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Ano XIII # 194 | Agosto 2011 Ano XIII # 194 | Agosto 2011 INSS 2178-5481 9912263550 Produtores driblam alta nos preços dos insumos formando grupos para compras conjuntas e em escala Produtores driblam alta nos preços dos insumos formando grupos para compras conjuntas e em escala Federações do Centro-Oeste se unem para realizar evento que bate recorde de público Federações do Centro-Oeste se unem para realizar evento que bate recorde de público Bienal da agricultura Bienal da agricultura Sementes irrigadas abrem um novo mercado ao produtor goiano Sementes irrigadas abrem um novo mercado ao produtor goiano Água para sementes Água para sementes Sistema Faeg/Senar firma parceria com AGSEP para capacitar detentos Sistema Faeg/Senar firma parceria com AGSEP para capacitar detentos Capacitação profissional Capacitação profissional Insumos em alta Insumos em alta

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Ano XIII # 194 | Agosto 2011Ano XIII # 194 | Agosto 2011

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Produtores driblam alta nos preços dos insumos formando grupos para compras

conjuntas e em escala

Produtores driblam alta nos preços dos insumos formando grupos para compras

conjuntas e em escala

Federações do Centro-Oeste se unem para realizar evento que bate recorde de público

Federações do Centro-Oeste se unem para realizar evento que bate recorde de público

Bienal da agriculturaBienal da agricultura

Sementes irrigadas abrem um novo mercado ao produtor goiano

Sementes irrigadas abrem um novo mercado aoprodutor goiano

Água para sementesÁgua para sementes

Sistema Faeg/Senar firmaparceria com AGSEP para capacitar detentos

Sistema Faeg/Senar firma parceria com AGSEP para capacitar detentos

Capacitação profissional Capacitação profissional

Insumos em altaInsumos em alta

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SEGUROS

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PALAVRA DO PRESIDENTE

A revista Campo é uma publicação da Federação da

Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional

de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela Gerên-

cia de Comunicação Integrada do Sistema FAEG/SENAR, com

distribuição gratuita aos seus associados.Os artigos assinados

são de responsabilidade de seus autores.

CAMPO

COnselhO editOriAl

Bartolomeu Braz Pereira;

Claudinei Rigonatto; Eurípedes Bassamurfo da Costa

editores: Francila Calica (01996/GO) e

Rhudy Crysthian (02080/GO)

reportagem: Alessandra Goiaz (GO 01772 JP) e

Karine Rodrigues (01585/GO)

Fotografia: Jana Tomazelli Techio, Mendel Cortizo

e Raphaela Boghi

revisão: Cleiber Di Ribeiro (2227/GO)

diagramação: Rowan Marketing

impressão: Gráfica Talento tiragem: 12.500

Comercial: (62) 3096-2200

[email protected]

diretOriA FAeG

Presidente: José Mário Schreiner

Vice-presidentes: Mozart Carvalho de Assis; José Manoel

Caixeta Haun. diretores-secretários: Bartolomeu Braz

Pereira, Estrogildo Ferreira dos Anjos. diretores-tesoureiros:

Eurípedes Bassamurfo da Costa, Nelcy Palhares. Suplentes:

Wanderley Rodrigues de Siqueira, Flávio Faedo, Daniel

Klüppel Carrara, Justino Felício Perius, Antônio Anselmo de

Freitas, Arthur Barros Filhos, Osvaldo Moreira Guimarães.

Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da Costa, Vilmar Rodrigues

da Rocha, Antônio Roque da Silva Prates Filho, César Savini

Neto, Leonardo Ribeiro. suplentes: Arno Bruno Weis, Pedro

da Conceição Gontijo Santos, Margareth Alves Irineu Luciano,

Wagner Marchesi, Jânio Erasmo Vicente. Delegados repre-

sentantes: Alécio Maróstica, Dirceu Cortez. Suplentes: Lauro

Sampaio Xavier de Oliveira, Walter Vieira de Rezende.

COnselhO AdMinistrAtiVO senAr

Presidente: José Mário Schreiner

Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Elias D’Ângelo Borges,

Osvaldo Moreira Guimarães, Tiago Freitas de Mendonça.

suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva,

Alair Luiz dos Santos, Elias Mourão Junior, Joaquim Saêta

Filho. Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Edmar

Duarte Vilela, Sandra Pereira Faria do Carmo. suplentes:

Henrique Marques de Almeida, Wanessa Parreira Carvalho

Serafim, Antônio Borges Moreira. Conselho Consultivo: Bairon

Pereira Araújo, Maria José Del Peloso, Heberson Alcântara,

José Manoel Caixeta Haun, Sônia Maria Domingos Fernandes.

Suplentes: Theldo Emrich, Carlos Magri Ferreira, Valdivino

Vieira da Silva, Antônio Sêneca do Nascimento, Glauce

Mônica Vilela Souza.

superintendente: Marcelo Martins

FAeG - senAr

Rua 87 nº 662, Setor Sul CEP: 74.093-300

Goiânia - Goiás

Fone: (62) 3096-2200 Fax: (62) 3096-2222

site: www.faeg.com.br

e-mail: [email protected]

Fone: (62) 3545-2600- Fax: (62) 3545-2601

site: www.senargo.org.br

e-mail: [email protected]

Para receber a Campo envie o endereço de entrega para o

e-mail: [email protected].

Para falar com a redação ligue:

(62) 3096-2208 - (62) 3096-2248

(62) 3096-2115.

José Mário SchreinerPresidente do Sistema

FAEG/SENAR

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Discutir alternativas para dizimar os entraves ao desenvolvi-mento da agropecuária nos Estados que compõem o Brasil Central foi o principal norte das discussões, entre represent-

antes do setor agropecuário e autoridades políticas de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal, durante a Bienal dos Negócios da Agricultura, realizada pela primeira vez em Goiânia.

Os mais de 1,5 mil produtores rurais, técnicos, pesquisadores e autoridades, que estiveram nos dois dias do evento, puderam dis-cutir os principais problemas que afetam o setor e que carecem de solução imediata. O evento fomentou, também, um ambiente propício para a susgestão de soluções a esses entraves. A Bienal dos Negócios da Agricultura – Brasil Central foi uma mostra do tra-balho de aproximação que está sendo desenvolvido pelos Estados do Centro-Oeste e Distrito Federal no sentido de fortalecer a região e impulsionar seu crescimento.

O mesmo trabalho de união que está em curso entre os represen-tates do setor agropecuário, também vem sendo replicado entre as demais federações de outros segmentos produtivos. Prova disso, é o recém-criado Fórum das Entidades Produtivas do Centro-Oeste que engloba as federações de agricultura, comércio e indústria dos três Estados e Distrito Federal. Sabemos do imenso potencial da região e é com a articulação de toda a classe produtiva do Brasil Central que conseguiremos dar salto de desenvolvimento.

Palavra do Presidente

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PAINEL CENTRAL

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“Nos próximos dez anos ficará clara a posição predominante do chamado Brasil Central dentro do panorama do agronegócio brasileiro. Seja em lavouras temporárias, em pecuária ou lavouras consideradas permanentes quando estamos falando em agroenergia. ”

Prosa Rural

Mercado de insumos

Senar capacita detentos

Sementes irrigadas

Paulo Rabello de Castro, da RC Consultores

avalia o protencial do Centro-oeste nos

próximos 10 anos.

Fertilizantes registram alta de 21% no primeiro semestre deste ano. Produtores que integram o Grupo União Agrícola comemoram economia conseguida graças às compras em escala

Parceria entre o Sistema Faeg/Senar e AGSEP oferece cursos de capacitação profissional aos detentos do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia

Cultivo de sementes irrigadas abre mercado ao produtor goiano. Milho, trigo e feijão estão entre as principais cultivares produzidas.

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Caso de SucessoEdnaldo da Costa, de Luziânia, conseguiu aumentar produção de 90 litros de leite/

dia para 400 litros/dia com as técnicas que aprendeu nos cursos do Senar. Objetivo

é alcançar uma produção de 600 litros de leite por dia em dois anos

Produtor de Joviânia, Johnny Eduardo de Pádua se uniu a um grupo de outros produtores e consegue comprar insumos por preços mais vantajosos. Foto produzida por Mendel Cortizo.

Bienal dos negócios da agriculturaEvento reúne mais de 1,5 mil produtores rurais em debates e discussões sobre temas relacionados ao ambiente de negócios para o futuro

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Agenda Rural 06

Fique Sabendo 07

Cartão Produtor 12

Delícias do Campo 33

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Rapadura que gera rendaCurso de fabricação de Melado, Açúcar Mascavo e Rapadura repassa técnicas que

visam um maior aproveitamento da produção de cana-de-açúcar

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Campo Responde 32

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Ano XIII # 194 | Agosto 2011Ano XIII # 194 | Agosto 2011

INSS

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9912263550

Produtores driblam alta nos preços dos insumos formando grupos para compras

conjuntas e em escala

Produtores driblam alta nos preços dos insumos formando grupos para compras

conjuntas e em escala

Federações do Centro-Oeste se unem para realizar evento que bate recorde de público

Federações do Centro-Oeste se unem para realizar evento que bate recorde de público

Bienal da agriculturaBienal da agricultura

Sementes irrigadas abrem um novo mercado ao produtor goiano

Sementes irrigadas abrem um novo mercado aoprodutor goiano

Água para sementesÁgua para sementes

Sistema Faeg/Senar firmaparceria com AGSEP para capacitar detentos

Sistema Faeg/Senar firma parceria com AGSEP para capacitar detentos

Capacitação profissional Capacitação profissional

Insumos em altaInsumos em alta

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AGENDA RURAL

6 | CAMPO Agosto/2011 www.sistemafaeg.com.br

10

XXXII Reunião de Pesquisa de Soja da

Região Central do Brasil - Hotel Fonte

Colina Verde, Estância Turística e

Hidromineral de São Pedro, em São Paulo.

Informações: (43) 3025-5223.

AGOstO seteMBrO

10

2º Leilão Estrela do Araguaia -

Recinto Leilões Sindicato Rural,

Rod. MT100 - KM 01, em

Torixoréu -MT.

04

Campo Saúde, em Ouro Verde

de Goiás. Informações: (62)

3545-2600.

11 e 12

Bienal dos Negócios da Agricultura -

Centro de Cultura e Eventos Professor

Ricardo Freua Bufaiçal (UFG), em Goiânia.

Informações: (62) 3096-2200.

13 a 15

INTERCONF 2011 - Conferência Internacio-

nal de Confinadores - Oliveira´s Place, em

Goiânia. Informações: (11) 2198-1888.

14

WORKSHOP “Repensando o Leite

em Goiás” – SINDILEITE, em Goiâ-

nia. Informações: (62) 3212-8885.

14

Reunião do CONCELG - Conselho de

Consumidores de Energia Elétrica

de Goiás – CELG, em Goiânia

20

Palestra: Agregar Valor ao

Produtor Rural através das

Organizações, em Arenópolis.

Informações: (64) 3667-1530.

21

Seminário Regional de Legislação

Trabalhista e Previdenciária Rural, em

Luziânia. Informações: (61) 3621-1060.

11

Reunião do Fórum Nacional

dos Executores de Sanidade

Animal - FONESA, em Goiânia.

Informações: (62) 3096-2200.

11

Encontro de Jornalismo Agropecuário no

Brasil Central, em Goiânia. Informações:

(62) 3096-2200.

16

Audiências Públicas do Código

Florestal de Goiás, em Catalão.

Informações: (64) 3441-2479.

19 a 22

VIII Congresso Brasilleiro

de Algodão - IAC/ABRAPA/

EMBRAPA, em São Paulo.

Informações: (11) 5084-1383.

12

Reunião da Câmara Setorial da Soja do

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abas-

tecimento - Centro de Eventos UFG, em

Goiânia. Informação: (62) 3096-2200

20Campo Saúde, em Cabeceiras.

Informações: (62) 3545-2600.

19

Audiências Públicas do Código Florestal de Goiás,

em Rio Verde. Informações: (64) 3612-0252.

27

Campo Saúde , em Santa

Terezinha de Goiás.

Informações: (62) 3545-

2600.

15

Abertura do 17º Congresso Goiano de

Direito do Trabalho e Processo do Trabalho

- Castro´s Park Hotel, em Goiânia

19

Seminário Regional de Legislação

Trabalhista e Previdenciária Rural, em Jataí.

Informações: (64) 3631-2223.

11

Reunião da Câmara Setorial da Carne

Bovina do Ministério da Agricultura,

Pecuária e Abastecimento, em Goiânia.

Informações: 3096-2200.

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01 e 02

Encontros Regionais -

Construindo o Futuro, Hotel

Plaza Inn, em Goiânia.

Informações: (62) 3096-2200.

03

Campo Saúde, em Campo

Limpo de Goiás. Informações:

(62) 3545-2600.

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FIQUE SABENDO

Agosto/2011 CAMPO | 7www.senargo.org.br

ArmAzém

registro

Projeto Orquídeas lançaoitavo livro

A pesquisadora Lou Menezes acaba de lançar seu mais novo livro sobre orquídeas com o título Cattleya walkeriana. A variável é considerada a rainha do Cerrado. A planta foi o objeto de estudos da engenheira florestal que também é chefe do Orquidário Nacional do Ibama. Esse é o oitavo livro do Projeto Orquídeas do Brasil, sob responsabilidade da pesquisadora. Além de apresentar a espécie em suas diversas variedades, a autora aborda ainda conservação, doenças, pragas, coleta e comércio ilegais, condições ideais de cultivo, dentre outros. O livro pode ser adquirido no Orquidário Nacional do Ibama. Informações: (61) 3316-1212.

Divu

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ão

O presidente da Faeg, José Mário Schreiner (primeiro da esquerda para a direita) participou do lançamento da 3ª edição do Festival do Alho, Batata e Cebola - ABC da Boa Mesa. O lançamento do evento teve a presença do governador Marconi Perillo. O ABC da Boa Mesa ocorreu em Cristalina, de 19 a 21 de agosto. Com o tema “Produzindo alimento saudável com sustentabilidade e responsabilidade social”, o evento teve como objetivo chamar a atenção de diferentes públicos para o processo produtivo das três principais culturas locais, que juntas são responsáveis pela geração de 8,2 mil empregos diretos na região.

ABC da boa mesa

Jana

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azel

lipesquisA

A Embrapa Transferência de Tecnologia (Brasília-DF) já disponibiliza no mercado as batatas BRS Eliza, BRS Ana, BRS Clara e BRS Cristal, variedades melhoradas pela pesquisa e com potencial de produção para todo o País. A BRS Clara apresenta um elevado potencial produtivo, com alta percentagem de tubérculos graúdos.

A BRS Ana é adequada para processamento na forma de palitos pré-fritos congelados e de flocos. Lançada em 2002, a BRS Eliza possui um elevado potencial produtivo e apresenta menor exigência em fertilização que as principais batatas importadas. Os melhores locais para o plantio dessa cultivar são as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

Produtor de batatas tem nova variedade

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Doutor em Economia e prestigiado pesquisador e administrador, Paulo Rabello foi um dos mais aguarda dos palestrantes da Bienal dos Negócios da Agricultura, realizada em Goiânia. Durante o evento,

ele falou com a equipe da Revista Campo sobre os futuros cenários para o Brasil em 2020. Dentre as constatações, está clara a predominância do Brasil Central dentro do panorama do agronegócio brasileiro. Ele também ressaltou a urgente necessidade de investimentos corretos em infraestrutura e logística, pois só assim será possível vislumbrar o desenvolvimento econômico previsto para 2020, não apenas no Centro-Oeste, mas para todo o Brasil.

Cenários para o Brasil Central Karine rodrigues | [email protected]

paulo rabello de castro

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PROSA RURALPresidente da RC Consultores

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revista Campo: O que o Brasil pode esperar do Centro-Oeste para o segmento agropecuário dentro dessa perspectiva de cenário de 2020, ou seja, para os próximos dez anos? Paulo rabello: Nos próximos dez anos ficará clara a posição predominante do chamado Brasil Central dentro do panorama do agronegócio brasileiro. Seja em lavouras temporárias, em pecuária ou, eventualmente, em lavouras consideradas permanentes destinadas à agroenergia. Essa predominância vai depender, fundamentalmente, da viabilização, ainda nesta década, de uma malha estrutural que encurte as distâncias. Em alguns casos, a distância pode quase inviabilizar o agronegócio dentro do coração do Brasil, que é o Brasil Central.

revista Campo: O senhor acredita que nos próximos dez anos os problemas relacionados à logística possam ser amenizados? Paulo rabello: Vamos continuar errando em matéria de logística de grandes distâncias se continuarmos a pensar a logística como um problema. A logística tem que ser algo rentável, ou seja, a resposta ao problema tem que ser algo que em si gere um retorno suficiente para atrair capital. Essa foi a abordagem que eu apresentei na Bienal dos Negócios da Agricultura. Tentei mobilizar mentes e corações para estabelecer um modelo que será apoiado pelas Federações de Agricultura, por todos os setores, até os indiretamente envolvidos como as federações de indústria, comércio e

serviços, nessa grande região que chamamos de Brasil Central. É preciso que a gente selecione os projetos por seu aspecto de prioridade e ao mesmo tempo de rentabilidade, que sejam articulados, que façam parte de um modelo financeiro viável de inserção do governo em uma gestão privada e não vice-versa. Porque, hoje, o modelo já parte equivocado. Partimos da noção de que aquele investimento é caro demais e, portanto, inviável para iniciativa privada, é quando o setor privado fica esperando passivamente que a obra fique pronta para utilizar aquele sistema.

revista Campo: O que deve ser feito? Paulo rabello: Temos que inverter os termos da equação. Na área de infraestrutura também temos que ter o setor privado assumindo o comando das ações, buscando uma parte desse investimento dentro do setor público e as aprovações

necessárias. Aí vamos ter ao final da década um investimento realmente como o Brasil Central precisa e um cenário absolutamente fabuloso que hoje é até difícil de acreditar que ele possa acontecer.

revista Campo: Quais são os principais gargalos que impedem o avanço do Centro-Oeste, no caso do desenvolvimento agrícola? Eles são diferentes do restante do País? Há soluções? Paulo rabello: Conceitualmen-te, esses gargalos são os mes-mos. O Brasil que empreende, produz e faz, é sub-representado no parlamento nacional, é sub--representado nos gabinetes do poder executivo em Brasília e sub-representado na mídia, porque comunica pessimamente para a população o que o em-preendedor agrícola faz. Agora somos responsáveis por todas as contingências ambientais, sociais, às vezes até culturais. Portanto, ultrapassar essa bar-reira de sub-representação é o grande desafio das lideranças atuais. Eles estão aprenden-do com os erros do passado a construir uma base política, que já começa muito bem, com o exemplo que foi dado em relação ao Código Florestal brasileiro, onde houve uma movimentação independente do resultado final, que nem é perfeito e nem ficou 100% resolvido.

revista Campo: Goiás já recebeu várias missões chinesas interessadas em comprar produtos agropecuários. O senhor acredita que nos próximos 10 anos a China continuará a estratégia dela de ser um dos maiores importadores de matéria-prima

Nos próximos dez anos ficará clara a posição predominante do chamado Brasil Central dentro do panorama do agronegócio brasileiro”

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PROSA RURAL

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suficientes condições para entrar no mercado de capitais e não onerar a pauta e a agenda do Banco. O BNDES deveria estar voltado para a interiorização do desenvolvimento desse outro pré-sal que é o agronegócio. Denomino o agronegócio de outro pré-sal, mas ele é mais fácil de extrair, ambientalmente mais correto e, eventualmente, tão rentável quanto o petróleo. Então, finalmente, vamos precisar dos governos estaduais deste Brasil Central em um Programa Estratégico de Crescimento (PEC). Esse Programa utilizaria recursos oriundos da repactuação das dívidas internas estaduais. A taxa de juros que se paga é muito onerosa, poderia ser parcialmente aplicada, através de uma repactuação com o governo federal, para utilização direta e exclusiva nesses projetos selecionados de infraestrutura agilizando PAC da presidente Dilma Roussef. É o PEC do Brasil Central agilizando e materializando o sonho do PAC.

revista Campo: Qual será o perfil mais comum do produtor rural nos próximos 10 anos? Paulo rabello: Será o perfil de um produtor profissionalizado, cuja arma principal de negócios será a inteligência. A agricultura é cada vez mais de precisão, um trabalho que exige a utilização de ferramentas tecnológicas, por isso o produtor deve se preparar. Não precisa, necessariamente, saber tudo, mas há muitos profissionais que podem colaborar com o empreendimento agrícola. O produtor só precisará saber cobrar de quem já sabe fazer.

ser um contribuinte ativo dessas soluções. Na segunda ponta, o produtor rural precisa identificar quais são essas soluções e prontificar-se a ser sócio ainda que minoritário daquilo que acha que é rentável. Na terceira, deve convidar o comprador estratégico, seja ele chinês, vietnamita ou indiano. Deve convidar o mercado. Existem inúmeros capitais europeus e americanos dispostos a vir participar conosco como aplicadores de recursos.

revista Campo: E quais seriam as quatro pontas?Paulo rabello: A quarta ponta é o BNDES. Onde esteve o BNDES na Bienal? No momento em que o evento se realizava, pois o banco estava no Rio de Janeiro cedendo bilhões à Petrobras que tem mais do que

para beneficiar em solo chinês ou essa política tem data para acabar?Paulo rabello: Você tem que combinar com o time adversário. Nós temos uma sub-representação em Brasília, menor ainda é o nosso grau de representatividade política fora do Brasília. Até porque, para termos essa prática diplomática já precisaríamos estar de braços dados com a chancelaria brasileira, com o Itamaraty, com as forças do poder executivo. Essa concatenação ainda é muito pequena. Nenhum representante do Itamaraty esteve na Bienal e estamos a poucos quilômetros de Brasília. Provavelmente lá tem muitos diplomatas que deveriam ter participado das discussões na Bienal. Onde está o adido agrícola que não compareceu às discussões que são do interesse dele? Onde estava o representante expressivo do Ministério da Agricultura? Então, eu não preciso falar nada a respeito de chinês; os chineses estão mais longe ainda. Portanto, não é dizer que o agricultor não esteja interessadíssimo em fazer essa aproximação. Nós é que temos que ter a proatividade suficiente para chegar para eles e propor um contra negócio.

revista Campo: O que seria esse contra-negócio?Paulo rabello: Esse contra-negócio é o que levei como ideia na Bienal, na prática. Temos que criar uma estrela de cinco pontas para dar respostas rentáveis aos desafios até 2020. Na ponta de cima dessa estrela deve estar o empresário agrícola. Ele deve

O Programa Estratégico de Crescimento utilizaria recursos oriundos da repactuação das dívidas internas estaduais para utilização direta e exclusiva em projetos selecionados de infraestrutura agilizando PAC”

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MERCADO E PRODUTO

Agosto/2011 CAMPO | 11www.senargo.org.br

O preço do boi gordo em Goiás reagiu e registrou variação positiva de 2% no mês de julho se comparado com o mês anterior e uma variação de 0,6% em agosto se comparado com o de julho, para o preço médio à vista. Mesmo com pressões de baixa nos preços em alguns períodos, o que dificulta os negócios, o mercado segue resistindo.

As estatísticas do SIF/MAPA (abates com inspeção federal) mostram que o total de animais abatidos em Goiás, de janeiro a julho de 2011, ficou 2,9% menor que no mesmo período de 2010 e 4,8%, no país. Estes números menores refletem a dificuldade real de oferta. Mesmo com o número de abates maior em 3,9%, de junho para julho, ao compararmos julho com o mesmo mês do ano anterior, são 14% a menos de animais abatidos em Goiás e 11% a menos no Brasil.

Para os próximos meses, a oferta pode ser melhorada. Em algumas pesquisas já realizadas pela Assocon e pelo Beefpoint, há estimativas de aumento por volta de 32% no número de animais confinados no país. Goiás se destaca tanto em quantidade de confinadores como de animais. Destaque também para a importância dos confinamentos próprios das indústrias.

Isso não significa, necessariamente, dizer que os preços cederão. Historicamente, os preços médios neste período tendem a reagir positivamente e o mercado futuro está indicando preços também mais atrativos. A demanda interna pode não reagir muito além do que já se percebe pois, os preços para o valor da carne estão em patamares maiores e a melhor renda da população tem sustentado o consumo.

Fatos correntes na economia externa e as

possibilidades de reflexos negativos nos negócios brasileiros não podem ser descartados. Os preços internacionais, que já superam as expectativas projetadas de aumentos e testam o limite de aceitação por parte dos mercados compradores, podem não mais ter fôlego para altas e até serem pressionados por outros mercados vendedores.

As exportações de carnes bovinas brasileiras reduziram em quantidade (queda de 14%) e em valores aumentaram 5%, comparando junho de 2010 com junho de 2011. O mercado mais valorizado é o da União Europeia (US$ 7.369 por tonelada) e o qual foi reduzido com o episódio da rastreabilidade. A Rússia é outro mercado importante, porém a média por tonelada é menor, cerca de US$ 4..7 por tonelada, próximo ao valor médio no período que foi de aproximadamente US$ 4.5.

As iniciativas do setor em ampliar mercados, principalmente, os que pagam melhor inserir mais plantas aptas à exportar, realizar uma campanha de marketing sobre a pecuária brasileira, atuar melhor nas negociações com a Rússia, podem contribuir para apoiar os números de nossas exportações. Um exemplo é o da China que já ampliou a compra de carnes de 75 toneladas no mês de março para 333,8 toneladas em junho.

Para corresponder aos exigentes mercados, tanto o externo quanto o interno, os agentes devem cada vez mais se profissionalizar, principalmente, no quesito comercialização, tanto na compra dos insumos como na venda dos produtos. O mercado futuro, o Boi na Bolsa, contratos de venda firmados entre associações e indústrias devem ser mais frequentes no cotidiano desses agentes, contribuindo para garantir a renda e sustentar as futuras produções.

Preços médios do boi gordo seguem firmes em Goiás

Christiane rossi é zootecnista e

assessora técnica

da Faeg para a

área de pecuária

de corte

christiane rossi | [email protected]

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www.sistemafaeg.com.br

Descontos em produtosagropecuários

A coluna deste mês vem com descontos em produtos

agropecuários para produtores rurais titulares do Cartão

Produtor. As empresas oferecem descontos em produtos como

sal mineral, rações, arames, ferramentas, vacinas, entre outros.

INFORMAÇÕES SOBRE COMO PARTICIPAR:

www.cartaoprodutor.com.br

[62] 3096.2200 ou na sede de

Sindicato Rural mais próximo

BOIFORTE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS LTDA

A empresa oferece desconto para produtores titulares do

Cartão Produtor em:

- Medicamentos veterinários em geral - 5% a 10%

- Produtos agrícolas - 5%

- Selaria - 10%

- Arames e ferragens - 3%

- Sal mineral e rações - 5%

- Vacinas - 5% a 10% (exceto vacina contra aftosa)

End.: Av. Castelo Branco nº. 2180, St. Coimbra, Goiânia - GO.

Fone: (62) 3233-6345

AGRORAÇA AGROPECUÁRIA

Os produtores rurais titulares do Cartão Produtor

conseguem descontos de 10% nas compras pagas à

vista na Agroraça.

End.: Av. Engenheiro Roberto Müller nº. 525,

Centro, Corumbá de Goiás - GO.

Fone: (62) 3338-1255

CASA DA FAZENDA

Além de desconto de 10% nas compras à vista o

titular do Cartão produtor também consegue um

prazo de 30 dias no cheque para pagar na Casa da

Fazenda, em Corumbá de Goiás.

End.: Avenida Engenheiro Roberto Müller nº. 872,

Centro, Corumbá de Goiás - GO.

Fone: (62) 3338-1442

CASA DA LAVOURA

A Casa da Lavoura oferece desconto de 10% em

vários produtos da loja.

End.: Av. Rio do Peixe n.º 220 , Centro,

Doverlândia – GO.

Telefone: (64) 3664–1253; 3664–1400

AGROMAIS

A loja garante descontos de 10% para titulares do

Cartão Produtor em Doverlândia.

End.: Av. José Alves de Assis n.º 110 – Centro,

Doverlândia – GO.

Telefone: (64) 3664–1474

AGROPECUÁRIA INDIARA

São oferecidos descontos de 5% a 10% nas compras

à vista para titulares do Cartão Produtor na

Agropecuária Indiara.

End.: Av. Pedro Ludovico Teixeira, Qd. N Lt. 3ª,

Centro, Indiara - GO.

Fone: (64) 3547- 1215

AGROFORTE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS LTDA

A Agroforte oferece descontos de 6% para pagamento à

vista, 4% de desconto com 30 dias e 2% de desconto com

60 dias no cheque ou duplicata para os titulares do

Cartão Produtor.

End.: Av. Michel Santioni nº. 32 – Centro, Ipameri – GO.

Fone: (64) 3491-1214

FOR AGRO COMÉRCIO INDÚSTRIA LTDA

São oferecidos descontos de 5% nas compras à

vista, prazo ou parceladas

End.: Gal Mascarenhas de Morais nº. 53 – Centro,

Ipameri – GO.

Fone: (64) 3491-3400

CASA DO CRIADOR PRODUTOS AGROPECUÁRIOS LTDA

São oferecidos descontos de 3% com um prazo de

30 dias para pagar na Casa do Criador.

End.: Av. Castelo Branco nº 2.124, St. Coimbra,

Goiânia - GO.

Fone: (62) 3291-3838

AGROVEL CLíNICA VETERINÁRIA

A doutora Luzelena Vilela oferece descontos de

10% em serviços veterinários pagos à vista e 5%

para pagamentos a prazo.

End.: Rua Valdivino Raimundo de Sousa nº. 584,

Centro, Arenópolis - GO.

Fone: (64) 3667-1234

AGROPECUÁRIA CAIAPÔNIA

A loja oferece desconto de 10% para titulares do

Cartão Produtor em diversos itens.

End.: Av. Cel. Lindolfo Alves Dias nº. 906,

Centro, Caiapônia - GO.

Fone: (64) 3663-3134

CARTÃOPRODUTOR

Francisco Xavier GonçalvesGoiânia - GOCod.CNA: 12345 Validade: 31/12/2012

Produzindo benefícios. Colhendo resultados

Mineral

CARTÃO PRODUTOR

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AÇÃO SINDICAL

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sAntA HelenA de goiás

Produtores dos municípios de Palminópolis, Palmeiras de Goiás e Bela Vista, que participam do programa Balde Cheio, fizeram uma excursão técnica, dia 13 de agosto. A excursão teve por objetivo conhecer a Fazenda Córrego da Ponte, situada em Santa Helena de Goiás que é uma unidade demonstrativa do programa. Os 45 produtores participantes foram recebidos pelos proprietários Carlos Martins Sobrinho e Sandra Martins. Técnicos e o coordenador do Programa Balde Cheio, Marcos Bragança conheceram os detalhes da propriedade e repassaram as orientações aos visitantes.

Balde Cheio

são João dA pArAúnA

O dia 17 de junho de 2011 foi um marco para o município de São João da Paraúna. Nesta data foi publicado no Diário Oficial da União o registro que habilita o Sindicato Rural de São João da Paraúna a ser representante legítimo dos produtores junto ao poder público. Agora a expectativa é em relação ao Sindicato Rural de Cocalzinho que já teve a primeira publicação de registro e aguarda a segunda para ratificar o registro.

sindicato ativo

CezArinA

O presidente do Sindicato Rural de Cezarina, Sebastião Franco encerrou três gestões con-secutivas frente à entidade com uma solenidade de entrega de 630 diplomas aos participantes aprovados em treinamentos e cursos do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar Goiás), promovidos no município. A cerimônia foi realizada na segunda quinzena de julho e contou com a presença do prefeito municipal João Gladston, do diretor-financeiro da Faeg, Eurípedes Bassamurfo e do superintendente do Senar Goiás, Marcelo Martins, além de demais autoridades municipais.

diplomação de alunos do senar

gouvelândiA

Os produtores rurais de Gouvelândia podem contar agora com um posto de atendimento da Cooperativa de Crédito do Vale do Paranaíba (Sicoob Agrorural). O posto foi inaugurado no final do mês de abril e já funciona plenamente. A implantação do posto teve o apoio do presidente do Sindicato Rural de Gouvelândia, Luiz Vieira Gonzaga. Lá, os produtores terão oito serviços específicos e o Sicoob Agrorural também atenderá a comunidade oferecendo vários serviços bancários.

Cooperativa à disposição

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Arenópolis

O Sindicato Rural de Arenópolis promoveu, com apoio de parcerias, o 2º Torneio Leiteiro e o 2º Encontro Exposição dos Produtores Rurais de Arenópolis e Região, de 15 a 21 de agosto, na sede da Associação dos Produtores Rurais Ribeirão Areia (APRRA). Além da competição leiteira, a programação contou com leilão, shows, cavalgada e palestras de temas relacionados à pecuária leiteira.

torneio leiteiro

goiâniA

De 31 de agosto a 2 de setembro será realizado em Goiânia, no Augustu’s Hotel, o treinamento para funcionários de Sindicatos Rurais sobre Contribuição Sindical Rural, Imposto Territorial Rural (ITR) e Declaração de Aptidão do Pronaf (DAP).

treinamento de funcionários

uruAçu

O município de Uruaçu sediou de 18 a 21 de agosto, o 1º Encontro Rankeado de Muladeiros do Norte Goiano. Realizado no parque de exposições da cidade, o evento reuniu criadores do município e região. Um dos chamarizes do encontro foi a premiação de R$ 30 mil dividida nas categorias mula adulta, mula jovem, burro, mula iniciante, mula diagonal e mula regional. O evento teve o apoio do Sindicato Rural de Uruaçu, prefeituras de Uruaçu e de Niquelândia e demais parceiros.

encontro de muladeiros

Balde Cheio

posses e eleições de goiás

O produtor rural Gilberto Ferreira Cabral foi eleito em Montes Claros para assumir, no próximo triênio 2011/2014, a liderança do Sindicato do município. Também faz parte da nova diretoria o vice-presidente Luís Flávio Rocha Saccardo, o diretor-secretário Wilmar dos Santos Peres e o diretor-tesoureiro Ricardo Alves do Nascimento. A solenidade de posse foi no dia 23 de agosto.

Montes Claros Cooperativa à disposição

CAiApôniA

O Sindicato Rural de Caiapônia promoveu no fim de julho o 8ª Mega Leilão de Corte, no Tatersal do Parque de Exposição José Francisco de Abreu, em Caiapônia. O evento contou com a presença de produtores locais e regionais, onde foram ofertados 760 animais e vendidos mais de 90% dos lotes. O Sindicato se prepara para realizar as próximas edições do leilão. (Colaborou: Rosangela Cares Domingues)

leilão de Corte

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BALANÇO BIENAL

Integração que fortal ece o agronegócio Autoridades políticas e especialistas do setor agrícola cobraram, durante a Bienal da Agricultura, que os principais problemas que afetam a agropecuária sejam levados à discussão pelos Estados que compõem a região Centro-Oeste do País

Fernando dantas | Especial para a Revista Campo

[email protected]

Solucionar gargalos e entraves que impedem o crescimento do agronegócio no Brasil Central por meio da integração dos Estados da região Centro-Oeste. Esse foi o caminho

apontado por representantes do setor agropecuário e autori-dades políticas de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal durante a Bienal dos Negócios da Agricultura, evento realizado nos dias 11 e 12 de agosto, no Centro de Cultu-ra e Eventos da UFG, em Goiânia (GO). Mais de 1,5 mil pessoas participaram da Bienal, superando as expectativas iniciais das federações da agricultura e pecuária que organizaram o evento.

Durante toda a Bienal, os principais problemas que afetam o setor e que carecem de solução imediata estiveram em discus-são como logística, malha viária, seguro rural e financiamentos agrícolas. A presidente da Confederação da Agricultura e Pecu-ária do Brasil (CNA), a senadora Kátia Abreu, que participou da solenidade de abertura da Bienal, ressaltou que apesar da evo-lução vivenciada no Centro-Oeste brasileiro nas últimas déca-das, que passou a responder por 20% das exportações do agro-negócio do País, a região é alvo de adversidades que atrapalham seu desenvolvimento. “Mesmo tendo maior produtividade por hectare, a região ainda tem a menor renda por hectare. Isso por causa de problemas de logística e de financiamentos agrí-colas”, enfatizou.

De acordo com Kátia Abreu, 70% da malha rodoviária do País estão em estado ruim ou péssimo e os recursos destinados a manter as estradas em condições de tráfe-go são insuficientes. “É preciso investir 3% do PIB na-cional para manter a malha viária. E esse valor é apenas para manter, sem melhoria alguma. Mas o Brasil investe apenas 2% do PIB, quantidade insuficiente para manter as estradas”, reforçou.

Anfitrião da edição deste ano da Bienal da Agricul-tura, o presidente da Federação da Agricultura e Pecu-ária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, disse que os Estados do Centro-Oeste precisam avançar em logística e infraestrutura para ganhar em competitividade. Para isso, segundo ele, é preciso reunir as demandas mais

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Integração que fortal ece o agronegócio José Mário Schreiner e senadora Kátia Abreu, ao centro, cercados pelos presidentes das outras federações (Famasul, Fape-DF e Famato), governadores e representantes dos estados que promoveram a Bienal. Integração entre os estados para acelerar o desenvolvimento do agronegócio

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importantes da região e levar para discussão. “Além de so-luções para a logística, os avanços na política agrícola só serão possíveis com seguro rural eficiente e melhorias de comercialização. São assuntos que interessam não só à re-gião central, mas a todo o Brasil”, destacou.

O governador de Goiás, Marconi Perillo, afirmou que os gargalos do setor já estão em discussão. Segundo ele, um diagnóstico dos problemas do segmento agrícola será levan-tado pelo Fórum da Produção do Brasil Central, que reúne as federações de agricultura, indústria e comércio dos Es-tados do Centro-Oeste. “Esse mapeamento será relevante para que os Estados e a região como um todo possam fazer intervenções para melhorar e ampliar a competitividade do Brasil Central nos cenários nacional e internacional”, disse.

Gestão compartilhadaPara a secretária de Estado de Desenvolvimento Agrário,

da Produção, da Indústria e do Comércio do Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias, cada Estado tem suas particularidades, problemas e experiências que podem ser compartilhadas para fortalecer o agronegócio regional. “Podemos fazer da região Centro-Oeste o mesmo que é fei-to no Nordeste. Os Estados se juntam e conseguem melho-rias para a região”, exemplificou. Já para o governador do Mato Grosso, Silval da Cunha Barbosa, a união dos Estados poderá ser decisiva para romper barreiras que impedem o crescimento do Brasil Central. O secretário da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Distrito Federal, Lúcio Taveira Valadão, ressaltou a importância estratégica dos Estados do

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Brasil Central, principalmente do Distrito Federal, que reúne não só o centro político do país, onde as decisões são tomadas, mas também por ser um celeiro agrícola. “Para muitos é surpresa, mas o DF tem 70% de sua área destinada à atividade rural. Além disso, possui aporte tecnológico invejável. Uma maior união das competências de cada federação pode tornar o Centro-Oeste brasileiro uma potência agrícola maior do que é atualmente”, reforçou.

Modelos de negóciosA Bienal dos Negócios da Agricultura abriu espaço em

sua programação para apresentar modelos de negócios que colaboram na melhoraria do gerenciamento agrícola. Fatores de sucesso do produtor fictício Zé Tranquilo foram apresentados aos produtores pelo presidente da consultoria Agrosecurity, Fernando Pimentel. Ele citou algumas práticas que têm alcançado resultados satisfatórios e que podem ser seguidas pelos produtores rurais, como antecipar a compra de insumos aproveitando o período em que eles estão mais baratos, escalonar as vendas, evitar as mobilizações excessivas de capital e produzir em grande escala a partir da formação de cooperativas.

Rodolfo Hirsh, representante do Rabobank, mostrou exemplos de integração vertical no agronegócio, como

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BALANÇO BIENAL

Jornalistas debatem comunicação especializada

Jornalistas de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal se reuniram em Goiânia para discutir o papel dos profissionais de Comuni-cação Social na difusão das informa-ções do agronegócio ao produtor rural e à sociedade. A atividade fez parte da programação paralela da Bienal dos Negócios da Agricultura.

Convidado para ministrar palestra aos jornalistas, o engenheiro agrô-nomo Fernando Muraro, analista de mercado da AgRural Commodities Agrícolas, disse aos profissionais que o agronegócio é um setor em constan-te expansão, inclusive para a atuação dos comunicadores. “O setor agrícola é cheio de meandros e, para uma co-bertura jornalística qualificada, é ne-cessário que o profissional de comu-nicação se especialize nos temas do agronegócio. O mercado existe e está

carente desse tipo de jornalismo”, de-fendeu.

O jornalista Samuel Zanello Mil-léo Filho, fundador da Associação de Jornalistas do Agronegócio do Paraná (AJAP), participou do painel “A Inte-gração dos Profissionais de Jornalismo e Comunicadores que atuam no Agro-negócio: a experiência dos jornalistas do Estado do Paraná”. Ele informou que a AJAP tem promovido seminá-rios e dias de campo para debater o setor agrícola e auxiliar na formação dos jornalistas interessados em cobrir o agronegócio. O painel foi mediado pela jornalista Guida Gorga, da Em-brapa, e teve participação dos jornalis-tas Janine Gonzalez de Paula e Carlos Montandon representando, respecti-vamente, os sindicatos dos Jornalistas Profissionais de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás.

a prática da soja com a distribuição de insumos, criação conjunta de aves e suínos e vinícolas que têm a própria plantação de uva. O CEO Horácio Ackermann, mostrou o Case El Tejar, abordando a questão do modelo de agricultura holística. “Gerenciamos a produção agrícola em terras próprias e campos de terceiros, por meio de um sistema de plantio direto e rotação de cultivos.

Nossa estrutura operacional é descentralizada e apreciamos o uso de novas tecnologias”. O modelo de negócio da El Tejar atua em uma rede que movimenta mais de cinco mil empresas em vários países. No Brasil, já estão presentes há mais de oito anos, especialmente no estado do Mato Grosso.

O mercado de serviços ambientais como oportunidade de negócio foi outro assunto discutido pelo coordenador de Projetos Florestais da The Nature Conservancy, Gilberto Tiepolo. “A atuação deve ser integrada conservando os ecossistemas, garantindo os serviços ambientais e a sustentabilidade do negócio e gerando benefícios econômicos”. A ideia desses projetos é compensar os produtores pelas áreas restauradas e pelas conservadas. Exemplo de projeto de pagamentos por serviços ambientais é o Cantareira, que por meio da sua bacia hidrográfica abastece nove milhões de pessoas em São Paulo.

Fernando Muraro, analista de mercado, fala aos jornalistas sobre o papel dos comunicadores que trabalham com agronegócio

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Foco de investimentosO professor da Universidade de Illinois

(EUA), Peter Goldsmith, ressaltou que a emergência de economias em desenvol-vimento, junto à demanda crescente por alimentos e biocombustíveis, tem torna-do a agricultura foco de investimentos econômicos. Para ele, esse segmento de-verá assumir a liderança no ranking de investimentos, hoje ocupada pelo setor industrial. Entretanto, Peter destacou que essa posição só será alcançada com a consolidação de uma logística eficiente. “Infraestrutura é fundamental para que o Centro-Oeste beneficie sua produção e atenda aos mercados em crescimento”.

Para o painelista Paulo Rabelo de Castro, sócio da RC Consultores, o Bra-sil Central é a “a China brasileira para os próximos anos”, mas que não tem recebi-do a atenção suficiente do Governo Fede-ral. “Apesar da importância dessa região, é lamentável perceber que a infraestrutu-ra que pensamos para o Centro-Oeste até

Peter Goldsmith ressaltou que o fortalecimento do agronegócio só será alcançado com uma logística eficiente

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2020 não vai acontecer e as federações de agricultura têm que estar unidas para cobrar uma resposta do Governo

Federal para melhorar esse cenário. Essa região é um novo Pré-Sal brasilei-ro”, disse o painelista.

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MERCADO DE INSUMOS

Catalizadores da produção

Fertilizantes e defensivos são os principais responsáveis pelo aumento da produtividade no

campo. Mercado está aquecido para esses produtosKarine rodrigue | [email protected]

O mercado de insumos agropecuários está em um período de alta. As justificativas dos especialistas para as elevações nos preços é o aquecimento da

demanda dada aos reajustes dos valores dos produtos agropecuários e o crescimento na renda dos produtores. Para quem vai plantar a safra 2011/2012, o ideal é que já tenha adquirido os insumos, pois a partir deste semestre, as perspectivas são de preços ainda maiores. Os números apontam que, no primeiro semestre deste ano, o custo da tonelada de fertilizante teve uma alta de 21% se comparado ao mesmo período de 2010. Segundo a Associação Nacional para Difusão de Adubo (Anda), o Brasil é o quarto maior consumidor de fertilizantes do mundo e importa em média cerca de 70% do que consome.

De acordo com informações do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag), nos primeiros cinco meses de 2011, as vendas de defensivos totalizaram R$ 2.747 milhões, o que representou uma

elevação de 7% frente ao mesmo período de 2010. As culturas que mais impulsionaram esse aumento foram a soja, o algodão, a cana-de-açúcar, o milho, o trigo e pastagem.

Segundo o vice-presidente do Sindag, José Roberto Da Ros, a estatística compilada pelo sindicato é quanto ao volume de venda em dinheiro e a expectativa é de que as vendas tenham um crescimento de 10% em 2011. Em 2010 foram adquiridos US$ 7,3 bilhões em defensivos somente no Brasil e a expectativa para este ano é alcançar US$ 8 bilhões.

Da Ros relata que o consumo de defensivos no Brasil é alto devido às condições climáticas e ao combate à doenças e pragas. O especialista adianta que os preços deverão se manter estáveis neste semestre, com reação de preços apenas em alguns produtos. “Ganhamos mais mercado com emprego de tecnologia na produção e o agricultor só tem lucro com a alta produtividade”, enfatiza.

Membros do Grupo União comemoram as conquistas do trabalho em conjunto

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MERCADO DE INSUMOSdores, propiciando assim, uma boa relação de trocas para o produtor rural, mesmo com a recuperação dos preços dos fertilizantes”.

Um dos problemas desse segmento do mercado de in-sumos é que na maioria dos casos fica mais barato impor-tar fertilizantes que adquirir o produto nacional. Os prin-cipais gargalos que provocam essa situação são impostos internos – pois não são cobrados impostos de importação e transportes. Alexandro conta que os fertilizantes cor-respondem, em média, a 25% dos custos de produção.

FertilizantesO assessor técnico da Federação da Agricultura e Pecuária

de Goiás (Faeg), Alexandro Alves, explica que, no caso dos fertilizantes, o aumento dos preços dos produtos está rela-cionado ao incremento de tecnologia nas lavouras, motivado pela melhoria de renda. “Ao utilizar o adubo, o produtor espera aumentar a produtividade sem aumento de área”, ressalta. A média do custo da tonelada de fertilizantes no primeiro semestre de 2011 fechou em R$ 1.054 mil, o que representa um acréscimo de 21% no preço em relação ao mesmo período de 2010, que fechou em R$ 871. “Somos grandes importadores desses produtos e não há problema com impostos uma vez que as alíquotas brasileiras são quase zeradas”, completa Alexandro.

Segundo o diretor-executivo da Anda, David Roquetti Fi- lho, grande parte do adubo entregue no primeiro semestre foi consumido na safrinha, algodão, milho, cana, café e ou-tras culturas. Ele explica que houve alguma antecipação, mas a tendência é de que haverá ainda bastante fertilizantes para entregar. “Há, qualitativamente, uma tendência de manuten-ção dos preços das commodities em patamares remunera-

União e economiaAs alternativas para pagar menos e

não deixar de comprar os insumos é fazer os pedidos com a máxima ante-cedência possível e a reunião de pro-dutores para realizarem as compras em conjunto. Tais iniciativas estão se espa-lhando pelo Estado.

Há seis anos foi formado em Joviâ-nia, o Grupo União Agrícola, que reúne 12 agropecuaristas, cujo objetivo prin-cipal é traçar estratégias de compras de insumos que atendam às necessidades dos produtores associados, mas com preços mais baixos. Além das compras, o espaço serve para a troca de experi-ências, informações e planejamento.

Segundo o presidente do Sindicato Rural de Joviânia e membro do Gru-po União, Johnny Eduardo de Pádua, o grupo começou com quatro cotistas. É um grupo fechado e com regras de par-ticipação definidas. O grupo compra de tudo, fertilizantes, defensivos, semen-tes e até mesmo ração para bovinos. Porém, antes das compras, que normal-mente são de insumos para agricultura, os cotistas se reúnem, fazem a relação de quantos hectares e quais culturas

serão plantadas. Feito isso, o próximo passo é reunir dois responsáveis técni-cos pelas lavouras dos componentes do grupo que vão definir o que realmente é neces-sário comprar.

Posteriormente, são feitas as cotações de preços, as negociações de descontos e o fecha-mento da compra tam-bém é finalizado com a participação dos RT’s. “Tudo isso tem valido a pena, pois conseguimos reduzir significativa-mente o custo sem per-der a qualidade”, expli-ca Johnny de Pádua. O produtor de Joviânia diz que nos primeiros anos de atuação do grupo a economia foi de 30% no custo do insumo. Neste ano, as compras já foram feitas. “Até os pagamentos são progra-mados, uma parcela das

compras de 2011 foi feita no final de junho e a próxima será no final de se-tembro.”

Johnny Eduardo diz que a economia gerada com as compras feitas em grupo tem sido vantajosa

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Fonte: Anda e Sindag

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pecífico, entre as classes que respon-dem pelo maior valor estão os herbi-cidas, com faturamento total de US$ 2,43 bilhões, o que representa 415 mil toneladas em quantidade de produto comercial. Em seguida foram os in-seticidas que movimentaram US$ 2,36 bilhões. O vice-presidente do Sindag explica que os impostos sobre im-portação têm pouquíssima influência na formação do preço dos defensivos comercializados no Brasil, porém, os impostos internos como ICMS e o IPI

Defensivos Entre as culturas que mais demand-

am o uso de defensivos estão a soja, com contribuição de 44% do valor dos defensivos na composição do custo, seguida pelo algodão, com 11%, cana-de-açúcar com 10%, milho com 9%, café com 4%,citros com 3% e demais culturas com 19%. O maior consumo relacionado à soja se deve ao fato de os fungicidas serem empregados no combate à ferrugem asiática.

Quanto ao volume de vendas es-

Armazenamento e segurançaO armazenamento de defensivos

deve ser feito conforme as regras da Lei 7802/89. Segundo o instrutor do Senar Goiás e engenheiro agrônomo, Marcos Mamprim, a legislação preconiza re-gras para a segurança das pessoas que circulam nos barracões onde esses pro-dutos são armazenados. Os locais de armazenamento devem ser sinalizados para impedir o acesso de pessoas não autorizadas.

Outra determinação da legislação quanto à construção do barracão é que o prédio precisa ser completamente co-berto e vedado, pois nenhum tipo de material químico pode sair local. A le-

gislação não regulamenta sobre o tama-nho da construção, o proprietário pode fazê-la de acordo com suas necessida-des. O barracão também deve respeitar as regras da legislação ambiental. Os trabalhadores que transitam no espaço devem ser treinados para lidar com es-ses produtos e para fazer o transporte até à lavoura.

Uma das grandes preocupações de quem compra insumos agrícolas é quanto à segurança o material. Devido à desproteção que as áreas rurais do Estado possuem, a tática mais utili-zada pelos agropecuaristas é levar os produtos para o campo somente no

momento de usar. Para que a operação dê certo, produtores compram os pro-dutos nas indústrias e marcam a data da entrega. Caso não seja possível guar-dar o insumo até a data do plantio, os produtores pagam uma taxa para arma-zenar os produtos em locais adequados e segurados.

São essas as alternativas usadas pelo Grupo União de Joviânia. Segundo Johnny de Pádua, membro do grupo, o ideal é levar o insumo para a proprie-dade somente no momento do uso. “Já houve casos de agricultores que foram assaltados e não queremos que essa si-tuação se repita”, ressalta.

exercem um forte peso na formação dos valores dos produtos.

As importações brasileiras de defensivos agrícolas em 2010 foram praticamente as mesmas de 2009, próximas de 232 mil toneladas de produtos técnicos e formulados. O principal exportador para o Brasil foi a China com participação de 20% no volume total. “O Brasil não é competitivo a ponto das indústrias empregarem recursos para erguerem fábricas no País”, ressalta Da Ros.

Fonte: Anda e Sindag

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O Grupo Associado de Pesquisa do Sudoeste Goiano (Gapes), fundado há 10 anos, não foi iniciado com objetivo de comprar e vender produtos, mas sim com a pesquisa. Segundo o produtor rural e presidente da Gapes, Sandro Henkes, o intuito era testar produtos diversos que o grupo queria vender e comprar. O teste consistia em observar qual produto era mais eficaz, cujos resultados eram bons e o custo compatível com que os produtores esperavam. A fase de compra direta de insumos foi a evolução das atividades do Gapes.

O Gapes possui 34 associados que decidiram comprar os insumos em conjunto e direto das fábricas. Devido ao grande volume, os preços são negociados e a meta é conseguir redução dos custos da lavoura. A base das compras é fertilizantes, defensivos e sementes. Hoje a área alcançada com essas compras atinge em média 60 mil hectares de soja e 30 mil hectares com o milho safrinha.

Devido à evolução do grupo, houve a necessidade de formar um corpo

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MERCADO DE INSUMOS

Mudanças que geram resultados

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Sandro diz que a meta do grupo é conseguir a redução dos custos da lavoura através das compras

administrativo. Hoje, o Gapes possui estatuto, diretoria executiva, conselho, secretário executivo e vários prestadores de serviço. O grupo também é composto por comissões de compras, pesquisas e comissão social.

Processo de comprasOs cotistas participam das reuniões

semanais, realizadas às segundas-feiras, para conversar, trocar experiências, discutir as compras que resultam em

ganhos às propriedades. “Fazemos testes reais, pois precisamos ter mais clareza da eficácia dos produtos que vamos utilizar”, afirma Henkes.

As compras são feitas da seguinte forma: Existe um cronograma de datas e de produtos adquiridos para atender os cotistas. Os dados das lavouras são reunidos e compilados, para orientar as compras futuras. O presidente do Gapes diz que a cada ano as negociações são aprimoradas com as empresas.

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SISTEMA EM AÇÃO

Liberdade para plantar e colherO Sistema Faeg/Senar e Agsep firmam parceria para promover o desenvolvimento da produção agropecuária nas unidades prisionais do EstadoKarine rodrigues | [email protected]

Uma parceria inédita firmada entre a Agência Goiana do Sis-tema de Execução Penal (AG-

SEP) e o Sistema Faeg/Senar promete alavancar a produção rural que man-tém a AGSEP. Serão oferecidos cursos para capacitar os detentos que traba-lham nas áreas rurais das unidades do interior e do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia.

Serão ministrados cursos de bovi-nocultura de leite, suinocultura, oleri-cultura básica, irrigação por aspersão e operação e manutenção de trato-res. Segundo o presidente da Agsep, Edílson de Brito, há problemas para dinamizar a produção, porque faltam detentos treinados, além disso, são necessários operadores de máquinas, profissionais em manejo de suínos, bovinos e em olericultura. “A capaci-tação promove a reinserção do preso quando ele ganha a liberdade, pois além reduzir o índice de reincidência de criminalidade o detento terá uma profissão”, acrescenta.

Além dos cursos, está previsto para ocorrer ainda neste semestre a rea-lização de ações do Campo Saúde e do Programa Útero é vida, dentro do Complexo de Aparecida e nas unida-des do interior. Também serão minis-tradas palestras explicativas antes dos eventos ocorrerem, com a finalidade de motivar a participação.

O Complexo Prisional é composto pela Penitenciária Coronel Odenir Gui-

O cultivo de chuchu aumentou mais de 50 vezes depois que o preso R.P.S passou a cuidar pessoalmente da plantação

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SISTEMA EM AÇÃO

marães (POG), Casa de Prisão Provisória (CPP), Centro de Inserção Social (CIS) Consuelo Nasser (presídio feminino), Núcleo de Custódia e Colônia Agrícola Semi-aberto e abriga aproximadamente 3.300 mil detentos. De acordo com in-formações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Goiás é o Estado brasileiro que mais emprega detentos.

Somente nas cinco unidades prisionais que compõem o Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, 879 deten-tos exercem alguma atividade laboral e outros 400 presos aguardam finalização das instalações de uma indústria no local para dar início aos trabalhos. Assim, 37% da popula-

O detento A.S. trabalha há dois anos com irrigação da horta e da lavoura, ele diz que aguarda o curso com expectativa

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ção carcerária, de um universo de 3.431 mil indivíduos, está ligada a alguma atividade de trabalho, sendo que o índice estadual de empregabilidade é de 30%.

O galpão construído e equipado com recursos federais tem 600 metros quadrados, onde serão empregados 58 presos. A tecelagem está prevista para iniciar os trabalhos neste mês de agosto. Também será implantada uma fábrica de tijolo e bloco de concreto. As parcerias entre empresas e entidades não governamentais são prospectadas e fir-madas pela diretoria de Reintegração Social da Agsep. No interior, as parcerias são, na maioria, com o empresariado local, com autorizações e contribuições do judiciário e Mi-nistério Público locais.

Produção rural De acordo com o supervisor de Produção Agropecuária,

Mariogênio Cândido da Silva, na horta são produzidos cou-ve, couve-flor, chuchu, abóbora, mandioca, cenoura, beter-raba e folhagem para tempero (cheiro verde). A produção mensal chega a cinco a toneladas de alimentos, três mil litros de leite por mês e 100 toneladas de silagem por ano. A área produtiva do complexo de Aparecida é composta por 250 hectares. Dez detentos trabalham somente na hor-ta do complexo.

Segundo informações de Mariogênio, na safra 2009/2010, a produção foi de 7 mil sacas de milho e 50 toneladas de sorgo. Em 2010/2011 a colheita foi de 1.500 mil sacas de milho. Em ambas as safras, a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Irrigação de Goiás (Seagro) cedeu as sementes de milho e a Agsep comprou o restante das sementes.

A lavoura do ano safra 2011/2012 será plantada a partir de outubro, ou seja, quando inicia o período de chuvas. Além de plantar milho e sorgo, neste ano, há um projeto para plantar soja que servirá como base para a alimentação animal. Não há produção de carne bovina no complexo. A produção mensal de suínos é de cinco toneladas.

detentos em atividades desenvolvidas na Agsep

Fonte: Agsep

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DedicaçãoOs detentos que trabalham na área rural do complexo

afirmam que os cursos serão muito bem aproveitados, pois vai capacitá-los para atuar da melhor forma enquanto eles ainda estiverem dentro do Complexo prisional e, quando saírem, terão uma profissão. O pintor R.D.S. de 27 anos, cumpre pena em Aparecida de Goiânia e trabalha no mane-jo do gado leiteiro há cinco meses.

Sobre os cursos ele disse que poderá melhorar muito o trato dos animais e ressaltou que todo aprendizado é válido. “Prefiro ficar aqui com os animais, porque é mais tranquilo e com o trabalho diário não vemos o tempo pas-sar, é outra vida. Lá no presídio é uma canseira, há muitos problemas, não tem paz”, afirma.

Um dos trabalhadores de confiança do supervisor de Produção Agropecuária, Mariogênio Cândido é R.P.S., de 61 anos. Ele atua na produção de verduras e legumes há dois anos e quatro meses. Dedicado ao trabalho, o detento ajuda nos afazeres da horta de segunda a sexta-feira e diz que não abre mão de ficar na parte rural do complexo.

Em relação aos cursos que serão ministrados pelo Senar Goiás, ele disse que irá repassar o conhecimento obtido para os mais jovens. Das mãos do detento, a produção de chuchu aumentou mais de 50 vezes. Até no início deste ano era colhida uma caixa e meia de chuchu por semana, há cerca de 90 dias, devido ao trabalho intensificado, são re-tiradas da plantação 62 caixas de chuchu, comercializadas no Ceasa.

A.S. de 46 anos e N.C. de 57 trabalham com a irrigação das áreas de plantio do Complexo Prisional e também auxi-liam no abastecimento de água das criações de animais no local. A.S explica que já tinha experiência no assunto, pois já trabalhou em irrigação de garimpo e também com agri-

cultura. Ambos estão com o pedido de condicional pronto para ser avaliado por um juiz, mas enquanto a liberação da condicional não chega, eles estão animados com a possibi-lidade do curso.

Com dois anos de trabalho na irrigação da horta do Com-plexo Prisional, A.S diz que gosta do que faz e o trabalho no local é a melhor maneira que encontrou de pagar o que deve. “Eu quero trabalhar. Aqui embaixo é mais tranquilo e os chefes nos consideram como seres humanos. Acredito que o curso vai nos abrir grandes possibilidades de traba-lho quando sairmos daqui”, afirma. N.C. relata que embora o trabalho seja diário e sem feriados, pois as plantas preci-sam ser molhadas todos os dias, ele tem prazer em traba-lhar no local. “Estou aqui porque quero, temos liberdade de ir e vir, e só de estar respirando o ar mais puro, ajuda o tempo a passar mais rápido”, relata.

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R.D.S. diz que prefere ficar na agropecuária a viver no presídio

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SEMENTES IRRIGADAS

Água na medida certa para sementes Estiagem favorece o plantio de sementes que, sob irrigação controlada, geram cultivares ideais para plantio do milho, trigo e feijãoKarine rodrigues | [email protected]

Estiagem favorece o plantio de sementes que, sob irrigação controlada, geram cultivares ideais para plantio do milho, trigo e feijãoKarine rodrigues | [email protected]

Pase chegar ao verde campo de soja ou uma frondosa plantação de milho há um extenso caminho que envolve alta tecnologia e o cuidadoso cultivo de

sementes. Mais comum do que se imagina, o plantio de sementes irrigadas em Goiás é um mercado promissor. Goiás está entre os cinco Estados brasileiros com maior área irrigada o que favorece o plantio de sementes, principalmente de milho e feijão durante o período de estiagem.

Segundo o levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010, o destaque também é para o trigo, cuja área plantada foi de 21 mil hectares, maior que a área do feijão de 19,5 mil hectares e do milho com 8,3 mil hectares. Em último lugar vem a soja com área plantada de 600 hectares. O baixo índice de plantio de soja ocorre porque não se pode plantar o grão durante o vazio sanitário e, durante a safra de verão, a preferência dos produtores é pelo grão para o

consumo. Embora os números do IBGE apontem que a maior parte da área plantada em 2010 foi de sementes de trigo, neste ano, a expectativa é de que a maior parte da colheita de sementes seja de milho.

Em Goiás, as sementes irrigadas são plantadas no período de seca que vai de maio a setembro. Isso porque durante este período de estiagem, é possível fazer maior controle da cultura, garantir maior qualidade fisiológica e evitar doenças de origem fúngica. Segundo o analista técnico da Embrapa Transferência de Tecnologia – escritório de Goiânia, Sérgio Utino, a colheita da semente em época chuvosa pode prejudicar a qualidade do grão, que deve ser extremamente seco. Os cuidados com o cultivo da semente devem ser redobrados se comparado ao do grão para o consumo, pois a semente irá gerar uma nova planta. Muitas doenças podem ser transmitidas à planta pela semente.

O grão para semente deve ter umidade adequada,

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O produtor Carlos Henrique afirma que dá trabalho, mas compensa produzir sementes

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O presidente da Associação Goiana dos Produtores de Sementes (Agrosem), Marco Alexandre Bronson e Sousa explicou como funciona o processo de produ-ção da semente, que vai da formação da parceria entre a empresa obtentora e produtor, à semente propria-mente dita.

De início, a empresa obtentora faz a prospecção de produtores que possuam sistema de irrigação na pro-priedade. Depois de firmado o contrato, a empresa fornece a semente e parte dos insumos. Ela também faz a colheita e transporte dos grãos-sementes. Cabe ao produtor entrar com o serviço, que inclui a prepa-ração da terra, o plantio e o cuidado com a cultura.

Segundo Marco, o agricultor não precisa ser ne-cessariamente um produtor de semente para firmar a parceria. “Cabe a empresa garantir uma produtivi-dade mínima e uma receita mínima para o produtor e caso essa meta seja alcançada e superada, o agri-cultor poderá receber um bônus por produtividade”, explica.

O ganho do produtor é proveniente da economia nos custos. Marco Alexandre disse que a redução nos gastos varia entre 20% a 30%, dependendo da boni-ficação, até mais. A explicação é de que os ganhos do produtor são provenientes da economia que ele faz ao não gastar com a compra de sementes, insumos, colheita e transporte. Além do ganho extra com a pre-miação por produtividade.

Bom retornoO produtor de Goiatuba, Carlos Henrique Silva,

planta sementes irrigadas há mais de 10 anos e ga-rante que compensa. Ele tem parceria com três das principais empresas produtoras de sementes que atu-am no País.

Este ano, ele plantou exclusivamente milho que irá colher no mês de setembro. “Planto milho conforme a demanda do mercado de milho grão, como o merca-do está bom, a renda melhora”, explica. Ele também planta semente de soja no verão e já plantou semente de trigo.

Segundo ele, o custo é maior porque tem irrigação e a produtividade é menor. No verão se tem uma pro-dução maior com custo menor, porque não se gasta com irrigação, a temperatura mais alta e mais lumi-nosidade favorecem a produtividade. No inverno se gasta mais para produzir menos. A temperatura e a luminosidade afetam na produtividade da planta, que resultam em custo 30% maior e a produção de 10% a 15% a menos.

a colheita deve ser diferenciada para não causar dano mecânico, o solo tem que estar limpo e livre de infestações anteriores de doenças e pragas. “A área precisa ser selecionada”, explica Utino.

Tudo para que a semente atinja um padrão de germinação. O padrão mínimo considerado hoje pelos pesquisadores e empresas é de 80%. As aplicações de defensivos devem ser feitas preventivamente e a adubação é a mesma feita em lavouras de grãos para o consumo. O analista da Embrapa diz que, em relação ao solo, é imprescindível a análise para que os resultados sejam os esperados.

Quanto à irrigação, Utino afirma que o ideal seria fazer a medição com equipamentos específicos para saber quais as necessidades de água na planta. “É essencial fazer o controle adequado da irrigação para racionalizar o gasto de água e as necessidades hídricas da planta”, explicou.

Processo de cultivo

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SEMENTES IRRIGADAS

Produção autorizada

Para cultivar semente irrigada o produtor precisa ter o re-gistro da área no Mapa. A produção, o comércio, a exporta-ção, a importação e outras atividades relacionadas a sementes e mudas no Brasil são regidas pela Lei 10.711/03, que instituiu o Sistema Nacional de Sementes e Mudas, regulamentada pelo Decreto 5.153/04.

A Lei nº. 10.711 instituiu o Registro Nacional de Sementes e Mudas (Renasem) como obrigatório para pessoas físicas e ju-rídicas que exerçam as atividades na produção, beneficiamen-to, embalagem, armazenamento, análise, comércio, importa-ção e exportação de sementes e mudas. Devem ter número de registro os responsáveis técnicos, entidades de certificação, certificador de sementes ou mudas de produção própria, labo-ratório de análise e amostrador na área de sementes e mudas.

Para produzir sementes de cultivares protegidas, inscritas

no Serviço Nacional de Proteção de Cultivares (SNPC), é ne-cessário que o produtor rural tenha autorização do detentor dos direitos de propriedade intelectual. De acordo com in-formações do ministério, o primeiro passo para quem deseja produzir, exportar, importar ou realizar qualquer atividade relacionada com sementes é procurar a orientação do setor de sementes e mudas da Superintendência Federal de Agricultu-ra Estadual. Já as empresas que produzem e comercializam precisam registrar as cultivares no Registro Nacional de Cul-tivares (RNC).

A produção de sementes para consumo próprio na maioria dos casos é ilegal e o produtor não pode revender direta-mente para outro o que produziu. Todo o ciclo de registro, produção, entrega, beneficiamento e comercialização deve ser respeitado.

Marco Alexandre, presidente da Agrosem diz que produção de sementes irrigadas em Goiás ainda é pequena

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Rotação As informações são divergentes quanto à utilização

da área de plantio de sementes. O presidente da Agro-sem explica que as parcerias entre produtores e empre-sas são feitas anualmente, porém, as empresas gostam de rotacionar o pivô e tentam fazer o rodízio das áreas irrigadas.

Carlos planta 405 hectares de sementes em uma área onde estão instalados cinco pivôs centrais. Ele relata que para aproveitar o espaço e fazer a limpeza da área, faz o plantio de outras culturas. Acrescenta que nunca lhe foi pedido que fizesse rotação de área para o plantio das sementes. “Vou colher semente de milho em setembro e plantar soja em outubro”, conclui.

Marco também relatou que não depende muito da vontade do produtor rural produzir sementes, mas da necessidade das empresas obtentoras. “Depende da vontade da empresa querer fechar a parceria e do agri-cultor de ter as condições adequadas para o plantio de sementes”, ratifica.

Questionado sobre o plantio de sementes na região em que trabalha, Carlos Henrique ressaltou que em Goiatuba há muitos agricultores que plantam milho para semente e a demanda por área para cultivo por parte das empresas é grande. A mesma informação foi ratifi-cada pelo produtor de sementes de feijão, soja e trigo, Juliano Fontanella, de Crista

Produção de sementes é regulamentada por lei e produtor precisa ter registro no Renasem

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A Associação dos Produtores do Vale do Araguaia (Aprova) tem como maior característica a união. Pe-cuaristas paulistas e goianos que atuam no Vale do Araguaia se juntaram há seis anos com o objetivo de fortalecer a pecuária de corte da região. Sua sede está situada no município de Britânia e atualmente possui 100 associados. Esta união, segundo o presidente da associação, Marcelo Marcondes, garante aos associa-dos a comercialização dos bovinos a preços acima dos praticados no mercado.

Atualmente, a associação possui um contrato de 12 meses, que termina em outubro, com um frigo-rífico onde a Aprova se compromete a fornecer 60 mil animais a um preço pré-definido pelos próprios pecuaristas junto à empresa. Neste contrato, o pecu-arista também está protegido contra as intempéries do setor.

Vantagens do associativismoalessandra Goiaz | [email protected]

Marcondes conta ainda que além de fa-cilitar a comercialização dos bovinos, os associados também possuem benefícios como a compra de insumos e produtos agrícolas que podem ser feitas por meio da associação, cujos resulta-dos são descontos maiores no valor final da compra, que automaticamente são aba-tidos no custo da produção. “Essa é a vantagem do as-sociativismo, tanto o pecua-rista que abate 400 animais quanto o que abate 15 mil animais possuem os mesmo benefícios”, acrescenta.

Informe Publicitário

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CAMPO RESPONDE

Como está o preço do açúcar no mercado nacional e internacional?

Gerson Bravo

Os preços tanto no mercado interno quanto no externo têm oscilado

bastante nos últimos meses, especialmente pelas atualizações nas

estimativas de produção com a quebra de safra no Centro-Sul. No mercado

interno o preço médio da saca (50 kg) em julho fechou em R$ 64,33, alta de 17% em relação a junho. No mercado externo alta de 14% nas cotações dos

preços futuros, US$ 29,30 por libra peso na cotação de NY.

ConSUltor: AlEXAnDro AlVES, assessor técnico da Faeg para a área

de cana-de-açúcar e bioenergia.

Gostaria de saber se existe desconto para liquidação ou renegociação de dívidas já ajuizadas referentes à secutirização com último pagamento em 1998 ou 1999.Ademir rodrigues Machado

Se você fez a opção pela adesão à Lei 11.775 este ano ainda poderá liquidar a dívida com desconto, que vai depender do valor atual e das amortizações realizadas. Se renegociou em D.A.U., não incidirá nenhum desconto.

ConSUltor: AlEXAnDrE CÂMArA BErnArDES, presidente da Comissão de Crédito Rural da Faeg.

Quais são os principais modelos de abatedouros

de ovinos? Como posso ter acesso a esses modelos? Quais

as normas para registro no Serviço de Inspeção Estadual (S.I.E.)?

ricardo Simões de lima

Recentemente, a pedido da Comissão Nacional de Ovinos e Caprinos da CNA, o MAPA elaborou um modelo de planta com todas as especificações técnicas aprovadas

por este ministério. Ela está disponível também no site da CNA: http://www.

canaldoprodutor.com.br/sites/default/files/Plantas-caprinoeovinos.pdf. Para a obtenção do Serviço de Inspeção Estadual (SIE) entre em contato

na Agrodefesa.

ConSUltorA: CHrIStIAnE roSSI, assessora técnica da Faeg para a área de pecuária.

Envie suas dúvidas para [email protected]. Não se esqueça de colocar seu nome completo, a região onde mora e a cultura que produz. Envie-nos também fotos do assunto que pretende obter resposta.

Quais os defensivos permitidos ou registrados para utilização nas culturas de manga, goiaba e acerola em 2011?laercio lima

Há uma deficiência muito grande em relação à quantidade de produtos defensivos utilizados na produção de frutas. O Ministério da Agricultura, juntamente com outras entidades do setor, tem trabalhado em função de suprir essa deficiência e tornar os produtos agrícolas, no caso as frutas, mais seguros ao consumidor. Em breve serão divulgados os produtos registrados para essas culturas e assim o fruticultor poderá trabalhar com mais tranquilidade.

ConSUltor: AlEXAnDro AlVES, assessor técnico da Faeg para a área de cana-de-açúcar e bioenergia.

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DELÍCIAS DO CAMPO

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Receita elaborada por Cristiano Fer-reira da Silveira, tecnólogo em Gas-tronomia e instrutor de Cozinha Rural do Senar, em Goiás.

Bolo cremoso de fubáMOdO de FAzer:

Coloque todos os ingredientes no liquidi-ficador, exceto o fermento em pó, e bata bem. Adicione o fermento e bata leve-mente. Despeje a massa batida em assa-deira untada com margarina e enfarinhada com açúcar refinado. Se desejar misture um pouco de canela em pó no açúcar. Leve para assar em forno médio, pré-aquecido, até dourar. Para servir espere o bolo es-friar mais ou menos 1 hora.

inGredientes:

5 ovos2 copos de açúcar3 colheres das de sopa (cheias) de margarina1 e ½ copo de fubá4 colheres de sopa de farinha de trigo4 copos de leite6 colheres de sopa de queijo ralado1 colher de sopa de sal1 colher de sopa de fermento em pó

Cristi

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CASO DE SUCESSO

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Edvaldo comemora o salto na produção de leite em sua propriedade

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Um aumento na produção de 90 litros de leite por dia para 400 litros/dia. Esse foi o saldo nos tanques da propriedade de Ednaldo da Costa Meireles, a

60 quilômetros de Luziânia, entorno do Distrito Federal. A diferença foi conquistada praticamente sem adquirir novas vacas leiteiras, ele possui 24 animais na ordenha. O produtor pretende, em dois anos, alcançar uma produção de 600 litros de leite por dia.

A melhoria não foi alcançada por mágica. Ele estudou e preparou a propriedade para se tornar uma referência na região. Ednaldo participou de praticamente todos os cursos do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), em Goiás, relacionados à bovinocultura. Foram aulas como inseminação artificial, casqueamento de bovinos e qualidade do leite, entre outras.

“Eu sabia que precisava encontrar uma maneira de fazer meu rebanho produzir mais, só não sabia como”, lembra. Com vacas produzindo quantidades insignificantes de leite, o produtor via sua propriedade se tornando cada vez menos viável. Houve momentos em que até alugava seu

pasto para poder manter as despesas da propriedade.

“Estava praticamente pagando para trabalhar”, reclama.Mas hoje ele é só alegria quando reúne as vacas no curral

e aponta as campeãs de produtividade. Graças às técnicas e informações que aprendeu nos cursos do Senar, hoje, o produtor sabe escolher os melhores lotes de leiteiras e otimizar a alimentação das vacas na propriedade, sempre visando maiores produtividades do rebanho.

RendaToda a renda da propriedade é extraída exclusivamente

do leite. Depois que se tornou um assíduo frequentador dos cursos do Senar, Ednaldo já conseguiu construir uma nova sede na propriedade, comprou uma ordenhadeira mecânica, tanque para armazenar o leite de maneira adequada, terminou de formar os pastos e passou a investir no plantio de milho para a produção da silagem utilizada como alimento do rebanho.

Quem pensa que os investimentos de Ednaldo param por aí se engana. Ele aprendeu a fazer inseminação artificial e tem um aproveitamento de 90% das tentativas. O nível do produtor está tão além de um pequeno criador de gado que ele já importou sêmem bovino da Nova Zelândia e comprou dois lotes de gado melhorado geneticamente.

Andando pelo pasto, Ednaldo some em meio às suas 24 cabeças de vacas leiteiras que sabe os nomes uma por uma. De poucas palavras e bastante concentrado em suas atividades na fazenda, Ednaldo passa a impressão de quem parece estar satisfeito quando olha para o passado e vê que todo seu esforço está dando resultado. Tudo graças ao melhor investimento que acredita ter feito na propriedade; o aprendizado. “Eu participei de todos os cursos de bovinocultura do Senar. Quando existirem novas modalidades também participarei”, garante.

Criador de gado de leite da região de Luziânia aprendeu no Senar a receita de como aumentar a produção e multiplicar os lucros rhudy crysthian | [email protected]

Vacas mais produtivas

Como participarOs interessados em treinamentos e cursos do Senar Goiás no município de Luziânia devem entrar em contato com o Sindicato Rural pelo telefone: (62) 3621-1060.

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CURSOS E TREINAMENTOS

eM JUlhO, O senAr PrOMOVeU

284 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL

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Na área de

agricultura

Em ativida-

de de apoio

agrossilvipas-

toril

87

Na área de

silvicultura

14

Na área de

agroindústria

3

Na área de

aquicultura

11

Na área de

pecuária

97

Em atividades

relativas à

prestação de

serviços

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86 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL

34

Alimentação

e nutrição

Organização

Comunitária

8

Saúde e

Alimentação

7

Prevenção

de acidentes

9

Artesanato

28

PRODUTORES E

TRABALHADORES

RURAIS

CAPACITADOS

4.227

O curso Fabricação Caseira de Melado, Açúcar Mascavo e Rapadura ensina aos produtores, tra-balhadores rurais e familiares técnicas que visam

um aproveitamento maior da produção de cana-de-açú-car. O evento oferece informações desde a preparação das instalações até higiene e segurança no trabalho. Além disso, os participantes também praticam as técnicas de moagem, preparação do caldo, fabricação do melado, do açúcar e da rapadura e se preparam para comercializar os produtos. O curso é voltado para pessoas do meio rural que tenham idade mínima de 18 anos.

doçura no campo

Para mais informações sobre os cursos e treinamentos oferecidos pelo Senar, em Goiás, o contato é pelo telefone (62) 3545-2600 ou pelo site www.senargo.org.br

alessandra Goiaz | [email protected]

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CAMPO ABERTO

38 | CAMPO Agosto/2011 www.sistemafaeg.com.br

O Estado de Goiás se mostra a menina dos olhos do país,

trazendo para o Brasil Central a responsabilidade de 49% da produtividade de carne nacional, bem como para exportação. O trabalhador rural - leia-se empregadores e empregados - visualiza o investimento na produtividade como o meio para atender a demanda por políticas de proteção ambiental sem sobrepor ao direito a vida, pois o cidadão sem alimento não poderá viver em um ambiente socioambiental sustentável.

O meio produtivo, seja ela urbano ou rural, tem se manifestado com soluções para as travas da produção como a carga tributária, os subsídios nos países estrangeiros, bem como os custos com transporte que diminui a competitividade substancialmente. As Federações da Agricultura em todo país, bem como a exemplo da Faeg e entidades ligadas ao setor como a Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA), em parceria com a OAB/GO, vêm realizando debates de como restabelecer a harmonia entre a produtividade e preservação, tendo em vista que somente temos a preservação de

hoje em função dos produtores rurais que o fizeram mesmo antes da existência de qualquer norma legal.

A parceria entre as entidades vai trazer otimização da produção, através de políticas de conscientização dos procedimentos legais para viabilização da propriedade frente aos desafios dos novos mercados. A essencialidade da contratação de profissionais e técnicos a exemplo do contador, veterinário, engenheiro agrônomo, advogado, e outros, traz a minimização preventiva de perdas que agrega na rentabilidade do faturamento, ao se implantar uma empresa rural.

O ano de 2011 trouxe um avanço na área do direito comercial, afeto ao direito do agronegócio, ao profissionalizar e desburocratizar a fundação de uma empresa, por meio da empresa individual limitada, mediante a Lei 12.441/2011, no intuito de desonerar o custo da produção bem como profissionalizar a atividade rural. No entanto, é preciso destacar os limites e as especificidades do agronegócio, com ritmos e ciclos peculiares, bem como face à sua sazonalidade.

Com tal implantação no meio produtivo, do chamado Sistema Privado de Financiamento do Agronegócio, através das tradings companies, torna viável ao pequeno produtor o acesso ao crédito por meio das transações estruturadas, e que refletem o novo modo de comercialização da produção com maior segurança na compra e na venda da mesma.

Países como a França e Estados Unidos realizam pesquisas frequentes dos sistemas agroindustriais e criaram o Comodity System Approach, trazendo o processo de especialização da produção agropecuária com a interação do setor agrícola e industrial no processamento e distribuição dos produtos do agronegócio, aumento da rentabilidade e otimizando a produtividade.

Recentemente, o Governo Federal lançou o Plano Anual da Safra, mas não reflete as necessidades do campo. Carece de incentivo a pesquisa, assistência técnica e extensão rural, eletrificação e irrigação dentre outros quesitos, pois o investimento no meio produtivo rural é o que possui a maior taxa de retorno.

Investimento para produtividadelorena barbosa carneiro | [email protected]

lorena Barbosa

Carneiro é advo-

gada, vice-direto-

ra secretária da

SGPA e presiden-

te da Comissão de

Direito Empre-

sarial da OAB/

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INFORMAÇÕES:

ABTnelTABANEL

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