Coordenadores e coordenadoras dosgrupos de base do Movimento dosAtingidos por Barragens (MAB)

Saudamos a todos e todas que fazem uso deste material produzido pelo Movimento. Que esta fer-ramenta possa servir para fortalecer cada vez mais a organização dos atingidos por barragens em todo nosso país, pois sabemos que a nossa luta é absolu-tamente justa, legítima e necessária para a defesa dos direitos de nosso povo e para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

No ano em que o MAB comemora 20 anos de lutas e conquistas em nível nacional, é importante reafirmar que os atingidos por barragens, através do MAB, constituem hoje uma importante organi-zação nacional, presente na maioria dos estados brasileiros, contemplando milhares de famílias.

Apresentação

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Por isso, ao lermos, debatermos e refletirmos so-bre nossa organização, estaremos ligados a milha-res de famílias que se organizam e lutam por seus direitos e em defesa dos direitos de todo povo brasileiro.

Precisamos cada vez mais encontrar saídas co-letivas pra nossos problemas, por isso nosso prin-cipal desafio é de iniciar os grupos de base onde ainda não existem, além de fortalecer os grupos já existentes.

Assim, organizamos este material, com orien-tações de como fazer uma reunião, para lhes aju-dar da melhor forma possível na organização e realização das reuniões dos grupos de base.

Desejamos boa leitura e que nossa organiza-ção se fortaleça ainda mais com o trabalho de to-dos e todas nós.

Coordenação Nacional Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)

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A reunião é o momento onde um grupo de pessoas se encontram para discutir, avaliar e tomar decisões em relação a um determinado assunto.

Para que se faça uma boa reunião é necessário:

- Ter uma coordenação que tenha clareza do que vai ser discutido;

- Definir bem os objetivos da reunião e prepa-rar a pauta;

- Convocar antecipadamente os participantes;

- Preparar o local, que sempre deve ser con-fortável, de fácil acesso e que cause boa im-pressão;

- Prever o horário de iniciar e de terminar a reunião;

- Encaminhar corretamente as definições com distribuição de tarefas;

- Avaliar o desempenho para saber o que se deve melhorar na próxima reunião.

1. O que é uma reunião

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2. Algumas dicas de como preparar uma reunião

Para ser bem realizada, a reunião precisa ser preparada com antecedência. Não basta marcar a data da reunião na agenda e ficar a espera que chegue o dia e o horário marcado.

A responsabilidade da preparação e da condu-ção da reunião deve ser das coordenadoras e dos coordenadores.

Para que a reunião saia bem feita é necessário seguir alguns passos, que são:

2.1. Definir ou retomar os objetivos a serem alcançados: não podemos entrar em uma reunião sem termos clareza do que queremos alcançar com ela. É importante chegarmos ao final da reunião com um encaminhamento concreto que envolva os participantes.

2.2. Organizar a pauta da reunião: a pauta nada mais é do que a organização dos pontos que queremos discutir. É importante definir a cada ponto: os objetivos a serem alcançados, a meto-dologia a ser utilizada para se fazer a discussão,

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inclusive com tempo determinado para cada ponto. Esta organização permite não extrapo-lar do tempo combinado da reunião.

Alem dos pontos organizados com antecedên-cia pelos coordenadores ou coordenadoras, ao apresentar a pauta é importante ver se os presentes têm mais algum outro tema que é necessário incluir na discussão.

2.3. Definir a data e local: definido a data, de-ve-se pensar no local que seja de fácil acesso e tenha condições adequadas para se fazer uma boa reunião. Não precisa ser um lugar luxuoso, é importante que seja confortável ou pelo menos que tenha as condições mínimas, como: bancos para sentar, ventilação, banhei-ros próximos, luz (se a reunião for à noite), água potável para beber, etc.

As casas das famílias que compõem o grupo de base podem ser locais para as reuniões. É pos-sível fazer um rodízio, ou seja, a primeira reu-nião pode ser na casa do coordenador, a segun-da na casa de outra família do grupo e assim sucessivamente. Isto permitirá o envolvimento e a ajuda de todas as famílias na organização

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das reuniões. Outra opção é fazer as reuniões em locais comunitários, como igrejas, escolas, ginásios de esporte, salões de festas, entre outros.

3. Algumas dicas de como realizar uma reunião

A reunião, como vimos, tem diferentes mo-mentos. Podemos dizer que ela já inicia no mo-mento da definição dos objetivos, muito tempo antes das pessoas se encontrarem sentadas em uma sala ou em outro lugar.

Para que ela seja realizada de forma agradá-vel e que envolva os participantes, é importante que as coordenadoras e os coordenadores fiquem atentos para:

3.1. Recepcionar as pessoas: geralmente as pessoas não chegam todas no mesmo mo-mento, vão chegando aos poucos. É importan-te que as coordenadoras e os coordenadores estejam no local da reunião sempre antes do horário para receber as pessoas.

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3.2. Fazer a abertura da reunião: a abertura deve ser um momento acolhedor das pessoas do grupo, de dar as boas vindas, cumprimen-tá-las, fazer as apresentações.

A abertura pode ter os seguintes momentos:

a) Animação inicial e mística: A orientação é que se prepare uma mística, ou seja, trazer presente reflexões acerca da reali-dade e da utopia que queremos alcançar através de simbologias da organização e da luta do Movimento. Deve-se usar a bandeira do MAB como um dos símbolos em todas as reuniões. Esta abertura inicial poderá ser organizada pela família que re-ceberá o grupo em sua casa.

b) Apresentação dos objetivos da reunião: este é o momento de trazer presente o motivo de todos estarem ali reunidos.

c) Apresentação dos participantes: Se todas as pessoas já se conhecem pode-se reservar este momento para destacar as qualidades de cada participante, falar do que gosta de fazer, do que fez durante a semana, expres-sar o que cada um vê no símbolo colocado

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a frente, declamar poesias espontaneamen-te, cantar, etc. Há grupos que se reúnem há anos e as pessoas não se conhecem e se es-pantam quando por ventura, vêem algum membro despontar em uma atividade, pois ninguém acreditava ou não havia se dado conta destas qualidades escondidas. Se al-gumas pessoa não está presente na reunião, este é o momento de justificar a ausência.

3.3. Apresentação dos pontos a serem dis-cutidos: A forma de apresentar os pontos de pauta depende da capacidade e iniciativa do coordenador ou coordenadora. Pode ser atra-vés da leitura dos pontos que estão impressos em uma folha, pode ser através de cartazes ou outras formas, o importante é fazer com que todos entendam o que vai ser discutido e es-tudado. O debate e o estudo poderão ser da seguinte forma:

a) Apresentação de cada ponto para deba-te: a coordenadora ou coordenador tem a tarefa de apresentar o ponto juntamente com os objetivos que se queira alcançar com esta discussão.

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b) Abertura da discussão: orientar para que as falas das e dos participantes sejam fei-tas por ordem de inscrições, limitando o tempo se for necessário. A coordenadora ou coordenador devem ficar atentos para anotar as propostas de encaminhamentos ou afirmações que já vão sendo colocadas durante as falações.

c) Afirmação das propostas: esgotando o tempo de discussão do ponto especifico, o coordenador ou coordenadora intervém colocando as propostas de encaminha-mentos a partir do debate.

d) Distribuição das tarefas: toda discussão deve dirigir-se para encaminhamentos concretos, e estes encaminhamentos exi-gem definições de atividades que pode-rão dar inicio a um novo planejamento ou então a simples execução de uma tarefa que encerra o ciclo deste ponto da reu-nião. Por exemplo: se a discussão concluir que é necessário fazer uma mobilização de massa, significa que há necessidade de elaborar um plano com detalhes para que a mobilização aconteça ou para que o

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grupo possa participar. Esse planejamento pode começar na reunião, ou então um grupo menor pode ficar responsável de elaborá-lo e trazer para a discussão em uma próxima reunião. Mas se a discussão encaminhou para o fechamento do assun-to, como por exemplo, a ida de alguém do grupo para uma reunião no município, é necessário somente definir quem irá.

Assim deve-se proceder com todos os pontos. Um a um vão sendo eliminados com os encaminha-mentos devidos e com a distribuição das tarefas.

3.5. Fechamento da reunião: para encerrar a reunião é importante que o coordenador ou coordenadora reafirme os encaminhamen-tos tomados. Também é importante avaliar a reunião, podendo reservar um breve momen-to para cada pessoa falar e recolher sugestões para a próxima. Outro elemento necessário de lembrar antes de fechar a reunião é marcar a data e o local da próxima reunião.

O encerramento da reunião deve ser alegre e motivar para que as pessoas já saiam querendo

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voltar para uma próxima reunião. Pode-se cantar uma música, ler poesias e agradecer a participação de todas e todos.

Resumindo, para finalizar, relembramos e ressal-tamos que, para toda reunião valer a pena, é preciso:

1- Ter um objetivo concreto: toda reunião preci-sa ser feita quando houver a necessidade de estudar coletivamente algum tema, discutir e tomar decisões.

2- Preparar com antecedência: isto requer princi-palmente prever os pontos a serem discutidos e motivar as pessoas a participar.

3- Escolher um lugar agradável e que tenha as mínimas condições (água, cadeiras ou bancos) para que as pessoas possam se sentir bem.

4- Deixar claro as conclusões da reunião aos par-ticipantes, apontando os responsáveis pelos encaminhamentos.

5- Encerrar a reunião com entusiasmo, lembran-do as decisões tomadas e motivando a todos e todas para voltar na próxima reunião.

Água e energia não são mercadorias!

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