2011 04 abril
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A revista Campo é uma publicação da Federação da Agri-
cultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e Serviço Nacional de
Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela Gerência
de Comunicação Integrada do Sistema FAEG/SENAR, com
distribuição gratuita aos seus associados.Os artigos assinados
são de responsabilidade de seus autores.
CAMPO
CONSELHO EDITORIAL
Bartolomeu Braz Pereira;
Claudinei Rigonatto; Eurípedes Bassamurfo; F
rancila Calica Editor: Francila Calica (01996/GO)
Reportagem: Alessandra Goiaz (GO 01772 JP)
Karine Rodrigues (01585/GO) Fotografia:
Jana Tomazelli Revisão: Cleiber Di Ribeiro (2227/GO)
Diagramação: Rowan Marketing
Impressão: Gráfica Talento Tiragem: 12.500
Comercial: Sandro Cardeal e Meire Almeida
(62) 3096-2200 | (62) 3096-2226 | (62) 3096-2220
DIRETORIA FAEG
Presidente: José Mário Schreiner
Vice-presidentes: Mozart Carvalho de Assis; José Manoel
Caixeta Haun. Diretores-Secretários: Bartolomeu Braz
Pereira, Estrogildo Ferreira dos Anjos. Diretores-Tesoureiros:
Eurípedes Bassamurfo da Costa, Nelcy Palhares. Suplentes:
Wanderley Rodrigues de Siqueira, Flávio Faedo, Daniel
Klüppel Carrara, Justino Felício Perius, Antônio Anselmo de
Freitas, Arthur Barros Filhos, Osvaldo Moreira Guimarães.
Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da Costa, Vilmar Rodrigues
da Rocha, Antônio Roque da Silva Prates Filho, César Savini
Neto, Leonardo Ribeiro. Suplentes: Arno Bruno Weis, Pedro
da Conceição Gontijo Santos, Margareth Alves Irineu Luciano,
Wagner Marchesi, Jânio Erasmo Vicente. Delegados repre-
sentantes: Alécio Maróstica, Dirceu Cortez. Suplentes: Lauro
Sampaio Xavier de Oliveira, Walter Vieira de Rezende.
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Alair Luiz dos Santos, Elias Mourão Junior, Joaquim Saêta
Filho. Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Edmar
Duarte Vilela, Sandra Pereira Faria do Carmo. Suplentes:
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Serafim, Antônio Borges Moreira. Conselho Consultivo: Bairon
Pereira Araújo, Maria José Del Peloso, Welton José Luiz de
Oliveira, Luiz Becker Karst, Sônia Maria Domingos Fernandes.
Suplentes: Theldo Emrich, Carlos Magri Ferreira, Valdivino
Vieira da Silva, Carlos Eduardo da Silva Lima, Glauce Mônica
Vilela Souza.
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Uma verdadeira colcha de retalhos. É como podemos defi-
nir a atual legislação ambiental. Grande parte das áreas
produtivas existentes no Centro-Oeste foi ocupada no fi-
nal da década de 1970, início de 1980. A legislação que define a
obrigatoriedade de Reserva Legal para essa região entrou em vigor
em 1989. E assim, de uma hora para outra, caíram na ilegalidade
aqueles produtores que foram incentivados pelo governo a abrir
áreas e produzir para que o Brasil deixasse de ser um importador
de alimentos, conseguisse se auto-abastecer e gerasse excedentes
para exportação.
O projeto do deputado federal Aldo Rebelo (PC do B-SP) vem
corrigir esses problemas que foram sendo criados ao longo dos
anos com os inúmeros instrumentos jurídicos que modificaram o
Código Florestal, sem a preocupação de adequá-lo à realidade do
País. Os produtores precisam ter tranquilidade e segurança jurídica
para continuar garantindo o abastecimento do Brasil. É questão de
segurança alimentar.
O setor produtivo defende a produção de alimentos com susten-
tabilidade. No Brasil temos 90 milhões de hectares com potencial
para serem recuperados e utilizados na produção. Apostamos no
bom senso, no espírito público e na brasilidade dos parlamentares
ao avaliarem e votarem a favor do projeto.
José Mário Schreiner
Presidente do Sistema
FAEG/SENAR
PALAVRA DO PRESIDENTE
Alex
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PAINEL CENTRAL
Prosa RuralSecretário de Meio Ambiente, Leonardo Vi-
lela fala sobre sua missão frete à secretaria
Mercado de ProdutoO alto preço dos fertilizantes
e seu efeito no mercado rural
Justiça fiscalPublicada lei que isenta pecuaristas de
multas fiscais
Cartão do Produtor
Ação Sindical
Sistema em ação1º Congresso Sindical reúne toda a família
Sistema Faeg/Senar e traça metas de atua-
ção para próximos anos
Qualidade do LeiteNovas exigências do controle higiênico e
sanitário na cadeia produtiva do leite
TecnoshowProgramas nas áreas de saúde e educação
movimentam estande do Sistema na Tec-
noshow
SafrasChuvas catigaram lavouras em plena colhei-
ta e qualidade de grãos ficou comprometida
Delícias do CampoLinhaça inova receita de Pão de queijo
Caso de SucessoTreinamentos do Senar mudam realidade de
assentamento rural em Palmeiras de Goiás
Campo AbertoO ano que prometia ser o melhor
ano agrícola dos últimos tempos
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Estradas Produtores goianos aguardam a reforma de
1096 quilômetros de rodovias goianas em 2011
Código FlorestalProjeto de Lei que altera o Código Florestal Bra-
sileiro promove polêmica entre representantes
dos setores agrícola e ambiental
Cursos e treinamentosComo cultivar pimentas e pimentões
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Como Participar:
Aos interessados em partici-
par dos eventos, recomenda-
mos confirmar as informações
com os organizadores
1º Campo Saúde – Abadiânia, Se-
cretaria Municipal de Assistência So-
cial, às 8 horas
1º 56ª Exposição Agropecuária de
Anápolis – Anápolis, Parque de Ex-
posição Agropecuário, às 10 horas
2 Abertura da Campanha de Vaci-
nação Anti-Febre Aftosa– Corumbá
de Goiás, Fazenda Santa Mônica , às
9 horas
2 Capacitação de professores no-
vatos Programa Agrinho – Goiânia,
Centro Pastoral Don Fernando, às 9
horas
13 66ª Exposição Agropecuária de
Goiás e 26ª Internacional de Ani-
mais – Goiânia, Parque de Exposição
Agropecuário Pedro Ludovico, às 10
horas
10 Festa Agropecuária de Minaçú –
Minaçú, Parque de Exposição Agro-
pecuário, às 10 horas
21 7ª Exposição Agropecuária de
Joviânia – Joviânia, Parque de Ex-
posição Agropecuário, às 10 horas
21 a 23 Festa do Produtor Rural -
Cezarina, Centro, às 8 horas.
25 3ª Exposição Agropecuária de
Montividiu – Motividiu, Parque de
Exposição Agropecuária, às 10 horas
25 Programa PER Sindical 2011 -
Etapa Diagnóstico
Itaberaí-GO, sede do Sindicato Rural,
às 19 horas
25 Programa PER Sindical 2011 -
Etapa Diagnóstico – Itauçú, sede do
Sindicato Rural, às 19 horas
25 Programa PER Sindical 2011 -
Etapa Diagnóstico – Hidrolândia,
sede do Sindicato Rural, às 14 horas
27 5ª Exposição Agropecuária de
Inaciolândia – Inaciolândia, Parque
de Exposição Agropecuário, às 10
horas.
30 11º Leilão Nelore da Boa Vista –
Piranhas, Parque de Exposição Agro-
pecuária, às 10 horas.
30 Campo Saúde – Alexânia, Escola
Muncipal Irenise Laurindo de Souza,
às 8 horas
Abril Maio
AGENDA RURAL
O presidente da Faeg, José Mário
Schreiner, reuniu na sede da entida-
de, dia 21 de março, os parlamentares
da bancada goiana na Câmara Federal.
Foi apresentado um relatório produzi-
do pela Faeg, com base nos dados do
IBGE, que aponta os principais fatores
que justificam o apoio da bancada ao
projeto do deputado federal Aldo Re-
belo (PCdoB/SP) sobre o Código Flores-
tal. Segundo Schreiner é preciso esta-
belecer uma nova política agrícola que
não seja alicerçada somente em crédito
rural, mas que tenha mecanismos de
mitigação de riscos. Participaram do
encontro os deputados Leandro Vile-
la (PMDB), Flávia Morais (PDT), Pedro
Chaves (PMDB), Íris de Araújo (PMDB),
Rubens Otoni (PT), Heuler Crunivel
(DEM), Roberto Balestra (PP), Lúcia
Vânia (PSDB) e do secretário da Agri-
cultura, Antônio Flávio Camilo de Lima,
e assessores dos deputados Marina
Sant’Anna (PT) e Sandro Mabel (PR).
FIQUE SABENDO
ARMAZÉM
Está no mercado o Biofórmula Leite,
um aditivo probiótico para alimentação
animal desenvolvido pela Bioformula
Tecnologia em Agropecuária e valida-
do pela Embrapa. O produto apresenta
em sua composição uma associação de
prebióticos, probióticos microencapsu-
lados e enzimas digestivas que propor-
cionam um maior equilíbrio fisiológico
aos animais, aumentando a produção
e a qualidade do leite. Além disso, o
produto reduz a contagem de células
somáticas (CCS) do leite e diminui a in-
cidência de mastite. O novo produto foi
validado por meio de três experimen-
tos conduzidos pela Embrapa no Estado
de Goiás. Em todos eles, a suplemen-
tação com o Biofórmula Leite melhorou
a qualidade do leite, com uma redução
média de 53% na contagem de células
somáticas, o que resulta num aumento
do preço pago ao produtor. Manual de identificação de plantas infestantesEdição: FMC
A cada safra, profissionais
envolvidos no cultivo de
arroz enfrentam grandes
desafios para identifica-
ção e controle de plantas
daninhas. Para auxiliar os
produtores no combate a
essas pragas a empresa
FMC lançou o Manual de
identificação de pragas in-
festantes no arroz. O ma-
nual contém um trabalho
detalhado dos consultores
Henrique Costa e Horlan-
dezan Belides Bragança. O
livro contém 854 páginas
e estão catalogadas 334
plantas com fotos identifi-
cadas e com descrição das
mesmas. Segundo os auto-
res cada apontamento traz
um relato sobre as plantas
apontando os diferentes ní-
veis potenciais de danos ao
arroz. O livro constitui-se
em uma fonte de consulta
que pode ser fundamental
para estratégia de contro-
le e manejo responsável. O
manual pode ser adquirido
por meio de um represen-
tante da empresa FMC.
PESQUISA
REGISTRO
PARLAMENTARES DISCUTEM CÓDIGO FLORESTAL NA FAEG
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MELHORA NA PRODUÇÃO DO REBANHO
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Para mim é uma ques-tão de honra, deixar a secretaria saneada, eficiente, transparente a serviço da população goiana e do meio am-biente de Goiás.”
“PROSA RURAL
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Confiando na experiência política e na capacidade de ne-gociação do deputado federal Leonardo Vilela, o gover-nador Marconi Perillo o convidou para assumir a secretaria
de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Goiás (Semarh). Vilela pediu licença do mandato de deputado para comandar a Semarh e afirma que dará nova cara ao órgão do governo, imbuído de transparência, confiabilidade, seriedade e eficiência nos serviços.
Ordem no meio ambienteKarine Rodrigues / [email protected]
Carlos Costa
brasileiro. Sob pena de perdermos todo esse trabalho. No momento em que ele for votado, caberá aos Estados fazerem os seus códigos. A Semarh vai coorde-nar essa discussão, é lógico que nós va-mos levar em conta tudo aquilo que foi feito pela Faeg, pela gestão passada da secretaria, por outros órgãos, mas a nossa intenção é abrir a discussão com a socie-dade. Vamos aproveitar o que de bom foi feito e se for preciso fazer as adequações necessárias. Com certeza será uma das discussões mais importantes do ano de 2011 na Semarh.
Campo: A educação ambiental será uma das prioridades no seu progra-ma de trabalho? Leonardo: A educação ambiental é uma prioridade aqui na Semarh. Atra-vés das mudanças dos atos das pesso-as, nós vamos conseguir ganhos am-bientais. A fiscalização é importante, a coerção é importante, mas antes disso tem que vir a educação ambiental. Eu me reuni com o comando do Batalhão Ambiental de Goiás e ressaltei a impor-tância de que o trabalho deles tenha esse objetivo. Nós avançamos bastante nessa discussão e acredito que vamos ter uma boa interação e uma boa siner-gia com o batalhão.
Campo: Quais as chances de Goiás levar adiante o projeto de uma bolsa de ativos ambientais?Leonardo: Eu concordo que é um projeto complexo, mas acho que nós podemos sim trabalhar na viabilização disso. É lógico que de qualquer forma ele tem que ser bem estudado e bem di-mensionado sob pena de fracassar. Mas acho que é um caminho interessante que em um futuro próximo ele pode-rá se espalhar e seja um programa que tenha adesões em todo estado e País. É uma questão que eu estou estudando o programa já me foi apresentado, em princípio acho interessante e nós esta-mos aprofundando os estudos sobre como implantá-lo.
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PROSA RURAL
Campo: Como está a estrutura da secretaria? Como o senhor a rece-beu?Leonardo: Já fiz algumas mudanças. Foi recriada uma superintendência de unidades de conservação e foram re-formuladas algumas superintendências e gerências. Mas o grande problema da secretaria foi a operação poli-cial que ela sofreu no final de 2010, quando vários funcionários foram presos. Por outro lado, houve queixa das demoras nas ações de licenciamen-tos, outorga, acusações de corrupção, além da questão da fiscalização e das multas. É uma secretaria complexa, importantíssima, mas que sem dúvida nenhuma tem problemas de gestão, de desvios, de corrupção. Eu chego com uma equipe de novos gerentes e supe-rintendentes com a missão de mudar totalmente essa situação. Fazer com que a secretaria seja transparente, seja eficiente e modelo de gestão.
Campo: Como foi abrir mão do ter-ceiro mandato de deputado federal, para assumir uma das secretarias mais problemáticas do Estado? Leonardo: Realmente iniciei meu terceiro mandato e me licenciei por um período que não sei por quanto será, vai depender de uma avaliação minha com o governador. Mas foi uma situação que me deixou muito em dúvida. Quando recebi o convite do governador, exatamente por ser uma secretaria muito importante, uma secre-taria que enfrentava muitos problemas, queixas e reclamações, fiquei em dú-vida se me licenciaria ou não do man-dato. Por outro lado, o apelo da Faeg,
dos produtores rurais, pesou muito. O presidente José Mário Schreiner me falou várias vezes da importância da Secretaria do Meio Ambiente para os produtores rurais. O fator decisivo que me fez aceitar o convite foi por ocasião da assembleia geral da Faeg, data da posse da atual diretoria, onde estavam presentes mais de 90 sindica-tos rurais e após um debate, meu nome foi indicado por unanimidade para as-sumir a secretaria. Com esse apoio e aval me dado pelos produtores e pelo convite do governador eu não poderia recusar essa missão. Para mim é uma questão de honra, deixar a secretaria saneada, eficiente, transparente à ser-viço da população goiana e do meio ambiente de Goiás, sem ser um entra-ve ao desenvolvimento e sem se pres-tar a questões que não sejam servir ao meio ambiente e ao Estado.
Campo: Como as entidades ligadas ao meio ambiente e ao setor agro-pecuário podem contribuir com o trabalho da Semarh?Leonardo: Através de sugestões, de propostas, nos apontando as fa-lhar e os erros para que possamos corrigi-los. As entidades podem dar apoio político às ações que vamos realizar. A minha intenção enquanto secretário do Meio Ambiente é ter uma interlocução permanente com a sociedade e com o setor produtivo.
Campo: Qual é a sua posição em re-lação a proposta do Código Florestal goiano?Leonardo: É importante que a gente aguarde a aprovação do novo código
A minha intenção, enquanto secretário do Meio Ambiente, é ter uma inter-locução permanente com a sociedade e com o setor produtivo.”
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MERCADO E PRODUTO
A demanda por fertilizantes está aquecida, mesmo com a ten-dência altista dos preços. Isso
se deve ao bom momento dos valores dos produtos agrícolas, que tem anima-do os produtores. Um fator negativo é que o Brasil é um grande importador do insumo, o que faz com que sejam agre-gados valores ao preço final do produto ao chegar até o produtor, e o grande vi-lão é o frete.
Outro item que impacta os preços dos fertilizantes, especialmente os nitro-genados, é o petróleo, que voltou a ul-trapassar a barreira dos US$ 100 o barril, devido aos conflitos no Oriente Médio e norte da África. Como o Brasil é um gran-de dependente de matéria-prima estran-geira, os preços no mercado doméstico acompanham os valores internacionais. Outro ponto de desagravo é a infraestru-tura portuária brasileira, que gera mais ônus por conta de problemas como os atrasos nos desembarques, que resultam em multas e diárias para os importadores. A taxa chega à até US$ 30 mil por navio que não consegue atracar, e esse custo é repassado ao produto final.
Nesse momento de alta dos produ-tos agrícolas, os investimentos também cresceram no setor de fertilizantes nos primeiros dois meses do ano e estima--se um aporte de mais de R$ 1,5 bilhão somente em 2011. É um bom sinal, pois há a esperança de que isso resulte na re-dução dos preços no mercado domésti-co com a maior produção brasileira. Em
2009, os investimentos no setor aumen-taram 30%, e para 2011 há a previsão de um recorde, tendo a Vale Fertilizantes e a Petrobras como maiores investidores.
Apesar da perspectiva de aumento da produção nacional de fertilizantes, as importações responderão pela maior parte da demanda. Em 2010, segundo dados da Anda, o Brasil importou 15,3 milhões de toneladas de matéria-prima, quase 40% a mais que em 2009, enquan-to a produção nacional cresceu apenas 3,3%. No período de janeiro a feverei-ro deste ano, as importações cresceram mais de 68%. Essa demanda é refletida nos índices de fertilizantes entregues ao consumidor que cresceu 10,3% no mes-mo período relativo ao ano passado.
Em março, havia uma boa expectati-va de plantio da safrinha, porém, proble-mas climáticos comprometeram a produ-ção e os produtores focaram na colheita que ficou atrasada em várias regiões de Goiás. Acredita-se que as vendas de fer-tilizantes para esse tipo de mercado não reduzirão, haja vista que grande parte dos produtores antecipou as aquisições para o plantio da safrinha.
Para a safra de verão, a história será outra e o planejamento tanto dos produ-tores quanto da indústria será alterado. Isso é evidente quando os dados mostram queda de 2,5% nas entregas de fevereiro. Os preços dos fertilizantes aumentaram em média 1,5% em fevereiro. No histó-rico comparativo ao ano anterior, os va-lores estão 10,3% mais caros em Goiás.
Apesar da queda do preço da ureia no mercado local ter atingido 2,8% em relação a janeiro, este produto está qua-se 15% mais caro em relação ao mesmo período de 2010. O sulfato de amônio está 28,5% mais caro e o MAP, 13%. Portanto, os impactos nos custos de produção para o produtor são conside-ráveis. No mercado internacional, os preços subiram quase 29% na média ge-ral em relação a março de 2010 e há a tendência de estabilidade. O destaque é o potássio, que voltou a subir. Este ano, os preços dos insumos no mercado in-ternacional estão em média 28,8% mais altos. A ureia custou em média US$ 308 a tonelada,e atualmente custa US$ 357. O MAP está 27% mais caro e o enxofre 55% superior a março de 2010.
Nas relações de troca, os destaques foram o arroz e o feijão. No caso do arroz, a relação de troca aumentou de 27 para 34 sacas por tonelada de fertilizantes, o feijão aumentou em 15%. Outro desta-que foi o milho, que com a alta de 7,6% no preço do produto relativo a janeiro, a necessidade de sacas para se adquirir uma tonelada de fertilizantes diminui 1,5%. A previsão é de continuidade de preços mais altos no primeiro semestre de 2011, pelo menos até a definição de produção de países consumidores como China, Índia e EUA.
Fertilizante: Alta nos preços“Apesar da perspectiva de aumento da produção nacional
de fertilizantes, as importações responderão pela maior
parte da demanda.”
Alexandro Alves e engenheiro agrônomo e assessor técnico para a área de cana-de-açúcar e bioenergia da Faeg
Banc
o de
imag
ens
O Diário Oficial do Estado de Goiás publicou no última 3 de maio a Lei Nº 17.298, de 29 de abril de 2011, que dispõe sobre a extinção do
crédito tributário de ICMS relativo à operação com aves, gado bovino ou bufalino e ovino, estabelecido em ações fiscais dessas atividades com a Fazenda es-tadual. Com a aprovação os pecuaristas, que foram in-devidamente multados pelo órgão público em período anterior a 30 de abril do corrente ano, estão isentos de arcar com as multas.
De acordo com o presidente da Comissão de Pecu-ária de Corte da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Manoel Caixeta Haun, inconsistên-cias no banco de dados da Sefaz e da Agrodefesa, em anos anteriores, fizeram com que inúmeros produtores fossem punidos sem razão. “A maneira com que era feito o controle do rebanho e a falta de um banco de da-dos unificado entre Sefaz e Agrodefesa faziam com que
uma série de informações fossem arquivadas equivoca-damente. O erro recaía sobre o produtor”, diz Caixeta.
O representante da Federação esclarece que há cinco anos a Faeg iniciou negociações com as gestões estaduais para que o método de controle do rebanho fosse modificado, que um sistema único de informa-ção fosse implementado entre o órgão de defesa sa-nitária estadual e a Secretaria da Fazenda e que as multas indevidas fosses revistas.
Caixeta conta que nesses cinco anos de acom-panhamento e reivindicações da Faeg as formas de controle de rebanho realmente mudaram, os órgãos já possuem sistema unificado de dados e os produtores tiveram um período para atualizar seus rebanhos no cadastro sem ônus (Marco Zero). “Faltava apenas a revisão das multas indevidas. A lei publicada avança nesse sentido e promove a justiça fiscal à pecuária goiana”, comemora Caixeta.
Lei isenta pecuaristas que foram multados indevidamente
por incompatibilidade dos bancos de controle rebanho
Karine Rodrigues | [email protected]
Pecuaristas isentos de multas fiscais
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JUSTIÇA FISCAL
Marcus Vinicius
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Neste mês, o Cartão Produtor oferece aos seus beneficiários uma lista de clíni-cas médicas e de fisioterapia, que oferecem descontos especiais.
Assistência médica com o Cartão Produtor
CARTÃO PRODUTOR
COMEGO – COOPERATIVA MÉDICA DO ESTADO DE GOIÁS A Cooperativa Médica do Estado de Goiás (Comego) é parceira do Cartão Produtor. São benefícios em consultas médicas, clínicas, hospitais e labora-tórios. Para selecionar o especialista, procedimentos hospitalares ou exa-mes de sua escolha:End.: Rua 124 nº 53, St. Sul, GoiâniaTelefone: (62) 3281-6177 Site: www.comego.com.br
FITE – ASSESSORIA EM FISIOTERAPIA E ESPORTE A Fite – Assessoria em Fisioterapia e Esporte oferece 5% na prestação de serviços de fisioterapia (RPG, osteo-patia, acupuntura, reabilitação ortopé-dica e esportiva e shiatsu) e 21% no fechamento de pacotes. End.: Rua 128A, Qd. F-29, Lt.8, Setor Sul, GoiâniaTelefone: (62) 3241-7260 Site: www.fitesaude.com.br
HOSPITAL E MATERNIDADE MENINO JESUSO Hospital e Maternidade Menino Je-sus é parceiro do Cartão Produtor. End.: Av. Castelo Branco nº 280, Bom Jardim de GoiásTelefone: (64) 3657-1250
OFTALMOLOGISTA – DR. PAULO AFON-SO FIGUEIREDOO oftalmologista, Dr. Paulo Afonso Fi-gueiredo, oferece 30% de desconto aos beneficiários do Cartão Produtor. End.: Av. Goiás nº 176, Centro, Iporá--GO Telefone: (64) 3603-2224
HOSPITAL SÃO PAULOO Hospital São Paulo, de Iporá, oferece desconto de 20% aos beneficiários End.: Av. Dr. Neto nº 580, Centro, Iporá-GO Telefone: (64) 3674-1231
CLÍNICA MORALE DE CIRURGIA LTDAO médico especialista em cirurgia plás-tica, Dr. Rogério Morale oferece 50% nas consultas. O especialista atende na Clínica Notre Dame.End.: Rua Benjamim Constant nº 584, Centro, Jataí-GO Telefone: (64) 3631-2243
HOSPITAL OLAVO SCHERMER O Hospital Olavo Schermer, de Palmei-ras de Goiás, oferece desconto de 50% em consultas médicas e exames labo-ratoriais. Dr. Paulo Tavares da Fonseca é o médico responsável. End.: Rua Dr. José Mendonça nº 96, Centro, Palmeiras de Goiás-GOTelefone: (64) 3571-1218
CLÍNICA INTEGRADA DE SAÚDE A Clínica Integrada de Saúde, de Pal-meiras de Goiás, oferece desconto de 50% em consultas médicas e exames laboratoriais. O médico responsável é o Dr. Rubens Alves.End.: Rua Americano do Brasil nº 239, Centro, Palmeiras de Goiás-GOTelefone: (64) 3571-2169
HOSPITAL E MATERNIDADE SANTA CLARAO Hospital e Maternidade Santa Clara, de Jussara, oferece desconto de 30% aos beneficiários do Cartão Produtor. End.: Rua Professor Ferreira, Centro, Jussara-GOTelefone: (62) 3373-1262
CENTRO ESPECIALIZADO DA VISÃOO Centro Especializado da Visão, de Goiânia, oferece 50% de desconto na consulta. End.: Av. República do Líbano nº 837, Setor Aeroporto, Goiânia-GOTelefone: (62) 3225-0919
HOSPITAL NOSSA Srª DO ROSÁRIOO Hospital Nossa Sra. do Rosário, de Pirenópolis, oferece desconto de 20% na consulta e internação. End.: Praça Dom Emanuel Gomes de Oliveira nº 36Telefone: (62) 3331-1522
INFORMAÇÕES SOBRE COMO PARTICIPAR:
www.cartaoprodutor.com.br
[62] 3096.2200 ou na sede de Sindicato
Rural mais próximo.
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PRONTAS PARA REFORMA Karine Rodrigues | [email protected]
ESTRADAS
O período é de escoamento da safra come-çou em fevereiro, o plantio da safrinha já ocorreu e a época de feiras agropecuárias
já foi iniciada, com intenso tráfego de pessoas e animais pelas rodovias goianas. Ainda assim, as estradas dos principais municípios representantes da agropecuária goiana estão em estado crítico. Há três anos, atendendo a solicitações dos produtores goianos, a equipe da Revista Campo viaja pelo in-terior do Estado para verificar no local, a situação das rodovias estaduais. A constatação é que a cada ano a situação piora. A expectativa do segmento é quanto o plano de reestruturação da malha pro-posto pelo governador Marconi Perillo no mês de fevereiro deste ano.
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ESTRADASM
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Far
ia
O projeto do governo estadual prevê a recuperação de metade da malha rodo-viária, que é de 10 mil quilômetros, nestes quatro anos de mandato. Para esse ano, está prevista a recuperação de 1096 qui-lômetros de estradas. Segundo o vice-pre-sidente da Agetop, Adriano Rodrigues de Oliveira, as restaurações começam no iní-cio de maio, logo após o período de chuva.
Oliveira disse que o plano de recupe-ração das estradas se estende pelos quatro anos, prevê a recuperação de cinco mil quilômetros e deverá custar R$ 800 mi-lhões. O governador Marconi Perillo dis-se durante o anúncio em evento da Faeg, que serão investidos R$ 1,3 bilhões nas rodovias goianas. Para o ano que vem será implantando um novo sistema de recupe-ração de rodovias, separando as pavimen-tadas, das não pavimentadas.
O vice-presidente da Agetop acres-centou que serão colocadas balanças em pontos estratégicos das rodovias, para coibir o excesso de peso dos caminhões que trafegam nas rodovias estaduais. Se-gundo ele, a fragilidade do asfalto se deve à falta de manutenção e ao excesso car-gas. “Reconheço que há alguns asfaltos
que não têm boa qualidade, por isso foi criada a diretoria de estudos e projetos para que se tenha qualidade nesses pro-jetos”, justifica
No plano governamental é essencial cuidar da malha nesses quatro anos. Em um levantamento foi detectado que aproxima-damente metade das rodovias estaduais en-contra-se em condição ruim e necessitando de restauração. Para que isso ocorra, a ideia do governo estadual é criar um fundo de transporte e a partir dele, agregar uma série de possibilidades de vinda de recursos.
O vice-presidente da Agetop ressaltou que é necessário buscar soluções criativas para conseguir fundo como a terceiriza-ção, colocar pedágio nas rodovias, estimu-lar a criação de Parcerias Público-Privadas (PPPs). “Tudo a gente tem que buscar para fazer frente à essa necessidade que é real. Nós não podemos deixar de fazer essa res-tauração, porque o maior patrimônio que o Estado tem é a malha viária”, garante. Ele afirma que o valor das rodovias goianas está estimado em aproximadamente R$ 10 bilhões e ressalta que não se poder dei-xar que isso acabe simplesmente por uma questão de manutenção.
Produção Os produtores goianos aguardam
ansiosos por uma solução que lhes per-mita transportar o que produziram sem tantas perdas. O produtor rural e presi-dente do Sindicato Rural de Chapadão do Céu, Antônio Roque Prates Filho, disse que a rodovia GO-206 no trecho que vai de Chapadão a Itumirim está em estado crítico, que as obras continuam paradas e que só foram construídos 10 quilômetros de estrada, faltam cerca de 52 quilômetros para terminar. “Temos informações de que as verbas para esse trecho já estariam aprovadas pelo BN-DES”, diz.
Roque diz que os produtores de Chapadão não estão parados e no dia 18 de abril houve uma audiência pú-blica na Câmara Municipal para cobrar dos parlamentares ações para viabili-zar as estradas vicinais que também estão em mau estado. “Estamos sem logística nenhuma, mas acreditamos no plano do governador e acredito que a nossa situação será resolvida. Nós acreditamos e precisamos dessa solu-ção”, ressalta ele.
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João
Far
ia
1. Trecho da
GO-178 que liga
Jataí a Itarumã
que ainda não
possui pavimen-
tação durante
o escoamento
da safra de
2010/2011.
2. Os buracos
existentes na
GO-060 impe-
dem o trânsito
em tempo hábil
dos caminhões
o que acarreta
prejuízos
3. O trânsito de
carros de passeio
fica ainda mais
prejudicado com
a quantidade de
buracos existen-
tes na GO-060
O vice-presidente da Faeg e presidente do Sindicato Rural de Jataí, Mozart Carvalho de Assis, há anos reclama da situação das estradas que cortam o município, neste ano não foi diferente. No ano passado, ele mesmo fotografou os trechos mais comprometidos e levou os registros até a Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), além de ofícios solicitan-do reparos. Este ano, ele espera que as rodovias que atravessam o município estejam dentro do plano de ação do governador.
Uma das grandes reclama-ções de Mozart é a GO-184 - co-nhecida como estrada velha de Caiapônia. Nos trechos que foram feitos os tapa-buracos, segundo Mozart, a chuva já destruiu todo o serviço. Na GO-178 que liga Ja-taí a Itarumã, a rodovia ainda não foi pavimentada. “Todo ano tenho essa mesma reclamação, já estou cansado de solicitar providências. Espero que no ano que vem a si-tuação esteja melhor”, completa.
DiagnósticosA Faeg fez entre o final do
ano passado e início de 2011, dois levantamentos sobre a con-dição das estradas no Estado (veja quadro na próxima pági-na). O presidente da Federação, José Mário Schreiner, disse que o resultado desses trabalhos lhe trouxe uma preocupação muito grande, pois há trechos em que o tráfego está praticamente invi-ável. Isso significa que os cami-nhões que puxam a produção do Estado estão com dificuldades de escoar a safra. Trechos como a GO-164, a GO-174 que liga Rio Verde a Montividiu, GO--333 que liga Paraúna a Rio Verde, a GO-206 que liga Chapadão do Céu a Itumirim, a GO-060 que liga Iporá a Piranhas e as estradas que cortam o município de Jataí, são considerados pontos críticos, pois ligam os municípios chave na produção de grãos do Estado. “É importante ter essa interlocução, esse diálogo, com a Agetop, com
o Estado para que juntos possa-mos resolver esse problema sério em Goiás”, lembra.
No início deste ano foi for-mado um grupo de trabalho para dar andamento e acompanhar os trabalhos de recuperação das estradas, a Faeg é uma das inte-grantes do grupo. José Mário diz que é difícil mensurar o quanto se tem de prejuízo provocado pela má condição das estradas. Nesse custo entra frete, tempo, grãos que ficam nas estradas, manutenção dos veículos, dentre outros.
“As estradas vicinais tam-bém nos preocupam. Os prefeitos têm dificuldade de fazer a conser-vação das estradas devido à cen-tralização dos recursos em Bra-sília”, explica. Schreiner ressalta que essa é uma questão política que deve entrar no debate da Câ-mara Federal, uma vez que essas dificuldades são oriundas de uma questão muito maior que é o pac-to federativo.
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ESTRADAS
TRECHOS QUE PRECISAM DE INTERVENÇÃO IMEDIATA
ArenópolisGO-471 - ligando Arenópolis à Palestina . Há a necessidade
de construção de ponte sobre o córrego Velho do Belo;
GO-475 - que liga o povoado de Campos Verdes à BR-070;
CabeceirasGO-346 ligando Cabeceiras à
Unaí-MG (16 Km), além da recu-peração de nove pontes;
Caiapônia GO-341 que liga a BR-158 a Mineiros; Rodovia que liga a BR-158 à GO-221; GO-221 no trecho até Piranhas;
Chapadão do CéuGO-206 - trecho entre Chapa-
dão do Céu e Itumirim; GO-050 - trecho Chapadão do
Céu à Chapadão do Sul;GO-306 - entre Chapadão do
Céu e Mineiros;
Corumbá de GoiásRodovia ligando Corumbá à
BR-153; GO-228 - até o Distrito Federal;
Cristalina GO-309 - entre Cristalina e
Unaí-mg, também necessita de reforma na ponte sobre o rio São Marcos;
CromíniaGO-217 e GO-040 e no trecho
da ponte que liga o município de Cromínia à BR-153.
Doverlândia GO-194 - trecho do entron-
camento da GO-221 e GO-194 trecho da ponte do Rio Araguaia até à GO-221;
Edéia GO-410 - Sentido Edéia à Por-
teirão (km 15);
Guapó Rodovia ligando Guapó à Varjão; Rodovia ligando Guapó à Cam-
pestre;Rodovia ligando Guapó à Varjão;
InaciolândiaGO-206
Ipameri GO-406 - de Ipameri à Corumbaíba;
GO- 213 entre Ipameri à Campo Alegre de Goiás;
GO-406 entre Ipameri e Cristalina;
Iporá/Diorama GO-471 - ligando Arenópolis à
Palestina; GO-060 - entre Iporá e Arenó-
polis km 12; GO-320 - entre Iporá e Ivolândia;
Itapuranga GO–156 - ligando Itapuranga à
Uruana; GO-429 - ligando Itapuranga à
Cidade de Goiás; GO–156 - ligando Itapuranga a
São Patrício;
Itarumã GO-174 - que liga a BR 364 à BR 060 (Aparecida do Rio Doce
a Rio Verde); GO-206 - trecho que liga Caçu
à Quirinópolis e de Itarumã à GO-158 (Aporé a Serranópolis);
GO-164 - (Rodovia Teixeira Lott.) ligando os municípios de
Cachoeira Alta ao Município de Itajá;
Ponte na rodovia Teixeira Lott. (GO-174);Ponte do Acy Moraes sobre o
Rio Corrente que dá acesso à GO-158, e liga os municípios de Itarumã, Itajá e Caçu;
Itumbiara GO-419 - entre Itumbiara e Bu-
riti Alegre;
GO-040 - que liga Bom Jesus à Inaciolândia (não pavimentada);
GO-502 - partindo da GO-206 próximo ao povoado Nilópolis até o distrito de Santa Rosa do Meia Ponte (sentido BR-452);
GO-309 - entre Itumbiara e Ca-choeira Dourada;
JataíGO-184 (estrada velha para
Caiapônia); GO-178 (estrada do Butecão); GO-180 (estrada do São José); GO-050 (estrada para Chapadão
do Céu sentido Estrela Dalva);GO-206 - estrada que liga Cha-
padão do Céu à Itarumã: existem dois trechos, um que vai da - GO-184 até Itarumã totalmente intransitável e outro que vai da GO-184 até Chapadão do Céu;
Jussara BR-070 - Araguarças-Goiás:
restauração entre os trechos de Jussara e Aparecida do Rio Cla-ro;
GO-324 entre Jussara-Jacilân-dia-Britânia;
GO-256 Estrada do Boi; GO-528;
GO-173 entre Santa Fé e Bri-tânia;
GO-326 entre Novo Brasil-Jus-sara-Fazenda Nova;
GO-070 entre Itapirapuã e Ma-trinchã;
Palmeiras de Goiás Rodovia entre Campestre e
Trindade (estrada de terra); Rodovia ligando Palmeiras à
Palminópolis;
Piranhas GO-060 entre Iporá e Piranhas; GO-188 entre Doverlândia e
Piranhas;
Pirenópolis É preciso parceria com a Pre-
feitura para a construção de pontes na zona rural.
PorangatuNecessidade de recuperação
das rodovias que cortam as re-giões de Grupelândia, Capelinha, Bonópolis e Montividiu.
Rio Verde GO-174; GO-220 trecho compreendido
entre o município de Montividiu e Caiapônia;
GO-501, 422 e 527 e GO-333;
RubiatabaGO ligando Rubiataba à Nova
América; GO ligando Rubiataba à Morro
Agudo de Goiás; GO ligando Carmo do Rio Verde
à Ceres; GO ligando São Patrício à Ita-
puranga; GO ligando Nova América à
Mozarlândia;
Santa Fé de GoiásGO-526 entre Santa Fé de Goi-
ás e Distrito de São Sebastião do Rio Claro;
São Luis de Montes BelosGO-164 - ligando São Luis à San-
clerlândia e São Luis à Adelândia;
Serranópolis GO-206 a partir do início da
GO-184, km 70 (entrada da pou-sada das araras) até Itarumã;
GO-206 entre Itumirim e Cha-padão do Céu;
GO-306 com início em Serranó-polis até a região do São José;
Uruaçu GO-080 entre Rio das Almas
até o trevo da BR-153.
abril/2011 CAMPO | 17www.senargo.org.br
AÇÃO SINDICAL
Anicuns
O produtor Kaldir Miranda Peixto assumiu no dia 18 de
abril a presidência do Sindicato Rural de Anicuns. A soleni-
dade ocorreu na sede do sindicato com a presença de au-
toridades locais e produtores rurais. Esse será o segundo
mandato de Kaldir, que administrará o Sindicato pelo tri-
ênio 2011/2014, com apoio do vice-presidente, Benedito
José da Maia, do diretor-tesoureiro, Kássio Murilo Peixoto
Neto e do diretor-secretário, Avenor Pimenta de Assis.
POSSE E ELEIÇÕES
Iaciara
FALECIMENTO DE PEDRO GONTIJO
O presidente do Sindicato Rural de Iaciara e produtor rural, Pedro Gontijo
faleceu dia 18 de março em Iaciara. Liderança entre produtores rurais, Pedro
Gontijo deixou a esposa Diva Gontijo e dois filhos Henrique e Helena. Bastante
atuante, Pedro esteve presente e participou de todas as demandas encam-
padas pelo Sistema Faeg/Senar, enquanto presidente do Sindicato. Pedro foi
sepultado dia 19 de março, em Formosa. O vice-presidente, Mauro Abadio de
Oliveira assume a presidência do Sindicato e permanece na função até a elei-
ção que deve ocorrer no mês de agosto.
Quirinópolis
O produtor Cacildo Alves da Silva e a nova diretoria
do Sindicato Rural de Quirinópolis foram empossados
no dia 18 abril. A solenidade foi realizada na sede da
entidade. Este é o primeiro mandato de Cacildo que
administrará o Sindicato pelo triênio 2011/2014, em
conjunto com o vice-presidente, Joaquim Sardinha;
a diretora-secretária, Delvânia dos Santos Freitas e
diretor-tesoureiro, Fausto Caiado Barbosa.
Foto
: Mar
cus V
inic
ius
Goiânia
TREINAMENTO DO AGRINHOEm 2011 será realizada a quarta edição concurso Agrinho e a meta é dobrar o número de participantes. Neste
ano serão capacitados 20 mil professores, de 1.400 escolas públicas localizadas em 150 municípios. Os profes-
sores irão trabalhar com 400 mil alunos. Os destaques desse ano são os municípios de Santa Helena, Jataí e
Silvânia, onde todas as escolas públicas participam do Agrinho. O ano ainda está no início e a oportunidade de
trabalhar o programa e ser o grande vencedor no final do ano está em aberto. As escolas e professores inscritos
não podem perder a chance de participar dos treinamentos.
And
réia
Mar
tins
18 | CAMPO abril/2011 www.faeg.com.br
AÇÃO SINDICAL
Jaupaci
RECUPERAÇÃO DE MATA CILIARDe 13 a 15 de abril foi realizado
em Jaupaci o curso de Recupera-
ção de Mata Ciliar e Áreas Degra-
dadas ministrado pelo Senar Goiás.
Dezesseis produtores participaram
do curso que tem fila de espera para
uma próxima turma. O presidente do
Sindicato Rural, Laerte dos Santos já
solicitou a realização de uma nova
turma da mesma capacitação. Ele ex-
plicou que essa foi a forma encontrada
para informar e chamar a atenção dos
produtores para a necessidade de pre-
servar as margens do Córrego Taperão
que corta e abastece a cidade.
Caiapônia
PER É LEVADO À UNIVERSIDADE
O presidente do Sindicato Rural de Caiapônia, Uvalter Aparecido Leite,
apresentou o Programa Empreendedor Rural (PER) promovido pelo Siste-
ma Faeg/Senar e Sebrae Goiás, para estudantes e professores da Univer-
sidade de Rio Verde (Fesurv) no Campus Caiapônia. Na ocasião Uvalter
convidou os presentes a ingressarem no programa que foi lançado dia
29 de abril. Os interessados em participar da terceira turma do PER que
será montada pelo Sindicato, devem procurar a sede da entidade para
mais informações.
Bom Jardim de Goiás
SECRETARIA EFICIENTE Auxiliar, assessorar e acompanhar
os trabalhos da secretaria da Agri-
cultura de um município é o principal
objetivo do programa Secretaria Efi-
ciente que está sendo desenvolvido
em alguns municípios goianos. Um
instrutor do Senar faz um diagnósti-
co do setor agropecuário do municí-
pio e, após isso, faz o planejamento
estratégico, auxilia na execução do
plano e faz o acompanhamento dos
resultados. No mês de abril a equipe
do Sistema Faeg/Senar esteve Bom
Jardim de Goiás.
Jussara
VENDA À VISTAProdutores dos municípios de Jussara,
Britânia e Santa Fé de Goiás se reuniram
em Jussara, no dia 12 de abril para ouvir
a proposta do Frigorífico Mataboi quan-
to aos pagamentos das dívidas junto aos
produtores. Diante da imprecisão de um
representante do frigorífico que compa-
receu à reunião, os produtores decidiram
formar um grupo para acompanhar o
processo de recuperação judicial. A dí-
vida do Mataboi é de R$ 350 milhões,
o frigorífico já voltou a abater e a reco-
mendação da Faeg para os produtores, é
que caso decidam vender para o Mataboi
que a venda seja somente à vista.
ÚTERO É VIDA PERCORRE O ESTADO
O caminhão do Programa Útero é Vida come-
çou a percorrer as cidades do interior de Goi-
ás fazendo a coleta de material para realiza-
ção do exame Papanicolau em mulheres das
comunidades rurais. Nos dias 4 e 5 de abril o
caminhão esteve no município de Doverlân-
dia, nos 6 e 7 de abril, esteve no município
de Piranhas, no dia 8 de abril em Diorama.
Nos dias 13 e 14 de abril esteve em Palmeiras
de Goiás. Também foram feitos atendimentos
como parte do programa no Centro Pastoral
Dom Fernando, onde é realizado o treinamen-
to para professores do Programa Agrinho. As
professoras que se interessaram, puderam fa-
zer a coleta do material (veja foto).
Andr
éia
Mar
tins
PER SINDICAL INICIA TRABALHOS
A equipe do Sistema Faeg/Senar já reto-
mou os trabalhos de capacitação do pro-
grama Per Sindical junto aos sindicatos
goianos. No mês de abril foram visitados
e trabalhados 11 sindicatos das cinco
regiões do Estado. O primeiro sindicato
visitado foi o de São Francisco de Goiás,
no dia 14 de abril.
São Francisco de Goiás
Doverlândia
abril/2011 CAMPO | 19www.senargo.org.br
Impasses do
Projeto de Lei que altera o Código Florestal Brasileiro tem
promovido polêmica e embate entre representantes e interes-
ses dos setores agrícola e ambiental. Caminho encontrado para
chegar a um acordo sobre o novo marco legal do uso da terra
no Brasil foi a criação de uma Câmara de negociação
Fernando Dantas | [email protected]
Código Florestal
João
Far
ia
CÓDIGO FLORESTAL
Agên
cia
CNA
20 | CAMPO abril/2011 www.faeg.com.br
Um debate tem movimentado o cenário agrí-cola e ambiental do Brasil. Trata-se do pro-jeto de lei 1876/99, de autoria do deputado
Aldo Rebelo (PC do B/SP), que propõe alterações no marco legal que regulamenta o uso da terra no País - Código Florestal Brasileiro. Diversas datas foram sugeridas e marcadas para que o assunto tivesse apreciação e votação em Brasília (DF). Porém, por divergências registradas entre os setores ligados ao tema, a votação foi novamente adiada.
Uma solução encontrada para estabelecer um consenso foi a criação de uma Câmara de Negocia-ção, envolvendo representantes do governo e áreas agrícola e ambiental, que têm discutido propostas para que a ocupação e o uso da terra sejam feitos de maneira a equilibrar conservação ambiental, pro-dução agrícola e desenvolvimento econômico. Essas sugestões seriam incorporadas ao atual projeto do deputado Aldo Rebelo, estabelecendo um acordo sobre o Código Florestal.
Segundo especialistas do setor, três temas previstos no projeto têm causado toda essa polê-mica em relação à reforma do Código Florestal. A primeira delas está ligada a delimitação das Áreas de Preservação Permanente (APPs), que aborda a intervenção ou supressão de vegetação às margens de córregos e rios (matas ciliares). A proposta é que a extensão da cobertura vegetal seja reduzida de 30 metros para 15 metros às margens de cursos d’água de até cinco metros de largura. De acordo com o autor das alterações no projeto, deputado Aldo Rebelo, a proposta é que sejam seis situações diferentes, sendo proteção de 15 metros para até cinco metros de largura, de cinco a dez metros de largura para proteção de 30 metros, de 10 a 50 metros com proteção de 50 metros e assim até chegar à maior área de pro-teção, que é de 500 metros. O deputado garante que em nenhum outro país há uma legislação ri-gorosa como essa.
1. Área de
preservação em
uma propriedade
no interior de
Goiás.
2. Integração
lavoura pecuária
floresta próximo
a uma área de
reserva.
CÓDIGO FLORESTALJo
ão F
aria
abril/2011 CAMPO | 21www.senargo.org.br
1934 – O primeiro Código
Florestal foi aprovado nes-
te ano, no Governo Getúlio
Vargas. A previsão era que os
proprietários de terras cober-
tas por matas não poderiam
cortar mais do que 75% da
vegetação nativa. A lei esti-
pulava ainda que se conser-
vasse 25% da vegetação exis-
tente nas propriedades, sem
criar qualquer obrigação de
recompor áreas desmatadas.
1965 – Com a aprovação do
Código Florestal em 65, as flo-
restas protetoras – que tinham
a função de conservar o re-
gime de águas, evitar erosão,
fixar dunas etc. – passaram a
ser denominadas de preserva-
ção permanente e, junto com
as demais formas de vegeta-
ção nativa, tinham como fina-
lidade proteger funções am-
bientais relevantes. O Código
deste ano permitiu a utiliza-
ção e exploração das florestas,
desde que fossem obedecidas
certas restrições.
1989 – Outra modificação do
Código Florestal ocorreu com
a lei 7.803, de 89, que intro-
duziu a expressão Reserva
Legal e criou a obrigatorieda-
de de averbá-las nos registros
de imóveis. Antes da lei, não
se exigia qualquer mecanismo
formal para comprovar a exis-
tência das áreas protegidas
dentro dos limites previstos
(20% e 50%). A Lei de 1989 in-
cluiu explicitamente o Cerrado
nas exigências legais de 20%
de Reserva Legal.
1991/1992 – A promulgação
da Lei de Política – Lei 8.171,
de 91, trouxe a obrigação de
recompor a Reserva Legal a
quem não tivesse os limites
mínimos exigidos. Já a partir
de 92, a recomposição deveria
ser feita mediante o plantio,
em cada ano, de pelo menos
1/30 avos da área total. O dis-
positivo merece atenção, pois
pela primeira vez a recomposi-
ção da Reserva Legal foi exigi-
da. No entanto, essa obrigação
nunca foi regulamentada.
1996 – Neste ano, o Código
Florestal passou novamente
por alteração, por meio da Me-
dida Provisória 1511-1. A me-
dida manteve a Reserva Legal
de 50% de cada propriedade
na região Norte e na porção
norte da região Centro-Oeste,
e estabeleceu que nas proprie-
dades com florestas não seria
admitido o corte raso em pelo
menos 80% das áreas de flo-
resta existentes.
1998 – A aprovação da Lei
de Crimes Ambientais – Lei
9.605/98 – transformou in-
frações administrativas em
crimes ambientais.
2000 – Nova alteração no
Código ocorreu com a publi-
cação da Medida Provisória
1956-50, de 2000, que subs-
tituiu os limites da Reserva
Legal de 50% para 80% na
Amazônia Legal, e de 20%
para 35% no Cerrado localiza-
do na Amazônia Legal.
2008 – Os Decreto 6.514 e
6.686 estabeleceram sanções
rígidas ligadas ao descumpri-
mento da Reserva Legal e das
Áreas de Preservação Perma-
nentes (APPs). A não averbação
da Reserva Legal foi conside-
rada infração administrativa
passível de advertência e multa
diária, e os proprietários deve-
riam apresentar ao órgão com-
petente termo de compromisso
de averbação e preservação.
2009 – Foi criado o Programa
Mais Ambiente, por meio do
Decreto 7.029. O programa
estabeleceu o Cadastro Am-
biental Rural (CAR) como ins-
trumento ligado à identificação
das APPs e da Reserva Legal. A
adesão ao programa suspende
autuações previstas no De-
creto 6.514/2008, desde que
as infrações tenham ocorrido
até a data de 9 de dezembro
de 2009. Isso, no entanto, não
resolve a criminalidade e as
ações judiciais propostas con-
tra os produtores.
LINHA DO TEMPO DA REGULARIZAÇÃO
O biólogo e assessor técnico da Federação da Agricul-tura e Pecuária do Estado de Goiás (Faeg), Marcelo Lessa diz que algumas entidades e representações não enten-deram ainda como será essa equação. “Há pessoas que acreditam que o valor seria reduzido para qualquer largura de curso d’água. Porém, isso é um equívoco. A redução de APPs para 15 metros será somente nas situações de cursos d’água de cinco metros de largura. É preciso que ocorra esse entendimento”, reforça.
A proposta de alteração do Código Florestal Brasileiro prevê também o fim da necessidade de recuperar a Reser-va Legal para propriedades com até quatro módulos fis-cais. Dependendo da região, o tamanho do módulo fiscal pode variar entre cinco e 100 hectares. Nesse caso, pro-priedades com até 400 hectares ficam isentas de recupe-rar a Reserva Legal. O objetivo dessa mudança é proteger, principalmente, a agricultura familiar e os pequenos pro-dutores. “Os pequenos proprietários não vão precisar mais
manter a Reserva Legal, mas continuam obrigados a seguir as regras para as APPs”, limita o deputado Aldo Rebelo. Para ele, a medida proposta no projeto, se aprovada, não causará danos ambientais ou desmatamento, porque a re-serva, em pequenas áreas, não tem função biológica, de reprodução, de fauna, de flora.
AnistiaOutro ponto crucial da reforma do Código Florestal
é a suspensão das penalidades, conhecida também como anistia. O projeto prevê o fim da obrigação do pagamento de multas relacionadas às áreas desmatadas até 22 de ju-lho de 2008, incluindo topos de morros, margens de rios, restingas, manguezais, nascentes, montanhas e térreos íngremes. Segundo ele, apesar de suspender a multa, o produtor terá que recompor a área desmatada. “Se houve desmatamento de 20 hectares, esse agricultor vai precisar recompor essa área”, exemplifica.
22 | CAMPO abril/2011 www.faeg.com.br
Porém, ressalta Marcelo, para entender melhor essa questão é preciso avaliar o contexto histórico da ocupação da mata ciliar brasileira. Ele explica que o governo, de 1975 a 1985, incentivava a ocupação de áreas até mesmo como forma de geração de riquezas por meio da agricultura. Então, destaca, quando a Lei de 7.803, de 1989, incluiu o Cerrado nas exigências legais de 20% de Reserva Legal e criou a obri-gatoriedade de averbação nos registros de imóveis, diversos produtores tinham ocupados áreas consideradas como Reser-va Legal. “Mas o produtor adquiriu com os anos a consciência ambiental e promoveu uma mudança de cenário no desmata-mento, principalmente em áreas do Cerrado”, enfatiza.
Essa afirmação do assessor técnico da Faeg pode ser comprovada por dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No período de 75 a 85, houve uma su-pressão da área da mata ciliar em Goiás. Do total de 6,394 milhões de hectares em 1975, o número caiu para 3,912 mi-lhões de hectares em 1985. Foi nesse período que, segundo Marcelo, o governo incentivou a ocupação agrícola nessas áreas. Já em 2006, o IBGE mostra que teve a recomposição e crescimento da área de mata ciliar, com 5,640 milhões de hectares. “Então, é preciso entender e identificar dois gru-pos nesse item, que é quem desmatou em época permitida e quem desmatou ilegalmente”, informa.
Para o chefe geral da Embrapa Florestas, Helton Damin da Silva, esse tema é o mais polêmico e precisa ser mais ex-plorado pela Câmara de Negociação. Ele diz que um caminho que poderia ocorrer é o repasse das decisões, com os Estados assumindo e propondo legislações específicas para a situa-ção. “Até porque é um assunto relevante para o agricultor. Ele não quer ver sua terra totalmente degradada”, ressalta.
Produtores se mobilizam em Brasília Com o lema “A mão que planta é a mesma que preserva”,
produtores rurais de inúmeras localidades do Brasil se mobiliza-ram na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, no dia 5 de abril, para a manifestação pela votação da atualização do Código Flo-restal do País. Coordenada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), juntamente com as 27 federações de agricultura brasileiras, a manifestação recebeu cerca de 25 mil produtores. Deste montante, sete mil eram produtores goianos.
Durante uma missa campal conduzida pelo deputado es-tadual e presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo da Assembleia Legislativa de Goiás, Francisco Júnior (PMDB-GO), a presidente da CNA, senadora Kátia Abreu rogou, em prece destinada ao setor agropecuário: “Deus, guiai nossos parlamentares e dai-lhes sabedoria”.
Ela e todos os demais produtores presentes na manifesta-ção esperam que o projeto de atualização do Código Florestal apresentado pelo deputado federal, Aldo Rebelo (PCdoB-SP) seja colocado em votação e aprovado pela Câmara, antes do dia 11 de junho deste ano. O projeto prevê uma série de modifica-ções na atual legislação para adequar o Código às necessidades e à realidade produtiva do Brasil. Junho é o prazo final estabe-lecido pelo decreto presidencial 7029/2009 para os produtores se adequarem à lei.
Em coletiva à imprensa ao final da missa campal, a pre-sidente da CNA disse que a entidade não concorda com 100% do que está sendo proposto no projeto de Aldo Rebelo, mas reconhece que o deputado conseguiu um grande avanço. Rei-terou que a proposta é suficiente, neste momento, para esta-belecer a paz no campo e garantir a legalidade e a segurança jurídica dos produtores.
CÓDIGO FLORESTAL
João
Far
ia
RemendosUma verdadeira colcha de retalhos. É como o
presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e titular da Comissão de Cereais, Fibras e Oleaginosas da CNA, José Mário Schreiner define a atual legislação ambiental. Em meio à mobilização, Schreiner explicou à imprensa que grande parte das áreas produtivas existentes no Centro-Oeste foi ocu-padas no final da década de 1970, início de 1980. A legislação que define a obrigatoriedade de Reserva Legal para essa região entrou em vigor em 1989. “De uma hora para outra aqueles produtores que foram incentivados pelo governo a abrir áreas e produzir para que o Brasil deixasse de ser um importador de alimentos, caíram na ilegalidade”, disse.
Schreiner enfatizou que a proposta do deputado Aldo Rebelo vem, justamente, corrigir esses proble-mas que foram sendo criados ao longo dos anos com os inúmeros decretos, Medidas Provisórias, Instru-ções Normativas e demais instrumentos que modi-
ficaram o Código Florestal, sem a preocupação de adequá-lo à realidade do País. “Os produtores preci-sam ter tranquilidade e segurança jurídica para con-tinuar garantindo o abastecimento do País. É questão de segurança alimentar”, disse.
O representante da Faeg esclareceu aos jorna-listas que o setor produtivo defende a produção de alimentos com sustentabilidade. Segundo ele não é preciso abrir mais nenhum hectare para que o se-tor consiga ampliar produção e produtividade. “No Brasil temos 90 milhões de hectares com potencial para serem recuperados e utilizados na produção”, garantiu. Schreiner disse que os produtores goianos esperam que o projeto de Rebelo seja colocado em pauta ainda em maio e afirma apostar no bom sen-so, no espírito público e na brasilidade dos parlamen-tares ao avaliarem e votarem a favor do projeto. O presidente da Câmara, deputado federal Marco Maia (PT-RS) havia garantido ao setor que, ainda em maio, colocaria o projeto em pauta.
abril/2011 CAMPO | 23www.senargo.org.br
Redução da reserva legal na Ama-
zônia em áreas com vegetação –
permite a redução da reserva legal
de 80% para 50% em área de flores-
ta e de 35% para 20% em área de
Cerrado, na Amazônia Legal, quan-
do o Zoneamento Ecológico Econô-
mico indicar.
Compensação de áreas desmatadas
em um Estado por áreas de floresta
em outros Estados ou bacias hidro-
gráficas – Em vez de recuperar a re-
serva legal, comprar áreas em regiões
remotas em outros Estados e bacias
hidrográficas para compensar o dano
ambiental, isentando completamente
de compensar o impacto no local.
Moratória de desmatamento de flo-
resta nativa por cinco anos – Fica
proibido o desmatamento em áreas
de floresta nativa por esse período.
OUTROS PONTOS PREVISTOS
Fonte: Institu-
to de Estudos
do Comércio
e Negociações
Internacionais
(Icone).
Integração e novos desafios
1º Congresso do Sindical reúne mais de 700 pessoas em Goiânia
Alessandra Goiaz | [email protected] Karine Rodrigues | [email protected]
24 | CAMPO abril/2011 www.faeg.com.br
SISTEMA EM AÇÃO
Mais de 700 pessoas entre dirigentes e funcio-nários de Sindicatos Rurais, colaboradores do Sistema Faeg/Senar, instrutores e mobilizadores
participaram do 1º Congresso Sindical, realizado em Goi-ânia, nos dias 24 e 25 de março. Durante dois dias, foram discutidos os trabalhos que serão realizados durante o ano de 2011, apresentado o planejamento do Sistema para os próximos 10 anos, além da disseminação de informa-ções sobre o campo e a atual realidade do setor. Anúncios do governador Marconi Perillo, como a redução de duas para uma etapa de vacinação contra febre aftosa por ano, deixaram os participantes muito entusiasmados.
A rodada de informação começou com a apresentação das inovações do Sistema Faeg/Senar. Apresentadas pelo presidente da entidade, José Mário Schreiner, as novida-des vão da capacitação à realização de novos programas. De acordo com Schreiner, o setor agropecuário precisa se conscientizar sobre a sua importância para a economia do País e para a sociedade. “Temos que melhorar a nossa co-municação junto à sociedade. Informá-la sobre como é o funcionamento da cadeia produtiva e como um prejuízo nas lavouras influencia o preço dos alimentos, o recolhimento dos impostos e a geração de emprego e renda”, explica.
O presidente do Sistema Faeg/Senar anunciou tam-bém que foi retomado o grupo de discussão nacional de política agrícola a fim de que seja trabalhada a propos-ta que garanta mudanças, que sejam realmente aceitas e postas em prática. Ele disse que pontos fundamentais para o produtor, como seguro agrícola e de preços, são essenciais para o desenvolvimento e competitividade da agropecuária brasileira. “É preciso que os produtores e Sindicatos Rurais fundamentem o debate municipal e que façam planos estratégicos e de negócios para a próxima década. Agora, o desenvolvimento precisa partir do inte-rior para o centro”, adianta.
Anúncios do governo estadualO governo estadual também participou o 1º Con-
gresso Sindical com anúncios bastante estimulantes. O governador Marconi Perillo anunciou aos pecuaristas que a partir deste ano, a vacinação contra febre aftosa para bovinos e bubalinos com mais de 24 meses de idade será reduzida para apenas uma aplicação por ano – com res-salva para os animais com menos de 24 meses de idade, que continuarão a receber as duas doses. O pleito é soli-citação antiga da Faeg.
Foto
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João
Far
ia
abril/2011 CAMPO | 25www.senargo.org.br
Goiás possui um rebanho de 20,5 milhões de ca-beças, destas, 9 milhões deixarão de ser vacinadas na segunda etapa da campanha que ocorre em no-vembro. Porém, em maio, todos os animais deverão receber uma dose. O custo da vacina é de R$ 1,50 e a economia gerada com a vacinação única para animais adultos serão de mais de 16 milhões. São recursos importantes para investimento nas propriedades e na qualidade de vida dos produtores e suas famílias. Também são relevantes os benefícios para o produtor com a redução dos custos com manejo do rebanho e com o desgaste físico dos animais.
Seguro agrícola Marconi Perillo também solicitou ao presidente do
Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner, um ofício solicitando a subvenção ao Prêmio de Seguro Agrícola assim como a entidade havia sugerido durante as elei-ções. Perillo informou que vai ativar em abril o progra-ma Cheque Moradia Rural e que vai entregar 1.500 mo-radias rurais. O governador ainda disse que vai acionar a Secretaria de Segurança Pública para a ativação da patrulha rural e para finalizar, o governador disse que a recuperação das rodovias estaduais começa em maio.
Desafios para o setorA necessidade da criação e da retenção do conhe-
cimento sobre a agropecuária tropical dentro do Brasil foi um dos assuntos discutidos durante o 1º Congresso Sindical e apresentado pelo o ex-ministro da Agricul-tura e um dos fundadores da Embrapa, Alysson Pau-linelli. Ele explicou que esse conhecimento deve ser
compartilhado entre os brasileiros para que aproveitem melhor o que as terras tropicais têm a oferecer e tornar o agronegócio no País cada vez mais competitivo.
Paulinelli também ressaltou a importância de se desenvolver a tecnologia de energia renovável. “Ima-ginem se incluir 30% de álcool em toda a gasolina utilizada no mundo! Se soubermos aproveitar o nos-so potencial de produção, vamos ganhar muito com isso”, resume. Ele finalizou a palestra dizendo que precisamos de um Brasil mais participativo, que as pessoas se mobilizem para gerarem conhecimento e utilizá-lo em prol de um desenvolvimento coletivo e abundante. Ele ressalta também que é temeroso comprar tecnologia que não se conhece e que é ne-cessário importar técnicos para utilizá-la.
Plano O Planejamento Estratégico do Sistema Faeg/
Senar também foi bastante debatido no encontro. Apresentado pelo consultor na área de planeja-mento, Sérgio Cordioli, o plano está está dividido entre os aspectos de melhoria, oportunidades, ameaças, ações prioritárias em 2011 e os desafios para o sistema.
Melhorar o trabalho das entidades classistas do setor produtivo, organização e atuação dos Sindica-tos Rurais, ampliar a base do setor na Assembleia Legislativa, Congresso e Senado foram considerados prioridades para o Sistema.
Durante os trabalhos em grupo, José Mário Schreiner pediu o engajamento de todos nos proje-tos desenvolvidos pelo Sistema. Para os instrutores.
1. Presidente do
Sistema Faeg/Se-
nar, José Mário
Schreiner discur-
sa em abertura
do Congresso
Sindical.
2. Presidente do
Sistema CNA/
Senar, Senadora
Kátia Abreu
autografa livro
de sua autoria.
3. Grupo teatral
fala sobre
melhoria na
comunicação.
4. Presidente do
Sindicato Rural
de Caiapônia,
Uvalter Apare-
cido Leite fala
sobre trabalhos
desenvolvidos
pelo Sindicato.
5. J Governador
do Estado de
Goiás, Marconi
Perillo participa
de Prêmio Desta-
que Sindical.
26 | CAMPO abril/2011 www.faeg.com.br
Schreiner ressaltou a importância desses profissionais para a formação, a geração do conhecimento e desenvolvimento do produtor. Ele também destacou a importância da comu-nicação entre instrutores, produtores e o Sistema para a integração e a troca de informações, experiências e geração do conhecimento. Na ocasião foi anunciada a criação da sala do instrutor na sede do Senar.
Para os presidentes e dirigentes sindicais, o presiden-te do Sistema Faeg/Senar pediu para que se apropriem do Sistema, que façam parcerias, que divulguem e realizem os programas oferecidos pela Federação e pelo Senar.
Prêmio Destaque SindicalOs vencedores do Prêmio Destaque Sindical 2010 fo-
ram conhecidos na noite do dia 24 de março. Pelo segundo ano consecutivo, o prêmio maior ficou para o Sindicato Ru-ral de Caiapônia, que levou para o município um cheque no valor de R$ 5 mil. Concorreram no concurso 21 Sindicatos Rurais, em 11 categorias, que levaram prêmios que variaram de R$ 2 mil a R$ 3 mil.
O presidente do Sindicato Destaque 2010, Uvalter Apa-recido Leite, apresentou aos participantes os motivos pelos quais o sindicato que dirige é o maior ganhador da historio do Prêmio Destaque Sindical.
Entre as suas justificativas, o dirigente ressalta o tra-balho em equipe e a mobilização dos produtores rurais da
região como razões para o sucesso. Junto à sua apresenta-ção, Uvalter mostrou dois vídeos, sendo um feito pela Con-federação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), onde o Sindicato Rural de Caiapônia é apresentado como uma das entidades participantes do programa Sindicato Forte. A outra apresentação foi feita pelo próprio sindicato, onde foi mostrada a história da mobilização sindical no município.
Kátia Abreu lança livroA presidente da Confederação da Agricultura e Pecuá-
ria do Brasil (CNA), a senadora Kátia Abreu, lançou no 1º Congresso do Sistema Sindical Rural o livro “2 Palavras + 11 Argumentos”. A noite de autógrafos foi prestigiada pelas autoridades presentes. Kátia expõe no livro seus argumen-tos sobre as palavras, Afirmação e Ruptura.
Goiás foi escolhido pela senadora para o lançamento do livro porque além de ser goiana, considera a Faeg e os produtores rurais do Estado partes fundamentais e essen-ciais do trabalho que ela tem desenvolvido à frente da CNA.
“Esse ano é nosso”, resumiu Kátia Abreu, ao afirmar que os agropecuaristas brasileiros terão uma boa safra e resultados positivos em Brasília. Ela disse que o setor tem trabalhado muito para conseguir uma política agríco-la compatível, seguro rural eficiente e garantias de renda. “Nós trabalhamos para fazer do Brasil um país cada vez melhor” destacou.
POSSES E ELEIÇÕES
Alto Paraíso A nova diretoria do Sindicato Rural de AltoParaíso tomou posse no dia 26 de fevereiro. Naocasião foram realizadas as cerimônias solene efestiva, que ocorreram na sede do Sindicato. Anova diretoria encabeçada pelo atual presidenteLeonardo Ribeiro vai comandar a entidade notriênio 2011/2014.
GoianésiaA nova diretoria do Sindicato Rural de Goianésia foiempossada no dia 11 de fevereiro no Parque de Exposiçãodo município. O presidente eleito Paulo Henrique Garciavai comandar o sindicato no triênio 2011/2014 emconjunto com o vice-presidente João Albino Neto, com asecretária Sônia Maria Barbosa Cezar e com o tesoureiroMárcio Antônio Borges.
AÇÃO SINDICAL
BRITÂNIA
Projeto Plantando VidasOs prêmios do projeto Plantando Vidas, promovido pelo Sindicato Rural
de Britânia e prefeitura municipal, foram entregues em solenidade realizadano dia 25 de fevereiro. Foram premiadas cinco família que melhor cuidaramdas mil mudas de árvores plantadas na cidade.
GOUVELÂNDIA
Nota de falecimentoFaleceu no dia 30 de dezembro de 2010 o produtor rural, membro do
sindicato rural e ex-sub-prefeito de Gouvelândia, Antônio Buranelo. Ele foi umadas lideranças do segmento rural na região e junto com seus irmãos, em 1973,foi um dos primeiros produtores a cultivar soja no município. Antônio tinha 66anos, ele deixou esposa, uma filha e três netos. O presidente do SindicatoRural, Luiz Gonzaga Vieira, disse que Antônio contribuiu muito para odesenvolvimento do município, que ele escolheu para morar e criar sua família.
SISTEMA EM AÇÃO
abril/2011 CAMPO | 27www.senargo.org.br
A partir de 1º de julho deste ano, propriedades rurais em
todo o Brasil terão que estar adaptadas às exigências da Ins-
trução Normativa 51, regulamentação que visa o controle
higiênico e sanitário na cadeia produtiva do leiteFernando Dantas | [email protected]
Para garantiro balde cheio
A Fazenda Nova Esperança, localizada a 35 quilômetros do município de Jataí, na região Sudoeste de Goiás, passou
por mudanças em sua estrutura nos últimos três anos. O proprietário da fazenda, José Renaldo Franco, investiu mais de R$ 100 mil na compra de equipamentos, como ordenha mecânica, tan-que resfriador e na expansão da infraestrutura para garantir a melhoria da qualidade do leite produzido no local. Tudo foi feito para que a Fazenda Nova Esperança estivesse adaptada às exigências da Instrução Normativa 51, do Minis-tério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Apesar de estar em vigor desde 2005, a nor-mativa prevê o prazo até 1º de julho deste ano
para que o produtor possa se adequar às exi-gências impostas pela legislação. A partir des-sa data, restrições, como a invalidez do produto para venda, serão aplicadas a quem não seguir à risca o que diz a cartilha da Instrução Normativa 51. O foco é o estabelecimento de critérios mais rígidos para a produção, identidade e qualidade dos leites A, B e C – pasteurizados ou in natura (cru), além de cuidados com a refrigeração e o transporte do produto. Já o objetivo é elevar a qualidade do produto final, atender as exigên-cias de um mercado cada vez mais competiti-vo, tornar o produto brasileiro capaz de atender mercados internacionais e proporcionar geração de renda, trabalho e rentabilidade ao segmento.
QUALIDADE DO LEITE
Jana
Tom
azze
liPOSSES E ELEIÇÕES
Alto Paraíso A nova diretoria do Sindicato Rural de AltoParaíso tomou posse no dia 26 de fevereiro. Naocasião foram realizadas as cerimônias solene efestiva, que ocorreram na sede do Sindicato. Anova diretoria encabeçada pelo atual presidenteLeonardo Ribeiro vai comandar a entidade notriênio 2011/2014.
GoianésiaA nova diretoria do Sindicato Rural de Goianésia foiempossada no dia 11 de fevereiro no Parque de Exposiçãodo município. O presidente eleito Paulo Henrique Garciavai comandar o sindicato no triênio 2011/2014 emconjunto com o vice-presidente João Albino Neto, com asecretária Sônia Maria Barbosa Cezar e com o tesoureiroMárcio Antônio Borges.
AÇÃO SINDICAL
BRITÂNIA
Projeto Plantando VidasOs prêmios do projeto Plantando Vidas, promovido pelo Sindicato Rural
de Britânia e prefeitura municipal, foram entregues em solenidade realizadano dia 25 de fevereiro. Foram premiadas cinco família que melhor cuidaramdas mil mudas de árvores plantadas na cidade.
GOUVELÂNDIA
Nota de falecimentoFaleceu no dia 30 de dezembro de 2010 o produtor rural, membro do
sindicato rural e ex-sub-prefeito de Gouvelândia, Antônio Buranelo. Ele foi umadas lideranças do segmento rural na região e junto com seus irmãos, em 1973,foi um dos primeiros produtores a cultivar soja no município. Antônio tinha 66anos, ele deixou esposa, uma filha e três netos. O presidente do SindicatoRural, Luiz Gonzaga Vieira, disse que Antônio contribuiu muito para odesenvolvimento do município, que ele escolheu para morar e criar sua família.
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José Renaldo diz que está preparado para essa realidade. “Foi um processo de educação. A higienização na fazenda era feita de uma forma e, agora, com essas exigências tivemos que adotar outra postura. Até mesmo a orde-nha, que era manual, passou a ser mecânica. Foi um investimento caro, tive que calçar o curral e construir um barracão novo, além da compra de equipamentos. Mas tenho certeza que vai valer a pena”, ressalta.
O produtor revela ainda que sempre teve o apoio da esposa, Amância Pereira Assis Fran-co, e de mais um funcionário para a realização das atividades na propriedade. Todos, segun-do ele, foram orientados sobre como proceder com os equipamentos, melhorar a higieniza-ção e até o resfriamento do leite. Até porque, ressalta o produtor, para lidar com a rotina de trabalho, com 36 animais em lactação, produ-ção média de 600 litros diários de leite e duas ordenhas por dia – manhã e tarde - é preciso conhecer bem o que está sendo feito.
Capacitação e investimentosConhecimento também foi palavra-chave na
propriedade do produtor rural Eurípedes Barsa-nulfo da Costa, dono do Sítio Irmãos Costa, lo-calizado a 14 quilômetros de Itaberaí, município que faz parte do centro goiano. Eurípedes infor-ma que os cinco colaboradores da fazenda par-ticiparam de cursos e treinamentos sobre gestão da propriedade, ordenha mecânica, qualidade do leite e manejo de animais, ministrados pelo Senar Goiás (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural). “O objetivo foi capacitar a mão de obra para entender as mudanças exigidas pela Ins-trução Normativa 51 e melhorar o processo de produção e a qualidade do produto”, acrescenta.
O produtor informa que, além da capaci-tação, fez investimentos estruturais para se adequar à nova realidade de mercado exigida pela legislação. Eurípedes conta que foi preci-so adquirir ordenhas, tanque de resfriamento e geradores de energia. “Por não ter energia de boa qualidade na área rural, com quedas
QUALIDADE DO LEITE
1. O produtor
José Renal-
do mostra os
resultados dos
investimentos
para atender a
IN 51
2. Galpão de or-
denha totalmen-
te mecanizado,
higienizado, cli-
matizado e com
som ambiente
para proporcio-
nar conforto aos
animais
Foto
s: A
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artin
s
frequentes, a solução foi comprar geradores que pudessem manter o leite na temperatura ideal”, reforça.
Eurípedes e José Renaldo integram o grupo dos 60 mil produtores de leite no Estado que, desde 2005, estão se adaptando e investindo em novas ferramentas, tecnologias e procedimentos na busca por oferecer produto de qualidade ao consumidor. Para o presidente da Comissão de Pecuária de Leite da Faeg, Antônio da Silva Pin-to, essa preocupação em atender melhor o clien-te é uma realidade da cadeia produtiva de leite em Goiás.
Ele diz que as indústrias e laticínios já reco-nhecem as mudanças promovidas pelos produ-tores de leite em suas propriedades com foco na adequação à legislação, tanto é que essas em-presas não tem adquirido produto de quem não segue as exigências e estipulado bonificações para quem entrega o leite com parâmetros me-lhores de qualidade .“O produtor conhece bem o seu papel em relação à normativa do governo.
Tipo A - Para ser quali-ficado como tipo A, é necessário que seja produzido, beneficiado e envasado na proprie-dade. Precisa apresentar teste qualitativo para fosfatase alcalina, teste positivo para peroxi-dase e enumeração de coliformes menor que 0,3 por mililitro;
Tipo B – Pode ser arma-zenado pelo produtor por até 48 horas em tem-peratura igual ou inferior a 4 graus celsius. Deve ser transportado ao local onde será pasteurizado, devendo apresentar teste negativo para fosfatase alcalina, teste positivo para per-oxidase e também enumer-ação de coliformes menor que 0,3 por mililitro;
Tipo C – É somente o leite coletado na propriedade, transportado até o local onde será industrializado em até 10 horas após a coleta. Deve apresentar também os testes após a pasteurização com os resultados do tipo A e B;
Estão todos investindo, inclusive os pequenos produtores, que são maioria nesse segmento. Para se ter uma ideia, 65% do leite brasileiro é feito pelo pequeno produtor. E com essa le-gislação, ele teve que investir em melhorias, apesar das dificuldades do dia a dia”, destaca.
GargalosO foco realmente tem sido as exigências
impostas pela normativa aos produtores, mas Antônio da Silva enfatiza que é preciso ter uma contrapartida do governo, principalmente para resolver dois gargalos do setor: condições das estradas e energia elétrica às propriedades ru-rais.
Segundo ele, sem melhorias na malha rodo-viária, inclusive nas estradas vicinais, e na oferta de energia às fazendas, toda essa mudança pro-posta pela legislação fica obsoleta. “O produtor pode amargar prejuízos já que, em período chu-voso, por exemplo, o transporte do leite pode ficar prejudicado e determinadas regiões ficam até 48 horas sem energia, causando problemas com a armazenagem do leite”, ressalta.
Antônio lista, como papel do produtor nesse cenário, a cobrança para que melhorias sejam feitas em infraestrutura e logística. De acordo com ele, é preciso aproveitar o espaço e a repercussão da questão da normativa para solicitar que ações imediatas sejam realizadas como benfeitoria para a cadeia produtiva do leite em Goiás, responsável pela geração de mais de 250 mil empregos diretos. “Todos os níveis do poder devem entender isso e saber que não só o produtor deve cumprir sua obriga-ção, mas cada representante do poder público. Hoje, 90% da venda do leite fica para o municí-pio. Então, para manter essa riqueza na cidade, o prefeito daquela localidade precisa investir em melhorias ao segmento”, exemplifica.
Classificação do leiteA, B e C,segundo
a normativa
abril/2011 CAMPO | 29www.senargo.org.br
TECNOSHOW COMIGO
Uma ação do Programa Cam-po Saúde encerrou a parti-cipação do Sistema Faeg/
Senar na edição 2011 da Tecnoshow Comigo, realizada no município de Rio Verde, em abril. Os visitantes da feira fizeram teste de glicemia e aferição de pressão arterial no es-tande montado em conjunto com o Sindical Rural de Rio Verde. Apro-ximadamente 300 pessoas partici-param da ação. Nos cinco dias da feira cerca de 1.500 pessoas passa-ram pelo estado do Sistema.
O Programa Agrinho também movimentou o estande do Sistema. Cerca de 80 alunos da Escola Muni-cipal José do Prado Guimarães, do município de Rio Verde, estiveram na tarde do dia 14 conhecendo os personagens do Programa, o meni-no Agrinho e sua irmã Aninha. As crianças fizeram uma caminhada pelo Centro Tecnológico Comigo, conheceram o Circuito Ambien-tal - que esse ano tratou sobre o consumismo infantil -, visitaram os pavilhões de animais, conheceram a Casa da Embrapa e finalizaram o passeio assistindo a uma peça tea-
tral sobre descarte correto de em-balagens de defensivos agrícolas e cuidados com o meio ambiente.
Discussões técnicasO estande também abrigou as
reuniões das comissões técnicas da Faeg e aulas do Programa Empreen-dedor Rural (PER). A Comissão de Associativismo reuniu produtores rurais e presidentes de sindicatos e discutiu assuntos ligados à mora-dia, organização e desenvolvimento do pequeno produtor rural goiano. Durante a reunião foi assinado docu-mento de vistoria entre a comissão e representante da Caixa Econômica Federal, para liberação de recursos da instituição financeira para 20 ca-sas do Plano Nacional de Habitação Rural (PNHR) destinadas a pequenos produtores da região de Rio Verde.
Já a Comissão de Cana-de-Açú-car e Bioenergia da Faeg comemo-rou o que considera uma das maio-res conquistas para os produtores rurais de cana-de-açúcar; a decisão do Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste (FCO), de 13 de abril, determinou a utilização obrigatória
de 50% das áreas de cultivo dos fornecedores locais para os próxi-mos projetos financiados pelo Fun-do para as usinas sucroalcooleiras.
ChuvasAs mais recentes perdas de
lavouras de grãos em Goiás, de-vido às intensas chuvas, foi outro assunto discutido pela reunião das Comissões de Cereais, Fibras e Ole-aginosas e Crédito Rural da Faeg. Mais uma vez os produtores de vá-rias regiões do Estado atualizaram os dados de prejuízos às lavouras causados pela chuva e voltaram a reivindicar um seguro agrícola bem estruturado e que assegure renda ao produtor, mesmo em condições de estado de emergência como as registradas nos últimos dias.
Na reunião, a Faeg, em parce-ria com a UBF seguradora, ofereceu uma nova modalidade de seguro de receita bruta, que envolve garantia de preço e risco climático, tendo por base as cotações de Chicago e a variação cambial. De acordo com o economista e analista de mercado da Faeg, Pedro Arantes, a produtivi-dade levada em conta por essa mo-dalidade de seguro é a comprovada pelo produtor e não a produtividade média divulgada pelo do IBGE, como o utilizado normalmente. A propos-ta cobre 70% da receita esperada e as adesões já podem ser feitas junto à Faeg. Basta o produtor procurar a Federação ou a rede de Sindicatos Rurais no interior para o preenchi-mento da ficha de cadastramento.
Sistema Faeg/Senar marca presença na Tecnoshow Comigo e mo-vimenta estande com ações técnicas e de responsabilidade social
Cleiber Di Ribeiro | [email protected] / Francila Calica | [email protected]
Crianças
participam de
ação do pro-
grama Agrinho
no estande do
Sistema
Faeg/Senar
Negócio rural
Números da Tecnoshow
70 mil visitantes
500 milhões comercializados
400 expositores
R$ 1,3 milhão em investimento
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Tom
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30 | CAMPO abril/2011 www.faeg.com.br
SEM TRÉGUAChuvas não pararam durante colheita.
Qualidade dos grãos ficou comprometida.Alessandra Goiaz | [email protected]
Foto
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Lavoura de soja na
propriedade de Afonso
Cairo, em Edéia, dete-
riorada pela chuva.
SAFRAS
As chuvas castigaram as regiões pro-dutoras de soja em Goiás em plena colheita. De acordo com o Centro de
Previsão do Tempo e Estudos Climáticos, do Ministério de Ciências e Tecnologias, de 1º a 30 de março já choveu 40% a mais que o esperado para todo o mês. Até a última semana de mar-ço, ainda faltava colher mais de 35% da área plantada no Estado e os produtores estavam te-merosos quanto à probabilidade de chuvas e o resultado que estas acarretaria
Além das perdas quantitativas, referentes à ger-minação do grão na planta e o apodrecimento do mesmo, o que foi colhido registrou uma alta con-centração de grãos sem valor comercial. O presiden-te do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner que um recuo na safra pode acarretar em uma redução de R$ 595 milhões no valor bruto da produção do Estado, o que é sentido diretamente na economia de alguns municípios, que tem sua economia ba-seada no agronegócio. “Somente no ICMS, Goiás deixa de arrecadar R$ 55 milhões”, diz.
abril/2011 CAMPO | 31www.senargo.org.br
Emergência nos municípiosEm alguns municípios de Goiás, a perda chegou a
mais de 20% da safra prevista para o município, como é o caso de Chapadão do Céu, que das 240 mil toneladas previstas para a colheita, 48 mil toneladas foram perdi-das. Um prejuízo de aproximadamente R$ 32 milhões.
Em Edéia, a situação não foi diferente. Segundo o presidente do Sindicato Rural do município, Afonso Cai-ro Vieira Mendes, as perdas chegaram a 25% da produ-ção. Somente ele, perdeu 18% de tudo o que plantou. De uma estimativa de colher 78 mil sacas de soja, 14 mil sacas ficaram inviáveis comercialmente. “Foram 250 hectares de soja ardida”, diz.
Na região, 60% dos cultivares de soja são de ciclo médio (média de 120 dias) e como foram plantados no início da segunda quinzena de novembro, o período de colheita coincidiu com o período de muitas chuvas. “Nós perdemos um trabalho de um ano inteiro. Todo o nosso lucro foi perdido”, lamenta Afonso. Ele conta que em 20 anos de produção agrícola, ele nunca havia vivenciado um período climático como o atual. “Já passamos por problemas com estiagem, mas excesso de chuva foi a pri-meira vez”, diz.
Regiões goianasNa região Sudoeste, o município de Chapadão do
Céu decretou Estado de Emergência no dia 11 de mar-ço. De acordo com o presidente do Sindicato Rural do município, Antônio Roque Prates Filho estima-se que os
prejuízos com a lavoura de soja, somente em Chapadão, chegaram a R$ 30 milhões. “Na início de março, os pro-dutores estavam muito animados com uma safra que era considerada promissora; bons preços, boas condições climáticas. O cenário mudou durante a colheita”.
O cenário também foi preocupante na região Sul do Estado. Segundo o presidente do Sindicato Rural de Itumbiara, Rogério de Oliveira, há casos de produtores que dessecaram a soja para iniciar a colheita, mas sem pausa nas chuvas, perderam toda a lavoura. Ele explica que os mais prejudicados são os produtores que optaram pelas variedades de soja de ciclo médio.
Visita de inspeçãoVisando o estado de emergência dos municípios pro-
dutores, o diretor-secretário da Federação da Agricultu-ra e Pecuária de Goiás (Faeg), Bartolomeu Braz Pereira, acompanhado do superintendente de Planejamento e Política Agrícola da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seagro), Joaquim Saeta Filho, do su-perintendente da Divisão de Agronegócio do Banco do Brasil, João Bosco Costa, e demais assessores, visitou fazendas que foram afetadas pelas chuvas.
Na ocasião, os produtores pediram ao superinten-dente do Banco do Brasil que avaliado com cautela a si-tuação dos produtores afetados. “Ao ouvir as sugestões, o superintendente prometeu estudar com propriedade o caso dos sojicultores goianos que foram atingidos por esta calamidade”, disse o diretor-secretário.
SAFRAS
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: Ale
xand
ro A
lves
Poças de água
e lama se for-
mam após pe-
ríodo de longas
chuvas
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“Uma parcela de produtores não conseguiu ofertar soja nos padrões de qualidade exigidos.”
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*Receita elaborada por
Adriano da Costa Maciel,
instrutor de Cozinha Rural
do Senar, em Goiás.
Pão de Queijo de Polvilho Azedo com LinhaçaINGREDIENTES:
3 copos de polvilho azedo;
1 copo de queijo de minas ralado;
½ copo de linhaça;
1 copo de água;
½ copo de leite;
1 copo de óleo menos um dedo;
Ovo até dar o ponto da massa
(em média de 4 a 5 ovos);
Sal a gosto;
Obs.: o copo é de 200 ml.
MODO DE FAZER:
Coloque o polvilho e o sal em uma
vasilha. Em uma panela escalde o óleo,
a água e o leite e quando ferver misture
ao polvilho e mexa bem até ficar morna
(esfriar). Coloque o queijo e a linhaça
e mexa, nesse momento, pode experi-
mentar a massa para ver se o sal está
no ponto antes de colocar os ovos. Em
seguida, coloque os ovos até dar o ponto
de enrolar. Enrole a massa e coloque na
assadeira (forma), não precisa untar a
assadeira e asse em forno quente (em
média de 180º graus).
DELÍCIAS DO CAMPO
Cultura adequadaO gestor ambiental e mobilizador do Senar Goiás
em Palmeiras, Valdete Soares D’badia explica que o grande desafio de mobilizar treinamentos em assen-tamentos rurais é encontrar a cultura que se adapta à realidade dos assentados. Ele conta que geralmente a experiência de campo das famílias de assentamentos é mínima, por isso é preciso atividades compatíveis com a capacidade financeira e de trabalho do assentado.
“Quando mobilizei treinamentos pela primei-ra vez aqui em Canudos, 80% dos assentados en-contravam-se em estado crítico de endividamento. Acessaram linhas de crédito oficiais para agricultura familiar, mas não tiveram sucesso no emprego do di-nheiro nas atividades que optaram desenvolver”, con-ta Valdete, ao ressaltar que a falta de conhecimento, de experiência e de acompanhamento técnico deixa a situação do assentado ainda mais difícil.
Aconteceu com José Maria. O financiamento que obteve via Pronaf foi quase todo empregado em cabeças de gado. “Com o dinheiro que sobrou, de-pois de cercar o lote, fazer cisterna e curral, comprei oito cabeças. Um tempo depois, quatro morreram de picada de cobra. Fui vivendo com o que sobrou”, relembra. A realidade agora é outra. Os planos de José Maria, após a ampliação do parreiral, é fazer o treinamento de operação e manutenção de sistemas de irrigação, oferecido pelo Senar. Ele diz que já se prepara irrigar o parreiral.
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Quando José Maria Vicente do Nascimento, 48, pisou pela primeira vez em seu lote de 18 hectares no Assentamento Canudos, em
Palmeiras de Goiás, não tinha ideia do que podia fa-zer com aquele pedaço de chão. Boa parte de seus companheiros de assentamento também nutriam o mesmo sentimento.
Com pouca experiência na lida no campo, José fez inúmeras tentativas de se manter na terra. Sem assistência, os fracassos foram inevitáveis. Tudo começou a mudar há um ano, quando um treina-mento de fruticultura/maracujá do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar Goiás) foi levado ao assentamento pelo Sindicato Rural de Palmeiras de Goiás, presidido pelo produtor César Savini Neto.
Na época, José Maria já havia se lançado na cul-tura da fruta, mas foi no treinamento que descobriu as formas corretas de plantio, manejo e colheita. “Descobri até que tinha plantado todo o parreiral do lado errado. Um hectare inteiro”, conta. Parte dos três mil quilos de maracujá que o fruticultor colhe por mês é comercializada no Ceasa, em Goiânia; a outra parte é fornecida em polpa a uma empresa de processamento de frutas também da capital.
A renda que José Maria obtém de seu parreiral de um hectare já lhe permite criar postos de trabalho tem-porários e sonhar em ampliar a produção. “Hoje, tenho cinco diaristas para me ajudar na poda, no controle de pragas, na colheita e na retirada da polpa. Quero aumen-tar o parreiral em mais um hectare”, diz. José Maria já começou a fazer as contas e diz orgulhoso que dessa vez economizará nas mudas, pois ele mesmo irá prepará-las. “Aprendi, no treinamento, como fazer mudas e como tratar delas. Os R$ 1,30 que eu gastaria em cada uma das 850 mudas vou investir em outra etapa”, explica.
Treinamento do Senar em assentamento muda cenário de falta de informação e qualificação Francila Calica | [email protected]
Para mudar a realidade
Como participar
Os interessados em treinamentos e cursos do Senar Goi-
ás no município de Palmeiras devem entrar em contato
com o Sindicato Rural pelo telefone: (64) 3571-1415 e
falar com o mobilizador, Valdete Soares D’badia.
José Maria
encontrou em
treinamento
do Senar alter-
nativa para se
fixar à terra
CURSOS E TREINAMENTOS
EM MARÇO, O SENAR PROMOVEU
320 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL
29
Na área de
agricultura
Em ativida-
de de apoio
agrossilvipas-
toril
104
Na área de
silvicultura
17
Na área de
agroindústria
5
Na área de
aquicultura
11
Na área de
pecuária
106
Em atividades
relativas à
prestação de
serviços
48
A escolha da variedade está muito mais voltada às necessidades do mercado
consumidor, portanto, é necessário ficar atento às variedades mais exigidas pelos
consumidores.
As espécies de hortaliças do gênero Cap-sicum, que constituem as pimentas e os pimentões, são usadas diariamente
como condimento e alimento por mais de um quarto da população mundial. No Brasil, as pi-mentas são importantes geradoras de emprego e renda, pois o seu cultivo envolve um grande número de trabalhadores em todos os elos da cadeia produtiva.
Pode-se encontrar diferentes tipos de pi-mentas nas feiras e mercados populares de to-dos os municípios do Estado de Goiás durante o ano todo. Apesar de sua grande importân-cia, o cultivo de pimentas Capsicum apresen-ta algumas dificuldades devido às diferentes formas de manejo e da necessidade do uso de tecnologias apropriadas por parte dos agri-cultores. Estes por sua vez, muitas vezes, não têm o acompanhamento técnico necessário.
O ideal para aqueles que desejam iniciar neste importante negócio passa pela qualifi-cação profissional rural, como o treinamento em Olericultura Básica realizado pelo Senar, em Goiás, onde cuidados simples no mane-jo e organização da produção podem ser de fundamental importância para o sucesso no cultivo das pimentas. Mas isso por si só não basta. Atualmente, o agricultor também pode
fazer pelo Sebrae Goiás o curso Negócio Cer-to Rural, uma importante qualificação que proporciona aos agricultores conhecimentos necessários para que eles possam conduzir seu próprio desenvolvimento, tornando-se um empreendedor rural.
Dicas para o plantioAlguns cuidados fundamentais devem
ser tomados por aqueles que desejam se profissionalizar no cultivo de pimentas Cap-sicum. Entre alguns deles devem estar o co-nhecimento da planta que irá cultivar; saber com clareza como são os tratos culturais e o ciclo da planta, suas necessidades de adubo e irrigação, bem como os tratos fitossanitários.
Muitas vezes, somente após a colheita, o produtor pensa em onde e como vender o produto. Neste caso, ele pode se deparar com um mercado pouco conhecido, daí a necessi-dade de saber para quem irá vender sua pro-dução antes mesmo do plantio. Outro item de suma importância é saber o quanto produzir, uma vez que o mercado exige um forneci-mento contínuo de produtos. Sendo assim, o produtor pode antes de se lançar no mercado ter uma real noção de quanto pode produzir e o quanto irá receber pela sua produção.
Picante e SaborosaHélio Antônio Silva Rodrigues | [email protected]
81 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL
Hélio Antônio Silva Ro-drigues é engenheiro agrônomo e instrutor do Senar, em Goiás.
32
Alimentação
e nutrição
Organização
Comunitária
9
Saúde e
Alimentação
7
Prevenção
de acidentes
11
Artesanato
22
PRODUTORES E
TRABALHADORES
RURAIS
CAPACITADOS
2.432
38 | CAMPO abril/2011 www.faeg.com.br
CAMPO ABERTO
Mesmo após um plantio com atrasos, o desen-volvimento das lavou-
ras estava sendo favorecido pelas boas condições climáticas, o que resultaria em uma safra com exce-lente desempenho. Paralelo a essa boa expectativa, os preços das principais commodities agrícolas passaram a alcançar patamares muito acima das tendências histó-ricas. O cenário era ideal e reunia dois fatores que, há anos, não se mostravam tão positivos: desem-penho de safra e bons preços.
A grande dificuldade é que esses dois fatores são altamente dependentes de elementos muito voláteis. A mudança no clima com a intensificação das chuvas foi o suficiente para mudar todo o ce-nário no que diz respeito ao de-sempenho de safra. O terremoto e o tsunami que abalaram o Japão e a comoção internacional pela dura tragédia oriental se refletiram nas bolsas de valores, de mercadorias e de futuros em forma de brusca queda nos preços internacionais das commodities. Em mundo de economia global, o efeito dominó chegou ao produtor rural goiano e fez despencar os preços da soja.
No início da safra, as cota-ções da saca de 60 quilos do grão chegaram a R$ 48, hoje os pre-ços sofrem constantes reduções.
Nos últimos dias, atingiram níveis abaixo de R$ 41 a saca. Sem con-tar a trivial pressão da colheita que sempre faz com os preços caiam neste período. De acordo com estimativas recentes, aproxi-madamente 10% da safra de soja do Estado já está comprometida por problemas climáticos. O que significa uma perda de até 814 mil toneladas.
A situação se agravou a par-tir do último dia 19 e pode piorar ainda mais nas regiões onde a co-lheita está abaixo de 50% da área total, se perdurarem por mais de dez dias as chuvas intensas; é o caso do sul e entorno de Brasília. Municípios como Chapadão do Céu e Mineiros já deram anda-mento aos pedidos de estado de calamidade pública.
Estas perdas vão além da redução da renda esperada pelo produtor rural que está na ponta da cadeia produtiva. Os prejuízos atingirão toda a sociedade. Have-rão altas nos preços dos subpro-dutos da soja e nas carnes dos animais que se alimentam de ra-ção à base do grão. A balança co-mercial também sentirá o prejuízo com a redução das exportações. A geração de emprego será retraída e a arrecadação tributária do Es-tado se contrairá com os reflexos das dificuldades na agricultura.
Para se ter uma ideia da gravi-dade do quadro, a redução do va-lor bruto da produção de soja no Estado, com a perda de cerca de 814 mil toneladas, deve acarretar um prejuízo de aproximadamente R$ 542 milhões, provocando uma queda na arrecadação, somente com ICMS, em torno de R$ 28 mi-lhões. Neste sentido, políticas de minimização de riscos à produ-ção rural necessitam de aperfei-çoamento que compatibilize suas condições operacionais às reais necessidades das culturas.
A Faeg e a CNA têm traba-lhado no desenvolvimento de um instrumento (seguro) que possa amparar, em um único contrato as perdas físicas (produtividade) e a variação de preços. O novo ins-trumento em estudo deverá asse-gurar ao produtor de soja, 70% de sua própria produtividade, com o preço balizado no mercado futu-ro (Bolsa de Chicago).
É de extrema importância que esta ferramenta seja viabili-zada e colocada à disposição dos produtores. Para que isso ocorra é necessário o apoio de toda a sociedade assim como do poder público, pois minimizar as perdas agrícolas é garantir segurança no abastecimento de alimentos, na geração de renda, emprego e nos excedentes à exportação.
O ano que prometia ser bom
José Mário
Schreiner é
presidente da
Federação da
Agricultura e
Pecuária de
Goiás (FAEG)
O ano agrícola 2010/2011 teve início como um dos mais promis-sores dos últimos tempos José Mário Schreiner | residê[email protected]