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9912263550 INSS 2178-5781 Ano XIII # 198 | Dezembro 2011 Vitória no Senado sinaliza para consenso final Código Florestal Setor registra altos índices de exportação e se protege de crises econômicas Avicultura Banco do Brasil libera R$ 160 milhões para financiar recuperação de pastos e plantio de florestas Meio Ambiente Programa realizado em comunidades rurais gera renda e auxilia na gestão da produção artesanal Artesanato

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Ano XIII # 198 | Dezembro 2011

Vitória no Senado sinaliza para consenso finalCódigo Florestal

Setor registra altos índices de exportação e se protege de crises econômicas

AviculturaBanco do Brasil liberaR$ 160 milhões para financiar recuperação de pastos e plantio de florestas

Meio Ambiente Programa realizado em comunidades rurais gera renda e auxilia na gestão da produção artesanal

Artesanato

Page 2: 2011 12 dezembro

Rua 87 nº 662 Setor Sul Goiânia/Goiás - CEP 74.093-300Fones: (62) 3096-2200Fax: (62) 3096-2222

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(62) 3096-2120

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SEGURANÇA PARA O CAMPO E PARA O BOLSO.

A Federação da Agricultura e Pecuária de

Goiás (FAEG), comprometida em mudar o

panorama atual dos seguros rurais no País, é

pioneira na contratação de uma corretora de

seguros para o atendimento exclusivo às

reais necessidades do produtor rural.

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SEGURO DE PREVIDÊNCIA PRIVADA

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PALAVRA DO PRESIDENTE

A revista Campo é uma publicação da Federação da

Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional

de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela Gerên-

cia de Comunicação Integrada do Sistema FAEG/SENAR, com

distribuição gratuita aos seus associados.Os artigos assinados

são de responsabilidade de seus autores.

CAMPO

COnSelhO editORiAl

Bartolomeu Braz Pereira;

Claudinei Rigonatto; Eurípedes Bassamurfo da Costa

editores: Francila Calica (01996/GO) e

Rhudy Crysthian (02080/GO)

Reportagem: Rhudy Crysthian (02080/GO) e

Karine Rodrigues (01585/GO)

Fotografia: Jana Tomazelli Techio, Mendel Cortizo

e Raphaela Boghi

Revisão: Cleiber Di Ribeiro (2227/GO)

diagramação: Rowan Marketing

impressão: Gráfica Talento tiragem: 12.500

Comercial: (62) 3096-2200

[email protected]

diRetORiA FAeG

Presidente: José Mário Schreiner

Vice-presidentes: Mozart Carvalho de Assis; José Manoel

Caixeta Haun. diretores-Secretários: Bartolomeu Braz

Pereira, Estrogildo Ferreira dos Anjos. diretores-tesoureiros:

Eurípedes Bassamurfo da Costa, Nelcy Palhares. Suplentes:

Wanderley Rodrigues de Siqueira, Flávio Faedo, Daniel

Klüppel Carrara, Justino Felício Perius, Antônio Anselmo de

Freitas, Arthur Barros Filhos, Osvaldo Moreira Guimarães.

Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da Costa, Vilmar Rodrigues

da Rocha, Antônio Roque da Silva Prates Filho, César Savini

Neto, Leonardo Ribeiro. Suplentes: Arno Bruno Weis, Pedro

da Conceição Gontijo Santos, Margareth Alves Irineu Luciano,

Wagner Marchesi, Jânio Erasmo Vicente. Delegados repre-

sentantes: Alécio Maróstica, Dirceu Cortez. Suplentes: Lauro

Sampaio Xavier de Oliveira, Walter Vieira de Rezende.

COnSelhO AdMiniStRAtiVO SenAR

Presidente: José Mário Schreiner

Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Elias D’Ângelo Borges,

Osvaldo Moreira Guimarães, Tiago Freitas de Mendonça.

Suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva,

Alair Luiz dos Santos, Elias Mourão Junior, Joaquim Saêta

Filho. Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Edmar

Duarte Vilela, Sandra Pereira Faria do Carmo. Suplentes:

Henrique Marques de Almeida, Wanessa Parreira Carvalho

Serafim, Antônio Borges Moreira. Conselho Consultivo: Bairon

Pereira Araújo, Maria José Del Peloso, Heberson Alcântara,

José Manoel Caixeta Haun, Sônia Maria Domingos Fernandes.

Suplentes: Theldo Emrich, Carlos Magri Ferreira, Valdivino

Vieira da Silva, Antônio Sêneca do Nascimento, Glauce

Mônica Vilela Souza.

Superintendente: Marcelo Martins

FAeG - SenAR

Rua 87 nº 662, Setor Sul CEP: 74.093-300

Goiânia - Goiás

Fone: (62) 3096-2200 Fax: (62) 3096-2222

Site: www.faeg.com.br

e-mail: [email protected]

Fone: (62) 3545-2600- Fax: (62) 3545-2601

Site: www.senargo.org.br

e-mail: [email protected]

Para receber a Campo envie o endereço de entrega para o

e-mail: [email protected].

Para falar com a redação ligue:

(62) 3096-2208 - (62) 3096-2248

(62) 3096-2115.

José Mário SchreinerPresidente do Sistema

FAEG/SENAR

Alex

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Depois da última vitória no Senado, o texto base do novo Código Florestal caminha agora para um consenso final entre governo, setor produtivo rural, ambientalistas e comunidade em geral.

O texto atual dos senadores Luiz Henrique (PMDB-SC) e Jorge Viana (PT-AC) sofreu alterações desde a sua formação pelo então deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), que muito contribui para o setor agrícola nacional. É certo que precisamos atualizar nossa legislação ambiental que está defasada há 15 anos, mas precisamos de bom senso nos ar-tigos que irão compor essa legislação que garantirá segurança jurídica aos produtores rurais.

Provavelmente, no início de março, o texto base do Código chegue à Câmara dos Deputados para então seguir para a sanção presidencial. Esperamos que os Deputados referendem o texto, mas ainda há a pos-sibilidade dos parlamentares poderem rejeitar partes do projeto, por meio do pedido de supressão de artigos. Houve importantes avanços no texto, como a consolidação das áreas de produção e a recuperação de áreas de vegetação nativa nas propriedades rurais, convertendo as multas em serviços de preservação ambiental. Mesmo que o texto não agrade integralmente a todos, foi o possível dentro dos entendimentos.

Próximo de um resultado final

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PAINEL CENTRAL

Código FlorestalTexto segue para Câmara dos Deputados e, posteriormente, para sanção presidencial.

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Agenda Rural 06

Fique Sabendo 07

Cartão Produtor 13

Delícias do Campo

Campo Aberto

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R$ 160 milhões para produtor goianoProdutor de Silvania, Hélio Fábio pretende utilizar recursos do

Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC) é lançado em

Goiás. Verba pode ser destinada para recuperação de pastagens.

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Campo Responde 32

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Prosa Rural

Artesanato de Natal

Imprensa premiada

Presidente da União Brasileira

de Avicultura (UBABEF),

Francisco Turra, implanta um

estilo ousado de administrar

e acredita que 2012 será

de grandes desafios para a

avicultura nacional e mundial.

Proarte auxilia na gestão da produção artesanal e artesãs mostram resultado do Programa com enfeites natalinos

Novo texto do Código Florestal caminha para um consenso final na Câmara dos Deputados em Brasília. Passo seguinte é sanção presidencial.

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Importação de leiteBrasil e Argentina fecham acordo para importação de lácteos. Limite mensal é de 3,6 mil de toneladas do produto argentino.

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Vitória no Senado sinaliza para consenso fi nalCódigo Florestal

Setor registra altos índices de exportação e se protege de crises econômicas

AviculturaBanco do Brasil liberaR$ 160 milhões para fi nanciar recuperação de pastos e plantio de fl orestas

Meio Ambiente Programa realizado em comunidades rurais gera renda e auxilia na gestão da produção artesanal

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Sistema Faeg/Senar premia jornalistas que fizeram as melhores matérias durante o ano sobre o agronegócio goiano. Foram distribuídos R$ 30 mil em dinheiro.

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li01/12 02/12 03/12 05/12

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18/12 19/12 21/12 24/12

AGENDA RURAL

Dezembro 2011

Seminário Campo Futuro 2011, na sede da CNA, em Brasília (DF)

Informações: (61) 2109-1447

Palestra sobre Mercado de Milho e Soja (Campo em Ordem), na sede do

Sindicato Rural de Pontalina Informações: (64) 3471-1591

Posse da nova diretoria do Sindicato Rural de Colinas do Sul, na sede do Sindicato

Informações: (62) 3486-1007

Audiência Pública Código Florestal, na sede do Sindicato Rural de Itumbiara

Informações: (64) 3404-1566

Premiação Agrinho, Centro de Cultura e Eventos Prof. Ricardo Freua Bufáiçal - Campus Samambaia da UFG, em Goiâ-nia (GO) - Informações: (62) 3096-2208

Homenagem aos Agricultores, sede do Sindicato Rural de Cristalina (GO)

Informações: (61) 3612- 5732

Campo Saúde em Edéia, Unidade Mu-nicipal de Saúde Carlos Martins Pires,

bairro Fênix, em Edéia (GO) Informações: (64) 3492-1766

Apresentação do Balanço do Governo ao Fórum Empresarial, na sede da

Fecomércio, em Goiânia (GO)Informações: (62) 3227-2400

Posse da nova diretoria do Sindicato Rural de Orizona, na sede do Sindicato

Informações: (64) 3474-1597

Posse da nova diretoria do Sindicato Rural de Piranhas, na sede do Sindicato

Informações: (64) 3665-1596

Assembleia Geral do Frigorífico Mata Boi, em Araguari (MG)

Informações: (34) 2108-2200

Posse da nova diretoria da CNA, na sede da Confederação, em Brasília (DF)

Informações: (61) 2109-1447

5º Encontro de Dirigentes Sindicais, em Caldas Novas (GO)

Informações: (62) 3096-2208

Reunião do Fórum das Entidades do Setor Produtivo do Centro-Oeste, na

sede da CNA em Brasília (DF) Informações: (61) 2109-1447

Reunião CONDEL/FCO, na sede da CNA, em Brasília (DF)

Informações: (61) 2109-1447

Posse da nova diretoria do Sindicato Rural de Goiatuba, na sede do Sindicato

Informações: (64) 3495-1663

Posse da nova diretoria do Sindicato Ru-ral de Pirenópolis, na sede do Sindicato

Informações: (62) 3331-1337

Posse da nova diretoria do Sindicato Rural de Itajá, na sede do Sindicato

Informações: (64) 3648-1149

Coletiva à imprensa de balanço econômico agropecuário, sede da Faeg,

em GoiâniaInformações: (62) 3096-2208

Encontro sobre Previdência Social Rural, Centro Pastoral Dom Fernando,

em Goiânia (GO) Informações: (62) 3208-8908

entrega do carro para a

vencedora do Concurso

Agrinho 2011

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Local: Britânia - GoiásInformações: (62) 3096 2208

Aos interessados em participar dos eventos, recomendamos confirmar as informações com os organizadores.

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FIQUE SABENDO

Faeg doa vacinas para comunidades carentes

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Jana

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liA Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) fez a entrega, no último dia 10 de novembro, de 10 mil doses de vacinas à Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa). Todos os anos, a Faeg adquire doses de vacinas contra aftosa e as remete, por meio da Agrodefesa, a comunidades carentes e instituições de assistência social e de pesquisa. Para receber as vacinas estiveram na sede do Sistema Faeg/Senar representantes da Emater, Vila São Cotolengo, Agência Prisional, Comunidades Kalunga e dos Carreiros de Trindade. A Federação Goiana de

Carreiros trouxe uma comitiva de carros de boi com 32 animais. As comitivas fizeram uma caminhada da Praça Cívica até a sede do Sistema Faeg/Senar no Setor Sul, em Goiânia.Segundo o presidente do Sistema Faeg/

Senar, José Mário Schreiner, o motivo da doação é alcançar o maior índice vacinal dos animais. Para Schreiner, os produtores rurais têm uma meta de que, em 2015, Goiás se torne zona livre da aftosa sem vacinação.

pesquisA

Os frutos são pequenos, aromáticos, saborosos e visualmente atraentes pela cor vermelha vibrante e agora com uma novidade, tamanhos uniformes. A descrição corresponde à BRS Seriema, pimenta desenvolvida pela Embrapa Hortaliças (Brasília-DF). Essa uniformidade não é muito comum nas pimentas que fazem parte deste grupo, popularmente conhecidas como “bode”. Lançada no ano passado, a nova variedade será disponibilizada aos produtores

agora, no fim do ano. Indicada para processamento na forma de conservas, a nova cultivar também é ideal para consumo ao natural e como planta ornamental.Em condições da região Centro-Oeste, a cultivar produz em média 15 toneladas por hectare de frutos maduros. A boa performance da pimenta foi comprovada em propriedades rurais de Abadiânia e de Ouro Branco e no município mineiro de Monte Carmelo.

Pequenas picantes

Administração Rural – teoria e prática

A administração rural tem assumido um papel de grande importância em qualquer tipo de atividade voltada para o agronegócio. Neste trabalho o autor procurou enfocar os principais aspectos da administração, visando o uso racional dos fatores de produção e objetivando o aumento da produtividade por meio da adoção das principais práticas agrícolas.Na obra o autor procurou dar a conotação mais prática e objetiva possível, com ilustrações, tabelas e planilhas para auxiliar todos aqueles que dele tomem conhecimento ou necessitem para o desenvolvimento de suas atividades agrícolas, em especial o planejamento e o controle do processo produtivo. A obra custa em média R$ 47 e pode ser adquirido nas melhores livrarias on line do País.

Dezembro/2011 CAMPO | 7www.senargo.org.br

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Francisco TurraPresidente Executivo da Ubabef

PROSA RURAL

Karine rodrigues | [email protected]

rhudy crysthian | [email protected]

Mesmo na mira da nova crise, setor se desponta

A junção, em 2010, das duas maiores entidades que representam a avicultura brasileira, a União Brasileira

de Avicultura (UBA) e a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (ABEF), resultou na criação de uma instituição ainda mais forte e representativa, a União Brasileira de Avicultura (UBABEF). A nova entidade conta com um Conselho Consultivo, formado por representantes de entidades estaduais, setoriais, agroindústriais e da sociedade. Na liderança do grupo, o presidente executivo, Francisco Turra, implanta um estilo ousado de administrar e cuidar dos problemas do setor. Preocupado com a crise que se anuncia, ele afirma que o setor precisa ampliar sua competitividade e superar entraves como gargalos logísticos e o alto preço dos insumos para se tornar ainda mais competitivos.

Revista Campo: O Irã ameaça bloquear as exportações de carne brasileira de aves. A medida coloca em cheque a imagem do produtor brasileiro frente ao mercado externo consumidor?Francisco turra: Na verdade, o problema, que é administrativo, já está vigente e perdura desde setembro. Ocorreu sem grandes explicações e pegou de surpresa os exportadores brasileiros, causando prejuízos. É ainda mais surpreendente, pois falamos de um destino onde as carnes brasileiras têm excelente aceitação e alto grau de satisfação dos importadores. Ou seja, não se trata de algo que possa afetar a imagem inquestionável de qualidade e sanidade da avicultura brasileira. Para resolver a questão, pedimos a intervenção do Ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, para que o Itamaraty entre em campo. Em ofício que encaminhamos ao ministro, sugerimos a aplicação de medidas de retaliação comercial caso o problema não seja resolvido.

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““A previsão de crescimento é de 3% a 5%. Em termos de exportação, isso equivaleria a 150 mil toneladas e em produção 240 mil toneladas”

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Revista Campo: O que o governo pode fazer para melhorar a imagem da carne de aves brasileira no exterior?Francisco turra: O frango brasileiro é um produto altamente conceituado no mercado internacional. Estamos presentes em mais de 150 mercados e detemos um produto valorizado. A qualidade e a sanidade brasileira são reconhecidas e copiadas por outros polos de produtores que tentam buscar equivalência à nossa eficiência.Para melhorar ainda mais nossa imagem, promovemos diversas ações de promoção internacional como participação em feiras e workshops. O governo federal é parceiro nestas ações e sempre está conosco nas iniciativas junto ao mercado externo. Revista Campo: Qual o posicionamento da entidade em relação às novas regras para a criação de aves caipiras?Francisco turra: Cremos que é um segmento com demanda de mercado crescente e que merece todo o cuidado, especialmente, em relação a sanidade do plantel. (leia mais sobre esse assunto na página 15)

Revista Campo: Quais os principais desafios para o produtor/criador no próximo ano?Francisco turra: Temos pela frente uma crise internacional que se instalou e poderá afetar nossa cadeia produtiva, especialmente, considerando que somos fortes exportadores. Também precisamos ampliar nossa competitividade. Ainda temos entraves a superar, como gargalos logísticos e o alto preço dos insumos, como o milho. O ano 2012 será de grandes desafios para a avicultura nacional e mundial.

Revista Campo: O mercado de aves é bastante dinâmico, o senhor concorda?Francisco turra: Realmente é um mercado muito latente, que tem seus

momentos de glória, como o mês de janeiro de 2010 em que houve um crescimento em volume de aves de 25%, e meses como o de agosto deste ano em que o recuo foi de 10% se comparado ao mesmo período do ano anterior. Todo o problema está residindo na crise, no aumento dos insumos, na volatilidade do câmbio. Muitas vezes fica difícil de exportar com o dólar tão baixo. O setor cresceu constantemente desde 2000 em uma média acima do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e poucos setores produtivos cresceram com tanto vigor quanto o nosso.

Revista Campo: Qual a relação entre produção e demanda no mercado interno?Francisco turra: O Brasil está quase no limite de consumo, não há muito espaço para crescer. Mais de qualquer maneira ainda há possibilidade de crescer com menor intensidade. O mercado interno é muito precioso para nós, porque mais de dois terços da produção fica aqui. Então, esse mercado se mantém bem e se mantém mais estável que o mercado externo. O preço do produto é muito convidativo, porque é muito barato, chega na mesa de todos.

Revista Campo: O senhor acredita que o fato de o Brasil ter atingido a estabilidade econômica e o padrão de renda do brasileiro ter melhora influencia no aumento da demanda por frango?

Francisco turra: Com certeza, esse aumento no nível de emprego e de renda permitiu que mais gente tivesse acesso a essa proteína. O consumo no ano passado aumentou 10%, um número fantástico. Esse ano não temos margem para aumentar nesse mesmo percentual, por isso, temos que escoar pois chegamos a um limite muito elevado. Podemos dizer que o Brasil é um dos países que tem o mais elevado consumo de frango do mundo. O padrão americano é de 44 quilos/pessoa/ano, que é o mesmo do Brasil.

Revista Campo: A carne brasileira é competitiva no mercado externo?Francisco turra: Respeitamos os aspectos de sanidade, conforto animal, as leis relacionadas à mão de obra e facilidade ao acesso de grão. O problema nosso é a logística.

Revista Campo: Qual a previsão de crescimento na demanda interna e na produção para 2011?Francisco turra: A previsão de crescimento é de 3% a 5%. Em termos de exportação, isso equivaleria a 150 mil toneladas e em produção a 240 mil toneladas.

Revista Campo: Qual a sua opinião sobre o projeto de lei que tramita na Câmara Federal sobre a integração entre indústria e produtor?Francisco turra: O sistema de integração é uma benção para o integrado e para o integrador. A despeito de condenarem alguns problemas pontuais. Como um todo, é um sistema que deu certo. A avicultura não existiria sem integração, pois hoje não há como os avicultores independentes ter produção própria. O marco legal é importante para deixar tudo definido entre ambas as partes. Tem que ser uma coisa racional para não botar fora uma conquista que transformou o setor como o maior exportador de mundo de carne de frango que somos e terceiro maior produtor de do mundo.

“O ano de 2012 será de grandes desafios para a avicultura nacional e mundial”

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MERCADO E PRODUTO

As condições climáticas contribuíram prati-camente em todas as regiões produtoras do País para que tivéssemos uma safra

com excelentes níveis de produtividade, bem aci-ma da média histórica, fator que resultou em uma safra recorde de grãos, na ordem de 161,5 milhões de toneladas, 9,2% acima do ano anterior, ou seja, um saldo positivo de 13,7 milhões de toneladas.

Esta condição não foi diferente em Goiás, que produziu 15,2 milhões de toneladas de grãos no mesmo período, 6,7% a mais que a safra ante-rior. A soja, principal cultura do Estado, com uma produção de 7,7 milhões de toneladas, apresentou uma produtividade média de 3,000 kg/ha. O mi-lho primeira safra apresentou uma produção de 2,6 milhões de toneladas, um rendimento médio de 6.790 kg/ha. A segunda safra foi a mais sur-preendente, produzindo 3,1 milhões de toneladas e atingindo uma produtividade de 5.400 kg/ha.

Estas produtividades, aliadas aos bons preços, resultaram em boas remunerações ao produtor rural, não só nos grãos, mas, praticamente, em todas as atividades produtivas do meio rural, em decorrência dos preços de mercado.

O arroz foi uma das poucas exceções, cujos preços estiveram abaixo de suas médias histó-ricas, causando prejuízos e desânimo aos arro-zeiros. Porém, sem maiores consequências para o produtor goiano, dado a pequena área plantada. O algodão foi a cultura que apresentou o maior crescimento de área cultivada, dobrou o plantio, mas sofreu com dias frios no desenvolvimento da maçã, fato que prejudicou a produtividade fi-nal, mesmo assim, colheu cerca de 136% a mais em relação a safra anterior.

O que podemos esperar da próxima safra de

grãos, cujo plantio está em andamento, tanto no que se refere à produção física total como ao ren-dimento financeiro para o produtor? O primeiro ponto a ressaltar é em relação ao custo de fertili-zantes que subiu cerca de 30% neste ano. Apenas uma parte dos produtores que efetuou suas com-pras no primeiro quadrimestre de 2011 conseguiu preços mais favoráveis, situação que criou uma defasagem entre os custos e preços estimados para a colheita, o que deverá reduzir o nível de rendimento líquido do produtor.

Outro aspecto que levanta dúvida em relação ao rendimento físico para a próxima safra são as constatações do rápido resfriamento do Oceano Pacífico na costa da América Latina, fator conheci-do como “La Niña”, que tem como consequências chuvas abaixo da média na região Sul e instabili-dade no Centro-Oeste. O que já vem acontecendo, o clima está com precipitações dentro da normali-dade, mas com certa irregularidade, com veranicos que, dependendo da intensidade e o momento da incidência em relação ao estágio da cultura, desen-volvimento vegetativo, floração ou formação do grão, as consequências são diversas.

Quanto aos aspectos de mercado, os pre-ços não acompanharam a alta dos custos, po-rém, ainda se mantém em níveis bem acima do histórico. No caso da soja e algodão, o volume de travamento antecipado de preços está bem adiantado e, caso não ocorra mudanças inespe-radas nas tendências atuais, o melhor momento de fixação de preço já passou. Desta forma, as expectativas para este ano agrícola indicam que podemos ter um ano não muito bom para a ren-da líquida do produtor, muito embora não seja um ano crítico.

Desempenho da safra 2011 e perspectivas para a safra 2012

Pedro Ferreira

Arantes

é economista,

e analista de

mercado da Faeg.

Pedro arantes | [email protected]

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AÇÃO SINDICALmiNAÇu

ALto pArAÍso

CristALiNA

CAiApÔNiA

pALmeirAs De goiÁs

O Sindicato Rural de Minaçu promoveu no último dia 30 de novembro um encontro com produtores rurais e autoridades políticas locais para divulgar as ações da instituição durante este ano. Na ocasião foram divulgadas também as propostas de atividades da instituição para os participantes com o intuito de estimular a filiação de novos interessados. Durante o encontro, o gerente sindical da Faeg, Antelmo Teixeira Alves, fez uma apresentação sobre as ações do sistema sindical pelo Programa Campo em Ordem.

No dia 10 de dezembro, o Sindicato Rural de Alto Paraíso promoveu uma assembleia ordinária para apresentar o balancete e a prestação de contas da instituição. Os documentos foram divulgados para a aprovação das contas da entidade. Na ocasião, também foram discutidos temas como o Programa Carbono Zero. Durante o encontro foi promovida a festa anual de confraternização do Sindicato.

O Sindicato Rural de Cristalina realizou no último dia 2 de dezembro uma sessão solene na Câmara de Vereadores em homenagem aos agricultores do município que, com muito trabalho, colocaram Cristalina em destaque na geração de renda da região e como a segunda maior na produção agrícola do Brasil.

O último Mega Leilão de Corte de Caiapônia foi um sucesso de comercialização. O evento foi realizado no dia 27 de novembro no Tatersal do Parque de Exposição do município, José de Abreu. O evento foi uma realização do Sindicato Rural da cidade.

O Sindicato Rural de Palmeiras de Goiás comprou uma retroescavadeira MF HS-86 nova. O Investimento foi de R$ 150 mil. A entidade aluga o equipamento por R$ 55 a hora. No mercado é cobrado R$ 100. O Sindicato ainda concede prazo e parcelamento para o produtor. O equipamento é versátil e realiza trabalho de quatro máquinas: do trator de esteira, da pá carregadeira, da patrol e da retroescavadeira. A novidade é uma inusitada modalidade de prestação de serviços sindical, com o apoio e assistência de uma motocicleta de 125 cilindrada que é transportada na concha dianteira da máquina. (Colaborou: César Savini Neto)

Sindicato faz balanço

Contas aprovadas

Produtor homenageado

leilão de nelore

Mais versatilidade

Sind

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compras de Natal e Ano Novo. Aproveite!

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Informações sobre como ser um beneficiário do Cartão do Produtor podem ser obtidas no site: www.cartaodoprodutor.com.br, na sede do Sindicato Rural mais próximo ou pelo telefone: (62) 3096-2200

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Em noite de festa, Sistema Faeg/Senar entrega R$ 30 mil em dinheiro para

jornalistas que divulgaram o setor este anorhudy crysthian | [email protected]

Depois de um ano fornecendo informações para fomentar a veiculação em jornais, televi-

sões e rádios de todo o Estado sobre temas relacionados ao agronegócio goiano, o Sistema Faeg/Senar pre-miou, no final de novembro, as maté-

rias jornalísticas que melhor aborda-ram o setor. O 3° Prêmio Faeg/Senar de Jornalismo distribuiu R$ 30 mil em premiações nas quatro categorias: Jornalismo Impresso, Fotojornalismo, Radiojornalismo e Telejornalismo. A cerimônia de premiação ocorreu na

sede do Sistema, em Goiânia, e con-tou com a presença de mais de 300 profissionais da área de comunicação.

Os trabalhos versaram sobre o tema: A agropecuária e o desenvolvi-mento de Goiás - o papel do produtor rural nesse processo. Com o auditório

Agronegócio na mídia Presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner, com os premiados no 3° Prêmio de Jornalismo

1º Lugar - Karina Ribeiro Martins – O Popular – “Do desbravamento aos recordes de produtividade” - 2º Lugar - Ricardo César – O Popular – “A fazenda agora é empresa” - 3º Lugar- Lúcia Monteiro – O Popular - “Produtor rural, um obstinado”

1º Lugar- Yara Galvão - Rádio Brasil Central – “O papel da agricultura familiar no desenvolvimento de Goiás” - 2º Lugar - Nayara Cristina Silva Ferreira – Rádio CBN – “Produtor rural tem papel importante para garantir sucessão no campo e contribuir com o desenvolvimento agropecuário do país” - 3º Lugar- Clênia Marques - Rádio CBN – “Associativismo na produção do leite em Goiás”

Jornalismo impresso RadiojornalismoJa

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PREMIAÇÃO

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lotado, os vencedores foram apresen-tados pelo jornalista Tobias Ferraz do Canal Terraviva. Cada ganhador rece-beu um cheque no valor de R$ 3 mil para o primeiro colocado, R$ 2 mil para o segundo colocado e R$ 1 mil para o terceiro lugar.

O presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner ressaltou o nível dos trabalhos inscritos e a importân-cia das matérias que foram produzidas

pela imprensa regional. “A imprensa se tornou a nossa grande parceira na missão de levar informação fidedigna ao produtor rural”, disse.

2012O tema do próximo ano também

foi anunciado pelo presidente do Sis-tema Faeg/Senar, José Mário Schrei-ner aos jornalistas presentes: Infor-mação e Capacitação Desenvolvendo

o Campo. Para 2012, os valores dos prêmios foram aumentados. Os pri-meiros colocados receberão R$ 4 mil, segundos colocados R$ 3 mil e terceiros colocados R$ 2 mil nas mesmas categorias.

Como no ano anterior, nas equipes da categoria Telejornalismo vencedo-res também ganharão premiação em dinheiro produtores e cinegrafistas, além dos repórteres.

Concorreram, nesta edição, 50 tra-balhos de profissionais de imprensa da capital e interior – matérias e fo-tos publicadas em veículos de comu-nicação do Estado no período de 21 de outubro de 2010 a 28 de outubro de 2011. Cerca de 30% a mais do nú-mero de inscritos no ano anterior.

A repórter do jornal O Popular, em Rio Verde, Sudoeste goiano, Karina Ri-beiro ficou surpresa com a premiação. Com a matéria, “Do desbravamento aos recordes de produtividade”, vei-culada no Suplemento do Campo do jornal, a repórter venceu em primeiro lugar na categoria Jornalismo Impres-so. “Fiquei muito contente com a pre-miação. É um estímulo para continuar-mos ‘cobrindo’ este setor tão rico para nosso Estado”, destacou.

O repórter fotográfico também do

jornal O Popular, Ricardo Rafael ven-ceu em primeiro lugar na categoria Fo-tojornalismo. A imagem vencedora foi a ilustração da matéria “Raízes do de-senvolvimento”, veiculada no Suple-mento do Campo do mesmo jornal.

Também de Rio Verde, a equipe da TV Riviera, afiliada da TV Anhan-guera, encabeçada pela repórter Giovana Dourado, venceu em pri-meiro lugar na categoria Telejorna-lismo. Com o tema “Do polocentro ao plantio direto: a revolução da agricultura em Goiás” a equipe com-posta ainda pela produtora Fabiana Sommer e pelo cinegrafista Danilo Cunha fez uma abordagem histórica de algumas medidas que mudaram o sistema de produção goiano como o plantio direto na palhada. “É muito gratificante trabalhar com o agrone-

gócio. É um setor muito rico em in-formações. Repassar isso constante-mente para nossos telespectadores é um desafio contínuo”, completou.

Na categoria Radiojornalismo, a re-pórter da emissora estatal Rádio Bra-sil Central (RBC), Yara Galvão, saiu na frente e levou o grande prêmio de primeiro lugar. Com o tema, “O papel da agricultura familiar no desenvolvi-mento de Goiás” a profissional con-seguiu esmiuçar os principais benefí-cios da agricultura de pequeno porte para a economia do Estado.

O corpo de júri de cada categoria foi formado por três profissionais – um membro da academia, um técnico do Sistema Faeg/Senar e um profissional do mercado em veículos de comunica-ção que não concorreram ao prêmio e são de outros estados.

Recorde de inscrições

1º Lugar - Giovana Dourado, Fabiana Sommer, Danilo Cunha – TV Riviera - “Do polocentro ao plantio direto: a revolução da agricultura em Goiás” - 2º Lugar- José Ronaldo, Luiz Carlos Dias – Canal Rural/TV Morrinhos- “Caminhos do agronegócio e os rumos do desenvolvimento regional” - 3º Lugar - José Divino Nascimento, Valdeni Alves da Silva, Júnio César de Jesus - TV Rio Claro - “Monitoramento climático: fator de contribuição para o desenvolvimento da agricultura goiana”

1º Lugar- Ricardo Rafael – O Popular - “Raízes do desenvolvimento” - 2º Lugar- Jota Eurípedes – Diário da Manhã – “Produção de tomate industrial em Goiás é a maior de todo o Brasil” - 3º -Lugar Wildes Barbosa da Silva – O Popular – “A fazenda empresarial”

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Banco libera nova modalidade de crédito para financiar programas de redução de

emissão de gases do efeito estufa rhudy crysthian | [email protected]

R$ 160 milhões à espera do produtor

O produtor rural goiano conta agora com uma nova ferra-menta para recuperar pas-

tagens ou investir em programas de Agricultura de Baixo Carbono (ABC). O Banco do Brasil lançou, no final de novembro, uma nova modalidade de crédito para financiar projetos para a redução de emissão de gases do efeito estufa na agricultura. Estão disponí-veis R$ 160 milhões. O valor financiá-vel é de até R$ 1 milhão por produtor rural, por ano/safra, com juros efeti-vos de 5,5% ao ano. As garantias são as já exigidas para a liberação de ou-tros créditos rurais do Banco.

Os investimentos devem ser empre-gados em ações que promovam a pre-servação das áreas de produção e re-duzam a emissão de gases causadores do efeito estufa, bem como diminui-ram os desmatamentos. Os pagamen-tos podem ser em parcelas anuais ou semestrais, de acordo com o projeto técnico e com o fluxo de receitas da propriedade. Prazo e carência tam-bém são de acordo com o projeto.

O superintendente regional do Banco do Brasil em Goiás, João Batis-ta Filho, destacou que o Banco fez di-versas ações para treinar e capacitar seus técnicos e gerentes para facilitar

e desburocratizar o processo de to-mada de crédito pelo produtor goia-no. Segundo ele, o Banco está tra-balhando neste projeto desde julho deste ano e, até agora, já negociou R$ 3,6 milhões em crédito e está com outros R$ 40 milhões em análise. “A nossa expectativa é que o Goiás possa, em breve, se tornar o Estado brasileiro que mais faz agricultura de baixo carbono”, comenta.

Segundo o gerente de agronegócios da superintendência do BB em Goiás, João Bosco Messias Costa, a aplica-ção do recurso para reforma de pas-tagem degradada é um ótimo exem-

Joao

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iaAGRICULTURA DE BAIXO CARBONO

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plo de como uma propriedade pode se tornar mais produtiva e sustentá-vel. “A Embrapa estima que 70% das pastagens do País estão degradadas. E essa situação leva a um índice de produtividade de duas arrobas/ano por hectare. Com a recuperação, é possível chegar a até 12 arrobas/ano por hectare. Mais produtividade den-tro da mesma área.”

ContratosO produtor rural Jefferson Cury,

que tem propriedades nas regiões de Quirinópolis, Uruaçu e Pires do Rio, foi o primeiro goiano a assinar o con-trato com o BB. Ele participou do lan-çamento do Programa em novembro, na sede do Palácio das Esmeraldas, em Goiânia. Jefferson afirmou que o dinheiro será usado para recuperação de pastagem. “Eu estou com a terra preparada para utilizar este financia-mento e recuperar a pastagem. Fiz o projeto técnico, entreguei a docu-mentação necessária e, em 20 dias, consegui o benefício”, afirmou.

Ele contratou R$ 905 mil para uma área de 1.177 mil hectares, financia-dos em cinco anos. Ele irá pagar 5,5% de juros ao ano e conta que as taxas estão de acordo com as praticadas no mercado, em geral. Eu entrei com o projeto ainda no início do ano, só es-tava esperando o lançamento oficial para conseguir a liberação da verba.

O produtor de Silvânia, Hélio Fábio do Nascimento Guerra, também está de olho em uma fatia do montante disponibilizado pelo Banco do Brasil. Ele afirma que não formulou o pro-jeto ainda, mas se conseguir acesso à nova linha de crédito, ele pretende reflorestar algumas áreas em sua pro-priedade ou trabalhar na recuperação de pastagens.

Segundo Hélio, o Programa tam-bém é importante para mostrar a im-portância do produtor rural no culti-vo de alimentos. “Esse Projeto é uma iniciativa louvável. Muitos filhos de produtores não mostram mais in-teresse em continuar o trabalho na zona rural, projetos como esse ajuda a manter a atividade sustentável e a segurar o homem no campo. Caso contrário, logo estaremos iguais a países da Europa onde o governo tem que pagar para o produtor tra-balhar na terra”, disse.

Sobre as taxas de juros, ele afirma que as praticadas nessa modalidade de crédito estão de acordo com as taxas em vigência no mercado, mas poderiam ser menores. “Devido a tantas intempéries que enfrentamos como chuvas demais, de menos, fal-ta de infraestrutura para escoamento da produção, mercado volátil e tantos outros fatores justificam que essas taxas poderiam ser menores, algo em torno de 3%”, argumenta.

O produtor de Silvânia, Hélio Fábio, pretende utilizar recursos da nova linha de crédito em reflorestamento ou recuperação de pastagens em sua propriedade

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O presidente do Sistema Faeg/Se-nar, José Mário Schreiner alerta para a dificuldade de os produtores em terem acesso a essa modalidade de crédito. “Os juros são compatíveis com as taxas praticadas no País, mas o risco elevado de endividamento do produtor e a burocracia para ter al-cance ao crédito dificultam o acesso do produtor a essa linha de financia-

mento”, reclama.Segundo José Mário, o Progra-

ma ABC, que é uma das principais ações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa, desen-volvidas pelas secretarias estaduais de Agricultura, pretende promover a redução das emissões de gases de

efeito estufa oriundas das ativida-des agropecuárias.

Ele explica que o Programa tam-bém promete reduzir o desmatamen-to; aumentar a produção agropecuá-ria em bases sustentáveis; adequar as propriedades rurais à legislação am-biental; ampliar a área de florestas cultivadas e estimular a recuperação de áreas degradadas.

Faeg cobra maior acesso

O produtor de Silvânia, Hélio Fábio, pretende utilizar recursos da nova linha de crédito em reflorestamento ou recuperação de pastagens em sua propriedade

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• Definido de acordo com o projeto técnico e com o fluxo de

receitas da propriedade;

• Implantação de viveiros de mudas florestais: até 5 anos,

incluídos até 2 anos de carência;

• Investimentos destinados à adequação ao sistema de agri-

cultura orgânica e à recuperação de pastagens lavoura-pe-

cuária-floresta: até 8 anos, incluídos até 3 anos de carência,

podendo ser estendido a até 12 anos;

• Projetos para implantação e manutenção de florestas co-

merciais e para produção de carvão vegetal: até 12 anos,

incluídos até 8 anos de carência, não podendo ultrapassar

seis meses da data do primeiro corte;

• Projetos para recomposição e manutenção de Áreas de

Preservação Permanente ou de Reserva Legal: até 15 anos,

incluídos até um ano de carência;

• Projetos para implantação e manutenção de florestas de den-

dezeiro: até 12 anos, incluídos até seis anos de carência.

Pagamento

Fonte: BB

De acordo com o governador do Estado Marconi Perillo, o lançamento do Programa e os números preliminares de cré-ditos concedidos mostram que Goiás é a maior evidência de que é possível uma alta pro-dução agropecuária caminhar junto com a preservação do meio ambiente. “Nosso grande dever é conciliar a necessida-de de produzir mais alimentos com a sustentação ambiental. Somos o primeiro Estado a sair a campo, com ações práticas, para cumprir as metas do Pro-grama ABC.”

A nova linha de crédito também poderá ser utilizada para implantação de viveiros de mudas florestais

• Recuperação de áreas e pastagens degradadas;

• Implantação de sistemas orgânicos de produção agro-

pecuária;

• Implantação e melhoramento de sistemas de plantio di-

reto “na palha”;

• Implantação de sistemas de integração lavoura-pecuária, la-

voura-floresta, pecuária-floresta ou lavoura-pecuária-floresta;

• Implantação, manutenção e manejo de florestas comer-

ciais, inclusive aquelas destinadas ao uso industrial ou à

produção de carvão vegetal;

•Adequação ou regularização das propriedades rurais

frente à legislação ambiental, inclusive recuperação da

Reserva Legal, de Áreas de Preservação Permanente, e o

tratamento de dejetos e resíduos, entre outros;

• Implantação de planos de manejo florestal sustentável;

• Implantação e manutenção de florestas de dendezeiro,

prioritariamente em áreas produtivas degradadas.

Os investimentos podem ser destinados para:

A nova linha de crédito também poderá ser utilizada para implantação de viveiros de mudas florestais

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Setor altamente dinâmico sofre com crises internacionais e com a variação

cambial do dólar ante ao realKarine rodrigues | [email protected]

O sobe e desce de preço

AVICULTURA DE CORTEM

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O frango é hoje uma das carnes mais consumidas do Brasil, a venda do produto sofre in-

fluência do preço da carne bovina, das oscilações cambiais e das expor-tações. Segundo informações do site especializado no mercado de aves, Avisite, com base nas informações do Ministério da Indústria e Comércio (MDIC), as exportações de carne de frango em outubro superaram os re-sultados fracos registrados em setem-bro. E no início de novembro, a situa-ção se manteve favorável ao setor.

O preço, devido à variação cambial, caiu em outubro e foi inferior a US$ 2 mil por tonelada, valor semelhante aos pra-ticados em agosto. Essas oscilações de preço e de volume exportado se intensi-ficaram no segundo semestre deste ano. O que compensou o preço mais baixo foi o aumento no volume de exportações em 7,5% de um mês para outro.

O presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra, diz que esse mercado é super dinâmi-co. Ele explica que o segmento tem seus momentos de glória, como em janeiro de 2010 quando houve um crescimento no volume de aves de 25%, ou em meses como agosto des-te ano, quando o recuo foi de 10% se comparado ao mesmo período do ano anterior. “Todo o problema resi-de na crise, no aumento dos insumos e na volatilidade do câmbio. Muitas vezes fica difícil de exportar com o dólar tão baixo”, relata.

Tal situação parece distante do con-sumidor final brasileiro, que ainda é o principal mercado das indústrias nacionais e foco dos investimentos. Mas o preço da carne de frango tam-bém tem oscilado, com mais altas do que baixa. Para quem consome, os centavos ou reais de aumento ou

queda no preço fazem diferença no orçamento, uma vez que em tempos de alta da carne bovina, o frango é a opção mais consumida no País.

Turra explica que não há muito es-paço para o crescimento do consumo de carne de aves no Brasil, mas exis-te a possibilidade de um crescimento com menor intensidade. O mercado interno é muito precioso para o setor porque mais de dois terços da produ-ção é consumida no País. Esse merca-do se mantém bem mais estável que o externo. “Pelo preço baixo, o produto chega à mesa de todos. Às vezes che-ga tão barato que não dá lucratividade ao setor”, diz Turra. Para o mercado externo, a previsão é de crescimen-to. Segundo o presidente da Ubabef, a perspectiva de aumento é de 3% a 5%. Em termos de exportação, isso equivaleria a 150 mil toneladas e em produção 240 mil toneladas.

A situação dos produtores brasilei-ros, que na maior parte são integra-dos, também não é tão confortável. Problemas com a falta de legislação específica que regulamente o setor, até queda nos preços como reflexos dessa instabilidade do mercado atin-gem em cheio quem cria as aves para alimentar os brasileiros. O produtor integrado Fábio Leme, cuja granja está situada em Mineiros, Sudoeste goiano, explica que em curto prazo, o criador de aves não sente diretamente as altas e baixas no preço, porque a indústria retém os aumentos e repro-grama os abates de acordo com a de-manda e os preços. Porém, em médio e longo prazos, os reflexos aparecem e apertam o avicultor.

Fábio explica que a produção de aves no município de Mineiros tem foco na exportação, por isso, quando as vendas caem, fatalmente vão refle-tir em algum momento na região. Ele conta que a crise de 2008, por exem-plo, reflete até hoje para os criadores

Efeitos da crise

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Fábio Leme acredita que o criador de aves não sente diretamente as variações do mercado porque a indústria reprograma os abates de acordo com a demanda

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Tramita na Câmara Federal e no Se-nado dois projetos sobre a integração entre avicultores e indústria, um em cada Casa. Para Turra, o sistema de integração é uma “benção” para o in-tegrado e para o integrador. “A avi-cultura não existiria sem integração, pois não há como os avicultores in-dependentes terem produção própria. O marco legal é importante para dei-xar tudo esclarecido e manter o setor como o maior exportador de carne de frango e o terceiro maior produtor do mundo”, destaca.

Para Fábio Leme, o produtor de aves precisa ser ouvido. Também é essen-cial que haja uma lei sobre integração. A discussão é necessária, pois o setor precisa de uma norma que o regula-mente e que garanta tranquilidade para o produtor integrado ante à con-centração das indústrias. Para o dire-tor técnico da Superfrango, Roberto

Jardim Filho, o problema da integração praticamente não existe em Goiás, pois as empresas e granjas são mais novas. “A relação é tranquila, onde existem muitos conflitos é na região Sul do País. Aqui a remuneração é compatível com a atividade”, argumenta.

Turra explica que das propostas, tanto a que tramita no Senado quanto a que está na Câmara, devem ser ex-traídas uma média que contemple os interesses de integrador e integrado. “A discussão continua, temos que ir avançando. Temos um grupo de tra-balho que acompanha esses projetos porque a nossa entidade representa os dois lados, produtor e empresa. Não temos como tomar partido para um lado. Queremos um marco legal de-finitivo e absolutamente dentro dos padrões, para que o instrumento se aprimore cada vez mais e não se des-trua”, finaliza.

Integração é a melhor opção

de aves, pois o mercado começou a se recuperar de forma consolidada neste ano. Segundo ele, os efeitos das oscilações chegam mais ou me-nos em seis meses.

O diretor técnico da SuperFran-go, uma das maiores indústrias do segmento de Goiás, Roberto Morais Jardim Filho, diz que os efeitos das oscilações de preços e vendas prati-camente não chegam para o produtor. No caso da SuperFrango, ele expli-ca que a empresa faz uma média de preço baseada na tabela de custo de produção do avicultor e a partir daí, formula o preço.

A empresa conta hoje com 250 inte-grados e 90% do mercado consumi-dor da SuperFrango é nacional. Nas instalações da indústria são abatidos 225 mil aves dia e a previsão de cres-cimento para 2012 é de 5% e para 2013 de 10%. Segundo Morais, o fator primordial que garante o crescimento da empresa é o aumento no consumo interno de carne de frango.

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Roberto Morais Filho diz que os efeitos das oscilações de preços praticamente não chegam para o produtor

Produção integrada de aves no Sudoeste goiano é a alternativa para produtores

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Perto de um consenso

CÓDIGO FLORESTAL

Próximo de um resultado final, texto

substitutivo do Código Florestal passa pelo

Senado e ganha algumas mudanças.

Na sequencia, projeto segue para Câmara

dos deputados e, posteriormente,

sanção presidencial rhudy crysthian | [email protected]

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Os senadores aprovaram no início de dezembro o projeto do novo Có-

digo Florestal, substitutivo de autoria dos senadores Luiz Hen-rique (PMDB-SC) e Jorge Viana (PT-AC) para o texto do então deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), aprovado na Câmara dos Deputados em maio deste ano. Foram 59 votos a favor e sete contrários ao texto base. O ple-nário rejeitou quatro destaques ao texto. O projeto volta agora para a Câmara dos Deputados, onde será analisado e votado. Na sequência, seguirá para san-ção presidencial.

Segundo o responsável pela área de meio ambiente da Fede-ração da Agricultura e Pecuária Goiás (Faeg), Marcelo Lessa, não será mais possível apresentar emendas contendo nova redação criando novos artigos na Câmara dos Deputados. Os Deputados irão basicamente referendar o texto, podendo rejeitar partes do projeto, através do pedido de su-pressão de artigos. Imaginando um cenário mais crítico, os De-putados poderão até mesmo, em último caso, rejeitar na íntegra o texto aprovado pelos Senadores.

A presidente da Confedera-ção da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a senadora Kátia Abreu, afirmou que depois de 15 anos, o Congresso Nacional percebeu a necessidade de atu-alização da legislação ambiental. “O Congresso vota sim pelo Bra-sil, pelos produtores rurais, pelo emprego e pela alimentação do povo brasileiro”, afirmou. Na avaliação da senadora, mesmo que o texto não agrade integral-

mente a todos, foi o possível den-tro dos entendimentos.

Para a senadora, houve im-portantes avanços no texto, como a consolidação das áreas de produção. Ela também recha-çou a possibilidade de anistia de multa aos produtores rurais no novo Código Florestal, expli-cando que os produtores terão de recuperar áreas de vegetação nativa nas suas propriedades, convertendo as multas em ser-viços de preservação ambiental. Disse também que os produto-res, mesmo apoiando o novo Código, terão de recompor pelo menos 30 milhões de hectares.

A presidente da CNA acres-centou que a área coberta com vegetação nativa no Brasil, que hoje ocupa 61% do território, deverá aumentar em 5%. Se-gundo a senadora, a ampliação da parcela preservada do País mostra que o País manterá uma atividade rural sustentável, mostrando uma agropecuária que é modelo para o mundo. Destacou, também, o potencial brasileiro de ampliação da pro-dutividade, triplicando a pro-dução de carnes e dobrando a produção de grãos sem precisar suprimir novas áreas de flores-tas e cobertura vegetal original.

O senador Jorge Viana afir-mou que o novo Código Flores-tal garantirá segurança jurídica aos produtores rurais. Segundo ele, com o novo Código, não ha-verá licença aos que desmataram ilegalmente. “Essa proposta cria condições para que o desmata-mento ilegal no Brasil seja zero”. (com informações da Agência Senado)

Fonte: Faeg

• Áreas de Preservação Permanente (APP) a

partir da borda da calha do leito regular dos

cursos d’água.

• Dispensa APPs nos reservatórios d’água

artificiais não decorrentes de barramento de

cursos d’água.

• Exclusão das várzeas como APP para as

que estiverem fora dos limites da mata ciliar

do curso d´agua.

• Manutenção de todas as atividades agros-

silvipastoris em inclinações entre 25° e 45°.

• Possibilidade de redução do percentual

de Reserva Legal para 50% quando o Estado

as tiver em percentual superior a 65%.

• Dispensa da necessidade de averbação

da Reserva Legal em cartório de registro de

imóveis.

• Necessidade de demonstração de nexo

causal nos casos de incêndios florestais.

• Exigência de criação pelo Governo de um

programa de pagamento por serviços am-

bientais em até 180 dias .

• Conversão das multas aplicadas até 22 de

julho de 2008 através do Programa de Regu-

larização Ambiental.

• Delegação de competência aos Estados

para tratar de assuntos peculiares na elabo-

ração do PRA.

• Consolidação de atividades agrossilvi-

pastoris, de ecoturismo e de turismo rural

iniciadas até 22 de julho de 2008

• Estabelecimento de exigência de recom-

posição de APPs, sendo de no mínimo 15 é

no máximo 100.

• Garantida a manutenção das residências

e infraestrutura nas APPs em áreas conso-

lidadas.

• As propriedades que estiverem com os

percentuais de áreas nativas superiores aos

exigidos no Código Florestal, serão incluídas

no sistema de Cotas de Reserva Ambiental.

• As propriedades que estiverem com per-

centual inferior aos exigidos no Código Flo-

restal, poderão comprar títulos de CRA.

• Possibilidade de recomposição com até

50% de espécies exóticas aumentando a

possibilidade de renda na RL .

• Para propriedade abaixo de quatro módu-

los fiscais não será exigida a Reserva Legal.

• Autorização para que a CAMEX estabele-

ça restrições às importações de produtos ad-

vindos de países que não observem padrões

de proteção ambiental compatíveis com as

do Brasil.

O que diz o novo Código

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Reserva Legal O novo projeto muda a área de conservação

obrigatória em determinadas situações (desde que autorizada pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente): cai para 50% da propriedade, se ela estiver em um estado que tiver mais de 65% do território ocupado por unidade de conservação ou terras indígenas.

Agricultura familiar Propriedades rurais com até quatro

módulos fiscais, podem ficar isentos de recompor a Reserva Legal.

ReflorestamentoPropriedades de qualquer

tamanho poderiam compen-sar multas por desmatamento ilegal antes de 2008 com re-florestamento.

Cultivos de APPs O novo texto do Código autoriza o

uso de APPs para alguns tipos de cul-tivo. Também a pecuária ficaria per-mitida em encostas de até 45 graus. 15 metros de faixa de mata para os cursos d’água mais estritos

Mantem os mesmos percentuais mínimos de preservação da legislação anterior. Porém, altera o cálculo da Reserva Legal dentro da propriedade. Antes, as APPs eram somadas às Reservas. Agora, a Reserva já inclui as APPs. Porcentual de Reserva Legal por bioma

O que muda

Amazônia – 80% outros tipos de vegetação – 20%

Cerrado – 35%

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Para o responsável pela área de meio ambiente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Marcelo Les-sa, o resultado da votação no Senado não poderia ser de outra forma, pois se fosse 100% de acordo com um dos lados, significaria que houve favoreci-mento ou desequilíbrio. “O texto bus-ca justamente esse equilíbrio entre a produção e a preservação”. Ele acredita que a polêmica está perto de acabar.

Segundo Marcelo, foram praticamen-te três anos seguidos de discussão. O Projeto veio da Comissão Especial de Meio Ambiente da Câmara após um longo debate, depois foi para plenário da Câmara para sua aprovação com 410 votos favoráveis e apenas 63 con-trários. Em seguida o texto foi enviado ao Senado Federal onde foi novamente debatido e aprovado nas Comissões de Constituição e Justiça, de Ciência e Tec-nologia, Agricultura e por fim na Co-

missão de Meio Ambiente até ser colo-cado em votação no Plenário do Senado agora em dezembro. “Assim, depois de todas essas etapas, falta apenas com-pletar a última, que é a votação final novamente no plenário da Câmara dos Deputados”, disse.

Para Marcelo Lessa, a maioria das 26 emendas foi de ajustes textuais e não houve grandes mudanças em re-lação ao que havia sido proposto an-tes. (veja alguns dos artigos do novo texto na página 23).

O principal ponto a ser melhorado, na opinião do responsável pela área de meio ambiente da Faeg é a restrição à produção em áreas com inclinação entre 25 graus e 45 graus. “Em Goiás, principalmente na região entre Goiânia e Itumbiara, há muitos trechos de terra com essa inclinação. Mas de certa for-ma há uma consolidação das áreas pro-dutivas já existentes”, observa.

Uma forma de contornar essa restri-ção é adotar um plano de manejo flo-restal sustentável. “O problema é que essa alternativa tem um custo muito elevado. Principalmente, para o pe-queno produtor, que gastaria aproxi-madamente R$ 20 mil. Outro aspecto questionável é que o plano de manejo só prevê a implementação de ativida-des de baixo impacto, no lugar da soja, que é lucrativa. A receita que será obti-da não compensa o ônus da operação”, compara.

O secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado de Goiás (Semarh) Leonardo Vilela destacou que, entre as mudanças mais importantes aprovadas no texto do relator da maté-ria, está a que deixa para os conselhos regionais a determinação do porcentual das Áreas de Preservação Permanente, em casos de bacias hidrográficas consi-deradas em situação crítica.

Produtor vê com ressalvas

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Reuniões, congresso e visitas técnicas fizeram parte da programação em visita ao Uruguai

cleiber Di ribeiro | [email protected]

Em busca do conhecimento

Buscar conhecimento na área de pecuária leiteira foi o objetivo da Missão Técnica ao Uruguai reali-

zada pela comitiva goiana de 42 pessoas formadas por produtores rurais, diri-gentes sindicais e técnicos do Sistema Faeg/Senar, Sindicatos Rurais e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae Goiás). A viagem, rea-lizada na segunda quinzena de novem-bro, foi dividida entre reuniões com a Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA, participação no Congresso da Federação Panamericana do Leite (Fepa-le), em Punta Del Leste, e visitas técnicas às propriedades rurais, ao laboratório de certificação e ao Instituto de Pesquisa Agropecuária em Montevidéu e outras localidades daquele País.

O grupo conheceu duas propriedades rurais com realidades diferentes. A pri-meira, localizada no Departamento San Jose, há 220 quilômetros de Punta Del

Leste, denominada El Charabon. Com 590 hectares, a propriedade realiza duas ordenhas diárias, às 11 horas e às 23 horas, em 150 animais da raça ho-landesa e que rendem 18 litros de leite por animal/dia. O veterinário responsá-vel pela propriedade, Nestor Miravalle, explicou que o sistema de produção é profissional e inclui a participação dos funcionários nos lucros da propriedade. O gestor comentou ainda de um proble-ma comum enfrentado pelos produtores rurais da região, que é a falta de mão de obra para pecuária de leite. “Temos per-dido nosso funcionário de pecuária para a área de reflorestamento”, reclama.

A segunda propriedade visitada pelo grupo foi a Raul Geymona. Com 246 hectares em Colônia Valdense, a fazen-da é distante 64 quilômetros de Monte Videl e também realiza duas ordenhas por dia nas 160 vacas da raça holan-desa. Nesta propriedade, que possui

administração familiar há mais de 50 anos e está em sua terceira geração, a ordenha é realizada as quatro da ma-nhã e às 16 horas. O motivo de sua es-colha como destino da comitiva foi a forma eficiente com que é realizada a suplementação alimentar do gado.

ExperiênciaToda a produção leiteira das duas pro-

priedades é vendida para uma coopera-tiva nacional dos produtores, que detém aproximadamente 70% do mercado uru-guaio. O preço do leite pago ao produtor equivale a R$ 0,80 por litro. No Uruguai, a valor pago ao produtor é estabelecido com base na composição nutricional do produto e no controle de qualidade do alimento entregue à indústria. “Há um aproveitamento de tudo durante o pro-cesso da produção. Um manejo muito bem feito com data e época correta para todas as etapas”, comenta o produtor

Ao centro, José Mário Schreiner lidera Missão Técnica para o Congresso da Fepale

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MISSÃO TÉCNICA

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rural do município de Pontalina, Arthur Filho, que ficou impressionado com a organização da propriedade rural uru-guaia durante a visita.

O gerente de estudos técnicos e eco-nômicos da Faeg, Edson Alves, acom-panhou de perto os dados divulgados pelos produtores uruguaios sobre produção agropecuária e destaca a di-ferença no mercado leiteiro dos dois países. “Os produtores goianos fica-ram impressionados pelo fato de o leite uruguaio ser vendido o ano todo pelo mesmo preço. Em 2011 não houve picos de elevação ou baixa no preço do pro-duto como ocorre no Brasil”, ressaltou.

A comitiva goiana no Uruguai co-nheceu também bons exemplos de participação ativa do setor produtivo rural em entidades uruguaias. O pri-meiro deles foi o Laboratório Tecnoló-gico do Uruguai (Latu), localizado em Montevidéu. Criado em 1965, o labora-tório oferece serviços ao setor público e privado daquele País nas áreas de tec-nologia, gestão, diagnóstico e proces-sos. O Latu trabalha diretamente com a permissão e a certificação de alimentos industrializados destinados ao merca-do uruguaio interno e externo.

Segundo o presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner, a im-portância do Latu deve-se ao fato de o laboratório ter sido criado por uma iniciativa do setor privado do Uruguai, que se organizou para resolver um problema do país frente à concorrên-cia internacional. “É fundamental que os integrantes da comitiva conheçam e entendem o funcionamento do Latu. É um sistema de organização privado que o mundo todo utiliza”, explica.

Para José Mário, a criação do labora-tório agregou qualidade e credibilidade ao Uruguai para que o país exportasse seus produtos de produção primária para o mundo. “Hoje o país depende das exportações. Aproximadamente 60% delas são provenientes apenas do

leite produzido no país e o laboratório garante essa qualidade”, salienta.

O outro exemplo de excelência em gestão participativa com o setor rural visitado pelo grupo foi o Instituto Na-cional de Pesquisa Agropecuária do Uru-guai (INIA). O instituto representa para os uruguaios, o mesmo que a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para os brasileiros. O objetivo do instituto é busca melhorar as carac-terísticas dos produtos agroindustriais e aumentar os sistemas de produção para elevar a competitividade do Uruguai.

A instituição foi também criada pela iniciativa privada e possui representan-tes de produtores rurais em sua ges-

tão. Seus recursos são provenientes do montante de 0,4% de tudo o que é comercializado pelo setor agropecuá-rio do país, com o acréscimo de mais 0,4% repassado ao instituto pelo Go-verno. Segundo José Mário, o INIA é uma instituição privada de interesse público e um bom exemplo de como o setor privado pode se agrupar para resolver seus problemas. “Se replicás-semos o exemplo do INIA em Goiás, seriam mais de 80 milhões de reais ar-recadados para aplicação de tecnologia direcionada ao campo. Posso ser um sonhador, mas com esse recurso con-seguiríamos dobrar a produção agro-pecuária de Goiás”, ressalta.

Setor privado

Comitiva da Missão Técnica em visita a propriedade uruguaia El Charabon, em San Jose.

Missão visita sala de teste de receita no Laboratório Tecnológico do Uruguai (Latu)

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Produtores e indústria leiteira Argentina fecham acordo definindo cota mensal de importação láctea. Atualização de preços também muda

Evaldo Gonçalves | [email protected]

especial para Revista Campo

Cadeia leiteira

protegida

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o Centro de Indústria Leiteira da

Argentina (CIL) chegaram ao acordo fi-nal sobre a quantidade de leite em pó que a Argentina poderá exportar men-salmente ao Brasil. O documento foi assinado no dia 16 de novembro por Miguel Angel Paulón, representante da indústria argentina e Rodrigo Sant’Anna Alvim, em nome dos produtores bra-sileiros. O tratado foi formalizado du-rante a Assembleia Geral da Federação Pan-Americana do Leite (Fepale), reali-zada em Punta Del Leste, no Uruguai.

O limite de importação começou a va-ler em primeiro de novembro e terá du-ração de um ano. Nesse período o País recebera até 3,6 mil toneladas do lácteo argentino por mês. A Revista Campo tratou deste tema na edição de outubro.

A negociação encampada pela CNA, representando o setor produtor lácteo nacional se estendia desde abril, quan-do expirou o acordo anterior que esta-belecia um teto mensal de 3,3 mil tone-ladas. Sem o acordo, nos oito primeiros meses de 2011, o País vizinho exportou 56 mil toneladas para o Brasil, ante 52 mil toneladas adquiridas pelo mercado

brasileiro durante todo o ano de 2010. A proposta inicial dos portenhos era a de que o Brasil pudesse receber até 5 toneladas de leite em pó por mês.

O Presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA, Rodrigo Alvim, ressalta a importância de se estabelecer um limite para as impor-tações vizinhas. “O tratado possibilita que o produtor brasileiro se planeje.” Dessa forma, o produtor de leite es-capa da imprevisibilidade, sabendo quanto de leite entrará no País, pres-sionando os preços para baixo. De acordo com Alvim, a demora na nego-

Em 2010, foram importados 52 mil toneladas de leite da Argentina.Nos oito primeiros meses de 2011 foi importadas 56 mil toneladas do produto

IMPORTAÇÃO

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ciação entre brasileiros e argentinos se deve ao fato de ambos os países serem membros do Mercosul. “Como parte de um mercado comum não podemos barrar completamente a importação da Argentina, mas o limite estabele-cido protege nosso produtor”, explica.

Complementando as afirmações de Rodrigo Alvim, o superintendente do Senar em Goiás, Marcelo Martins, afir-ma que o teto estabelecido permite que o sistema produtivo nacional ad-ministre a sua produção. “As importa-ções provocam uma queda nos preços, uma vez que aumentam a oferta do leite no mercado.” destaca. Além de poder prever quanto de leite estrangei-ro entrara no País, outra vantagem do acordo assinado com a Argentina é a

forma como ele será pago. O valor de mercado estabelecido para as impor-tações é o praticado na Oceania, que é atualizado a cada quinze dias.

MetasO estabelecimento de metas de im-

portação da Argentina é facilitado, uma vez que o país portenho também restringe a compra de determinados produtos brasileiros, como os eletro-domésticos da linha branca. Ao mesmo tempo, os próprios argentinos estavam preocupados em reestabelecer o acor-do, devido ao fato de que eles vinham perdendo espaço nas vendas de lácteos diante do crescimento do comércio en-tre Brasil e Uruguai. Em 2008 o Brasil importou 30 mil toneladas de leite em

pó, dos quais 74% foram provenientes da Argentina e 15% do Uruguai. Até ou-tubro desse ano, das 74, 7mil toneladas que entraram no mercado brasileiro, 54,5% são de origem portenha, enquan-to 39% foram compradas do Uruguai.

A importação de queijos também preocupa o governo e os produtores brasileiros. Em 2010, o País comprou 21 mil toneladas do produto, quantida-de pouco superior às 20 mil toneladas vendidas pela Argentina até outubro de 2011. Entretanto, eles não foram incluí-dos no acordo assinado entre a CNA e o CIL. De acordo com Marcelo Martins, as negociações aguardam que o governo brasileiro faça uma avaliação da quanti-dade disponível de licenças para que os argentinos possam exportar o produto.

Eduardo de Souza Iwasse é produtor de leite em Piracanjuba. Ele afirma que vê o acordo com bons olhos. O produ-tor percebeu uma queda acentuada nos preços do principal fonte de renda do município onde ele produz. “Em Pira-canjuba, os preços pagos ao produtor em outubro caíram R$ 0,10 em relação a setembro.” Segundo Eduardo, a queda foi maior que a esperada e ocorreu an-tes do planejado. “Em 2010 os preços se mantiveram no mesmo patamar até o começo de dezembro”, relembra. Para o pecuarista, a garantia de que as impor-tações terão limite permite que prepare a produção para o próximo ano.

Outro motivo que desestimula o produtor foi levantado pelo diretor de produção da Cooperativa Mista dos Produtores de Leite de Morrinhos (Complem), Jânio Matias. De acordo com Jânio, além do surto de importa-ção, os varejistas pressionam a deman-da, fazendo com que os preços caiam. “As grandes redes de supermercados forçam a queda. Assim que chove, eles diminuem o valor pago aos laticínios, o que levaria à redução do preço ofe-recido aos produtores.” Segundo Jânio Matias, a Complem, subsidia seus as-

sociados. “Por sermos uma cooperati-va, em novembro, ainda mantínhamos o preço que praticávamos em setem-bro, embora haverá uma redução em dezembro.” exemplifica.

O Brasil tem um mercado consumi-dor de leite significativo, com um con-sumo da ordem de 30 bilhões de litros/ano. Ao mesmo tempo, o potencial de produção nacional está em um patamar parecido. O leite brasileiro é produzido, em sua maior parte, por pequenos pro-dutores e por cooperativas. Goiás tem cerca de 60 mil produtores de leite,

enquanto o Brasil tem 1,3 milhão. Boa parte deles em pequenas propriedades, que tem a atividade como principal fonte de renda familiar, fato ressaltado pelo produtor piracanjubense. “A eco-nomia de Piracanjuba gira em torno do leite. Noventa por cento das proprieda-des trabalham com pecuária leiteira,” desabafa. Em relação à instabilidade do negócio, outro produtor, Evonilton Ro-drigues Leite, de Caiapônia, afirma que reduziu a produção de sua propriedade. Para ele, falta incentivo do governo e falta proteção ao pecuarista.

Linha de produção

O produtor Eduardo Iwasse reclama da queda acentuada nos preços do leite brasileiro

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Programa de gestão da produção artesanal capacita artesãos e se torna uma nova

alternativa de renda para famílias rurais rhudy crysthian | [email protected]

Criatividade no campo

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Em Goiás, o artesanato estimula o empreendedorismo social rural. O trabalho, feito em comunida-

des e áreas rurais, gera renda para as famílias trabalhadoras e os produtos fazem sucesso no Estado afora. As fei-ras de presentes e design movimentam uma fatia importante da renda dessas comunidades de artesãos. Para esti-mular e orientar essas comunidades o Serviço Nacional de Aprendizagem

Rural (Senar), em Goiás, disponibiliza um Programa de Gestão da Produção Artesanal, o Proarte.

De acordo com a gestora do Pro-grama, Fátima Araújo, a ideia é as-sessorar grupos de pessoas que tra-balham com artesanato em pontos específicos da produção como a qua-lidade dos produtos e criação de no-vas peças. Ela afirma que o Programa também oferece assistência mercado-

ARTESANATO

Antônia Pachego trabalha com peças natalinas dentro do Proarte

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lógica em formação de preços, empreendedo-rismo e liderança.

O ambiente de trabalho não poderia ser me-lhor. “O negócio é você trabalhar com amor e carinho. Se você tem amor no que faz, tudo sai bom”, afirma a artesã Antônia Pacheco Go-mes, do município de Ordália, em Itauçú. As mulheres colocam a conversa em dia enquanto trançam, pintam e amarram. Mas os olhos fi-cam atentos ao movimento das mãos. Mais de 90% dos participantes são mulheres.

Ela produz artesanato há dois anos. Geral-mente, trabalha com peças natalinas e cai-xas de presentes. Ela usa matéria-prima como fibras, papel, cabaças, pinhas entre outras. Antônia conta que conheceu os cursos do Se-nar ajudando o esposo nos trabalhos na pro-priedade. “Nunca imaginei que conseguiria produzir artesanato. A cada dia me encanto e identifico mais com o trabalho. É uma renda que eu não esperava”, diz. A artesã afirma que na comunidade onde vive as oportunida-des de emprego são restritas e a renda gerada do artesanato supre a falta de opção no mer-cado de trabalho.

NatalA artesã, Dione Barbosa Pinheiro, de Bela

Vista de Goiás, já comercializa seus produtos na capital. Ela trabalha mais com produtos voltados para datas comemorativas como Na-tal, Dia das Mães, Páscoa, entre outras. Ela produz presépios natalinos, árvores decorati-vas feitas de cipó e outros materiais que va-lorizam a matéria-prima extraída do Cerrado como fibra de bananeira e palha de milho. “Eu já participei de uma série de cursos li-gados ao artesanato, como o de produção de flores artificiais. Estou muito satisfeita com os resultados do nosso esforço”, comemora. O esposo de Dione também trabalha com ela.

A gestora do Proarte, Fátima Araújo, co-menta que o Programa está muito focado na qualificação da mão de obra do artesão. Des-de sua implantação efetiva, no início de 2011, o Programa já atendeu mais de 100 pessoas de Norte a Sul de Goiás. Um grupo em Alexâ-nia já abriu sua própria loja, outro grupo em Monte Alegre de Goiás pretende fazer o mes-mo. “Essas pessoas que vivem em comunida-des rurais mais carentes começam a enxergar novas oportunidades de trabalho e de reforço da renda familiar”.

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A artesã Dione Barbosa Pinheiro, de Bela Vista de Goiás já comercializa seus produtos na capital

Produtos criados pelas alunas do Proarte

Turma de alunas do Proarte do município de Ordália

Turma de alunas do Proarte do município de Ordália

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CAMPO RESPONDE

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Qual deve ser o modelo ideal, inclusive orçamento, de um abatedouro de ovinos e caprinos? José Océlio do Nascimento

A pedido da Comissão Nacional de Ovinos e Caprinos da Confederação Nacional da Agricul-tura e Pecuária do Brasil (CNA), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) elaborou um modelo de planta frigorífica de ovinos e caprinos, que serve também para outros animais, com todas as especificações técnicas aprovadas pelo Ministério, porém, não acompanha o orçamento. Ele está disponível no site da CNA pelo link: http://www.canaldopro-dutor.com.br/sites/default/files/Plantas-caprino-eovinos.pdf

CONsultOrA: CHrIstIANE rOssI, assesso-ra técnica da Faeg para a área de pecuária.

Envie suas dúvidas para [email protected]. Não se esqueça de colocar nome completo, a região onde mora e a cultura que produz. Envie-nos também fotos do assunto que pretende obter resposta.

Gostaria de parabenizar a todos os responsáveis pela Revis-ta Campo. É uma publicação de ótima qualidade, apresenta assuntos de forma clara e consistente. Como professora, tenho usado alguns assuntos de extrema relevância, como “Código Florestal” e outros em sala de aula, para alunos do quinto ano. Não sou produtora rural, mas sei admirar os que o fazem!laurinda rodrigues da silva

Professora Laurinda, ficamos muito felizes em agradar leitores como você. Estamos muito contentes também com seu carinho e atenção. Nesta edição trouxemos uma matéria especial sobre o Código Florestal que irá ajudá-la ainda mais com seus alunos.

EquIpE dA rEVIstA CAMpO

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DELÍCIAS DO CAMPO

Receita elaborada por Cristiano Ferreira, instrutor de Cozinha Rural do Senar, em Goiás.

Panetone caseiro de frutas cristalizadas

PAnetOneMaterial: Formas de panetone de 500 g Essência de panetone1º Passo: Misture o leite com a água, o fermento, o açúcar, a margarina, os ovos, o óleo, mexa e vá colocando a fa-rinha de trigo e o sal até a massa secar e soltar da vasilha.2º Passo: Deixe a massa crescer por (no mínimo) 40 minutos. 3º Passo: Divida a massa em 4 porções20 gotas de essência de panetone200 gramas frutas cristalizadas corta-das em pedaços pequenos (abóbora, casca de melancia, casca de laranja e de limão, figo) 4º Passo: A essência de panetone e as frutas cristalizadas picadas devem ser adicionadas à massa logo após ela ter sofrido a primeira fermentação. A quantidade do recheio depende do tipo

de receita que está sendo preparada.5º Passo: Abra a massa e coloque a essência e as frutas cristalizadas, amasse suavemente para incorporar todos os ingredientes. Forme uma bola, boleando-a com óleo na mesa. Acomodar a bola de massa em uma forma de papel encerado.6º Passo: Deixar o panetone fermentar até dobrar de volume. 7º Passo: Leve para assar em forno médio pré-aquecido (150ºC), por 50 minutos ou até dourar.

•Estareceitafoiumcasamentoperfei-to entre dois treinamentos do Senar em Goiás, o treinamento de Produção Ca-seira de Alimentos / Vegetais (Doces), onde foram feitos os doces cristaliza-dos e o Treinamento de Panificação Ru-ral, onde se aprende a fazer o panetone.

MASSA:

2 copos de leite 1 copo de água 2 envelopes de fermento seco para pão½ copo de açúcar 2 colheres de sopa de margarina (cheias)2 ovos½ copo de óleo1 colher de sobremesa de sal1 kg e meio de farinha de trigo ou até dar o ponto

Cristi

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Ferr

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Envie sua sugestão de receita para [email protected] ou ligue (62) 3096-2200.

Rendimento:

4 panetones

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CASO DE SUCESSOJa

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Os irmãos Emival, tobias e Celson participaram de treinamentos no senar de plantio e tratamento de madeira e começam a colher os resultados

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Como participarOs interessados em treinamentos e cursos do Senar Goi-ás no município de Cocalzinho devem entrar em contato com o Sindicato Rural pelo telefone: (62) 3339-1126.

O trio de irmãos composto pelo aposentado Emival Pereira Soares, pelo funcionário da

iniciativa privada Tobias Pereira So-ares e pelo produtor rural, Celso Pe-reira Soares, pensaram, calcularam e resolveram plantar eucalipto. Eles ergueram uma floresta de eucaliptos no município de Cocalzinho, distante 129 quilômetros de Goiânia e em breve pretendem plantar um tipo de árvore que, segundo eles, promete ser mais lucrativa que o mogno: o guanandi.

O grupo fez treinamentos no Senar de plantio e tratamento de madeira, olericultura e horta orgânica. Os ir-mãos até chegaram a trabalhar com hortas, mas o interesse pela madeira foi maior. Eles argumentam que o plantio ocorreu para aproveitar melhor a pro-priedade e pelo fato dessa atividade não ser muito dispendiosa de tempo e nem de manejo. Embora tenham feito o curso há pouco mais de um ano, eles já haviam plantado o eucalipto antes, porém, de acordo com eles, o treina-mento foi o divisor de águas.

Segundo Tobias, as técnicas re-

passadas pelo Senar ajudaram a melhorar a qualidade do trabalho que já desenvolviam, o que lhes deu oportunidade de agregar um va-lor ainda maior ao que plantavam. “Durante o treinamento, vi aumen-tar meu interesse pela atividade”, afirma. Foram plantados 24 hecta-res de eucalipto na propriedade da família, com cerca de 1.100 árvores por hectare.

De acordo com Emival, o eucalipto tem três datas de corte com sete, 14 e 21 anos. Cada corte tem uma destina-ção diferente. Os irmãos já estão com uma encomenda de três mil estacas para fazer lenha. No momento, eles estão tratando o máximo de toras possível para atender a encomenda, mas querem plantar mais dois hecta-res da árvore esse ano. Quanto aos benefícios do plantio de eucalipto, Tobias acredita que plantar floresta reduz o desmatamento e, do euca-lipto, quase tudo se aproveita como as folhas, a madeira e a casca. “Está valendo a pena ter acreditado nessa cultura”, explica.

Histórico O primeiro plantio realizado pelos

irmãos foi em 2004, eles contrataram uma empresa que fez todo o traba-lho e já entregou as mudas plantadas. Após essa primeira etapa, eles assu-miram as tarefas. Um dos resultados gerados pelo eucalipto foi a economia na construção da cerca da proprieda-de. Já estão prontos 600 metros de cerca e outros 400 metros estão pres-tes a serem concluídos.

Sem cogitar a possibilidade de abandonar o plantio de eucalipto, os irmão se preparam para entrar em ou-tra atividade semelhante, o plantio do guanandi. Segundo eles, essa madeira nobre é uma poupança para o futuro, pois o primeiro corte só pode ocorrer com 18 anos depois de plantada. A madeira que possui valor maior que o mogno é febre no Sul e Sudeste do País, tem o custo médio para a produ-ção de cinco hectares de R$ 60 mil. Porém, os mesmos cinco hectares de madeira em pé valem R$ 3 milhões e serrada R$ 6 milhões. “Será nossa poupança para o futuro”, diz Tobias.

Depois de participar de treinamentos do Senar, grupo de irmãos em Cocalzinho decide investir em plantação de eucalipto e esperam a hora do corte

para contabilizar os lucrosKarine rodrigues | [email protected]

Floresta lucrativa

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CURSOS E TREINAMENTOS

eM nOVeMBRO, O SenAR PROMOVeU

376 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL

34

Na área de

agricultura

Em ativida-

de de apoio

agrossilvipas-

toril

102

Na área de

silvicultura

17

Na área de

agroindústria

3

Na área de

aquicultura

15

Na área de

pecuária

125

Em atividades

relativas à

prestação de

serviços

47

cristiano Ferreira da silveira | [email protected]*

Suinocultura em alta

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68 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL

33

Alimentação

e nutrição

Organização

Comunitária

5

Saúde e

Alimentação

2

Prevenção

de acidentes

7

Artesanato

17

PRODUTORES E

TRABALHADORES

RURAIS

CAPACITADOS

4448

*Cristiano Ferreira da silveiraé tecnólogo em gastronomia e instrutor de Cozinha Rural do Senar, em Goiás.

No mês de dezembro, o consumo de carnes de suínos aumenta devido às festas de fim de ano que oferecem no cardápio opções em

pernil ou leitões assados entre outros cortes do ani-mal. Os esforços do Projeto Nacional de Desenvol-vimento da Suinocultura (PNDS) em diferenciar cor-tes mais magros, saudáveis e saborosos têm como foco alcançar um maior mercado de consumidores cada vez mais exigentes e preocupados com a saú-de, aliada ao sabor da carne suína. Para preparar os profissionais para atender à essa nova vertente de consumidores, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), em Goiás, oferece treinamentos volta-dos para a suinocultura de corte.

Com o público alvo no produtor e trabalhador rural, esse treinamento tem como objetivo fornecer condições ao profissional em reconhecer as princi-pais técnicas de criação de suínos para preparar o animal para oferecer carnes de qualidade. Outras modalidades do treinamento abordam os sistemas de produção, o manejo de matrizes, leitões e repro-dutores, a castração, a alimentação e doenças dos animais. Para participar o interessado deve ter idade mínima de 18 anos. O treinamento tem duração de 14 horas com 16 vagas em cada turma.

Para mais informações sobre os treinamentos e cursos oferecidos pelo Senar, em Goiás, o contato é pelo telefone: (62) 3545-2600 ou pelo site: www.senargo.org.br

rhudy crysthian | [email protected]

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CAMPO ABERTO

“Grandes mudanças não acontecem quando a sociedade adota novas ferramentas. Acontecem quando a sociedade adota novos comportamentos”. A afirmação é do professor da Univerdade de New York, Clay Shirk, e refere-se aos inúmeros meios de comunicação social. No entanto, ela serve muito bem para elucidar uma característica comum na agricultura brasileira.

Os cultivos, sejam eles de qualquer cultura, possuem ferramentas bem constituídas para estabelecer atividades em sintonia com a responsabilidade socioambiental e as boas práticas agrícolas, mas apenas a instituição de regras ou fornecimento de tecnologias não é garantia da utilização correta e permanente desses recursos. É certo que o respeito às normas é fundamental. Mas é principalmente o diálogo, conscientização e capacitação dos profissionais do setor que incentivam e viabilizam a adoção de práticas agrícolas sustentáveis.

Para isso, é preciso, de fato, que os profissionais envolvidos entendam e abracem o conceito de responsabilidade social e

ambiental e os benefícios que podem ser conquistados a partir de todo este processo que podemos chamar de Agricultura Sustentável.

Para proteger as famílias e os campos brasileiros, é preciso tecnologia de ponta e produtos eficazes, mas, é necessário acima de tudo de informação, conhecimento e educação para a família rural. Ao difundir os hábitos sustentáveis, é possível instituir uma nova mentalidade voltada à adoção de boas práticas e diminuir de maneira significativa os danos à saúde, ambiente e qualidade de vida dos profissionais envolvidos, bem como minimizar os impactos ao meio ambiente.

Nesse contexto, o grande desafio enfrentado pelas indústrias e entidades do setor agrícola é planejar, organizar, inovar e desenvolver formas de educar e levar a responsabilidade socioambiental aos campos brasileiros de maneira eficaz, rumo a uma agricultura forte e responsável.

Muito já fez para agricultura brasileira e há muito ainda a ser feito, com relação à difusão de tecnologia, novas

ferramentas, biotecnologia, insumos agrícolas mais eficazes e seguros ambientalmente e com perfil toxicológico adequado as necessidades dos produtores agrícolas. Vale ressaltar, por exemplo, que o Brasil é o país que utiliza de forma mais eficiente defensivos agrícolas por tonelada de alimento produzido, ou seja, se gasta em defensivos U$ 7,39 para produzir uma tonelada de alimentos, quando comparado ao EUA que gasta U$ 9,42 para produzir a mesma quantidade, ou até mesmo a União Europeia berço da agricultura orgânica U$ 20,65/ton alimento

Outro exemplo que somos referência: há 20 anos, para se produzir uma tonelada de Arroz se gastava 5 mil litros de água, hoje devido as tecnologia implantadas se gasta pouco mais de 1.800 mil litros para a mesma tonelada de arroz.

No entanto, os desafios não param. O Brasil sem dúvida tem potencial para ser o armazém do mundo, mas isso não será possível se não investirmos em educação, tecnologia e políticas de incentivo ao setor responsável por 27% do PIB.

Boas práticas para alimentar o mundo

José Annes Marinho

é gerente de educa-

ção da Associação

Nacional de Defesa

Vegetal (ANDEF)

Asco

m/A

ndef

José annes Marinho | [email protected]

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