2010_industrialização arroz

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MINISTRIO DA EDUCAO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS FACULDADE DE AGRONOMIA ELISEU MACIEL - FAEM LABORATRIO DE PS-COLHEITA, INDUSTRIALIZAO E QUALIDADE DE GROSPLO DE INOVAO TECNOLGICA EM ALIMENTOS DA REGIO SUL DO RIO GRANDE DO SUL

PS-COLHEITA E INDUSTRIALIZAO DE ARROZ(SNTESE)Moacir Cardoso Elias, Rafael de Almeida Schiavon, Maurcio de Oliveira, Daniel Rutz

APOIO: CONSELHO REGIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA REGIO SUL - COREDESUL CONVNIO UFPEL- GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

2010

PARTE I BENEFICIAMENTO INDUSTRIAL DE ARROZ1Moacir Cardoso Elias ; Rafael de Almeida Schiavon3; Maurcio de Oliveira4; Daniel Rutz52

I - FLUXOGRAMAS OPERACIONAIS, POR ETAPA:1.1 - Pr-armazenamento: RECEPO PR-LIMPEZA SECAGEM

1.2 - Armazenamento:

CARREGAMENTO

MANUTENO DE QUALIDADE

1.3 - Industrializao: 1.3.1 - Convencional CLASSIFICAO PADRONIZAO 1.3.2 - Parboilizao LIMPEZA EMBALAGEM LIMPEZA DESCASCAMENTO REMOO POLIMENTO OU DE DEFEITOS E

BRUNIMENTO

MACERAO OU ENCHARCAMENTO SECAGENS E TEMPERAGENS POLIMENTO OU BRUNIMENTO

AUTOCLAVAGEM DESCASCAMENTO

REMOO DE DEFEITOS E CLASSIFICAO PADRONIZAO EMBALAGEM

II - OPERAES:2.1 - PR-ARMAZENAMENTO:O arroz pode chegar na unidade industrial sujo e/ou mido, ou j com teores de umidade e de impurezas e/ou matrias estranhas adequados ao armazenamento e/ou industrializao. Nesta segunda hiptese, pode ir diretamente da moega de recepo para o silo. No primeiro caso, dever ser antes submetido pr-limpeza e/ou secagem. Cada operao tem caractersticas prprias e, nesta etapa, tem o objetivo de preparar o arroz para o armazenamento e/ou para a industrializao.Elaborado no Departamento de Cincia e Tecnologia Agroindustrial da Faculdade de Agronomia "Eliseu Maciel", Universidade Federal de Pelotas. 2 Equipe de pesquisa dos Cursos de Ps-Graduao em Cincia e Tecnologia Agroindustrial da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Universidade Federal de Pelotas, integrante dos Convnios da UFPEL com a Secretaria de Cincia e Tecnologia do Governo do Estado Plo de Modernizao Tecnolgica em Alimentos - COREDE-SUL. 2 Eng Agr, Dr., Professor Titular do Departamento de Cincia e Tecnologia Agroindustrial da FAEM - UFPEL. 3 Eng Agr, M. Sc., Educao Continuada Doutorado PPGCTA da FAEM - UFPEL. 4 Eng Agr, M. Sc., Doutorando PPGCTA da FAEM - UFPEL. 5 Eng Agr, Mestrando PPGCTA da FAEM - UFPEL.1

2.1.1 - RecepoAo chegar na indstria, o arroz submetido pesagem e amostragem para anlises. A pesagem normalmente realizada em balana de fluxo, tipo pesa-caminhes, com carga na entrada e vazios na sada, obtendo-se seu valor por diferena. A amostragem deve ser representativa da carga, sendo coletadas amostras de vrios pontos. As principais anlises realizadas so de umidade e de impurezas. Defeitos, rendas e rendimentos geralmente so tambm analisados. A identificao da variedade fundamental, pois as dimenses dos gros - comprimento, largura e espessura - so caractersticas genticas, com o que no devem ser misturados gros de variedades diferentes, sob pena de ter-se dificuldades para regular descascadores e polidores, com aumentos de quebras dos gros ou mesmo excesso de arroz que no descasca, tambm denominado "marinheiro". A mistura de variedades de arroz pode ocasionar problemas nas operaes de parboilizao, considerando que as condies mais adequadas para algumas variedades podem no ser para outras. Quanto mais informaes sobre a histria da carga puderem ser anotadas nas fichas, mais recursos ter o profissional da conservao e/ou do beneficiamento industrial nas tomadas de decises tcnicas. Anotaes de interesses comercial e fiscal tambm so efetuadas nesta etapa. A legislao permite, por exemplo, que sejam descontados do vendedor o que exceder de 13% na umidade e 1% nas impurezas e/ou matrias estranhas. Como conseqncias das anlises, possvel que sejam manejadas as cargas de modo a secar-se primeiramente as mais midas, por exemplo. Aps serem descarregados dos caminhes na moega de recepo, os gros so transportados por elevadores de caneca para as caixas reguladoras de fluxo e da para a prlimpeza. A movimentao vertical normalmente feita por elevadores, enquanto a horizontal se faz por correias, roscas ou por transportadores de corrente. Entre duas operaes consecutivas deve haver regulador de fluxo ou "silo pulmo".

2.1.2 - Pr-limpezaEsta operao realizada em equipamentos dotados de peneiras e ventiladores, tendo por objetivo preparar o arroz para a secagem, retirando impurezas e/ou matrias estranhas muito diferentes dos gros e que poderiam prejudicar a rapidez, a homogeneidade e a segurana da secagem. A pr-limpeza menos seletiva do que a limpeza e pode ser realizada tanto em mquina de limpeza como de pr-limpeza, desde que ajustada para tal. Similarmente, a limpeza pode tambm ser efetuada em mquina de pr-limpeza. Para se realizar limpeza (mais seletiva) numa mquina de pr-limpeza, deve-se alterar o fluxo de ar, substituir os jogos de peneiras e reduzir o fluxo de gros para 1/3 a 1/4 em relao ao que processado na pr-limpeza. Tanto uma operao quanto a outra so executadas sob os mesmos princpios: a separao com base na velocidade final dos materiais, determinada pelo peso e relao superfcie/volume, feita pela corrente de ar, enquanto a separao pelas dimenses e forma feita pelas perfuraes das peneiras, que so dotadas de movimentos vibratrios e oscilatrios. No mesmo jogo de peneiras, a superior tem perfuraes muito maiores do que os gros, enquanto as da inferior so muito menores do que eles. As mquinas tpicas de limpeza tm3

jogos de peneiras dispostas em srie, enquanto os das mquinas de pr-limpeza so paralelas, possibilitando fluxo duplo de gros. Na pr-limpeza, os teores de impurezas e/ou matrias estranhas so reduzidas a valores no superiores a 4-5%, enquanto na limpeza comercial o valor mximo 1%.

2.1.3 - SecagemChegando sujo e mido na indstria, o arroz submetido secagem aps passagem pela prlimpeza. Os mtodos podem ser estacionrios, intermitente ou contnuo. Embora seja bastante utilizada nas propriedades rurais e praticamente no cause danos mecnicos ou trmicos quando corretamente operada, a secagem estacionria em silos secadores quase no usada nas indstrias de arroz, principalmente por no apresentar rapidez suficiente que atenda o fluxo operacional. A quase totalidade dos engenhos de arroz utiliza secagem intermitente, que apresenta boa uniformidade, rpida e no se caracteriza por causar danos ou choques trmicos, ainda que provoque danos mecnicos. Quando for parboilizar, pode-se utilizar secagem contnua para aquela parte do arroz que ficar armazenada por pouco tempo. interessante notar que a secagem contnua mais rpida e produz menos danos mecnicos do que a intermitente, mas produz mais choques e danos trmicos. O arroz resistente a dano mecnico e sensvel a choque e a dano trmico. Secador contnuo possui uma cmara de secagem, onde circula ar aquecido, seguida de uma cmara de resfriamento, servida por ar ambiente no aquecido. Numa nica passagem, o gro sai seco e frio, ao contrrio do intermitente, onde h recirculao dos gros no secador, passando pelas cmaras de secagem e equalizao, at que seja completado o processo. Na cmara de secagem h contato direto do ar aquecido com os gros, enquanto na de equalizao passam apenas os gros.

2.2 - ARMAZENAMENTODiferentemente da maioria dos outros gros, o arroz armazenado pr-limpo, seco e sem expurgo prvio. O arroz no consumido sem ser submetido a alguma forma de beneficiamento e este comea por uma operao de limpeza bastante seletiva, com retirada, inclusive, de materiais metlicos que prejudicariam os descascadores. produto de boas caractersticas de conservabilidade, quando corretamente manejado, por isso geralmente dispensa as operaes de limpeza e de expurgo aps a secagem e antes do armazenamento. Os silos metlicos dotados de cabos termomtricos para controle de temperatura e de sistema de aerao forada favorecem a conservao. Quando da operao de carga do silo, esta deve ser interrompida ao atingir altura entre um tero e a metade da parede. Neste momento deve ser feita intrasilagem parcial, com remoo dos gros do fundo do silo e a recolocao sobre a prpria carga, at uniformizar a distribuio dos gros que quebraram com o impacto direto no piso. Com isso, alm de se desconcentrar do fundo do silo os gros quebrados, estar-se- promovendo descompactao, o que favorecer a conservabilidade. Havendo aquecimento da massa de gros, conforme as indicaes da termometria, liga-se o sistema de aerao at reduzir e uniformizar a temperatura em todo o silo. Se houver incidncia de pragas, deve-se efetuar o expurgo, conforme Receiturio Agronmico.

2.3 - INDUSTRIALIZAO4

As operaes de macerao, autoclavagem e secagens subseqentes fazem parte dos fluxogramas industriais do arroz parboilizado, ao contrrio dos fluxogramas industriais do arroz branco polido ou brunido, que no constam destas operaes. Limpeza, descascamento, polimento, seleo e embalagem so operaes efetuadas tanto no arroz branco como no parboilizado, embora a forma de realiz-las seja diferente.

2.3.1 - LimpezaConforme j referido no tem 2.1.2, a operao de limpeza, que comea a etapa industrial, deve ser bastante seletiva. Alm da mquina de limpeza convencional de ar e peneiras planas, o arroz submetido a um flutuador, para complementar a retirada de poeiras e outros produtos leves. Em seqncia, passa pelo conjunto formado por "trieurs" e peneiras cilndricas. O "trieur", um cilindro de paredes alveoladas, separa gros quebrados, sementes de invasoras e outros materiais de comprimento menor do que os gros. O movimento rotatrio do cilindro permite que o material retido no interior dos alvolos seja transferido para uma calha interna e seja separado dos gros. A peneira cilndrica separa os materiais de espessura menor do que os gros, que so expulsos atravs das perfuraes e separados pela fora centrfuga. Sepadores magnticos podem ser acoplados no sistema.

2.3.2 - Encharcamento e autoclavagemA principal finalidade desta operao a hidratao adequada do arroz para possibilitar a gelatinizao do amido. A absoro de gua pelo gro deve ser uniforme e rpida, at atingir 30% de umidade aproximadamente, evitando-se a abertura de cascas tanto quanto possvel. Os grnulos de amido apresentam capacidade limitada de absoro e expanso em gua fria, devido a presena de pontes de hidrognio entre as fraes de amilose e amilopectina. Durante o encharcamento a quente, no entanto, a energia suplementar na forma de calor enfraquece a estrutura granular pelo rompimento das ligaes de hidrognio, dando mais superfcie para a absoro de gua pelos grnulos de amido. Esta maior superfcie permite uma hidratao adicional e irreversvel dos grnulos inicialmente inchados, pela maior atividade dissociativa da gua molecular. Este fenmeno, chamado gelatinizao do amido, inicia na macerao e complementado na autoclavagem. Aumentos na temperatura da gua reduzem o tempo necessrio para o encharcamento timo do arroz em casca. Entretanto, a temperatura no pode ser aumentada alm do ponto de gelatinizao, para evitar-se conseqncias indesejveis. Temperaturas de encharcamento acima do ponto de gelatinizao esto associadas com um elevado gradiente de umidade, resultando em um excessivo contedo de umidade no gro, invariavelmente induzindo uma extensiva abertura de casca e lixiviao do gro. Temperaturas ligeiramente abaixo do ponto de gelatinizao mostram-se eficientes na prtica. A permanncia dos gros na operao de macerao deve ser o mais rpida possvel, para evitar fermentaes de origens enzimtica e microbiana, que proporcionam alteraes no aroma, no sabor e na cor, podendo tornar o produto inaceitvel para o consumo. As perdas de nutrientes so maiores quando o tempo de macerao prologado. O arroz tem sua cor intensificada na parboilizao, tornando-se amarelo-claro ou mbar. A alterao na cor causada principalmente por escurecimentos no enzimticos, como5

Maillard. O tratamento a quente e a concentrao relativamente alta de acares redutores e aminocidos parecem ser fatores determinantes. Entretanto, pigmentos da casca podem contribuir parcialmente, pela difuso para dentro do endosperma ou por serem absorvidos pelo gro com casca partida, durante o encharcamento. Os gros infestados por fungos, particularmente se imaturos, tornam-se pretos aps a parboilizao. Isto pode ser causado pela presena de excessiva quantidade de acares e aminocidos. Similarmente, se o arroz em casca sofreu alteraes de cor no armazenamento, por alta umidade e temperatura, geralmente esta alterao bastante intensificada. O arroz em casca depositado em tanques, normalmente de ao inoxidvel e adicionado de gua aquecida at estar completamente submerso, para macerar. O tempo e a temperatura devem ser adequados variedade de arroz e ao processo utilizado. A macerao a 60oC durante 6h adequada para algumas variedades de arroz irrigado. O arroz de sequeiro, em regra, necessida maiores temperaturas e/ou tempos de macerao para que ocorra uma adequada hidratao. A troca de gua, a cada duas horas, por exemplo, reduz a intensidade da cor, do sabor e do aroma caractersticos do arroz parboilizado. No encharcamento do arroz, a gua aquecida dissolve substncias hidrossolveis, como vitaminas e sais minerais, arrastando-as da periferia para o centro dos gros. As molculas de leo tm sua viscosidade reduzida com o aumento da temperatura, favorecendo seu transporte para o interior dos gros. Depois de a cariopse ter absorvido gua suficiente, dever ser aquecida at a temperatura de gelatinizao do amido, que oscila conforme as caractersticas do gro de arroz e do processo de parboilizao, mas que em geral est em torno de 70oC. As plantas industriais realizam esta operao atravs de vapor aquecido e em recipientes fechados. A autoclavagem o mtodo mais usual, utilizando presses que variam de 0,5 a 1,2kgf/cm2, durante 10 a 30min. Antes de o arroz ser transferido para a autoclave, o excesso de gua de macerao eliminado. O arroz deve permanecer na autoclave o tempo suficiente para que ocorra a completa gelatinizao do amido. Tempos e/ou temperaturas excessivos na autoclavagem, aumentam a incidncia de gros danificados e ocorre a intensificao da cor do arroz (amarelecimento). Por outro lado, tempos e/ou temperaturas insuficientes nesta operao resultam em gros no gelatinizados, com pouca resistncia mecnica. Durante a autoclavagem, as enzimas presentes no gro so praticamente inativadas. A peroxidase do arroz, uma das enzimas mais termoestveis, completamente eliminada aps 8 minutos de tratamento com vapor a 121oC. A inativao da lipase resulta numa relativa estabilizao do farelo e do arroz, aumentando a sua durabilidade. A parboilizao mostra-se eficiente para melhorar o valor nutritivo e recuperar danos mecnicos do arroz, aumentando seu rendimento, mas intensifica alguns defeitos biolgicos, como aqueles causados pelo desenvolvimento fngico. A autoclavagem, as temperagens e as secagens que se seguem, completam a gelatinizao e a retrogradao do amido, selando trincamentos e fissuras, aumentando a resistncia dos gros s operaes que usam frico, proporcionando a obteno de mais gros inteiros, arroz mais nutritivo do que o branco polido e mais estvel do que o integral.

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2.3.3 - Secagens e TemperagensAlm de retirar o excesso de umidade, a secagem pode complementar a gelatinizao e possibilita a retrogradao do amido, alteraes fsico-qumicas fundamentais para a parboilizao. Usualmente a secagem procedida em duas fases. A preliminar, at o arroz atingir 18-20% de umidade, normalmente feita a alta temperatura e geralmente em secadores horizontais rotativos, com temperaturas do ar que podem ir de 250 a 400C, em um ou mais estgios. A complementar procedida em secadores verticais (convencionais) e a temperaturas no to drsticas, ao redor de 150oC. Entre estas fases de secagem dever ocorrer um espao de tempo necessrio para que os gros tenham seus contedos energticos e hdricos uniformizados. preciso que ocorra dissipao do calor e da umidade acumulada no interior dos gros. Este tempo deve ser no mnimo de 6-13 horas. A secagem complementar intermitente mostra-se mais adequada do que a estacionria, aps a secagem preliminar em secador rotativo, na parboilizao. A velocidade de passagem do arroz pela cmara de secagem, em cada recirculao, no deve ser lenta, embora isso acelere o processo, pois reduz o rendimento de gros inteiros e aumenta o percentual de gros danificados e manchados. A temperatura do ar de secagem mais usada prxima a 150oC. Reaes como a de Maillard podem ocorrer quando so utilizadas temperaturas elevadas na secagem, com as conseqentes alteraes na colorao. Ao final da secagem recomenda-se armazenar o arroz parboilizado antes da operao de beneficiamento (tmpera), por um perodo que pode variar de 48 a 72 horas, dependendo das variedades e das condies operacionais, para que ocorram uniformidades de textura e umidade, bem como para aliviar as tenses internas, sem o que o rendimento de inteiros diminuiria.

2.3.4 - DescascamentoO descascamento efetuado em uma mquina de funcionamento relativamente simples, onde um sistema de rolos, que giram em sentido contrrio, pressionam e rompem a casca dos gros, produzindo casca e gros esbramados, arroz pardo ou integral. A casca removida, normalmente por suco, enquanto o arroz esbramado deve sofrer uma seleo, com a finalidade de separar os gros que continuam com casca aps passarem pelo descascador, tambm conhecidos como "marinheiros". A separao dos "marinheiros", que retornam ao descascador tantas vezes quantas forem necessrias para perder a casca, normalmente feita em separadores cujo princpio de funcionamento seja a diferena de densidade, j que a densidade do gro aumenta com o descascamento. A regulagem adequada do descascador importante para o rendimento e a eficincia do processo. Esta regulagem deve considerar vrios componentes, como o fluxo de alimentao do equipamento, a distncia entre os rolos e a velocidade do descascamento. Completado o processo de descascamento, tem-se o gro esbramado, que pode ser comercializado na forma de arroz pardo, tambm conhecido no mercado consumidor como arroz integral, ou ser submetido a operao de polimento ou brunimento.

2.3.5 - Brunimento/polimentoA operao de brunimento realizada em equipamentos denominados brunidores, os quais so constitudos de duas peas com formato de uma seco reta de cone, sendo uma externa, metlica, de parede perfurada, fixa, com estrias de borracha na face interna. Dentro dessa7

estrutura encontra-se a pedra do brunidor, de mesmo formato da pea externa, que faz um movimento rotatrio atravs de um eixo central. A pedra do brunidor tem dispositivo de regulagem de distncia entre ela e a pea externa. Para diminuir a distncia entre as peas basta movimentar a pedra para baixo e vice-versa. O gro, passando entre a pedra e a borracha, sofrer a remoo do germe e da pelcula que envolve a cariopse amilcea. Pelcula, germe e parte da cariopse amilcea removida da periferia do gro constituem o farelo, enquanto a parte restante o arroz brunido ou polido. possvel melhorar o brilho do arroz parboilizado atravs de tratamento adequado no gro polido, submetendo-o frico em superfcie no abrasiva. Adaptar-se polidores convencionais, substituindo-se a pedra por carpete ou outro material similar, uma forma de complementar o polimento com brilhamento. Outra forma o tratamento com vapor durante o polimento em processo especial que deixa o arroz com brilho intenso, fazendo polimento e brilhamento na mesma operao.

2.3.6 - Remoo de defeitos de classificao e TipificaoAps o brunimento, o arroz sofre a separao dos fragmentos e de gros com defeitos para melhorar o tipo comercial e obter preo mais elevado na comercializao. Para separar os fragmentos so utilizados equipamentos como peneiras, mesas de gravidade e "trieurs", uma vez que nessa operao devem ser removidas tambm as matrias estranhas que no foram separadas na operao de limpeza, como sementes de invasoras da cultura do arroz. Os critrios de classificao devem respeitar a legislao vigente para se determinar o tipo, que varia de 1 a 5, cuja qualidade diminui com o aumento do nmero que indica o tipo. Consideram-se percentuais de gros inteiros, de fragmentos de gros, de defeitos gerais agregados e de defeitos graves. So considerados inteiros os gros com comprimento mnimo igual classe a que pertencer e os fragmentos de gros com comprimento no inferior a 3/4 partes do comprimento mnimo da classe a que o gro pertence. So considerados fragmentos de gros, portanto, aqueles inferiores s 3/4 partes j referidas. Destes fragmentos, os que ficarem retidos em peneira de furo circular de 1,6mm de dimetro so denominados quebrados e os que passarem atravs dos furos da peneira so denominados quirera. So considerados defeitos gerais agregados os percentuais de gros danificados, manchados, picados, amarelos, gessados, rajados e no parboilizados, enquanto os defeitos graves so os gros ardidos, pretos, mofados, no gelatinizados, as matrias estranhas e as impurezas. O arroz pode ser classificado pela cor. Clulas fotoeltricas, colocadas sobre canaletas condutora de arroz polido, acionam um sistema de fluxo alternativo toda vez que detectam gros com colorao algo diferente do padro de cor dos gros sem defeitos, desviando-os para compartimentos especficos. Embora com elevado custo, a separao dos gros com colorao escura necessria pelo risco de que microorganismos produtores de toxinas tenham neles se desenvolvido. Se a parboilizao no intensificasse as alteraes de cor e no aumentasse a resistncia mecnica dos gros, a separao dos quebrados poderia ser suficiente para remover gros manchados e escuros, que normalmente quebram no beneficiamento convencional. Em conseqncia disso, a seleo pela cor, em mquinas eletrnicas, acaba sendo imprescindvel em arroz parboilizado e conveniente em arroz branco.

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O arroz ser classificado em grupos, subgrupos, classes e tipos, identificados com os seguintes critrios: a) Grupos Segundo sua forma de apresentao, o arroz ser classificado em 2 (dois) grupos, assim denominados: a.1) Arroz em casca - o produto fisiologicamente desenvolvido, maduro e em casca, depois de colhido; a.2) Arroz Beneficiado - o produto maduro que submetido a processo de beneficiamento acha-se desprovido, no mnimo, de sua casca. b) Subgrupos Segundo o seu preparo, o arroz em casca e o arroz beneficiado sero ordenados em subgrupos: b.1) Subgrupo do Arroz em Casca: b.1.1) Natural b.1.2) Parboilizado b.2) Subgrupo do Arroz Beneficiado: b.2.1) Integral b.2.2) Parboilizado b.2.3) Parboilizado Integral b.2.4) Polido c) Classes: O arroz em casca e o arroz beneficiado, de acordo com as suas dimenses, sero distribudos em 5 (cinco) classes, independentemente do sistema de cultivo: c.1) Longo fino - o produto que contm, no mnimo, 80% do peso dos gros inteiros, medindo 6mm ou mais, no comprimento; 1,85mm, no mximo, na espessura e cuja relao comprimento/largura, seja superior a 2,75mm, aps o polimento dos gros; c.2) Longo - o produto que contm, no mnimo, 80% do peso dos gros inteiros, medindo 6mm ou mais, no comprimento, aps o polimento dos gros; c.3) Mdio - o produto que contm, no mnimo, 80% do peso dos gros inteiros, medindo 5mm a menos de 6mm no comprimento, aps o polimento dos gros; c.4) Curto - o produto que contm, no mnimo, 80% do peso dos gros inteiros, medindo menos de 5mm no comprimento, aps o polimento dos gros; c.5) Misturado - o produto que no se enquadra nas classificaes anteriores e se apresenta constitudo pela mistura de duas ou mais classes, exceto a situao abaixo: c.5.1) Ocorrendo mistura das classes longo fino com longo, longo fino com mdio, longo com mdio e mdio com curto, a classe do produto ser determinada pela classe inferior da mistura. d) Tipos: Qualquer que seja o grupo e o subgrupo a que pertena, o arroz ser classificado em 5 (cinco) tipos, expressos por nmeros de 1 (um) a 5 (cinco), e definidos pelo percentual de ocorrncia

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de Defeitos Graves, de Defeitos Gerais Agregados ou de Gros Quebrados e Quirera. O tipo 1 o que apresenta menores quantidades de gros com defeitos e de quebrados.

2.3.7 - EmbalagemA legislao brasileira determina dimenses, formato, material, enfim, as caractersticas que as embalagens devem exibir. O processo, tanto para arroz parboilizado quanto para branco, realizado todo automatizado. Em nvel de atacado, a marcao do lote dever trazer no mnimo, as seguintes indicaes: a) Nmero do lote; b) Subgrupo; c) Classe ou Categoria; d) Tipo; e) Peso lquido; f) Safra de produo g) Identificao do responsvel pelo produto

Em nvel de varejo, a marcao ou rotulagem ser feita obrigatoriamente, na posio horizontal, em relao borda superior ou inferior da embalagem e dever conter, no mnimo, as seguintes indicaes: a) Produto; b) Subgrupo (facultativo para o polido); c) Classe ou categoria; d) Peso lquido; e) Nome ou razo social, endereo e nmero de registro no Ministrio da Agricultura do empacotador ou do proprietrio do produto, quando for empacotado por terceiros.

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ARROZ BRANCO(BENEFICIAMENTO CONVENCIONAL)FLUXOGRAMAS OPERACIONAIS, POR ETAPA:1. Pr-armazenamento: RECEPO PR-LIMPEZA SECAGEM

2. Armazenamento: CARREGAMENTO MANUTENO DE QUALIDADE 3. Industrializao: LIMPEZA DESCASCAMENTO POLIMENTO OU BRUNIMENTO SEPARAO DE QUEBRADOS REMOO DE DEFEITOS CLASSIFICAO TIPIFICAO EMBALAGEM

ARROZ PARBOILIZADO(BENEFICIAMENTO POR PARBOILIZAO)FLUXOGRAMAS OPERACIONAIS, POR ETAPA:1. Pr-armazenamento: RECEPO PR-LIMPEZA SECAGEM

2. Armazenamento: CARREGAMENTO MANUTENO DE QUALIDADE 3. Industrializao: LIMPEZA MACERAO OU ENCHARCAMENTO AUTOCLAVAGEM SECAGENS E TEMPERAGENS DESCASCAMENTO POLIMENTO OU BRUNIMENTO SEPARAO DE QUEBRADOS REMOO DE DEFEITOS CLASSIFICAO TIPIFICAO EMBALAGEM CLASSIFICAO

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PARTE II RECOMENDAES TCNICAS PARA COLHEITA, SECAGEM, ARMAZENAMENTO E INDUSTRIALIZAO DE ARROZ PARA O SUL DO BRASILI) INTRODUOCom as condies climticas tpicas da poca da safra e a exigncia cada vez maior de produtos de qualidade para atender as necessidades da populao nacional e enfrentar a concorrncia, especialmente no Mercosul, importante que os agricultores e as agroindstrias arrozeiras sigam as recomendaes tcnicas e operacionais oferecidas pela pesquisa. do senso comum que, havendo clima mido, a colheita deve ser realizada o quanto antes, para evitar a perda de produto na lavoura. No entanto, importante ressaltar que condies de clima seco, com alternncia de temperaturas muito altas durante o dia e baixas durante a noite, deixam os gros de arroz mais sensveis quebra na secagem e no beneficiamento industrial. Nessas condies, bastante prejudicial deixar o arroz secando na lavoura, pois quanto mais tempo se passa depois que os gros atingem 25% de umidade, mais ocorrem trincamentos e mais se intensifica a incidncia de defeitos de origem biolgica, como manchados, picados e ardidos, que depreciam o produto. Por outro lado, quanto mais tempo se passa entre a colheita e a secagem, mais suscetveis se tornam os gros ao amarelecimento e mais diminui a conservabilidade no armazenamento, ocorrendo mais quebra tcnica e maiores redues na tipificao. Em situaes normais, o custo da secagem e/ou os descontos que as indstrias aplicam no produto mido no so maiores do que os riscos e prejuzos que o produtor tem se retardar a colheita na tentativa de colher o arroz seco. Assim, quando o arroz apronta, deve ser colhido imediatamente; quando colhido, deve ser secado em seguida. Da colheita, na poca e na forma adequadas, depende a conservabilidade do arroz no armazenamento; da qualidade do armazenamento dependem a qualidade e o rendimento na indstria de processamento. Por melhor que seja o armazm e mais sofisticada a estrutura de conservao, no armazenamento a qualidade no pode ser melhorada; pode ser apenas relativamente preservada. Durante a estocagem dos gros podem ocorrer alteraes fsicas, qumicas, enzimticas e microbiolgicas, as quais so ativadas pelo calor e pela umidade, intensificandose com o decorrer do tempo de armazenamento. As perdas quantitativas so as mais facilmente observveis, sendo dependentes do metabolismo dos gros e/ou de microorganismos associados, do ataque de pragas e de outros animais, resultando em reduo do contedo de matria seca ou substncias nutritivas dos gros. J as perdas qualitativas so devidas principalmente s reaes qumicas e bioqumicas, presena de materiais estranhos e impurezas e ao ataque microbiano e/ou de insetos, havendo perdas no valor nutricional e a possibilidade de formao de substncias txicas no produto armazenado. Secagem, aerao e/ou transilagem e controle de pragas minimizam estes efeitos.

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II. RECOMENDAES TCNICAS E OPERACIONAIS 2.1) Colheita- Colher os gros, preferencialmente, com umidade entre 18 e 23%, dependendo do cultivar, do sistema de colheita e de secagem, sem prolongar a permanncia do arroz na lavoura, com isso reduzindo a ocorrncia de gros quebrados no beneficiamento ou na industrializao, e evitando a intensificao de defeitos nos gros e a reduo de vigor nas sementes. - Regular corretamente mquinas e equipamentos, e evitar a colheita nas horas do dia em que houver orvalho. - No misturar gros de cultivares diferentes, para no prejudicar o beneficiamento industrial. - Colher em separado o arroz de marachas ou taipas, se possvel, no o misturando ao de quadros ou quarteires, enquanto no estiver seco e limpo. - Manter os determinadores de umidade calibrados. - Em se tratando de semente, seguir rigorosamente as normas tcnicas. Se em gros destinados indstria a mistura de cultivares prejudicial, em semente no se admitem misturas varietais e/ou de cultivares, em nenhuma hiptese.

2.2) Transporte- No submeter o arroz exposio prolongada ao sol e evitar mant-lo abafado sob a lona do caminho ou outro transportador, antes de ser submetido secagem. - Evitar esperas e/ou longos tempos de carga, realizando o transporte para a unidade de secagem to logo realize a colheita. - Fazer adequada limpeza do transportador, evitando que resduos de uma carga possam servir como fonte de inculos para outra. - Inspecionar periodicamente o transportador e a carga, para evitar perdas de arroz por vazamento ou derramamento. - No usar o mesmo transportador para transporte simultneo de gros de cultivares diferentes, para evitar misturas varietais. - Em condies adversas de temperatura e/ou de tempo de transporte, controlar a temperatura dos gros e realizar movimentao e/ou ventilao em caso de verificar aquecimento.

2.3) Recepo- Avaliar umidade, impurezas e/ou matrias estranhas, rendas, rendimentos e defeitos, de acordo com a metodologia oficial do Ministrio da Agricultura. - Receber e manter separadamente os gros de cada cultivar. - Se possvel, aerar o arroz imediatamente aps a recepo, para resfri-lo e mant-lo, preferentemente, em temperaturas no superiores a 20C. - Secar to logo realize a colheita ou, no mximo, at 24 horas aps. - No deixar os gros midos na moega, sem aerao, por perodo superior a 12-24 horas13

- No caso de sementes, manter os lotes individualizados e devidamente caracterizados quanto aos itens nome do produtor, procedncia, nmero e/ou letra do lote, quantidade, data, espcie, cultivar, umidade, pureza, viabilidade, no mnimo.

2.4 Pr-limpeza- Escolher criteriosamente o jogo de peneiras, ajustar o fluxo de ar e o de gros na mquina de pr-limpeza. Inspecionar periodicamente o equipamento e analisar tanto gros como impurezas descartadas, para verificar a eficcia e a eficincia da operao. - Para gros, se forem armazenados na propriedade, sem comercializao imediata, a prlimpeza deve ser mais seletiva, resultando em teores de impurezas e/ou matrias estranhas no superiores a 3%. Se forem comercializados em prazo curto, fazer pr-limpeza at 3-5% de impurezas e/ou matrias estranhas, secar, limpar at reduzir impurezas e matrias estranhas a 1% e armazen-los limpos. - Para semente, a seletividade deve ser rigorosa j nessa fase.

2.5 Secagem- Respeitando-se os parmetros tcnicos e operacionais, a secagem pode ser realizada nos sistemas, processos e/ou mtodos que utilizem ar no aquecido (tambm denominados mtodos de secagem com ar natural, com ar ambiente ou com ar frio) e/ou naqueles com ar aquecido (tambm denominados mtodos de secagem artificial ou forada). - Se utilizar queima de combustveis slidos (lenhas, cascas, restos de cultura) para aquecimento do ar de secagem, recomendvel evitar o contato direto do ar da fornalha com os gros e devem ser tomados mais cuidados com o controle trmico da operao, pois os combustveis slidos, em conseqncia da inrcia trmica caracterstica de seu processo de queima, produzem maior desuniformidade de aquecimento do ar. - Se o aquecimento do ar de secagem for feito com a queima de gs liqefeito de petrleo (glp), ou outro combustvel fluido, a operao deve ser monitorada por sistemas automatizados de controle da temperatura e/ou da umidade relativa do ar, para aproveitar o melhor potencial de eficincia tcnica do sistema e aumentar a economicidade da operao. Em secagem estacionria, em silo secador, prefervel fazer o monitoramento do condicionamento do ar por controle de umidade relativa do que por controle de temperatura, para reduzir a desuniformidade da secagem. - Nos sistemas, processos e/ou mtodos que utilizem ar no aquecido, o fluxo de ar deve ser superdimensionado (em relao ao fluxo de ar usado em silos-secadores que usam ar quente), para evitar que a lentido do processo permita que o gro se deteriore j durante a prpria operao, enquanto nos que utilizam ar aquecido, os danos e os choques trmicos devem ser evitados, pois o arroz termicamente sensvel. - Na secagem estacionria, em silo-secador, utilizar no mnimo fluxo de ar de 4 e no mximo de 20m3.t-1.min-1 (m3 de ar por tonelada de gros por minuto), para a secagem com ar aquecido, dependendo da temperatura do ar e da espessura da camada de gros. - Na secagem em silos, no se encher o silo para depois secar. recomendvel fazer a secagem em camadas, devendo-se procurar no ultrapassar um metro e meio na altura da camada de gros no silo-secador de fluxo axial, para no prolongar excessivamente a operao e no provocar grande desuniformidade na secagem. Aps a secagem de cada camada, essa pode ser removida para o silo de armazenamento definitivo.

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- Pelo longo tempo de contato ar-gros, a temperatura do ar nos silos-secadores no deve ultrapassar 40C. A temperatura da massa no deve ultrapassar 37C nas sementes e nem superar os 40C nos gros para consumo. Em se tratando de gros, deve haver mais rigor no controle da uniformidade da temperatura para evitar (ou pelo menos reduzir) os choques trmicos, os quais provocam maior incidncia de gros quebrados e predispem mais os gros ocorrncia de danos metablicos durante o armazenamento, aumentado a incidncia de defeitos e reduzindo sua conservabilidade. - Observar os valores da Tabela 1: Tabela 1 - Temperatura do ar de secagem (C), na entrada do secador, para diferentes sistemas de secagem.*SISTEMA DE SECAGEM Estacionrio** gro semente 30-40 40 Intermitente gro semente 70-110 40-60 Contnuo gro semente **** ***** Seca-aerao*** gro semente 60-80 60

*Limites de temperatura de ar na entrada do secador, recomendveis para gros destinados ao consumo e para semente, conforme especificao. importante controlar a temperatura da massa de gros e evitar os choques e os danos trmicos. Quanto mais longo for o perodo de armazenamento, mais baixas devem ser as temperaturas de secagem. 40C o limite de temperatura dos gros no final do processo de secagem, nos cultivares modernos atualmente em cultivo no sistema irrigado. Para maior segurana operacional, orientar a secagem para temperaturas com valores de 37-38C durante o processo, que o valor mximo para semente. **Deve ser observada a espessura de camada no silo-secador. Quanto mais espessa for a camada de produto para a secagem, menor deve ser a temperatura do ar. ***Se as cmaras receberem ar de secagem com temperaturas diferenciadas, a temperatura mais baixa deve ser utilizada na camada superior. Aps o repouso, no silo aerador, a temperatura aplicada deve ser a ambiente. ****Embora no seja comum a secagem de arroz em sistema contnuo, pela alta sensibilidade desse gro aos choques e danos trmicos, caractersticos desse processo, possvel utiliz-lo em duas circunstncias: mediante adaptao funcional do secador ou quando o arroz se destinar parboilizao e for armazenado por perodo no superior a 30 dias em locais com temperatura ambiental superior a 20C, ou a 60 dias em locais com temperatura ambiental inferior a 20C. *****No recomendvel a secagem de sementes em sistema contnuo.

- Quando se tratar de secagem de sementes ou de gros no sistema estacionrio, em silossecadores de fluxo axial, a altura da carga no deve ultrapassar 1,5 metros. - No caso de seca-aerao, 70C a temperatura mxima do ar na cmara de secagem do secador convencional (contnuo adaptado ou intermitente adaptado); 16% a umidade mxima e 38C ou 41C, respectivamente, a temperatura de massa com a semente ou o gro ou a semente deve sair do secador convencional, devendo ser submetido a repouso por 6 a 12 horas no secador estacionrio, antes da insuflao do ar ambiente, em fluxo de at 1m3/tonelada/minuto, podendo o silo estar cheio. - Pelas caractersticas tcnicas, operacionais e econmicas, o sistema intermitente o mais recomendvel para arroz, seja no mtodo rpido, seja no lento. Em qualquer dos casos, deve ser evitada a remoo brusca da gua, que deve ser harmnica durante todo o processo e no deve ultrapassar a dois pontos percentuais por hora, durante toda a operao, a qual deve ser executada entre quatro e oito horas, ou seis e doze, em gro ou semente, respectivamente, para manter controlados os danos trmicos e os mecnicos. - Tanto para sementes como para gros, prefervel utilizar secagem gradual, com ar em temperaturas crescentes, ao invs do sistema tradicional, desde que sem choque trmico e sem superaquecimento do produto. Se o combustvel utilizado for lenha, a desuniformidade da temperatura do ar aquecido, na entrada do secador, geralmente maior, o que aumenta os riscos de choques trmicos, fenmeno que tambm ocorre em secadores com fornalhas que utilizam casca de arroz, se o fluxo de alimentao dessas no for bem controlado. Se o aquecimento do ar ocorrer com energia eltrica e/ou pela queima de combustveis fluidos, como glp ou leos, o processo pode ser mais rpido e mais uniforme, mas os cuidados com o15

superaquecimento devem ser maiores, por isso recomendvel o uso de sistemas automatizados de controle da operao. - Na operao de secagem intermitente, observe os seguintes limites constantes na Tabela 2.

Tabela 2 - Controles operacionais e limites de temperaturas para secagem intermitente de sementes e gros de arrozetapa durante a 1 hora entre a 1 e a 2 hora entre a 2 e a 3 hora procedimento operacional elevar gradualmente a temperatura do ar at elevar gradualmente a temperatura do ar at elevar gradualmente a temperatura do ar at semente 40+5C 50+5C 60+5C 60+5C gros 70+5C 90+5C 110+5C 110+5C 40C

da 3 at penltima hora manter constante a temperatura do ar em durante a ltima hora

reduzir a temperatura do ar, para aproxim-la da do 37C produto, e ir diminuindo-a gradualmente at que a temperatura se aproxime de

- Controlar sempre a temperatura dos gros na sada do secador. Se ultrapassar 40C, abrir a descarga para aumentar o fluxo de gros e/ou aumentar o fluxo de ar. Se ainda assim no for suficiente, reduzir a temperatura do ar. - 40C o limite de temperatura dos gros no final do processo de secagem, nos cultivares modernos atualmente em cultivo no sistema irrigado. Para maior segurana operacional, orientar a secagem para temperaturas com valores de 37-38C durante o processo, que o valor mximo para semente. - Se a secagem utilizada no for a intermitente, mudam os parmetros para a temperatura do ar para cada sistema, mas os 13% de umidade final do processo e os cuidados com a temperatura dos gros so os mesmos. - Evitar aumentos e/ou redues bruscas de temperatura do ar durante a secagem. - Gradientes trmicos (gros-ar) superiores a 13C, aumentam os riscos de trincamentos e de fissuras em gros. - Calibrar periodicamente os determinadores de umidade. - Em se tratando de arroz de sequeiro, secar com temperaturas crescentes, de 50 at 75C, na mesma sistemtica. - Mesmo que seja para parboilizao, evitar secagem em condies drsticas, com danos e choques trmicos, pois esses a intensificam a incidncia dos danos biolgicos (gros manchados, ardidos, por exemplo), durante o armazenamento

2.6 Armazenamento- Carregar o silo at 1-1,5 metros de altura, com gros parcialmente resfriados (conforme explicado no item e). Ligar o ventilador, no sentido da insuflao. A partir desse momento e com o ventilador ligado, podem ser colocados os gros diretamente no silo, sem resfriamento prvio, cuidando-se para que no sejam submetidos a correntes de ar frio, durante o transporte do secador at o silo. - Quando o silo contiver 1/3 a 1/2 da carga total, interromper o carregamento, intrassilar o arroz (descarregar e carregar no mesmo silo em operao contnua), para reduzir os efeitos de concentrao de gros danificados, compactao e condensao de vapor de gua, por correntes convectivas, no fundo do silo, pois esses fatores tm efeitos potencializados. Aps isso, completar a carga, evitando cones muito altos para no provocar desuniformidade na aerao. Deixar um espao mnimo de 1,2 m entre os gros e o teto do silo. - Alm de realizar previamente limpeza e secagem uniformes, os gros devem ser mantidos nos silos com as temperaturas mais baixas possveis, por ventilao ou aerao e transilagem ou intrassilagem, a fim de dispersar, remover ou distribuir a umidade e o calor acumulados. - Depois de o silo estar carregado, medir a temperatura em vrios pontos (usar a termometria) diariamente, mesma hora. Se os gros comearem a aquecer, ligar o ventilador quando o aumento se situar entre 3 e 5C, desligando-o quando resfriar (geralmente um dia suficiente).16

- Fazer transilagem ou intrassilagem a cada 30 a 60 dias, independentemente de aquecimento, para eliminar focos de anaerobiose e reduzir os efeitos da compactao. - Para armazenamento em sacaria, reduzir em 1 ponto percentual a umidade referencial de armazenamento no silo-aerado, se nas mesmas condies climticas. Manter boa ventilao nas pilhas, utilizar estrados de madeira com altura mnima de 12 cm e que permitam boa circulao do ar tambm por baixo das pilhas. Evitar alturas superiores a 6 metros nas paredes dos armazns e limitar a altura das pilhas em 4,5 metros. - As boas condies de higiene e sanidade nos silos e nos armazns so fundamentais para a conservabilidade dos gros. - Aparecendo pragas, qualquer que seja a populao, realizar expurgos de acordo com o Receiturio Agronmico e sob a orientao, superviso e responsabilidade tcnica do Engenheiro Agrnomo que emitir a receita, considerando as informaes tcnicas pertinentes. Em gros armazenados que se destinem alimentao humana, por exigncias legais e pelos riscos de desenvolvimento de fungos produtores de micotoxinas, principalmente, a partir do ataque de insetos e/ou de caros, deve ser aplicada a eles tolerncia zero. - O controle de pragas por expurgo ou fumigao deve ser realizado por mtodos tambm conhecidos por hermticos, onde introduzido o inseticida, que libera aos poucos um gs letal. Esse gs, denominado fumigante, letal para os insetos de gros armazenados. Nos insetos adultos e nas fases jovens (larva e pupa), age atravs do seu sistema respiratrio, enquanto na fase de ovos, a difuso de gs ocorre atravs da membrana ou canais respiratrios. letal tambm para o homem, os animais domsticos, os ratos, os pssaros, etc. A fumigao, se bem executada, tem uma eficincia de 100%, matando os insetos em todas as suas fases - ovo, larva, pupa e adulto - j estabelecidos nos gros. A eficincia do fumigante utilizado depende de inmeros fatores, como: temperatura, umidade, rea de contato do gro com o fumigante, tipo de estrutura usada no armazenamento e tempo de exposio da massa de gros ao inseticida. Nesse ltimo influem a concentrao do inseticida, a espcie de inseto e a sua fase biolgica. A densidade do fumigante depende da concentrao do inseticida e de sua uniformidade na massa de gros. Quanto menos denso for, maior ser a difuso do gs. Gases muito densos podem sedimentar, sendo necessrio executar a distribuio atravs de ventilao forada. O controle feito atravs de fumigao ou expurgo de carter corretivo, mas no preventivo, podendo ocorrer novas infestaes com o passar do tempo. Deve-se ento repetir o processo periodicamente ou complement-lo com medidas preventivas e/ou corretivas eficientes. Os principais fumigantes usados para tratamento de gros armazenados so base de fosfeto de hidrognio (como a fosfina). O brometo de metila, pelos efeitos txicos nos gros, em aplicaes reincidentes, mas, principalmente, pelos prejuzos ambientais causados, como na camada de oznio, no est mais sendo produzido. A fosfina encontrada no comrcio na forma de pastilhas ou tabletes e comprimidos. um produto altamente txico, extremamente eficiente para o controle de insetos de gros armazenados. O gs liberado na hidrlise do fosfeto de alumnio em contato com a umidade do ar ambiente. Tem forte odor de carbureto, servindo de alerta durante a fumigao. O expurgo pode ser aplicado tanto em arroz a granel como em sacaria, desde que respeitadas as especificaes tcnicas de cada produto. As caractersticas das principais formulaes dos fumigantes e suas capacidades de liberao de ingrediente ativo esto apresentados nas Tabelas 3, 4 e 5.

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Tabela 3- Principais inseticidas (fumigantes) e suas caractersticas de utilizao no expurgo de gros armazenados a granel.Fumigantes Fosfeto de alumnio (past.) Fosfeto de magnsio (past.) Fosfeto de alumnio (compr.) Fosfeto de magnsio (compr.) Durao do Concentrao de i.a. (%) Caracterstica do Silo Expurgo (tempo mnimo) 57 57 57 57 qualquer tipo de silo qualquer tipo de silo qualquer tipo de silo qualquer tipo de silo 72 horas 72 horas 72 horas 72 horas Dosagem 1 a 3 past./t de gro 1 a 3 past./t de gro 3 a 6 compr./t de gro 3 a 6 compr./t de gro

compr. = comprimido de 0,6g; past. = pastilha de 3g; *A produo do brometo de metila est proibida, sendo apenas utilizados, em expurgo, no armazenamento de gros, os estoques ainda remanescentes, no devendo, no entanto, ser usado brometo de metila em expurgo no armazenamento de sementes.

Tabela 4- Peso das diferentes formulaes de fumigantes e capacidade de liberao de ingrediente ativo.Formulaes Comprimido Pastilha Sachet Placas Peso 0,6 gramas 3,0 gramas 34,0 gramas 117,0 gramas Liberao de i.a 0,2 gramas 1,0 grama 11,0 gramas 33,0 gramas

Tabela 5 Fumigantes e respectivas doses recomendadas para expurgo em gros e derivados.Nome comercial Aluphos Fumicel Gastoxin Phostec IFermag Dose g.i.a.t 1a4 1a4 1a4 1a4 1a4-1

Dose g.produto.t 3 a 12 3 a 12 3 a 12 3 a 12 3 a 12

-1

Intervalo de segurana 4 dias 4 dias 4 dias 4 dias 4 dias

Classe toxicolgica I I I I I

Em gros a granel - geralmente quando se trabalha com fumigantes slidos, a distribuio deve ser feita durante a operao em que o produto est sendo armazenado, isto , os comprimidos ou tabletes so colocados em intervalos regulares sobre a correia transportadora, durante o carregamento, desde que o tempo de carregamento da unidade armazenadora no ultrapasse 12 horas. No caso em que a unidade armazenadora estiver carregada, os tabletes ou comprimidos podero ser aplicados atravs de sonda. As unidades armazenadoras devem estar perfeitamente vedadas durante o expurgo. Especial cuidado deve ser tomado em silos metlicos, que normalmente possuem sistema de vedao precria e esto mais sujeitos s variaes trmicas ambientais. Nas aplicaes com sondas, recomenda-se a aplicao de dois teros do fumigante na parte superior e um tero na parte inferior (entrada de ar), sendo de fundamental importncia a vedao, principalmente da parte superior da massa de gros. Em gros ensacados - a operao de expurgo pode ser feita atravs de cmaras mveis ou lenis plsticos, permitindo a fumigao de cada pilha separadamente. O lenol plstico (PVC) deve ser impermevel aos gases e apresentar certa resistncia aos choques mecnicos (0,2mm). O sistema de vedao, no ponto de contato do lenol com piso, feito com cobras18

de areia (0,20m de largura x 1,5 a 2,0m de comprimento). A seguir, devem ser distribudos os comprimidos ou tabletes dentro de uma caixinha ou envelope nos cantos das filas. Embora o tempo de exposio possa variar de 72 a 120 horas, nas condies ambientais do sul do Brasil, recomendvel no utilizar menos do que 5 dias de exposio, para no favorecer o desenvolvimento de resistncia pelos insetos. Ao se retirar o lenol, as janelas e portas devem estar abertas para melhorar a exausto dos gases. Pessoas e animais domsticos no devem permanecer no local e arredores. Quando da utilizao do brometo de metila, o procedimento o mesmo, devendo-se ter o cuidado de distribuir o lquido na parte superior da massa de gros a ser tratada, pois, tendo o gs maior densidade do que o ar desce espontaneamente. Neste caso, de fundamental importncia a integridade da lona, caso contrrio o gs descer rapidamente, acumulando-se na parte inferior, podendo comprometer as partes mais altas da pilha, pois o gs 3,27 vezes mais pesado do que o ar. Nos armazns graneleiros e nos convencionais, de sacaria, o primeiro passo a limpeza do armazm. Aps, todas as superfcies internas e externas devero ser pulverizadas com inseticida de ao residual. Tambm a rea de recepo e as destinadas s operaes de prarmazenamento devero ser rigorosamente limpas, incluindo as moegas, com auxlio de aspiradores. Os resduos de elevadores, calhas, rosca-sem-fim, mquinas de limpeza, secadores e demais equipamentos devero ser eliminados. Outro detalhe de grande importncia a limpeza e a lavagem dos estrados, que depois de secos devero ser expurgados com fumigantes base de fosfeto de alumnio e, depois, tambm pulverizados com inseticidas residuais. O controle das pragas pode ser complementado com inseticidas no fumigantes. Esses produtos so utilizados nas formulaes em p ou lquido e so aplicados de diferentes maneiras. Durante a operao de expurgo, importante que alguns procedimentos sejam adotados: a) antes da fumigao, todas as fendas e dutos de aerao, com exceo da boca de carregamento, devem ser fechadas ou seladas; b) determinar o tempo de exposio de acordo com a temperatura e a umidade relativa do ar; c) calcular o nmero de pastilhas necessrias e a freqncia com que devem ser adicionadas, de acordo com a velocidade de carregamento; d) aplicar as pastilhas manualmente ou atravs de dosador automtico sobre as correias ou a boca de carregamento. A adio deve ser de maneira contnua para gerar boa distribuio das pastilhas na massa armazenada, o que consequentemente resultar em distribuio homognea de gs; e) ao trmino da operao, para os silos com boa vedao na parte superior, basta vedar a boca de carregamento, caso contrrio toda a superfcie do produto armazenado deve ser coberta com lona ou papel betuminado, tendo-se o cuidado de promover boa vedao junto parede do silo. A operao exige treinamento, pois ter de ser executada rapidamente em funo do incio do desprendimento do gs, havendo, portanto, necessidade do uso de equipamento protetor. Usar mscaras de proteo respiratria providas de filtro prprio para fosfeto de hidrognio, quando a concentrao do gs atingir at 15ppm, ou para evacuao rpida de reas com at 1.500ppm. Acima de 15ppm, ou quando a concentrao for desconhecida, usar aparelho de respirao autnomo, provido de cilindros de oxignio ou semelhantes. Silos em que a operao de carregamento demora mais de 12 horas no devem ser fumigados pelo mtodo de adio de pastilhas. As pastilhas ou comprimidos devem ser adicionadas atravs de sonda, dotada de uma pequena corrente adaptada na extremidade, para evitar aglomerao das pastilhas ou comprimidos num mesmo lugar. Isso ocorrendo, haver a formao de uma bolsa de ar ao redor das mesmas, que impedir a liberao do gs. Nesse

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caso, para melhorar a eficincia, recomenda-se a aplicao de 70% da fosfina na superfcie, via sonda, e 30% no duto de aerao na parte inferior. Aps o tempo de exposio requerido, toda a superfcie exposta dever ser protegida, uma vez que no restar nenhum poder residual aps a sada do gs. A proteo pode ser fsica, que consiste na utilizao de tela fina nos dutos de aerao inferior e superior, com o objetivo de impedir a entrada de insetos que normalmente so atrados para a periferia do silo, ou qumica, que consiste na pulverizao ou na atomizao de inseticida sobre todas as superfcies expostas, devendo ser dada especial ateno para seu poder residual, findo o qual, a operao dever ser repetida. O inseto, ao entrar em contato com a superfcie tratada, morrer ou ser repelido, reduzindo os riscos de nova infestao. Expurgo extermina, mas no imuniza. Em expurgos bem sucedidos, a possibilidade de reinfestao ser sempre perifrica. Reinfestaes generalizadas e no centro da massa armazenada so indcios de expurgos mal sucedidos. comum ocorrerem reinfestaes localizadas na parte superior da massa armazenada nos silos em que os dutos de aerao no estejam protegidos com tela fina. Neste caso, a operao de expurgo dever ser repetida com auxlio de sonda, tendo-se especial ateno com a vedao, principalmente da parte superior. Havendo a possibilidade de transilagem, esta deve ser preferida, pois permite a distribuio uniforme das pastilhas de fosfina, garantindo o efetivo controle de toda a massa armazenada. Nos armazns graneleiros e nos convencionais, de sacaria, o primeiro passo a limpeza do armazm. Aps, todas as superfcies internas e externas devero ser pulverizadas com inseticida de ao residual. Tambm a rea de recepo e as destinadas s operaes de prarmazenamento devero ser rigorosamente limpas, incluindo as moegas, com auxlio de aspiradores. Os resduos de elevadores, calhas, rosca-sem-fim, mquinas de limpeza, secadores e demais equipamentos devero ser eliminados. Outro detalhe de grande importncia a limpeza e a lavagem dos estrados, que depois de secos devero ser expurgados com fumigantes base de fosfeto de alumnio e, depois, tambm pulverizados com inseticidas residuais. Aps o empilhamento, o primeiro passo o expurgo. As pilhas so cobertas com lonas de plstico e so utilizados 10 comprimidos ou 2 pastilhas de fosfeto de alumnio por metro cbico de pilha, por um tempo que varia de 72 a 120 horas. Aps esta operao, toda a superfcie da pilha, inclusive o topo, deve ser pulverizada com inseticida de ao residual. Importante observar o perodo residual, findo o qual a operao dever ser repetida. O controle das pragas pode ser complementado com inseticidas no fumigantes. Esses produtos so utilizados nas formulaes em p ou lquido e so aplicados de diferentes maneiras. Aps o perodo recomendado para expurgo, deve ser feita ampla aerao do local. Se em silos ou armazns graneleiros, ligar os ventiladores; se em sacaria ou outro sistema convencional, abrir portas e janelas por perodo para eliminar os gases. Igualmente importante o cuidado de no entrar em poos de elevador, tneis e/ou outros locais de difcil circulao natural do ar, sem antes ligar ventiladores, exaustores ou outra forma que renova o ar, aumente a quantidade de oxignio e reduza as concentraes de gs carbnico, produtos de fermentao ou outros agentes txicos que podem ter se acumulado no local. Uso de equipamentos e todos os cuidados de proteo so sempre aconselhveis nesses casos. Podem acontecer acidentes graves e at mesmo fatais por asfixia e/ou intoxicao. Pulverizao residual - o inseticida deve ser pulverizado internamente em paredes, pisos, estrados e tetos dos silos, armazns ou de outros depsitos vazios e limpos. Seu uso objetiva20

o extermnio de insetos abrigados em depresses, vos e fendas. Geralmente tem efeito residual prolongado. Pulverizao e nebulizao do ambiente de armazenamento - Esse processo muito importante em armazns ou depsitos em que se verifica a presena de insetos adultos. Isso normalmente ocorre em armazns onde se encontram depositados mais de um tipo de gro. De qualquer maneira, esse processo sempre deve ser empregado como forma de desinsetizao, momentos antes da entrada da nova colheita, aps ter sido realizada rigorosa limpeza do ambiente. No caso especfico da termonebulizao, para sua maior eficcia, recomenda-se a aplicao ao anoitecer. O processo, apesar de ser eficiente no controle de insetos adultos e larvas que se encontram na superfcie, no resulta em efeito residual. Devem ser tomados cuidados especiais na aplicao, tais como ler o rtulo e seguir as instrues recomendadas, usar equipamento adequado, no fumar nem comer durante a aplicao, tomar banho e vestir roupas limpas aps o trabalho. O operador nunca deve trabalhar sozinho. Alm dos citados, existem outros produtos para o controle de insetos em gros armazenados, como, tambm, possvel a utilizao de mistura de dois ou mais produtos, observadas as especificaes e recomendaes tcnicas de cada um. A listagem, apresentada na Tabela 10.6 pode ser alterada, por novo(s) registro(s) e/ou por inexistncia de renovao de registro(s) vencido(s) de produto(s), durante o perodo de vigncia da presente recomendao. Os principais inseticidas usados so: Terra de diatomcea, Bifenthrin, Deltamethrin, Diclorvos, Fenitrothion e Pirimiphos-methyl (Tabela 6). Tabela 6- Inseticidas indicados para tratamento preventivo de pragas de gros armazenados.Nome comum Nome comercial Dose (i.a) Dose comercial-1

Intervalo (dias) de segurana

Classe toxicolgica

Terra de diatomcea Terra de diatomcea Deltametrina Bifentrina Bifentrina Fenitrotion Pirimifs-metil

Insecto 867 P Keepdry 860 P K-Obiol 25 CE ProStore 25 CE Starion 25 CE Sumigran 500 CE Actellic 500 CE

0,9 a 1,7 kg.t 0,9 a 1,7 kg.t

1 a 2 kg.t

-1

30 30 30 14 30

IV IV III III III II II

-1

1 a 2 kg.t

-1

0,35 a 0,50 ppm 0,40 ppm 0,40 ppm 5-10 ppm 4-8 ppm

14 a 20 ml.t -1 16 ml.t -1 16 ml.t -1 10 a 20 ml.t -1 8 a 16 ml.t

-1

No menos importante o controle de ratos, devendo-se colocar raticidas ao redor do armazm. Todos os buracos e fendas devero ser calafetados. Vos ou buracos entre telhas e paredes devem ser fechados com argamassa. Aberturas de aerao, entrada de condutores de eletricidade ou vos de qualquer natureza, devem ser vedados com tela metlica de malha inferior a 6 mm. Galhos de rvores prximas aos armazns devem ser podados para se evitar que tenham contato com paredes e/ou telhado. Quando possvel, fazer o fechamento de esgotos e canais efluentes ou limpeza de suas margens, utilizando-se tampas de ralos pesadas, sempre que estes tenham comunicao com a rede de esgoto cloacal ou pluvial. No interior do armazm, fazer as pilhas de sacaria sobre estrados com 40cm de altura e afastadas das paredes e umas das outras, por um espao que permita a inspeo por todos os lados. J no lado externo do armazm importante manter uma faixa de 5 a 10 metros livre de qualquer vegetao Cerca de 90% das operaes de controle de ratos no mundo usam raticidas anticoagulantes, devido grande segurana de uso e a existncia de um antdoto altamente confivel, a21

vitamina K1. Os raticidas anticoagulantes (Tabela 10.8) so de dose nica (o roedor necessita ingerir apenas uma dose para que o efeito letal ocorra) ou dose mltipla (o roedor necessita ingerir vrias doses para que o efeito letal ocorra). Nos raticidas anticoagulantes de dose nica, a morte acontece em 3 a 5 dias, embora possa ocorrer at 14 dias aps. Na prtica, so recomendadas no mnimo duas aplicaes com intervalos de 8 dias.

Tabela 7- Principais raticidas anticoagulantes utilizados para controle de roedores em armazns e depsitos.Nome tcnico Brodifacoum Bromadiolone Bromadiolone Cumacloro Cumatetralil Difenacoum Difethialone Floucumafen Nome comercial Klerat Contrac Maki/outros Tomorin Racumin Ridak Rodilon Storm Fabricante Zeneca Aventis Novartis/outros Novartis Bayer Zeneca Bayer Cyanamid N de doses nica nica nica Mltipla Mltipla Transio nica nicao

DL 50 mg/kg 0,30 1,12 1,12 33,00 16,50 1,80 0,56 0,25

Concentrao 0,005 0,005 0,005 P; 1 : Isca; 0,05 P; 0,75 : Isca; 0,05 0,005 0,0025 0,005

Alm dos citados, existem outros produtos para o controle de roedores em gros armazenados, cuja utilizao possvel mediante observao das especificaes e recomendaes tcnicas de cada um. A listagem apresentada na Tabela 10.8 pode ser alterada por novo(s) registro(s) e/ou por inexistncia de renovao de registro(s) vencido(s) de produto(s), durante o perodo de vigncia da presente recomendao. A reproduo das pragas favorecida quando o grau de umidade dos gros estiver entre 12 e 15%. Acima de 13% so favorecidos tambm os fungos e acima de 15% as bactrias.0 0 A melhor faixa para a reproduo e desenvolvimento dos insetos se situa entre 15 C e 38 C, 0 0 com um timo em torno de 25 C. Temperaturas inferiores a 10 C so desfavorveis ao desenvolvimento dos insetos de gros armazenados.

Os gros devem ser secados uniformemente os gros, mantidos em temperaturas mais baixas possveis, por ventilao ou aerao forada, e transilados ou intrassilados, a fim de dispersar, remover ou distribuir a umidade acumulada. No menos importante o controle de ratos, devendo-se colocar raticidas ao redor do armazm. Todos os buracos e fendas devero ser calafetados. Aps a limpeza e a preparao, todas essas superfcies devero ser pulverizadas com inseticida de ao residual, com especial ateno para o tnel de descarga/aerao, onde a operao dever ser repetida a cada 30 dias. Aps as operaes de pr-armazenamento, durante o carregamento, conveniente fazer a pulverizao com inseticida na correia para prevenir futuras infestaes, operao que no dispensa o expurgo, pois, h necessidade de eliminar ovos, larvas e pupas no interior dos gros. Antes de se cobrir a massa de gros com lona prpria para expurgo, necessrio fazer o nivelamento dos gros nos graneleiros. A vedao poder ser feita com cobras de areia e com fitas adesivas, principalmente junto s paredes e aos cabos de termometria. Em graneleiros com tnel de descarga/aerao, 20% da dosagem devero ser aplicadas nestes locais, fazendo-se em seguida uma boa vedao. Importante no esquecer de vedar as entradas do sistema de aerao. Aps o expurgo, todas as vedaes devero ser retiradas e aps algumas horas o sistema de aerao dever ser ligado. Toda a superfcie da massa22

armazenada dever ser pulverizada com inseticida, operao que dever ser repetida aps vencido o perodo residual do inseticida empregado (a maioria est ao redor de 30 dias), incluindo, tambm, as estruturas internas e externas. A dosagem segura do fosfeto de alumnio de 2g.m de ingrediente ativo ((i.a.). Uma pastilha de 3,0g libera 1g de i.a. e um comprimido de 0,6g libera 0,2g de i.a. Para efeitos de clculo de -3 dosagem de fumigante, pode ser adotado o valor de 580kg.m como volume mdio da massa de gros de arroz com casca. Outra alternativa que tem mostrado bons resultados no controle de pragas a aplicao de ps inertes, como argilas expandidas, terras de diatomceas, aluminossilicato de sdio e outros. So materiais abrasivos, muito porosos e dotados de grande higroscopicidade, que podem ser utilizados isoladamente ou em misturas com derivados de cidos orgnicos de cadeia carbnica curta, como actico, propinico, ou a mistura paritria de ambos, quando mostram eficincia tambm no controle microbiano e do metabolismo dos prprios gros. Apesar da eficincia na conservao, diferentemente do que ocorre em outras espcies de gros, o uso desses cidos, por icorporarem odor e provocarem escurecimento das cariopses, deve ser restrito a situaes emergenciais, principalmente em arroz destinado parboilizao, cujas operaes hidrotrmicas, em processo de beneficiamento industrial bem conduzido, podem corrigir essas alteraes nas caractersticas sensoriais referidas. Um dado importante que o uso de ps inertes no substitui a secagem, apenas a complemente, no devendo, portanto, serrem aplicados em gros midos ou parcialmente secos, pois embora possam controlar a proliferao de insetos, no regulam o metabolismo dos gros e a incidncia de gros amarelos e ardidos intensificada no armazenamento se os gros no forem secados adequadamente. As terras de diatomceas podem ser utilizadas nas dosagens de 1 a 2kg de dixido de slica por tonelada de gros. De todos os cuidados que devem ser tomados, as medidas preventivas so as mais importantes e mais simples de executar, sendo de menor custo. Contudo, geralmente so as menos praticadas nas unidades armazenadoras. Trata-se da eliminao de todos os resduos das instalaes, incluindo o silo que receber o produto a ser armazenado, os corredores, as passarelas, os tneis, os elevadores, as moegas, etc. Esses locais devem ser varridos e os resduos queimados para evitar a proliferao de insetos e de fungos, que reinfestaro as unidades armazenadoras. Aps a limpeza, esses locais devem ser pulverizados com inseticidas para eliminar possveis insetos presentes nas paredes, nos rodaps e nos equipamentos. Tambm muito importante o controle de ratos na redondeza do armazm. Estes roedores comem a cada dia o eqivalente a 10% de seu peso, chegando, em 6 meses, a aproximadamente 14kg de gros consumidos e mais de 70kg estragados. Alm disso, os ratos so transmissores de graves doenas que atacam o homem, como a leptospirose, de caractersticas letais, que contrada pelo contato com a urina de rato contaminado, que infecta os gros e a gua. Alm da leptospirose, o tifo murino, a salmonelose, a triquinose, a febre da mordida do rato e a peste bubnica, so outras doenas importantes transmitidas pelos ratos. Alm da contaminao pela urina, ocorre tambm a contaminao por fezes e plos. Para se evitar a entrada e a proliferao dos ratos nas unidades armazenadoras, vrias medidas podem ser tomadas. A medida inicial, para um bom programa de combate aos ratos, consiste em reconhecer as espcies, a espcie predominante, local da reproduo e a intensidade da infestao. Alm disso, deve-se procurar os sinais que indicam a presena dos ratos nas reas que circundam os armazns, esconderijos nas sacarias empilhadas, etc., de modo a se poder eliminar os refgios preferidos pelos ratos.-3

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Para se evitar a entrada e a proliferao dos ratos nas unidades armazenadoras, vrias medidas podem ser tomadas. A medida inicial, para um bom programa de combate aos ratos, consiste em reconhecer as espcies, a espcie predominante, local da reproduo e a intensidade da infestao. Alm disso, devem ser procurados os sinais que indicam a presena dos ratos nas reas que circundam os armazns, esconderijos nas sacarias empilhadas, etc., de modo a se poder eliminar os refgios preferidos pelos ratos. Toda a vegetao alta ao redor dos armazns, montes de lixo, madeira, entulho e todos os locais de esconderijos devem ser eliminados. As pilhas de sacos, nos armazns, devem ficar suficientemente afastadas das paredes. Aberturas para ventilao e janelas, escoadouros e bueiros, devem ser protegidos com telas metlicas. O emprego de estrados de madeira em forma de grade se constitui em um dos principais fatores que dificultam o combate dos ratos em um armazm, pois oferecem timas condies como refgio e proporcionam fcil acesso aos gros. Os ripes ou tbuas devem ficar perfeitamente justapostos sobre os caibros, a fim de no permitirem o ataque dos ratos nos sacos que formam a base da pilha. Na Tabela 8 so apresentadas as principais caractersticas das trs principais espcies de ratos que ocorrem em arroz armazenado.

Tabela 8- Principais caractersticas de trs espcies de ratos que podem ser encontrados nos armazns e depsitos.CARACTERSTICAS Rattus norvegicus (Ratazanas) 150 600 18 25 17 Castanho acinzentado a avermelhado Pequenas Capsulares ESPCIES Rattus rattus (Rato do telhado) 80 - 300 16 - 21 21 Preto a cinza no dorso e cinza a branco no ventre Grandes Fusiformes Mus musculus (Camundongo) 10 20 6 10 9 Cinza pardacento

Peso do adulto (g) Comprimento corpo + cabea (cm) Comprimento da cauda (cm) Colorao do plo Orelhas Fezes

Grandes Bastonetes

Vos ou buracos entre telhas e paredes devem ser fechados com argamassa. Aberturas de aerao, entrada de condutores de eletricidade ou vos de qualquer natureza, devem ser vedados com tela metlica de malha inferior a 6 mm. Galhos de rvores prximas aos armazns devem ser podados para se evitar que tenham contato com paredes e/ou telhado. Quando possvel, fazer o fechamento de esgotos e canais efluentes ou limpeza de suas margens, utilizando-se tampas de ralos pesadas, sempre que estes tenham comunicao com a rede de esgoto cloacal ou pluvial. No interior do armazm, fazer as pilhas de sacaria sobre estrados com 40 cm de altura e afastadas das paredes e umas das outras, por um espao que permita a inspeo por todos os lados. J no lado externo do armazm importante manter uma faixa de 5 a 10 metros livre de qualquer vegetao. Os ratos no gostam de transitar em locais limpos, pois ficam expostos aos seu predadores. importante lembrar que os ratos somente se estabelecem em ambientes que contenham os trs "A" (AAA): gua, alimento e abrigo. Internamente, o uso de ratoeiras recomendado em lugares onde a utilizao de raticidas seja contra-indicada devido aos eventuais riscos de acidentes ou em lugares onde haja poucos roedores a combater. Deve-se colocar como isca nas ratoeiras, pedaos de bacon, toucinho, peixe ou salsicha para atrair ratazanas e ratos de telhado. Pedaos de po untados com pasta de amendoim so iscas muito atrativas para camundongos. As ratoeiras devem ser colocadas24

encostadas s paredes, atravs de objetos, em cantos escuros, pois os ratos caminham sempre nestes lugares, aumentando, assim, as chances de captur-los. Podem ser utilizados outros processos fsicos para combater roedores, como placas de cola, que so colocadas nos caminhos, trilhas e passagens dos roedores, iscas secantes com gesso ou cimento, iscas abrasivas com vidro modo. Os armazns devem ter um piso de concreto, apoiado diretamente sobre o terreno. As paredes e os alicerces devem ser de concreto ou tijolos e, quando se empregam tijolos, estes devem ser revestidos com argamassa de cimento at uma altura de 30 cm e, de 60 cm, em baixo do solo. Deve haver uma sapata de 10 cm de espessura e que se prolongue, no mnimo, 30 cm para fora da parede de alvenaria. A construo no deve possuir internamente vos ou encaixes e, quando estes existirem, devem ser fechados com telas metlicas de malha fina ou com argamassa resistente. Cerca de 90% das operaes de controle de ratos no mundo usam raticidas anticoagulantes, devido grande segurana de uso e a existncia de um antdoto altamente confivel, a vitamina K1. Os raticidas anticoagulantes so de dose nica (o roedor necessita ingerir apenas uma dose para que o efeito letal ocorra) ou dose mltipla (o roedor necessita ingerir vrias doses para que o efeito letal ocorra). Nos raticidas anticoagulantes de dose nica, a morte sobrevm em 3 a 5 dias, embora possa ocorrer at 14 dias aps. Na prtica, so recomendadas no mnimo duas aplicaes com intervalos de 8 dias. Os produtos de dose mltipla mostram enormes vantagens sobre os venenos agudos. So de efeito acumulativo, precisam ser ingeridos alguns dias seguidos, para que os sintomas de envenenamento apaream. So suas principais vantagens: - os ratos no percebem o que est causando sua morte e continuam a ingerir o raticida at a eliminao completa da colnia; - no h ocorrncia do fenmeno de refugo das iscas; - mesmo doses muito baixas so eficazes; - so de baixa toxicidade para os animais domsticos e para o homem; - envenenamentos acidentais podem prontamente ser controlados pela administrao de vitamina K1. Como os produtos de dose mltipla so cumulativos no organismo, necessrio que os ratos os ingiram algumas noites seguidas e o intervalo entre duas ingestes consecutivas no deve ser inferior a dois dias, isto porque a dose anterior pode ser complemente metabolizada. Na Tabela 9 so apresentados os principais raticidas anticoagulantes usados no controle de ratos. Tabela 9 - Principais raticidas anticoagulantes utilizados para controle de roedores em armazns e depsitos.Nome tcnico Brodifacoum Bromadiolone Bromadiolone Cumacloro Cumatetralil Difenacoum Difethialone Floucumafen Nome comercial Klerat Contrac Maki/outros Tomorin Racumin Ridak Rodilon Storm Fabricante Zeneca Aventis Novartis/outros Novartis Bayer Zeneca Bayer Cyanamid N de doses nica nica nica Mltipla Mltipla Transio nica nicao

DL 50 mg/kg 0,30 1,12 1,12 33,00 16,50 1,80 0,56 0,25

Concentrao 0,005 0,005 0,005 P; 1 : Isca; 0,05 P; 0,75 : Isca; 0,05 0,005 0,0025 0,005

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Alm dos citados, existem outros produtos para o controle de roedores em gros armazenados, cuja utilizao possvel mediante observao das especificaes e recomendaes tcnicas de cada um. A listagem apresentada na Tabela 10.9 pode ser alterada por novo(s) registro(s) e/ou por inexistncia de renovao de registro(s) vencido(s) de produto(s), durante o perodo de vigncia da presente recomendao.

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7 - BENEFICIAMENTO INDUSTRIALHigiene, manuteno e regulagem dos equipamentos so fundamentais na industrializao. Trata-se de alimento humano nobre, de consumo direto. Para produo de arroz integral (apenas esbramado), de arroz branco polido, pelo processo convencional, ou de arroz parboilizado, fundamental atender s normas legais. Esto em vigor: PORTARIA N 01, DE 09 DE JANEIRO DE 1989 (Aprova o roteiro e os critrios para uniformizao da classificao do arroz.) PORTARIA N 157, DE 04 DE NOVEMBRO DE 1991. (Altera a Portaria n 269, de 17 de novembro de 1988, publicada no Dirio Oficial da Unio, de 22 de novembro de 1988, estabelecendo novos critrios para enquadramento da classe gros longo fino) PORTARIA N. 80, DE 10 DE ABRIL DE 1992 (Republicada por ter sado com incorreo, do original, no D. 0. de 13-4-92, Seo I. Reformula os limites mximos para o total de Quebrados e Quirera no Arroz Beneficiado Polido, dos tipos 1, 2, 3, 4 e 5, estabelecidos no anexo VI da Portaria n. 269, de 17 de novembro de 1988). PORTARIA N 10, DE 12 DE ABRIL DE 1996 (Aprova os critrios complementares Portaria n 01, de 09 de janeiro de 1989, para a classificao do arroz.) PORTARIA N 171, DE 24 DE ABRIL DE 1997 (Publicada no D. O. U. de 25/04/97. Altera, em carter temporrio, para atendimento safra 96/97, os coeficientes de valorao, para o arroz em casca, enquadrado na classe longo, na apurao dos parmetros Renda do Benefcio e Rendimento do Gro, estabelecidos pela Portaria n 269, de 17 de novembro de 1988) INSTRUO NORMATIVA 06/2009 (Aprova normas de identidade, qualidade, embalagem e apresentao do arroz, na classificao, embalagem e marcao do arroz, revogando a Portaria n 269, de 17 de novembro de 1988) . Para parboilizao, cada cultivar exige condies prprias de temperatura e tempo de encharcamento, presso e tempo de autoclavagem. Tempo e/ou temperatura de encharcamento e/ou de autoclavagem insuficientes provocam redues de rendimentos e podem resultar em gelatinizao deficiente, aumentando os defeitos e reduzindo o valor do produto. Tempo e/ou temperatura de encharcamento e/ou de autoclavagem em excesso provocam indesejvel abertura de casca durante o processamento, formao de cor, cheiro e gosto fortes, com intensificao do aparecimento de defeitos como gros manchados e deformados. Ressalvados os cultivares de comportamento atpico, no se deve utilizar tempo de encharcamento menor do que quatro horas nem maior do que seis, assim como a temperatura da gua de encharcamento deve se situar entre 60 e 70C. Cada sistema industrial de parboilizao tem temperaturas prprias para secagens complementar rotativa e intermitente do arroz autoclavado. Redues de temperatura nesses processos aumentam demasiadamente os tempos de operao, enquanto excessos de temperatura aumentam o aparecimento de defeitos como gros danificados e alteram as caractersticas sensoriais do arroz parboilizado, diminuindo sua aceitabilidade pelo consumidor. So desaconselhveis tempos superiores a 24 minutos de recirculao dos gros em temperaturas superiores a 150C na secagem complementar intermitente. recomendvel um intervalo mnimo de doze horas entre o final da secagem rotativa e o incio da secagem intermitente, para no haver prejuzos nos processos de difuso. Aps a secagem complementar intermitente, deve ser esperado um mnimo de 48 a 72 horas de temperagem antes do descascamento, para permitir-se que ocorram os equilbrios

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hidrotrmicos e de tenses, sem o que aumenta o ndice de gros quebrados na operao de brunimento ou polimento. O processo de parboilizao depende de boa gelatinizao do amido, recupera danos fsicos, mas intensifica o aparecimento de defeitos biolgicos, pelo que exige cuidados especiais nas operaes de secagem e de armazenamento dos gros, antes da industrializao e aps essa. Para melhorar desempenho e economicidade do processo, racionalidade no tratamento de efluentes lquidos, qualidade industrial e propriedades sensoriais dos gros, recomendvel que a indstria de parboilizao disponha, pelo menos, de informaes sobre isotermas de soro hdrica na operao unitria de encharcamento, temperatura de gelatinizao, relao amilose/amilopectina e comportamento hidrotrmico na parboilizao, de cada cultivar e/ou lote de cultivares, em cada microclima de cada micro-regio de produo. A troca de gua ou a recirculao com filtragem e reaquecimento durante a operao de encharcamento reduz a intensidade de colorao, odor e sabor, sem aumentar significativamente as perdas de nutrientes do arroz, se todo o processo ocorrer nas condies tcnicas recomendadas.

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8- SUGESTES DE BIBLIOGRAFIAALDRYHIM, Y.N. Combination of classes of wheat and environmental factors affecting the efficacy of amorphous silica dust, dryacide, against Rhyzopertha dominica (F.). Journal of Stored Products Research, v.29, p. 271-275, 1993. AMATO, G. W., ELIAS, M. C. A Parboilizao do Arroz. Porto Alegre : Ricardo Lenz Editor, 2005, v.1. p.160. BARBOSA, F. F., FAGUNDES, Carlos Alberto Alves, PEREIRA, F. M., RADNZ, L. L., ELIAS, M. C. Efeitos das secagens estacionria e intermitente e do tempo de armazenamento no desempenho industrial e na qualidade de gros de arroz. Revista Brasileira de Armazenamento. , v.30, p.83 - 90, 2005. BARBOSA, F. F., MILMAN, M. J., FAGUNDES, C. A. A., MARTINS, I. G., SCHOWNKE, O. N., CUNHA NETO, A. C., ELIAS, M. C. Effect of stationary and intermittent drying on latent damages in rice grains stored In: 9th International Working Conference on Stored Product Protection, 2006, Campinas. Proceedings of the 9th International Working Conference on Stored Product Protection. Campinas: ABRAPOS, 2006. v.I. p.1003 - 1011 BRANDO, Filadelfo. Manual do armazenista. 2 ed. Viosa, UFV. 1989. 269 p. DALPASQUALE, V.A.; PEREIRA, A.L.R.M.; QUEIROZ, D.M.; PEREIRA, J.A.M. Secagem de gros em altas temperaturas. In: Curso de Secagem e Aerao - Plo de Tecnologia de PsColheita do Rio Grande do Sul. CENTREINAR, Universidade Federal de Viosa, Viosa, 2001. 44p. DIAS, A.R.G. Efeito dos teores de umidades de colheita e de beneficiamento no desempenho industrial de cinco variedades de arroz irrigado. Universidade Federal de Pelotas. Dissertao (Mestrado), Pelotas, 1993. 86p. DUTRA, Alberto da Silva; RATHMANN, Rgis; ELIAS, Sandro Al-Alam; SILVA, Tania Nunes; AZEVEDO, Denise Barros. Anlise da armazenagem do arroz em propriedades agrcolas selecionadas do Rio Grande do Sul. Revista Informaes Econmicas. Instituto de Economia Agrcola, v. 37, n. 4, p. 28 - 42, 2007. ELIAS, M. C. Fatores que influenciam a aerao e o manejo da conservao de gros In: Armazenagem de Gros. 1 ed.Campinas : Genesis, 2002, v.1, p. 311-359. ELIAS, M. C. Ps-colheita e industrializao de arroz In: Arroz Irrigado no Sul do Brasil.1 ed.Braslia : Embrapa Informao Tecnolgica, 2004, v.1, p. 745-797. ELIAS, M. C., BARBOSA, F. F., ROCHA, J. C., NEVES, F. M., CELLA, G., DIAS, A. R. G. Grain quality and energy consumption by evaluation intermittent methods of rice drying In: 9th International Working Conference on Stored Product Protection, 2006, Campinas. Proceedings of the 9th International Working Conference on Stored Product Protection. Campinas: ABRAPOS, 2006. v.I. p.1043 - 1052 ELIAS, M. C., FAGUNDES, Carlos Alberto Alves, DIAS, Alvaro Renato Guerra. Aspectos fundamentais e operacionais na qualidade do arroz. Lavoura Arrozeira. , v.52, p.56 - 60, 2004. ELIAS, M. C., FRANCO, D. F. Ps-colheita de arroz irrigado In: Manejo Racional da Cultura do Arroz Irrigado.1 ed.Pelotas : Embrapa Clima Temperado, 2004, v.1, p. 141-151. ELIAS, M. C., FRANCO, D. F. Ps-Colheita e Industrializao de Arroz In: Sistemas de Cultivo de Arroz Irrigado no Brasil.1 ed.Pelotas : Embrapa Clima Temperado, 2006, v.1, p. 229-240. ELIAS, M. C., HELBIG, E., MENEGHETTI, V. L., STORCK, C. R., PINO, M., ROMBALDI, C. V. Effects of resting on drying and storage period on the metabolic defects and industrial29

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