre as tarefas que farão parte da gestão da empresa e,

principalmente, sobre os serviços que a EJ prestará para a sociedade é de suma im-

portância para ela.

Mais conhecimento deve ser agregado aos alunos interessados

em fundar a Empresa Júnior. Eles devem procurar conhecer a estrutura organiza-

cional de outras EJs, para que possam ter uma visão abrangente antes de criarem

seu próprio organograma.

Os serviços oferecidos pela Empresa Júnior definirão seu público alvo,

seu quadro de recursos humanos e sua forma de trabalho. Essa última delineará

quais são as tarefas específicas que devem ser executadas durante a gestão da

empresa. Essa abordagem macro deve ser então discutida para que tais tarefas

sejam ligadas à pessoas que tenham afinidade com o assunto. Definindo dessa

forma áreas de atuação, sem no entanto entrar em questões de poder, por não espe-

cificar cargos.

É nessa etapa também que devem ser definidas a Missão e a Visão da futura

Empresa Júnior, pois ambas ajudam esta a planejar suas metas e a alcançá-las. A ela-

boração desses conceitos, frequentemente incentivada em livros sobre plane-

jamento estratégico, como os de Michael Porter, guru da Harvard Business

School, fomenta o pensamento das pessoas engajadas a respeito de aspectos base,

como os objetivos da empresa. Na Visão deve-se colocar metas ambiciosas, ela

deve ser inspiradora e motivante, deve conter os sonhos dos idealizadores para

a Empresa Júnior e representar o legado que eles querem deixar por meio da

sua fundação. A Missão por sua vez representa quem é a empresa (identidade),

o que ela faz (objetivo) e quais são seus valores. Ela explicita o compromisso

da EJ com objetivos e metas mais palpáveis.

Por fim, para que não haja conflitos no cronograma, os estudantes de-

vem pensar em possíveis linhas que ajudarão na criação do nome da Empresa

Júnior, lembrando-se sempre de que este nome não pode ser semelhante a algo já

existente no mercado.

Esta atividade demora aproximadamente um mês e meio para atingir sua

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completitude. Essa estimativa foi feita considerando que as reuniões da equipe te-

nham periodicidade alta: em torno de 2 reuniões por semana.

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Redação do Estatuto O estatuto da Empresa Júnior é o documento que mais vai requerer tra-

balho da equipe. É nele que ficarão definidas estanques as principais características

da EJ. Durante o processo de redação do estatuto os fundadores naturalmente

serão questionados sobre diversos aspectos que devem ser decididos. Isso aca-

ba por transformar a sua redação em uma forma de incentivo ao pensamento

estratégico da empresa.

Sugerimos que a equipe primeiramente esboce, de forma não compromissa-

da com o modelo padrão de estatuto, quais as características da Empresa Jú-

nior desejadas, discutindo sobre que pontos devem ou não constar. Dessa forma

primeiro será elaborado um documento com as concepções dos fundadores da

EJ, e após isso feito, essas idéias serão formatadas de acordo com um modelo juridi-

camente válido de Estatuto Social.

Deve-se prestar atenção à adequação do Estatuto ao Conceito Nacional

de Empresa Júnior, que define o que é uma EJ. Caso a verificação da compatibi-

lidade entre estatuto e Conceito seja de alguma forma negligenciada, a Empresa

acabará enfrentando problemas no processo de federação às Confederadas pela

Brasil Júnior. Para que isso não aconteça, a Fejesp se predispõe a auxiliar a Empresa

Júnior, revisando seu estatuto antes que esse seja registrado em cartório.

Como citado anteriormente, a dificuldade burocrática e financeira imposta

para a troca do estatuto faz com que essa operação não seja comum. Para que

a empresa ganhe em flexibilidade sem no entanto perder em caracterização

pode ser criado o Regimento Interno. Esse documento pode ser modificado a qual-

quer momento, de acordo com as necessidades da EJ, nele são descritas as atribui-

ções específicas de cada diretoria e outros aspectos operacionais da empresa

que não constam no estatuto devido ao seu caráter mais geral.

Após efetuadas as mudanças necessárias e verificada a adequação deste

ao Conceito, o novo estatuto deve ser revisado por um Advogado, que dará

seu aval quanto à legalidade do documento. Após isto deve-se registrá-lo em car-

tório, momento a partir do qual a Empresa Júnior possui oficialmente um estatu-

to, que pode ser apresentado nas assembleias que se seguirão.

Por ser a etapa que mais requer discussão e pensamento estratégico so-

bre a empresa a redação do estatuto é também a mais custosa em termos de

tempo. Num ritmo de trabalho parecido com o sugerido na etapa anterior, a

equipe demorará de 3 a 4 meses para terminar o processo todo de redação, revi-

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são e registro do estatuto. Isso nos motiva a incentivar os fundadores a começa-

rem a pensar no processo o mais cedo possível, e a continuar as atividades da

empresa normalmente, enquanto espera-se o registro do documento em cartório.

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Assembleia de Aprovação e Eleição da Diretoria Com a oficialização do estatuto o grupo de alunos pode dar início ao

processo de fundação efetivamente. O primeiro passo para tal é a apresentação do

plano de trabalho e do estatuto da Empresa Júnior para a diretoria da Instituição de

Ensino. Com isso pretende-se receber o aval do corpo docente, mostrando sua

concordância com a fundação.

Para que a Empresa Júnior legitime-se como órgão da Instituição de En-

sino Superior é necessária a convocação de uma Assembleia Discente. Nessa

assembleia, cujo formato não é fixo, podendo ser definido na faculdade, uma

maioria simples de votos garante a aprovação da EJ pelos seus alunos. É essen-

cial, porém, que a Assembleia seja divulgada a todos os alunos da Instituição de En-

sino, mas não é exigido quórum mínimo obrigatoriamente para a realização da

mesma. O processo de contagem dos votos deve ser acompanhado por uma

pessoa de fora da equipe de fundadores. Essa pessoa assinará a Ata de Fundação,

testemunhando pela validade da votação efetuada. Após assinada bastará o registro

da Ata de Fundação em cartório.

A divulgação entre os alunos deve ser iniciada aproximadamente um mês

antes da data marcada para a assembleia. As atividades propriamente ditas: votação

discente, redação da Ata de Fundação e registro da Ata de Fundação em cartório

demoram aproximadamente uma semana.

A partir da fundação, todos os alunos interessados em trabalhar na Em-

presa Júnior podem passar a ser membros efetivos da mesma (ou outra denomina-

ção conforme Estatuto). Caso haja muito interesse, o grupo de alunos fundador

pode elaborar um processo seletivo.

O número de membros varia muito com a localização da EJ, área de atuação e

estágio de desenvolvimento em que se encontra. Deve-se ficar atento para não so-

brecarregar alguns e nem desmotivar outros.

O último passo para que a documentação interna da empresa esteja comple-

ta é a eleição da 1ª diretoria. O procedimento a ser adotado, que deve estar expli-

citado no estatuto, começa com a publicação de um edital de convocação para a

assembleia onde será efetuada a eleição. Durante essa assembleia, na qual deve-

rão participar os membros da Empresa Júnior, será lavrada a Ata de Eleição, que

deve então ser registrada em cartório.

As atividades citadas no parágrafo anterior demoram cerca de duas semanas

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para serem realizadas.

Legalização da Empresa Júnior

A finalização do processo de fundação da Empresa Júnior consiste na ob-

tenção do Alvará de Localização, Inscrição Municipal, registro da Razão Social,

Registro Civil, e obtenção de um CNPJ, todas essas são ações necessárias para

que a EJ não encontre problemas legais no futuro. Para essas tarefas, conforme

consta no Conceito Nacional de Empresa Júnior, será necessária a contratação da

assessoria de um contador, profissional que deve acompanhar a Diretoria Financeira

(ou correspondente) mesmo após a fundação da EJ.

Razão Social e Registro Civil

Como já citado anteriormente, o nome da empresa deve ser exclusivo, e não

devem haver outras empresas registradas sob o mesmo nome. Para que se ga-

ranta isso deve ser solicitada uma busca de nome nos Cartórios de Registro Civil

de Pessoa Jurídica do Município (no município de São Paulo são dez). Eleito o

Cartório, o mesmo providenciará a busca em todos os demais, cobrando uma

taxa pelo serviço.

CNPJ O CNPJ é o cadastro administrado pela Receita Federal que registra as

informações das pessoas jurídicas e de algumas outras entidades. A Ficha Ca-

dastral da Pessoa Jurídica (FCPJ) e o Quadro de Sócios ou Administradores

(QSA) podem ser gerados pelo programa CNPJ, disponível no site da Secretaria da

Receita Federal (www.receita.fazenda.gov.br). Além desses, serão necessários os

seguintes documentos:

Documento Básico de Entrada do CNPJ, em duas vias, assinado pelo

Representante Legal, com firma reconhecida (emitido automaticamente através do

programa CNPJ fornecido pela Receita Federal);

Fotocópia autenticada do Estatuto Social, devidamente registrado;

Fotocópia autenticada do CPF, RG e comprovante de endereço do res-

ponsável legal pela EJ;

Preenchimento da Ficha Cadastral da Pessoa Jurídica, Quadro de Só-

cios e Ficha Complementar, que compõe o programa do CNPJ, fornecido pela Recei-

ta Federal;

Fotocópia autenticada do IPTU da sede.

No site www.receita.fazenda.gov.br podem ser obtidas maiores informações,

assim como feita a verificação de pendências.

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Inscrição Municipal e Alvará de Localização

Para o registro da Inscrição Municipal, e consequente obtenção do Alvará

de Localização, a empresa precisa fazer um requerimento na Prefeitura do Mu-

nicípio ou na Prefeitura do Campus. O Alvará é um documento que autoriza a

empresa a funcionar no endereço especificado por uma guia de pagamento do IP-

TU. Como tal a consulta à Prefeitura deve ser efetuada antes do início das ativi-

dades no local. A Inscrição Municipal é o número que identifica a EJ frente à Prefeitu-

ra, e através dela a Empresa poderá emitir notas fiscais para seus clientes e, se for o

caso, pagar o ISS (Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza).

Os procedimentos para a obtenção do número da Inscrição Municipal va-

riam de acordo com a legislação vigente no município onde a EJ for estabeleci-

da. Recomendamos que se consulte a Prefeitura da cidade, ou a do Campus,

para obtenção de mais informações.

A parte de legalização da Empresa Júnior é um processo extremamente

burocrático e, como tal, o tempo para sua execução depende muito dos órgãos

externos que vão trabalhar com os documentos. Aproximadamente três meses

são gastos nessa parte. Para que o processo não se estenda por muito tempo a

EJ deve certificar-se de que o contador está acompanhando-o com atenção. Tam-

bém é nossa obrigação alertar desde já a Empresa Júnior sobre a necessidade de

fazer a declaração de imposto de renda anualmente. A caracterização da EJ

como Associação não a isenta desse compromisso.

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Início das Atividades

Após terminados todos os passos para a efetivação legal da Empresa Jú-

nior seus membros devem começar as atividades de prospecção de projetos,

lançando a EJ no mercado para que ela passe a produzir. Este processo pode

ser iniciado por um levantamento de possíveis clientes na região. Estas empre-

sas devem vir a conhecer os serviços prestados pela EJ por meio de uma apre-

sentação que pode ser feita em reunião presencial, conversa com o interessado

por telefone, apresentação do site da EJ, entre outros.

Os contatos fornecidos pela faculdade, ou aqueles vindos por meio dos

membros da Empresa Júnior também são imprescindíveis nessa fase inicial da mes-

ma. Os primeiros projetos realizados fornecerão os recursos necessários para o de-

senvolvimento da infraestrutura da EJ, além de servirem como exemplos de serviços

prestados com sucesso, para que sejam utilizados no material de marketing da em-

presa, inspirando confiança nos futuros clientes.

Também nessa fase inicial deve-se cultivar a importância da prática do ben-

chmarking entre a Empresa Júnior que está sendo fundada e outras EJs com mais

experiência. Através dessa troca de informações ambas as partes têm muito a apren-

der, e essa interação ocasionará o desenvolvimento das mesmas. As melhores práti-

cas em gestão de projetos, gerenciamento de Recursos Humanos e administração

geral da empresa surgem do benchmarking.

Por fim, oferecemos o KIT Fejesp – Filiação, que explica quais os passos a

serem tomados pela EJ que sentir necessidade de fazer parte da Federação, onde

poderá trocar muita experiência, realizar treinamentos e conseguir divulgação, pro-

jetos e parceiros.

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Organograma

O organograma de uma Empresa Júnior é a estrutura hierárquica desta.

Não existe um organograma padrão, mas é necessário, por lei, que toda Empre-

sa Júnior tenha pelo menos um diretor financeiro e um presidente, eleitos por

votação em assembleia geral, prevista em estatuto.

Todas as empresas possuem o direito de decidir que áreas irão utilizar,

seus nomes, ou até mesmo se utilizarão um único grupo, cujos membros reali-

zam as atividades de acordo com as necessidades.

Apresenta-se a seguir o organograma utilizado pela Fejesp para que sirva

de modelo, de acordo com necessidade e interesse.

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CAPÍTULO III – DÚVIDAS FREQUENTES

1. Como faço pra captar projetos, uma vez que minha EJ não tem no-

me no mercado e nem antigos clientes?

Qualquer empresa nova no mercado passa por esse tipo de problema. O

nome da empresa ganhará destaque e seus serviços serão mais requisitados a

partir do momento em que os primeiros clientes ficarem satisfeitos com o ser-

viço da Empresa. Para dar início à este círculo virtuoso a EJ vai precisar pros-

pectar projetos, tanto por meio de contatos prévios dos membros quanto iden-

tificando nichos que podem dispor dos serviços prestados. Nesse momento ini-

cial da Empresa Júnior é necessário que os membros tenham a pró-atividade

necessária para ir ao cliente e trazer projetos para a empresa

2. O que é o organograma da empresa?

O organograma da empresa é uma esquematização que mostra de forma

clara qual a organização hierárquica da mesma. Anexo a ele normalmente é

apresentada uma descrição das responsabilidades vinculadas a cada cargo.

3. Como e por quem será composta a diretoria da Empresa Júnior?

A diretoria da EJ deverá ser eleita dentre os membros efetivos que deci-

direm lançar candidatura. O processo de eleição deve ocorrer em assembleia,

onde deverão estar presentes os membros da empresa em número condizente

com o quorum especificado no Estatuto Social.

4. Os membros podem ser remunerados de alguma forma?

Conforme especificado no Conceito Nacional de Empresa Júnior: “O aluno

deve ter como vínculo com a Empresa Júnior: ou voluntariado ou estágio”. O

estágio caracteriza-se como uma contratação por período definido na qual o

aluno complementará sua formação acadêmica trabalhando na área do seu cur-

so. Esse aluno, que não é membro fixo da empresa, pode ser remunerado. To-

das os membros da EJ: trainees, consultores, gerentes e diretores, entre outros,

não podem ser remunerados.

5. Como precifico minha consultoria? Quem faz isso?

A precificação dos serviços prestados pela EJ deve ser feita com base

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nos gastos que esta possui para a realização da consultoria e para sua existência,

além de investimentos que deseja fazer para seu crescimento. Nos primeiros meses,

os diretores ainda não possuem informação suficiente sobre o custo fixo da em-

presa, tampouco estimativas do número de projetos que serão realizados nos

próximos meses da empresa. Para que, mesmo assim, a Empresa Júnior consiga

formar uma política de preços consistente pode-se efetuar uma pesquisa de

mercado. Ressaltamos que os preços praticados por Empresas Juniores costumam

ser mais baixos que a média do mercado.

A precificação também pode ser feita baseando-se em quantidade de ho-

ras de trabalho do estagiário e do orientador. Estabelecendo-se um valor por ho-

ra de trabalho de cada um desses profissionais, e acrescentando-se os gastos com

possíveis testes, viagens, compras, serviços e telefonemas, mais gastos fixos (ta-

xa administrativa), a EJ compõe o preço do projeto.

6. O orientador do projeto deve ser remunerado ou não?

Segundo o Conceito Nacional de Empresa Júnior, o orientador pode ser

remunerado, fica a cargo da EJ decidir se irá ou não fazê-lo e, no primeiro caso,

escolher uma política para tal.

7. Os alunos que participam da EJ podem ganhar créditos na faculdade ou

bolsa trabalho?

Novamente, segundo o Conceito Nacional de Empresa Júnior “Dependendo

de cada Instituição o trabalho na Empresa Júnior poderá ser reconhecido, além

de própria atividade, como bolsa, estágio, projeto de extensão, créditos e etc”.

8. Qual é o montante total gasto na fundação de uma Empresa Jú-

nior?

Estima-se que durante todo o processo de fundação da Empresa Júnior a

equipe gaste aproximadamente quinhentos reais. Este valor é distribuído entre:

pagamento dos serviços de um advogado e de um contador, e gastos com o

registro da documentação em cartório, além de requerimentos necessários.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Fejesp, empenhando-se em promover o crescimento do Movimento Em-

presa Júnior no Estado de São Paulo, fornece uma coleção de publicações. O KIT Fe-

jesp – Fundação é o primeiro de uma série de três manuais composta por:

KIT Fejesp - Fundação: Esse material possui um passo-a-passo para guiar o

processo de fundação de uma EJ, além de modelos de documentos e respos-

tas para as perguntas mais frequentes que surgem entre os pioneiros fun-

dadores da Empresa Júnior.

KIT Fejesp - Filiação: destinado às Empresas Juniores já estruturadas que

buscam oportunidades de benchmarking, capacitação e integração ao Mo-

vimento por meio da filiação à Fejesp. Este guia orienta as EJs em todos

os passos do processo que as tornará uma Empresa Federada, explicando os

direitos, deveres e benefícios que ela terá nessa condição.

KIT Fejesp - Docentes: compilação que, por meio de relatos dos diretores

das faculdades de São Paulo, mostra os benefícios que a participação em

uma EJ acrescenta à formação acadêmica do aluno, além de orientar os do-

centes sobre como agir, de acordo com o Conceito de Empresa Júnior,

para contribuir na fundação de uma EJ.

A Fejesp espera ter contribuído para o sucesso dessa iniciativa em fundar

uma Empresa Júnior na sua faculdade. Nos colocamos a disposição para escla-

recer eventuais dúvidas que venham a surgir no processo.