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P O R T U G A L C O N V A L E S C I D O .

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Aa 2 Oto.

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P O R T U G A L C O N V A L E S C I D O

PELO PRAZER QUE PREZENTEMENTE DISFRUTA

N A DEZEJADA, E FELIZ V I N D A

D O

S E U A M A B I L I S S I M O M O N A R C H A

O S»R D. JOÃO VI. E D A S U A A U G U S T A F A M Í L I A .

P O R

J O Z E D A N I E L R O D R I G U E S D A C O S T A .

L I S B O A : N A TYPOGRAFIA L A C E R D I N A . 1 0 2 1 .

Com Licença da Commissão de Censura.

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Por tanto meu deze jo , e não meu di to Recebe com a m o r , e a t tenção p u r a , Que chega onde não chega o cur to escri»

Inda espero que vejas a lgum dia E m novo louvor teu mais doce C a n t o ; Porque tendo tão c e r t a , e fiel gu ia Não he muito de mim prometer tanto .

Bernard. Cart. I I .

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[ 5 ]

P O R T U G A L C O N V A L E S C I D O

P E L O P R A Z E R

QUE PREZENTEMENTE DISFRUTA.

I .

P O R T U G A L , P o r t u g a l , j á não lastimo Os damnos , que em trez Lustros tens passado; T ã o funesta lembrança em mim repr imo

• Pois te vejo tomar hum novo estado Que se o Mundo não tem hum bem que d u r e , Tãobem não tem hum m a l , que muito a ture .

I I .

Estes geraes t ransportes de a legr ia Inda hum suave encanto nos parecem ; P o r q u e esperanças vãas de dia em dia Os ânimos mais fortes amortecem ; E u mesmo ora a c r e d i t o , ora suponho , Que Po r tuga l r enasce , ou que isto he sonho.

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IU7

Porém sonho nao he , he real idade ; Porque hum Deos ás Promessas nunca fa l ta , Aprouve-lhe acabar nossa Orfandade , Que ao Povo , que o respeita , assim exalta; Temos Const i tu ição, que as Leis s e g u r a , Temos hum R e y , e P a y ; que mais ventura!

IV.

Bem vindo se jas , ó Monarcha Inv i c to , A pôr l imite ao nosso dezainparo; Se de Deos o poder sempre infinito De nós quiz confiar hum Homem r a r o , Jactem-se outras Nações de mil ex t remos , Não de terem hum R e y como nós temos.

. V.

Boa m o r a l , e pura consciência São v i r tudes , que a C r o a lhe guarnecem , Concorrendo anciozo, e com veemencia P a r a o b e m , que seus Povos lhe merecem; Vendo o p ' r igo dos mares , foi sulcallos , Para poupar o saugue aos seus Vassallos.

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C * ]

vi.

O Destino marcou o fa ta l Dia A Por tuga l de p r a n t o , e de a m a r g u r a , Quando apar tou da nossa Companhia O Nosso amavel P a y , Nossa Ven tura : Expondo ás bravas ondas o SobVano , Que quiz salvar das ga r ras de hum ty rauo .

VII .

D e humana condição he dar castigos Ein vingança de a lguma a t r o c i d a d e ; El ie quiz que aos seus mesmos in imigos Tratassem sem r a n c o r , e com piedade ; Indo buscar hum Clima por defeza E m costumes diverso , e em natureza .

VI I I .

E u não recordarei os d issabores , Que no ext ranho Paiz o p e r s e g u i ã o , Pois não devo enlutar com tristes cores A a m i z a d e , e prazer que a nós o gu ião ; Dezejando-o por tantas tantas vezes Os fieis CoraçSes dos Portuguezes.

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C M

I X .

Qual navegante vendo conjurados Os Euros contra s í , R a y o s , Coriscos, De bravas ondas montes levantados , Pondo o curvo Baixel nos móres r iscos , Que se a feliz bonança se lhe s egue , A hum prazer sem l imite he logo en t regue ;

Tal este Reyno em tudo se mostrou Pelas fortes tormentas que sofreu , Té que hum br i lhante dia lhe r a i o u , No qual recobrar pôde o que p e r d e u ; D o Cahos da tristeza então surgio L ivre do Ca t ive i ro , eai que se vio.

X I .

Que mais quere is , ó Gente Portugueza ? Pertendeis mais Prodíg ios , que os que vemos? Preciza revoltar-se a natureza , P a r a que á Providencia valor demos? Quereis que bote fogo a neve fr ia ? De noite Sol quere i s , Lua r de d ia?

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C 9 ]

X I I .

N3o lastimámos nós nossa O r f a n d a d e , Qne em gemidos sofremos tantos annos? Não pezavão na mizera Cidade De dia em dia damnos sobre damnos? F o m e , c contagio delia procedido Que poz o Povo em magoas submergido?

X I I I .

Desgraçados lutando co1 a p e n ú r i a , V iuvas , e Donzellas mend igando , A Nação de recursos j á e spú r i a , Velhos, e moços o seu mal chorando ? Menos o duro avaro que no pVigo Conta com o que a j u n t a , e só comslgo.

X I V .

Porem no centro de infor túnios t an tos , De tantas pr ivaçSes , tantos cu idados , Não vimos e n r u g a r os nossos p ran tos , Prod igios por mil modos prat icados ? Se isto não vem de Deos , se isto se n e g a , A que braço potente o homem se entrega I

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C 1 0 ]

X V .

Em todas as Nações, onde apparecem Movimentos políticos de novo , Nascem oppiniSes , part idos crescem, De que vict ima he sempre o tr iste Povo ; E desgraçadamente o sangue c o r r e , Culpados , e innocentcs tildo morre.

X V I .

Mas Por tuga l bum Reyno a Deos vo tado , Que pelo mesmo Deos foi escolhido, Das luzes da razão i luminado , Só da mesma razão segue o p a r t i d o ; E com semblante alegre [ Oh que portento ! ] Pede das Santas Leis o cumprimento .

X V I I .

Pede ao Governo a sóbria ecconoinia , Pede hum córte geral nos seus abuzos , Pede ter subsistência ein h a r m o n i a , Pede regido ser de ant igos nzos, Pede sãa Liberdade a que se entrega , Pede ao Ceo o seu R e y , seu Rey lhe chega.

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[ n ]

X V I I I .

Da vírtnoza R a y n h a Izabel Santa Quiz Deos eternizar mais a memor i a , No mesmo dia em que se l o u v a , e canta A todo o Por tuga l enche de G l o r i a ; E porque se lhe imite o Santo zel lo, No nosso R e y nos mostra o seu modéllo.

X I X .

Religiozo R e y , dócil R a y n h a , Perfei tos filhos Seus , T ia es t imável , Dispostos a passar com risco a L i n h a , Expõem as vidas a elemento ins táve l ; Este a m o r , esta scena , esta mudança A Nação nunca a perde da lembrança .

X X .

Quem haverá de pei to b ronzeado , Que não mostre nos olhos a t e r n u r a , Que nos deve canzar o inesperado P r a z e r , que nos provem desta ven tu ra? O Ceo v i g i e , e g u a r d e cm segurança A ílorecente Caza de Bragança .

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C 1 2 ]

xxr. De nós auzente o R e y firma, e segura Que convém no que as sabias Cortes fazem , Jus ta Constituição Libera l ju ra Po rque os bens deste Povo não se a t r azem; Estes regressos já lhe não são novos E quer só quanto for a bem dos Povos.

X X I I .

Como P a y , e de nós compadecido Attende a melhorar o nosso es tado , Que axioma de todos he s ab ido , E m máximas polit icas f u n d a d o , Ser dos bons Cidadãos a Liberdade O credito maior da Magestade.

X X I I I .

Eis a Constituição justa ba l i z a , Por onde o Reyno se verá r e g i d o , A Prezença do R e y , que era p réc iza , O Povo Luzo a tem já conseguido; Remoça P o r t u g a l , muda a figura, Que he morte a vida se entre malles dura.

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[ 13 ]

X X I V .

TA não tens que t e m e r , be consumada \ grande O b r a , que em paz pr inc ip io t e v e , Foi pela Providencia encaminhada , D F im como o pr inc ip io mostrar d e v e ; O1 Sempre Eterno N u m e , Omnipo ten te , Já mais dezampareis a Luza gente .

X X V .

Se as t intas são grossei ras , com-que p in to Este nosso prazer este Por ten to , Se pelo Objecto ser mui to d i s t i n to , Minha voz f r a q u e j o u , e en t end imen to ; Pelo gosto que t e n h o , não me peza De ter -me aba lançado a ta l empreza.

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[ 15 3

S O N E T O .

C O N V O C A J o v e os Deozes na a l ta E s f e r a , Das fo r tunas de Liz ia lhes dá p a r t e ; E recomenda logo ao fe ro M a r t e , Que se l embre do mal que lhe fizera :

Que de novo lhe m a n d a , e d 'e l le espera Q u e mais de sangue humano senão f a r t e ; Q u e ein Paz conserve Liz ia , e d 'e l la a p a r t e Mons t ro s , F ú r i a s C r u é i s , que o Abysmo ge ra :

Se Liz ia foi de F r a n ç a a t e n u a d a , Que hoje vêlla em socego só p e r t e n d a } E que das mais Nações seja i n v e j a d a ;

Que t r e m a todo o que inqu ie ta la e m p r e h e n d a , Q u e acezos r ayos tem na mão a r m a d a , Com que as Cortes de L i z i a , e o R e y de fenda .

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Do mesmo Autor se fica imprimindo a 77 zoura da Critica j ud ic ioza , e decen te , bem • jovial , adornada no fim de algumas Chai <U parâ d iver t i r a curiozidade dos Le i to re s , ò

O

a d v e r t e n c i a .

Assim como o Foema do Balão aos J tantes da Lua 3 e as duas Fartes de Tort ,«

Q Enfermo a fizerão hum Volume em Ü.0 da , ma sorte o Folheto da Memoria a o da Convt-r-

C sapão das Senhoras a este de Portugal Co < lescido c j c o qua se fica imprimindo Tizour da Critica s podem formar hum segundo Vo

•<£ para quem for curiozo.

Preço 40. réis.

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