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RELATÓRIO DE PLANTIO ___________________________________________________________________________ Instituto da Águas da Serra da Bodoquena - IASB Rua: 24 de fevereiro, n.º 1.507 - 2º andar, Centro - CEP: 79.290-000 - Bonito/MS www.iasb.org.br | [email protected] Código: 10/2011 Propriedade: Chácara Paraíso Coordenadas (UTM): 556100 L 7662900 S Número de mudas plantadas: 240 (Duzentos e Quarenta) Datas do plantio: 01, 03 e 04 de novembro de 2011 Patrocinador(es): Agência de Correios - Unidade de Bonito; Agência Águas Turismo; Wetiga Hotel. Relator(a): Marilizi Duarte de Oliveira Data do relatório: 07/12/2011 Em termos gerais, qualquer modificação causada pelo homem no ambiente, altera suas características físicas, químicas e biológicas. Desta forma, visando à recuperação de áreas degradadas e a minimização dos gases de efeito estufa (GEE’s) nos dias 01, 03 e 04 de novembro de 2011, foram plantadas 240 mudas de espécies nativas nas margens do Córrego Bonito no perímetro da Chácara Paraíso, distante 3,5 quilômetros do centro comercial do município de Bonito, Estado de Mato Grosso do Sul. Este plantio contou com a especial participação da Agência de Correios de Bonito que foi a primeira do Brasil a receber a “Certificação de Neutralização de Carbono”, com o plantio de 96 árvores para compensar 6,724 toneladas de CO². Durante sua vida a árvore sintetiza carbono, fornecendo serviços ecossistêmicos essenciais para a manutenção da biodiversidade e conservação dos recursos hídricos, além de auxiliar na proteção dos biomas Cerrado e Mata Atlântica. Foto 01: Dilson Jahn, proprietário da Chácara Paraíso. O proprietário se empenha em desenvolver ações ambientais com a produção de alimentos orgânicos e a conservação da mata ciliar do Córrego Bonito.

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RELATÓRIO DE PLANTIO

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Instituto da Águas da Serra da Bodoquena - IASB Rua: 24 de fevereiro, n.º 1.507 - 2º andar, Centro - CEP: 79.290-000 - Bonito/MS

www.iasb.org.br | [email protected]

Código: 10/2011

Propriedade: Chácara Paraíso

Coordenadas (UTM): 556100 L 7662900 S

Número de mudas plantadas: 240 (Duzentos e Quarenta)

Datas do plantio: 01, 03 e 04 de novembro de 2011

Patrocinador(es): Agência de Correios - Unidade de Bonito; Agência Águas Turismo; Wetiga Hotel.

Relator(a): Marilizi Duarte de Oliveira

Data do relatório: 07/12/2011

Em termos gerais, qualquer modificação causada pelo homem no ambiente, altera suas características

físicas, químicas e biológicas. Desta forma, visando à recuperação de áreas degradadas e a minimização dos

gases de efeito estufa (GEE’s) nos dias 01, 03 e 04 de novembro de 2011, foram plantadas 240 mudas de

espécies nativas nas margens do Córrego Bonito no perímetro da Chácara Paraíso, distante 3,5 quilômetros

do centro comercial do município de Bonito, Estado de Mato Grosso do Sul.

Este plantio contou com a especial participação da Agência de Correios de Bonito que foi a primeira

do Brasil a receber a “Certificação de Neutralização de Carbono”, com o plantio de 96 árvores para

compensar 6,724 toneladas de CO². Durante sua vida a árvore sintetiza carbono, fornecendo serviços

ecossistêmicos essenciais para a manutenção da biodiversidade e conservação dos recursos hídricos, além

de auxiliar na proteção dos biomas Cerrado e Mata Atlântica.

Foto 01: Dilson Jahn, proprietário da Chácara Paraíso. O proprietário se empenha em desenvolver ações ambientais

com a produção de alimentos orgânicos e a conservação da mata ciliar do Córrego Bonito.

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Instituto da Águas da Serra da Bodoquena - IASB Rua: 24 de fevereiro, n.º 1.507 - 2º andar, Centro - CEP: 79.290-000 - Bonito/MS

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1. Caracterização da área

O Córrego Bonito é um dos afluentes do Rio Formoso, importante rio da região da Serra da

Bodoquena, ambos fazem parte da Bacia Hidrográfica do Rio Miranda.

São cerca de 1.334 quilômetros de área (aproximadamente 27% da área total do município). O

córrego nasce a leste do centro comercial de Bonito e está inserida em propriedade particular. Por três

quilômetros é cercado por residências e diferentes tipos de atividades comerciais, em alguns pontos recebe

efluentes sem tratamento. Porém a Deliberação n.º 03/97, Conselho Estadual de Controle Ambiental -

CECA/MS enquadrou o córrego Bonito, na Classe 2, com águas destinada ao abastecimento doméstico, após

tratamento convencional, à proteção das comunidades aquáticas, à recreação de contato primário (natação e

mergulho), à irrigação de hortaliças e plantas frutíferas e à criação natural e/ou intensiva (eqüicultura) de

espécies destinadas à alimentação humana.

O córrego é cortado por duas rodovias estaduais (MS - 345 e 365), sendo que nestes pontos foram

construídas pontes de madeira e com a passagem de diferentes tipos de transporte ocorre o carreamento de

sedimentos como terra e pedregulho para dentro do corpo d’água.

Imagem 01: Localização da área de plantio. Fonte: Google Earth, 2011. Acessado em 11/11/2011.

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Na microbacia que o córrego está inserido, são encontradas diferentes coberturas vegetais, como

Savana Florestada, além da vegetação nativa substituída, pois a região apresenta grande influência da Mata

Atlântica, um dos biomas de transição do estado de Mato Grosso do Sul.

A área a ser adensada possui aproximadamente 0,65 hectares, presença de capim braquiaria,

algumas árvores de espécies nativas em desenvolvimento, como amendoim-bravo e açoita-cavalo, além de

grande concentração da palmeira bacuri em desenvolvimento e arbustos variados. Buscando conter a entrada

do gado e cavalos, foram construídos aproximadamente 170 metros de cerca. O acesso destes animais ao

local pode compactar o solo, podem comer as mudas ou na busca por água para beber pisam na borda do

córrego carreando sedimentos para o leito.

2. Metodologia

Visando minimizar os custos de manutenção posterior ao plantio, foram aplicadas as técnicas

propostas pelo Projeto Ilhas Verdes1. Logo, a área não foi roçada, ou seja, não ocorreu a poda da braquiaria.

Um dia antes do inicio do plantio a área foi preparada com coroamento na braquiaria, que consiste na

abertura de um espaço no raio de 1 metro com a retirada do capim através de enxada, principalmente com a

extração das raízes. No centro do raio foi feita uma cova com aproximadamente 30 cm de profundidade,

aberta com menos de 24 horas antes do plantio, evitando o ressecamento do solo. Para a realização dessas

atividades o IASB contou com o auxílio da brigada de incêndio do ICMBio - Parque Nacional da Serra da

Bodoquena e com a contratação de um responsável pelo plantio, dando suporte técnico para a equipe do

IASB.

Foram utilizados 220 espécimes de árvores de 22 espécies, segue tabelas com nomes populares:

Tabela 01: Espécies utilizadas no plantio

Nome Popular Número de exemplares plantados

Abacate-do-mato 06

Aguaí 10

Amendoim-do-campo 15

Amendoim-bravo 08

Angico-roxo 10

Aroeira 01

Aroeirinha 07

Barbatimão 18

Caroba 20

1 Para maiores informações sobre o Projeto Ilhas Verdes acessar o blog www.ilhasverdes.blogspot.com.

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Cerejeira 01

Embaúba 49

Figueira 06

Ingá 11

Ipê-amarelo 14

Jatobá-mirim 05

Leiteira 11

Maria-faceira 11

Paineira 05

Pitangueira 10

Pitomba 10

Sem identificação 08

Tarumã 04

Total 240

As espécies escolhidas para recuperação foram doadas pelo Viveiro RPPN Cabeceira do Prata e

solicitadas após análise da área, respeitando os diferentes estágios sucessionais (pioneiras, secundarias e

clímax), procurando respeitar a bibliografia como citado em Lorenzi (2002). Foram escolhidas espécies

nativas que apresentam bom desenvolvimento em áreas ribeirinhas, sombreadas e com resistência ao sol.

Tal escolha também se justifica por apresentar grande potencial para a atração de pássaros e animais

silvestres que possam fazer a dispersão de suas sementes.

As mudas foram retiradas dos tubetes e plantadas diretamente nas covas, sem passar por qualquer

processo diferenciado. Após o fechamento da cova o solo foi coberto com a palha de arroz, visando não

deixá-lo exposto e manter a umidade. As mudas foram molhadas e posteriormente não será necessário

aguar, pois o período de chuva entre os meses de outubro a março possibilitará boa fixação e crescimento

das mudas.

Conforme metodologia do Projeto Ilhas Verdes, deve ocorrer um adensamento de arbustos e lianas,

buscando proporcionar condições para que as mudas de espécie nativa se desenvolvam, logo, foi adicionada

na área do raio uma farofa de sementes, que consiste na mistura de sementes de diferentes extratos

vegetais. Para o plantio em questão foram misturados 25 espécies de porte arbóreo e 10 espécies de porte

arbustivo visando aumentar o banco de germoplasma. Em 03 ilhas foram plantados caraguatás para teste,

em 234 ilhas plantou-se a forrageira amendoim-do-campo, leguminosa que auxiliará na fixação de nitrogênio

ao solo.

Existem vários fatores que podem comprometer ou dificultar a formação da vegetação secundária,

como baixo estoque de sementes de plantas nativas, efeitos alelopático da vegetação cultivada

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(principalmente gramíneas de pastagem), alto nível de compactação do solo, baixa fertilidade do solo ou

efeitos residuais de herbicidas e pesticidas.

Imagem 02. Entrega de mudas de herbáceas para construção das ilhas no plantio da propriedade.

Imagem 03.. Inicio do plantio. À esquerda, abertura de sulcos para receber farofa de sementes, buscando aumentar o banco de

sementes da área. À direita, plantio de diferentes extratos florestais.

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Imagem 04. Buscando não deixar o solo exposto, nesta área a cobertura do solo foi feita com serrapilheira retirada das proximidades da propriedade e braquiária cortada. Abaixo, plantio de caraguatás, visando combater a entrada do capim braquiária

dentro da ilha.

Imagem 05. Nesta área a cobertura do solo foi feita com serrapilheira retirada das proximidades da propriedade, pretende-se

proteger o solo e as sementes espalhadas, além de manter a umidade.

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Imagem 06. Modelo do sistema “Ilhas Verdes”. Ocorreu o coroamento da braquiária em raios de 1,5 metro, se faz importante ressaltar que neste processo é importante que seja feita a retirada a raiz do capim. Logo, ocorre o plantio da espécie nativa, ao

redor espécies de herbáceas e arbustos. Posterior ao plantio a terra é afofada ao redor das mudas e adicionada farofa de sementes com diferentes extratos. A cobertura do solo ocorreu com palha de arroz e Serrapilheira. Observa-se que as setas

amarelas indicam as espécies nativas; setas em vermelho os arbustos, lianas e herbáceas e as setas em azul indicam as ilhas.

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Imagem 07. Lançamento de sementes de diferentes espécies. Modelo de ilhas plantadas com caraguatá e cobertura do solo com palha de arroz.

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