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Direito Civil I Prof. Lucy Figueiredo SEMANA 6 Universidade Estácio de Sá Campus São João de Meriti

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Direito Civil I

Prof. Lucy Figueiredo

SEMANA 6

Universidade Estácio de SáCampus São João de Meriti

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PLANO DE ENSINOSEMANA 6

1 –   OS BENS - ELEMENTOS EXTERNOS DA RELAÇÃO JURÍDICA1.1 Os Bens Jurídicos.1.2 Conceito e Espécies.1.3 Noção de patrimônio.1.4  Distinção entre bens e coisas. 2 –   OS BENS CONSIDERADOS EM SI MESMOS2.1 Bens móveis e imóveis.2.2 Bens fungíveis e não fungíveis (ou infungíveis)2.3 Bens consumíveis e não consumímeis.2.4  Bens divisíveis e indivisíveis.2.5  Bens singulares e Bens coletivos

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OBJETIVOS

Identificar os objetos das relações jurídicas apresentadas.

Compreender a noção jurídica de patrimônioPerceber a distinção entre bens e coisas.Reconhecer a classificação dos bens considerados

em si mesmos.Compreender a noção jurídica de fungibilidade dos

bens.Perceber a distinção entre bens móveis e imóveis.

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OS BENSAs pessoas procuram nos bens, materiais ou imateriais, a satisfação de seus desejos e a realização de suas necessidades, em torno dos quais gravitam os interesses e os conflitos.Um bem pode preencher uma necessidade de ordem material ou imaterial, sem perder o predicativo que a ordem jurídica reconhece como relevante, a exigir tutela.

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CONCEITO

Os conceitos de bens e de coisas sempre geraram uma certa divergência na doutrina, isso porque, o Código Civil de 1916 utilizava tanto a expressão bens quanto a expressão coisas.

O Código de 2002 utiliza tão somente a expressão bens.

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DoutrinaCaio Mário: Bem é tudo aquilo que nos agrada e coisa é um bem corpóreo.Para Caio Mário, então, bem é gênero do qual coisa é espécie. Silvio Rodrigues: coisa é tudo aquilo que não é humano e bem é uma coisa com interesse jurídico.Assim, para Silvio Rodrigues coisa é gênero do qual bem é espécie. Teixeira de Freitas: coisa é tudo aquilo que possui existência material, seja suscetível de valoração e, conseqüentemente, possa ser objeto de apropriação. Conclui-se que a noção de coisa conecta-se, a priori, à de substancia.

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Existem coisas que não são apropriáveis embora sejam úteis, sendo, portanto, denominadas res communes, dentre as quais podemos destacar o ar, a luz, as estrelas, o mar.

Assim, as coisas comuns são de todo mundo ao mesmo tempo em que não são de ninguém.

Há também as coisas que podem ser apropriadas, porém não pertencem a ninguém, como é o caso dos animais de caça, dos peixes e das coisas abandonadas (res derelictae).

Tudo o que tem valor e, por esse motivo, adentra no universo jurídico como objeto de direito, é um bem. Evidencia-se, portanto que a utilidade e a possibilidade de apropriação são o que dão valor às coisas, transformando-as em bens

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•Res nullius – coisa de ninguém   •Res derelictae – coisa abandonada

– •Res communes omnium – coisa

comum aos homens

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Na terminologia jurídica, bens corresponde à res dos romanos, porém, nem sempre bens e coisa podem ser tidos em sentido equivalente,  porquanto há bens que não se entendem como coisas (direito autoral), e há coisas que não se entendem como bens (nuvem).

Tudo o que tem valor e, por esse motivo, adentra no universo jurídico como objeto de direito, é um bem. Evidencia-se, portanto que a utilidade e a possibilidade de apropriação são o que dão valor às coisas, transformando-as em bens.

Assim: OS BENS SÃO COISAS COM INTERESSE JURÍDICO

Ou seja: toda coisa, todo direito, toda obrigação, enfim, qualquer elemento material ou imaterial, representando uma utilidade ou uma riqueza, integrado no patrimônio de alguém e passível de apreciação monetária, pode ser designado como bens.

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Bens Corpóreos e incorpóreosBens corpóreos ou materiais: são bens tangíveis que podem ser tocados. Ex. automóvel, livro, casa, etc.

Bens incorpóreos ou imateriais: são bens intangíveis que não podem ser tocados. e são relativos aos direitos que as pessoas físicas ou jurídicas têm sobre as coisas, sobre os produtos de seu intelecto ou com outra pessoa, apresentando valor econômico, tais como os direitos reais, obrigacionais e autorais. Ex. hipoteca, penhor, direito autoral, direito à sucessão aberta, etc.

Desta forma, os bens jurídicos podem ser definidos como toda utilidade física ou ideal, que seja objeto de um direito subjetivo

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PATRIMÔNIO é o conjunto de bens de que alguém é titular, abrangendo todas as relações jurídicas passíveis de avaliação pecuniária e imputável a mesma pessoa. Fazem parte do patrimônio tanto os direitos como os deveres, tanto ativo, como o passivo. É a soma dos bens corpóreos e incorpóreos de uma pessoa com exceção dos direitos da personalidade, PATRIMÔNIO MÍNIMO: é a proteção legal a um patrimônio mínimo para a existência, com dignidade da pessoa humana. Ou seja, a pessoa tem direito a um mínimo de direitos patrimoniais para que viva com dignidade. Pela teoria do estatuto jurídico do patrimônio mínimo não se usa o instituto da doação universal ou doação inoficiosa, pois é nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência do doador. 

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São aqueles que não tem existência tangível e são relativos aos direitos que as pessoas físicas ou jurídicas têm sobre as coisas, sobre os produtos de seu intelecto ou contra outra pessoa, apresentando valor econômico, tais como: direitos reais, obrigacionais, autorais, bem como, os chamados bens de personalidade:

Certas coisas incorpóreas como objeto de relações jurídicas

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art 5º- Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:.............

VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias:IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;

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A pessoa ou alguns caracteres a ela inerentes podem ser objeto de direito (exemplo: direitos da personalidade). Abrange o objeto, portanto, os modos de ser do sujeito ativo ou titular do direito (sua vida, sua honra, seu nome, sua liberdade, etc.). Ex.: reallyties Shows.

Pessoas como objeto da relação jurídica

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Classificação dos bensO Código Civil adotou os seguintes critérios para classificar os bens:

1)Bens considerados em si mesmos: (móveis ou imóveis, arts. 79 a 84; fungíveis ou infungíveis, art. 85,CC; consumíveis ou inconsumíveis, art. 86 CC; divisíveis ou indivisíveis, arts 87 3 88 CC e singulares ou coletivos, arts. 89 a 91 CC).

2)Bens reciprocamente considerados: (principais ou acessórios, art. 92 a 07, CC)

3)Bens considerados em relação ao sujeito: (públicos ou provados, art 98 a 103, CC).

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Bens considerados em si mesmos

Quanto à mobilidade – arts. 79 a 84 CC.

a) Bem móvel por natureza

b) Bem móvel por antecipaçãoc) Bem móvel por determinação legal (art 83)

Bens imóveis

a).Bem imóvel por naturezab). Bem imóvel por acessão industrial ou artificialc). Bem imóvel por acessão física intelectual (art.93)d). Bem imóvel por determinação legal (art 80)

Bens móveis

Por força alheiaPor força própria

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Quanto à fungibilidade – art. 85, CCa. Fungíveis (são sempre bens móveis)b. Infungíveis ( móvel ou imóvel)

Quanto à Consuntibilidade - art. 86, CC

a.Consumíveisb.inconsumíveis

A consuntibilidade pode ser:•fática•jurídica

Quanto à Divisibilidade – arts. 87 e 88 cc

a.Divisíveisb.Indivisíveis

A divisibilidade pode ser:•Por natureza•Por determinação legal•Por vontade das partes

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a.Singulares

b.Coletivos

•Simples•composta

•Uniersalidade de fato (universitas facti

•Universalidade de direito (universitas juris

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Os Bens ImóveisOs bens imóveis, também denominados bens de raiz são aqueles que não podem ser transportados ou removidos porque sua remoção vai gerar destruição ou desvalorização; são aqueles que estão incorporados ao solo por uma questão natural ou artificial. Só podem ser adquiridos por escritura pública. A hipoteca é garantia real destinada aos bens imóveis

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O Código Civil encarregou-se de definir os bens imóveis, com base em três critérios: a) natural; b) artificial; e c) ficcional ou legal

a)Bens imóveis por natureza - são os bens que são incorporados por uma força natural. Ex. uma árvores que nasceu por força natural.

b) Bens imóveis por acessão física industrial ou intelectual são bens que foram incorporados por uma força humana, concreta e efetiva. Ex.: construção, plantação.

c)Bens imóveis por acessão física intelectual – são bens móveis que foram incorporados pela vontade intelectual do proprietário.Ex. um ar-condicionado colocado numa sala de aula.

d)Bens imóveis por determinação legal – Art. 80 CCdireitos reais sobre imóveis e as ações que o asseguram– Ex. hipoteca, as servidões prediais...direito à sucessão aberta

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Não perdem o caráter de bens imóveis:

a)as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local. Ex. instalações metálicas ou portas.

b) os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem.

Logo, conclui-se que não é pela propriedade ou característica de transferibilidade ou removibilidade que se define um bem imóvel.

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OS BENS MÓVEISBens móveis são aqueles que podem ser transportados sem alteração da substância ou da destinação econômico-social ou seja, sem causar destruição ou deterioração.Podem ser movidos:Por força própria: animais (semoventes)Por força alheia: objetos, mercadorias, utensílios, moeda, títulos da dívida pública etc.

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Classificação dos bens móveisa)Bens móveis por natureza – a mobilidade

decorre da sua essência e podem mover-se por força alheia ou por força própria (semovente/ animais). Ex. dinheiro, animal, telha, tijolo, janela.

b)Bens Móveis por antecipação – eram bens imóveis que foram mobilizados por uma atuação humana efetiva. Ex. lenha cortada, plantação colhida.

c)Bens móveis por determinação legal – art. 83 CC

Energias com valor econômico. Ex. energia elétricaDireitos reais sobre móveis. Ex. hipotecaDireitos pessoais de caráter patrimonial. Ex. direito

autoral

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"os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio".

Os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem, não perdem seu caráter de bem imóvel.

ATENÇÃO

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Bens Imóveis Bens MóveisSó podem ser adquiridos por escritura pública registrada no Cartório de Imóveis

São adquiridos pela tradição (efetiva entrega da coisa)

Prazo para aquisição pela usucapião: 15, 10 ou 5 anos.

Prazo para aquisição pela usucapião: 5 ou 3 anos.

Os imóveis dos incapazes não podem ser alienados ou gravados com ônus reais pelos representantes ou assistentes sem autorização do Ministério Público.

A alienação ou a oneração dos bens imóveis por pessoas casadas, independente do seu valor, exige outorga (consentimento) do cônjuge, exceto quando o regime de bens for o da separação convencional de bens.O empréstimo de bem imóvel é comodato Os bens móveis podem ser objeto de mútuo

Hipoteca é a garantia real, de regra, destinada aos bens imóveis.

Penhor, é a garantia real sobre bens móveis.

Somente os bens móveis podem ser objeto de furo e roubo (CP, arts. 155 e 157)

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ATENÇÃO: navios e aeronaves têm registro especial e admitem hipoteca, mas não são imóveis. Tanto a hipoteca quanto o registro especial têm natureza acessória e a natureza acessória não pode mudar a sorte do principal Portanto, navios e aeronaves são bens móveis especiais porque admitem hipoteca e tem registro especial.

IMPORTANTE: a hipoteca recebe a natureza do bem sobre a qual recai, se móvel, será móvel; se imóvel será imóvel. 

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Quanto à fungibilidade – art. 85, CCBens Fungíveis e infungíveisA distinção dos bens em fungível e infungível diz respeito à possibilidade de substituição. Fungível = substituível

Bens fungíveis – são bens móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. A fungibilidade é própria dos bens móveis.Os bens fungíveis são sempre bens móveis.– art 85 CC. Ex. dinheiro. Bens infungíveis – são os bens móveis ou imóveis que não podem ser substituídos por outros da mesma espécie, quantidade e qualidade.Ex. Obras de arte, bens produzidos em séries que foram personalizados, objetos raros dos quais restam um único exemplar. 

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Observação:O contrato de empréstimo de bem fungível (bens móveis) é denominado contrato de mútuo, significando que, o bem emprestado pode ser substituído por outro de mesma espécie, qualidade e quantidade. Ex. uma xícara de açúcar, dinheiro...

O contrato de empréstimo de bem infungível (bens moveis ou imóveis) é denominado contrato de comodato. Ou seja, o bem a ser devolvido tem que ser o mesmo que foi emprestado. (obrigação de dar coisa certa). ATENÇÃO: para fins contratuais o automóvel é um bem móvel infungível porque tem um número de identificação (chassi). Comodato ad pompam – é o empréstimo de bens fungíveis ( enfeites para uma festa) – sendo assim contrato de comodato.

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QUANTO A CONSUNTIBILIDADE – art. 86 CC

Bens Consumíveis: são bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, ou seja, coisas que se excluem, num só ato, com o primeiro uso.

Ex. alimentosBens inconsumíveis são os bens que admitem uso

constante, possibilitando que se retirem todas as suas utilidades sem atingir sua integridade. Ex, um livro

A consuntibilidade pode ser:Fática – leva em conta a destruição ou não do bem –

importa destruição imediata: Ex. bem consumível – alimento; bem inconsumível – automóvel.

Jurídica – leva em conta se o bem é alienável é consumível juridicamente, se é inalienável é inconsumível juridicamente

Por esta classificação, é possível um bem ser inconsumível faticamente e consumível juridicamente. Ex. um automóvel.

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Quanto à Divisibilidade – arts. 87 e 88 ccBens divisíveis e indivisíveis

Divisíveis: são as coisas que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam. Podem partir-se em porções reais distintas, formando cada qual um todo perfeito - art. 87 do CC.

Todas as coisas exprimíveis por quantidade serão, em princípio, divisíveis. Ex. uma saca de café.

ATENÇÃO! um bem fisicamente divisível pode ser transformado em indivisível por vontade das partes ou por determinação legal. Também, ressalta-se que a divisão física em partes iguais de coisa indivisível, quando possível (um terreno, por exemplo) é denominada pro indiviso.

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Um bem pode ser fracionado desde que da natureza da divisão, não sobrevenha: Perda da substância; se houver alteração ou perda da sua substância, que significa a qualidade que lhe define e que lhe faz próprio, enquanto se conserva a utilidade a que se destina.Diminuição considerável de valor – se lhe sobrevier diminuição considerável de valor, que implica a desvalorização de ordem econômica, financeira, histórica, científica, cultural, etc que se lhe agrega por força de sua própria natureza, ou seja, deprecia o bem a ponto de o tornar minguado, capaz de provocar substancial prejuízo, de ordem social ou econômico-financeira, ao titular em cujo patrimônio se encontra, com empobrecimento manifesto.Perda do uso a que se destinam - o fenômeno que deprecia o bem a ponto de o tornar minguado, capaz de provocar substancial prejuízo, de ordem social ou econômico-financeira, ao titular em cujo patrimônio se encontra, com empobrecimento manifesto

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Indivisíveis: são aquelas coisas que não comportam fracionamento ou aquelas que, fracionadas, perdem a possibilidade de prestar serviços e utilidades que o todo anteriormente oferecia. Ex. um carro ou um diamante lapidado (uma vez que sua divisão irá acarretar uma diminuição considerável de valor).A indivisibilidade pode decorrer de diferentes origens:Por natureza – quando a impossibilidade de fracionamento advém da substância da coisa. Ex. um touro reprodutor.Por determinação legal - na hipótese em que a lei determina a indivisão. Ex. servidões prediais.Por vontade das partes – quando as partes pactuam a indivisibilidade, embora a coisa seja, por natureza, divisível. Ex. obrigações em dinheiro, quando as partes, no contrato, estabelecem o pagamento em uma só parcela.

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Bens singulares e bens coletivos – art. 89 CCBens singulares – são singulares as coisas que, ainda

que reunidas, devem ser consideradas individualmente, independente das demais que a compõe, São consideradas em sua individualidade. Ex. um cavalo, uma caneta, um papel.

Podem ser:Simples: são àqueles bens que formam um todo

homogêneo, cujas partes, unidas pela natureza ou pelo engenho humano, não precisam de determinação de lei. Ex. um animal.

Compostas: são as coisas formadas pela conjunção de coisas simples que, em consequência, perdem autonomia. As coisas reunidas podem ser de ordem material ( construção de um edifício) ou imaterial (o fundo de comércio). Trata-se de coesão artificial.

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Bens coletivos – são aqueles bns agregados a um conjunto, constituídos por várias coisas singulares, passando a formar um todo único, possuidor de individualidade própria distinta de seus componentes.Ex. árvore (singular simples); floresta (coletivo)Podem ser subdivididos em:Universalidade de fato (universitas facti): a pluralidade de bens singulares, simples ou compostos pertinentes à mesma pessoa, natural ou jurídica, os quais se prestam à destinação unitária ou comum é uma composição homogênea de bens, sob o mesmo domínio; Ex. uma esquadrilha, biblioteca, pinacoteca, manada, esquadra.Universalidade de direito (universitas juris): bens singulares corpóreos ou incorpóreos, aos quais a norma jurídica dá unidade. É o caso do pratrimônio, da herança e da massa falida.

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EXERCÍCIOS PARA TURBINAR O CÉREBRO

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CASO CONCRETO 1

Noção de patrimônio. Distinção entre bens e coisas.

Jairo Silva Santos, jovem tímido de 19 anos é convidado pelos colegas de escola para participar de um luau na praia do Peró, em Cabo Frio/RJ. A noite estava estrelada, a música envolvente e aquela gente toda dançando freneticamente deixavam o jovem ainda mais deslocado. Até que conhece Maria Priscila, que o leva para o outro lado da praia e com quem acaba tendo sua primeira noite de amor. No calor do momento, Jairo enterra uma das mãos no chão e segura um punhado de grãos de areia que resolve guardar como recordação daquele momento especial.Ao voltar para a festa, Jairo tropeça num objeto semi-enterrado na areia, descobrindo que se trata de uma carteira de couro da grife Giorgio Armani contendo R$200,00.

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Diante do caso relatado, responda:

a)Em razão do grande valor sentimental que aquele punhado de areia possui para Jairo, pertence ele a seu patrimônio? Por quê?

b)Como Jairo não conseguiu identificar o dono da carteira ela passa a fazer parte de seu patrimônio? Por quê?

c)É possível, de acordo com o Direito Civil brasileiro, uma pessoa ser destituída de todo e qualquer patrimônio?

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CASO CONCRETO 2

Noção de patrimônio.

Paula resolve entrar para uma comunidade religiosa em que os bens materiais individuais são considerados impuros. Somente pouquíssimos bens, essenciais, para a sobrevivência do grupo, são passíveis de serem aceitos e passam a pertencer à comunidade. Sua mãe, viúva, a adverte de que não poderá se desfazer de todos os seus bens por causa da teoria do estatuto jurídico do patrimônio mínimo.a) Paula poderá se desfazer do patrimônio que possui, herança de seu pai?

b) A advertência da mãe de Paula está correta?

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Caso Concreto 3Classificação dos Bens.Pertencente a uma expressiva coleção particular mineira -

de onde nunca saíra antes a não ser para retrospectivas e salões de arte - a tela Casamento na roça, de Inimá de Paula, vai ao mercado. O leilão será no dia 16, na Vitor Braga Rugendas Galeria de Arte, em Belo Horizonte. A obra datada de 1947 traz no verso o carimbo do Salão Nacional de Belas Artes de 1949, onde obteve a medalha de prata. Lance inicial: R$ 230 mil.

Além dessa obra também serão leiloados: 137 calças blue jeans da grife Live Strond, um automóvel Lancia Astura, exemplar único, fabricado especialmente para o ditador italiano Benito Mussolini, em 1939, com desenho do ateliê Pininfarina, cinco anéis de brilhante, duas pulseiras de esmeraldas, os dois últimos lotes de vinho tinto da marca Merci Borreau, safra 1977, confiscados pela Receita Federal e um terreno de 2.000 m² localizado na Av. Paulista/SP.

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a) Levando em consideração a classificação dos bens, estabeleça a natureza jurídica dos bens objeto do leilão ? JUSTIFIQUE sua resposta.

b) As roupas referidas no caso acima são consideradas bens consumíveis ou inconsumíveis?

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Caso Concreto 4

Classificação dos bens

Situada na aprazível cidade de Castro, região da zona rural do Paraná, a fazenda adquirida por Leonor Sigfrid Pandorf possui uma plantação de pinheiros que cobre a maior parte da área de 40.000 m², utilizada para a produção de celulose. Ocorre que Leonor resolve mudar de ramo e recebe autorização especial do IBAMA para transformar tudo em lenha.

a) Com base na classificação dos bens em móveis e imóveis, estabeleça a natureza jurídica das árvores da fazenda e da lenha conseguida pelo seu corte:

b) Qual a importância desta distinção?